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Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Marabá

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS IEP

As normas de publicação constantes no presente Manual foram elaboradas pela Coordenação


Geral dos Cursos de Pós-graduação do Instituto Específico de Ensino Pesquisa e
Pós-Graduação, para servirem de orientação aos concluintes dos cursos, na elaboração de seus
trabalhos de conclusão.

FORMAS DE SUBMISSÃO:

A submissão dos artigos deverá ser feita de duas formas distintas:

1. Eletronicamente: Para o e-mail tcc.iepgurupi@hotmail.com, quando a secretária do


IEP acusará o recebimento;
2. A coordenação lerá o artigo e devolverá via e-mail com as devidas observações;
3. Entregar duas cópias impressas na Secretaria do IEP/Gurupi, até a data marcada pelo
Coordenador do Curso.

Observação: Toda e qualquer solicitação de informação sobre o artigo enviado deverá ser
feita na coordenação do IEP.

PRAZOS PARA SUBMISSÃO:

Os artigos deverão ser entregues no prazo máximo de dois mês após a integralização dos
módulos do curso em conclusão.

NORMAS E OBSERVAÇÕES GERAIS:

I. Todos deverão apresentar seus trabalhos dentro das normas estabelecidas no


presente Regulamento. Os trabalhos que não atenderem essas normas serão
devolvidos.
II. Os artigos submetidos devem ter como características o fato de não terem sido
divulgados em outras publicações científicas e atender aos critérios de
ineditismo, originalidade, relevância e qualidade metodológica.
III. Os artigos não aprovados serão devolvidos aos respectivos acadêmicos para que
seja refeito.
IV. Os trabalhos apresentados no formato impresso deverão ser entregue dentro do
prazo.
V. A avaliação dos artigos poderá resultar em proposição de melhorias,
complementos ou alterações.
VI. As proposições serão comunicadas pela Coordenação aos acadêmicos, devendo
esses proceder às alterações para que o artigo possa ser aprovado.
VII. É de responsabilidade dos acadêmicos obterem permissão para reprodução de
algum tipo de material já publicado e que tenha seus direitos protegidos.
2

VIII. Assinar o Termo de Responsabilidade, declarando assumir toda a


responsabilidade sobre o conteúdo do artigo apresentado.
IX. Assinar o Termo de Autorização para publicação.

FORMATO

Para a elaboração do artigo científico, é necessário seguir orientações conforme adaptação


das Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas para Trabalhos Acadêmicos NBR`s
6022/1994, 6023/2002 e 10520/2002.

1. Tipo de fonte: Times New Roman.

2. Papel formato A4: 210mm X 297mm.

3. Margens:

3.1 Superior 3cm;


3.2 Inferior 2cm;
3.3 Esquerda 3cm;
3.4 Direita 2cm.

4. Espaço: entre linhas e entre parágrafos: 1,5


5. Espaço entre Referências Bibliográficas: simples
6. Parágrafos: justificados;
7. Espaço do resumo: simples
8. Numeração de páginas: no canto superior direito, contando a primeira sem numerá-
la, numerando a partir da segunda página textual do trabalho;
9. Estruturas de parágrafos: iniciar sempre o parágrafo com uma tabulação de 1, 25 cm
para indicar o início.

10. Tamanho da fonte:

11.1 No título do artigo (LETRAS MAIÚSCULAS EM NEGRITO) = 12;


11.2 No nome do (a) autor(a) (Minúsculas sem negrito) com nota de rodapé para = 10;
11.3 Na titulação (nota de rodapé) 10;
11.4 No resumo = 10;
11.5 Nas palavras-chave = 12;
11.6 Na redação do texto (introdução, desenvolvimento e conclusão) = 12;
11.7 Nas citações longas recuadas = 10 (espaçamento simples)
11.8 Nas notas de roda pé = 10
3

11.9 Nas legendas das ilustrações e tabelas = 10


11.10 Paginação = 10
11.11 Nas referências bibliográficas = 12.

11. Citação:

11.1Destacar o texto com aspas, quando citação breve de até três linhas no mesmo
parágrafo;

11.2 Utilizar um recuo de 4 cm a partir da margem esquerda, quando citação longa, com
tamanho da fonte 10, aplicar espaço simples (não é necessário aspa, negrito, nem
itálico). Apor o sobrenome do autor, ano da publicação da obra e número da página:
(FIORIM, 2003, p. 167)

12 Dos capítulos e seções:

12.1 SEÇÃO PRIMÁRIA: Fonte 12, Caixa Alta, em negrito

12.2 SEÇÃO SECUNDÁRIA: Fonte 12, Caixa baixa, sem negrito

12.3 Seção Terciária: Fonte 12, Primeira letra da sentença em maiúsculo, em negrito

12.4 Seção Quartenária: Fonte 12, Primeira letra da sentença em maiúsculo, sem negrito

APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS

O artigo deve conter entre 12 e 15 laudas.

Título do Artigo: Em negrito, letra maiúscula, centralizado, não superior a doze palavras,
escrito de forma clara e objetiva, com versão do título para o idioma inglês. Havendo
subtítulos, estes deverão ser escritos em letra minúscula e com iniciais maiúsculas. O título
deverá ser numerado e complementado em nota de rodapé com a finalidade do artigo.

Autoria: Nome e sobrenome do (a) autor (a). Os nomes deverão ser numerados e
complementados em nota de rodapé com a titulação, instituição a qual pertencem ou que
apoiaram a pesquisa, bem como endereço eletrônico.

Resumo: Escrito no idioma de origem e em inglês (Abstract), não superior a 250 (duzentos e
cinquenta) palavras, resumindo o problema, propósitos da investigação, metodologia e
procedimentos adotados, resultados mais relevantes obtidos seguidos de conclusão ou
proposta de intervenção.

Palavras-Chave: Devem ser abrangentes e servirão para classificar o artigo. Escritas no


idioma de origem o no idioma inglês.
4

Corpo do Artigo: O corpo do artigo deverá conter introdução, desenvolvimento e conclusão.

a. Introdução: Breve descrição do tema, apresentando hipóteses, objetivos,


justificativas, conceitos e pontos de vista, visando facilitar a sua compreensão e
situar, previamente, o leitor em relação ao tema abordado.
b. Desenvolvimento: Fundamentação do tema trabalhado.
c. Metodologia: Explicitação dos caminhos seguidos para desenvolvimento da
investigação.
d. Resultados: Apresentação analítica dos resultados alcançados.
e. Considerações Finais: É o fechamento do trabalho que deve apresentar uma
exposição sintetizada e coerente com o tema abordado, fazendo referência aos
objetivos e hipóteses apresentados na introdução.
f. Referências: referenciar todas as fontes de pesquisa.
g. A divisão das seções deverá estar numerada com números arábicos.
h. Anexos (obrigatórios veja o modelo no final da apostila)

Citações: Todas as citações inseridas no texto devem vir entre aspas, obedecendo às
orientações para os seguintes casos:

a. A citação com menos de três linhas é inserida no texto entre aspas, conforme
exemplo: Para Chiavenatto (2003, p.10) “Ter uma auto-estima elevada é sentir-se
confiantemente adequado à vida”.
b. A citação com mais de três linhas deve ser colocada em parágrafo separado, escrita
com fonte 10, espaço simples e com recuo de parágrafo de 4,0 cm da margem,
conforme exemplo:

Há dezenas de empresas no mundo, e várias no Brasil, que estão


gerindo suas atividades com base em conceitos que podem hoje ser
taxados de revolucionários, mas que nada mais são do que bom senso
e desmistificação desta coisa complicada que é a administração.
(CHIAVENATTO, 2004, p. 53)

Tabelas

As figuras e tabelas deverão ser numeradas em ordem seqüencial e receber um título, com
fonte 10. Deve ser citada a fonte da tabela, conforme exemplo:

TEÓRICOS TEORIAS
A personalidade é moldada pelas experiências iniciais, geralmente
SIGMUND na infância, baseada em uma seqüência de fases psicossexuais.
FREUD
As pessoas trazem consigo uma herança, chamada de inconsciente
CARL JUNG coletivo, que contém memórias, relacionamentos e experiências de
ancestrais, e outra individual, para as memórias individuais
reprimidas.
Destaca as influências culturais sobre o comportamento. A
ALFRED ADLER personalidade é inata, social e os sentimentos de inferioridade são
centrais à motivação humana.
5

Fonte: Davidoff, Linda. Introdução à psicologia. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1983, p.519-531.

Quadro 09: Teorias do desenvolvimento da personalidade.

Figuras
São gráficos, fotografias e similares que servem para ilustrar e garantir a melhor
compreensão.

60.00% Minas Gerais


50.00%
40.00% São Paulo
30.00%
20.00% Rio de Janeiro
10.00% Espírito Santo
0.00%

Figura n.º 07 – Percentual de entrevistas.

Categorias de Artigos

A produção de textos e artigos acadêmicos e científicos varia de acordo com o nível de


aprofundamento, de seus objetivos e da complexidade dos conteúdos. Dessa forma, podem ser
classificados em vários formatos de textos científicos, os quais, de acordo com o tamanho e
formato, produzirão outras estruturas de texto.

Artigo Científico

Constitui-se de um texto, em formato reduzido, porém completo, concluído, com vistas à


divulgação de resultados da pesquisa científica, divulgação de conhecimentos, podendo ainda
refutar teorias anteriores e apresentar soluções para o tema investigado.

ELABORAÇÃO DE REFERÊNCIAS DE FONTES

Referências de Livros
a. Autor (ou coordenador, ou organizador, ou editor) - Escreve-se primeiro o sobrenome
paterno do autor, em caixa alta, e, a seguir, o restante do nome, após uma separação por
vírgulas.
b. Título e subtítulo - O título deve ser realçado por negrito.
c. Número da edição (a partir da segunda edição) - Não se usa o sinal de decimal.
d. Local da publicação - É o nome da cidade onde a obra foi editada e, após a referência de
local deve, ser grafado dois pontos (:). Não se coloca estado ou país.
e. Editora - Só se coloca o nome da editora. Não se coloca a palavra Editora, Ltda, ou S.A.
etc. Por exemplo: da Editora Ática Ltda, colocar-se-ia apenas Ática.
f. Ano da publicação - É o ano em que a obra foi editada.
g. Número de páginas;
h. Número de volumes (se houver)
6

i. Obs.: (a) O alinhamento deve estar todo à esquerda da referência. (b) Em obras avulsas
são usadas as seguintes abreviaturas: org. ou orgs. = organizador(es), ed. ou eds. -
editor(es), coord. ou coords. - coordenador(es) Exemplos:

 Autor pessoa física:


LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada
em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 228 p.

JAPIASSU, Hilton F.. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

 Até Três Autores:


COSTA, Maria Aída B., JACCOUD, Vera, COSTA, Beatriz. MEB: uma história de muitos.
Petrópolis: Vozes, 1986. (Cadernos de Educação Popular, 10).

Obs.: no exemplo acima o livro pertence a uma coleção. (Cadernos de Educação Popular,
10)", e o número desta obra na coleção é 10.

LAKATOS, Eva Maria, MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 1991. 231 p.

 Mais de Três Autores:


OLIVEIRA, Armando Serafim et al. Introdução ao pensamento filosófico. 3. ed. São Paulo:
Loyola, 1985. 211 p.

RICHARDSON, Roberto Jarry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1989. 287 p.

Obs.: et al. (et alli) = e outros.

 Repetição de nome do autor:


LIMA, Adriana Flávia Santos de Oliveira. Pré-escola e alfabetização: uma proposta baseada
em Paulo Freire e Jean Piaget. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 228 p.

______. Avaliação escolar: julgamento e construção. Petrópolis: Vozes, 1994. 168 p.

Obs.: Quando o autor é repetido várias vezes pode ser substituído por um traço (equivalente a
seis espaços) e um ponto. Caso haja mudança de página o nome do autor volta a ser digitado
por extenso. Digita-se também por extenso se o autor referenciado anteriormente for co-autor
da obra seguinte.

 Sem nome do autor:


O pensamento vivo de Nietzsche. São Paulo: Martin Claret, 1991. 110 p.

 Dissertação / Tese:
ARAÚJO, Marcilene de Assis Alves. Interpretação Vocabular da Língua Portuguesa
Falada Pelos Xerente, no âmbito da cidade de Tocantínia-TO. 2005. 153 p. Dissertação.
(Mestrado em Lingüística) Programa de Pós-Graduação da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2005.

 Autor corporativo:
7

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Programa de Pós-Graduação em


Educação / PPGE-UFES. Avaliação educacional: necessidades e tendências. Vitória,
PPGE/UFES, 1984. 143 p.

 Referência de parte de uma obra:


O autor do capítulo citado é também autor da obra:
LIMA, Lauro de Oliveira. Ativação dos processos didáticos na escola secundária. Rio de
Janeiro: Forense-Universitária, 1976. cap. 12, p. 213-234 In: A escola secundária moderna:
organização, métodos e processos.

 O autor do capítulo citado não é o autor da obra:


HORTA, José Silvério Baía. Planejamento educacional. In: MENDES, Dumerval
Trigueiro (org.). Filosofia da Educação Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1991. p. 195-239.

 Artigos de revistas ou jornais


(a) - Autor(es) do artigo: (b) - Título do artigo: (c) - Título da revista: (d) - Local da
publicação: (e) - Editor: (f) - Indicação do volume: (g) - Indicação do número ou fascículo:
(h) - Indicação de página inicial e final do artigo: (i) - Data:
Exemplos:

 Artigo de um autor:
BORTOLETTO, Marisa Cintra. O que é ser mãe? A evolução da condição feminina na
maternidade através dos tempos. Viver Psicologia, São Paulo, v. I, n. 3, p. 25-27, out. 1992.

Obs.: no caso de mais de um autor, segue-se a mesma regra das referências dos livros.

 Artigo não assinado (sem nome de autor):


A ENERGIA dual indígena no mundo dos Aymara (Andes do Peru e Bolívia).
Mensageiro, Belém, n. 63, p. 35-37, abr./maio/jun., 1990.

Obs.: escreve-se em maiúscula até a primeira palavra significativa do título.

 Artigo de jornal assinado:


DINIZ, Leila. Leila Diniz, uma mulher solar. Entrevista concedida ao Pasquim. Almanaque
Pasquim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 10-17, jul. 1982.

 Artigo de jornal não assinado (sem nome de autor):


MULHERES têm que seguir código rígido. O Globo, Rio de Janeiro, 1 caderno, p. 40, 31 jan.
1993.
Obs: a referência de mês é reduzida a apenas três letras e um ponto. O mês de janeiro ficaria
sendo jan., o de fevereiro fev. etc., com exceção do mês de maio que se escreve com todas as
letras (maio) e sem o ponto. (veja o exemplo em artigo não assinado).

 Publicações Periódicas
Coleções inteiras:
EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS. São Paulo: Centro Brasileiro de Pesquisas
Educacionais, 1956- Obs.: todas as revistas sob este título foram consultadas.

Somente uma parte de uma coleção:


8

FORUM EDUCACIONAL. Teorias da aprendizagem. Rio de janeiro: Fundação Getúlio


Vargas, v.13, n.1/2, fev./maio 1989.
Obs.: esta citação indica que a revista inteira foi consultada.
Decretos-Leis, Portarias etc.:
BRASIL. Decreto 93.935, de 15 de janeiro de 1987. Promulga a convenção sobre conservação
dos recursos vivos marinhos antárticos. Diário Oficial (da República Federativa do Brasil),
Brasília, v. 125, n. 9, p. 793-799, 16 de jan. 1987. Seção 1, pt. 1.

 Pareceres, Resoluções etc:


CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n. 1.406 de 5 out. 1979. Consulta sobre o
plano de aperfeiçoamento médico a cargo do Hospital dos Servidores de São Paulo. Relator:
Antônio Paes de Carvalho. Documenta, n. 227, p. 217-220, out. 1979.

 Trabalho publicado em anais de congresso e outros eventos:


CHAVES, Antônio. Publicação, reprodução, execução: direitos autorais. In: Congresso
Brasileiro de Publicações, 1., São Paulo, 5 a 10 de jul. 1981. Anais do I Congresso de
Publicações. São Paulo: FEBAP, 1981. p. 11-29.

 Anais de congresso no todo:


SEMINÁRIO DO PROJETO EDUCAÇÃO, 5., 24 out. 1996, Rio de Janeiro. Anais do V
Seminário do Projeto Educação. Rio de Janeiro: Forum de Ciência e Cultura-UFRJ, 1996.

 Obras de Referência

Dicionário:
Educação. In: FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da língua
portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p. 185.

Enciclopédia:
Divórcio. In: Enciclopédia Saraiva de Direito. São Paulo: Saraiva, 1977. v. 29, p. 107-162.

Anuário:
Matrícula nos cursos de graduação em universidades e estabelecimentos isolados, por áreas de
ensino, segundo as universidades da Federação - 1978-80. In: Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1982. Seção 2, cap. 17,
p. 230: Ensino.

Internet
Exemplo de referência desta página sobre Metodologia Científica, do "site" Pedagogia em
Foco:

BELLO, José Luiz de Paiva. Estrutura e apresentação do trabalho. In: Pedagogia em Foco,
Metodologia Científica. 1998. Atualizada em: 14 fev. 2004. Acesso em: 21 fev. 2004.
Disponível em <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/met07.htm>.

BARBOSA, Lucia Martins et al. A representação social do professor sob o ponto de vista do
aluno. Revista Aprender Virtual, Marília, dez. 2003.
Disponível em: . Acesso em: 2 fev. 2004.
9

Imagem em movimento
CIDADE de Deus. Direção: Fernando Meirelles. Produção: Andréa Barata Ribeiro e Maurício
Andrade Ramos. Intérpretes: Matheus Nachtergaele; Alexandre Rodrigues; Leandro Firmino
da Hora; Jonathan Haagensen; Phellipe Haagensen; Douglas Silva; Daniel Zettel; Seu Jorge.
Roteiro: Bráulio Mantovani. [S.I.]: 02 Filmes; Videofilmes "Cidade de Deus", 2003. 1 CD
(130 min), son., color.; DVD.

A MISSÃO. Direção: Roland Joffé. Produção: David Putnam. Intérpretes: Jeremy Irons;
Robert de Niro; Liam Neeson; Aidan Quinn. Roteiro: Robert Bold. Trilha sonora: Ennio
Morricone. [S.I.]: Goldcrest Films, 1986. 1 DVD (121 min), son.,color.

Mídia eletrônica
BURGIERMAN, Denis Russo. O outro lado do Nobel. Super Interessante. n. 171, p. 51-55,
São Paulo: Abril, dez. 2001. disco 6, 1 CD-ROM.
10

Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Marabá

TRADIÇÃO E ENSINO: UMA LEITURA DO FILME SOCIEDADE DOS POETAS


MORTOS NA PERSPECTIVA DE EMILE DURKHEIM1

TRADITION AND EDUCATION: A LECTURE OF THE MOVIE DEAD POETS


SOCIETY IN THE PERSPECTIVE OF ÉMILE DURKHEIM

Santo Reni dos Santos Florão2

RESUMO

Esse texto aborda a prática escolar, ainda vigente, numa perspectiva da tradição retratada no filme Sociedade dos
Poetas Mortos contextualizada teoricamente nas bases do pensamento humano em Émile Durkheim, nos
parâmetros de seu método comparativo. Nesse sentido, o texto encontra-se subdividido em três partes: uma
primeira quando se apresenta bases da teoria durkheimiana, a segunda quando é feita a leitura do filme, no qual
se busca descrever o enredo e os personagens principais e, por ultimo propõe-se uma leitura do seu inter-texto
conforme a visão de Durkheim, procurando estabelecer uma relação dualística entre o contexto desse filme,
quando cenários e representações existentes que apontam para a transformação por parte de alunos e do
professor quanto a ordem e tradição vigente no âmbito do tradicionalismo na escola e na determinação do
homem pelo meio em Durkheim. Para fins da construção desse trabalho, selecionou-se um grupo de alunos do
segundo período do Curso de Letras (Português/Inglês) do Centro Universitário UNIRG, visando a colaboração
deles em estabelecer uma leitura dialógica com a teoria durkheimiana, na perspectiva de abstrair os relações de
tradição e disciplina no ensino, evidenciados de forma peculiar à época além de possibilitar um paralelo com
situações cotidianas nas instituições escolares. Desse modo, esse trabalho apresenta-se como um exercício
acadêmico que visa contribuir na reflexão e na prática docente no processo do ensino e da aprendizagem.

Palavras-Chave: Ensino; Tradição; Metodologia de trabalho

ABSTRACT

This text boards the educational practice, still current, on a perspective of the tradition portrayed on the movie
Dead Poets Society theorically contextualized in the bases and planning of the human thought of Émile
Durkheim, utilizing also its analysis method the comparative. Through this sense, the text finds itself
subdividided in three parts: one first when it introduces bases of the durkheimianian theory, the second when it’s
done the lecture of the movie, in which it’s searched to describe the plot and the main characters, lastly it
proposes a lecture of its inter-text according to the Durkheim’s vision, aiming at stablishing a dualistic relation
between the contexto of this movie , when sceneries and existant representations that point to a transformation
from the side of the students and the teacher while the current order and tradition in the scope of the
traditionalism and in the determination of the man through the environment in Durkheim. For surposes of the
construction of this work, it’s been selected a group of students of the second period of the Course of Letras
(Portuguese/English) of the Centro Universitário UNIRG, aiming at the colaboration of them at stablishing a
dialogic lecture with the durkheimianian theory, in the perspective of abstracting the relations of tradition and
discipline in the education, evidenced at a particular way to the time besides making possible a parallel with
everyday situations at the scholar institutions. This way, this work presents itself as an academic exercise that
aims at contributing in the reflexion and in the teaching practice in the process of teaching and learning.

1 Artigo apresentado ao programa de Doutorado do Instituto Conhecimento e Ciência como parte dos requisitos
para obtenção de nota do módulo O Fraccionamento Ético-Cultural das Sociedades e os Problemas Políticos
ministrado pelo professor Dr. Celso Antunes.
2
Doutoranda em Ciências Políticas pela Universidade Lusófona –Portugal.
11

Key-Words: Education; Tradition; Methodoly of Work

1 INTRODUÇÃO

A motivação para a elaboração desse trabalho surgiu durante as discussões realizadas


no curso de doutoramento da disciplina O Fraccionamento Ético-Cultural das Sociedades e os
Problemas Políticos. Os conteúdos abordados pelo professor conjuntamente com a
participação da classe, estimularam o debate e a necessária reflexão sobre a Ciência Política e
seus múltiplos vieses, o que nos permite nesse texto, abordar aspectos da tradição no ensino –
no caso de uma escola centenária no ano de 1959, nos EUA, no sentido de levar um grupo de
alunos do Centro Universitário UNIRG, de Gurupi–TO, a refletirem e estabelecerem um
diálogo com bases em Émile Durkheim e o contexto do filme Sociedade do Poetas Mortos.
Nesse contexto, esse artigo discute questões ligadas à pratica escolar na perspectiva
da tradição evidenciada no filme Sociedade dos Poetas Mortos, relacionado esse contexto com
a teoria durkheimiana para, em seguida, dialogar com a situação cotidiana das metodologias
utilizadas nas escolas. Desse modo, busca-se analisar a postura adotada pelo professor e
alunos no filme e as políticas institucionais ortodóxicas, determinadas de forma incisiva.
Propõe-se que essa leitura de base durkheimiana propicie condições de reflexão sobre a
disparidade existente entre os métodos de ensino e uma estrutura politicamente determinada e
inflexível.
A fundamentação teórica baseia-se nos textos de Costa (1997), Charon (2004), Demo
(1995) Durkheim, traduzido por Nassetti (2007) e Tomazi (1993). Do ponto de vista
metodológico, a análise embasa-se no método comparativo no qual se procura estabelecer
uma relação dualística entre a tese evidenciada no enredo do filme pela atuação dos
personagens no âmbito do trabalho escolar e os pressupostos teóricos durkheimiano. No
ambiente do filme a tradição didática permeia na observância rigorosa dos usos e costumes do
meio social dos alunos, se contrapõe com atitudes e enfoques da metodologia utilizada pelo
professor Keating, que acaba influenciando em novos comportamentos da classe de forma a
questionar a ordem vigente na escola e na perspectiva de vida dos alunos.
Nesse contexto, esse artigo se apresenta em três partes: inicialmente tem-se as bases
da teoria para se estabelecer uma leitura na perspectiva de Durkheim, em segundo a
metodologia utilizada para se efetivar a leitura interacional da teoria com a obra, quando se
descreve sobre os colaboradores envolvidos nos estudos para atingir os resultados esperados
e, por fim, as considerações.
12

2 AS BASES PARA UMA LEITURA EM DURKHEIM.

Durkheim é um dos grandes pensadores da ciência política e considerado um dos


grandes fundadores da sociologia moderna e precursor da utilização do método cientifico para
realização de estudo entre os grupos sociais e entender a relação social do homem com seu
habitat. O objeto de estudo da sociologia em Durkheim e o fato social, são as regras e normas
coletivas que orientam a vida dos indivíduos em sociedade, que os unem e os separam de
acordo com a conjectura vigente. De acordo com Charon (2004, pp. 34 e 35)
O homem emite e recebe estímulos do meio e em que vive, os quais se efetivam
apenas quando se realiza um processo de informação e conteúdo expedido por meio de algo
que lhe é exterior, mas que o liga por meio de um interesse comum ou fato social, ao sujeito
emissor no processo comunicacional.

Durkheim demonstra dois conceitos importantes simultaneamente. Primeiro, que a


exigência de fatos sociais (forças sociais, padrões sociais) influencia a ação
individual. Ao que parece, não tomamos nossas decisões unicamente com base em
fatores da personalidade individual. Em vez disso, nossas decisões são tomadas em
um contexto social amplo, influenciados por forças sociais das quais nem menos
temos consciência (...) em segundo lugar, para sua época, o estudo de Durkheim
também é ciência de boa qualidade. Mostra como um cientista pensa e depois testa
seu raciocínio de maneira criativa e sistemática.

Para Durkheim ao se trabalhar com um fato social o cientista deve ser pragmático no
qual não se deve envolver emocionalmente com o objeto em questão. Chega a evidenciar o
fato social como “coisas” despossuídas de razão, deixando, portanto o objeto de analise falar
por si próprio. Para esse autor, os indivíduos são produtos do meio, ou seja, a sociedade é
superior ao individuo e deve determinar os valores e regras a serem passados no processo
educacional. Os seres humanos, ao vir ao mundo, nascem como uma espécie de tabula rasa,
pois seus cérebros não contem ainda os signos e a ressignificações inerentes a herança
histórica a que pertence ao nascer. Para Tomazi (1993 p 18)

Para o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917), a sociedade prevalece sobre


o individuo. A sociedade é, para esse autor, um conjunto de normas de ação,
pensamento e sentimento que existem apenas nas consciências dos indivíduos, mas
que são construídas exteriormente, isto é, fora das consciências individuais. Em
outras palavras, na vida em sociedade o homem defronta com regras de conduta que
não foram diretamente criadas por ele, mas que existem e são aceitas em sociedade,
devendo ser seguidas por todos. Sem essas regras, a sociedade não existiria, e é por
isso que os indivíduos devem obedecer a elas.
13

Desse modo, os fatos sociais são exteriores e coercitivos. Exteriores, porque existem
no plano ideal e coercitivo porque não dependem da vontade individual, o todo é quem
determina a parte ou a ação do sujeito. Entendia este autor, que os indivíduos são produtos de
forças complexas e que não podem se estudados e interpretados fora do contexto social em
que vivem. Nesse sentido, formulou o conceito de consciência coletiva para descrever o
caráter de uma sociedade em particular.
Duhrkeim trabalha dois arranjos para o relacionamento humano: a solidariedade
orgânica e a solidariedade mecânica. Para Costa (1997, p. 64)

Solidariedade mecânica para Durkheim, era aquela que predominava nas sociedades
pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio da família, da
religião, da tradição e dos costumes, permanecendo em geral independentes e
autônomos em relação à divisão do trabalho social. A consciência coletiva exerce
aqui todo seu poder de coerção sobre os indivíduos.

Na solidariedade mecânica, o homem estabelece uma relação de disputa constante


entre os seus semelhantes pela ampliação do espaço em busca da sobrevivência instaurando
com isso um sistema de império da luta e permanência do mais forte pelo mais fraco.
Por sua vez, a relação orgânica é o centro do pensamento de Durkheim ao defender a
necessidade de culturização do indivíduo de acordo com a ordem vigente a qual passa a se
inserir. Desse modo, ele defende que não cabe ao indivíduo questionar a ordem vigente.
Portanto, este deve ser levado e conduzido por forças sociais, instituições que o formatem
para o pensamento unívoco da totalidade. Ibdem.

Solidariedade orgânica é aquela típica das sociedades capitalistas, onde, pela


acelerada divisão do trabalho social, os indivíduos se tornavam interdependentes.
Essa interdependência garante a união social, em lugar dos costumes, das tradições
ou das relações sociais estreitas. Nas sociedades cpaitalistas o consciência coletiva
se afrouxa. Assim, ao mesmo tempo que os indivíduos são mutuamente
dependentes, cada qual se especializa numa atividade e tende a se desenvolver maior
autonomia pessoal.

Para isso Durkheim defende a institucionalização de aparelhos de estado que tem


como finalidade principal a canalização ideológica e da doutrina do sistema vigente: são eles
a família, “patriarcal cristã”; a igreja; a escola e a polícia.
Como aparelho reprodutor da ideologia dominante a criança desde seus primeiros
dias de vida passa a receber, do meio externo, estímulos que lhe provoca uma sensação de
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bem estar ou de dor, de acordo com a intensidade em que o seu agente (educador) externo o
provoca para obter uma resposta o comportamento desejado.
Na fase escolar, a título de ilustração em sua fase de alfabetização essa criança pode
receber da sua professora (tia) uma estrelinha, um sorriso ou um abraço como um sinal de
reconhecimento pela tarefa concluída. Ou na sua contraposição um castigo ou repreensão
pelo fato de um compromisso não concluído segundo os parâmetros da professora.
A igreja reflete o mesmo principio de comportamento perpassado pela família,
porém, o conteúdo agora é a utilização intensiva e exclusiva da palavra de Deus todo
poderoso e onipotente, “parafraseado com o poder do pai no âmbito da família”,
inquestionável absoluto ao qual, essa criança sempre deverá se submeter a pedir perdão ou
bênção de acordo com o seu comportamento idealizado pela sociedade em que vive.
A polícia, por sua vez, é o aparelho de Estado mais temido, dados os seus métodos da
intolerância e coerção na correção de comportamento. No ensino, o professor “policial” tem
no “ditado”, no castigo e na punição seus principais mecanismos de ordem e de obediência
por seus alunos. Ele estabelece de forma incondicional a reprodução de respostas individuais
e coletivas afinadas com o comando maior, oriundo do pensamento dominante. Nesse
aparelho vigiar e, punir a luz de Focault é a sua razão de ser, chegando-se a estágios cujo
delito ou infração social pode significar o afastamento do individuo do convívio social ou da
classe.

A punição e a vigilância são poderes destinados a educar (adestrar) as pessoas para


que essas cumpram normas, leis e exercícios de acordo com a vontade de quem
detêm o poder. A vigilância é uma maneira de se observar à pessoa, se esta está
realmente cumprindo com todos seus deveres – é um poder que atinge os corpos dos
indivíduos, seus gestos, seus discursos, suas atividades, sua aprendizagem, sua vida
cotidiana. (...) A relação entre vigiar e punir está no fato de que com ela seria
possível “adestrar” as pessoas para que estas exercessem suas tarefas como bons
cidadãos, evitar o máximo que as pessoas infringissem as normas estabelecidas[...]
(SOCIAL-SCIENCES, 2011)

Nesse contexto, a tradição escolar, historicamente, demonstra a busca da


permanência, da conservação e da regularidade do homem de acordo com os seu meio pré-
estabelecido. As nações, principalmente, aquelas alinhadas à cultura ocidental como é o caso
da brasileira, em sua maioria, ainda, apresenta em seus currículos escolares mecanismos de
dominação e controle dos conteúdos e suas estratégias de difusão para obtenção de resultados
previsíveis, controláveis e que reflitam o condicionamento e a ordem dominante.
No entanto, a característica essencial do ser humano e a sua razão é o movimento em
busca do novo, do desconhecido. A ordem dominante muda e a relação do indivíduo como ser
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social muda também. Nesse processo de mudança até que o novo se estabeleça como uma
nova ordem social instaura-se um estágio de conflito que é diretamente proporcional à
velocidade em que a velha ordem (tese) intercede ainda como poder e determinação de
condutas sociais e versus a nova ordem emergente (antítese) que busca seu poder e
estabelecimento como ordem dominante, conforme Demo, (1995).
Nesse processo, em muitos momentos, o individuo na sua relação organizacional,
encontra-se num estágio caótico, com tendência à práticas de relações mecânicas, portanto,
conflituosas, de indefinição social e perda de identidade. Tal é a amplitude da força motora
que impulsiona as bases do Estado de Direito, ao propor e conduzir esse estágio de mudança
para que o Estado de Direito não se rompa.
Nesse contexto, esses são, entre outros, os temas observados por mim e pelos
discentes do Centro Universitário UNIRG, com base na leitura do filme Sociedade dos Poetas
Mortos a qual abordaremos a seguir.

3 METODOLOGIA

Para fins da construção desse trabalho, selecionou-se como objeto de análise o filme
Sociedade dos Poetas Mortos, visando estabelecer uma leitura dialógica com a teoria
durkheimiana, na perspectiva de abstrair as relações da tradição e disciplina no ensino
evidenciados de forma bastante peculiar à época, além de possibilitar um paralelo com
situações cotidianas nas instituições escolares.
Dessa forma, como professor de Sociolinguística do Centro Universitário UNIRG
entendeu ser uma oportunidade e ao mesmo tempo uma obrigação acadêmica transpor os
conteúdos do curso de doutorado para a sala de aula com efetividade. Desse modo,
selecionaram-se, como sujeitos colaboradores nesse trabalho, dezessete alunos da turma do 2º
período, do Curso de Letras do Centro Universitário, os quais contribuíram para discussões e
destaques de evidências das cenas do filme relacionadas às ideias de Durkheim. Portanto, a
seleção desse grupo justifica-se pelo fato de esse assunto é parte do ementário de disciplinas
que compõem a estrutura curricular desse período, dentre elas sociologia, latim e linguística,
proporcionando um enfoque multidisciplinar para as discussões.
Nesse sentido, após motivar a turma elegeu-se, para fins de trabalho, o estudo da
tradição no ensino com base no pensamento de Durkheim, por meio da leitura do filme
Sociedade dos poetas mortos. Após a proposta ser discutida com o grupo, iniciaram-se as
atividades com a exibição do filme, momento em que foram observados a temática
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educacional no caso em estudo, observado as normas e os procedimentos didáticos e


metodológicos da direção da escola, dos professores, dos alunos e dos pais de alunos, sem
nenhuma correlação com Durkheim.
No segundo momento, foram distribuídos textos, para uma ação dividida em duas
etapas de leitura: primeira etapa, a leitura e fichamento individual sobre a teoria
Durkheimiana com acompanhamento do professor durante o processo de construção. E, na
segunda etapa a busca livre, pelos alunos, de textos sobre o mesmo tema nos diversos meios
de divulgação, sites, livros e, manuais, estimulando os alunos – informantes – à refletirem
sobre essa linha de pensamento didático e sua correlação com o filme.
No terceiro momento, após a discussão desses textos projetou-se novamente o filme
A Sociedade do Poetas Mortos, e, nesse momento, os alunos foram estimulados a fazer uma
leitura do filme aos olhares de Durkheim, tendo por base um roteiro no qual destacavam as
cenas principais para confronto com a teoria apresentada. Em seguida, os alunos foram
orientados a apresentarem como produto final um texto individual, manuscrito, em que ele
extenalizasse seu nível de captação em termos relacional do pensamento de Durkheim e o
enredo analisado e como ação final realizou-se a exposição oral dos trabalhos, para toda a
turma, além da produção de um texto do gênero poesia para finalizar o trabalho.
Portanto, a seguir tem-se uma rápida descrição do filme, passando por uma
abordagem do pensamento de Durkheim, para dialogar concordâncias e discordâncias às
bases desse autor, considerando as leituras realizadas pelos colaboradores do texto e reescritas
por mim.

3.1 SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS: UMA BREVE DESCRIÇÃO.

O ano de 1959 está começando para os alunos na centenária escola preparatória de


Welton, no estado de Vermont (EUA) mais uma aula magna. A primeira atividade é, em
companhia dos pais, ouvirem o clássico discurso de boas-vindas proferido pelo diretor e
louvar os quatro lemas da instituição: “Tradição, disciplina, honra e excelência”.
Para alguns estudantes do internato, trata-se apenas de um retorno forçado ao ritmo
das aulas. Para outros, tudo é novidade e dentre eles, está o tímido Todd Anderson que se
encontra sob o peso da sombra do irmão mais velho, um dos mais brilhantes da história da
escola. Seu companheiro de quarto, Neil Perry não é calouro, mas sente o peso da
responsabilidade e tem de fazer jus à exigência do pai autoritário. Nessa narrativa, destacam-
se ainda destaca-se Perry o líder do grupo, o romântico Knox Ovrestreet, o rebelde Charlies
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Dlaton e o inteligente Steven Meerks. Apesar de todo formalismo esses jovens fumam no
dormitório e se consideram uma fraternidade à parte da escola e modificam seu lema para
“paródia, terror, decadência e excremento”
Até o momento, o que se tem é um cenário extremamente rígido e tradicional pelas
condições impostas institucionalmente, porém esse cotidiano está prestes a mudar com a
chegada do novo professor de inglês, Jhon Keating, ex-aluno destacado da escola. Keting em
seu primeiro encontro com os alunos, pede que o acompanhem até o saguão onde encontram
as celebridades homenageadas e que haviam estudado em Welton e os instigou com duas
expressões fundamentais no filme ao contextualizá-los como meras caricaturas do passado e
levando os ao presente à vida a atualidade.
Um tanto deslocado, Anderson começa a se aproximar dos novos colegas por causa
do interesse suscitado pelas aulas de Keating em todos eles. Na primeira aula, o professor
recita O Capitin! My Capitain!, o título do poema de Walt Whitman dedicado ao presidente
Abranham Lincoln. Keaing, e sugere que os estudantes se refiram a ele dessa forma. Ao
mesmo tempo, lhes ensina o valor da expressão latina Carpe diem, como um estimulo para a
mudança de comportamento pretendida pelo professor.
Os estudantes ficam extasiados com a aula nada convencional e se surpreendem mais
ainda quando Keting pede aos alunos que rasguem e joguem fora as páginas de introdução de
um antigo livro de poesia, com definições que consideram ultrapassadas, pelo fato de que o
texto utiliza o método cartesiano ao ensino da poesia. “Não precisamos dessas regras. Lemos
e escrevemos poesia porque somos humanos”, justifica Kething causando outro impacto na
turma.
Perry e seu grupo decidem pesquisar sobre Keating, no livro de ex-alunos e
descobrem, entre outras coisas, que ele integrou a misteriosa Sociedade dos Poetas Mortos.
Quando questionado, Keating explica que era um grupo que se reunia secretamente, numa
gruta próxima ao colégio, para ler poemas de mestres como Whitman, Tennyson, Thoreau,
Shelley e Shakespeare. A intenção inicial do professor, era no sentido de iniciar seus alunos a
uma verdadeira comunhão com a poesia.
Entusiasmado pela descoberta da fraternidade, Perry propõe aos colegas retomar as
reuniões no mesmo local. Na primeira noite, a turma parte de lanterna na mão floresta adentro
para a seção de leitura de poesia, na qual são bem vindas não só as discussões sérias, mas
também improvisadas e divertidas. Não é a única revelação que experimentam esses jovens
cheios de hormônios, conforme Keating.
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Perry fica muito fascinado com a possibilidade de atuar numa montagem de Sonhos
de uma Noite de Verão, de Shakespeare, no teatro da cidade próxima. Para tanto, precisa
driblar a severidade de seu pai, que não quer outra atividade fora dos estudos formais da
escola. Forja, então, uma carta de autorização com a assinatura paterna e consegue um dos
papéis principais. Overstreet se aproxima pela filha de amigos de seus pais, que conheceu em
um jantar, e tenta conquistá-la. Anderson começa aos poucos a se desprender de sua angústia
e a mostrar inclinações para a poesia. Seu professor, Keating o estimula para uma cena
decisiva.
Nesse contexto, cresce a afinidade dos alunos com o professor, cujas aulas podem
acontecer no meio de uma partida de futebol ou no pátio da escola, numa espécie de terapia de
grupo. Nesse ínterim, as reuniões secretas também continuam, mesmo que por vezes sejam
um pouco diferentes, como quando duas mulheres belas, trazidas por Charlie, visitam os
estudantes numa das reuniões noturnas.
Em contrapartida, a popularidade de Keating chama a atenção do diretor. E uma
atitude irresponsável de Charlie precipita as mudanças no rumo dos trabalhos com a turma ao
publicar e assumir a autoria de um artigo anônimo no jornal do colégio sobre a volta da
Sociedade dos Poetas Mortos. O diretor castiga o aluno e sabendo das influências de Keating
sobre os jovens alunos, procura o professor para pedir-lhe que se atenha às regras do ensino
tradicional. Keating reage com ironia, mas aponta aos alunos que Charlie errou.
Ao mesmo tempo, Perry, às vésperas de sua estreia da peça, recebe uma inesperada
visita do pai, que soube de uma nova atividade do filho por amigos da família. Ordena sua
imediata saída da referida peça. Perry, mais uma vez argumenta e é obrigado a externalizar ao
seu pai a concordância em desistir. Keating, também recomenda a Perry que tente argumentar
a sua intenção de ser ator e não médico.
Perry então decide subir ao palco sem o consentimento do pai, que vai ao seu
encontro no final do espetáculo, levando-o para casa e anuncia que vai mandá-lo para um
colégio militar. Mais uma vez o filho fica impotente frente ao autoritarismo do pai e Perry
toma uma decisão radical que afeta a vida de todos na escola. Suicida-se, o que causa uma
grande investigação na escola quando os alunos são coagidos a colocar a culpa em Keating, e
na Sociedade dos Poetas Mortos, causando a expulsão de um aluno e principalmente a
demissão do professor Keating.
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3.2 LEITURA DO FILME SOCIEDADE DOS POETAS MORTOS NA PERSPECTIVA


DURKHEIMIANA

No filme, Robin Williams representa o que se pode chamar de dialética do


construtivismo, quando se insere num ambiente no qual se depara com uma situação
estruturalista e retilínea para transgredir de forma socioeducativa os padrões impostos por
aquela sociedade. Desse diálogo entre o filme e a atualidade educacional, podem depreender-
se atitudes ligadas ao dogmatismo e à arbitrariedade característicos das metodologias
escolares. Ao observar o método de ensino do professor ao usar o livro de poesias pode-se
estabelecer uma comparação qualitativa em relação ao método utilizado pelos professores
atuais com o livro didático, cujas ações estão pautadas numa estrutura pré-estabelecida do que
deve ser ensinado/aprendido, com um ritmo e um cronograma a ser respeitado.
No enredo do filme, percebe-se uma narrativa, na qual não se permite ao professor,
diversificar nas formas de ensino, nem transmitir pareceres que confrontem a visão
explicitada na filosofia da instituição, nem tampouco a emissão de opiniões discentes e
construção do seu próprio conhecimento. Porém, o professor Keating rompe com a ordem
vigente e transgride os paradigmas ditatoriais daquele tempo ao incentivar os alunos a tecerem
seus próprios argumentos, ao debater com eles sobre as construções poéticas como algo
superior à uma matriz sistematizada, momento verificado quando, no filme, o professor
manda rasgar as páginas da introdução do livro.
Nesse sentido, os alunos iniciam um processo inovador para a época ao se sentirem
com condições de seguir sua própria ideologia, reconhecendo a opressão daquela instituição
escolar e massificação determinada. Em contrapartida, a escola age em detrimento desse
processo ao exigir a saída do professor responsável pela transformação comportamental dos
alunos. Fato semelhante ocorre atualmente, nas escolas, quando professores insistem em
inovar em seus métodos de avaliação e transmissão de conteúdos e tem sua metodologia
criticada e mal interpretada por dirigentes escolares e pais de alunos.
Portanto, subtende-se que uma questão bastante tênue na educação focaliza-se na
disparidade existente entre os métodos de ensino, os quais poderiam ser eficazes, com uma
estrutura da instituição escolar que apesar de tantas discussões, permanece imutável.
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4 RESULTADOS

As relações dialógicas implícitas nas cenas do filme direcionam o leitor para a


reflexão sobre as metodologias de ensino estabelecidas no processo educacional. Atualmente,
as doutrinas apresentam um discurso inovador e liberal em contraposição ao discurso
dogmático e arbitrário de cronogramas pré-estabelecidos, cuja aplicação está mais na forma e
menos no conteúdo. Porém o que se percebe no sistema de ensino atual, ainda são resquícios
de uma sociedade formal nos modelos estruturalistas de ensino com maneiras de agir, pensar e
sentir exteriores às sensações individuais e dotadas de um poder coercitivo imposto pelo
sistema.

5 CONSIDERAÇÕES

Ao finalizar esse trabalho, puderam-se destacar três aspectos fundamentais: primeiro


a relevância do envolvimento discente em nível de graduação em uma investigação científica,
partindo de um filme como material didático, cuja motivação da leitura realizada pela
professora e pelos textos utilizados contribuíram para o entendimento qualitativo das bases do
pensamento em Durkheim.
Em segundo, esse diálogo do filme com o referencial teórico proposto permitiu uma
construção intelectual e material – textos, dos próprios alunos, propiciando uma estratégia
metodológica que pode ser adotada para outros ciclos de estudos em outras áreas
principalmente quando se quer um enfoque multidisciplinar.
E por último, o trabalho permitiu aos participantes construir uma identidade
pedagógica no nível paradigmático, verificando o tradicionalismo na escola, seus postulados e
sua herança tão presente, ainda, no sistema escolar oficial brasileiro. Seus reflexos estão
presentes no nível de politização do cidadão brasileiro, nas interfaces da não consciência
social e política, na carência de visão empreendedora, desmotivação e alienação.
Portanto, essas foram as evidências constituídas através do tempo, as quais
encontram explicações em correntes teóricas mais de linhas humanistas e que atribuem esse
comportamento à tradição na escola. Nesse contexto, notou-se que o filme “Sociedade dos
Poetas Mortos” pode ser considerado uma leitura de extrema relevância e indispensável para
os profissionais da educação e para aqueles que têm por objetivo transformar a prática
docente, no sentido de repensar sua metodologia e postura didática.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CHARON, Joel M. Sociologia. Tradução de Laura Teixeira Motta. São Paulo: Saraiva, 2004.
Título original: The meaning of sociology.

COSTA Cristina. Sociologia: Introdução a ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo: Moderna
1997.

DEMO, Pedro. Sociologia: uma introdução crítica. 2. ed. 4. tiragem. São Paulo: Atlas, 1995.

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. Tradução de Pietro Nassetti. São


Paulo: Martins Claret, 2007. Título original: Lês Rèsgles de La Méthode Sociologique/1895.

SOCIEDADE dos poetas mortos. Direção de Peter Weir. São Paulo: Touchstone Home
Vídeo, 2008. 129 min., color, legendado. (Tradução de: Dead poets society - DVD. Drama).

TOMAZI, Nelson Dacio, et all. Iniciação à sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
Vigiar e Punir, O Panóptico de Michel Foucault. Disponível
em: http://pt.shvoong.com/social-sciences/1632203-vigiar-punir-
pan%C3%B3ptico-michel-foucault/#ixzz1NTv3xvxR. Acesso em: 03/05/2011.

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