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PALEONTOLOGIA

DAS BACIAS DO PARNAÍBA, GRAJAÚ E SÃO LUÍS


Reconstituições Paleobiológicas

Maria Eugênia de Carvalho Marchesini Santos


Marise Sardenberg Salgado de Carvalho
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

CPRM – Serviço Geológico do Brasil

PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL

PALEONTOLOGIA DAS BACIAS DO


PARNAÍBA, GRAJAÚ E SÃO LUÍS

Maria Eugenia de Carvalho Marchesini Santos


Marise Sardenberg Salgado de Carvalho

Rio de Janeiro 2004


MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA
SECRETARIA DE MINAS E METALURGIA

Ministro de Estado Dilma Vana Rousseff


Secretário Executivo Maurício Tiommo Tolmasquim
Secretário de Minas e Metalurgia Giles Carriconde Azevedo

COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS - CPRM


SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL

Diretor-Presidente Agamenon Sergio Lucas Dantas


Diretor de Geologia e Recursos Minerais Manuel Barretto da Rocha Neto
Diretor de Hidrologia e Gestão Territorial José Ribeiro Mendes
Diretor de Administração e Finanças Álvaro Rogério Alencar Silva
Diretor de Relações Institucionais e Desenvolvimento Fernando Pereira de Carvalho
Departamento de Apoio Técnico
Sabino Orlando C. Loguércio

Divisão de Editoração Geral


Valter Alvarenga Barradas

EQUIPE DE PRODUÇÃO

Editoração

Coordenação Pedro da Silva

Agmar Alves Lopes José Luiz Coelho


Andréia Amado Continentino Laura Maria Rigoni Dias
Hélio Tomassini de Oliveira Filho Sérgio Artur Giaquino

S237 Santos, Maria Eugênia de Carvalho Marchesini


Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil - PLGB.
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís / Maria
Eugênia de Carvalho Marchesini Santos [e] Marise Sardenberg
Salgado de Carvalho – Rio de Janeiro : CPRM-Serviço Geológico do
Brasil/DIEDIG/DEPAT, 2004.
1 CD-Rom

1. Paleontologia – Brasil - Nordeste. 2. Bacias Sedimentares. 3.


Estratigrafia. 4. Paleoecologia. 5. Paleogeografta. I. Carvalho, Marise
Sardenberg Salgado de. ll. Título.

CDD 560.4509812
AGRADECIMENTOS
O Projeto Paleontologia da Bacia do Parnaíba foi desenvolvido pela Divisão de Paleontologia no De-
partamento de Geologia (DEGEO), da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais da Companhia de Pes-
quisa de Recursos Minerais (CPRM), sob coordenação das autoras. Parte dos resultados foi apresentada
pela primeira autora como tese de doutorado no Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ), em 1998. A redação final foi examinada e criticada pelo Prof.Emérito Dr. Cândido Si-
mões Ferreira e pelos Drs. Diana Mussa, Norma M. Costa Cruz, Victor Klein, Ismar de Souza Carvalho e
Narendra K. Srivastava.
Agradecemos o apoio recebido na CPRM, no decorrer da execução do Projeto, dos geólogos Carlos
Oiti Berbert e Sabino Orlando C. Loguércio, do engenheiro de minas Idelmar Cunha Barbosa, e da paleon-
tóloga Norma Maria da Costa Cruz, chefe da Divisão de Paleontologia (DIPALE).
Nos trabalhos de campo, agradecemos o apoio da Residência de Fortaleza (REFO), com os geólogos
José Alcyr Pereira Ribeiro e José Felicíssimo Melo, e da Superintendência de Salvador, com o geólogo José
Augusto Pedreira, com quem fizemos a identificação dos principais afloramentos da Bacia do Parnaíba.
No Setor de Paleontologia do Departamento Nacional da Produção Mineral, foram realizados os traba-
lhos de laboratório. Agradecemos ao geólogo Diógenes de Almeida Campos e às paleontólogas Rita de
Cássia Tardin Cassab (MCT/DNPM) e Vera Maria Medina da Fonseca (MN/UFRJ) pelo acesso ao material
da Coleção de Fósseis e aos dados do Projeto Localidades Fossilíferas. Rita de Cássia Tardin Cassab foi
de inestimável ajuda na leitura crítica, correções e finalização de edição.
Pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Esta-
do do Rio de Janeiro (FAPERJ), que financiou trabalho de campo do Projeto Paleontologia e Estratigrafia do
Cretáceo da Bacia do Parnaíba, em 1990, cujos resultados estão incorporados ao presente trabalho.
Agradecemos pela cooperação e troca de informações sobre a Bacia do Parnaíba, aos paleontólogos
Roberto Iannuzzi da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Eva Caldas, da Universidade Federal
do Ceará. Pela cessão de documentação fotográfica aos geólogos Samir Nahass e José Augusto Pedre-
ira, da CPRM, e Ismar Souza de Carvalho, da UFRJ. Agradecemos ainda a Milena Salgado de Carvalho,
que fotografou o material fóssil apresentado neste trabalho e aos companheiros do DEGEO Martin Elias
Dias e Henrique Alves de Lima, que confeccionaram figuras e tabelas. Os desenhos e reconstituições
paleobiológicas foram elaborados pelo desenhista Mario Roberto Santos.
Pela editoração do trabalho aos geólogos Fernando P. de Carvalho e Valter Alvarenga Barradas, pela dia-
gramação a Pedro da Silva e Agmar Alves Lopes, pela arte-final a Andréia A. Continentino e Laura Maria Ri-
goni Dias e revisão ortográfica e técnica a Sergio A. Giaquinto e Hélio T. de Oliveira Filho.
HOMENAGEM
E ste trabalho é uma homenagem à memória de saudosos companheiros
que compartilhavam o mesmo interesse pela Bacia do Parnaíba: os geólogos
Atahualpa Valença Padilha, da CPRM e Rodi Ávila Medeiros da Petrobras,
que muito nos incentivaram e o paleontólogo Murilo Rodolfo Lima da USP,
pelas pesquisas pioneiras em palinologia.
SUMÁRIO
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xii
Abstract . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . xiii
Capítulo 1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Capítulo 2 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Capítulo 3 Geologia Regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10. . . . . .
3.1 Limites Geológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10. . . . . .
3.2 Litoestratigrafia, Espessura e Extensão dos Sedimentos. . . . . . . . . . . 13. . . . . .
3.3 Evolução de Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. . . . . .
3.4 Tectônica e Estratigrafia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. . . . . .
3.5 Paleozóico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15. . . . . .
3.6 Distensão e Magmatismo Associados à Abertura do Atlântico . . . . . . . . . . . . 15
3.7 Subsidência Relacionada ao Rifte Atlântico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Capítulo 4 Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.1 Reconstituição de Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.2 Coleta de Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.3 Métodos Estratigráficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.3.1 Seqüências Deposicionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.3.2 Sistemas Deposicionais e Análise de Fácies . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.4 Paleobiologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.4.1 Eventos na História da Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4.2 Processos Evolutivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4.3 Paleoecologia e Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4.4 Classificação Sistemática e Distribuição Estratigráfica dos Peixes
nas Bacias do Parnaíba, Grajaú, São Luís e Nova Iorque. . . . . . . . . . . . . 28

–v–
4.4.5 Infra-Estrutura da Paleobiologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Capítulo 5 Sítios Naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.1 Parque Nacional de Ubajara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.2 Parque Nacional de Sete Cidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.3 Floresta Petrificada em Teresina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.4 Parque Nacional da Serra da Capivara . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.5 Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e Delta do Rio
Parnaíba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Capítulo 6 Siluriano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
6.3 Geocronologia e Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
6.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
6.6 Deriva/Clima/Bioeventos/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Capítulo 7 Devoniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
7.3 Geocronologia e Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
7.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
7.4.1 Eoeifeliano - Formação Itaim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
7.4.2 Neoeifeliano - Formação Pimenteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
7.4.3 Eogivetiano - Formação Pimenteira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
7.4.4 Eogivetiano - Formação Cabeças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.4.5 Neofrasniano/Eofameniano - Formações
Pimenteira e Cabeças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.4.6 Neofameniano - Formação Longá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.5.1 Microfósseis: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.5.2 Macrofósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7.5.2.1 Eoeifeliano - Formação Itaim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7.5.2.2 Neoeifeliano - Formação Pimenteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7.5.2.3 Eogivetiano - Formação Pimenteira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7.5.2.4 Eogivetiano - Formação Cabeças. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
7.5.2.5 Neofrasniano /Eofameniano -
Formações Pimenteira e Cabeças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7.5.2.6 Neofameniano - Formação Longá. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
7.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
7.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
7.9 Paleoecologia / Comunidades Bentônicas / Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . 61
7.10 Paleobiogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
7.11 Paleoclima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

–vi–
7.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Capítulo 8 Mississipiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
8.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
8.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
8.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
8.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
8.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8.5.1 Microfósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8.5.2 Flora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8.5.3 Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
8.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
8.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
8.9 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Comunidade Bentônica de Plataforma Marinha Litorânea . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Comunidade Florística em Ambiente Terrestre Litorâneo. . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.10 Paleobiogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.11 Paleoclima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
8.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
Capítulo 9 Pensilvaniano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
9.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
9.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
9.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
9.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
9.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
9.5.1 Microfósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
9.5.2 Faunas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
9.5.3 Flora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
9.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
9.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
9.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
9.9 Paleoecologia/Comunidades Bentônicas/ Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . 83
9,10 Paleobiogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
9.11 Paleoclima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
9.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Capítulo 10 Permiano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
10.1 Formação Pedra de Fogo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
10.1.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
10.1.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
10.1.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
10.1.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
10.1.5 Fósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

–vii–
10.1.5.1 Estromatólitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
10.1.5.2 Flora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
10.1.5.3 Fauna. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
10.2 Formação Motuca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
10.3 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
10.4 Eventos Biológicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
10.5 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
10.6 Paleoecologia/Comunidades Bentônicas/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . 95
10.7 Paleobiogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
10.8 Paleoclima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
10.9 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Capítulo 11 Triássico e Jurássico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
11.1 Formação Sambaíba. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
11.2 Formação Mosquito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Capítulo 12 Cretáceo (Barremiano). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98
12.1 Formação Pastos Bons . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
12.1.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
12.1.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
12.1.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
12.1.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
12.1.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
12.1.5.1 Microfósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
12.1.5.2 Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
12.2 Formação Corda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
12.2.1 Histórico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
12.2.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
12.2.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
12.2.4 Sedimentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
12.2.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
12.3 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
12.4 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
12.5 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
12.6 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
12.7 Paleobiogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
12.8 Paleoclima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
12.9 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
Capítulo 13 Cretáceo (Aptiano/Albiano). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
13.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
13.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

–viii–
13.5.1 Microfósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.5.2 Flora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
13.5.3 Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
13.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
13.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
13.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
13.9 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
13.10 Paleobiogeografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
13.11 Paleoclima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
13.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
Capítulo 14 Cretáceo (Albiano) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
14.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
14.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.5.1 Microfósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.5.2 Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
14.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
14.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
14.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
14.9 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
14.10 Paleobiogeografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
14.11 Paleoclima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
14.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124
Capítulo 15 Cretáceo (Cenomaniano). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
15.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
15.2 Área de Ocorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
15.3 Geocronologia - Idade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
15.4 Sedimentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
15.5 Fósseis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
15.5.1 Microfósseis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
15.5.2 Fauna . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128
15.5.3 Flora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
15.6 Paleogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
15.7 Eventos Biológicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
15.8 Tafonomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
15.9 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
15.10 Paleobiogeografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
15.11 Paleoclima. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
15.12 Deriva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
Capítulo 16 Cenozóico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137

–ix–
16.1 Plioceno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
16.2 Mamíferos do Pleistoceno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137
16.3 Ocupação Humana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138
Capítulo 17 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Capítulo 18 Localidades Fossilíferas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149
18.1 Listagem das Localidades Fossilíferas (Siluriano-Devoniano-
Carbonífero-Permiano-Cretáceo) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194

–x–
RESUMO

A Bacia sedimentar do Parnaíba, situada em


área epicontinental, tem registros de antigas faunas
nífero Inferior, foram acentuados no Permiano com
paleolatitudes tropicais. Os fatores climáticos pro-
e floras, indicativas da alternância de influências piciaram estímulos a biodiversidade.
continentais e marinhas, durante a história fanero- No Cretáceo, as correlações das faunas são com
zóica. Estas faunas e floras possibilitam as análises a Margem Leste Brasileira e costa ocidental da Áfri-
estratigráficas referenciadas às variações globais ca. Os eventos biológicos são relacionados com o
do nível do mar. desenvolvimento do oceano Atlântico Sul e evo-
A História Geológica compreende as interações lução da Margem Continental. No Aptiano/Albiano,
entre os fenômenos geológicos e biológicos, pela as bacias do Parnaíba, Araripe e Sergipe/Alagoas
reconstituição de antigos ecossistemas. Estes são apresentam como evento biológico em escala regio-
correlacionados com as sucessivas posições do nal, uma ictiofauna, onde estão registrados novos
continente em movimento, variações climáticas e gêneros, documentando alto índice de processos
as histórias biogeográficas dos hemisférios norte e macroevolutivos e coevolução. No Albiano a sedi-
sul. mentação da Bacia do Parnaíba é encerrada.
As faunas marinhas do Siluriano, Devoniano e Em superfície, a sedimentação final do Cretáceo
Carbonífero são aparentadas com faunas de pro- pertence às bacias de Grajaú e São Luís. Os fósseis,
víncias biogeográficas da margem oeste da Améri- de idade cenomaniana são representantes de inver-
ca do Sul, e registram as conexões com o protocea- tebrados marinhos, peixes, répteis, plantas e pega-
no Pacífico. As floras do Carbonífero Inferior e floras das de dinossauros.
e faunas terrestres do Permiano são portadoras de Algumas ocorrências do Cenozóico foram anali-
gêneros endêmicos, o que caracteriza incidência sadas. São as faunas e floras de Terciário, mamífe-
de processos macroevolutivos. Estes processos ros do Pleistoceno e o homem primitivo e suas pin-
iniciados em paleolatitudes temperadas, no Carbo- turas rupestres.

–xii–
ABSTRACT

T he Parnaíba sedimentary basin, situated in


an epicontinental area, has records of Phanerozoic
In the Cretaceous, the fauna presents correlations
with the East Brazilian Margin and West African. The
fauna and flora. The history reconstitution of this ba- biological events are connected with the opening of
sin is based on Paleo- biology, by studying the inter- the South Atlantic and the evolution of the Continental
actions among geological and biological events. Margin. In the Aptian/Albian, a regional bioevent is re-
The ecosystems are correlated with the geological corded in Parnaíba, Araripe and Sergipe/Alagoas
processes, the continental drift, paleoclimates, and basins. The ictiofauna presents a high level of
bio geographical correlations between Northern macroevolutive processes and coevolution. In the
and Southern hemispheres. Albian, the Parnaiba basin sedimentation is over.
The marine faunas of Silurian, Devonian and Cenomanian fossil occurrences are situated in
Carboniferous are related to biogeographic prov- outcrops belong to the São Luís-Grajaú Basin, a rift
inces of the West Margin of South America. The basin developed in the Brazilian Equatorial Margin.
Carboniferous and Permian floras are correlated The Cretaceous fossils are marine invertebrates,
with the Northern Hemisphere. During the Paleo- fishes, reptiles, plants, and dinosaurian footprints.
zoic, the Permian is characterized by a high inci- Some Cenozoic occurrences were studied: the
dence of endemic genus involving a macro- Tertiary floras and fauna, the Pleistocene mammals,
evolutive process. the rupestral pictures and the primitive man.

–xiii–
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1
INTRODUÇÃO
A s clássicas bacias sedimentares paleozói-
cas – Paraná, Amazonas e Parnaíba que constitu-
para uma área de cerca de 140 mil quilômetros
quadrados.
em importantes sítios naturais por seus conteúdos Nas bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú, as in-
geológicos e paleontológicos, ocupam cerca de fluências continentais e marinhas se alternaram ao
um quarto do território do Brasil e são repositórios longo da história fanerozóica. É uma característica
das manifestações pretéritas da vida durante o Fa- que possibilita que as análises estratigráficas se-
nerozóico. jam referenciadas às variações globais do nível do
A Bacia do Parnaíba, também denominada de mar. Os registros fósseis de diferentes idades geo-
Bacia do Maranhão e Bacia do Meio Norte, foi esta- lógicas são as evidências da presença de antigas
belecida para uma área de cerca de 600 mil quilô- faunas e floras, que subsidiam as inferências so-
metros quadrados, que recobre os estados do Ma- bre as sucessivas posições do continente em mo-
ranhão, Piauí e parte dos estados de Tocantins, vimento. Fornecem ainda, as indicações para as
Pará e Ceará, entre as coordenadas 02°00’- conseqüentes variações climáticas e correlações
12°00’S e 40°30’-52°00’W (Figura 1.1). Esta concei- entre a evolução geológica dos hemisférios norte
tuação foi recentemente modificada pelos traba- e sul e desta região da crosta terrestre. A História
lhos de Góes (1995) e Góes & Coimbra (1996). A Geológica é apresentada através da reconstituição
Bacia do Parnaíba foi dividida em quatro bacias de antigos ecossistemas.
menores, com gêneses distintas: Parnaíba (Siluria- A organização e o tratamento de dados foram
no-Triássico), Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo), baseados em Paleobiologia, parte da Paleontolo-
Grajaú (Cretáceo) e Espigão Mestre (Cretáceo). gia que estuda a Biosfera em evolução. O estudo foi
As pesquisas na área atribuída à Bacia do Gra- efetuado por eventos biológicos, definidos como
jaú foram numerosas nas últimas décadas, por tra- mudanças nas faunas e floras, motivadas por pro-
balhos da CPRM, em projetos de pesquisa de car- cessos evolutivos de inovação, radiação, rápida
vão e mapeamento geológico. Resultados divul- distribuição geográfica e extinção.
gados em Rossetti et al. (2001) indicam que houve As informações reunidas compreendem as inte-
semelhança na evolução tectono-sedimentar das rações entre os fenômenos geológicos e biológi-
bacias de São Luís e Grajaú, e os autores adota- cos abrangidos nas disciplinas de Estratigrafia e
ram a denominação de Bacia de São Luís-Grajaú Paleontologia. O arcabouço estratigráfico, que foi

– 1–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

organizado inicialmente para a Bacia do Parnaíba, reuniões foram relatadas por Dimas Dias-Brito, em
sofreu alterações no decorrer das pesquisas, com conferência na Sociedade Brasileira de Paleontolo-
incorporação dos novos conhecimentos divulga- gia (março de 1998).
dos. Entre as temáticas consideradas de conheci-
Para os antigos ecossistemas, na análise por Pa- mento ainda insuficiente, em nível internacional e
leoecologia Evolutiva foi considerado o conceito de identificadas, também, nas bacias do Parnaíba e
região geográfica (como nos estudos de Ecologia), São Luís-Grajaú, podem ser citadas: infra-estrutu-
e é fundamental a seleção de intervalo de tempo. A ra, datações cronoestratigráficas, classificações
evolução das comunidades é correlacionada aos sistemáticas, ecossistemas e processos evoluti-
processos geológicos que modificaram os ecossis- vos.
temas. Como recursos tecnológicos de infra-estrutura
Na Bacia paleozóica do Parnaíba, as comunida- necessários ao desenvolvimento científico, foi enfa-
des fósseis que habitaram o antigo bloco do Gon- tizada a maciça informatização dos dados paleon-
duana, mostram afinidades com províncias paleo- tológicos. No Brasil, entretanto, além deles, a pre-
biogeográficas com conexões da margem pacífica servação dos sítios geológicos e paleontológicos,
de antigos continentes, assim como com a África, deve ser colocado como um requisito fundamental
que estava então unida à América do Sul. da infra-estrutura da Paleontologia. A preservação
Na Bacia cretácea de São Luís-Grajaú originada dos sítios fossilíferos é básica para que haja garan-
pela abertura do oceano Atlântico, as faunas de in- tia da realização de pesquisas futuras.
vertebrados marinhos são as precursoras da atual Os trabalhos sobre datações cronoestratigráfi-
província tropical do Caribe. No Eocretáceo, os pei- cas, classificações sistemáticas, ecossistemas e
xes deixaram registros de um limitado intervalo de processos evolutivos são ainda insuficientes, consi-
tempo com intensiva macroevolução, presença de derando a grande área coberta pelas bacias. Maior
ecossistemas e processos tafonômicos favoráveis, número de análises palinológicas é requerido para
abrangendo uma região geográfica ampla, que ul- solução de problemas antigos, que permanecem
trapassava os limites geológicos das bacias. No pendentes como as idades dos sedimentos e dos
Neocretáceo, os vertebrados mostram ampla cor- fósseis das unidades estratigráficas Corda e Pas-
relação com as faunas conhecidas do norte da Áfri- tos Bons.
ca. Nas bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú estão
Após o encerramento no Cretáceo, dos ciclos impressos os registros de eventos biológicos úni-
sedimentares da Bacia de São Luís-Grajaú, ecos- cos e singulares. Entretanto, um maior volume de
sistemas terrestres foram preservados na área geo- pesquisas, principalmente de classificação siste-
gráfica da Bacia do Parnaíba. Ocorreram deposi- mática é imprescindível para esclarecer a organi-
ções em pequenas bacias terciárias, com floras zação da vida.
que são indicadoras paleoclimáticas e os terrenos Os nomes atribuídos às unidades estratigráficas
foram percorridos pelos grandes mamíferos do que correspondem às formações são peculiares,
Pleistoceno. No Holoceno, as rochas da bacia for- correspondendo não só à definição litoestratigráfi-
neceram abrigo para o homem primitivo que, nos ca, como também aos aspectos dados pelos fósseis
seus paredões, deixou impressa uma bela arte ru- e ambientes. Corresponde a um conjunto de infor-
pestre. mações maior do que o definido pelo Código de No-
A Paleobiologia, como ciência, foi reativada a cer- menclatura Estratigráfica (introduzido após os anos
ca de três décadas e propiciou a ampliação das pes- 60), pois guarda a conceituação da antiga escola
quisas de Paleontologia para incluir todos os aspec- européia, de grande influência na época dos primei-
tos da vida no planeta. Representa um movimento ros mapeamentos feitos na área, pela Petrobras.
bem definido, com os conhecimentos divulgados em Os ecossistemas apresentados no presente tra-
reuniões periódicas de sociedades paleontológicas. balho estão no início de debates teóricos possíveis
O intercâmbio de conhecimentos é muito dinâmi- com o atual nível das pesquisas existentes. As ba-
co. Estas sociedades promoveram uma reunião in- cias do Parnaíba e São Luís-Grajaú apresentam im-
ternacional de paleontólogos, em 1997, em Frank- portantes características em termos de Paleobiolo-
furt, Alemanha, com o objetivo de discutir e selecio- gia Evolutiva. Ao longo do tempo geológico, foram
nar os tópicos da Paleontologia que, no presente os áreas de localização de constante incidência de
século, irão requerer maiores esforços no aprimo- processos macroevolutivos, principalmente nos
ramento de conhecimentos. As conclusões destas elementos terrestres.

– 2–
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

OCE
ANO
AT L Â
NTIC
O
2°00’
2°00’
BACIA DE SÃO LUÍS

0 50 100 150 200km

TIANGUÁ
4º00’
4º00’

BACIA DO GRAJAÚ
TERESINA

GRAJAÚ
SÃO DOMINGOS 6º00’
6º00’ DO MARANHÃO PIMENTEIRAS
TOCANTINÓPOLIS

PORTO VALENÇA
FRANCO SÃO RAIMUNDO DO PIAUÍ
DAS MANGABEIRAS
CAROLINA PICOS

BACIA DO PARNAÍBA 8º00’


8º00’

80°00’ 60º00’ 56º00’ 44º00’

0º00’
PEDRO 0º00’
AFONSO BOM JESUS
ALTO BRASIL
PARNAÍBA

MIRACEMA
OCE

10º00’
DO NORTE 24º00’
ANO

O
24º00’ C
TI
L ÂN
Bacia do Parnaíba, AT
PA C Í

Grajaú e São Luís O


N
EA
FICO

C
0 1000km O
48º00’

0 0’
48º
80°00’ 60º00’ 56º00’ 44º00’
48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

Figura. 1.1 – Mapa de Localização das bacias sedimentares do Parnaíba, Grajaú e São Luís.

– 3–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

2
HISTÓRICO
O s primeiros conhecimentos geológicos obti-
dos na área da Bacia do Parnaíba são devidos ao
Reconhecimentos geológicos foram realiza-
dos nos rios Araguaia e Tocantins (Moraes Rego,
conde Francis de Castelnau que, em 1846, realizou 1931 e 1933; Loefgren, 1936) e verificadas as
uma viagem pelo rio Araguaia, colhendo algumas in- possibilidades de ocorrências de carvão nos va-
formações litológicas. Posteriormente, a designação les dos rios Parnaíba e Tocantins. Com a revela-
da Bacia do Parnaíba foi proposta por Derby (1884). ção das floras do Carbonífero, começaram os tra-
O interesse pela Bacia ocorreu a partir do início balhos pela procura de carvão no Piauí (Paiva &
do século, com a procura de bens de natureza eco- Miranda, 1937).
nômica como combustíveis – carvão e petróleo, e Barbosa & Gomes (1957) realizaram estudos so-
águas subterrâneas. bre o carvão mineral na Bacia Tocantins-Araguaia,
Em 1909, Arrojado Lisboa e o topógrafo Hans nas proximidades de Carolina, sugerindo modifica-
Baumann, do Serviço Geológico e Mineralógico do ções na coluna estratigráfica.
Brasil realizaram um reconhecimento geológico no Pioneiro nas pesquisas paleontológicas, com
Norte e Nordeste, para verificar ocorrências de ma- inúmeros trabalhos de campo na bacia, L. I. Price
deiras silicificadas referidas ao gênero Psaronius. (Figura 2.1) dedicou-se ao estudo dos vertebrados.
As formações foram nomeadas nos registros de Registrou fósseis de dinossauros nas rochas cretá-
Lisboa (1914) e publicado um esboço geológico do ceas da ilha do Livramento, litoral do Maranhão e
Piauí e Maranhão. Small (1913 e 1914) realizou es- descreveu o primeiro anfíbio fóssil do Brasil, de ida-
tudos geológicos para águas subterrâneas no Cea- de permiana (Price, 1947 e 1948). Colaborou com o
rá e Piauí, Conselho Nacional do Petróleo (CNP) em reconhe-
Nas localidades fossilíferas do Maranhão, des- cimentos e mapeamentos geológicos, quando fo-
critas por Gonzaga de Campos, foram estabeleci- ram delineadas as relações entre novas unidades
das as distinções entre os sedimentos com Psaro- da Bacia (Campbell, 1949 e 1950; Campbell et al.,
nius e os do Cretáceo. Pela primeira vez, são men- 1948 e 1949a, b; Plummer et al., 1948).
cionadas, as ocorrências de folhelhos fossilíferos, Com a descoberta de fósseis devonianos, Price
próximo a Floriano, Piauí, e considerados mesozói- e Kenneth Caster, da Universidade de Cincinnati, fi-
cos (Campos 1925). zeram campanhas de campo na região de Picos,

– 4–
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

O conhecimento da Bacia progrediu com a atua-


ção da Petróleo Brasileiro S/A – PETROBRAS, que
realizou mapeamentos sistemáticos, organizando
as unidades litoestratigráficas representadas pelas
formações. Estas denominações, com algumas
modificações são utilizadas até nos trabalhos mais
recentes.
Os mapeamentos foram executados pelas equi-
pes de jovens geólogos provenientes dos novos
cursos de Geologia, criados nas universidades
brasileiras. Pertenciam às memoráveis TGs – Tur-
ma de Geologia (Figura 2.4).
Destes trabalhos, a maioria relatórios internos,
são citados: Aguiar (1961, 1964, 1969, 1971);
Anderson & Mendonça (1960); Andrade (1968);
Blankennagel (1952, 1954); Carneiro (1974); Car-
neiro & Perillo (1968); Cunha (1964, 1966); Cunha &
Carneiro (1972); Della Piazza & Andrade (1969);
Della Piazza & Santos (1967); Kremer & Campos
(1955); Melo (1965, 1968); Melo & Porto (1965);
Melo & Prade (1968); Molnar & Urdineia (1966);
Figura 2.1 – LLEWELLYN IVOR PRICE (1905-1980). Northfleet (1965); Northfleet & Neves (1967);
Paleontólogo do Departamento Nacional da Produção
Northfleet & Melo (1967), Ojeda y Ojeda & Bembom
Mineral desde 1944. Foi o grande iniciador das
pesquisas em anfíbios e répteis fósseis no Brasil. Sua (1966); Ojeda y Ojeda & Perillo (1967); Perillo & Na-
valiosa contribuição científica abrange trabalhos hass (1968).
realizados em todas as bacias brasileiras.

no Piauí, coletando fósseis e descrevendo a geolo-


gia local (Caster, 1948).
Em uma fase mais avançada de pesquisa do
CNP, foram efetuadas duas sondagens na região
de Balsas-Carolina. A análise dos testemunhos de
Carolina foi realizada por Kegel (1953) que deu
continuidade aos estudos do Devoniano e de ou-
tras idades do Paleozóico (Kegel, 1951, 1952,
1954, 1955, 1956, 1957, 1961, 1965, 1966 e Kegel
& Costa, 1951).
O trabalho de Wilhem Kegel (Figura 2.2) sobre a
geologia do Devoniano, é uma importante referência
até a data atual. Foi realizado no sudeste do Piauí,
compreendendo os arredores das cidades de Pi-
cos, Oeiras e Valença do Piauí, em área de impor-
tância histórica. Oeiras foi a primeira área coloniza-
da, com fazendas de gado estabelecidas no início
do século 18. A população cresceu em torno da ca-
pela, mais tarde matriz de Nossa Senhora da Vitó-
ria, datada de 1733 (Figura 2.3) e o povoado, quan- Figura 2.2 – WILHELM KEGEL (1890-1971). Nascido na
Alemanha, emigrou para o Brasil, depois da 2ª Guerra
do elevado à cidade, foi a primeira capital do Piauí. Mundial, em 1949. Geólogo de experiência reconhecida
A denominação Oeiras está ligada ao vocabulário em sua terra natal, realizou no Brasil, importantes
geológico, pois Kegel atribuiu este nome a um pesquisas sobre a geologia e a tectônica do Nordeste,
membro da Formação Cabeças, contendo os belos atuando no Departamento Nacional da Produção
arenitos ruiniformes que ocorrem na área. Mineral e na Escola de Geologia do Rio de Janeiro.

– 5–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 2.3 – Igreja de Nossa Senhora da Vitória, catedral de Oeiras. A edificação


iniciada em 1733 é típica da arquitetura austera dos jesuítas. Foi executada
parceladamente, pois recebeu apenas uma das torres do par previsto. As pilastras,
frisos, portadas e as junções em ângulo são esculpidas em arenitos vermelhos do
Devoniano local.

Figura 2.4 – TG - Turma de Geologia da PETROBRAS. Seus componentes participaram


da execução do primeiro mapeamento geológico sistemático na Bacia, na década de
60. A vida em semanas e meses de acampamentos – campanas rústicas e com
repastos frugais, era por vezes difícil.

– 6–
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Com os furos estratigráficos da PETROBRAS, Müller Grajaú (Cretáceo) e Espigão Mestre (Cretáceo),
(1962) elaborou a primeira divisão bioestratigráfica nos trabalhos de Góes (1995) e Góes & Coimbra
da Bacia. As unidades litoestratigráficas então esta- (1996).
belecidas foram reunidas nas integrações de Mesner Pelo estudo da evolução tectono-sedimentar
& Wooldridge (1964), Aguiar (1971), e no mapa, es- das bacias de São Luís e Grajaú, que mostram
cala 1: 1.000.000, de Aguiar & Nahass (1969). continuidade de sedimentação Góes & Rossetti
O mapeamento da Bacia do Parnaíba foi objeto (2001) adotaram a denominação de Bacia de São
de relatórios de graduação da Escola de Geologia Luís-Grajaú para uma área de cerca de 140 mil
da Universidade Federal de Pernambuco, em con- quilômetros quadrados, correspondente aos sedi-
vênio com o Departamento Nacional da Produção mentos cretáceos. As pesquisas estão em parte
Mineral, no final da década de 60. Com isso, surgi- divulgadas por Rossetti et al. (2001), correspon-
ram trabalhos dos professores Mabesoone (1965, dendo à tectônica, análise de fácies, estratigrafia
1970, 1975, 1977) e Beürlen (1965, 1971a, b). de seqüências e paleontologia.
No final da década de 60, foi implantado, pelo De- Os peixes fósseis, de longa data utilizados
partamento Nacional da Produção Mineral, o Projeto como elementos de correlação, foram estudados
RADAM, destinado a realizar a interpretação de da- pelo ictiólogo Rubens da Silva Santos (Figura 2.5).
dos geológicos, geomorfológicos, fitogeográficos e Suas publicações iniciadas com o Lepidotes (San-
pedológicos, utilizando imagens de radar (Brasil, tos, 1945), abrangem o Paleozóico, o Mesozóico e
1973 a, b, c). Pela primeira vez foi obtido um mapa o Cenozóico (Santos, 1974b, 1985, 1994a).
de uso potencial da terra. A região das rochas cretáceas, situada no centro
No início da década de 70, o contínuo trabalho do estado do Maranhão está ligada à sua história
da PETROBRAS, evoluiu com a tectônica de pla- econômica. Os solos derivados das formações ge-
cas, surgindo estudos de integrações regionais ológicas ocorrentes foram propícios a culturas rela-
(Rezende & Pamplona, 1970; Rezende, 1971 e Miu- cionadas ao mercantilismo agrícola, criando o surto
ra & Barbosa, 1972). de desenvolvimento no século 18.
A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
(CPRM), na sua criação do ano de 1969, recebeu
as atribuições da extinta Comissão do Plano de
Carvão Nacional. Esta Comissão, durante a déca-
da de 60, teve a incumbência de pesquisar carvão
nas bacias paleozóicas, porém com investimentos
muito limitados.
A CPRM em convênio com o DNPM realizou pes-
quisas para carvão (Cruz et al., 1973a, 1973b; Leite
et al., 1975) fosfato (Oliveira & Barros, 1976); além
de mapeamento geológico (Costa et al., 1973); in-
tegração geológica-metalogenética (Lima & Leite,
1978) e levantamento hidrogeológico (Silva & Soa-
res Filho, 1979; Silva, 1979; Araujo & Miranda, 1979;
Araujo, 1979; Soares Filho, 1979; Miranda, 1979).
Comentários sobre a evolução das seqüências me-
sozóicas e o relacionamento com os processos ge-
omorfológicos que atuaram na Bacia foram realiza-
dos por Caldasso (1978).
Os trabalhos referenciados por análise de bacia,
estudo de fácies, sistemas e seqüências deposicio-
nais foram divulgados em cursos periódicos elabo-
rados por técnicos da PETROBRAS. Della Fávera
(1990) enfatizou a sedimentação episódica nas se- Figura 2.5 – RUBENS DA SILVA SANTOS (1918-1996).
qüências paleozóicas. Paleontólogo do Departamento Nacional da Produção
A Bacia do Parnaíba foi dividida em quatro bacias Mineral e professor da Universidade Estadual do Rio
menores, com gêneses distintas: Parnaíba (Siluria- de Janeiro. Desenvolveu a paleoictiologia do Brasil,
no-Triássico), Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo), com trabalhos em diversas bacias brasileiras. Publicou
dezenas de trabalhos a partir de 1945.

– 7–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

O Maranhão foi importante produtor e exportador palmente em sedimentos litorâneos permitiram o


de algodão, alimentando com matéria prima a revo- registro de importantes sítios paleontológicos com
lução industrial no hemisfério norte. De ciclos mais pegadas de dinossauros (Carvalho 1994b, 1994c,
recentes da industrialização no estado, são os pré- 1994d, 1995; Carvalho & Gonçalves, 1994). Na ci-
dios remanescentes das fábricas de tecidos dade de Alcântara, onde ocorre um dos mais im-
(Figura 2.6). portantes sítios, parte desta coleção foi incorpora-
Pesquisas de ocorrências fósseis no Cretáceo, da ao Museu Histórico, como incentivo cultural de
iniciadas pelo Professor Emérito Candido Simões preservação (Figura 2.9).
Ferreira, do Museu Nacional, da Universidade Fe- A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
deral do Rio de Janeiro (Figura 2.7) versaram sobre executou nas áreas das bacias do Parnaíba e São
a geologia e paleontologia do litoral e centro do es- Luís, pelo Programa Levantamentos Geológicos
tado do Maranhão. Os resultados foram divulgados Básicos do Brasil, o Projeto Especial Mapas de Re-
por Klein & Ferreira (1979), Cunha & Ferreira cursos Minerais de Solos e de Vegetação para a
(1980), Ferreira & Cassab (1987), Carvalho & Cam- área do Programa Grande Carajás. Os resultados
pos (1988). Desse esforço, foi originado o Projeto estão divulgados, em vários trabalhos, na escala
Paleontologia e Estratigrafia da Bacia do Parnaíba, 1:250.000 (Colares & Araujo, 1990; Colares et al.,
da UFRJ, que ampliou significativamente o conhe- 1990; Souza et al., 1990; Figueiredo et al., 1994; Lo-
cimento dos fósseis da bacia, com novas desco- vato et al., 1994; Rodrigues et al., 1994a, 1994b;
bertas, como os ossos de dinossauros na Forma- Almeida et al., 1995; Lovato et al., 1995).
ção Itapecuru (Figura 2.8) (Ferreira et al., 1991, Com a descoberta de um rico jazigo fossilífero na
1992, 1995a, 1995b e Ferreira, 1992). ilha do Cajual, está sendo revelada uma importante
Na continuidade destes trabalhos, foi estabeleci- fauna de dinossauros que mostra estreita afinidade
do um convênio entre a UFRJ e a Universidade Fe- com gêneros do norte da África (Medeiros &
deral do Maranhão. As novas descobertas, princi- Schultz, 2001; Vilas Bôas & Carvalho, 2001).

Figura 2.6 – Na cidade de Codó, o prédio desativado de antiga fábrica de tecidos, com arquitetura industrial
característica de influência inglesa.

– 8–
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 2.7 – CÂNDIDO SIMÕES FERREIRA. Nasceu


no estado de Minas Gerais, em 1921. Desde 1948,
exerce funções em Geologia e Paleontologia no Museu
Nacional. Este professor emérito da Universidade
Federal do Rio de Janeiro é apaixonado incentivador
das atividades científicas dos estados do Pará e
Maranhão. Na foto no rio Itapecuru, participando da
descoberta de ossos de dinossauros, em 1990.

Figura 2.9 – Praça central de Alcântara, onde está lo-


calizado o Museu Histórico com as pegadas de di-
nossauros em seu acervo. O pelourinho da foto é con-
siderado o mais antigo do Brasil e testemunha a con-
tribuição dos negros, cuja herança cultural permane-
ce até a data de hoje. Alcântara é Cidade Histórica e
Monumento Nacional.

Figura 2.8 – Descoberta de ossos de dinossauros na


Formação Itapecuru, a beira do rio e na cidade de
mesmo nome, pelo Projeto Estratigrafia e Paleontologia
da Bacia do Parnaíba, da UFRJ, em 1990.

– 9–
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

3
GEOLOGIA REGIONAL
3.1 Limites Geológicos A formação da Bacia do Parnaíba foi classificada
por Figueiredo & Raja Gabaglia (1986) como poli-
A área de trabalho compreende a Bacia intracra- genética, iniciando-se como fratura interior conti-
tônica do Parnaíba e a pequena Bacia marginal de nental, durante o Cambro-Ordoviciano, passando a
São Luís. A Bacia do Parnaíba foi recentemente in- sinéclise interior continental, a partir do Siluriano.
terpretada por Góes (1995) e Góes & Coimbra Em 1978, Fortes aplicou a denominação de anfícli-
(1996) e redefinida como Província Sedimentar do se proposta por Muratov (1972), para bacias con-
Meio Norte. Foi dividida em quatro bacias menores, tendo extenso vulcanismo, na área total da Bacia
com gêneses distintas: Parnaíba (Siluriano-Triássi- do Parnaíba.
co), Alpercatas (Jurássico-Eocretáceo), Grajaú Góes (1995) redefiniu a área aflorante da Bacia
(Cretáceo) e Espigão Mestre (Cretáceo). Góes & do Parnaíba e denominou as rochas provenientes
Rosseti (2001) demonstraram que as bacias do Gra- de vulcanismo como anfíclise de Alpercatas. Estas
jaú e São Luís pertencem ao mesmo arcabouço es- rochas básicas e as pertencentes às formações
trutural, tendo história evolutiva e sedimentação re- Corda e Pastos Bons, demarcadas pelo elemento
lacionadas, denominando de Bacia de São Luís- estrutural de Xambioá, de orientação leste-oeste,
Grajaú. passaram a compor a Bacia de Alpercatas (Góes &
Os limites com o embasamento são efetuados ao Coimbra, 1996). Os trabalhos nesta área não são
norte pelo Cráton de São Luís; a oeste pelo Cráton suficientes para adoção desta nomenclatura.
do Amazonas, a Faixa de Dobramentos Para- As unidades litoestratigráficas aflorantes que fo-
guai-Araguaia e o Maciço de Goiás; ao sul pela Fai- ram mapeadas pela CPRM (Lima & Leite, 1978) e
xa de dobramentos Brasília, e a leste pelos Cráton adotadas no mapa geológico do Brasil, escala
do São Francisco e a Faixa de Dobramentos Nor- 1:2.500.000 (Schobbenhaus et al., 1981) foram as
deste. A compartimentação estrutural é feita pelo utilizadas no presente trabalho (Figura 3. 2). A Bacia
Arco do Tocantins localizado a noroeste, separan- do Espigão Mestre (Góes, 1995 e Góes & Coimbra,
do-a das bacias de Marajó e Médio Amazonas; 1996), de idade cretácea, e situada ao sul da Bacia
pelo Arco de São Francisco situado a sul e sudeste, do Parnaíba foi mapeada como parte do extre-
separando-a da Bacia Sanfranciscana (Figura mo-norte na Bacia Sanfranciscana por Lima & Leite
3.1). (1978), e não está incluída no presente trabalho.

– 10 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

44º00’
O C 0 100 200 300 400 500km
E A
N O
1 H AT
0º L Â
A N T
I C

O
2
3
A

D
F
8º00’ J
8º00’

G 4
E

44º00’

CRATONS FAIXAS DE DOBRAMENTOS


A - SÃO LUÍS D - PARAGUAI-ARAGUAIA
B - AMAZONAS E - BRASÍLIA
C - SÃO FRANCISCO F - NORDESTE

G - MACIÇO DE GOIÁS BACIAS


1 - MARAJÓ E MÉDIO AMAZONAS
3 - BARREIRINHAS
ARCOS
4 - SANFRANCISCANA
H - TOCANTINS
I - FERRER-URBANO SANTOS 2 - SÃO LUÍS
J - SÃO FRANCISCO 5 - PARNAÍBA E GRAJAÚ

Figura 3.1 – Limites Geológicos das bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís.

– 11 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

OC
EA
NO
AT
PE TT LÂ
NT
IC
2°00’ O
TT PE 2°00’
Q

Kit TT
TT
Q Kcg

4º00’ TT

Dp 4º00’
DI

Dcb

TT

Kit
Cpi Cp
Kcg
Kcg Kcg Kcp
6º00’ Kcp

Js Kcg Ppf 6º00’


Ppf Js SDsg
Jbm Jbs

Cp
Kcp
Dp Dcb
Js DI

Ppf TT Dp
TT
Ppf
Cp TT
Ppf Cpi
8º00’

DI Cpi Cp
Dcb 8º00’
Q
Dcb
Cp TT
Cpi DI TT
Dcb

Dp Ppf Dp
Ppf TT
Cpi
TT
Dcb
10º00’ Cp
Dp 0 50 100 150 200km
10°00’
SDsg

BSF
Q QUATERNÁRIO Cpi FORMAÇÃO PIAUÍ
TT TERCIÁRIO Cp FORMAÇÃO POTI
Kit FORMAÇÃO ITAPECURU DI FORMAÇÃO LONGÁ
12º00’ Kcg FORMAÇÕES CODÓ, GRAJAÚ Dcb FORMAÇÃO CABEÇAS
Kcp FORMAÇÕES CORDA, PASTOS BONS Dp FORMAÇÃO PIMENTEIRA
Jbs BASALTO SARDINHA Sdsg FORMAÇÃO SERRA GRANDE
Jbm BASALTO MOSQUITO PE EMBASAMENTO CRISTALINO
Js FORMAÇÃO SAMBAÍBA BSF BACIA SANFRANCISCANA
Ppf FORMAÇÃO PEDRA DE FOGO

Figura 3.2 – Mapa Geológico das bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís.
(baseado em Lima & Leite, 1978 e Schobbenhaus et al., 1981).

– 12 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

A forma elíptica arredondada da grande área se- vadas, pois, durante esta fase, cada unidade é co-
dimentar da Bacia do Parnaíba, com o diâmetro berta por superposições de sedimentos.
maior orientado no sentido nordeste-sudoeste, ins- As fases regressivas, entretanto, que se situa-
crita em uma geometria hexagonal, é derivada es- vam no final de cada ciclo, não foram preservadas,
truturalmente de tectônica linear evidenciada pelos pois à medida que se formavam tinham os topos
falhamentos, flexuras e lineamentos que deram ori- dos sedimentos expostos e erodidos.
gem ao mosaico de blocos escalonados. São os A correlação destes ciclos e de outros identifica-
elementos estruturais que condicionaram a distri- dos nos demais continentes, mostrou que estes
buição dos eixos deposicionais e dos estratos. (Ca- eram mecanismos globais, controlados pelas vari-
rozzi et al., 1975; Fortes, 1978; Góes et al., 1990). ações do nível do mar (Miall, 1984).
O estudo de relações de rochas sedimentares,
3.2 Litoestratigrafia, Espessura e Extensão por seqüências deposicionais delimitadas por dis-
dos Sedimentos cordâncias ou concordâncias relativas foi aplicado
na Bacia do Parnaíba. O Paleozóico é dividido em
Na primeira síntese da Bacia (Mesner & Wool- três seqüências deposicionais por Mesner & Wool-
dridge, 1964), a sedimentação foi apresentada em dridge (1964), Cunha (1986), Della Fávera (1990),
três megaciclos, demarcados por discordâncias Góes & Feijó (1994) e Góes (1995). A primeira se-
regionais. qüência, de influência marinha, corresponde ao
Os ciclos são de idades neo-ordoviciana a eo- Grupo Serra Grande (fase talassocrática de Almei-
carbonífera; neocarbonífera a jurássica; e cretáci- da, 1969 e beta de Soares et al., 1974 e 1978). A se-
ca, com coberturas de Terciário e Quaternário. gunda seqüência corresponde às formações Itaim,
Em subsuperfície a coluna de sedimentos tem Pimenteira, Cabeças, Longá e Poti (fase talasso-
cerca de 3.400 m (Góes et al., 1990). A pequena es- crática e gama). A terceira seqüência, que encerra
pessura e ampla distribuição dos sedimentos são o Paleozóico, compreende as idades do Carbonífe-
atribuídas a uma lenta subsidência (Cunha, 1986). ro Superior ao Triássico. É a fase geocrática e delta
Aguiar (1971), Cordani et al. (1984), Caputo & com as formações Piauí, Pedra de Fogo e Motuca e
Lima (1984) e Della Fávera (1990) consideraram delta a com a Formação Sambaíba.
que a atual extensão de sedimentos é o remanes- Góes & Rosseti (2001), por interpretação de da-
cente de uma área originalmente maior. Indícios de dos de superfície e subsuperfície mostraram que
sedimentos paleozóicos com características estra- havia ampla correlação nas áreas de sedimenta-
tigráficas e sedimentológicas semelhantes suge- ções da Bacia de São-Luís Grajaú, e que o Arco
rem conexões com a Bacia do Amazonas e bacias Ferrer-Urbano Santos não representou uma barrei-
de áreas extracontinentais como as situadas em ra topográfica para a deposição destes sedimen-
Gana, na África. tentos. Rosseti (2001) reconheceu nesta área três
seqüências deposicionais, de idade aptiana e neo-
3.3 Evolução de Conceitos cretácea.

Almeida (1969), que é autor da primeira integra- 3.4 Tectônica e Estratigrafia


ção e síntese da geologia da plataforma brasileira,
definiu dois ciclos de sedimentação na evolução Carozzi et al. (1975); Fortes (1978); Cunha (1986)
geológica do Fanerozóico – as fases talassocrática e Cordani et al. (1994) reconheceram as estruturas
e geocrática. Soares et al. (1974 e 1978) reconhe- do Ciclo Brasiliano que atuaram na compartimenta-
ceram em análise estratigráfica nas bacias intra- ção da Bacia, durante o Paleozóico. São perten-
cratônicas do Amazonas, Parnaíba e Paraná, sete centes à direção nordeste do Lineamento Trans-
ciclos de sedimentação relacionados com a subsi- brasiliano, noroeste do Lineamento Picos-Santa
dência das bacias e variação da curva do nível do Inês e norte-sul do Lineamento Tocantins-Araguaia
mar. (Figura 3.3).
Estes resultados são correlacionáveis com os di- Após o término do Ciclo Brasiliano (Cam-
vulgados por Sloss (1963) que apontou, nas áreas bro-Ordoviciano), por subsidência termomecâni-
do cráton do continente norte-americano, seis se- ca, os grabens foram preenchidos pelo progressi-
qüências maiores separadas por discordâncias vo afundamento ao longo das faixas tectonicamen-
marcantes. Cada discordância era seguida por te instáveis, a partir do final do Ordoviciano (Caputo
uma fase transgressiva, com as camadas preser- & Lima, 1984).

– 13 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

0º00’ 44º00’ 0º00’ Arco Ferrer-Urbano Santos delimitando as peque-


0 100 200 300 400 500km nas bacias marginais associadas à abertura do
Atlântico Sul Equatorial, e o Alto do Rio Parnaíba
(Aguiar, 1969; Rezende & Pamplona, 1970; Hasui
et al., 1991, Góes, 1995) (Figura 3.4).
No Jurássico e Cretáceo, os derrames e diques
de diabásio, que são rochas de ambientes disten-
sionais indicam os efeitos da separação dos conti-
nentes. As unidades litoestratigráficas do Cretáceo
Inferior e início do Cretáceo Superior estão associa-
das com a subsidência relacionada ao desenvolvi-
A B mento do rifte atlântico. Pelos eventos biológicos
identificados, são reconhecidas as correlações
com as megassequências diferenciadas para as
bacias marginais do leste (Ponte, 1994; Chang et
al., 1990b).
C As unidades litoestratigráficas do Paleozóico ao
8º00’ 8º00’
Triássico correspondem à Bacia do Parnaíba. No
Jurássico e Cretáceo Inferior as unidades de diabá-
sio-basaltos, e as formações Corda e Pastos Bons
correspondem à Bacia de Alpercatas, demarcada
pelo elemento estrutural de Xambioá, de orientação
44º00’

A - Lineamento Tocantins-Araguaia B - Lineamento Picos- Santa Inês 0º00’


44º00’ 0º00’
C - Lineamento Transbrasiliano
0 100 200 300 400 500km

Figura 3.3 – Estruturas do Ciclo Brasiliano de comparti-


mentação no Paleozóico (segundo Fortes, 1978).

No Paleozóico, os eventos que ocorreram na


margem oeste da América do Sul, então pertencen-
te ao continente Gondwana, tiveram influência na D
Bacia do Parnaíba. Em termos paleobiogeográfi-
cos, as faunas marinhas do Siluriano, Devoniano e
Carbonífero mostram afinidades com outras de mes-
ma idade, registradas no proto-oceano Pacífico. E
No Carbonífero, foram iniciados os movimentos
precursores de agregação do supercontinente
Pangea, ligado à Orogenia Eoherciniana (Góes &
Feijó, 1994). O primeiro reflexo foi o arqueamento
do Alto do Rio Parnaíba (Castelo Branco & Coim- 8º00’ F 8º00’

bra, 1984), deslocando o depocentro da bacia para


noroeste.
No Permiano, a Antéclise Tocantins-Araguaia e o
Arco Tocantins se elevaram, e as comunicações
entre as Bacias Amazonas e Parnaíba foram encer- 44º00’
radas. Na continuidade até o Triássico, a área de-
posicional foi deslocada para o centro da bacia fi-
D- Arco Ferrer-Urbano Santos Alto estrutural
nalizando o ciclo continental com as formações Mo- E- Anfíclise de Xambioá
tuca e Sambaíba. F- Alto do Rio Parnaíba Baixo deposicional
No Mesozóico, os principais elementos tectôni-
cos regionais foram a Estrutura de Xambioá de ori- Figura 3.4 – Estruturas de compartimentação no
entação leste-oeste, situado no centro da bacia; o Mesozóico (segundo Góes, 1995).

– 14 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

leste-oeste, que de alto interno no Paleozóico pas- Os sedimentos se iniciam com indicadores gla-
sou a eixo deposicional no Mesozóico. Ainda é pou- ciais, intercalados com deposição marinha. Caroz-
co estudada. Na Bacia de São Luís-Grajaú as uni- zi et al. (1975) descreveram três fases de superpo-
dades com idade entre Aptiano e Neocretáceo, sição fluviomarinha com distributários deltaicos, e
compreendem as formações Grajaú, Codó, Itape- plataformas marinhas.
curu , Alcântara e Cojupe. A influência das variações do nível do mar foi
Para a compatibilização da terminologia local, muito importante no controle da bacia, durante o
baseada em datações bioestratigráficas elabora- Paleozóico. As interpretações estratigráficas per-
das principalmente para as bacias da Margem mitiram identificar três seqüências deposicionais
Continental Leste (Feijó, 1994) e a geocronologia do Neopaleozóico (Della Fávera, 1990). A primeira
formal e internacional é apresentada a tabela de seqüência, no Devoniano apresenta plataformas
correlação do Cretáceo (Figura 3.5). marinhas de tempestade. A segunda seqüência
A tabela de síntese dos conceitos geocronológi- devono-mississipiana tem o primeiro intervalo
cos e litoestratigráficos, aplicada à sistematização transgressivo correspondendo à Formação Longá
dos eventos biológicos apresentada na Figura 3.6 inferior e o segundo intervalo regressivo correspon-
reúne os dados das cartas cronolitoestratigráfica de ao topo da Formação Longá e à porção basal da
de Góes et al. (1990) e Góes & Feijó (1994), acresci- Formação Poti. A terceira seqüência mississipiana
das de modificações de Lima & Campos (1980) e corresponde ao topo da Formação Poti compreen-
Rosseti et al. (2001). dendo um sistema transgressivo com lobos sigmoi-
dais deltaicos e tempestíticos. Plataformas terríge-
nas apresentam eventual formação de pântanos e
3.5 Paleozóico lagunas, em áreas batidas por tempestades (Ian-
nuzzi, 1994).
Do Ordoviciano/Siluriano ao Mississipiano, a se- No Pensilvaniano e Permiano há um desseca-
dimentação é clástica, predominantemente mari- mento geral da bacia. No Pensilvaniano, a sedi-
nha, marcada por acentuada subsidência na bor- mentação eólica é seguida de sedimentação mari-
da leste com atuação da direção nordeste e noro- nha transgressiva (Formação Piauí). Os ambientes
este. são de linha de costa mista clástica/carbonática,
oscilante, intercalando zonas de restrição de eva-
FORMAL
poritos (Lima Filho, 1992; Lima Filho & Rocha Cam-
PERÍODO
ÉPOCA
IDADE LOCAL pos, 1993; Santos, 1994).
No Permiano ocorreu novo rebaixamento do ní-
SENONIANO
vel de base com sedimentação eólica seguida por
CENOMANIANO elevação do nível dos corpos aquáticos interiores
em ambientes lacustres e evaporíticos (Formação
ALBIANO Pedra de Fogo). Os ambientes quentes e áridos da
Formação Motuca propiciaram a formação de eva-
ALAGOAS
poritos. Na sedimentação eólica, em região semi-
C R E T Á C E O

GÁLICO
APTIANO desértica com dunas (Formação Sambaíba), data-
JIQUIÁ da possivelmente como Triássico, não foram evi-
BARREMIANO BURACICA
denciados registros de atividade orgânica.

ARATU
3.6 Distensão e Magmatismo Associados à
HAUTERIVIANO
Abertura do Atlântico
NEOCOMIANO
VALANGIANO RIO DA SERRA Góes (1995) propôs a denominação Anfíclise de
BERRIASIANO
Alpercatas, para a unidade morfológica correspon-
dente ao expressivo processo magmático, intrusivo
JURÁSSICO TITONIANO DOM JOÃO e extrusivo, que ocorreu no Mesozóico. Esta deno-
minação foi baseada na serra das Alpercatas de
Figura 3.5 – Geocronologia do Mesozóico, no Nordes- orientação ENE-WSW, localizada no estado do Ma-
te do Brasil (adaptado de Góes & Feijó, 1994). ranhão.

– 15 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

MILHÕES GEOCRONOLOGIA
DE LITOESTRATIGRAFIA
ANOS PERÍODO ÉPOCA IDADE

SENONIANO COJUPE

100 CENOMANIANO ALCÂNTARA

ITAPECURU
ALBIANO
CRETÁCEO GÁLICO
ALAGOAS CODÓ/GRAJAÚ
APTIANO

130 BAREMIANO BURACICA CORDA/PASTOS BONS

NEOCOMIANO SARDINHA

200
JURÁSSICO
MOSQUITO

TRIÁSSICO
SAMBAÍBA

250 TATARIANO MOTUCA

NEO KAZANIANO

UFIMIANO

PERMIANO KUNGURIANO

ARTINSKIANO PEDRA DE FOGO


EO
SAKMARIANO

ASSELIANO

STEFANIANO PIAUÍ
300
VESTFALIANO
PENSILVANIANO
NAMURIANO
CARBONÍFERO

VISEANO
MISSISSIPIANO POTI
TOURNAISIANO
350

FAMENIANO
NEO LONGÁ
FRASNIANO
CABEÇAS
PIMENTEIRA
GIVETIANO
MESO ITAIM
DEVONIANO EIFELIANO

EMSIANO
400 EO PRAGIANO
LOKOVIANO

PRIDOLIANO JAICÓS
LUDLOVIANO
SILURIANO
VENLOKIANO TIANGUÁ
LANDOVERIANO IPU

Figura 3.6 – Unidades geocronológicas e litoestratigráficas das bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís
(modificado de Góes et al., 1990 e Góes & Feijó, 1994).

– 16 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

O elemento tectônico de destaque é a Estrutura marinho do hemisfério norte e migraram para ambi-
de Xambioá, de orientação leste-oeste. Situada no entes lacustres. A Bacia Recôncavo-Tucano abri-
centro da Bacia, foi um alto interno durante o Paleo- gou a maior variedade de representantes, nos quais
zóico (Aguiar, 1969). No Mesozóico, a fragmenta- os Lepidotes (Semionotidae) são os mais numero-
ção do Pangea modificou o arcabouço tectônico sos. O gênero ocorre na Bacia do Parnaíba e em
da bacia, passando a Estrutura de Xambioá a outras bacias cretácicas interiores. Seu apareci-
compor um novo eixo deposicional (Hasui et al., mento assim como a freqüente ocorrência dos con-
1991), alterando localmente as conformações dos chostráceos é um evento biológico relacionado aos
estratos. eventos geológicos de abertura da Margem Leste
A conceituação de anfíclise proposta por Góes do Atlântico e ao estabelecimento de conexões en-
(1995) é restrita para as rochas derivadas do vul- tre bacias (Carvalho & Santos, 1994).
canismo fissural. São os derrames da Formação A Formação Pastos Bons, pelo conteúdo em pei-
Mosquito, do Triássico-Jurássico, situados na bor- xes fósseis era considerada de idade jurássica, e
da oeste da bacia, e as soleiras e os diques de dia- como tal situada estratigraficamente entre os derra-
básio da parte oriental, equivalentes no tempo à mes Mosquito e os diabásios Sardinha. Posterior-
Formação Sardinha, do Eocretáceo (Lima & Leite, mente, as formações Corda e Pastos Bons foram
1978). consideradas de mesma idade por seus invertebra-
Os derrames basálticos intercalam sedimentos dos fósseis (Lima & Leite, 1978). A datação por pali-
que alguns autores atribuem à Formação Corda. nomorfos da Formação Pastos Bons no Andar Bura-
Santos et al. (1984) citam que o contato superior cica, revelam uma posição no Cretáceo Inferior-
dos basaltos com a Formação Corda é discordante Barremiano (Lima & Campos, 1980).
e marcado por uma superfície de erosão acentua- Os sedimentos Pastos Bons preenchem as de-
da. pressões dos grábens alinhados sobre a antiga
área do Arco de Xambioá e a Anfíclise de Alperca-
3.7 Subsidência Relacionada ao Rifte Atlântico tas (Góes, 1995). Extravasam seus limites e reco-
brem discordantemente as formações paleozóicas
Pela fragmentação do bloco afro-brasileiro e de- Poti, Piauí, Pedra de Fogo e Motuca. Em ambiente
senvolvimento da Margem Continental Leste do de baixa energia, conservam as faunas de peixes e
Brasil, foram diferenciadas, na Bacia Recôncavo- de conchostráceos. São correlacionáveis com as
Tucano e em outras bacias marginais, quatro se- faunas que ocorrem nas bacias interiores, e na Mar-
qüências sedimentares (Asmus, 1984). gem Continental Leste.
As formações Pastos Bons e Corda são coloca-
Fase pré-rifte; seqüência de continente, no final
das na Bacia do Grajaú, até que novas pesquisas
do Jurássico;
detalhem a geologia da área.
Fase rifte; seqüência de lagos, no Cretáceo
No Aptiano-Albiano, a ruptura do Gondwana propi-
Inferior basal.
ciou o desenvolvimento da Margem Atlântica Sul
Fase pós-rifte; seqüência de golfo, de idade Ala-
Equatorial. A ela estão associadas as pequenas baci-
goas, no estágio de proto-oceano;
as marginais, um sistema de riftes costeiros e a evolu-
Seqüência de mar; após o Albiano, evolução do ocea-
ção estrutural do Arco Ferrer-Urbano Santos (Rezen-
no Atlântico.
de & Pamplona, 1970 e Miura & Barbosa, 1972).
Com a progressiva abertura do Atlântico Sul, o O arqueamento do Alto Rio Parnaíba e do Arco de
deslocamento do continente para oeste, e a rota- Xambioá comportando-se como uma antéclise, pro-
ção horária do pólo, os esforços criaram pequenas piciou o soerguimento da área central, delimitando
bacias em grabens nas zonas do embasamento uma nova área de subsidência. Góes (1995) a defi-
(Szatmari et al., 1987), durante o Cretáceo Inferior. niu como a Bacia de Grajaú, com o limite norte do
A geração de baixos deposicionais, com sedimen- Arco Ferrer - Urbano Santos, separando as bacias
tação subaquática propiciou a expansão das mani- de São Luís e Barreirinhas. O preenchimento foi
festações de vida, com o evento biológico repre- efetuado com depósitos eólicos e marinhos do
sentado pela freqüente ocorrência de conchostrá- Aptiano/Albiano das formações Grajaú e sedimen-
ceos e uma associação de peixes. tos fluviais e estuarinos do Albiano da Formação
A composição da fauna de peixes da seqüência Itapecuru.
sedimentar de lagos é formada por grupos de ca- A Bacia de São Luís é associada ao sistema de
racterísticas arcaicas, que derivaram do Jurássico riftes costeiros e delimitada pelos Arco do Rosário a

– 17 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

leste, Arco Ferrer-Urbano Santos a sul e Arco To- tem predominância de sedimentação clástica, situ-
cantins a leste. A depressão formada a partir do ando-a na base do Grupo Itapecurú, datada no
Aptiano foi preenchida por sedimentos das forma- Meso/Neoalbiano.
ções Codó e Grajaú e no Albiano pelos sedimentos Os peixes fósseis que ocorrem em carbonatos
da Formação Itapecuru. Durante o Cenomaniano a na região de Codó e Brejo caracterizam dois even-
Bacia de São Luís evoluiu com sedimentação mari- tos biológicos correlacionáveis com os que ocor-
nha rasa, e seu preenchimento continuou até o Ter- rem em carbonatos nos membros Crato e Romual-
ciário (Aranha et al., 1990). Nos sedimentos de co- do da Formação Santana.
bertura da parte emersa da Bacia de São Luís data- No primeiro evento do Aptiano, os fósseis do cal-
dos no Cenomaniano, ocorrências de fósseis são cário laminado são mantidos na Formação Codó, e
registradas na região de litoral, em torno da baía de são correlacionados ao Membro Crato da Forma-
São Marcos. Compreendem faunas marinhas e ter- ção Santana. Estão de acordo com o trabalho de
restres e floras terrestres. Paz & Rossetti (2001).
Rossetti & Truckenbrodt (1999) apresentaram O segundo evento datado do Albiano, é repre-
uma nova nomenclatura estratigráfica para a Bacia sentado pela característica e diversificada fauna
de São Luís. Na base colocaram a Formação Codó, de peixes, idêntica à do Membro Romualdo, For-
com idade aptiana. Considerando que o termo Ita- mação Santana, da Bacia do Araripe, e Formação
pecuru englobava várias unidades, elevaram-nas à Riachuelo da Bacia Sergipe/Alagoas. Ocorrem em
categoria de Grupo Itapecuru. Está dividido em carbonatos, e na Bacia do Araripe são interpreta-
Unidade Indiferenciada (Albiano), Formação dos como ocorrentes uma superfície de inundação
Alcântara do Albiano Superior ao Cenomaniamo e marinha (Ponte & Ponte-Filho, 1996). Como não es-
Formação Cojupe do Turoniano ao Paleoceno. tão registrados por Rosseti et al. (2001) e Paz &
Em trabalho posterior, Góes & Rossetti (2001) in- Rossetti (2001), são mantidos como unidade supe-
terpretaram que a sedimentação entre as bacias de rior da Formação Codó, até que novos estudos defi-
Grajaú e São Luís era contínua, denominando a nam as nomenclaturas estratigráficas mais apropri-
área como Bacia São Luís-Grajaú. A nova nomen- adas.
clatura foi aplicada para as áreas da bacia do Gra- A outra observação é referente ao uso da deno-
jaú. minação de Formação Itapecuru para a área geo-
No estudo dos eventos biológicos, que são os gráfica de Itapecuru-Mirim. Como a Formação Ita-
elementos operacionais de correlação aplicados pecuru é uma unidade operacional de mapeamen-
na estratigrafia de eventos (Kauffman, 1987), o uso to reconhecida e utilizada nos trabalhos da área,
desta nomenclatura estratigráfica apresentou algu- com precisão superior à denominada Unidade Di-
mas dificuldades. Como os bioeventos represen- ferenciada, foi mantida no presente estudo.
tam a resposta biológica à dinâmica de mudança Os trabalhos que estão sendo realizados na re-
em intervalos de tempo determinados, devem ter gião do rio Itapecuru, por pesquisadores da UFRJ,
uma posição estratigráfica definida. desde 1990, visam entre seus objetivos, o estudo
A primeira dificuldade é referente ao Cretáceo. de fósseis associados à seção-tipo da Formação
Rosseti et al., (2001) e Paz & Rossetti (2001) conclu- Itapecuru no sentido definido por Campbell (1949).
iram que havia duas seqüências deposicionais da Nesta área, e em níveis estratigráficos foram regis-
região de Codó, separadas por uma descontinui- trado organismos de ambiente continental: verte-
dade de caráter regional. A unidade inferior neoap- brados e invertebrados.
tiana era correspondente à descrição original de Na pequena área em estudo, os sedimentos de
Lisboa (1914), para a Formação Codó. Colocaram cobertura da Bacia de São Luís, datados Cenoma-
a unidade superior na Unidade Indiferenciada, que niano são enquadrados na Formação Alcântara.

– 18 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

4
ANTIGOS ECOSSISTEMAS
A metodologia para a reconstituição de an-
tigos ecossistemas, foi estabelecida por técnicas
do nível do mar. Os fósseis, enfocados como mani-
festações pretéritas de atividade dos organismos
pertencentes às disciplinas de Estratigrafia e Pa- vivos, foram objeto de organização classificatória,
leontologia. As concepções são de Análise de da paleoecologia e da tafonomia. Foram estudados
bacias e Paleobiologia, constituídas por interpre- por eventos biológicos, tais como morte rápida, su-
tações sistêmicas, com a visualização das rela- cessão de comunidades, evolução pontuada, evo-
ções de interdependência entre os fenômenos na- lução explosiva e colonização rápida.
turais. A análise sedimentológica, essencial para esta-
A pesquisa das manifestações de vida no passa- belecer as interações entre os componentes bióti-
do geológico visou a obtenção de modelos ade- cos e abióticos dos antigos ecossistemas, forne-
quados aos eventos geológicos e biológicos ocorri- ceu os parâmetros das condições físicas do local
dos na Bacia. As metodologias integram o reconhe- onde os organismos viveram e/ou foram enterra-
cimento de processos da evolução da crosta ter- dos.
restre e da Biosfera. No passado geológico, as flutuações do nível do
mar exerceram ação direta na diversidade biológi-
ca das bacias. Mantiveram correlações com a
4.1 Reconstituição de Antigos Ecossistemas ocorrência de organismos marinhos e cadeia de
energia de produtores e consumidores terrestres,
Para o estudo das associações de faunas e flo- pela influência exercida nos climas continentais, na
ras, os intervalos de tempo foram fundamentados formação de solos e na vida vegetal.
em tabelas cronoestratigráficas fornecidas por mi- Sedimentos e fósseis dão as inferências sobre
crofósseis. ambientes continentais e marinhos, linhas de cos-
Durante o trabalho, ficou evidenciado que havia ta, batimetria, paleotemperaturas, paleoclimas,
uma relação dos marcos de tempo, faunas e floras afinidades florísticas e faunísticas e províncias pa-
evolutivas e eventos biológicos com as variações leobiogeográficas.

– 19 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

4.2 Coleta de Dados ciam as variações do nível do mar, em linhas de


tempo que permitem as correlações cronoestrati-
As informações foram inicialmente recuperadas gráficas, em escala mundial, regional e local.
em projetos desenvolvidos pela CPRM, comple- A atuação de fatores como elevação eustática,
mentadas com a bibliografia especializada e atuali- subsidência regional e razão de sedimentação de-
zação de conceitos. vem ser diferenciadas. Eustasia e subsidência
As interpretações de Estratigrafia e Paleontolo- combinadas produzem as variações relativas do ní-
gia, apresentam para as unidades cronoestrati- vel do mar.
gráficas e litoestratigráficas um arcabouço bási-
co com os dados estratigráficos, compilados de 4.3.2 Sistemas Deposicionais e Análise de
mapas-base, na escala 1: 2.500.000 (Schobbe- Fácies
nhaus et al, 1981) e mapas geológicos na escala
1: 250.000 e 1: 1.000.000 (Lima & Leite, 1978) e as O conceito e os modelos de sistemas deposicio-
seqüências e sistemas deposicionais (Della Fáve- nais foram introduzidos por Fisher & Brown (1972).
ra, 1990; Chang et al.,1990b; Ponte, 1994). Um sistema deposicional antigo é definido como
Para a elaboração das listagens das localidades uma associação tridimensional de fácies sedimen-
fossilíferas e respectivos mapas, foram consulta- tares unidas geneticamente por ambientes sedi-
dos os registros de ocorrências em bibliografia na- mentares inferidos e processos deposicionais. É
cional e internacional, dados do Projeto “Localida- uma interpretação holística das rochas, baseada
des Fossilíferas”, do DNPM, e a BASE-PALEO, a em análogos modernos. A unidade fundamental é a
Base de Dados Paleontológicos da CPRM. fácies, definida em termos de composição, litolo-
A compilação de dados paleontológicos incluiu gia, geometria, e outras características relaciona-
os aspectos descritivos e classificatórios dos fós- das aos processos deposicionais.
seis. Os exemplares estudados e fotografados são Para a análise de fácies, em perfis verticais e
na maior parte pertencentes às coleções do Institu- correlações laterais os critérios são variáveis. Sel-
to de Geociências e do Museu Nacional da UFRJ e ley (1970) cita os parâmetros para sua determina-
do Museu de Ciências da Terra do MME. As pesqui- ção: geometria, litologia, estruturas sedimentares,
sas de campo foram realizadas no centro do estado paleocorrentes e fósseis.
do Maranhão em 1990, com um auxílio da Funda- A identificação dos processos físicos que forne-
ção de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Ja- cem as informações básicas para a interpretação da
neiro (FAPERJ), e na região leste e centro da Bacia, deposição é obtida pelo estudo das estruturas sedi-
no estado do Piauí e no Maranhão, em 1993, com fi- mentares primárias, orgânicas e inorgânicas. As es-
nanciamento da Companhia de Pesquisa de Re- truturas sedimentares são basicamente as feições
cursos Minerais. de superfície de deposição e as de acamamento, in-
cluindo as marcas de superfície, formas de acama-
mento, geometria das camadas, estruturas de bio-
4.3 Métodos Estratigráficos turbação e deformação penecontemporânea.

Para os modelos de antigos ecossistemas, que 4.4 Paleobiologia


ilustram os eventos da Bacia do Parnaíba, o arca-
bouço estratigráfico é composto por uma matriz dis- A Paleobiologia é um sistema conceitual desen-
ciplinar (Vera Torres, 1994). As unidades são hierar- volvido para a pesquisa das influências dos paleo-
quizadas das maiores para menores em: seqüên- ambientes nos processos evolutivos. São concei-
cia deposicional, sistema deposicional, elemento tos para o estudo da Biosfera Evolutiva durante os
deposicional, associação de fácies e fácies (Figura tempos geológicos passados, e envolve fatores
4.1). responsáveis pela existência, diversidade, evolu-
ção e distribuição dos organismos.
4.3.1 Seqüências Deposicionais Como sistema aberto admite diferentes enfoques
de organização temática, para recuperar os possí-
As seqüências deposicionais são conjuntos de veis significados biológicos das mudanças evoluti-
rochas, delimitadas por superfícies isócronas, re- vas. Os dados foram analisados seguindo uma
presentadas por descontinuidades, que são even- adaptação da organização de Briggs & Crowther
tos de natureza física, química e biológica. Referen- (1990).

– 20 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

SEQÜÊNCIA SISTEMA ELEMENTO ASSOCIAÇÃO FÁCIES


DEPOSICIONAL DEPOSICIONAL DEPOSICIONAL DE FÁCIES

Sistema de
leque deltaico

C Sistema de
plataforma
Planície
deltaica
Sistema litoral
costeiro

Sistema fluvial
c
Sistema Barra de
deltaico embocadura
Frente
deltaica b
Sistema de
plataforma

a
B
Sistema litoral Prodelta
costeiro

Sistema de
plataforma

Sistema
turbidítico

Sistema de
bacia lutítica
A

Fácies
Grupo de estratos Estratos Grupo de lâminas

Figura 4.1 – Matriz disciplinar do arcabouço estratigráfico (Vera Torres, 1994).

– 21 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

4.4.1 Eventos na História da Vida Em nível global, correlacionam a evolução dos


continentes que estimulam as maiores mudanças
A elaboração das tabelas cronoestratigráficas, nos processos evolutivos, principalmente aquelas
historicamente, está baseada em evoluções bioló- observadas em níveis taxonômicos superiores. No
gicas, marcadas por extinções e/ou inovações, isto nível regional, trata da interpretação e correlação
é, o desaparecimento ou o aparecimento de gru- de bacias, as adequações ecológicas dos grupos,
pos taxonômicos. aberturas ou extinção dos biótopos.
No decorrer do século 19, os cientistas associa- Deslocamentos de linhas de costa são muito im-
ram as sucessões dos registros fossilíferos com a portantes e em geral as categorias taxonômicas
seqüência de tempo geológico. Os intervalos mais dão as respostas evolutivas abaixo de famílias.
longos que definem o Paleozóico, o Mesozóico e o Corresponde aos gêneros endêmicos. Em nível lo-
Cenozóico foram reconhecidos por representar cal, relaciona os organismos com o paleoambiente,
fenômenos de caráter mundial, como extinções através do estudo da estrutura de uma comunidade
em massa e/ou inovação de grupos taxonômicos fóssil.
de hierarquia superior, como classes e ordens.
As mudanças evolutivas ao nível de gênero e fa- 4.4.2 Processos Evolutivos
mília, estão compreendidas por dezenas a cente-
nas de milhões de anos e delimitam os períodos ge- Os eventos biológicos ou bioeventos são defini-
ológicos. Os andares são os intervalos de tempo dos por Walliser (1986) como as mudanças nas fau-
mais curtos, caracterizados por menores mudan- nas e floras, motivadas por processos evolutivos de
ças de fauna e flora. inovação, radiação, rápida distribuição geográfica
O reconhecimento de fósseis distintivos possibi- e extinção.
litou as correlações das unidades estratigráficas Seus estudos relacionam os processos geológi-
em diferentes locais. Contribuiu para a elaboração cos, correspondentes à criação ou a mudanças
das histórias evolutivas dos grupos pertencentes nos ecossistemas, que levaram ao aparecimento
às divisões do mundo orgânico (Ziegler, 1983), com ou desaparecimento de grupos de organismos, e
os representantes da flora (Figura 4.2) e da fauna estabelecem as correlações com os eventos de na-
(Figura 4.3). tureza física e química.
Nas últimas décadas, os trabalhos desenvolvi- De acordo com Kauffman (1986), os eventos bio-
dos relacionam a evolução dos seres vivos com os lógicos são analisados e interpretados em três es-
processos da crosta terrestre (Holland & Trendall, calas:
1984; Eisele & Seilacher, 1982; Bayer & Seilacher, − em nível global, quando correlacionados à evolu-
1985). ção dos continentes, estimulando as maiores
As grandes extinções e inovações ocorridas mudanças em processos evolutivos. São obser-
nas passagens das eras geológicas correspon- vados principalmente, nos níveis taxonômicos
dem a fatores geológicos reconhecidos como mu- superiores.
danças de longo termo: as derivas de continentes − em nível regional, na interpretação de uma bacia,
e as variações globais do nível do mar. Os eventos ou correlação entre bacias, os processos evoluti-
de menor duração registrados nos estratos refle- vos e as adequações ecológicas são analisados
tem os diferentes estágios de isolamento nas baci- em função de aberturas ou extinção dos bióto-
as. As mudanças definem respostas ecológicas pos. Em geral, as respostas evolutivas são nas
locais. Correspondem às substituições de espéci- categorias de família, gênero e espécie.
es e gêneros, que acompanham os processos − em nível local, quando a estrutura de uma comu-
evolutivos através do tempo geológico. nidade fóssil é estudada relacionando os orga-
Na Bacia do Parnaíba as mudanças tectônicas e nismos com os paleoambientes.
as variações globais do nível do mar que causaram
a abertura ou o fechamento das passagens mari-
nhas e conexões interiores estão evidentes. Os bió- 4.4.3 Paleoecologia e Tafonomia
topos foram criados e/ou destruídos, propiciando a
colonização dos novos organismos, ou sua substi- As regiões da Biosfera, onde estão consubstan-
tuição nas comunidades. Estas correlações entre ciados os processos biológicos, físicos e químicos
os eventos geológicos e biológicos são sistemati- constituem os ecossistemas, estudados pela Eco-
zadas na Figura. 4.4. logia (Figura 4.5).

– 22 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

ZOSTEROPHYLLOPSIDA

GYMNOSPERMOPSIDA
TRIMEROPHYTOPSIDA

ANGIOSPERMOPSIDA
SPHENOPSIDA
RHYNIOPSIDA

FILICOPSIDA
BRYOPHYTA

LYCOPSIDA
NEÓGENO
CENOZÓICO

PALEÓGENO
MESOZÓICO

CRETÁCEO

JURÁSSICO

TRIÁSSICO

PERMIANO

CARBONÍFERO
PA L E O Z Ó I C O

DEVONIANO

SILURIANO

ORDOVICIANO

CAMBRIANO

Figura 4.2 – Distribuição estratigráfica das plantas fósseis (Santos, 1992).

– 23 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

PARAZOA - multicelulares, sem orgãos diferenciados

MESOZOA - multicelulares, com orgãos diferenciados

TRIPLOBLÁSTICO

DIPLOBLÁSTICO
sem com com celoma segmentado
celoma celoma
e não
celoma com lofóforo
segmentado

blastóforo da origem ao ânus

STROMATOPOROIDEA

CEPHALOCHORDATA
PLATYHELMINTHAES
ARCHAEOCYATHA

ECHINODERMATA
POGONOPHORA

HEMICHORDATA
BRACHIOPODA
ONYCOPHORA

VERTEBRATA
ARTHROPODA
ECHIUROIDEA

PHORONIDA
PRIAPULIDA

CHORDATA
MOLLUSCA
PORIFERA

ANNELIDA

BRYOZOA
CNIDARIA

NEÓGENO
CENOZÓICO

PALEÓGENO

CRETÁCEO
MESOZÓICO

JURÁSSICO

TRIÁSSICO

PERMIANO

CARBONÍFERO
PA L E O Z Ó I C O

DEVONIANO

SILURIANO

ORDOVICIANO

CAMBRIANO

Figura 4.3 – Distribuição estratigráfica dos animais fósseis (Santos, 1992).

– 24 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

GLOBAL REGIONAL LOCAL PRODUTOS


7 9 5 6 5 3
10 A 10 MA 10 A 10 MA 10 A 10 MA
7 8 2 5 6 2 4 1 2
10 A 10 km 10 A 10 km 10 A 10 km

PLACAS TECTÔNICAS

MUDANÇAS
DERIVA LATITUDE
MUDANÇAS
CLIMÁTICAS

ABERTURA FORMAÇÃO
DE NOVAS DE BACIAS
PASSAGENS SEDIMENTARES VARIAÇÃO DO
DO MAR SUBSIDÊNCIA NÍVEL DO MAR
LOCAL

AUMENTO
GLOBAL DA CIRCULAÇÃO AMBIENTES DE
CIRCULAÇÃO REGIONAL SEDIMENTAÇÃO E
OCEÂNICA DE CORRENTES DEPOSIÇÃO
DINÂMICA
LOCAL
DAS
AUMENTO NOVOS
CORRENTES
GLOBAL BIÓTOPOS
AUMENTO
DA ZONA
REGIONAL DA
FÓTICA
ZONA DE BIOESTASIA
(Ehart, 1956)

AUMENTO
LOCAL DA
PRODUTIVIDADE
AUMENTO
DA
ZONA FÓTICA

MAIORES FAUNAS E FLORAS


MUDANÇAS EVOLUTIVAS
EVOLUTIVAS
MUDANÇAS
NA FLORA E
LOCAIS DE
FAUNA
FLORA E FAUNA
SUCESSÃO
DE
COMUNIDADES

Figura 4.4 – Correlações entre eventos geológicos e biológicos (modificado de Santos, 1992).

– 25 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

8 5 7
6
2 3

6
9
8 CADEIA DE
Bactérias DETRITOS
Fungos e
Protozoa
9
CADEIA DE
10
DETRITOS
10 Bactérias
Fungos e
Protozoa

ECOSSISTEMAS TERRESTRE ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS


FATORES ABIÓTICOS FATORES BIÓTICOS
NÍVEL DE PRODUTORES
1- ENERGIA SOLAR
2- SOLO E MINERAIS
4- VEGETAÇÃO TERRESTRE
3- ÁGUA E MINERAIS
5- FITOPLANCTON

NÍVEL DE CONSUMIDORES

6- HERBÍVOROS
7- ZOOPLANCTON
8- CARNÍVOROS
9- COMEDORES DE DETRITOS
10- DECOMPOSITORES (bactérias e fungos)

Figura 4.5 – Estruturas gerais de ecossistemas terrestres e aquáticos (Odum, 1969).

A Paleoecologia tem por objetivo a pesquisa de Na maioria dos textos de Paleobiologia, a Paleo-
relações entre os organismos fósseis e os ambien- ecologia e a Tafonomia se complementam. A Tafo-
tes de vida, em idades passadas. É uma escola de nomia é definida como a identificação dos proces-
trabalho diretamente desenvolvida dentro da filoso- sos de fossilização, nos três estágios: morte, enter-
fia do Atualismo, como descrito em vários textos ramento e diagênese (Figura 4.7).
básicos. As inferências paleoecológicas enfocam Outros aspectos das relações da Tafonomia são
as relações entre organismos e ambientes no regis- investigados por Fernández López (1986-87) de
tro fóssil, ao nível de espécies individuais e grupos escola independente situada na Península Ibérica,
taxonômicos. Identificam a morfologia construcio- com dois subsistemas conceituais: Paleobiologia e
nal, as características das fácies e das assembléi- Tafonomia.
as fósseis, com observações sobre os hábitos de A Paleobiologia é integrada pelas Paleoecolo-
vida, como habitat, alimentação, respiração e re- gia, Paleobiogeografia e Paleontologia Evolutiva, e
produção (Figura 4.6). se baseia na Neontologia e Tafonomia.

– 26 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

A Tafonomia se ocupa das mudanças que as en- As disciplinas são a Tafonomia Funcional que é o
tidades experimentaram na litosfera, desde sua estudo do comportamento funcional dos organis-
produção biogênica até os dias atuais, com dois mos e das relações entre eles e seus respectivos
subsistemas conceituais – a Bioestratinomia e a ambientes. A Tafogeografia é o estudo da distribui-
Fossildiagênese. ção geográfica dos organismos. A Tafonomia Evo-
A Bioestratinomia é a parte que se ocupa dos lutiva considera que os objetos investigados são
processos sofridos pelos organismos após sua sistemas organizados que puderam sofrer proces-
morte, até seu enterramento final, segundo o con- sos evolutivos e são susceptíveis de integração em
ceito clássico, ou até o enterramento inicial, segun- sistemas mais complexos. A fossilização é vista
do Fernándes López. como uma destruição seletiva da variabilidade pa-
A Fossildiagênese compreende os processos so- leobiólogica e implica na perda desta informação.
fridos pelos organismos conservados após seu en- A fossilização é uma seqüência sistemática e
terramento inicial. Assim como uma unidade produ- evolutiva de uma produção biogênica e tafogênica.
zida pode não chegar a ser conservada, também A fossilização aumenta a informação tafonômica.
uma conservada pode não chegar a ser registrada. Os sistemas tafonômicos são constituídos por com-
A Tafonomia é baseada na Paleobiologia, na ponentes inter-relacionados nos quais devem ser
Estratigrafia e na Petrologia. observados a composição, a estrutura e o ambien-
te externo.
MORFOLOGIA
Os fósseis não são entidades paleobiológicas,
abordagem filogenética
abordagem construcional embora eles contenham informações paleobiológi-
coevolução cas que foram produzidas no passado. Os fósseis
COMPOSIÇÃO DAS PARTES DURAS são as entidades conservadas, devidas à produ-
ISOLADOS ção biogênica, isto é, a processos tafonômicos/pa-
leoecológicos.
POPULAÇÕES Entidades previamente produzidas e conserva-
MODOS DE VIDA
das podem desaparecer ou ser destruídas. Porém,
AQUÁTICOS se sofrem ação de processos de fossilização estas
PLANCTÔNICOS entidades são registradas. Constituem as evidências
NECTÔNICOS observáveis de entidades paleobiológicas.
BENTÔNICOS isolados
coloniais
recifes 1 MORTALIDADE
estromatólitos 3 REGISTRO DOS COMPONENTES ORGÂNICOS
encrustantes 3 DURABILIDADE DAS PARTES DURAS
TERRESTRES
4 DESINTEGRAÇÃO
ANIMAIS
- INVERTEBRADOS
PLANTAS
- VERTEBRADOS
MODOS DE NUTRIÇÃO
- PLANTAS
MICRÓFAGOS em suspensão
infauna e epifauna 5 TRANSPORTE
em depósito Formação das assembléias fósseis
epifauna 6 ENTERRAMENTO
HERBÍVOROS pastadores RÁPIDO “obtution”
ESCAVADORES
concentração
CARNÍVOROS
estagnação
PREDADORES
7 DIAGÊNESE
COMPORTAMENTO - icnofósseis
CARBONATOS
ESTRUTURAS BIOGÊNICAS PIRITA
(segundo Frey & Pemberton, in Walker, 1984) FOSFATOS
CARVÕES
BIOEROSÃO perfuradores
8 PRESERVAÇÃO
BIOESTRATIFICAÇÃO estromatólitos
LANGERSTATTEN FÓSSEIS
BIOTURBAÇÃO escavadores PLANTAS FÓSSEIS
BIODEPOSIÇÃO pelotas fecais

Figura 4.7 – Principais aspectos da Tafonomia (Santos,


Figura 4.6 – Tópicos da Paleoecologia (Santos, 1992).
1992).

– 27 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

O básico para o estudo da Tafonomia Evolutiva, mação Poti), Permiano Inferior (Formação Pedra de
é a parte prática de reconhecimento dos três esta- Fogo) e Cretáceo Inferior da Bacia do Grajaú (for-
dos de preservação como fóssil : mações Pastos Bons, Codó e Itapecuru) com ocor-
• acumulação - quando a produção biogênica cai rências também no Plioceno da Bacia de Nova Ior-
no substrato, produzindo restos ou traços . Neste que.
processo não há transporte; Na Bacia de São Luís peixes Chondrichthyes e
• ressedimentação - é o deslocamento no substra- Osteichthyes são distribuídos no Cretáceo Superior,
to, antes que os elementos preservados sejam Cenomaniano da Formação Alcântara.
enterrados (com ou sem transporte); Os fósseis são considerados membros de unida-
• reelaboração - exumação e deslocamento no des biogeográficas e paleoecológicas cuja evolu-
substrato, depois do enterramento dos elemen- ção pode ser observada por série de ambientes.
tos preservados (com ou sem transporte) Estes conceitos foram aplicados por Boucot (1971,
Outro aspecto é referente às relações espaciais 1974, 1990b) para estudos de Ecoestratigrafia. Pei-
entre entidades biológicas, preservadas e registra- xes fósseis são bons elementos para a correlação
das: As entidades paleobiológicas podem ser: das seqüências sedimentares das bacias do Cretá-
• eudêmicas vivem e se reproduzem na área; ceo do Nordeste do Brasil. Há uma bem marcada
• miodêmicas vivem e não se reproduzem na área; sucessão de faunas, nas fases diferenciadas como
• paradêmicas não se reproduzem na área e so- lagos, golfo e mar aberto (Asmus, 1975). O diversifi-
freram transporte; cado registro fossilífero dos peixes permite correla-
• adêmicas são encontradas fora da área ções entre bacias costeiras e interiores, relacionan-
As entidades conservadas podem ser: autóctones do as associações faunísticas com os paleoambi-
quando encontradas no mesmo local onde foram entes.
produzidas ou alóctones quando foram transporta- Pelos conceitos de estratigrafia por eventos, na
das lateralmente, do local onde foram produzidas. correlação pelas variações do nível do mar, as inte-
As entidades registradas são: rações entre os processos sedimentares e respos-
• in situ quando estão em situação original; tas biológicas vão desde o tipo de lagos, golfo a ba-
• ex situ quando foram transportadas para uma cias em mares de plataforma na margem continen-
nova situação estratigráfica. tal e mares epicontinentais. As aplicações são reali-
zadas pelos estudos de eventos biológicos
relacionando os processos geológicos e levando a
4.4.4 Classificação Sistemática e Distribuição mudanças de ecossistemas, que por sua vez, con-
Estratigráfica dos Peixes nas bacias do duzem ao aparecimento de um determinado grupo
Parnaíba, Grajaú, São Luís e Nova Iorque de organismos.
Não existe um táxon “Pisces”: são incluídas nes-
O desenvolvimento dos peixes das águas de anti- te conceito, formas fósseis e atuais, marinhas e de
gos mares e rios até a terra significou um dos maio- água doce, de animais pertencentes a três grandes
res eventos na evolução da vida. Eles evoluíram grupos: Hyperotreti, Hyperoartia e Gnathostomata
como as primeiras criaturas a terem um esqueleto, (Janvier, 1996).
tornando-se ancestrais de todos os vertebrados: Os Hyperotreti (peixes-bruxa ou mixinas) e os
anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Alguns grupos Hyperoartia (lampreias) são desprovidos de maxilas
de peixes estranhos e diferentes evoluíram no início (agnatas) e de apêndices pares. As formas atuais
da Era Paleozóica mas não tiveram sucesso e possuem esqueleto predominantemente cartilagi-
grande parte desta história estava localizada nas noso e conservam a notocorda, eixo de sustenta-
águas do antigo supercontinente Gondwana sendo ção corporal que surgiu nos primeiros Chordata. As
que muitos dos mais bem preservados peixes fós- formas fósseis, com exoesqueleto ósseo, eram an-
seis ocorrem em algum lugar remanescente desse teriormente incluídas entre os “ostracodermos”.
continente, como a América do Sul, África, Índia, Alguns podiam alcançar 1m de comprimento, mas
Austrália e Antártica (Long, 1995). na maioria eram pequenos, com 10 a 20cm. Habita-
Na Bacia do Parnaíba, os primeiros representan- vam águas doces e salgadas, e eram geralmente
tes de vertebrados fósseis foram os peixes Chon- bentônicos, filtrando o lodo para se alimentar. A im-
drichthyes, que apareceram no Devoniano Médio possibilidade de triturar alimentos foi o maior fator
da Formação Pimenteira. Posteriormente a fauna contra seu desenvolvimento. O representante mais
de peixes se distribuiu do Carbonífero Inferior (For- antigo foi assinalado, com dúvida, no Neocambria-

– 28 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

no dos Estados Unidos, e no Neodevoniano o gru- maioria extintos. Os atuais estão representados por
po começou a declinar, extinguindo-se. Não há re- quatro gêneros: o Actinistia Latimeria, marinho e os
gistro fóssil no Brasil. Dipnoi, dulcícolas, Protopterus, Lepidosiren e Neo-
No final do Ordoviciano, algumas modificações ceratodus.
surgiram nos dois primeiros arcos branquiais, dan- O sistema de classificação que estabeleceu as
do origem às maxilas dos Gnathostomata. Com o regras de uma nomenclatura binominal para ani-
aperfeiçoamento da maxila e dos dentes, os meca- mais e plantas foi introduzido pelo naturalista sueco
nismos de alimentação diversificaram-se, surgindo, Carolus Linnaeus, no século XVIII, e é até hoje usa-
então, os predadores. Além disso, o desenvolvimen- do universalmente. Com base em níveis hierárqui-
to de nadadeiras pares permitiu que a natação rápi- cos, como reinos, classes e ordens, consta sempre
da substituísse o hábito sedentário, auxiliando ainda de dois nomes para cada espécie, o primeiro de-
mais a predação. O grupo dos Gnathostomata en- signando o nome genérico e o segundo o nome es-
globa os Placodermi, um grupo extinto sem repre- pecífico.
sentantes fósseis no Brasil, os Chondrichthyes, os Atualmente os trabalhos de classificação dos
Acanthodii e os Osteichthyes. exemplares são efetuados por um sistema criado
Os Chondrichthyes (tubarões, raias e quimeras) em 1966 pelo entomólogo alemão Will Henning. A
possuem esqueleto formado por cartilagem e com escola classificatória de Sistemática Filogenética,
uma outra cobertura de cartilagem calcificada pris- ou Cladismo propõe um método que estabelece re-
mática (tesserae), estruturas de difícil preservação. lações entre os organismos, usando características
Excepcionalmente, pode ocorrer esta preservação evolutivas em vez de similaridades entre eles, e es-
como em exemplares encontrados na Chapada do tas relações são representadas em um cladogra-
Araripe. Na maioria das vezes, são registrados ma. Os peixes foram um dos primeiros grupos a ser
dentes e espinhos. Entre os mais antigos represen- objeto de revisões por esta nova análise.
tantes estão escamas de tubarões do Ordoviciano A tabela (Figura 4.8) inclui representantes dos
dos Estados Unidos e do Siluriano da Mongólia, Chondrichthyes e Osteichthyes, ordenados de
com idade entre 450 e 420 milhões de anos, res- acordo com a classificação sistemática tradicional
pectivamente. e a respectiva distribuição estratigráfica das espé-
Os Acanthodii são grupo-irmão dos Oste- cies em formações do Paleozóico, Mesozóico e Ce-
ichthyes formando um grupo denominado Teleos- nozóico.
tomi. Algumas sinapomorfias de Teleostomi são As ocorrências de dentes e espinhos de Chon-
boca em posição terminal, duas fissuras neurocra- drichthyes da Bacia do Parnaíba englobam quatro
nianas e a presença de otólitos. Possuíam espinhos gêneros descritos, dois atribuídos às ordens incer-
em todas as nadadeiras, exceto a caudal, e o corpo tae sedis: Eugeneodontida e Petalodontida e dois
coberto por pequenas escamas. Viveram do Eosi- dos Elasmobranchii das ordens Xenacanthiformes
luriano ao Permiano, a maioria em ambientes mari- e Ctenacanthiformes. Os Hibodontiformes encon-
nhos. trados não foram determinados.
Os Osteichthyes constituem os vertebrados Espinhos de nadadeiras de “Ctenacanthus”
aquáticos dominantes durante os últimos 180 mi- ocorrem no Devoniano da Formação Pimenteira
lhões de anos. Possuem endoesqueleto ósseo e são (Kegel, 1953; Santos, 1961). A primeira referência
divididos em dois grupos: Actinopterygii e Sarcop- de vertebrado no Carbonífero da Formação Poti foi
terygii. A principal diferença reside no esqueleto a descrição do espinho cefálico de Xenacanthus
das nadadeiras, que nos Actinopterygii são radia- tocantinsensis. Foi também a primeira ocorrência
das e nos Sarcopterygii, lobadas. As radiadas são de um espinho cefálico de Chondrichthyes no Bra-
formadas por longos raios dérmicos suportados em sil (Santos & Salgado, 1970).
sua base por uma série de pequenos ossos, em ge- No Permiano, as citações são mais numerosas e
ral quatro, denominados radiais. As lobadas possu- deve ter havido um ambiente propício na Formação
em um único elemento ósseo que se articula com Pedra de Fogo, onde todas as ocorrências foram
as cinturas. Os primeiros representantes dos Acti- assinaladas. Espinhos de “Ctenacanthus” sp. e
nopterygii foram encontrados no Siluriano Superior dentes de Xenacanthus sp. (Scislewski et al.,
da Rússia e China. Este grupo inclui a grande maio- 1983), dentes e espinhos de “Xenacanthus”
ria dos peixes ósseos atuais, os Teleostei. Os Sar- albuquerquei, “Ctenacanthus” maranhensis e
copterygii surgiram no Devoniano e englobam além Anisopleurodontis pricei (Santos, 1946b, Santos,
de todos os tetrápodas, outros grupos de peixes, a 1990b, Santos, 1994b).

– 29 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Dentes de Itapyrodus punctatus ocorrem na For- Pedra de Fogo associado com restos de xenacantí-
mação Pedra de Fogo, representados pela família deos, ctenacantídeos, petalodontídeos, dipnóicos e
Petalodontidae, que é essencialmente marinha. do anfíbio Prionosuchus (Cox & Hutchinson, 1991).
Seus fósseis estão associados com xenacantídeos Os Pycnodontiformes representam uma extinta
e dipnóicos, de ambiente de água doce (Santos, linhagem, caracterizados por um arranjo particu-
1994b) lar de suas placas dentárias e algumas peculiari-
Há citações de ocorrência de espinhos de dades no crânio. São representativos por 170 mi-
Acanthodii (?)“Machaeracanthus” e (?)“Devon- lhões de anos, do Triássico ao Eoceno. Três frag-
canthus” no Devoniano da Formação Pimenteira, mentos de placas dentárias e dois dentes isolados
associados com espinhos de “Ctenacanthus” (Ke- formam a primeira ocorrência deste grupo no
gel, 1953, Santos, 1961). Também há registros no Albiano da Formação Itapecuru, associados com
Devoniano Inferior da Bacia do Amazonas, Forma- fauna de água doce (D’Arrigo, 1993; Pedrão et al.,
ção Manacapuru (Janvier & Melo, 1992). 1994; Carvalho, 1997). Distribuem-se em ambien-
Os primeiros representantes dos Osteichthyes , tes quase sempre marinhos mas foram encontra-
ocorrem na Bacia do Parnaíba. dos também em ambientes estuarinos, águas sa-
Podemos dividir os Actinopterygii em dois gru- lobras e dulcícolas.
pos-irmãos: Cladistia e Actinopteri (Patterson, 1982). Algumas escamas atribuídas a Semionotiformes
Os Cladistia conhecidos desde o (?) Cretáceo, são foram assinaladas nas localidades de Itapecu-
representados por apenas alguns fragmentos fósseis ru-Mirim, Coroatá e Alcântara no Albiano e Ceno-
e dois gêneros africanos, recentes, de água doce: maniano da Bacia de São Luís-Grajaú (Dutra & Ma-
Polypterus e Erpetoichthys. Fragmentos atribuídos a labarba, 2001).
Cladistia foram assinalados no Albiano da Formação Exemplares completos de Lepidotes piauhyen-
Itapecuru (Dutra & Malabarba, 2001). sis ocorrem no Cretáceo (idade Buracica) da For-
Atualmente os Actinopteri são divididos em mação Pastos Bons, associados a outros atribuídos
Chondrostei e Neopterygii. Chondrostei é um grupo às famílias Macrosemiidae e Pleuropholidae (Roxo
restrito aos representantes recentes: esturjões & Lofgren, 1936; Santos, 1945; Schaeffer, 1947;
(Acipenser) e peixes-espátulas (Polyodon) e seus Santos, 1974a, Brito & Gallo, 2002). Escamas dis-
fósseis relacionados. O grupo dos Neopterygii é persas de Lepidotes ocorrem no Albiano da forma-
formado pelos Ginglymodi, Halecomorphi e Teleos- ção Itapecuru na Bacia do Grajaú e no Cenomani-
tei conhecidos, no passado, como “holósteos” e ano da Bacia de São Luis, Formação Alcântara
“teleósteos”. (Carvalho & Silva, 1992) e em várias outras forma-
Ginglymodi englobam os gêneros Lepisosteus e ções cretáceas fornecendo conexões entre as ba-
Atractosteus que vivem atualmente nas Américas do cias da seqüência lagos. Na Formação Codó, Albi-
Norte e Central e no mar do Caribe e pelos fósseis ano, ocorre Araripelepidotes temnurus, mesma es-
distribuídos do Cretáceo ao Terciário. Os mais anti- pécie da Formação Santana, Bacia do Araripe (San-
gos foram descritos no Cretáceo Inferior do Brasil, tos, 1990a e 1994a).
no Araripe (Obaichthys) e África (Paralepidosteus). Do grupo dos Halecomorphi, dentes atribuídos a
No Cenomaniano da Bacia de São Luís foram assi- Amiiformes foram assinalados no Albiano e no Ceno-
naladas escamas atribuídas a Lepisosteidae (Dutra maniano das bacias de São Luís-Grajaú (Dutra & Ma-
& Malabarba, 2001). labarba, 2001). Há representantes da família Amiidae
Existem, entretanto, vários táxons cujo posiciona- na Formação Codó – Calamopleurus cylindricus e
mento filogenético dentro de Actinopterygii é incer- esta mesma espécie ocorre também no Araripe
to, tais como as ordens Paleonisciformes, Pycno- (Santos, 1960; Santos, 1994a; Grande & Bemis,
dontiformes e Semionotiformes. 1998). Esta família vem do Jurássico Superior com
Os Paleonisciformes formam um dos primeiros representantes marinhos, e seus fósseis diferem
grupos de peixes de nadadeira radiada e caracteri- apenas em alguns detalhes do único representante
zados por escamas duras e ganóides. Na Bacia do atual, Amia calva, peixe de água doce, dos Estados
Parnaíba, estas escamas estão representadas no Unidos e Canadá, que, como seu antepassado,
Carbonífero da Formação Poti e no Permiano da For- também é um predador.
mação Pedra de Fogo (Duarte, 1936; Plummer et al., Durante o Mesozóico, os peixes de nadadeiras
1948; Santos & Salgado, 1970; Santos, 1990b). radiadas evoluíram para formas mais eficientes,
Além das escamas, um crânio pertencente a Brazi- tanto para a natação quanto para a alimentação. Os
lichthys macrognathus é assinalado na Formação primeiros teleósteos apareceram no Triássico Mé-

– 30 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

dio, há aproximadamente 220 milhões de anos, e A ocorrência de Cladocyclus gardneri na Bacia


no Cretáceo habitavam ambientes marinhos e de do Grajaú é correlacionada com o Albiano das ba-
água doce. cias de Sergipe/Alagoas, Formação Riachuelo e da
Entre os Teleostei estão assinalados alguns Bacia do Araripe, Formação Santana, onde em
exemplares atribuídos à família Pleuropholidae no brânquias de um de seus exemplares foi encontra-
Cretáceo da Formação Pastos Bons (Santos, do um copépodo exclusivamente marinho (Cres-
1974a; Brito & Gallo, 2002). sey & Patterson, 1973).
A família Aspidorhynchidae constitui um grupo Entre os Elopomorpha, a família Pachyrhizo-
monofilético comprendendo três gêneros Aspi- dontidae é formada pelos gêneros cretáceos:
dorhynchus, Vinctifer e Belonostomus (Brito, 1997). Pachyrhizodus, da América do Norte, Inglaterra e
São conhecidos em depósitos marinhos e conti- Austrália, Notelops do Brasil (formações Santana
nentais do Jurássico Médio ao Cretáceo Superior. e Riachuelo) e Rhacholepis conhecido da Colôm-
“Belonostomos” carinatus é encontrado no Neoco- bia, Venezuela, México e Brasil (formações Codó,
miano da Bahia. Brito (1997) não considera a vali- Santana e Riachuelo) (Forey, 1977). Inclui, tam-
dade desta espécie e afirma que as escamas atri- bém, Brannerion e Paraelops do Cretáceo do Bra-
buídas ao táxon poderiam pertencer a algum “ho- sil.
lósteo”. Vinctifer comptoni é descrito na Formação Brannerion foi posicionado entre os Elopomorpha,
Codó (Santos, 1994a), nas formações Santana, Mu- de acordo com a osteologia (Figueiredo & Santos,
ribeca e Riachuelo; no Cretáceo da Venezuela, For- 1990). Brannerion latum, que ocorre nas forma-
mação Apon (Aptiano/Albiano) associado com ções Codó e Santana é, até o presente, o mais pri-
amonitas e outros peixes (Moody & Maisey, 1994) e mitivo membro conhecido dos Albuloidei (Maisey,
na Formação Morelos Albiano do México (Brito, 1993).
1997). Vinctifer longirostris (Santos, 1990c) ocorre Influências marinhas são indicadas pelo apareci-
no Cretáceo (Aptiano) da Formação Marizal (Bahia) mento dos elopomorfa. Seus representantes possu-
e nas argilas da parte inferior da Formação Santana em uma fase larval especializada, com a larva pene-
(Brito, 1997). Vinctifer araripinensis foi assinalado trando em estuários e rios e retornando ao mar quan-
na Formação Santana (Santos, 1994c) e Vinctifer do adultos. Com a abertura do Atlântico Sul e eleva-
sp. no Barremiano da Formação Brejo Santo (Brito ção do nível do mar, houve uma rápida inundação
et al., 1994). São de importância paleoecológica de de mares epicontinentais rasos, e novos biótopos
transição entre ambientes de bacias fechadas para propiciaram a diversificação, com provincialismo
condições marinhas. Vinctifer era marinho mas po- em adaptação às novas condições ecológicas. As
deria ter se aventurado em águas doces ou salo- evidências de tolerância à salinidade variável são
bras da América do Sul onde seriam presas para o fornecidas pela expansão dos Elopomorpha e por
grande amiídeo Calamopleurus. representantes da família Chanidae.
Ichtyodectiformes são extintos teleósteos que Os Clupeomorpha têm uma característica fileira
apareceram no Jurássico Superior e tornaram-se de grandes escamas (escudos) abdominais. Re-
um grupo formado por grandes predadores mari- presentantes da família Clupeidae são assinala-
nhos. No Cretáceo, Cladocyclus ocorria em ambi- dos, com dúvida, a “Knightia” brasiliensis, um pe-
entes marinhos e de águas doces. A Formação queno peixe de água doce do Plioceno da Bacia de
Codó contém exemplares de Cladocyclus gardne- Nova Iorque, no Maranhão. Segundo Grande
ri, um predador, como indica seus grandes dentes, (1982) esta espécie é questionável.
e por terem sido encontrados em seu conteúdo es- Santos (1994a) criou Codoicthys carnavali, um
tomacal restos de Rhacolepis e Tharrhias. Como os Clupeomorpha que só ocorre na Formação Codó.
teleósteos modernos, eles têm modificações na Neste grupo assinalamos também Santanichthys
musculatura e no esqueleto caudal indicando uma diasi, contendo os menores exemplares da fauna,
hidrodinâmica apropriada para natação e perse- com mais ou menos 5cm de comprimento, que
guição de presas. ocorrem, também, nas bacias do Araripe e Sergi-
Este melhoramento seria suficiente para que nas pe/Alagoas.
rotas dos mares epicontinentais se tornassem ca- As bacias epicontinentais do Cretáceo do Nor-
çadores e predadores dos cardumes de Rhacole- deste são modelos de bacias abertas e em comuni-
pis e Tharrhias. A família é assinalada em sedimen- cação, onde as mudanças paleoecológicas corres-
tos marinhos e apenas Cladocyclus é registrado, ponderam à presença de conjuntos de espécies
também, em depósitos de água doce. comuns entre as mesmas.

– 31 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

A ocorrência de peixes cretáceos nas associa- A ordem Dipnoi ou peixes pulmonados está re-
ções que correspondem ao Albiano Inferior, Forma- presentada na Formação Pedra de Fogo por den-
ção Riachuelo (Sergipe/Alagoas), topo da Forma- tes isolados das famílias Sagenodontidae, Neoce-
ção Santana (Araripe) e topo da Formação Codó ratodontidae e Lepidosirenidae (Santos,1989b;
(Grajaú) mostra maior diversificação e demonstra a 1990b e 1994b). Uma placa dentária de Asiatoce-
evolução biológica por inovação representada por ratodus sp. ocorre no Albiano da Formação Itape-
grande número de gêneros novos: Calamopleurus, curu (Dutra & Malabarba, 2001) e dentes de Neoce-
Vinctifer, Cladocyclus, Rhacolepis, Tharrhias (San- ratodus africanus ocorrem no Cenomaniano da Ba-
tos, 1985a,b; Maisey, 1991; Carvalho & Santos, cia de São Luís (Cunha & Ferreira, 1980; Medeiros
1993). Foi uma inovação explosiva, pois além da di- & Schultz, 2001). As espécies fósseis são comuns à
ferenciação de gêneros novos, também ocorreu África e América do Sul.
uma população numerosa. Linhagens de peixes mais modernos encerram
O registro foi de natureza pontuada provavelmente os registros, no Terciário. São assinalados os Cha-
por abertura de novos biótopos, em condições ambi- raciformes Procharax minor e Triportheus altus e os
entais favoráveis. A teoria do equilíbrio pontuado é Perciformes, Macracara prisca. Estes três gêneros,
uma das teorias evolutivas e se contrapõe com a evo- juntamente com “Knightia” brasiliensis e vários
lução gradualista ou lenta (Eldredge & Gould, 1972). fragmentos de Arius sp. são representantes da Ba-
Os gêneros endêmicos são de famílias dos ma- cia pliocênica de Nova Iorque, no Maranhão, cujos
res epicontinentais do Jurássico, onde houve for- afloramentos foram inundados pelas águas da re-
mação de biótopos com a abertura do Atlântico presa Boa Esperança.
Norte. O progressivo aumento de biótopos epicon-
tinentais, com a abertura do Atlântico Sul, permitiu a
evolução de novas formas. Este evento biológico é 4.4.5 Infra-estrutura da Paleobiologia
bem preservado na Formação Santana, Bacia do
Araripe, correlacionado com outras formações das Briggs & Crowther (1990) enumeram os itens de
bacias do Grajaú e Sergipe/ Alagoas. infra-estrutura necessários para alcançar o objeti-
Como inovação há o aparecimento dos Go- vo da Paleobiologia, como ciência da história evo-
norynchiformes com os táxons relacionados lutiva da Biosfera. As modernas tecnologias de
Tharrhias araripis e Dastilbe elongatus. Dastilbe equipamentos de trabalho são valorizadas pelos
ocorre nas formações Marizal (Tucano), Maceió museus e sociedades científicas que constroem a
(Sergipe/Alagoas), Cabo (Cabo), Quiricó (Sanfran- história da Paleontologia.
ciscana); seção inferior de Santana (Araripe) e Além dos museus, é de acentuada relevância a
Codó (Grajaú) e também na África, na Guiné preservação dos sítios paleontológicos, pois estão
Equatorial. Tharrhias ocorre nas formações Santa- diretamente relacionado com o desenvolvimento
na, Codó e Riachuelo. dos sistemas conceituais da Paleontologia.
São da seqüência de golfo, idade aptiana/albia- O estudo dos fósseis deve ser comparativo com
na, e a composição da fauna indica a influência da o ambiente geológico externo onde são encontra-
elevação do nível do mar e do nível de base de cor- dos, para a constituição de dados objetivos deriva-
pos aquáticos interiores. dos dos registros paleontológicos e estratigráficos.
Dos interessantes Sarcopterigii ou peixes de na- Observações de campo são necessárias para es-
dadeira lobada ocorrem os celacantos representa- tabelecer corretamente as diferentes relações en-
dos por escamas e um osso basisfenóide de (?) tre fósseis e as matrizes litológicas.
Spermatodus, no Permiano da Formação Pedra de Portanto, além de museus, que são instituições
Fogo. Aparecem também nas formações Codó e tradicionalmente organizadas para a preservação
Itapecuru, com exemplares de Axelrodichthys e de coleções, a proteção aos sítios fossilíferos é co-
Mawsonia gigas (Carvalho & Maisey, 1999; Dutra & locada como uma atividade básica na infra-estrutu-
Malabarba, 2001). ra da Paleontologia.

– 32 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

SARCOPTERYGII

LEPIDOSIRENIDAE DENTES ISOLADOS


DENTES ISOLADOS ASIATOCERATODUS sp.
DIPNOI NEOCERATODONTIDAE NEOCERATODUS AFRICANUS
(HAUG, 1905)
SAGENODONTIDAE DENTES ISOLADOS
AXELRODICHTHYS sp.
ESCAMA E BASISFENOIDE MAWSONIA GIGAS.
ACTINISTA COELACANTHIDAE WOODWARD, 1907
MACRARA PRISCA
PERCIFORMES CICHLIDAE
WOODWARD, 1939
EUTELEOSTE

ESPINHO ARIUS sp.


SILURIFOMES ARIIDAE
CLUPEOCEPHALA

PROCHARAX MINOR SANTOS & TRAVASSOS, 1956


CHARACIFORMES CHARACIDAE
TRIPORTHEUS ALTUS (SANTOS, 1946)
THARRHIAS ARARIPIS JORDAN & BRANNER, 1908
GONORHYNCHIFORMES INCERTAE...SEDIS
DASTILBE ELONGATUS SANTOS, 1947
SANTANICHTHYS DIASII
CLUPEOMORPHA

INCERTAE...SEDIS
(SANTOS, 1958)
“KNIGHTIA” BRASILIENSIS
CLUPEIFORMES CLUPEIDAE
WOODWARD, 1939
OSTEICHTHYES
ACTINOPTERYGII

CODOICHTHYS CARNAVALI
NEOPTERYGII

HALECOSTOMI

INCERTAE SEDIS
SANTOS, 1994
TELEOSTEI

RHACOLEPIS BUCCALIS
MORPHA

PACHYRHIZODONTIDADE
ELOPO-

AGASSIS, 1841
BRANNERION LATUM
ANGUILLIFORMES INCERTAE SEDIS
(AGASSIS, 1841)
CLADOCYCLUS GARDNERI
ICHTHYODECTIFORMES CLADOCYCLIDAE AGASSIS, 1841
VINCTIFER COMPTONI
ASPIDORHYNCHIDAE
AGASSIS, 1841
GONDWANAPLEUROPHOLIS LONGIMAXILLARIS
PLEUROPHOLIDAE
BRITO & GALLO, 2002
CALAMOPLEURUS CYLINDRICUS
HALECOMORPHI AMIIDAE (AGASSIS, 1841)
PYCNODONTIFORMES
PLACA DENTÁRIA
MACROSEMIIDAE(?) ARARIPELEPIDOTES
TEMNURUS
LEPIDOTES PIAUHYENSIS ROXO & LOFGREN, 1936 (AGASSIS, 1841)
SEMIONOTIFORMES SEMIONOTIDAE
LEPIDOTES sp. (ESCAMA)
LEPIDOTES sp. (ESCAMA)
CRÂNIO BRASILICHTHYS MACROGNATHUS
BRAZILICHTHYDAE
ACTINOPTERI PALAEONISCIFORMES COX & HUTCHINSON, 1991
PALAEONISCIDADE
ESCAMAS PALEONISCÓIDES
? MACHAERACANTHUS
ACANTHODII INCERTAE SEDIS ? “DEVONCANTHUS”
ANISOPLEURODONTIS PRICEI
CONDRICHTHYES

(SANTOS, 1994) ITAPYRODUS PUNCTATUS


PETALODONTIDA PETALODONTIDAE DENTES SANTOS, 1990
CTENACANTHUS sp.
CTENACANTHIFORMES CTENACANTHIDADAE ESPINHO “CTENACANTHUS”
SANTOS, 1946
MARANHENSIS
ELASMOBRANCHII “XENACANTHUS” ALBUQUERQUEI
XENACANTHUS TOCANTINSENSIS DENTES
XENACANTHIFORMES XENACANTHIDADAE (SANTOS, 1946)
SANTOS & SALGADO, 1970
ANISOPLEURODONTIS PRICEI DENTES
EUGENEODONTIDA AGASSIZODONTIDADAE
SANTOS, 1994

Fm P. DO PASTOS FM Fm ITAPECURU
INFRACLASSE

Fm PIMENTEIRA Fm POTI
SUBCOORTE

BONS
SUBDIVISÃO

FOGO
SUBCLASSE

CODÓ Fm
COORTE

ORDEM FAMÍLIA
DIVISÃO
CLASSE

INF MED SUP INF SUP INF SUP INF SUP PALEOCENO EOCENO PLIOCENO
DEVONIANO CARBONÍFERO PERMIANO CRETÁCEO PALEÓGENO NEÓGENO

CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA PA L E O Z Ó I C O MESOZÓICO CENOZÓICO

Figura 4.8 – Classificação Sistemática e Distribuição Estratigráfica dos Peixes nas bacias do Parnaíba, Grajaú, S ão Luís e Nova Iorque.

– 33 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

5
SÍTIOS NATURAIS
A s fisiografias dos estados do Maranhão, Piauí,
Tocantins, Pará e Ceará condicionadas pelas ro-
relatas. Como o conhecimento paleontológico da
grande área das bacias do Parnaíba, Grajaú e São
chas sedimentares são de altitudes moderadas e Luís está ainda no início, estudos futuros poderão
regulares. As rochas paleozóicas circunscrevem contribuir para responder a questões referentes à
as rochas mesozóicas e cenozóicas, que são de re- organização dos seres vivos.
levos planos e altitudes reduzidas.
Pela evolução geomorfológica, que atenuou a
forma dos estratos, foram originadas belas paisa- 5.1 Parque Nacional de Ubajara
gens. Estas são protegidas por leis e compreen-
dem os Parques Nacionais de Ubajara, Sete Cida- O Parque Nacional de Ubajara, criado em 1959,
des, Serra da Capivara, Lençóis Maranhenses, e o está localizado no estado do Ceará, na serra de
Parque Municipal de Teresina. Ibiapaba, município de mesmo nome, próximo ao
Na legislação que trata da proteção dos sítios limite com o estado do Piauí. O acesso é dado pela
naturais há uma lei específica de proteção aos de- estrada BR-222, que liga Teresina (PI) a Fortaleza
pósitos fossilíferos. Deve ser ressaltado que é sem- (CE).
pre de grande interesse a preservação dos sítios A região de relevo suave retém umidade e o cli-
paleontológicos, onde estão impressos os registros ma é mais ameno do que o circundante, quente e
de eventos biológicos singulares. É importante ga- semi-árido. Na região, as cotas médias são de 600
rantir a continuidade da existência física dos regis- a 700 metros, nos capeamentos “cuestiformes” de
tros paleontológicos, pois eles constituem as evi- arenitos do Grupo Serra Grande que circundam a
dências observáveis de atividades de vida no pas- bacia.
sado. Principalmente nesta fase de expansão da Os atrativos são as grutas calcárias situadas em
Paleontologia, em que os estudos visam incluir to- cota mais baixa e alcançadas por teleférico (Figura
dos os aspectos da vida no planeta. 5.1). A mais importante é a Gruta de Ubajara (Figu-
A preservação dos sítios paleontológicos consti- ra 5.2) com grandes salões interligados, produzi-
tui um dos requisitos de infra-estrutura para o de- dos pela dissolução dos carbonatos de rochas pro-
senvolvimento da Paleobiologia e de ciências cor- terozóicas.

– 34 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 5.1 – Teleférico situado em cotas de 600 a 700 metros sobre as exposições
de arenitos do Grupo Serra Grande. Parque Nacional de Ubajara, município de
Tianguá, Ceará.

Figura 5.2 – Gruta de Ubajara formada pela dissolução dos carbonatos de rochas
proterozóicas. Parque Nacional de Ubajara, município de Tianguá, Ceará.

– 35 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

5.2 Parque Nacional de Sete Cidades A paisagem é dominada por extensos chapa-
dões, com vales e reentrâncias denominados bai-
O Parque Nacional de Sete Cidades, criado em xões (Figura 5.6). São os arenitos pertencentes à
1961 está situado nos municípios de Piracuruca e Formação Ipu do Grupo Serra Grande que ocorrem
Piripiri (PI) , e é alcançado pela estrada BR-222 que no limite do embasamento proterozóico.
liga Teresina (PI) a Fortaleza(CE). Esta área contém um sítio arqueológico que ocu-
O conjunto de rochas é constituído por arenitos pa área de 40.000 km2, sem equivalência na histó-
devonianos da Formação Cabeças, esculpidos por ria da humanidade (Guidon, 1991). Foi o abrigo do
erosão. Mostram uma diversidade e complexidade homem pré-histórico, que ali registrou sua cultura,
de formas que guardam ainda as geometrias origi- em uma extensa variedade de pinturas rupestres
nais da deposição de grandes ondas nas antigas (Figura 5.7).
tempestades de plataformas marinhas (Figura 5.3). Durante as pesquisas da equipe da Drª Niede Gui-
A administração do parque oferece um roteiro don, foram descobertos ossos de mamíferos pleisto-
que apresenta as trilhas que podem ser percorri- cênicos nas cavernas calcárias do embasamento
das e assinala as denominações assumidas pelas proterozóico. As pesquisas do Parque Nacional da
rochas de acordo com as semelhanças de sua for- Serra da Capivara são o principal fator de desenvol-
ma, como exemplo o “casco de tartaruga” (Figura vimento para a região. Em São Raimundo Nonato foi
5.4). criado o Museu do Homem Americano, construído
um hotel turístico e um aeroporto, além de serem
5.3 Floresta Petrificada em Teresina promovidas obras de cunho social.

Na margem direita do rio Poti, dentro da área ur- 5.5 Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
bana de Teresina estão localizados os troncos mi- e Delta do Rio Parnaíba
neralizados em posição de vida (Figura 5.5). Situ-
am-se a 1,2km da ponte que liga os bairros Ilhotas e Na baixada litorânea dos estados do Maranhão e
Noivos, compreendendo uma área de cerca de Piauí estão situados o Parque Nacional dos Lençóis
9.000km2. Maranhenses e a área de proteção ambiental do
Este material pertencente à Formação Pedra de delta do rio Parnaíba.
Fogo, de idade permiana, foi pesquisado por Cal- O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi
das et al. (1989). Neste afloramento a posição dos criado em 1981, e está localizado a leste de São
troncos foi mapeada, analisadas as características Luís. Compreende uma extensão de 155.000 hec-
sedimentológicas e descrito um novo gênero. Ou- tares de terrenos arenosos marcados por ambiente
tras ocorrências semelhantes, registradas por es- eólico e formação de grandes dunas.
ses autores, estão situadas a cerca de 15km a mon- Os rios quando alcançam a planície costeira
tante do rio. passam a interagir com os fatores oceanográficos
A área está sob jurisdição do Departamento de atlânticos, formando depósitos por progradação e
Meio Ambiente da Prefeitura de Teresina. É sujeita agradação.
às inundações, durante as cheias periódicas do rio. O delta do rio Parnaíba, de idade holocênica está
situado no limite entre os dois estados. O curso atual
5.4 Parque Nacional da Serra da Capivara do rio Parnaíba é conseqüência do condicionamen-
to de eventos geológicos mais antigos ligados aos
O Parque Nacional da Serra da Capivara, criado sistemas de falhamentos na bacia, (Fortes, 1978).
em 1979, está em parte localizado no município de Os sedimentos clásticos grosseiros são carreados
São Raimundo Nonato no sudoeste do estado do para a construção da foz, e aí são distribuídos pela
Piauí, distando cerca de 500 km de Teresina. O interação de fatores oceanográficos, isto é: as ma-
acesso é feito pela BR-324 a partir da cidade de rés de grande amplitude, a deflexão pela corrente
Floriano. das Guianas, e o regime de ventos locais.

– 36 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 5.3 – Vista aérea dos arenitos devonianos da Formação Cabeças, no Parque Nacional de Sete Cidades, município de Piripiri, Piauí.

Figura 5.4 – Estruturas denominadas “cascos de tartaruga”, da Formação Cabeças, no Parque Nacional de Sete Cidades, município de Piripiri, Piauí.

– 37 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 5.5 – Madeiras silicificadas, em posição de Figura 5.6 – Parque Nacional da Serra da Capivara, município de São Raimundo Nonato,
vida. Localidade situada à margem direita do rio Piauí. Vista aérea do Baixão das Andorinhas. Formação Ipu.
Poti, Teresina, Piauí.

– 38 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 5.7 – Parque Nacional da Serra da Capivara, município de São Raimundo Nonato,
Piauí. Baixão da Pedra Furada. Sítio da Toca do Boqueirão. Pinturas rupestres nos
depósitos de barra de canal da Formação Ipu.

– 39 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

6
SILURIANO
A seqüência mais antiga da Bacia sedimentar
do Parnaíba corresponde à unidade estratigráfica
da Serra Grande, aplicaram a denominação de For-
mação Jaicós, proposta por Plummer (apud Plum-
denominada Grupo Serra Grande, composta de ro- mer et al., 1948).
chas clásticas. Em superfície apresenta grandes Este esquema foi modificado por Caputo & Lima
exposições, formando serras e chapadas, nas bor- (1984), que propuseram, de acordo com o Código
das nordeste e leste da bacia. de Nomenclatura Estratigráfica, o termo Formação
Ipu (substituindo o nome Mirador) e mantiveram as
6.1 Histórico formações Tianguá e Jaicós.

O termo “Série Serra Grande” foi proposto por 6.2 Área de Ocorrência
Small (1914) para englobar arenitos, conglomera-
dos e calcários da borda oriental da bacia. Este As áreas de maior ocorrência e espessura, em
conceito foi revisto por Kegel (1953), que redefiniu superfície, estão situadas nos flancos nordeste,
a Formação Serra Grande, excluindo os calcários leste e sudeste da bacia. Nestas regiões, os atuais
dobrados do embasamento, que ocorrem sotopos- limites da bacia são bem marcados pelo pacote de
tos e em discordância angular com os arenitos. arenitos, formando chapadas, com terminação
A espessa seção sedimentar foi elevada à cate- abrupta, “cuestiforme”.
goria de Grupo Serra Grande por Carozzi et al. Caputo & Lima (1984) indicam, pelo mapa de
(1975). A unidade de base, composta por arenitos isópacas do grupo, que no Siluriano o depocentro
grossos, foi denominada Formação Mirador, e sua da bacia era situado a leste/nordeste, próximo à ci-
idade estabelecida no Landoveriano (Siluriano Su- dade de Ipu. De acordo com Lima & Leite (1978),
perior). A unidade média, estabelecida por Rodri- era a região de maior subsidência do sistema de
gues (1967) como Formação Tianguá, foi confirma- blocos associados ao Lineamento Sobral-Pedro II,
da e colocada também no Landoveriano. É com- de direção nordeste. As maiores espessuras estão
posta por folhelhos, siltitos e arenitos finos, com es- situadas a nordeste, com adelgaçamento para su-
cassa associação palinológica. Para a seqüência deste e sul. De acordo com Kegel (1953) preen-
superior, com arenitos grossos, muito grossos e chem as irregularidades do embasamento sobre o
conglomerados, que ocorrem a leste, nas escarpas qual os sedimentos se depositaram.

– 40 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

As espessuras máximas, em subsuperfície, são: 6.4 Sedimentação


350 metros na Formação Ipu, 200 metros na Forma-
ção Tianguá e 360 metros na Formação Jaicós Os ciclos sedimentares são diferenciados pelo
(Góes & Feijó, 1994). início de um ciclo continental fluvial, sobreposto por
um ciclo marinho e terminando por um ciclo conti-
nental fluvial (Caputo & Lima, 1984).
6.3 Geocronologia e Idade Os ambientes de deposição foram estudados
nas exposições da borda leste da bacia (Santos et
Os sedimentos marinhos que forneceram os mi- al., 1994), na serra de Ibiapaba (Formação Tian-
crofósseis para datação ocorrem em subsuperfície guá), em Jaicós (Formação Jaicós) e na serra da
e foram obtidos e estudados em pesquisas realiza- Capivara (Formação Ipu).
das pela PETROBRAS. A idade siluriana foi forneci- No município de São Raimundo Nonato, as ro-
da no trabalho pioneiro de Müller (1962), e mantida chas da Formação Ipu são arenitos e arenitos con-
por uma série de divulgações (Brito & Santos, 1965; glomeráticos com matriz arenosa e conglomera-
Brito, 1966, 1967b, 1969, 1971, 1976). dos. Foram depositados em depressões do emba-
Daemon (1976) registrou para o membro mé- samento composto de xisto e calcários. Formam a
dio do que denominou como Formação Serra serra da Capivara, que exibe escarpas e paredões
Grande, litologias ricas em microfósseis mari- decorrentes da erosão. Os arenitos conglomeráti-
nhos, como quitinozoários, acritarcas e algas cos brancos a creme e maciços apresentam estra-
Tasmanites, que documentavam a presença da tificação cruzada acanalada ou festonada. Os clas-
época Landoveriano. tos são mal selecionados, imbricados e, por vezes,
Quadros (1982) atribuiu aos quitinozoários e sem matriz (Figura 6.1). Os arenitos de grânulos
acritarcas uma distribuição bioestratigráfica no in- mais grossos, com geometria de depósitos residu-
tervalo basal do Devoniano Inferior - Gediniano ais de canal, cortam abruptamente arenitos com
(=Lokoviano). granulometria fina, indicativa de fácies de barra de
As datações do Siluriano foram restabelecidas canal (Figura 6.2). As medidas de paleocorrente in-
por Caputo & Lima (1984), que realizaram
estudos palinológicos na Formação Tian-
guá. Apresentando uma detalhada lista
de microfósseis – quitinozoários, acritar-
cas e miósporos, comparáveis àqueles de
bacias silurianas da África, Europa e
América do Norte.
Por relações estratigráficas, colocam a
unidade de base, Formação Ipu, afossilífera,
no topo do Ordoviciano e início do Siluriano.
É correlacionada pelos diamictitos que
ocorrem na borda oeste com os tilitos do
topo da Formação Nhamundá, da Bacia do
Amazonas. É sobreposta, concordante-
mente, pela Formação Tianguá.
A Formação Jaicós, do topo, concordan-
te com a Formação Tianguá, jaz discordan-
temente sob a Formação Itaim. Grahn
(1992) identificou microfósseis na Forma-
ção Jaicós que indicam uma sedimentação
do Siluriano e Devoniano (Lockoviano e
Emsiano).
Em revisão interna da PETROBRAS, Melo
et al. (1992, apud Góes & Feijó, 1994) res-
tringem o Grupo Serra Grande ao Siluriano,
atribuindo às épocas Landoveriano, Ven-
Figura 6.1 – Formação Ipu. Estratificação cruzada acanalada.
lockiano, Ludloviano e Pridoliano. Sítio Perna 1. Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí.

– 41 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

dicam direções para norte e para oeste. A exposi- dão direção noroeste e norte/noroeste. Os depósi-
ção das estruturas sedimentares nos paredões do- tos residuais de canal apresentam níveis de seixos
cumentam vários ciclos de alta energia, em um sis- na base. Correspondem a sistemas de leques alu-
tema de leques aluviais. viais.
Em afloramentos entre São Raimundo Nonato e
São João do Piauí, ocorrem, na base da Formação 6.5 Fósseis
Ipu, diamictitos com matriz rosa e seixos pequenos
de xisto, quartzo e granito, com paleocorrentes ori- Os microfósseis foram identificados por Müller
entadas para norte. Os depósitos sedimentares (1962). A descrição sistemática e as ilustrações fo-
para esta associação foram interpretados como le- ram apresentadas por Brito & Santos (1965), Brito
ques glaciais (Caputo & Lima, 1984). (1966, 1967b, 1969, 1971) Daemon (1976).
A erosão diferencial nestes ciclos deposicionais Os fósseis foram atribuídos ao Devoniano Inferior-
propiciou um abrigo natural para os antigos ho- Gediniano, considerando a ausência de graptólitos
mens que habitaram a região. Os arenitos mais (Quadros,1982). É o único trabalho que apresenta
grossos, de maior energia, provenientes de depó- descrição sistemática e ilustra as formas de micro-
sitos residuais de canal, foram mais resistentes fósseis (Figura 6.7):
aos agentes de erosão e mantiveram a forma origi- Tendo em vista possíveis revisões, reproduzi-
nal, projetados como chão e teto do abrigo (Figura mos nas legendas das figuras do Siluriano (Figura
6.3). Os sedimentos resultantes de deposição em 6.7) e do Devoniano (Figura 7.5), as citações origi-
menor energia e, portanto, de granulometria mais nais do autor.
fina, sofreram desgaste mais acentuado, e atual- Caputo & Lima (1984) reafirmaram a datação do
mente são as reentrâncias naturais (Figura 6.4). Siluriano, assinalando maior número de espécies
Funcionaram como paredes dos abrigos, entre os de quitinozóarios e acritarcas, correlacionando es-
baixões, oferecendo um grande painel para as be- tes sedimentos aos da Formação Pitinga, da Bacia
las pinturas rupestres que narram a presença de do Amazonas. Registraram, na Formação Tianguá,
sucessivos povoamentos dos antigos habitantes a presença do graptólito Monograptus, que refor-
da região. çava a datação como Siluriano, estudado por Cruz
A parte média do Grupo Serra Grande corres- & Sommer (1985).
ponde à Formação Tianguá, composta de folhe- Grahn (1992) ampliou o conhecimento sobre os
lhos, siltitos e arenitos finos. Os afloramentos locali- microfósseis do Grupo Serra Grande. Reafirmou a
zados na serra de Ibiapaba, a nordeste da bacia, idade siluriana da Formação Tianguá, identificando
estão alçados acima de 100 metros da base da se- o graptólito Climacograptus cf. scalaris. Na parte su-
dimentação. perior da Formação Ipu, cita a ocorrência de Spina-
Dentro do Parque Nacional de Ubajara, municí- chitina erichseni, identificada como espécie comum
pio de Tianguá, ocorrem os arenitos em bancos ho- com as fácies laterais da Formação Tianguá.
rizontais e estratificação cruzada espinha-de-peixe
(Figura 6.5). São interpretados como deposição em 6.6 Deriva/Clima/Bioeventos/Antigos
ambiente marinho raso, sob ação de ondas. Os are- Ecossistemas
nitos capeiam e preservam os calcários epimeta-
mórficos do embasamento (Figura 6.6), que mos- As seqüências sedimentares do Grupo Serra
tram, nas encostas, morfologia de dolinas. As ca- Grande são correlacionadas com unidades estrati-
vernas que pertencem ao Parque Nacional de Uba- gráficas sincrônicas das que ocorrem na África e
jara se formaram por dissolução dos calcários. América do Sul. São evidências que comprovam a
A Formação Jaicós apresenta arenitos e conglo- união pretérita no supercontinente Gondwana e as
merados que formam a Serra Grande situada a les- mudanças sofridas neste arranjo ao longo da deriva.
te da Bacia. Apresentam grandes exposições, em Os sedimentos da unidade basal, Formação Ipu,
afloramentos próximos à cidade de Jaicós. Os are- são considerados por Caputo & Crowell (1985)
nitos são de cor cinza esbranquiçada, com granu- como depósitos glaciogênicos retrabalhados por
lometria de médios, grossos, muito grossos e grâ- curso de transbordamento periglacial. Os seixos e
nulos, com matriz arenosa e arenitos conglomeráti- cascalhos seriam transportados por fluxos de alta
cos com matriz suportada por seixos de até 3cm. energia, quando blocos erráticos se deslocavam
As estratificações cruzadas são tabulares, acana- de frentes de geleiras para uma planície de inunda-
ladas e festonadas. As medidas de paleocorrente ção.

– 42 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 6.2 – Formação Ipu. Geometria de depósitos residuais de canal, cortando depósitos de barra de canal.
Sítio Perna 2. Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí.

W E

Figura 6.3 – Formação Ipu. Depósitos residuais de canal, Figura 6.4 – Formação Ipu. Desenho
resistentes à erosão, e depósitos de barra de canal, esquemático da Toca do Paraguaio.
formando as reentrâncias. Sítio da Toca do Paraguaio. Parque Nacional da Serra da
Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí. Capivara, Piauí.

– 43 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figua 6.5 – Formação Tianguá. Bancos horizontais com estratificações cruzadas


tipo “espinha-de-peixe”. Parque Nacional de Ubajara, Ceará.

Figura 6.6 – Formação Tianguá - Arenitos com acamamento horizontal capeando


calcários epimetamórficos do embasamento, com dolinas. Serra de Ubajara,
Parque Nacional de Ubajara. Ceará.

– 44 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

2°00’ 2°00’

11 10
1
4º00’ 4º00’

4
7
8

6º00’ 6º00’
9 3

6
8º00 8º00

10º00’ 10º00’

0 100 200 300km


30

50°00’ 48º00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

Quitinozoários
1 - Ancyrochitina ancyrea Eisenack, 1955
2 - Conochitina dolosa Lanfeld, 1967
3 - Cyathochitina sp.
4 - Desmochitina sp.

Acritarcas
5 - Baltisphaeridium sp.
6 - Dactylofusa maranhensis Brito & Santos, 1965
7 - Leiofusa bersnega Cramer, 1964
8 - Leiofusa striatifera Cramer, 1964
9 - Micrhystridium stellatum Deflandre, 1942
10 - Veryhachium carminae Cramer, 1964
11 - Veryhachium trispinosum (Eisenack) Cramer, 1964

Figura 6.7 – Microfósseis da Formação Tianguá (segundo Quadros, 1982).

– 45 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

As correlações da Formação Ipu com a Forma- deriam pertencer à meiofauna, isto é à fauna mari-
ção Nhamundá da Bacia do Amazonas foram es- nha intersticial, que vive nos espaços dos grãos de
tendidas por Caputo & Lima (1984) para as forma- areia, e assim estariam na cadeia alimentar bentô-
ções de mesma idade e com litologia de caracterís- nica (Cruz, 1994).
ticas glaciais que ocorrem na África. São perten- As ocorrências destes microfósseis são eventos
centes ao Grupo Tichit da Bacia de Taoudeni; as biológicos importantes, amplamente utilizados em
formações Asemkaw e Ajua da Bacia de Accra, Bioestratigrafia, permitindo seguras correlações
Gana e a Série N´Khom do Gabão. entre bacias. São bioeventos regionais, como de-
Segundo Caputo & Lima (1984) e Caputo & Cro- monstrado pelas correlações bioestratigráficas en-
well (1985) o centro de glaciação estava localizado tre poços da Bacia do Parnaíba (Quadros, 1982), e
no norte da África, no sul do Saara, na direção do na correlação entre esta e as bacias do Amazonas
golfo da Guiné. No Siluriano Inferior, os centros de e Paraná (Grahn, 1992).
glaciação migraram no supercontinente de Gond- Boucot (1974 e 1990a) diferenciou, no Siluriano,
wana, do norte para o sul da África, e para sudoeste as comunidades bentônicas de províncias biogeo-
da América do Sul. Este afastamento dos centros gráficas do hemisfério norte e do hemisfério
glaciais provocou degelo e elevação eustática do sul-Malvinocráfica. As faunas bentônicas da Pro-
nível do mar. víncia Malvinocráfica são de águas frias com baixa
A Formação Tianguá corresponde à primeira diversidade. Ocorrem no Peru, Bolívia, Argentina,
transgressão marinha na Bacia do Parnaíba, com África do Sul e Bacia do Amazonas.
entrada do mar pelo oeste. As correlações no Brasil Na Bacia do Parnaíba situada na faixa da Provín-
são com a Formação Pitinga da Bacia do Amazo- cia Malvinocráfica, entretanto, o ecossistema mari-
nas e Formação Vila Maria da Bacia do Paraná. Na nho do Siluriano era empobrecido, com microorga-
África do Norte é correlacionada com a Formação nismos planctônicos, e raros graptólitos, sem regis-
Imirhou, que são os folhelhos graptolíticos do Saara tros de faunas bentônicas.
argelino, e ao arenito Elmina da Bacia de Accra, Os processos biológicos foram controlados pelos
Gana. Na África do Sul é correlacionada com a For- fatores alocíclicos como a elevação do nível do mar
mação Pakhuis e os folhelhos Cedarberg, do Grupo que propiciou o aparecimento de vida planctônica.
Table Montain (Caputo & Lima, 1984). Outros processos geológicos como as glaciações e
Os fósseis marinhos registrados são de hábito ne- as mudanças climáticas decorrentes das posições
rítico. Predominam os acritarcas e quitinozoários. dos continentes em deriva, devem ter influído nos
Daemon (1976) registrou algas marinhas e espo- biótopos. A sedimentação fluvial de alta energia foi
ros. Caputo & Lima (1984) e Grahn (1992) identifi- um reflexo de mudanças climáticas e degelos du-
caram os hemicordados, graptólitos. rante as migrações de centros de glaciação, pela
As afinidades biológicas dos acritarcas e quiti- África e América do Sul.
nozoários são ainda motivo de indagações e pes- Na borda leste, o basculhamento de blocos, ao
quisas. Os acritarcas estão entre os mais antigos longo dos antigos lineamentos do embasamento,
eucariotas registrados em sedimentos marinhos ra- propiciou uma rede de captação da drenagem flu-
sos. São considerados como prováveis algas vial para o interior da bacia. A granulometria gros-
planctônicas que se expandiram nos mares paleo- seira dos sedimentos poderia refletir erosão por fal-
zóicos. Os quitinozóarios classicamente colocados ta de cobertura vegetal no solo, quando as floras
entre os protozoários, têm hoje a sua origem mono- vasculares ainda não estavam desenvolvidas. As
filética contestada, podendo ser representantes de descargas de sedimentos grossos prejudicariam o
várias classes de metazoários, e não necessaria- estabelecimento de cadeias de vida bentônica (Fi-
mente formas planctônicas. Como metazoários po- gura 6.8).

– 46 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

50°00’ 48º00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

2°00’
2°00’

4º00’
4º00’

Leques aluviais

Marinho
6º00’
6º00’

Afloramento do Grupo Serra Grande

Cristalino

8º00’ 8º00’

10º00’
10º00’

0 100 200 300km

50°00’ 48º00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

Figura 6.8 – Reconstituição do ambiente marinho e relações com os sistemas fluviais do Grupo Serra Grande.

– 47 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

7
DEVONIANO
A s mais extensas transgressões marinhas do
Fanerozóico da América do Sul estão registradas
pelíticas, inferior e superior (Della Piazza & Santos,
1967).
no Devoniano. Estruturas sedimentares presentes A estratigrafia do Devoniano da Bacia do Parnaíba foi
em pelitos e psamitos, depositados em mares bati- revista por Kegel (1953) que dividiu a Formação Pimen-
dos por tempestades, juntamente com os fósseis teira nos membros Itaim (inferior) e Picos (superior), e
marinhos da fauna evolutiva paleozóica (Sepkoski, manteve as unidades superiores Cabeças e Longá. Na
1990) são os indicativos dessas transgressões na síntese de mapeamentos realizados pela PETROBRAS,
Bacia do Parnaíba. Mesner & Wooldridge (1964) conservaram a seqüência
litoestratigráfica proposta por Kegel.
7.1 Histórico A coluna estratigráfica, com pequenas varia-
ções, foi conservada em trabalhos posteriores. Ca-
Small (1914) denominou os sedimentos Pimentei- rozzi et al. (1975) interpretaram os ambientes de se-
ra, pela identificação de folhelhos e siltitos cinza e dimentação, e Della Fávera (1990) apresentou a
arroxeados que afloravam próximo à vila de Pimen- Estratigrafia de Seqüências.
teiras, Piauí. Plummer et al. (1948) empregaram a
denominação de Small, porém consideraram que 7. 2 Área de Ocorrência
as camadas eram subjacentes às unidades Serra
Grande. As unidades litoestratigráficas do Devoniano
A Formação Cabeças foi definida originalmente afloram nas regiões leste e oeste, com os estratos
por Plummer et al. (1948) para arenitos que afloram orientados norte-sul, infletidos para sudeste e su-
na borda leste da bacia. Foi dividida em três mem- doeste, acompanhando o atual contorno da bacia
bros – Passagem, Oeiras e Ipiranga, com a se- do Parnaíba. Na região sul são recobertos por sedi-
ção-tipo situada na cidade de Dom Expedito Lopes mentos da Bacia Sanfranciscana, e a norte por se-
(antiga Cabeças), Piauí. dimentos mesozóicos e cenozóicos.
A Formação Longá foi proposta por Albuquer- As áreas de maiores espessuras em superfície e
que & Dequech (1946), para folhelhos cinza-escu- subsuperfície estão situadas nos flancos nordeste,
ros, que ocorrem no vale do rio Longá, próximo a leste e sudeste da bacia. Nessas regiões, os areni-
Campo Maior, Piauí. Posteriormente foi dividida tos aflorantes formam elevações moderadas, em
em três subunidades: uma arenosa, média e duas continuidade aos contrafortes internos das serras

– 48 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

que delimitam a bacia. No Devoniano, pelo mapa O ciclo transgressivo/regressivo de idades eifelia-
de isópacas, as regiões leste/nordeste formavam o na e eogivetiana é o principal portador de ocorrên-
depocentro da bacia (Aguiar, 1971). O controle foi cias fossilíferas. Compreende a Formação Itaim, a
do sistema de blocos associados ao Lineamento parte basal e média da Formação Pimenteira e a
Sobral-Pedro II, de direção nordeste (Fortes, 1978). parte basal da Formação Cabeças. Nos intervalos
As principais ocorrências de fósseis são registra- regressivos do Neogivetiano e Eofameniano, não
das nos afloramentos da borda leste. estão registrados elementos para datação.
As maiores espessuras são na Formação Itaim, de No topo das formações Pimenteira e Cabeças
260 metros; na Formação Pimenteira, de 320 metros; ocorre nova transgressão no Neofrasniano -Eofa-
na Formação Cabeças, de 350 metros; e na Forma- meniano.
ção Longá, de 220 metros (Góes & Feijó, 1994). Nesta idade, a superfície de inundação máxima
na Formação Pimenteira apresenta alto teor de car-
7.3 Geocronologia - Idade bono orgânico, indicado na perfilagem de raios-
gama, pelos conspícuos picos radioativos.
A primeira atribuição de idade devoniana na Bacia No Neofameniano, a seqüência transgressiva da
do Parnaíba feita por Plummer et al. (1948), utilizando Formação Longá apresenta a superfície de trans-
invertebrados marinhos, foi corroborada por Kegel gressão máxima no topo da metade inferior, a partir
(1953). O detalhamento em tabelas cronoestratigráfi- daí é regressiva em direção ao topo.
cas foi realizado com as pesquisas em subsuperfície
da PETROBRAS, iniciadas por Müller (1962). 7.4.1 Eoeifeliano- Formação Itaim
Tabelas de intervalos bioestratigráficos e cronoes-
tratigráficos baseadas nas associações palinológi- Os depósitos da Formação Itaim foram acumu-
cas e nos microfósseis marinhos, foram publicadas lados pelo efeito do aumento da lâmina d’água
por Brito (1965, 1966, 1967a, b, 1968, 1969, 1971, quando foi estabelecida uma plataforma marinha
1976); Brito & Santos (1965); Daemon (1974 e 1976); proximal, batida por tempestades. São o limite in-
Carozzi et al. (1975); Quadros (1982); Brito & Qua- ferior do sistema deposicional transgressivo na
dros (1984 e 1985); Grahn (1992) e Loboziak et al. plataforma.
(1992). A seqüência transgressiva é discordante em rela-
A coluna estratigráfica de Grahn (1992) baseada ção a unidade inferior, compreendida pelas fácies
em quitinozoários, que constitui uma atualização fluviais anastomosadas da Formação Jaicós. Inicia-
dos conhecimentos anteriores, modificada por Melo da no Eoeifeliano é composta por camadas de are-
et al., 1992 (apud Góes & Feijó, 1994) foi adotada no nitos que ocorrem com pequena espessura em su-
presente trabalho. À Formação Itaim (definição de perfície, no flanco leste da bacia. Correspondem li-
Kegel, 1953) é atribuída a idade eifeliana. A base da toestratigraficamente à Formação Itaim. Em aflora-
Formação Pimenteira é colocada no topo do Eifelia- mentos próximos à cidade de Itainópolis, Piauí
no, e a base (Membro Passagem) da Formação Ca- (Figura 7.1) são arenitos sílticos finos a médios, re-
beças no Givetiano. O topo da Formação Pimenteira lativamente bem classificados, argilosos, amare-
atinge a parte superior do Frasniano e o restante da los a vermelhos, micáceos, apresentando estrutu-
Formação Cabeças desenvolve-se através do Fras- ras de lobos sigmoidais. São recobertos por areni-
niano atingindo a base do Fameniano. A datação da tos com estratificações cruzadas do tipo hum-
Formação Longá, por microfósseis marinhos, é res- mockys, da parte basal da Formação Pimenteira
trita ao Neofameniano. De acordo com os mióspo- (Fonseca & Melo, 1987; Della Fávera, 1990).
ros, as indicações para o topo da Formação Longá
são do limite Devoniano/Carbonífero (Daemon, 1974 7.4.2 Neoeifeliano - Formação Pimenteira
e Loboziak et al., 1992). Góes & Feijó (1994) assina-
lam seu topo no Eotournasiano. As atuais conceituações da Formação Pimentei-
ra alteraram as definições originais de Kegel
7.4 Sedimentação (1953). O Membro Itaim passou a Formação Itaim, e
o pacote litológico e fossilífero, anteriormente de-
Para a síntese das relações dos eventos geológi- signado como Membro Picos, assumiu a designa-
cos e biológicos, foram adotadas as seqüências ção de Formação Pimenteira.
deposicionais do Devoniano estabelecidas por A camada basal da Formação Pimenteira, deno-
Della Fávera (1990). minada por Kegel (1953) de banco branco, é for-

– 49 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 7.1 – Formação Itaim na base, com arenitos com lobos sigmoidais. Formação Pimenteira basal no topo,
com arenitos com estratificações cruzadas em hummockys, corte em catenária. Localidade - Rio Itaim, próximo
à cidade de Itainópolis, Piauí.

mada por folhelhos e folhelhos sílticos cinza-es- calam folhelhos com laminações em ondas (wavy)
branquiçados ou verde-claro. e lenticular (linsen). As formas geométricas dos
É registrada no flanco leste, entre as cidades de arenitos são bem separadas por pelitos (Figura
Piripiri, ao norte, e São João do Piauí, ao sul. Apre- 7.2).
senta indícios de sedimentação carbonática e oolí- São interpretados como plataformas terrígenas,
tica nas suas exposições (Oliveira & Barros, 1976). com barras costa afora (offshore bars) dominadas
Nos afloramentos de Itainópolis, no contato ba- por tempestades. Representam eventos episódi-
sal com os arenitos Itaim, os folhelhos e arenitos da cos rápidos, com tempestades de grande intensi-
Formação Pimenteira apresentam estratificações dade, que quando cessam formam depósitos de
cruzadas de tipo hummockys, com corte em cate- menor energia sob ação de ondas, tais como os fo-
nária (Figura 7.1). Correspondem as fácies tempes- lhelhos com as laminações wavy e linsen. São indi-
títicas situadas abaixo da ação da base de onda e cativos de lâmina d’água elevada, possivelmente a
indicam uma contínua elevação do nível do mar, na parte extrema da transgressão.
seqüência transgressiva. São plataformas terríge- Nos morros do Ipueiro e do Colégio, em Picos, os
nas, com barras costa afora (offshore bars) domi- depósitos tempestíticos estão associados com evi-
nadas por tempestades. dências biológicas de proximidade de costa, como
as concreções contendo restos de vegetais terres-
7.4.3 Eogivetiano - Formação Pimenteira tres (Krausel & Dolianiti, 1957).
Os depósitos tempestíticos com as camadas de
O primeiro intervalo regressivo de idade eogive- estratificação cruzada tipo hummockys são marca-
tiano é correspondente à parte média da Formação dos por níveis de hardground, com icnofósseis per-
Pimenteira. Em afloramento que ocorre na entrada furantes (Kegel, 1966). Significam parada da sedi-
da cidade de Picos, os corpos de arenitos amalga- mentação após a tempestade. Entre os tratos de
mados, em laminações gradadas, com grandes sistemas de nível de mar alto são os que indicam o
ondas, truncadas em catenária (hummockys) inter- início do intervalo regressivo.

– 50 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 7.2 – Formação Pimenteira, parte média. Arenitos com laminações com grande comprimento de onda, com estratificações cruzadas truncadas
(hummockys) e em catenária. Intercalam os folhelhos com estruturas wavy e linsen. As formas geométricas dos arenitos são bem separadas pelos
pelitos. Localidade - Entrada da cidade de Picos, Piauí.

– 51 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

7.4.4 Eogivetiano - Formação Cabeças ças (Caputo, 1984). Em Gaturano, os diamictitos


ocorrem sobrepostos às sigmóides da Formação
Na região de Picos ocorrem também arenitos Cabeças.
médios a grossos que apresentam estruturas de lo- Andrade & Daemon (1974), Daemon (1976) e
bos sigmoidais de topo plano (Figura 7.3) e lobos Quadros (1982) dataram os diamictitos do topo da
sigmoidais com arenitos proximais e folhelhos dis- Formação Cabeças no Fameniano, os quais são da
tais, com laminações em ondas e lenticulares. São mesma idade dos diamictitos encontrados nas ba-
mudanças laterais de fácies e caracterizam o deno- cias do Solimões e Amazonas.
minado Membro Passagem da Formação Cabe- Esta seqüência foi seguida por uma regressão
ças. São indicadores de lobos sigmoidais de maré no Mesofameniano.
na porção proximal passando a depósitos tempes-
títicos até lamitos nas regiões distais.
No Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí, a 7.4.6 Neofameniano - Formação Longá
nordeste da bacia, os arenitos da Formação Cabe-
ças apresentam modelados semelhantes às deno- Camadas de folhelhos bem laminados e siltitos
minadas sand waves (Walker, 1984). Estas unida- bioturbados, que caracterizam a Formação Longá,
des fisiográficas atualmente são encontradas nos sobrepõem-se em contato superior com os arenitos
arenitos de áreas rasas das plataformas continen- da Formação Cabeças, acentuando uma abrupta
tais. mudança litológica. Na parte basal, os icnofósseis
abundantes e uma fauna de invertebrados estão as-
sociados a folhelhos e siltitos. Representam o início
7.4.5 Neofrasniano/Eofameniano - de uma seqüência transgressiva, datada no Neofa-
Formações Pimenteira e Cabeças meniano (Figura 7.4).
A parte média da formação é marcada por areni-
Uma nova transgressão está assinalada nos inter- tos amarelados a esbranquiçados, argiláceos com
valos entre as idades compreendidas pelos Neo- estratificações cruzadas e delgados leitos de cal-
fransniano e Eofameniano. Corresponde às sedi- cários argilosos. O contato superior, com a Forma-
mentações de siltitos e arenitos das camadas exis- ção Poti, é, em geral, concordante e gradacional,
tentes nas metades superiores das formações Pi- embora possa ser localmente brusco (Della Fávera,
menteira e Cabeças. 1990).
Na Formação Pimenteira ocorrem folhelhos pre- Os depósitos da Formação Longá são interpreta-
tos, radioativos, com alto teor de carbono orgânico. dos como o registro de um mar epicontinental, com
Estão indicados pelos conspícuos picos na perfila- ambiente deposicional variando de infranerítico nas
gem de raios gama. Della Fávera (1990) os identifi- unidades basais e superiores, a litorâneo nas se-
cou como uma superfície de inundação máxima. ções médias. Os sedimentos com a predominância
Icnofósseis e algas Protosalvinia são citadas por de clásticos finos da unidade inferior refletem um rá-
Grahn (1992). pido afogamento do sistema marinho raso da For-
Na borda oeste da bacia, na parte superior da mação Cabeças, pela elevação do nível do mar, no
Formação Cabeças, ocorrem arenitos cinza a bran- final de uma glaciação. Os folhelhos laminados com
cos com estratificação cruzada, conglomeráticos, estratificação cruzada hummockys indicam uma se-
com seixos intercalados. Estruturas de escorrega- dimentação mais profunda, com tempestades.
mento sinsedimentares são comuns e localmente
os arenitos são cortados por canais rasos e amplos. 7.5 Fósseis
Classificados como diamictitos, são interpretados
como uma progradação e integração rápida de le- 7.5.1 Microfósseis
ques aluviais, leques deltaicos e frentes deltaicas,
com lobos glaciais no topo. Constituem o registro Após o trabalho em palinologia de Müller (1962),
de um evento glacial ocorrido ao norte da América que elaborou a primeira tabela cronoestratigráfica,
do Sul (Caputo, 1984, 1985; Caputo & Lima, 1984; para o Devoniano da Bacia do Parnaíba, Daemon
Caputo & Crowell, 1985). (1974) divulgou a síntese com a correlação entre os
Na borda leste, no estado do Piauí, próximo a palinomorfos, estabelecendo intervalos bioestrati-
Canto de Buriti, os diamictitos ocorrem junto com gráficos do Devoniano nas bacias do Amazonas e
superfícies estriadas no topo da Formação Cabe- Parnaíba.

– 52 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 7.3 – Formação Cabeças. Arenitos com lobos sigmoidais de topo plano. Localidade - Estrada Floriano-Oeiras.
BR-230 - 8km a oeste de Oeiras, Piauí.

– 53 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 7.4 – Formação Longá. Arenitos muito finos, cinza-escuros e siltitos intercalados. Localidade - Estrada
Teresina-Picos. Rodovia BR-316, km 168,5, região de Valença do Piauí (segundo Carvalho, 1995).

Os microfósseis marinhos, acritarcas e quitino- pode significar variação climática ou elevação do


zoários foram estudados com descrição sistemáti- nível do mar. O conjunto de microfósseis indica am-
ca e por possuírem uma nítida diferenciação morfo- biente marinho raso e proximidade da costa.
lógica são excelentes índices (Brito, 1965, 1966, Quadros (1982) descreveu e figurou as associa-
1967a, b, 1968, 1969, 1971, 1976; Brito & Quadros, ções na cenozona Ramochitina ramosi (Figura
1984 e 1985; Brito & Santos, 1965 e Quadros, 7.5).
1982). As associações palinológicas e de microfós- Grahn (1992) atribuiu a parte média da Forma-
seis marinhos estão contidas em trabalhos de natu- ção Pimenteira, ao Eogivetiano, com represen-
reza estratigráfica, publicados por Daemon (1974 e tantes dos quitinozoários Ancyrochitina langei e
1976), Carozzi et al. (1975), Grahn (1992) e Loboziak Gotlandochitina milanensis. O Membro Passa-
et al. (1992). gem da Formação Cabeças foi datado no Eogive-
No Meso e Neodevoniano as formas de quitino- tiano. Observa este autor que, no Neofrasniano, a
zoários e acritarcas se diversificam, em evolução transgressão inicial do Neodevoniano em outras
rápida. Seu declínio e extinção global no topo do bacias do mundo, originou um empobrecimento
Devoniano é um bioevento mundial. No final do De- da fauna e uniformização das bacias até o Neofa-
voniano, associações de esporomorfos ocorrem, meniano. Porém, nas bacias do Parnaíba e Jato-
sobretudo nas subturmas Pseudosaccitriletes e Zo- bá, a fauna de quitinozoários é composta por
notriletes. mais de 30 espécies, em contraste com poucas
De acordo com Grahn (1992), nos sedimentos da espécies de outras bacias. A fauna é endêmica e
Formação Itaim (definição de Kegel, 1953), os micro- um gênero, Sommerochitina (Cruz & Quadros
fósseis marinhos apontam a idade mesoeifeliana, ci- 1985), aparece pela primeira vez no Fameniano,
tando como exemplo o quitinozoário Ramochitina ra- possivelmente em conexão com a glaciação do fi-
mosi. A Formação Itaim é correlacionada com o Mem- nal do Devoniano.
bro Lontra da Formação Maecuru. A base da Forma- A Formação Longá, que de acordo com Daemon
ção Pimenteira é colocada no Neoeifeliano. Os (1976) contém esporos indicativos do limite Devo-
quitinozoários apresentam maior percentagem de niano/Carbonífero, foi posicionada por Grahn
espécies cosmopolitas que no Eodevoniano. (1992) e Loboziak et al. (1992) no Neofameniano.
Segundo Daemon (1976), o Eifeliano é uma ida- Góes & Feijó estendem sua ocorrência para o Eo-
de marcada por uma rápida mudança da flora, que tournasiano.

– 54 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

50°00’ 48º00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

2°00’

2°00’

18

9
11 6 17
4º00’

4º00’

21
22
8

6º00’ 16 2
6º00’

20
7

8º00

1 3
4 8º00

12 14
13
10º00’

19
10º00’

10

0 100 200 300km


15

50°00’ 48º00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ 40º00’

QUINOZOÁRIOS ACRITARCAS
1 - Ancyrochitina ancyrea Eisenack, 1955 10 - Veryhachium rabiosum Cramer, 1964
2 - Alpenachitina eisenacki Dunnn & Miller, 1964 11 - Micrhystridium stellatum Deflandre, 1945
3 - Ancyrochitina langei Sommer & van Boeckel, 1964 12 - Veryhachium trispinosum (Eisenack) Cra-
4 - Cladochitina biconstricta Lange, 1967 mer, 1964
5 - Angochitina implicationis Urban, 1972 13 - Baltisphaeridium sp.
6 - Angochitina cf. A. capillata Eisenack, 1937 14 - Triangulina alargada Cramer, 1964
7 - Ramochitina ramosi Sommer & van Boekel, 1964 15 - Poliyedryxium decorum Deunff, 1955
8 - Ancyrochitina cf. A. desmea Eisenack, 1964 16 - Navifusa brasiliensis Brito & Santos,1965
9 - Angochitina mourai Lange, 1952 17 - Navifusa cylindrica Brito & Santos, 1965
18 - Estiastra sp.
19 - Duvernaysphaera tessella Deunff, 1964
20 - Baltisphaeridium dilatispinosum Downie,
1963
21 - Evittia sommeri Brito, 1967
22 - Maranhites brasiliensis Brito, 1965

Figura 7.5 – Microfósseis da cenozona Ramochitina ramosi, do Eifeliano (segundo Quadros, 1982).

– 55 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

7.5.2 Macrofósseis sp. e “Cranaena” sp. e os trilobitas Metacryphaeus


e Burmeisteria (Kegel, 1953; Melo, 1985; Fernan-
7.5.2.1 Eoeifeliano - Formação Itaim des, 1985; Carvalho, 1995).
Na borda oeste, Melo (1985) identificou um aflora-
Os restos de invertebrados bentônicos mais anti- mento situado três metros acima do embasamento,
gos estão registrados nos afloramentos da Forma- em Lajedo e fazenda Pé de Buriti, noroeste de Gua-
ção Itaim, situados na borda leste da bacia. São da- raí, Tocantins, como pertencente à parte basal da
tados no Mesoeifeliano, e a sedimentação é de pla- Formação Pimenteira. Os fósseis são o celenterado
taforma marinha proximal. Conularia; os braquiópodos: Orbiculoidea, “Spiri-
A esparsa fauna marinha é composta por Buca- fer”, “Australocoelia” e o vegetal Spongiophyton
nella (?), Nuculites entre outros moluscos; os bra- (Andrade Ramos & Barbosa, 1967; Barbosa et al.,
quiópodos Orbiculoidea (Figura 7.6) e “Craniops”; 1966; Melo, 1985).
os icnofósseis Zoophycos (=Spirophyton) e rastros
atribuídos a trilobitas homanolotídeos. Indicando a 7.5.2.3 Eogivetiano - Formação Pimenteira
proximidade da linha de costa são citados restos
de pequenos vegetais Psilofitales (Kegel, 1953; A parte média da Formação Pimenteira, de ida-
Melo, 1988). de Eogivetiana, de composição arenosa, ocorre em
superfície, na borda leste, nos arredores de Picos,
7.5.2.2 Neoeifeliano - Formação Pimenteira no limite com o Membro Passagem.
A fauna (Figura 7.7) contém o trilobita Burmeiste-
As assembléias fossilíferas que ocorrem nos fo- ria notica, os biválvios Nuculites africanus, Nuculites
lhelhos das camadas basais da Formação Pimen- sp. e Paleoneilo sp., os conularídeos Ctenoconularia
teira, na borda leste da bacia são compostas por tri- undulata e Mesoconularia africana, os braquiópo-
lobitas, ostracodes, braquiópodos, biválvios, gas- dos Chonetes freitasi, Lingula, Orbiculoidea, os gas-
trópodos, conulariídeos, tentaculídeos, hiolitídeos, trópodos Plectonotus derbyi e Hyolithes, o incertae
escolecodontes, peixes e restos vegetais, datados sedis Tentaculites; o icnofóssil Cruziana e o peixe
no Neoeifeliano (Fonseca & Melo, 1987; Carvalho, (?)Machaeracanthus (Kegel, 1953 e 1966; Santos,
1995). 1961; Brito & Santos, 1965; Castro, 1968; Brito,
Uma associação fóssil apresenta braquiópodos 1971; Melo, 1985; Campos, 1985; Lima Filho & Cal-
inarticulados Orbiculoidea; terebratulídeos Crana- das, 1987).
ena sp., “Paranaia” sp. e Derbyina smithi. A ocor- Os vegetais são Protolepidodendron kegeli,
rência de Tropidoleptus carinatus no Mesodevonia- Archaeosigillaria picosensis, Palaeostigma sewar-
no da Bacia do Parnaíba caracteriza a expansão di, Spongiophyton e um ramo de Archaeosigillaria
mundial da espécie a partir do Eodevoniano da re- (Krausel & Dolianiti, 1957).
gião renano-boêmia (Fonseca & Melo, 1987). As re- Os fósseis procedem dos arredores da cidade
lações com a Província Malvinocráfica foram esta- de Picos. As camadas revestidas por alteração su-
belecidas por Melo (1985) que comparou os exem- perficial de ferro formam hardground, com os icno-
plares da Bacia do Parnaíba com material tipo da fósseis Neoskolithos picosensis (Kegel, 1966). O
Chapada dos Guimarães, depositado no Museu material que ficou exposto aos fenômenos de oxi-
Nacional. dação no piso marinho formou nódulos hematíticos
Os trilobitas são o homalonotídeo Burmeisteria e o em torno de fragmentos do trilobita Burmeisteria.
calmonídeo Metacryphaeus kegeli, este último de fa-
mília da Província Malvinocráfica (Carvalho, 1995; Car- 7.5.2.4 Eogivetiano - Formação Cabeças
valho et al., 1997). Os moluscos são Nuculites, Buca-
nella, e Hyolithes e o incertae sedis Tentaculites. Os O Membro Passagem da Formação Cabeças,
restos de peixes são Ctenacanthus e Machaeracant- com maior percentagem em arenitos, é datado no
hus (Santos, 1961). Os icnofósseis, rastos de vermes Eogivetiano, e como variação lateral de fácies tem
do grupo Nereites (Kegel, 1966) e Zoophycos, além uma composição de fauna diferente da que ocorre
de vegetais atribuídos a Spongiophyton (Fonseca & na Formação Pimenteira.
Melo, 1987). Os braquiópodos são referidos a Tropidoleptus
Em outra associação fóssil estão representados o carinatus, Pustulatia ou Plicoplasia, Pleurochone-
celenterado Mesoconularia africana; os braquiópo- tes, Mucrospirifer, (?), Rhipidothyridae ou Mutatio-
dos Orbiculoidea sp., Derbyina smithi, “Paranaia” nellidae.

– 56 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1
Orbiculodea sp.
Localidade: Estrada Araripina-Picos km 109, Piauí
Coleção DGM
2cm

Figura 7.6 – Fósseis da Formação Itaim.

1
0 3

2cm 0

2cm

4
0 2 0

2cm 5

10mm

5 0

1 1

2cm

2cm

4 Metacryphaeus kegeli (segundo Carvalho et al., 1997). Localidade:


1 Burmeisteria notica. Localidade: Picos, Piauí.
Cerca de 11km ao sul de Pimenteiras, Piauí. Coleção: DGM
Coleção: DGM 5005-I.
6133-I.
2 Burmeisteria notica. Localidade: Picos, Piauí.
5 Plectonotus sp. Localidade: Picos, Piauí. Coleção: DGM 6197-I.
Coleção: DGM 5007-I.
3 Cruziana isp. Localidade: Região de Picos, Piauí. 6 Ctenoconularia cf. C. undulata. Localidade: Região de Picos, Piauí.
Coleção: DGM 6200-I. Coleção: DGM 6196-1.

Figura 7.7 – Fósseis da Formação Pimenteira.

– 57 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Os biválvios são Nuculites aff. N. oblongatus, Nu- Rusophycus piauiensis, Neonereites uniserialis,
culites cf. N. triqueter, Nuculoidea(?) bellistriata Sublorenzinia pauciradiata e Palaeophycus isp.
parvula, Palaeoneilo sp. A e Palaeoneilo sp. B, (Muniz, 1981 e 1982).
Grammysioidea (?) lundi, Sanguinolites karsteni, Outras citações de icnofósseis são: Crossopodia
Spathella pimentana e Grammysiidae indet. Os estrellada em Elesbão Veloso (Albuquerque &
gastrópodos são Plectonotus derbyi e (?)Platyosto- Dequech, 1946; Kegel, 1957); Asteriacites isp., nas
ma baini e o cefalópodo é referido a Michelinoceras proximidades de Oeiras (Santos & Campanha,
bokkeveldensis. O trilobita Metacryphaeus austra- 1970; Brito, 1977); e Cruziana aff. C. lobosa,
lis (Castro, 1968) foi colocado na nova espécie Me- Asteriacites stelliforme e (?)Crossopodia
tacryphaeus meloi (Carvalho et al., 1997). São cita- estrellada, Conichnus conicus, em Rio Grande do
dos euripterídeos, Tentaculites e os icnofósseis, Piauí e Valença do Piauí (Muniz, 1982). Há citação
Rusophycus isp. e Cruziana isp. (Kegel, 1953 e de Crossocorda maranhensis, no furo 2 VG-1-MA,
1965; Oliveira & Barros, 1976; Lima & Leite, 1978; Vargem Grande, Maranhão (Kegel, 1966; Quadros,
Melo, 1985; Fonseca & Melo, 1987; Fonseca, 1994; 1982).
Carvalho et al.; 1997, Carvalho, 1995).
A fauna do Membro Passagem (figura 7.8) está 7.6 Paleogeografia
depositada na base dos arenitos da seqüência re-
gressiva, que ocorrem na margem leste. É correla- A paleogeografia do Devoniano na América do
cionada com a fauna das formações Maecuru e Sul foi discutida por Barrett & Isaacson (1988) que
Ererê. atualizaram o clássico modelo de Harrington
(1962). Foram relatadas as principais ocorrências
7.5.2.5 Neofrasniano / Eofameniano - ao longo dos Andes, desde a Venezuela, em dire-
Formações Pimenteira e Cabeças ção ao sul, através da Colômbia, Peru, Bolívia , Chi-
le e Argentina. Analisaram também as bacias intra-
A transgressão do Neofrasniano/Eofameniano cratônicas do Brasil, Paraguai e Argentina. Pela ta-
está identificada nos sedimentos da parte superior bela de correlação entre as bacias, foi verificado
das formações Pimenteira e Cabeças. Está marca- que na maior parte das ocorrências de Devoniano,
da por esparsos restos orgânicos com as algas as sedimentações são iniciadas no Emsiano ou Ei-
Protosalvinia e o traço fóssil Spirophyton (Grahn, feliano. São atribuídas a uma transgressão marinha
1992). por elevação do nível do mar que, em caráter mun-
Um indicador de atividade de microorganismos dial, ocorreu no Mesodevoniano. Há uma discor-
são os folhelhos pretos radioativos, conspícuos na dância de caráter continental correspondente ao in-
perfilagem gama (Della Fávera, 1990). tervalo do Devoniano Inferior, que Góes & Feijó
(1994) correlacionam com o reconhecido Ciclo oro-
7.5.2.6 Neofameniano - Formação Longá genético Caledoniano, do final do Siluriano.
Na Bacia do Parnaíba, os condicionamentos re-
Uma fauna de invertebrados, da base da Forma- gionais continuaram controlados pelos lineamen-
ção Longá, de idade Neofameniana, é registrada tos Transbrasiliano Picos-Santa Inês (Cunha,
na Fazenda Barreiras, próximo da cidade de Valen- 1986), com os depocentros localizados na região
ça do Piauí, Piauí (Kegel, 1953; Melo, 1988; Carva- da atual borda leste da bacia.
lho, 1995). Modelos paleogeográficos nos diversos andares
As assembléias consistem de biválvios alonga- do Devoniano na Bacia do Parnaíba foram estabele-
dos, cilíndricos modiomórficos – Solemya (Janeia) cidos por Melo (1988), em correlações das bacias
(?) sp., (?) Modiomorphidae; braquiópodos Lingu- do Paraná, Amazonas e Parnaíba com a América
la, Orbiculoidea; “Schuchertella” sp.; Chonetes; do Sul e África. Este autor ampliou modelos anterio-
pequenos trilobitas Metacryphaeus sp. com afini- res de Lange & Petri (1967) e Lange (1972). A trans-
dade malvinocráfica (Figura 7.9); ostracodes Kloe- gressão do Eifeliano conectou as bacias do Ama-
denia, Primitia; possíveis Tentaculites e restos de zonas, Parnaíba e Paraná com a margem oeste da
peixes (Kegel, 1953; Melo, 1985; Carvalho & Melo, América do Sul, e propiciou a colonização das zo-
1984; Carvalho, 1995). nas bentônicas. A noroeste da Bacia do Parnaíba
Os icnofósseis são abundantes, especialmente houve a conexão com o Cráton Oeste Africano,
em afloramentos próximos à cidade de Campo com deposição de grande espessura de folhelhos
Maior, Piauí. Ocorrem Bifungites cruciformis, (Carozzi et al., 1975).

– 58 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

2
0
1
1

0 2cm

2cm

0 3 0

1 1
2cm
2cm

5
0

2cm

6
7

1 0

1
10mm
2cm

1 Gyrophyllites (?) sp. Localidade: Antigo km 5,5 da 5 Nuculites sp. Localidade: Antigo km 5,5 da rodovia Picos-Oeiras,
rodovia Picos-Oeiras, Piauí. Coleção: DGM 6163-I. Piauí. Coleção DGM 6158-I.
2 Família Mucrospiriferidae-valva branquial e 6 Metracryphaeus meloi (segundo Carvalho et al., 1997). Localida-
Metacryphaeus-Pigideos. Localidade: Região de de: Oitis, na junção da rodovia Valença do Piauí-Pimenteiras, Piauí.
Picos, Piauí. Coleção: DGM 6194-I. Coleção: MCT 6822-I.
3 Família Chonetidae, Subfamília - Notiochonetinae. 7 Cálice de Crinóide. Localidade: km 36 a noroeste de Canto do
Localidade: Antigo km 5,5 da rodovia Picos-Oeiras, Buriti, próximo à entrada para Floriano, Piauí.
Piauí. Coleção: DGM. Coleção: DGM.
4 Família Mutationellidae. Localidade: Vertente
oriental da serra Pedro II, Piauí. Coleção:
DGM 6135-I.
Figura 7.8 – Fósseis da Formação Cabeças.

– 59 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

0
1

10mm

0
2

10mm

1 e 2 Metacryphaeus sp.
Localidade: Fazenda Barreiras, Valença do Piauí, Piauí.
Coleção: DGM 5566-I (segundo Carvalho, 1995)

Figura 7.9 – Fósseis da Formação Longá.

7.7 Eventos Biológicos flora, motivadas por mudanças climáticas e eleva-


ção do nível do mar.
Seis eventos biológicos foram reconhecidos no Estes fatores associados com a deriva continen-
Devoniano da Bacia do Parnaíba (Carvalho et al., tal possibilitaram ainda o bioevento global de ex-
1996). As formações das assembléias bentônicas pansão do braquiópodo Tropidoleptus carinatus, a
estiveram relacionadas com mecanismos alocícli- partir de província biogeográfica do hemisfério nor-
cos, isto é, a fenômenos gerados externamente às te (Fonseca & Melo, 1987).
bacias sedimentares. São os fatores correlaciona-
dos com as variações do nível do mar e climáticos 7.8 Tafonomia
que, provocando mudanças no nível de base, influ-
enciaram a dinâmica dos seres vivos em mares epi- Nas séries tafonômicas evolutivas, os elementos
continentais. e associações registrados são abordados como
Os bioeventos estão diferenciados, segundo sistemas tafonômicos ou tafossistemas (Fernán-
Kauffman (1986), em bioeventos locais, que cor- dez-López, 1991). Os componentes que podem
respondem no Eifeliano, ao aparecimento de vida ser observados em diferentes estágios de organi-
bentônica na bacia. Um biovento florístico de natu- zação são inter-relacionados ao ambiente externo,
reza regional é indicado nas correlações entre as interpretados pelas seqüências, sistemas e ambi-
bacias sedimentares do Amazonas, Parnaíba e Pa- entes deposicionais.
raná. Daemon (1976) assinalou um conjunto de mi- A preservação dos elementos fósseis foi na maior
crofósseis representativo de rápidas mudanças da parte causada por episódios de tempestades, que

– 60 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

transportaram as entidades produzidas, de dife- Tipo 2 - comunidade de mutationélida, com bra-


rentes habitats, para regiões mar adentro. Em ge- quiópodos incluindo os gêneros Derbyina e Para-
ral, as conchas e outros fragmentos de partes de naia, o ortídeo Tropidoleptus e o trilobita Burmeiste-
maior durabilidade se acumularam como conglo- ria. São de plataforma interna proximal.
merado basal de tempestitos. Tipo 3 - comunidade de conetáceos, com espiri-
Entretanto, não foram de longa conservabilida- ferídeos, ambocoelídeos (Plicoplasia ou Pustula-
de, pois a maioria das entidades é registrada por tia), terebratulídeos (Rhypidothyris e Mutationella),
moldes internos e externos, sem vestígios das con- e o trilobita calmonídeo Metacryphaeus. São de
chas originais. As valvas de braquiópodos estão plataforma interna distal.
desarticuladas, mas nos moldes estão impressos
detalhes de ornamentação. Indicam que houve so- MESOEIFELIANO - O início da seqüência trans-
terramento rápido após o transporte por fluxos de gressiva do Mesoeifeliano está representado por
correntes (Johnson, 1960). arenitos com lobos sigmoidais de pequena espes-
Representam uma tafocenose com mistura de sura da Formação Itaim.
entidades preservadas transportadas lateralmen- Os fósseis representam o primeiro bioevento de
te, do local da plataforma onde foram produzidas. colonização bentônica na bacia. O registro de fau-
São bioeventos locais de soterramento e preserva- na bentônica e de plantas indica que as condições
ção, em regiões localizadas da bacia sedimentar. ecológicas foram alcançadas, permitindo o estabe-
Os gêneros identificados dão as informações lecimento de metazoários.
paleobiológicas que diferenciam as associações A rápida mudança da flora registrada significaria
bentônicas por regiões da plataforma (Boucot, uma variação climática ou elevação do nível do
1971 e 1975), e demonstram que na maioria dos re- mar. O bioevento local de colonização bentônica e
gistros houve mistura de elementos procedentes o bioevento florístico de caráter regional, documen-
de litoral e plataforma rasa. tado por Daemon (1976) são possivelmente associ-
A preservação foi por ressedimentação, com ados com mudanças climáticas, em conseqüência
deslocamento ao longo do substrato, antes que os de um evento geológico global.
elementos preservados fossem enterrados. Os ic- Pela elevação do nível do mar, ocorreu a seqüên-
nofósseis foram preservados por acumulação. São cia transgressiva, com os arenitos com lobos sig-
da produção biogênica, traduzida pelos traços no moidais depositados em plataforma marinha rasa.
substrato. É um processo onde não há transporte. Os escassos fósseis registrados são os biválvios
Os braquiópodos do Membro Passagem da nuculídeos, os gastrópodos belerofontídeos e res-
Formação Cabeças, estão depositados em ban- tos de trilobitas homalonotídeos.
cos de arenitos na base de tempestitos. Constitu- Entre os braquiópodos foi identificado Orbiculoi-
em um bioevento local de soterramento e preser- dea, que é característico das comunidades mari-
vação da fauna. As conchas desarticuladas, pou- nhas litorâneas. Restos de pequenos vegetais sig-
co fragmentadas, com a ornamentação bem con- nificam também proximidade à linha de costa.
servada tiveram pequeno transporte e soterra-
mento rápido (Johnson, 1960). NEOEIFELIANO - Durante a seqüência trans-
gressiva do Neoeifeliano, pelo aumento da lâmina
7.9 Paleoecologia/Comunidades Bentônicas/ d’água nos mares submetidos a tempestades, fo-
Antigos Ecossistemas ram originados os depósitos de plataforma. As
acumulações de assembléias de invertebrados, e
Pelas entidades registradas, foram obtidas as evi- raros vertebrados, são compostas por trilobitas,
dências das quais derivam as informações paleo- ostracodes, braquiópodos, biválvios, gastrópo-
biológicas. São reconhecidas as associações ben- dos, conularídeos, tentaculítídeos, hiolitídeos, es-
tônicas em plataformas marinhas rasas, nas comuni- colecodontes, restos vegetais e peixes (Kegel,
dades malvinocáfricas (Boucot, 1971 e 1975). Os 1953; Melo, 1985).
gêneros determinados indicam a presença de: É uma assembléia misturada por soterramento e
Tipo 1 - comunidade de Lingula - caracterizada preservação da fauna por fluxos de correntes de
por braquiópodos lingulídeos e discinidas (Orbicu- tempestades em porções localizadas da bacia se-
loidea). Estão em associação com os biválvios nu- dimentar. As conchas estão desarticuladas, mas,
culídeos, os gastrópodos belerofontídeos, e os tri- preservando a ornamentação, demonstram acu-
lobitas homalonotídeos. São de região litorânea. mulação após transporte e soterramento rápido.

– 61 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Os elementos mais numerosos da fauna bentôni- sentantes de floras fossem preservados (Kraüsel &
ca são de plataforma marinha rasa. Pertencem às Dolianiti, 1957).
comunidades de mutationélidas, com os gêneros
Derbyina e Paranaia, o ortídeo Tropidoleptus e o tri- EOGIVETIANO - As acumulações de fósseis no
lobita Burmeisteria. Apresentam ainda mistura com Membro Passagem da Formação Cabeças, corres-
representantes de comunidades de lâmina d’água pondem a um bioevento do início do intervalo re-
mais rasa como os nuculídeos e belerofontídeos e gressivo. São trilobitas, braquiópodos, Tentaculi-
outros espécimens como os conularídeos. tes, biválvios e gastrópodos. Embora sejam consi-
derados da mesma idade da fauna da Formação
EOGIVETIANO - A fauna situada na parte média da Pimenteira, sua composição é diferente.
Formação Pimenteira, é considerada desta idade Boucot (1971) registra que podem haver várias
(Carvalho, 1995). São trilobitas, braquiópodos, bi- comunidades adjacentes em um tempo geológico
válvios, gastrópodos e representantes de floras de curto, que seriam causadas por razões de sedi-
ambientes terrestres. As camadas arenosas que mentação rápida em oposição a uma subsidência
ocorrem na região de Picos estão no limite com o lenta, ou em regiões que representam a extremida-
Membro Passagem da Formação Cabeças. de da transgressão. As duas causas geológicas
Na parte média da Formação Pimenteira, os ma- estão presentes aquí.
crofósseis e icnofósseis são indicativos de ambien- Os gêneros que representam a comunidade são
te litorâneo. O tipo de comunidade inferido pelos os conetáceos, espiriferídeos, ambocoelídeos (Plico-
grupos que predominam na associação é de litoral, plasia ou Pustulatia), terebratulídeos (Rhypidothyris e
pois ocorrem Lingula, Orbiculoidea, gastrópodos, Mutationella), e o trilobita calmonídeo Metacrypha-
belerofontídeos, biválvios nuculídeos e o trilobita eus. Em termos de composição é comunidade do
Burmeisteria. Apresentam ainda mistura com re- tipo 3, que Boucot (1971), considera de ocorrência
presentantes de conularídeos. em maior profundidade. São de plataforma interna
É um bioevento local de preservação da fauna distal, e sua ocorrência estaria influenciada por um
por fluxos de correntes de tempestades, em partes substrato arenoso e mais firme para fixação. As es-
localizadas da bacia sedimentar. As conchas de- truturas sedimentares associadas com a assem-
sarticuladas, mas com a ornamentação preserva- bléia fóssil indicam a deposição em ambiente sub-
da, o são por ressedimentação, isto é, soterramen- maré.
to rápido após transporte. Os braquiópodos conetáceos são abundantes e
Os nódulos hematíticos são abundantes nos pertencem aos Pleurochonetes. Estão presentes
afloramentos nos arredores da cidade de Picos. também espiriferídeos (V.M. Fonseca, inf. verbal).
Revestem fragmentos do trilobita Burmeisteria. Tropidoleptus carinatus permaneceu como bioe-
Carvalho (1995) lembra que esta freqüência de vento global de expansão da espécie originária de
fragmentos pode significar a presença de carapa- províncias faunísticas do hemisfério norte (Fonseca
ças vazias, deixadas durante o processo de muda & Melo, 1987).
ou ecdise. O grande número de nódulos com trilo- Carvalho (1995) estudou os trilobitas descritos
bitas inteiros indica acumulação in situ. por Castro (1968) como Metacryphaeus australis,
Os icnofósseis Neoskolithos (Kegel, 1966) mos- uma espécie da Bacia do Paraná. Considerou que
tram episódios de colonização intermitentes em ca- os espécimens pertenciam a uma nova espécie da
madas endurecidas por alteração superficial de família Calmonidae, que é restrita à Província Malvi-
ferro. O traço foi formado no topo da camada por nocráfica.
animais endobiontes, que perfuraram após cada Para o topo da Formação Cabeças, não foram re-
parada da tempestade. O icnogênero Neoskolithos gistradas ocorrências fósseis, em superfície. Grahn
ocorre em sucessivos hardgrounds (paradas de (1992) assinalou o declínio das microfósseis mari-
sedimentação), nos ciclos tempestíticos. O nível nhos durante a regressão do Givetiano, nas bacias
pode ser seguido em extensão nos paredões da re- do Parnaíba, Paraná e Amazonas.
gião de Picos.
A substituição dos pelitos pelos psamitos, obser- NEOFRASNIANO -EOFAMENIANO - A elevação eus-
vada nos arredores e dentro da cidade de Picos, tática do nível do mar, de idade Neofrasniano -Eofa-
marca a superfície de inundação máxima. Com o meniano é expressa pelo bioevento de anoxia repre-
nível de mar mais alto, os ambientes terrestres pró- sentado pelos folhelhos negros radioativos que ocor-
ximos foram inundados, possibilitando que repre- rem na parte superior da Formação Pimenteira.

– 62 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Raros registros fósseis são Spirophyton e Proto- Tipo 1 - Nuculites, que estariam em planície de
salvinia correlacionáveis com as camadas inferio- maré, na região de litoral. As litologias correspon-
res da Formação Curiri, da Bacia do Amazonas dentes a estes biótopos não foram preservadas no
(Grahn, 1992). A sedimentação correspondeu à registro sedimentar. Estariam situadas em posição
maior elevação do nível eustático e atingiu as três mais a leste da atual linha de afloramento e foram
grandes bacias paleozóicas – Amazonas, Parnaíba removidas por erosão.
e Paraná (Della Fávera, 1990). Tipo 2 - mutationélidas com Tropidoleptus estariam
em bancos arenosos em profundidades rasas.
NEOFAMENIANO - Na Formação Longá, que cor- Tipo 3 - de conetáceos estariam em bancos are-
responde a uma transgressão do Neofameniano, o nosos aonde chegavam os lobos sigmóides.
regime sedimentar com predominância de clásti- Os fósseis foram transportados e soterrados por
cos finos, demonstra que a sedimentação foi efetu- tempestades, e não estavam em seus habitats ori-
ada em uma zona de plataforma mais distal. ginais. Durante os episódios de tempestade, as for-
Nas camadas basais da Formação Longá, com- mas das diferentes associações foram misturadas.
posta de pelitos, há o evento de colonização por fau- Pela interpretação dos paleoambientes e fósseis,
na bentônica, com biválvios, braquiópodos inarticu- as indicações são para uma plataforma marinha de
lados (Lingula e Orbiculoidea), articulados (“Schu- litorânea a rasa (Melo, 1988; Carvalho et al., 1997).
chertella”), Tentaculites e o trilobita Metacryphaeus Entretanto, não são diferenciáveis as regiões de
de afinidade malvinocráfica. plataforma interna e externa com os gradientes
É uma fauna de menor diversidade que as mais existentes nas plataformas atuais.
antigas, pertencentes às formações Pimenteira e
Cabeças. Os biválvios são representantes da in-
fauna, onde se enterram no substrato mole de re- 7.10 Paleobiogeografia
giões litorâneas, se alimentando de material em
suspensão. Estão acumulados em áreas de sedi- Boucot (1974) reconheceu no Devoniano três
mentação tempestítica, e mostram que sofreram províncias biogeográficas:
transporte. A Província faunística do Velho Mundo, de águas
Carvalho (1995) considera que pertencem à as- quentes, ocupando as regiões de latitudes baixas,
sociação 2 e 3 de Boucot (1975), onde o braquiópo- correspondentes à Europa, África do Norte, Ásia,
do “Schuchertella” e o trilobita calmonídeo são típi- Austrália, Nova Zelândia e ao oeste da América do
cos de região offshore. Norte.
Os abundantes traços fósseis são estruturas de A Província faunística Americana Oriental situa-
bioturbação (Frey & Pemberton, 1984). Os gêneros da entre latitudes baixas a médias, com águas tépi-
descritos indicam predomínio da icnofácies de das a temperadas no leste da América do Norte,
Cruziana, da zona sublitoral, e condições de off- Colômbia, Venezuela.
shore de energia baixa a moderada. A Província faunística Malvinocráfica, caracteri-
Asteriacites é interpretado como traço de re- zada pela baixa diversidade taxonômica e ende-
pouso de equinodermata. Eram animais que se lo- mismo acentuado, era situada em regiões de altas
calizavam pouco abaixo da superfície e migravam latitudes, abrangendo os mares rasos e frios, no
na vertical para evitar o soterramento decorrente sul da América do Sul, África do Sul e Antártida.
da sedimentação rápida e episódica que corres- A paleobiogeografia no Devoniano das bacias
ponde às tempestades (Santos & Campanha, brasileiras e da América do Sul foi discutida por
1970). Melo (1988). Na Bacia do Paraná, as afinidades
são malvinocráficas e nas bacias do Amazonas e
ECOSSISTEMAS - As comunidades bentônicas Parnaíba são malvinocáfrica e americana oriental.
são de um antigo ecossistema marinho raso de Nas três bacias, o braquiópodo Tropidoleptus
plataforma epicontinental (Figura 7.10). As re- carinatus, assinalado por Fonseca & Melo (1987)
constituições paleobiológicas foram feitas no ciclo representa a expansão da espécie originária da re-
transgressivo/regressivo de idade givetiana, se- gião Renano-Boêmia (que inclui a África do Norte),
gundo o modelo paleoecológico de Fonseca & pertencente a províncias faunísticas do Velho Mun-
Melo (1987). As associações são diferenciáveis do. A presença deste elemento provavelmente
segundo a distância em relação à linha de costa ocorreu por mudanças dos padrões de circulação
em três tipos: e aquecimento de correntes.

– 63 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Os trilobitas que ocorrem na Bacia do Parnaíba (Caputo, 1985). Porém, a mistura de gêneros de
foram estudados por Carvalho (1995) e indicam in- províncias biogeográficas Malvinocráfica abran-
fluência austral. O homalonotídeo Burmeisteria e o gendo os mares frios, e Americana Oriental de
calmonídeo Metacryphaeus, são de afinidade com águas tépidas a temperadas, demonstra que na
a província malvinocráfica, pois o primeiro é repre- Bacia do Parnaíba havia alternância destes pa-
sentante de espécie da Bacia do Paraná e o segun- drões climáticos. A introdução de Tropidoleptus
do é de família restrita à província. carinatus da província faunística do Velho Mundo,
O gênero Metacryphaeus ocorre nas bacias do de águas quentes, evidencia mudanças climáticas,
Amazonas, Parnaíba e Paraná, camadas Bokke- com provável aquecimento por correntes mari-
veld na África do Sul, folhelho de Accra em Gana, nhas, num sistema complexo de circulação.
formações Belén, Icla e Gamoneda, na Bolívia, e
nas ilhas Falklands. 7.12 Deriva
O gênero cosmopolita Burmeisteria fornece
comparação das bacias do Parnaíba e Paraná, Nas reconstituições do Supercontinente Gond-
com o Grupo Bokkeveld da África do Sul e Série wana, as estimativas das paleolatitudes foram fei-
Accraiana em Gana. tas pelo exame das associações de determinadas
Carvalho, M. (1995) considerou B. notica da For- litofácies e suas características em faixas climáti-
mação Pimenteira no Piauí correlacionável com for- cas. Caputo (1985) e Caputo & Crowell (1985) pe-
mas de Burmeisteria do equivalente estratigráfico las indicações de sedimentos glaciogênicos na
da África, os folhelhos de Accra - Série Accraiana. América do Sul, consideraram que o pólo no Siluria-
no estivera situado ao norte da África, migrando
7.11 Paleoclima pelo centro da África em direção ao sul do Conti-
nente Gondwana, durante o Devoniano.
O paleoclima do Devoniano na América do Sul é Barrett & Isaacson (1988) estimaram que a parte
inferido principalmente pelos tipos de sedimentos e norte da América do Sul era situada entre as latitude
composição das comunidades pertencentes às de 30° e 40°, e a parte mais ao sul, entre 60° e 90°.
províncias biogeográficas. De acordo com Barrett No Gondwana, a faixa compreendida pelo norte da
& Isaacson (1988), as águas eram frias nas latitu- África e norte da Austrália, onde são registradas di-
des médias e altas. Havia um clima árido a úmido, versas ocorrências de carbonatos e evaporitos, es-
com temperatura fria a temperada nas regiões situ- tariam em paleolatitudes mais próximas da linha do
adas mais ao norte da América do Sul, enquanto Equador. Scotese & Barrett (1990) apresentaram a
que nas regiões situadas mais a sul o clima seria revisão destes dados para o Devoniano Inferior, Mé-
subpolar e seco. dio e Superior, situando o Pólo Sul no centro-sul da
Na Bacia do Parnaíba, a presença de clima frio é Argentina. Estes dados foram utilizados por Scotese
sugerida pela baixa diversidade da fauna e pelos & McKerrow (1990) para a elaboração dos ma-
sedimentos glaciogênicos da Formação Cabeças pas-múndi de reconstituição do Paleozóico.

– 64 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

LEGENDA

FACIES SEDIMENTARES

Lobo tempestítico

Lobo sigmoidal

Afloramentos das Formações


Pimenteira e Cabeças FÓSSEIS
Psilophitales e
Lycopodiales

ANIMAIS

Conularia

QUATERNÁRIO
Tentaculites
CENOZÓICO

1.6

Bucanella
NEÓGENO

2.3
Nuculites

PALEÓGENO

65.
Grammysia

CRETÁCEO
Lingula
MESOZÓICO

135.
Chonetoidea
JURÁSSICO
205.
Spiriferoidea
TRIÁSSICO
250.

PERMIANO
Orbiculoidea
290.

CARBONÍFERO Tropidoleptus
355.
PALEOZÓICO

MESO
DEVONIANO
Calmoniidae
410.

438. SILURIANO

Homalonotidae
ORDOVICIANO

510. Chondrichthyes
CAMBRIANO
570.

Figura 7.10 – Reconstituição Peleobiológica do Mesodevoniano - Bacia do Parnaíba.

– 65 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

8
MISSISSIPIANO
A Formação Poti é a unidade litoestratigráfica
do Mississipiano que marca o início de recuo dos
da preliminarmente por Oliveira (1934, 1935). As
ocorrências registradas nas camadas superiores
mares interiores, com interrupção das ligações da Formação Poti foram descritas por Dolianiti
com a Bacia do Amazonas. O intervalo deposicio- (1954, 1980) e datadas no Mississipiano (Mississi-
nal compreende uma idade que está preservada piano). Nesses trabalhos as afinidades euro-ameri-
apenas nestas duas bacias brasileiras. canas da flora foram ressaltadas.
A possibilidade de existência de carvão nesta Em nova etapa, as pesquisas nas associações
unidade, fornecida por indícios em afloramentos tafoflorísticas, foram iniciadas por Rösler & Ciguel
com folhelhos carbonáceos, e uma pequena flora (1985), e as revisões sistemáticas, estão nos traba-
carbonífera foi pesquisada por várias décadas. lhos de Iannuzzi (1994 e 1996) e Iannuzzi & Rösler
Contudo, os resultados foram negativos e as cau- (1991, 1993 e1997).
sas estão na própria dinâmica da bacia, que so- A separação da Formação Poti em dois membros
freu soerguimento, entre o Mississipiano e Pensil- foi proposta inicialmente por Mesner & Wooldridge
vaniano (1964). Esta divisão foi adotada nos relatórios da
CPRM para as pesquisas de carvão e mapeamento
8.1 Histórico de superfície (Cruz et al., 1973a e 1973b; Leite et
al., 1975; Lima & Leite, 1978).
A primeira referência ao nome Poti foi feita por Lis- Della Fávera (1990), pelo estudo da Estratigrafia
boa (1914) para designar folhelhos carbonáceos de Seqüências, identificou na seqüência devo-
que afloram no rio Poti. A designação litoestratigrá- no-mississipiana, intervalos que correspondem ao
fica foi proposta por Paiva & Miranda (1937a). Duar- topo da Formação Longá e à porção basal da For-
te (1936) e Kegel (1954) registraram na seção infe- mação Poti, e na seqüência mississipiana, o inter-
rior da Formação Poti uma fauna marinha pouco di- valo que compreende o topo da Formação Poti.
versificada, composta de biválvios e um braquió- Góes (1995) pela análise de fácies em superfície e
podo inarticulado. subsuperfície reconheceu na Formação Poti um
A flora descoberta na sondagem 125 realizada conjunto de parasseqüências e seus ambientes
em 1933, pelo SGM, em Teresina, Piauí, foi estuda- deposicionais.

– 66 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

8.2 Área de Ocorrência marinho raso. Os superiores são arenitos com inter-
calações de lâminas de siltitos e folhelhos carbono-
Os arenitos da Formação Poti afloram nas bor- sos, restos vegetais, interpretados como de ambi-
das leste e oeste da bacia, com os estratos orienta- entes fluviodeltaicos (Mesner & Wooldridge, 1964;
dos norte-sul, e infletidos para sudeste e sudoeste, Cruz et al., 1973b; Leite et al., 1975 e Lima & Leite,
acompanhando o atual contorno da bacia. Na re- 1978).
gião sul é recoberto por sedimentos da Bacia San- O contato inferior com a Formação Longá é con-
franciscana, e a norte por sedimentos mesozóicos cordante e o contato superior com a Formação Piauí é
e cenozóicos. A maior parte das ocorrências de flo- nitidamente discordante, marcado por superfícies
ra está registrada na borda leste da bacia. erosivas (Aguiar, 1971; Schobbenhaus et al., 1984;
A espessura máxima de 320 metros foi indicada Della Fávera, 1990; Lima Filho, 1992).
por Góes & Feijó (1994). Na seqüência devono-mississipiana, o primeiro
intervalo transgressivo corresponde à Formação
8.3 Geocronologia - Idade Longá inferior, seguido pelo intervalo regressivo
compreendido pelo topo da Formação Longá e
Na Formação Poti foram indicadas por microfós- pela porção basal da Formação Poti. A seqüência
seis as idades Tournaisiano (mais antiga) e Viseano mississipiana corresponde ao topo da Formação
(mais nova) (Daemon, 1974; Lima & Leite, 1978; Poti compreendendo um sistema transgressivo
Sundaram et al., 1981; Quadros, 1982). Loboziak et com lobos sigmoidais deltaicos e tempestíticos
al. (1992), estudando material de poços da (Della Fávera, 1990).
PETROBRAS localizados no centro da bacia, deter- Góes (1995) apresentou um trabalho detalha-
minaram na coluna de sedimentos da Formação do com análise de fácies, em superfície e subsu-
Poti idades que estariam apenas restritas ao Tour- perfície da Formação Poti. Por correlações em
naisiano. Na atualização de dados da bacia, Góes subsuperfície reconheceu um conjunto de três
& Feijó (1994) utilizaram a datação de Tournaisiano. parassequências. Nos afloramentos foram identi-
Contudo, no material coletado no topo da forma- ficados depósitos fluviais (granodecrescência
ção na borda leste, existem indicações de ocorrên- ascendente) e de plataforma com tempestades
cia do Viseano. Esta idade está registrada em níveis (pelitos laminados, lamas de offshore, estratifi-
carbonosos, em amostras de subsuperfície estuda- cações cruzadas hammockys). As estruturas lin-
das por Norma M. Costa Cruz para os projetos de sen (Figura 8.1) correspondem às áreas de depó-
carvão (Cruz et al., 1973a, 1973b), e de superfície, sitos litorâneos e marinhos rasos de uma costa re-
onde Iannuzzi (1994) estudou os palinomorfos as- cortada por baías, deltas e estuários.
sociados aos espécimens vegetais, datando-os no Os restos vegetais ocorrem em afloramentos
Viseano Superior. com arenitos finos tabulares com laminação pla-
A flora inicialmente datada como Pensilvaniano no-paralela, com sucessão de perfurações por raí-
(Oliveira, 1934 e 1935), foi colocada por Dolianiti no zes de plantas (Iannuzzi, 1994). São interpretados
Mississipiano (1954). Esta datação foi confirmada como barras de areia emersas fixando a vegetação
por Rigby (1969) que sugeriu o Neomississipiano. terrestre, na antiga linha de costa (Figura 8.2). Inter-
Pelo grau evolutivo, as estruturas vegetativas e fér- calam camadas de folhelhos laminados que seriam
teis da flora correspondem às formas registradas depósitos de lagos ou lagunas portando os frag-
na região euro-americana entre o Mississipiano (Vi- mentos vegetais (Figura 8.3). Os fragmentos de
seano) e início do Pensilvaniano. Esta idade mais restos vegetais depositados sobre as superfícies
nova foi atribuída por Rocha Campos & Archan- onduladas entre as camadas com laminações pa-
gelsky (1985) à flora Poti. Entretanto, as afinidades ralelas, por vezes com wavy e linsen e climbling rip-
devonianas dos componentes da flora foram men- ples estão bem preservados (Figura 8.4). Indicam
cionadas por Rösler & Ciguel (1985). que estes restos sofreram pouco transporte e foram
depositados por ação de pequenas correntes junto
8.4 Sedimentação aos bancos de areias marginais. São regiões da
planície costeira com um sistema de ilha-barreira
A Formação Poti é dividida em dois membros. Os com fácies de barra e lagunares (Rainson, 1979).
depósitos inferiores são constituídos por arenitos Estes são ambientes concordantes com o pro-
médios, cinza-esbranquiçados, com lâminas es- cesso regressivo da tendência de continenta-
parsas de siltito cinza-claro, interpretados como lização na Formação Poti.

– 67 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 8.1 – Formação Poti. Seqüência do topo com arenitos e siltitos com estruturas linsen. Localidade: na
rodovia BR-23-, distante 8km a leste de Floriano, Piauí.

Figura 8.2 – Formação Poti. Arenitos finos com laminação plano-paralela, com sucessão de perfurações por
raízes de plantas. Interpretados como barras de areia emersas fixando a vegetação terrestre. Localidade:
Fazenda Curral de Pedra, Monsenhor Gil. Rodovia BR-316, km 63, Piauí.

– 68 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 8.3 – Formação Poti. Arenitos finos com laminação plano-paralela, tabulares. Intercalam camadas de
folhelhos laminados.
Localidade: Fazenda Curral de Pedra, Monsenhor Gil. Rodovia BR-316, km 63, Piauí.

ESTRUTURA
LITOLOGIA
SEDIMENTARES
0 LITOLOGIA

1m
Argilitos maciços
Siltitos
2m
Arenitos finos a muito finos
Arenitos finos a médios

ESTRUTURAS SEDIMENTARES

Acamamento plano paralelo


Acamamento ondulado
Climbing ripples
Estrutura maciça
Linsen
Pelotas de argila
Raízes
Rastros
Tubos verticais
Figura 8.4 – Perfil composto da Fazenda
Curral da Pedra, município de Monsenhor
RESTOS VEGETAIS
Gill, Piauí (Iannuzzi, 1994). Fragmentos de
restos vegetais depositados entre
camadas com laminações paralelas.
Região de planície costeira com fácies de
barra e lagunas.

– 69 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

8.5 Fósseis niti (1972) fez menções à flora da Formação Poti


para comparação e análise da evolução paleoflo-
8.5.1 Microfósseis rística.
O estudo e a revisão sistemática da flora de pe-
Os microfósseis (esporomorfos) ocorrem ao lon- queno porte composta por vegetação herbácea e
go de todo o pacote de sedimentos e indicam o in- arbustiva foram realizados por Iannuzzi (1994) (Fi-
tervalo de idade que varia do Tournaisiano ao Visea- gura 8.5). Engloba o material resultante de novas
no (Daemon, 1974; Quadros, 1982). coletas e o descrito (Dolianiti (1954, 1962 e 1980;
Loboziak et al. (1992) revisaram o zoneamento pali- Rösler & Ciguel, 1985; Rigby, 1969).
noestratigráfico proposto por Daemon (1974), aplican- Com este estudo taxonômico dos gêneros com-
do o zoneamento de miósporos da Europa Ocidental preendendo fragmentos de folhagens preservados
em material de três furos da PETROBRAS. Determina- por impressão/compressão, o número de espécies
ram, na Formação Poti, a idade Tournaisiano. O ma- descritas foi reduzido.
terial encontrado compreende as espécies Spelaetri- A flora revela a existência de endemismo em
letes pretiosus, Raistrickia clavata, Colatisporites de- nível específico e genérico; mostrada pelos
corus, Prolyspora rugulosa. Esta datação é aceita por gêneros Paulophyton e Kegelidium estabelecidos
Góes & Feijó (1994) no trabalho de atualização de da- por Dolianiti (1954). Além do reestudo da espécie-
dos da bacia. tipo Paulophyton sommeri, um novo material foi
Iannuzzi (1994) examinou amostras procedentes referido a Paulophyton sp 1 e redescrito o pequeno
dos níveis da paleoflora encontrando uma primeira arbusto Kegelidium lamegoi.
associação com os palinomorfos – Punctatispori- As novas combinações taxonômica propostas
tes, Laevigatosporites, Foveosporites, Apiculatis- são Diplothmema gothanica (Dolianiti), Adiantites
porites, Botryococcus, Verrucosisporites, Auroras- sp, e nova espécie do gênero Triphyllopteris.
pora. Como forma-guia ocorreu em baixa freqüên- O material de Rhacopteris sp (Dolianiti, 1980) foi
cia, apenas o Verrucosisporites 2411 indicando Vi- incluído no gênero Nothorhacopteris do Gondwana
seano. da Argentina.
A matéria orgânica do tipo lenhosa indica uma in- Iannuzzi (1994 e 1996), no reexame das amos-
fluência terrestre nos depósitos. Também foi en- tras da sondagem 125 (Teresina, Piauí), identificou
contrada a alga Botryococcus de águas doces a no pela primeira vez, cúpulas, órgãos reprodutores
máximo, salobras. das plantas. Foram referidas com dúvida a Stam-
Na associação de esporos identificada nas len- nostoma sp., do Mississipiano da região euro-ame-
tes carbonosas que correspondem a deposição ricana.
em ambiente de baixa energia, há dominância de
esporos triletes lisos, seguidos por proporção de-
crescente de formas apiculadas, verrucosas e frag- 8.5.3 Fauna
mentos de colônias de Botryococcus.
Os esporos lisos são vinculados a grupos de ve- A fauna é restrita em níveis na parte inferior da
getais higrófilos (psilófitas, licófitas, articuladas e Formação Poti onde está densamente acumulada.
fetos verdadeiros), que viviam às margens dos cor- Kegel (1954) diferenciou sete espécies do biválvio
pos d’água. Edmondia, que fornecem indicações marinhas e
são relacionadas com formas ocorrentes na Europa
8.5.2 Flora e na América do Norte (Figura 8.6). Dos vertebra-
dos há descrito um espinho do peixe condricte Xe-
A flora da Formação Poti foi inicialmente estuda- nacanthus e restos de Paleoniscidae (Duarte, 1936;
da por Oliveira (1934 e 1935). Em pesquisas poste- Santos & Salgado, 1970).
riores, Dolianiti (1954) descreveu e classificou a
maior parte das formas atualmente conhecidas, da- 8.6 Paleogeografia
tando-as no Mississipiano e estabelecendo suas
relações com a flora euro-americana. Dolianiti No Mississipiano, a sedimentação continuou
(1962) descreveu Cyclostigma brasiliensis, ocor- condicionada aos eixos deposicionais controlados
rente da borda oeste da bacia, porém Iannuzzi (inf. pelo lineamento Transbrasiliano Picos-Santa Inês
verbal) situa este material na Formação Pedra de (Cunha, 1986), sob controle estratigráfico da varia-
Fogo, de idade permiana. Em complemento, Dolia- ção do nível do mar.

– 70 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1 2

1 - Paulophyton sommeri
0
Dolianiti, 1954.
Localidade: Sondagem 125,
1cm Teresina, Piauí.
Coleção: DGM 4460-Pb
4
2 - Kegelidium lamegoi
0 1 2cm
Dolianiti, 1954.
3 Localidade: Fazenda Curral
0
das Pedras. BR-316 km 63,
próximo a Monsenhor Gil,
Piauí.
Coleção: DGM 1019-Pb.

3 - Diplothmema gothanica
1cm
Dolianiti, 1954.
Localidade: Sondagem 125.
Teresina, Piauí.
Coleção: DGM 682-Pb.

6
4 - Triphyllopteris sp.
0 1cm
Localidade: Riacho do
Roncador, Barra do Lança,
5 Piauí.
0
Coleção: DGM 1681-Pb.

5 - Stamnostoma sp.
Localidade: Sondagem 125
Teresina, Piauí.
1cm Coleção: DGM 1006-Pb.

6 - Adiantites sp.
Localidade: Fazenda Curral
0 5mm
das Pedras. BR-316 km 63,
próximo a Monsenhor Gil,
Piauí.
Coleção: DGM 1914-Pb.
Figura 8.5 – Flora da Formação Poti (segundo Iannuzzi, 1994).

– 71 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Um mar interior (seaway) conectava as bacias deposicional foram criados novos biótopos. Fo-
do Parnaíba, Amazonas com o Cráton Oeste Africa- ram os habitats favoráveis à colonização de fau-
no, e eram ligados ao paleoceano do Tétis (Della nas do hemisfério norte, como evidenciado por
Fávera, 1990). Edmondia.
Os sedimentos da parte inferior da Formação No segundo bioevento para colonização do am-
Poti indicam sistemas de superposição fluvial, so- biente terrestre, o evento geológico local represen-
bre os da Formação Longá. Nestes sedimentos tado por áreas de progradação com subsidência
arenosos houve posteriormente o abandono deltai- foi fundamental. A influência terrestre é confirmada
co, com retrabalhamento marinho, em mares de pela matéria orgânica lenhosa, e esporos dos gru-
tempestade. Os depósitos superiores apresentam pos de vegetais higrófilos (psilófitas, licófitas, arti-
características para maior proximidade da linha de culadas e fetos verdadeiros), que viveram às mar-
costa sob influência de maré. gens dos corpos d’água (Iannuzzi, 1994).
Nas regiões litorâneas, em ambientes flu- A flora de parentesco euro-americano, pela com-
viodeltaicos com progradação na linha de costa, posição é correlacionada com o reino florístico Pa-
ocorrem os folhelhos carbonosos e a flora terrestre. racas, de clima temperado que ocorre no sul do
Indicam a influência da subsidência local, além da Peru. Representa uma expansão para o sul desta
variação do nível do mar (Cruz et al., 1973b). província biogeográfica, possivelmente pela ame-
Evidências de tectonismo na parte superior da nização de clima para temperado, uma vez que
Formação Poti estão assinaladas por Góes houve o distanciamento do supercontinente em re-
(1995), que identificou canais fluviais entrelaça- lação ao pólo, durante o processo de deriva.
dos em contato com sedimentos de maré, inter-
pretados como uma paleodrenagem com rápido
afogamento, onde a tectônica predominou sobre 8.8 Tafonomia
a eustasia.
Este evento precede à discordância erosiva Os dois eventos biológicos identificados repre-
identificada entre o Mississipiano e o Pensilvaniano sentam sistemas tafonômicos distintos.
desde o primeiro trabalho de integração da bacia O primeiro é um nível de concentração de con-
(Mesner & Wooldridge, 1964). Pelo mapa de con- chas de biválvios, que segundo Kegel (1954) está
torno estrutural do topo da Formação Poti/base da situado na parte basal da formação, em horizontes
Formação Piauí apresentado por Cruz et al. 5 a 10 metros acima do contato Longá/Poti. São de-
(1973b), é mostrado o soerguimento de blocos na pósitos de plataforma marinha, relacionados com
borda sul da bacia. uma transgressão e acumulados como tempestitos
Representa o arqueamento do Alto do Parnaíba proximais.
registrado por Castelo Branco & Coimbra (1984), e As conchas referidas a Edmondia estão concen-
que é correlacionado por Góes & Feijó (1994) ao tradas e cimentadas por arenito de granulação mui-
evento geológico global, a Orogenia Eoherciniana. to grossa. Abaixo ocorre, em contraste, um nível de
arenito de granulação fina a média, o que sugere
entre os dois níveis, uma brusca diferença entre os
8.7 Eventos Biológicos processos hidrodinâmicos, com maior agitação da
água nos níveis de maior granulometria. O nível das
Os dois eventos biológicos são as ocorrências conchas é revestido de uma película de óxido de
de: invertebrados marinhos relacionados com a ferro, indicativo de um hardground, e parada na se-
transgressão na base da formação e a flora terres- dimentação (Figura 8.7).
tre, relacionada com condições continentais da O material original que constituiu as conchas
fase de progradação, na parte superior da forma- está dissolvido. As unidades registradas se apre-
ção. sentam como moldes internos de valvas isoladas
Os mecanismos alocíclicos de deriva, clima e va- direitas e esquerdas, em igual proporção e volta-
riação do nível do mar influenciaram os bioeventos das para cima. Parte do material se apresenta com
sob aspecto regional, global e local. Houve cone- as valvas unidas. Mostram que, no processo tafo-
xão com o paleoceano de Tétis, comprovado pelo nômico, primeiro as conchas foram acumuladas
gênero cosmopolita dos biválvios marinhos. A ele- sem exposição e transporte. Posteriormente, por
vação do nível do mar propiciou a abertura de no- ressedimentação, sofreram deslocamento no
vas passagens, e com a geração de espaço substrato e enterramento.

– 72 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1 3
0 0

1cm 1cm

1 Edmondia obliquata Kegel, 1953


Localidade: Campo Maior, Piauí.
Coleção: DGM 4393-I
0 2
2 Edmondia corpulenta Kegel, 1954
Localidade: Campo Maior, Piauí.
Coleção: DGM 4394-I

2 Edmondia dequechi Kegel, 1954


Localidade: Campo Maior, Piauí.
2
1cm Coleção: DGM 4392-I

Figura 8.6 – Fauna da Formação Poti.

Figura 8.7 – Placa com conchas de Edmondia. Localidade: Serra de Campo Maior, Campo Maior,
Piauí. Coleção DGM.

– 73 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Nos processos sofridos pelos exemplares con- Simões (1997), este gênero teria o hábito escava-
servados após seu enterramento inicial, isto é, a dor raso, e vivia em fundos arenosos e firmes, em
fossildiagênese, as conchas originais devem ter ambientes de média energia.
sido dissolvidas após a ressedimentação. Se o fos-
sem antes, os moldes teriam se dissolvido no pro- COMUNIDADE FLORÍSTICA EM AMBIENTE
cesso de erosão e suspensão, durante a agitação TERRESTRE LITORÂNEO - Os fitofósseis interpre-
dos sedimentos pelos fortes fluxos que geraram a tados como acumulação in situ, indicam a coloniza-
concentração das conchas. ção do ambiente terrestre, em intervalo progradan-
O segundo sistema tafonômico compreende as te. As fácies sedimentares de ilha-barreira são as-
ocorrências da flora, relacionadas com condições sociadas de um sistema deposicional transicional.
continentais da fase de progradação, na parte su- Na reconstituição do antigo ecossistema (Figura
perior da formação. O material composto por frag- 8.8) estão as formas de hábito psilofítico
mentos de frondes, caules e frutificações preserva- (Paulophyton e Kegelidium) consideradas como
dos por compressão e/ou impressão, contém nor- higrófilas, colonizadoras de margens lacustres ou
malmente restos de películas carbonosas, sem cu- estuarinas. As frondes do tipo Diplothmema,
tículas ou estruturas anatômicas. A conservação foi Adiantites, Nothorhacopteris e Triphyllopteris são
propiciada pela acumulação próxima à fonte, pois relacionadas a ambientes higro-mesófilos, em
as plantas delicadas conservaram a estrutura ana- áreas proximais ao longo dos corpos d’água.
tômica.
As perfurações por raízes de plantas estão pre- 8.10 Paleobiogeografia
servadas por acumulação in situ, nas camadas de
arenitos das barras emersas associadas aos folhe- PROVÍNCIA PALEOFITOGEOGRÁFICA - A flora
lhos laminados com os fragmentos vegetais. Por- da Formação Poti, por suas afinidades representa
tanto, decorrem de entidades paleobiológicas eu- uma extensão para leste do Reino Paracas, existen-
dêmicas, isto é, que viveram e se reproduziram na te durante o Carbonífero do Peru. Este reino expres-
área (conceito de Fernándes López, 1986-87). sa uma zona paleoflorística de clima temperado/
quente, situado entre os reinos Tetiano (ou Eu-
8.9 Paleoecologia / Antigos ro-Americano) e o Gondwanico.
Ecossistemas A flora da Formação Poti compreende uma
unidade intermediária, com gêneros que a situa
Os paleoambientes e fósseis representam dois entre os reinos Gondwanico e Euro-Americano. Na
diferentes tipos de comunidades: a primeira é uma composição, possui gêneros cosmopolitas, tais
comunidade bentônica de plataforma marinha como, Adiantites, Diplothmema e Triphyllopteris;
rasa, e a segunda uma comunidade florística em outros restritos ao Gondwana, como Paulophyton e
ambiente terrestre litorâneo. Nothorhacopteris, e um exclusivo desta flora,
Kegelidium.
COMUNIDADE BENTÔNICA DE PLATAFORMA
MARINHA RASA - No modelo de fácies para os 8.11 Paleoclima
tempestitos (Della Fávera, 1990), os sedimentos de
granulometria de grânulos a grossos são transpor- A interpretação para um clima temperado a frio,
tados nos surtos de tempestade, quando o mar lo- seco a árido, nas condições existentes durante o Mis-
cal está mais alto. Estes são depositados na base sissipiano, é fornecida pelas características da paleo-
dos tempestitos nas fases transgressivas. As con- flora (Iannuzzi, 1994). Incluem a baixa diversidade,
chas são as partículas mais grossas, e foram trans- com elevado número de indivíduos por táxon, peque-
portadas e depositadas distante de seu ambiente no porte dos exemplares com tamanho situado entre
de vida. herbáceo e arbustivo, e o caráter das frondes conten-
Os biválvios que pertencem ao gênero marinho do folhagens de limbos resistentes a coriáceos.
Edmondia, apresentam as características funcio- Condições periglaciais durante a deposição da
nais de biválvios isomiários, com charneira fina e Formação Poti foram sugeridas pelos dados litoló-
sem dente, sem marcas da edentação de um sinus gicos observados por Lima & Leite (1978), Caputo
palial. Foram sésseis, e deveriam viver com as con- & Crowell (1985) e Della Fávera (1990). Entretanto,
chas semi-enterradas no substrato, em comunida- Góes (1995) que exaustivamente analisou os pro-
des de plataforma rasa. De acordo com Kotzian & cessos deposicionais da formação, em superfície e

– 74 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

subsuperfície, concluiu não ter encontrado evidên- Região Norte do Brasil e também do superconti-
cias de sedimentação de origem glacial. nente, no Mississipiano, havia alcançado as latitu-
des médias. Esta evidência é corroborada pelos
8.12 Deriva sedimentos clásticos e ausência de sedimentos
químicos. Por estes elementos, é deduzido que o
A ocorrência da flora Poti é uma inferência paleo- supercontinente estava localizado ainda a uma re-
climática para latitudes temperadas. Indica que a lativa distância da linha do Equador.

– 75 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

LEGENDA

AMBIENTES

a Marinho raso

b “marsh” ( mangue costeiro )

c Baía (ou laguna)

d Canais Fluviais

e Desembocadura de canal

QUATERNÁRIO PALEOFLORA
Afloramentos da
CENOZÓICO

1.6
Formação Poti 1 Adiantites sp.

NEÓGENO 2 Paulophyton sommeri

2.3
3 Diplothmema gothanica

PALEÓGENO
4 Nothorhacopteris sp.2
65.

7 5 Paracalamites ? sp.

CRETÁCEO
6
MESOZÓICO

Triphyllopteris adiantoides
a d
135.
7 Nothorhacopteris sp.1
JURÁSSICO 4 6
205. 3
TRIÁSSICO
250. 5
PERMIANO
290.
b 1
MISSISSIPIANO 2 e
355.
PALEOZÓICO

DEVONIANO
410.
SILURIANO
c
438.

ORDOVICIANO

510.

CAMBRIANO
570.

Figura 8.8 – Reconstituição Paleobiológica do Mississipiano da Bacia do Parnaíba (segundo Iannuzzi, 1994).

– 76 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

9
PENSILVANIANO
N o Pensilvaniano estão assinalados dois im-
portantes eventos na bacia. O primeiro, de nature-
Nas camadas situadas na parte superior da for-
mação, denominadas informalmente de Calcário
za geológica, mostrando a fase de continentaliza- Mocambo, ocorre uma fauna de invertebrados,
ção e desertificação que é uma das características com trilobitas (Kegel, 1951) e moluscos (Kegel &
deposicionais do final do Paleozóico. O outro, de Costa, 1951). Kegel (1952) assinalou também,
natureza biológica, é representado pelas manifes- ocorrências de invertebrados fósseis na borda oes-
tações de vida que alcançam as características tro- te da bacia. A fauna marinha, do Calcário Mocam-
picais e mostram afinidades com as províncias bio- bo, foi mencionada por Mesner & Wooldridge
geográficas do hemisfério norte. (1964), e analisada por Campanha & Rocha Cam-
pos (1979), Assis (1979, 1980) e Anneli et al. (1994).
Há apenas um registro macroflorístico (Dolianiti,
9.1 Histórico 1972).
A unidade foi mapeada pela PETROBRAS e inte-
A denominação de Formação Piauí, unidade lito- grada por Mesner & Wooldridge (1964), que regis-
estratigráfica do Pensilvaniano, deriva do termo traram uma discordância de cunho regional entre
“série Piauí” que foi utilizado por Small em 1913, as unidades Poti e Piauí. Na pesquisa para carvão,
para designar toda a seqüência paleozóica da ba- efetuada pela CPRM (Cruz et al., 1973a, 1973b), o
cia. Duarte (1936) identificou os primeiros fósseis modelo paleogeográfico obtido para o topo do
representados por invertebrados marinhos coleta- Poti/base do Piauí, mostrou que a esta discordân-
dos nos testemunhos da sondagem de Teresina, cia correspondia um soerguimento da região sul da
Piauí. O trabalho possibilitou melhores definições bacia. De acordo com Cunha (1986) este é o limite
para as unidades e correlações no Carbonífero nas para a terceira seqüência deposicional, que ocorre
bacias do Norte e Nordeste. entre o Pensilvaniano e o Triássico, em modelo ado-
Nas camadas da Formação Piauí foram delimita- tado por Góes & Feijó (1994).
das e estabelecidas as relações de base com os Esta unidade foi mapeada em superfície por
arenitos da Formação Poti e de topo com as cama- Lima & Leite (1978), e os sistemas deposicionais
das de sílex basal da Formação Pedra de Fogo. analisados por Lima Filho (1992).

– 77 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

9.2 Área de Ocorrência Formação Piauí um ambiente deposicional conti-


nental do tipo fluvial com contribuição eólica, em
Os sedimentos da Formação Piauí, que ocorrem clima semi-árido a desértico, com incursões mari-
nas bordas leste e oeste, ocupam ampla área da re- nhas. Lima Filho (1992) assinala sistemas deposi-
gião centro-sul da bacia, acompanhando a direção cionais lacustre, deltaico, fluvial, evaporítico e
dos estratos paleozóicos, em faixas de direção nor- marinho raso (plataforma carbonática), com ari-
te-sul, que se estreitam para o norte. dez de clima em condições severas e com a sedi-
Os contatos de topo são com a Formação Pedra mentação sob influência das variações da linha
de Fogo. Na parte centro-norte da bacia é recober- de costa.
ta discordantemente pelas formações Sambaíba e A sedimentação é iniciada com camadas de are-
Pastos Bons, no extremo centro-sul pelos Grupo nitos róseos de cor avermelhada e arroxeada, com
Areado e Formação Urucuia, da Bacia Sanfrancis- grãos foscos, estratificações cruzadas acanala-
cana. A espessura máxima em subsuperfície é de das, estratificação cruzada de grande escala, com
340 metros (Góes & Feijó, 1994). as lâminas em ângulos agudos com a superfície ho-
rizontal. As superfícies de acamamento são de
base quase horizontal. São interpretadas como de-
9.3 Geocronologia - Idade posição de duna eólica, que intercalam estratifica-
ções plano-paralelas, que são interpretadas como
Pelo zoneamento bioestratigráfico estabeleci- sedimentação interdunas.
do por Müller (1962), os sedimentos da Formação Os bancos de arenitos róseos, com estratifica-
Piauí são de idade vestfaliana e estefaniana. A ção cruzada acanalada estão amplamente distri-
idade determinada pela fauna de conodontes é buídos na parte inferior da formação (Figuras 9.1 e
do Mesopensilvaniano (Campanha & Rocha 9.2), e indicam o predomínio das deposições s ub-
Campos, 1979). aéreas.
Os arenitos róseos são recobertos por folhelhos
vermelhos, que intercalam marcas de onda e gre-
9.4 Sedimentação tas de ressecamento (Figura 9.3). Ocorrem na par-
te central da bacia, e são interpretados como de
As camadas da Formação Piauí foram divididas origem lagunar ou lacustre. Os folhelhos averme-
por Lima & Leite (1978) e Lima Filho (1992) em lhados em variações laterais de fácies intercalam
duas partes: a inferior, constituída de arenitos ró- carbonatos (Calcário Mocambo).
seos, médios, com intercalações de siltitos ver- Bancos de calcarenitos apresentam seqüências
melhos e verdes; e a superior, composta por rítmicas, com folhelhos com acamamento lenticu-
arenitos avermelhados com intercalações de leitos lar, folhelhos avermelhados e carbonatos argilosos
e lâminas de siltitos vermelhos, finos leitos de cal- listrados, creme, intercalados. Os acamamentos
cários e evaporitos. Lima & Leite (1978) atribuíram à lenticulares são formados por lentes de arenito, in-

Figura 9.1 – Formação Piauí. Arenitos amarelados, em bancos que intercalam estratificações cruzadas acanaladas
e festonadas. Localidade: Rodovia BR-343, km 300, distante 10km a nordeste da cidade de Altos, Piauí.

– 78 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 9.2 – Formação Piauí - arenitos com estratificação cruzada acanalada e perfurações por icnofósseis
Arenicolites. Localidade: Cidade de José de Freitas, torre da Telepisa, Piauí.

laterito

arenito

folhelho vermelho

arenito com marcas onduladas simétricas de


topo plano
arenito com gretas de ressecamento

folhelho vermelho

arenito com estratificação cruzada acanalada


marcas de icnofósseis
arenito com estratificação plano paralela

arenito com estratificação cruzada acanalada


1m marcas de icnofósseis

Figura 9.3 – Perfil da Formação Piauí, mostrando a transição de sedimentação subaérea para subaquática.
Localidade: Cidade de José de Freitas, torre da Telepisa, Piauí.

– 79 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

cluídos em camadas de lama (Figuras 9.4 e 9.5). gundo este autor, as faunas têm afinidades com as
São interpretados como pequenas cristas de areia que ocorrem na Bacia do Amazonas, nos grupos
originadas por ação de ondas em substrato de Tarma e Copacabana no Peru, e com as de forma-
lama e preservadas com a deposição de nova ca- ções da América do Norte. As associações das as-
mada, em ambiente marinho costeiro. sembléias de biválvios são com a província biogeo-
Em áreas localizadas (Estrada PI-112, 14 km ao gráfica de Tétis.
sul de União, Piauí), arenitos finos de geometria sig- Anneli et al. (1992 e 1994) apresentaram os bivál-
moidal mostram que a sedimentação é encerrada vios do Calcário Mocambo – Paleonucula levatifor-
com frentes deltaicas penetrando no sistema lacus- mis, Phestia bellistriata, Pteronites sp., Leptodesma
tre (Ribeiro & Melo, 1996). sp, (?)Pteria sp., Aviculopecten trichotomus, Schi-
zodus alpinus, Schizodus sp., Schizodus sp., Per-
mophorus subcostatus, Astartella subquadrata,
9.5 Fósseis Oriocrassatella sp., Sanguinolites sp., Myonia sp.,
Wilkingia terminalis e no Calcário Contendas–
9.5.1 Microfósseis Phestia bellistriata, (?)Pteria sp., Aviculopecten tri-
chotomus, Permophorus subcostatus, Myonia sp.
O zoneamento bioestratigráfico do Pensilvania- Os autores citam a ocorrência de foraminíferos are-
no (Vestfaliano e Estefaniano), foi estabelecido por náceos e calcários, conodontes, fragmentos de cri-
Müller (1962). Semelhante ao que ocorre no hemis- nóides e equinóides, ostracodes, escolecodontes,
fério norte, a passagem do Mississipiano para o espículas de esponja e fragmentos de peixes e
Pensilvaniano é marcada por mudança brusca no plantas.
espectro palinológico, com predomínio dos Mono- Os arenitos com estratificação cruzada acanala-
saccites e Disaccites. da são interpretados como de dunas eólicas, apre-
sentam perfurações de icnofósseis Arenicolites,
caracterizadas por dois orifícios próximos, que são
9.5.2 Faunas as marcas de perfuração deixadas pelo animal no
sedimento (Figura 9.2).
As faunas marinhas ocorrem nos sedimentos de
topo, informalmente denominados de Calcário Mo-
cambo. Trilobitas do gênero Ameura, descritos por 9.5.3 Flora
Kegel (1951), ocorrem com os moluscos biválvios
Aviculopecten (Kegel & Costa, 1951). Na borda O único registro macroflorístico é de Dolianiti
oeste da bacia, Kegel (1952) assinalou invertebra- (1972) que assinalou a existência de restos de for-
dos referidos a Bellerophon, Eomphalos, Astartella, mas pecopteróides (Pecopteris sp.).
Linoproductus, Leiopteria, Bakewellia, Derbya e
Goniasma.
Campanha & Rocha Campos (1979) identificaram 9.6. Paleogeografia
no Calcário Mocambo, moluscos, anelídeos, brio-
zoários, esponjas, ostracodes, fragmentos de crinói- Uma notável mudança do regime sedimentar
des, equinóides, holoturóides, peixes, foraminíferos ocorreu no Pensilvaniano, com episódios conspí-
arenáceos, conodontes escolecodontes, braquió- cuos de exposição subaérea e formação de dunas
podos e trilobitas. Pelos conodontes encontrados, a eólicas, que têm expressão regional. Marca uma
idade pensilvaniana (eomesopensilvaniana) foi assi- discordância na bacia, com início da terceira se-
nalada na parte superior da formação. qüência deposicional definida por Cunha (1986) e
Assis (1979 e 1980) apresentou uma revisão dos Góes & Feijó (1994). O controle é evidenciado com
biválvios assinalando os gêneros Pteria, Schizo- o soerguimento de blocos na borda sul da bacia,
dus, Phestia, Edmondia, Wilkingia, Aviculopecten, conforme o mapa de contorno estrutural da base da
Cypricardella, Permophorus, Rimmijymina, Sangui- Formação Piauí e os conglomerados e arenitos
nolites, Streblopteria, Astartella, Posidonia, Lepto- conglomeráticos da base da formação, que são de-
desma e Septimyalina, identificando ainda os gas- rivados de um tectonismo sinsedimentar (Cruz et
trópodos Bellerophon, Euphemites, Euconospira e al., 1973b; Góes, 1995).
Itaitubia e braquiópodos das famílias Productidae, O evento geológico corresponde em termos re-
Spiriferidade e Cyrtospiriferidae (Figura 9.6). Se- gionais ao arqueamento do Alto do Parnaíba regis-

– 80 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 9.4 – Formação Piauí - Calcário Mocambo, bancos de carbonatos intercalados com folhelhos. Localidade:
Fazenda Felicidade, Rodovia PI-113, 20km a sul de José de Freitas, Piauí.

calcarenitos

folhelhos com laminação lenticular


calcarenitos

folhelhos vermelhos

folhelhos vermelhos intercalados


com laminação lenticular

folhelhos vermelhos

1m calcários creme argilosos, laminados

Figura 9.5 – Formação Piauí. Perfil esquemático da seqüência de Calcário Mocambo. Localidade: Fazenda
Felicidade. Rodovia PI-113, 20km a sul de José de Freitas. Piauí.

– 81 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

1 Posidonia sp.
1 2 Coleção: Museu Nacional da UFRJ
- 5428-I.

2 Strebloperia sp.
Coleção: Museu Nacional da UFRJ
0 - 5431-I.
0

3 Rimmyjmina brasiliensis Chronic,


1952
5mm 10mm
Coleção: Museu Nacional da UFRJ
4
3 - 5435-I.

4 Pteria duartei Mendes, 1966.


0 Coleção: Museu Nacional da UFRJ
0
- 5441-I.

5mm
5mm
5 Astartella sp.
6 Coleção: Museu Nacional da UFRJ
5 - 5434-I.
0

6 Phestia bellistriata (Stevens, 1858).


Coleção: Museu Nacional da UFRJ
- 5437-I.

5mm
0 5mm
7 Permophorus subcostatus (Meek &.
8
Worthen, 1865).
7 Coleção: Museu Nacional da UFRJ
- 5437-I.
0
8 Sanguinolites cf. S. meslerianus
(Girty, 1910).
Coleção: Museu Nacional da UFRJ
5mm
0 5mm
- 5432-I.
10
9
9 Schizodus amazonicus Mendes
1966.
Coleção: Museu Nacional da UFRJ
- 5430-I.

0 0 10 (?) Septimyalina sp.


Coleção: Museu Nacional da UFRJ
- 5440-I.
10mm 10mm

Figura 9.6 – Biválvios do Calcário Mocambo, Formação Piauí (Assiz, 1979).


Localidade: Fazenda Mocambo, município de José de Freitas, Piauí.

– 82 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

trado por Castelo Branco & Coimbra (1984) no Per- 9.8 Tafonomia
miano/Triássico, e em termos globais à Orogenia
Eoherciniana (Góes & Feijó, 1994). Representa ain- O primeiro sistema tafonômico é do domínio da
da o início do processo de encerramento da Bacia icnologia. São as perfurações denominadas Areni-
do Parnaíba strictu senso de Góes (1995). colites, traços de comportamento animal, preserva-
A seqüência tem na base sedimentação deriva- dos por acumulação in situ nas camadas de areni-
da de exposição subaérea, formando dunas eóli- tos das dunas eólicas. Embora de ocorrência es-
cas. Correspondem a uma fase regressiva e de ter- parsa, mostram que nas áreas de ambiente desérti-
restrialização. As tendências climáticas foram ári- co houve manifestações de vida traduzidas por
das e desérticas. entidades paleobiológicas eudêmicas, isto é, que
Na parte superior e em áreas localizadas no cen- aí viveram e se reproduziram.
tro da bacia, ocorreu sedimentação subaquática, O segundo, é representado por associações com
em ambientes marinhos rasos. São de uma se- biválvios de gêneros da infauna e da epifauna, gas-
qüência transgressiva, com elevação progressiva trópodos, braquiópodos, trilobitas, fragmentos es-
do nível eustático. queletais de outros ramos de invertebrados e verte-
brados. No conjunto ocorreu a mistura de material
de regiões diferentes da plataforma. O material origi-
9.7 Eventos Biológicos nal que constituiu as conchas está dissolvido; as uni-
dades registradas se apresentam como moldes in-
Dois tipos de eventos biológicos podem ser ternos de valvas isoladas, unidas. Indicam que pri-
identificados. O primeiro bioevento de colonização meiro houve acumulação sem exposição e transpor-
em ambiente terrestre é de ocorrência rara, e está te. Posteriormente, na ressedimentação, sofreram
associado à fase regressiva. São os traços de per- deslocamento no substrato e enterramento.
furadores de areias, os Arenicolites instalados nas Na análise tafonômica efetuada por Anneli et al.
dunas eólicas, e os vegetais que são as folhas de (1994) foi interpretado que os biválvios da infauna
Pecopteris. profunda foram preservados in situ, enquanto que
No topo da formação está registrada uma fase os gêneros da epifauna, semi-infauna, e infauna in-
transgressiva, à qual corresponde um bioevento lo- termediária e rasa foram transportados lateralmen-
cal, que é a existência e preservação da fauna de te e ressedimentados.
Mocambo. É o segundo bioevento, marcado pela Os depósitos de plataforma carbonática mos-
fauna marinha de característica evolutiva do Paleo- tram que a preservação das entidades paleobioló-
zóico, com predomínio dos componentes moder- gicas eudêmicas, isto é, aquelas que viveram e se
nos, os moluscos biválvios e gastrópodos (Sepkos- reproduziram na área, foi parcial, com registro ape-
ki, 1990). Além dos exemplares de invertebrados nas de uma pequena parte, como é comprovado
marinhos, os fragmentos determinados por Cam- pela variedade de filiação taxonômica dos frag-
panha & Rocha Campos (1979), apontam para um mentos existentes, referidos a esponjas, anelídeos,
habitat favorável à colonização de faunas tropicais conodontes, escolecodontes, crinóides, equinói-
e sua característica biodiversidade. des, holoturóides, peixes e a microfauna de forami-
Como evento biológico regional e global, refle- níferos e ostracodes.
tem a expansão da Província biogeográfica Ameri-
cana Andina, que têm afinidade com a Província
Biogeográfica de Tétis (Assis, 1980 e Anneli et al., 9.9 Paleoecologia / Comunidades Bentônicas/
1994). O evento biológico derivou da elevação Ecossistemas
eustática e conexões com o mar de Tétis.
Do evento geológico de expressão regional (en- Em ambiente interpretado como uma plataforma
docíclico), representado pelo soerguimento do carbonática rasa de laguna, Anneli et al. (1994) de-
Arco do Tocantins na parte sul da bacia, resultou a terminaram uma fauna composta por briozoários
restrição do espaço deposicional subaquático e a 3%, cefalópodos 3%, trilobitas 5%, gastrópodos
diminuição dos biótopos. 10%, braquiópodos 23% e biválvios 56%. Os bivál-
Os mecanismos e processos geológicos como vios são 47% escavadores rasos, 26% epifaunísti-
deriva, clima e variação do nível do mar, foram de cos bissados, 11% semi-infaunísticos bissados, e
natureza alocíclica e atuaram para a ocorrência 11% escavadores profundos e 5% escavadores in-
dos bioeventos, sob aspecto regional e global. termediários. Os suspensívoros predominam em

– 83 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

substrato de energia moderada. A alta freqüência Pelo exposto é confirmada a ligação estabeleci-
de invertebrados marinhos estenohalinos na as- da de oeste para leste, com o mar vindo de noroes-
sembléia indica salinidade normal. te no Pensilvaniano, admitida desde o clássico tra-
Assis (1980) identificou os organismos da infau- balho de Harrington (1962), na apresentação de
na com palpos labiais, comedores de depósitos - mapas paleogeográficos da América do Sul.
Phestia; da infauna escavadora, com alimentação
de matéria em suspensão – Schizodus, Permopho- 9.11 Paleoclima
rus, Astartella, Edmondia, Rimmyjimina, Wilkingia,
Sanguinolites, Cypricardella; organismos fixos no A sedimentação química, de carbonatos e
substrato e comedores de matéria em suspensão - evaporitos que pela primeira vez se implanta na
Septimyalina, Posidonia, Streblopteria, Aviculopec- bacia, aponta para clima quente, em latitudes
ten, Leptodesma, Pteria. tropicais durante o Pensilvaniano (Cunha, 1986;
A fauna do Calcário Mocambo habitou um ecos- Lima Filho, 1991). Este seria árido, no intervalo
sistema marinho, em ambiente protegido, como de tempo de deposição dos arenitos eólicos da
uma laguna rasa, em faixa de biodiversidade de la- parte basal, em um sistema desértico, assim
titude tropical (Figura 9.7). como durante a deposição de evaporitos na par-
te superior.
9.10 Paleobiogeografia
9.12 Deriva
As assembléias de biválvios são relacionadas
com a província biogeográfica de Tétis, represen- O Pensilvaniano é caracterizado por fenômenos
tada pelos gêneros Wilkingia, Permophorus, Astar- como deslocamentos de continentes e fases oro-
tella e Pteronites. gênicas, que provocaram uma série de eventos
A correlação de fauna mais próxima é com a transgressivos e regressivos, possibilitando expan-
ocorrente na Formação Itaituba, Bacia do Amazo- sões e conexões de faunas.
nas. Assis (1979) registrou as afinidades com as fa- As inferências climáticas são indicativas que no
unas dos grupos Tarma e Copacabana no Peru, e Pensilvaniano, na latitude correspondente à Bacia
com as faunas de formações da América do Norte. do Parnaíba, o Supercontinente Gondwana na rota
Anneli et al. (1994) correlacionaram a Formação de deriva em direção ao Equador, havia aumenta-
Piauí com a Formação Caño Indio do Morrowan da do o distanciamento com o Pólo. A posição no
Venezuela, comparando-as com as de mares epi- Mississipiano em latitudes temperadas a subtropi-
continentais da América do Norte, e Série Postville cais, foi alterada, pois atingiu as latitudes tropicais
de Ohio, do Pensilvaniano Médio. no Pensilvaniano.

– 84 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

LEGENDA

FACIES SEDIMENTARES
Sigmoides de
frente deltaica
Carbonatos

Argilitos

Acamamento lenticular
Marcas
de ressecamento
Estratificação
cruzada acanalada
Afloramentos
da Formação Piauí
FÓSSEIS
PLANTAS ( por afinidade polínica)

Arthrophyta
QUATERNÁRIO
Pterophyta
CENOZÓICO

1.6
Coniferophyta
NEÓGENO
ANIMAIS
2.3
Holoturóides
PALEÓGENO

65.
Equinóides

Crinóides
CRETÁCEO
MESOZÓICO

Briozoário
135.
Pteria
JURÁSSICO
205. Aviculopecten

TRIÁSSICO
250. Cypricardella
PERMIANO
290. Phestia
PENSILVANIANO
Wilkingia
355.
PALEOZÓICO

Bellerophon
DEVONIANO
410.
SILURIANO Euconospira
438.

Euphemites
ORDOVICIANO

510. Productidae
CAMBRIANO
570. Spiriferidae

Figura 9.7 – Reconstituição Paleobiológica do Pensilvaniano da Bacia do Parnaíba.

– 85 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

10
PERMIANO
O Permiano é representado pelas formações
Pedra de Fogo e Motuca. A tendência de resseca-
cujo nome foi proposto por Plummer et al. (1948),
para as camadas de arenitos, ricas em sílex e ma-
mento da bacia, em condições continentais áridas, deiras silicificadas.
é progressivamente acentuada. São preponderan- A Formação Pedra de Fogo, de idade permiana,
tes, cada vez mais, as fases regressivas, em climas foi mapeada sistematicamente por técnicos da
adversos para as manifestações de vida e sua pre- PETROBRAS, que identificaram o deslocamento
servação como fóssil. Esta condição só é modifica- das áreas de subsidência para o centro e oeste da
da durante as fases transgressivas, isto é, sob in- bacia (Aguiar 1969; Aguiar 1971; Mesner & Wool-
fluência da elevação do nível do mar e conseqüen- dridge 1964).
te elevação do nível de base dos corpos aquáticos. As seqüências sedimentares da Formação Pedra
Neste quadro ocorreu o último grande evento bioló- de Fogo foram objeto de trabalhos de Faria Jr. & Truc-
gico do Paleozóico, na Bacia do Parnaíba, repre- kenbrodt (1980a, b), Faria Jr. (1984), Castelo Branco
sentado pelos troncos de madeiras silicificadas, & Coimbra (1984), Hasui et al. (1991) e Góes (1995).
preservados in situ no topo da Formação Pedra de As madeiras fósseis foram estudadas por Coim-
Fogo e que documentam a pretérita existência de bra & Mussa (1984), Mussa & Coimbra (1987) e Cal-
uma floresta tropical. das et al. (1989). Os trabalhos sobre a fauna são de
anfíbio labirintodonte (Price, 1948), peixes (Santos
1946b ,1989 a e 1989b, 1990b, 1994b) e de peixes
10.1 Formação Pedra de Fogo e anfíbios (Cox & Hutchinson, 1991).

10.1.1 Histórico 10.1.2 Área de Ocorrência

A madeira fóssil Psaronius brasiliensis, coletada A Formação Pedra de Fogo tem ampla distribui-
entre 1817 e 1920 pelo botânico Martius e descrita ção nos estados do Piauí e Maranhão. Aflora na re-
por Brongniart em 1827, foi o primeiro fóssil vegetal gião centro-leste, centro-oeste e centro-sul da ba-
do Brasil a ser mencionado na literatura (Dolianiti, cia, com eixo de deposição deslocado para oeste
1948). É pertencente à Formação Pedra de Fogo, (Mesner & Wooldridge, 1964).

– 86 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

A sua configuração, em superfície, apresenta 10.1.4 Sedimentação


uma expansão a sudoeste, que evidencia o contro-
le da Antéclise Tocantins-Araguaia (Góes, 1995). Com o eixo de deposição deslocando-se para
A espessura máxima em subsuperfície é de 240 oeste, a bacia emergiu no Permiano (Mesner & Wol-
metros (Góes & Feijó, 1994). dridge, 1964), dando origem a uma sedimentação
de domínio continental, e as influências de varia-
ções eustáticas estão refletidas nas mudanças do
10.1.3 Geocronologia - Idade nível de base das águas interiores.
Faria Jr. & Truckenbrodt (1980a, 1980b) descre-
A determinação de idade eopermiana inicial- veram a estratigrafia da formação, dividindo-a em:
mente baseada na presença de um anfíbio labirin- Membro Sílex Basal, Membro Médio e MembroTri-
todonte (Price, 1948) foi confirmada pelos estudos sidela.
palinológicos, apresentados por Müller (1962) e O Membro Sílex Basal, com ampla distribuição,
Mesner & Woldridge (1964). intercala siltitos e bancos dolomíticos com abun-
De acordo com os estudos palinológicos regis- dantes concreções e horizontes silicosos. O Mem-
trados nos relatórios da Companhia de Pesquisa bro Médio é constituído por camadas de arenitos fi-
de Recursos Minerais ocorria uma flora desenvol- nos com estratificações cruzadas, que intercalam
vida e variada de gimnospermas, pteridófitas e es- siltitos, folhelhos e bancos carbonáticos com pe-
fenófitas, confirmando a idade permiana (Cruz et quenas concreções silicosas. O Membro Trisidela
al., 1973b). Posteriormente, em novas identifica- intercala arenitos finos, siltitos, folhelhos e bancos
ções de esporomorfos, foram determinadas as carbonáticos. As madeiras fósseis são encontra-
idades eo e mesopermiana para a formação (Lima das associadas aos siltitos e arenitos finos averme-
& Leite, 1978). lhados com manchas brancas, que pertencem às
Góes & Feijó (1994), por métodos bioestratigráfi- partes mais superiores da formação.
cos, atribuem os sedimentos ao Eopermiano nos in- A seqüência sedimentar é iniciada por arenitos ró-
tervalos Asseliano, Sakmariano, Artinskiano e Kun- seos de granulação bimodal, com estratificação cru-
guriano, e à base do Neopermiano, no intervalo Ufi- zada de grande porte configurando dunas gigantes
miano. com base plana (Figura 10.1). Intercalam na base

Figura 10.1 – Formação Pedra de Fogo. Seqüência com arenitos com estratificações cruzadas acanaladas, com
acamamento tabular na base. Os sedimentos de topo são pelíticos com estratificação plana e ondulada,
estromatólitos e esteiras algálicas. Localidade: Serra das Araras. Rodovia BR-343, km 532. Próximo à cidade de
Floriano, Piauí.

– 87 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

níveis de oncólitos e para o topo arenitos róseos de ca uma regressão na base, com ambiente
grã fina com esteiras algálicas. No topo, os areni- desértico avançando sobre planícies costeiras.
tos de granulação fina são vermelhos e intercala- Os arenitos de estratificação cruzada, indicativos
dos com argilitos vermelhos. Os arenitos apresen- de dunas eólicas, são amplamente distribuídos (Fi-
tam acamamentos lenticulares, gretas de disseca- gura 10.3). Para o topo, a seqüência é transgressi-
ção, tepees, estruturas sigmóides de baixios are- va, com os sedimentos pelíticos de ambientes su-
nosos e baixios de maré. Arenitos róseos de baquáticos sob influências onde ocorrem os níveis
granulação fina intercalam esteiras algálicas e ní- de atividade orgânica como esteiras algálicas e
veis de estromatólitos (Figura 10.2). A coluna indi- estromatólitos (Figura 10.4).

50m

1 - arenito rosa, de grã fina, matriz argilosa, acamamento ondulado


2 - argilito vermelho e amarelo, ondulado, com níveis de estromatólitos
3 - arenito rosa, de grã fina, com esteiras algálicas
4 - camadas de arenitos rosa, com granulometria bimodal, estratificação cruzada acanalada, base plana
5 - estratificação plano-paralela
6 - níveis oncólitos e silexitos
Figura 10.2 – Perfil esquemático da Formação Pedra de Fogo, na Serra das Araras. Rodovia BR-343, km 532.
Próximo à cidade de Floriano, Piauí. Os estratos com estratificação cruzada acanalada, de base plana, são
interpretados como grandes dunas eólicas. As estratificações plano-paralelas são de sedimentação interdunas.
Pelitos estromatólitos e esteiras algálicas de topo são interpretados como superfícies transgressivas.

– 88 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 10.3 – Formação Pedra de Fogo. Vista panorâmica da Serra das Araras. Rodovia BR-343. Próximo à
cidade de Floriano, Piauí.

Figura 10.4 – Formação Pedra de Fogo. Seção superior. Arenitos argilosos silicificados com níveis de esteiras
algálicas e marcas de bioturbação. Sedimentação interpretada como lagunar. Localidade: Pedreira de lajotas
para calçamento. BR-316, km 611, distante 2,7km de Timon, Maranhão.

– 89 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

10.1.5 Fósseis Da região oeste da bacia, foram descritas novas


madeiras da chamada associação eólica-litorânea
10.1.5.1 Estromatólitos “arenito Cacunda”. São representantes de Calami-
táceas, Arthropitys cacundensis e formas aproxi-
Faria & Truckenbrodt (1980b) descreveram madas de Cordaitales, com o gênero Carolinapitys
ocorrências de estromatólitos situados no Membro maranhensis e raízes referidas a Amielon bieloi. A
Médio, que constituem biostromas levemente on- associação é indicativa de locais úmidos, várzeas
dulados, domados, com topo e base irregulares. e bordas de bacias, e as raízes contêm adaptações
São estromatólitos colunares, com ramificações para águas (Coimbra & Mussa, 1984).
paralelas e pouco divergentes e laminação fina, Do folhelho lagunar sotoposto ao “arenito Cacun-
convexa a parabólica. Faria Jr. & Truckenbodt da”, três novas formas foram descritas. São referi-
(1980a) reconheceram também outros níveis de es- das a Calamitáceas com o gênero Cyclomedulloxy-
tromatólitos no Membro Sílex Basal. lon parnaibense e a Cycadoxyleae com Cycadoxy-
Os níveis de estromatólitos são parcialmente sili- lon fremji. Um feto arborescente, com estrutura
cificados com cerca de 15cm de espessura, com anatômica situada entre pteridófitas e pteridosper-
extensão lateral, e estão associados a bancos dolo- mas, foi referido a Araguainorachis simplissima. As
míticos e gretas de dessecação. São interpretados novas formas descritas confirmaram as afinidades
como de ambiente muito raso, com exposição su- com a Província tafoflorística Euro-América (Mussa
baérea. & Coimbra, 1987).
Faria & Truckenbrodt (1980b) consideraram que Às margens do rio Poti, na cidade de Teresina, foi
a ocorrência de estromatólitos seria indicativa de configurada uma floresta petrificada. Foram
ambientes marinhos pouco profundos, de maré, estudadas a ocorrência de inúmeros troncos, vi-
com pequena agitação de ondas e correntes. Con- sando sua preservação e descrito um novo gênero
tudo, pelas interpretações baseadas em estroma- de Pteridospermophyta, Teresinoxylon eusebioi
tólitos recentes, eles ocorrem em ambientes mari- (Caldas et al.,1989).
nhos e continentais (Walter, 1976).
Os estromatólitos recentes e fósseis são conside- 10.1.5.3 Fauna
rados como estruturas organossedimentares, isto é,
formadas pela agregação de sedimentos de uma Entre os vertebrados que ocorrem no topo da for-
comunidade microbiana, as denominadas esteiras mação, a fauna de peixes é variada, porém não
algálicas (algal mats). São estruturas precipitadas está totalmente descrita.
principalmente por cianobactérias, que são aptas a Cox & Hutchinson (1991) registraram a ocorrên-
povoar determinados locais onde calor forte e água cia de fragmentos de Ctenacanthus, Xenacanthus,
rasa são seletivos o suficiente para limitar o habitat. holocefalídeos e dipnóicos. Entre as formas até o
No contexto dos organismos como indicadores presente descritas ocorre também macroevolução,
ambientais de níveis de águas rasas, estão incluí- com novos gêneros e uma nova família.
dos os oncólitos, pois algal mats, estromatólitos e Nesta ictiofauna (Figura 10.6) são assinalados,
oncólitos podem derivar da atividade deste mesmo entre os condrictes, espinhos de “Ctenacanthus”
grupo de organismos (Golubic, 1976). sp., dentes de Xenacanthus sp. e de Itapyrodus
punctatus e dentes e espinhos de “Xenacanthus”
10.1.5.2 Flora albuquerquei, “Ctenacanthus” maranhensis e Ani-
sopleurodontis pricei (Santos 1946b, 1989a,
A flora ocorrente no topo da formação foi preser- 1989b, 1990b,1994b).
vada predominantemente como madeira silicifica- Entre os osteíctes ocorrem restos de celacantí-
da (Figura 10.5). Os troncos apresentam ampla dis- deos, dipnóicos e Paleonisciformes com um crâ-
tribuição na bacia. Pelos estudos realizados até o nio para o qual foi criada a família Brazilichthyidae
presente, as ocorrências mostram a importante ca- e o gênero Brazilichthys (Cox & Hutchinson, 1991).
racterística de macroevolução, constatada pelos Price (1948) descreveu o anfíbio labirintodonte
vários gêneros novos descritos. Prionosuchus (Figura 10.7), que pelo primitivismo
As primeiras espécies descritas Psaronius brasi- indicou a idade permiana inferior, confirmada por
liensis e Psaronius arrojadoi são belos exemplares Barberena (1972). Cox & Hutchinson (1991) reestu-
pertencentes a um gênero de distribuição no conti- daram Prionosuchus, que apresenta a região ante-
nente americano (Dolianiti, 1948). rior da cabeça alongada, possivelmente para ali-

– 90 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1
0 0
2

2 5

4cm 10cm

2 Teresinoxilon eusebioi Mussa, 1989. 3 Tronco silicificado, conservado in situ.


1 Psaronius brasiliensis Brongniart, 1827.
Localidade: Margem do rio Poti, na cidade Localidade: Margem do rio Poti, na cidade
Localidade: Chapada do Jaboti, entre Nova Ior- de Teresina, Piauí.
de Teresina, Piauí.
que e Floriano, Maranhão.
Coleção: Laboratório de Paleontologia,
Coleção: DGM 500-Pb.
Univ. Federal do Ceará.

Figura 10.5 – Madeiras fósseis da Formação Pedra de Fogo.

– 91 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

1 0

2
0

4cm
2

4cm

3
0

4 0
2

4cm

10mm

0 0
5 6

10mm 10mm

1-2 “Ctenacanthus” maranhensis Santos, 1946. 3 Anisopleurodontis pricei Santos, 1994. 4-5-6 Itapyrodus punctatus Santos, 1990.
Localidade: Nova Iorque, sul da cidade de Pastos Localidade: Sul de Pastos Bons, estrada Localidade: Oeste de Laje Grande (CNP)
Bons, Maranhão. Pastos Bons-Nova Iorque, Maranhão. Carolina, Maranhão.
Coleção: DGM 470-P. Coleção: MCT 1346-P. Coleção: DGM 1077-P, 1078-P, 1079-P.

Figura 10.6 – Peixes fósseis da Formação Pedra de Fogo.

– 92 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

4 Can. muc.
Pr max.

2
1

Pr. max.

5
3

Na.

0
B

Pr. max.

Max.
Na. ext.

4
Na.
Vo.

8cm
A

Na. int.

D.Vo

Max.
Vo
Pal

D. Pal

1 a 6 Prionosuchus plummeri Price, 1948


4 lateral de um segmento da mandíbula
1 vista dorsal 5 desenho do lado dorsal do rostrum
2 vista lateral 6 desenho ao lado palatal do rostrum
vista do rostrum

Localidade: 6km S de Pastos Bons na estrada Pastos Bons-Nova Iorque, Maranhão


Coleção: DGM 320-R

Figura 10.7 – Anfibio da Formação Pedra de Fogo (segundo Price, 1948).

– 93 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

mentação de peixes. Compararam com outros gê- 10.3 Paleogeografia


neros, do mesmo grupo, que ocorrem no hemisfério
norte, e sugeriram que sua expansão foi controlada No Permiano continuou o deslocamento do de-
por fatores climáticos. pocentro da bacia para o centro, e houve predomí-
nio de sedimentação subaérea.
10.2 Formação Motuca Os intervalos regressivos perduraram e as se-
qüências deposicionais transgressivas são episó-
A denominação de Formação Motuca foi aplica- dios mais limitados. As manifestações de vida, que
da por Plummer et al. (1948) a folhelhos avermelha- estão relacionadas com as fases transgressivas,
dos, com lentes de carbonatos e anidrita que aflo- em tempos de habitats e climas favoráveis, tiveram
ram na fazenda Motuca, entre São Domingos e Be- suas ocorrências restritas a estas fases.
nedito Leite, no Maranhão, e que recobrem a For- As deposições são interpretadas como conse-
mação Pedra de Fogo. qüência da estruturação interna da bacia, com o ar-
Mesner & Wooldridge (1964) atribuíram às ca- queamento do Alto do Parnaíba (Castelo Branco &
madas idade neopermiana correlacionando-as Coimbra, 1984), e o levantamento da Antéclise To-
com a parte superior da Formação Sucunduri da cantins-Araguaia e o Arco Tocantins (Hasui et al.,
Bacia Amazônica, e ao Grupo Rio do Rasto da Ba- 1991). Góes (1995) correlacionou estes arcos regi-
cia do Paraná. onais de evolução permiana-jurássica com a agre-
As áreas de ocorrência estão situadas no centro gação do Supercontinente Pangea.
da bacia, próximas às cidades de São Raimundo Os sedimentos da base da Formação Pedra de
de Mangabeira e São Domingos de Azeitão, no Ma- Fogo são de ambientes desérticos e climas áridos.
ranhão. A formação é correlacionada com a parte Os estromatólitos cresceram nos fugazes ambien-
superior da Formação Nova Olinda da Bacia do tes límnicos e rasos. As estruturas algálicas, oncóli-
Amazonas. Góes & Feijó (1994) atribuem idade no tos e estromatólitos, situados em níveis carbonáti-
Neopermiano, Kazaniano e Tatariano. Registraram cos estão intercalados aos corpos arenosos de du-
que a espessura máxima em subsuperfície é de nas eólicas. As exposições subaéreas periódicas
280 metros. são indicadas pelos tepees.
A seqüência é constituída na base por arenitos fi- No topo da formação ocorrem os depósitos la-
nos a médios, róseos a esbranquiçados com grãos custres. As dunas são afogadas por sedimentação
subarredondados a esféricos, foscos, friáveis. No límnica. A elevação do nível de base e arrefecimen-
topo apresenta folhelhos e siltitos arenosos verme- to do clima local permitiram o desenvolvimento de
lho-tijolo, com fraturas preenchidas pela aragonita, coberturas vegetais, peixes e anfíbios.
calcita e barita e níveis de sílica (Lima & Leite, Na Formação Motuca do Permiano Superior, as
1978). A sedimentação continental, eólica a fluvial, condições climáticas quentes e áridas foram acen-
foi considerada por Mesner & Wooldridge (1964) tuadas. A sedimentação é de ambientes de cursos
com influência de um mar interior sob condições fluviais periódicos, dunas eólicas, lagos salgados
áridas, representadas pelos evaporitos. (sabkhas), red beds e evaporitos.
Faria Jr. (1984) descreveu a Formação Motuca, a
oeste da bacia, reconhecível pela cor vermelha tijo- 10.4 Eventos Biológicos
lo, com predomínio de pelitos (argilitos e siltitos).
Apresentam camadas de gipsita (anidrita) interca- O primeiro bioevento regional ocorreu em ambi-
ladas aos carbonatos. Os ambientes foram defini- ente subaquático restritivo. É a colonização por bac-
dos como compostos por ambientes fluviais, eóli- térias/algas representadas por estromatólitos, estei-
cos, sabkhas correspondentes a uma evolução ras algálicas e oncóides. Indicam capacidade de
para um clima mais árido. expansões rápidas nos corpos aquáticos efêmeros,
Mesner & Wooldridge (1964) assinalaram a formados pela periódica ampliação do nível de
presença do gastrópodo Pleurotomaria sp. que base, nos climas áridos de ambientes desérticos.
ocorre no Permiano do Peru. Registram que al- Os bioeventos seguintes são de colonização por
guns peixes encontrados são semelhantes aos plantas vasculares e vertebrados. Pelas mudanças
peixes permianos Paleoniscus e Elonichthys. Po- das condições climáticas áridas para úmidas, hou-
rém, autores posteriores não fazem menção a es- ve a expansão de representantes da Província flo-
tes fósseis que não foram encontrados nas cole- rística Euro-América. As floras mostraram diferença
ções examinadas. de composição e de clima entre as bacias do Par-

– 94 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

naíba e Paraná (Gondwana) (Coimbra & Mussa, guiu as florestas e as preservou por permineraliza-
1984). ção por sílica.
Os novos gêneros assinalados em vegetais e
10.5 Tafonomia animais indicam eventos de macroevolução, com
biodiversidade de latitudes tropicais. Esta dinâmi-
No sistema tafonômico que inclui oncólitos, estei- ca é bem marcada nestes ecossistemas terrestres
ras algálicas silicificadas e estromatólitos, a preser- e aquáticos sem conexão marinha.
vação foi por acumulação in situ, nas camadas de
carbonatos intercaladas aos arenitos de dunas eóli- 10.7 Paleobiogeografia
cas. São entidades paleobiológicas eudêmicas, isto
é, que aí viveram e se reproduziram. Devido a elevação do nível de base de águas in-
Os abundantes troncos de madeiras, silicifica- teriores, em torno de ambientes subaquáticos,
dos, no topo da Formação Pedra de Fogo, são pre- houve um expressivo evento de expansão da Pro-
servados in situ, muitos ainda em posição de vida. víncia Biogeográfica Euro-América com seus
Representam um evento de morte rápida da flora e componentes da flora (Coimbra & Mussa, 1984;
preservação com um tipo particular de fossildia- Mussa & Coimbra, 1987; Caldas et al., 1989) e da
gênese, que é a silicificação. Os peixes e anfíbios fauna de anfíbios labirintodontes e peixes (Price,
foram preservados apenas por fragmentos de os- 1948; Santos 1946b,1989a e 1989b, 1990b,
sos desarticulados. Nos processos post-mortem 1994b; Cox & Hutchinson, 1991).
são ressedimentados, pois são entidades que so-
freram exposição e transporte, antes do soterra- 10.8 Paleoclima
mento.
A principal característica do Permiano na bacia é
10.6 Paleoecologia/Comunidades Bentônicas/ um forte ressecamento e predomínio de condições
Antigos Ecossistemas continentais. Nos intervalos regressivos, as indica-
ções são para climas quentes e áridos, adversos,
Os estromatólitos que durante a vida formam pe- com as manifestações de vida dadas pelos estro-
lículas superpostas de forma estratificada constitu- matólitos. Correspondendo a uma fase transgressi-
em um ecossistema derivado, principalmente, da va, no topo da Formação Pedra de Fogo, as indica-
atividade de cianobactérias. A estabilização, meta- ções são para mudanças para climas quentes e
bolismo e manutenção do ecossistema ao longo do úmidos, com ambientes aquáticos e presença de
tempo dependeram do equilíbrio de fatores físicos flora e fauna. O clima voltou a quente e árido e as
e químicos. Têm a extraordinária capacidade de madeiras foram preservadas por permineralização.
adaptação rápida em corpos de águas efêmeros, As glaciações do Gondwana são um dos fatores
em condições ecológicas que são inóspitas para apontados para as variações do nível do mar, neste
outros organismos. período. Da mesma forma como ocorreu no Quater-
As ocorrências da Formação Pedra de Fogo nário, as glaciações influenciariam os recuos glo-
estiveram associadas com os corpos de água de bais do nível do mar, e nas épocas interglaciais o
pequena profundidade. Dos mesmos restam as aumento do nível do mar modificaria os climas em
paleossuperfícies com gretas de dessecação, pre- grande extensão dos continentes.
enchidas por calcita e sílex, e evidências da expo-
sição subaérea. Em adição, as extensas camadas 10.9 Deriva
dolomitizadas por diagênese precoce apontam
para um clima semi-árido a árido. Na literatura internacional está registrado que o
O topo da formação é caracterizado por um au- Permiano foi tempo de movimentos rápidos de pla-
mento da lâmina d’água correspondendo a um cas e espalhamentos do fundo do mar, além de gla-
ecossistema de ambiente lacustre, derivado de ciações amplamente distribuídas nos continentes
uma mudança para clima quente e úmido. Na fauna de Gondwana e Angara.
estão presentes anfíbios labirintodontes e peixes. Dentro deste quadro, a região norte da América
Os representantes da flora apresentam adapta- do Sul havia alcançado a latitude do Equador. O
ções para a vida em locais de umidade, (Figura continente do Gondwana se uniu à massa continen-
10.8). As condições propícias à vida foram encerra- tal do hemisfério norte, e a agregação originou o
das com novo rigor de aridez no clima, que extin- Supercontinente Pangea (Dietz & Holden, 1970).

– 95 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

LEGENDA

ESTRUTURAS SEDIMENTARES /
AMBIENTE

Estratificação cruzada
Arenito eólico

FLORA
Madeiras

Psaronius

Calamitales

Afloramento das
QUATERNÁRIO
Formações Pedra de Fogo Cordaitáceas
CENOZÓICO

1.6
FAUNA

NEÓGENO ANFÍBIOS

2.3 1 Prionosuchus

PALEÓGENO
PEIXES
65.
1 Ctenacanthus

CRETÁCEO 2 Xenacanthus
MESOZÓICO

135.

JURÁSSICO
205.

TRIÁSSICO
250.
PERMIANO
1
290.

CARBONÍFERO
355.
PALEOZÓICO

DEVONIANO
410.

438. SILURIANO

ORDOVICIANO

510. 1 2
CAMBRIANO
570.

Figura 10.8 – Reconstituição Paleobiológica do Permiano da Bacia do Parnaíba.

– 96 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

11
TRIÁSSICO E JURÁSSICO
11.1 Formação Sambaíba erguimento generalizado devido à Orogenia
Gondwana (Zálan, 1991 apud Góes & Feijó,
A Formação Sambaíba, definida por Plummer et 1994).
al. (1948), tem as principais áreas de ocorrência no
Maranhão, nas regiões de Carolina, a oeste, e de 11.2 Formação Mosquito
Sambaíba, no centro da bacia. Alcança 440m de
espessura máxima em subsuperfície. Foi datada no Os derrames basálticos localizados no centro e
Eotriássico (Góes & Feijó, 1994). oeste da bacia constituem a Formação Mosquito.
Os sedimentos são compostos por arenitos com São considerados como associados à fase pré-rifte
estratificação cruzada acanalada, de grande porte da abertura do Atlântico Leste, após a ruptura do
caracterizando dunas eólicas. Segundo Cunha & bloco afro-brasileiro (Góes, 1995).
Carneiro (1972) arenitos brancos friáveis da Forma- Os derrames basálticos são intercalados com
ção Sambaíba recobrem os folhelhos vermelhos da arenitos e correspondem ao ciclo de vulcanismo
Formação Motuca. fissural, datado do Eo-Mesojurássico.
A Formação Sambaíba, que é afossilífera cor- Outro evento de vulcanismo corresponde aos
responde ao final da desertificação da bacia. A diabásios Sardinha que são datados na base do
interrupção da sedimentação é atribuída a um so- Neocomiano (Cretáceo) (Góes & Feijó, 1994).

– 97 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

12
CRETÁCEO (BARREMIANO)
D urante a rutura do paleocontinente Gon-
dwana, houve a formação de extensa calha exten-
tinente para oeste, na medida que o pólo de rota-
ção horária da América do Sul migrava, no Eocretá-
sional, a depressão afro-brasileira que ia do sul do ceo.
estado da Bahia ao sul do estado do Ceará. No es- Os primeiros fósseis encontrados na Formação
tágio sinrifte, a Bacia Tucano-Recôncavo evoluiu, Pastos Bons foram datados no Jurássico. Eram pei-
assim como as bacias intracratônicas do nordeste xes de características primitivas do gênero Lepido-
tiveram origem – sistema de riftes eocretácicos, so- tes. Pela datação palinológica de Lima & Campos
frendo rápida subsidência no Neocomiano (Ponte (1980) a idade foi referida ao Andar local Buracica
& Ponte Filho, 1996). equivalente ao Barremiano.
Na sinéclise do Parnaíba que foi classificada por Pela corrrelação entre eventos geológicos e bio-
Figueiredo & Raja Gabaglia (1986) como poligenéti- lógicos, é verificado que a nível global, a deriva pro-
ca, o extenso vulcanismo denominado Mosquito piciou abertura de novas passagens para uma fau-
(transição do Triássico para o Jurássico) prenunciou na de peixes. Formada por grupos de característi-
as fases trafogênicas. Góes (1995) e Góes & Coim- cas arcaicas é derivada do Jurássico marinho do
bra (1996) definiram a Bacia de Alpercatas como hemisfério norte. A formação de novas bacias e am-
antéclise, composta por rochas provenientes de bientes lacustres de idade neocomiana é um even-
vulcanismo e as pertencentes às formações Corda to geológico regional que propiciou a expansão da
e Pastos Bons, demarcadas pelo elemento estrutu- fauna de peixes.
ral de Xambioá, de orientação leste-oeste. Na seqüência de lagos, a Bacia Recôncavo-Tu-
Um mesmo ciclo evolutivo de formação da Mar- cano abrigou uma maior variedade de representan-
gem Continental do Brasil correlaciona a Bacia de tes da ictiofauna. Entre estes gêneros, os Lepidotes
Tucano-Recôncavo, as bacias marginais e as pe- (Semionotidae) são os mais numerosos, e se distri-
quenas bacias de interior (Szatmari et al, 1987 e buíram não só pela Bacia do Recôncavo-Tucano
Ponte & Ponte Filho, 1996), pois são decorrentes da como em pequenas bacias do interior e na Bacia do
progressiva fragmentação do bloco afro-brasileiro, Parnaíba (Alpargatas). Estas ocorrências e as de
e dos esforços sofridos pelo deslocamento do con- conchostráceos são eventos biológicos relaciona-

– 98 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

dos ao evento geológico global de abertura do (1990) e Góes & Feijó (1994). Foi também mapeada
Atlântico, e ao evento regional de estabelecimento pela CPRM em trabalho de Lima & Leite (1978), Lei-
de conexões entre bacias a partir do Cretáceo tes et al. (1994).
(Carvalho & Santos, 1994). Os peixes fósseis foram descritos por Roxo &
Como evento biológico evolutivo houve a rápi- Loefgren (1936), Santos (1945, 1953 e 1974a) e
da mudança de flora. A coluna bioestratigráfica Schaeffer (1947) e Brito & Gallo (2002) e os
foi elaborada por pesquisas em palinologia e os- conchostráceos estudados por Beurlen (1954),
tracodes de água doce, recebendo denomina- Mendes (1960) e Pinto & Purper (1974).
ções locais do Jurássico Superior e Cretáceo
Inferior. Iniciada para o desenvolvimento da im- 12.1.2 Área de Ocorrência
portante Bacia Tucano-Recôncavo, pela Petro-
brás foi estendida para correlação entre as de- Os sedimentos pertencentes a esta formação
mais bacias. apresentam áreas de exposição relativamente ex-
Os peixes que encontraram refúgio em lagos in- tensas, na região centro-oeste, abrangendo o vale
teriores, entretanto não acompanharam os proces- do rio Itapecuru e afluentes, no estado do Mara-
sos evolutivos, mantendo caracteres conservado- nhão. A deposição no estado do Piauí se apresen-
res. Lepidotes, considerado anteriormente como ta em áreas descontínuas a leste até a cidade de
gênero restrito ao Jurássico, ocorre na Bacia de Floriano. Segundo Góes & Feijó (1994), sua espes-
São Luís-Grajaú até ao Cenomaniano (Carvalho & sura máxima é de 77 metros.
Silva, 1992)
Patterson (1973) observou a manutenção de ca- 12.1.3 Geocronologia - Idade
racteres primitivos em peixes que permaneceram
em águas interiores, ao longo do tempo geológico. Segundo Santos (1974a) a fauna de peixes indi-
Foi um dos iniciadores da aplicação de nova classi- caria idade jurássica. Porém, tanto o Lepidotes
ficação sistemática, que demonstra que perma- como os gêneros de conchostráceos a ele associa-
nência de caracteres primitivos retira o conteúdo dos, presentes nesta formação, só ocorrem no Bra-
cronoestratigráfico destes fósseis. sil a partir do Neocomiano, nas bacias do Recônca-
A idade eocretácea adotada é a do Mapa Geoló- vo, Tucano e Jatobá, e outras pequenas bacias in-
gico do Brasil – escala 1: 2.500.000 (Schobbenhaus teriores.
et al., 1981 e 1984). É baseada na datação palinoló- Pelo estudo palinológico no folhelho Muzinho,
gicas de Lima & Campos (1980) referida ao Andar Lima & Campos (1980) atribuíram à formação a ida-
local Buracica equivalente ao Barremiano. de eocretácea (Andar Buracica equivalente ao Bar-
remiano), adotada no Mapa Geológico do Brasil –
12.1 Formação Pastos Bons escala 1:2.500.000 (Schobbenhaus et al., 1981 e
1984).
A Formação Pastos Bons corresponde a um ciclo
de sedimentação de bacias do interior que com- 12.1.4 Sedimentação
preende a seqüência de lagos da margem leste
(Asmus, 1984), de idade eocretácea. Neste ambi- Os sedimentos da Formação Pastos Bons repre-
ente ocorrem os peixes Semionotidae referidos a sentam o início da primeira seqüência deposicional
Lepidotes piauhyensis e exemplares das famílias do Cretáceo, após um longo período sem deposi-
Macrosemiidae e Pleuropholidae. ção, no Triássico e Jurássico.
A deposição foi ao longo da Estrutura de Xam-
12.1.1 Histórico bioá, que no Mesozóico se comportou como um
baixo deposicional (Hasui et al., 1991). Extrava-
Lisboa (1914) utilizou a denominação camadas sam seus limites e recobrem discordantemente as
Pastos Bons para designar folhelhos e arenitos es- formações paleozóicas Poti, Piauí, Pedra de Fogo e
verdeados e marrons-avermelhados que ocorrem Motuca.
nas proximidades da cidade de mesmo nome, no Lima & Leite (1978) consideram que a sedimen-
Maranhão. tação se deu em paleodepressões, entre altos to-
A unidade foi mapeada pela PETROBRAS, com pográficos produzidos pelas camadas de derra-
integração de dados de Aguiar (1969) e Mesner & me basáltico. A sedimentação é iniciada por con-
Wooldridge (1964), reavaliação de Góes et al. glomerados, seguidos de arenitos esverdeados,

– 99 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

argilosos com granulação fina a média, alternan- 12.1.5 Fósseis


do-se com arenitos creme e esbranquiçados em
laminação paralela, que por vezes intercalam cal- 12.1.5.1 Microfósseis
cários. Acima ocorrem mudstones arenosos, are-
nitos róseos a avermelhados, com estratificação Lima & Campos (1980) estudaram os níveis fos-
cruzada, localmente com folhelhos escuros fossilí- silíferos de natureza pelítica que afloram na região
feros. de Floriano, Piauí, nas cercanias da fazenda Muzi-
Entre Floriano e Monsenhor Gil, as ocorrências nho. No estudo palinológico de uma assembléia
de lamitos da Formação Pastos Bons estão em pobre e mal preservada foram reconhecidas uma
contato discordante sobre a Formação Piauí. O espécie de esporo e doze de pólens.
conglomerado basal é constituído de fragmentos Nos palinomorfos há dominância de grãos de
de sílex e oncólitos (provenientes da Formação pólens rimulados, abundância de formas monocol-
Pedra de Fogo). Para o topo apresenta arenitos fi- padas, e presença regular de formas inaperturadas
nos com alternância de laminação plano-paralela, e dissacadas. As espécies estratigraficamente im-
laminação ondulada e laminações onduladas ca- portantes são Dicheiropollis etruscus, Exesipolleni-
valgantes (Figura 12.1). São interpretadas como tes tumulus e Vitreisporites pallidus. Foi atribuída a
pequenas frentes deltaicas entrando em corpos idade Buracica.
aquosos.
Os níveis fossilíferos são localizados em folhe- 12.1.5.2 Fauna
lhos cinza-escuros, pretos e esverdeados, lamina-
dos e calcíferos. Afloram na região de Pastos Bons, Os peixes fósseis da formação foram descritos,
a nordeste de Floriano. São interpretados como se- considerando-os de idade jurássica. Nos folhelhos
dimentação lacustre. da fazenda Muzinho, em Floriano, Piauí, os mais no-
Leites et al. (1994) descrevem, na serra das táveis fósseis são peixes Lepidotes piauhyensis re-
Alpercatas, a ocorrência de arenitos finos argi- presentados por exemplares completos, e partes
losos, com estratificação cruzada de grande por- do corpo e crânio (Figura 12.2). Outros exemplares
te, e estratificação plano-paralela. São interpreta- são referidos às famílias Semionotidae, Macrosemi-
dos como sedimentação de dunas e interdunas idae e Pleuropholidae (Roxo & Loefgren, 1936; San-
eólicas. tos, 1945,1953, 1974a; Schaeffer, 1947, Brito & Gal-
Os ambientes da Formação Pastos Bons são in- lo, 2002).
terpretados como lacustres com contribuição fluvial, Segundo Santos (1974a) esta fauna seria de ida-
com dunas eólicas, indicativos de clima semi-árido a de jurássica, pelas características primitivas dos
árido de um sistema desértico. peixes e pela ausência de teleósteos que no final

Figura 12.1 – Formação Pastos Bons. Seqüência de pelitos sobrepostos a conglomerados basais, capeando
arenitos com estratificação cruzada da Formação Piauí. Localidade: Rodovia BR-343, km 564, próximo à cidade
de Floriano, Piauí.

– 100 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

4cm

4cm

1 e 2 Lepidotes piauhyensis Roxo & Loefgren, 1936.


Localidade: Fazenda Muzinho, 16km a nordeste de Floriano, Piauí.
Coleção: 1 DGM 292-P
2 DGM 297-P (holótipo)

Figura 12.2 – Peixes da Formação Pastos Bons.

– 101 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

do Jurássico já se encontravam definidos. Entre- do rio Araguaia e a leste, até próximo à margem es-
tanto, após o trabalho de sistemática de Patterson querda do rio Parnaíba. Lima & Leite (1978) observa-
(1973) houve uma profunda alteração no sistema ram que a unidade apresenta pequenas áreas de
de classificação dos peixes, assim como na hierar- ocorrência locais e descontínuas, que preencheram
quia dos caracteres primitivos e derivados. Os depressões originadas por erosão do basalto.
Pleuropholidae que ocorrem na Formação Pastos
Bons são atualmente incluídos entre os teleósteos. 12.2.3 Geocronologia - Idade
Brito & Gallo (2002) descreveram Gondwanapleu-
ropholis longimaxillaris. A ocorrência do conchostráceo Macrolimna-
Lepidotes, considerado anteriormente como diopsis foi registrada por Lima & Leite (1978) na
gênero restrito ao Jurássico, ocorre nas bacias de Formação Corda. Neste trabalho, as formações
Grajaú e São Luís, até ao Cenomaniano (Carvalho Pastos Bons e Corda foram consideradas de mes-
& Silva, 1992). ma idade, pois o gênero de conchostráceos ocorre
Os seguintes conchostráceos foram identifica- em ambas as formações. Como a datação dos se-
dos associados à ictiofauna: Palaeolimnadiopsis dimentos da Formação Pastos Bons, feita posterior-
pauloi, Echinesteria semigibosa, Liostheria floria- mente, indicou a idade Buracica (Lima & Campos,
nensis, Lioestheria sp., Pseudestheria sp. 1, Pseu- 1980), a Formação Corda também foi considerada
destheria sp. 2 e Asmussia(?) sp. A. (Beurlen, 1954; de idade eocretácea no Mapa Geológico do Brasil
Mendes, 1960; Cardoso, 1962). – escala 1:2.500.000 (Schobbenhaus et al., 1981 e
Pinto & Purper (1974) identificaram além de ou- 1984).
tros gêneros, espécimes de Macrolimnadiopsis (Fi-
gura 12.3), que estavam associados à ictiofauna da 12.2.4 Sedimentação
fazenda Muzinho. Admitiram a possibilidade da
idade no Eocretáceo, pois os conchostráceos Os sedimentos formam associações representa-
ocorrem nas bacias do Nordeste a partir do Neo- das por arenitos finos a médios, de cor creme, com
comiano. grãos de quartzo arredondados, foscos, bem sele-
cionados, bimodais, e eventuais níveis de seixos fa-
12.2 Formação Corda cetados (ventifactos). As principais estruturas sedi-
mentares são os pacotes com estratificação cruza-
É uma sedimentação característica de ambiente da acanalada, de grande porte e fluxo de grãos,
desértico e fluvial de alta energia, onde a preserva- que intercalam camadas com estratificações pla-
ção de fósseis foi um evento muito raro. no-paralelas. São interpretados como depósitos de
dunas eólicas e de regiões de interdunas (Figura
12.2.1 Histórico 12.4).
Associações pelíticas ocorrem em menor pro-
A definição estratigráfica da Formação Corda foi porção e são constituídas por seqüências de areni-
apresentada por Aguiar (1969), que considerou tos finos e pelitos arroxeados, com laminação para-
como pertencentes a ela, os arenitos cor creme, ró- lela passando a laminação cruzada cavalgante
seos a cinza-arroxeados, com estratificação cruza- (climbing ripples). São interpretados como gera-
da, sobrepostos concordantemente à Formação dos por correntes de turbidez, em ambiente lacus-
Pastos Bons, e discordantemente aos basaltos da tre. Nos níveis pelíticos ocorrem os raros fósseis.
Formação Mosquito. São de um sistema continental desértico com du-
Este critério foi utilizado em Lima & Leite (1978), nas eólicas de grande porte, com formação de le-
Schobbenhaus et al. (1981 e 1984), Souza et al. ques aluviais e pequenos lagos. O clima seria
(1990), Leites et al. (1994), Rodrigues et al. (1994a quente e semi-árido.
e 1994b). Os raros fósseis que ocorrem são as pe- A unidade Corda, a oeste, recobre discordante-
gadas registradas por Leonardi (1980) e conchos- mente os basaltos da Formação Mosquito e tam-
tráceos identificados em Lima & Leite (1978). bém as unidades do Paleozóico: formações Motu-
ca, Pedra de Fogo, Piauí, Poti e a Formação Longá
12.2.2 Área de Ocorrência em Canto do Buriti. O contato com a Formação Pas-
tos Bons, é concordante e gradacional, formado
Os sedimentos da Formação Corda afloram na por arenitos finos de laminações cruzadas e para-
parte central da bacia, na borda oeste, próximo à foz lelas.

– 102 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1 2

0 0

2 2

4cm 4cm

3 4

0 0

2 2

4cm 4cm

1 Macrolimnadiopsis pauloi Beurlen, 1954.


Coleção: UFRGS MP-M-33. 5

2 Lioestheria sp.
Coleção: UFRGS MP-M-39.
0

3 Pseudestheria sp. 1.
Coleção: UFRGS MP-M-40. 2

4 Pseudestheria sp. 2.
Coleção: UFRGS MP-M-41. 4cm

5 Asmussia ? sp.
Coleção: UFRGS MP-M-42.

Todos os exemplares são da localidade Fazenda Muzinho,


16km a nordeste de Floriano, Piauí.

Figura 12.3 – Conchostráceos da Formação Pastos Bons (Pinto & Pupper, 1974).

– 103 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

1 - Afloramento de arenitos com estratificações cruzadas da Formação Corda. Margem direita do rio Itapecuru, na confluência do rio
Codozinho. Codó, Maranhão.

2 3

ITSD
7
ITSD
5

N
ITSD
4

Ri
o
To c a n t i n s
ITSD
3
ITSD
2

5m
ITSD
1
ITSD
6

2 - Pegadas de saurópodes. Margem esquerda do rio Tocantins. São 3 - Desenho esquemático das trilhas dos saurópodes; Margem esquer-
Domingos, Itaguatins. Tocantins (Leonardi, 1994). da do rio Tocantins. São Domingos, Itaguatins. Tocantins (Leonardi,

Figura 12.4 – Formação Corda.

– 104 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Nos contatos discordantes com as formações 12.4 Eventos Biológicos


Mosquito e Motuca observados a oeste, os sedi-
mentos basais são constituídos de arenito conglo- As ocorrências de conchostráceos e peixes são
merático, com seixos de basalto, arenitos e argili- eventos biológicos relacionados a um evento geo-
tos. São clastos desorganizados com matriz areno- lógico global, a abertura da Margem Atlântica Sul.
pelítica, como depósitos de fluxo de detritos (debris Nas bacias Tucano-Recôncavo-Jatobá estão re-
flow). Para cima passam a arenitos médios a finos, presentados os sedimentos correspondentes à
marrom-escuro, localmente arroxeados, estratifica- abertura e início da evolução tectônica da Margem
ção cuzada plano-paralela e cruzada acanalada. Continental Atlântica. Na seqüência rifte, iniciada
São interpretados como depósitos de correntes ou no Neocomiano, os representantes do gênero Lepi-
rios entrelaçados - braided (Lima & Leite, 1978; Lei- dotes são os peixes mais freqüentes. Viveram no
tes et al., 1994; Rodrigues et al., 1994a e 1994b; grande lago que ocupou a depressão afro-brasilei-
Souza et al., 1994). ra. Da mesma forma, estes peixes estiveram pre-
sentes nas pequenas bacias de Iguatu e Barro
(Ceará) e Rio do Peixe (Paraíba), como é verificado
12.2.5 Fósseis por escamas e fragmentos (Carvalho & Santos,
1994). A correlação entre a formação dos grabens
Lima & Leite (1978) registraram a ocorrência de e os esforços de rotação do bloco sul-americano,
fósseis em níveis pelíticos lacustrinos. São con- combinam com as datações de Neocomiano, en-
chostráceos dos gêneros Lioestheria e Macrolim- contradas nestas bacias.
nadiopsis, além dos ostracodes Candona. Macro- Os ciclos de baixos deposicionais favoráveis a
limnadiopsis ocorre na Formação Pastos Bons e ambientes lacustres abrigando a fauna de peixes e
na Formação Aliança, Neocomiano da Bacia do de conchostráceos, podem ser datados no ciclo
Recôncavo (Pinto & Purper, 1974). eocretáceo, após o início da fase rifte da margem
Icnofósseis foram citados por Barbosa et al. leste. São incompatíveis com a datação jurássica,
(1966). justificada por características arcaicas dos Semio-
Pegadas de répteis referidas a saurópodos fo- notidae. Esta argumentação só permanece nas ba-
ram descritas por Leonardi (1980; 1994) em cama- cias do Grajaú e São Luís, enquanto nas outras ba-
das de arenito situadas à margem do rio Tocantins, cias citadas, a idade cretácea é aceita. Na verda-
em Itaguatins, no estado do Tocantins. Formam um de, o grupo existente no Jurássico marinho do he-
conjunto de sete pistas identificadas pelo autor misfério norte, expandiu para o sul, ocupando os
com a sigla ITSD (Figuras 12.4.2 e 12.4.3). O autor biótopos que surgiram pela progressiva abertura
relaciona, com dúvida, na Formação Corda outros do Atlântico.
icnofósseis, representados por pegadas e perfura- As pistas de dinossauros citadas na Formação
ções de invertebrados. Corda revelam um evento biológico relacionado
com o trânsito dos animais em ambiente terrestre.
12.3 Paleogeografia
12.5 Tafonomia
Os sedimentos das formações Pastos Bons e
Corda preenchem as depressões alinhadas na di- As escamas de Lepidotes são de grande durabi-
reção leste-oeste. São de um ciclo continental, e ao lidade, pois são ósseas e recobertas por espessa
aumento do nível das águas interiores correspon- camada de ganoína. O gênero é reconhecido por
dem os ambientes lacustres, nas áreas de baixa escamas isoladas, quando sofreram deslocamento
energia, que propiciaram a excepcional conserva- no substrato e transporte antes do soterramento.
ção dos Lepidotes nos folhelhos da fazenda Muzi- Alguns exemplares incompletos indicam desloca-
nho. Nos níveis de elevação máxima, foram estabe- mento no substrato, mas sem transporte. Ambos os
lecidas as expansões dos peixes e dos conchostrá- processos são de ressedimentação.
ceos. Dois exemplares grandes e completos (DGM
Na Formação Corda, as áreas de alta energia es- 292-P e 297-P) indicam que a produção biogênica
tavam situadas a oeste, com os arenitos grosseiros foi depositada no substrato, sem deslocamento e
de ciclos de leques aluviais, e a leste as regiões de transporte, com preservação por acumulação. São
dunas com os arenitos eólicos e escassos lutitos de entidades conservadas autóctones, que estavam
lagos interdunas. in situ.

– 105 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Quanto aos conchostráceos, que têm uma con- fósseis, dos representantes terrestres são de dinos-
cha delicada, de pouca durabilidade, as valvas se sauros saurópodos, que teriam nutrição herbívora.
apresentam articuladas e levemente danificadas.
Indicam que não sofreram deslocamento e trans- 12.7 Paleobiogeografia
porte antes do enterramento, isto é, foram preser-
vadas por acumulação. As famílias e gêneros de peixes e de conchostrá-
As pistas dos dinossauros indicam preservação ceos estão relacionados com os ocorrentes na Pro-
por acumulação e com processo tafonômico in situ. víncia Paleobiogeográfica do Tétis, do hemisfério
norte. No Nordeste brasileiro, a história biogeográfi-
12.6 Paleoecologia / Ecossistemas ca é iniciada no Cretáceo (Neocomiano/Aptiano
Inferior), com o megassistema fluviolacustrino situa-
As antigas populações que existiram nesta área do a leste, que se originou com a partição do bloco
tinham modos de vida aquático e terrestre. Nas po- afro-brasileiro.
pulações aquáticas, os conchostráceos são indica- As ocorrências são registradas na Formação
dores de habitat de água doce, pois viveram em Candeias, nas bacias do Recôncavo-Tucano-Jato-
corpos aquosos permanentes ou efêmeros. Em ge- bá, nas bacias do interior, na Bacia do Parnaíba e
ral, eram bentônicos, da epifauna, micrófagos, que em bacias da costa oeste da África.
se nutriam de material em suspensão. A carapaça
bivalve quitinosa é muito delicada, em geral com 12.8 Paleoclima
estrias que são marcas de crescimento.
Os peixes Lepidotes eram de vida nectônica, Pela interpretação dos ambientes de sedimenta-
apresentam uma morfologia especial, com uma re- ção, os climas são considerados quentes e áridos,
sistente armadura de ossos e escamas reforçados com sistemas desérticos. Porém, deveria haver al-
por ganoína, o que era uma eficiente defesa contra ternância com estações úmidas, que possibilitava
predadores. Pela sua construção hidrodinâmica o aumento do nível de base e o povoamento dos
deveriam ser peixes lentos, apreciando as águas corpos de água, pelas biotas de peixes e pequenos
rasas e calmas dos novos biótopos conquistados. conchostráceos.
A pequena boca com dentes pequenos, de cúspi-
des achatadas, indicam uma nutrição de inverte- 12.9 Deriva
brados da epifauna bentônica, ou outras fontes dis-
poníveis como vegetação de fundo nos lagos ra- No Neocomiano, a região da Bacia do Grajaú
sos. São considerados primitivos, de característi- permanecia no interior do Supercontinente de
cas jurássicas, quando viveram no hemisfério Gondwana, estendendo-se pela região da atual
norte, durante a expansão do mar de Tétis. Bacia de Barreirinhas, que retém em subsuperfície
A entrada destes peixes em ambientes continen- restos de suas formações.
tais e protegidos, possibilitou que sua existência per- Góes et al. (1990) consideraram que as forma-
sistisse até o Neocretáceo, e na Bacia de São Luís, ções Pastos Bons e Corda estavam associadas com
escamas estão registradas no Cenomaniano (Carva- a distensão e magmatismo da abertura do Atlântico.
lho & Silva, 1992). Esta associação era com a abertura do rifte da Mar-
Os ecossistemas eram lacustres e desérticos (Fi- gem Leste, que deu origem a pequenos grabens em
gura 12.5). As marcas de comportamento ou icno- zonas do embasamento (Szatmari et al., 1987).

– 106 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

LEGENDA

FLORA
(POR AFINIDADE POLÍNICA)

Caytoniaceae

Cheirolepidacea

Araucariacea

FAUNA

RÉPTEIS
QUATERNÁRIO
Afloramentos
Pegadas
das Formações
CENOZÓICO

1.6
Pastos Bons e Corda PEIXES
NEÓGENO 1 Pleuropholidae
2.3
2 Macrosemidae
PALEÓGENO

65.
3 Lepidotes piauhyensis

CRETÁCEO
MESOZÓICO

BARREMIANO

135.

JURÁSSICO
205.

TRIÁSSICO
250.

PERMIANO
290.

CARBONÍFERO
355.
PALEOZÓICO

3
DEVONIANO
410.

438. SILURIANO 2

ORDOVICIANO 1
510.

CAMBRIANO
570.

Figura 12.5 – Reconstituição paleobiológica do Barremiano, Bacia do Grajaú.

– 107 –
Programa Levanamentos Geológicos Básicos do Brasil

13
CRETÁCEO (APTIANO/ALBIANO)
A s sedimentações de idade aptiana/albiana
aflorante a sudoeste da Bacia de Grajaú, são clas-
e Sergipe. No Albiano, uma rápida diversificação
da fauna evidencia a inundação marinha. A corre-
sificadas na Formação Codó, unidade estratigráfi- lação estabelecida com as bacias do Araripe e
ca com predomínio de sedimentação carbonática e Sergipe/Alagoas é ampliada e estendida para a
portadora de uma ictiofauna correlacionada com a Venezuela.
Formação Santana da Bacia do Araripe e a Forma-
ção Riachuelo, da Bacia de Sergipe/Alagoas. 13.1 Histórico
Ocorre ainda a Formação Grajaú, considerada
como uma variação lateral de fácies da Formação Os folhelhos betuminosos e calcários no vale do
Codó e sem registro de fósseis. rio Itapecuru que afloram no município de Codó
Rosseti et al. (2001) e Paz & Rossetti (2001) con- (Formação Codó), e os arenitos (Formação Grajaú)
cluiram que havia duas seqüências deposicionais que lhes são associados, foram inicialmente referi-
da região de Codó, separadas por uma desconti- dos em Lisboa (1914). As unidades foram denomi-
nuidade de carárer regional. A unidade inferior neo- nadas por Campbell et al. (1949). Mesner & Wool-
aptiana era correspondente à descrição original de dridge (1964) apresentaram a descrição litológica
Lisboa (1914) enquanto que a unidade superior da Formação Codó, incluindo os arenitos Grajaú,
meso/albiana seria pertencente à denominada Uni- na Formação Corda.
dade Indiferenciada do Grupo Itapecuru (Rossetti Cunha & Carneiro (1972) e Carneiro (1974) indica-
& Truckenbrodt, 1997). ram que as formações Codó e Grajaú são de mesma
Os eventos biológicos do Aptiano/Albiano mais idade, com variações laterais de fácies. O conceito foi
característicos, em bacia do interior são as faunas adotado em posteriores mapeamentos por Lima & Lei-
de peixes. Tradicionalmente descritas como per- te (1978), Souza et al. (1990), Rodrigues et al. (1994a e
tencentes à Formação Codó, correspondem aos 1994b), Leites et al. (1994) e Lovato et al. (1994).
estágios transgressivos pósrifte. A primeira ocor- As citações de plantas fósseis são de Milanez
rência é registrada no Aptiano, em inundações la- (1935), Borges (1937), Duarte (1958), Duarte & Ja-
custres, que correlacionam as bacia interiores piassu (1971), Japiassu (1971) e Duarte & Santos
Sanfranciscana e Araripe, e as marginais do Cabo (1993).

– 108 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Os trabalhos referentes a peixes são de Lisboa Segundo Leite et al. (1974) e Lima & Leite (1978),
(1914), Moraes Rego (1923 e 1933), Albuquerque & a unidade basal da Formação Codó é composta
Dequech (1946), Campbell (1949), Santos (1974b, por sedimentos pelíticos, com folhelhos cinza-es-
1985, 1992, 1994a), Carvalho & Santos (1994) e verdeados, laminações plano-paralelas, calcíferos,
Carvalho & Maisey (1999). Dados palinológicos são com ostracodes e gastrópodos, intercalando folhe-
de Lima et al., (1980), Lima (1982) e Rosseti et al. lhos pretos betuminosos. Para o topo ocorrem ca-
(2001). madas de aleitamento horizontal de calcários argi-
losos, cremes e cinzas.
Rodrigues et al. (1994a) dividem os sedimentos da
13.2 Área de Ocorrência Formação Codó em fácies: evaporítica basal, conglo-
merática e pelítica média, e arenosa superior.
As áreas de afloramentos da Formação Codó A fácies evaporítica basal é caracterizada por fo-
são restritas e aparecem no leito dos rios que dre- lhelhos pretos betuminosos e calcilutitos escuros
nam o centro da bacia, desde a margem oeste, na na base. São recobertos por folhelhos verdes e
confluência dos rios Tocantins e Araguaia, até pró- avermelhados, recortados por veios de calcita. Nas
ximo a margem do rio Parnaíba, na cidade de Brejo. minas de calcário são recobertas por calcilutito cre-
As exposições maiores são as decorrentes de mi- me a castanho-escuro, com laminação ondulada.
nas a céu aberto em torno da cidade de Codó. A O pacote é recortado por veios de calcita e no topo
Formação Grajaú acompanha a distribuição no apresenta bancos de gipsita nodular, branca a
centro da bacia, tem o limite oeste em Imperatriz, acinzentada (Figura13.1). A fácies média conglo-
indo até as margens do rio Itapecuru. A espessura merática é constituída por bancos com fragmentos
máxima em subsuperfície é de 237 metros (Góes & do calcilutito com folhelhos e gipsita intercalados. A
Feijó, 1994). parte arenosa superior não pertence à Formação
Codó.
As camadas arenosas superiores representada
13.3 Geocronologia - Idade por arenitos quartzosos, amarelados, foram situa-
das por Rodrigues et al. (1994a), no topo da Forma-
Os dados palinológicos de Lima et al. (1980) e ção Codó. Segundo Rosseti et al. (2001) estes sedi-
Lima (1982) indicam idade Alagoas Superior (Eoal- mentos pertencem à Unidade Indiferenciada, na
biano). Por correlação com a Formação Santana, a base do Grupo Itapecurú, datados no Meso/Neoal-
parte basal com calcários laminados é datada no biano.
Aptiano, e a superior é datada no Eoalbiano. Paz & Rossetti (2001) descrevem na região de
Em Góes & Feijó (1994) a idade é situada no Gá- Códo, três associações de fácies indicativas de
lico. Rosseti et al. (2001) indicaram a idade neoapti- ambientes lacustres, definindo-os na Formação
ana para a unidade atribuída à Formação Codó e Codó, de idade aptiana.
Meso/Neoalbiano para a unidade superior. Lovato et al. (1994) descrevem os arenitos da
Formação Grajaú, de cor creme-claro, granulome-
tria fina a média, quartzosos, bimodais, com boa
13.4 Sedimentação esfericidade. Apresentam estratificação cruzada
acanalada, de grande porte e são interpretados
Cunha & Carneiro (1972), Carneiro (1974) e Lima como dunas de deposição eólica, em ambiente de-
& Leite (1978) indicaram que as formações Codó e sértico. Estratificações planos-paralelas e cruza-
Grajaú são interdigitadas. O contato inferior com a das de pequeno porte representam deposições in-
Formação Corda foi considerado concordante, terdunas.
com discordâncias locais e o contato superior de
Codó e Grajaú com a Formação Itapecuru é con-
cordante. 13.5 Fósseis
Góes & Feijó (1994) colocam as unidades Gra-
jaú, Codó e Itapecuru na mesma seqüência deposi- 13.5.1 Microfósseis
cional. Estas são relacionadas com a evolução do
arco Ferrer-Urbano Santos (Rezende & Pamplona, Os dados palinológicos de Lima et al. (1980) e
1970), importante unidade estrutural desenvolvida Lima (1982) mostram que os pólens rimulados são
durante a abertura do Atlântico Equatorial. dominantes com esporos triletes e formas inapertu-

– 109 –
Programa Levanamentos Geológicos Básicos do Brasil

2 1 - Vista geral da mina a céu aberto,


para exploração de calcário, da Forma-
ção Codó.
Localidade: Entrada da cidade de Codó.
Maranhão.

2 - Detalhe da seqüência da mina de calcá-


rio. Camadas de calcilutitos creme a casta-
nhos com laminações onduladas, recortados
por veios de calcita, sobrepostos a camadas
laminadas de calcilutitos creme.
Localidade: Entrada da cidade de Codó. Ma-
ranhão.

Figura 13.1 – Formação Codó.

– 110 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

radas e poliplicadas. As espécies importantes para Unidade Superior


datação são Exopollenites tumulus, Sergipea vari- Os peixes que ocorrem são: Calamopleurus
verrucata, Equisetosporites irregularis e Alaticolpi- cylindricus, Brannerion latum, Araripelepidotes
tes limai. A assembléia mostra idade Alagoas Supe- temnurus, Tharrhias araripis, Vinctifer comptoni,
rior (Eoalbiano). Santanichthys diasii, Cladocyclus gardneri, Codo-
Rosseti et al. (2001) apontam a idade Neoaptiana ichthys carnavali e Rhacolepis buccalis (Santos,
para os sedimentos da Unidade Inferior pela pre- 1974b, 1985, 1992, 1994a; Carvalho, 2001) (Figu-
sença de Sergipea variverrucata (Zona P-270) e ras13.3 e 13.4). Na família Semionotidae, a espé-
Meso/Neoalbiana pelas presenças de Cretacaeipo- cie Araripelepidotes temnurus, corrobora a asser-
rites polygonalis e de Matonisporites silvai. tiva, que este grupo primitivo perdurou além do Ju-
rássico (Santos, 1990a).
13.5.2 Flora Para o presente trabalho o material existente na
coleção da DGM, foi examinado e sistematizado
Os registros de ocorrência de restos vegetais são (Carvalho & Santos, 1993). As espécies correla-
numerosos e antigos, porém ainda são pouco estu- cionam a Unidade Superior com o Membro Ro-
dados. Algumas destas citações são de troncos de mualdo da Formação Santana. O gênero e espé-
dicotiledôneas (Lisboa, 1914), madeiras, restos ve- cie Codoichthys carnavali é endêmico da Bacia
getais (Moraes Rego, 1923) e plantas indetermina- do Grajaú.
das (Borges, 1937; Duarte, 1958). Milanez (1935) Axelrodichthys sp. e Mawsonia sp. são os cela-
descreveu a madeira fóssil denominada Lecythioxy- cantídeos da Bacia do Grajaú, Maranhão. Axelro-
lon brasiliense, reestudada por Japiassu (1971). As dichthys ocorre na Formação Codó representado
ocorrências de flora na Bacia foram listadas por Du- por um crânio parcialmente desarticulado, coleta-
arte & Japiassu (1971), porém são de difícil defini- do na margem do rio Itapecuru, em Codó e Maw-
ção estratigráfica. sonia ocorre em Jundiaí, no Albiano da Formação
Duarte descreveu exemplares referidos a folhas Itapecuru (Carvalho & Maisey, 1999).
de Nymphaeites choffatii (in Duarte & Santos, 1993).
Ocorrem no calcário laminado, e são correlacionada 13.6 Paleogeografia
à ocorrência no Membro Crato, Formação Santana
da Bacia do Araripe e a do Grupo Areado, da Bacia A sedimentação carbonática durante o Aptiano
Sanfranciscana. e o Albiano desta região, e a fauna de peixes asso-
ciada indicam conexões com as bacia interiores e
13.5.3 Fauna as da Margem Leste. Seus controles estão relacio-
nados a eventos geológicos globais: o desenvolvi-
Dos invertebrados são citados os seguintes mento da Margem Continental, e a elevação da
ostracodes: Hourcqia angulata symmetrica, curva do mar.
Bisulcocypris silvai, Bisulcocypris pricei, Bisulcocypris No Aptiano os folhelhos betuminosos iniciam a
quadrinodosa, Bisulcocypris praetuberculata, sedimentação da Formação Codó, em ambien-
Bisulcocypris sp.1, Bisulcocypris sp.2, Darwinula tes redutores. A progressiva elevação eustática,
oblonga, Pattersoncyprys micropapilosa, forçando a o aumento do nível de base das
Paracypridea obovata, Clinocypris sp., Petrobrasia águas interiores formaram os ambientes lacus-
sp. e Salvadoriela (Leite et al., 1975; Krommeinbein & tres, com a precipitação dos sedimentos carbo-
Weber, 1985; Silva et al., 1985 e 1989). náticos.
Este material não foi incluído no estudo dos even- São da fase pós-rifte, com conexão entre bacia
tos biológicos. e dispersão do pequeno peixe Dastilbe, a partir do
grande lago da depressão afro-brasileira. Seu re-
Unidade Inferior gistro correlaciona as formações e bacias: Marizal
No calcário laminado ocorre o peixe Dastilbe elon- (Tucano), Maceió (Sergipe/Alagoas), Cabo
gatus (Figura13.2) que correlaciona a Formação Codó (Cabo), Santana (Araripe) e Codó (Parnaíba) (Car-
com o Membro Crato da Formação Santana. valho & Santos, 1994).
Os conchostráceos são representados por Cyzi- Associada a sedimentação carbonática de ida-
cus codoensis, e os insetos por Pricecoris beckerae de albiana, ocorre uma fauna mais diversificada,
(Figura 13.2) e Latiscutella santosi (Pinto & Ornellas, com peixes idênticos aos encontrados na Bacia
1974). do Araripe (Membro Romualdo da Formação San-

– 111 –
Programa Levanamentos Geológicos Básicos do Brasil

1
1

0 1 2mm

A B

2cm

1 Pricecoris beckerae, Pinto & Ornellas, 1974. 2 Dastilbe elongatus, Santos, 1947
a - vista dorsal Localidade: Fazenda Santa Alice, Caieira, Brejo,
b - vista ventral Maranhão
Localidade: Uchoa, Barra do Corda, Maranhão. Coleção: DG-UFRJ.
Coleção: MP-UFRGS-I-5593

Figura 13.2 – Fósseis da fácies lacustre da Formação Codó.

– 112 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1cm

0 1 2 3cm

1 Calamopleurus cylindricus Agassiz, 1841. 2 Brannerion latum (Agassiz, 1841)


Localidade: Pedreira Umburanas, Brejo. Maranhão Localidade: Pedreira Umburanas, Brejo, Maranhão
Coleção: DGM 437-P. Coleção: DGM 438-P.

4cm

3 Vinctifer comptoni (Agassiz, 1841).


Localidade: Codó, Maranhão
Coleção: DGM 196-P.

Figura 13.3 – Peixes fósseis de fácies estuarina da Formação Codó.

– 113 –
Programa Levanamentos Geológicos Básicos do Brasil

2cm

2cm

1 Codoichthys carnavalii Santos 1994. 2 Santanichthys diasii (Santos, 1958).


Coleção: DGM 435-P. Coleção: DGM 958-P.

Figura 13.4 – Peixes fósseis de pequeno porte, de fácies estuarina da Formação Codó.
Localidade. Pedreira Umburanas, Brejo, Maranhão.

– 114 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

tana) e Sergipe/Alagoas (Formação Riachuelo). As assembléias fósseis foram formadas com a


Documentam o processo transgressivo, e inovação produção biogênica caindo no substrato, sem
plena da fauna, com aumento da influência mari- transporte, pelo estado de preservação por acumu-
nha. Este ambiente na Bacia do Grajaú, permane- lação. Foram entidades paleobiológicas eudêmi-
ceu um tempo longo, o suficiente para propiciar a cas que viveram e se reproduziram na área, entida-
macroevolução representada pelos gênero e espé- des conservadas autóctones, e entidades registra-
cie Codoichthys carnavali. das in situ.
No segundo evento biológico, os espécimens de
13.7 Eventos Biológicos peixes pequenos de Codoichthys e Santanichthys
em geral estão preservados inteiros. Os maiores
Os fósseis caracterizam dois eventos biológicos estão preservados desintegrados, como parte do
correlacionáveis com os que ocorrem nos mem- tronco de Vinctifer e de Araripelepidotes e o crânio
bros Crato e Romualdo da Formação Santana. de Axelrodichthys.
A Formação Codó é composta por calcoargilitos Os exemplares inteiros preservados por acu-
finamente laminados amarelados de origem lacus- mulação, foram soterrados sem transporte. Os
trina. Os fósseis registrados são o peixe Dastilbe exemplares desintegrados foram preservados por
elongatus, folhas e raízes de Nymphaeites choffatii ressedimentação – sofreram deslocamento no
(Duarte & Santos, 1993) e insetos (Pinto & Ornellas, substrato, antes do enterramento, com variáveis
1974). graus de trasnsporte. São entidades paleobiológi-
Datam do Aptiano e representam os primeiros cas eudêmicas, que viveram e se reproduziram na
efeitos de elevação do nível do mar, e conseqüente área.
elevação do nível de base das águas do interior,
com inundação lacustre. 13.9 Paleoecologia/Ecossistemas
O segundo evento biológico de idade albiana é
indicativo da transgressão com inundação mari- As associações de fósseis da seção litológica in-
nha. Os peixes apresentam maior diversidade, e ferior, com calcoargilitos laminados amarelados
têm identidade específica com os ocorrentes na são interpretadas como de origem lacustrina.
Formação Santana da Bacia do Araripe, e na For- A planta vascular Nymphaeites é heliofítica e tí-
mação Riachuelo da Bacia de Sergipe/Alagoas. É pica do limnobentos. Vive submersa na água
um evento biológico de diferenciação de gêneros doce, com as folhas dispostas na superfície
por inovação explosiva, com uma população nu- d’água. As ninfeáceas são de clima tropical a sub-
merosa. O registro é de evolução pontuada tropical, de zonas equatoriais e caracterizam
(Eldredge & Gould, 1972.) e representa uma mes- ecossistemas de águas doces e calmas (Duarte &
ma linha de tempo entre as bacia. Santos, 1993).
As associações de peixes nos dois eventos bio- Na associação situada próximo às margens do
lógicos são correspondentes à seqüência de golfo corpo aquático, viveram os insetos hemípteros, ter-
(Asmus, 1984). São caracterizadas pelo apareci- restres e alados. Os peixes Dastilbe jovens foram
mento dos Gonorhynchiformes, com a inovação do encontrados em grupos reunidos próximo a folhas e
gênero Dastilbe, permanência dos Amiiformes, raízes de plantas, como abrigo para proteção e ali-
Aspidorhynchiformes e Clupeiformes, e o declínio mentação. Alguns exemplares adultos de Dastilbe
dos Semionotiformes. Permitem correlacionar as encontrados isolados mostram que nadavam mais
formações Marizal (Tucano), Muribeca (Sergi- distantes da margem. Os Dastilbe se nutriam por
pe/Alagoas), Cabo (Cabo), Santana (Araripe) e sucção e comiam larvas e formas jovens.
Codó (Parnaíba) (Carvalho & Santos, 1994). Na Formação Santana (Membro Romualdo),
Albiano da Bacia do Araripe, Maisey (1994) identifi-
13.8 Tafonomia cou os restos das presas retidas no interior dos pre-
dadores. As espécies que ocorrem na Formação
O primeiro evento biológico ocorre nos calcoar- Codó (Grajaú) estão divididas segundo seus hábi-
gilitos amarelados finamente laminados da seção tos em:
inferior da Formação Codó. O peixe Dastilbe elon- 1 - predadores com dentes – Calamopleurus
gatus, folhas e raízes de Nymphaeites choffatii e in- cylindricus engolia exemplares inteiros de Vincti-
setos, são registros de preservação de tecidos deli- fer comptoni; Cladocyclus gardneri era tolerante
cados sem desintegração e desagregação. avariação de salinidade e predador de Rhacolepis

– 115 –
Programa Levanamentos Geológicos Básicos do Brasil

buccalis; Brannerion latum e Rhacolepis buccalis pansão do gênero afro-brasileiro Dastilbe. D. elon-
eram predadores de Santanichthys diasii. Rhacole- gatus ocorre na Formação Codó, da Bacia do Gra-
pis canibalizavam jovens de sua espécie e comiam jaú e na Formação Santana da Bacia do Araripe.
pequenos decápodos. Outras espécies de Dastilbe estão registradas na
2 - espécies sem dentes – Tharrhias araripis co- Formação Marizal da Bacia de Tucano, Formação
mia pequenos decápodos. Santanichthys diasii, Maceió da Bacia Sergipe/Alagoas, Formação Cabo
fonte de alimento para espécimes maiores, foram da Bacia do Cabo e Grupo Areado da Bacia San-
considerados planctívoros ou escavadores. franciscana. Gayet (1989) registrou o gênero na Gui-
3 - filtradores de material em suspensão – Vinctifer né Equatorial. Nas bacias do Grajaú, Araripe e San-
comptoni tinha brânquias bem desenvolvidas. O franciscana estão registrados exemplares de
grande porte e as escamas dispostas como armadu- Nymphaeites (Duarte & Santos, 1993).
ra do corpo, indicam que eram nadadores lentos, fa- O Albiano é marcado por macroevolução, com a
cilmente capturáveis por predadores maiores. Em diferenciação de gêneros de peixes aparentados
Araripelepidotes temnurus e Axelrodichthys sp., não em famílias que habitaram no Jurássico os mares
foram encontradas evidências dos hábitos alimenta- epicontinentais da Província Biogeográfica do
res. Tétis. O Jurássico foi um tempo de estabilidade de
A dominância de carnívoros representa um alto ambientes e climas, com primitivismo e menor pro-
índice de coevolução na ictiofauna, que colonizou vincialismo de fauna e flora. Apenas no final deste
os mares interiores interconectados, devido à atua- período, os ambientes calmos e seguros foram afe-
ção dos mecanismos alocíclicos, como tectônica tados pela atividade tectônica, prelúdio das profun-
global e variação do nível do mar. O ecossistema das mudanças do Cretáceo (Hallam, 1975).
teria circulação e variação de salinidade com as Às extensas atividades tectônicas do Cretáceo,
características de estuário. A ictiofauna era resis- a ictiofauna respondeu com macroevolução, alto
tente aos estresses dos biótopos, com tolerância às índice de coevolução, relações tróficas de carnívo-
variações de salinidade. Santos & Valença (1968) ros, e tolerância às variações de salinidade. A ex-
interpretaram a ictiofauna como de ambiente estua- pansão desta evolução biológica é constatada com
rino (Figura 13.5). o registro de ocorrência de Vinctifer em faunas ma-
Um clima mais ameno e favorável à diversidade rinhas da Venezuela (Moody & Maisey, 1994).
da cobertura vegetal é inferido pelo maior número
formas de pólens identificados por Lima et al. 13.11 Paleoclima
(1980) e Lima (1982). Listados abaixo estão as afi-
liações aos grupos botânicos segundo Lima A planta Nymphaeites, a fauna de invertebrados
(1978): e os sedimentos carbonáticos são indicadores de
Dos musgos nas Sphagnacea (Stereisporites); um clima tropical. Possivelmente havia, diferencia-
Pteridófitas, Osmundacea (Todisporites, Biretispo- ção de estações úmidas durante a elevação do ní-
rites); Schizaeacea (Ischyosporites, Klukisporites, vel das massas de água e períodos de aridez,
Cicatricosisporites); Lycopodiaceae (Camarozo- quando se originaram os evaporitos.
nosporenites). Nas Gimnospermas, as Araucaria-
cea (Araucariacites); Chyatheaceae (Cyathidites); 13.12 Deriva
Marsilaecea (Crybelosporites); Cycadales (Cyca-
dopites); Bennettitales (Bennettiaepollenites); Fili- No Aptiano/Albiano, houve ampla expansão das
cales (Deltoidospora); Cheirolepdidaceae (Circuli- floras e faunas em bacia da Margem Continental
na, Classopolis); Coniferae (Ceratosporites). Leste, do interior do Nordeste e Meio-Norte. Alguns
Das Angiospermas ocorrem as Liliaceae (Liliaci- representantes alcançaram a atual costa da Vene-
dites e Clavatipollenites) e as Euphorbiaceae (Stel- zuela, a plataforma de Maracaibo (Moody & Mai-
latopollis). sey, 1994). Estes eventos biológicos seriam asso-
ciados com a dinâmica de abertura da Margem
13.10 Paleobiogeografia Atlântica Sul Equatorial. Neste desenvolvimento e
concomitante rotação horária do bloco da América
No Aptiano, o episódio de formação do golfo na do Sul para oeste foram estabelecidas conexões
margem leste propiciou a elevação do nível de entre as bacia, coincidentes com outro evento glo-
base das águas interiores, com diferenciação e ex- bal, que foi a elevação do nível do mar do Albiano.

– 116 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

LEGENDA

FLORA
(POR AFINIDADE POLÍNICA)

Osmundacea

Liliacea

Schizaeacea

Cicadacea

Cheirolepdidacea

QUATERNÁRIO
Afloramentos da Euphorbiacea
Formação Codó
CENOZÓICO

1.6
Araucariacea

NEÓGENO
FAUNA
2.3
PEIXES

PALEÓGENO 1 Brannerion latum


65.
2 Vinctifer comptoni
CRETÁCEO
3 Cladocyclus gardneri
MESOZÓICO

ALBIANO
Calamopleurus
135. 4 cylindricus

JURÁSSICO
5 Rhacolepis buccalis

205.
6 Santanichthys diasi
TRIÁSSICO
250. 7 Tharrhias araripis
PERMIANO
290. Araripelepidotes
5 8 temnurus
3
CARBONÍFERO
6 9 Codoichthys carnavali
355.
2
PALEOZÓICO

DEVONIANO 10 Axelrodichthys sp.


410.

438. SILURIANO 9

ORDOVICIANO 1 7 10
510.
8
CAMBRIANO
570.
4

Figura 13.5 – Reconstituição Paleobiológica do Albiano da Formação Codó, Bacia do Grajaú.

– 117 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

14
CRETÁCEO (ALBIANO)
N esta idade ocorreram as sedimentações
clásticas, atribuídas à Formação Itapecuru, nome
A Formação Itapecuru para a área geográfica de
Itapecuru-Mirim, é uma unidade operacional de
aplicado por Campbell (1949) para os arenitos ver- mapeamento reconhecida. Foi utilizada por Lima &
melhos a cinzas, com siltitos e folhelhos intercala- Leite, (1978), Colares & Araujo (1990), Lovato et al.
dos e que recobrem em concordância a Formação (1994), Souza et al. (1990), Rodrigues et al. (1994a)
Codó. A denominação deriva dos registros de Lis- e Leites et al. (1994).
boa (1914), de arenitos aflorantes no vale do rio Ita-
pecuru. Na deposição, predominam influências 14.1 Histórico
continentais contendo uma fauna bem característi-
ca, havendo ainda indicações de transgressões O primeiro registro sobre a Formação Itapecuru é
marinhas. de Lisboa (1914), que denominou de “Camadas Ita-
Nos trabalhos realizados na região do rio Itapecu- pecuru” os arenitos aflorantes nos vales dos rios Ita-
ru, iniciados por Cândido Simões Ferreira, em pecuru e Alpercatas, situados acima das camadas
1967/68, e continuado por pesquisadores da UFRJ, Pastos Bons (MA). Campbell (1949) aplicou o nome
a partir de 1990, visaram entre seus objetivos, o es- de Formação Itapecuru para os arenitos vermelhos a
tudo de fósseis associados à seção-tipo da Forma- cinzas, com siltitos e folhelhos intercalados e que re-
ção Itapecuru no sentido definido por Campbell cobrem em concordância a Formação Codó. Este
(1949). A localidade é situada na margem direita do conceito foi adotado nos trabalhos de Mesner & Wo-
rio Itapecuru, sob a ponte de acesso à cidade de Ita- oldridge (1964), Aguiar (1971), Miura & Barbosa
pecuru-Mirim. As rochas são siltitos e arenitos de (1972) e em mapeamentos de Lima & Leite (1978),
granulação média a grossa, e níveis conglomeráti- Colares & Araujo (1990), Lovato et al. (1994), Souza
cos. et al. (1990), Rodrigues et al. (1994a) e Leites et al.
A divulgação dos resultados de pesquisas nesta (1994). Estudos específicos para paleoambientes
área, e em níveis estratigráficos correlacionáveis, foram realizados por Colares & Cavalcanti (1990),
vem revelando organismos de ambiente continen- Gonçalves & Carvalho (1996) e Rosseti et al. (2001).
tal: vertebrados como quelônios, crocodilianos, di- As ocorrências fossilíferas indicam Albiano Médio
nossauros, peixes; e invertebrados como moluscos para os sedimentos localizados em posição
e pequenos crustáceos. geográfica mais interior, na região de Itapecuru-

– 118 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Mirim. As associações foram estudadas por Ferrei- amalgamada. Seriam os lobos deltaicos entrando
ra & Cassab (1987), Carvalho & Campos (1988), em lagos rasos de águas calmas.
Ferreira et al. (1991 e 1995b), Pedrão et al. (1993b), Nas áreas situadas ao sul da cidade de Itapecu-
Vicalvi et al. (1993), Carvalho (1994a), Carvalho & ru, Rodrigues et al (1994a), Leites et al (1994), e Lo-
Maisey (1999) vato et al. (1994) descreveram em pelitos, estrutu-
Rosseti et al. (2001) descreveram as unidades ras sedimentares linsen e wavy, indicativas de de-
desta área, colocam estes sedimentos na Unidade pósitos sob influências de maré. O sistema deposi-
Indiferenciada, na base do Grupo Itapecuru, datan- cional é compreendido por fácies lacustre e fácies
do-os no Meso/Neoalbiano. lagunar em fisiografia de baía.
Ao sul de Itapecuru-Mirim, em Pirapemas, na
14.2 Área de Ocorrência margem do rio Peritoró, ocorre, um nível carbonáti-
co com conchas marinhas, intercalado aos pelitos
Os sedimentos do Albiano, da Formação Itape- com laminação pararela (Figura 14.3). Na localida-
curu possuem uma ampla distribuição geográfica, de de Chapadinha, a nordeste da área, ocorre ou-
estendendo-se das regiões sul e central da Bacia tro nível uma fauna tipicamente marinha e o gênero
do Grajaú para o noroeste. A espessura é de 724m Paranomia, idêntico ao de ocorrência em Pirane-
em subsuperfície (Góes & Feijó, 1994). mas (Ferreira & Cassab, 1987).
Rosseti et al. (2001) definiram quatro associa-
14.3 Geocronologia - Idade ções de fácies atribuídas aos ambientes deposicio-
nais de shoreface superior, laguna/baía interdistri-
A idade albiana, atribuída por Ferreira & Cassab butária, lobos de suspensão e canal distributário,
(1987), foi confirmada por Pedrão et al. (1993a, incluidas na base da Unidade Indiferenciada de
1993c e 1994) com estudos de palinologia, dando Rossetti & Truckenbrodt (1999). As associações de
as idades Eoalbiano a Mesoalbiano. A datação de fósseis marinhos compostos por biválvios e gastró-
Rosseti et al. (2001) é Meso/Neoalbiano. podes e vertebrados como peixes, crocodilos e
quelônios foram colocadas em fácies de lagu-
14.4 Sedimentação nas/baías interdistributárias.

Os sedimentos ocorrem a sudoeste e noroeste e


estão mapeados e descritos por Souza et al. 14.5 Fósseis
(1990), Colares & Araujo (1990), Colares & Caval-
canti (1990) e Gonçalves & Carvalho (1996). São 14.5.1 Microfósseis
camadas de arenitos vermelhos, finos a médios,
com estratificações cruzadas do tipo acanalada, Em amostras da região do município de Itapecu-
de pequeno porte e tabular planar. Intercalações ru-Mirim, análises palinológicas foram estudadas
de conglomerados constituídos por seixos de por Pedrão et al. (1993a, 1993c e 1994). Foi reco-
quartzo imbricados, arenitos e matriz arenosa, indi- nhecida a zona de Elateropollenites jardinei, do
cam um fluxo unidirecional. Foram interpretados Albiano Inferior/Médio. São freqüentes o gênero
como pertencentes a um sistema fluvial entrelaça- Classopolis e a espécie Afropollis jardinus. Integra-
do (braided). Para a área centro-oeste, os depósi- dos com a abundância de palinomorfos dos gêne-
tos gradam lateralmente para arenitos finos com lo- ros Equisetosporites, Gnetaceaepollenites e Stee-
bos sigmoidais superpostos (Figura 14.1). Estão vesipollenites de afiliação à ordem Ephedracea in-
separados por níveis de pelitos, e associados a ar- dicam uma flora tropical de clima quente e árido
gilitos vermelhos com laminação plano-paralela. (Lima, 1978).
Indicam a entrada de uma frente deltaica em um Na tabela estudada por Arai (2001), Elateropolle-
sistema lacustre ou lagunar. nites jardinei é confirmado para o topo do intervalo
Na região do município de Itapecuru-Mirim, onde Albiano Médio. Rosseti et al. (2001) indicam idade
há a ocorrência de fósseis, Lovato et al. (1995) des- meso/neoalbiana.
creveram como litologia mais freqüente as cama-
das de siltitos e argilitos com laminação pla- 14.5.2 Fauna
no-paralela e geometria tabular (Figura14.2). Po-
dem apresentar intercalações de siltitos e arenitos Ocorrem duas faunas: continentais e marinhas.
muito finos e argilitos, com geometria sigmoidal As faunas continentais aquáticas albianas ocorrem

– 119 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 14.1 – Formação Itapecuru (Albiano). Arenitos finos amarelados com níveis de pelitos. Estratificações cruzadas de baixo ângulo,
passando a lobo sigmoidal. Localidade: Município de Santa Inês, Maranhão.

Figura 14.2 – Formação Itapecuru (Albiano). Camadas de arenitos, siltitos e Figura 14.3 – Formação Itapecuru (Albiano). Nível carbonático, com
argilitos intercalados. Laminação plano-paralela e geometria tabular. conchas marinhas (Paranomia), ocorrendo acima de pelitos com
Apresentam níveis fossilíferos, onde são registradas ocorrências de laminação paralela. Localidade: Estrada de ferro Cantanhede-Pirapemas,
invertebrados. Localidade: Margem direita do rio Itapecuru, na cidade de no rio Peritoró. Pirapemas, Maranhão.
Itapecuru-Mirim, Maranhão.
– 120 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

1 2

0,8cm x 0,7cm 0,5cm x 0,6cm

1 e 2 - Placa dentária de Picnodontídeo.


Localidade: Jundiaí, margem direita do rio Itapecuru, Maranhão
Coleção: UFRJ-DG 158 e 159-P (d).

Figura 14.4 – Peixe fóssil da Formação Itapecuru (Albiano), (segundo D’Arrigo 1993).

em níveis fossilíferos, que podem ser acompanha- dilídeos Notosuchia (Figura 14.5). Nobre & Carva-
dos ao longo das margens do rio Itapecuru. Con- lho (2002) descreveram o crânio desta espécie.
têm dentes e placas dentárias de peixes Picnodon- A carapaça da tartaruga Araripemys barretoi,
tídeos (D’Arrigo, 1993; Carvalho, 1997) (Figura que é descrita na Formação Santana (Membro Ro-
14.4), ossos do peixe celacantídeo Mawsonia (Car- mualdo) e no Niger e Marrocos (Norte da África) foi
valho & Maisey, 1999), escamas de peixe semiono- registrada por Kischlat & Carvalho (2000).
tiforme e placa dentária de Asiatoceratodus (Dutra Da fauna continental terrestre foram descritos
& Malabarba, 2001), biválvios de água doce Ano- fragmentos de ovos de dinossauros (Vicalvi et al.,
donta e Castalia em associação com conchostrá- 1993), dentes de dinossauros carnívoros e ossadas
ceos (Ferreira et al., 1995b), ostracodes e carófitas de dinossauro (Ferreira et al., 1991) que ocorrem ao
(Vicalvi et al., 1996). longo das barrancas do rio Itapecuru (Figura 14.6).
Pequenos dentes referidos a Candidodon itape- O dinossauro foi descrito por Carvalho et al. (2003)
curuense foram descritos por Carvalho & Campos no novo gênero e espécie Amazonsaurus mara-
(1988), que Carvalho (1994a) situou entre os croco- nhensis (Figuras 14.6 e 14.7).

– 121 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

1 2 3 4 5 6
0 0

0,88mm
0,84mm

7 8 9 10 11

0 0

0
1,0mm 1,28mm

2,04mm

Candidodon itapecuruense Carvalho & Campos, 1988


Localidade: Margem direita do rio Itapecuru, sob a ponte
de acesso à cidade de Itapecuru-Mirim, Maranhão.

Dente inciforme MN-4152-V 1 face bucal


2 face lingual
3 vista lateral

Dente pré-molariforme MN-4153-V 4 superfície oclusal


5 face lingual
6 face bucal

Dente molariforme MN-4154-V 7 superfície oclusal


8 face lingual da coroa

Dente molariforme MN-4154-V 9 face bucal


10 face lingual
11 vista lateral

Figura 14.5 – Crocodilo Fóssil da Formação Itapecuru (Albiano), (segundo Carvalho, 1994a).

– 122 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 14.6 – Coleta de ossos (costelas) do dinossauro Amazonsaurus maranhensis da Formação Itapecuru
(Albiano). Localidade: Mata, margem esquerda do rio Itapecuru, situada a 3km de Itapecuru-Mirim. Maranhão.
(Ferreira et al., 1991; Carvalho et al., 2003).

A fauna marinha albiana foi descrita por Ferreira mentação lacustre, que atingia as áreas dos muni-
& Cassab (1987), que assinalam uma associação cípios de Bacabal, Presidente Dutra e Barra do
composta por Paranomia scraba, biválvios das fa- Corda. Havia interação de sistema fluvial e os lobos
mílias Anomiidae, Corbulidae e Cardiidae, gastró- deltaicos, com entradas de braço de mar, com de-
podos das famílias Turritellidae, Cerithiidae e Cor- pósitos litorâneos e de maré.
bulidae e espinhos de equinóides. Foram coleta-
dos em poços cavados manualmente para extra- 14.7 Eventos Biológicos
ção de calcário, na região do baixo Parnaíba, na
localidade de Chapadinha. Estão situados próxi- Os eventos biológicos para correlação estrati-
mos a pedreiras de calcário com peixes de Albiano gráfica, até agora definidos são de natureza conti-
(Umburana, na cidade de Brejo), e os autores os re- nental e marinha.
feriram à Formação Codó. No mesmo trabalho re- As faunas continentais aquáticas referidas a
gistraram o biválvio Paranomia macedoi, coletado Mawsonia fornecem correlação da evolução das
em delgado nível intercalado aos sedimentos clás- bacias a partir da depressão afro-brasileira do les-
ticos situados ao sul de Itapecuru-Mirim, na locali- te, e expansão para bacias do interior. Esta correla-
dade de Pirapemas (Figura14.2). As duas ocorrên- ção é definida no intervalo de tempo de Albiano,
cias de uma transgressão marinha podem repre- pela carapaça da tartaruga Araripemys barretoi, de
sentar um mesmo evento, ou dois eventos em dife- conexão com a Bacia do Araripe (Formação Santa-
rentes intervalos de tempo no Albiano. na - Membro Romualdo) e com o no Norte da África
(Niger e Marrocos).
14.6 Paleogeografia As duas ocorrências albianas registradas por
Ferreira & Cassab (1987), com identificação do gê-
No Albiano, havia próximo à Santa Inês, peque- nero Paranomia, e famílias de biválvios e gastrópo-
nas frentes deltaicas intercalavam-se com a sedi- dos são o primeiro registro de Cretáceo de fauna ti-

– 123 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

picamente marinha, na Margem Norte Equatorial. É perdurou nas bacias cretáceas de interior do Cen-
correlacionável com a Margem Continental Leste, tro-Oeste, Nordeste e Meio-Norte, a partir de sua
onde a ocorre na bacia Sergipe/Alagoas, faunas al- primeira aparição na depressão afro-brasileira do
bianas (Formação Riachuelo) com semelhantes Leste (Carvalho, 2002).
composições de família, cuja origem é da fauna de Após a fragmentação da Pangea, entre os verte-
Tetis. brados houve uma forte tendência de diferencia-
Como podem representar um mesmo evento, ou ção da fauna do Hemisfério Sul. Estão incluídos os
dois eventos de inundação marinha em tempos di- crocodilos referidos a Candidodon, com afinidades
ferentes do Albiano, trabalhos adicionais são ne- com gêneros da Bacia do Araripe, do Uruguai e
cessários para definir a relação estratigráfica. África (Nobre & Carvalho, 2002), e a tartaruga Arari-
pemys barretoi, descrita na Bacia do Araripe e Nor-
14.8 Tafonomia te da África (Kischlat & Carvalho, 2000).
O dinossauro Amazonsaurus maranhensis des-
Nos vertebrados, representados por peixes pic- crito por Carvalho et al. (2003), mostra afinidades
nodontídeos e celacantídeos, crocodilídeos, e di- com outros representantes de diplodocoides basais
nossauros houve a preservação de partes de maior da América do Sul e África do Norte.
durabilidade, em geral os dentes e ossos. Em Ama- A pequena representação de fauna marinha
zonsaurus maranhensis, Carvalho et al. (2003) com o gênero Paranomia, e as famílias citadas por
descreveram vértebras e parte da púbis. Ferreira & Cassab (1987), são descendentes da
Indicam exposição e transporte antes do enter- fauna da Província de Tétis, do Hemisfério Norte.
ramento final. Todos são do processo de ressedi- As primeiras ocorrências registradas em literatura
mentação. são de idade albiana, na Margem Continental Les-
Nos invertebrados marinhos, as Paranomia, são te, na Bacia Sergipe-Alagoas. Os dois registros
parte da epifauna e com frágil ligamento da charne- nas margens Leste e Equatorial indicam o início de
ira, apresentam as conchas isoladas, sofreram ex- um processo evolutivo no Hemisfério Sul, integra-
posição e transporte antes do enterramento. São do à origem da atual Província biogeográfica do
ressedimentadas. Caribe.

14.9 Paleoecologia/Antigos Ecossistemas 14.11 Paleoclima

Na fisiografia do Albiano, o ambiente associado As associações palinológicas indicam clima tro-


às faunas aquática era lacustre, com peixes, croco- pical quente e árido (Pedrão et al., 1993a, 1993b,
dilos, tartarugas e moluscos. A fauna terrestre de 1994). A afinidade dos invertebrados marinhos
dinossauros, mais independente percorria as áreas com a Província de Tétis é indicativa de clima tropi-
adjacentes com ambientes litorâneos transicionais. cal.
(Figura 14.7).
Os representantes atuais da família Anomiidae, à 14.12 Deriva
qual pertence a Paranomia, são das faunas bentô-
nicas marinhas litorâneas. O processo de afastamento dos blocos sul-ame-
ricano e africano deveria estar completado, com
14.10 Paleobiogeografia estabelecimento de circulação entre os ambientes
marinhos das margens Equatorial e Leste, com mi-
Das faunas continentais aquáticas, Mawsonia é gração das faunas de invertebrados a partir do He-
um registro importante de um gênero primitivo que misfério Norte.

– 124 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 14.7 – Reconstituição paleobiológica do ambiente de Amazonsaurus maranhensis (Carvalho, Avilla & Salgado, 2003).
Albiano da Formação Itapecuru Bacia do Grajaú.

– 125 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

15
CRETÁCEO (CENOMANIANO)
C orresponde à cobertura da Bacia costeira de
São Luís. Ocorreu um ciclo de sedimentação clásti-
As primeiras ocorrências fossilíferas foram estu-
dadas por Price (1947 e 1960), referentes aos verte-
ca datado no Cenomaniano, e efetuado em ambi- brados e por Oliveira (1958) descrevendo Nerinea.
ente litorâneo. Os registros de faunas são de inver- Este gastrópodo, nas bacias marginais do Nordeste
tebrados marinhos, peixes, tartarugas, crocodilos e ocorre a partir do Cretáceo Superior e sua presença
dinossauros, e a flora é representada por troncos é indicativa de idade mais nova do que a dos sedi-
silicificados. mentos de Albiano.
As ocorrências de fósseis na região de litoral, em
torno da baía de São Marcos, estão situadas nos
15.1 Histórico sedimentos de cobertura da pequena Bacia margi-
nal de São Luís (figura 15.1). Os fósseis datados no
A denominação Formação Itapecuru foi empre- Cenomaniano, foram estudados por Klein & Ferrei-
gada por Klein & Ferreira (1979), para as ocorrên- ra (1979); Cunha & Ferreira (1980); Carvalho & Silva
cias do atual litoral do estado do Maranhão, esta- (1992); Ferreira (1992); Pedrão et al. (1993a); Car-
belecendo a unidade - fácies estuarina. Estes se- valho & Gonçalves (1994); Carvalho (1994b, 1994c,
dimentos litorâneos foram mapeados por Rodri- 1994d, 1995); Ferreira et al. (1995a); Carvalho & Pe-
gues et al. (1994b), mantendo o nome Formação drão (1998); Moraes-Santos et al. (2001); Dutra &
Itapecuru. Malabarba 2001); Carvalho (2001); Vilas Bôas &
Este conjunto litológico de preenchimento estua- Carvalho (2001); Medeiros & Schultz (2001); Arai
rino, de Cenomaniano da Bacia de São Luís, Mara- (2001) e Medeiros (2001).
nhão, foi denominado por Rossetti & Truckenbrodt
(1999) de Formação Alcântara. 15.2 Área de Ocorrência
Os sedimentos de cobertura da Bacia de São
Luís que são datados como Cenomaniano podem Os sedimentos recobrem a Bacia costeira de
ser enquadrados na Formação Alcântara, e peque- São Luís, alcançando a Bacia Bragança-Viseu,
na seção de sedimentos que ocorre na área de es- numa estreita faixa de direção noroeste. A espes-
tudo é atribuída à Formação Cojupe (Turoniano Pa- sura na Bacia de São Luís atinge a 2.150m (Góes &
leoceno) sem registro de fósseis. Feijó, 1994).

– 126 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

48°00’ 44º00’ 40º00’

OC
EA
NO
AT

NT
ICO

2°00’

BACIA DE SÃO LUÍS

BACIA DO GRAJAÚ
0 50 100km

80°00’ 60º00’ 56º00’ 44º00’

Bacia de São Luís


0º00’
Bacia do Grajaú
Bacia do Parnaíba
BRASIL

BACIA DE SÃO LUÍS


OCE

24º00’
ANO

O
24º00’ C
TI
L ÂN
AT
Facies continental
PA C Í

O
N
EA
FICO

C
O
48º00’

00’
48º
80°00’ 60º00’ 56º00’ 44º00’
0 1000km

Facies transicional

Embasamento cristalino

Plataforma da Ilha de Santana

Arco Ferrer Urbano-Santos

Horst do Rosário

Figura 15.1 – Mapa de localização e de fácies da Bacia de São Luís (segundo Carvalho & Pedrão, 1998).

– 127 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

15.3 Geocronologia-Idade qüência de pólens do gênero Classopollis e a pre-


sença de Equisetosporites, Gnetaceaepollenites
A datação por palinologia no Cenomaniano por indicam climas quentes e áridos. Testas quitinosas
Aguiar (1971), foi confirmada por Klein & Ferreira de foraminíferos indicam ambiente marinho raso
(1979) e por Pedrão et al. (1993b e 1996), com a (Pedrão et al., 1993b).
idade eo-cenomaniana.
15.5.2 Fauna
15.4 Sedimentação
Na região do litoral, Price (1947, 1960) identificou
As rochas que ocorrem em afloramentos no mu- vértebras de saurópodes, e fragmentos de ossos
nicípio de Alcântara, formam as falésias da praia de répteis Theropoda, Sauropoda, Crocodilia e
da Baronesa (figura15.2), e foram descritas por Chelonia e peixes referidos a Elasmobranchia, Dip-
Rodrigues et al. (1994b). De baixo para cima, noi e Actinopterygii. Oliveira (1958) descreveu gas-
apresentam litofácies de arenitos de grã fina a mé- trópodos classificados como Nerinea pontagros-
dia, submaturos mal selecionados, quartzosos, sensis.
vermelhos com estratificação cruzada acanalada Em pesquisas nas localidades de Itaqui, Alcân-
de grande porte; arenitos finos a médios, maciços; tara, Farol de S. Marcos e Ilha da Madeira, Klein &
arenitos avermelhados e esbranquiçados, grã fina Ferreira (1979) determinaram como fácies estuari-
a média, com estratificação planoparalela, areni- na da Formação Itapecuru, o conjunto de fósseis e
tos brancos a vermelhos com estratificação cruza- litologias compostas por arenitos calco-argilosos,
da festonada. As litofácies sílticas sobrepostas calcários dolomíticos, folhelhos, e camadas carbo-
são siltitos vermelhos de laminação planoparalela; náticas. São citados invertebrados marinhos, verte-
pelitos com estruturas wavy, linsen e climbing; cal- brados e fragmentos vegetais. Os biválvios descri-
cilutitos com estratificação ondulada. A interpreta- tos são Brachidontes eoexustus, Inoceramus sp:
ção é de planície costeira, com ambientes de alta Chlamys sp., Neithea (Neitheops) nana, Plicatula
energia com praias, influências deltaicas e canais sp., Acesta maranhensis, Lopha (Actinostreon)
fluviais passando a ambiente de baixa a média lombardi, Pterotrigonia (Scabrotrigonia) sp., Muli-
energia em ambiente de baías ou golfos, com in- noides sp. As espécies são correlacionadas com
fluências de maré. que as ocorrem nas bacias marginais da costa da
Esta seção da Formação Alcântara está descrita África (figura 15.4). Ferreira (1992) assinalou mate-
por Moraes-Santos et al., (2001) atribuindo o ambi- rial referido às famílias Astartidae, Nuculanidae e
ente de praia, maré, laguna e delta de washover. Carditidae.
Próximo a Alcântara, na ilha do Cajual, corre na A descrição do peixe dipnóico Neoceratodus
laje denominada Coringa uma concentração de ro- (Cunha & Ferreira, 1980; Martin, 1984), semelhante
chas e fósseis descritas por Medeiros et al., (1996) aos que ocorrem no norte da África (figura 15.5) re-
e Silva & Andreis (1997), classificada como bone- forçaram a correlação dada pelos invertebrados.
beds. São depósitos rudíticos, variando de conglo- Escamas de Lepidotes foram registradas (Carvalho
merado com fragmentos de quartzitos, xistos, milo- & Silva,1992).
nitos, com escassos fragmentos de ossos até puras Ossos dissociados e bem ornamentados do
acumulações de ossos. O material compreende crânio de Mawsonia, representam a ocorrência
abundantes fragmentos rolados de variado tama- geologicamente mais recente deste gênero no
nho, de ossos, costelas, fêmures, dentes de carnos- Brasil. Estão associados com espinhos de tuba-
sauros, de dinossauros herbívoros, de plesiossau- rões hibodontídeos, dentes de raias marinhas do
ros e de crocodilos, placas ósseas de peixes e tron- grupo dos miliobatídeos e do dipnóico Neocera-
cos mineralizados (figura 15.3). Seriam de um depó- todus africanus e fragmentos de Lepidotes e ami-
sito feito por sedimentação de alta energia. ídeos (Cunha & Ferreira, 1980; Medeiros &
Schultz, 2001; Medeiros, 2001; Dutra & Malabar-
15.5 Fósseis ba, 2001).
Na baía de São Marcos, em Alcântara (figuras
15.5.1 Microfósseis 15.7 e 15.8) e na ilha de São Luís (figura 15.9), Car-
valho & Gonçalves (1994) e Carvalho (1994b,
A idade eo-cenomaniana foi determinada pela 1994c, e 1994d, 1995), descreveram abundantes
superzona Elateroplicites africaensis. A alta fre- pistas e pegadas de dinossauro. Formam um

– 128 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 15.2 – Formação Itapecuru (Cenomaniano). Falésia da praia da Baronesa,


município de Alcântara, Maranhão.

Figura 15.3 – Conglomerado que forma a laje do Coringa na ilha do Cajual, baía de
São Marcos, Maranhão.

– 129 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

0 0 0
1 2 3

1cm 1cm
1cm

0 0
5 6
4 0

1cm 1cm

1cm

8 0

1cm

7 0

1cm

1 Brachidontes eoexustus Ferreira & Klein, 1979. 5 Acesta maranhensis Ferreira & Klein, 1979.
Localidade: Porto de Itaqui, ilha de São Luís, baía de São Marcos, Localidade: Porto de Itaqui, ilha de São Luís, baía de São Marcos,
Maranhão. Maranhão.
Coleção: MN 5332-I.
Coleção: MN 5312-I.
6 Lopha (Actinostreon) lombardi Dartavelle & Freneix, 1957.
2 Chlamys sp. Localidade: Porto de Itaqui, ilha de São Luís, baía de São Marcos,
Localidade: Porto de Itaqui, ilha de São Luís, baía de São Marcos, Maranhão.
Maranhão. Coleção: MN 5317-I.
Coleção: MN 5330-I.
7 Mulinoides sp.
3 Neithea (Neitheops) nana Ferreira & Klein, 1979. Localidade: Farol de São Marcos (Ponta Grossa), ilha de São Luís,
Localidade: Farol de São Marcos, Ponta Grossa, ilha de São Luís, Maranhão. Maranhão.
Coleção: MN 5314-I. Coleção: MN 5319-I.
4 Plicatula sp. 8 Nerinea pontagrossensis (Oliveira, 1958).
Localidade: Porto de Itaqui, ilha de São Luís, baía de São Marcos, Localidade: Farol de São Marcos, (Ponta Grossa), ilha de São Luís,
Maranhão. Maranhão.
Coleção: MN 5313-I. Coleção: DGM-4516-I.

Figura 15.4 – Fauna marinha do Cenomaniano (segundo Klein & Ferreira, 1979).

– 130 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

1cm

Figura 15.5 – Molde em látex de dente de Neoceratodus africanus (Haug, 1905).


Localidade: Porto de Itaqui, São Luís, Maranhão. Coleção: MN-3820-V.

0 1 2 3 4 5cm

Figura 15.6 – Dentes de répteis encontrados na laje do Coringa, ilha do Cajual, Maranhão
(segundo Medeiros et al., 1996).

grande jazigo de ampla extensão geográfica, clas- uma reconstituição de ambientes e dos possíveis
sificado pelos autores como um megatracksite. As dinossauros produtores referidos a dromeossaurí-
pegadas pertencem a carnossauros, celulossau- deos.
ros, ornitísquios quadrúpedes e bípedes. Foram Moraes-Santos et al., (2001) descreveram uma
produzidas em um ambiente litorâneo, de maré. carapaça incompleta de tartaruga da superfamília
Pelo estudo destas pegadas Carvalho (2001) fez Pelomedusoides procedente da praia da Baronesa.

– 131 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Os fósseis contidos nos arenitos finos são frag- Mussa et al., (2000) descreveram Paradoxopte-
mentos de ossos, escamas e dentes de peixes te- ris que é o caule de Weichselia, uma Filicophyta de
leósteos, carapaças e plastão de quelônios, dentes porte arborescente, típica do Cretáceo. Tem ampla
de crocodilos, dentes isolados de saurópodes e te- distribuição em vários continentes. Indica climas
rópodes, dentre estes últimos alguns são carnos- tropicais quentes e úmidos e distribuição nas faixas
sauros. equatorial a subequatorial.
Deste material, foram identificados dentes de ple-
siossauros (Carvalho et al., 1997). Posteriormente, 15.6 Paleogeografia
foram descritos por Villas Boas & Carvalho (2001),
dentes de Mosassaurus da praia da Baronesa e Ple- As litologias com faunas de idade cenomaniana
siosaurus, da laje do Coringa, ilha do Cajual. indicam a evolução de um ambiente de alta energia
O material fóssil da ilha do Cajual, começou a ser em fácies de praia, e processos de marés para am-
estudado por Medeiros et al., (1996), que registra- bientes de baixa a moderada energia intermaré a
ram abundante fragmentos de vertebrados, entre submaré, em contexto de baía (Rodrigues et al.,
os quais dentes de carnossauros e crocodilos (figu- 1994b).
ra 15.6). Na laje do Coringa, na ilha do Cajual, os clastos
Medeiros (2001) e Medeiros & Schultz (2001) es- são constituídos de rochas do cristalino e fragmen-
tudaram dentes e vertebras da fauna de dinosssau- tos de outras rochas sedimentares, que formam os
ros, estabelecendo sua estreitas conexão com as conglomerados. Indicam hiato e discordância com
descrições de gêneros ocorrentes no Norte da Áfri- a seqüência deposicional subjacente, com carac-
ca, em sedimentos do Cretáceo Médio. São registra- terísticas de uma nova proveniência, e rejuvenesci-
dos entre os Terópodos - Carcharodontosaurus, mento da área fonte. É um evento deposicional de
Spinosaurus, Sigilmassasaurus e Baharijasaurus. um sistema fluvial braided (Silva & Andreis, 1997).
Os saurópodos são representados por Aegyptosau-
rus, Malawisaurus e Rabbachisaurus. 15.7 Eventos Biológicos
Vértebras referidas à família Andesauridae da
Patagônia Argentina, e registradas também no O evento biológico de colonização por fauna de in-
Marrocos, mostra correlação com estas regiões. vertebrados marinhos e o peixe de água doce Neo-
Há o registro do gênero Astrodon, que tem distribui- ceratodus fornecem correlações com as bacias
ção ampla na América do Norte, Europa e Norte da marginais do nordeste do Brasil e da costa da Áfri-
África. ca. Indicam a proximidade da linha de costa, e es-
Os autores registram ainda que com os dinossau- tão associados ao evento alocíclico de elevação do
ros ocorrem dentes de crocodilos, escamas de Le- nível do mar.
pidotes, ossos de Mawsonia, placas de Neocerato- No domínio de ambientes terrestres, há o evento
dus e espinhos de tubarão. Observam que é uma biológico constituído pelo desenvolvimento da co-
associação semelhante às do Norte da África. bertura vegetal e a faunas de dinossauros saurópo-
des e terópodes. Carvalho & Gonçalves (1994) ob-
15.5.3 Flora servam que o conjunto de dentes, fragmentos de
ossos e abundantes pegadas representa uma su-
Impressões de folhas de Angiospermas, regis- perfície de correlação para o intervalo de tempo de-
tradas no Farol de São Marcos (ex. Ponta Grossa), posicional. Estas pegadas foram produzidas em
costa norte da ilha de São Luís, são citadas por di- um ambiente litorâneo.
versos autores (Campos, 1925; Oliveira, 1958; A identificação de dinossauros em gêneros do
Klein & Ferreira, 1979; Ferreira, 1992). Norte da África é uma evidência da diferenciação e
Troncos de madeiras mineralizados foram en- evolução das faunas destes répteis no hemisfério
contrados nas ocorrências da baia de São Mar- sul.
cos nos projetos desenvolvidos por pesquisado- Nesta mesma linha estão os peixes, correlacio-
res da UFRJ e UFMA (figura15.10). Estão citados nados com o Cenomaniano do Sul de Marrocos,
por Eugênio & Azevedo (1994) e Medeiros et al. onde ocorrem os melhores exemplares de Mawso-
(1996). nia lavocati (Tabaste, 1963, Wenz, 1981), esca-
Medeiros (2001) e Medeiros & Schultz (2001) mas de Lepidotes, e dentes isolados de Neocera-
identificaram fósseis de coníferas, pteridófitas e todus africanus e de Asiatoceratodus tiquidiensis
equissetáceas. (Dutheil, 1999).

– 132 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

15.8 Tafonomia 15.10 Paleobiogeografia

Nos invertebrados marinhos do Cenomaniano, As faunas bentônicas de invertebrados marinhos


houve mistura de material da infauna e epifauna. A indicam correlações com as faunas das bacias da
maioria dos biválvios preservados pertencem à margem leste do Brasil e da costa ocidental da Áfri-
epifauna, e ocorre o gênero Brachidontes da infau- ca (Klein & Ferreira, 1978). São gêneros que ocorri-
na. As unidades registradas se apresentam com as am na província de Tétis, mas que já se diferencia-
valvas desarticuladas. Da fauna de água doce, há vam em associações características do Atlântico
escamas de peixes Neoceratodus e Lepidotes. sul. No decorrer do Cretáceo Superior, com o afas-
Mostram que antes do soterramento, houve exposi- tamento dos continentes, e novos padrões de cir-
ção, transporte lateral e ressedimentação. culação oceânica passaram a constituir os precur-
Dos vertebrados, foram conservados dentes iso- sores da futura Província do Caribe.
lados e fragmentos de ossos de répteis Theropoda, As faunas de dinossauros mostram que perten-
Sauropoda, Crocodilia e Chelonia. Indicam exposi- cem a paleoprovíncia identificada no Norte da Áfri-
ção e transporte antes do soterramento. ca, ocorrendo no mesmo intervalo de tempo (Albia-
As abundantes pegadas que formam um grande no-Cenomaniano). Como estes animais tinham
jazigo de pistas é de um sistema tafonômico de ic- grande autonomia, e poderiam percorrer longas
nologia, com a preservação de traços de compor- distâncias transcendendo os limites das bacias,
tamento animal, por acumulação in situ. Medeiros (2001) sugere uma possível existência de
Na ilha do Cajual, ossos fragmentados e arre- uma ponte de terra entre esta região e o norte da
dondados substituídos por sílica e impregnados de África, permitindo um fluxo faunístico.
óxido de ferro (bone beds) e as madeiras constitu-
em o sistema tafonômico complexo na laje do Co- 15.11 Paleoclima
ringa. As indicações de ossos rolados e imbricados
são para transporte por correntes. As indicações para clima tropical são: a) filiação
Medeiros et al. (1996) e Silva & Andreis (1997) in- dos invertebrados marinhos com a província do Te-
dicam que este material é produto de retrabalha- tis; b) associações palinológicas de quente e árido
mento de depósitos mais antigos. Provavelmente, (Pedrão et al., 1993a, 1993b, 1994). c) Fases úmi-
os elementos preservados, após o enterramento, das com a formação da cobertura vegetal, docu-
foram exumados e sofreram novo deslocamento no mentada pelas madeiras fósseis preservadas.
substrato. Mussa et al. (2000), concluem por climas tropicais
Medeiros (2001) detalhou a tafonomia do depó- quentes e úmidos e distribuição nas faixas equato-
sito, concluindo que embora o material fosse retra- rial a subequatorial. Segundo Medeiros (2001) os
balhado, representava organismos de uma área registros de clima são coincidentes com os do Con-
restrita, da Bacia de São Luís, que viveu em um pe- tinental Intercalar do Saara.
queno intervalo de tempo.
15.12 Deriva
15.9 Paleoecologia/AntigosEcossistemas
Na área geográfica do Meio Norte, este foi o últi-
No Cenomaniano, as faunas bentônicas mari- mo evento de Cretáceo, associado ao desenvolvi-
nhas apresentando gêneros tropicais e cosmopoli- mento da Margem Continental, onde estiveram
tas e, os peixes de água doce, são indicativos de mantidas as passagens e conexões para as faunas
ambiente litorâneo e conexão entre as bacias brasi- marinhas e terrestres, da região atlântica do Brasil e
leiras e da África. da África. A margem leste do Brasil e a margem oci-
Os registros existentes para os biótopos terres- dental da África estavam separadas, e as sedimen-
tres são de ecossistemas com uma cadeia alimen- tações submetidas à elevação global do nível do
tar preservada, representada por cobertura flores- mar e circulação de correntes.
tal, dinossauros herbívoros e carnívoros. Neste am- Uma possível ponte de terra que conectando esta
biente de litoral, houve trânsito intenso de manadas região e o norte da África, permitia um fluxo faunísti-
de dinossauros, que ali deixaram suas pistas (figu- co são sugeridos pela identidade de gêneros e es-
ra 15.11). pécies registrados por Medeiros (2001).

– 133 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 15.7 – Pegada de dinossauro carnívoro. Praia da Baronesa, Alcântara, Maranhão. Coleção do Museu
Histórico de Alcântara.

0 50cm 0 15cm 0 10cm

0 15cm

0 15cm

0 15cm
0 1,00m

Figura 15.8 – Pistas e pegadas de dinossauros da praia da Baronesa, Alcântara, Maranhão


(segundo Carvalho, 1994d).

– 134 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 15.9 – Pegada de dinossauro carnívoro. Localidade: Ponta da Guia, município de São Luís, Maranhão.

Figura 15.10 – Ossos de répteis e troncos de madeiras silicificadas, em conglomerado. Localidade: Laje do
Coringa, ilha do Cajual, baía de São Marcos, Maranhão.

– 135 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

LEGENDA

FÓSSEIS

PLANTAS

Gimnosperma

BACIA DE ANIMAIS
SÃO LUÍS
INVERTEBRADOS
Afloramentos da
Formação Alcântara Invertebrados
marinhos
QUATERNÁRIO tanatocenose
CENOZÓICO

1.6 VERTEBRADOS

NEÓGENO
Peixes

2.3 Neoceratodus

PALEÓGENO
Répteis
65.

CENOMANIANO
Carnossauro
MESOZÓICO

CRETÁCEO
135.

Celulossauro
JURÁSSICO
205.

TRIÁSSICO
250. Ornithopoda
PERMIANO
290.
Pegadas
CARBONÍFERO
355. Carnossauro
PALEOZÓICO

DEVONIANO
410.
Celulossauro
438. SILURIANO

ORDOVICIANO Ornithopoda
510.

CAMBRIANO
570.
Ornithischia

Figura 15.11 – Reconstituição paleobiológica do Cenomaniano, Formação Alcântara, Bacia de São Luís.

– 136 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

16
CENOZÓICO
A partir do Cenozóico, a área primitivamente
ocupada pela Bacia do Parnaíba permaneceu so-
A associação que foi depositada em ambiente
lacustre é de floresta tropical úmida, pouco fecha-
erguida. As pequenas áreas deposicionais são res- da, com dois estratos, um arbóreo e outro arbusti-
tritas a bacias terciárias de interior e de sedimenta- vo. O estudo revelou que durante o Terciário a Flo-
ção de litoral. As condições de deposição são pre- resta Atlântica ocupava esta área e mostra o con-
dominantemente continentais. traste com a vegetação atual (caatingas e cerra-
dos).
16.1 Plioceno
16.2 Mamíferos do Pleistoceno
Pequenos peixes de água doce e representan-
tes da flora foram coletados em pequena bacia Os mamíferos evoluíram rapidamente desde o
terciária, localizada no município de Nova Iorque, início da Era Cenozóica, sofrendo sucessivas e pro-
hoje coberta pelas águas da represa de Boa Espe- fundas mudanças, como documentado no Pleisto-
rança. ceno iniciado há 1,6 milhão de anos. Nesta idade,
Os sedimentos foram datados no Plioceno por as faunas dos gigantes ancestrais dos mamíferos
palinomorfos. Foram assinaladas vinte duas espé- atuais percorriam os continentes.
cies de pólens e esporos (Lima, 1991). Após a elevação do istmo correspondente à
Os peixes são os Characiformes Procharax e Tri- América Central, os representantes de grupos ori-
portheus, os Perciformes, Macracara e os Clupei- ginários dos hemisférios norte e sul haviam se mes-
formes “Knightia”, e fragmentos de Arius (Wood- clado, no continente sul-americano. E assim, docu-
ward, 1939; Santos, 1946a; Santos & Travassos, mentando sua antiga presença, os ossos destes
1956). predadores e suas caças são encontrados, ampla-
Os fitofósseis são folhas estudadas por Cristalli & mente distribuídos na cobertura quaternária.
Mandarim de Lacerda (1997), que identificaram for- Nos contrafortes do embasamento ao sul da Ba-
mas referidas a Fabacea, Malvaceae, Ebenaceae, cia do Parnaíba, ossadas foram preservadas em
Meliaceae, Smilacacea e outras formas com possí- cavernas e cacimbas. As principais localidades
vel afinidade com as famílias Melastomatacea, são as tocas São Vito e Garrincha, no município de
Myrtaceae, Rutacea e Guttiferae. São Raimundo Nonato, Piauí.

– 137 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Guerin (1991) identificou os seguintes mamíferos: Museu do Homem Americano, situado na mesma
preguiças gigantes - Catonix cuvieri, Eremotherium cidade.
lundi; tatu comum - Dasipodinae; tatu gigante - Nas reentrâncias dos paredões silurianos que
Pampatherium humboldti, Hoplophorus euphactus, formam a Serra da Capivara, principalmente no mu-
Panochtus greslebini, Glyptodon clavipes; coelho - nicípio de São Raimundo Nonato, estão concentra-
Cuniculus sp.; cão gigante - Protocyon troglodytes; dos em numerosos sítios (acima de 300) uma varie-
cão - Canidae; doninha - Mustelidae; urso - Arcto- dade de manifestações de arte pré-histórica, que
dus brasiliensis; gato selvagem - Felis yagouaron- Guidon (1991) considera ser resultado de duas si-
di; tigre dente de sabre - Smilodon populator; ungu- tuações ambientais favoráveis, as geológicas e os
lado - Macrauchenia cf patagonica; notoungulado - ecossistemas mais amenos do que os atuais.
Toxodon sp.; mastodonte - Haplomastodon warin- As pinturas rupestres são de arte narrativa, das
gi; cavalo - Hippidion bonaerensis e Equus neogae- atividades socioculturais de um povo pacífico e ale-
us; porco do mato - Dicotyles tajacu e Tayassu pe- gre, essencialmente compostas por figuras huma-
cari; lhama - Palaeolama major; veado catingueiro - nas, e com movimento. Os animais da fauna local
Mazama sp.; répteis: jacaré Caiman crocodilus e a são também figurados.
tartaruga Chelonio sp.; peixe: cascudo - Plectosto- Guidon (1991) apresentou a cronologia dos gru-
mus auroguttatus. O estudo de Paleoecologia reali- pos que ocuparam a área, baseada nas característi-
zado por Guerin mostrou que havia elevada propor- cas da arte rupestre e objetos e utensílios coletados
ção de grandes animais, com predomínio de carní- nos sítios. A ocupação mais antiga está localizada
voros e abundância de onívoros. na toca do Boqueirão no sítio da Pedra Furada.
O material (Figuras 16.1, 16.2, 16.3, 16.4 e 16.5) Por datação absoluta, a idade de um carvão en-
está depositado no Museu do Homem Americano, lo- contrado em um fogão circular foi estabelecida em
calizado na cidade de São Raimundo Nonato, Piauí. cerca de 46.000 anos. Junto foram encontrados
As preguiças Catonix e Eremotherium, o tatu artefatos talhados em quartzo e quartzito. Estas
Glyptodon e a lhama Palaeolama comiam plantas populações que se sucederam até cerca de 7.000
herbáceas. O tatu Pampatherium era onívoro. Toxo- anos atrás é classificada como de Tradição Nor-
don e os cavalos Hippidion e Equus pastavam as deste, e o seu grafismo é reconhecível pelas figu-
gramíneas. ras humanas apresentando ações ligadas ao com-
A comunidade é característica de uma paisa- portamento cotidiano, com enfeites na cabeça, e
gem neotropical, de savanas com tufos de arbus- ainda animais e plantas (Figuras 16.8, 16.9, 16.10,
tos, recortada por zonas florestais, com um clima 16.11).
mais úmido do que o atual (Figuras. 16.6 e 16.7). A partir de 6.000 anos, o povo primitivo abando-
nou a área e foi substituído por populações da Tra-
16.3 Ocupação Humana dição Agreste, Itacoatiaras de Leste e Geométrica.
As belas pinturas rupestres foram inscritas nos
A contribuição da Bacia do Parnaíba para o estu- arenitos modelados pela erosão de uma geometria
do da ocupação e evolução da cultura dos seres derivada das estruturas sedimentares, que foram
humanos é muito especial, pois o seu conhecimen- originadas pelos caudalosos rios provenientes do
to tem permitido modificar antigos conceitos sobre degelo de um pólo glacial situado muito próximo do
a longevidade do homem nas Américas. Nordeste do Brasil, há cerca de 400 milhões de
A área arqueológica de São Raimundo Nonato, anos (Figura 16.12).
situada ao sul do Piauí, vem sendo estudada desde A utilização deste abrigo natural foi efetivada em
1970, pela Drª. Niede Guidon e uma equipe de pes- ecossistemas mais amenos do que os atuais da
quisadores. O acervo coletado está depositado no área geográfica (Guidon, 1991).

– 138 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 16.1 – Crânio, vértebras e externo de Catonix sp. Sítio Antonião, São Raimundo Nonato. Piauí. Coleção do
Museu do Homem Americano.

Figura 16.2 – Pata dianteira direita de Catonix sp. Sítio Antonião, São Raimundo Nonato, Piauí. Coleção do Museu
do Homem Americano.

– 139 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 16.3 – Dentes e mandíbula de Smilodon sp. Toca do Pilão, São Raimundo Nonato Piauí.
Coleção do Museu do Homem Americano.

Figura 16.4 – Dentes de Toxodon sp. Sítio São Vito, São Raimundo Nonato, Piauí.
Coleção do Museu do Homem Americano.

Figura 16.5 – Dente molar de Haplomastodon sp. Sítio do Garrincha, São Raimundo Nonato, Piauí.
Coleção do Museu do Homem Americano.

– 140 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

1 Jacaré -
Caimam crocodilus

2 Tartaruga -
6
Chelonio sp.
9
3 Ungulado -
5
3 Macrauchenia cf.
7 patagonica

4 Porco do mato -
8 Tayassu pecari

5 -Tigre dente de sabre


- Smilodon populator
4 10
6 Cavalo -
Equus neogaeus
1 7 Cão gigante -
2 Protocyon troglodytes

8 Prequiça gigante -
Catonix sp.

9 Preguiça gigante -
Eremotherium sp.

10 Gato selvagem -
Figura 16.6 – Répteis e mamíferos do Pleistoceno.
Felix sp.

– 141 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

1 Notoungulado-
Toxodon sp.

2 - Veado catinguei-
1 2
ro -
Mazama sp.

3 3 - Mastodonte -
Haplomastodon wa-
5 ringi

4 - Lhama -
Paleolama major
6
5 Tatu gigante -
Glyptodon sp.

7 6 - Tatu gigante -
Hoplophorus sp.
8
4 7 - Tatu comum -
Dasipodinae

8 - Coelho -
Cuniculus sp.

Figura 16.7 – Mamíferos do Pleistoceno.

– 142 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Figura 16.8 – Figuras com penachos na cabeça, em práticas rituais, com um elemento maior e destacado na
frente. Na composição há animais de caça, em movimento. Sítio do Baixão da Vaca, Parque Nacional da Serra da
Capivara, São Raimundo Nonato, Piauí.

Figura 16.9 – Figuras masculina e feminina e as diferenças anatômicas simbolizadas por protusão exagerada no
homem e um círculo vazado na mulher. Toca Boqueirão do Sítio Pedra Furada, Parque Nacional da Serra da
Capivara, São Raimundo Nonato, Piauí.

– 143 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Figura 16.10 – Figuras humanas organizadas em atos rituais. Superposição de representações de animais, como
cervídeos e jacarés destacados com pigmento branco e de jogos sexuais em pigmento azul. Toca do Boqueirão
do Sítio Pedra Furada, Parque Nacional da Serra da Capivara, São Raimundo Nonato, Piauí.

Figura 16.11 – Cena com várias figuras humanas em atividades lúdicas coletivas, com braços e pernas em
movimento e órgãos sexuais eretos. Toca do Chico Coelho, no baixão do Perna, Parque Nacional da Serra da
Capivara, São Raimundo Nonato, Piauí.

– 144 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba e São Luís-Grajaú

Figura 16.12 – Rochas do Grupo Serra Grande, abrigo de homens pré-históricos.

– 145 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

17
CONCLUSÕES
1 - A evolução da Bacia do Parnaíba, situada em alta energia, reflexo de mudanças climáticas e de-
área de cráton, acompanhou os processos e as mu- gelos conseqüentes às migrações e rotações de
danças do Supercontinente do Gondwana, onde es- centros de glaciação.
tava localizada. O início dos processos geológicos Havia um ecossistema marinho situado na faixa
foi no Siluriano, quando estava muito próxima do da Província Malvinocráfica, com microorganismos
Pólo Sul. planctônicos, os acritarcas são considerados afilia-
A deriva do supercontinente em direção ao dos às algas e os quitinozóarios colocados entre os
Equador causou na bacia modificações das estru- protozoários de hábito nerítico e raros graptólitos,
turas tectônicas internas. No Paleozóico, estas são sem registros de macrofaunas bentônicas.
correlacionadas com fases orogenéticas clássicas, 3 - No Devoniano, ocorreram as mais extensas
identificadas em outros continentes. Marcam dis- transgressões marinhas no continente sul-america-
cordâncias que delimitam as seqüências deposi- no. Após uma discordância de caráter continental,
cionais. No Mesozóico, com a ruptura dos blocos correspondente ao Eodevoniano, e correlacionada
Sul-americano e africano, a estruturação foi relacio- à Orogênese Caledoniana, está registrada uma se-
nada com o desenvolvimento da Margem Conti- qüência transgressiva no Eifeliano, que conectou
nental Brasileira com formação da Bacia do Grajaú. as bacias do Amazonas, Parnaíba e Paraná com a
Fechando este ciclo de deposição relacionado margem oeste da América do Sul e o cráton oeste
com a evolução da margem, ocorre, no Cenomani- africano.
ano, a cobertura da Bacia marginal de São Luís. No ciclo transgressivo/regressivo de idade eifelia-
Na Bacia do Parnaíba, as camadas das fases na/givetiana, os ecossistemas são marinhos rasos
transgressivas são preservadas, pois cada estrato de plataforma epicontinental, diferenciados pela
foi coberto por superposições de sedimentos mais distância à linha de costa, em associações bentôni-
novos. O início das fases regressivas, que se situ- cas de região litorânea, plataforma interna proximal
am no final de cada ciclo, a partir do Carbonífero e plataforma interna distal. As afinidades biogeo-
Superior, não estão preservadas. Os topos dos se- gráficas são malvinocráficas, de climas frios, com
dimentos foram expostos e erodidos. mistura de gêneros das províncias Americana Ori-
2 - No Siluriano, os processos geológicos pre- ental de clima temperado e do Velho Mundo, de cli-
ponderantes foram de sedimentações fluviais de ma tropical.

– 146 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

4 - No Eocarbonífero, a ocorrência situada em mação da Margem Atlântica Sul Equatorial. Deu ori-
posição estratigráfica mais antiga corresponde a gem às bacias do Grajaú e São Luis.
um ecossistema de plataforma marinha litorânea. 9 - No Eocretáceo (Barremiano), um ecossistema
As afinidades são com a Província biogeográfica terrestre desértico tem registro de pegadas de dinos-
de Tétis. sauros saurópodos em dunas eólicas. Em ecosiste-
A segunda ocorrência é de um ecossistema ter- ma lacustre, houve a preservação dos peixes Lepido-
restre litorâneo, com uma flora de plantas higrófilas, tes e de conchostráceos. Esta fauna correlaciona no
com gêneros endêmicos. Apresentam característi- Eocretáceo, as bacias do Grajaú, Recôncavo, Tuca-
cas de clima temperado a frio, seco a árido, e as afi- no, Jatobá e as pequenas bacias do interior.
nidades são com o Reino Paracas, do Peru. 10 - Em seqüência carbonática foi reconhecido,
Uma discordância regional, correlacionada com na seção inferior de idade Aptiano, um ecossistema
a Orogenia Eoherciniana é registrada entre o Car- lacustre contendo a planta Nymphaeites de clima
bonífero Inferior e o Superior. tropical a subtropical. Da fauna são citados o peixe
5 - A seqüência de Neocarbonífero é iniciada Dastilbe e os insetos hemípteros, terrestres e ala-
com exposição subaérea e formação de dunas eó- dos que viviam próximo às margens.
licas, indicações nitidamente regressivas. Nestes Do topo da seção carbonática, do Albiano Inferior,
ambientes desérticos, os indícios de vida são per- ocorrem vertebrados representados por uma ictio-
furações de icnofósseis em dunas eólicas. fauna com elevado número de gêneros endêmicos.
No topo do Neocarbonífero, ocorre um intervalo Esta constitui um evento biológico de expressão re-
transgressivo, com um ecossistema marinho, em gional, pois ocorre na mesma linha de tempo, nas
plataforma carbonática de laguna rasa. As assem- bacias do Grajaú, do Araripe e Sergipe/Alagoas.
bléias de invertebrados indicam biodiversidade de Sua expansão alcançou as faunas marinhas da Ve-
latitude tropical, e as afinidades são com a provín- nezuela.
cia biogeográfica de Tétis. O conjunto seria tolerante a variações periódicas
6- No Permiano, as fases regressivas da seqüên- de salinidade e habitaria um ecossistema com cir-
cia inferior são em ambientes continentais desérti- culação de estuário. Os peixes têm dominância de
cos e climas áridos. Intercalados aos corpos areno- animais carnívoros e estavam na mesma cadeia ali-
sos de dunas eólicas, ocorrem estromatólitos situa- mentar, em coevolução.
dos em níveis carbonáticos, que são os registros de As afinidades da ictiofauna são com as famílias
ecossistemas peculiares. que habitaram no Jurássico os mares epicontinen-
Para o topo, ocorre um evento transgressivo com tais da Província biogeográfica do Tétis.
ecossistema lacustre e áreas marginais úmidas. Os 11 - No Albiano Inferior, os ambientes prepon-
fósseis são troncos de madeiras silicificadas, e fau- derantes são continentais. Em um ecossistema la-
na de anfíbios labirintontes e peixes, com afinidades custre a fauna é composta por répteis de beira
com a Província Biogeográfica Euro-americana. d’água como crocodilos e habitantes do meio
Apresentam o maior índice de gêneros endêmi- aquático, peixes e biválvios. Representantes da fa-
cos do Paleozóico. No Permiano, estavam em pale- una terrestre são os dinossauros. Eventuais entra-
olatitudes de biodiversidade na faixa tropical. É das de braço de mar deram ecossistemas mari-
provável que na inter-relação ecologia-evolução, o nhos litorâneos, com faunas bentônicas de inverte-
isolamento nestes ecossistemas terrestres e aquá- brados.
ticos sem conexão marinha foi favorável à maior 13 - No Cenomaniano, a sedimentação foi na atual
pressão macroevolutiva. região do litoral, sobre a cobertura da Bacia de São
Estas condições propícias à vida foram encer- Luís. De ecossistemas marinhos litorâneos são as
radas com novo rigor de aridez no clima, que ex- faunas de invertebrados bentônicos com gêneros
tinguiu as florestas e as preservou por silicifica- cosmopolitas, de conexão com as bacias da mar-
ção. gem leste do Brasil e da costa ocidental da África.
7 - No Triássico e Jurássico a bacia permaneceu Peixes de água doce da mesma associação indi-
emersa, e não são registrados vestígios de vida. cam correlação com a África.
8 - No Mesozóico os principais elementos estru- Os habitantes de ecossistemas terrestres foram
turais estão associados à ruptura do bloco os répteis, com indícios representados por dentes
afro-brasileiro e à conseqüente evolução do rifte e ossos principalmente de dinossauros herbívoros
atlântico, atuando primeiro na Margem Continental e carnívoros. Suas afinidades eram com gêneros
Leste e progressivamente, na continuidade na for- da região do norte da África. Troncos de madeiras

– 147 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

fósseis indicam uma cobertura florestal. Neste am- 15 - No Pleistoceno, a paisagem neotropical era
biente, houve trânsito intenso de manadas de di- de um ecossistema de savanas com tufos de ar-
nossauros herbívoros e carnívoros, que ali deixa- bustos, recortada por zonas florestais, e o clima era
ram suas pistas. O clima tropical seria quente e ári- mais úmido do que o atual. Na fauna de grandes
do, com fases úmidas para a formação da cobertu- mamíferos, os carnívoros dominavam, havia abun-
ra vegetal. dância de onívoros e poucos herbívoros.
14 - No Plioceno, nesta região geográfica, predo- 16 - O último registro é o do homem pré-histórico,
minava na área um ecossistema equivalente ao da que ocupou a região, entre quarenta e seis mil a
Floresta Atlântica. Era uma floresta tropical úmida, sete mil anos. Nos paredões naturais das rochas si-
pouco fechada, composta por dois estratos, um ar- lurianas usadas como abrigo, gravou, em belas e
bóreo e outro arbustivo. Em ecossistemas lacustres alegres pinturas rupestres, o seu cotidiano, durante
ocorreram pequenos peixes Characiformes, Perci- um tempo onde o clima era mais ameno e a vegeta-
formes e Clupeiformes. ção mais abundante.

– 148 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

18
LOCALIDADES FOSSILÍFERAS
A s principais localidades fossilíferas que
ocorrem na área do Projeto foram plotadas em
números entre parênteses após os nomes dos fós-
seis, referem-se ao número da localidade fossilífera
mapa escala 1: 2.500.000 segundo a disposição apresentada no texto.
das Folhas da Carta do Brasil na escala 1: 500.000
(Figura 18.1) e listadas por idade, do período Siluria- Abreviaturas:
no ao Cretáceo (Figuras 18.2, 18.3, 18.4, 18.5, 18.6).
Os números seguem a ordem das folhas e são assi- BfB - Serviço Geológico- Bundesanstalt fur Boden-
nalados os fósseis descritos ou apenas citados. A forschung - Hannover
nomenclatura usada para os fósseis, os números CENPES/PETROBRAS - Centro de Pesquisa e De-
das coleções e as coordenadas geográficas, quan- senvolvimento Leopoldo Miguez. Petróleo Brasilei-
do citadas, são dos trabalhos referenciados. ro S/A.
Algumas localidades foram transcritas do “Projeto CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Mi-
Localidades Fossilíferas” realizado por paleontólo- nerais
gos do Setor de Paleontologia da DGM/DNPM com DBVA-UERJ - Departamento de Biologia Animal e
coordenação do geólogo Diógenes de Almeida Vegetal - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Campos. Outras informações, além da bibliografia DG-CT-UFPE - Departamento de Geologia do Cen-
consultada, foram obtidas da Base PALEO, a Base tro de Tecnologia da Universidade Federal de Per-
da Dados Paleontológicos da CPRM. nambuco
Os fósseis são registrados pelos grandes grupos DG-UFRJ - Departamento de Geologia, Universi-
assinalados para cada período geológico. Os Pali- dade Federal do Rio de Janeiro
nomorfos englobam pólens, esporos, acritarcas, DG-USP -Departamento de Geologia, Universida-
quitinozoários, diatomáceas, tasmanáceas, varie- de de São Paulo
dades de foraminíferos, algas, dinoflagelados e es- LE - Livro de Entrada - Setor de Paleontologia
colecodontes. DGM/DNPM
Para cada período foram elaboradas tabelas suma- MCT/DNPM-RJ - Museu de Ciências da Terra, De-
rizando os grupos de fósseis encontrados nas for- partamento Nacional da Produção Mineral, Rio de
mações (Tabelas. 18.1, 18.2, 18.3, 18.4, 18.5). Os Janeiro

– 149 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EAN
O
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’ 2º00’
São Luís SO São Luís SE Fortaleza SO
SA.23-Y SA.23-Z SA.24-Y

TIANGUÁ
4º00’
4º00’
Araguaia NE Teresina NO Teresina NE Jaguaribe NO
SB.22-X SB.23-V SB.23-X SB.24-V

TERESINA

GRAJAÚ SÃO DOMINGOS


DO MARANHÃO
6º00’ 6º00’

Araguaia SE Teresina SO Teresina SE Jaguaribe SO


SB.22-Z SB.23-Y SB.23-Z SB.24-Y

PICOS
CAROLINA

8º00’ 8º00’
Tocantins NE Rio São Francisco NO Rio São Francisco NE
SC.22-X SC.23-V SC.23-X
PEDRO
BOM JESUS
AFONSO
ALTO
PARNAÍBA

10º00’

Tocantins SE Rio São Francisco NO


SC.22-Z SC.23-Y

0 50 100 150 200 250km

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

As ocorrências dos fósseis seguem a distribuição das Folhas da Carta do Brasil.

Figura 18.1 – Folhas da Carta do Brasil. Escala 1:500.000.

– 150 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

MN - Museu Nacional da Universidade Federal do Referência - Quadros, 1982: 43, 45, 46, 48, 49, figs.
Rio de Janeiro 4, 6, 10, est. 3, Fig.11, est. 5, Fig.19, 20
MP - Museu Paranaense, Curitiba
MP - UFRGS - Museu de Paleontologia da Universi- Folha São Luís SE - SA. 23-Z (02 00’ e
dade Federal do Rio Grande do Sul 04°00’S-42°00’ e 45°00’W)
MPEG - Museu Paraense Emilio Goeldi, Belém
Pz. UERJ - Coleção Paleozoológica da Universida- 4 - Furo de Sondagem - 2VG -1MA (PETROBRAS)
de do Estado do Rio de Janeiro. Localidade - Vargem Grande, Presidente Vargas,
SGMB - Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil MA (03 32’S-43°53’W)
SP/DGM/DNPM - Setor de Paleontologia/Divisão de Formações - Tianguá e Jaicós
Geologia e Mineralogia do Departamento Nacional Idade - Siluriano
da Produção Mineral Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Baltisphaeridi-
um sp., Dactylofusa maranhensis
18.1 Listagem das Localidades Fossilíferas Referência - Brito & Santos, 1965: 12-13; Brito
1967b: 476; Quadros, 1982: 45, est. 4, Fig. 16, 18

Siluriano Folha Teresina NO - SB. 23-V (04 00’ e 06°00’S-


45°00’ e 48°00’W)
Folha São Luís SO - SA.23-Y (02 00’-04°00’S e
45°00’ - 48°00’W) 5 - Furo de Sondagem 2IZ -1MA (PETROBRAS)
Localidade - Imperatriz, MA (05°31’S-47°29’W)
1 - Furo de Sondagem 1BJ-1PA (PETROBRAS) Formação - Jaicós
Localidade - Badajós, Ipixuna do Pará, PA Idade - Siluriano
(02°30’S-47°75’W) Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Micrhystridium
Formações -Tianguá/Jaicós stellatum, Veryhachium trispinosum
Idade -Siluriano Referência - Quadros, 1982: 40, 45, 48, 49, figs. 5,
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas, 7, 12, est.4, Fig. 17, est. 6, Fig. 30
esporos e graptólitos: Monograptus
Referência - Caputo & Lima, 1984: 743, Fig. 4 6 - Furo de Sondagem 2NG-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Norte de Grajaú, MA (05°48’S-
2 - Furo de Sondagem 2PM -1MA (PETROBRAS) 46°07’W)
Localidade - Pindaré-Mirim, MA (03°38’S- 45°24’W) Formação - Jaicós
Formações - Tianguá / Jaicós Idade - Siluriano
Idade - Siluriano Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Baltisphaeridi-
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários: Conochitina um sp., Veryhachium trispinosum, Micrhystridium
dolosa; Acritarcas: Veryhachium carminae, V. tris- stellatum
pinosum, V. rabiosum, Leiofusa striatifera Referência - Quadros, 1982: 45, 48, Fig. 4, 5, 11,
Referência - Brito & Santos, 1965:9; Brito 1967b: est. 4, Fig. 16, 17, est. 6, Fig. 30
475; Daemon, 1976: 190; Quadros, 1982: 42, 46,
48, 49, Fig. 4, 8, 9, est. 3, Fig. 9, est.5, Fig. 20, est. 6, 7 - Furo de Sondagem 1PA-1MA (PETROBRAS)
Fig. 28, 29, 30; Caputo & Lima, 1984 Fig. 8 Localidade - Palestina, Altamira do Maranhão, MA
(04°10’S-45°39’W)
Formações - Tianguá/Jaicós
3 - Furo de Sondagem 2SL-1MA (PETROBRAS) Idade - Siluriano
Localidade - Santa Luzia, MA (03°59’S – 45°39’W) Fósseis - Palinomorfos
Formações - Tianguá/Jaicós Referência - Caputo & Lima, 1984, Fig. 4
Idade - Siluriano
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários: Desmochiti- Folha Teresina NE - SB.23-X (04°00’ e 06°00’S-
na sp., Cyatochitina sp; Acritarcas: Leiofusa bers- 42°00” e 45°00”W)
nerga, L. striatifera, Veryhachium rabiosum, V. tris-
pinosum, Micrhystridium stellatum 8- Furo de Sondagem 1PD-1MA (PETROBRAS)

– 151 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Localidade - Presidente Dutra, MA (05°18’S- Idade - Siluriano


44°34’W) Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas:
Formações - Tianguá e Jaicós Veryhachium rabiosum; miósporos
Idade - Siluriano Referência - Quadros, 1982: 48, Fig. 5, 11, est. 6,
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e acritarcas Fig. 29; Caputo & Lima, 1984, Fig. 4
Referência - Caputo & Lima, 1984, Fig. 4
Folha Rio São Francisco NO - SC.23-V (08°00’ e
9 - Furo de Sondagem 1MA-1PI (PETROBRAS) 10°00’S-45°00’ e 48°00’W)
Localidade - Meruoca, José de Freitas, PI
(04°49’S-42°47’W) 14 - Furo de Sondagem 1TM-1MA (PETROBRAS)
Formações - Tianguá e Jaicós Localidade - Riacho Tem Medo, Balsas, MA
Idade - Siluriano (08°42’S-46°54’W)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários: Cyatochiti- Formações - Tianguá e Jaicós
na sp. Idade - Siluriano
Referência - Quadros, 1982: 443, est. 3, Fig. 10 Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Baltisphaeridi-
um sp., Micrhystridium stellatum, Veryhachium ra-
Folha Teresina SO - SB. 23-Y (06°00’ e 08°00’S biosum, V. trispinosum
– 45°00’ e 4°00’W) Referência - Quadros, 1982: 45, 48, 49, Fig. 4, 10,
est. 4, Fig. 16, 17, est.6, Fig. 29, 30
10- Furo de Sondagem 1TB-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Testa Branca, Balsas, MA (07°25’S 15 - Furo de Sondagem 1FM-1MA (PETROBRAS)
-46°05’W) Localidade - Fazenda do Meio, Tasso Fragoso, MA
Formações - Tianguá e Jaicós (08°15’S-46°05’W)
Idade -Siluriano Formações - Tianguá e Jaicós
Fósseis - Palinomorfos: Idade - Siluriano
Referência - Quadros, 1982, Fig. 4, 10 Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Micrhystridium
stellatum
11 - Furo de Sondagem 1RB-1MA (PETROBRAS) Referência - Quadros, 1982: 45, Fig. 4, 10, est. 4,
Localidade - Ribeirãozinho, Balsas, MA (08°17’S Fig. 17
-46°04’W)
Formações - Tianguá e Jaicós Devoniano
Idade - Siluriano
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários: Ancyrochiti- Folha São Luís SO - SA.23-Y (02°00’ e 04°00’S -
na ancyrea; Acritarcas: Micrhystridium stellatum, 45°00’ e 48°00’W)
Veryhachium trispinosum, V. rabiosum
Referência - Quadros, 1982: 40, 45, 48, Fig. 4, 10, 1 - Furo de Sondagem - 2 PM-1MA (PETROBRAS)
est. 1, Fig. 2, est.4, Fig. 17; est. 6, Fig. 29, 30 Localidade - Pindaré-Mirim, MA (03°38’S- 45°24’W)
Formações - Jaicós, Itaim, Pimenteira, Cabeças e
Folha Teresina SE - SB. 23-Z (06°00’ e 08°00’S- Longá
42°00’ e 45°00’W) Idade - Devoniano (Emsiano ao Fameniano)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, Acritarcas e
12 - Furo de Sondagem 1MD-1MA (PETROBRAS) Esporos (MN 5231-I)
Localidade - Mirador, MA (06°23’S-44°17’W) Referência - Brito, 1967b: 477-478, Daemon, 1974:
Formações - Tianguá e Jaicós 551, 568, est. 1, Fig. 6, est. 6, Fig. 7-8, est. 7, Fig.
Idade - Siluriano 1;Quadros, 1982: 21, 41-43, 45-51, est. 2, Fig. 5, 7,
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas: Veryhachium ra- est. 3, Fig. 12, est.4, Fig. 16, 17,est. 5, Fig. 22, est. 6,
biosum, V. trispinosum Fig. 27, 29, 30, est. 7, Fig. 32 a 37; Cruz & Quadros,
Referência - Quadros, 1982: 48, Figura 5, est. 6, Fig. 1985; Loboziak et al., 1992: 216-219, 224
29, 30
2 - Furo de Sondagem - 2 SL-1MA (PETROBRAS)
13 - Furo de Sondagem 1FL-1PI (PETROBRAS) Localidade - Santa Luzia, MA (03°59’S - 45°39’W)
Localidade - Floriano, PI (06°27’S-42°48’W) Formações - Jaicós, Itaim, Pimenteira, Cabeças
Formações - Tianguá e Jaicós Idade - Devoniano (Emsiano ao Fameniano)

– 152 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EA
NO
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’

01

02
04
TIANGUÁ
03 4º00’
4º00’

07
09

TERESINA
08
06
05 SÃO DOMINGOS
GRAJAÚ DO MARANHÃO
6º00
6º00’ PIMENTEIRAS

TOCANTINÓPOLIS 12
VALENÇA
13
DO PIAUÍ

PICOS
CAROLINA
10

8º00’ 8º00
11

15
14 OCORRÊNCIAS DE
PEDRO
AFONSO BOM JESUS FÓSSEIS NO SILURIANO
ALTO BACIA DO PARNAÍBA
PARNAÍBA

0 50 100 150 200 250km


10º00’

Fm Tianguá
Furos de Sondagem

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

Figura 18.2 – Ocorrências de Fósseis no Siluriano.

Tabela 18.1 – Ocorrências de Fósseis no Siluriano.

SILURIANO
FORMAÇÕES
FÓSSEIS
TIANGUÁ/JAICÓS
Quitinozoários (1, 2, 3, 8, 9, 11,13)
Acritarcas (1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 11,12,13,14,15)
PALINOMORFOS
Esporos (1)
Graptólitos - Monograptus (1)

HEMICORDADOS Graptólitos - Monograptus (1)

– 153 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, Acritarcas; Formação - Longá


Algas: Protosalvinia; Icnofósseis: “ Zoophycos” Idade - Neodevoniano (Fameniano)
Referência - Carozzi et al., 1975: 22; Quadros, Fósseis - Icnofósseis: Rastos (DGM 427-LE)
1982: 40-43, 45-51 Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/
DNPM

Folha São Luís SE - SA.23-Z (02°00’ e 04°00’S- 8 - Alto Alegre


42°00’ e 45°00’W) Localidade - BR-222, 24,5km NE de Alto Alegre,
São João da Fronteira, PI (03°54’S-41°14’W)
3 - Furo de Sondagem - 2VG-1MA (PETROBRAS) Formação - Pimenteira
Localidade - Vargem Grande, Presidente Vargas, Idade - Devoniano (Eifeliano ao Fameniano)
MA (03°32’S-43°53’W) Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e esporos
Formações - Itaim, Pimenteira, Cabeças e Longá Referência - Lima & Leite, 1978, v. 16 (FF-180,
Idade - Devoniano (Eifeliano ao Fameniano) FAS-311)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e Acritarcas;
Icnofóssil: Crossocorda maranhensis (DGM 4945-I) Folha Araguaia SE - SB.22-Z (06°00’ e 08°00’S-
Referência - Kegel, 1966:31-32, foto 10-11; Qua- 48°00’ e 51°00’W)
dros, 1982: 40, 45, est. 1, Fig. 3; est. 4, Fig. 16; Cam-
pos, 1985: 33. 9 - Santo Antoninho
Localidade - Povoado à margem direita do rio Ara-
4 - Furo de Sondagem - 1UN-30-PI (CPRM) guaia, TO, defronte à vila Santa Isabel do Araguaia,
Localidade - Anapurus, MA (03°40’S-43°06’W) PA
Formação - Cabeças (Givetiano ao Frasniano) Formação - Pimenteira ( lato sensu)
Idade - Devoniano Idade - Eodevoniano
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e esporos Fósseis - Braquiópodos: Chonetacea indet., Spiri-
Referência - Leite et al., 1975, v. 3 (FAH 005, 008, feracea indet. “Australocoelia”.
010) Referência: Barbosa et al., 1966:16; Melo, 1985:
143-144a, 239-240a; Melo, 1988: 698
5 - Furo de Sondagem - 1UN-24-PI (CPRM)
Localidade - Buriti, MA (03°54’S-42°56’W) 10 - Carmolândia
Formação - Longá Localidade - 6,4km de Troca Tapa, em direção à
Idade - Devoniano (Fameniano) Carmolândia, Araguaína, TO (07°09’S- 48°21’W)
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos e cutículas Formação - Pimenteira
vegetais Idade - Devoniano
Referência - Leite et al., 1975, v.3 (FAG-862, JQ-25) Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas, esporos, cutícu-
las vegetais, traqueídeos
Folha Fortaleza SO - SA.24-Y (02°00’ e 04°00’S - Referência - Lima & Leite, 1978, v. 16 (EF-145,
40°00’ e 42°00’W) 145b, FAR-964, 965)

6 - Rosário Folha Teresina NO - SB.23-V (04°00’ e 06°00’S-


Localidade - 10km NE de Rosário, estrada Buriti 45°00’ e 48°00’W)
dos Lopes-Esperantina, Caraúbas do Piauí, PI
(03°38’S-41°50’W) 11 - Furo de Sondagem 2IZ-1MA (PETROBRAS)
Formação - Longá Localidade - Imperatriz, MA (05°31’S - 47°29’W)
Idade - Devoniano (Fameniano) Formações - Itaim, Pimenteira, Cabeças e Longá
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, Acritarcas, Idade - Devoniano (Emsiano - Fameniano)
Esporos e cutículas vegetais Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas e
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 16 (AS-043, esporos (MN 5234-I)
FAZ-320) Referência: Brito, 1967b: 476; Daemon, 1974: 570,
573-576, est. 4, Fig. 2-3; est. 5, Fig. 1; est. 6, Fig. 6;
7 - Piracuruca Quadros, 1982: 20, 39-42, 44-51, est. 1 Fig. 1 a 4,
Localidade - Passagem do Piqui, rio Piracuruca, Pi- est. 2 Fig. 5 a 7, est. 4 Fig. 15, 17, est. 5 Fig. 22, est. 6
racuruca, PI Fig. 26, 27, 30,est. 7 Fig. 32, 33, 35 a 37.

– 154 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

12- Furo de Sondagem 1PA-1MA (PETROBRAS) 16 - Furo de Sondagem - 1CL-1MA do CNP


Localidade - Palestina, Altamira do Maranhão, MA (PETROBRAS)
(04°10’S-45°39’W) Localidade - Carolina, MA (07°20’ - 47°27’)
Formação - Cabeças Formação - Pimenteira inferior
Idade - Devoniano Idade - Eodevoniano
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas e Fósseis - Palinomorfos: Tasmanites; Celenterados:
esporos Ctenoconularia cf. C. “undulata”; Braquiópodos:
Referência - Loboziak et al., 1992: 216, 218 Derbyina smithi, Chonetacea indet., Eodevonaria
sp., Lingula sp., Spiriferacea indet., Amphigenia
Folha Teresina NE-SB. 23-X (04 00’ E 06 00’S- sp.; Biválvios: Pterinopecten sp.; Incertae sedis:
42 00’ E 45 00’W) Tentaculites eldredgianus, T. stubeli, T. sp.; Ostra-
codes: Bairdia sp., Bythocypris sp., Primitia sp.; Tri-
13 - Furo de Sondagem 1UN-04-PI (CPRM) lobita indet.; Crinoidea indet., fragmentos de pei-
Localidade - Miguel Alves, PI (04°09’S-42°56’W) xes; restos de plantas (Psilofitales)
Formação - Longá Referência - Kegel, 1953:30-33; Melo, 1985: 41a,
Idade - Devoniano (Fameniano) 43a, 44a, 109-110a, 143-144a, 239a, 246a, 254-
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas, cutículas vege- 255a; Caputo & Crowell, 1985: 1026; Melo,
tais, fragmentos de tecido condutor de pteridófitas 1988:697
e Tasmanites.
Referência: Cruz et al., 1973b, v.2 (FAB 274, 275); 17 - Furo de Sondagem VG-1R (PETROBRAS)
Leite et al., 1975, v.3 Localidade - Riachão, SW do MA (07°23’S-
46°37’W)
14 - José de Freitas Formação - Cabeças
Localidade - Sondagem José de Freitas, PI Idade - Mesodevoniano
Formação - Longá Fósseis - Icnofóssil: Grupo Cubichnia (DGM 4940-I
Idade - Neodevoniano (Fameniano) a 4943-I)
Fósseis - Braquiópodos: Orbiculoidea e Chonetes. Referência - Kegel, 1966: 23-25 (foto 8)
Referência - Kegel, 1953:39; Melo, 1985: 66a, 71a,
143-144a 18- Furo de Sondagem 1TB-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Testa Branca, Balsas, MA (07°25’S
15 - Campo Maior -46°05’W)
Localidade - Lagoa do Cajueiro, sudeste de Campo Formações – Pimenteira, Cabeças e Longá
Maior e pedreiras da Fazenda Boa Nova, rodovia Idade - Devoniano (Givetiano-Fameniano)
Campo Maior-Barras, perto de Campo Maior, PI Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e miósporos;
Formação - Longá Icnofóssil: “Zoophycos”;
Idade - Devoniano (Fameniano) Referência - Carozzi et al., 1975: 22; Quadros,
Fósseis - Icnofósseis: Impressões de algas e 1982: 40, 44, est. 1, Fig. 3, est. 4, Fig. 14; Loboziak
orifícios de vermes; Bifungites cruciformes (DG-CT- et al., 1992: 218
UFPE 2662 a 2664), Rusophycus aff. pudicum
(DG-CT-UFPE 2665 e 2666); Rusophycus isp. A 19 - Palmeirante
(DG-CT-UFPE 2667a 2670); Rusophycus isp. B Localidade - Margem leste e oeste do rio Tocantins,
(DG-CT-UFPE 2671 a 2673); Rusophycus a 5km de Palmeirante, em frente ao rio Manoel
pi auiens is ( D G-CT -UF P E 2 6 7 4 a 2676); Alves Pequeno (07°51’S-47°55’W)
Rusophycus isp. C (DG-CT-2650); Neonereites Formação - Longá
u nis er ialis ( DG-CT -UF P E 2 6 7 7 a 2680); Idade - Devoniano (Fameniano)
Sublorenzinia pauciradiata (DG-CT-UFPE 2681 a Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas,
2687); Palaeophycus (DG-CT-UFPE 2688 a 2691). esporos, cutículas vegetais e tasmanáceas
Referência: Albuquerque & Dequech, 1946:86; Mu- Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (LA-195, 197,
niz, 1981; Muniz, 1982: 1.305-1.316, est. 1, Fig. 198, FAR-948, 949, 950)
1-12, est. 2, Fig. 1-7.
20 - Furo de Sondagem 1UN-36-PI-05 (CPRM)
Folha Teresina SO - SB. 23-Y (06°00’ e 08°00’- Localidade - Craolândia, Goiatins, TO (07°53’S-
45°00’ e 48°00’W) 47°11’W)

– 155 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Formação - Cabeças 25 - Alto Sereno


Idade - Devoniano Localidade - Próximo à estrada que vai de Oeiras
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários bastante para leste, 1,25km S do Hotel Alto Sereno, PI
fragmentados, fragmentos orgânicos carboniza- (07°05’S-42°24’W)
dos Formação - Longá
Referência - Leite et al., 1975, v. 3 (FAH-622) Idade - Devoniano (Fameniano)
Fósseis - Icnofóssil: Asteriacites sp. (DGM 5388-I)
Referência - Santos & Campanha, 1970
21 - Furo de Sondagem 1RB-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Ribeirãozinho, Balsas, MA (08°17’S- 26 - Oeiras
46°04’W) Localidade - Proximidades de Oeiras, PI
Formações – Itaim, Pimenteira, Cabeças e Longá Formação - Longá
Idade - Eodevoniano/Neodevoniano (Eifeliano - Fa- Idade - Neodevoniano (Fameniano)
meniano) Fósseis - Icnofóssil: Asteriacites sp. (IG-UFRJ 108)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e Acritarcas, Referência - Brito, 1977:463, Fig. 2
Icnofóssil: “Zoophycos”
Referência - Carozzi et al., 1975: 22, est. 17, Fig. 27 - São Francisco do Piauí
A, B; Quadros, 1982: 39-42, 44, 45-51, est. 1 Fig. Localidade - Rodovia Floriano-Picos, 1km W do
1, 2, 4, est. 2 Fig. 5 a 8, est. 4 Fig. 13, 15, 17, est. 5 acesso a São Francisco do Piauí, PI (07°10’S-
Fig. 23, est. 6, Fig. 25, 30, est. 7, Fig. 31, 33, 35 a 42°30’W)
37 Formação - Longá
Idade - Neodevoniano
Folha Teresina SE - SB. 23.Z (06°00’ e 08°00’S - Fósseis - Icnofósseis: rastos de artrópodes e de
42°00’ e 45°00’W) vermes.
Referência: Projeto Localidades Fossilíferas -
22 - Elesbão Veloso SP/DGM/DNPM
Localidade - 8 km W de Elesbão Veloso, PI (06°20’S
-42°10’W) 28 - Terra Vermelha
Formação - Longá Localidade - estrada para Pavuçu, Rio Grande do
Idade - Neodevoniano (Fameniano) Piauí, PI
Fósseis - Icnofóssil: Crossopodia estrellada (DGM Formação - Longá
4434, 4435, 4939-I) Idade - Mesodevoniano
Referência - Albuquerque & Dequech, 1946; Kegel, Fósseis - Icnofóssil: Cruziana aff. C. lobosa
1957:9, Fig. 6-8; Kegel, 1966: 13-15, foto 5; Cam- (DG-CT-UFPE 2696 e 2697), Asteriacites stelliforme
pos, 1985:33 (DG-CT-UFPE 2692 a 2695)
Referência - Muniz, 1982: 1308, 1310, est. 2, Fig.
23 - Malhada Grande 8-10
Localidade - 1,1km SW de Malhada Grande e 34,5
km NNE de Oeiras, PI (06°42’S-42°06’W) Folha Jaguaribe NO-SB. 24-V (04 00’ e 06 00’S
Formação - Longá -39 00’ e 42 00’W)
Idade - Devoniano (Fameniano)
Fósseis - Icnofóssil: Asteriacites sp. (DGM 5387-I) 29 - Serra do Pedro
Referência - Santos & Campanha, 1970 Localidade - Vertente oriental da Serra do Pedro,
Pedro II, PI
24 - Floriano Formação - Cabeças (topo do Membro Passagem)
Localidade - Rodovia Floriano-Picos, aproximada- Idade - Mesodevoniano (Givetiano)
mente 60km de Floriano, PI (07°58’S-46°05’W) Fósseis - Braquiópodos: Derbyina, Terebratulida
Formação - Longá indet. (DGM 6135 a 6137-I); Artropoda indet., pei-
Idade - Devoniano (Fameniano) xes indet.
Fósseis - Icnofósseis (DGM 466 e 469-LE) Referência: Kegel, 1953: 29; Melo, 1985: 290a, est.
Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/ 18, Fig. 3 a 6, Melo, 1988: 698; Catálogo de Inverte-
DNPM brados SP/DGM/DNPM

– 156 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Obs.: In: Kegel (1953) e Melo (1988) está grafado Fósseis - Braquiópodos: “Pholidops” (DGM 6125,
Serra Pedro Segundo o “Índice dos Topônimos do 6126-I); Biválvios: Nuculites; Crustáceos: Eurypteri-
IBGE” a grafia é Serra do Pedro da indet. e restos vegetais de Psilofitales.
Referência - Kegel, 1953:21; Melo, 1985:47a, est. 1,
30 - Rio Cais Fig. 16; Melo 1988: 696.
Localidade - margem do rio Cais, 13,4km NE de
Castelo do Piauí, estrada carroçável paralela à es- Localidade 2 - Morro a 11km S de Pimenteira, estra-
trada de ferro, PI (05°15’S-41°23’W) da para Picos, PI
Formação - Pimenteira Formação - Pimenteira (parte basal)
Idade - Devoniano Idade - Mesodevoniano (Neoeifeliano-Eogivetiano)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e esporos Fósseis - Celenterado: Mesoconularia africana;
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (AF-106, Braquiópodo: Orbiculoidea sp., Derbyina smithi
FAR-967) (DGM 6127-I); Mutationellinae indet. (DGM 6128-I e
6129-I), “Cranaena” sp.; Trilobita: Metacryphaeus
31 - Castelo do Piauí sp. (DGM 6131-I a 6134-I), Burmeisteria (DGM
Localidade - Estrada para fazenda Nova Olinda e 6130-I); Ostracode: Kloedenia
Passagem do Saco da Serra, PI Referência - Kegel, 1953:24; Melo, 1985:66a, 71a,
Formação - Pimenteira (lato sensu) 254a, 256a, 283-284a, 296a, 310a, 375a, 377a, est.
Idade - Eodevoniano-Mesodevoniano 15, Fig. 14 a 16, est. 17, Fig. 9 a 12, 21, est. 21, Fig. 8
Fósseis - Icnofósseis: “Zoophycos”(=Spiro- a 11, est. 25, Fig. 9 a 15, Fernandes, 1985:201-202,
phyton)(IG-UFPE 2518), Phycosiphon (IG-UFPE Melo, 1988: 697; Carvalho, 1995, est.2; Carvalho et
2519) al., 1997.
Referência - Campanha, 1974; Melo, 1988: 697
Localidade 3 - W de Pimenteira e Ponta da Serra,
32 - São Miguel do Tapuio cerca de 13km NNW de Pimenteira e 18km NNE de
Localidade - Arredores da cidade de São Miguel do Oitis, PI
Tapuio: morro do Saquinho, 5 km W do centro da ci- Formação - Cabeças (Membro Passagem)
dade e estrada São Miguel do Tapuio-Novo Orien- Idade - Mesodevoniano (Givetiano)
te, 2,7km de São Miguel; Fazenda Tábua, Fazenda Fósseis - Resina (âmbar); Braquiópodos: Choneta-
Angélica e N da Fazenda Várzea do Canto, Sul de ceae indet., Spiriferacea indet., Tropidoleptus cari-
São Miguel do Tapuio, PI (05°29’S-41°18’W) natus (DGM 6165-I), Derbyina sp., Pustulatia (?)
Formação - Pimenteira (lato sensu) sp., Braquiópodos indet.(DGM 6170 a 6181-I); Bi-
Idade - Mesodevoniano a Neodevoniano válvio: Gram- mysiidae indet. (DGM 6165, 6170,
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, pólens, es- 6180, 6181-I), Trilobita: Metacryphaeus sp.; Incer-
poros e cutículas vegetais, Tasmanaceas, Spongi- tae sedis: Tentaculites sp., Crinóides.
ophyton e Escolecodontes; Icnofósseis: Ruso- Referência - Kegel, 1953:29; Oliveira & Barros, 1976,
phycus (IG-UFPE 2520); Merostomichnites piauien- p. 70, v. 1, foto 10-12; Melo, 1985: 83a, 85a,
sis (DG-CT-UFPE 3249 a 3251); Biválvios: Nuculi- 141-142a, 186a, 224a, 292-293a, 365a, est. 7, Fig.
tes; Incertae sedis: Tentaculites, Braquiópodos: 16-17, est. 8, Fig. 1-2; est. 10 Fig. 20; est. 18 Fig. 1-2,
Derbyina, Orbiculoidea; Celenterado: Conularia 7 a 12, 14; est. 19 Fig. 1-2, est. 20 Fig. 1-2; est. 29,
Referência - Campanha, 1974; Oliveira & Barros, Fig. 4, 7; Fonseca & Melo, 1987: 509, 511, 518, Fig. 1,
1976, V.2 e 3 (JO-35, 45, 59, FAM-856,857,862); Viana et al., 2001.
Lima & Leite, 1978, v. 14 (JR-134, FAS-330); Muniz,
1988; Melo, 1988: 697 34 - Oitis
Localidade 1- Margem do rio Sambito, estrada para
São Bento, próximo (W) de Pimenteira, PI (06°15’S -
Folha Jaguaribe SO - SB.24-Y (06 00’ e 08 00’S 41°32’W)
-39 00’ e 42 00’W) Formação - Pimenteira
Idade - Devoniano
33 - Pimenteira Fósseis - Palinomorfos: Esporos e cutículas vege-
Localidade 1 - Sul de Pimenteira, PI tais
Formação - Itaim Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (AT 111a,
Idade - Eodevoniano (Eifeliano) FAT-072)

– 157 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Localidade 2 - Imediações de Oitis, rodovia Valen- 459-LE); Conichnus conicus (DG-CT-UFPE 2698 a
ça do Piauí-Pimenteira, PI. 2701)
Formação - Cabeças Referência: Muniz, 1982: 1311, est. 2, Fig. 12-13;
Idade - Mesodevoniano (Givetiano) Catálogo de Fósseis (LE) – SP/DGM/DNPM
Fósseis - Braquiópodos: Pleurochonetes; Trilobita:
Metacryphaeus sp. (MCT 6822 a 6824-I) 38- Novo Oriente do Piauí
Referência - Fonseca, 1994; Carvalho, 1995: 55-61, Localidade - Estrada Novo Oriente-Aprazível, 8,6
est. 4, Fig. 6; Carvalho et al., 1997; Catálogo de km NW de Novo Oriente do Piauí, PI (06°24’S-
Invertebrados SP/DGM/DNPM 41°57’W)
Formação - Longá
35 - Coqueiro Idade - Devoniano
Localidade - Rodovia Valença do Piauí-Aroazes, Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, esporos,
9,3km S de Aroazes, PI (06°11’S-41°50’W) cuticulas vegetais, traqueídeos, tasmanáceas
Formação - Longá Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (CG-196,
Idade - Devoniano FAR-985)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, esporos
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (AT -90, FAR- 39 - Estrada Picos-Teresina
978) Localidade 1 - BR 316, 317,5km, Picos, PI
Formação - Pimenteira
36 - São José/ Campo Largo Idade Devoniano
Localidade - BR- 316, 27,3km e 29,4km NW de Va- Fósseis - Icnofóssil: Bióglifos (DGM 544-LE)
lença do Piauí, PI (06°15’S-41°57’W) Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/
Formação - Longá DNPM
Idade - Devoniano
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e esporos Localidade 2 - À direita da BR-316, 307km, W de Pi-
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (AT-81, 83, cos, PI
FAR-979, 980) Formação - Cabeças
Idade - Mesodevoniano (Eogivetiano)
37 - Fazenda Barreiras Fósseis - Icnofóssil; Bióglifos (DGM 543-LE); Trilo-
Localidade 1 - Estrada Elesbão Veloso-Valença do bita: (?) Metacryphaeus sp.
Piauí, Valença do Piauí, PI. Referência: Melo, 1985: 85a; Caldas et al., 1987;
Formação - Longá (Parte inferior) Catálogo de Fósseis (LE)-SP/ DGM/DNPM
Idade - Neodevoniano (Fameniano)
Fósseis - Braquiópodos: Lingula, Orbiculoidea; 40 - Estrada Picos-Oeiras
“Schuchertella” sp. (DGM 6201-I a 6204-I); Biválvios: Localidade 1 - km 3 e 4 da estrada, Picos, PI
Solemya (Janeia) (?) sp. (DGM 6205-I); (?) Modio- (07°05’S-41°40’W)
morphidae (DGM 6206-I a 6210-I); Trilobita: Me- Formação - Pimenteira (parte média)
tacryphaeus sp. (DGM 5566-I); Ostracode: Kloede- Idade - Devoniano
nia, Primitia; Incertae sedis: Tentaculites; restos de Fósseis - Vegetais: Palaeostigma sewardi (DGM
peixes 1139-Pb); Braquiópodos indet.
Referência - Kegel, 1953:39; Carvalho & Melo, Referência - Krausel & Dolianiti, 1957: 7-10
1984: 43; Melo, 1985: 41a, 44a, 66a, 71a, 103-104a,
376a, 378a, est. 6, Fig. 1-10; est. 22 Fig. 5 a 9; est. Localidade 2 - km 5,5 estrada, Picos-Oeiras, PI
28, Fig. 10 a 21; est. 29, Fig. 1; Carvalho, 1995, est. (07°05’S-41°40’W)
6 Fig. 1-2 Formação - Cabeças (Membro Passagem)
Idade - Mesodevoniano
Localidade 2 - Rodovia Valença do Piauí-Teresi- Fósseis - Icnofóssil: Gyrophyllites (DGM 6163,
na, aproximadamente 46km de Valença do Piauí, 6164-I); Plantas indet., Braquiópodos: Tropidolep-
PI. tus cf. carinatus (DGM 6138, 6139-I), Chonetacea
Formação - Longá indet. (DGM 6139 a 6142-I), “Spirifer” pedroanus
Idade - Mesodevoniano (DGM 6141, 6146 a 6150-I), Derbyina; Pustulatia (?)
Fósseis - Icnofósseis: bióglifos (DGM 458-LE); ras- sp. (DGM 6143 a 6145-I); Biválvios: Nuculites sp.
tos de vermes (?)Crossopodia estrellada (DGM (DGM 6138-I, 6156 a 6160-I), Palaeoneilo, Gramm-

– 158 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

ysiidae indet. (DGM 6161, 6162-I); Gastrópodos: sp., Paleoneilo sp., Braquiópodos indet. (DGM
Bucanella sp. (DGM 6154-6155-I); Trilobitas: Me- 6183 a 6186, 6188-I) biválvios indet. (DGM
tacryphaeus sp. (DGM 6151-6153-I); crinóides, eu- 6193-I); Gastrópodos: Bucanella derbyi (DGM
ripterídeos 6187, 6197e 6198-I); Incertae sedis: Tentaculites
Referência - Kegel, 1953: 28-29; Melo, 1985: 85a, sp. (MN 5580-I; DGM 6189-I); Ostracodes: Bair-
141a, 186a, est. 4, Fig. 1 a 6, est. 7 Fig. 14, 15, 18, dia e Kloedenia; Trilobitas: Metacryphaeus sp.
est. 8, Fig. 3, est. 10, Fig. 16 a 19; est. 13 Fig. 10 a (DGM 5008, 5009, 5011, 5012-I; 6189-I), Burme-
16, est. 24 Fig. 26; est. 25 Fig. 1, 3; est. 27 Fig. 6, 7, isteria notica (DGM 5005 a 5007, 5013-I, 5014-I);
15 a 20, 23, 24, est. 29 Fig. 5, 6; est. 30 Fig. 1 a 3. Peixes: (?)Devoncanthus, (?)Ctenacanthus e in-
determinados (DGM 465-LE)
41 - Arredores de Picos Referências - Kegel, 1953: 25; Kegel, 1966: 17-22,
Localidade 1- Região de Picos e 9km de Picos, es- Krausel & Dolianiti, 1957: 15; Santos, 1961; Castro,
trada Picos-Recife (BR-316), entre os marcos 115 e 1968: 483-484, est. 1, Fig. 1. 2-5, est. 2, Fig. 2, 6-8,
116, PI est. 3, Fig. 3-5; Campanha & Mabesoone, 1974;
Formação - Itaim Melo, 1985: 39a, 66a, 133a, 136a, 283-284a, 305a,
Idade - Eodevoniano 307a, 365a, est. 1, Fig. 13, est. 3, Fig. 7, est. 7, Fig.
Fósseis - Icnofóssil: Rasto de (?)Homalonotus 9-11, est. 17 Fig. 13; est. 21, Fig. 3-7, est. 26, Fig. 7,
(DGM 5424-I) Braquiópodos: Orbiculoidea e (?) 9 a 12, est. 27, figs. 1, 2, 6, 7, 21, 25, est. 28, Fig. 7;
Burmeisteria notica (DGM 5424-I) est. 30, Fig. 4-5; Campos, 1985: 22, 58; Melo,
Referência - Kegel, 1953: 21; Kegel, 1961, Fig. 2-3; 1985: 287a, est. 17, Fig. 14 a 20, 27; est. 24, Fig.
Campos, 1985: 48; Melo, 1985: 66a 21; Lima Filho & Caldas, 1987; Carvalho, 1995, est.
1 Fig. 2-5; Catálogo de Fósseis (LE) -
Localidade 2 - Leste de Picos- Rodovia Pi- SP/DGM/DNPM
cos-Fortaleza (BR-020), antigo km 113, PI
Formação - Pimenteira Basal Formação - Cabeças, Membro Passagem
Idade - Devoniano Idade - Mesodevoniano (Eogivetiano)
Fósseis - Biválvio: Nuculites sp. (DGM 6212-I); Gas- Fósseis - Braquiópodos: Pustulatia (?) sp., Pleuro-
trópodos: Hyolithes sp., Bucanella sp.; Trilobita: chonetes, Spirifer (?) (DGM 6194-I), Tropidoleptus
Metacryphaeus (?) sp.; Ostracode: Bairdia sp.; carinatus, Derbyina (?) sp.; Biválvios: Palaeo- neilo
Incertae sedis: Tentaculites sp. (DGM 6211-I); Pei- sp. A (MPEG 1368, 1369, 1372, 1375, 1384, 1386,
xe: (?)Machaeracanthus 1401, 1402-I), Palaeoneilo sp. B, Nuculites aff. N.
Referência - Kegel, 1953: 24; Santos, 1961; Melo, oblongatus (DGM 6138-I, 6156-I, 6157-I, 6160-I;
1985: 375a, 378a, est. 25, Fig. 16, est. 26, Fig. 5, est. MPEG 1320, 1353, 1390-I), Nuculites. cf. N. trique-
27, Fig. 14 ter (MPEG 1309, 1321, 1356, 1359, 1362, 1366,
1375, 1389 1391, 1403-I) (?)Nuculoidea bellistriata
Localidade 3 - Cidade de Picos e morro perto do parvula, Sanguinolites karsteni, Spathella pimenta-
cemitério; Morro do Ipoeiro, atrás do cemitério de na (MPEG 1360, 1370, 1388, 1393, 1399, 1400-I),
Picos e Morro Petrópolis, PI Sphenotomorpha cf. bondenbederi, (?)Grammysi-
Formação - Pimenteira (parte média) oidea lundi (MPEG 1333, 1335, 1337, 1341, 1351,
Idade - Devoniano 1352, 1355 a 1358, 1361, 1370, 1373, 1376, 1377,
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas; Tasmana- ceas 1379, 1380, 1382, 1383, 1387, 1389, 1394, 1397 a
e Spongiophyton sp. (296 a 298, 301, 302 MP; 1399-I); Gastrópodos: Bucanella derbyi, Platyosto-
DGM 1144-Pb); Vegetais: Protolepidodendron ma baini, Cefalópode: (?)Michelinoceras bokkevel-
kegeli (DGM 1137 e 1138-Pb), Archaeosigillaria densis; Incertae sedis: Tentaculites sp.; Trilobita:
picosensis (DGM 1136-Pb), ramo de Archaeosi- Metacryphaeus sp.(DGM 6194-I)
gillaria (303 MP) Palaeostigma sewardi (299 e 300 Referência - Kegel, 1953:29; Melo, 1985: 83a, 141a,
MP); Icnofóssil: rastos de Neoskolithos picosen- 186a, 189a, 247a, 262a, 264a, 286a, 288a, 365a,
sis (DGM 4923-I); Cruziana sp. (DGM 6199, est. 3, Fig. 15-17, est. 10, Fig. 16, 17; est. 13 Fig. 17,
6200-I); Celenterado: Mesoconularia africana, est. 14 Fig. 14 a 17; Est. 15, Fig. 22; est. 17 Fig. 25,
Ctenoconularia cf. C. “undulata” (DGM 6196-I); 26; est. 25 Fig. 2, est. 26, Fig. 2-4, 13-14; est. 27, Fig.
Braquiópodos: “Chonetes” freitasi (DGM 6190-I a 11 a 13, 26; est. 28, Fig. 1-6, 8, est. 29, Fig. 2-3; Fon-
6192-I), (?) Lingula, Orbiculoidea sp., Mutationel- seca & Melo, 1987:507, Fig. 1; Fonseca, 1994:251;
linae indet. (DGM 6195-I); Biválvios: Nuculites Machado, 1995

– 159 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

42 - Barreiro Branco Referência - Fonseca & Melo, 1987: 509-510, Fig. 1;


Localidade - Estrada Picos-São José do Piauí, cer- Melo, 1988: 697
ca de 15km N de Picos, PI
Formação - Cabeças (parte basal) 46 - Brejo de Santo Inácio
Idade - Devoniano Localidade - Atualmente Santo Inácio do Piauí,
Fósseis - Braquiópodos: Conetáceos (MPEG 1275, 75km S de Oeiras e 55km N de Simplício Men-
1281, 1289, 1290-I), Biválvios: Grammysioidea lun- des, PI
di (MPEG 1348, 1350, 1364, 1367, 1385-I); Trilobi- Formação - Pimenteira (lato sensu)
tas: Metacryphaeus sp. Idade - Devoniano
Referência - Carvalho, 1995, est. 5-6 Fósseis - Icnofósseis: Zoophycos [= Spiro- phyton]
(DGM 4944-I); biválvios indet.
43 - Estrada Picos-Jaicós (BR-407) Referência: Kegel, 1966: 27-28; Melo, 1988:
Localidade 1 - 25km E Picos, PI (07°15’S-41°15’W) 697
Formação - Pimenteira
Idade - Devoniano Folha Tocantins NE - SC. 22-X (08 00’ e
Fósseis - Biválvios 10 00’S- 48 00’ e 51 00’W)
Referência - Projeto Localidades Fossilíferas-
SP/DGM/DNPM 47 - Tupiratins (antiga Panela de Ferro)
Localidade 1 - Rio Tocantins e 12km N de Tupira-
Localidade 2 - Km 3, Picos, PI tins,TO - (08°17’S-48°08’W)
Formação - Pimenteira Formação - Pimenteira (lato sensu)
Fósseis - Bióglifos (DGM 548-LE) Idade - Devoniano
Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/ Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas,
DNPM esporos, cutículas vegetais, traqueídeos Celente-
rado: Conularia; Braquiópodos: Lingula, Spirifera-
Localidade 3 - 11km rio Guaribas, Picos, PI cea indet.; Chonetacea indet.; Trilobita indet.; Bivál-
Formação - Cabeças vios indet.; Incertae sedis: Tentaculites.
Idade - Devoniano (Givetiano) Referência: Barbosa et al., 1966:16; Lima & Leite,
Fósseis - Braquiópodos: Tropidoleptus; Trilobita 1978, v.7, v. 16 (FAQ-970, FF-129) Melo, 1985: 41a,
indet. 43a, 143-144a, 240a; Melo, 1988: 698
Referência - Caster, 1948: 271; Melo, 1985: 84a;
Fonseca & Melo, 1987:507, Projeto Localidades Localidade 2 - Rio Panela de Ferro, N de Tupiratins,
Fossilíferas-SP/DGM/DNPM margem esquerda do rio Tocantins, entre os rios
Água Fria e Capivara.
44- Estrada Picos-Jenipapo Formação - Pimenteira (lato sensu)
Localidade - Rio Itaim, alguns quilômetros S do en- Fósseis - Celenterado: Conularia; Braquiópodos:
troncamento Picos-Jaicós/Picós-Jenipapo, PI Spirifer, Chonetes e Lingula; Incertae sedis: Tenta-
Formação - Pimenteira ( lato sensu) culites; Biválvio indet.; Trilobita indet.
Idade - Eodevoniano Referência - Barbosa et al., 1966: 16, 78-79
Fósseis - Icnofósseis: rastos de vermes do grupo
Nereites sp. (DGM 4924 a 4927-I) 48 - Lajedo e fazenda Pé de Buriti
Referência - Kegel, 1966: 7-13, fotos 1-4; Campos Localidade - NW de Guaraí, estrada para Itaporã de
1985: 62 Goiás (antiga Santa Teresa), TO.
Formação - Pimenteira (parte basal)
45 - Rio Itaim Idade - Devoniano
Localidade - Arredores de Itainópolis, PI (07°20’- Fósseis - Vegetal: Spongiophyton; Celenterado:
41°30’W) Conularia indet.; Braquiópodos: Orbiculoidea,
Formação - Pimenteira (parte basal) Spiriferacea indet., “Australocoelia” (?); Ostraco-
Idade - Mesodevoniano (Eifeliano) de indet.
Fósseis - Vegetais: Spongiophyton; Icnofóssil: Zo- Referência: Andrade Ramos & Barbosa, 1967: 390;
ophycos; Braquiópodos: Tropidoleptus carinatus Barbosa et al., 1966: 16; Campos & Campos, 1975:
(CENPES 125-I a 151-I); Gastrópodos belerofontí- 45, mapa; Melo, 1985: 67a, 72a, 174-175a, 240a;
deo; Bivalvia indet.; Trilobita: Burmeisteria sp. Melo, 1988: 698

– 160 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Obs. Segundo Melo (1985) há um equívoco com o 52 - Leste de Miranorte


topônimo “Lajeado” que poderia ser confundido Localidade - BR-153, cerca de 20km antes da cida-
com o local homônimo no rio Tocantins. de de Miracema do Norte, TO (09°30’S-48°25’W)
Formação - Pimenteira (lato sensu)
49 - Rio Tocantins Idade - Devoniano
Localidade 1 - 5km; 8,7km; 11,5km; 12,5km; 25km e Fósseis - Vegetal: Spongiophyton
55km N de Pedro Afonso, TO (08°52’S- 48°09’W e Referência - Barbosa et al. 1966: 15; Campos &
08°17’S-48°05’W) Campos, 1975: 43-44, mapa.
Formação - Pimenteira
Idade - Neodevoniano 53 - Sudoeste de Miranorte
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários; Acritar- Localidade - 14,5km SW Miranorte, TO (09°41’S-
cas, esporos, restos e cutículas vegetais e Tas- 48°22’W)
manites Formação - Pimenteira
Referência: Lima & Leite, 1978, v. 7, v. 16 (FAR-078, Idade - Neodevoniano
FAQ-968, FF-96 e FF-97), (FAQ-969, FAR-079, Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas e
FF-98, FF-111); (FF-108, 123, AV- 092, FAR- 077, esporos
080) Referência - Lima & Leite, 1978, v.7, v. 16 (FAA-488,
FF-87)
50 - Tocantins
Localidade - S de Pedro Afonso, TO (09°02’S- 54 - Rio Providência
48°11’W) Localidade 1 - Margem esquerda do rio Providên-
Formação - Pimenteira cia:, 800 m e 3,1km E da BR-153 (09°30’S-48°35’W
Idade - Devoniano e 09°29’S-48°33’W); 12,3km E Miranorte, TO
Fósseis - restos de plantas (09°31’S-48°29’W); 3,1km NW de Miracema do Nor-
Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FA-328, te, TO (09°32’S0-48°24’W)
FAU-024) Formação - Pimenteira
Idade - Devoniano
51 - Norte de Miranorte Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, esporos,
Localidade 1 - 12km e 47km N da cidade, estrada cutículas vegetais e restos vegetais; Icnofóssil:
BR-153, TO (09°28’S-48°30’W e 09°10’S- marcas de vermes
48°32’W) Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FA-299,
Formação - Pimenteira (lato sensu) FA-300, FAU-071, FAU-072) e (FA-302),
Idade - Mesodevoniano (FA-305)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozários, acritarca, es-
poros, microsporos, cutículas vegetais, talófitas in- Localidade 2 - 7, 6km e 43,4km N do cruzamento da
det., tasmanáceas, Tasmanites; escolecodonte; BR-153 com o rio Providência (09°09’ - 48°32’ e
Icnofósseis: marcas de vermes; Braquiópodo: Dis- 09o27’S-48o35’W)
cinidae Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas,
Referência: Campos & Campos, 1975: 43, mapa; esporos, cutículas vegetais, traqueídeos
Lima & Leite 1978, v.16 ( FA-319, FAU- 069); Sunda- Referência - Lima & Leite, 1978, v. 16 (FA-317a,
ram & Cunha, 1982 320, FAU-073, 084)

Localidade 2 - km 814 e 817 Rod. Belém-Brasília 55 - Sul de Miranorte


(BR-153), próximo a Miranorte, TO Localidade - Rod. Belém-Brasília, (BR-153), 3km e
Formação - Pimenteira (lato sensu) 9,1 km (Fazenda Vera Cruz), 10,5km e 15km S de
Idade - Mesodevoniano Miranorte, TO (09°35’S - 48°30’W; 09°36’S-48°32’W
Fósseis - Icnofósseis: Asteriacites isp., Bifungites e 09°36’S-48°37’W)
sp. (MN 5448-I e 5447-I), Cruziana isp., Guilielmites Formação - Pimenteira (lato sensu)
sp., (?) Neonereites isp., Palaeophycus isp., Ru- Idade - Devoniano
sophycus isp, (?) tubos de vermes e prováveis co- Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, esporos,
prólitos; Incertae sedis: Tentaculites cutículas vegetais e restos vegetais; Icnofósseis:
Referência - Assis & Fernandes, 1980, Fig. 1-2, Fer- tubos de vermes, marcas de vermes (DGM
reira & Fernandes, 1983. 461-LE);

– 161 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Referência - Campos & Campos, 1975:44, mapa; Localidade 2 - 28km SW de Miracema do Tocantins
Lima & Leite, 1978, v.7, v. 16 (FAA-484, FA-294, (09°40’S-48°28’W), Estrada Miracema do Tocan-
FF-09), Catálogo de Fósseis (LE) SP/ DGM/DNPM tins-Cercadinho, 8,6Km de Miracema do Tocantins
(09°36’S-48°27’W) e Miracema do Tocan-
56 - Tocantínia tins-Córrego Landi, SW da cidade, TO (09°37’S-
Localidade 1 - Margem direita do rio Tocantins 48°25’W)
(09°35’S-48°23’W) e Xerentes, reserva indígena, 30 Fósseis - Icnofósseis: rastos e tubos de vermes,
km da margem direita do rio Tocantins, Tocantínia, restos vegetais
TO (09°30’S-48°25’W Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FA-306,
Formação - Pimenteira (lato sensu) FA-333, FA-334, FA-339)
Idade - Mesodevoniano (Eifeliano-Givetiano)
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários; Algas: 57a - Riacho Tabacas
Spongiophyton; Icnofóssil: Asteriacites (MN Localidade - Margem esquerda do rio Tocantins,
5339-I); Braquiópodos: Orbiculoidea, Equinoder- entre Porto Nacional e Miracema do Tocantins, TO
ma: Crinóide (DGM 4417-I); Incertae sedis: Tenta- Formação – Pimenteira (?)
culites Idade - Devoniano
Referência - Andrade Ramos, 1957; Sommer & Van Fósseis - Braquiópodo e Trilobita indet. (DGM
Boekel, 1964; Barbosa et al., 1966:16; Andrade Ra- 6215-I)
mos & Barbosa, 1967: 390; Costa, 1971: Referência - Melo, 1985, est. 25 Fig. 33; Melo, 1988:
217,220,256; Campos & Campos, 1975: 44, mapa; 698
Brito, 1977; Quadros, 1982: 40-41, 44; Melo, 1985: Obs. Não foi possível plotar no mapa por falta de in-
66-67a, 72a, Melo, 1988: 698. formações sobre a localidade

Localidade 2 - 9,5km E de Tocantínia, estrada car- Folha Tocantins SE - SC.22-Z (10 00’ e 12 00’S-
roçável para Novo Acordo; 45,2km E de Tocantínia, 48 00’ e 51 00’W)
Fazenda Ponta da Serra, TO (09°42’S-48°02’W e
09°43’S-48°02’W) 58 - Rio dos Mangues
Fósseis - Icnofósseis: marcas e tubos de ver- Localidade - 80m acima da foz, afluente da mar-
mes. gem esquerda do rio Tocantins, TO (10°20’S-
Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FF-63, FF-65) 48°25’W)
Formação - Pimenteira (lato sensu)
Localidade 3 - 50km NE de Tocantínia, TO (09°23’S Idade - Devoniano
-48°01’W) Fósseis - Braquiópodos: (?) Orbiculoidea, Spirifera-
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários, acritarcas, cea indet., Derbyina
esporos e cutículas vegetais. Referência - Barbosa et al., 1966: 16; Andrade Ra-
Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FFA-485, mos & Barbosa, 1967: 390; Campos & Campos,
FF-30); Sundaran & Cunha, 1982 1975:45, mapa; Melo, 1985: 66a, 72a, 239a, 262a,
Melo, 1988: 698.
Localidade 4 - Margem do rio Tocantins, 1,2km N
de Tocantínia, TO (09°33’S-48°22’W) Folha Rio São Francisco NO - SC.23-V (08 00’ e
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e esporos 10 00’S-45 00’ e 48 00’W)
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 7, v. 16
(FAA-487, FF-42) 59 - Manoel Alves Pequeno
Localidade - Poucos quilômetros a montante da
57- Miracema do Tocantins barra do rio Manoel Alves Pequeno, TO
Localidade 1 - Rio Tocantins, montante de Mirace- Formação - Longá
ma do Tocantins (ex-Miracema do Norte),TO Idade - Devoniano
(09°35-48°25’) Fósseis - Braquiópodos: Spirifer
Formação - Pimenteira Referência - Barbosa et al., 1966: 17.
Idade - Devoniano
Fósseis - Oólitos de algas 60 - Furo de Sondagem 1TM-1MA (PETROBRAS)
Referência - Andrade Ramos & Barbosa, 1967: 390; Localidade - Rio Tem Medo, MA (08°42’S-
Campos & Campos, 1975:45, mapa. 46°54’W)

– 162 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Formações - Itaim, Pimenteira, Cabeças e Longá


Idade - Mesodevoniano a Neodevoniano (Emsiano Localidade 3 - Rodovia São Raimundo Nona-
- Struniano) to-Canto do Buriti, aproximadamente 41km de Can-
Fósseis - Palinomorfos: Quitinozoários e acritar- to do Buriti, PI
cas Formação - Longá
Referência - Quadros, 1982: 41, 44 a 51, est. 2, Fig. Idade - Devoniano
5, est. 3, Fig. 12, est. 4, Fig. 15, 16, 17, est. 5, Fig. 21, Fósseis - Icnofósseis: rastros de vermes (DGM 460-LE)
23, 24, est. 6, Fig. 27, 29, 30, est. 7, Fig. 32, 35 a 37; e marcas de repouso Asteriacites (DGM 463-LE).
Brito & Quadros, 1985; Cruz & Quadros, 1985 Referência - Catálogo de fósseis (LE) - SP/DGM/
DNPM
61- Furo de Sondagem 1FM -1MA (PETROBRAS)
Localidade - Fazenda do Meio, Tasso Fragoso, MA 65 - São João do Piauí
(08°15’S-46°05’W) Localidade 1 - 70km de São Raimundo Nonato,
Formação - Itaim, Pimenteira e Cabeças estrada Simplício Mendes-São Raimundo Nona-
Idade - Devoniano (Emsiano-Fameniano) to, PI
Fósseis.- Palinomorfos: Acritarcas Formação - Pimenteira
Referência - Quadros, 1982: 45, est. 4, Fig. 17 Idade - Devoniano
Fósseis - Icnofósseis: rastros de metazoários Nereites
62 - Furo de Sondagem 1UN-27-PI - 05 (CPRM) e (?)impressão de Metacryphaeus (DGM 464-LE)
Localidade - Pilões, TO (09°29’S-47°14’W) Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/
Formação - Longá DNPM; Melo, 1988: 697
Idade - Devoniano (Struniano).
Fósseis - Palinomorfos: esporos e cutículas vegetais Localidade 2 - Caverna Gameleira, São João do Pi-
Referência - Cruz et al., 1973b (FAG-796); Leite et auí (08°21’S-42°15’W)
al., 1975, v.3 Formação - Longá
Idade - Devoniano a Carbonífero
Folha Rio São Francisco NE - SC.23-X (08 00’ e Fósseis - Icnofósseis: (?) pegadas
10 00’S-42 00’ e 45 00’W) Referência - Leonardi, 1994: 46.

63- Furo de Sondagem UR-01-PI (CPRM) 66 - Fazenda Mandacaru


Localidade - Fazenda Boa Sorte, Uruçuí, MA Localidade - Olho d’Água da Serra Vermelha, 5km
(08o10’S-44o27’W) da Fazenda Mandacaru, Anísio de Abreu, PI
Formação - Longá (09°04’S-43°08’W)
Idade - Devoniano Formação - Pimenteira
Fósseis -Palinomorfos: Tasmanites Idade - Devoniano
Referencia - Cruz et al., 1973a Fósseis - Palinomorfos: Esporos, cutículas vegetais
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 15 (FAR-072,
64 - Canto do Buriti EL-73A)
Localidade 1 - Rodovia Floriano-São Raimundo No-
nato, PI Folha Rio São Francisco SO – SC. 23-Y (10 00’
Formação - Cabeças e 12 00’S - 45 00’ e 48 00’W)
Idade - Mesodevoniano (Eogivetiano)
Fósseis - Icnofóssil: Rusophycus sp. (DGM 4946-I); 67 - Novo Acordo
Crinóides Localidade 1 - Margens do rio do Sono, TO
Referência - Kegel, 1965: 6, Fig. 1-2; Muniz, 1981: Formação Pimenteira
262, Campos, 1985: 82-83 Idade - Devoniano
Localidade 2 - Rodovia Canto do Buriti-Floriano, Fósseis - Vegetal: Spongiophyton; Icnofósseis: tu-
14km de Canto do Buriti, PI bos de metazoários
Formação - Longá Referência - Portela et al. , 1976, v. 1a, p. 222.
Idade - Devoniano
Fósseis - Icnofósseis (DGM 467-LE) Localidade 2 - Rio das Balsas, margem direita do
Referência - Catálogo de Fósseis (LE) - SP/DGM/ rio das Balsas, aproximadamente 2,5km a jusante
DNPM da barra do ribeirão Gameleira, TO

– 163 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EAN
O
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’

03 04
01 06 TIANGUÁ
4º00’ 07 08 4º00’
02 05 29
13
12 PEDRO II
14 15
TERESINA
30
11 31
SÃO DOMINGOS 32
GRAJAÚ DO MARANHÃO
35 6º00
6º00’
TOCANTINÓPOLIS 36 34 PIMENTEIRAS
22 33
09 VALENÇA
38
37 DO PIAUÍ
23
39 42
24 40 PICOS
10 CAROLINA 25
26 41
16 27 44 43
17 45
18 46
8º00’ 19 28 8º00
20 21 64
47 59 63 65
61 OCORRÊNCIAS DE
49 60
48 66
PEDRO BOM JESUS FÓSSEIS NO DEVONIANO
AFONSO ALTO BACIA DO PARNAÍBA
51 50 PARNAÍBA
52 0 50 100 150 200 250km
56
53 57
10º00’ 55 54 62 Fm Longá
58 Fm Cabeças/Longá
67
Fm Cabeças
Fm Pimenteira/Cabeças
Fm Pimenteira
Fm Itaim/Pimenteira/Cabeças
48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’ Fm Itaim/Pimenteira/Cabeças/
Longá
Furos de Sondagem

Figura 18.3 – Ocorrências de Fósseis no Devoniano.

– 164 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Tabela 18.2 – Ocorrências de Fósseis no Devoniano.


FÓSSEIS FORMAÇÕES
ITAIM PIMENTEIRA CABEÇAS LONGÁ
Quitinozoários (11,21,) Quitinozoários (1,2,3,8,11,18,21,30,32,47,49,51,53 a 56,60) Quitinozoários (1, 2, 4, 12,18, 20, 21, 60) Quitinozoários (6,18,19,35,36,38)
Acritarcas (1, 2, 3, 11, 21, 60, 61) Acritarcas (1,2,3,10,11,21,41,47,49,51,53,54,56,60,61) Acritarcas (1, 2, 3, 11, 12, 21, 60, 61) Acritarcas (1,2,3,6,11,13,19,21,60)
Acritarcas (1,2,3,11,12,21,60, 61) Esporos (1,8,10,11,30,32,34,47,49,51,53 a 56, 66) Esporos (1, 4, 12, 18) Esporos (1,5,6,11,18,19,35,36,38,62)
Esporos (1) Pólen (32) Pólen (5)
Traqueídeos ( 10, 47, 54) Traqueídeos (38)
PALINOMORFOS
Tasmanaceas (16, 32, 41, 49, 51) Tasmanaceas (13, 19, 38, 63)
Spongiophyton (32,41, 45, 48, 52, 56, 67) Cutículas (5,6,13,19,38,62)
Protosalvinia (2)
Cutículas (10 ,32 ,34, 47, 49, 51, 54 a 61, 66)
Escolecodontes (32,51)

PSILÓFITAS Psilofitales ( 33) Palaeostigma sewardi (40, 41)

Protolepidodendron kegeli (41) Plantas indeterminadas (40)


LICOPODIALES Archaeosigilaria picosensis (41)
Restos vegetais ( 16, 49, 50, 54, 55, 57)

Rastos (?) Homalonotus (41) Asteriacites (51, 56) Cibichna (17) Asteracites sp. (23, 25,26, 64)
Bifungites (51) Gyrophyllites (40) Asteriacites stelliformes (28)
Cruziana sp. (41,51) Rusophycus sp. (64) Bifungites cruciformis (15)
“Guilielmites” sp. (51) Zoophycos ( 21) Cruziana aff. C. lobosa (28)
Merostomichnites piauiensis (32) Bióglifos (39) Crossocorda maranhensis (3)
Nereites sp. (44) Crossopoda estrellada (22, 37)
Neonereites sp. (51) Conichnus conicus (37)
Neoskolithos picosensis (41) Neonereites uniserialis (15)
Palaeophycus (51) Palaeophycus (15)
ICNOFÓSSEIS
Phycosiphon sp. (31) Rusophycus aff. pudicum (15)
Rusophycus sp. (32,51) R. ichnosp. A (15)
Zoophycos (2, 18, 21, 31, 45, 46) R. ichnosp. B (15)
Bióglifos (39, 43 ) R. ichnosp. C (15)
Marcas de vermes (51, 54 a 57) R. piauiensis (15)
Rastos e tubos de Metazoários; Impressões Trilobita (65, 67) Sublorenzina pauciradiata (15)
Bióglifos (37)
Rastos indet. (7,15, 24, 27, 64)
? Pegadas (65)

Ctenoconularia cf. C. undulata ( 16, 41)


CELENTERADOS Conularia sp. (32, 47, 48)
Mesoconularia africana (33, 41)

Orbiculoidea (41) Braquiópodos indet. (40, 41, 47, 57 a 67) Braquiópodos indet. (33) Chonetes (14)
“Pholidops” ( 33) “Australocoelia” ( 9, 48) Chonetaceae (33, 40, 42) Lingula (37)
Amphigenia sp. (16) Pleurochonetes (34, 41) Orbiculoidea (14, 37)
Chonetaceae (9, 16,47) Derbyina (29, 33, 40, 41) Spirifer (59)
BRAQUIÓPODOS Chonetes sp. ( 41,47,49) Spiriferaceae (33) “Schuchertella” (37)
“Cranaena” sp. ( 33) Spirifer ( 40, 41)
Derbyina smithi (16, 32, 33, 58) Pustulatia (33, 40, 41)
Eodevonaria sp. (16) Tropidoleptus carinatus (34, 40, 43)
Lingula sp. (16, 41, 47) Terebratulida indet. (29)

– 165 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

FORMAÇÕES
FÓSSEIS ITAIM PIMENTEIRA CABEÇAS LONGÁ
Mutationellinae (33, 41)
Orbiculoidea (32, 33, 41, 48, 56, 58)
Spiriferaceae (9, 16, 47,48,58)
BRAQUIÓPODOS
Spirifer (47)
Tropidoleptus carinatus (45)
Discinidae (51)

Nuculites (33) Nuculites ( 32, 41) Nuculites (40) Modiomorphidae (37)


Palaoneilo (41) Nuculites aff. N. oblongatus (41) Solemya (Janeia) (37)
Pterinopecten sp. (16) Nuculites cf. N. triqueter (41)
Biválvios indet. (41, 43, 45, 46, 47) Palaeoneilo sp. A (40, 41)
Palaeoneilo sp. B (41)
BIVÁLVIOS Grammysiidae (33, 40)
Grammysioidea lundi (41,42)
Spathella pimentana (41)
Sanguinolites karsteni (41)
Sphenotomorpha cf. bondenbederi (41)
Nuculoidea bellistriata parvula (41)

Bucanella derbyi (41) Bucanella (40, 41)


GASTRÓPODOS Hyolithes (41)
Belerofontideo (45)

CEFALÓPODOS (?) Platyostoma baini (41)


(?) Michelinoceras bokkeveldensis (41)

Burmeisteria notica (41) Burmeisteria notica (33, 41) Metacryphaeus sp. (33, 34, 39,40, 41, 42, ) Metacryphaeus sp. (37)
TRILOBITAS Metacryphaeus sp. (33, 41) Trilobita indet. (43)
Fragmentos indet. (16, 47, 57 a 58)

QUELICERADOS Euripterídeos (33) Euripterídeos (40)

Kloedenia (33, 41) Kloedenia (37)


Bairdia (16, 41) Primitia (37)
OSTRACODES Bythocypris (16)
Primitia (16)
Ostracodes indet. (48)

EQUINODERMAS Crinoides indet. ( 16, 56) Crinoides indet. (33, 40, 64)

Tentaculites eldredgianus (16) Tentaculites sp. (33, 41) Tentaculites sp. (37)
INCERTAE SEDIS Tentaculites stubeli (16, 41, 56)
Tentaculites sp. (16, 32, 41, 47, 51, 56)

Ctenacanthus sp (41) Fragmentos indet. (29) Fragmentos indet (37)


(?) Machaeracanthus sp. (41)
PEIXES
(?) “Devoncanthus” sp. (41)
Fragmentos indet. ( 16, 41)

– 166 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Fósseis - Braquiópodos: moldes e contra-moldes Idade - Carbonífero - (Viseano)


Referência - Portela et al., 1976, v. 1a, p. 222. Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
vegetais e traqueídeos
Carbonífero Referência - Cruz et al., 1973b; Leite et al., 1975
(FAG-854, 857)
Folha São Luís SO - SA. 23-Y (02 00’ e 04 00’S
- 45 00’ e 48 00’W)
Folha Araguaia NE - SB.22-X (04 00’ e 06 00’S-
1 - Furo de Sondagem - 2 PM-1-MA (PETROBRAS) 48 00’ e 51 00’W)

Localidade - Pindaré-Mirim, Monção, MA 6 - Marabá


(03°38’S-45°24’W) Localidade - Marabá, PA
Formação - Poti Formação - Piauí
Idade - Carbonífero - (Viseano) Idade - Pensilvaniano Inferior/Médio)
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas e Esporos Fósseis - Raros foraminíferos arenáceos; braquió-
Referência - Daemon, 1974: 565 a 567, 569, est. 7, podos productídeos silicificados; raros ostracodes;
Fig. 4, est. 8, Fig. 5 e 6; Quadros, 1982: 45, 47 a 51, raras espículas de esponjas; abundantes fragmen-
Fig. 8 tos de placas, de ossos e dentes de peixes e raros
otólitos
Folha São Luís SE - SA. 23-Z (02 00’ e 04 00’S- Referência - Campanha & Rocha Campos, 1979:
42 00’ e 48 00’W) 59, 60, 62, 63

2 - Furo de Sondagem 2VG -1MA (PETROBRAS) 7 - Bacurizinho


Localidade - Vargem Grande, MA (03°32’S- 43°53’W) Localidade - Baixo rio Araguaia (Buritizinho), 20km
Formação - Poti da foz do rio Araguaia, próximo à ilha e ao rápido
Idade - Carbonífero (Viseano) Arrumazal, São João do Araguaia, PA - (05°42’S-
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas 48°10’W)
Referência - Quadros, 1982: 45, est. 4, Fig. 16 Formação - Piauí
Idade - Pensilvaniano
3 - Matias Olímpio Fósseis - Braquiópodos: ?Derbyina; Gastrópodos:
Localidade - 12,5km de Matias Olímpio estrada Bellerophon, Goniasma; Biválvios: Leiopteria,
para Repartição, PI (03°40’S-42°39’W) (?)Bakewellia; moluscos semelhantes a fauna de
Formação - Poti Mocambo (loc.24)
Idade - Carbonífero (Viseano) Referência: Kegel, 1952; Barbosa & Gomes, 1957:
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas 11, (afloramento 138), mapa; Andrade Ramos,
vegetais, traqueídeos e fibras de fusito 1967: 380
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 16 (FAS-338,
AO-131) 8 - Araguatins
Localidade - Rio Araguaia, 24km acima da cidade
4 - Furo de Sondagem - 1-UN-25-PI (CPRM) de Araguatins (antiga São Vicente do Araguaia), TO
Localidade - Barro Branco, MA (03°48’S- (05°67’S-48°17’W)
42°56’W) Formação - Piauí
Formação - Poti/Piauí Idade - Pensilvaniano
Idade - Carbonífero - (Viseano/Westhfaliano) Fósseis - Braquiópodos: Linoproductus sp.; Gas-
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutícu- trópodos: Bellerophon, Euomphalus; Biválvios: (?)
las, fibras vegetais, traqueídeos, fibras de fusi- Astartella;
to Referência - Kegel, 1952
Referência – Cruz et al., 1973b; Leite et al., 1975
(FAG-811, 813, 817) 9 - São Paulo
Localidade - Rio Araguaia, montante de São Paulo,
5 - Furo de Sondagem - 1-UN-24-PI (CPRM) entre Araguatins e Campina, TO (05°45’S-
Localidade - Buriti, MA (03°54’S-42°56’W) 48°15’W).
Formação - Poti Formação - Piauí

– 167 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Idade - Pensilvaniano Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, acritarcas,


Fósseis - Restos de plantas, biválvios, ostracodes, Tasmanáceas, cutículas vegetais, fragmentos de
restos de peixes tecido condutor de Pteridófitas fósseis
Referência - Barbosa & Gomes, 1957: 20-21 (aflora- Referência – Cruz et al., 1973b (FAB-265 a 273); Le-
mento 144-145), mapa (F) ite et al., 1975

10 - Campina 14 - Furo de Sondagem - 1 UN-06-PI (CPRM)


Localidade - Baixo rio Araguaia, PA - (05°50’S- Localidade - Coelho Neto, MA (04°15’S-
48°20’W) 43°00’W)
Formação - Piauí Formação - Poti
Idade - Pensilvaniano Idade - Mississipiano
Fósseis - moluscos semelhantes à fauna de Mo- Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
cambo (loc. 24) vegetais
Referência - Kegel, 1952, Fig. 1; Barbosa & Gomes, Referência - Cruz et al., 1973b (FAB-499 a 502, 504,
1957: 11 (afloramento 148), mapa 513, 516, 518); Leite et al., 1975

11 - Cinzeiro
Localidade - Margem esquerda do rio Araguaia, PA 15 - Barras
(05°55’S-48°20’W) Localidade - 8km de Barras, estrada para N. S. dos
Formação - Piauí Remédios, PI (04°10’S-42°19’W)
Idade - Pensilvaniano Formação - Poti
Fósseis - Palinomorfos: Megásporos: Tocantinos- Idade - Carbonífero (Viseano)
porites paraensis e Tocantinosporites. araguaien- Fósseis - Palinomorfos: Esporos, cutículas vegeta-
sis; Vegetal: (?)Ursodendron brasiliensis (DGM is, traqueídeos
1178 a 1185, 1187-Pb), plantas fragmentadas; Pei- Referência - Lima & Leite, 1978, v. 15 (FAS-236,
xes: escamas de paleoniscídeos, fragmentos de CG-241)
ossos indeterminados
Referência - Kegel, 1952: 5; Barbosa & Gomes, 16 - Furo de Sondagem - 1 UN-03-PI (CPRM)
1957:12, 21 (afloramento 149) mapa (E), Dolianiti, Localidade - Novo Nilo, União, PI (04°27’S-
1962; Trindade, 1967; Iannuzzi, 1994: 117-128, est. 42°49’W)
5, Fig. 5, 7, 8, 9 Formação - Poti e Piauí
Idade - Carbonífero - (Viseano/Westhfaliano)
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos (megáspo-
Folha Teresina NO - SB.23-V (04 00’ e 06 00’S - ros) e cutículas vegetais,
45 00’ e 48 00’W) Referência - Cruz et al., 1973b (FAB 346 a 354); Lei-
te et al., 1975
12 - Furo de Sondagem - 2 IZ-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Imperatriz, MA (05°31’S - 47°29’W) 17 - Furo de Sondagem - 1 UN-33-PI (CPRM)
Formação - Poti Localidade - Riacho Corrente, Coelho Neto, MA
Idade - Carbonífero (Viseano) (04°28’S-42°58’W)
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas, esporos (MN Formações – Poti e Piauí
5233-I) Idade - Mississipiano/Pensilvaniano
Referência: Daemon, 1974: 570 - 573, est. 7, Fig. 9, Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
est. 8, Fig. 1, 8; Quadros, 1982: 47-51, Fig. 7. vegetais, fragmentos tecido condutor de pteridófi-
tas fósseis, traqueídeos, fibras de fusito
Referência - Leite et al., 1975 (FAH-564, 566, 568,
Folha Teresina NE - SB.23-X (04 00’ e 06 00’S- 570, 576, 578)
42 00’ e 45 00’W)
18 - Furo de Sondagem - 1 UN-07-PI (CPRM)
13 - Furo de Sondagem - 1 UN-04-PI (CPRM) Localidade - Fazenda Garrote, Coelho Neto, MA
Localidade - Miguel Alves, PI (04°09’S-42°56’W) (04°23’S-43°23’W)
Formação - Poti Formação – Poti e Piauí
Idade- Mississipiano Idade- Carbonífero - (Viseano e Westhfaliano)

– 168 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas Referência - Cruz et al., 1973b (FAB-257, 258 a
vegetais, fibras de fusito 263): Leite et al., 1975
Referência - Cruz et al., 1973b (FAC 562, 564, 569,
572, 578-580, 582, 585, 587); Leite et al., 1975 24 - Fazenda Mocambo
Localidade - Pedreira, 10km ao S de José de Frei-
19 - Furo de Sondagem - 1 UN-13-PI (CPRM) tas, 50km N de Teresina, PI (04°50’S - 42°35’W)
Localidade - Riacho do Tatu, União, PI (04°32’S- Formação - Piauí
42°49’W) Idade - Pensilvaniano
Formação - Poti Fósseis - Foraminíferos arenáceos e calcários, co-
Idade - Mississipiano nodontes, Braquiópodos: Productus, Spirifer,
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas Orthothetes; Biválvios: Astartella sp. (MN 5434-I),
vegetais e fibras de fusito Schizodus amazonicus (MN 5430-I), Aviculopec-
Referencia - Cruz et al., 1973b; Leite et al., 1975 ten trichothomus (MN 5441-I; DGM 4149 a 4169-I),
(FAC 764, 765, 767, 769, 771, 773, 777, 780, 782) Phestia bellistriata (MN 5438-I), Edmondia corpu-
lenta (MN 5439-I), Wilkingia terminalis (MN
20 - Furo de Sondagem - 1 UN-01-PI (CPRM) 5427-I), Cypricardella cf. C. subelliptica (MN
5433-I), Permophorus subcostatus (MN 5437-I),
Localidade - União, PI (04°35’S-42°52’W) Rimmyjimina brasiliensis (MN 5435-I), Sanguinoli-
Formação - Poti tes sp. (MN 5432-I), Streblopteria sp. (MN 5431-I),
Idade - Mississipiano Posidonia sp. (MN 5428-I), Leptodesma sp. (MN
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas 5429-I), (?)Septimyalina sp. (MN 5440-I), Myonia
vegetais e fibras de fusito sp., Schizodus sp., Oriocrassatella sp., Palaeonu-
Referência - Cruz et al., 1973b (FAB-315, 316, 317, cula levatiformes, Pteronites sp., Pteria duartei
325, 327, 338); Leite , 1975 (MN 5436-I), (?)Pteria sp., microbiválvios; Gastró-
podos: Bellerophon, Euphemites, Euconospira,
21 - Furo de Sondagem - 1 UN-08-PI (CPRM) Itaitubia carinata, microgastrópodos; Ostracodes;
Localidade - Duas Ladeiras, MA (04°30’S- Cefalópodos: “Orthoceras”; Trilobita: Ameura
43°05’W) plummeri (MN 5452-I, DGM 4909 a 4922-I); colu-
Formações – Poti e Piauí nas de crinóides, espinhos de equinóides, placas
Idade - Carbonífero - (Viseano/Westhfaliano) e fragmentos de equinodermas, escleritos de ho-
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos e cutículas lutúrias, raros fragmentos de escolecodontes, ra-
vegetais ros tubos de vermes, raros briozoários, raras espí-
Referência - Leite et al., 1975 (FAE 497, 501, 505, culas de esponjas, raros fragmentos ósseos de
510, 511) peixes e otólitos
Referência - Kegel, 1951; Kegel & Costa, 1951
22 - Furo de Sondagem - 1 UN-09-PI (CPRM) est.1; Campanha & Rocha Campos, 1979: Assis,
Localidade - Fazenda Brejinho, Caxias, MA 1979, 1980, Carvalho & Fonseca, 1988; Anneli et
(04°45’S-42°59’W) al., 1992; Anneli et al., 1994; Catálogo de Inverte-
Formações – Poti e Piauí brados SP/DGM/DNPM
Idade - Carbonífero - (Viseano/Westhfaliano)
Fósseis - Palinomorfos: pólens, esporos e cutículas 25 - Fazenda Contendas
vegetais Localidade - 6km rumo S-SE de José de Freitas, PI
Referência - Cruz et al., 1973b (FAC-696, 697, 701, (04°47’S-42°35’W)
702, 708, 712, 713, 715, 722, 723, 725, 727, 733); Formação - Piauí
Leite et al., 1975 Idade - Pensilvaniano Médio
Fósseis - Madeira (DGM 1437-Pb); Foraminíferos
23 - Furo de Sondagem - 1 UN-02-PI (CPRM) arenáceos e calcários; Conodontes, colunas de
Localidade - Meruoca, União, PI (04°43’S- 42°49’W) crinóides, espinhos, placas e fragmentos de equi-
Formação - Poti nodermas; fragmentos de escolecodontes, Ostra-
Idade - Mississipiano codes, microgastrópodos raros tubos de vermes,
Fosseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas raros briozoários e raras espículas de esponjas;
vegetais, fragmentos de tecido condutor de pteri- Biválvios: Aviculopecten trichothomus, Permop-
dófitas fósseis horus subcostatus, Myonia sp., Phestia bellistria-

– 169 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

ta, (?)Pteria sp.; microbiválvios; Trilobita: Ameura Fósseis - Palinomorfos: Esporos, Cutículas vegeta-
plummeri is, traqueídeos, fibras de fusito
Referência - Kegel, 1951, Kegel & Costa, 1951, Referência - Leite et al., 1975 (FAH-524)
Campanha & Rocha Campos, 1979; Anelli et al.,
1994; Catálogo de Plantas da SP/DGM/DNPM 31 - Furo de Sondagem - 1 UN-11-PI (CPRM)
Localidade - Cristiano Cruz, Caxias, MA (04°55’S-
26 - Fazenda Meruoca 43°01’W)
Localidade - José de Freitas, PI Formação - Poti
Formação - Piauí Idade - Mississipiano
Idade - Pensilvaniano Fósseis - Palinomorfos: Esporos, cutículas vegeta-
Fósseis - Foraminíferos arenáceos, Biválvios inde- is, tecido condutor de pteridófitas fósseis
terminados e fragmentos de ossos de peixes Referência - Leite et al., 1975 (FAH-489, 490)
Referência - Campanha & Rocha Campos, 1979;
Anelli et al., 1994 32 - Furo de Sondagem - 1 UN-10-PI (CPRM)
Localidade - Timon, MA (05°09’S-42°50’W)
27 - Furo de Sondagem Formação - Poti
Localidade - José de Freitas, PI (04°45’S - Idade - Mississipiano
42°35’W) Fósseis -Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
Formação - Poti vegetais, fibras de fusito, fragmento de tecido con-
Idade - Carbonífero dutor de pteridófitas fósseis
Fósseis - Palinomorfos; megásporos; Vegetal Gim- Referência - Leite et al., 1975 (FAD-742, 744,
nosperma; Biválvios: Edmondia index 746-750, 752, 754, 756, 757, 759)
Referência - Kegel, 1954; Sommer & Trindade, 1966
33 - Furo de Sondagem - 1 UN-05-PI (CPRM)
28 - Fazenda Bacuri ou São Salvador Localidade - São Domingos, União, PI (04°57’S-
Localidade - 6,6km de José de Freitas e cerca de 42°46’W)
13km na direção de Campo Maior, PI Formação - Poti
Formação - Poti Idade - Mississipiano
Idade - Mississipiano Fósseis - Palinomorfos: Esporos (megásporos) e
Fósseis - Delgada camada de carvão de estrutura cutículas vegetais
gimnospérmica comparável a Sternbergia, plantas Referência - Cruz et al., 1973b (FAB-276 a 281); Lei-
e conchas te et al., 1975
Referência - Albuquerque & Dequech, 1946:
102-103; Dequech 1950: 51-54 34 - Sondagem 125 (SGM)
Localidade - Teresina, vale do rio Poti, Barrocão, PI
29 - Campo Maior (05°05’S-42°40’W)
Localidade-38km SW de Campo Maior, PI (05°02’S Formação - Poti
-42°26’W) Idade - Mississipiano
Formação - Poti Fósseis - Icnofóssil Protaster (DGM 3635-I); Vegeta-
Idade - Mississipiano is: impressões de Calamites, Diplothmema gothani-
Fósseis - Plantas indet.; Biválvios: Edmondia index ca (DGM 669, 671 a 677, 682, 683, 1002, 1007 a
(DGM 4338-I), E. celebris, E. acclina (DGM 4389-I), 1009-Pb); Adiantites sp. (DGM 669, 1010-Pb),
E. obliquata (DGM 4390-I, 4391-I), E. dequechi (?)Cardiopteridium sp. (DGM 1004-Pb), (?)Sphe-
(DGM 4392-I, 4393-I), E. corpulenta (DGM 4394-I, nopteridium sp.(DGM 1005-Pb), Paulophyton som-
4395-I), E. sp. A (DGM 4396-I) meri (DGM 670, 672 1002, 1006, 1007, 1014 a
Referência - Plummer et al., 1948: 103; Kegel, 1017-Pb); Stamnostoma sp. (DGM 1006 Pb); Bra-
1954:4-5; Campos, 1985: 39 quiópode Lingulodiscina cf. missouriensis (DGM
3630, 3631-I), Lingula cf. carbonaria (DGM
30 - Furo de Sondagem - 1 UN-19-PI (CPRM) 3632-I), Lingula sp. (DGM 3629-I); Biválvios:
Localidade - Caxias, MA (04°54’S-43°21’W) Edmondia celebris (DGM 3627-I), bivalvia indet.
Formação - Poti (DGM 3628-I); Peixes; escamas de Paleoniscíde-
Idade - Mississipiano os (DGM 330-P)

– 170 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Referência - Oliveira, 1934 e 1935, Duarte 1936, Formação - Poti


Paiva & Miranda, 1937b: 26-28, Dolianiti, 1954; Ke- Idade - Mississipiano
gel, 1954; Rigby, 1969; Iannuzzi, 1994: 56, 71, 80, Fósseis - Vegetais: Lepidodendropsis sp.
154 (DGM 1030 Pb); Biválvios: Edmondia index, E.
celebris
Formação - Piauí Referência - Dolianiti, 1954: 31-32; Kegel, 1954: 4-5
Idade - Pensilvaniano
Fósseis - Braquiópodos: Spirifer opimus (DGM 39 - Retiro
3633-I), Orbiculoidea (DGM 3634-I); Bivalvia: Avi- Localidade - Margens do rio Poti, Beneditinos, PI
culopecten (DGM 3625-I), Edmondia (DGM Formação - Poti
3626-I) Idade - Mississipiano
Referência - Duarte, 1936; Paiva & Miranda, 1937b: Fósseis - Biválvios: Edmondia index e E. celebris
20-22 Referência - Kegel, 1954: 4-8

35 - Curral de Pedra 40 - Riacho Berlengas


Localidade - Distrito de Natal, atual município de Localidade - Rodovia Teresina-Picos, Barro Duro,
Monsenhor Gil, 80km SE de Teresina; Riacho Curral PI (05°51’S-42°26’W)
de Pedra, km 63 da rodovia Teresina-Picos, PI, Formação - Poti
(05°15’S-42°55’W) Idade - Carbonífero
Formação - Poti Fósseis - Peixes: espinhos de “Ctenacanthus”
Idade - Mississipiano (DGM 566-LE)
Fósseis - Vegetais: Kegelidium lamegoi (DGM Referência - Brito & Ferreira, 1985; Catálogo de
1012, 1013, 1018, 1019, 1028, 1038-Pb), Paulo- Fósseis (LE) SP/DGM/DNPM
phyton sommeri (DGM 1045-Pb; IG-USP GPE/3E
185 a 187, 4436, 4449 a 4452, 4457, 4460 a 4464, Folha Teresina SO - SB.23-Y (06°00’ e 08°00’S-
4469 a 4471, 4473, 4474, 4483, 4484, 4486 a 4490, 45°00’ e 48°00’W)
4493, 4495 a 4498, 4500), Adiantites sp. (DGM
1010, 1020 a 1023-Pb) 41 - Carolina
Referência - Dolianiti, 1954; Rosler & Ciguel, 1985; Localidade 1- Rio Tocantins, 50km a montante de
Iannuzzi, 1994: 30, 71, 80, 103 Carolina, MA (07°41’S-47°41’W)
Formação - Poti
36 - Furo de Sondagem - 1 UN-22-PI (CPRM) Idade - Mississipiano
Localidade - Polícia Rodoviária, Teresina, PI Fósseis - vegetais: Calamites e (?) Pecopteris
(05°15’S-42°45’W) Referência - Moraes Rego, 1933; Barbosa & Go-
Formação - Poti mes, 1957 (afloramento 95)
Idade - Mississipiano
Fósseis - Palinomorfos: esporos, cutículas vegetais Localidade 2 - Barranco do rio Tocantins, porto de
e traqueídeos Carolina, MA (07°20’S-47°28’W)
Referência - Leite et al., 1975 (FAH-635, 638) Formação - Piauí
Idade - Pensilvaniano
37 - Furo de Sondagem - 1 UN-18-PI (CPRM) Fósseis - Conchostráceos: Cizycus; restos de pei-
Localidade - Demerval Lobão, PI (05°21’S- xes
42°41’W) Referência - Barbosa & Gomes, 1957: 17-18, foto 4,
Formação - Poti mapa (afloramento 102)
Idade - Mississipiano
Fósseis - Palinomorfos: esporos. Cutículas vegeta- 42 - Patos
is, fragmentos do tecido condutor de pteridófitas Localidade - Margem direita do Tocantins, aproxi-
fósseis, fibras de fusito madamente 60 km a SW de Carolina, próximo à lo-
Referência - Leite et al., 1975 (FAH-552, 554) calidade de Patos, MA
Formação - Piauí
38 - Beneditinos Idade - Pensilvaniano
Localidade - Sondagem, 18km a leste de Natal, Be- Fósseis - Restos vegetais
neditinos, PI (05°15’S-42°45’W) Referência - Dolianiti, 1958: 134

– 171 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

43 - Manoel Alves Grande Folha Teresina SE - SB.23-Z (06 00’ e 08 00’S-


Localidade - Cerca de 120km de Carolina, margem 42 00’ e 45 00’W)
direita do rio Manuel Alves Grande, afluente do rio
Tocantins, próximo à barra do rio Sereno, MA 48 - Furo de Sondagem - 1MD-1MA (PETROBRAS)
(07°36’S-47°21’W) Localidade - Mirador, MA (06°15’S-44°10’W)
Formação - Poti Formação - Poti
Idade - Mississipiano Idade - Carbonífero
Fósseis - Palinomorfos: megásporos: Tocantinos- Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas
porites paraensis, T. araguaiensis; Vegetais: Referência - Quadros, 1982: 48-50
fragmentos de caule de (?)Ursodendron brasili-
ensis (DGM 1186-Pb); Peixe: Xenacanthus tocan- 49 - Furo de Sondagem - 1 UN-31-PI-05 (CPRM)
tinsensis (DGM 944-P), escamas de paleonisci- Localidade - São Bento, Novo Sítio, MA (06°04’S-
deos 43°10’W)
Referência - Dolianiti, 1958: 134 e 1962; Trindade, Formação - Poti
1967; Santos e Salgado, 1970; Iannuzzi, 1994: Idade – Carbonífero (Viseano)
117-128 Fósseis - Palinomorfos, cutículas vegetais, traqueí-
(Obs. embora alguns autores citem margem es- deos, fibras de fusito
querda do rio Manoel Alves Grande, a localização Referência - Leite et al., 1975 (FAH-593)
do rio Sereno é na margem direita)
50- Furo de Sondagem - 1 UN-12-PI-05 (CPRM)
44 - Itapicuru Localidade - Angical, PI (06°07’S-42°43’W)
Localidade - Cerca de 45 km de Carolina, na ca- Formação - Poti
choeira do rio Itapicuru, afluente do rio Manoel Idade - Mississipiano
Alves Grande, MA Fósseis - Palinomorfos, cutículas vegetais e fibras
Formação - Piauí de fusito.
Idade - Carbonífero Referência -Cruz et al., 1973b (FAC 787 a 789, 791),
Fósseis - Restos de plantas Leite et al., 1975
Referência - Dolianiti, 1958: 134
51- Furo de Sondagem - 1-UN-14-PI-05 (CPRM)
45 - Furo de Sondagem - 1TB-1MA (PETROBRAS) Localidade - Regeneração, PI (06°15’S -
Localidade - Testa Branca, Balsas, MA (07°25’S - 42°42’W)
46°05’W) Formação - Poti
Formação - Poti (parte inferior) Idade - Carbonífero (Viseano)
Idade - Carbonífero (Viseano) Fósseis - Palinomorfos, cutículas vegetais, fibras de
Fósseis - Palinomorfos: esporos (miósporos) fusito
Referência - Loboziak et al., 1992: 218 Referência - Cruz et al., 1973b (FAC-798 a 803,
805)
46 - Furo de Sondagem - 1RB-1MA (PETROBRAS)
Localidade - Ribeirãozinho, Balsas, MA (08°17’S- 52 - Furo de sondagem - 1FL-1PI (PETROBRAS)
46°04’W) Localidade - Floriano, PI (06 27’S-42 48’W)
Formação - Poti Formação - Poti
Idade - Carbonífero Idade - Carbonífero
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas
Referência - Quadros, 1982: 48-51 Referência - Quadros, 1982: 49-50

47 - Furo de Sondagem - 1 UN-20-PI-05 (CPRM) 53- Fazenda Palha


Localidade - Ribeiro Gonçalves, PI (07°37’S - Localidade - Estrada São João dos Patos-Limpeza,
45°15’W) 21km sul de São João dos Patos, MA
Formação - Poti Formação - Poti
Idade - Mississipiano Idade - Mississipiano
Fósseis - Palinomorfos, cutículas vegetais Fósseis - Peixes: fragmentos de ossos e escamas
Referência - Leite et al., 1975 (FAE-270, 271, 278, de (?) paleoniscídeos
283) Referência - Plummer et al., 1948: 102

– 172 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

54- Barão do Grajaú 58 - Furo de Sondagem - 1 UR-05-PI (CPRM)


Localidade - 1km a W de Barão de Grajaú; Km 23 Localidade - Fazenda Santa Rosa, Antônio Almei-
da Rodovia Barão de Grajaú-São João dos Patos da, PI (06°57’S-43°53’W)
(BR-230), MA Formação - Poti e Piauí
Formação - Poti Idade - Carbonífero
Idade - Carbonífero Fósseis -palinomorfos
Fósseis - Vegetais: Diplothmema gothanica Referência - Cruz et al., 1973a
(IG-USP GP/3E 5690, 5694, 5711, 5714, 5716,
5717) 59 - Furo de Sondagem - 1 UN-16-PI-05 (CPRM)
Referência - Plummer et al., 1948: 103; Iannuzzi, Localidade - Landri Sales, PI (07°19’S-43°57’W)
1994 Formação - Poti e Piauí
Idade - Carbonífero
55- Floriano Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
Localidade - Beira do rio Parnaíba, 20km W de Flori- vegetais
ano, PI (06°50’S-43°05’W) Referência - Leite et al., 1975 (FAE-238, 244, 246,
Formação - Poti 247, 257, 258)
Idade - Mississipiano
Fósseis - restos de plantas
Referência - Kegel, 1955: 53, Kegel, 1956: 36, Du- 60 - Furo de Sondagem - 1 UN-23-PI-05 (CPRM)
arte & Japiassu, 1971: 436 Localidade - Antônio Almeida, PI (07°15’S-44°14’W)
Formação – Poti e Piauí
Idade - Mississipiano e Pensilvaniano
56- Fazenda Santa Adelaide Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
Localidade - 21km a SW de Jerumenha, PI vegetais
Formação - Poti Referência - Leite et al., 1975 (FAE-215, 225, 228,
Idade - Carbonífero 231, 233)
Fósseis - Palinomorfos: megásporos e restos vege-
tais 61 - Furo de Sondagem - UN-17-PI-05 (CPRM)
Referência - Cruz et al., 1973a, v. 3, anexo 2 , SM-7, Localidade - Uruçui, Landri Sales, PI (07°18’S-
anexo 3 43°57’W)
Formação - Poti e Piauí
57 -Barra do Lança Idade - Carbonífero
Localidade 1 - Margens do riacho Roncador, aflu- Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas
ente do Gurguéia, próximo a Barra do Lança, sul de vegetais, fragmentos de tecido carbonizado
Jerumenha, PI (07°10’S-43°35’W) Referência - Leite et al., 1975 (FAC-901 a 903, 906,
Formação - Poti 910, 911, 913, 914, 918, 921, 924)
Idade - Mississipiano
Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas, Esporos e algas 62 - Furo de Sondagem - 1 UN-21-PI-05 (CPRM)
Botryococcus; Vegetais: Nothorhacopteris sp. 1 Localidade - Areia, PI (07°27’S-44°51’W)
(DGM 1680 e 1682-Pb), Triphyllopteris adiantoides Formação – Poti e Piauí
(DGM 1443 e 1444-Pb) Idade - Carbonífero
Referência - Cruz et al., 1973a, v. 3, anexo 2; Dolia- Fósseis - Palinomorfos: cutículas vegetais, fibras de
niti, 1980; Iannuzzi et al., 1993, Iannuzzi, 1994: 33, fusito
38, 129-133, 138-143,155-160, 177 Referência - Cruz et al., 1973b (FAC-943, 945, 949 a
951, 957, 958); Leite , 1975
Localidade 2 - Salto de Pedra, próximo a Barra do
Lança, sul de Jerumenha, PI Folha Rio São Francisco NO - SC.23-V (08 00’S
Fósseis - Vegetais: Nothorhacopteris sp. 2 e 10 00’S-45 00’ e 48 00’W)
(IG-USP GP/ 3E 5683a, b e 5684 a, b, c) , Diploth-
mema gothanica (IG-USP GP/3E 5676,5682, 63 - Furo de Sondagem - 1TM-1MA (PETROBRAS)
5702) Localidade - Tem Medo, Balsas, MA (08°42’S-
Referência - Iannuzzi, 1994: 33, 38, 56-68, 46°54’W)
144-146 Formação -Poti

– 173 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EA
NO
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’

02 04
01 03
05
TIANGUÁ
4º00’
4º00’ 13
14 15
16 PEDRO II
18 27
28
17 19 24
21 22 20 26
23 25 29
31 33 TERESINA
30 32 34
06
SÃO DOMINGOS 36 35
38
07 DO MARANHÃO 39
08 12 37
09 GRAJAÚ
10 40 6º00
6º00’ PIMENTEIRAS
11
49 50
48
TOCANTINÓPOLIS
53
54 52 51 VALENÇA
DO PIAUÍ
58 55
CAROLINA PICOS
56
41 45 60 57
59
44 61
42 43 62
8º00’ 46 47 8º00

66
65
63
OCORRÊNCIAS DE
PEDRO BOM JESUS FÓSSEIS NO CARBONÍFERO
AFONSO ALTO BACIA DO PARNAÍBA
PARNAÍBA

64 0 50 100 150 200 250km

10º00’

Fm PIAUÍ
Fm POTI
Fm POTI/PIAUÍ
Furos de Sondagem

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

Figura 18.4 – Ocorrências de Fósseis no Carbonífero.

– 174 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Tabela 18.3 – Ocorências de Fósseis no Carbonífero.

FÓSSEIS FORMAÇÕES
POTI PIAUÍ
Pólens (3 a 5, 13, 14, 16 a 23, 32, 47, 60, 61, 62) Pólens (4, 16 a 18, 21, 22, 59, 60 a 62, 64)
Acritarcas (1,2,12, 46, 48, 52, 57, 64) Cutículas vegetais ( 4, 16 a 18, 21, 22, 59 a 62, 64)
Cutículas vegetais (3 a 5, 13 a 23, 30 a 33, 36, 37, 47, 49 a 51, 60, 62, 65, 66) Esporos (4, 11, 16 a 18, 21, 22, 59 a 61, 64)
Esporos (1, 3 a 5, 12 a 23, 30 a 33, 36, 37,47, 49 a 51, 56, 57, 59, 61, 65, 66) Fibras vegetais (4)
PALINOMORFOS
Traqueídeos (3 a 5, 15, 17, 30, 36, 49) Foraminíferos arenáceos e calcários (6, 24, 25, 26)
Fibras de fusito (3, 4, 9, 13, 17, 19, 20, 32, 37, 49 a 51, 52, 61, 62)
Tasmanaceas (13)
Algas Botryococcus (57)

(?) Lepidodendropsis (38) (?) Ursodendron brasiliensis (11)


LICÓFITAS
(?) Ursodendron brasiliensis (43)

ESFENÓFITAS Calamitaceae (34, 41)

Adiantites sp. (34, 35)


Diplothmema gothanica (34, 54, 57)
PTERIDOSPERMÓ-FITAS
Kegelidium lamegoi (35)
Stamnostoma sp. (34)

Restos de plantas indeterminadas (28, 29, 44, 55, 56, 67) Restos de plantas indeterminadas (9, 11, 25, 42, 44)
Paulophyton sommeri (34, 35)
INCERTAE SEDIS Nothorhacopteris sp. 1 e sp. 2 (57)
“Pecopteris”(41)
Triphyllopteris adiantoides (57)

(?) Cardiopteridium (34)


CORDAITÓFITAS
(?) Sphenopteridium sp. (34)

GIMNOSPERMAS Gimnosperma indet. (27)

ICNÓFOSSEIS Protaster sp. (34)

ANELÍDEOS Escolecodontes (24, 25)

Tubos calcários (24, 25)


BRIOZOÁRIOS
Fragmentos (24, 25)

Lingula cf. carbonaria (34) Spirifer opimus (34)


Lingulidiscina cf. missouriensis (34) Speriferidae (24, 25)
Lingula sp. (34) Productíideos (6, 24)
BRAQUIÓPODOS
Linoproductus (8)
Orthothetes (24)
Derbyina (7)

BRAQUIÓPODOS Orbiculoidea (34)

– 175 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

FÓSSEIS FORMAÇÕES
POTI PIAUI
Edmondia index (27, 29, 38, 39) Edmondia corpulenta (24)
Edmondia celebris (29, 34, 38, 39) Edmondia sp. (34)
Edmondia acclina (29) Aviculopecten trichotomus (24, 25,34)
Edmondia obliquata (29) Naiadites (24)
Edmondia dequechi (29) Phestia bellistriata (24, 25)
Edmondia corpulenta (29) Septimyalina sp. (24)
Edmondia sp. A (29) Leptodesma sp. (24)
Aviculopecten (29) Pteria duartei (24)
Biválvios indet. (34, 63) Pteria sp. (24, 25)
Leiopteria (7)
(?) Bakewellia (7)
Sheblopteria sp. (24)
Posidonia sp. (24)
Schizodus amazonicus (24)
BIVÁLVIOS
Schizodus sp. (24)
Rimmyjimina brasiliensis (24)
Astartella sp. (8, 24)
Cypricardella cf. C. subelliptica (24)
Sanguinolites sp. (24)
Wilkingia terminalis (24)
Palaeonucula levatiformis (24)
Permophorus subcostatus (24, 25)
Myonia sp. (24, 25)
Pteronites sp. (24)
Oriocrassatella sp. (24
Microbiválvios (24, 25)
Biválvios indet. (9, 26)

Microgastrópodes (24, 25)


Bellerophon (7,8, 24)
Goniasma (7)
GASTRÓPODOS Euphemites (24)
Euconospira (24)
Itaitubia carinata (24)
Euomphalus (8)

– 176 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

FÓSSEIS FORMAÇÕES
POTI PIAUÍ
Microgastrópodes ( 24, 25)
Bellerophon ( 7,8, 24)
Goniasma ( 7)
GASTRÓPODOS Euphemites ( 24)
Euconospira (24)
Itaitubia carinata (24)
Euomphalus (8)

CEFALÓPODOS “Orthoceras “ (24)


TRILOBITAS Ameura plummeri ( 24, 25)

OSTRACODES Ostracode indet. ( 6, 9, 24, 25)

CONCHOSTRÁCEOS Cizycus (41)

EQUINODERMAS Espinhos de Equinóides (24, 25)


Escleritos de Holoturoides (24)
Espículas de esponjas (6, 24, 25)
Colunas de crinoides ( 24, 25)

CONODONTES Conodontes (24,25)

Xenacanthus tocantinsensis (43) Restos de peixes indeterminados (6, 9, 11 24, 26,41)


PEIXES “Ctenacanthus” (40) Paleoniscídeos (11)
Paleoniscideos (34, 43, 53) Otólitos (6, 24)

– 177 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Idade - Carbonífero Formação - Pedra de Fogo


Fósseis - Palinomorfos: Acritarcas Idade - Permiano
Referencia - Quadros, 1982: 44, 45,47 a 51 Fósseis - Madeiras dicotiledôneas
Referência - Lisboa, 1914: 428
64 - Furo de Sondagem - 1 UN-27-PI-05 (CPRM)
Localidade - Pilões, TO (09°29’S-47°14’W) 3 - Fazenda Monte Alegre
Formação - Poti Localidade - 12km NW de Grajaú, MA
Idade - Mississipiano Formação - Pedra de Fogo
Fósseis -Palinomorfos: Esporos, cutículas vegetais Idade - Permiano
Referência - Leite et al., 1975 (FAG-796) Fósseis - Madeiras
Referência - Lisboa, 1914: 428
65 - Furo de Sondagem - 1 UN-34-PI-05 (CPRM)
Localidade - Fazenda Tapuio, MA (08°08’S 4 - Fazenda da Extrema
-45°34’W) Localidade - 6km S Grajaú, PI
Formação - Poti e Piauí Formação - Pedra de Fogo
Idade - Mississipiano e Pensilvaniano Idade - Permiano
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas Fósseis - Madeira dicotiledônea
vegetais, fibras de fusito Referência - Lisboa, 1914: 428
Referência - Leite et al., 1975 (FAH-598 a 601)

Folha Teresina NE - SB.23-X (04 00’ e 06 00’S-


Folha Rio São Francisco NE SC. 23. X (08 00’ e 42 00’ e 45 00’W)
10 00’S-48 00’ e 51 00’W)
5 - Fazenda União
66 - Manoel Emidio Localidade - Codó, MA
Localidade - Vale do rio Gurguéia, PI Formação - Pedra de Fogo
Formação - Poti Idade - Permiano
Idade - Mississipiano Fósseis - Madeiras coníferas
Fósseis - Restos vegetais Referência - Lisboa, 1914: 430
Referência - Lima & Leite, 1978, v.1, p. 109

Permiano 6 - Coelho Neto


Localidade - 15km ao N de Coelho Neto, MA
Folha Araguaia NE - SB.22-X (04 00’ e 06 00’S- Formação - Pedra de Fogo
48 00’ e 51 00’W) Idade - Permiano
Fósseis - Madeira dicotiledônea
1 - Cocal Referência - Campbell et al., 1949a, foto
Localidade - Margem direita do rio Tocantins, cer-
ca de 30km acima da confluência com o Aragua-
ia, próximo da localidade de Cocal (05°10’S- 7 - Teresina
4°30’W) Localidade - Ruas e praças de Teresina; estrada
Formação - Pedra de Fogo Teresina-Campo Maior; margem direita do rio Poti,
Idade - Permiano 1,2km da ponte que liga os bairros Ilhotas e Noivos;
Fósseis - Gastrópodos minúsculos do tipo “Vivipa- ao longo do leito do rio Poti e logo acima de sua foz,
rus” e restos de plantas Sphenophyllum 4km Sul de Caititu, Rodovia PI-330, Teresina, PI
Referência - Barbosa & Gomes, 1957: 19, mapa, (05°29’S-47°56’W)
afloramento 134; Dolianiti, 1958: 135 Formação - Pedra de Fogo
Idade - Permiano
Folha Teresina NO - SB.23-V (04 00’ e 06 00’S- Fósseis - Palinomorfos: cutículas vegetais, raros
45 00’ e -48 00’W) indícios palinológicos; Vegetais: Psaronius
(DGM 456, 488, 490, 568-Pb), Teresinoxylon eu-
2 - Fazenda do Coelho sebioi (MN/Pb 1845); Conchostráceos: moldes
Localidade - 24km descendo o rio, N de Grajaú, MA internos

– 178 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Referência - Lisboa, 1914: 430; Lima & Leite, 1978, Fósseis - Peixes: dentes de Itapyrodus punctatus
v. 15 (LA-293, FAS-340); Caldas et al., 1989; Catá- (DGM 1075 a 1079-P)
logo de Plantas-SP/DGM-DNPM Referência -Santos, 1990b, Catálogo de Peixes-
SP/DGM-DNPM
8 - Carnaúba de Pedra Obs. : A localidade foi transcrita do Catálogo de
Localidade - 48km de Flores, margens do Parnaíba Peixes e não confere com a citada no trabalho de
oposta a Teresina, MA; Laranjinho, estrada Ti- Santos.
mon-Caxias, km 10,723- BR- 316, Timon, MA
(05°02’S-42°55’W) 13 - Carolina
Formação - Pedra de Fogo Localidade - Morro do Corró, 3km S de Carolina; re-
Idade – Permiano gião de Carolina, rodovia Carolina-Riachão, MA, al-
Fósseis -Vegetais: Psaronius, Pecopteris (DGM tura do trevo para Araguaína, TO
1493-Pb) Formação - Pedra de Fogo
Referência - Lisboa, 1914: 430; Catálogo de Plan- Idade - Permiano
tas - SP/DGM-DNPM Fósseis - Vegetais: Psaronius (DGM 416, 419, 472,
644, 646, 653 a 657, 663, 667, 684, 685, 1452 a
9 - Furo de Sondagem-UN-15-PI (CPRM) 1470, 1479 a 1482-Pb); Cycadoxylon brasiliense
Localidade - Poço Dantas Caxias, MA (04 49’S- (MN 1705, 1714 Pb), Cyclomedulloxylon parnai-
43 22’W) bense (MN 1751-Pb); Araguainorachis simplissima
Formação - Pedra de Fogo (MN 1730-Pb)
Idade - Permiano Referência - Coimbra & Mussa, 1984; Mussa & Co-
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos e cutículas imbra, 1987; Catálogo de Plantas - SP/DGM/ DNPM
vegetais
Referência-Leite et al., 1975 (FAI 170, 171) 14 - Rio Tocantins-1
Localidade - Rio Tocantins, em frente a barra do rio
10 - Livramento Manoel Alves Grande, MA
Localidade - Perto de Campo Maior, cerca de 56km Formação - Pedra de Fogo
NE de Teresina, PI Idade - Permiano
Formação - Pedra de Fogo Fósseis - Vegetais: Psaronius e coníferas
Idade - Permiano Referência - Lisboa, 1914:430; Loefgren, 1936:48;
Fósseis - Vegetais: Psaronius Dolianiti, 1958: 134
Referência - Lisboa, 1914: 430
15 - Rio Tocantins 2
Localidade - Margem W rio Tocantins, próximo a Fi-
Folha Teresina SO – SB.23.Y (06 00’ e 08 00’S- ladelfia, TO (07°24’S-47°34’W)
45 00’ e 48 00’W) Formação - Pedra de Fogo
Idade - Permiano
11 - Babaçulândia Fósseis - Palinomorfos: Esporos e cutículas vegetais;
Localidade - A montante da cidade, margem do rio Peixes: dentes de Xenacanthus, escamas de Paleo-
Tocantins, TO (07°15’S-47°45’W) niscídeos e fragmentos ósseos
Formação - Pedra de Fogo Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14 (FAR-953,
Idade - Permiano LA-117)
Fósseis - Madeiras: restos de coníferas (DGM 1445
a 1451,1485 e 1486-Pb) 16 - Rio Tocantins 3
Referência - Barbosa & Gomes, 1957: 19, foto 5, Localidade - Margem E e W do rio Tocantins, perto
mapa, afloramento 110; Catálogo de Plantas - do riacho Pirarucu, Barra do Ouro, TO (07°28’S-
SP/DGM/DNPM 47°36’W)
Formação - Pedra de Fogo
12 - Laje Grande Idade - Permiano
Localidade - Oeste de Laje Grande, loc. CNP -Ca- Fósseis - Palinomorfos: Esporos, cutículas vegeta-
rolina, MA is e traqueídeos; Peixes: espinhos de Ctenacan-
Formação - Pedra de Fogo thus, escamas de paleoniscídeos, dentes de Xe-
Idade - Permiano nacanthus, fragmentos ósseos indeterminados

– 179 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Referência -Lima & Leite, 1978, v. 14 (FAR-951, Fósseis - Peixes: Ctenacanthus maranhensis
952, LA-181; 182) (DGM 471-P); (?) lenho fossilizado (DGM
1484-Pb)
17 - Filadelfia Referência - Catálogo de Peixes e Catálogo de
Localidade - 64km SW de Filadélfia, estrada para Plantas - SP/DGM-DNPM
Araguaina -GO-13 - (07°28’S-47°56’W); Ribeirão
Cacunda, próximo a Venda do Zé-Biela, cerca de 21 - Pastos Bons
35 km SW de Carolina, estrada Araguaina-Carolina; Localidade - 5-6km ao sul de Pastos Bons, na estra-
Serra Vão da Flor, Filadélfia, TO (07°32’S-47°42’W) da Pastos Bons-Nova Iorque, MA (06°49’S-
Formação - Pedra de Fogo 44°03’W)
Idade - Permiano Formação - Pedra de Fogo
Fósseis - Palinomorfos: esporos; Vegetais: Psaroni- Idade - Permiano
us, Arthropitys cacundensis (MN Pb 1625 e 1659), Fósseis - Vegetal: madeiras (DGM 1472 a
Carolinapitys maranhensis (MN Pb 1619 e 1655) e 1478-Pb); Peixes: espinho de Ctenacanthus mara-
Amyelon bieloi (MN Pb 1649 e 1668); Biválvios pe- nhensis (DGM 448, 449, 470, 1071, 1072-P), dentes
quenos e fragmentos ósseos indeterminados, Pei- de Xenacanthus albuquerquei (DGM 442 a 447,
xes: espinhos, dentes e fragmentos de Xenacant- 472-P) e de Anisopleurodontis pricei (MCT 1346 a
hus e Ctenacanthus, escamas de Palaeoniscídeos, 1353-P), escamas de Paleoniscideos, crânio de
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 14, FAS-310, Brazilichthys macrognathus (DGM 1061-P) dentes
LA-126; Scislewski et al., 1983 (GFI-021), Coimbra de crossopterígios; Anfíbio; Prionosuchus plumme-
& Mussa, 1984 ri (DGM 320-R),
Referência - Lisboa, 1914: 431; Albuquerque &
18 - Balsas Dequech, 1946: 97, Santos, 1946b; Price, 1948;
Localidade - Fazenda Testa Branca, 15 km E de Leite et al., 1975; Cox & Hutchinson, 1991; San-
Balsas; Fazenda Retiro Novo, 50km W de Balsas, tos, 1994b; Catálogo de Plantas - SP/DGM/
estrada Balsas-Carolina, MA (07°23’S-46°31’W) DNPM
Formação - Pedra de Fogo
Idade - Permiano 22 - Furo de Sondagem 1 UR-05-PI (CPRM)
Fósseis - Vegetais: Psaronius (DGM 981-Pb) e es- Localidade - Fazenda Santa Rosa, Antônio Almei-
tromatólitos; Ostracodes; Peixes: espinhos de Cte- da, PI (06°57’S-43°53’W)
nacanthus, dentes de Xenacanthus, escamas de Formação - Pedra de Fogo
paleoniscídeos, anfíbio labirintodonte. Idade - Permiano
Referência - Plummer et al., 1948: 103-104; Catálo- Fósseis -Palinomorfos
go de Plantas -SP/DGM/DNPM Referência - Cruz et al., 1973a

Folha Teresina SE - SB.23-Z (06 00’ e 08 00’S- 23 - São João dos Patos
42 00’ e 45 00’W) Localidade - Malhada Areia, Fazenda Bonsucesso,
leito do Riacho Grande, afluente do Riacho Fundo,
19 - Riacho Salobro São João dos Patos, MA (06°46’S-43°23’W)
Localidade - Perfil n.2, Benedito Leite, MA (07°10’S Formação - Pedra de Fogo
-44°20’W) Idade - Permiano
Formação - Pedra de Fogo (membro médio) Fósseis - Madeira fóssil (DGM 1471-Pb)
Idade - Permiano Referência - Catálogo de Plantas - SP/DGM/ DNPM
Fósseis - Vegetais: estromatólitos; coquinas
Referência - Faria Jr & Truckenbrodt, 1980a: 743, 24 - Represa Boa Esperança
Fig. 1 e 12 Localidade - Grota do Mendes, manancial que es-
coa para o rio Parnaíba, entre Nova Iorque e Floria-
20 - Riacho dos Coatis no; Surubi, rio Parnaíba, entre Grota do Mendes e
Localidade - Estrada São Domingos-Benedito Leite, Floriano; Chapada do Jaboti, entre Nova Iorque e
33,7km ao sul de São Domingos, leste de Motuca, Floriano, leste de São João dos Patos; Lagoa do
50km e 16km ao sul de São Domingos, MA Justo, 3km a jusante de Nova Iorque, Riacho Pindo-
Formação - Pedra de Fogo ba, 8km a montante de Porto Franco, Guadalupe,
Idade - Permiano antigo Porto Seguro; Roçadinho, 0,5km a jusante

– 180 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

de Porto Franco, “mina do Roçadinho”, Guadalupe, Referência - Lima & Leite, 1978, v. 7 e 16 (FAR-020
MA (Considerando que estas localidades foram e 021, AS-2)
inundadas pela represa Boa Esperança, a localiza-
ção foi inferida junto a barragem, em Guadalupe, PI 28 - Córrego Tranqueira
- 06°45’S-43°34’W) Localidade - 55km NW de Tupirama, margem es-
Formação - Pedra de Fogo querda rio Tocantins, em frente a Pedro Afonso, es-
Idade - Permiano trada para os garimpos do Pequizeiro, fazenda
Fósseis - Vegetais: Psaronius (DGM 478 a 481, Canto Bonito ou Forno Velho, proximidades do cór-
485-Pb) e troncos de coníferas (DGM 417, 482 a rego Tranqueira, TO.
484, 495-Pb), Psaronius arrojadoi (DGM Formação - Pedra de Fogo
477-Pb); Psaronius brasiliensis (DGM 500-Pb); Idade - Permiano
(?)Equisetales (DGM 283 a 286-Pb); Folhas ? Fósseis - Biválvios: (?) Nucula
Madeiras (DGM 428 a 430, 469, 593, 688, 690, Referência - Andrade Ramos, 1957: 6; Campos &
691, 763 e 764-Pb) Campos, 1975: 46, mapa F.9
Referência - Lisboa, 1914: 429, 430, 434; Borges,
1937: 90, 92; Albuquerque & Dequech, 1946: 98, 29 - Pedro Afonso
Plummer et al., 1948: 117; Catálogo de Plantas - Localidade - Estrada Tocantínea-Pedro Afonso,
SP/DGM/DNPM 2,5km S de Pedro Afonso, TO (08°57’S-48°10’W);
margem do Tocantins ao norte de Piabanha e sul de
25 - Floriano Carolina, MA.
Localidade - arredores de Floriano; estrada Floria- Formação - Pedra de Fogo
no-Oeiras - 8km a leste de Floriano até Guaribas a Idade - Permiano
16km a leste daquela cidade, vale do rio Itaueira; Fósseis - Vegetais: Fragmentos rolados de Psaroni-
Frasqueira, 7km de Floriano; Pedras, 24km ao sul us (DGM 421-Pb)
de Floriano; Lagoa, perto de Floriano, margem do Referência - Andrade Ramos, 1957: 5-6; Campos &
rio Parnaíba, PI (06°45’S-43°01’W - sede do municí- Campos, 1975: 45-46, mapa F. 8, Catálogo de Plan-
pio de Floriano) tas SP/DGM/DNPM
Formação - Pedra de Fogo
Idade - Permiano
Fósseis - Icnofóssil: rastos de vermes; Vegetais: Folha Rio São Francisco NO - SC.23-V (07 00’ e
Psaronius ( DGM 486-Pb) Peixes escamas de Pala- 10 00’S-45 00’ e 48 00’W)
eoniscídeos,
Referência - Lisboa, 1914: 429, 431; Plummer et al., 30 - Itacajá
1948: 98-99 Localidade - 5,8km do entroncamento estrada Ita-
cajá-Vão do Gado, TO (08°14’S-47°38’W).
26 - Amarante Formação - Pedra de Fogo
Localidade - Vizinhanças de Amarante, PI Idade - Permiano
Formação - Pedra de Fogo Fósseis - Vegetais: Psaronius
Idade - Permiano Referência -Lima & Leite, 1978, v. 13 (PS-12,
Fósseis - Madeiras dicotiledôneas FAR-018)
Referência - Lisboa, 1914: 429

Folha Tocantins NE SC.22-X (08 00’ e 10 00’S- CRETÁCEO


48 00’ e 51 00’W)
Folha São Luís SO - SA.23-Y (02 00’ e 04 00’S-
27 - Tupiratins 45 00’ e 48 00’W)
Localidade - Estrada GO-71, 10,5km W de Tupira-
tins, TO (08°23’S-48°10’W) 1 - Novo Egito
Formação - Pedra de Fogo Localidade - BR-316 a 13,5km a NW do cruzamento
Idade - Permiano com o rio Pindaré, divisa dos municípios de Bom
Fósseis - Vegetais: Psaronius e restos de gimnos- Jardim e Monção, MA - (03°35’S-45°35’W)
permas Formação - Itapecuru

– 181 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EA
NO
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’

TIANGUÁ
4º00’
4º00’ 06
PEDRO II
05

07 10
01 09 TERESINA
08
02
03 SÃO DOMINGOS
GRAJAÚ DO MARANHÃO
6º00
6º00’ 04 PIMENTEIRAS

TOCANTINÓPOLIS 26
24 23 VALENÇA
21 DO PIAUÍ
20 19 25
11 12 PICOS
CAROLINA 22
14 13
15 18
17
8º00’
16 8º00

27
OCORRÊNCIAS DE
28 PEDRO
AFONSO BOM JESUS FÓSSEIS NO PERMIANO
29 ALTO BACIA DO PARNAÍBA
PARNAÍBA

0 50 100 150 200 250km


10º00’

Pedra do Fogo
Furos de Sondagem

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

Figura 18.5 – Ocorrências de Fósseis no Permiano.

– 182 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Tabela 18.4 – Ocorrrências de Fósseis no Permiano.

FÓSSEIS FORMAÇÃO PEDRA DE FOGO


Esporos ( 9, 15 a 17)
Cutículas vegetais (7,9,15,16)
PALINOMORFOS
Traqueídeos (16)
Pólens (9)

ALGAS Estromatólitos (18,19)

Sphenophyllum (1)
ESFENÓFITAS
(?) Equisetales (24)

Pecopteris (8)
PTERIDOSPERMÓFITAS
Psaronius (7,8,10,13,14,17, 18, 24, 25, 27, 29, 30)

Teresinoxylon eusebioi (7)


Araguainorachis simplissima (13)
Amyelon bieloi (17)
Arthropitys cacundensis (17)
GIMNOSPERMAS Carolinapitys maranhensis (17)
Cycadoxylon brasiliense (13)
Cyclomedulloxylon parnaibense (13)
Coníferas (5, 11, 15)
Restos de Gimnospermas (27)

ANGIOSPERMAS Madeiras Dicotiledoneas ( 2 a 4, 6, 23,26)

ICNOFÓSSEIS Rastos de vermes (25)

Biválvios indet. (17)


BIVÁLVIOS
(?) Nucula (28)

GASTRÓPODOS “Viviparus” (1)

CONCHOSTRÁCEO Moldes indet. (7)

Anisopleurodontis pricei (21)


“Ctenacanthus” maranhensis ( 20, 21)
“Ctenacanthus” sp. ( 16 a 18, 25)
“Xenacanthus” albuquerquei ( 21)
PEIXES “Xenacanthus” sp. ( 15, 16 a 18)
Itapyrodus punctatus ( 12)
Brazilichthys macrognathus (21)
Palaeoniscídeos (15, 16 a 18, 21, 25)
Crossopterygii indet. (21)

ANFÍBIOS Prionosuchus plummeri (18, 21)

– 183 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Idade - Eocretáceo teis: Ossos, dentes, restos esqueletais e ovos de di-


Fósseis - Raros moldes internos de foraminíferos e nossauros. Sauropoda Amazo n sa u r u s
crustáceos (?)-ostracodes; Peixes: dentes e esca- maranhensis; Carnossauros; Quelônios- Arari-
mas pemys barretoi
Referência - Cunha & Del Arco, 1988; Colares & Referência - Ferreira et al., 1991, 1992; Vicalvi et al.,
Araujo, 1990: 21 (JQ-56), mapa 1993; Carvalho, 1993: 10 (anexo 42); Ferreira et al.,
Obs. - Segundo mapa a ocorrência situa-se na re- 1994; Kischlat & Carvalho, 2000; Carvalho et al.
serva indígena Rio Pindaré 2003

2 - Furo de Sondagem - 2PM-1MA (PETROBRAS) 6 - Jundiaí/Guariba


Localidade - Pindaré Mirim, MA (03°38’S - 45°24’W) Localidade - Margem esquerda do rio Itapecuru, N
Formação - Codó de Cantanhede, MA
Idade - Eocretáceo Formação - Itapecuru médio
Fósseis - Vegetais: restos de folhas angiospermas Idade - Cretáceo (Eo-Mesoalbiano)
mal conservadas Fósseis - Palinomorfos: Pólens, fragmentos vegeta-
Referência - Duarte, 1959: 188; Duarte & Japiassu, is. Icnofósseis de invertebrados: Skolithos; Biválvi-
1971: 435 os anodontídeos; Conchostráceos: Cyzicus (?)
abaetensis, C. brauni, C. codoensis; Peixes: Dentes
Folha São Luís SE - SA.23-Z (02 00’ e 04 00’S- de Picnodontídeos; Mawsonia gigas, vértebras, den-
42 00’ e 48 00’W) tes e escamas; dentes de Crocodilos, dinossauros
carnívoros
3 - Coqueiro/Querru Referência – Carvalho, 1993:10, 242 (anexo 43, est.
Localidade - Margem direita e esquerda do rio Ita- 57), Carvalho, 1997; Pedrão et al., 1993c, 1994,
pecuru, N de Itapecuru-Mirim, MA Ferreira et al., 1994, Carvalho 2002
Formação - Itapecuru Inferior
Idade - Cretáceo - Eo-Mesoalbiano 7 - Pirapemas
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, fragmentos de ve- Localidade - Estrada Pirapemas-Cantanhede, cru-
getais; Icnofósseis de invertebrados: Skolithos za o rio Peritoró, 9km de Pirapemas; margem es-
Referência - Pedrão et al., 1993 a, 1993c; 1994 querda do rio Itapecuru: km 183 da Estrada de Fer-
ro São Luís-Caxias, margem direita do rio Itapecu-
4 - Itapecuru-Mirim ru, 3km de Pirapemas, MA
Localidade - Margem direita do rio Itapecuru, próxi- Formação - Itapecuru
mo à ponte da BR-222, Itapecuru-Mirim, MA Idade – Cretáceo - Albiano
Formação - Itapecuru Fósseis - Algas Carófitas; Icnofósseis de inverte-
Idade - Eocretáceo (Albiano) brados: Skolithos; Biválvios: Pectinidae, Limnidae e
Fósseis - Biválvio; Anodonta sp.; Peixes: escamas e Cardiidae - Paranomia macedoi (DGM 957 a 959-I);
dentes; Crocodilos: dente e mandíbula de Candi- Ostracodes: Darwinula e Pattersoncypris; Con-
dodon itapecuruense (MN 4152 a 4154, 4355, chostráceos Cizídeos; Peixes: dentes e escamas
4356-V); Dinossauro: Dente de Terópoda ganóides; Crocodilídeos: dentes
Referência - Carvalho & Campos, 1988; Carvalho, Referência - Campos, 1925: 676; Maury, 1925:
1994a, Ferreira et al., 1995b; Dutra & Malabarba, 434-441, est. 15, Figura 2, 4, 6; Ferreira et al., 1967;
2001; Nobre & Carvalho, 2002 Ferreira & Cassab, 1987; Vicalvi et al., 1996; Vicalvi
& Carvalho, 2002
5 - Mata /Riachão/São Francisco
Localidade - Margem esquerda do rio Itapecuru, 8 - Furo de Sondagem 2VG-1MA (PETROBRAS)
distando, respectivamente de Itapecuru-Mirim, Localidade - Vargem Grande, Maranhão (03°32’S-
MA: Igarapé da Mata, 3km ; Riachão: 10km e São 43°53’W)
Francisco: 16km. Formação - Codó
Formação - Itapecuru Idade - Cretáceo - Aptiano
Idade - Neocretáceo Fósseis - Ostracode : Hourcqia angulata symmetri-
Fósseis - Icnofósseis de invertebrados: Skolithos ca (BfB n. 7797)
(MN 5795-I); Biválvios; Gastrópodos; Conchostrá- Referência - Krommelbein & Weber, 1985: 21-22,
ceos; Peixes: fragmentos, dentes e escamas; Rép- est. 6 Figura 25

– 184 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

9 - Chapadinha Referência - Leite et al., 1975 (FAG-804, 806)


Localidades - Lagoa, próximo à cidade de Chapa-
dinha; 5,2km W de Chapadinha, estrada para Var- 13 - Porto
gem Grande e afluente do rio Munim, 7km SW de Localidade - Caminho Novo, 3km NW de Porto, PI
Chapadinha, MA (03°46’S-43°24’W) (03°50’S-42°45’W)
Formação - Codó (Aptiano) Formação - Codó
Idade - Eocretáceo Idade - Eocretáceo
Fósseis - Palinomorfos; Biválvios: Paranomia sca- Fósseis - Palinomorfos; Ostracode: Cyprididae e
bra (MN 2597 e 2598-I) e moldes internos; Anomii- Darwinulidae
dae, Corbulidae, Cardiidae; Gastrópodos: Turritelli- Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (FAR-990,
dae, Cerithiidae, Nerinea sp. e fragmentos e mol- AO-222A)
des indeterminados; Ostracodes; Equinóides e es-
pinhos indeterminados 14 - Furo de sondagem - 1- UN-24-PI (CPRM)
Referência - Lima & Leite, 1978, v.16 (AO-127B, Localidade - Buriti, MA (03°54’S-42°56’W)
AO-189; FAR-935, FAR-993); Ferreira & Cassab, Formação - Codó
1987 Idade - Eocretáceo (Aptiano)
Obs. Divergência na numeração de P. scabra. Se- Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas e
gundo Base de dados PALEO os números são: MN fibras vegetais; Restos vegetais; Gastrópodos;
5597-I e 5598-I Conchostráceos; Ostracodes: Bisulcocypris silvai,
B. sp. 1, B. sp. 2, B. quadrinodosa, B, praeturbecu-
10 - Umburanas lata, Darwinula oblonga, Pattersoncypris micropa-
Localidade - Pedreira de Umburanas, margem es- pilosa, Paracypridea obovata; Ostracodes indet.;
querda do rio Parnaíba, cerca de 21km de Porto e Insetos indet.
13km SO de Brejo, MA Referência - Leite et al., 1975 (FAG-845; JQ-08); Sil-
Formação - Codó (Aptiano) va et al., 1989
Idade - Eocretáceo
Fósseis - Vegetais: Sagenopteris sp., (DGM 825-Pb)
e (?)Yuccites sp. (DGM 826-Pb); Crustá- ceos; Pei- 15 - Praia da Baronesa/ Ilha do Livramento/
xes: Calamopleurus cylindricus (DGM 437, 591, 592 Ponta da Itatinga
e 961-P), Brannerion latum (DGM 432, 438, 439, 459 Localidade - Litoral de Alcântara, baía de São Mar-
e 960-P), Araripelepidotes temnurus (DGM 433 e cos, MA
434-P), Tharrhias araripis (DGM 440-P, 956-P), Das- Formação - Itapecuru
tilbe elongatus (DGM 441-P), Vinctifer comptoni Idade - Neocretáceo (Cenomaniano)
(DGM 955-P), Santanichthyis diasii (DGM 957, Fósseis - Vegetais: plantas, madeiras indet., Icno-
958-P), Cladocyclus gardneri (DGM 959-P), Codo- fósseis: pegadas de Dinossauros Terópodes Inver-
ichthys carnavali (DGM 435, 436 e 966-P) tebrados indet., Peixes: restos e dentes; quelonios-
Referência - Albuquerque & Dequech, 1946:83, Pelomedusoides; crocodilianos, dentes de répteis
105; Duarte & Japiassu 1971:435; Santos, 1960; Mosassauros, dentes e fragmentos de ossos de Te-
Santos, 1974b, Santos, 1994a rópodes, dente de Charcarodontosaurus; vérte-
bras (sendo uma caudal) e dentes de Dinossauros
11 - Fazenda Santa Alice Saurópodes
Localidade - Caieira, Brejo, MA Referência - Price, 1947, Price, 1960, Klein & Ferrei-
Formação - Codó ra, 1979, Ferreira et al. , 1992; Carvalho, 1994b,
Idade - Cretáceo 1994d: 121; Carvalho & Gonçalves, 1994, Eugênio,
Fósseis - Peixe: Dastilbe elongatus 1994; Eugênio & Azevedo, 1994; Carvalho & Pe-
Referência - Ferreira et al., 1991 drão, 1998; Vilas Bôas et al., 1999; Vilas Bôas &
Carvalho, 2001; Moraes-Santos et al. 2001, Carva-
12 - Furo de sondagem - 1-UN-25-PI (CPRM) lho I., 2001
Localidade - Barro Branco, MA (03°48’S- 42°56’W)
Formação - Codó 16 - Ilha do Cajual / Ilha de Itauna
Idade - Eocretáceo (Aptiano) Localidade - Baía de São Marcos, Encantado, MA
Fósseis - Palinomorfos; Pólens, esporos, cutículas e Formação - Itapecuru
fibras vegetais Idade -Neocretáceo (Cenomaniano)

– 185 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

Fósseis - Vegetais: plantas indet.; Paradoxopterus Idade - Neocretáceo (Cenomaniano)


sanctiluigi; madeiras gimnospermas; Gastrópodos; Fósseis - Biválvios: Brachidontes eoexustus (MN
Biválvios; Peixes: Neoceratodus africanus (DGM 5312-I); (?) Inoceramus sp. (MN 5313-I); Chlamys
1105-P), Lepidotes, Mawsonia gigas; Répteis: Ple- sp.(MN 5330-I); Acesta maranhensis (MN 5316,
siosauros; Restos de Dinossauros Terópodes; Car- 5332-I); Lopha (Actinostreon) lombardi (MN
charodontosaurus, Sigilmassasaurus, Spinosau- 5317-I); Pterotrigonia (Scabrotrigonia) sp.(MN
rus, Baharijasaurus; Saurópodes, Rebbachisaurus; 5318-I); Mulinoides sp., (MN 5334-I), Plicatula sp
Aegyptosaurus, Malawisaurus, Astrodon, Andesa- (MN 5313-I), Paranomia macedoi, Trigonia, Neithea
uridae; Crocodilia, Quelônios (Neitheops); Gastrópodos: Nerinea; Peixes: Neo-
Referência - Price, 1947, 1960, Mussa, 1960: ceratodus africanus (MN 3820 e 3821-V), Lepidotes
229-230; Duarte & Japiassu, 1971: 436, Japiassu, sp. e Miliobatídeos; Répteis: Dinossauros: dentes
1971, Cunha & Ferreira, 1980, Medeiros et al. 1996, isolados de Saurópodes e Terópodes, Crocodilíde-
Carvalho & Pedrão, 1998; Vilas Boas et al. 1999; Vi- os; restos de vertebrados
las-Bôas &Carvalho, 2001; Medeiros & Schultz, Referência - Klein & Ferreira, 1979; Cunha & Ferrei-
2001; Carvalho 2002 ra, 1980; Martin, 1984; Carvalho & Silva, 1992; Car-
valho & Gonçalves, 1994; Ferreira et al., 1995a
17 - Farol de São Marcos / Ponta do Farol
Localidade - Ponta Grossa, ilha de São Luís, MA
Formação - Itapecuru Folha Teresina NO - SB. 23-V (04 00’ E 06 00’S
Idade - Neocretáceo (Cenomaniano) -45 00’E 48 00’W)
Fósseis - Palinomorfos: Pólens; Vegetais: impres-
sões de folhas de Angiospermas; Icnofósseis: pega- 20 - Arraia
da de Dinossauro Tridáctila; Gastrópodos: Nerinea Localidade - km 43 e 44 da rodovia PA-150, cerca
pontagrossensis, (DGM 4516 a 4518-I), Biválvios: de 60km norte de Marabá, proximidade de Arraia,
Neithea (Neitheops) nana (MN 5314 e 5331-I), Muli- Jacundá, PA (04°40’S-49°05’W)
noides sp. (DGM 5319, 5333-I), Corbula, Pecten, Formação - Itapecuru
Cardium; Peixes: dentes de Neoceratodontidae; Idade - Neocretáceo
répteis, dinossauros Terópodes e (?) aves Fósseis - Palinomorfos
Referência - Campos, 1925: 676, Oliveira, 1958, Referência - Lima & Leite, 1978, v.1, p. 195-199,
Klein & Ferreira, 1979; Pedrão et al., 1993b, Carva- Lima , 1980; Lima et al. 1980
lho, 1994d; Pedrão et al., 1996, Carvalho & Pedrão,
1998; Carvalho I., 2001 21 - Axixá do Tocantins
Localidade - 18km S de Axixá do Tocantins (ex- Axi-
18 - Ilha do Medo/ Praia/ Ponta da Guia xá de Goiás), estrada carroçável, GO (05°41’S-
Localidade - Baía de São Marcos, ilha de São Luís, MA 47°52’W)
Formação - Itapecuru Formação - Codó Inferior
Idade - Neocretáceo (Cenomaniano) Idade - Cretáceo
Fósseis - Icnofósseis: Pistas e Pegadas de Teró- Fósseis - Ostracodes: moldes indeterminados
podes e Ornitópodes; Vegetais: plantas e madei- Referência - Lima & Leite, 1978, v. 13 (FAU-750,
ras indet.; Invertebrados; Peixes Elasmobrânqui- LA-417)
os, Actinopterigios e Dipnoi; Répteis: Dinossau-
ros: Restos de Terópodes e Saurópodes, Crocodi- 22 - Imperatriz
lia; Quelônios Localidade - 18km de Imperatriz, caminho para
Referência - Price, 1960, Ferreira et al., 1992; Car- Montes Altos, margem direita do rio Tocantins, 5km
valho & Gonçalves, 1994, Carvalho, 1994c, 1994d; abaixo de Imperatriz , MA
1995; Eugênio, 1994; Carvalho & Pedrão, 1998; Formação - Codó
Carvalho I. 2001 Idade - Eocretáceo
Fósseis - Vegetais: madeira petrificada (Conífera);
19 - Ponta da Madeira/ Ilha de Guarapirá/ Invertebrados: ostracodes; Conchostráceos: Cyzi-
Porto de Itaqui cus (Lioestheria) codoensis (DGP-USP 7992 a
Localidade - 500m do Porto de Itaqui; ilha em frente 7995)
ao Porto de Itaqui, Baía de São Marcos, MA Referência - Moraes Rego, 1933; Mussa, 1960: 230;
Formação - Itapecuru Cardoso, 1962; Carvalho, 1993: 201

– 186 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

23 - Itaguatins 28 - Uchoa
Localidade - Margem esquerda do rio Tocantins, perto Localidade - 16km ao longo da margem direita do
da vila de São Domingos, TO, 22km S de Imperatriz, rio Mearim, NE de Barra do Corda, MA (05°30’S-
MA e 7km de Santo Antônio, TO (05°43’S-47°31’W) 45°15’W)
Formação - Corda Formação - Codó
Idade - Eocretáceo (Barremiano) Idade - Eocretáceo
Fósseis - Icnofósseis: rastros de Dinossauros Fósseis - Insetos: Pricecoris beckerae (MP 5593-I),
sauropoda Latiscutella santosi (MP 5594-I); Peixes: Vinctifer
Referência - Barbosa et al., 1966: 23; Leonardi, 1980; comptoni, Tharrhias sp., Dastilbe elongatus (DGM
Leonardi, 1994: 53-54, est. 13 Fig. 11, est. 30 Fig. 2 953-P)
Referência - Pinto & Ornellas, 1974; Santos, 1974 b,
24 - Montes Altos Santos, 1994a: 133
Localidade - 1,8km S e 4,2km W de Montes Altos,
MA (05°50’S-47°03’W) 29- Barra do Corda
Formação - Corda Localidade - Pedrinhas e arredores de Barra do
Idade - Eocretáceo Corda, MA
Fósseis - Palinomorfos: Cutículas vegetais; Con- Formação - Codó
chostráceos: moldes indeterminados; Ostracodes: Idade - Eocretáceo
fragmentos indeterminados Fósseis - Peixes: Dastilbe elongatus (DGM 954,
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 13 (FAU-700 e 962-P); Santanichthys diasii (DGM 965-P)
701; LA-376 e 378) Referência - Lisboa, 1914: 441; Moraes Rego,
1923:75; Moraes Rego ,1933; Campbell et al.,
25 - Sítio Novo 1 1949b: 74-75, Santos 1994a: 133
Localidade - 15km N de Sítio Novo, estrada para
Amarante do Maranhão, MA (05°45’S-46°39’W) Folha Teresina NE - SB.23-X (04 00’ e 06 00’S-
Formação - Codó 42 00’ e 45 00’W)
Idade - Cretáceo
Fósseis - Vegetais: Moldes de folhas indet; Con- 30 - Timbiras
chostráceos e Ostracodes: moldes internos Localidade - Margem direita do rio Itapecuru, entre
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 13 (FAU-752, Fazenda City e Fazenda Cascavel, entre Codó e
EL-216) Timbiras, Codó, MA
Formação - Codó
26 - Sítio Novo 2 Idade - Eocretáceo
Localidade - 1,5km S de Sítio Novo, estrada carro- Fósseis - Peixe: crânio de celacanto Axelrodichthys
çável, MA (05°54’S-46°43’W) Referência – Carvalho & Maisey, 1999
Formação -Codó
Idade - Cretáceo 31 - Livramento/ Igarapé ou Riacho do Inferno
Fósseis - Ostracodes e conchostráceos, moldes in- Localidade – Margem direita do rio Itapecuru. Livra-
ternos mento a cerca de 25km sudoeste de Codó e Igara-
Referência - Lima & Leite, 1978, v.13 (FAU-751, pé do Inferno a 3km abaixo de Livramento, Codó,
LA-424) MA (04°37’S-44°03’W)
Formação - Codó
27 - Grajaú Idade - Eocretáceo
Localidade - Fazenda do Torto, 9km de Grajaú; Fósseis - Vegetais: restos de plantas, caules minús-
Ponta Vermelha, São Venâncio e Porteira; arredo- culos (DGM 487-Pb), Cardiopteris (DGM 282,
res de Grajaú, MA 399-Pb); Conchostráceos: estérias (DGM 3458 a
Formação - Codó 3473-I); Peixes: Rhacolepis buccalis (DGM 963-P),
Idade - Eocretáceo Vinctifer comptoni (DGM 978-P)
Fósseis - Vegetais: Troncos e plantas fósseis, Dico- Referência -Moraes Rego, 1933: 280: Borges,
tiledôneas (DGM-651, 652-Pb) 1937: 108 a 110: Duarte & Japiassu, 1971: 435;
Referência - Lisboa, 1914: 428, Moraes Rego, Santos, 1994a: 133, Catálogo de Plantas SP/DGM/
1923: 76; Duarte & Japiassu, 1971: 435 DNPM

– 187 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

32 - Codó Formação - Codó


Localidade - Santo Antônio, Porto Novo, margens Idade - Eocretáceo (Aptiano)
do riacho Gameleira, Fábrica de Cimento Nassau e Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos, cutículas e
arredores de Codó, MA (04°30’S-43°50’W) fibras vegetais; Ostracodes
Formação - Codó Referência - Leite et al., 1975 (FAI-175 a 181)
Idade - Eocretáceo
Fósseis -Vegetal: Coníferas, folhas e raízes de 37 - Furo de Sondagem 1 UN- 32 -PI (CPRM)
Nymphaeites choffatti (DBAV-UERJ 180a-b, 181 Localidade - Roça do Meio, Duque Bacelar, MA
a-b, 183, 184, 185 a 190 Pb); Conchostráceos: (04°04’S-43°03’W)
Cycicus codoensis ; Ostracodes; Peixes: Vinctifer Formação - Codó
comptoni (DGM 196-P), Dastilbe elongatus Idade - Eocretáceo - (Aptiano)
(DBAV-UERJ 210-PV) Fósseis - Palinomorfos: Pólens, cutículas vegetais;
Referência - Lisboa, 1914: 441; Campos, 1925: Ostracodes: Pattersoncypris clinocypris, Bisul-
678; Moraes Rego, 1933: 280; Duarte & Japiassu, cocypris praetuberculata, Bisulcocypris silvai, Bi-
1971: 435; Santos, 1974 b, Duarte & Santos, 1993, sulcocypris pricei, Petrobrasia salvadoriela Darwi-
Carvalho, 1993, est. 58-59; Catálogo de Plantas SP/ nula oblonga; Conchostráceos, Biválvios; Gastró-
DGM/DNPM podos; Insetos
Referência - Leite et al., 1975 (FAH-033, 035, 039,
040, 042); Silva et al., 1985
33 - Fazenda Santa Rita e Fazenda Monteverde
Localidade - Sondagem da fábrica de Cimento Ita- Folha Teresina SO - SB.23-Y (06 00’ e 08 00’S -
picuru, distando respectivamente, 27,8km SSW e 45 00’ e 48 00’W)
22km W de Codó, MA
Formação - Codó 38 - Porto Franco
Idade - Cretáceo Localidade - 86,5km NE e 64,2km NE de Porto Fran-
Fósseis - Palinomorfos: esporos e pólens co, estrada para Grajaú, MA (06°08’S- 46°45’W)
Referência - Lima, 1982 Formação - Corda
Idade - Cretáceo
34 - Dom Pedro Fósseis - Palinomorfos: cutículas vegetais, traqueí-
Localidade - Km 17 estrada para D. Pedro; próximo deos; Conchostráceos: Liostheria sp.; Ostracodes:
à entrada de Santo Antônio dos Lopes, na estrada fragmentos de Cyprididae
Peritoró-Dom Pedro, MA (04°53’S-44°21’W) Referência - Lima & Leite, 1978, v. 13 e 14
Formação - Codó (FAU-075, FAU-076, FAU-698; LA-342, LA-346,
Idade - Eocretáceo LA-356)
Fósseis - Palinomorfos: Cutículas vegetais; Gastró-
podos: Nerinea sp.; Tylostoma sp., Turritella sp. e Folha Teresina SE - SB.23-Z (06 00’ e 8 00’S-
Cerithium sp.; Biválvios indeterminados; ostraco- 42 00’ e 45 00’W)
des; Paraschuleridea sp. e Cyprididae
Referência - Lima & Leite, 1978, v.15 (FAU-067, 39 - Nazaré
FAU-086, JR-600) Localidade - Arraial Nazaré a 6km W de Lages,
33km de Passagem Franca, MA
35 - Furo de sondagem - 1-UN-37-PI (CPRM) Formação - Pastos Bons
Localidade - Boa Esperança, Chapadinha, MA Idade - Eocretáceo
(04°08’S-43°12’W) Fósseis - Peixes: Lepidotes
Formação - Codó Referência - Albuquerque & Dequech, 1946: 96-97
Idade - Eocretáceo (Aptiano)
Fosseis - Palinomorfos: Pólens, cutículas e fibras 40 - Limpeza
vegetais; Ostracodes Localidade - cerca de 20km de Limpeza, perto de
Referência - Leite et al., 1975 (FAI-153,155, São João dos Patos, MA
156,160,161) Formação - Pastos Bons
Idade - Eocretáceo
36- Furo de sondagem 1 UN-35-PI (CPRM) Fósseis - Peixes: escamas de Lepidotes
Localidade - Afonso Cunha, MA (04°15’S- 43°19’W) Referência - Albuquerque & Dequech, 1946: 98

– 188 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

41 - Pastos Bons per, 1974, Lima & Campos, 1980; Brito & Gallo,
Localidade - 25,8km N de Pastos Bons, estrada 2002
para Feira da Várzea, MA (06°35’S-44°15’W)
Formação - Pastos Bons 43a - Floriano
Idade - Eocretáceo Localidade - Estrada velha entre Floriano e Almirante
Fósseis - Palinomorfos: raras evidências palinológi- (sic), PI
cas; Ostracodes: moldes indeterminados, Formação - Pastos Bons
Referencia - Lima & Leite, 1978, v. 13 (FAU-709, Idade - Eocretáceo
AV-415A) Fósseis - Conchostráceos: Cyzicus, Lioestheria flo-
rianensis (DGP 7996 a 7999), Echinesteria semigi-
42 - Nova Iorque bosa (DGP 7988 a 7 991)
Localidade - 9km do Rio Pedra de Fogo, estrada Referência - Cardoso, 1962
Nova Iorque-Orozimbo, MA (06°38’S - 43°56’W) Obs: esta localidade não foi plotada por falta de da-
Formação - Pastos Bons dos precisos. A cidade deve ser Amarante e não
Idade - Eocretáceo Almirante.
Fósseis -Palinomorfos: raras evidências palinológi-
cas e cutículas vegetais. Crustacea, Ostracoda; 44 - Alegre Manga
fragmentos indeterminados, Localidade -Margens do rio Parnaíba, Floriano, PI
Referência - Lima & Leite, 1978, v. 13 (FAV-708, Formação - Codó
HB-049A) Idade - Eocretáceo
Fósseis - Vegetal: Madeira: Lecythioxylon brasilien-
43 - Fazenda ou Mina do Muzinho / Riacho se (DGM 374-Pb)
Olhos d’Água Referência - Milanez, 1935; Japiassu, 1971: 447;
Localidade - 16km NE Floriano, margem direita do Duarte & Japiassu, 1971: 436
rio Parnaíba, riacho Taboquinha, PI (06°50’S-
42°50’W). 45 - Guadalupe
Formação - Pastos Bons Localidade - Guadalupe, PI
Idade - Eocretáceo Formação - Codó
Fósseis - Palinomorfos: Pólens, esporos; Conchos- Idade - Eocretáceo
tráceos: Macrolimnadiopsis pauloi (DGM 4244 a Fósseis - Vegetal: madeiras Gimnospermas e Angi-
4250-I, MP-M 27 a 38); Lioestheria sp.(MP-M 39), ospermas
Pseudestheria sp. 1 (MP-M 40), Pseudestheria sp. 2 Referência - Japiassu, 1971: 448
(MP-M 41), Asmussia(?) sp. (MP-M 42); Peixes: Le-
pidotes piauhyensis (DGM 290 a 297, 340 a 343 e 46- Ribeirão Tamboril
905-P) Gondwanapleuropholis longimaxillaris Localidade - Afluente do riacho Tucuns, margem
(DGM 906, 907, 910 a 915 –P; Pz. UERJ 451-460, direita do rio Parnaíba, Uruçui, PI
469-470 ), (?) Macrosemiidae Formação - Codó
Referência - Campos, 1925: 680, Roxo & Loefgren, Idade - Cretáceo
1936, Albuquerque & Dequech, 1946: 145, Schaef- Fósseis - Vegetal: madeiras Gimnospermas e Angi-
fer, 1947: 12, Beurlen, 1954, Mendes, 1960, Cardo- ospermas (DGM 424, 425, 693, 694-Pb)
so, 1962, Santos, 1945, 1953, 1974a, Pinto & Pur- Referência - Japiassu, 1971: 448

– 189 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’


0 1000km

OC
EAN
O
AT L
ÂN BRASIL
TIC
O

2°00’
15 17
16
19 18
03
02 08
04 11
05 09 10
06 TIANGUÁ
01 12
07 4º00’
4º00’ 30 14 13
31 35 PEDRO II
36
33 32
37
20
34 TERESINA
28
22 25
21 29 SÃO DOMINGOS
24 26 GRAJAÚ DO MARANHÃO
6º00’
23 27 PIMENTEIRAS 6º00
TOCANTINÓPOLIS 39 40
38
41 42 VALENÇA
43 DO PIAUÍ
45 44
PICOS
CAROLINA
46

8º00’ 8º00

OCORRÊNCIAS DE
FÓSSEIS NO CRETÁCEO
PEDRO
BOM JESUS BACIAS DO GRAJAÚ E
AFONSO SÃO LUÍS
ALTO
PARNAÍBA 0 50 100 150 200 250km

10º00’
Fm ITAPECURU
Fm CODÓ
Fm CORDA
Fm PASTOS BONS
Furos de Sondagem
48°00’ 46º00’ 44º00’ 42º00’

Figura 18.6 – Ocorrências de Fósseis do Cretáceo.

– 190 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

Tabela 18.4 – Ocorrrências de Fósseis no Cretáceo.


FORMAÇÕES
FÓSSEIS
PASTOS BONS CORDA CODÓ ITAPECURU
Pólens (43) Cutículas vegetais (24, 38) Pólens (12, 14, 33, 35 a 37) Pólens (3, 6, 17)
Esporos (43) Traqueídeos (38) Esporos (12, 14, 33, 35, 36) Algas carófitas (7)
PALINOMORFOS
Cutículas vegetais (42) Cutículas vegetais (12, 14, 34 a 37) Foraminíferos indet. (1)
Fibras vegetais (12, 14, 34 a 36)

FILICOPSIDA Paradoxopteris sanctiluigi (16)


Troncos (45, 46) Madeiras (16, 18)
Coníferas (22, 32)
Plantas indet. (31)
GIMNOSPERMAS
Sagenopteris (10)
(?) Cardiopteris (31)
(?) Yuccites sp. (10)

Troncos (27, 45, 46) Folhas (17)


Folhas (25)
ANGIOSPERMAS
Lecythioxylon brasiliense (44)
Nymphaeites choffatti (32)

Rastros de Dinossauros Saurópodas (23) Pegadas de Dinossauros (15, 17, 18)


ICNOFÓSSEIS
Skolithos (3, 5 a 7)

– 191 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

FORMAÇÕES
FÓSSEIS
PASTOS BONS CORDA CODÓ ITAPECURU

Nerinea sp. (9, 34) Nerinea pontagrossensis (17,19)


Tylostoma sp. (34) Gastrópode indet. (5, 16)
GASTRÓPODOS Turritella sp. (9, 34)
Cerithium sp. (9, 34)
Gastropode indet. (9, 14, 16, 37)

Moldes indet. (41, 42) Fragmentos indet ( 24, 38) Ostracodes indet. (9, 14, 21, 22, 25, 26, 32, 35, 36) Ostracodes indet. (1, 7)
Cyprididae (38) Cyprididae (13, 34) Darwinula (7)
Darwinula oblonga (13,14,37) Pattersoncypris (7)
Bisulcocypris quadrinodosa (14)
B. praetuberculata (14, 37 )
B. silvai (14, 37)
B. pricei (37)
B. sp. 1 e B. sp. 2 (14)
OSTRACODE
Paraschuleridea (34)
Paracypridea obovata (14)
Pattersoncypris micropapilosa (14)
P. clinocypris sp. (37)
Hourcqia angulata symmetrica (8)
Petrobrasia sp. (37)
Salvadoriela sp. (37)

Macrolimnadiopsis pauloi (43) Liostheria sp. (38 ) Cyzicus (Lioestheria) codoensis (22, 32) Cyzicus codoensis (6)
CONCHOSTRÁCEO Cyzicus (Lioestheria) florianensis
Moldes indet (24 ) C. abaetensis (6)
(43a)
L. sp. (43) C. brauni (6)
Asmussia ? sp. A (43) Conchostraceos indet. (14, 25, 26, 31, 37) Conchostraceos indet. (5, 7)
Echinesteria semigibosa (43a)
Pseudestheria sp. 1 e P. sp. 2
(43)

Pricecoris beckerae (28)


INSETOS Latiscutella santosi (28)
Fragmentos de insetos (14, 37)

ECHINODERMAS Espinhos indet. (9)


Chiphosoma. (9)

– 192 –
Paleontologia das Bacias do Parnaíba, Grajaú e São Luís

FORMAÇÕES
FÓSSEIS
PASTOS BONS CORDA CODÓ ITAPECURU

Lepidotes sp. (39, 40) Araripelepidotes temnurus (10) Elasmobranchii indet. (4, 18)
Lepidotes piauhyensis (43) Vinctifer comptoni (10, 28, 31, 32) Miliobatideos (4, 19)
(?) Macrosemiidae (43) Calamopleurus cylindricus (10) Lepidotes sp. (16, 19)
Gondwanapleuropholis longimaxil-
Cladocyclus gardneri (10) Fragmentos indet. (1, 4 a 7, 15)
laris (43)
PEIXES Brannerion latum (10) Actinopterigii indet. (18)
Rhacolepis buccalis (10, 31) Picnodontidae (6)
Tharrhias araripis e T. sp. ( 10, 28) Mawsonia (16)
Dastilbe elongatus (10, 11, 28, 29, 32) Dipnoi indet (18)
Santanichthys diasi (10, 29) Neoceratodus africanus (16,17,19)
Codoicthys carnavali (10) Asiatoceratodus (4)
Celacantideo (30)

Dinossauros Terópodas (4,15, 16, 17,18,


19)
Dinossauros Saurópodas (15, 16, 18, 19)
Amazonsaurus maranhensis (5)
Ovos,ossos e dentes ( 5, 15)
Quelonios indet.(16, 18); Pelomedusoides
RÉPTEIS (15)
Araripemys barretoi (5)
Crocodilia indet. (6, 7, 15, 16, 18, 19)
Candidodon itapecuruense (4)
Mosassauros (15)
Plesiosauros (16)

AVES Aves indet. (17)

– 193 –
Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil

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– 211 –
CRÉDITOS FOTOGRÁFICOS

Autores Figuras
Arquivo de Samir Nahass 2.4 – TG Turma de Geologia da PETROBRAS
2.8 Dinossauros do Grupo Itapecuru
14.1 Grupo Itapecuru (Albiano)
14.3 Grupo Itapecuru (Albiano)
Ismar de Souza Carvalho 14.5 Crocodilos do Grupo Itapecuru
15.3 Laje do Coringa, Ilha do Cajual
15.9 Pegadas da Ponta da Guia, São Luís
15.10 Laje do Coringa, ilha do Cajual
José Augusto Pedreira 6.6 Formação Tianguá, Parque Ubajara
7.7 Fósseis da Formação Pimenteira
7.8 Fósseis da Formação Cabeças
8.6 Fauna da Formação Poti
8.7 Placa com conchas de Edmondia
Milena Salgado de Carvalho 10.5(1) Madeiras fósseis da Fm. Pedra de Fogo
10.6 Peixes fósseis da Fm. Pedra de Fogo
13.2 Fósseis da fácies lacustre da Fm Codó
13.3 Peixes fósseis, fácies estuarina da Fm Codó
15.5 Dente de Neoceratodus africanus
8.2 Formação Poti
Roberto Iannuzzi
8.3 Formação Poti
Heitor D’ Arrigo 14.4 Peixe Fóssil do Grupo Itapecuru (Albiano)
14.7 Reconstituição Paleobiológica do Ambiente
Ariel Milani Martine
de Amazonsaurus maranhensis

As demais fotos foram realizadas pelas autoras.

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