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EST AT UT O

DA CIDADE E PLANO DIRET OR – DÉBORA SOT T O

AULA3 - DIRET RIZES DA POLÍT ICA URBANA - PART E1

1. DIRET RIZES DA POLÍT ICA URBANA

O Estatuto da C idade editado pela Lei 10.237/2001 é responsável pela

sistem atização do Direito Urbanístico Brasileiro. Desta form a, foi apontado com o um

ram o didaticam ente autônom o do direito público, o que m otivou a separação do

direito adm inistrativo.

O Estatuto da C idade (i) veicula as diretrizes gerais da política urbana; (ii)

enum era exem plificativam ente os instrum entos da política urbana, e (iii) trata em

detalhes dos planos diretores e da gestão dem ocrática da cidade.

1.1 ART IGO 2º DO EST AT UT O DA CIDADE

O respectivo artigo 2º do Estatuto da C idade elenca as diretrizes gerais

orientadoras da política urbana brasileira, possui um rol de incisos m uito extenso, na

m edida que será abordado em duas aulas.

Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e da propriedade urbana, mediante as seguintes
diretrizes gerais:

2. DIRET RIZES DA POLÍT ICA DE DESENVOLVIMENT O URBANO


São consideradas com o norm as gerais e, portanto, de observância obrigatória

pelos entes federativos das três esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

Enum eradas no artigo 2º do Estatuto da C idade.

2.1 EST AT UT O DA CIDADE, ART. 2º, INCISO I

Trata da garantia a cidades sustentáveis, que veicula o princípio do

desenvolvim ento urbano sustentável. Todas as dem ais diretrizes dialogam com esse

m odelo de desenvolvim ento urbano sustentável proposto pelo Estatuto.

I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra


urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao
transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e
futuras gerações;

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De s e nvo lvime nt o s us t e nt áve l é o m odelo global de desenvolvim ento (este

conceito foi inserido pela com unidade internacional). É pautado pelo EQ UILÍBRIO entre

(i) crescim ento econôm ico; (ii) igualdade e inclusão social; e (iii) preservação e

proteção do m eio am biente.

Tem por objetivo garantir o atendim ento das necessidades das gerações

presentes sem com prom eter os interesses e necessidades das gerações futuras.

Verifica-se que trata de um conceito que articula quatro dim ensões. Três destas

são m ateriais; econôm ica, social e am biental; e a quarta dim ensão é tem poral, que se

refere a cham ada s o lidar ie dade e nt r e ge r aç õ e s .

2.1.1 DIREIT O A CIDADES SUST ENT ÁVEIS

É necessário ter em m ente que o direito às cidades sustentáveis busca articular

as três dim ensões m ateriais (econôm ica, social e am biental) na ordenação do território

urbano. É possível verificar pela leitura do artigo 2º, inciso I, que esse direito à

sustentabilidade urbana com preende um a série de outros direitos para as presentes e

futuras gerações, dentre eles:

a ) Direito à terra urba na ;


b) Direito à m o ra dia ;
c) Direito a o sa nea m ento a m bienta l;
d) Direito à infra estrutura urba na ;
e) Direito a o tra nspo rte (m o bilida de urba na );
f) Direito a o s serviço s público s;
g) Direito a o tra ba lho e a o la zer.

2.1.2 REFERÊNCIAS

Esta garantia à cidade sustentável faz referência:

1) Às Funções Sociais da C idade, prevista no artigo 182 da C F. Q ue visam :

a ) Ha bita çã o o u m o ra dia ;
b) C ircula çã o o u m o bilida de urba na ;
c) T ra ba lho ;
d) La zer.

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público


municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o
pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de

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seus habitantes.

2) Aos Direitos Sociais consagrados no art. 6 da C F. Q ue asseguram os seguintes

direitos:

a ) Educa çã o ;
b) Sa úde;
c) Alim enta çã o ;
d) T ra ba lho ;
e) Mo ra dia ;
f) La zer;
g) Segura nça ;
h) Pro teçã o a m a ternida de e a infâ ncia ;
i) Assistência a o s desa m pa ra do s;
j) T ra nspo rte.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a


moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.

Todos estes direitos sociais devem ser realizados pelo Estado m ediante

prestações positivas estruturadas no âm bito de políticas públicas.

3) As C om petências Municipais, expressas no art. 30 da C F. Dentre as principais

com petências, ressalta-se para prestar serviços públicos de interesse local, incluindo

transporte coletivo, que tem caráter essencial (inciso V).

Bem com o para m anter program as de educação infantil e de ensino

fundam ental (inciso VI); prestar serviços de atendim ento à saúde (inciso VII); prom over

adequado ordenam ento territorial, m ediante planejam ento e controle do uso,

parcelam ento e ocupação do solo urbano (inciso VIII); e prom over a proteção do

patrim ônio histórico-cultural local (inciso IX).

2.2 EST AT UT O DA CIDADE, ART. 2º, INCISO II - GEST ÃO DEMOCRÁT ICA

É realizada por m eio da participação da população e de associações

representativas dos vários segm entos da com unidade - que ocorrem na form ulação,

execução e acom panham ento de planos, program as e projetos de desenvolvim ento

urbano.

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2.2.1 PRINCÍPIO DA PART ICIPAÇÃO POPULAR NA CF/8 8

É um a participação direta da soberania popular, prevista no art. 1º parágrafo

único da C F:

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração


econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Tam bém guarda relação com a previsão do art. 5º, XXXIII da C F - Trata-se da

consagração constitucional do direito à inform ação, que é um com ponente do direito

de participação popular.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu
interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no
prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

2.2.2 PART ICIPAÇÃO DO USUÁRIO NA ADMIST RAÇÃO PÚBLICA - ART. 37, § 3º DA

CF/8 8

Esta participação deve ser disciplina por lei, contem plando, no m ínim o:

a ) Recla m a çõ es so bre presta çã o de serviço s público s;


b) O a cesso do s usuá rio s a registro s a dm inistra tivo s e a info rm a çõ es so bre a to s de
go verno , o bserva do s o direito a intim ida de e o sigilo im prescindível à segura nça da
so cieda de e do Esta do ;
c) Representa çã o co ntra exercício negligente o u a busivo de ca rgo , em prego o u
funçã o .

AT ENÇÃO: É im portante recordar que o acesso à inform ação foi regulam entado

na Lei Federal 12.527/2011, a qual regulam enta o exercício do direito de acesso a

inform ações nas três esferas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). O u seja, o

direito à inform ação está inserido na participação popular.

2.2.3 PART ICIPAÇÃO POPULAR NA LOM

O artigo 29, inciso XII da C F,trata do conteúdo m ínim o obrigatório da Lei

O rgânica Municipal. Prevê a "cooperação das associações representativas no planejamento

municipal".

2.3 EST AT UT O DA CIDADE, ART. 2º, INCISO III

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Trata da cooperação no processo de urbanização, em atendim ento ao interesse

social entre:

a ) O s go verno s;
b) A inicia tiva priva da ,
c) E o s dem a is seto res da so cieda de.

2.3.1 COOPERAÇÃO ENT RE GOVERNOS - CF, ART. 241

É a cooperação entre os entes federados a ser realizada por m eio de lei,

apontando com o instrum entos o s c o ns ó r c io s e o s c o nvê nio s , que poderão ter os

seguintes objetos:

a ) A gestã o a sso cia da de serviço s público s e;


b) A tra nsferência to ta l o u pa rcia l de enca rgo s, serviço s, pesso a l e bens essencia is
à co ntinuida de do s serviço s tra nsferido s.

2.3.2 COOPERAÇÃO ENT RE GOVERNOS E A SOCIEDADE CIVIL

Há o surgim ento de (i) C ontratos, celebrados na form a de Parceria Público-

Privada (Lei 11.079/2004); (ii) Term os de parceria (Lei 9.790/1999) com O SC IPs; (iii)

C ontratos de gestão (Lei 9.637/1998) com O rganizações Sociais, e (iv) Novos

instrum entos da Lei 13.019/2014 - Marco Regulatório das O rganizações da Sociedade

C ivil - MRO SC .

2.4 EST AT UT O DA CIDADE, ART. 2º, INCISO IV - PLANEJAMENT O

Realiza o planejam ento do desenvolvim ento das cidades, da distribuição

espacial e das atividades econôm icas do m unicípio e do território sob sua área de

influência.

De m odo a evitar e corrigir as distorções do crescim ento urbano e seus efeitos

negativos sobre o m eio am biente.

2.4.1 FUNDAMENT OS CONST IT UCIONAIS

C onform e previsão no artigo 21, IX da C F - C om petência da União para "elaborar

e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento

econômico e social".

C onform e previsão no 174 da C F:

"Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá,

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na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este


determinante para o setor público e indicativo para o setor privado."

Nos term os do parágrafo 1º do artigo 174 da C F :

"A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento


nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e
regionais de desenvolvimento."

2.4.2 CONCEIT O DE PLANEJAMENT O

"Processo técnico instrum entado para transform ar a realidade existente no

sentido e objetivos previam ente estabelecidos." (Pr o f. Jo s é Af o ns o da Silva -

Dir e it o Ur banís t ic o Br as ile ir o )

2.4.3 PROCESSO DE PLANEJAMENT O

a ) PLANO S
b) PRO GRAMAS
c) PRO JET O S
d) AÇ Õ ES

2.4.4 PLANEJAMENT O URBANÍST ICO

C om previsão no art. 30, VII e art. 182, conferem com petência aos Municípios

para estabelecer o planejam ento e os planos urbanísticos para ordenam ento do seu

território.

O Plano Diretor: É o instrum ento básico da política de desenvolvim ento e de

expansão urbana (C F, art. 182, § 1º).

Nesta atividade é necessária e im prescindível a participação dos dem ais atores

(Academ ia, setor privado, O NGs, m ulheres, crianças, etc. - mino r ias ) do

desenvolvim ento urbano sustentável no planejam ento da cidade.

2.5 EST AT UT O DA CIDADE, ART. 2º, INCISO V

Trata do (i) acesso a serviços públicos e equipam entos de qualidade; (ii) oferta

de equipam entos urbanos e com unitários e transporte e serviços públicos; (iii) que

sejam adequados aos interesses e necessidade da população e às características

locais.

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É um a diretriz da política urbana que se refere de m aneira direta e im ediata, que

se relaciona com o princípio das funções sociais da cidade.

Isto ocorre pois tanto a estruturação dos serviços públicos, quanto a introdução

de equipam entos urbanos e com unitários de qualidade, visam proporcionar aos

habitantes, o acesso às quatro funções essenciais (habitação, trabalho,

circulação/m obilidade e lazer).

AT ENÇÃO: É necessário realizar o estudo do texto da lei, pois os artigos e incisos

m encionados na Lei do Estatuto da C idade, são m uito utilizados para elaboração de

questões, sobretudo na 1ª fase.

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