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Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF

Colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental

Docente: Emmanuela Lins

Componente curricular: Metodologia da Pesquisa

Discente: Thiago Maia

Resenha: Ilha das flores

O premiadíssimo trabalho do diretor Jorge Furtado realizado em


1989 conta a história de um japonês, o Sr. Suzuki, plantador de tomates na
região de Porto Alegre. Dona Anete, vendedora de perfumes, percorre a cidade
em busca de consumidores para suas mercadorias. De tais vedas, surge o
lucro. Com o lucro, Dona Anete vai a um supermercado de Porto Alegre e
compra tomates e carne de porco.

Os tomates e a carne de porco são ingredientes na refeição


preparada por Dona Anete para sua família. Entre os tomates comprados havia
um considerado impróprio para o consumo que foi atirado no lixo.

Tal lixo foi recolhido e enviado para aterros sanitários. O que é lixo
orgânico é separado e utilizado como alimento para os porcos de um dos
moradores do lixão. Esse lixão, ironicamente, é denominado de "Ilha das
Flores". O problema é que, depois da coleta seletiva, que indicou o que poderia
ser aproveitado pelos suínos, outros seres humanos passam a disputar as
sobras que ao lixão pertencia.
No documentário, muitas informações foram apresentadas através
de uma linguagem científica com a intenção de “igualar” o ser humano por meio
de descrições que denotam a raça humana. Em contrapartida, mostra o
desigual tratamento dado aos “iguais” seres humanos, colocando-os inferiores
aos porcos.

A concepção de progresso é o utensílio utilizado pelo filme para


estabelecer propositalmente uma relação contraposta na sociedade capitalista.
A criatividade e o decorrente progresso são conjugados com os diversos
aspectos que circundam os modos de vida em sociedade.

A pobreza sempre existiu e a história comprova isso, e há


parâmetros que acreditam que ela sempre existirá. Opondo-se os antigos
conceitos que tinham como “natural” a causa da pobreza, ou seja, resultado da
determinação “divina”, os pensadores reiteram que a pobreza é tão somente o
resultado da desigualdade social. Exemplo influente sobre esse vértice de
pensamento, Karl Marx aponta os efeitos da contradição entre o capitalismo e a
classe trabalhadora, afirmando que a exclusão e a desigualdade são frutos do
nosso sistema econômico. Daí a afirmação no início do curta da não-existência
de Deus.

Uma observação relevante, porém, é que em "Ilha das Flores" é


posto em pauta a discussão a respeito da pobreza, da fome e da exclusão
social. Observando a data em que o curta-metragem foi produzido, fica
explicitamente claro que o contexto brasileiro atual e o do final da década de
1980 não mudou significativamente, demonstrando que apesar dos avanços
nas mais diversas áreas, a situação social continua apresentando disparidades
enormes, abismos que interferem drasticamente no processo de formação de
cidadãos e , concomitantemente, de uma sociedade menos contraditória.

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