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INTRODUÇÃO
Fazer um estudo sobre a secretíssima e soberana ORDEM DE MARIZ não se afigura tarefa fácil,
pois escasseiam as fontes de consulta e porque toda a sua actividade é desconhecida do
grande público e os respectivos Membros sempre agiram de forma “ENCOBERTA”. Como
ADEPTOS PERFEITOS que eram, e são, a sua actividade faz-se sempre longe dos olhares
profanos e só é visível a escassos emissários ou representantes estrita e antecipadamente
seleccionados por essa Ordem (Supra) Secreta para agirem no aqui e agora, das maneiras mais
diversas, todavia bem concretas e objectivas sempre em prol dum Bem maior que em última
instância é a própria Evolução da Humanidade, em particular de PORTUGAL.
HISTÓRIA
Para falar das origens da ORDEM DE MARIZ, temos que falar da ancestralidade de PORTUGAL,
abrigando os restos humanos da 4.ª Sub-Raça Céltica ou Gaulesa desta 5.ª Raça-Mãe,
a Ariana, cuja extensão abrangia a faixa geográfica do Cantábrico até ao Douro, logo,
abrangendo a Galiza e o Minho descendo até ao Porto. Como prova da presença da ORDEM DE
MARIZ na Galiza, podemos encontrar uma localidade, perto da rota para San Juan de la Peña,
nas Astúrias, chamada MARIZ. A Sabedoria Iniciática das Idades ou Tradição Primordial, fala-
nos da origem do nome PORTUGAL como Porto Galo ou dos Gauleses, mas também e
essencialmente PORTO-GRAAL, “PORTO DO GRAAL”, Abrigo do Santo Cálice da Última Ceia, e
assim ao Mistério do Santo Sangue Real de todos os AVATARAS se ligar o nosso País desde a
remota Era de MU ou a ATLÂNTIDA. Mistério esse renovado no início do Cristianismo
Peninsular pelo Apóstolo SANTIAGO MAIOR, 60 anos após a Tragédia do Gólgota, tendo
mandado construir próximo de BRAGA, Primaz da Hispânia, no lugar da “Fonte do Ídolo” o
primeiro templo cristão ibérico que dedicou à Mãe de Deus sob o Orago STELLA MARIS, culto
prosseguido séculos depois, de maneira apologética apesar de secretíssima por sua rendição
cultual aos Mistérios de MELKITSEDEK, interditos à Humanidade vulgar, pela Soberana ORDEM
DE MARIZ, constituída pelos 111 ASSURAS antigos INICIADOS KURATS ou ATLANTES entretanto
reencarnados em novos corpos, os mesmíssimos que se interiorizaram há 6500 anos, aquando
do último cataclismo geológico que destruiu o que ainda restava da ATLÂNTIDA, na Montanha
que se tornou MONTE SANTO e Mansão Secreta do Manu ário-atlante UR-GARDAN, ou seja, a
de KURAT ou KURAT-AVARAT, significando “a medida perpendicular da Terra ao Sol”, a qual é
hoje universalmente conhecida por SINTRA. Temos, assim, que da ORDEM TRIBUTÁRIA DE
KURAT, atlante, nasceu a ORDEM TEMPLÁRIA DE MARIZ, ariana, igualmente Tributáriacujos
Adeptos eram reconhecidos pelo barrete frígio que usaram, por exemplo, na Cavalaria do Mar
em Quinhentos.
Selo da carta de doação de Tomar aos Templários,
Em Sintra, onde o CONDE D. HENRIQUE DE BORGONHA e seus pares mais ilustres estiveram
por várias vezes muito antes da reconquista definitiva aos Mouros, destes os seus mais sábios
Iniciados nos Mistérios de SALÉM, a “Terra do Centro”, diz a Tradição que facultaram a alguns
dos Barões borgonheses, perfilados ORDEM DE AVARAT, “A Tradição dos nossos Maiores”
(possivelmente sendo sobretudo a estes que Camões apontou como os “BARÕES
ASSINALADOS”), o acesso aos saberes secretos correlacionados à tradicionalmente conhecida
SURA-LOKA (Embocadura Aghartina de SINTRA), tendo-os instruído quanto à criação e
fundação futura de uma Nova Ordem que fosse francamente JINA. Nessa época, estava na
chefia dos 111 ASSURAS “Sintrianos” o Grande Mestre AB-ALLAH, que terá profetizado ao
CONDE D. HENRIQUE que o seu primogénito haveria de ser Rei de País Soberano e Chefe de
Ordem Maior. É assim que, entrados no século XII e já morto o CONDE D. HENRIQUE, o jovem
seu filho AFONSO HENRIQUES, encabeça uma plêiade de SÁBIOS, SANTOS e GUERREIROS das
três correntes tradicionais do Livro (Judeus, Cristãos e Árabes) e dirigem-se a um recanto
fundo no Norte do País, a SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, junto a CARRAZEDA DE ANSIÃES, no
Distrito de BRAGANÇA, e aí reunindo-se os 32 Membros do CULTO DE MELKITSEDEK mais o
jovem Príncipe, este é duplamente reconhecido: Chefe Supremo da recém-formada ORDEM de
MARIZ e Rei incontestado do País que se criava, portanto, Senhor dos Dois Poderes,
ESPIRITUAL e TEMPORAL, PAX ET LEX, prerrogativas do próprio MELKITSEDEK assim como do
Arcanjo MIKAEL, que ao par de MARIA são o Orago de PORTO-GRAAL.
1 GRÃO-MESTRE
12 GOROS (JUDEUS)
10 CAVALEIROS (CRISTÃOS)
10 ARQUEIROS (ÁRABES)
MAIS
78 SUB-OFICIAIS (ASSURAS):
2 MINISTROS DO GRÃO-MESTRE
TOTAL COMPLETO:
111 ASSURAS.
Diz a Tradição Iniciática que AFONSO HENRIQUES era a reencarnação do primitivo Manu UR-
GARDAN, associado ao ULISSES da mitologia grega, este que na realidade fora o Rei atlante
LISSIPO, o qual juntamente com a Rainha atlante LISSIPA governaram a cidade de ULISSIPA,
hoje LISBOA, que se estendia até à actual SINTRA, nesse tempo chamada KURAT, como já foi
referido. Os KURATS atlantes que haviam caído com a queda espiritual e material da Quinta
Cidade e Capital do Continente, APTALÂNTIDA, ou melhor, MUAKRAM, estavam agora
reencarnados nos ASSURAS AVARATS que viriam a ser reorganizados pelos MAKARAS MARIZES,
sob a direcção suprema de EL RIKE, ANRIQUE ou HENRIQUE, nome considerado tão sagrado
que só nos fins do século XIII se vulgarizou, pois até aí só Seres de grande distinção tinham
direito a ele.
A ORDEM DE MARIZ é considerada a Quinta Rama da Excelsa Árvore frondosa e bonançosa que
é a FRATERNIDADE BRANCA dos MESTRES JUSTUS ET PERFECTUS DO MUNDO, portanto, a Linha
MORYA no Passado, no tempo da sua fundação (donde MOUROS, MARUS, MARIZES…), e na Hora
Presente do NOVO PRAMANTHA de AQUARIUS, dirigida pela Linha RAKOWSKY ou dos
GERMANOS, tendo como Dirigente o Grande CHOAN SÃO GERMANO, o antigo CONDE SAINT
GERMAIN, cujo nome original era LORENZO PAOLO DOMICIANI, logo, LORENZO ou LOURENÇO
identificado a SÃO LOURENÇO… que tem por Morada Oculta ou Retiro Privado o próprio seio
granítico da Montanha Sagrada de SINTRA. Mantém hoje o poderoso influxo da sua influência
benéfica para todo o Planeta, a partir do Quinto Templo Universal instalado no Mundo dos
BADAGAS ou SEDOTES, e sem a mesma acreditamos severamente que seria difícil ou mesmo
impossível a OBRA DIVINA do AVATARA MAITREYA poder vir a firmar-se sobre a Terra.
Em SINTRA, onde ainda hoje mantém a sua Sede Esotérica ou Casa Mater, cuja actividade
espiritual se expande para toda a Europa e até as Américas, particularmente o BRASIL, onde a
Ordem Soberana também esteve na sua origem, formação, desenvolvimento e independência,
os seus raros Adeptos espalharam-se pelo Mundo como preclaros Membros do CULTO DE
MELKITSEDEK, hoje mantido na Face da Terra pela Augusta ORDEM DO SANTO GRAAL,
retomada para o Novo Ciclo pelo Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA em 24 de Fevereiro de
1954 (INÍCIO DA ERA DO ESPÍRITO SANTO), mas cuja (re)fundação esotérica leva a data de 28
de Dezembro de 1951, quando o Venerável Mestre JHS e o Quinto Bodhisattwa JEFFERSUS
(JESUS) assim o fizeram, ao par da fundação da ORDEM DAS FILHAS DE ALLAMIRAH
apadrinhada por MORIAH (MARIA) e a Venerável Mestrina HJS.
Quanto às identificações e insígnias a ver com MARIZ, a sua saudação consiste em espalmar a
mão sobre o peito e incliná-lo ligeiramente para diante, sendo o seu lema e “santo-e-
senha” AVE-MARE [e por vezes, AVE MARIS NOSTRA], gesto e verbo ambos de homenagem à
MÃE DIVINA, à VIRGEM MARIA ou VIRGINI MARIAE, que também é MARE e MARIS ou MARIZ, pois
MARIZ é a MÃE e a MÃE é a KUNDALINI, o FOGO CRIADOR DO ESPÍRITO SANTO, assinalado pela
“serpente de fogo” adormecida no cóccix da coluna vertebral, despertada nos ADEPTOS
PERFEITOS e elevada até ao topo da cabeça, fazendo brilhar de Sabedoria a Mente e o
Coração no peito transbordante de Amor, o que justifica a referida saudação.
As insígnias da ORDEM DE MARIZ são uma CRUZ DOURADA presa por FITA VERDE E VERMELHA,
afinal, as cores da BANDEIRA DE PORTUGAL. O emblema secreto da ORDEM é uma POMBA
BRANCA DE ASAS ABERTAS, em ouro branco com duas rubinas servindo de olhos, trazendo no
bico um pequeno RAMO DE OLIVEIRA, virado a OCIDENTE, do mesmo metal da ave mas
esmaltado de verde, com a legenda “AVE-MARE”, por vezes inscrita “AVE MARIS”.
PERSONALIDADES
Iremos agora tratar de abordar alguns nomes proeminentes da nossa História que, de forma
mais ou menos directa, tiveram ligações com a ORDEM DE MARIZ. O objectivo, neste caso, não
é fazer uma biografia de cada um desses personagens ilustres, pois tal iria tornar-se fastidioso
e sem alcançar o objectivo principal deste estudo, mas realçar feitos ou ligações ocultas que
não são faladas no normal dos estudos académicos e até espiritualistas que nos são
apresentados. Trataremos de sublinhar as suas missões espirituais aliadas às missões
temporais, vindo perfazer o legado da ORDEM DE MARIZ ao longo da nossa História.
D. DINIS (9.10.1261 – 7.1.1325) foi talvez um dos nossos monarcas mais inteligentes e argutos,
sendo dos principais responsáveis pela futura empresa dos DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS, pois
com a extinção da ORDEM DO TEMPLO fundou em 1318 a ORDEM DE CRISTO, sucessora
daquela e que ficou com os bens móveis e imóveis e os conhecimentos espirituais e científicos
dos TEMPLÁRIOS, que iriam ser de extrema utilidade para desbravar os mares incógnitos e
chegar a portos seguros. A plantação dos pinhais de Leiria e da Azambuja, por exemplo, foi
uma antevisão profética do proporcionar a madeira necessária para a construção das naus que
seriam utilizadas no chamado processo “DESCOBRIMENTOS MARÍTIMOS”, plano pré-
conjecturado que ele bem conhecia por na altura ser esse um dos desígnios principais em que
estava empenhada a ORDEM DE MARIZ (agindo pela DE CRISTO), da qual era membro
juntamente com a sua contraparte, agindo como “GÉMEOS ESPIRITUAIS”, a RAINHA SANTA
ISABEL, qual CASAL RÉGIO SOLAR, talvez único na História Portuguesa. Ele era um Trovador
pertencente à grande corrente iniciática dos FIDELLI D´AMORE, os FIÉIS DE AMOR, cujo
símbolo era a ROSA, e que estão na origem das Cantigas de Santa Maria, das Cantigas de
Amor, das Cantigas de Amigo e das Cantigas de Bendizer e de Maldizer, todas elas,
principalmente as duas primeiras versões, repletas de sentido iniciático. Os FIDELLI D´AMORE
vinham a ser uma das ORDENS INICIÁTICAS criadas à sombra da entretanto extinta ORDEM DOS
CAVALEIROS POBRES DE CRISTO E DO TEMPLO DE SALOMÃO, vulgo, ORDEM DOS TEMPLÁRIOS.
A RAINHA SANTA ISABEL (1270 – 4.7.1336), YZABEL no grafismo medieval, ou por outra, a ÍSIS-
BEL ou JEBEL, em aghartino, sendo de formação CÁTARA por influência da corte erudita de
seu pai D. Pedro III de Aragão, e aliando a PUREZA à BELEZA, qual ALQUIMISTA DO AMOR, o
que ficou bem patente no “MILAGRE DAS ROSAS”, revela ter desabrochado em seu coração a
ROSA MÍSTICA, o mais puro e transcendente dos amores, sempre ajudando a todos aqueles
que podia como benfeitora da Humanidade. Foi discípula do grande alquimista catalão
ARNALDO DE VILANOVA, justificando assim muitos dos conhecimentos herméticos ou
esotéricos que possuía. Foi também a grande promulgadora da instituição da FESTA POPULAR
DO IMPÉRIO DO DIVINO ESPÍRITO SANTO, a partir de ALENQUER para todo o País e o Mundo
Lusófono, festejo claramente identificado ao simbolismo da coroação dum NOVO REI DO
MUNDO, aquando a coroação do Menino converte-o Imperador universal. A santidade desta
Rainha está bem patente no seu túmulo no CONVENTO DE SANTA CLARA A NOVA, em
COIMBRA, onde o seu corpo permanece incorruptível ao TEMPO e ao ESPAÇO, vivendo assim
na ETERNIDADE do ESPAÇO SEM LIMITES onde a morte e a corrupção corporal e anímica não
existem, sendo Ela muito venerada pelos conimbricenses ao ponto de terem-na elevado a
Padroeira de COIMBRA, e que ao par de SANTA MARIA é também CO-PADROEIRA DE
PORTUGAL, sob o título “RAINHA E ANJO DA PAZ”. ISABEL DE ARAGÃO foi dos Seres Angélicos
mais evoluídos que encarnaram na Península Ibérica e veio jovem para PORTUGAL, plena de
ESPIRITUALIDADE, aliando a DEVOÇÃO à SABEDORIA e que teve um papel muito importante,
destacado na ORDEM DE MARIZ, completando com D. DINIS um verdadeiro CASAL MARIZ, para
não dizer ANDRÓGINO em separado, com isso assumindo naturalmente a posição hierárquica
mais elevada possível de ocupar na mesma, nomeadamente a de GRÃ-MESTRINA, conhecida e
reconhecida no meio iniciático da TEURGIA como a BUDHAI DE SINTRA, RAINHA E MÃE
SOBERANA DA ORDEM DE MARIZ, para não dizer, de TODA A PORTUGALIDADE.
Rainha Santa Isabel, o “Anjo da Paz” de Portugal
CRISTÓVÃO COLOMBO (1451 – 20.5.1506), “aquele que transporta a POMBA DE CRISTO”, tão-
somente é o nome sacramental e não baptismal (pois este era SALVADOR GONÇALVES ZARCO),
portanto, simbólico do GRANDE INICIADO que foi, muito ligado à Secreta e Iniciática ORDEM
DE MARIZ. O seu nome provém de COLUMBA, a “POMBA” de todas as INICIAÇÕES, o ESPÍRITO
SANTO das homenagens divinas. Na verdade, COLOMBO era de origem AGHARTINA no que diz
respeito à sua maternidade, pouco importando que o seu pai tivesse sido um nobre de sangue
tanto português quanto castelhano, para fazer jus à “descida das MÓNADAS IBÉRICAS” que
deveriam formar uma NOVA CIVILIZAÇÃO IBERO-AMERÍNDIA, cuja Missão seria completada por
outro personagem misterioso, também de estirpeAGHARTINA, de nome PEDRO ÁLVARES
CABRAL. A devoção e o culto ao ESPÍRITO SANTO, a MARIA, MÃE DIVINA, ou melhor, a
obediência que devia à ORDEM DE MARIZ, levou COLOMBO a conduzir a sua esquadra chefiada
pela nau SANTA MARIA em vez de directamente às Canárias, como previsto, ao arquipélago
dos AÇORES, que era nem mais nem menos que o último reduto lusitano da Atlântida Ibérica,
aí onde estava uma COMENDA DE MARIZ, às vistas de todos sem que todos suspeitassem
sequer de ser um “formigueiro de ADEPTOS”. Feitos os relatórios à ORDEM DE CRISTO de que
fazia parte e fora “emprestado” pela mesma à corte de Aragão e Castela, e abonada de
provisões de novo a esquadra se fez ao largo, em rota só conhecida dele e de alguns oficiais
superiores da mesma ORDEM DE CRISTO. Após passagem por Cabo Verde e seguindo as
correntes marítimas suscitadas pelos ventos do Noroeste, inevitavelmente chegaram às costas
das ÍNDIAS OCIDENTAIS, ou seja, chegaram à AMÉRICA DO NORTE.
Processo idêntico aplicou PEDRO ÁLVARES CABRAL para alcançar a AMÉRICA DO SUL,
navegando um pouco mais transversalmente e indo assim aportar junto ao areal de PORTO
SEGURO, na costa brasileira da BAHIA de Todos os Santos.
A Missão de PEDRO ÁLVARES CABRAL (1467 – 1520) não foi mais que um codicilo para o
espiritual Testamento de CRISTÓVÃO COLOMBO, sendo por isso a pedra fundamental ao raiar
do século XVI (1500) do grande Edifício Humano de uma NOVA RAÇA. Tanto o brasão
de COLOMBO como o de CABRAL são cercados de ramos partidos do mesmo tronco, este o
Tronco Divino e não Humano, AGHARTINO por excelência, por ser o “Tronco da Árvore
Genealógica dos Deuses, KABIRES ou KUMARAS”!… O facto de alguém se chamar PEDRO
ÁLVARES CABRAL, logo tomando a analogia filológica de CABRAL com CAPRIS ou
CAPRICÓRNIO e CUMARA, e adoptar por brasão vários ramos de uma árvore (a mesma “Árvore
Genealógica dos Deuses”) tendo abaixo, no escudo, dois cabritos, e em cima, na cúspide, um
outro um pouco menor, justificando a TRINDADE CUMÁRICA de PAI, MÃE e FILHO, denota
superiores conhecimentos iniciáticos, que nunca poderão chegar às mãos de homens vulgares,
por mais ilustrados que sejam.
LUÍS VAZ DE CAMÕES (1524 – 10.6.1580), o autor da “BÍBLIA SAGRADA DOS LUSOS”,OS
LUSÍADAS, obra repleta de simbolismo mitológico, incitando mais à intuição que ao intelecto
para se puder desvendar muitos dos seus mistérios, e na qual se vislumbra o espírito ou
essência da História Mítica e Mística de PORTUGAL. Segundo vários autores confirmados pela
Tradição, ele foi iniciado na antiga Ordem Mística espanhola LOS ALUMBRADOS ou os FILHOS
DA LUZ, que é dizer ILUMINADOS nas antigas tradições teúrgicas do Neo-Pitagorismo e
Gnosticismo que chegaram aos Cátaros e Maniqueístas. É considerado um FIDELLE D´AMORE, o
que ficou bem patente no Canto IX do seu imortal Poema Pátrio, a “ILHA DOS AMORES”, que
de certa forma resume toda a doutrina dos ALUMBRADOS. CAMÕES era também um SEBÁSTICO
DE ADVENTO, pois defendia as ideologias sebásticas de Advento do ENCOBERTO, no que
igualmente não deixava de ser anunciador da NOVA IDADE. OS LUSÍADAS são o épico máximo
da nossa Historia Literária, e LUÍS DE CAMÕES é ele próprio a encarnação da LUSOPHIA, que é
dizer, da LUZ DO ESCLARECIMENTO como SABEDORIA ILUMINADA e ILUMINADORA da RAÇA DOS
LUSOS, e nisto foi sobretudo o Homem Representativo do próprio ESPÍRITO PORTUGUÊS.
Ave Maris Stela
O Padre ANTÓNIO VIEIRA (6.2.1608 – 18.7.1697), em cujas preces se remetia à VIRGO MARIS,
foi, segundo FERNANDO PESSOA, o Mestre Secreto em seu tempo da “aparentemente extinta
ORDEM TEMPLÁRIA DE PORTUGAL”. Se é “aparente” é porque está OCULTA, e então, com
todos os subentendidos de que o vate se valeu, vale associá-la à SUPRA-SECRETA ORDEM DE
MARIZ. A ida para o BRASIL do Padre Vieira, onde chefiou como sacerdote e instrutor a
secreta e iniciática ORDEM DOS CÁRIOS, descendentes dos CARIJÓS atlantes, então
domiciliada e operando na tradicionalmente considerada 7.ª CATEDRAL GRAALÍSTICA do
OCIDENTE, a de SÃO SALVADOR DA BAHIA, tinha como objectivo preparar as condições
humanas e espirituais para a derradeira METÁSTASE do BRASIL E PORTUGAL, consumando na
“Peanha de Cristo” o QUINTO IMPÉRIO do Mundo, aquando reinará a CONCÓRDIA UNIVERSAL, a
SINARQUIA de AGHARTA. Este ilustríssimo Padre jesuíta que também fez as vezes de
Sacerdote do Deus Altíssimo, foi o principal difusor em seu tempo da ideia messiânica ou
avatárica das 5 IDADES DO MUNDO, conformadas ao temaTranslatio Imperii já perfilhado pelo
apóstolo do Nuevo Evangelio no século XIII, o monge cisterciense da Calábria, JOAQUIM DA
FIORA. Para Vieira, o QUINTO IMPÉRIO será PORTUGUÊS (na Língua) e sobretudo ESPIRITUAL, o
que corresponde à SATYA-YUGA, a IDADE DE OURO do augúrio do profeta da História do
Futuro que hoje já se faz Presente, preanunciado pela Nova Aurora do CICLO DE AQUARIUS.
ANTÓNIO AUGUSTO CARVALHO MONTEIRO (1884 – 1920), o “Monteiro dos Milhões”, dono da
“MANSÃO FILOSOFAL” que é o PALÁCIO DA QUINTA DA REGALEIRA DE SINTRA, um regalo para
os olhos e para o espírito onde de vê revelada a manifestação no PARAÍSO TERREAL de SINTRA
do PARAÍSO CELESTIAL de DEUS, toda ela repleta de simbolismos e géneros artísticos onde se
podem identificar influências templárias, gnósticas e alquímicas, numa fusão sui generis do
cristianismo com a mitologia greco-romana, literariamente inspirada em Dante e Camões,
sobressaindo de tudo o intenso pendor AGHARTINO, bem patente nos imensos TÚNEIS e
TORRES SUBTERRÂNEAS da Quinta. Ele também esteve ligado à fundação do JARDIM
ZOOLÓGICO DE LISBOA, na Quinta das Laranjeiras do Conde de Farrobo onde se reproduziu o
próprio ÉDEN, o JARDIM DO PARAÍSO TERREAL, indo a vegetação, os animais e as pessoas
misturar-se com construções de cariz esotérico facilmente detectáveis por quem tenha os
sentidos interiores despertos. Apesar de ser imensamente rico materialmente, também o era
espiritualmente, ajudando sempre de boa vontade quem dele se acercava com dificuldades
financeiras. Embora lhe sejam atribuídas muitas filiações esotéricas, nomeadamente de cariz
maçónico, estamos em crer que, além de conhecido e assumido católico e monárquico,
sustentou uma relação muito íntima com a ORDEM ESPIRITUAL DE PORTUGAL, a Soberana
ORDEM DE MARIZ, ficando como prova disso e da sua condição de Ser Superior a inscultura, na
chaminé do seu Palácio da Regaleira, do animal mitológico hindu MAKARA. Bem sabemos que
o MAKARA, além de animal mitológico hindu, revela o ESTADO DE CONSCIÊNCIA SUPERIOR
afim ao ADEPTO PERFEITO, neste caso particular espécie de “santo-e-senha” revelador da
própria afiliação MARIS AD AETERNUM de Carvalho Monteiro, não sendo então por acaso,
como afirma a Tradição Secreta, que ele tenha servido de TULKU ou espécie de «sósia
espiritual» do Grão-Sacerdote da mesma “ORDEM DO SUBSOLO”, parafraseando Fernando
Pessoa, com isso detendo a AUTORIDADE ESPIRITUAL da própria PORTUGALIDADE.
BARÃO HENRIQUE ÁLVARO ANTUNES DA SILVA NEVES (Portugal, 1849 – Brasil, 20.11.1944),
personagem completamente desconhecido dos anais históricos. Foi um rico-homem que
ganhou fortuna continuando o negócio de fretes marítimos da família, e repartiu a sua
residência entre Lisboa, Goa e por fim São Salvador da Bahia. Como ADEPTO INDEPENDENTE
que era (e é!), actuou sempre ENCOBERTO às pompas e luxos da burguesia do mundo profano
(mais ou menos como Carvalho Monteiro também fazia), mas estando muito ligado à OBRA DO
ETERNO NA FACE DA TERRA tendo chegado a ser PARANINFO do Professor HENRIQUE JOSÉ DE
SOUZA, quando este passou por Lisboa em 1899, com 16 anos de idade. Foi de grande e
imprescindível auxílio aquando do ACIDENTE DE LISBOA que vitimizou a contraparte espiritual
do Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA, HELENA IRACY GONÇALVES DA SILVA NEVES, muito
perto da SÉ PATRIARCAL. Albergou o então o jovem HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA no seu Palácio,
próximo da SÉ, nas cercanias da RUA DO BARÃO. De origens possivelmente judaico-cristãs,
sabe-se que a família NEVES ter-se-á fixado na COVILHÃ ainda no século XII, e nesse século ou
no seguinte terá misturado o seu sangue com o tronco familiar dos SILVA, donde SILVA NEVES.
É sabido que a família NEVES possuía raízes judaicas sefarditas, e com a adesão de alguns dos
seus membros ao Cristianismo ela adoptou por Orago NOSSA SENHORA DAS NEVES, certamente
bem aceite pelos restantes familiares não conversos que a identificariam à VIRGEM BRANCA,
forma titular de descrever a própria SHEKINAH, a “Presença Real de Deus” como ESPÍRITO
SANTO. Os SILVA NEVES estão espalhados um pouco por todo o Norte do País, do Douro Litoral
e Interior até Trás-os-Montes e Minho, daí migrando mais para Sul, para COIMBRA e LISBOA. O
BARÃO HENRIQUE teria propriedade próxima ou mesmo na aldeia de SÃO LOURENÇO DE
ANSIÃES, tendo migrado novo para LISBOA trazendo na bagagem a riqueza enorme herdada de
seu pai, e na capital iniciado o negócio de fretes marítimos entre LISBOA – GOA, Índia
Portuguesa (e depois entre LISBOA – SÃO SALVADOR DA BAHIA / RIO DE JANEIRO), onde teve
casa, e ainda lá está, no BAIRRO DE SÃO LOURENÇO, na Rua das Flores próxima da Praça com
o nome desse Santo a caminho do Forte dos Reis Magos, portanto, na Goa Velha e não na
actual Pangim. O BARÃO juntamente com a sua boníssima contraparte humana e espiritual, a
BARONESA HELENA DA SILVA NEVES, foram em vidas anteriores, respectivamente, NUNO
ÁLVARES PEREIRA e a RAINHA SANTA ISABEL, vindo a ser PAIS do QUINTO DHYANI-BUDHA que
com ELA, são precisamente o BUDHA-BUDHAI DE SINTRA, na direcção suprema da ORDEM DE
MARIZ… que assim tem “SOL E LUA À SUA FRENTE”.
Estes são, segundo a nossa visão, alguns dos nomes mais importantes da HISTÓRIA DE
PORTUGAL que, ligados directamente à ORDEM DE MARIZ, mais influenciaram os destinos
deste País. Muitos outros também podem ser associados, como o CONDE D. HENRIQUE DE
BORGONHA, que como já referimos teve papel importante na formação de PORTUGAL, e
GUALDIM PAIS, um dos mais importantes Grão-Mestres TEMPLÁRIOS, muito ligado à fundação
de TOMAR; FILIPA DE LENCASTRE, a “Princesa do Santo Graal”, Mãe da ÍNCLITA GERAÇÃO; D.
JOÃO DE CASTRO, Vice-Rei da Índia e proprietário da misteriosa, até há alguns anos repleta
de fenómenos JINAS, QUINTA DA PENHA VERDE, em SINTRA; FRANCISCO DE HOLANDA, pintor
exímio, nomeadamente das IDADES DO MUNDO, e igualmente escritor; mais recentemente o
ensaísmo e a poesia de SAMPAIO BRUNO e GUERRA JUNQUEIRO. Muitos mais, mais ou menos
conhecidos, poderia ainda citar, talvez sendo como os mais importantes mesmo não sendo
nomes sonantes da História, pois agiram como ADEPTOS ENCOBERTOS, preparando o terreno
psicossocial para que outros, com PODER TEMPORAL e AUTORIDADE ESPIRITUAL mais
ostensivos, pudessem efectivar a MISSÃO AVATÁRICA, MESSIÂNICA deste PORTO DO GRAAL.
A título de curiosidade, podemos referir que existe em PORTUGAL uma família de nome
MARIZ, que segundo podemos apurar será descendente da família francesa originada em
MENGO DE MERY, que no nosso País se tornou DE MARIZ, possuindo solar na Freguesia de
MARIZ, junto a BARCELOS, e o mais antigo que se conhece do apelido em PORTUGAL chamou-
se ALFREDO NUNES DE MARIZ casado com MARIA ESTEVES, filha de ESTEVÃO GONÇALVES e de
sua mulher URRACA AFONSO, de cujo matrimónio descendem os do apelido MARIZ. De entre
os seus mais proeminentes descendentes destaca-se PEDRO DE MARIZ (1550 – 24.11.1615),
autor dos DIÁLOGOS DE VÁRIA HISTÓRIA, onde as vidas de muitos personagens reais da nossa
História são descritas e retratadas. Alguns dos lugares onde podemos encontrar descendência
dessa família é no LOUREL, perto de SINTRA, e também em ODIVELAS, onde existiu a QUINTA
DO MARIZ. Desde sempre, por mais não seja que pela origem do nome MARIZ, podemos
associar esta família com outras, nomeadamente a SAN PAYO ou SAMPAIO, ligada aos
LUSIGNAN, a MENEZES, a CARVALHO, a MONTEIRO e, claro está, a NEVES, mais precisamente a
SILVA NEVES, com ligações mais ou menos directas por parte de alguns dos seus membros à
ORDEM SOBERANA do mesmo evoco, de acordo com o que disse o Professor HENRIQUE JOSÉ DE
SOUZA em 28.9.1941: «(…) sendo que o nome “Mariz” inúmeras famílias nobres de Portugal o
possuíram e prosseguiram». Resta não confundir a HERANÇA GENEALÓGICA ou FAMILIAR com a
HERANÇA TRADICIONAL ou INICIÁTICA, que é sempre quem origina aquela. A ORDEM é uma
coisa, e a FAMÍLIA é bem outra, ainda que por vezes andem inextrincavelmente juntas,
prerrogativa indispensável de HERANÇA FAMILIAR e HERANÇA INICIÁTICA.
ENCLAVES MÁGICOS
Abordaremos agora alguns dos principais lugares espalhados por PORTUGAL que, a nosso ver,
estiveram mais ligados à origem e expansão da ORDEM DE MARIZ em território nacional.
Começaremos pelo local da sua origem, já largamente referido neste estudo, SÃO LOURENÇO
DE ANSIÃES.
SÃO LOURENÇO DE ANSIÃES, berço espiritual da ORDEM DE MARIZ onde tudo começou, ligava-
se outrora subterraneamente com os Mundos de DUAT e BADAGAS, sendo possível ainda hoje
vislumbrar reentrâncias na paisagem circundante fazendo lembrar aqueles outros misteriosos
túneis que comunicavam com outra Humanidade no CENTRO DA TERRA. Destaca-se a
CAPELINHA DE SÃO LOURENÇO mandada erigir por um padre católico, tendo por cima da
ombreira esta inscrição: “MANDOU-A FAZER O VIGÁRIO DA FREGUESIA JOSÉ DA LIOCIDA
(LEÔNCIDA) NEVES NO ANO DE 1839”. O vigário JOSÉ NEVES seria possivelmente parente do
BARÃO HENRIQUE DA SILVA NEVES, e este seria um dos locais onde a ORDEM DE MARIZ se
reunia em segredo. Mas o grande destaque deste lugarejo perdido junto às margens do Rio
TUA, no Trás-os-Montes profundo, é a sua FONTE SANTA de águas sulfúricas provindas do seio
da Terra, destinadas a que se purgassem ou purificassem os VEÍCULOS DA PERSONALIDADE ou
os CORPOS MORTAIS dos MARIZES, preparando-os assim corporalmente para a descida
subsequente aos MUNDOS SUBTERRÂNEOS DE BADAGAS e de DUAT, ao OMPHALOS da MÃE-
TERRA, Morada Oculta dos GRANDES ADEPTOS da FRATERNIDADE BRANCA que eles também
eram. Aí esteve o Professor HENRIQUE JOSÉ DE SOUZA em 1899, tomando contacto com esta
Milícia Secreta e não deixando de banhar-se na FONTE HIDROTERMAL DE SÃO LOURENÇO, de
onde brotam duas saídas de água que, como já referimos anteriormente, misteriosamente
sem que ninguém saiba a razão chamavam-se antigamente HENRIQUE E HELENA, tendo por
cima a pequena imagem miraculosa de SÃO LOURENÇO, e na base das bocas d´água as figuras
muito deterioradas de CASTOR E POLLUX, estando lateralmente a GRUTA de onde provêm as
ÁGUAS SANTAS curadoras de muitos males, razão de ainda hoje serem muito procuradas pelo
povo aflito buscando o seu bálsamo, tendo baptizado este sítio como TERMAS DE SÃO
LOURENÇO. De notar a presença de várias casas abandonadas, muito provavelmente algumas
delas pertencentes a MARIZES, como a “CASA DA ACÁCIA”, e quase de certeza uma delas
pertencente ao BARÃO HENRIQUE DA SILVA NEVES.
Perto daí, já na ALDEIA DE POMBAL DE ANSIÃES, destaca-se a sua igreja tendo na dianteira
sobre a porta um nicho com o Orago SÃO LOURENÇO e por cima esculpida uma POMBA DE
ASAS ABERTAS, símbolo do ESPÍRITO SANTO que igualmente, mais ocultamente, é uma das
principais insígnias da ORDEM DE MARIZ e, sobretudo, da Augusta ORDEM DO SANTO GRAAL
que hoje sintetiza o Trabalho Avatárico de todas as outras sete Ordens do Passado. Nas suas
traseiras, pode observar-se um M encimado pela FLOR-DE-LIS, encontrando-se no topo, entre
a CRUZ e a ROSA, a inscrição: “ESTA OBRA MANDOU FAZER O REVERENDO ANTÓNIO DE SEIXAS,
1750”. O Padre ANTÓNIO DE SEIXAS muito provavelmente seria um Membro da ORDEM DE
MARIZ, e como todos os ADEPTOS actuava como ENCOBERTO, daí que no interior da igreja,
logo à sua entrada, possa observar-se o seu retrato mas… quase apagado não se vislumbrando
o rosto. O grande destaque deste templo encontra-se no seu tecto de madeira: tem ao centro
a pintura extraordinária do busto de SÃO LOURENÇO sobre a MENORAH, o Candelabro de 7
Velas acesas, o que aparentemente constitui “heresia” por associar um personagem do
santoral cristão com o símbolo principal do Judaísmo, mas na realidade nos factos iniciáticos
encarnando Ele o CAVALEIRO DO MANTO VERMELHO que é o mesmo AKDORGE, expressão
fidedigna de ARABEL no topo do CANDELABRO CELESTE, ou sejam, os 7 LUZEIROS ou
LAMPADÁRIOS CELESTES de que ARABEL é o primeiro aqui, na LUX CITÂNIA, a “TERRA DE
LUZ”. No chão da igreja estão alguns túmulos, cujas tampas sepulcrais inscrevem uma e só
misteriosa LETRA AGHARTINA, usada tanto para designar o SIGNO DE AQUARIUS como,
sobretudo, o estado de consciência MAKARA, neste particular, de MARIZ ou MARIS. De referir
uma QUINTA lateral à igreja, cuja entrada nos fundos possui COLUNAS SALOMÓNICAS, sendo
de aventar a hipótese de ser essa a Casa da Comenda pertença da ORDEM DE MARIZ em
Pombal de Ansiães.
COIMBRA, feudo temporal, externo ou exotérico da ORDEM DE MARIZ, é a cidade da mítica
serpente COLUBRA, a SERPENTE CELESTE de FOHAT que a supradita MILÍCIA DE ILUMINADOS
traz a si por encadeamento mágico das suas ENERGIAS SIDERAIS. Coimbra no seu MORRO DOS
AMORES, junto à FONTE DA SAUDADE, viu-se fadada por JESUS e MARIA, com os Anjos abrindo
alas, na hora da Santa Eucaristia apresentando em 1800 os GÉMEOS ESPIRITUAIS AKBEL E
ALLAMIRAH ao mundo. Por 3 horas o Ritual de Consagração transcorreu e depois, atravessando
a cidade, na IGREJA DE SANTA CRUZ, onde está deposto o túmulo de D. AFONSO HENRIQUES,
junto ao altar interiorizaram-se rumando subterraneamente até SINTRA, perfazendo o
AVATARA MOMENTÂNEO de 1800. Tudo sob a cobertura defensiva da ORDEM DE MARIZ. Como
símbolo assaz representativo do Espírito de MARIZ, temos o BRASÃO DE COIMBRA, no qual as
cores VERDE e VERMELHA predominam, onde se faz presente uma donzela vestida de cor
PÚRPURA, podendo muito bem ser a RAINHA SANTA ISABEL, Padroeira desta cidade, como
também a Excelsa BUDHAI DE SINTRA encarnando a própriaMATER DEI, cuja cor purpurina do
Sol ou Chakra de KALA-SISHITA (SINTRA) se integra no DOURADO da TAÇA DO SANTO GRAAL,
rodeada pela SERPENTE ALADA, a CELESTE COLUBRA, e pelo LEÃO REAL, expressivos do SOLVE
ET COAGULA alquímico, patente neste PORTO DO GRAAL bem definido nos seus dois escudos
com as 5 QUINAS QUINTO IMPERIAIS.
SINTRA é a Casa Mãe, Domus Mater da ORDEM DE MARIZ, onde em tempos passados os seus
raros Membros se reuniam secretamente nas AZENHAS DO MAR, nas proximidades do Moinho
de Água nas cercanias do terreiro abaixo da CAPELA DE SÃO LOURENÇO. Situada perto da
actual capital de PORTUGAL, LISBOA, está aquela que é considerada a mais bela Serra do
nosso País, SINTRA, tendo-se feito dela o oásis do Romantismo nos séculos XVIII-XIX. Sendo
hoje Património da Humanidade, porta consigo historial vastíssimo recuando aos alvores da
mesma Humanidade e onde a Utopia desejada se confunde facilmente com o imediatismo
historiográfico, antropológico, etnológico e filológico. E etimologicamente podemos encontrar
as designações árabe e moçárabe AL-SHANTARA e XENTRA e XINTRIA, ou ainda antes,
recuando ao período celta, CYNTHIA ou CYNTIA, vulgarizando-se no século XVII a grafia
CINTRA, persistindo até hoje, mas fixando-se, a partir dos anos 30-40 do século XX, o
topónimo SINTRA. A presença do S, esotericamente falando, poderá ter muito a ver com o
“CAMINHO DA SERPENTE”, que é o mesmo que dizer KUNDALINI ou o FOGO CRIADOR DO
ESPÍRITO SANTO revelador da Sabedoria Oculta, críptica e encriptada, secreta, como Via de
Realização da Grande Obra Alquímica individual e colectiva, segundo FERNANDO PESSOA,
réptil esse e respectivo significado esotérico bem patente no promontório sintrense mais
ocidental da Europa: o CABO DA ROCA, ou melhor, o Promontório de Ofiúsa (“Serpente”).
SINTRA ou CYNTIA é, pois, o nome da deusa Lua em seu tríplice aspecto: HELENA, a Lua
Espiritual, acima de SELENE, a Lua Psíquica, e esta sobre PERSÉFONE, a Lua Física… infernal,
inferior, interior ou subterrânea. Quando se deu o último cataclismo da ATLÂNTIDA, a
Montanha de KURAT, por extenso KURAT-AVARAT, hoje SINTRA, distendeu-se como uma
lomba indo desde o actual ALGUEIRÃO até ao CABO DA ROCA. Ela era a quinta Montanha
Sagrada já nesse finado continente atlante ou o de KUSHA, segundo as escrituras orientais,
porque por causalidade sabia-se estar aí o 5.º CHAKRA DA TERRA – o VISHUDA ou LARÍNGEO.
Por essa Montanha de KURAT, totalmente diferente do que é hoje, reflectiam-se ao exterior,
através das suas enormes e imensas anfractuosidades escancaradas a céu aberto, os diáfanos
raios PURPURINOS do “CENTRO VITAL” interior… em cujo final da Raça passaram a ser
prenúncio fatal do “Crepúsculo dos Deuses”. Foi a partir desta lomba serrana que se propagou
universalmente o tema céltico-árabe-cristão da DEMANDA DO SANTO GRAAL, e só podia ser
assim, atendendo à fisionomia geográfica de Portugal, onde SINTRA aparece localizada como
o “nariz” ou canal respiratório da Nação – centro motor do Alento Vital etérico, isto é, PRANA
preenchendo inteiramente o AKASHA, o quinto elemento como quintessência da Natureza
Universal – cuja dinâmica activa o biorritmo do País e por este, em anexo, a EUROPA inteira.
Também nisto se encontra a justificativa à prerrogativa da sua profecia milenar: «Quem
nasce em PORTUGAL é por missão ou castigo». SINTRA foi considerada o Mons Salvat (Monte
Salvífico ou da Salvação) pela tradição poético-musical Wagneriana, bem alicerçada na
Tradição Iniciática da ORDEM DO SANTO GRAAL que D. FERNANDO II DE SAXE COBURGO-
GOTHA, inspirado nessa mesma Tradição, deixou bem patente nos jardins circundantes do
PALÁCIO DA PENA (o “PALÁCIO DO SANTO GRAAL”, como lhe chamou RICHARD STRAUSS
quando visitou SINTRA) e neste, englobando na mesma circunscrição geográfica o CASTELO
DOS MOUROS, o que sugere um propósito secreto do Rei Iluminado em pretender unir aos dois
hemisférios físico e ideal da Tradição, o do ORIENTE com o do OCIDENTE… «Quando o Oriente
se unir ao Ocidente, será coisa pasmosa de ver», já dizia a profecia da Sibila da Serra. D.
FERNANDO II não era estranho a todos os estes mistérios, pois além de ter assumido várias
outras filiações de cariz esotérico e iniciático, informa a Tradição que perfilava nas fileiras
secretas da soberana e misteriosa ORDEM DE MARIZ, e talvez ou decerto sob a inspiração
directa desta pretendeu e encetou fazer de SINTRA, e de certa forma fê-lo, CAPITAL
ESPIRITUAL DA EUROPA e do QUINTO IMPÉRIO LUSITANO. Assim, temos agora SINTRA como
Capital Espiritual do Continente, e LISBOA como Capital Temporal do País, expressivas da Boa
Lei ou Boa Lis, como escrevia Fernão Lopes na Crónica de D. João I, ou seja, L.ISBOA Y.
S.INTRA.
TOMAR, podemos dizer que reúne todos os requisitos necessários para ser tomada, assumida
CIDADE SAGRADA. À semelhança de outras cidades como LISBOA, JERUSALÉM ou ROMA, ela
dispõe-se sobre 7 COLINAS, bem retratadas na MATA DOS 7 MONTES, desde há muito associada
ao sentido esotérico dos enclaves mágicos dos TEMPLÁRIOS. Fazendo na Terra a viagem
estelar do “CAMINHO DE SANTIAGO” ou a Via Láctea, tendo por guia a estrela SIRIUS alfa da
constelação do CÃO MAIOR, os TEMPLÁRIOS encetaram diáspora do ORIENTE para o OCIDENTE
vindo fixar-se no centro de PORTUGAL, em TOMAR, onde instituem a sua Casa-Mãe para toda
a Península Ibérica. TOMAR, provindo filologicamente do assírio ATUMAR, “Senhor Pai”, como
os primitivos nabantinos lhe chamavam, a sua etimologia também pode ser decomposta em
TAT MARIS, “Oceano Universal”, em referência ao ASPECTO FEMININO do LOGOS CRIADOR,
desde cedo, como dissemos, quis-se fazer dela (e fez-se!) um enclave sagrado ou solar sob a
chancela secreta da Soberana ORDEM DE MARIZ. Justificando a pretensão de fazer de TOMAR
a expressão mais perfeita possível da JERUSALÉM CELESTE, a mesma SHAMBALLAH encoberta,
podemos referir o facto de no CONVENTO DE CRISTO a própria CHAROLA, autêntico AXIS
MUNDICELESTE, mandada levantar no 1.º de Março de 1160 por GUALDIM PAIS, Mestre
Provincial dos TEMPLÁRIOS portugueses, ser uma réplica exacta dessa outra ROTUNDA
também octogonal: a da CÚPULA DO ROCHEDO, em JERUSALÉM, ocupando o espaço do
desaparecido TEMPLO DE SALOMÃO. Mas aqui, no esconso da CHAROLA tomarense, foram
ocultados, criptados os segredos iniciáticos TEMPLÁRIOS, ideia que aflora de imediato ante a
vista do próprio octógono da CHAROLA, sabendo-se da grande consideração cabalística que os
TEMPLÁRIOS tinham pelo número 8, algarismo solar elevado à sua máxima potência e por isso
mesmo inserto no número cabalístico do CRISTO, 608, o qual reúne em si a potência da Idade
do PAI – Ciclo de JERUSALÉM – e a essência da Idade do ESPÍRITO SANTO – Ciclo da LUSITÂNIA.
Ao dizemos que o 8 é número solar, isso vale por Mercúrio, pelo estado Andrógino associado
ao mesmo valor aclamado como STELLA MARIS. É na igreja de SANTA MARIA DO OLIVAL, antigo
Primaz dos Santuários Marianos portugueses de Aquém e Além-Mar, que está sepultado
GUALDIM PAIS, o 6.º Grão-Mestre da Província de PORTUGAL da Ordem dos Cavaleiros Pobres
de Cristo e do Templo de Salomão que tem na sua inscrição tumular a palavra TOMARIS,
igreja esta que, dentre muitas outras curiosidades e mistérios, possui gravado no seu frontal
exterior um pentagrama, neste caso, indicativo tanto do 5.º SISTEMA GEOGRÁFICO
PORTUGUÊS como da manifestação do Homem Cósmico ou Primordial, ADAM-KADMON, nele.
Volvendo ao CONVENTO DE CRISTO, além da CHAROLA já citada deve-se também referir a
existência de uma possível Sala de Iniciação, posteriormente convertida em ADEGA, onde
existe uma laje enorme tapando um pressuposto subterrâneo que, diz-se, passa sob a
CHAROLA e leva até SANTA MARIA DO OLIVAL. É igualmente curioso que o próprio CASTELO
dos TEMPLÁRIOS configure no seu esquisso a constelação do BOIEIRO, que é a «antecâmara»
estelar dessa outra e mais importante URSA MAIOR, a constelação dos RISHIS ou dos divinos “7
REIS DE ÉDON”, cuja estrela alfa do mesmo BOIEIRO, ARCTURUS, é assumida esotericamente
como o «portal» de acesso à GRANDE URSA. Terá tudo isso algo a ver com as iniciações
crípticas ou subterrâneas ocorridas no Passado tomarense? Estamos em crer que sim. Em
Tomar há a destacar também a igreja de SÃO JOÃO BAPTISTA, o AXIS MUNDI TERRESTRE, onde
se distinguem misteriosos túmulos cujas tampas sepulcrais são idênticas às que se encontram
na igreja de POMBAL DE ANSIÃES, com a misteriosa LETRA AGHARTINA indicativa de MAKARA.
Aliando-se ao elemento FOGO bem patente na forja dos Alquimistas, simbolizado pelo
DRAGÃO SOLVE ET COAGULA – cuja evocação foi caríssima aos TEMPLÁRIOS – e situada no
centro de um espaço que podemos considerar instituído como cosmograma, com o CONVENTO
DE CRISTO a Poente, o CONVENTO DE SANTA IRIA a Nascente, a IGREJA DE SÃO GREGÓRIO a
Norte e a IGREJA DA MISERICÓRDIA a Sul, cada qual direccionada a um ponto cardeal e
plantada sobre um nódulo telúrico, assim organizando os eixos de entrada na cidade cujos
foros de sagrada também por isso e isso mesmo se deve. TOMAR, como Capital Templária da
HISPÂNIA foi na altura considerada, pelas três religiões monoteístas do Livro (JUDAICA,
CRISTÃ, ISLÂMICA), como a expressão fidedigna do CENTRO DO MUNDO, principalmente por
sua associação simbólica (e não só…) à JERUSALÉM CELESTE, o que ficou bem assinalado no
simbolismo in tempore et spatio da RODA do RIO NABÃO, assim assumida representação axial
desse mesmo CENTRO DO MUNDO. De referir que os pressupostos e misteriosos Mestres
Secretos da ORDEM DOS TEMPLÁRIOS, seriam os Irmãos Maiores ou Adeptos Perfeitos da
ORDEM DE MARIZ, estes os verdadeiros Homens Representativos da PORTUGALIDADE
INICIÁTICA como OBREIROS ENCOBERTOS do QUINTO IMPÉRIO do Mundo. É de realçar
igualmente a existência em TOMAR de uma CAPELA DE SÃO LOURENÇO, tendo como destaque
um painel de azulejos onde se mostra presente NUNO ÁLVARES PEREIRA, no seu tempo o
Grão-Mestre da ORDEM DE MARIZ.
SAGRES, podemos considerar como sendo o lugar mais significativo e igualmente mais
enigmático da Portugalidade, FINIS TERRAE ao mesmo tempo que Initio Gesta Dei ad Mareum
per Portucalensis, lugar privilegiado de intercomunicação com o Além, com o Outro Mundo, o
MUNDO JINA. O monumento mais enigmático dentro do Promontório de SAGRES, sem dúvida é
aquele constituído por uma forma geométrica circular tendo dentro raios configurados por
fiadas de pedras toscas e desiguais, o qual é vulgarmente chamado de «rosa-dos-ventos». Do
centro dessa composição, com um diâmetro de 43 metros, divergem 49 raios ou linhas rectas,
o que assim faz ruir a hipótese de «rosa-dos-ventos» por não se conhecerem disposições dessa
natureza com mais de 32 rumos. Numa relação subtil com esse disposto pétreo, podemos
referir que o nome árabe do Promontório é CHAK RAK, “Lugar das Pedras”, fonema soando
muito próximo ao sânscrito CHAKRA, “RODA”, neste caso, sendo o CENTRO VITAL SACRO ou
SACRAL (donde SAGRADO e SAGRES) situado na base da coluna espinhal tanto do Homem
como do País, cujas sinergias tipificando-os singularmente advêm do SOL OCULTO do Mundo
aí, desde SHAMBALLAH representada pela Cruz Flamígera de CRISTO (X), ou o mesmo
quadrante solar operado por aquela que fez de SAGRES o Santuário Privilegiado do INFANTE D.
HENRIQUE e dos Deuses humanizados que o acompanharam – a Soberana ORDEM DE MARIZ
(cujo nome está literalmente inscrito numa tela na igreja de SANTA MARIA DE LAGOS),
constituída dos 49 Adeptos Independentes como Seres Representativos da TERRA SANTA
bafejada por esse mesmo SOL ESPIRITUAL ou OCULTO do GLOBO (;). Sendo assim SAGRES o
Centro Sacro ou CHAKRA RAIZ do CORPO que é PORTUGAL (ficando SINTRA para o CENTRO
CORACIONAL e a ALMA, ao passo que TOMAR assinala o CENTRO CORONAL e o ESPÍRITO),
segundo a Tradição Iniciática é aí que se concentra a Energia Flogística do Divino ESPÍRITO
SANTO, do “Laboratório de Kundalini”, esta bem assinalada na VIRGEM NEGRA cujo culto se
fazia nas proximidades do Promontório, na ermida de SANTA MARIA DE GUADALUPE
(ou Guapa-Lupe, a “Bela Lua”, assim mesmo signa lapidem vitriólica da Noite ou o Oculto,
logo, designando a “Guardiã dos Mistérios” –Guadalupe – para não dizer, o próprio MEKA-
TULAN), património do INFANTE D. HENRIQUE na aldeia da RAPOSEIRA (ou da raposa, esta, só
por «acaso», o totem zoomórfico do Quinto Dhyani-Buda EDUARDO JOSÉ BRASIL DE SOUZA,
antigo Dhyani-Jiva LEONEL DA SILVA NEVES, Filho varão primogénito dos BARÕES DA SILVA
NEVES os quais além desse tiveram mais um casal (um outro menino e uma menina, esta
adoptada desde o berço, Iracy, aquele o Antonino), e o qual é o mesmo Supremo Dirigente do
5.º Posto Representativo Português). De maneira que o Infante Ínclito dos Mares tinha a sua
Confraria Espiritual em SAGRES, e a respectiva secular ou temporal Escola de Navegação em
LAGOS, havendo residido entre ambas, precisamente na “VILA DO INFANTE” sita na mesma
RAPOSEIRA. Essa academia de navegadores congregou os maiores especialistas da época,
independentemente de raças e religiões, os quais foram inaugurar um período de Renascença,
principalmente em termos de avanços tecnológicos e culturais para o mundo de então.
Por SAGRES, através do Infante, PORTUGAL projectou-se no mundo, cuja diáspora,
caracterizada sobretudo pelo intercâmbio entre as mais variadas culturas e pela mais ampla
concórdia entre raças diversas, faz-se sentir ainda hoje e sempre que a presença de
PORTUGAL seja reclamada em qualquer parte da TERRA. Realmente SAGRES revela-se
“Laboratório do Espírito Santo” ou “de Kundalini”, ele o cóccix da coluna espinhal do País, a
base de toda a estrutura orgânica e psicomental do mesmo, nisto, como curiosidade suprema,
a imagem aérea geral do Promontório apresenta-o com a forma de um falo com os escrotos
laterais, assim se aparentando à forma da flor-de-lis, para todos os efeitos, representação da
CHAVE DE PUSHKARA – a 7.ª CIDADE AGHARTINA – que abre a Porta Santa de SHAMBALLAH,
sendo o seu possuidor o próprio AKDORGE, o FILHO, o REI DO MUNDO. Foi em SAGRES que se
realizaram os mais vetustos e antigos cultos ao Fogo Criador Saturnino ou Oculto, Ctónico ou
Subterrâneo, por isto mesmo também chamado de “Sol da Meia-Noite”, celebrações ctónicas
e psicopompas vindas desde os atlantes, passando os fenícios, os celtas, os romanos e
chegando aos árabes e cristãos, etc. Ainda lá está, bem patente em pleno Promontório, a
ruína do primitivo santuário circular de CRONOS-SATURNO, que deu o nome e a fama ao sítio
como Sagrado ou SAGRES. Sobre essa sagrada ruína destelhada, com 4 entradas cardeais,
refulge à noite a misteriosa estrela de ORION e a constelação do BODE, da CABRA, CAPRINO
ou CUMARA, ligando-se sobremaneira ao culto ctónico das almas veladas e alumiadas,
alentadas pelo Fogo Subterrâneo, o do SOL CENTRAL DA TERRA como Usina de Kundalini. É
neste sentido que se falava, desde os tempos mais remotos, ser o Promontório uma entrada
ou “boca do Inferno” para esse mesmo MUNDO SUBTERRÂNEO, Infernal, Inferior ou Interior
onde o REI DO MUNDO, conforme a lenda local, está vigiando os destinos da Humanidade e
donde haverá de dar à TERRA uma Nova Raça. A verdade, para além das brumas sãs da lenda,
é que o PROMONTÓRIO DE SAGRES é todo ele oco, havendo várias EMBOCADURAS levando ao
seu interior, uma delas no MONTE FRANCÊS próximo, onde se rasga rés-do-chão uma chaminé
por que se desce à caverna profunda e extensa. Como já vem sendo habitual nos territórios
comendatários da ORDEM DE MARIZ, podemos encontrar na aldeia próxima de BUDENS (BUDA?
…) a CAPELA consagrada a SÃO LOURENÇO.
Também no Concelho de BARCELOS podemos encontrar a aldeia de MARIZ, com a sua igreja
tendo por Orago SANTO EMILIÃO, e VILAR DE FRADES, com o seu convento beneditino de estilo
românico em cuja abóbada da igreja se encontram ROSAS tendo ao centro escudetes com a
primitiva CRUZ de PORTUGAL, com isto designando oCRUZEIRO MÁGICO DE MARIZ A LUZIR nos
céus da LUSITÂNIA. No seu todo, o corpo de nervuras da abóbada prefigura a supradita
enigmática LETRA AGHARTINA designativa tanto de AQUARIUS como de MAKARA, e também de
MAITREYA, já encontrada nos túmulos das igrejas de SÃO JOÃO BAPTISTA, em TOMAR, e de
POMBAL DE ANSIÃES, como indicámos anteriormente, sendo que essa mesma letra está
igualmente presente no pórtico de entrada principal da SÉ CATEDRAL DE BARCELOS,
juntamente com ROSÁCEAS, VIEIRAS e SWÁSTICAS.
Conclui-se assim que a ORDEM DE MARIZ possuiu (quiçá ainda possua) comendas, bailios,
baronatos e morgados em vários pontos geoestratégicos de PORTUGAL, contudo, como já foi
dito, a sua Casa Mãe é SINTRA, ainda que muitos outros locais pudessem igualmente ser
indicados neste estudo, que já vai longo, como REDINHA, POMBAL e até DORNES, mas
pensamos ter referido os lugares mais importantes da presença MARIZ ao longo do mapa de
PORTUGAL.
Pensamos ter demonstrado de forma inequívoca que a ORDEM DE MARIZ EXISTIU, EXISTE E
EXISTIRÁ SEMPRE, enquanto EXISTIR PORTUGAL, não sendo simples quimera dum qualquer
devaneio místico pessoal e sim a razão de existirmos enquanto PORTUGUESES, fiéis dignitários
do PORTO DO GRAAL, perspectivando já a manifestação do ENCOBERTO, do MESSIAS, do NOVO
AVATARA MAITREYA, que tem nome bem PORTUGUÊS. A despeito de para muitos a ORDEM DE
MARIZ ter terminado a sua Missão na FACE DA TERRA e se “INTERIORIZADO” ou “DISSOLVIDO”
para o século, contudo para nós continua intensamente activa, não ignorando que “algures”
por todo o PORTUGAL os seus MEMBROS continuam a operar ocultamente, reunindo-se em
locais secretos só conhecidos deles… de ELES e os DEUSES, e acaso de um ou outro seu
emissário esparso que possa andar por aí incógnito no meio de nós, cruzando-se connosco em
qualquer esquina à nossa frente sem que nos apercebamos.
Terminamos este estudo com uma citação que para nós resume tudo quanto já dissemos,
saída da pena do Insigne FERNANDO PESSOA, no seu TRATADO DO SUBSOLO. Mais do que as
nossas palavras, as de FERNANDO PESSOA são o culminar daquilo a que nos propusemos neste
estudo sobre a Soberana ORDEM DE MARIZ.
“A Ordem de Cristo não tem graus, templo, rito, insígnia ou passe. Não precisa reunir, e os
seus cavaleiros, para assim lhes chamar, conhecem-se sem saber uns dos outros, falam-se
sem o que propriamente se chama linguagem. Quando se é escudeiro dela não se está ainda
nela; quando se é mestre dela já se lhe não pertence. Nestas palavras obscuras se conta
quanto basta para quem, que o queira ou saiba, entenda o que é a Ordem de Cristo – a mais
sublime de todas do mundo.
“Não se entra para a Ordem de Cristo por nenhuma iniciação, ou, pelo menos, por nenhuma
iniciação que possa ser descrita em palavras. Não se entra para ela por querer ou por ser
chamado; nisto ela se conforma com a fórmula dos Mestres: «Quando o discípulo está pronto,
o Mestre está pronto também». E é na palavra «pronto» que está o sentido vário, conforme
as ordens e as regras.
“Fiel à sua obediência — se assim se pode chamar onde não há obedecer — à Fraternidade de
quem é filha e mãe, há nela a perfeita regra de Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Os seus
cavaleiros – chamemos-lhes sempre assim – não dependem de ninguém, não obedecem a
ninguém, não precisam de ninguém, nem da Fraternidade de que dependem, a quem
obedecem e de que precisam. Os seus cavaleiros são entre si perfeitamente iguais naquilo
que os torna cavaleiros; acabou entre eles toda a diferença que há em todas as coisas do
mundo. Os seus cavaleiros são ligados uns aos outros pelo simples laço de serem tais, e assim
são irmãos, não sócios nem associados. São irmãos, digamos assim, porque nasceram tais. Na
Ordem de Cristo não há juramento nem obrigação.
“Ela, sendo assim tão semelhante à Fraternidade em que respira, porque, segundo a Regra,
«o que está em baixo é como o que está em cima», não é contudo aquela Fraternidade: é
ainda uma Ordem, embora uma Ordem Fraterna, ao passo que a Fraternidade não é uma
Ordem.”
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