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LILIAM CAMPOS COSTA

MÚCIO TOSTA GONÇALVES


TATIANA SOLEDADE
VIVIANE ZERLOTINI DA SILVA

ECONOMIA POPULAR E SOLIDÁRIA:


reestruturação produtiva, trabalho e espaço

Disciplina: Teorias do Espaço e Planejamento Urbano


Orientador: Roberto Monte-Mór

Novembro 2010
OBJETO

Dinâmica sócio-espacial das economias populares solidárias na


Região Metropolitana de Belo Horizonte - RMBH

OBJETIVO

Relacionar as transformações político-econômicas do capitalismo do


final do século XX com a dinâmica sócio-espacial das economias
populares solidárias na RMBH
JUSTIFICATIVAS
As origens da economia popular solidária são invariavelmente associadas à
reação dos trabalhadores à pobreza, à precarização das condições de trabalho
e ao crescimento dos níveis de desemprego nos últimos 40 anos.
(CORAGGIO, 1994 e SINGER, 2005)

A globalização e as conseqüentes transformações sócio-espaciais


contemporâneas favorecem a retomada dos pequenos grupos produtivos
(profissionais autônomos, unidades familiares, trabalho doméstico, artesanal,
paternalista, matriarcal, informal).
(HARVEY, 1989)
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

1) Conceitos relevantes - regime de acumulação


- modo de regulação
- taylorismo e taylorismo primitivo
- fordismo e fordismo periférico
- toyotismo

Fontes de consulta
HARVEY [1989], LIPIETZ (1988)
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

2) Transformações político-econômicas

- nos países de centro


- nos países periféricos

Fontes de consulta
HARVEY [1989], LIPIETZ (1988)
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

3) Dinâmicas sócio-espaciais nas metropóles

- metropóles industrial pós-fordista


- cidade fractal

Fonte de consulta
SOJA [1989]
ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

4) Dinâmicas sócio-espacias na RMBH

- economia popular e solidária

Fontes de consulta
CORAGGIO (1994), SINGER ( 2002)
ALGUNS CONCEITOS RELEVANTES
REGIME DE ACUMULAÇÃO
• O que leva os capitalistas a acumular é seu desejo de produzir mais
para auferir maiores lucros. (MIGLIOLI, 1981)

DEMANDA
PRODUÇÃO
EFETIVA

CONDIÇÕES DE
CONDIÇÕES DE REPRODUÇÃO
PRODUÇÃO DO TRABALHO
(ASSALARIADO)
Operários – Tarsila de Amaral - 1933
MODO DE REGULAÇÃO

• Materialização do regime de acumulação,


sob a forma de:
normas, costumes, leis, mecanismos reguladores

Conjunto de regras interiorizadas e de


procedimentos sociais, que incorpora o
social nos comportamentos individuais

Fonte: Lipietz, 1988


A estabilização de um regime de
acumulação e de um modo de regulação
são fruto de processos de lutas sociais e
políticas (e não puramente de uma lógica
econômica)

Fonte: Lipietz, 1988


TAYLORISMO

• Modo revolucionário de organização do trabalho NAS FÁBRICAS

• Subtração do know-how das coletividades operárias

• Sistematização do know-how pelos engenheiros e técnicos


através do método ―organização científica do trabalho‖

Fonte: LIPIETZ, 1988


FORDISMO

• Divisão do trabalho + linha de montagem

• Ganhos de produtividade:
- o trabalho chega ao trabalhador em uma posição fixa
- dia de oito horas e cinco dólares
• Produção em massa = consumo em massa
• Novo tipo de sociedade

• Economia de escala
• Segmentação das atividades:
- autonomia da concepção,
organização dos métodos e engenharia
- qualificação da m.o. fabricação
- desqualificação da m.o. execução

Fonte: HARVEY, 1989


CICLO VIRTUOSO DO FORDISMO
LINHA DE MONTAGEM DA FORD, EM 1920
cada trabalhador executa sua tarefa
TOYOTISMO
• Inovação comercial, tecnológica e organizacional
• Acumulação flexível ou pós-fordismo
• Reação a crise causada pela rigidez do fordismo
• Flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de
trabalho, dos produtos e padrões de consumo
• Novos setores de produção, serviços financeiros, mercados

• Economia de escopo
• Mobilidade geográfica
• COMPRESSÃO
DO ESPAÇO E DO TEMPO
Fonte: HARVEY, 1989
TAYLORISMO PRIMITIVO
• Deslocamento de determinados segmentos de circuitos de
ramos/setores, para Estados que gozam de uma alta taxa de
exploração (salário, duração e intensidade do trabalho), cujos produtos
são reexportados principalmente para o centro.
• Indústria têxtil e eletrônica
• Deslocamento de estações de trabalho não conectadas
• Exploração sanguinária da força de trabalho

• Zonas francas
Coreia e Taiwan
• Estados-feitorias
Singapura, Hong-Kong
OBJETIVOS
- Reestabelecer a rentabilidade das empresas centrais
- Elevar o poder aquisitivo dos trabalhadores centrais sem aumento salarial
Fonte: LIPIETZ, 1988
FORDISMO PERIFÉRICO
• Trata-se de um fordismo autêntico:
Mecanização + Crescimento do Mercado (Bens de consumo duráveis)
• Permanece periférico:
- Desenvolvimento tecnológico é exterior ao país
- O crescimento da demanda não é regulada em uma base nacional
• Indústria de máquinas e veículos

• América Latina
Brasil e México
• Europa Espanha e Polônia
• Ásia Coréia do Sul

OBJETIVOS
- Reestabelecer a rentabilidade das empresas centrais: ampliação do mercado
- Elevar o poder aquisitivo dos trabalhadores centrais sem aumento salarial
Fonte: LIPIETZ, 1988
1920

1930

1945

1973

1975
PAÍSES DE CENTRO - OCDE

TAYLORISMO FORDISMO PÓS-FORDISMO


Regulação CRISE DE CRISE DE
Regulação
a posteriori SUPER- PRODUTIVI- REGULAÇÃO
kMonopolista
KConcorrencial PRODUÇÃO DADE
Trabalho Trabalho
Trabalho flexível
Assalariado Assalariado

1950

1970

1980
PAÍSES PERIFÉRICOS - NPIs

TAYLORIZAÇÃO FORDISMO PÓS-


PRIMITIVA PERIFÉRICO FORDISMO

REGULAÇÃO REGULAÇÃO REGULAÇÃO

Mão de obra Frágil contrato


feminina e social com o TRABALHO
estrangeira trabalho
Primeira Guerra
1914-1918
Mundial

1920

1930
Inglaterra e parcialmente EUA

TAYLORISMO

Regulação a posteriori – Kismo concorrencial

• Ajuste a posteriori das quantidades produzidas nos diversos ramos em função do


movimento de preços

• Grande sensibilidade dos preços em relação à demanda

Trabalho “assalariado”

• Estabilidade (baixo crescimento) do salário real direto

• Exército industrial de reserva?

Fonte: LIPIETZ, 1988


1930

1945
CRISE DO TAYLORISMO

CRISE DE SUPER-PRODUÇÃO
(ou falta de demanda efetiva pelos produtos)
1939-1945

e pelo Japão
de máquinas

Recessão e
pela Europa

Choque do
americanas
Importação

Formação

eurodólar
mercado

petróleo
Segunda

Mundial

1966

1973
Guerra

1945 EUA e parcialmente na Europa

FORDISMO

Regulação - Kismo monopolista


• Política keynesiana – Estado do Bem Estar:
- Duplo papel do Estado: administração da relação salarial e da moeda
-Emissão de moeda de crédito pelos bancos privados – antevalidação dos valores engajados
no processo de produção
• Suburbanização e desconcentração da população e da indústria (aumento da demanda
efetiva e investimento em infra-estrutura)
• Abertura para o comércio internacional (ganhos de escala e busca de baixos salários)

Trabalho “assalariado” = ganhos de salários x cooperação


• Acordos coletivos constringentes para o conjunto dos empregadores de um ramo e de uma
região de produção
• Salário mínimo fixado pelo Estado
• Sistema de previdência social
• Poder sindical

Fonte: LIPIETZ, 1988 e HARVEY, 1989


1973

1975
CRISE DO FORDISMO
• Desaceleração geral dos ganhos de produtividade e lucratividade
• Rigidez nos investimentos de capital fixo, no mercados, na alocação e nos contratos
de trabalho, nos compromissos do Estado
• Resposta flexível na política monetária: onda inflacionária
• Avanço geral e contínuo do desemprego
Ondas de greve (1968-1972)
• Insatisfação por parte dos excluídos
(movimentos sociais – raça, gênero e origem étnica)
X
força de trabalho predominante branca, masculina e fortemente sindicalizada
• Práticas contra-culturais dos anos 60
crítica à racionalidade burocrática despersonalizada
• Insatisfeitos do Terceiro Mundo
Destruição da cultura local, muita opressão e baixos padrões de qualidade de vida e de
serviços públicos
Fonte: HARVEY, 1989
1975

JAPÃO e parcialmente EUA e Europa


PÓS-FORDISMO

REGULAÇÃO

TRABALHO FLEXÍVEL

HARVEY, 1989
1975

JAPÃO e parcialmente EUA e Europa

PÓS-FORDISMO
REGULAÇÃO
• Redução do tempo de giro na produção
- uso de novas tecnologias produtivas (automação, robôs)
- novas formas organizacionais (just-in-time)
• Redução do tempo de giro no consumo
- obsolescência programada
- indústria cultural
• Desregulamentação & Monopolização (fusões e incorporações)
• Acesso privilegiado a informações de qualquer espécie
• Controle do fluxo de informações e dos veículos de propagação do gosto e cultura
populares
• Fortalecimento do capital financeiro
- Sistema financeiro global
- ―Empreendimentismo‖ com papéis
- Autonomia do sistema bancário e financeiro
HARVEY, 1989
1975

JAPÃO e parcialmente EUA e Europa

PÓS-FORDISMO
TRABALHO FLEXÍVEL
• desemprego ―estrutural‖
• rápida destruição e reconstrução das habilidades
• ganhos modestos (quando há) de salários reais
• retrocesso do poder sindical
• regime e contrato de trabalho mais flexíveis (parcial, temporário ou subcontratado)
• acentuação da vulnerabilidade dos grupos desprivilegiados
• formação de pequenos negócios (trabalho doméstico, artesanal, familiar e paternalista)
• ausência de consciência de classe
• aumento de emprego no setor de serviços

TRABALHO FLEXÍVEL NO JAPÃO


• ―emprego vitalício‖
• promoção por tempo de serviço
• baixas taxas de desemprego
X
• mulheres assalariadas em tempo parcial
• trabalhadores temporários e periódicos
HARVEY, 1989 e HIRATA, 1991
1960

1970
1964
Golpe
Militar
NPIs

TAYLORISMO PRIMITIVO
Regulação

• Política de mudança do conteúdo das exportações


• Pequena quantidade de capital fixo nas indústrias exportadoras
(aparelhagem leve e individual)
• Diminuição drástica do nível de vida do trabalhador urbano
Bloqueio dos salários e aumento da inflação
• Estado regulamentar (ausência de legislação social, criação de zonas francas)
• Estado repressor

Trabalho

• Baixa remuneração
• Ausência total de iniciativa
• Total dedicação da atenção na realização da tarefa
• Mão de obra feminina ou do campo ou dos países próximos (questão urbana e racial)
• Alargamento na jornada de trabalho

Fonte: LIPIETZ, 1988


Choque
1970

1980
NPIs

FORDISMO PERIFÉRICO

Regulação
• Combinação de políticas de substituição das importações + mudança do conteúdo das
exportações:
CEPAL: produção de bens de capital x ampliação do consumo de massa
• Mecanização – baixa rentabilidade – imposição inflacionária (margem de lucro)
• Crescimento manufatureiro
• Expansão de exportação de bens manufaturados
• Brasil: os poucos ricos são suficientes para constituir um mercado dos bens de consumo
duráveis e até de luxo
• Crescimento da agro-indústria e da industria da construção civil (urbanização)

Trabalho
• Força de trabalho mal paga
• Trabalho feminino mal pago
• Super-exploração da classe assalariada da agroindústria
• Dependência tecnológica (Know-how externo)

Fonte: LIPIETZ, 1988


1939-1945

1966

1973
1945
NPIs
PÓS-FORDISMO

Regulação
• Automação flexível (base técnica na microeletrônica, o que permite ganhos de escala
mesmo com diferenciação do produto e produção de quantidades menores do mesmo
produto).
• Ênfase na qualidade do produto (eliminando a fragmentação taylorista entre trabalho
manual e intelectual, e integrando o trabalhador no esforço de manter e melhorar o processo
de produção).
• Acumulação orientada prioritariamente para um o padrão ou um regime de acumulação
financeira.O acúmulo de ativos financeiros tem como contrapartida menores taxas de
investimento produtivo.
• Estagnação ou redução dos salários reais.
• Política econômica orientada para a produção de estabilidade monetária, o que contribui
para inibir ainda mais o aumentos de salários.
• A regulação do mercado é posta em questão, com a proposta de reduzir o Estado a um
tamanho mínimo (desempenhando as funções básicas como a administração da justiça, da
ordem interna e da segurança externa).

Fonte: LIPIETZ, 1988 e HARVEY, 1989


1939-1945

1966

1973
1945
NPIs

PÓS-FORDISMO

Organização do trabalho
• Just-in/time (integração dos fornecedores no fluxo e na organização do processo de
produção).
• Controle estatístico do processo (realizado pelo trabalhador à medida que produz).
• Círculos de controle de qualidade – CCQ e Total Quality Manufacture (os
trabalhadores são envolvidos na discussão de problemas surgidos na produção, e são
estimulados a participar e a se interessar pela estruturação da produção. A exigência é
por um trabalhador polivalente e mais participativo. Desse novo quadro, os sindicatos
raramente participam).
• Sindicato é tido como um ente indesejável por interferir no funcionamento livre das
regras de mercado.

Fonte: LIPIETZ, 1988 e HARVEY, 1989


METROPOLIZAÇÃO
Aglomeração urbana e
“favelização” do Terceiro Mundo

Por que as metrópoles "explodiram" nos países do "fordismo


periférico" dos anos 70 (aliás, não em todos), enquanto o fordismo do
pós-guerra difundiu-se melhor sobre o espaço na Europa dos anos 60?

A simples intuição sugere imediatamente as seguintes respostas:

a) porque, de qualquer modo, os países do Terceiro Mundo


passavam por uma fase de explosão demográfica;

b) porque seus campos expulsavam a população, ao passo que


aqueles da França e da Itália conseguiam retê-la melhor;

c) porque o fordismo, na medida em que é periférico, sabe implantar-


se somente nas metrópoles.

Fonte: LIPIETZ, 1989


a) EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA

Trata-se de uma transição entre o "antigo regime" (muitos filhos,


muitas mortes prematuras) e o "novo regime": poucos filhos, com
esperança de vida prolongada.

O aumento da taxa de dependência (relação entre os jovens e


velhos e a população de 15 a 65 anos) opera de forma a reduzir
o crescimento da produtividade daqueles que trabalham.
Opera, portanto, de modo a subtrair a parte disponível não
somente para o crescimento do nível de vida de cada um como,
sobretudo, a parte do produto acumulável.

.
Fonte: LIPIETZ, 1989
b) "FOME DE TERRA" E METROPOLIZAÇÃO

Trata-se de uma transição entre o "antigo regime" (muitos filhos,


muitas mortes prematuras) e o "novo regime": poucos filhos, com
esperança de vida prolongada.

(...) na maior parte dos países do Sul, por falta de reforma agrária
e de sustentação das rendas do pequeno campesinato, não
somente se tornou impossível continuar vivendo do trabalho da
terra como não era mais possível viver econômica e, mesmo com
freqüência, juridicamente fora da cidade.
.

Fonte: LIPIETZ, 1989


c) IMPLANTAÇÃO DO PÓS-FORDISMO NAS METRÓPOLES

(...) o desenvolvimento do "fordismo periférico‖ opera em uma


escala que exclui o espaço territorial e reduz os países a
―p o n t o s" em um espaço mundial discreto

Uma firma multinacional que deseje praticar a taylorização


primitiva dirige-se à Ásia — concretamente a uma zona franca
— ou ao norte do México (a Tiyana), isto é, dirige-se a uma
concentração preexistente de mão-de-obra de baixo custo,
que - para ela - define o País. Uma firma multinacional que
deseje praticar o "fordismo periférico" dirige-se ao Brasil, o
que - para ela - equivale, frequentemente, a São Paulo.
.
Fonte: LIPIETZ, 1989
FORDISMO PERIFÉRICO E METROPOLARIZAÇÃO

A metropolização explosiva poderia ser nada mais do


que a marca espacial de uma polarização social
explosiva!

.
Fonte: LIPIETZ, 1989
Mundos urbanos da produção
(1º discurso)
• As transformações produzidas no âmbito da produção industrial e o impacto da
reestruturação industrial possuem um papel importante na vida urbana
contemporânea.
• Discurso = Urbanismo Industrial e Pós-metrópole.
• Urbanismo industrial = decorre da ―lógica geográfica y [de] la ‗anatomía‘
resultante del capitalismo industrial-urbano y su persistente tendencia a producir
y reproducir un desarrollo geográficamente desigual‖ (p. 234).
Mundos urbanos da produção
(1º discurso)
• Pós-metrópole = território de produção, com cadeias produtivas que se
prolongam em todos os aspectos do desenvolvimento urbano e regional.
• A intrincada rede de vínculos transacionais densos nele formados
cristalizam um espaço urbano = a metrópole industrial pós-fordista.
Mundos urbanos da produção
(1º discurso)
• A análise desses fenômenos requer uma dupla perspectiva: a do papel dos
processos socioeconômicos na construção da forma e da estrutura urbana,
e a da especificidade espacial do urbanismo modelando as forças
econômicas e a natureza do capitalismo industrial-urbano.
• Especificidades espaciais do urbanismo e o estímulo econômico, generativo
e degenerativo da aglomeração urbana = SINECISMO.
Mundos urbanos da produção
(1º discurso)
• Versão flexível do urbanismo industrial = o espaço urbano industrial pós-
fordista compõe a Flexópolis, que não é isenta de desigualdades.
• Impactos negativos da reestruturação industrial e da acumulação flexível
sobre o trabalho em geral – e sobre as mulheres e as minorias étnico-raciais
em particular.
• Redescobrimento do sinecismo.
A cidade fractal
(4º discurso)

• Metrópole Pós-fordista = sociabilidade recomposta, fluida, fragmentada,


descentralizada e reorganizada em padrões complexos.
• Mosaico social reestruturado = metropolaridades.
A cidade fractal
(4º discurso)
• Metropolaridades = os múltiplos eixos de poder e de status diferenciais que
produzem e mantém a desigualdade socioeconômica:
-O novo tecido étnico sobre o qual se estabelecem novas relações entre raça e
poder.
-A persistente e renovada desigualdade de renda e de pobreza.
-A normalização da desigualdade = pobreza profunda.
-Os verdadeiramente desfavorecidos: infra-classe urbana e apartheid.
Reação dos trabalhadores

Economia popular solidária


ECONOMIA SOLIDÁRIA DE SINGER
CARACTERÍSTICAS
• Constituída por empreendimentos formais e informais;
• Socialização dos meios de produção e distribuição;
• Empreendimento autogestionário;
• A unidade básica é formada por cooperativas de produção,
comercialização, consumo, crédito etc;
• Não há lucro e sim sobras.
ECONOMIA POPULAR DE CORAGGIO
CARACTERÍSTICAS
• Sistema intersticial ao capitalismo;
• Regida pela lógica da reprodução ampliada da vida;
• Unidades Domésticas como ponto de partida;
• Caracteriza-se pela formação de um fundo de trabalho destinado à
ampliação das capacidades e da qualidade de vida dos membros da
UD‘s
A ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA

• É desenvolvida na perspectiva de trabalho solidário


protagonizado pelas classes populares, quando grupos formam
de baixo para cima para propor alternativas coletivas para a
sobrevivência ;

• Representa a busca por “um outro projeto de sociedade que


rompa com a lógica da competição monopolizadora excludente”

FONTE: Bertucci e Alves(2003)


DADOS DO PLANO METROPOLITANO
RMBH - 2010
CONCENTRAÇÃO DE RENDA NA RMBH
ESTIMATIVA DE POBRES EM RELAÇÃO À POPULAÇÃO NA RMBH
CONCENTRAÇÃO DE RENDA E POBREZA NA RMBH
ECONOMIA POPULAR SOLIDÁRIA NA RMBH
DADOS DO MINISTÉRIO DO TRABALHO
2007
Motivos para criação dos Empreendimentos
100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%
3ª Resposta
30% 2ª Resposta
1ª Resposta
20%

10%

0%
Remuneração Mensal e Média dos Empreendimentos de
Economia Solidária

FAIXAS DE REMUNERAÇÃO REMUNERAÇÃO MÉDIA


Nº DE EES
MENSAL MENSAL
54 Até R$ 1.000,00 447,25

55 de R$ 1.001,00 a R$ 5.000,00 2339,44

10 de R$ 5.001,00 a R$ 10.000,00 7097,82

2 de R$ 10.001,00 a R$ 50.000,00 21508,7

2 de R$ 50.001,00 a R$ 100.000,00 68903,48

123 TOTAL 3289,62


Origem das Matérias primas ou Insumos
utilizados

Coleta ( materiais recicláveis ou


matéria-prima para artesanato)

Doação

Aquisição de produtores(as) não


sócio(as) 1ª Resposta
2ª Resposta
Associados(as)
3ª Resposta

Aquisição de empresa privada

Aquisição de outros
empreendimentos de ES

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Destino da Venda e/ou Troca da Produção

Exportação para outros países

Mercado/comércio nacional

Mercado/comércio estadual 1ª Resposta


2ª Resposta
Mercado/comércio micro-regional
3ª Resposta
Mercado/comércio municipal

Comércio local ou comunitário

0% 20% 40% 60% 80% 100%


Remuneração Média por Associado, em R$1,00
REMUNERAÇÃO
EMPREENDIMENTOS FAIXAS DE REMUNERAÇÃO MÉDIA POR
ASSOCIADO

66 Até 1/2 salário mínimo 86,66

58 1/2 a 1 salário mínimo 273,06

10 1 a 2 salários mínimos 503,18

1 2 a 5 salários mínimos 972,75

135 TOTAL 172,26


Participação em Movimentos Sociais

30
27
25
23
20

15
13
10 13

10
5

0
4
4
4

1
Quantidade
PANORAMA DA POLÍTICA METROPOLITANA
INTEGRADA DE APOIO À PRODUÇÃO EM PEQUENA
ESCALA PROPOSTA PELO PDDI
A EXPERIÊNCIA DE ECONOMIA POPULAR
SOLIDÁRIA NA RMBH

Associação de Trabalho e Produção Solidária Suricato

• Experiência associativa com 60 usuários da saúde mental da


PBH;
• Surge de oficinas em marcenaria, corte e costura e cabeleireiro
com recursos do FAT e parceria com o Fórum Mineiro de Saúde
Mental;
• Funciona em espaços públicos cedidos e/ou articulados pela
Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários da
SMSA (T.O., psicólogos, artistas plásticos, economistas);
• O empreendimento é co-gestado por associados e técnicos da
Incubadora.
• A comercialização é realizada de forma periódica em feiras e de
forma permanente em uma loja localizada na R. Rio Grande do
Norte.
Apresentação do vídeo ilustrativo da
experiência Suricato
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CORAGGIO, José Luis. Economia Urbana: La perspectiva popular. Instituto Fronesis,


1994.

HARVEY, David [1989]. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da


mudança cultural. 7. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1998. p.p. 185-290

HIRATA, Helena. Outro lado do Modelo Japonês – entrevista de Satoshi Kamata a


Helena Hirata. Revista Novos Estudos Cebrap, número 29, março de 1991. Págs
148-155

LIPIETZ, Alain. Miragens e Milagres: problemas da industrialização no Terceiro


Mundo. São Paulo: Nobel, 1988.

LIPIETZ, Alain. Fordismo, fordismo periférico e metropolarização. Revista FEE,


número, Porto Alegre, v. 10, n. 2, p. 303-335,1989.

MIGLIOLI, Jorge [2003]. Acumulação de capital e demanda efetiva. 2.ed. São


Paulo: Hucitec, 2004. Págs. 91-131

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Sistema Nacional de Informações em


Economia Solidária. Relatórios SIES 2005/2007; Relatórios fegionais, estaduais e
municipais. Brasília: 2010. Disponível em
<http://www.mte.gov.br/Empregador/EconomiaSolidaria/Fase2/Relatorios/Empreendim
entoResumoMunicipal.asp?Municipio=3106200>, acesso em 22/11/2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (Continuação)

MONTE-MÓR, R. L. As teorias urbanas e o planejamento urbano no Brasil. In: DINIZ


C.C. & LEMOS M.B. (Eds.). Economia e Território. Belo Horizonte: Editora UFMG,
2006. pp. 61-85

Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo


Horizonte - PDDI/RMBH. Relatório Parcial de Estudos Setoriais Integrados (P4).
SEDRU/UFMG.2010

Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Belo


Horizonte - PDDI/RMBH. Relatório Parcial de Definição das Propostas de Políticas
Setoriais, Projetos e Investimentos Prioritários (P6). SEDRU/UFMG.2010

SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Fundação Perseu


Abramo, 2002.

SINGER, Paul. A recente ressurreição da economia solidária no Brasil. In: SANTOS,


Boaventura de Sousa (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não
capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

SOJA, Edward W.[1989] Postmetrópolis: estudios críticos sobre las ciudades y las
regions. Madri: Traficantes de Sueños, 2008.

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