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Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira

Curso de Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário

Início: Setembro 2010 Término: Julho 2012

Formação Base O formador


Área de competência-chave: Cidadania e Profissionalidade ________________________
Ano lectivo 2010/2011
Apreciação
Unidade de Formação: CP_1 –Liberdade e Responsabilidade democráticas Total de horas: 50
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RA3
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Nome: _____________________________________ N.º ____ Turma: EFA E1
Data: ___/___/20___

Actividade nº1: A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS

O Estado é um território juridicamente organizado e dotado de soberania, isto é, um povo que vive
no seu território (país) e tem a sua própria organização política.
A República Portuguesa é um Estado de Direito Democrático porque se baseia no respeito dos
direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos e na legalidade democrática.

O conceito de Estado de Direito como condição essencial do Estado Democrático

“As condições indispensáveis para que haja um Estado de Direito são, no mínimo, estas:

         1º Império da lei como expressão da vontade geral (…)

         2º Separação dos poderes legislativo, executivo e judicial (…)

         3º Garantia e protecção dos direitos e liberdades fundamentais; direito à vida, à segurança,
à liberdade de associação política; de circulação, de culto, etc.”

Porém, se nos referimos a leis, algumas interrogações importa colocar, designadamente:


 Quem faz as leis?

 Quem se encarrega de as fazer cumprir?

 Quem exerce a justiça e castiga aqueles que não cumprem as leis?

A Constituição Portuguesa, além de definir os direitos e os deveres fundamentais dos indivíduos,


contém também o modo como o Estado se organiza. Nenhuma outra lei pode violar as leis que a
Constituição consagra. Por outras palavras, este é o texto base a partir do qual se organiza a vida
das pessoas e das instituições do país.
Uma constituição está em vigor durante um certo período de tempo, podendo ser revista
posteriormente. Nessas ocasiões, as alterações são discutidas e aprovadas por um conjunto de
pessoas eleitas pelos cidadãos e que os representam – a Assembleia da República. Todos os

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indivíduos, mesmo os governantes, têm de proceder de acordo com os princípios estabelecidos na
Constituição durante o período de tempo que está em vigor. Não se pode, por isso, fazer leis,
aplicar penas ou tomar decisões, que vão o que está definido na Constituição.

Em qualquer sociedade organizada, compete ao Estado cumprir as seguintes funções:


Poder Legislativo Poder Poder Judicial
Executivo
Elabora as leis que Faz cumprir as leis Exerce a justiça e
regulam a vida dos reprime quem viola a
habitantes do país lei
Ora, como é que é exercido cada um destes poderes na sociedade portuguesa?

1- O Presidente da República
O Presidente da República é o Chefe de Estado Português. Este é o representante máximo do país.
É eleito por sufrágio directo, por maioria absoluta, para um mandato de 5 anos e não pode ser
reeleito para um terceiro mandato consecutivo. Nesta eleição votam todos os cidadãos com mais
de dezoito anos de idade.
O Presidente da República é um dos 4 órgãos de soberania definidos na Constituição (art. 110).
Algumas das suas funções são: a de garantir a unidade do Estado, a independência nacional e o
normal funcionamento das instituições democráticas; é o Presidente da República que representa
politicamente o país; é ele que promulga as leis; é ele quem pode nomear o Primeiro-Ministro e
outros membros do governo, podendo também demiti-los. Entre outras funções, é também, por
inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.

2- O poder Legislativo está confiado à Assembleia da República


A assembleia da Republica é composta pelos deputados. Estes são eleitos por votação dos
cidadãos – as eleições legislativas que se realizam de quatro em quatro anos. São os deputados
que têm o poder de legislar, isto é, de fazer as leis para serem aplicadas em todo o país.
Compete-lhes também discutir as propostas de gestão dos Ministros (do governo). Por exemplo, a
Assembleia discute e decide, em cada ano, o orçamento geral do Estado, isto é, a distribuição dos
dinheiros do Estado pelos vários serviços públicos. A Assembleia da Republica funciona no Palácio
de São Bento, em Lisboa.

3 - O Poder Executivo compete ao governo


O governo é constituído pelo Primeiro-Ministro e pelos Ministros.
É o Primeiro-Ministro quem escolhe os seus colaboradores, faz uma lista das pessoas a quem
reconhece qualidades e que merecem a sua confiança – os Ministros. São os ministros que se irão
ocupar dos diversos assuntos (pastas) que ficam a cargo do governo: educação, saúde, trabalho,
indústria, agricultura, pescas, justiça, etc. Os serviços e organismos relativos a cada um destes
assuntos estão organizados em Ministérios (Ministério da Educação, Administração Interna,
Agricultura, Saúde, Economia, etc.), que dependem do respectivo Ministro.
O Governo, no início do mandato, apresenta o seu programa (aquilo que se propõe realizar
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durante o seu mandato) à Assembleia da República que o discutirá e decide se é ou não aceite. O
governo tem como missão tomar medidas para desenvolver o país e garantir que as leis são postas
em prática. Por é chamado, também, o Executivo.

4 - O Poder Judicial está entregue aos tribunais


Os tribunais existem para garantir a justiça. A sua função é, pois, a de determinar, em função da lei,
se as acções dos indivíduos e das instituições, estão ou não dentro da legalidade, garantindo que
os direitos dos indivíduos são preservados. Os tribunais também determinam penas às pessoas
que não cumprem as leis, faltando às suas obrigações ou cometendo crimes contra terceiros.
Estes órgão são independentes dos demais poderes e constituem também os únicos órgãos cuja
formação não depende do voto da população; estão apenas dependentes da lei. São os juízes que
têm o poder de julgar ( decidir de que lado está a legalidade) e condenar quem não cumpre as leis.
A um Estado que possua o poder legislativo, executivo e judicial, diz-se que é dotado de soberania .
O Estado exerce a sua soberania através dos seus órgãos ( Presidente da República, Governo,
Assembleia da República e Tribunais)

5- Eleições e democracia
O Estado português assenta nos princípios de uma sociedade democrática, isto é, as pessoas que
exercem o poder, exercem-no porque este lhes foi conferido pelo conjunto dos cidadãos de um
país através do voto. O voto é secreto, anónimo e livre. Isto quer dizer que os cidadãos de um país
decidem como e por quem são governados. Por isso se diz que vivemos num regime democrático.
Democracia significa o sistema político de governo em que o poder soberano reside no povo, que o
exerce directamente ou através de representantes periodicamente escolhidos em eleições livres e
justas.
A Democracia portuguesa é representativa, ou seja, os cidadãos elegem os seus representantes,
designadamente para a Assembleia da República, em eleições livres realizadas periodicamente. Foi
no dia 25 de Abril de 1975 que se realizaram as primeiras eleições livres depois de um longo
período de ditadura que só terminou com a “revolução dos cravos”.

6 – Poder local
Os órgãos do Estado de que temos vindo a falar exercem a sua acção sobre toda a população
portuguesa e em todo o território do país – por isso constituem o chamado poder central.
Porém nem todos os problemas do país podem ser tratados pelo Governo ou pelo presidente da
República, ou discutidos na Assembleia da República. Assim, existem também órgãos de poder
local que discutem e tomam decisões sobre assuntos que só interessam à população de uma
determinada área, por exemplo: melhoramentos e obras locais, projectos de urbanização, criação
de bibliotecas, estradas, museus regionais, recolha de lixo, iluminação pública, etc.
Para isso o país está dividido em Municípios (ou Concelhos) que se subdividem em Freguesias.
a) Município: divisão administrativa e política, formada normalmente por um núcleo urbano e
pelos terrenos circundantes. Constitui, em Portugal a forma mais característica de
administração local.

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b) Freguesia: uma das autarquias locais previstas na constituição portuguesa. Constitui a base
do poder local.
Aos municípios e freguesias, instituições do poder local, dá-se o nome de autarquias locais. A
palavra autarquia é de origem grega e significa “governar-se a si próprio”. À semelhança do que se
verifica no poder central, existem nos municípios e nas freguesias, órgãos encarregados de discutir
e tomar decisões e outros de lhes dar execução.

5 – Governo Regional
O território português inclui os Arquipélagos da Madeira e dos Açores, situados no oceano
Atlântico, respectivamente, a cerca de 1000 km e 1200km de Lisboa.
O arquipélago da Madeira é constituído pela Ilha da Madeira, a maior, pela ilha de Porto Santo e,
ainda, por ilhéus desabitados: as Desertas e as Selvagens.
O arquipélago dos Açores é composto por um conjunto de nove ilhas: Santa Maria, S. Miguel,
Terceira, Graciosa, S. Jorge, Pico, Faial, Flores e Corvo.
Estes arquipélagos, atendendo às suas características culturais, geográficas e económicas, foram
considerados pela Constituição de 1976 Regiões Autónomas, possuindo órgãos legislativo e
executivo próprios (Assembleia Regional e Governo Regional). Embora tenham de obedecer às leis
gerais do país e ao governo central, possuem uma Assembleia Regional, que é formada por
deputados que têm por função fazer as leis para cada arquipélago e fiscalizar as actividades do
governo regional; o governo regional desempenha funções executivas. Estes dois órgãos são
escolhidos através de eleições em que votam apenas os habitantes das ilhas.
Em cada uma das regiões, há ainda uma outra autoridade, o Ministro da República, nomeado pelo
presidente da República, sob proposta do governo, ouvido o Conselho de Estado. É ele que
representa o poder central e estabelece as ligações necessárias entre o poder central e os órgãos
regionais.

Órgão de Soberania – A soberania é o poder ou autoridade que possui um indivíduo, um grupo ou


um Estado no seio da sua própria comunidade. A soberania implica necessariamente
independência em relação aos poderes exteriores e autoridade em relação àquilo sobre que se
exerce. São órgãos de soberania o Presidente da República, a Assembleia da República, Governo e
os Tribunais.
Promulgar – ordenar a publicação de uma lei.
ACTIVIDADES

1. Leia os textos seguintes:


A cidadania portuguesa é um estatuto de todos os que possuem a nacionalidade
portuguesa. A cidadania confere direitos, liberdades e garantias, mas também implica obrigações.
Entre estas, contam-se o respeito pelas leis vigentes, o pagamento de impostos e a defesa de
comportamentos cívicos, como a solidariedade, a tolerância e a lealdade aos princípios e valores
nacionais. Nos direitos, destacam-se os da protecção do Estado na saúde, na educação, no
ambiente, no património, na segurança, bem como o do voto nas eleições. As liberdades e as

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garantias dos cidadãos portugueses são as que estão consignadas na Constituição Portuguesa e
decorrentes da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Constituição da República Portuguesa


Artigo 12º - Todos os cidadãos gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres consignados na
Constituição.
Artigo 13º - Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Artigo 24º - 1. A vida humana é inviolável.
2. Em caso algum haverá pena de morte.
Artigo 27º - 1. Todos têm direito à liberdade e à segurança.
Artigo 34º - 1. O domicílio e o sigilo da correspondência e dos outros meios de comunicação
privada são invioláveis.
Artigo 37º - 1. Todos têm direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento.
Artigo 41º - 1. A liberdade de consciência, de religião e de culto é inviolável.
Artigo 58º - 1. Todos têm direito ao trabalho.
Artigo 64º - 1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e proteger.
Artigo 73º - Todos têm direito à educação e à cultura.
Artigo 79º - 1. Todos têm direito à cultura física e ao desporto.

1.1 - Dos artigos transcritos, escolha aquele que lhe parece ser o mais importante de todos.
Justifique a sua escolha.

1.2.Embora os cidadãos portugueses tenham muitos direitos e obrigações consignados na


Constituição da República Portuguesa nem sempre se verifica o seu cumprimento. Dê exemplos de
ambas as situações e exponha a sua opinião relativamente às mesmas.

2. Leia o seguinte texto.


Portugal é um estado de direito democrático, baseado na soberania popular ou, se quiser,
“na vontade do povo”. O poder político pertence, assim, ao povo.
Os princípios fundamentais do estado de direito democrático são:
- a lei como expressão da vontade geral;
- a divisão dos poderes: o legislativo (que compete à Assembleia da República), o
executivo (a exercer pelo Governo) e o judicial (competência dos Tribunais);
- a garantia jurídica dos direitos e liberdades fundamentais.
Os principais órgãos de soberania da República Portuguesa são: o Presidente da República,
a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais.
O poder político, em Portugal, está organizado a diferentes níveis: central, regional e local.
Votar é um direito que faz da Democracia um regime assente na soberania popular. Votar
é, igualmente, um dever, uma vez que é nossa obrigação zelar para que a Democracia seja
garantida.
No nosso país podemos exercer o direito ao voto nas eleições para o Presidente da

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República, a Assembleia da República, as autarquias e para o Parlamento Europeu. Os cidadãos
das regiões autónomas (Açores e Madeira) têm ainda o direito de votar para a eleição da
Assembleia e do Governo Regionais. Em algumas situações, os cidadãos poderão exercer o seu
direito de voto em referendos. Nestes casos, os eleitores são chamados a decidir directamente
sobre uma ou várias questões.
Todas as eleições têm igual importância, uma vez que é através delas que os cidadãos
escolhem os seus representantes nos diferentes órgãos de soberania.

2.1.Depois da leitura do texto, certamente reconhece que votar é um acto importante.


Explique o significado da seguinte frase.” O voto é secreto, anónimo e livre.”

2.2. Já alguma vez votou? Se sim, descreva a(s) situação(ões) em que isso aconteceu.

2.3. “Poder executivo, poder legislativo e poder judicial”. Qual é o único que não resulta do sufrágio
popular?

3. Justifique a seguinte afirmação: ”Só há eleições livres e sérias nos países democráticos. O voto é,
portanto, um elemento chave da democracia.”

4.Leia os seguintes princípios fundamentais da actual Constituição portuguesa


Artigo 1º - Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na
vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
Artigo 2º - A República Portuguesa é um Estado de Direito democrático, baseado na soberania
popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas e no respeito e na
garantia de efectivação dos direitos e liberdades fundamentais, que tem por objectivo a realização
da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.
Artigo 9º - São tarefas fundamentais do Estado: (…) b) Garantir os direitos e liberdades
fundamentais e o respeito pelos princípios do Estado de Direito democrático; (…) d) Promover o
bem-estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os Portugueses (…); e) Proteger
e valorizar o património cultural do povo português, defender a natureza e o ambiente, preservar
os recursos naturais e assegurar um correcto ordenamento do território; f) Assegurar o ensino
(…).

4.1.Transcreva uma frase que traduza o direito dos portugueses à livre expressão do pensamento.
4.2.Transcreva uma frase que traduza o direito dos portugueses à educação.
4.3. Transcreva uma expressão que refira exactamente que o poder de escolher os governantes pertence
ao povo.
4.4.Indique dois outros direitos fundamentais consagrados na Constituição de 1976.

5. Identifique as afirmações que são inspiradas na concepção de um Estado de Direito.

a. “Ninguém está acima da lei.” _________________________________________________________

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b. “O Estado é um mal necessário. Os seus poderes não devem ser expandidos para além do estritamente
necessário.” __________________________________________________________________________

c. “O Estado sou eu.” ___________________________________________________________________

d. “O povo é soberano na escolha dos seus representantes.”___________________________________

f. “Como fui eleito democraticamente, sou eu que escolho as leis.” _____________________________

g. “A concentração de poderes é uma característica da democracia.”____________________________

6 – Preencha o quadro seguinte:

Funções: Representante:

Poder
Legislativo

Funções: Representante:

Poder
Executivo

Funções: Representante:

Poder
Judicial

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