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TERESINA - 2010
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TERESINA - 2010
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RESUMO
Este trabalho mostra o resgate da feminilidade e da sensualidade feminina perdida nos anos de
guerra. Com a decadência econômica geradas com os acontecimentos mundiais, as mulheres
da época foram totalmente masculinizadas com o uso de saias simples, curtas e bem justas e
casaco, roupas que eram usadas no dia e na noite, causando uma monotonia na moda. O
Vintage veio à tona a partir da década de 1940, por meio de grandes nomes como Christian
Dior (1905-1957), com o New Look. O glamour e o luxuoso marcaram esse período, a volta
da Alta Costura tendo agora os Estados Unidos como principal influenciador das novas
tendências. As pin-ups, que também tiveram grande destaque no Vintage, mostravam modelos
em fotografias, desenhos e artes em geral com um toque de sensualidade e recebiam esta
denominação porque, geralmente, ficavam pregadas nas paredes de postos de gasolina. Neste
trabalho foi feito uma pesquisa bibliográfica em livros e sites de internet para melhor
entendimento de como essa evolução na moda se definiu, suas conseqüências e
transformações que causou na sociedade da época.
ABSTRACT
This work shows the rescue of femininity and feminine sensuality lost in the war years. With
the economic decay generated with world events, the women of that time were fully
masculinized by using simple skirts, short and very fair and coat, clothes that were worn on
the day and night, causing a monotonous fashion. Vintage surfaced from the 1940s, by big
names like Christian Dior (1905-1957) with the New Look. Glamour and luxury marked this
period, the return of Couture and now the United States as the main influencer of trends. The
pin-ups, which also had great prominence in Vintage, showed models in photographs,
drawings and arts in general with a touch of sensuality and received this name because they
usually were nailed to the walls of gas stations. This work was done a search on books and
websites for better understanding of how such developments in fashion was defined, its
consequences and changes in society that caused the time.
INTRODUÇÃO
Isto está mesmo que é uma palangana de habitos, idéas, costumes, modas e outras
marmeleixons avec faziata la confuzione!
Já temos tido concurso de beleza, de tornozellos, de braços, de olhos, de pernas, de
barrigas e agora, em Los Angeles, realizou-se o certamen, de costas femininas.
Colosso! Estão pondo a varejo os concursos de todas as partes do corpo das mulheres.
Assim rende mais. Daqui a pouco será aberto um certamen do dedão feminino...
Esse que poz em linha as cacundas do bello sexo é dos mais originaes. A "Folha da Noite"
publicou hontem o cliché-retrato da vencedora das mais lindas costas, que é a senhorita
Ruth Kursenhler, cujo costado fará muita gente dar a costa... nas praias brancas da
paixão.
Não ha duvida que a victoriosa desse concurso tem um bruto capital no costado. É só
oferecer em publico aquella costeira de jaspe, que a 2$000 por cabeça p'ra ver a belleza,
dará uma fortuna.
O mundo tem desses caprichos mais ou menos encostados...
Uns ganham a fama e o arame com o pé do futebol, outros com o muque do box, outros
com a garganta, quer cantando, quer cavando, e agora temos umas costas que valem
ouro!
A exquisitisse dos tempos começou por premiar em concursos as fachadas femininas e
termina por fazer certamen dos trazeiros, exhibindo cacundas.
Vae nisso tudo uma profunda atrophia da época, procurando materializar coisas que em
outras éras gosavam dos fóros de espiritualidade.
O homem, gasto nos sentimentos estheticos, polluido na sua visão de arte, resolveu virar
a mulher para o outro lado, porque a sua brutalidade despresa o rosto que foi sempre o
inspirador de todos os sonhos da humanidade sonhadora.
Quando se chega á época de trocar a belleza dos collos e das faces pela monotonia da
cacunda rasa, é porque o genero humano está marchando p'ra traz.
Deante disto, só mesmo um terremoto, uma peste bubonica e uma febre amarella...
Figura 1: Anúncio de concurso de beleza, retirado da Folha da Manhã, de 13 de
setembro de 1928 - acervo da Empresa Folha da Manhã Ltda.
A década de 1920 foi a década de Chanel, que avançou com cabelos curtos,
camisetas como blusas, uma moda que perpassou o cotidiano nas demais décadas.
Com a crise financeira, por conta da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, o
mundo se vê diante de graves problemas financeiros. No entanto, paradoxalmente, a década
marcou um período de moda sofisticada. Os anos de 1930 trouxeram novamente a noção de
sensualidade feminina, perdendo-se assim toda aquela androgenia e praticidade do decênio
anterior. Esta década redescobriu os contornos do corpo da mulher através de uma elegância
refinada. Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a
ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As
formas eram marcadas, porém naturais. As grandes atrizes do Hollywood ditavam a moda
nesse período.
decorrência de uma vida ao ar livre, esse hábito saudável de tomar sol fez com que os decotes
nas costas das roupas de banho também se tornassem um tanto quanto proeminentes. As
mulheres deixam crescer o cabelo um pouco em relação à década anterior, e foi moda fazer
ondulações nele.
A grande identidade dos anos de 1930 vem da valorização das costas, que
demonstravam a verdadeira sensualidade feminina. Os trajes esportivos também estiveram
muito em alta devido as práticas esportivas que não foram abandonadas com a Guerra e com a
Grande Depressão, como o tênis, a patinação e o ciclismo.
Gabrielle Coco Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet
e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em
suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista
americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes,
inspirados no corte enviesado de Vionnet.
Os anos 40 iniciaram com ares de conflito. A Segunda Guerra Mundial, que durou
de 1939 a 1945 envolveu muitas nações do mundo e mudou os rumos da história. Apesar das
regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de tecidos
que se podia comprar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu à guerra. A
palavra de ordem era recessão. A silhueta feminina do final dos anos 30, masculinizada em
estilo militar, perdurou até o final dos conflitos. Foi comum o uso de duas peças, de dia ou de
noite, confeccionadas em tecidos simples. Eram saias justas e casacos que, para fugir da
monotonia de tempos de crise, eram detalhados com debrum, bolsos e golas em cores
diferentes.
Segundo Braga, teoricamente as mulheres tinham uma caderneta aonde ia sendo
abatida a quantidade de tecidos que cada uma tinha direito de comprar anualmente. Na
Inglaterra, o racionamento foi muito maior, perdurando até depois do fim da Guerra, de 1941
a 1949.
A cidade de Paris, ocupada pelos alemães em junho do mesmo ano, já não contava
com todos os grandes nomes da alta-costura e suas maisons. Muitos estilistas se mudaram,
fecharam suas casas ou mesmo as levaram para outros países. A criatividade que se
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Durante a guerra, o chamado ready-to-wear (pronto pra vestir), que era uma nova
maneira de produzir roupas de qualidade em grande escala, realmente se desenvolveu.
Através dos catálogos de venda por correspondência com os últimos modelos, os pedidos
podiam ser feitos de qualquer lugar e entregues em vinte e quatro horas pelos fabricantes.
Sem dúvida, o isolamento de Paris fez com que os americanos se sentissem mais livres para
inventar sua própria moda. Nesse contexto, foram criados os conjuntos, cujas peças podiam
ser combinadas entre si, permitindo que as mulheres pudessem misturar as peças e criar novos
modelos.
A partir daí, um grupo de mulheres lançou os fundamentos do sportswear
americano. Com isso, o ready-to-wear, depois chamado de prêt-à-porter (pronto para vestir),
pelos franceses, que até então havia sido uma espécie de estepe para tempos difíceis, se
transformou numa forma prática, moderna e elegante de se vestir. Com a falta de materiais
em quase todos os setores e em todos os países envolvidos na Guerra, novos materiais foram
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alfinetes (foi justamente esta a origem do nome pin-up: o ato de pendurar as ilustrações em
algum lugar).
Figura 5: Cl a s s ic Pi n Up ( f ot o : Adr i a n Be ne dy kt )
representante foi Victor Vassarely. Outro movimento merecedor de destaque foi a Pop Art,
que reproduzia rostos de pessoas famosas, frutos do consumo popular, de histórias em
quadrinho como Andy Warhol e Roy Linchtenstein.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A moda evoluiu no sentido de entender-se a uma parcela cada vez mais ampla do
público, originando-se de um tipo bem particular de sociedade e de cultura. Esta dinâmica,
inicialmente reservada aos meios aristocráticos, estendeu-se ao conjunto da sociedade com o
nascimento simultâneo da Alta Costura e da Confecção, que reproduz os modelos em grande
escala.
Em torno de 1960, esse sistema se decompôs em que se trata de “parecer jovem”
do que “mostrar classe”, de cultivar as “pequenas diferenças” concebidas menos como
afirmação de um distanciamento social e mais como a expressão de uma singularidade ou
individualismo, ou seja, a noção que se tinha até meados da década de 50, onde se seguiam os
padrões impostos pelas sociedade, pelas artes, entre outro fatores influeciadores foram
totalmente apagadas. O que era imposto e estava no auge era o individualismo, o fato de ser
singular, a customização entrava como fator determinante, ou seja, o que era exclusivo, único
estava na moda.
A rebeldia da juventude de 1960 transformou totalmente a sociedade igual das
décadas passadas, transformação essa que perdura até os dias de hoje.
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REFERÊNCIAS
BRAGA, João. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi,
2004.
FREITAS, Ricardo Ferreira. Comunicação, consumo e moda: entre os roteiros das aparências.
Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 3, n. 4, p. 125, jul. 2005.
RENAUT, Alain. O Indivíduo: reflexão acerca da filosofia do sujeito. Rio de Janeiro: Difel,
2004.
ENCANTO Pin-up. Carapuça, Rio de Janeiro, 1 dez. 2009. Disponível em: <
http://www.carapuca.com.br/tags/pin-up/> . Acesso em: 5 jun. 2010.