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Sou professor de um colégio público e, por falta de professores, não só tenho que
lecionar filosofia, mas às vezes religião, sociologia ou história.
Um ano, me deram a tarefa de lecionar filosofia para os primeiros anos do ensino médio,
dois períodos; um ano depois, me deram um período, para as mesmas séries. Mas, no ano
seguinte, recebi não apenas as primeiras séries e, também, as segundas séries.
O lado positivo dessa imprevisibilidade é que, assim, não paramos de pensar em
melhorar nossas aulas, adaptando o conteúdo a novos limites de tempo dos períodos de aula
(não gosto desta palavra, pois quer dizer apenas o paralelismo entre a duração que penso
surgir dentro de nossa mente e não lá fora, como expliquei nos livros OS MITOS DO
TEMPO, DO EGO E DAS LEIS, cujo título depois alteramos para QUASE TODAS AS
RESPOSTAS, com a imagem da rotação do planeta ao redor de si mesmo).
Adolescentes são um público difícil, talvez porque diferente dos adultos, eles não fingem
que entendem quando não estão entendendo e eles testam os limites dos adultos para saber até
onde poderão ir sem serem advertidos.
A educação de adolescentes lembra mais adestramento do que reflexão (minha
definição de adolescente: um corpo adulto em um cérebro infantil, sugiro que assistam o
programa de tv a cabo: “encantador de cães”. Dizem que os cães tem a mente infantil e nunca
amadurecem). Eles parecem precisar de figuras fortes ao seu lado. Para aqueles que
conversavam muito, em vez de mandar que saíssem da sala, ordenei (ordenei mesmo) que
fizesse 10 flexões no chão e, obviamente, fiz junto para mostrar exemplo. Depois, como
veremos mais adiante, trouxe mágicas, porque eles gostam de coisas inexplicáveis, mas,
também, aqui há alguém que trás tais coisas misteriosas e, portanto, ganhei respeito deles por
isso, também!
1- À procura de um método.
Como ensinar filosofia? Não é possível pensar em uma resposta sem lembrar como
aprendemos: meus pais compraram no colégio um livro de filosofia que o professor nunca
usou. Lembro de ter lido que havia três filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles, nunca soube,
naquela época quais tinham sido suas contribuições, mas guardei a sigla “S-P-A”, para não
esquecer quem tinha nascido antes de quem, a ordem cronológica: “Sócrates, depois Platão e
depois Aristóteles”. O mesmo professor deixou uma cópia para lermos (estudantes de ensino
médio, primeira série) do “Assim falou Zaratustra”, do Nietzsche! A partir daí, pensei que tipo
de professor precisaria ser para ensinar um jovem de ensino médio as noções de filosofia que
eu não tive e se pudesse voltar no passado, gostaria e seria útil ter recebido. Se tivessem me
ensinado as teorias sobre o amor, eu não teria perdido dez anos em um amor platônico por
uma única pessoa, por exemplo! Ou teria me dado conta sobre a escolha de uma profissão ao
refletir que escolher Administração seria escolher lucros em primeiro lugar e pessoas, em
segundo, embora eles digam o contrário e isso me pouparia de fazer seis anos desse curso para
desistir depois! A filosofia que eu quero ensinar talvez seja útil especialmente para aqueles
alunos que tem dúvidas e não tem a quem recorrer; a maioria, por sua vez, não tem dúvida,
pois só tem diante de si uma única alternativa mesmo, embora pudessem ser habituados para
refletir sobre este seu condicionamento: “meninas querem rapazes mais velhos”, “homens são
naturalmente propensos à poligamia”, “muitos escolhem sua profissão entre Engenharia,
Direito ou Medicina”, “Deus nos ama e nos quer junto a Ele” ou “Deus não existe”, etc, a
maioria tem resposta pronta.
Na edição de março de 2010, a revista dirigida para educadores “Nova Escola” tratou
desse tema, da oralidade. É na escola o lugar para se educar na prática de expressar-se a
grandes ou pequenos grupos, de construir argumentos e de os apresentar visando convencer
pessoas de suas crenças e projetos.
2- Uso de microfones e flexões.
Na primeira vez que escrevemos sobre Filosofia para adolescentes, mencionamos a
utilidade do uso de um microfone em sala de aula. Nesse ano, cujas principais aulas
descreveremos a seguir, não sentimos tanta necessidade, pois, procuramos mostrar aos alunos
que não estamos em campos opostos (ver 3-O mágico e o professor) e, acreditamos, isso
diminuiu a resistência deles, mas não acabou com ela.
Abaixo apresentamos um projeto que encaminhamos à direção da escola, sem obter seu
apoio:
Do UOL Notícias
Governo do Estado adquiriu 20 mil kits. Cada um é composto por um amplificador e
microfones sem rio, head set e lapela. Idéia é deminuir o número de licenças médicas pela
perda de voz, fator responsável por mais de 50% das ausências no ano letivo de 2008.
Problemas de voz são uma dos principais problemas de saúde dessa categoria e uma das
principais causas de afastamento do professor da sala de aula.
(2) : http://www.bemparana.com.br/index.php?n=50510&t=professores-de-sao-jose-
dos-pinhais-usam-microfone
Foi realizada na Câmara Municipal de São José dos Pinhais, a entrega de equipamentos do
projeto “Microfone em Sala de Aula”. A iniciativa faz parte do programa Voz do Professor
de São José dos Pinhais, desenvolvido pela Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de
Educação.
(3) : http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL382554-5604,00-
PROFESSORES+DE+NITEROI+TROCAM+GRITOS+POR+MICROFONE.html
Fornecedores:
(a) mercado livre.com
Microfone Amplificado P/ Professor, Palestrante Sh-122 - 7 W
Funções:
Entrada adicional para microfone C/ fio
Controle de tom e volume independente
Controle de Volume Auxiliar
Saída Auxiliar você podera conectar a um gravador para gravar oque fala ex: Palestras
Entrada Auxiliar para : CD , MD
Power: AC,DC - Bateria Recarregavel de 1,2AH (( Acompanha ))
Tempo de recarga da bateria é de 8 Horas
Duração da carga após carregada é de 4 Horas
Seletor Interno de Voltagem 110V / 220V
Alto Falante de 6 Polegadas
Botão Liga & Desliga
Pode Ser Ligado ao acendedor de cigarros (( Cabo não fornecido ))
Potência : 20W
Altura : 24 cm
Largura 18 cm
Profundidade : 10 cm
Click to enlarge
Conclusões:
Embora tenhamos incluído entre os produtos, pois ele é o mais popular em uso atualmente, o
amplificador de voz de 7 watts não é o mais adequado para aulas com adolescentes, devido a
dificuldade de alcançar a sala inteira, conforme relatamos anteriormente em nossa experiência
pessoal com esse equipamento.
Nossa preferência reside no produto (d), EDGE AUDIO TK-180, pois é portátil e tem potência
de 15watts. Sua desvantagem, contudo, encontra-se no fato dele ser importado e seu preço é
alto R$ 424 sem contar o frete.
Assim, sugerimos a compra de um dos seguintes produtos: (b) Caixa Cubo Multi Uso
Mackintec ou (c) Kit Com 2 Microfones S/fio + Caixa Amplificada Para Dar Aula, devido ao fato de
eles terem uma razoável potência, de 15 a 20 watts e serem vendidos no território nacional.
Outra forma de nos aproximarmos deles foi abandonar a prática de, diante de um aluno que
converse excessivamente, manda-lo sair da sala. Preferimos pedir que ele (ela) pagasse como uma
espécie de multa, dez flexões. Fizemos isso com os rapazes, não achamos apropriado fazer isso com as
alunas e isso porque os rapazes são naturalmente exibicionistas e levam a “punição” como um desafio
e uma brincadeira.
(foto UOL)
Já no fim de 2010 (agosto, para ser mais exato), notamos que organizar a turma em um círculo
reduz a conversa, pois não há como alunos que estejam conversando permanecerem escondidos atrás
dos colegas que estão mais a frente na sala. O problema é que fica difícil organizar a sala em uma
disposição circular, por causa do arrasta-arrasta, sem falar das broncas que recebemos da
administração da escola e das senhoras da faxina, quando os alunos saem da sala sem reorganizar as
cadeiras.
INVEJA! dele: os alunos prestavam atenção a ele, ainda que ele não explicasse a mágica que fazia, o
que estava por trás do truque. Já um professor, explica os mistérios da (vida) da biologia, dos
movimentos (física), das questões existenciais (filosofia), das relações entre os números (matemática),
da comunicação, etc, mas perdemos a magia ou talvez nunca a tenhamos praticado. Em parte, porque a
razão tem repulsa de tudo que é místico, inexplicável e da parte dos adolescentes, eles se encontram
em uma idade onde vêem o mundo de uma forma misteriosa, inexplicável e gostam disso. De qualquer
modo, talvez devamos incorporar os ensinamentos do mágico em nossas aulas para mostrar que as
descobertas da razão também envolvem uma beleza que é encontrada em truques de mágica.
Podemos pensar em fazer isso de duas maneiras:
(1) aprender pequenas mágicas para conquistar a atenção dos alunos mostrando a eles que a aula
não precisa ser chata ou, pelo menos, dando-lhes uma recompensa após uma aula cansativa;
(2) transforma cada aula em uma experiência mágica, embora acrescentando a ela a razão e a sua
capacidade de explicar como chegamos ao resultado final. Há um mágico. O mister “m” (de
mascarado) que mostra as mágicas tradicionais e, depois, explica qual é o truque que está por trás
delas. Devemos ser professores desse modo: mostrar a mágica ou o desenvolvimento de uma teoria e
depois mostrar como chegamos a ela (explicar o truque).
Aquele mágico talvez não tenha percebido a grande contribuição que deu à ciência e à filosofia,
talvez mais do que deu à própria profissão!
Ensinaremos que na escola a mágica e seus mistérios são revelados, nunca escondidos. Em uma
turma, aliás, quando uma aluna perguntou do por que de apresentarmos uma mágica, respondemos que
há na ciência e na filosofia mistérios que queremos revelar, como no exemplo das mágicas reveladas.
Um arco-íris, para povos antigos, parecia mágica; hoje, a ciência revelou que se rata da decomposição
da luz.
Sugestões de mágicas (extraídas de vídeos do Mr “M”, no Youtube):
(a) o truque do jornal: pega-se uma folha e dentro, escondida, cole uma segunda folha e ao redor
dela ponha um elástico. Na frente dos alunos corte a folha que eles veem e amasse-a de maneira que
disfarçadamente com aquele elástico você agrupe as partes recortadas guardando-a com o elástico e,
então, abrindo aquela folha que estava dobrada e escondida. Assim, aparecerá que a folha rasgada foi
consertada!
(b) a corda que atravessa o corpo do professor: pegue duas cordas relativamente grossas (em que
possa se dar nós), sem que saibam amarre uma linha de costura, pois em vez que dar a volta no seu
corpo com as duas cordas paralelas, você enganara a platéia separando uma corda da outra, ligadas
apenas pela linha de costura. Peça que alunos segurem as duas cordas nas extremidades, dê um nó na
primeira e o nó da segunda deve envolver a primeira corda. Assim, quando seus ajudantes puxarem as
duas cordas elas parecerão atravessar seu corpo, embora cada uma será puxada em sentidos opostos,
arrebentando a linha que as mantinha juntas.
(c) adivinhar a cor do giz de cera: o professor trás de casa ou pede a alunos 4 ou 5 lápis de cor ou
(melhor) 4 ou 5 gizes de cera. Pede , então, que sem ele ver, o aluno escolha uma das cores. Depois, o
professor, ainda de costas, reúne os gizes e, sem que ninguém veja, pega em uma mão o giz que a
aluna escolheu e marca em sua unha a cor daquele giz. Virando, agora, de frente para a platéia, o
professor finge que está tentando ler o pensamento da aluna e vai retirando alguns gizes que não batem
com a cor do giz que está na sua unha, fazendo um mistério até, finalmente revelar a cor escolhida.
Depois, podemos questionar os alunos sobre estes dois modos de mostrar uma mágica: um
secreto e outro, que quebra o segredo. Podemos pedir que comparem estes dois modos a vida em
sociedade: que atividades são secretas e quais são abertas? Na história, o que é segredo e o que é livre?
Na religião? Nos esportes? Na história? Deste modo, podemos, juntos, tentar chegar a noções e mito e
ciência/filosofia.
Em uma das turmas, pedi que se reunissem em grupos e pensassem não em um mito, mas em um
mistério. Alguns falaram sobre as teorias do fim do mundo (para 21 de dezembro de 2012), outros se
há vida após a morte, outros se há um sentido para a vida, se há espíritos, etc.
Tarefa : como primeira tarefa do ano, pedi que os alunos a partir de suas vidas,
observassem algum problema, algo insolúvel, e propusessem uma solução, uma explicação. Antes,
apresentei-lhes exemplos de minha própria vida:
Entre os trabalhos, muitos não entenderam o que foi pedido e pensaram sobre questões mundiais
como a aquecimento global, outros, pensaram em soluções que iriam ser tomadas no futuro próximo.
Um terço restante, tratou de suas experiências na solução de problemas que eles próprios tinham
vivido. Com isso, esperamos que ao longo de suas vidas eles se habituem a serem partícipes ou co-
partícipes das soluções de seus problemas. Pode-se perguntar: posso eu saber mais que um médico
sobre doenças? Se o médico incapaz de perceber todos os fatores envolvidos, por que não?
professor, especialmente pela diferença de idade, mostrando-lhes (além das fotos deles) as
fotos do próprio professor e, desse modo, expor sua vida, sua intimidade, com um gesto de
aproximação, de identificação, pois se tratam de pessoas que vivem momentos semelhantes (batizado,
escola, prestação de serviço militar, dores, alegrias, etc), apenas com a diferença de que uns as
viveram anos antes, outros, as viverão em breve.
Refletimos muito sobre o por quê dos adolescentes serem tão indisciplinados:
(1) não vi fotos deles onde estivessem sendo abraçados por seus pais (falta de afeto) e, em
adolescentes (leciono em ma escola pública de classe de renda média à baixa, mas acho que essas
conclusões valem para as escolas particulares, que tem um público de classe média à alta):
(1) alunos que entraram na sala sem a autorização do professor. Ordenei que saíssem e lhes
disse (supondo ser verdade) que embora eles mandassem nos pais deles, naquela sala eu
era a autoridade e um deles respondeu: que ele era a autoridade ali (o que prova a
assim mesmo: “todos falando ao mesmo tempo”. Será que na casa deles é
assim? Muito provável. De qualquer modo, cancelei o trabalho em que eles iriam
filosofar a partir de suas músicas preferidas, mostrando, assim, que daquele modo o
debate (como eu o entendia e qualquer adulto de bom senso) não se realizaria mais. Com
essa atitude, procurei lhes ensinar algo fundamental!
(3) A indisciplina também é observada quando eles questionam cada decisão do professor e
somente quando o docente mostra-se firme em sua decisão é que, então, eles abandonam
aquela postura que está longe do que Aristóteles chamaria de justa indignação. Exemplo:
uma aluna queria filosofar sobre as fotos de sua vida, mas não preparou nada por escrito
e disse que conseguiria pensar improvisando. Disse-lhe que não era assim que se
filosofava e cancelei sua apresentação, o que provocou a elevação de vozes por parte de
alunos, especialmente as lideranças negativas, que nitidamente querem mandar nos
adultos. Em outra sala, havia três alunos conversando o período todo e dei-lhes o
ultimato: ou participavam junto com a turma do debate, ou saíssem da sala e um deles,
um rapaz, perguntou por que eu não saía em vez deles! Ele confundiu: eu não estava ali
disputando quem seria o macho alfa daquele bando! Será que o lado animal estava
realmente predominando nele? Talvez tenha achado que eu estava ali para expressar
algum poder sobre eles e liderá-los?
É claro que devemos pensar em outras explicações: alunos estressados (eles têm 12
disciplinas, fazem provas sem consulta aos próprios cadernos, sem expectativas de futuro
profissional), que vivem em famílias conturbadas e sob pressão, explodem!
Se o professor não tiver opiniões sobre os temas estudados pela filosofia há mais de 2 mil anos,
ATENÇÃO:
Às vezes essa tarefa conduz a avaliações subjetivas: um professor pode, facilmente,
incorrer em erro ao julgar uma opinião de um aluno como mera interpretação (ou descrição) do que ele
vê ou se ele está filosofando. Como saber que uma conclusão é óbvia (e, portanto, não é filosófica)
ao perceber uma foto? O único critério para fazer a distinção corretamente talvez seja: observar se o
aluno não está apenas descrevendo os elementos de uma foto. Por exemplo: uma aluna perguntou,
diante de uma foto em que a mãe aparecia deitada ao lado da criança, se a mãe tinha alimentado seu
filho, pois, parecia dormindo e, assim, poderia ter passado a hora da alimentação. Ora, nesse caso, não
apenas descreve os elementos, mas supõe (outras descrições) coisas que poderiam estar, mas não estão
na foto (não há como saber e nem suporíamos que alguém tire foto de uma mãe deixando de cuidar de
seu filho e a ponham em um álbum!). Mas, se poderia perguntar como saber se uma mãe realmente
trata bem do filho, se ela o quer bem ou se apenas finge? Ou, se há um instinto materno nas mulheres?
Etc.
Reconhecemos o quão sutil é a avaliação se uma pergunta é ou não filosófica e sobre tal
julgamento é preciso atenção para não cometermos injustiça! Por isso nossa sugestão é que um
trabalho como filosofar com fotos ou filosofar com músicas, não sejam trabalhos centrais na avaliação,
mas trabalhos que representem notas parciais na hora do professor avaliar o o aprendizado e o
desenvolvimento do aluno.
Outro critério para julgar trabalhos como esses: a filosofia negativa. Dionísio, pseudo-
areopagita, tinha uma teoria de que só conheceríamos Deus por meio da negativização, ou seja, o que
Ele não é e quanto mais próximos Deles estivéssemos menos poderíamos falar sobre Suas possíveis
qualidades (características). Na filosofia isso também ocorre: é difícil dizer o que ela é e mais fácil
dizer o que ela não é. Ela não é interpretação de textos e nem a descrição de fatos com base
em valores que nos foram ensinados!
Além de tudo o que foi dito, há mais uma coisa surpreendente: dei notas diferentes para
respostas semelhantes! Isso porque não julgamos dois alunos da mesma forma. Quando o
professor lê o nome do aluno ou número da turma que o aluno pertence, o professor julga
diferentemente. Em turmas de 2o ano, por se comportarem melhor, uma mesma prova (sobre o leão
Christian) dei notas maiores que dei para alunos de 1os anos. É um recurso justo prestar atenção aos
acertos dos alunos de 2os anos e não prestar atenção aos seus acertos, enquanto prestamos atenção aos
erros dos alunos dos 1os anos e não aos seus acertos? O professor deveria avaliar sem saber qual turma
está avaliando. De qualquer modo, um copo com água pela metade parecerá quase cheio ou quase
vazio, dependendo do momento, das circunstâncias e de como se vê o copo. Às vezes um aluno se
esforça, mas não consegue a média, enquanto outro, indisciplinado, consegue a média sem fazer
nenhum outro trabalho no trimestre. A quem ajudaremos?
Outra dica: tente imaginar como um extraterrestre refletiria sobre aquela mesma cena do
batizado, de uma forma distante, estranha se comparado aos costumes de seu planeta de origem. É
assim que funciona a cabeça da maioria dos filósofos e dos cientistas (um olhar e uma reflexão
distantes, preferencialmente imparcial).
aqueles que avaliam a capacidade de refletir sobre um tema, formular quaisquer perguntas,
apresentar respostas, desde que sejam opiniões justificadas (com argumentos), outros, no
qual eu me incluo, pede que formulem perguntas/respostas que vão além do mundo sensível
(físico, para usar termos de Platão, mas, também cultural) daquelas cotidianas e óbvias (prontas,
que herdamos das gerações anteriores), portanto, “metafísicas”, embora os alunos não precisem ouvir
esse palavrão: meta (além) + física (do mundo natural, físico).
Dessa maneira, aproximaríamos os alunos das questões que interessaram à filosofia desde seu
surgimento, embora, hoje, em dia nas universidades, os pseudo-filósofos rejeitem tais estudos.
O grande problema na realização dessa tarefa reside as respostas fáceis, como: “felicidade é
ter alguém para amar” ou a tendência de em lugar de definir o que é o belo, citar exemplos ou
categorias de coisas belas: “o belo interior, o belo exterior”. Sobre essa última questão questionei-lhes
se um tipo de belo não se relacionava com o outro: a beleza interior não transborda e aparece como
beleza exterior?
A minha grande descoberta é quanto as fotos nos ajudam (ao professor até mais) em produzir
reflexões interessantes: ao olhar para uma foto, observei-me sentado contemplando, sem interagir, com
um cão da família; já o cão subia no meu colo. Lembrei aos alunos que aquilo parecia um bom
exemplo para mostrar a diferença entre razão e emoção: eu, contemplando, friamente, o cão e o
cão, impulsivamente, interagindo comigo. Mas, não paramos aí: perguntei se a razão fosse colocada
em um extremo e as emoções em outro, elas se encontrariam em algum ponto?
Em outra foto, essa de uma aluna, observamos que havia um espaço ocupado pela parede e, mais
abaixo, um avô, com sua neta no colo, olhando-a com afeição. Aquele espaço provavelmente não seria
objeto da atenção de um fotógrafo profissional, que, segundo os alunos, possuidor de técnicas, daria
atenção e centralizaria as imagens daqueles dos seres e, acrescentei, melhoraria a iluminação, dentre
outros detalhes.
Uma aluna, que estudava o sentido da vida, a quem disse que por sentido queremos dizer um
“caminho” com um “fim” a ser alcançado, disse-me que em sua vida, sua família queria um caminho
para ela: ser modelo. Mas, ela não seguiu esse caminho até que mais adiante, em sua vida, ela foi
convidada a participar de um filme. Sua conclusão é que não havia um caminho (um sentido) prévio,
mas diversos caminhos que acabaram por se encontrar.
Uma aluna, quando eu defini o amor como querer o bem a outra pessoa, me disse que se a
pessoa que amamos (que queremos bem) estiver longe de nós, não poderemos amá-la, não haverá
amor nesse caso! Bom argumento e para ela respondi com a pergunta: não será o amor um quere o
bem mesmo que a pessoa esteja longe – digamos - acompanhada de uma terceira pessoa que a faça
feliz? Essa era uma possibilidade que ela não tinha pensado.
Outra conclusão, que parece ser óbvia, porque em uma fotografia há (quase) sempre um fotógrafo
humano e, de outro lado, é que em qualquer fotografia, estamos sempre cercados de outras pessoas –
somos um ser que vive e precisa dos outros, um ser político, que vive em uma “pólis”, cidade,
agrupamento com outros seres humanos.
Na primeira turma em que apresentei novas mágicas, houve uma certa decepção. Eles foram muito críticos,
não foram capazes de esperar até que cada mágica terminasse e anteciparam a explicação de cada truque. Tive
vontade de não apresentar para outras turmas. Mas, vi nessa experiência a oportunidade de corrigir os erros iniciais.
Foi boa a decisão de continuar com as apresentações: na última turma, cujos alunos eu e outros professores,
facilmente os rotularia como indisciplinados, tive a grata surpresa de vê-los, sem que eu pedisse, puxarem as
cadeiras e virem para bem perto onde eu estava para verem as mágicas! Isto é tudo o que um professor gostaria de
ver, normalmente, em suas aulas!!
Vamos às mágicas:
1a mágica: pegar 3 copos de em um deles pôr um “espeto de papel” e pedir que um aluno esconda-o
embaralhando os copos para que eu, depois, esmague dois copos, menos aquele que tem, dentro, o espeto de papel.
Esta foi a única mágica que eles não conseguiram explicar o truque.
O truque consiste em pôr com fita adesiva um pequeno fio (de pesca) imperceptível a olhos
desatentos ou que estão a uma certa distância dos copos. Tive receio de que eles repetissem em casa e
acabassem se machucando, mas arrisquei e fui adiante, mas avisando-os para não repetir o truque.
Esse foi um truque que os impressionou. Há dificuldades em realiza-lo: às vezes, o fio de nylon se
esconde embaixo do copo. A sugestão é virar o copo no sentido oposto ao que foi virado! Por que os
copos são leves, se você amassa em um deles, o deslocamento de ar desse movimento poderá provocar
o movimento do outro copo que não também não tem nada embaixo. O melhor é amassa-los, portanto,
quase ao mesmo tempo!
3a mágica: pedi que um aluno escrevesse em um bloco uma palavra qualquer. Depois,
mostrasse aos seus colegas, mas não para mim. Ele tiraria a folha do bloco e ao me devolver o bloco,
eu conseguiria adivinhar a palavra, pois no bloco havia um papel carbono que faria a cópia da palavra
escrita pelo aluno. Depois, escreveria no meu braço a palavra e lhes mostraria como se ela tivesse se
materializado em meu braço. O truque original, do mr. “m”, envolve queimar o papel no qual o aluno
escreveu a palavra e com as cinzas esfregá-las no braço do mágico, fazendo aparecer a palavra, mas,
para isso, eu precisaria escrever a palavra com uma tinta incolor, difícil de achar em lojas e as cinzas
manchariam o braço, menos aquela parte escrita com a tinta incolor.
O problema nessa mágica: ao escrever a palavra no meu braço na sala de aula alguns alunos do
canto da sala observaram o que eu estava fazendo e revelaram o segredo (embora eu tenha achado falta
de respeito da parte deles, podemos ver nisso, também, um desejo de participar!?). Uma alternativa
seria não ter alunos próximos do “mágico”. Outra, mais viável, foi deixar a sala a pretexto de que,
assim, o aluno que escreveu a palavra poderia mostrá-la aos outros alunos. Depois, que voltei à sala,
contei uma história que vi/ ouvi de um programa de outro mágico: disse-lhes que de manhã, me
preparando para vir para o colégio, pensei na mágica e uma palavra imediatamente me veio à mente e
eu a anotei no braço; tinha certeza, continuei, que aquela seria a palavra escolhida pelo aluno. Ao
puxar a manga do blusão, a palavra apareceu escrita e perguntei se essa era a palavra escolhida pelo
aluno? Era, evidente. Em outra turma, escrevi duas palavras, uma em cada braço para dar uma certa
expectativa, mostrar uma delas, para dar a impressão de que eu tinha errado (eles adoram quando o
professor erra, coisa da idade, que não desaparece com o tempo, mas fica camuflada na idade
adulta!)
4a mágica: Peguei um pedaço de vela e fiz, com um pedaço de cano, um anel onde o pedaço
de vela foi fixado com uma fita adesiva, no dedo polegar. Com a outra mão segurei uma vela que seria
acesa e se aproximaria do dedo polegar e sem a platéia (o que não é facil) perceber acenderia aquele
pequeno pavio. Esse truque funciona melhor em uma sala quase escura.
5a mágica: apresentei uma outra mágica na primeira turma, mas desisti de apresentá-las às
outras. Ela consistia de uma garrafa que eu apresentava à platéia para que se certificassem de se tratar
de uma garrafa plástica normal. Depois, sem que vissem (o que foi impossível, pois havia alunos
muito perto!), eu a trocaria por outra garrafa com uma abertura na lateral. Com ela eu introduziria um
objeto qualquer como se eu tivesse atravessado pela parede da garrafa, misteriosamente!
6a mágica: um último truque que eu apresentei foi criação minha: peguei duas caixas de
fósforos e construí uma nova caixa com duas “gavetas” invertidas de modo que ao abrir a primeira eu
poderei colocar um clipe pequeno e ao virá-la na “gaveta” de baixo eu posso esconder um outro clipe
maior dando a impressão de que o primeiro objeto se transformou em um objeto maior. Um pano,
poderá ser adicionado para que a platéia não veja o mágico girar a caixa para que a gaveta com o clipe
maior (que será aberta) fique por cima. É interessante que se coloque rótulo nos dois lados da
embalagem.
11a aula: .
Pedi como tarefa final do 1o trimestre, que os alunos entrevistassem um adulto, maior de 60 anos
indagando-os sobre os mesmos temas que eles, em grupo, anteriormente, tinham refletido.
Não me surpreendi com as respostas: pareciam com aquelas que os alunos adolescentes dão. Há
a beleza externa e a interna, o sentido da vida e a felicidade se encontram na convivência com a
família, etc, apenas uma resposta surpreendeu-me: alguém com 70 e poucos anos dizia o quanto a vida
tinha passado rápido! Deve ser estranho olhar para trás e relembrar o quanto viveu ou o pouco que
aproveitou e ver que resta menos ainda à frente! A maioria atribui a culpa disso ao tempo, mas não
refletem o que ele realmente é? Uma força externa ou interna em nossas mentes? Pelo menos, meus
alunos devem, imagino, ter observado o quanto essas questões perturbam as pessoas de diferentes
idades, espero! E, quem sabe, cheguem à conclusão: só sabemos que nada sabemos?
Prova de Recuperação: a partir das fotos abaixo, reflita sobre o tempo, o amor, o sentido da vida, a
beleza, a religião (Deus, alma), razão, educação (aprendizado), emoções, felicidade, justificando suas
opiniões com argumentos!
Christian acabou sendo o único sobrevivente do bando original. No ano seguinte, Christian já estava a
frente de seu próprio bando, tinha filhotes seus e era quase duas vezes maior do que no vídeo do
encontro de 1971. Rendall descreve a visita que ele. Bourke e George Adamson fizeram: "Nos o
chamamos, ele levantou e começou a caminhar em nossa direção, lentamente. Então, como se tivesse
se convencido de que eramos nós mesmos, ele começou a correr ao nosso encontro, pulando sobre
nós e nos abraçando, como ele costumava fazer, colocando suas patas sobre nossos ombros." Em
1974, houve um reencontro que durou até o dia seguinte, pela manhã, quando todos foram dormir. De
acordo com Rendall, esta foi a última vez que alguém viu Christian.
esquecemos o erro que os alunos cometem quando “antropomorfizam” o leão, atribuindo a ele
características que identificamos em nós, humanos (o que quer que isso signifique... possuidor de
humanidade? 23 pares de cromossomos? Capacidade de reproduzir-se gerando descendentes férteis?)
sem sequer ser capaz de definir o que é o amor? O que é o tempo? O que é a felicidade? Com o
saber o que passa na mente do leão? Talvez um aparelho de ressonância magnética possa, no futuro,
explicar que partes do cérebro dos animais é acionada quando eles parecem nos abraçar. No máximo o
aluno, quando escreve “o leão abraçou o homem”, deve colocar “abraçar” entre aspas, pois não
sabemos se um leão compreende o que é um abraço? (ouvi de um adestrador, que cães de grande porte
põem suas patas sobre os ombros dos seus donos para “dizer”: você é meu, eu sou seu líder)!
Assim, valorizei:
α
( ) a capacidade do aluno de definir os temas filosóficos: o que é o tempo? O que é o belo? O
que é o amor? Qual é o sentido da vida? ;
β
( ) apresentar respostas para o comportamento do leão, com expressões tais como “talvez”,
“pode ser”, pois a dúvida diante de um problema é sinal de que paramos para refletir, buscar
indicações que podem nos ajudar a contemplar um problema de um modo mais amplo, além da
Ainda sobre a história do leão Christian, apresentamos um vídeo com imagens do leão desde
poucos meses até seus dois últimos contatos já na reserva do Quênia (África) acompanhadas com a
música “amigos para sempre” cantada por Luciano Pavarotti. Muito emocionante!
Mostramos para algumas turmas (de Magistério, turno da tarde) outro vídeo
(http://www.youtube.com/watch?v=VDGg9H0Wt5E) que mostra uma outra interpretação sobre
quando um animal põe a pata sobre os ombros de um humano (o cão desse vídeo é um Bouvier): é de
uma série chamada “Encantador de cães”, onde o adestrador César Millan dá dicas de como modifiar
vícios (maus hábitos). Para ele, quando um animal põe as patas no dono, é para expressar seu desejo
de posse sobre o outro, além de um comportamento hiperativo!
Outra prova de recuperação, para alunos que não vieram no dia da prova sobre o leão Christian
(muitos alunos faltam às provas e esperam que o professor as repita, pois, assim, pegam as respostas
com os colegas) foi a seguinte:
Aqui, pedimos aos alunos o que pedimos na prova anterior: que eles refletissem sobre temas
como o tempo, o belo, etc, e avaliamos a capacidade de definir esses temas, levantassem questões
relacionadas a eles e oferecessem respostas que não fossem meras opiniões, mas que contivessem
alguma prova ou argumento com algum sentido, explicação, justificação.
Por que sofrer com mais uma derrota do Inter? Porque tenho paixão pelo Inter. Mas a resposta
não me satisfaz. Por que eu deveria sentir paixão por um time de futebol? É verdade que também não
compreendo bem porque eu sinto paixão por uma mulher. Porém isso é menos incompreensível. Na
paixão amorosa há elementos biológicos. Eu sei pouco sobre a razão de sentir paixão por essa mulher,
mas sei que há uma razão para sentir paixão por mulheres. Agora, sentir paixão por um clube de
futebol ... Nenhum jogador do Inter sabe da minha existência. O presidente do clube não sabe que eu
existo. Eu não consigo estabelecer nexos causais com o Inter. Se torcer por sua vitória, isso não terá
efeito. Se quiser que troquem de jogador, poderei gritar no estádio (mas vou raríssimas vezes ao Beira-
Rio é claro que, quando estive em Porto Alegre, não perdi a oportunidade de assistir ao jogo contra o
Vasco).
Talvez alguém acredite que a torcida conduza seu time à vitória quando canta e “empurra” o time
para o ataque. Mas essa idéia não me agrada, pois eu tenho de me dissolver na torcida para poder
acreditar em tal efeito. E não me agrada ter uma compreensão tão pequena das razões por que fico
triste quando o Inter perde.
Logo a pós o jogo do Flamengo, ontem, nem consegui olhar para os gols do início da rodada que
a TV anunciava. Não seria mais sensato uma decisão como esta: “não darei mais a mínima atenção ao
futebol”. Imaginem, se estou escrevendo um texto sobre os móbiles no Cânon da Crítica da Razão
Pura e faço uma pausa para ouvir o jogo do Inter e ele perde, certamente também perderei meu
entusiasmo com o texto e minhas fracas inspirações intelectuais fugirão! É claro que poderia estender
isso à paixão amorosa. Mas eu interajo verdadeiramente com o objeto de minha paixão amorosa. Se
ela diz não me querer, eu posso gritar bem perto de seus ouvidos, ou se isso não for possível, encher
sua caixa de e-mails com mensagens chorosas, importuná-la com ligações. Mas com o Inter, nem se
trata dele não me querer, pois ele, num certo sentido, nem sabe que eu existo. E eu sofro tanto!
(2) Ele sente dúvida sobre a causa da paixão dele por futebol. Por quê?.
(a) essa paixão é diferente da paixão entre um homem e uma mulher.
(b) na paixão pelo futebol há causas biológicas.
(c) no futebol, ele conheceu sua atual esposa.
(d) ele diz que não há razões para a paixão que ele sente pela esposa dele.
(3) o autor lista várias explicações porque não faz sentido apaixonar-se por um time de futebol,
exceto a alternativa:
(a) nenhum jogador o conhece
(b) o presidente do clube não sabe que ele existe.
(c) se torcer por sua vitória, isso não fará qualquer diferença (sentido).
(d) mandar e-mail ao técnico pedindo que ele troque um jogador ou contrate outro.
(4) Sobre a opinião de que a paixão pelo futebol está na torcida que empurra o time, o autor:
(a) concorda, em parte, pois há muita violência nas torcidas organizadas.
(b) concorda plenamente, pois, a voz do povo ou da torcida e a voz de Deus.
(c) discorda, pois, ele se “dissolve” no meio da multidão.
(d) discorda, pois, pois não lhe agrada entender tão pouco sobre a paixão pelo seu time.
(5) Quando o time dele sofre um revés (derrota), como o autor se sente?
(a) aceita o resultado como parte natural da vida.
(b) manda e-mails para o presidente, o técnico e alguns jogadores do clube favorito.
(c) fica desolado, doente, perde o entusiasmo no seu trabalho e nos textos que escreve.
(d) escreve textos para os jornais procurando respostas por que o seu time perdeu?
(6) O autor do texto “Por que sofrer pcom o futebol?”, Aguinaldo Pavão é:
(a) é sócio e conselheiro de um time de futebol.
(b) jornalista do jornal Zero Hora.
(c) professor de filosofia
(d) foi jogador e hoje apenas faz comentários de jogos
Um exemplo que dei em uma das turmas foi o seguinte: primeiro pedi que imaginassem um
estádio, depois perguntei-lhes: onde estaria o filósofo e onde estaria um cientista? Houve diferentes e
interessantes respostas: o filósofo seria o juiz e o cientista os jogadores, outro aluno respondeu que o
cientista é o preparador físico que auxilia o time. Então, ofereci uma resposta: o filósofo observa o
jogo da arquibancada e o cientista pode estar, por exemplo, nas figuras do preparador físico de cada
time ou, então, do médico que auxilia uma lesão de algum jogador.
- sob o ponto de vista de uma filósofa Viviane Mosé (série Ser ou não ser, canal Globo,
programa Fantástico: http://www.youtube.com/watch?v=uDqlqZFvBxg ): ela questiona o que está por
trás do futebol e de outros esportes e, mesmo, de um simples balé... a competição! Um desejo
instintivo na visão dela (mas, pergunto: o que é instinto, um conhecimento inato, que não vem
por nenhum órgão sensorial?), que pode se expressar de um modo violento, cruel, ou, então, ser
reordenado de um modo harmonioso, com regras, como em um jogo de futebol, por exemplo!
17a aula:
Abordamos um fato interessante semelhante àquele gato que parecia prever mortes em um
hospital: um polvo de um zoológico alemão parecia prever quem venceria nos jogos da Copa do
mundo de futebol na África do Sul. No artigo que publicamos no site www.scribd.com, consta nosso
ponto de vista que compartilhamos com meus alunos:
1o) vejamos as caixas e suas posições (isso nos parece importante), jogo a jogo da equipe da
Alemanha na copa do mundo:
Caixa A Caixa B
Alemanha 4x0 Austrália
Alemanha 0x1 Sérvia
Gana 0x1 Alemanha
Alemanha 4x1 Inglaterra
Argentina 0x4 Alemanha
Alemanha 0x1 Espanha
2o) Se em lugar dos nomes das equipes chamarmos a 1a caixa de “A” e a segunda de “B”,
concluiremos que “Paul” escolheu as caixas na seguinte ordem:
1o jogo caixa A
2o jogo caixa B
3o jogo caixa B
4o jogo caixa A
5o jogo caixa B
6o jogo caixa B
Precisaremos observar ainda os 2 jogos finais da Copa, para comprovar o que nos parece claro: o
polvo segue um padrão na escolha das caixas e o padrão é A,B,B,A,B,B, etc! Se há mesmo tal padrão,
acreditamos que o polvo escolherá a caixa “A”, no sétimo jogo e a caixa “B”, no oitavo jogo (final).
Outras conclusões:
(1) o polvo pensa (!) o que se observa no fato dele seguir um padrão, um pensamento ordenado,
repetitivo, metódico!!
(2) Como seu percentual de acerto é tão alto, quando se esperaria os normais 50% de acerto e 50%
de erro? Não podemos descartar que os jogadores dos times envolvidos se desestabilizem
emocionalmente diante do que lhes pareceria uma possível fatídica “profecia” de um simples polvo
faminto!
Além das ideias constantes no artigo, estimulamos que os alunos apresentassem suas hipóteses:
( ) alguns alunos disseram que a quantidade de alimento era diferente e o polvo ia para onde havia
mais comida;
( ) outros que o polvo era motivado pelas cores das bandeiras;
( ) outros que ele previa o futuro.
O que nos intriga é que há uma coincidência (uma ordem, uma série) que é a mesma na ordem em
que o polvo escolhe as caixas e a mesma ordem das seleções que vencem as partidas. Há uma ordem
comum em toda a parte (leia-se ‘universo”) a qual estamos todos submetidos, incluindo nossas
próprias ações?
Férias .....................................................
Redeescolas
Peça=========Adolescer
18a aula:
meninos tráfico
drogas em outros povos
NatGeo - Tabu - Drogas 1/ 7 youtube
UPPS
(2) Sobre os vídeos “Falcão, meninos do tráfico” e Drogas- Tabu, do National Geographic (Natgeo)
diga quais frases são “Verdadeiras” ou “Falsas”:
( ) O religioso indígena vê deuses e eles lhe dão remédios para a cura de males
após cheirar a droga trazida pelos brancos séculos atrás.
( ) enquanto no Nepal, as bebidas alcoólicas são liberadas em evento religioso,
no Ocidente, a maconha é liberada.
( ) um rapaz que possui uma arma é valorizado pelas jovens do sexo feminino.
( ) a maioria dos jovens mostrados no vídeo teve morte violenta, exceto aquele
que queria trabalhar em circo.
( ) O festival Shivaratri é um festival de devoção à maconha, por isso é fumada o
dia todo.
( ) o rapper MVBill é defensor da venda de drogas, pois, assim, não haveria mais
conflitos armados;
( ) a maconha altera a capacidade de calcular e dirigir veículos.
( ) MvBill quis mostrar que não há “glamour” no crime.
( ) o ecstasy era usado em psicoterapias, pois o paciente mais facilmente falava
sobre seus problemas, suas dores.
( ) O pai, não a mãe, está ausente na vida dos “falcões”.
( ) os menores se tornam soldados do tráfico pois suas mães os estimulam para
essa vida.
(3) No verso dessa folha apresente 3 vantagens e 3 desvantagens das UPPs (unidades de polícia
pacificadora) implantadas na cidade do Rio de Janeiro.
Respostas:
http://www.carlosmartins.com.br/_vocac/profissao.htm
Tipos:
Realista: normalmente tem habilidades manuais, gosta de trabalhar ao ar livre, com ferramentas,
máquinas, animais. Interessa-se pouco pelo contato social. É reservado, prático e raramente abandona
uma tarefa antes de termina-la. Ex: mecânico automóvel, controlador aeronaves, eletricista,
fazendeiro. É determinado, honesto, genuíno, materialista, modesto, natural, normal, persistente,
prático, tímido.
Investigativo: Ex: biólogo, químico, físico, geólogo, antropólogo, assistente laboratório, médico.
Gosta de matemática e ciências, mas não gosta chefiar equipe, porque valoriza sua independência.
Gosta de trabalhar só e resolver problemas. É modesto, circunspeto, minucioso, metódico, curioso e de
hábitos intelectuais. Criativo, nem sempre leva tarefa até o fim. Geralmente gosta de explorar e
entender coisas ou eventos, em vez de persuadir outros ou vender coisas. É analítico, cauteloso,
complexo, crítico, curioso, independente, intelectual, preciso, introvertido, racional, reservado.
Artista: Ex: compositor, músico, diretor teatro, dançarino, decorador de ambientes, ator, escritor. Tem
habilidades artísticas, gosta de criar trabalho original e tem boa imaginação. Pode deixar pessoas
desnorteadas com sua impulsividade e falta de senso prático. É intuitivo, criativo, imaginativo, traz
novas maneiras de encarar problemas e encontrar soluções. Prefere ideias criativas e auto-expressão do
que rotinas e regras. É complicado, desordenado, emocional, expressivo, idealista, imaginativo,
impulsivo, independente, introspectivo, intuitivo, fora padrões, mente aberta, original.
Social: Ex: professor, terapeuta, religioso, conselheiro, psicólogo e enfermeiro. Gosta de estar cercado
de pessoas, está interessado em se relacionar bem e gosta de ajudar outros. Convincente, cooperativo,
amigável, generoso, útil,idealista, amável, paciente, responsável, diplomático. Receptivo, persuasivo,
generoso, tolerante.
Considerações importantes :
Devemos mostrar com exemplos aos alunos que não basta eles terem o hábito de desenhar na
última página de seus cadernos para que isso seja sinal de que sua vocação é na área de arte, por
exemplo. Ou não basta terem sido líderes de turma ou presidentes de agremiação estudantil para lhes
indicar para a área de administração de empresas.
Teste Vocacional
http://www.mundovestibular.com.br/simulado/testes/teste_vocacional/teste_vocacional.html
Leia atentamente cada pergunta e escolha apenas uma alternativa em cada questão. Se ficar em
dúvida, escolha a que mais se aproxima da forma como se comporta :
RESULTADO
Some as respostas que você deu para cada letra e verifique qual delas conseguiu mais
pontos. Assim, se você obteve o maior resultado na letra "d", por exemplo, leia a
descrição relativa ao tipo D. Caso não se encaixe em nenhum tipo ou dê empate, leia a
descrição do tipo E.
Videos profissão
Senai
SENAI rua Coronel André Belo, 452 – Menino Deus, Porto Alegre – RS, 90110-020, (051 3212-6067)
Informações gerais
A COPESE é a Comissão Permanente de Seleção. Aqui você encontra
informações sobre o Ingresso no Campus, resultado de Exame de Seleção e
provas antigas. Para ingresso nos cursos técnicos do Campus, o aluno deve ter
concluído o Ensino Médio. O IFRS – Campus Porto Alegre oferece à comunidade
onze (11) cursos técnicos: Administração, Biblioteconomia, Biotecnologia,
Contabilidade, Informática, Meio Ambiente, Química, Redes de Computadores,
Secretariado, Segurança do Trabalho e Transações Imobiliárias.
O ingresso aos cursos do Campus se dá através de um Exame de Seleção
que é organizado pela COPESE – Comissão Permanente de Seleção. Neste Exame
de Seleção é realizada uma prova com conhecimentos do Ensino Médio. Na prova
para os cursos de Administração, Biblioteconomia, Contabilidade, Informática,
Redes de Computadores, Secretariado, Segurança do Trabalho e Transações
Imobiliárias, são exigidos conhecimentos de língua portuguesa, matemática e
uma questão de redação. Na prova para os cursos de Biotecnologia, Meio
Ambiente e Química, são exigidos conhecimentos de língua portuguesa,
matemática, biologia, química e uma questão de redação. Os conteúdos
específicos, para cada tipo de prova, são divulgados quando da publicação do
Manual do Candidato para cada Exame de Seleção.
O período de inscrição, os cursos, o número de vagas e o turno de
funcionamento dos cursos, quando oferecidos, bem como o valor da taxa de
inscrição, são divulgados em editais próprios para cada Exame de Seleção. Os
referidos editais são afixados no mural junto à porta principal do Campus, bem
como no site, na Internet. E, ainda a minuta destes Editais são publicadas na
imprensa escrita.
Anualmente ocorrem 2 (dois) Exames de Seleção; um em dezembro para
ingresso no 1º semestre do ano seguinte, e outro em julho para ingresso no 2º
semestre do ano em curso. As inscrições são realizadas somente via Internet, no
endereço eletrônico www.etcom.ufrgs.br e no prédio do Campus, onde são
disponibilizados terminais para que os candidatos realizem suas inscrições em
horário definido para cada exame.
Os cursos são oferecidos nos turnos da manhã, tarde e noite. As aulas são
desenvolvidas nos seguintes horários: turno da manhã das 07h30 às 11h50;
turno da tarde das 13h30 às 17h50, e no turno da noite das 19h às 22h30.
Maiores informações podem ser obtidas através do telefone 3308 5172, das 9h
às 12h e das 14h às 17h, ou por e-mail: copese@etcom.ufrgs.br.
IFRS Campus Porto Alegre - Rua Ramiro Barcelos, 2777 - Bairro Santana - Fone
(51) 3308-5110 - E-mail webmaster@etcom.ufrgs.br
em obras
Trabalhos de Filosofia 3o trimestre 221
1o trabalho: fazer, individualmente, por escrito, para entregar, o teste
vocacional do site http://www. carlosmartins.com.br/testevocacional.htm e
anotar 10 exemplos de perguntas/ com respostas que são feitas naquele
teste..........8 pontos
Games??????????????????????
a
aula: Bullying e temas livres.
Um aluno...................conversava muito, pedi para parassem pela terceira
vez, eu acho, não eram alunos indisciplinados, quando um deles pediu
desculpas e eu respondi dizendo para ele “pegar a desculpa e enfiar” e parei
por aí, sem terminar a frase. Percebi que tinha me excedido. Duas aulas
depois, em um espaço aberto para temas livres, um aluno sugeriu falar sobre
bullying e lembrei o que eu tinha dito e incluí como Bullying, procurando
mostrar que cada um de nós também faz coisas que repudiamos.
Jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj
Escutando um aluno achei interessante sua proposta: quando pedi a eles que
listassem suas 10 maiores ou melhores habilidades e 10 maiores deficiências, um deles
sugeriu que eu pedisse as colegas mais próximos deles que avaliassem uns aos outros.
Na semana seguinte, propus a seguinte tarefa:
(1) recorte 8 pedaços de papel e ponha seu nome neles;
(2) distribua os papéis a seus colegas, mais próximos ou mesmo aqueles com quem
não tem uma relação tão próxima;
(3) peça que eles escrevam uma profissão que eles acham que você desempenharia
bem.
(4) Peça os papéis de volta e reflita sobre as profissões sugeridas.
Embora eu fizesse força para não apresentar minhas conclusões e deixar que os
alunos as trouxesse, há algumas questões que me surgiram e que quero expô-las:
(a) não parece que as pessoas a nossa volta entendem melhor que nós
mesmos sobre a profissão que é mais adequada para mim? Uma aluna disse que não,
mas não justificou... Se tal tese for verdade, por que isso ocorre? Pelo lado de dentro,
( ) Óculos Escuros
( ) Lanterna e 4 Pilhas
( ) Carta Aérea
( ) Canivete
( ) Bússola Magnética
( ) Capa de Chuva (Plástica)
( ) Caixa de Primeiros Socorros
( ) 1 Pára-Quedas
( ) 4 Litros de Vodka
( ) 1 Litro de Água (Por Pessoa)
( ) Pistola Automática 765
( ) 1 Pacote de 500 Gramas de Sal
( ) Livro Sobre “Animais do Deserto”
( ) Espelho de Bolso
( ) Agasalho (Tipo Sobretudo)
CLASSIFICAÇÃO REAL
1- ESPELHO DE BOLSO para dar sinal;
2- AGASALHO (Tipo Sobretudo) para proteger da perda de água por evaporação;
3- ÁGUA (1L por Pessoa) para recuperar a perda por evaporação;
4- LANTERNA (4 Pilhas) para dar sinal e como recipiente de água;
5- PÁRA-QUEDAS para proteção noturna;
6- CANIVETE para escavar e cortar cactos;
7- CAPA DE CHUVA (Plástica) para guardar água de eventual chuva;
8- PISTOLA AUTOMÁTICA 765 para dar sinal e usar como martelo;
9- ÓCULOS ESCUROS para proteger os olhos;
10- CAIXA DE PRIMEIROS SOCORROS porque o Deserto é asséptico;
11- BÚSSOLA MAGNÉTICA para usar o espelho e como sinal;
12- CARTA AÉREA serve como papel higiênico;
13- LIVRO tem o mesmo uso; pois comida gasta sal e desidrata;
14- VODKA (4 Litros) para acender o fogo ou resfriar o corpo;
15- SAL (500 Gramas) é melhor não usar; pois desidrata
MORAL DA HISTÓRIA:
Fiz esse teste no início da faculdade de Administração de empresa e o resultado é que
eu me saí melhor sozinho do que em grupo, as minhas respostas ficaram mais próximas
da classificação real. Naquela época não levei a sério o teste, mas depois de formado
abandonei o curso e rasguei o diploma. Não era mesmo o que eu poderia fazer melhor,
trabalhar em grupo!
Com que que bicho me pareço?
O que propomos com essa tarefa é (1) mostrar um tipo de teste que as empresas fazem, visando
identificar características da personalidade do candidato a um futuro emprego e (2) estimular a
reflexão do aluno a partir de sua escolha por um animal, identificar suas mais fortes características.
Por exemplo: se o aluno escolher “leão”, o que pode significar? Alguém que gosta da idéia de liderar,
mas tal como um leão, fica comodamente em sua posição, pois, nem mesmo ele é quem caça, mas as
leoas? Se um aluno escolheu “tubarão”, pode ser competitivo e se daria bem trabalhando em uma
empresa privada, na área de vendas, por exemplo? Um outro aspecto interessante: quando o bicho
predomina no céu, quer dizer que a pessoa tem, em geral, a “cabeça nas nuvens”, isto é, predomina em
si a imaginação? E aqueles que têm “os pés no chão”, significa que são mais práticos e prefeririam
profissões mais concretas, óbvias, onde há mais imitação, aprendizado de técnicas e mera repetição de
tarefas? Uma “águia” tem uma visão mais ampla do espaço a sua volta, vê de um modo mais amplo, o
que identificaria com uma profissão mais generalista, como Administração ou conforme o grau
(maior) de imaginação ou “cabeça nas nuvens”, artes, filosofia, esse último o caso do autor dessa
presente obra?
Também leciono filosofia para primeiros anos. E, para eles que são mais imaturos, percebi que
há grandes problemas, mas também, boas soluções:
GRANDES PROBLEMAS
Conversas paralelas e dificuldade de ouvir o outro. Tive brigas
homéricas com turma 214 e em menor intensidade com a 213 e 215
ao longo de todo o ano porque eles:
- não ouviam uns aos outros, falavam junto e acham isso certo!
BOAS SOLUÇÕES
Pôr as mesas lado a lado como se fosse uma grande e única mesa e colocar os alunos
ao redor. Ficarão mais próximos e mesmo que falem juntos, não deixarão de escutar os
colegas. Como é possível ouvir alguém que esteja no fundo de uma sala como a dessa
foto?
(1) É preciso que o professor observe certos alunos que são resistentes a fazer
parte do grupo – não tive problema de aceitar uma segunda linha de cadeiras
ao redor do círculo central. Brinquei com eles chamando o círculo de círculo
da amizade, mas, havia algo de verdadeiro neste título!
(2) Não abrir espaço para debate até que entendam que o comportamento anterior
não permite tal metodologia. Não sei se resolve, mas, pelo menos, o professor
consegue alguma paz!
GRANDES PROBLEMAS
- perda de trabalhos de alunos ou má intenção de um aluno que
diz ter entregue trabalhos quando não os entregou
BOAS SOLUÇÕES
A cada entrega de um trabalho ou prova, pedir que aluno assine uma ata que
comprova a entrega daquela avaliação.
GRANDES PROBLEMAS
Quantidade excessiva de trabalhos para corrigir (algo como 200 trabalhos por
semana), exigidos dos alunos em aulas e falta de organização discente para planejar os
estudos e saber dos trabalhos a serem realizados/datas de entrega, o que os fazia
entregar muitos trabalhos nas últimas semanas do trimestre.
BOAS SOLUÇÕES
Deixar afixadas na sala de aula uma lista de tarefas de modo que os alunos as
entreguem na medida do possível ao longo do trimestre. O problema é que os próprios
alunos arrancam os bilhetes, na esperança que o professor não cobre deles aquelas
tarefas. E alguns nem se preocupam em ler o que foi pedido...
SOBRE OS GRITOS...
Entrei em uma aula para dizer à turma que iríamos à sala de informática. Como
estavam conversando, a professora deu um grito forte. Não pensei que havia alguém
além de mim que perdia a paciência. Na verdade, acho que meus alunos se
aproveitavam do fato que eu era o professor que nunca gritava, no máximo falava alto,
forçando a voz. O que aprendi com aquele grito é que a reação imediata dos alunos
(entre 16 e 17 anos, no máximo) é de imediata submissão! Pareciam cãezinhos pondo o
rabo entre as pernas e indo para os seus lugares!! O que há na mente deles que os faz se
comportar assim? Testar limites?
A TORTURA DO EXCESSO DE AULAS...
Escrevi um artigo no www.scribd.com, sobre o excesso de aulas:
Quando em 1996 foi aprovada a LDB, muito das concepções européias de educação estavam no
auge, como os ciclos que hoje testemunhamos seus danos colaterais como formar alunos que não
sabem ler nem escrever, a teoria das competências que terão o mesmo destino dos ciclos, além do
aumento de carga horária e do aumento para nove do número de séries, do ensino fundamental.
O Brasil sempre viveu de esperança e, por isso, é parte da cultura, ou seja, estamos condicionados a
procurar e aplicar soluções rápidas ou mesmo milagres: o sertão (um deserto) vai virar mar (gritou um
desses profetas)!!
Vejamos alguns números a que nossa educação chegou:
A cada ano, nosso alunos têm que estudar entre 9 a 11 disciplinas, cada período tem 50 minutos, em
cada disciplina devem fazer, pelo menos, 3 trabalhos por trimestre que multiplicado por cerca de umas
nove disciplinas resultará em algo como 27 trabalhos por trimestre mais 9 provas de recuperação, às
vezes, obrigatórias.
O que se quer com essa “educação’: selecionar aqueles que conseguiram sobreviver a tanta
pressão? Ou criar pessoas neuróticas? Exaustas? Estressadas? Depressivas? Como em várias partes do
mundo, do Brasil ao Japão os estudantes de ensino médio chegam nas universidades esgotados
mentalmente. Que profissionais sairão de lá?
Nem estou falando de oferecer-lhes disciplinas que lhe dêem prazer, como a música, gosto bem
característico da adolescência. Quero que o leitor reflita sobre a quantidade de disciplinas que
exigimos deles. Lembro que no tempo de escola não sobrava tempo para nada. Queremos profissionais
que sejam meros repetidores daquilo que está nos livros? Ou criativos e questionadores? Para isso,
precisamos de tempo, pois AS IDEIAS SE ASSENTAM E SE CRISTALIZAM
DEMORADAMENTE EM NOSSO CÉREBRO.
Nossa sugestão imediata: reduzir o tempo de sala de aula para 3 dias por semana e, em vez de
manda-los para casa, para o ócio puro, oferecer tempo livre na escola para que escolham atividades,
como leitura, acesso à internet, jogos, academia de ginástica, produção de vídeo e música, etc, algo em
que eles se dediquem sem serem mandados.
Levei minha contribuição, uma fotografia na entrada de um viaduto, onde se vê um mamoeiro que
normalmente atinge uns 4 metros de altura, se manteve em 1 metro, crescendo na parede, um bonsai
natural, aquelas árvores em miniatura cuja técnica foi aprimorada pelos orientais a partir da
observação de árvores que nasciam em penhascos.
Conflitos...
Não esperava que em uma aula tão simples quanto trazer uma foto gerasse tanta confusão! Notei
os nomes de quem trouxe as fotos. Houve dois alunos que recortaram de revista, de última hora, sem
preparar nada... Outros alunos, queriam apresentar fotos de celular. Rejeitei o celular, pois, ao dava
para ver detalhes e qualquer pessoa poderia, sem preparação, trazer qualquer imagem. Como mentem,
esses adolescentes! Que adultos teremos!
Eu costumei a pôr na parede as tarefas com datas para entrega. Em uma das turmas, com uma
caneta, alteraram a data, “3”, para “8”.
Um dos alunos que não trouxe foto e nem poesia, a líder da turma, foi à direção se queixar, em
nome dos “injustiçados”, embora entre eles – dois ou três – estivesse ela mesma! Insisti que eu tinha
fixado uma data, que era preciso que eles se acostumassem a cumprir datas e tarefas. Mas, embora
tivesse saído vitorioso na minha crença, o professor é exposto nesse tipo de julgamento, onde ele tem
que argumentar que o que ele fazia era o mais adequado para aquele momento! E isso na frente dos
alunos! A direção da escola prefere chamar o professor quando os alunos reclamam de uma nota ou
trabalho, mas não chamam os pais quando os professores reclamam da indisciplina de alguns alunos!
Não sei se é adequado diretores eleitos. Preferiria diretores profissionalizados, com experiência em
comandar...
Em outro dia, meu celular – que estava em “vibrar” – queriam que eu interrompesse uma aula, para
eu explicar um trabalho que teria sido perdido por mim, segundo uma aluna daquela mesma turma (do
caso das fotos)! Vê-se que durante o ano não tivemos problemas e dos 100 pontos que os estudantes
tinham direito de conseguir, estavam reclamando de 12 pontos que tinham perdido, porque não foram
capazes de cumprir a data de entrega!!
Moral da história: muitos dos alunos adolescentes são mal-agradecidos, arrogantes,
indisciplinados, desorganizados com suas tarefas, além de esquecerem o que fazemos pelo bem
deles e lembrar apenas das punições que lhes infligimos!
Causas?
(1) Pode ser que pelo fato do professor não cobrar provas, sem consulta, isso levou-os a
acreditar que filosofia fosse algo inútil.
(2) Talvez seja minha culpa por não informar-lhes que eu considero a Filosofia mais
importante que todas as outras disciplinas!
De qualquer modo, sendo a culpa do professor, da família ou do próprio aluno ou dos três fatores
em alguma proporção, insisto que a direção e as regras da escola podem afetar positivamente o ensino
de qualidade. Tentou-se na escola onde trabalho alterar o regimento interno para permitir suspender ou
mesmo expulsar alunos indisciplinados, mas a própria secretaria da educação do estado do Rio Grande
do Sul se opôs, sem oferecer qualquer alternativa! Ainda que essa alternativa se mostre inviável, pode-
se pensar em algo que não se dá atenção: o sistema de avaliação que hoje prioriza a memorização e a
aquisição de conhecimentos teóricos e , embora, se realizem tarefas práticas, elas não impedem a
existência de indisciplina. Mas, se, como pensamos, a nota final do aluno for composta em 50% de
uma avaliação da disciplina do aluno, de seu esforço em prestar atenção às aulas, além de outros
critérios que se pode acrescentar, mais 50%, de trabalhos que priorizem a formação teórica dos alunos,
acredito muito que a indisciplina seja,m finalmente, controlada. A seguir, reproduzo um artigo que
postei na internet, no site www.scribd.com:
Como educador, sinto-me frustrado por ver que alunos não pensam em vir ao
colégio para aprender e pelo prazer de aprender, como eu ia ao colégio esperando que a
cada aula eu recebesse do meu professor uma nova teoria que a humanidade tinha
descoberto, tal qual alguém recebe um baú cheio de moedas. Aquilo seria meu, o que
antes pertencera às gerações anteriores. Não vejo prazer em aprender. Provavelmente,
porque não são estimulados a esse desejo desde suas famílias. Talvez, porque
priorizamos a quantidade de gente e não a qualidade de sua formação, de seu caráter.
E isso se estende ou deságua nas notas: alunos fazem trabalhos para ganhar notas,
copiam ou colam de seus colegas para ganhar nota. E apenas isso! Em parte, é erro do
educador, pois, não fala ou parte dos assuntos que o estudante gosta mais. Muitas vezes,
o professor escolhe um filme de sua preferência pessoal!
E nesse caso, o sistema de avaliação por notas não tem culpa alguma. Se
prendêssemos a atenção dos alunos as notas seriam uma consequência? Mas, ainda
assim, elas estariam lá, pensaríamos nela, nossas decisões finais teriam relação com elas
e a aprovação envolveria ter ou não alcançado uma nota mínima.
Mas, que sistema poderia substituir o atual sistema de notas que, pejorativamente,
chamaremos de sistema contábil!
(1) CORTESIA – quanto de respeito o aluno expressa para com o seu professor?
(a) pouco ou nenhum
(b) médio
(c) alta cortesia
(2) AMIZADE - quanto de respeito o aluno expressa para com os seus colegas de
sala de aula?
(a) pouco ou nenhum
(b) médio
(c) alto respeito
(4) EMPENHO – qual o grau de emprenho que se observa nos trabalhos escritos
que realiza, se copia da internet o trabalho pronto, se busca apresentar um ponto de vista
inédito,resultado de sua reflexão.
(a) pouco
(b) médio
(c) grande empenho
(5) PROGRESSO – se é observado no aluno uma evolução na condição inicial e
final ao longo do ano letivo (esse critério seria utilizado na última avaliação).
(a) nenhum ou pouco
(b) manteve-se o mesmo ao longo do ano
(c) houve progresso nítido.
Para dar uma ideia do tamanho que representa e quão problemático é o atual sistema de avaliação
discente, cito o colégio onde trabalho: para cada trimestre, são exigidos dois trabalhos e 1 prova
(conhecimentos teóricos, que exigem memorização e cópia/ reprodução), além de uma segunda prova
para quem precisa recuperar nota do trimestre, especialmente se estiver abaixo dos 60%, mínimo para
aprovação, embora é comum pais irem à Secretaria de Educação e conseguir que seus filhos sejam
aprovados por terem alcançado 50% dos pontos. Em relação à avaliação do comportamento, há uma
nota chamada “sócio-formativo”, que dá valor a quem faz os trabalhos, entrega no prazo, mas se fala
pouco sobre excesso de conversas, indisciplina. Houve uma tentativa no turno da tarde de fazer os
professores sentarem com cada aluno, individualmente, para avaliarem seu comportamento. Eu
critiquei esse sistema, pois me parecia uma espécie de confessionário e, além disso, a observação do
professor sobre o aluno não se traduziria na nota final. O QUE ADIANTARIA FALAR PARA UM
ALUNO QUE ELE TEM CONVERSADO MUITO OU É MUITO INDISCIPLINADO SE ISSO
NÃO ALTERARÁ SUA NOTA, A MENOS QUE ELE NÃO FAÇA OS TRABALHOS E,
SABEMOS, muitos trabalhos são simples cópia de textos prontos tirados da internet?
Outra atenção que o professor deve dar é para as provas de recuperações: há muitos alunos que
não fazem os trabalhos durante o trimestre por acreditar que bastará fazerem a prova de recuperação
que passarão.
- É claro que as imagens do vídeo chocam, principalmente porque nossos alunos e, sejamos
sinceros, a maioria dos professores, foram educados a não comentar sobre sexualidade, mas não há
educação, sem emoção!
- Minha proposta com aquela aula: estimular a sinceridade dos alunos, desejando que se tornem
homens e mulheres mais felizes e que façam seus cônjuges igualmente felizes!
Sobre uma aula sobre sexualidade, poderíamos propor, ainda, falar sobre o tipo ideal. Haveria,
em nós, algo que nossa mente iria construindo, um tipo perfeito de pessoa que inconscientemente ou
não totalmente consciente, mas que buscaríamos em cada rosto que conhecemos? Quem sabe o
professor pudesse usar como exercício: construa um perfil em um site de relacionamentos, como o
“par perfeito”: já pensou que tipo de pessoa você mais gostaria de conhecer?
Há outros vídeos interessantes sobre sexualidade:
- Discovery instinto sexual
- Série: Dois homens e meio e
- Filmes Juno
O ano terminou e não pude apresentar dois filmes interessantíssimos: (1) episódio 5, da sétima
temporada de Os Simpsons, em que a menina lisa, aborda a sua escolha por ser vegetariana e (2) o
filme “Super size me”, em que Morgan Spurlock decide testar a dieta de 30 dias no MC’Donalds,
tendo engordado 12kg e sido alertado por médicos a interromper a dieta porque estava
comprometendo o seu fígado, aumento de pressão arterial e colesterol. Trata , também, dos alimentos
oferecidos nas escolas e a insuficiência de exercícios físicos.
Conclusão?
Por mais que seja uma profissão em que apresentamos a um público conhecimentos e pontos-de-
vista que a humanidade vem acumulando, tarefa nobre, na maior parte das vezes, sentimos uma
profunda solidão, pois, não recebemos da “platéia” nenhuma reação. Mas, isso, penso, acontece com
outras profissões, também. Porém, é deve ser da nossa natureza insistir na busca das explicações:
talvez nós não sejamos suficientemente persuasivos e nossas aulas, suficientemente estimulantes.
De qualquer modo, insisto nessa profissão e acho que o melhor caminho (método) será o de
mostrar as coisas de modo mais simples. Penso, inclusive, em tomar minha obra “Filosofia infantil” e
aplica-la aos adolescentes, uma vez que boa parte deles encaixa-se na minha tradicional definição:
“adolescente é alguém que tem uma cabeça de criança em um corpo de adulto”. Assim, tratar da
filosofia em uma linguagem muito, mas muito básica talvez seja o melhor ponto de partida para, então,
mais ao longe, “aumentar a carga”, com questionamentos mais profundos.
E como isso se operacionaliza? Quando eu propuser análise ou reflexão de músicas, não vou
pedir que cada um traga uma, mas vamos estudar uma de cada vez, não vou pedir que em uma turma
de 40 alunos um fale de cada vez em uma turma que, em geral, conversam muito, mas que alguém
escreva uma frase no quadro. Nosso lema será: “visemos o simples”! Para o próximo
ano de 2011, vou tentar usar os exercícios que sugeri no livro “Filosofia infantil”, pois, percebo mais
dificuldade de filosofar entre adolescentes do que em crianças; assim, vou partir do básico com
adolescentes e se conseguirmos ir além, será um bônus, inesperado. De tudo o que dissemos não se
segue que devemos falar com adolescentes utilizando palavras no diminutivo, contar-lhes histórias
infantis. O que propomos é falar de modo mais simples possível. Quando tratarmos, por exemplo, dos
filósofos pressocráticos, pediremos que eles tragam objetos e decomponham-nos para identificar suas
partes, recompô-las à estrutura original, repensem em combinações possíveis das partes formando
outros objetos, com outras funções, questionem em que outras partes cada parte se compõe,
indagando-lhes se há infinitas partes que compõem essas partes...O QUE NÃO NOS IMPEDIRÁ DE
RELACIONAR A ASPECTOS DA VIDA DE NOSSOS ALUNOS. Por que não decompor um
instrumento musical, por exemplo?
Outro aspecto a considerar para o próximo ano: não levar apenas os filmes que nós entendemos
serem instrutivos, pois, muitas vezes, sem nos darmos conta, escolhemos o que nos agrada. É preciso
procurar um equilíbrio e abrir espaço para o que agrada aos alunos.
Fotos em anexo:
Acredito ser essencial o uso de imagens, além de vídeos, para provar o que se está falando.
Como ainda não temos um computador em cada sala (e não é preciso que tenha um para
cada aluno, pois isso os fará se fechar em pesquisas individuais, mas, apenas um para todos, juntos,
fazerem uso de pesquisas sobre temas que estejam debatendo, repito, juntos, em um trabalho que
mobilize a turma para um objetivo comum, contrapondo a trabalhos solitários, individuais). A internet
é a grande biblioteca de hoje e abrir mão dela na educação é um grande erro! Com ela, professor e
aluno podem fazer, juntos, grandes descobertas, trabalhando com arqueólogos garimpando