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Histó ria da

Psicologia
Sínteses dos Capítulos 1 a 5

(Vários autores: trabalho de grupo)

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Síntese cap.1 História da Psicologia Moderna


A psicologia é conhecida como uma das disciplinas académicas mais antigas mas
também como sendo umas das mais modernas. É pelo séc. V a.C. que surge o estudo
sobre o comportamento humano através dos filósofos (Aristóteles e Platão), que se
interessam em resolver problemas de interesse psicológico, como a aprendizagem,
pensamento, comportamento
entre outros.
Ate finais do séc. XIX eram os
filósofos que estudavam a
natureza humana através de
investigação e generalização, por
via das próprias experiencias.
Sendo os filósofos a darem o maior
contributo para a evolução da
psicologia moderna, apesar de
estes não se poderem considerar
psicólogos. Os fisiologistas
também contribuíram para o
surgimento da psicologia moderna
através do estudo dos mecanismos físicos que estavam por detrás dos mentais. A fusão
destas duas ciências (filosofia e fisiologia) nasce a psicologia moderna.
A psicologia como qualquer outra ciência, para se entender a sua história e evolução
tem que se ter em atenção aos factores contextuais, porque para além das influências
internas a psicologia também esta sujeita a forças externas, tais como os factores
sociais, económicos, políticos, assim como as ideias predominantes da ciência e da
cultura da época (Zeitgeist).
Os Estados Unidos no séc. XX teve mudanças muito drásticas, a nível da psicologia, visto
que o país oferecia um cenário económico favorável e dessa forma apostando no
desenvolvimento da psicologia, esse factor faz com que abram imensos laboratórios o
que se reflectia na precisão de mais psicólogos para trabalhar, abrindo portas para o
desenvolvimento e investigação. Outro factor contextual foi a entrada de imigração que
se fazia sentir no país, que faz com que os psicólogos possam colocar em prática todo o
conhecimento adquirido alargando-se na aplicação da psicologia nas questões do ensino
e da aprendizagem.
As guerras contribuíram também para estrutura da psicologia moderna, levando
psicólogos americanos no aceleramento da psicologia aplicada onde intervinham na
área de selecção do pessoal, testes psicológicos e psicologia aplicada à engenharia.
Com a vinda da 2ª guerra mundial alterou a constituição do destino da psicologia
europeia, principalmente na Alemanha (aparecimento da psicologia experimental) e na
Áustria (o berço da psicanálise), onde pesquisadores e teóricos fugiram da ameaça
nazista na década de 1930 o que faz a transferência da psicologia da Europa para os
estados unidos. Com a fuga para os estados unidos por causa da guerra as ideias de
alguns teóricos como é o caso de Sigmund Freud já após testemunhos da 1ªguerra
mundial, mencionou que um dos principais motivos das várias personalidades, é a
agressão sendo um reflexo da guerra.

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Não foram só os factores contextuais da guerra nem da economia que influenciaram a


psicologia, a discriminação e o preconceito também teve bastante impacto. As mulheres
durante épocas foram bastante discriminadas na sociedade, elas mesmo que
capacitadas para ocupar cargos de elevado estatuto, eram colocadas de parte. As que
conseguiam algum reconhecimento, só o podiam demonstrar em faculdades para
mulheres ganhando um salário inferior e sem poder obter qualquer tipo de nomeação, e
mesmo assim dentro destas instituições eram discriminadas, alegando que as mulheres
casadas não podiam exercer a sua função por
incompatibilidade da função. Temos como exemplo a
senhora Eleanor Gibson que foi excluída da universidade
de Yale e assim de tirar a sua pós-graduação depois de
vários reconhecimentos na área da aprendizagem e do
desenvolvimento perceptual. Depois de várias lutas as
primeiras mulheres puderam fazer as suas pós-
graduações, doutoramentos e assim se sentirem
motivadas para progredir nas suas carreiras, chegando
mesmo a pertencerem à associação de psicologia. Numa
evolução crescente as mulheres conseguiram o seu lugar
na psicologia. Não era só perante as mulheres que existia
discriminação, os de etnia diferente não tinham
direito ao progresso na carreira como era o caso do
povo judeu. E os que conseguiam ter algum
progresso não podiam exercer actividade na via do
ensino, tendo como alternativa o trabalho nos
hospitais para tratar de doentes mentais.
Alguns dos judeus optaram e outros foram
obrigados a mudar de nome, se queriam ter sucesso
nas suas carreiras, como foi o caso de Isadore
Krechevsky, que passou a ser David Krech, depois de
sofrer varias humilhações, porque só assim
conseguiu ver a sua carreira a evoluir na psicologia
social.
Outro grupo étnico que enfrentou bastante
descriminação foi os afro-americanos, onde
sentiram bastante dificuldade no acesso a faculdade
devido a não existir instituições de pós-graduação
para esta etnia, visto que os negros numa faculdade de brancos eram excluídos de
forma muito radical e repelidos dos restantes alunos.
Mesmo que conseguissem acabar uma pós-graduação era-lhes dado um cargo inferior a
qualquer outro, mesmo que tivessem acabado com a maior distinção. Muitos destes
grupos étnicos nunca eram reconhecidos publicamente, pelo trabalho realizado.

David Hothersall

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Foi na Grécia e na Roma Antiga que os grandes pensadores


começaram por desenvolver duas grandes áreas de
investigação, a filosofia e a ciência natural, que tiveram
grande influência no desenvolvimento da psicologia. Dado
que a psicologia surgiu destas duas áreas.
Os primeiros relatos psicológicos começaram por ser feitos
sobre os sonhos, que eram prescritos em tábuas de argila,
que por sua vez não eram de fácil leitura mas muitos
resistentes.
Mas as maiores descobertas viriam de médicos e filósofos,
provenientes do Egipto, da Grécia e da Roma, que através
de avanços matemáticos e filosóficos desenvolvidos anteriormente, puderam
desenvolver mais o funcionamento da mente, das sensações e da percepção, assim
como a memória e os efeitos de aprendizagem.
Também com os avanços realizados na medicina, foi-se acreditando que os
comportamentos psicológicos, teriam origens biológicas.
Nos séculos a.C. quem dominava a medicina na Grécia eram os sacerdotes. Eram
famosos porque diziam que eles curam várias doenças, como a infertilidade, a cegueira,
a surdez e também muitas das paralisias.
Os seus tratamentos consistiam no isolamento do paciente, submetiam-no a vários
rituais, contavam-lhes histórias passadas verídicas e somente utilizavam as drogas para
a dor e o sangramento, fazendo-os assim acreditar que a cura iria surgir.
Nesta altura surgiu um médico grego, Alcmaeon, disposto a ir contra as inferências dos
sacerdotes e a procurar respostas mais objectivas e racionais. Começou por dissecar
corpos humanos e a estudar as suas principais estruturas, como o esqueleto, os
músculos e o cérebro.
Acreditava que o facto de estar doente ou
estar bem de saúde dependia dos equilíbrios
ou desequilíbrios do corpo.
Surgiu logo de seguida um seu sucessor,
Hipócrates.
Hipócrates dizia que todas as doenças
provinham de causas naturais, logo teriam de
receber um tratamento através de métodos
naturais.
Como seu antecessor, Alcmaeon, ele
acreditava que tinha que existir um equilíbrio
natural do corpo, e que por isso não tinha que
intervir.
Sempre que recebia um doente, a única coisa
que receitava era repouso, descanso, muito exercício e uma boa dieta, e deixava que o
corpo volta-se ao seu estado de equilíbrio natural.
Ele chegou a conclusão que o lado direito do cérebro controla o lado esquerdo do corpo
e vice-versa, depois de ter observado que danos frequentes num dos lados da cabeça,
paralisa o lado oposto.
Estudou várias outras doenças, como a histeria que erroneamente a dirigiu somente as
mulheres, como sendo uma doença que se devia a instabilidade do útero.

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Hipócrates também desenvolveu teorias, como a do humor. Eles diziam que o humor se
devia a quatro elementos fundamentais, a bílis negra e amarela, o sangue e a fleuma.
Qualquer desequilíbrio num destes elementos provocaria uma doença ou mesmo
alterações de personalidade. Durante muito tempo esta teoria foi levada em conta no
tratamento e diagnostico de muitas doenças.
Mas o seu maior interesse centrou-se na descoberta das causas da grande doença da
epilepsia.
Ele queria desmistificar a ideia de que a epilepsia ocorria por uma intervenção divina,
que eram os deuses que provocavam a doença, assim como a sua cura. Hipócrates
queria quebrar esse mito e provando que esta doença seria causada por descontroles
cerebrais e que só fazendo exames ao cérebro conseguiriam revelar a sua origem e cura-
la através de procedimentos naturais.
Outra das teorias criadas por Hipócrates foi a teoria da sede. Que consistia em provar
que sensações originavam a sede, por exemplo, quando inspiramos engolimos ar, esse
ar seca as membranas da boca e da garganta, que originam sensações que nos
interpretamos como estar com sede e portanto bebemos. Esta teoria mais tarde foi
reformulada por um fisiologista francês.
Hipócrates “pai da medicina” assim como considerado um antigo “pai da psicologia”, foi
uma figura mítica, visto como autoridade, no que toca a medicina, devido aos seus
contributos quanto as teorias, ainda hoje consideradas correctas, quanto ao
comportamento, a personalidade e a motivação.
Mas quem manteve viva a obra de Hipócrates, foi um médico grego, chamado Galeno,
que também ele contribuiu para a
evolução da psicologia. Através de suas
observações, experiencias e do
conhecimento adquirido tanto dos seus
antecessores como das suas próprias
experiencias. Galeno formado em
medicina e anatomia, formou um
conjunto de ideias a respeito da
fisiologia.
Galeno era contra o materialismo e
contra as crenças que advinham dele, de
que tudo acontecia por mero acaso e
então decidiu provar o contrário através
dos seus estudos de anatomia.
Ele acreditava que todas as partes do corpo não existiam por acaso, mas que tinham
alguma finalidade. ele deus o exemplo das mãos ,se tivéssemos só uma mão ,não
conseguíamos realizar muitas das tarefas que realizamos com as duas. Mas também ele
acreditava que toda a criação tinha um processo divino, espiritual. Dizia Galeno que o
funcionamento do coração ocorria da libertação de uma substancia espiritual no
sangue, reconhecendo-o como sendo uma bomba. Também ele desenvolveu um
método que, reconhecia e curava doenças da alma, que surgiam através das paixões, da
raiva, do medo, da tristeza e que se curava através do auto reconhecimento destas
sensações por parte do paciente.
Foi através de Galeno que a teoria da medicina e das ciências antigas ficaram
conhecidas.

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Para os gregos as matemáticas começaram a ser úteis. Uma das grandes contribuições
foi as teorias matemáticas.
Para os gregos, as teorias matemáticas desenvolvidas pelos egípcios, não só serviam
para descrever medidas, mas também ajudavam a prever acontecimentos futuros.
Por exemplo Tales previu um eclipse solar,
que causou medo na população mas
também proporcionou o seu
reconhecimento popular.
Um dos alunos de Tales foi Pitágoras, que
desenvolveu uma correlação matemática
entre o mundo físico e a experiencia
psicológica da harmonia, através de uma
experiencia com cordas de uma harpa,
concluindo que, a divisão igual das cordas
produz mais notas harmoniosas do que se
forem divididas com comprimentos
diferentes, ou seja, concluiu que todas as
coisas têm sempre princípios matemáticos.
As teorias de Pitágoras influenciaram a psicologia, quando se tentava definir como
ciência, e também a filosofia ocidental.
Entre o século VII e V a.C. os gregos pesquisaram na área da cosmologia. Área essa que
dizia que o universo era constituído por unidades básicas do mundo material. Foi a
partir dessas unidades que Demócrito, grande filósofo nesta época, desenvolveu o
atomismo, em que dizia que estas unidades, os átomos, eram base de toda a matéria.
Ele comparou os arranjos atómicos a constituição da mente humana, dizendo que as
nossas experienciam, vivencias, eram organizadas na mente como se fossem arranjos
atómicos. Mas essas teorias eram muito diferentes das outras já existentes sobre a
mente, como a de Descartes, que separava o corpo da mente.
Demócrito acreditava que todos os objectos externos emitiam feixes de átomos que
entravam na mente e produziam a percepção desses objectos. E só depois das
neurociências descobrirem o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso é que
esta perspectiva foi abandonada.
A medida que as coisas evoluíam, a relação mente/matéria começou a suscitar alguma
curiosidade nos gregos, começando por questionar a relação destes com os sentidos.
Zenão realizou experiências, como por exemplo uma corrida imaginária para provar a
inadaptação dos sentidos. Ele contraria as teorias do atomismo e do materialismo, que
dizem que o pensamento humano e a alma são definidos através do mundo físico, e
assim abre caminhos para o mundo das filosofias.
Os três maiores filósofos que contribuíram para a origem, natureza e limites do
conhecimento humano foram Sócrates e os seus discípulos Platão e Aristóteles.
Também eles investigaram os processos e procedimentos da aprendizagem, da memória
e da consciência.
Sócrates como grande observador que era, saiu em busca do conhecimento, fazendo
perguntas e analisando as respostas, quanto as suas falhas. Duvidava daquilo que era
lógicos ainda em busca do racionalismo. Sócrates queria a verdade das coisas que estava
escondida na mente e não aquela em as pessoas acreditavam. Ele dizia que para se
aprender tem que ser apontadas as falhas. Um dos seus seguidores, Antifon, utilizando

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os processos de Sócrates, fazia perguntas as pessoas e obtinha respostas, mas fazia


tantas perguntas sobre as respostas dadas, que desacreditava as pessoas que diziam
que sabiam tudo, ou seja, as pessoas duvidavam daquilo que elas próprias diziam que
sabiam.
Um dos discípulos de Sócrates foi
Platão. Seu objectivo era também a
busca da verdade, da realidade das
coisas. Também ele acreditava que o
adquirir conhecimento advinha da
interpretação das sensações, quando
expostos ao um mundo externo, e não
das primeiras impressões provocadas
directamente. Ele diferenciava as
sensações provocadas pelos sentidos e
as provocadas pelo pensamento
racional, chamando estas últimas de “Formas”. As provocadas pelos sentidos seriam
incertas, nunca temos a certeza delas, e as outras não, são reais e permanecem.
Para Platão só havia uma maneira de provar a exactidão do nosso conhecimento,
através do raciocínio dedutivo e da mensuração, procurando descreve-los através dos
princípios matemáticos, que iriam mostrar que todas as pessoas eram diferentes umas
das outras, e dos processos geométricos, em que as capacidades, habilidades, talentos,
iriam ser medidos geometricamente e por fim ser classificados. Por exemplo, todas as
pessoas que tinham um maior nível de coragem, de beleza, talento, deveriam ser
preservadas através da hereditariedade e através da reprodução controlada. Ele
acreditava que eram os Deuses que ditavam as diferenças, entre os mais e os menos
dotados, que escolhiam os que deveram ser quem, mas que também estas capacidades
se encontravam em diferentes partes do corpo, que cada característica se desenvolvia
numa parte diferente do corpo humano. Dai atribuírem naquela altura as pessoas
tarefas com base nas suas maiores capacidades.
E por último temos um outro discípulo de Sócrates e aluno de Platão, Aristóteles. Foi o
primeiro filósofo a atribuir à dedução um processo de indução através da observação.
Aristóteles conseguiu chegar a dedução lógica da matemática, de definições claras. Mas
também não pôs de parte a observação directa das coisas. Foi através da observação e
da abordagem indutiva que Aristóteles se debruçou nas suas experiencias, que também
o levaram a tirar falsas conclusões. E então através dos processos cognitivos Aristóteles
desenvolveu os princípios da memoria humana que resultam de três processos
associativos, os objectos, os acontecimentos e as pessoas, que só fazem sentido e se
puderam associar, se ocorrerem juntas no espaço e no tempo, através dos princípios de
similaridade, contraste e contiguidade.
Estas associações eram melhor assimiladas se uma experiencia se repetisse com muita
frequência, apesar de umas serem mais fáceis de lembrar do que outras, dizia
Aristóteles.
São estas experiencias, que segundo Aristóteles, vão preenchendo a nossa mente.
Nascemos com a nossa mente vazia, chamando-lhe ele de “tábua rasa”, e a medida que
vamos tendo experiencias e adquirindo conhecimento vamos preenchendo a mente.

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Também ele desenvolveu uma outra teoria, a teoria das causas. Que foi dividida em
varias outras, causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. As causas
tinham como objectivo chegar a um propósito.
Aristóteles encarava a vida como sendo a construção de uma escada, que ia
aumentando de grau e se ordenava do menos complexo para o mais complexo.
Uma das suas outras teorias, errada, era afirmar que o coração era mais importante que
a cabeça, e que este era o locus da mente, e isto devido as influencias egípcias.
Outra das suas teorias erróneas, que originou os métodos indutivos, foi em experiencias
com animais, descrever a locomoção como comportamento parental e sexual, com base
no número de pernas e a presença do sangue. Foi através destes métodos que
Aristóteles apresentou suas teorias do estudo da mente e do comportamento animal.
Tais teorias teriam beneficiado na obtenção de críticas racionais.
Depois de Aristóteles surgiram várias escolas filosóficas, que tinham como principal
objectivo obter diferentes respostas, obtidas anteriormente.
Numa dessas escolas (Epicurista) surgiram dois filósofos (Epicuro e Lucrécio) que
afirmavam que o conhecimento tinha origem nas sensações que estavam na memória.
Outra das escolas que surgiu (Estóica, de Zenão e Seneca) acreditava no princípio
racional, ou seja, tínhamos que controlar as emoções e tentar sempre obter a razão.
Depois de vistas as perspectivas e influencias dos antigos, chegamos a conclusão que
com o passar dos tempos se foram desenvolvendo novas teorias, e o aperfeiçoamento
de outras, que ainda são usadas nos dias de hoje, pelos nossos investigadores.

Síntese cap.2 História da Psicologia Moderna

A ligação do desenvolvimento do mecanicismo e a psicologia.


No séc. XVII, o aparecimento do relógio teve bastante impacto no pensamento humano
levando os cientistas e os filósofos a compararem-no como um modelo para o universo
físico. Devido a inovação dessa tecnologia começaram a concluir que os seres humanos
eram relativamente parecidos com máquinas. Considerando assim que os homens eram
uma maquina criada pelas mãos de deus, mas de uma forma mais sofisticada e perfeita.
Com os avanços que a tecnologia fazia, levou a criação de robôs, o fascínio era tal que
criavam robôs semelhantes a imagem do ser humano, daí se concluía que os relógios e
os robôs abriram o caminho para a noção de que o funcionamento e o comportamento
humano obedeciam às leis mecânicas e os métodos experimentais e quantitativos, eram
eficazes na descoberta dos segredos do
universo físico que seriam igualmente
aplicáveis ao estudo da natureza
humana.
No séc. XVII ao XIX o homem era
comparado as maquinas onde
predominava a visão científica e a vida
era regida pelas leis da mecânica, este
mecanicismo aplicava-se também ao

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funcionamento mental humano dando como produto final uma máquina supostamente
capaz de pensar.
Nos anos de (1791/1871) teve o aparecimento da máquina calculadora e o seu criador
foi Charles Babbage que se dedicou a esta descoberta, visto que os robôs imitavam
actos físicos humanos a calculadora de Babbage simulava as acções mentais.
Representando assim um grande marco na tentativa de simular o pensamento humano
para fabricar um mecanismo que demonstrasse uma inteligência “artificial”. Depois de
dez anos Babbage abandonou o trabalho da máquina da diferença e dedicou-se a um
novo projecto sendo este mais inovador a qual deu o nome de máquina “analítica”
sendo esta comparada a um “computador digital para fins gerais”. As descobertas de
Babbage contribuíram imenso para a invenção do computador da actualidade.
O séc. XVII sem margem de dúvida foi um século de grande evolução na diversidade da
ciência, porque ate então os filósofos buscavam as respostas no passado, nos trabalhos
dos pensadores da antiguidade e na bíblia, sendo regidos por forças de investigação
daquela época que era a doutrina imposta pela igreja e a autoridade.
Com a evolução da ciência no séc. XVII o conhecimento extraído do passado tornava-se
suspeito, devido às descobertas e percepções científicas que reflectiam a mudança na
natureza da investigação científica.
René Descartes deu um grande contributo para a história da psicologia moderna.
Descarte dedicou grande parte do seu tempo ao estudo da relação entre a mente e o
corpo. Alegando assim que a mente e o corpo eram compostos de diferentes essências.
Embora distintos, são capazes de interagir dentro do organismo humano. A mente é
capaz de exercer influencia sobre o corpo assim como o corpo pode influenciar a mente.
Levando assim a outra teoria onde diz que os movimentos corporais muitas vezes
ocorrem sem intenção consciente do indivíduo. Assim Descartes afirmava que a mente é
produtora de dois tipos de ideias sendo elas inatas e derivadas. As ideias inatas surgem
da mente ou da consciência independentemente das experiências sensoriais ou dos
estímulos externos e as ideias derivadas são produzidas pela aplicação directa de um
estímulo externo. As teorias de René Descartes teve bastante influência na psicologia
moderna, foi através dele que foi possível compreender a ideia do mecanicismo aplicada
ao corpo humano.
Em meados do séc. XIX foi o fim da psicologia pré-cientifica mas também o inicio de um
novo pensamento filosófico iniciado por Auguste Comte, o positivismo. Comte, através
da sua visão positivista limitou-se a
trabalhar em factos concretos,
objectivamente observáveis e
comprovados por métodos científicos,
caso contrário eram rejeitados.
Ele acreditava que as ciências físicas já
não dependiam do que não era
observável, nem da religião, para explicar
factos naturais, assim como as ciências
sociais que deveriam olhar para o que
realmente era observável directamente.
Apesar de nunca ter tido uma formação
académica, Comte conseguiu influenciar
o pensamento europeu, e dar o seu

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

contributo à psicologia, apesar das dificuldades e dos obstáculos, ou seja, o seu


positivismo foi aceite.
O positivismo era sustentado por outras ideias, como o materialismo, que dizia ser
possível entender a consciência humana por meio da física e da química. Os
materialistas estudavam a mente, as estruturas anatómicas e fisiológicas do cérebro
através de propriedades da física.
Outra das ideias defendidas por filósofos na altura, era o empirismo, que era definido
por querer descobrir como o conhecimento era adquirido pela mente. Os empiristas
acreditavam que esse conhecimento iria surgir e acumular-se na mente através de
experiencias sensoriais.
Entre muitos existem seis empiristas que devemos salientar, devido a sua contribuição,
John Locke, George Berkeley, David Hume, David Hartley, James Mill e John Stuart Mill.
John Locke decidiu pesquisar sobre como a mente
adquiria o conhecimento, através de funções
cognitivas. Ele, assim como Aristóteles antigamente,
acreditava que, a mente quando nascíamos estava
vazia e a medida que íamos tendo experiencias ela
ia-se preenchendo. Também ele, indo contra as
ideias de Decartes, explicou que a possível existência
de ideias inatas tinha a ver com os processos de
aprendizagem. Para Locke havia dois tipos de
experiencias, a sensação e a reflexão. A experiencia
por sensação tem a ver com a exposição directa aos
objectos e com as impressões que nos causam num
primeiro impacto, que são transmitidas a mente e as
sensações, e que depois de reflectirmos sobre elas
formamos uma ideia sobre esse objecto. Essa
reflexão tem uma função cognitiva e mental que depende da experiencia sensorial e é
baseada nas impressões percebidas pelos sentidos. Sem sensações não existem
reflexões nem formulação de ideias.
Essas ideias, Locke dividia-as em dois grupos, ideias simples que surgiam da reflexão e
da sensação, não podendo ser divididas, nem analisadas, em ideias mais simples, e as
ideias complexas, que resultam da associação de ideias simples, e estas sim, podem ser
reduzidas, divididas e analisadas em ideias mais simples. Esta associação de ideias é o
que actualmente chamamos de aprendizagem.
Locke comparou o funcionamento da mente ao do mundo do universo, em que se
podiam formar ideias mais básicas, mais simples em ideias mais complexas e vice-versa,
ou seja, podiam ser associadas e
combinadas umas com as outras. A
este processo deu-se o nome de teoria
da associação.
Outra das propostas de Locke foi
classificar as ideias simples com
qualidades primárias e secundárias. As
primarias são as que existem no
próprio objecto e as secundarias são as

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

existem, não no próprio objecto, mas na sua percepção individual, ou seja são
subjectivas por parte do individuo.
Esta distinção entre uma e outra foi esclarecida por um outro filósofo, George Berkeley
concordava com Locke no sentido de que o conhecimento advinha de experiencias e da
percepção do indivíduo, mas discordava na distinção das suas qualidades, dizendo que
só uma existia, a secundaria. A esta teoria de que o conhecimento era uma função
mental, que dependia da experiencia e da percepção, veio-se a chamar de mentalismo.
Para ele a única realidade que vemos é a da percepção, daquilo que sentimos e
percebemos de um objecto, o que não reflecte no exterior.
Para Berkeley os objectos existiam não só quando nós os percebíamos, até porque nós
nunca conhecíamos verdadeiramente um objecto. Independentemente de nós os
percebemos eles existiam e então Berkeley tinha de arranjar uma maneira, uma teoria
para o conseguir provar, e conseguiu-a, através de Deus, dizendo que mesmo que não
estivesse ninguém a ver o objecto, estava sempre Deus.
Para entender melhor a realidade Berkeley formou uma teoria, a teoria das associações.
Consistia em, a partir das ideias simples captadas pelos sentidos, que seriam os
elementos mentais, fazer uma associação entre elas e formar ideias complexas.
Também usou esta teoria, de associação de ideias, para explicar a percepção de
profundidade, dizendo que as experiencias sensoriais combinadas com as sensações
musculares produziam a percepção de profundidade, ou seja, era uma associação de
ideias que se tinha de aprender.
Berkeley também tentava explicar os processos cognitivos através destas associações,
levando estas teorias para a filosofia empirista.
Já David Hume concordava com Berkeley no que diz
respeito a que os objectos só existiam para os indivíduos
por meio das suas percepções, mas discordava no resto.
Também ele partilhava das ideias de Locke quando ele dizia
que as ideias podiam ser simples e complexas.
Para Hume a mente tinha dois conteúdos, as impressões,
que seriam as sensações e percepções, e as ideias, que são
as experiencias vividas sem o estímulo de um objecto. Estes
conteúdos podem ser simples ou complexos. Os simples são
como as impressões simples, já as complexas dependem
das associações e combinações diferentes que podemos
fazer e formar padrões distintos.
Também Hume formulou duas leis de associações, a lei da
semelhança e a lei da contiguidade (no espaço e no tempo),
que quanto mais próximas ocorrerem as experiencias, no espaço e no tempo, mais
rápido é o poder de associação.
Para David Hartley o mais importante no processo de associação é a contiguidade, que
foi usado por ele para explicar a memorização, o raciocínio, a emoção e as acções
voluntarias e involuntárias.
Segundo Hartley a repetição das sensações, das ideias facilitava o processo de
associação, assim como o facto de ocorrerem juntas. Ele via o mundo mental com base
no mundo mecanicista, ou seja, tentou explicar os processos psicológicos e fisiológicos
através dos processos mecânicos.

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Hartley dizia que os nervos, sendo estruturas sólidas, emitiam vibrações para todo o
corpo, e essas vibrações originavam outras menores e estes faziam a duplicação
psicologicamente das ideias, sendo estas vibrações características do mundo da física.
Foi através do mecanicismo que James Mill quis demonstrar que a mente era nada mais
nada menos que uma máquina, trabalhando e funcionando da mesma forma e
dependente de forças externas e internas. Para ele a mente era accionada por estímulos
externos e reage aos mesmos automaticamente. Ele propôs estudar mente dividindo-a
em componentes básicos, para se poder ver como é composta. Também ele dizia que a
mente constituída somente por ideias e sensações, em que as sensações eram o
primeiro componente para adquirir conhecimento e que dai se formavam as ideias
complexas através de associações, quando expostas repetidamente ao mesmo objecto.
Ou seja, para James Mill as ideias são reproduzidas mecanicamente formando ideias
mais complexas por associação, pela soma dos elementos mentais.
James Mill começou por pôr as suas teorias em prática através do próprio filho, John
Stuart Mill, decidindo e escolhendo como iria preencher a sua mente. Desde muito
pequeno que John Mill foi sujeito, pelo pai, que lhe
fazia muitas perguntas, sobre os mais variados
temas, como a politica, história, matemática, etc. só
descansava quando obtinha a resposta certa. Isto
durante vários anos consecutivos, até que John Mill
ficou com uma depressão profunda, o que depois
levou algum tempo a recuperar a sua auto-estima.
John Mill discordando das teorias mecanicistas do
pai em relação à mente, acreditava que a mente
tinha um papel activo na associação de ideias.
Dizendo que a cada nova associação de ideias,
seriam adquiridas novas qualidades distintas, que
anteriormente eram desconhecidas, chamando-lhe
assim de síntese criativa.
Também ele influenciado pela química na altura,
levou-o a rever as suas ideias que tinha sobre a física e a mecânica, chegando a
conclusão que a associação de ideias simples levava ao aparecimento de novas
características.
Mill contribuiu para o desenvolvimento da psicologia, lançando um possível estudo
científico sobre a mente. Ele também recomendou o estudo dos factores que
influenciavam a personalidade, chamando-lhe de etologia.
O empirismo embora utiliza-se alguns métodos comuns ao atomismo, ao mecanicismo e
positivismo fez com que afasta-se os filósofos das primeiras abordagens de
conhecimento.
O empirismo tinha como principais objectivos descobrir o papel principal das sensações,
analisar as experiências com base nos elementos, fazer a síntese dos elementos em
experiencias mentais complexas dependendo da associação e focar os processos
conscientes.
O empirismo na nova psicologia científica era notório, fazendo com que forma-se uma
nova ciência que se dedicava ao estudo da natureza humana.
O próximo passo era passar a teoria para a realidade e com a realização de experiencias,
completar a nova ciência, que era a psicologia.

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HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Síntese cap.3 História da Psicologia Moderna


Qualquer trabalho ou estudo que tenha um observador humano, ele comporta erros
devido às diferenças individuais e factores pessoais. Depois desta experiência a
comunidade científica focaliza o seu papel no observador humano e na natureza da
observação para entender os resultados das suas experiências e as conclusões que
tiravam. Os cientistas passaram a investigar os processos psicológicos da sensação e da
percepção, estudando os órgãos dos sentidos e os mecanismos fisiológicos, mediante os
quais recebemos informação acerca do mundo.
Assim, que os primeiros fisiologistas começaram a estudar a sensação, a psicologia
estava a um passo do seu surgimento.
A pesquisa fisiológica, estimulou a nova psicologia. A
fisiologia tornou-se uma disciplina de orientação
experimental, na década 1830 sob a influência do
fisiologista alemão Muller, este, defendeu a aplicação do
método experimental á fisiologia, era professor de
anatomia e fisiologista na universidade de Berlim, sendo
um cientista fenomenalmente produtivo, publicava um
artigo académico a cada sete semanas, ritmo que manteve
durante trinta oito anos. O manual de fisiologia humana,
foi das mais influentes. Muller, foi importante para a
fisiologia e para a psicologia devido á sua teoria das
energias especificas dos nervos. As suas descobertas de
áreas especializadas do cérebro, mais tarde amplamente
usados pela psicologia fisiológica. Pioneiro na investigação do comportamento reflexo
foi Marshall Hall, médico Escocês, observou que animais decapitados continuavam a se
movimentar por algum tempo quando submetidos ao estimulo. Concluiu, que vários
níveis de comportamento dependem de partes distintas do cérebro e do sistema
nervoso. O movimento voluntário depende do cérebro, o movimento reflexo da medula
espinhal, o movimento involuntário do estímulo directo da musculatura e o movimento
respiratório da medula.
Pierre Flourens, professor de história natural em França, destruía sistematicamente
várias partes do cérebro e da medula espinhal e observou as consequências, concluindo
que o cérebro controla os processos mentais superiores, partes do mesencefalo
controlam os reflexos visuais e auditivos, o cerebelo controla a coordenação e o bulbo
raquidiano controla as batidas do coração, a respiração e outras funções vitais.
Hall e Floreus, estes pesquisadores introduziram o método de extirpação, técnica para
determinar a função de uma dada parte do cérebro, removendo-a ou destruindo-a
observando as modificações resultantes no comportamento animal.
Na metade do séc.XIX, houve a introdução de duas abordagens experimentais no estudo
do cérebro. O método clínico e o uso de estímulos eléctricos.

12
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

O clínico, foi desenvolvido em 1861 por Paul Broca,


cirurgião de um hospício perto de Paris, ele fez autópsia
de um homem que durante muitos anos fora incapaz de
falar inteligivelmente, o exame revelou uma lesão na
terceira convolução frontal do córtex cerebral, Broca
chamou-lhe a essa secção do cérebro como centro da
fala, mais tarde designada como área de Broca.
O método clínico, útil suplemento da extirpação, visto
ser difícil conseguir sujeitos humanos que aceitem a
extirpação de partes do cérebro. A extirpação póstuma,
oferece a oportunidade de examinar a área danificada
do cérebro, área que se supõe ser responsável por uma
condição comportamental existente antes da morte do
paciente.
O uso dos estímulos eléctricos para estudar o cérebro, foi introduzido por Gustav Fritsch
e Eduard Hitzig, consiste explorar o córtex cerebral com correntes eléctricas fracas. Os
dois pesquisadores descobriram que a estimulação de certas áreas corticais produzia
respostas motoras. Com o desenvolvimento de equipamentos electrónico mais
sofisticados e precisos, tornou-se na técnica mais produtiva no estudo de funções
cerebrais.
Foram quatro os jovens Alemães responsáveis pelo método experimental ao objecto de
estudo da psicologia, estes, conheciam a fisiologia e estavam a par dos impressionantes
desenvolvimentos da fisiologia e da ciência.
A época favoreceu a Alemanha como lugar de origem da nova psicologia. A história
intelectual alemã preparava o caminho para uma ciência psicológica experimental, a
fisiologia experimental era reconhecida num grau ainda não alcançado na França e
Inglaterra. O chamado temperamento alemão ajustava-se bem á descrição e
classificação cuidadosas e minuciosas, necessárias ao trabalho em biologia, zoologia e
fisiologia, dando ênfase na colecta consciente e detalhada de factos observáveis,
adoptando uma abordagem classificatória ou indutiva. Como acreditavam nesses
métodos, acolheram a biologia na sua família de ciências, ao contrário da França e
Inglaterra que muito lentamente foram aceitando. Na Alemanha a ciência incluía varias
áreas como, fonética, historia, arqueologia, estética, os franceses e os ingleses eram
cépticos quanto á aplicação da ciência em algo tão complexo como a mente humana,
com os alemães isso não acontecia, sem restrições dos preconceitos, usando o
instrumental da ciência para examinar as facetas da vida mental.
A Alemanha também oferecia maiores oportunidades de aprendizagem das novas
técnicas científicas. Influencia do factor económico vigente assim como tinha um grande
numero de universidades, onde os docentes eram muito bem pagos e tinham os mais
avançados equipamentos científicos de laboratório. Em contraste, a Inglaterra tinha na
época duas universidades e nenhuma delas encorajava ou apoiava a pesquisa científica.
A psicologia experimental só seria ensinada vinte anos mais tarde. A única maneira de
praticar ciência na Inglaterra era ser cavalheiro-cientista, como Darwin ou Galton,
situação semelhante na França e nos estados unidos. Logo havia mais oportunidades de
pesquisa científica na Alemanha do que em qualquer outro lugar, era possível viver
como cientista na Alemanha e não nos outros países. No inicio do séc. XIX, uma onda de
reformas educacionais na Alemanha proporcionou aos professores e alunos uma

13
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

liberdade académica, estendendo as novas ciências como a psicologia. Como resultado


de tudo isto foi os grandes avanços em todas as ciências, incluindo a nova psicologia.

Helmholz, nasce na Alemanha, de inicio foi educado em casa devido a sua saúde
delicada, aos 17 anos ingressou num instituto médico onde não se pagava anuidades a
quem se dispusesse ser cirurgião do exército, depois da graduação, serviu durante 7
anos, prosseguindo os estudos de matemática e física, publicando vários artigos,
apresentando a tese sobre a lei da conservação da energia. Pesquisador no campo da
física e da fisiologia, foi dos maiores cientistas do séc. XIX, as suas contribuições
científicas e o seu trabalho ao lado de Fechner e Wuntd foi decisivo para a fundação da
nova psicologia. Nos 30 anos seguintes, exerceu funções académicas, no decurso do seu
trabalho sobre a óptica fisiológica, inventou o oftalmoscópio, aparelho para examinar a
retina do olho, publicou o manual de óptica fisiológica que foi tão influente e duradoura
que 60 anos mais tarde foi traduzido para inglês.
Os problemas da psicologia sensorial tiveram interesse para a psicologia, as pesquisas
sobre a velocidade do impulso nervoso, sobre a visão e a audição. Sobre a velocidade do
impulso ele registou o intervalo entre a estimulação do nervo próximo ao músculo e a
resposta deste último, faz o mesmo para a estimulação mais afastada do músculo, as
medidas deram o tempo de 27cm/seg., contrariando os pensamentos anteriores,
Helmholtz, provou que a velocidade de condução não era instantânea, sugeriu que o
pensamento e o movimento se seguem um ao outro com um intervalo. Sobre a visão,
investigou os músculos oculares externos e o mecanismo mediante o qual os músculos
oculares internos fazem acomodação do cristalino, não menos importante foi sobre a
audição, a percepção de tons combinados e individuais.
Ernst Weber, alemão, leccionou anatomia e fisiologia, o seu interesse de pesquisa foi a
fisiologia dos órgãos sensoriais. O seu trabalho,
consistiu principalmente nas sensações cutâneas e
musculares aplicando os métodos experimentais da
fisiologia a problemas de natureza psicológica. As
principais contribuições á psicologia, foi o seu trabalho
sobre o limiar de dois pontos de discrição da pele e a
diferença apenas perceptível detectada pelos
músculos. Seus estudos sobre o tacto marcaram uma
mudança fundamental do objecto estudo. Os vínculos
com a fisiologia ficaram enfraquecidos, uniu a
psicologia as ciências naturais e ajudou abrir caminho
para o uso da pesquisa experimental no estudo da
mente.

Quando os dois pontos estão próximos um do outro, a experiencia relata uma só


sensação de toque, com o aumento da distância entre as duas fontes de estímulo, eles
mostram-se incertos, sobre se sentem uma ou duas sensações de estímulo. Se a
distância for aumentada ainda mais, entre os dois pontos de estímulo, os sujeitos
relatam dois estímulos. Este procedimento demonstra o limiar de dois pontos, no qual
os dois pontos de estimulação podem ser distinguidos como tais. No qual um efeito
psicológico começa a ser produzido.

14
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

A segunda grande contribuição de Weber foi a 1ª lei quantitativa da psicologia, a


diferença apenas perceptível. Pedia aos sujeitos que levantassem dois pesos, um peso
padrão e um peso de comparação e relatassem se um pesava mais que o outro.
Pequenas diferenças entre os pesos resultavam em julgamento de identidade, grandes
diferenças em julgamento de disparidade. A sua pesquisa revelou um modo de
investigar o relacionamento entre o corpo e mente, entre o estímulo e a sensação.
Gustav Fechner, foi um pensador de interesses
intelectuais, fisiologista físico, psicofísico, esteticista
experimental e filósofo. A obra de psicologia foi a que lhe
conferiu maior fama. O seu lado humanístico revelou
sinais de rebelião contra o materialismo. Escreveu
ensaios satíricos com o pseudónimo de Dr. Miss. Ao fim
de muitos anos, caiu numa depressão que durou vários
anos, tendo dificuldade em dormir, não conseguia digerir
alimentos e muito sensível a luz. A doença de Fechner,
pode ter tido natureza neurótica, hipótese sustentada
pela maneira estranha como depois conseguiu a cura. A
sua recuperação começou quando uma amiga sonhou
que fizera para ele um prato condimentado á base de
presunto cru, com molho de vinho do Reno e sumo de
limão. A sua melhoria durou pouco e cerca de 6 meses piorou, temendo pela sua própria
sanidade. Obrigou-se a manter ocupado com tarefas mecânicas e rotineiras, como
forma de terapia ocupacional, limitava-se a actividades que não forçassem a mente e os
olhos. Um dia teve um sonho com o número 77 e convenceu-se que estaria curado em
77 dias, sentiu-se tão bem que a sua depressão se transformou em euforia. Não voltou a
ter depressão até á morte.
A 22 Outubro de 1850, uma data importante na história da psicologia. Fechner,
compreendeu que a lei que governa o vínculo entre a mente e o corpo poderia ser
encontrada num relacionamento quantitativo entre uma sensação mental e um
estímulo material. Os efeitos das intensidades do estímulo não são absolutas e sim
relativos á quantidade de sensação que já existe. Esta revelação demonstrou que a
quantidade de sensação (qualidade mental) depende da quantidade de estímulo
(qualidade física ou material), é possível relacionar quantitativamente os estímulos
mentais e material. Fechner, cruzou a barreira entre mente e corpo ao vincula-los entre
si empiricamente, propôs ainda duas maneiras de medir sensações, 1ª se um estimulo
está presente ou ausente (sentido ou não) e 2 ª intensidade do estimulo a partir do qual
o sujeito relata a primeira sensação. Este é o limiar absoluto da sensibilidade. Propôs
também o limiar diferencial da sensibilidade, sendo a menor quantidade de mudança de
um estímulo que produz uma mudança de sensação.
O resultado da descoberta de Fechner, mais tarde veio a chamar-se psicofísica ( é o
relacionamento entre os mundos mental e material). N o curso das suas pesquisas, com
as suas experiencias sobre o levantamento pesos, o brilho visual e distancias tácteis e
visuais, desenvolveu um e sistematizou dois dos três métodos fundamentais da
psicologia, usados ainda hoje, o método do erro médio, método dos estímulos
constantes e método dos limites. Na época, a afirmação de Fechner, acerca do
relacionamento quantitativo entre a intensidade do estimulo e a sensação foi
considerada comparável á descoberta por Galileu( das leis da alavanca e da queda dos

15
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

corpos). Devido á pesquisa psicofísica de Fechner, Wundt concebeu o plano da sua


psicologia experimental.
Os métodos da ciência, estavam a ser usados para investigar fenómenos puramente
mentais, as técnicas desenvolvidas, os aparelhos inventados e os livros publicados,
resultaram no despertar de um amplo interesse. O empirismo britânico e o espírito
positivista da época encorajaram a convergência dessas duas linhas de pensamento.
Faltava alguém que unisse e funda-se a nova ciência, esse toque final foi dado pelo
Wundt. Este é o fundador da psicologia como disciplina académica formal e como
primeiro psicólogo, dando inicio á psicologia experimental como ciência. Investigando
áreas como a sensação, percepção, atenção, sentimento, reacção e a associação. Apesar
de Fechner ter tido grande influência na psicologia, foi Wundt que a fundou, de referir
que esta ciência emergiu de uma longa linha de esforços.

Síntese cap.4 e 5 História da Psicologia Moderna


Como podemos verificar nas sínteses anteriores a Historia da Psicologia não só se baseia
nos contributos dos eventos históricos que defendidos pelos seus protagonistas de
forma personalizada ou sistematizada se contextualizaram no padrão de vivencias das
épocas em que se desenvolveram as suas vidas. Iniciava-se assim uma nova era
intelectual baseada no pensamento mecanicista, que se fazia antever o começo da
compreensão de que a natureza e as pessoas funcionavam à semelhança da máquina,
utilizando para isto a metáfora do relógio. Esta ideologia concentrava-se na teoria de
que movimento leva a outro, e de que tudo que ocorre produz o seu efeito é assim
utilizada para explicar o funcionamento de um relógio, bem como o funcionamento do
tempo, das questões naturais e do comportamento do ser humano. Nomeadamente
Zeitgeist terá sido o grande responsável pelo espírito mecanicista que implementou no
terreno, duzentos anos depois, em 1879 Wundt dá início à ciência
psicológica.
Filho de pastores luteranos e Alemães, aprendiz na área de
humanidade ao encargo de um padre com quem residiu na sua
juventude. Em 1845, com treze anos de idade muda-se para a casa
de uma tia em Heidelberg para frequentar um ginásio. Inicia o curso
de medicina na Universidade de Tübingen, tendo o seu tio como
professor de anatomia e fisiologia. No final do 1 ano mudou-se para
a Universidade de Heidelberg onde termina o curso de medicina e
começa uma brilhante carreira. Dez anos mais tarde ele finalmente consegue uma
habilitação para a prática médica. Mas depois de um curto período como assistente
clínico num hospital municipal, começa a ter dúvidas quanto a sua capacidade para a
vida de médico; e inicia um novo percurso académico. Já em 1857 é promovido a
docente (Privatdozent) e começa o seu primeiro curso de fisiologia experimental.
É no final do século XIX e baseados na sua teoria positivista, os fisiologistas procuravam
ancorar os seus conhecimentos no estudo do corpo humano juntamente com a
anatomia. Daí a relevante contribuição da fisiologia à Psicologia que ainda muito havia a
explorar quanto às funções cerebrais e sua relação com os fenómenos psíquicos como
emoção, pensamento, alem das psicopatologias.

16
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

A Alemanha revela-se o berço da Psicologia científica. Porém, a Psicologia nasce tendo


como base as suas ideias principais em busca de uma associação dos fenómenos físicos
e fisiológicos com as manifestações psicológicas, na procura do entendimento da
relação mundo material versus mundo mental.
A Idade moderna é conhecida em história como um período específico de transição por
excelência. Defendida está que a Psicologia Moderna (como referencia estabelecida
pelos historiadores franceses, que terá ocorrido em 1453 aquando a tomada de
Constantinopla pelos turcos e o término com a Revolução Francesa em 1789), o inicio da
psicologia como ciência no final do século XIX.
Wundt é considerado o pai da Psicologia, por ser o fundador desta como disciplina
académica formal, tendo sido a primeira pessoa na história a ser designada de
psicólogo.
Wundt fundou o primeiro laboratório, editou a primeira revista e deu início a Psicologia
experimental como ciência.
Apesar do livro “Elementos de Psicofísica”
de Fechner ter sido publicado em 1860, a
data histórica do nascimento da nova
ciência foi a fundação do Laboratório de
Psicologia, de Wundt Experimental na
Universidade Leipzig na Alemanha em 1875.
É creditado a Wundt a fundação da nova
ciência por ter sido ele a formular a
concepção unificada da Psicologia, bem como a sua contribuição para sua divulgação e
expansão. Em 1873 ele escreve “Princípios de Psicologia Fisiológica” com intuito de
delimitar a nova ciência.
Apesar de alguns livros de história da Psicologia identificarem que a Psicologia nascida
nos Estados Unidos denominada Estruturalismo seja a cópia fiel das ideias de Wundt isto
não é totalmente verdade. O Estruturalismo foi liderado por Titchener, que foi aluno de
Wundt e é a primeira escola de pensamento norte-americana inspirada nas ideias
wundtianas.
Contudo dados históricos mostram que
Titchener ao traduzir alguns dos
pressupostos de seu mestre alemão os
tenha modificado para adequar ao que
ele mesmo defendia. Uma das diferenças
dizia respeito a crença de que para
estudar os fenómenos psicológicos os
mesmos deveriam ser decompostos em
elementos fundamentais e o estudo
destes elementos (ou partes) é que
forneceria a compreensão dos
fenómenos psíquico. Wundt acreditava
que os elementos deveriam ser
estudados em relação a partir da activa participação da mente na organização destes
elementos.

17
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

A Psicologia de Wundt foi inaugurada insurgindo-se com elementos principais o estudo


da consciência por meio do método introspectivo. O termo Psicologia fisiológica
utilizado em vários de seus textos
significava Psicologia experimental
pois o criador da Psicologia tinha
como prerrogativa que todas as
descobertas da nova ciência fossem
baseadas no método científico
experimental. A introspecção consistia
no exame do próprio estado mental
ou percepção interior. Para conhecer
como a consciência funcionava a
pessoa era treinada a relatar sua
percepção sobre as coisas ou objectos
que lhe eram apresentadas
(estímulos) de forma objectiva sem
impressões tais como julgamentos de valor ou sensações agradáveis ou desagradáveis.
Por exemplo uma luz é projectada no olho da pessoa e a mesma descreve
objectivamente sua percepção sobre esta luz. Alem disto instrumentos eram utilizados
para medir o tempo de reacção, a forma da reacção e um observador anotava tudo que
o sujeito relatava sobre a percepção e sua observação sobre toda a experiência. O pai da
Psicologia dizia que os elementos devem ser identificados, mas o mais importante é
como estes elementos se compõem na experiência perceptiva, a junção dos elementos
de forma criativa (síntese criativa) foi denominada de percepção ou seja, a organização
dos vários elementos em um todo compreensível por parte do sujeito.
Wundt estudou desta maneira fenómenos psíquicos cria leis gerais que explicam os
fenómenos da actividade consciente. Como exemplo Wundt estudou a reacção pessoal
aos estímulos de um metrónomo aparelho este que produz cliques audíveis em
intervalos regulares. Ele identificou que ao final de vários cliques a experiência se
tornava mais agradável, que havia uma certa tensão inicial ao se esperar o clique
seguinte e um alivio quando o mesmo ocorria, alem disto, quando a velocidade dos
cliques aumentava uma certa excitação e ao diminuir um sentimento mais calmo.
Chegou a conclusão de que os sentimentos têm três dimensões prazer-desprazer,
tensão-relaxamento e excitação-depressão.

De modo geral as ideias de Wundt eram delimitar o campo de estudo da nova ciência e
estabelecer a forma de investigação. Para ele a Psicologia deveria se preocupar as
seguintes tarefas, a análise dos processos conscientes até chegar nos seus elementos
básicos, a exploração de como esses elementos são sintetizados e organizados, a
determinar as leis de conexão que governam a sua orientação

18
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

Com o tempo aqueles que foram a Alemanha estudar com Wundt criaram suas
divergências teórico-metodológicas com o mestre e instituíram em alguns casos
inovadoras correntes de pensamento, que em alguns casos influenciaram a criação
posterior de uma escola ou sistema em Psicologia.
Ebbinghaus (1850-1909) procurou estudar o fenómeno da memória e aprendizagem
contrariando a ideia de Wundt de que os processos mentais superiores como a
memória, o pensamento e aprendizagem não poderiam ser objecto de estudo da
Psicologia por não serem apreendidos pelo método introspectivo. George Elias Müller
(1850- 1934) continuou as experiências de Ebbinghaus sobre memória e aprendizagem e
Franz Brentano (1838-1917) estabeleceu a ideia de que se deveria estudar o acto
perceptivo e não a percepção, a Psicologia do Acto como ficou conhecida instaurou que
o método de investigação da Psicologia deveria ser a experiência por meio da
observação rejeitando a introspecção criando assim uma tendência na nova ciência de
investigações empíricas.
Carl Stumpf 1848-1936) foi o precursor das ideias da fenomenologia que refere-se ao
estudo da experiência não distorcida, tal como ela ocorre. Ele discordava de Wundt ao
decompor a experiência em elementos analisáveis e propunha o estudo da experiência
como um todo e não de forma artificial e abstracta. Edmund Husserl, aluno de Stumpf
propõe mais tarde a corrente filosófica fenomenologia que foi precursora da escola da
Psicologia da Gestalt. Oswald Kulpe (1862-1975) defende uma modificação no método
introspectivo pedindo ao sujeito para descrever após a experiência vivida como esta
tinha sido.
Todavia a forma como era retratada a retrospectiva não agradava a Wundt pois achava
que a tal experiência deveria ser estudada como ocorria e não a memória da
experiência. Kulpe também descobriu nos seus estudos que as percepções ou o
conteúdo da experiência as vezes era descrito por elementos não conscientes, ou seja,
havia um aspecto não sensorial na consciência, o que influenciaria posteriormente as
ideias sobre o inconsciente (estudadas por Sigmund Freud).

O Estruturalismo
Edward Bradford Titchener(1867-1927), foi um psicólogo
estruturalista britânico. Nasceu em Chischester, em
Inglaterra, de uma família
tradicional e de poucos
recursos, mas graças à sua
capacidade intelectual
obtém bolsas de estudos
para entrar na Oxford
University onde estuda
filosofia e os clássicos, além
de trabalhar como assistente
de pesquisa em fisiologia.
Estudou em Leipzig,
Alemanha com o seu mestre
Wundt. Voltou para o Reino Unido e tentou divulgar a nova psicologia, mas esta não foi
aceita pelos demais filósofos da época, razão pelo qual segue aos Estados Unidos onde

19
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

alunos de todo o país vinham ouvir e estudar sua nova psicologia, contudo, os dois
sistemas são diferentes e o rótulo de estruturalismo só pode ser aplicado à concepção
de Titchener. Assim, o estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira
escola de pensamento no campo da Psicologia, com influencia do associacionista
britânico James Mill, defende os Átomos da mente, deste modo se debruça ao estudo
dos elementos estruturais da experiencia consciente pela análise dos processos mentais
elementares. Apesar de se dizer fiel às ideias do seu mestre, com semelhanças no seu
estilo autocrático, de professor alemão de Wundt, trazia consigo uma postura formal
sem deixar de ser cordial, proíbe a presença feminina nas suas tertúlias, porém
favorável à sua integração académica. Todavia, Titchener terá sido quem concedeu mais
de um terço dos 56 doutorados terão sido mulheres.
Assumidamente Experimentalistas, a Psicologia de Titchener era bem mais objectiva e
prática do que a de Wundt, ao dar relevo às partes, defende assim os três estados
elementares da consciência definindo-as de sensações, imagens e os estados afectivos:
as sensações que ocorrem nos sons, nas visões, cheiros, e experiências enfatizadas por
objectos físicos do ambiente. As imagens são ideias que estão no processo e reflectem
as experiências não concretamente presentes no momento. Nos estados afectivos,
manifestam-se em experiências como o amor, o ódio e a tristeza. Estes elementos
podiam ser categorizados pelos seus atributos tais como qualidade, intensidade,
duração e nitidez.
Durante anos o estruturalismo preconizou o uso da introspecção de forma retrospectiva
como Kulpe a usava, bem como a operação de compreensão dos estados psíquicos por
meio de seus elementos. No entanto o movimento ou escola estruturalista foi
diminuindo o número de adeptos, influenciada pela crítica, ao seu método e aos
resultados obtidos, pela ausência da aplicabilidade prática e a impossibilidade de
replicabilidade do método de introspecção. Criticas essas que acusavam a introspecção
como um método inútil, superficial, assim como a falta de compreensão do todo, pelo
que o próprio Titchener se sujeita a encarar nas limitações da escola que havia iniciado,
já no final da sua vida. O estruturalismo negava também qualquer forma de aplicação da
psicologia como o trabalho com enfermos ou mesmo o estudo da mente de forma
individualizada, para os estruturalistas interessava uma psicologia da mente
generalizada sem preocupações
utilitárias ou pragmáticas.
Contudo importa referir que as
contribuições do estruturalismo dizem
respeito ao facto de que grande parte
do trabalho introspectivo, como o
relato por parte do sujeito de seus
estados mentais, constituir-se-iam na
base daquilo que consequentemente
terá surtido efeito como os testes de
inteligência e o trabalho clínico que
ainda hoje se pratica.

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