Professional Documents
Culture Documents
Psicologia
Sínteses dos Capítulos 1 a 5
0
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
1
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
David Hothersall
2
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
3
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Hipócrates também desenvolveu teorias, como a do humor. Eles diziam que o humor se
devia a quatro elementos fundamentais, a bílis negra e amarela, o sangue e a fleuma.
Qualquer desequilíbrio num destes elementos provocaria uma doença ou mesmo
alterações de personalidade. Durante muito tempo esta teoria foi levada em conta no
tratamento e diagnostico de muitas doenças.
Mas o seu maior interesse centrou-se na descoberta das causas da grande doença da
epilepsia.
Ele queria desmistificar a ideia de que a epilepsia ocorria por uma intervenção divina,
que eram os deuses que provocavam a doença, assim como a sua cura. Hipócrates
queria quebrar esse mito e provando que esta doença seria causada por descontroles
cerebrais e que só fazendo exames ao cérebro conseguiriam revelar a sua origem e cura-
la através de procedimentos naturais.
Outra das teorias criadas por Hipócrates foi a teoria da sede. Que consistia em provar
que sensações originavam a sede, por exemplo, quando inspiramos engolimos ar, esse
ar seca as membranas da boca e da garganta, que originam sensações que nos
interpretamos como estar com sede e portanto bebemos. Esta teoria mais tarde foi
reformulada por um fisiologista francês.
Hipócrates “pai da medicina” assim como considerado um antigo “pai da psicologia”, foi
uma figura mítica, visto como autoridade, no que toca a medicina, devido aos seus
contributos quanto as teorias, ainda hoje consideradas correctas, quanto ao
comportamento, a personalidade e a motivação.
Mas quem manteve viva a obra de Hipócrates, foi um médico grego, chamado Galeno,
que também ele contribuiu para a
evolução da psicologia. Através de suas
observações, experiencias e do
conhecimento adquirido tanto dos seus
antecessores como das suas próprias
experiencias. Galeno formado em
medicina e anatomia, formou um
conjunto de ideias a respeito da
fisiologia.
Galeno era contra o materialismo e
contra as crenças que advinham dele, de
que tudo acontecia por mero acaso e
então decidiu provar o contrário através
dos seus estudos de anatomia.
Ele acreditava que todas as partes do corpo não existiam por acaso, mas que tinham
alguma finalidade. ele deus o exemplo das mãos ,se tivéssemos só uma mão ,não
conseguíamos realizar muitas das tarefas que realizamos com as duas. Mas também ele
acreditava que toda a criação tinha um processo divino, espiritual. Dizia Galeno que o
funcionamento do coração ocorria da libertação de uma substancia espiritual no
sangue, reconhecendo-o como sendo uma bomba. Também ele desenvolveu um
método que, reconhecia e curava doenças da alma, que surgiam através das paixões, da
raiva, do medo, da tristeza e que se curava através do auto reconhecimento destas
sensações por parte do paciente.
Foi através de Galeno que a teoria da medicina e das ciências antigas ficaram
conhecidas.
4
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Para os gregos as matemáticas começaram a ser úteis. Uma das grandes contribuições
foi as teorias matemáticas.
Para os gregos, as teorias matemáticas desenvolvidas pelos egípcios, não só serviam
para descrever medidas, mas também ajudavam a prever acontecimentos futuros.
Por exemplo Tales previu um eclipse solar,
que causou medo na população mas
também proporcionou o seu
reconhecimento popular.
Um dos alunos de Tales foi Pitágoras, que
desenvolveu uma correlação matemática
entre o mundo físico e a experiencia
psicológica da harmonia, através de uma
experiencia com cordas de uma harpa,
concluindo que, a divisão igual das cordas
produz mais notas harmoniosas do que se
forem divididas com comprimentos
diferentes, ou seja, concluiu que todas as
coisas têm sempre princípios matemáticos.
As teorias de Pitágoras influenciaram a psicologia, quando se tentava definir como
ciência, e também a filosofia ocidental.
Entre o século VII e V a.C. os gregos pesquisaram na área da cosmologia. Área essa que
dizia que o universo era constituído por unidades básicas do mundo material. Foi a
partir dessas unidades que Demócrito, grande filósofo nesta época, desenvolveu o
atomismo, em que dizia que estas unidades, os átomos, eram base de toda a matéria.
Ele comparou os arranjos atómicos a constituição da mente humana, dizendo que as
nossas experienciam, vivencias, eram organizadas na mente como se fossem arranjos
atómicos. Mas essas teorias eram muito diferentes das outras já existentes sobre a
mente, como a de Descartes, que separava o corpo da mente.
Demócrito acreditava que todos os objectos externos emitiam feixes de átomos que
entravam na mente e produziam a percepção desses objectos. E só depois das
neurociências descobrirem o funcionamento do cérebro e do sistema nervoso é que
esta perspectiva foi abandonada.
A medida que as coisas evoluíam, a relação mente/matéria começou a suscitar alguma
curiosidade nos gregos, começando por questionar a relação destes com os sentidos.
Zenão realizou experiências, como por exemplo uma corrida imaginária para provar a
inadaptação dos sentidos. Ele contraria as teorias do atomismo e do materialismo, que
dizem que o pensamento humano e a alma são definidos através do mundo físico, e
assim abre caminhos para o mundo das filosofias.
Os três maiores filósofos que contribuíram para a origem, natureza e limites do
conhecimento humano foram Sócrates e os seus discípulos Platão e Aristóteles.
Também eles investigaram os processos e procedimentos da aprendizagem, da memória
e da consciência.
Sócrates como grande observador que era, saiu em busca do conhecimento, fazendo
perguntas e analisando as respostas, quanto as suas falhas. Duvidava daquilo que era
lógicos ainda em busca do racionalismo. Sócrates queria a verdade das coisas que estava
escondida na mente e não aquela em as pessoas acreditavam. Ele dizia que para se
aprender tem que ser apontadas as falhas. Um dos seus seguidores, Antifon, utilizando
5
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
6
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Também ele desenvolveu uma outra teoria, a teoria das causas. Que foi dividida em
varias outras, causa material, causa formal, causa eficiente e causa final. As causas
tinham como objectivo chegar a um propósito.
Aristóteles encarava a vida como sendo a construção de uma escada, que ia
aumentando de grau e se ordenava do menos complexo para o mais complexo.
Uma das suas outras teorias, errada, era afirmar que o coração era mais importante que
a cabeça, e que este era o locus da mente, e isto devido as influencias egípcias.
Outra das suas teorias erróneas, que originou os métodos indutivos, foi em experiencias
com animais, descrever a locomoção como comportamento parental e sexual, com base
no número de pernas e a presença do sangue. Foi através destes métodos que
Aristóteles apresentou suas teorias do estudo da mente e do comportamento animal.
Tais teorias teriam beneficiado na obtenção de críticas racionais.
Depois de Aristóteles surgiram várias escolas filosóficas, que tinham como principal
objectivo obter diferentes respostas, obtidas anteriormente.
Numa dessas escolas (Epicurista) surgiram dois filósofos (Epicuro e Lucrécio) que
afirmavam que o conhecimento tinha origem nas sensações que estavam na memória.
Outra das escolas que surgiu (Estóica, de Zenão e Seneca) acreditava no princípio
racional, ou seja, tínhamos que controlar as emoções e tentar sempre obter a razão.
Depois de vistas as perspectivas e influencias dos antigos, chegamos a conclusão que
com o passar dos tempos se foram desenvolvendo novas teorias, e o aperfeiçoamento
de outras, que ainda são usadas nos dias de hoje, pelos nossos investigadores.
7
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
funcionamento mental humano dando como produto final uma máquina supostamente
capaz de pensar.
Nos anos de (1791/1871) teve o aparecimento da máquina calculadora e o seu criador
foi Charles Babbage que se dedicou a esta descoberta, visto que os robôs imitavam
actos físicos humanos a calculadora de Babbage simulava as acções mentais.
Representando assim um grande marco na tentativa de simular o pensamento humano
para fabricar um mecanismo que demonstrasse uma inteligência “artificial”. Depois de
dez anos Babbage abandonou o trabalho da máquina da diferença e dedicou-se a um
novo projecto sendo este mais inovador a qual deu o nome de máquina “analítica”
sendo esta comparada a um “computador digital para fins gerais”. As descobertas de
Babbage contribuíram imenso para a invenção do computador da actualidade.
O séc. XVII sem margem de dúvida foi um século de grande evolução na diversidade da
ciência, porque ate então os filósofos buscavam as respostas no passado, nos trabalhos
dos pensadores da antiguidade e na bíblia, sendo regidos por forças de investigação
daquela época que era a doutrina imposta pela igreja e a autoridade.
Com a evolução da ciência no séc. XVII o conhecimento extraído do passado tornava-se
suspeito, devido às descobertas e percepções científicas que reflectiam a mudança na
natureza da investigação científica.
René Descartes deu um grande contributo para a história da psicologia moderna.
Descarte dedicou grande parte do seu tempo ao estudo da relação entre a mente e o
corpo. Alegando assim que a mente e o corpo eram compostos de diferentes essências.
Embora distintos, são capazes de interagir dentro do organismo humano. A mente é
capaz de exercer influencia sobre o corpo assim como o corpo pode influenciar a mente.
Levando assim a outra teoria onde diz que os movimentos corporais muitas vezes
ocorrem sem intenção consciente do indivíduo. Assim Descartes afirmava que a mente é
produtora de dois tipos de ideias sendo elas inatas e derivadas. As ideias inatas surgem
da mente ou da consciência independentemente das experiências sensoriais ou dos
estímulos externos e as ideias derivadas são produzidas pela aplicação directa de um
estímulo externo. As teorias de René Descartes teve bastante influência na psicologia
moderna, foi através dele que foi possível compreender a ideia do mecanicismo aplicada
ao corpo humano.
Em meados do séc. XIX foi o fim da psicologia pré-cientifica mas também o inicio de um
novo pensamento filosófico iniciado por Auguste Comte, o positivismo. Comte, através
da sua visão positivista limitou-se a
trabalhar em factos concretos,
objectivamente observáveis e
comprovados por métodos científicos,
caso contrário eram rejeitados.
Ele acreditava que as ciências físicas já
não dependiam do que não era
observável, nem da religião, para explicar
factos naturais, assim como as ciências
sociais que deveriam olhar para o que
realmente era observável directamente.
Apesar de nunca ter tido uma formação
académica, Comte conseguiu influenciar
o pensamento europeu, e dar o seu
8
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
9
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
existem, não no próprio objecto, mas na sua percepção individual, ou seja são
subjectivas por parte do individuo.
Esta distinção entre uma e outra foi esclarecida por um outro filósofo, George Berkeley
concordava com Locke no sentido de que o conhecimento advinha de experiencias e da
percepção do indivíduo, mas discordava na distinção das suas qualidades, dizendo que
só uma existia, a secundaria. A esta teoria de que o conhecimento era uma função
mental, que dependia da experiencia e da percepção, veio-se a chamar de mentalismo.
Para ele a única realidade que vemos é a da percepção, daquilo que sentimos e
percebemos de um objecto, o que não reflecte no exterior.
Para Berkeley os objectos existiam não só quando nós os percebíamos, até porque nós
nunca conhecíamos verdadeiramente um objecto. Independentemente de nós os
percebemos eles existiam e então Berkeley tinha de arranjar uma maneira, uma teoria
para o conseguir provar, e conseguiu-a, através de Deus, dizendo que mesmo que não
estivesse ninguém a ver o objecto, estava sempre Deus.
Para entender melhor a realidade Berkeley formou uma teoria, a teoria das associações.
Consistia em, a partir das ideias simples captadas pelos sentidos, que seriam os
elementos mentais, fazer uma associação entre elas e formar ideias complexas.
Também usou esta teoria, de associação de ideias, para explicar a percepção de
profundidade, dizendo que as experiencias sensoriais combinadas com as sensações
musculares produziam a percepção de profundidade, ou seja, era uma associação de
ideias que se tinha de aprender.
Berkeley também tentava explicar os processos cognitivos através destas associações,
levando estas teorias para a filosofia empirista.
Já David Hume concordava com Berkeley no que diz
respeito a que os objectos só existiam para os indivíduos
por meio das suas percepções, mas discordava no resto.
Também ele partilhava das ideias de Locke quando ele dizia
que as ideias podiam ser simples e complexas.
Para Hume a mente tinha dois conteúdos, as impressões,
que seriam as sensações e percepções, e as ideias, que são
as experiencias vividas sem o estímulo de um objecto. Estes
conteúdos podem ser simples ou complexos. Os simples são
como as impressões simples, já as complexas dependem
das associações e combinações diferentes que podemos
fazer e formar padrões distintos.
Também Hume formulou duas leis de associações, a lei da
semelhança e a lei da contiguidade (no espaço e no tempo),
que quanto mais próximas ocorrerem as experiencias, no espaço e no tempo, mais
rápido é o poder de associação.
Para David Hartley o mais importante no processo de associação é a contiguidade, que
foi usado por ele para explicar a memorização, o raciocínio, a emoção e as acções
voluntarias e involuntárias.
Segundo Hartley a repetição das sensações, das ideias facilitava o processo de
associação, assim como o facto de ocorrerem juntas. Ele via o mundo mental com base
no mundo mecanicista, ou seja, tentou explicar os processos psicológicos e fisiológicos
através dos processos mecânicos.
10
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Hartley dizia que os nervos, sendo estruturas sólidas, emitiam vibrações para todo o
corpo, e essas vibrações originavam outras menores e estes faziam a duplicação
psicologicamente das ideias, sendo estas vibrações características do mundo da física.
Foi através do mecanicismo que James Mill quis demonstrar que a mente era nada mais
nada menos que uma máquina, trabalhando e funcionando da mesma forma e
dependente de forças externas e internas. Para ele a mente era accionada por estímulos
externos e reage aos mesmos automaticamente. Ele propôs estudar mente dividindo-a
em componentes básicos, para se poder ver como é composta. Também ele dizia que a
mente constituída somente por ideias e sensações, em que as sensações eram o
primeiro componente para adquirir conhecimento e que dai se formavam as ideias
complexas através de associações, quando expostas repetidamente ao mesmo objecto.
Ou seja, para James Mill as ideias são reproduzidas mecanicamente formando ideias
mais complexas por associação, pela soma dos elementos mentais.
James Mill começou por pôr as suas teorias em prática através do próprio filho, John
Stuart Mill, decidindo e escolhendo como iria preencher a sua mente. Desde muito
pequeno que John Mill foi sujeito, pelo pai, que lhe
fazia muitas perguntas, sobre os mais variados
temas, como a politica, história, matemática, etc. só
descansava quando obtinha a resposta certa. Isto
durante vários anos consecutivos, até que John Mill
ficou com uma depressão profunda, o que depois
levou algum tempo a recuperar a sua auto-estima.
John Mill discordando das teorias mecanicistas do
pai em relação à mente, acreditava que a mente
tinha um papel activo na associação de ideias.
Dizendo que a cada nova associação de ideias,
seriam adquiridas novas qualidades distintas, que
anteriormente eram desconhecidas, chamando-lhe
assim de síntese criativa.
Também ele influenciado pela química na altura,
levou-o a rever as suas ideias que tinha sobre a física e a mecânica, chegando a
conclusão que a associação de ideias simples levava ao aparecimento de novas
características.
Mill contribuiu para o desenvolvimento da psicologia, lançando um possível estudo
científico sobre a mente. Ele também recomendou o estudo dos factores que
influenciavam a personalidade, chamando-lhe de etologia.
O empirismo embora utiliza-se alguns métodos comuns ao atomismo, ao mecanicismo e
positivismo fez com que afasta-se os filósofos das primeiras abordagens de
conhecimento.
O empirismo tinha como principais objectivos descobrir o papel principal das sensações,
analisar as experiências com base nos elementos, fazer a síntese dos elementos em
experiencias mentais complexas dependendo da associação e focar os processos
conscientes.
O empirismo na nova psicologia científica era notório, fazendo com que forma-se uma
nova ciência que se dedicava ao estudo da natureza humana.
O próximo passo era passar a teoria para a realidade e com a realização de experiencias,
completar a nova ciência, que era a psicologia.
11
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
12
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
13
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Helmholz, nasce na Alemanha, de inicio foi educado em casa devido a sua saúde
delicada, aos 17 anos ingressou num instituto médico onde não se pagava anuidades a
quem se dispusesse ser cirurgião do exército, depois da graduação, serviu durante 7
anos, prosseguindo os estudos de matemática e física, publicando vários artigos,
apresentando a tese sobre a lei da conservação da energia. Pesquisador no campo da
física e da fisiologia, foi dos maiores cientistas do séc. XIX, as suas contribuições
científicas e o seu trabalho ao lado de Fechner e Wuntd foi decisivo para a fundação da
nova psicologia. Nos 30 anos seguintes, exerceu funções académicas, no decurso do seu
trabalho sobre a óptica fisiológica, inventou o oftalmoscópio, aparelho para examinar a
retina do olho, publicou o manual de óptica fisiológica que foi tão influente e duradoura
que 60 anos mais tarde foi traduzido para inglês.
Os problemas da psicologia sensorial tiveram interesse para a psicologia, as pesquisas
sobre a velocidade do impulso nervoso, sobre a visão e a audição. Sobre a velocidade do
impulso ele registou o intervalo entre a estimulação do nervo próximo ao músculo e a
resposta deste último, faz o mesmo para a estimulação mais afastada do músculo, as
medidas deram o tempo de 27cm/seg., contrariando os pensamentos anteriores,
Helmholtz, provou que a velocidade de condução não era instantânea, sugeriu que o
pensamento e o movimento se seguem um ao outro com um intervalo. Sobre a visão,
investigou os músculos oculares externos e o mecanismo mediante o qual os músculos
oculares internos fazem acomodação do cristalino, não menos importante foi sobre a
audição, a percepção de tons combinados e individuais.
Ernst Weber, alemão, leccionou anatomia e fisiologia, o seu interesse de pesquisa foi a
fisiologia dos órgãos sensoriais. O seu trabalho,
consistiu principalmente nas sensações cutâneas e
musculares aplicando os métodos experimentais da
fisiologia a problemas de natureza psicológica. As
principais contribuições á psicologia, foi o seu trabalho
sobre o limiar de dois pontos de discrição da pele e a
diferença apenas perceptível detectada pelos
músculos. Seus estudos sobre o tacto marcaram uma
mudança fundamental do objecto estudo. Os vínculos
com a fisiologia ficaram enfraquecidos, uniu a
psicologia as ciências naturais e ajudou abrir caminho
para o uso da pesquisa experimental no estudo da
mente.
14
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
15
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
16
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
17
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
De modo geral as ideias de Wundt eram delimitar o campo de estudo da nova ciência e
estabelecer a forma de investigação. Para ele a Psicologia deveria se preocupar as
seguintes tarefas, a análise dos processos conscientes até chegar nos seus elementos
básicos, a exploração de como esses elementos são sintetizados e organizados, a
determinar as leis de conexão que governam a sua orientação
18
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Com o tempo aqueles que foram a Alemanha estudar com Wundt criaram suas
divergências teórico-metodológicas com o mestre e instituíram em alguns casos
inovadoras correntes de pensamento, que em alguns casos influenciaram a criação
posterior de uma escola ou sistema em Psicologia.
Ebbinghaus (1850-1909) procurou estudar o fenómeno da memória e aprendizagem
contrariando a ideia de Wundt de que os processos mentais superiores como a
memória, o pensamento e aprendizagem não poderiam ser objecto de estudo da
Psicologia por não serem apreendidos pelo método introspectivo. George Elias Müller
(1850- 1934) continuou as experiências de Ebbinghaus sobre memória e aprendizagem e
Franz Brentano (1838-1917) estabeleceu a ideia de que se deveria estudar o acto
perceptivo e não a percepção, a Psicologia do Acto como ficou conhecida instaurou que
o método de investigação da Psicologia deveria ser a experiência por meio da
observação rejeitando a introspecção criando assim uma tendência na nova ciência de
investigações empíricas.
Carl Stumpf 1848-1936) foi o precursor das ideias da fenomenologia que refere-se ao
estudo da experiência não distorcida, tal como ela ocorre. Ele discordava de Wundt ao
decompor a experiência em elementos analisáveis e propunha o estudo da experiência
como um todo e não de forma artificial e abstracta. Edmund Husserl, aluno de Stumpf
propõe mais tarde a corrente filosófica fenomenologia que foi precursora da escola da
Psicologia da Gestalt. Oswald Kulpe (1862-1975) defende uma modificação no método
introspectivo pedindo ao sujeito para descrever após a experiência vivida como esta
tinha sido.
Todavia a forma como era retratada a retrospectiva não agradava a Wundt pois achava
que a tal experiência deveria ser estudada como ocorria e não a memória da
experiência. Kulpe também descobriu nos seus estudos que as percepções ou o
conteúdo da experiência as vezes era descrito por elementos não conscientes, ou seja,
havia um aspecto não sensorial na consciência, o que influenciaria posteriormente as
ideias sobre o inconsciente (estudadas por Sigmund Freud).
O Estruturalismo
Edward Bradford Titchener(1867-1927), foi um psicólogo
estruturalista britânico. Nasceu em Chischester, em
Inglaterra, de uma família
tradicional e de poucos
recursos, mas graças à sua
capacidade intelectual
obtém bolsas de estudos
para entrar na Oxford
University onde estuda
filosofia e os clássicos, além
de trabalhar como assistente
de pesquisa em fisiologia.
Estudou em Leipzig,
Alemanha com o seu mestre
Wundt. Voltou para o Reino Unido e tentou divulgar a nova psicologia, mas esta não foi
aceita pelos demais filósofos da época, razão pelo qual segue aos Estados Unidos onde
19
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
alunos de todo o país vinham ouvir e estudar sua nova psicologia, contudo, os dois
sistemas são diferentes e o rótulo de estruturalismo só pode ser aplicado à concepção
de Titchener. Assim, o estruturalismo foi estabelecido por Titchener como a primeira
escola de pensamento no campo da Psicologia, com influencia do associacionista
britânico James Mill, defende os Átomos da mente, deste modo se debruça ao estudo
dos elementos estruturais da experiencia consciente pela análise dos processos mentais
elementares. Apesar de se dizer fiel às ideias do seu mestre, com semelhanças no seu
estilo autocrático, de professor alemão de Wundt, trazia consigo uma postura formal
sem deixar de ser cordial, proíbe a presença feminina nas suas tertúlias, porém
favorável à sua integração académica. Todavia, Titchener terá sido quem concedeu mais
de um terço dos 56 doutorados terão sido mulheres.
Assumidamente Experimentalistas, a Psicologia de Titchener era bem mais objectiva e
prática do que a de Wundt, ao dar relevo às partes, defende assim os três estados
elementares da consciência definindo-as de sensações, imagens e os estados afectivos:
as sensações que ocorrem nos sons, nas visões, cheiros, e experiências enfatizadas por
objectos físicos do ambiente. As imagens são ideias que estão no processo e reflectem
as experiências não concretamente presentes no momento. Nos estados afectivos,
manifestam-se em experiências como o amor, o ódio e a tristeza. Estes elementos
podiam ser categorizados pelos seus atributos tais como qualidade, intensidade,
duração e nitidez.
Durante anos o estruturalismo preconizou o uso da introspecção de forma retrospectiva
como Kulpe a usava, bem como a operação de compreensão dos estados psíquicos por
meio de seus elementos. No entanto o movimento ou escola estruturalista foi
diminuindo o número de adeptos, influenciada pela crítica, ao seu método e aos
resultados obtidos, pela ausência da aplicabilidade prática e a impossibilidade de
replicabilidade do método de introspecção. Criticas essas que acusavam a introspecção
como um método inútil, superficial, assim como a falta de compreensão do todo, pelo
que o próprio Titchener se sujeita a encarar nas limitações da escola que havia iniciado,
já no final da sua vida. O estruturalismo negava também qualquer forma de aplicação da
psicologia como o trabalho com enfermos ou mesmo o estudo da mente de forma
individualizada, para os estruturalistas interessava uma psicologia da mente
generalizada sem preocupações
utilitárias ou pragmáticas.
Contudo importa referir que as
contribuições do estruturalismo dizem
respeito ao facto de que grande parte
do trabalho introspectivo, como o
relato por parte do sujeito de seus
estados mentais, constituir-se-iam na
base daquilo que consequentemente
terá surtido efeito como os testes de
inteligência e o trabalho clínico que
ainda hoje se pratica.
20