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DA POLIORCETICA h FORTIFICAÇAO NOS AÇORES

Mroduçio ao Eshido do sistema defensivo nos Açores


nos sks, XVI-XE

Separata do Boletim do Instituto Histórico da Iiha Terceira


Vol. XLV - 1987
DA POLIORCÉTICA À FORTIFICAÇÃO NOS AÇORES
Introdugáo ao Estudo do sistema defensivo nos Açores
nos sb, XVI-XIX
Por: Alberto Vieira

1. O d o da PoIior&iica e FortificaçBo no espaço W a r destacam-


-se no W o da arquitectura militar como um domínio HcuIar. Para
t
isso contribuem não s6 os aspectos formia do seu traçado e respcti-
vos naateiais de constqáo, mas factores externos que pres-
sionam e justifim a sua edihagão. De entre estes fltimÙs &stacm-
-se, por um lado, o posicionamento geogáko e as &ç&s M O ~ ~ C B S
das diversas uhas, por ouba,as mbltipb conjunturas politiw e em-
nbmicasqwmarcaramodevirdopr0~8895,~rico~~e~tioo.
Tais condicio- contribuíram para qae os Piçores e, em particular,
as ilhas da Terceira, S. Mlguef e Fio* detivessem a maior densidade
de recintos fortificados de todo o espaço atbtico. Ao longo de quatro
M o s somos confrontados com mais & duzentos recintos fortificados,
de diversa índole, num perímetro de costa & 662 h.
As condições do ecassistema açoriano, para atém de hqiicarem a
necmsldada d m s elevado oãmem & fort&a@es, deíinimn a estrutura
voIm&ica e ftanção das diversas comárr@e forM&. No geral,
somos confrontados com pequem construçües, de uma s6 frente de
embate vimda para o mar, diadas num ponto &ratégico a defender
u m bah, praia ou porto. As condi* do meio, a coqjuntura de insta-
b W , que defm com f m p k i a a sua construção, es- na origem,
muihs vem, do d c t e r passageiro da sua utikqAo e inadequa@u
teorias ou prindpios piro-S. A shbiose perfeita entre pi Afqui-
tachua e a Poliorcética s6 terá lugar em finais do século XVIII com
a &@o de uma escola militar na Terceira (1797) (I). Dai que as

C) P b X Josá da Costa. MeAabria mbre a antiga Aredemia Miliim & kr Ter-


+ &H., 1W7.
1526 BOLETIM DO INSTITUTO H B T ~ R I c o

~~d6&asdos6wloXM;sejammarcada9prumacuidadaaten-
da e ~ e d w dh i t a r que u m d d h mxedrh abqmgão dos
mintas existentes L novas condipões pirohabhs e 2 nova concepçsio
da arte da guerra.
A Engedmh Muitar assume, a partir dessa data, a direcção do sw-
tor defensivo, o que conduz a uma cuidada a t e 0 % coaserv@o do
parque & f d w ç i k s e B necessária rectificaçãode acordo
com as coimdiçks enicas do momento. No período de 1767 a 1868,
s u ~ - s diversas
e ~~s dw engcnheIros militam nos Açores,
com a fkdid.de de proceder ao levantamento, estudo e mcWicaç&
aohms. N ~ s s a sdestaca-se a a@o do SBrgenbmor José Rdrigo de
W d a (1807), o tenente-cororpel Amh6sio kquim de Sousa (18141,
J& M o 8 de F i h i o (1813-1824). A partir da m o destes e outros
mgmheh militares, reconhece-se que as fortifmçssS açorianas, na
sua maioria, *ignoram a b w l u ~ n t eas regras de forhhçiigrr P),
porque E om cmstruidits sem qualquer plano pelo municlpio por meio
de empreitada de p e d r e i pouco coflhecedom da m e de fortxC3r.
A &tê&id I. dede o sédo XVT, do provedor das foMcaçães ou
& z i m f b r M d m e, mesmo das -i & destacados engenhei-
ml nih ~p~definiSioconcretad0phode
defesa 4 6 IZWSmc& f s ~A aiaç&
~ . escolas miüm
das
e academh & f&@&u
timeato dos oiiciqh *- em cmsdncia com um maior comprome-
nas diversas obras^) contríbirlram

-
p u m a p ~ o a m m t d a ~ & f m s i v a d ~ A ç o r e s d o
& a i o Xn[.A &r & &, a siatema defensivo deverá articular-se
com o conhec- do t e m , e dhpsiç8o do recinto,
meios humanos e e c o n h & ~ , d b r i a dfsponivel e possibilidade tem-
po- w p m m e a e de (*). Neste commo, destamn-se os
I e v ~ n t oh s i h s do Pioo e Faial em 174 e de S. Migud em
1814 0. Tudavia, essa m o niro ter4 merecido uma imediata
~ d a ~ ~ , p o i s r p e m 1 8 5 6 ~ v a a c a ~

p) A.H,U.. &ma m m 19, 21 Jtm. 175%.


@ m,92.12 1824.
(9 h-, 65, 13 N w d m 1615; A.H.M. 3-9-105, n.O A4, 1856.
IS) A.W.T.T., & ReiRo, ém,hslWo tb&rko e ihkmral, n.O 552.
DA ILHA IEWEIM

um~tãOd&h(~~9&rtcanhãda
t30 mtti €wobidw que ngo rtã comidm-

d e p s ~ ~ p a r a a ~ d o p o ~

q a e s f o ~ ~ * , * a Q

- ~ ~ e ~ d e ~ . P o r ~ ~
cmpnb doa: e n g d w h P&o & M d (l577) e João
I ) a f ~ 0 ~ 0 b s Q l e t g ~ c w s -
& . , m p h o & d e h a ém cmsmh-
.
&.crrma@da&dailebtusfomócsdos ,rnieac&da~do~
I

a d o ~ ~ for-d a
ms WOB ==Em 1762 fi, as p d d -

I
, 4@s&& em talo o
mse=sm g t E a w w e na quase total rafnni e,
e c m a m #, wm W de 14 foMc@es,
qwtru a v a t n opemcionais e destas dum eram f e b de wvo.
%UamWwíatnnia-sed~evbntemn1862c?j,mcppiaeh-
~~ 79 f 0 l M a ç b mh cwhfh:
S* NZIrnL
SANTAMARIA
I8
12
3, JORGE 10
GHAtXOSA 6
BOLETIM DO INSTiTüTí3 HIST~IUCO

ter6 muito a ver aam os materiais de utibdm, das condi-


ma da mar e da pemmme sismicidade. A Mta de cai e a
cbp&el no mlo aporiaw, ~i~ a mss8na solidez destes
rechtos wima g3ea onde o mar actua com imWncia e força. Dai que
-
~condrciwiante~ u m n i ~ ~ ~ n a e ~ i i c a ç Z u d m
incessante necessidade de a m ç h &s fort&@a açorianas.
Todavia, w as oondicion8ntes gmgdficas &finem a forma, volume-
tria e s o l i d ~dD~ tecinto iorti&uh e a sua maior ou menor incid&ncia
ria orla costeira, as conjtmtntas polftb a económica dão canta do
mment~preciso da sua oomtmçb e dos adequados meios de kancia-
rnento. Daf o wxwdrio rastreio, ainda que m d r i o , das c o n j u n m
poIiticas e ecmómias que definem esse processo.

2. Tendo em comide- que o sistema de defesa surge com a dupla


fmalhiu de dmmbilizar ou barrar o caminho ao invasor e de reflgio
de e hwem, toma-se óbvio que o seu aparecimento e &
mt@omrrn â e m n b d o m p ç o e momento dependeril de factores exter-
nas ao pr6prHo meio. Talavia, se soIiciiqW exdgenits impelem
a- de corutmgb, a sua comtkaçh depended das
~&&#kta~d& Al-m~ ~w d i ç h gtmrncas e o estádio de. desen-
vo1- w&ihúw d&mm, em m m a -Insbcia, o seu manque,
A l é m ~ , ~ o ~ ~ ~ ~ ~ o r d o a
~ , ~ s ~ ~ . o u ~Tdambibch
~ o s
expkita a & w p aas ~ i h s .Tm&a e Flores, eixos des-
~ d e ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ . O m e s
dizer em r e w rn
l wdtm argehos ao Porto WO
e Santa Maria nm &ido& X M 0 M. Todavia, nestas ilhas a facili-
dadedepmtra@onaorla~~~fãltadeumadeqWo
s&madedefmxaatmmasuaatm$b.
O e s p a ç o i a s u l a r ~ ç t2ow&mr-=
o ~ ~ como wia fwta-
lma inequgnávd. pois a sua pr nove ilhsis com uma
extensa orla costeira impsibilitm u m aq50 concertada nesse dod-
aio. Daí que desde os prim6rdiios da sua ocupação nurica foi possfvel
definir uma adequada política de defesa. As wlugões são wudmente
t e m p f i a s e surgem coriwi c o m q u k i a das amaças w hveatidas
dos COMOS e pintas; somente nas ã é m h de 60 e 70 do sécuio
XVI se av- com um plano de m a das ilhas Temim,
DA ILHA TERCEIRA

B Faial. Na primeira ilha esse projecto alarga-se, na década


a iniciativa de Ciprião de Figueirado que tem como objec-
uma barreira ao invasor nIrpino. $ a conjuntura politica
essa a q b , primeiro a pmmente ameaça de conMos h-
eses e argelinos, depois o impeto do invasor espanhol.
~ L ~ d t i p l conjunhiras
as e q i a s que d e h m o afrontamento das
gdúeiipais coroas reflectem-se no Athtico através da guerra de repre-
#lia. No século XVI, a guesw religim em consonhcia com a poli-
excllisivista das comas pe- gerrtram uma arnbihcia de forte
im@tbWee afrontammto que culmina, no fiaal do século XVI, com
&,guerra decorrente da união das coroas peninsulai.es. Se a politicai
&mweckrumtn~a~francesaeoconsequakanmento
&&r mndrios dai oriundus no Atlhtico, os interesses hegemónicos dos
Habbqm conduziram ao reforço das iniciativas de r e p d i a de fm-
w, holmksa e ingleses.
r w a & ~ OS conflitos na frente orientd, surgem novos fooos de
gMMi&de, de meados do século XVIII a prhclpios do s8culo XK,
&,animara guerra de wrso no Atlbtico. Desta forma, o mar açoriano
mais nma vez, palco para a inkwen#io dos beligerantes mrica-

--
a@s. Esta forte instabilidade surge com diversos matizes, o que reforça
ama aCçg0 na conjuntura açoriana. Da frente europeia sucedem-se,
ieliiáXiec 1740 e 1831, diversos conflitos entre a ingbrra e a França,
$@b molestam a capacidade mal de ambos os estados, culminando
õ &lebre combate & Trõfalgar em 1805 (I1). Com o nascer do
&&& X K , aumentam os intervenierites na guerra de r e p r d i a no
Atlaritico; sb os beiigerantes wneric~nosque o movi-
de independencia das diversas partes & mesmo continente. Sur-
fimos hligerantes estabunidenses, argentinos, bolivianos,
~~, peruanos e, merano b ~ a fazer ~uso da guerra
,
forma de afmuçáo da sua identidade e de luta pela
ia, O corso será assim a forma mais adequada & punir
ia britânica e o wlaboracionismo lashia no Atllintico,
intewenção militar portuguesa nris guerras da Argentina
BOLETIM DO INSmvTO HXST~RICO

Parte da imporhcia em&mka &I -o açoriano, nos séculos


XVTeXVlI, ~ d o ~ ~ c ~ d a s s u s t s i l b
d h h be das rotas wmrcbh eampiais no Atlântico. Assim.
d w m b esse g d d ~ o, p p s m eumómim do arquipélago dependerá
emmni,W~aOgFgO,~~~ailhiihFloreseopo~
(Iz). Nesse mntato, mrge d d e 1527 (9o provedor das
a m d a s e maw3 da irsdta com a mkSo de zelar pia segurança e abas-
te~fmentoh pistas que dmmdavam os Açores, existiado desde
1520 (u) um :rc@nmtc1 em que se regulamentava esse serviço.
Se e& c m d i c i c d h m explica por si 96 essa tendência centdpeta
do espaço a g o b para a h rv w dos codrios europeus e ameri-
anos. &I € menos verdade que os v e m ~0~ioecon6micos aço&
nos oontribnhm & i@ modo para a inteasificaqSo dessas investidas.
A~~ de cereal, pastel ou Wiho alida h riqueza do recheio
drrsigrejas,~~e~o~asseguram,prdiver
sas vezes, a alternativa a am assdto marftimo mal sucedido. Nesse
matex8o. p b f m enqmdm-se os assaltos h Vila da frak (Terceira),
PotW Delgada, Rorta e Santa Cruz (Piores). Todavia, a mercadoria
em mrm Wcar, mim e prata) m mares açorianos surge como o
a l w i ~ d a o o b i ç a ~ ~
TeDdomh~qmoprticodhassaItoseraomar
aha e mas v e m 08 de aph (Angra, Ponta Delgada, Santa
Crus), kmwe &&n& que a mghica deftmivit deveria atender a
essa d c b m t e . d s que uma hwen@o por meio do
1-1 b pEtlLliD d~ defesa da &, era importante defender
e ~ ( # i m a t e s , d ~ a ~ ~ i n t n r s o s ; d a í a p r e
~deruriamndaBasiüwado.at.tphamenoo&s~~-
ciais. Nas t ü h d & a h do dedo míz*a ~~ de forte instabiti-
d a i d e ~ ~ i n r e F v ~ d a s ~ ~ I a s , C O m a q l C ç ã
de Dom Álvaro B s m (1580, 159@91), Dom Pedro de Valdés (1585)
e Maquês de Santa Cruz (1587).
-.
aparecimento da m8quinq a vapor e h sua generalização na
em meados do sécuio XIX, o mar açoriano continuará a
função na aavegaç5o dântica. Dai que a guerra
americanos e europeus incida preferencialmente nessa
nsuhqão que essas iniciativas Xncidem sobre o espaço

-
as embarcq&s europeias e americanas, para o
essa situação surge -nas como uma ameaça que raramente
#twm &idade. Talvez por isso mesmo as populações tenham mani-
b p o 3 i c o empenha na reorgd@o da defesa costeira. O esqueci-
forçado da arrecadação das imposições criadas para esse efeito,
total. abandono das f&c@es, aliados Zt recusa do serviço
(ngular, auxiliar e ordemnps), bem armo ao vexame dos com-
'. ,t&ntmrecrutamentos para as campanhas do reino e Brasil, contrastam
-,, m a incessante mmça e ~~ do mrso europeu ou d c a n o .
f' '
, I .EB.As múitiplas conjunturas e e s t r u w pofiticas e econdmicas do
&i@th dos séculos XVI a XIX condicionatam de modo evidente a
&&aicri da guerra de r e m i a ou com no mar açoriano. Essa inter-
.mw#o marcadamente maritima assenta, no essencial, na importância
Lá i d r i d a área na manutenção ou ataque do mare cluusm peninsuiar.
esta giea um dos mais importantes pilares da estratégia de do&-
&
, Ido A M c o e da comercio nele existente, a incidhh das acções
a l m a e corso surgem como comquQncialdgica, sendo o mar
palco de actuação. Ao invés, na Madeira e Canárias essa
sobre as riquem do próprio meio, com assaitos a por-
e lugares de fdcll acesso.
&&uirmos a r e p d i a catelhana no século XV A fia de Santa
e os d t o s esparádicos a embarcapes p o r f u g u ~que sulca-
ssses mares, s6 a partir da década de 30 do &uio XVI surgem
e corso como uma 8me8ça organizada e permanente, tendo
ipais inwenientes os mgleses, holandeses e franceses.
XVI 4 marcado por dois momentos de maior incidhcia
e wrso nos mares açorianos: um primeiro de 1538 a 1578,
tos Çeuicrxm (1543, 1552-53, 1572) e ingi- (1538,
e um segundo entre 1581-1600, em que a guerra
se m i a h ocupação do solo açoriano pela com filipina.
momento é marcado por uma forte intervenção brihica,
em que se destaca a presença & importantes ahirantes da referida
mhnbJoom F m i s D d e (1581), Conde de Cuberlmi (15891, Jolin
Wawtkh, Mmh Fmbish, Tho- H o w d , Richard Greenviiie e
o Conde de Essex (1597). As dka& & 80 e 90 são mardas pela
pemmmte presença da frota inglesa nos açorianos, aguarddo
a passagm das e m h @ e s pmiuwhres, carregadas de ouro, prata,
@ar e e q w k k (9. Por v-, essa hienen@o h g a - s e aos por-
tos & Ponta Delgada, Angra e Horta ou ao saque sistem6tico de locali-
d a i a como sucedeu em 1587 nrts Flore8 ('9. Ao largo da mesma iiha
teve lugar em 1590 uma das mais sanguinolentas batalhas navais tra-
vada em mares açorianos que pôs frente a frente si frota de R i c W
Greenvilie e a a n d a c w b h ('3. Sete mos apbs, o Conde Essex
surge com uma armada de 143 embaraqões com o objectivo de con-
qbtm a Te& e aí montar uma base de apoio para as suas opera-
ções navais no Atbtico ('9. A frota f r a n c a interessava mais os
alvos terratres, com particular inciddwia para os portos e praias des-
pbgidm. A s s h suceder4 em 1572 com (i assaito i ilha de Santa
M a r h p m - s e m d b m ao de. 1561 ao Funchal (I9).
Se e XM se pode conskbrsit dé relativa -a -to h
htmwqib do mm, o -ma não se p d d dizer dos & d o s seguin-
tes, au que tmnm, no p&do de 1763 a 1831, a meaça e hterven-
do ~wqaewppu {fmmaa, e espanhóis) e americano,
d & w d w m ~ 1 ~ a a & i o & r q m s 4 l b d oinsurgentes s argen-
tino&. Newpdudo E # m m ? L e w c l r m n w focos irradiadom
h s a ac#b & ò&gmm&a amethm h Sd e Norte, aposiados na
guerra de curso r e p d h oa forma de pness8o junto dos velhos
w f o ~ s O. m@@go a&am auge assim como a encruzi-
hdaorade s e c n i z a . o f o g o d a g u m a & r e p ~ ~ c m ammpeia,
e

('5) J A a m mm&.*O Bmf@ uImumim, Ja ITiwrh de P o W ,


V, 351.
(19 GASPAR FRUCTlJ090, cb. &, V, 345,
(19 TEXElBA A. BOTELHO, *A &hIha da lIhrt das FIO-, in
tim & iWiWo ~ ~ W &CILIPoD Tem&, XWVl, I#?-8.
4'9 AqwM h dwe* I, ~97.
(19) GASPAR FRUCXUOSO, ob. &., iII, 147-187.
DA ILHA TERCEIRA

wns interesses ecoa6micos molestados, nos @ d o s de maior


dessa acção (1732-1762, 1778-1780, 1798-1799, 1804-1807,
)-
'Ocom europeu incide p r e f e m c h n t e sobre as embarcações espa-
, e francesas, motivado resposta violenta das partes molestadas,
@&o 8PCederd w m a intervenção francesa m r i r a os inglesa em 1793,
m, 1814. Todavia, os ingleses tinham montado o seu plano de domí-
. &o do Atlantico, servindo-se do Funchai como principal porto de apoio
prtra as suas incursões (3.Note-se que 71% das acçties de corso
&g& registado nos documentos teve lugar nos mares deirenses, inci-
d5rado preferencialmente sobre os espanhdis (41 %), q u a n t o os france-
& acntam princqmhente contra as embarcaç&s portuguesas (59%).
@'maraçoriano surgirA como o alvo preferido dos wrs8rios d c a -
.I&& onde surgem 72% dos assaltos documentados. As principais vfti-
@m #essa intewenção mericana são os portugueses (57%) e espanh6is
@I"%).Se a estadddense se justifica pela forte inauhcia inglesa
#@ h e pelo ooiaboraciwismo lusiada, a aqâo dos insurgentes (ar*-
@@ e bolivianos) se define wmo urrast resposta h inkrvcn@o militar
@$qpsa na guerra da Argentina e Bolivia.
dos corsários americanos surge como u n a coasequbncia da
Independência dos U.S.A. (1770-1790), aliando-se a partir
os insurgentes. Enquanto na Madeira essa interven-
maior incidgncia na década de 80 do s8culo XVIIE,
m a - s e no período de 1814 a 1816, onde se destaca
na Horta em 1814 (2').
surgem apenas em 1816 e a sua acção, segundo um
uera conqdncia da parte de Portugal tinha tomado
ente existente trazia ordens de cativar d o s os meios
pertencentes queia aaçsio e igudmnte esphúis* 0.
sua tripulação ser composta por ingleses e espaah6is
dada portuguesas a wnsider&los como piratas e nunca
(9.A sua acção &i- preferenchnte nos Aço=

m i m e Pom m o , n. o 968.
,Açores, maço 61. 2 Dez*mbm 1814.
J g q i a p o 69, 5 hembro 1816.
e 69, 14 Fevereiro, 18 Maqm.
(H%),seedo @c- £&e mis awis 1816 e 1817, em que rrian-
tiveram uma pmanente intervenqiia junto das ilhas de Santa Maria,
Flores e Corro. FWa obsta a ~ F M investida, estabeleceu-ae a patrulha
d o s m 2 t r e s ~ ~ d u a s ~ ~ ~ ( U ) .
Conbm parecer do Q w d 4 a d h Açam, em 1821, a melhor
m p m t a a e s t a ~ ~ ~ d e ~ e w r s á r i o s e r r i a l i m
pexa h n w m lm, M o m w que dade 1768 encontravst-se estacionada
nos A p t a lmm- de guma (-&-se para M s em
1819) w m a f b W d e de osmbolar as embmaçaeS de comércio e
~ o s ~ ~ s d a ~ ~

4. ~ d o p r h c I p i o d e q u e a ~ d e c o r s o e r e p r e d i k t ê m
cwno pai90 o mm, poucas as i n t e w m temstm, ldgico ser6
de admitir que o piano & f o ~ c a ç & saçorimas surge apenas como
una pm&Wg& ou &Md@o a esses intemses. Por outro Iado, se
tmia compam@o mire as épocris de incídgncia do corso
e as de fortincqSo, wmluir-se-4 peh impossibilidade do
pmkiima; o qw cmpmva o atrb emmchdo. A suii constniçHo surge
usuah&W apmmda rraeroê da meag~a temor p e m e n k ou tempo-
M o dos w d r h e piratas. Na Terceira, por exemplo, a linha de
far&&b & s b b eube Angra e a Raia foi erguida em princípios
da d&&a de 8Q & ,&do XVT, sob a orien&ção de Ciprião de Figuei-
d o ,para f&wr frmte ap E,&& íitipb. A a m q a provoca o pânico
tapelaao ~ + b i u b e~ l i ~ p r do v d, o h
11
9
desconexo de amdmç4b de mchtos foM&. N b admira, pois, que,
mais tarde, a engenharirt militar seja cdmntada com a inefidcia des-
ses recintos em fricé de @qu& u m . Todavia, nem sempre foi
assim, uma vez que a amtr@o &H a$tdcts & S. Br&, de S. Sebas-
tifo e de S. Pilipe o k k c e u a iim pIarm dqmdo de defesa da baía
oa porto. Usualmente ahi ampdm de m a ç ã o e as medidas regu-
laaentadoras&&fesadas~d~deu~rimeaçaouacção
h d o s ; segue-se o diEaido ppdm. Na Madeira o assalta h&
de 1567 fek empenhar governaates e madeiremes num n m d r i o plano
1535

acia medidas de e defesa das aWs @-


sa daai ifhas, Assim, pt&dia-$e maciiiar a erri&ncia
amx& cam b&m& com- ma diversos por-
qualquer assaito, pois
v o q k s , enunck-se a

completar esse plano, emincia a necessidade de dertoir os

da cidade de Ponta Delgada e, m o s


*, um baluarte, ~~]~trufdos, msp-
Porto de Pipas (Angra) e Horta, para defesa dos portos
. De @ca antedor apenas se doamem a M a t a ou
BOLETIM DO INSTrI'UTO HISTURICO

castelo de S. Luis, com- em h&do *o XV por Mtguel


Corte Real, no dto do outeiro que domina Angra.
Ao piano de hte@w de d e l m Ferraz associa-se a c m p h
de fortihção levada a cabo por Cip* de F'rgueiredo na iIha Ter-
ceira. Esta iniciativa vem d m h a r W o um pmcesso de fortifiaçh
da ilha iniciado em h a i s h & d o XV. Na década de 80 do sécuío
XVI, a oosts de S. M m V% da Raia surge *muito fortificada
e dekdvd com vinte e quatro entre fortalezas e cubelo* 0.
Tai si- d&a de ít ilha fur d o * f ~ r $ S d novamente
a com outras
mais--e~Éle~ecal,~ebatroe&fach
e pau pique...* (90). &p&lattqiio Êoi daia am portos de Angra
e baía da Pda que, segado Gaspat FwAmm, se encontrava acercada
de boa A, com w s fortes a Muarte aoda em redondo... trin-
ch&w de pau pique de uma banda e dmtm... *C1).
Do período do governo fim a mais imponente das fortifia-
ç b s eregídris nos Açores, Esta f o e - do Monte Brasil fora i d d i -
zada em 1572 no plana de defesa da baia e Furto de Pipas, todavia,
em face de redamação dos mofadom de Angra, apenas E avançou
com o castelo de S. SebmGo, ficando s q m a a construção do Monte
Bmil rZ). Mas na d b d a seguinte sentiu-se a necessidade de um
minto fortincado, substitutivo do castelo de S, Luis, capaz de cnizar
fogo com o castel.0 de S. !hbmZo. Assim, surge o forte & Santo
e. Mas ri importância do porto & Angra, no contexto da -no-
mla atiântica, mpkwa o reforgo da d e f a deste porto, pelo que o
monarca recomsndri em 1590 a auri mnstrução &o s6 para defender
a Temim, mas ainda mab ou as restanrasse ao menos, se por
inimigos fossem - , ou como dizia Fiiip III em 1613 -r ser
a ilha Terceira a & das armadas, frouis e mais navios que vem
d'umas a outras h.. .m CS3). I W a forma, com o plano de d e h a
eiaborado por D. António de La PnebIa, m deu inicio h f-O
do Monte
As obra
1se em
DA LHA TERCEIRA

q d , sendo o seu plano elaborado por João de Viihena.


1592 e cinco mos ap6s encontrava-se j6 em
forma de paça cerrrida, todaGs s6 em 1643 se concluiu a mnstrução
da cidadeIa. No de 1592 a 1623, em que decor-
do referida -10, todos w pmentos resultantes &
i m p o s i e ~dos 2%, do vinho e c m e da Terceira e mais iihas dos
Aw@=@= c m a ü d a para a referida atira, o que provocou o aban-
dona e%qmssibiuda& de atençáo As restantes fortificações. Assim, em
1 6 6 9 , ~ ~ m t a d o e s t a d o d e ~ e f a l t a d e ~ ~
da fm$%@es temiremes, o mesmo sucedendo em 1617 e 1625 tM).
campanha de f d c a ç i o no rirquípéIago encerra em
1 nciusão das obms do castelo de S. Filipe (então de
S, J&b bptkta). Este momento é marcado por tr&s fases importantes;
uma p l b i x a na decada de ó0 do século XVZ, marcada pelo reconheci-
mento*~ necessidade de um piano integrado de defaa, uma segunda,
e 80, com si p r b h coIEcretização desse plano, a
o último momento merrcrido pela constniç80 da mais i m p
açoriana.
A m&m estabilidade do s8culo XW associada h Mente crise eco-
n 6 h & @@lago definem este momento, at& princípios do &do
XViIIpabtw de relativa acalmia nas caqanhs de fortin-o. Toda-
via, -a de 1740, com o cecnideseer das convuleões europeias e
da acc:%~ tb corso no Atlhtico, as f a surgem como
~ uma ~
das-p dominantes das autoridada açoriam. Assim, em 1720,
surge um-primeiro levantamento de todo o ~tqui@lago,a que se segui-
ram o u w com assiduidade nas d h d a seguintes:
BOLETIM DO INSTíTUTO HIST~MCO

No @odo de 1710 a 1870 est8;o c b m m n 32 ~ ttcçaeS da enge-


M a militar nos Açores (1-1828 = 65 %) concordantes com o
momento de maiw incidência & com. Por outro lado, a sua distribui-
@o faz-se prefemchhena pelas ilhas &S. Miguel (59 %) e Terceira
(41%), as mais ~~ peEa e -o dos cors8nos. Con-
dufdas essas obras de restam das fortinca@b, apaziguado o ímpeto
dos co&o8, vive-se a partir da c k d a de 30 um período de relativa
~ ~ s w 8 s ~ m d 8 c a d a s d e S 0 e 6 0 c o m m v m ~ 8 m p
n h de doái m h b s fortScaâos, conforme os princípios
on-re8 da &igexrbatriti -.

-
o último quartel do sBçnlP XVIII, a Engenharia Militar adquire
am novo f61ega, procpraa8o p d m h r os recintos fomcados de
acordo com a wd@o d~ p&Mca e pirobaiística. Deste modo,
~ d i ~ ~ e : ~ ~ , ~ e n % r e a l i z a
-se a ur@& da am mct&a@~. EM 1798 m, mun desses levanta-
mentos, qw as m - açorianas eram alheias aos
mais- elcmntam prbfphs da da de fortificar, ao mesmo tempo que
se tomrim m d b s rigomas quanto B sua reedificação ou reconvedo,
punindo w qw. awbmm dt modo conft8tio ao estabelecido (56). Com
o dvmem do M o XIX, ma hWvençó& p m u m adequar esse
património mmddo L m m d Q a e s da teoria de fortificação e
coqjiintura iasular (33. Mme âmbito, em 1815 m, numa memória
sobwaporto&AngFa,~~~ump2ano&def~&veriaterem
aimçh w se- do terreno, qdidade e
&@@o do recinto furti&&, *, adiaria e m unm
i s diqmní-
veis. E, trinta e nove artoa depois C9), afirmava-se, de modo peremp-
tório, que d o basta ter g r m h Merim e muitas obras de fortiiicação,

rJ) A,H.V., Açores. m o 19, 21 Jmiho.


W I b k , maça 18,28 Maio: o govmmdm interino de S. Miguel m eo
saqpto-mor agenheim JoBo Leite de Chava, por fazer obras a seu maio.
Em 1813, o major engenhüo Joãa dir Sausa Whem cita Gay de V m n
(MlEimmaire & Furtijhtim, Prtris, 1805)para justincar o seu plano de &h
de S. Mi@.
Pl A.H.U., trlaco 65, 13 N d o de 1815.
Pl A.H.M., 3/9/1(# - E 25, 12 Setembro, c o n ú m ~ s amlattbio de 25 Jriniio de
IR53 (ibiclem, W 1 0 5 -c.% a 31 de JW de 1869 (Ibidenn, 3J91104 E 32).-
&.- tudo isto seja disposto e comtnúdo segundo as regras
í d m m t a i s da ciência e da arte e em harmonia com os meios de
qgressã<n& a necessidade da referida inspeqáo o de um plano ade-

A# constaCsação~realidade,surgemascam@mderepa-
m@o das f o r t i h ç k da brea costeira açoriana. Em 1767,
15 foram r w t i h d o s e 4 foram f&os &
os, outros I7 são d c a d o s e 3 feitos
& mfp4Q).No & d o XIX, degdm-se as condiçks do parque de
f ~ ~ ~ d e i a l m d o q w e m
1821(Q)emqwetotala
sua d b X em 1862 ("),dezamete dos fiwtes da mesma ilha ti-
.S i m idêntica swge na ilha de S. MigueI, &,
&atado das suas fht%caç&s era deplonlvel, o que wr-
a wnstnição de nove e o abandono de 12 m h no
ano sq&&üa Ia). Siaiçb alamante é a da vila das V e b (S. Jorge),
d e fuMcaç&s existentes apenas duas (Santa Cruz e Conceição)
~ v a i o i ' , d eacordo com o plano de defesa do porto ('7.
Os 'le$&tmems de 1821 a 1862 Ia), abrangeado todo o aqui*
lago, ti% Qulmdo estado & degmhção das fortificagaas açorisuias.
EqwíWm 1821 era geral o estado & niina, em 1862 dümmhvam-se
os a b a d e dos que mereciam reparos, porque eram necessários
p @ ~ d e ~ i l b a :
LHA , -MOS A MINS3RVAR

S. M&&; Oracim
F U
PiEO
I
.. -
-?
S. Jorge
Pico
11
3 -

(q 3E91104 - A4.
(4')*A Idas Açores, V, 35%3.
(a)A.H& mepa 7, 6 Julho de ln6;
(a) mnço 80. 11 Julho de 1821.
-
39/105 A4, 15 Maio.
m s ~ o55, 16 Agosto.
mmp 57, 31) Janeiro.
WJiW D 1-8. -
(q A.H.M.j 31S/i05 -A4 15 Maio I-, A.H.V.. m&go 80, 11 hüm 1821.
1
BOLETIM DO INSTiTWO HIST~RICO

f i t a plltica de miundhçk do recinto fortincado resulta não sd


de uma dqua@o dos mesmos h evolução da arte de fortificar e novas
w&#a do ataque inimigo, mas h m b h h quebra da a m o dos p h -
rn e co&os nos mares açorianos,
4. As despesas multaatw da construção e teparo das foMwçbes
eram retidas dzis receitas c o ~ do lançamento
~ , de fitas e novas
imposiçk. No primeiro caso, mme-se do dinheiro da imposição do
Mabo, carne e &te, e q m t o , mi segundo, se pnicede ao hwmento,
desde o & d o XVI, da imposiçIio dos 2% a i valorem sobre os gdne-
ros expsrrtados e direitos de oimomgem(*). Somente em ocasiões
encepciomis se p d e ao bçamento de &tas ou mtao o recurso
acw &tos de outras ilhas. Em 1567, para a c o m 8 0 da fortalem
do porto de Ponta Ddgada, foi lançada uma h b de 10. 000 m d o s
sob= tadós QS micaelenw. Note-se que a construçito da mesma forta-
leza CWQU 1,036.672.542 rs, sendo grande parte pago com os 2%
do pastel m. O mesmo suceda4 w m a oonstnição da fortaia do
MonteBxaõil,~~eetornwt~~oodinhelrodosrBditos
e mtmbipis; mi 16% do rendimento das W-as dos Açores (ISW),
a hnpiq40 dm 2% das ilhas & S. MQw1, S. Jorge e Terceira (1612),
os sobejo8 da e, o mcwso ilo trabalho bmçd for-
wo P1)*
Fora desm an#m$b e&, as a q m h a a de reparo e com-
~ d a ~ d e d e f a & d & t m ~ ~ v a ~ & ~ d a
si* dos 2%. Em S. Jorge (V&), a rekrida h p i ç ã o rendeu entre
1657 e 1716 2.419.780 m e gummmse 2.498.77 rs (52). Tão eleva-
d a s ~ ~ t r m i d a ~ ~ ~ p l o n i i i r e s i s m o s
fottin- a da necedrh r e d h g h das memas. Em S. Mim,
por exemplo, estas obm custam em 1761 4.146.000 rs e em

(9A,H.V. Apres, mago 92, 3 Maio de 1m4-


19P) Arquivo d08 &IW, V, 83-84.
et) C@h sP~NOLA DE MEIX), ab lic.
(3PADRE MANUEL AzlWEm DA CWWA, &tas hiatdriw, I, P.D. 1981,
638.
{Sa) A.N.T.T.. YWMd cdo &hmaw
, 61341 (a).
DA ILHA TERCEIRA

9 apenas o reparo do casteIo de S. BrBs elevou-se a


., ,MOrs. Na vila da Praia (Terceira), em 1777 os reparos
, w o s em 2. 787. 000 rs e, em 1853 (%), em 1. 899. 360 rs.
h, as referidas receitas para a despesa deveriam cobrir tam-
pagamento do pré hs tropas permanentes e o municiamento das

-
fortificações de artilharia e pólvora. Em 1766 (57), apenas o
do presídio de S. Sebastião e Angra custava 6. 706. 800 rs.

:r.5. O conhecimento exaustivo das fortificações açorianas não pode


--se apenas aos resultados da pesquisa documental, pois dever8
*-se h investigação arqueol6gica que surge como um ramo impor-
da pesquisa histdrica no domínio das fortificações. A Arqueologia
surge assim como uma componente importante. Para alem de
pmiitir um conhecimento correcto da posição dos diversos recin-
p%&o terreno, puderã conduzir-nos, conforme a situação dos vestígios
Stqdveis, a um exacto enquadramento dos diversos espaços fortifica-
dW-ntls~scolasou teorias definidom da arte de fortificar.A pesquisa
F W 6 g i c a é meprável da dwumwital e neste domínio deverão avançar
.m.pfeita sintonia. O conhecimento e caracterização da fortificação
o poderão concretizar-se sem a conclusão destas etapas fun-

bdho de campo deved ser necessariamente antecedido de


pesquisa documental e cartogrfica capaz de definir o suporte his-
os de que restam ou não vestfgios: data de
cador, impodncia e acção no devir histó-
ca materializada no relat6rio de campo dever8
ento minucioso dos vestígios existentes e de uma
minto; com os diversos componentes, estado de
paisagisti-steh. A par disso, as diver-
bem como os materiais de constnição deve-
atenção, pois daí poderão sair indicacães pre-
utilização, reparo e rectificação do recinto.

, ,#.KU.,Cartogmfi - Açores, 79-98.


3191104 - E 22.
Mininistkrio do Reino, m. 614, n.O 24.
BOLETIM DO INSTITUTO HIST~RTCO

6. Do airás enunciado, combh-se a prem&ncia do factor g m c o


no delineamento e aracterkq4b do piano e defesa açoriano. A neces-
sidade h u m h h d e f e d a &alar, em a o d i a com as condi-
ções om@bs da frente de penetritSfIo, surgem como as c a x t d s t i -
cas p e d i a m conjtinto. A fomaçh vnMniai do tirquipdlago
projecta c- altas e p r v- W í v e h , o que favorece a W-
mia defensiva. A esta b m e h da nahmza, que cobre mais de 50%
do perlmetro do l i W açorho, deverão juntar-se as barmiras cons-
mídw para reforçu dessa qwmça. Na0 obstmte essa situa*, as
dinculdada IIW dwqmmn quando da execuflo de um p l m de
defesa, pois a domin4ncia do mar na vivênck das popdaç6es insulam
com que a h t m m b ç b do a p ç o seja ribeirinha em heas de costa
baixa (baías, portos, praiils e singras), o que condiciona as suas condi-
ções & defesa.
Em &tese, o desenvolvimento dos principais nirclem ppulacionais,
em umsodwh com a oram costeh e a premancia dos assaitos
e a m q a corsibia, implicaram o n d o reforço da barreira defen-
siva eto mesmo temgo que justificam, na sua plenitude, a concentm$ão
~recintosemoertas~dacostaaçoriana.Oquadroaseguir
anmckh dB m t a dessa d -
:

PORTIFICAÇ~ESAÇORIANAS 1803 - 1815

N* contem, não pid cu*-se que o ndmero de fortilia-


çóes deriva apenas da W n c i a dos aadtos e da valorkaçb eco&
m i a . N0te-w que as W menos iqmhnt#, em termos econhkos,
mais elw& de i.bcintos fortificados, conforme
C Z ,of nQmer0
+a seguir:
1825
TOTAL
1581 I583 1761 I767 I769 1776 1777 IM 1801 IM2 INiO [Ri1 1812 IR!I
lh~irlmil

Terceira 29 30 38 31 33 21 34 38
S. Miguel 17 23 20 24 1 2 ( ' ) 2 1 24
Fairil 12 12(9 12(') 38 38
Pico 4 6 ('1 38 38
Graciosa 6 7 9 9
S. Jorge 8 I0 I1 10 II
Plom 41 51 17 51
corvo 1 I 1

Total .......... ..... ..... .... . .. ... ..... .. ... ..... ....... ..... ....... ..... ....... ..... ...- . 2 t 0

Ri
A ~ & s F l o r e s s u r g e c o m o n ú m e r o d elevadoderechto6
as ilhas 1' :- Faid, Pico e S. Miggel. Essa
fortin~nah~FI0res~ulta*s6
nas rotas ocfhiuls, mas tamunl
.
Por outro Iredo, esc oonjunto de
ntefortins,~evigias,nãoadquireadimwisão
ecmtdosciailhaTtrceiraeS.EuPiguel.Osxecb

e pias):

('1 11 abandonadas pelo estado de ruína


(9 10 demolidos
r) 5 demolidos
(3 31 aio guarnccidos
BOLETIM DO INSTITtJTO HIST~MCO

ILWA ,&= -0 POIImCAça= 0 - w


w bn '
.
N MWls '
.
N Bdwia

S. MIGUEL 746,%2 151 24 0,1 17 . 1.4


TERcEIW 3%,75 90 38 0,4 18 %I
PICO 433,20 99 38 0.3 31 12
GRACIOSA 60,84 29 9 0,3 13 0,7
S. JORGE 23739 108 11 0, 1 39 44
FAIAL 167,W 53 38 0.7 14 2.7
FWQRES I42,89 50 SI I 9 5,7
CORVO 17,45 30 1 0,03 4 os3
ST.A MAR1A 90,99 52 10 0,3 5 2

Em síntese, o estudo do sistenrsi defensivo nos Açores deverá ate&r


rios avanços te6-s da &mia hist6rica, surgindo como um domlnio
intenkiplhr que requer o apoio ou recuso a diversos ramos do
saber. Nesse contexto, o seu estudo deved fazer-se com a colaboração
$e dltipios ínv&gadores e o recurs~L mais diversas de
i n v d g a ç k ~daammd e mtehl. Só assim se t o d posslvel o per-
feito a p h m & t o da pob&ca e f m ç ã o açorianas.
ACÇÕES DE PIRATARIA E COR30
1546 BOLETiM DO INSTITUTO HIST~IUCO

MO- DO CQRSO NA MADEIRA - A Ç O m - PRESAS


ACÇAO DOS CORSARIOS - POR MESES
F
-AÇURES
.- MADEIRA
P ,
DEFESA DA CIDADE DE ANGRA EM FINAIS DO SlkUL.0 XVI
MONTE BRASIL

Fortes
Cortina de muralha do castelo de S. João Baptista
DA COSTA DE ANGRA E VILA DA PRAIA
~PORTIPICAÇ~ES
P. da hgWn

F. de S.- Anthh

Rsduto da salga (S." c-

) F. das Caninas
F. Bom J-
c-o S. sdmtih
. s. -da i F . d s S . m F,- .-
F. S. JoHo

F. de S. Jo&
F. S.' Catarim
F. dt Eqirito Santo

P. de S. J w g e -
-
. ~ o r t e das C i Ribeiras
Forte da Praiha

Ladeira Grade

Porte de S. Bemo
c m h de muralha
..... cortinadem~.traçadohi~
-. _ mimhehs de pau-pkpe e truvwes
,, - trincheiras
-' - - ' - -

FORTIFICAÇÕES DA 3AfA DA PRAIA EM 1805


> -
.T n. r; 7
-1 I
-3 7
r '-1
SI 2. Forte do Esp. Santo
h 0 de '
l kForte
3. .S Cruz
4. Forte da Luz
5 . Alfândega
w..
, . . a
6. Forte das Chagas
7. Reduto S.b Antão
8. Porte de S.' Catarina
FICHA INDIVIDUAL,
/*
/
6.4. Fone
6.5. Castelo

poço
Outros
- .

REZO-O DAS MIRTIFIC~CQIES


ACORIANAS 1710 1865 -

+niiaas
'

o&mdido
x Jeammlçh
FONTE; bram f&m com base rn d q for&açk m i h m d e p s h d o s rn ~ o r r edo ~mba,k @ v a
E&t&co, mtw, Gabigete de Jidmh Aque0h5gbs e E n g g i r i Militar e Arquivo Histhka ~~.
PE S. JORGE
I ! ~ , n s %

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Por
Ef3
S.
s.m

S.
FOI
FOI
FOI
- M)RTIFICAÇÕES DA ILHA DO FAIAL

FORTIFIC AÇÃO LOCALIDADE 1769 1801 1810

Casteio de S.u Cruz Pom - -


Reduto de S.m António +
Porte dri 3aa Viagem
Bom Jesus -
N.' S." Conceição Lagoa - + -
N.. S.' I t e d d i ~ ~ ~d0Alm0xarife - O

S.'D Cristo II -
Ribeirinha B o
N.' S.' do M o Ribeira o O
Veta Cruz Corpo Gr&
N . ' S . * da Ajuda O O

N.. S.. da bprauça O O


S.' c a m I-
S. Pedra o +
S.h Luzia - +
Espirito Santo w - +
Novo Ponta Farada O -
S.& B 6 h r a Camea
N.' S.. das A a g h t h
S." A n t h b Pt da Cruz - -
N.* S.a de Guia Ponta da Greta - - -
Jesus Maria Fonio da Cal
Feteira (2) -
Carrasca - -
PwtaFumda PortoPím - - +
Castelo Branw (2) Castelo Branco - -
Praia O

Rihirhho O O

Baixio o
Monte Queimado o
O vardcwo + +
Cruz Matos -
N.'S.* da N d -
m
LOCALIDADE

Praia
m

*
Y

rn

*
~RTIFICAÇBES
DA ILHA DAS FLORES

FOR~CAÇÃO LOCALJDADE 1801 1810

Forte do E m o Smto
t
N.a S.* COIbAçh
S. F . O Xavier
Fortim S. Caetano
N.' S.' Remédios
BocadeRibei -
Canteiro do Maio -
Porto da Lapa
A Toyum
O pau em Moira -
A Mostrri de Baixos -
A Ponte -
Captichora -
V@ do Lenho -
de Gruta
Forte de S. Sebastião Ribeira da Cruz -
S. Francisco Santa Cruz - -
Fortim Porto F!wmhs - -
OPaso - -
S." Amar0 Y - -
do Cais - -
Monte Bafa - -
S. Pedra - -
Ribeira M o W Y -

S." Catarina -
S. Sebtiiio
N.a S. Livramento I) -
Forte S.m Ant6nio -a -
Fortim N.' S.' Rosário - -
OPerco m -
O Calltidlo rn - -
Pem Vieira I - -
Portão m - -
Lajedo r - -
FOR~CAÇÃ~ UKIALXDADE 1769 1801 1810
Reduto de S. Roqiae S. Roque +
:N S.a da Ajuda rn +
S." Anthio r -
NnsS.* dos Remkdios I*

S.M Arnaro -
Porto da Calheta Lages -
Porto de St.* Cniz -
Maahha * O
Calhau Piedade -
Ponta da Ilha B -
Caiheta -
Porto A r d a m -
S.* cm m -
Crisgai4P w -
Ribeira do Meio a -
Portinha B 7

Porto do w i -
de Anguela -
Canadas I -
ca?heta * -
Cdlau a -
Tolhão da Barra is -
Porto Maddena - X -
münba w + -
Trave I

Estaleiro a
Pminho do Monte B

Porto do Cachorro rn

Vigia a

Lugar das Baixas *


Lugar âe Laje rn

Castelo do m o Arca
S. Mateus I

Fwmasinha s

Cais do MoPrrito
Sm.' T r d d e Barra
Cais do Pico -
de Brava o
Lagoa +
S. Joáo Baptigta + -
Forte & S.& Caiarim + -
Reduto S.' Clara
S. Pedra

Rsduto Mãe & D

Reduto Jesus M
Forte S.m h t 6 n
Bainio
Castelo d'Arem
Forca
Forte Barreim

Forte S. F.O Xavi

Reduto S.U Cm

Reduto do Faia1
F m N.'S.# Mãe

Ribeira Gran

N.' S.' das


FOR~CAÇKO LOCALIDADE: DATA 1581 t583 iw 1776 im im im sm
Ca5klo S.Joáo &pusta Angra 1593 -
S. Sebastiáo i) -
S. Luli 149..
Forte da Ponia do Cais x

PCaiIh
Pwto NOW, s -
S. k t o B 15SI
S.m Ant6nio P - -
do Zimbrciro
Fornas -
AI& -

Hmta
Porta de Pipas A~P -
AWW S. M a w
S.& Calmim Praia 1581 - - - X - - - -

S."L António x x x - - - -

Chagas 1) X - -
S. F~~ X - - -
S. Pedm ). -
S. J d 1581
S. Caetaoo 1581
S. Femando - X - - -
S.h Cniz X - - X - -
Espírito Saato 1581 - X - - -
S. Benui - X X - - -
S.* dB Cru2 x >I581 - - - X - - -
N.' S.' C&çb > 1581 - - X X -
R&ta S. Jorge x - -

F a S. Migucl Angra
da Prainha S. Matcus - x - -
Grade x 1581 - -
Terreiro 1581 - X

Mb F m t a - x -

kdub de S. M a w 1581-S2 - - - -
do Maio rn -
ILHA TERCEIRA

POBTI
-
DATA
Reduto da 1
Fone E- r
I
I

Reduto

Fork 1

cm3tclo h. :
Forte 7J

:
I
1

-I

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