Professional Documents
Culture Documents
Página 1
Reflexão Individual
não deve ser alheia a contextos nem a sujeitos concretos e por outro lado não deve
limitar-se aos contextos sociais e históricos. Na minha opinião deve ter em conta o
contexto em que o indivíduo está inserido bem como as suas necessidades e
interesses e principalmente ter em vista o seu desenvolvimento.
Surge então uma emergência de um novo paradigma, que têm em conta a
instabilidade que caracteriza o mundo. Desta emergência resulta a ideia de que “[…]
um Currículo, que pretenda responder adequadamente às exigências de um mundo
progressivamente sujeito a novas formas de inteligibilidade, tem que […]”
(Vilar;2005:20) ter em conta que a vida é um processo de auto-regulação, que o
sujeito e o objecto de conhecimento estão unidos e que, a mudança transformadora é
uma mudança do modo de ver. Assim, um Currículo correspondente a este novo
paradigma deve orientar-se para a compreensão do mundo, reflectir valores, ter em
conta o indivíduo como fonte de conhecimento, promover uma educação ecopolítica e
a compreensão ecológica dos conteúdos e por último centrar-se na instituição escolar.
No texto “A teorização de Currículo” de Alcino Matos Vilar, é referido o
Currículo nuclear. Na minha opinião este Currículo é importante para clarificar o
porquê do professor dever ser um investigador e construtor do Currículo. Isto porque,
os fundamentos do Currículo nuclear sugerem-nos que pertencemos a uma sociedade
global e que devemos estar preparados para tal, que o Currículo deve garantir uma
vida em comunidade e por último deve constituir um meio de motivação para continuar
a aprender.
Assim, é possível concluir que a emergência de um novo paradigma exige que
o Currículo seja desenvolvido como “[…] uma representação de valores, significados e
padrões de vida e, simultaneamente, como uma fonte de conhecimentos,
compreensões, técnicas, destrezas e estratégias necessárias para o desenvolvimento
tanto pessoal como social” ((SKILBECK;1985:24) cit. Por Vilar; 2005:22). A
emergência de um novo paradigma remete-nos para o facto de que “[…] o Currículo
terá que ser pensado, organizado e sistematizado por um processo de
codificação/descodificação, ou seja, por uma clarificação conceptual resultante da
leitura da realidade em determinado momento” (Vilar;2005:25), sendo que no meu
entender deve ser o professor a pensar, organizar e sistematizar o Currículo fazendo a
sua clarificação conceptual mediante o contexto onde realiza a sua prática.
O principal problema que uma teoria do Currículo deve ter em conta é a relação
dialéctica teoria-prática. Assim, os problemas surgidos na prática curricular devem ser
resolvidos por “[…] um plano de acção teoricamente fundamentado e passível de
reflexão […]” (Vilar;2005:27), contribuindo assim para a melhoria das práticas
educativas.
Página 2
Reflexão Individual
Posto isto, uma teoria do Currículo só faz sentido se potenciar a transformação
da prática através da reflexão e não quando é apenas aplicada na prática, isto porque,
as teorias do Currículo não prescrevem técnicas para gerir o Currículo, apenas
referem conceitos para pensar sobre a prática que se exprime através do Currículo.
Para concluir, uma teoria do Currículo surge como um meio de emancipação e
de profissionalidade do docente, permitindo que este se assuma como um investigador
e possa adequar a metodologia mais apropriada para à sua prática através de um
processo de reflexão surgindo assim como investigador e construtor do Currículo.
Página 3