Direção Executiva da CNTE (Gestão 2008/2011)

Presidente
Roberto Franklin de Leão (SP)
Vice-presidente
Milton Canuto de Almeida (AL)
Secretário Geral
Denílson Bento da Costa (DF)
Secretária de Finanças
Juçara M. Dutra Vieira (RS)
Secretária de Relações Internacionais
Fátima Aparecida da Silva (MS)
Secretário de Assuntos Educacionais
Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho (PE
Secretário de Formação
Gilmar Soares Ferreira (MT)
Secretária de Assuntos Municipais
Marta Vanelli (SC)
Secretária de Organização
Maria Inez Camargos (MG)
Secretária de Políticas Sociais
Rosana Sousa do Nascimento (AC)
Secretária de Imprensa e Divulgação
Antonia Joana da Silva (MS)
Secretária de Assuntos Jurídicos e Legislativos
Rejane Silva de Oliveira (RS)
Secretária de Relações de Gênero
Isis Tavares Neves (AM)
Secretário de Política Sindical
Rui Oliveira (BA)
Secretário de Saúde
Alex Santos Saratt (RS)
Secretário de Direitos Humanos
Marco Antonio Soares (SP)
Secretária de Aposentados e Assuntos Previdenciários
Maria Madalena Alexandre Alcântara (ES)
Secretário Adjunto de Assuntos Educacionais
Joel de Almeida Santos (SE)
Secretário Adjunto de Política Sindical
José Carlos Bueno do Prado – Zezinho (SP)
Secretário Adjunto de Política Sindical
José Valdivino de Moraes (PR)
Secretária Adjunta de Assuntos Educacionais
Maria Antonieta da Trindade Gomes Galvão (PE)
Diretor
José Geraldo Correa Jr. (SP)

Suplentes à Direção Executiva CNTE

Janeayre Almeida de Souto (RN)
Paulina Pereira Silva de Almeida (PI)
Odisséia Pinto de Carvalho (RJ)
Cleber Ribeiro Soares (DF)
Silvinia Pereira de Sousa Pires (TO)
Joaquim Juscelino Linhares Cunha (CE)

Conselho Fiscal da CNTE (Titulares)

Odair José Neves Santos (MA)
Mário Sérgio Ferreira de Souza (PR)
Miguel Salustiano de Lima (RN)
Guilhermina Luzia da Rocha (RJ)
Ana Íris Arrais Rolim (RO)

Conselho Fiscal da CNTE (Suplentes)

Rosália Maria Fernandes da Silva (RN)
Selene Barbosa Michelin Rodrigues (RS)
Marco Túlio Paolino (RJ)

Coordenador do Depto. de Funcionários de Escola (DEFE)

João Alexandrino de Oliveira (PE)
Coordenadora do Depto. de Especialistas em Educação (DESPE)
Zenaide Honório (SP)

CNTE - SDS - Edifício Venâncio III, Salas 101/107, Brasília/DF - CEP 70393-900, Tel.: (61) 3225-1003 - Fax: 3225-2685
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Caderno de Resoluções »

ÍNDICE

APRESENTAÇÃO.................................................................................... 7

RESOLUÇÃO 1 Corrente Sindical Classista - CSC/CTB ................. 9

RESOLUÇÃO 2 Corrente Proletária na Educação.................... 23

RESOLUÇÃO 3.................................................................................................. 28

RESOLUÇÃO 4 Unidos pra Lutar e TLS .......................................... 33

RESOLUÇÃO 5 CSP-Conlutas............................................................. 41

RESOLUÇÃO 6 Articulação de Esquerda......................................... 49

RESOLUÇÃO 7 CSD - CUT Socialista e Democrática..................... 59

RESOLUÇÃO 8 CPERS - Conlutas e Intersindical ..................... 71

RESOLUÇÃO 9 ................................................................................... 78

RESOLUÇÃO 10 Intersindical........................................................ 81

RESOLUÇÃO 11 Articulação Sindical .............................................. 93

ESTATUTO DA CNTE ........................................................................... 108

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 5

Caderno de Resoluções »

APRESENTAÇÃO

O 31º Congresso Nacional dos Trabalhadores da Educação Básica Pública,

reunidos na CNTE, ocorre em um momento ímpar para o país, em que a primeira
mulher eleita Presidente da República toma posse no cargo, e quando o Congresso
Nacional se prepara para debater e votar o Plano Nacional de Educação com vigên-
cia 2011 a 2020.

Do ponto de vista da luta sindical, além de intervir no processo de debate do

novo PNE – visando contemplar a íntegra das deliberações da Conae 2010, sobre-
tudo a constituição do Sistema Nacional de Educação –, os trabalhadores devem
ainda (i) traçar os eixos da mobilização em torno da implantação da Lei 11.738
(PSPN) em todo país, assim como o julgamento do mérito da Adin 4.167 no STF;
(ii) pressionar a aprovação dos projetos de lei 1.592/03 e 2.738/03, que visam, res-
pectivamente, fixar as diretrizes nacionais de carreira e regulamentar o piso salarial
nacional para todos os profissionais da educação; (iii) exigir a aplicação de 10%
do PIB e a destinação de 50% dos recursos provenientes da camada pré-sal para a
educação; (iv) cobrar a implementação da Emenda Constitucional nº 59, referen-
te à expansão do ensino obrigatório (pré-escola ao ensino médio), e as metas do
PNE 2011/20 – inclusive a que estabelece prazo para institucionalização da gestão
democrática nos sistemas de ensino; e (v) integrar a pauta da CUT e das demais
centrais sindicais que compõem a Marcha da Classe Trabalhadora.

O presente caderno – edição preliminar – contém onze conjuntos de resoluções

apresentadas por diferentes forças políticas do movimento dos trabalhadores em
educação. Os textos são de total responsabilidade dos proponentes e encontram-se
impressos tal como encaminhado à coordenação do 31º Congresso, na ordem de
protocolo.

Desejamos, a todos e a todas, boa leitura com vistas a extrairmos as melhores

deliberações para a luta por uma escola pública universal, plural, democrática e de
qualidade socialmente referenciada.

Diretoria Executiva da CNTE

Dezembro de 2010

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 7

 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB

1. resolução 1: Corrente Sindical

2. a
3. a
Classista - CSC/CTB
4. a CONJUNTURA INTERNACIONAL
5. a A integração Latino americana e a luta pela
6. a paz devem entrar na pauta dos trabalhadores.
7. a O mundo continua sua saga entre o avanço
8. a para o socialismo ou a degradação dos seres humanos e
9. do planeta. O antagonismo entre os interesses dos tra-
10. a balhadores e o da burguesia monopolista, dos povos e
11. a do imperialismo, se acentua em toda parte do mundo.
12. f Na Grécia, França, Espanha, Portugal os descarrega-
13. f ram todo o ônus da crise sobre os trabalhadores, em
14. f Portugal é recorde o número de desempregados 10,8%
15. f da população ativa, na França Sarkozy tenta impor mu-
16. f danças no sistema previdenciário.
17. f Nestes mesmos países os trabalhadores dão
18. f prova de sua resistência, a exemplo da França com 3,5
19. f milhões de manifestantes em todo o país (Outubro de
20. f 2010), dias de muita luta e mesmo assim não alcan-
21. f çaram vitória. Porque? Ou muda o sistema ou con-
22. f quistamos migalhas ou retrocessos. A consciência de
23. f um mundo socialista ainda carece de multidões que a
24. apõem.
25. f Já no velho mundo a cúpula econômica é mar-
26. f cada por conflitos e divisão, com a tentativa franco-
27. f -alemã de impor sansões aos países que violarem a
28. f disciplina fiscal (pela qual o déficit público não pode
29. f superar 3% do PIB) parecida com nossa LRF.
30. f A luta pela paz tem caráter estratégico
31. f O principal vetor da situação política internacional
32. continua sendo a ação do imperialismo norte-america-
33. f no para dominar o mundo. Ainda detentor de posições-
34. f -chave na economia mundial, dispõe de uma colossal
35. f força militar e nuclear, que constitui grave ameaça à
36. f segurança e à paz internacionais. Seus comandos e fro-
37. tas navais espalhados em todos os continentes, mares e
38. oceanos, suas mais de 800 bases e missões militares em
39. f cerca de 120 países, seus colossais gastos militares, que
superam a casa dos 500 bilhões de dólares e a presença
de tropas de ocupação em países contra os quais reali-
zou guerras, atestam isto.
Os documentos secretos divulgados no WikiLe-
aks, Julian Assange, denunciou a ofensiva dos Estados
Unidos no Afeganistão. O site postou 91 mil documen-
tos com registros militares americanos de seis anos
da guerra contra o grupo islâmico Taleban (de janeiro
2004 a dezembro de 2009). O material traz evidências
contundentes de crimes de guerra cometidos no Afega-
nistão.
Assim a luta pela paz surge como uma das mais
importantes frentes do combate anti-imperialista.
O desafio da integração latino americana
A América Latina vive momentos de ascensão de
forças democráticas e revolucionárias e a conformação
de um pólo sul e latino-americano de países soberanos
com projetos nacionais compartilhados. O povo brasi-
leiro tem grande interesse no avanço desse processo,
pois uma América Latina unida e integrada permite
ao Brasil e a seus vizinhos, conjuntamente, melhor
posicionar-se para enfrentar as contradições advindas
de um mundo em transição. Portanto lutar pela inte-
gração Latino Americana seja construindo rodovias e
ferrovias, ampliando os laços político e culturais tem
sentido estratégico aponta para a unidade dos povos
contra a ofensiva do imperialismo.
CONJUNTURA NACIONAL
As eleições de 2010 demonstraram com transpa-
rência dois projetos distintos de desenvolvimento,
Serra e seu projeto de redução do Estado brasileiro,
privatização das riquezas a exemplo da Petrobras e do
pré-sal, e a ampliação do projeto neoliberal, versus Dil-
ma Russeff com mais democracia, soberania nacional,
distribuição de renda e integração da América do Sul.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 9

 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB
1. a A vitória de Dilma Russeff é sem dúvida um novo
2. a marco na continuidade das forças democráticas e pro-
3. a gressistas no governo central, fruto da eleição de Lula a
4. a presidente da República em 2002 e do desenvolvimen-
5. a to econômico brasileiro dos últimos 8 anos.
6. a As forças democráticas e progressistas ampliaram
7. a sua representação no Congresso Nacional, no Senado
8. a e nos governos estaduais, o DEM que já teve 105 de-
9. a putados federais hoje passa a ter 42, o novo governo
10. a incluindo todos os partidos da base tem 402 deputados
11. federais. As conquistas recentes na economia e na polí-
12. a tica não foram dádivas. O sindicalismo foi protagonista
13. a destes avanços e se cacifou para propor novas mudan-
14. f ças. Ele sempre defendeu o fortalecimento do mercado
15. f interno, o reforço do papel do estado, a valorização do
16. f trabalho, a prioridade aos programas sociais e a sobe-
17. f rania. Nas 65 conferências promovidas pelo governo
18. f Lula, que reuniram 4,5 milhões de pessoas em debates
19. f democráticos sobre os rumos do país, o sindicalismo
20. f lutou por um novo projeto nacional de desenvolvimen-
21. f to.
22. f O desafio na atualidade é conduzir o processo po-
23. f lítico a um patamar mais promissor. O Brasil precisa e
24. f tem condições de efetivar um Novo Projeto Nacional
25. f de Desenvolvimento com realizações arrojadas. Este
26. projeto é chamado a suplantar os impasses e deforma-
27. f ções resultantes das vicissitudes da sua história política
28. f e socioeconômica.
29. f Superar as contradições estruturais da propriedade
30. f latifundiária improdutiva ou de baixa produtividade;
31. f remover a defasagem da renda do trabalho em relação
32. f à renda do capital, que ocorre em proporção elevada.
33. f Não se constrói uma economia moderna e avançada,
34. com um regime de trabalho desvalorizado e a redução
35. f de direitos trabalhistas; transpor a condição de econo-
36. f mia dependente e de desenvolvimento médio, na di-
37. f visão internacional do trabalho imposta pelas grandes
38. f potências. Liberar-se da dependência econômica, cien-
39. f tífica e tecnológica; ultrapassar a estrutura de produ-
10 31o Congresso Nacional
ção centrada em produtos primários; reduzir a elevada
concentração da renda e do patrimônio; suplantar as
desigualdades sociais e as tensões no seio povo. Ter o
desenvolvimento como fator de distribuição de renda
e progresso social. Estabelecer reformas que univer-
salizem os direitos sociais; combater o racismo, a ho-
mofobia, combater a intolerância religiosa, são temas
que a nova conjuntura coloca sobre os ombros dos
trabalhadores para serem superados, e os profissionais
da educação devem dominar e propagandear em todo
ambiente a luta por um novo ciclo civilizacional para o
povo brasileiro.
O socialismo está na ordem do dia?
Do ponto de vista político ainda não. Mas do ponto
de vista histórico, a luta pelo socialismo está na ordem
do dia, principalmente no quadro de uma crise capita-
lista de caráter sistêmico que se agrava e leva a huma-
nidade ao confronto inevitável de escolher entre o rumo
socialista e alcançar novas conquistas civilizatórias, ou
retroceder as formas inferiores de convivência social.
No quadro brasileiro de crescimento econômico,
relações democráticas com o novo governo e amadure-
cimento do sindicalismo – confirma que o cenário atual
é bem mais favorável à luta dos trabalhadores por seus
direitos na perspectiva de abrir caminhos ao socialis-
mo. Durante os anos de hegemonia neoliberal, os sindi-
catos ficaram acuados devido à explosão do desempre-
go e à regressão do trabalho, que fragmentou a classe e
dificultou suas lutas. Hoje, é possível sair da retranca e
adotar táticas mais ofensivas, ousadas.
Para transformar o atual momento numa “jane-
la de oportunidades”, o sindicalismo deverá também
enfrentar seus próprios gargalos. Há sintomas preocu-
pantes de crise que ainda persistem da fase do tsunami
neoliberal. Devido ao desemprego e à precarização,
os sindicatos reduziram seu enraizamento nos locais
de trabalho. É urgente investir na organização sindical
de base. O sindicato só é forte quando está presente
no coração da exploração, quando conta com ativistas
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB
1. a dispostos a mobilizar os trabalhadores na luta por seus
2. a direitos, contra qualquer tipo de injustiça e opressão.
3. a Outro sinal preocupante é o do afastamento da
4. a juventude. Com uma formação individualista e tecni-
5. a cista, os jovens não se sentem representados nos sin-
6. a dicatos, não possuem uma cultura de valorização da
7. a ação coletiva e desconhecem que seus direitos derivam
8. a da luta de outras gerações. Para atingir esta juventu-
9. a de, ainda tão distante, é preciso repensar a linguagem
10. a do sindicalismo, que está envelhecida, e as formas de
11. atuação. Só a luta economicista não motiva os jovens,
12. a que procuram outras formas para se expressar – como
13. a a cultura e o lazer.
14. f Um terceiro desafio é o de investir na formação
15. f político-sindical, o que ajuda a oxigenar antigas li-
16. f deranças e a forjar novos líderes. A luta de idéias na
17. f sociedade é cada dia mais complexa e dura. A mídia
18. f manipula informações e deforma comportamentos. As
19. f empresas investem na luta de idéias para seduzir os tra-
20. f balhadores. Sem um trabalho permanente, que municie
21. f as lideranças e estimule o senso crítico, o sindicalismo
22. f ficará em desvantagem no embate ideológico – o que
23. f dificulta sua capacidade de mobilização e organização.
24. f Por último, o sindicalismo necessita aprimorar
25. f seus meios de comunicação, seu contato diário com as
26. bases. Sem repensar sua linguagem e sem utilizar to-
27. f das as ferramentas hoje disponíveis (jornais, revistas,
28. f programas de rádio e televisão, internet) será difícil en-
29. f frentar a alienação e o ceticismo reinantes no meio dos
30. f trabalhadores, que prejudica a ação coletiva por seus
31. f direitos.
32. f Agora é a hora de partir para ofensiva. De cobrar
33. f as promessas de campanha e exigir mudanças urgentes
34. no país. O sindicalismo não pode se limitar à luta cor-
35. f porativa e econômica. Ele precisa politizar suas bases
36. f e interferir nos rumos nacionais. No campo político,
37. f é urgente defender as reformas estruturais – agrária,
38. f urbana, educacional, política, tributária e de democra-
39. f tização da mídia. Ainda na sua relação autônoma com
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
o governo, ele necessita pressionar por mudanças na
política macroeconômica, superando o tripé neoliberal
que contém o desenvolvimento.
POLÍTICA SINDICAL
A vitória eleitoral e política da coalizão encabeçada
pela candidata Dilma Roussef, primeira mulher eleita
para a Presidência da República, representa a continui-
dade de um ciclo político progressista, alinhado com
as forças avançadas que governam importantes países
latino-americanos, e traz a marca do protagonismo dos
movimentos sociais, particularmente do sindicalismo,
nas grandes lutas políticas de interesse nacional e po-
pular.
A CTB propugnou pela unidade na ação desde sua
fundação, compreendendo que o quadro sindical brasi-
leiro havia passado por modificações qualitativas que
apontavam para a construção da unidade não dentro de
uma única central sindical, mas através da convergên-
cia de suas distintas concepções num espaço plural e
unitário de debate e encaminhamento das distintas re-
soluções políticas, consubstanciado hoje no Fórum das
Centrais e reafirmado no processo de construção da se-
gunda edição da CONCLAT.
Com firmeza de princípios e propósitos a CTB con-
tribuiu com as lutas pelo fim do Fator previdenciário,
pelo reajuste dos aposentados e pela adoção de medi-
das anticíclicas contra os efeitos devastadores da crise
mundial do capitalismo, barrando a ofensiva patronal
e de direita que exigia redução de direitos, precariza-
ção das relações trabalhistas, arrocho salarial e cortes
no orçamento das políticas sociais. Sempre mantendo
um amplo e elevado debate político, ideológico e pro-
gramático com as centrais sindicais co-irmãs, a CTB
comprovou na prática seu caráter amplo, unitário e
agregador.
Visto em retrospecto, o período comportado entre o
XXX Congresso da CNTE e o próximo está repleto de
experiências importantes para o amadurecimento, con-
Educação 11
 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB
1. a solidação e intervenção mais qualificada dos sindicatos
2. a e centrais sindicais na construção de um Novo Projeto
3. a Nacional de Desenvolvimento.
4. a Sob o Governo do Presidente Lula, não obstante
5. a a equivocada contra-reforma da Previdência e o veto
6. a ao fim do Fator Previdenciário ocorreram avanços e
7. a conquistas de grande alcance e profundidade em favor
8. a dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil: legaliza-
9. a ção das Centrais Sindicais, Política de Valorização do
10. a Salário Mínimo, retirada do projeto de flexibilização da
11. CLT, reajuste aos servidores públicos e aos aposenta-
12. a dos, ampliação facultativa da licença-maternidade para
13. a 180 dias, Promulgação da Convenção 151 da OIT, que
14. f trata da negociação coletiva no Serviço Público, Veto à
15. f Emenda 3.
16. f No que concerne à Educação foram aprovadas leis
17. f de impacto real sobre a condição de trabalho e de vida
18. f dos trabalhadores(as) em educação, como a que institui
19. f o Piso Salarial Profissional Nacional para o Magistério
20. f e a que reconhece na LDB os funcionários de escola
21. f como profissionais da educação, além daquelas polí-
22. f ticas públicas voltadas a formação (Plataforma Freire,
23. f ProFuncionário) ou a derrubada da Desvinculação das
24. f Receitas da União (DRU) que contigenciava 20% dos
25. f recursos da Educação pública brasileira.
26. Também é digno de nota o papel desempenhado
27. f pelos sindicatos e movimentos sociais na realização e
28. f aprovação do documento final da Conferência Nacio-
29. f nal de Educação (CONAE), expressando uma pers-
30. f pectiva de estabelecimento de um Sistema Nacional
31. f de Educação que contemple as necessidades da clas-
32. f se trabalhadora no que tange a elevação do seu nível
33. f de escolaridade, o acesso e permanência em todos os
34. níveis de ensino, na responsabilização do Estado com
35. f percentuais mínimos de investimento
36. f Interessa constatar que o fio condutor dessa con-
37. f juntura foi a unidade das Centrais Sindicais, a partir
38. f do Fórum das Centrais, espaço político articulador das
39. f Marchas da Classe Trabalhadora e da exitosa segunda
12 31o Congresso Nacional
edição da Conclat, encontro que aprovou a Plataforma
da Classe Trabalhadora, documento que sintetizou as
bandeiras do sindicalismo, propugnando as políticas a
serem adotadas para a construção de um Novo Projeto
Nacional de Desenvolvimento.
Cumpre também ressaltar o caráter vitorioso da
CONCLAT e apontar como desafio premente à conse-
cução de seus objetivos: Crescimento com Distribuição
de Renda e Fortalecimento do Mercado Interno; Valo-
rização do Trabalho Decente com Igualdade e Inclusão
Social; Estado como Promotor do Desenvolvimento
Socioeconômico e Ambiental; Democracia com Efeti-
va Participação Popular; Soberania e Integração Inter-
nacional; Direitos Sindicais e Negociação Coletiva.
Portanto, como assinala o jornalista Altamiro Bor-
ges “A eleição de Dilma Roussef barrou o retroces-
so neoliberal, mas não garante por si só o avanço nas
mudanças. Com autonomia e inteligência política, os
movimentos sociais precisarão intensificar a pressão
para garantir seus direitos imediatos e futuros. A luta
de classes tende a se acirrar no Brasil.”
Cabe aos sindicatos e suas respectivas centrais,
ciosos que são da responsabilidade de garantir condi-
ções políticas superiores para deslanchar um programa
fundado no desenvolvimento, na valorização dos traba-
lhos, na ampliação dos direitos e no fortalecimento da
democracia e soberania, dar nitidez ao projeto com o
qual a presidente foi eleita e definir prioridades.
De imediato, se destacam medidas para enfrentar a
“guerra cambial” assegurando os interesses nacionais,
concluir a votação do marco regulatório do Pré-Sal
com o regime de partilha, mais recursos para a saúde, a
aprovação da PEC-300 que dispõe sobre o piso salarial
da segurança, aumento real do salário mínimo e redu-
ção da jornada de trabalho para 40 horas semanais.
Comporta ainda a luta pela efetiva aplicação do
princípio da negociação coletiva e regulamentação do
direito de greve no serviço público, instrumentos es-
senciais para assegurar os legítimos direitos dos traba-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB

1. a lhadores no que diz respeito às suas campanhas sala-
2. a riais e a conquista de direitos.
3. a Por fim, está posta a luta por Reformas de caráter
4. a democrático, estruturantes para um Novo Projeto Na-
5. a cional de Desenvolvimento. É um importante mote de
6. a lutas para o sindicalismo e que implica numa disputa
7. a acirrada com a agenda regressiva que o empresariado
8. a procura impor (especialmente nas questões sindical,
9. a trabalhista e previdenciária) e com as concepções es-
10. a querdistas que recusam compreender a justa relação en-
11. tre reforma e transformação social na atual conjuntura
12. a de enfrentamento ao neoliberalismo e ao imperialismo.
13. a Tais tarefas, sintonizadas e amalgamadas na expe-
14. f riência da CONCLAT e de seu documento unitário –
15. f Agenda da Classe Trabalhadora - compõe o cerne do
16. f debate e da ação sindical de cunho classista, democrá-
17. f tico e emancipatório em favor dos interesses imediatos
18. f e futuros da classe trabalhadora.
19. f
20. f POLÍTICA EDUCACIONAL
21. f Os dois mandatos do presidente Lula levantaram
22. f o Brasil do chão. O país encontrou o caminho do
23. f crescimento econômico e do progresso social.
24. f A vida do seu povo só tem melhorado.
25. f A produção ganhou força, a oferta de emprego au-
26. mentou, os salários subiram. A democracia se fortale-
27. f ceu, as entidades e os movimentos sociais passaram a
28. f jogar um papel de maior destaque no debate e na cons-
29. f trução das políticas públicas.
30. f Esse cenário, impulsionador do desenvolvimento
31. f e da inclusão social, possibilitou o estabelecimento de
32. f novas políticas educacionais, baseadas na ampliação de
33. f direitos, assegurando a maioria do nosso povo o aces-
34. so ao conhecimento anteriormente restrito às minorias
35. f privilegiadas.
36. f As mudanças no financiamento da educação, ga-
37. f rantindo ampliação de recursos de 19 bilhões em 2003
38. f para 59 bilhões em 2010, a expansão da educação
39. f profissional e tecnológica, a ampliação de vagas nas
universidades públicas e a construção de novos campi
universitários em várias regiões do país, conjugadas à
políticas de concessão de crédito, estabelecimento de
quotas e reformulação do ENEM, recuperaram o papel
do Estado enquanto garantidor do direito à educação.
Entretanto, após um período tão longo de abando-
no e sucateamento da educação pública, agravado pe-
los 8 anos do governo neoliberal de FHC/Paulo Renato,
persiste um passivo acumulado que mesmo nos 8 anos
do governo Lula não foram enfrentados e que exigi-
rá do próximo governo a definição de um projeto bem
mais ousado para enfrentar os problemas que afligem a
educação brasileira .
Só com um novo projeto de desenvolvimento na-
cional, que inclua entre seus pilares uma reforma estru-
tural da educação, que garanta, dentre outras questões:
- mobilização nacional para erradicação do analfa-
betismo no país;
- expansão das escolas de tempo integral com base
na concepção da escola unitária, possibilitando a nossa
juventude o acesso a todos os aspectos do conhecimen-
to social e cultural;
- implementação das propostas oriundas da CO-
NAE;
- valorização dos profissionais da educação com
reajuste do valor do piso de modo a garantir salários
compatíveis com a importância estratégica do exercí-
cio do cargo para o desenvolvimento da nação; defini-
ção de legislação que estabeleça diretrizes nacionais de
carreira, tendo como base os parâmetros da resolução
do CNE e do projeto de lei 1592/2003;
- definição de um projeto de enfrentamento às desi-
gualdades regionais no campo educacional que deverá
ser utilizado no processo de aprimoramento do Exame
Nacional do Ensino Médio;
- inclusão de recursos no PAC destinados a refor-
mas e construção de novas escolas que atendam a todas
as necessidades fundamentais para construção de um
espaço pedagógico;

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 13

 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB

1. a - garantia de um processo mobilizador da socieda- No momento em que um novo governo assume, é

2. a de na discussão do novo Plano Nacional de Educação
3. a de modo a possibilitar tanto a definição de diretrizes e
4. a metas compatíveis com as necessidades reais da educa-
5. a ção pública brasileira na atualidade, quanto criar condi-
6. a ções para que ocorra o acompanhamento da sociedade
7. a no que diz respeito a sua efetivação.
8. a É Preciso Avançar na Luta pelo Piso Salarial
9. a Profissional Nacional
10. a A aprovação da lei 11.738, resultado de um longo
11. processo de disputas, mobilizações e negociações, foi
12. a uma importante conquista para os profissionais do ma-
13. a gistério, e em particular,um poderoso instrumento de
14. f distribuição de renda em municípios onde os salários
15. f do magistério sequer chegavam ao valor do salário mí-
16. f nimo.
17. f Sua aprovação foi imediatamente combatida pelas
18. f forças conservadoras, que têm o interesse ideológico
19. f em manter a educação pública em um patamar que di-
20. f ficulte a formação de sujeitos protagonistas da emanci-
21. f pação social.
22. f A ADIN, encaminhada ao Supremo Tribunal Fe-
23. f deral, além de gerar, como sempre ocorre no STF, um
24. f longo processo de espera, criou um argumento para
25. f prefeitos e governadores desinteressados na implanta-
26. ção da lei.
27. f Mesmo aqueles governantes cuja bancada apoiou
28. f na Câmara e no Senado a aprovação da lei, utilizaram-
29. f -se de mecanismos contábeis para efetivar a implanta-
30. f ção do Piso, reformulando políticas de gratificações e
31. f redefinindo percentuais nos planos de cargos, carreiras
32. f e vencimentos, tornando o Piso em um quase salário
33. f único, desconsiderando a formação, o tempo de serviço
34. e a jornada.
35. f Diferentemente da política de reajuste do salário
36. f mínimo que vem sendo discutido com as centrais sindi-
37. f cais, o MEC não contribuiu com o fortalecimento da lei
38. f ao publicar que, com o último reajuste, o valor atual do
39. f Piso seria de 1024 reais para uma jornada de 40 horas.
necessário avançarmos na luta pelo Piso, mantendo a
pressão no STF, aprimorando a forma de reajuste e o
valor do Piso, garantindo uma legislação que assegure
diretrizes nacionais para a carreira e a retomada do de-
bate da ampliação da lei para que possamos assegurar
o Piso para todos os profissionais da educação, e as-
segurar no Plano Nacional de Educação propostas que
retirem esses profissionais do patamar daqueles com
mais baixa remuneração entre os servidores públicos
brasileiros.
O Fortalecimento da Luta pela Profissionaliza-
ção e Valorização dos Funcionários de Escola
Desde o processo de unificação, que resultou na
transformação da CPB em CNTE, nunca se avançou
tanto na construção da identidade profissional desse
segmento da nossa categoria, que muitas vezes foi dis-
criminado em seu próprio ambiente de trabalho.
A definição de uma política de formação para os
funcionários, coordenada pelo MEC em parceria com
diversas instituições, inclusive a CNTE, motivou a ade-
são dos funcionários de várias regiões do Brasil, que
encontraram no Profuncionário a oportunidade de ad-
quirir o conhecimento técnico em várias áreas relacio-
nadas à sua atuação, lançando a perspectiva de inves-
timento cada vez maior em sua formação profissional
e revigorando a luta pelo desenvolvimento na carreira.
A profissionalização também aguçou a consciência
de classe, resultando em um processo de maior partici-
pação nas lutas sindicais e intensificou o sentimento de
que somos todos trabalhadores em educação, enfren-
tando os mesmos desafios e movidos pela mesma ne-
cessidade de transformação social.
A CONAE e a Mobilização em Defesa da Educação
A mobilização deflagrada em torno do debate da
Conferência Nacional de Educação, embora realizada
no último ano do governo Lula, possibilitou que esta-
dos e municípios colocassem a discussão sobre as po-
líticas educacionais entre as prioridades institucionais.

14 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB

1. a Trabalhadores em educação, estudantes, pais e desmascarar mais essa farsa, apresentada como alterna-
2. a mães, gestores e representantes de diversas entidades, tiva para solucionar os graves problemas educacionais
3. a a partir dos eixos do documento referência, aprofun- brasileiros.
4. a daram o debate sobre a educação brasileira, resultando
5. a em um processo de construção coletiva de propostas BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
6. a que fortalecem a construção do sistema nacional arti- Consideramos que a atividade desenvolvida pela
7. a culado de educação. CNTE no campo educacional, sindical e político no úl-
8. a Entretanto, é necessário garantir a mobilização per- timo período foi positiva. A Confederação manteve sua
9. a manente para que as propostas resultantes desse debate postura de independência e autonomia nas suas ações
10. a nacional sejam a referência para a definição das polí- e opiniões, sem deixar de dialogar com os diferentes
11. ticas educacionais e para a formulação do novo Plano atores sociais e políticos.
12. a Nacional de Educação. Articulando as lutas de massas, nas greves, para-
13. a O Avanço da Meritocracia lisações e mobilizações, com as disputas nos espaços
14. f Apesar do povo brasileiro ter derrotado por três ve- institucionais e a afirmação de suas concepções ideoló-
15. f zes consecutivas o retorno dos condutores do modelo gicas e programáticas, a CNTE viabilizou a aprovação
16. f neoliberal ao poder central, ainda persistem e ganham do FUNDEB e do Piso Salarial do magistério, o reco-
17. f força as propostas de adoção dos métodos mercadoló- nhecimento dos funcionários de escola como profissio-
18. f gicos da qualidade total para o gerenciamento dos ser- nais da educação, a convocação de uma Conferência
19. f viços públicos. Nacional de Educação e a construção de políticas na-
20. f Na educação, inclusive, propaga-se o discurso de cionais de formação para professores e funcionários.
21. f que não há o que redefinir em termos de políticas e Obteve êxito na derrubada da DRU na Educação e
22. f financiamento, pois o desafio na atualidade está rela- na luta pelo estabelecimento de diretrizes nacionais de
23. f cionado a adoção de técnicas gerenciais capazes de ga- carreira para docentes e não-docentes. E, no seu pró-
24. f rantir a produtividade, e o cumprimento das metas por prio seio, desenvolveu políticas de formação sindical,
25. f parte dos trabalhadores. de prevenção e combate a DST/AIDS, de luta pelos
26. O mérito passa a ser o parâmetro definido para o direitos da mulher através de publicações e participa-
27. f desenvolvimento na carreira, e a premiação aos que ção nos fóruns e Conselhos. Esteve firme na defesa dos
28. f atingirem as metas é o artifício utilizado para arrefecer Direitos Humanos, no respeito à diversidade sexual
29. f a luta pela valorização profissional e conquistar a apro- através da formação do Coletivo LGBT e no necessário
30. f vação da população. debate sobre a saúde dos trabalhadores em educação.
31. f Há empresas no mercado especializadas na im- Foi notável o empenho da CNTE na construção da
32. f plantação e acompanhamento desse modelo gerencial, CONAE. Com a realização da 7° Conferência de Edu-
33. f à exemplo do INDG- Instituto de Desenvolvimento cação da CNTE deu-se a preparação teórica e mobili-
34. Gerencial- que se intitula “A maior Organização de zatória para a disputa política observada na CONAE.
35. f Consultoria em Gestão Empresarial do Brasil”, e que Cumpre registrar que a articulação da CNTE com ou-
36. f já conquistaram mentes e corações de vários chefes do tras entidades e organizações do campo educacional,
37. f poder executivo. sindical e popular permitiu a aprovação de um docu-
38. f O combate a esse modelo exigirá uma atuação mento final avançado, subsídio valioso ao novo PNE
39. f firme e unitária do movimento sindical no sentido de e ao SNAE.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 15

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1. a A luta central que perpassou a gestão que ora se
2. a encerra foi, sem dúvida, a da aprovação e aplicação
3. a integral do PSPN. Em que pese a morosidade do Judi-
4. a ciário, a CNTE ocupou as ruas, realizou atos, greves e
5. a paralisações em defesa do Piso e pressionou o Execu-
6. a tivo e o Legislativo para que se empenhassem na sua
7. a implementação.
8. a Também foi digno de nota a luta pelo reconheci-
9. a mento dos funcionários de escola como educadores
10. a profissionalizados, bem como a articulação desenvol-
11. vida pela CNTE para garantir – ainda enquanto política
12. a de governo – a sua devida formação por intermédio do
13. a ProFuncionario. Os encontros regionais e o nacional
14. f dos funcionários de escola alçou a luta destes educa-
15. f dores a um patamar mais politizado e consentâneo às
16. f suas exigências.
17. f Igual desenvoltura teve a Confederação na luta
18. f pela aprovação de diretrizes de carreira para docentes e
19. f não-docentes que significassem verdadeira valorização
20. f profissional e estímulo ao ingresso na Educação. Em
21. f relação aos aposentados, a CNTE promoveu pesquisa
22. f e encontros que forjaram uma plataforma de luta e mo-
23. f bilização exeqüível e coerente, capaz de empolgar um
24. f segmento vital em toda e qualquer entidade sindical.
25. f Também envidou máximo esforço para proporcionar
26. às suas afiliadas um programa de formação sindical
27. f atualizado, contemporâneo e de corte classista. Não
28. f obstante, a consolidação da escola de Formação (ES-
29. f FORCE), através da organização de seminários (PDE,
30. f Novo Ensino Médio, etc) e da publicação periódica da
31. f Revista Retratos da Escola, respondeu a demanda por
32. f uma intervenção política e científica da Confederação
33. f na salutar disputa de idéias, concepções e projetos.
34. No tocante às políticas de gênero, a publicação da
35. f Revista Mátria, a participação em diversos fóruns de
36. f debate e formulação e a presença no CNDM foram a
37. f tônica da ação sindical da CNTE. De modo semelhante,
38. f as questões relacionadas à raça/etnia, orientação/diver-
39. f sidade sexual e direitos humanos foram contempladas
16 31o Congresso Nacional
pela atual gestão. Também merece destaque a preocu-
pação com o debate e a intervenção quanto à questão
da saúde dos trabalhadores e trabalhadoras em educa-
ção, sublinhando a realização de seminário nacional
específico sobre o tema, bem como a publicação de um
Caderno de Educação sobre saúde e a formação – em
caráter pró tempore – do Coletivo de saúde da CNTE.
Através das Semanas em Defesa e Promoção da
Educação Pública demos continuidade ao rico processo
de construção coletiva dos fundamentos basilares para
a efetiva realização dos preceitos constitucionais que a
cidadania reclama. A ampliação do número de entida-
des afiliadas à Confederação representou um fortale-
cimento não só da própria CNTE, como proporcionou
uma presença mais próxima e cotidiana junto à redes
municipais.
Desapegada de um estreito corporativismo, a atual
gestão envolveu-se em questões relacionadas a cida-
dania. A participação no Programa SPE, o combate ao
trabalho infantil e o apoio ao movimento Ficha Limpa
ilustram a aspiração da CNTE em dialogar e construir
ações para além das pautas sindicais e laborais.
A CNTE acertadamente aprovou nas suas instân-
cias não só o apoio a candidaturas do campo popular e
democrático, como estabeleceu um parâmetro objeti-
vo: a aceitação, por parte dos candidatos, do documen-
to “Compromisso com a Educação de Qualidade”.
Apesar de sua amplitude e desprendimento, alguns
gargalos precisam ser superados: a limitada articulação
com as pautas e mobilizações mais gerais do movimento
sindical e social e a unidade com outras entidades edu-
cacionais pode e deve ser aprimorada, realçando a com-
preensão do papel estratégico da Educação como fator
de desenvolvimento e emancipação social. Uma maior
aproximação e presença nas ações desencadeadas pelo
Fórum das Centrais Sindicais e pela CMS e, de modo
similar, uma atuação conjunta com CONTEE, PROI-
FES, FASUBRA, UNE, UBES e demais entidades liga-
das visceralmente à educação potencializa uma saudável
dos Trabalhadores em Educação
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1. a energia social e política para avançarmos na luta por um
2. a país mais justo, igualitário, democrático e soberano.
3. a Cabe apontar algumas questões desafiadoras para
4. a a conjuntura imediata: aplicação do Piso, garantia das
5. a carreiras, melhoria da qualidade de ensino, financia-
6. a mento adequado, formação profissional e aprovação de
7. a um novo PNE que institua um SNAE sintonizado com
8. a manutenção e ampliação dos direitos sociais, traba-
9. a lhistas, previdenciários e democráticos, unindo num só
10. a movimento as lutas gerais com as específicas, descorti-
11. nando um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimen-
12. a to, com valorização do trabalho, distribuição de renda,
13. a inclusão social, democracia e soberania.
14. f
15. f PLANO DE LUTAS
16. f Para seguir avançando nas conquistas a CNTE precisa
17. f continuar os esforços para melhorar a organização dos
18. f trabalhadores, em especial os da Educação, e reforçar
19. f o Plano de Lutas para os próximos anos, neste sentido
20. f propomos:
21. f 1. Defesa do Socialismo como único caminho para a
22. f retomada dos avanços civilizacionais da humani-
23. f dade;
24. f 2. Defesa da construção de um Estado democrático e
25. f inovador de suas instituições; um país de alta tec-
26. nologia, avançado na indústria do conhecimento e
27. f grande produtor de alimentos e energia;
28. f 3. Vida digna para o povo: iguais oportunidades e uni-
29. f versalização dos direitos básicos;
30. f 4. Aprofundamento e consolidação da integração da
31. f América do Sul e das parcerias estratégicas em
32. f âmbito mundial;
33. f 5. Valorização do trabalho com a democratiza-
34. ção do sistema de relações trabalhistas, com
35. f o aperfeiçoamento e atualização da CLT, ga-
36. f rantia da organização sindical por local de tra-
37. f balho e ampliação dos direitos trabalhistas;
38. f 5.1. Luta pela redução constitucional da jornada de
39. f trabalho sem redução salarial;
6. Defesa de um desenvolvimento harmônico e integra-
do, com a adoção de medidas que possibilitem a
redução das desigualdades regionais;
7. Combate às opressões e discriminações que envol-
vam o desrespeito à liberdade religiosa e à livre
orientação sexual;
8. Reforma política que assegure o pluralismo parti-
dário, fortaleça os partidos e amplie a liberdade
política, assegurando o financiamento público de
campanhas;
9. Reforma dos meios de comunicação que fixe meca-
nismos de controle social e reveja os critérios de
concessão;
10. Reforma tributária que desonere a produção e o tra-
balho e seja direcionada para a redução das desi-
gualdades regionais e sociais;
11. Reforma agrária que elimine a grande propriedade
improdutiva e aproveite as parcelas de terras devo-
lutas do Estado;
12. Reforma educacional que fortaleça o sistema nacio-
nal articulado de educação pública, que universali-
ze o ensino básico, democratize o acesso ao ensino
superior e exerça o controle público sobre o ensino
privado e garanta que a educação seja fator de su-
peração da desigualdade social, fortalecendo a luta
pela erradicação do analfabetismo;
13. Reforma urbana que garanta o direito à moradia de
qualidade com saneamento básico, transporte cole-
tivo, segurança, esporte e lazer;
14. Fortalecimento do SUS e da Seguridade Social de
modo a garantir o preceito constitucional de acesso
universal à proteção social em todos os ciclos da
vida;
15. Lutar contra a opressão da mulher decorrente da
lógica do capital e do preconceito de gênero;
16. Lutar pela defesa da autodeterminação dos povos;
17. Lutar pela retirada das bases estrangeiras da Améri-
ca Latina e Caribe;
18. Lutar contra o imperialismo, defender a paz mun-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 17

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1. a dial, a integração da América Latina, a solidarieda- âmbitos: educação infantil, ensino médio e ensino
2. a de a Cuba, à revolução bolivariana da Venezuela, superior;
3. a ao governo de Evo Morales, na Bolívia, aos povos 32. Lutar contra a mercantilização do ensino;
4. a do Iraque, da Palestina e a todos os povos e nações 33. Lutar pela instituição do Sistema Nacional de Edu-
5. a que são vítimas da opressão imperialista. Pela sa- cação;
6. a ída das tropas brasileiras do Haiti, por uma socie- 34. Trabalhar pela elevação significativa do grau de es-
7. a dade socialista; colaridade da classe trabalhadora destacando parte
8. a 19. Lutar contra a desestabilização dos governos demo- da jornada remunerada de trabalho para a educa-
9. a cráticos e populares da América Latina, contra os ção;
10. a Golpes de Estado, a exemplo de Honduras; Defesa 35. Lutar pela erradicação do trabalho escravo e do tra-
11. da Amazônia como patrimônio nacional; balho de crianças e menores adolescentes;
12. a 20. Pela democratização e o fortalecimento das forças 36. Priorizar a luta pela educação pública, gratuita, de
13. a armadas; qualidade e laica para todos e todas. Estabelecer a
14. f 21. Redução da jornada de trabalho sem redução de sa- regulamentação das escolas privadas. Batalhar por
15. f lário; creches públicas e escolas de tempo integral, bem
16. f 22. Rejeitar todo e qualquer tipo de retrocesso nas re- como pela valorização dos profissionais de educa-
17. f gras da Previdência Social, defender a Previdência ção;
18. f Pública, a universalização dos benefícios e o fim 37. Defender novas contratações no setor público; a
19. f do fator previdenciário; valorização do servidor; a realização de concursos
20. f 23. Participar ativamente da construção da unidade públicos; a ratificação da Convenção 151 (que ga-
21. f da classe trabalhadora, participando das lutas pro- rante aos servidores o direito à negociação coleti-
22. f postas pela CMS, pelas Centrais Sindicais e pelos va); a instituição de mesas de negociação perma-
23. f demais movimentos que defendem os direitos dos nente em todos os Estados e municípios; a denún-
24. f trabalhadores e trabalhadoras; cia e o combate sem trégua à terceirização;
25. f 24. Garantir o direito irrestrito de greve, coibir as prá- 38. Acabar com a política de arrocho fiscal, utilizando
26. ticas anti-sindicais; os recursos esterilizados no superávit primário para
27. f 25. Defender a valorização dos aposentados e pensio- ampliação dos investimentos públicos na infraes-
28. f nistas (públicos e privados); trutura produtiva e social, bem como em ciência,
29. f 26. Defender a saúde do trabalhador e da trabalhadora pesquisa e tecnologia;
30. f e a efetiva segurança no trabalho; 39. Acabar com as restrições impostas pela Lei de Res-
31. f 27. Em defesa do Estado laico; ponsabilidade Fiscal aos gastos e investimentos
32. f 28. Contra os monopólios midiáticos; públicos.» Solidariedade à resistência dos povos
33. f 29. Pela universalização da internet banda larga, feita palestino, libanês, iraquiano, afegão e de todos os
34. pela Telebras; povos que lutam pela sua soberania e autodetermi-
35. f 30. Pela democratização de todos os meios de comu- nação, contra os ataques imperialistas.
36. f nicação;
37. f 31. Educação pública, gratuita e de qualidade para to- ESTATUTO
38. f dos, com a universalização do acesso, promoção da 1. Incluir o §3º no art.3º, com seguinte redação:
39. f qualidade e incentivo à permanência nos diversos §3º - Da decisão que concedeu a filiação cabe recurso

18 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

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1. a ao Conselho Nacional de Entidades, que poderá ser de 2006) e a ampliação da licença-maternidade de seis
2. a feito por qualquer terceiro interessado, no prazo de até meses (Lei 11.770 de 9 de setembro de 2008), duas
3. a dois anos. conferencias para avaliar e definir as políticas para as
4. a 2. Suprimir a letra “h” do art. 4º. mulheres são exemplos significativos, mas ainda há
5. a 3. Suprimir o §2º do art.4º. muito que se fazer para tornar a relação entre homens e
6. a 4. Adicionar no art.12 o §4º com a seguinte reda- mulheres menos desigual.
7. a ção: §4º - Para efeito de determinação da quantidade Apesar disto violência doméstica contra mulheres
8. a de delegados da entidade será utilizado o número de é maior que a violência urbana. No trabalho, o assédio
9. a sócios desta quites com suas obrigações há 06(seis) sexual e o assédio moral, também se caracterizam como
10. a meses do Congresso. outro tipo de violência afetando a vida profissional e
11. 5. Substituir a letra “n” do art.21, que passa a ter a afetiva das mulheres. Isto agrava em especial a saúde
12. a seguinte redação: n) eleger substituto(a) para a vacân- laboral das trabalhadoras em educação, que ficam cada
13. a cia na Diretoria Executiva e Conselho Fiscal da CNTE vez mais vulneráveis à Síndrome do Burnout. A lei 10.
14. f quando não houver mais suplentes eleitos, respeita- 224/01 trata do assedio sexual como crime e estabelece
15. f da a proporcionalidade do Congresso que os elegeu. a pena de um a dois anos de detenção.
16. f Não conseguimos superar a violência contra a mu-
17. f POLÍTICAS PERMANENTES lher no movimento sindical. A segregação, o assédio
18. f A emancipação das mulheres é fundamental para moral e sexual, o desrespeito às opiniões, o alijamento
19. f o progresso social. Seu imenso potencial de tantas for- do poder de decisão, dentre outras práticas machistas,
20. f mas reprimido apesar dos avanços, sustenta em grande são problemas recorrentes dentro das entidades sindi-
21. f parte a acumulação capitalista. cais. Não podemos ficar indiferentes a esta realidade.
22. f Esta luta é em primeiro lugar, delas próprias. En- O combate a estas práticas deve estar aliado a um pro-
23. f tretanto, a transformação nas relações entre gêneros e cesso de formação.
24. f a igualdade integral de direitos, na lei e na vida, asse- A luta das mulheres tem dimensão relevante em
25. f gurar tais direitos na esfera do trabalho, da educação e 2011. Com a eleição de Dilma Roussef, abre-se uma
26. saúde, e adotar políticas públicas de combate à violên- importante oportunidade para o fortalecimento da luta
27. f cia praticada contra as mulheres necessitam do empe- pela igualdade. No Brasil a questão de gênero ainda
28. f nho da sociedade como um todo. não atingiu a dimensão de massas, por isso, ser presi-
29. f Foram muitos os avanços já alcançados. Somos dido por uma mulher, é algo particularmente relevante.
30. f hoje aproximadamente 50% das ocupações no mercado Por outro lado, a campanha eleitoral trouxe também
31. f de trabalho e já há maior diversificação nas atividades a primeiro plano, de maneira distorcida, a questão do
32. f desempenhadas, o que lhes confere maior autonomia aborto e da religião, e nas redes sociais a homofobia.
33. f econômica e confere o papel de provedoras e chefe de O debate ideológico sobre a questão do aborto nas
34. família em um número crescente. eleições deve ser substituído pelo debate político para
35. f A luta social - de homens e mulheres - no País já que possamos ter avanços neste tema. O aborto deve
36. f produziu significativos avanços em defesa e garantia ser entendido como problema de saúde pública. Preci-
37. f dos direitos das mulheres. A partir desta frente de luta samos defender a descriminalização e legalização do
38. f no governo Lula, os avanços na legislação trabalhis- aborto para evitar o grande número de morte de mulhe-
39. f ta, a Lei Maria da Penha (Lei 11.340 de 7 de agosto res Da mesma forma o combate à homofobia e os de-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 19

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1. a safios de maior inserção da mulher na política também
2. a são desafios no debate de gênero.
3. a Num ano com disputas eleitorais tão importantes –
4. a quando elegemos a primeira presidente da história do
5. a país – ainda estamos numa posição muito ruim nos es-
6. a paços de poder. No ranking mundial, o Brasil é o 107º
7. a colocado entre 187 países. Entre as Américas, o país
8. a fica na frente apenas da Colômbia, do Haiti e de Beli-
9. a ze. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foram
10. a eleitas 44 deputadas federais e 136 deputadas estaduais
11. e distritais. Mantivemos apenas 9% de mulheres na Câ-
12. a mara.
13. a Segundo o “Índice Global da Igualdade de Gêne-
14. f ro”, um relatório anual elaborado pelo Fórum Econô-
15. f mico Mundial, O Brasil ocupa a 85ª posição entre os
16. f 134 países analisados. Na série histórica, perdemos
17. f posições ano a ano. Entre 2006 e 2010, saímos da 67ª
18. f entre 115 países, para 85ª entre 134 países, respectiva-
19. f mente.
20. f Apesar do avanço que foi a aprovação na minirre-
21. f forma política o preenchimento das listas dos partidos
22. f no mínimo 30% dos candidatos a cargos legislativos
23. f nos partidos sejam mulheres, que 10% dos programas
24. f partidários tenham mulheres e que 5% do fundo parti-
25. f dário seja direcionado à formação e capacitação femi-
26. nina para a política, nesta eleição conseguimos muito
27. f pouco no que tange à superação dessa questão, apesar
28. f das campanhas realizadas em especial pelo Ministério
29. f de Políticas para as Mulheres.
30. f Portanto, a grande questão do abismo de gênero
31. f no Brasil é a sub-representação feminina na política,
32. f sendo a sub-representação das mulheres negras ainda
33. f mais grave.
34. Mesmo com os avanços com a criação do Minis-
35. f tério da Igualdade Racial, a discussão do Estatuto da
36. f Igualdade Racial, a população negra como um todo
37. f está na margem da riqueza produzida pela sociedade
38. f brasileira. A concentração do poder político e econômi-
39. f co impede a democracia social.
Para que possamos avançar nas conquistas de gê-
nero e raça precisamos construir uma agenda que prio-
rize:
• Desenvolvimento do país, a superação das de-
sigualdades regionais e sociais e a ampliação
da democracia.
• Exigir o cumprimento de cotas, aprovada na
minirreforma política.
• Combate à violência contra a mulher, inserin-
do-se na luta dos movimentos femininos.
• Apoiar as denúncias de assédio sexual e moral
jurídica e politicamente.
• Programa preventivo de combate às doenças
do trabalho com especial atenção às doenças
inerentes às mulheres.
• Inserir-se na luta pela valorização da imagem
social da mulher, combatendo os estereótipos
de gênero.
• Lutar contra o desemprego, pela campanha da
redução da jornada de trabalho sem redução do
salário e sem flexibilização laboral.
• Lutar contra o trabalho informal, contra a pre-
carização e flexibilização do trabalho, bem
como contra a retirada de direitos trabalhistas
já conquistados;
• Lutar contra a dupla jornada de trabalho da mu-
lher e para que o trabalho no âmbito doméstico
e familiar seja compartilhado e de responsabi-
lidade também do Estado através de políticas
públicas;
• Lutar pela melhoria das condições de trabalho;
• Promover relações de trabalho não discrimi-
natórias, com equidade salarial e de acesso a
cargos de direção;
• Combater a violência de gênero, racial e ho-
mofóbica no trabalho, bem como o assédio se-
xual e moral;
• Considerar as singularidades de gênero, de
raça, de geração e de classe nas ações e polí-

20 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

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1. a ticas de inserção das mulheres no mercado de ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:

2. a trabalho; Antonieta Trindade –PE. Alex Saratt – RS. Isis Tava-
3. a • Criar equipamentos públicos de qualidade que res – AM. Rui Oliveira- BA. Odair José – MA. Rosália
4. a permitam a liberação das mulheres para o ple- Fernandes - RN. Wilson Macedo – PE. Valéria Silva
5. a no exercício profissional; – PE. Washington Buenos Aires- PE. Zélito Passavante
6. a • Defender a educação pública, gratuita, de qua- – PE. William Menezes- PE. Noel Albertim- PE. Ana
7. a lidade social, unitária e incorporar a perspecti- Cristina David de Souza – PE. Aurivânia Farias – PE.
8. a va de gênero, raça, etnia e orientação sexual no Rosalena Santos- PE. Eliane Raimundo- PE. Lindinal-
9. a processo educacional formal e informal; va Ferreira- PE. Maria do Carmo Botelho- PE. Inês Ri-
10. a • A luta antiimperialista e anticapitalista e a luta beiro – PE. Maristela Ângelo – PE. João Eudes – PE.
11. pelo socialismo; Fernanda Ângelo- PE. Edite Jovina Nascimento – PE.
12. a • Continuar a luta pelo aumento continuo do Iranadja Andrade Lima – PE. Ana Maria Marques- PE.
13. a salário mínimo e contra as desigualdades sala- Joaquim Pontes Neto- PE. Georgos Assunção – PE.
14. f riais, constantes na vida das mulheres. Nagib Nunes de Melo- CE. Maria do Socorro Albu-
15. f • Interagir mais com outros segmentos do movi- querque- CE. Gorethi Soares Oliveira- CE. Antonio
16. f mento social na luta contra o racismo, precon- Luiz Sampaio- CE. Antonio Ferreira dos Santos- CE.
17. f ceito, discriminação e exclusão. Antonio Júlio Pinheiro- MA. Antonia Benedita Perei-
18. f • Acompanhar o debate das reformas da Agenda ra- MA. Edinaldo Sousa da Silva- MA. Janice da Sil-
19. f 120 Anos da abolição, apresentar propostas e va Néry- MA. Júlio César Rego Guterres- MA. Lilian
20. f garantir resultados positivos para a demanda maria veloso costa- MA. José dos santos brussio- MA.
21. f anti-racista. Williandckson azevedo – MA. Maria de lourdes caR-
22. f • Garantir acesso e permanência universal até Neiro da fonseca- MA. Maria EuniCE cAMpos brus-
23. f o ensino médio a todos brasileiros, ampliar o sio- MA. José Chaves da silva – ac. Ricardo Kleyson
24. f acesso e permanência ao ensino superior para da Silva –AC, Andréa Alab de oliveira – AC. Antonio
25. f população negra e pobre Matias da Costa Filho- ac. João Evangelista Gomes –
26. • Reforma do currículo escolar, que atenda a di- AC; Mozinete Maria do Nascimento –AC. Elza Souza
27. f versidade cultural brasileira. Melo – BA. Sonia Real Pereira – BA. Jorge Carneiro
28. f • Melhorar a qualidade da educação investindo – BA. Valdice Edington- BA. Ivone Alves- BA. José
29. f prioritariamente nos seus profissionais. Lourenço Souza – BA. Gercyjalda Rosa da Silva – BA.
30. f • Reforma política ampla, privilegiando a trans- Noildo Gomes – BA. Ivana Maria Cabral- BA. Zai-
31. f parência na gestão pública, fortalecimento dos neide dos Santos – BA. Jane dos Santos – BA. Mo-
32. f partidos políticos, da democracia participativa, nica Maria Santana- BA. Marilene dos Santos Betros
33. f ampliar a presença de negros e mulheres nas – BA. Bárbara Virginia Virgens - BA. Paulo Bonfim F.
34. três esferas de governo. da Silva – BA. Nivaldino Felix – BA. Hercia Azevedo
35. f • Defender o cumprimento do Decreto Presiden- – BA. Clovis Rios – BA. Cleber Resende – PA. Mairo
36. f cial 4887/03 que estabelece regras para regula- Bentes- pa. Luzia canuto – PA. Divino miltom – PA
37. f rização de terras ocupadas por remanescentes Francisco das Chagas – PA Raquel Guisone – SP. João
38. f de quilombos. Antonio Donizato de Carvalho –SP. Francisca Pereira
39. f – SP. Carmem Luiza Urquiza - SP. Terezinha de Jesus

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 21

 Caderno de Resoluções » Corrente Sindical Classista - CSC/CTB

1. a - SP. Márcio de Oliveira - SP. Jovina Maria da Silva - Wagner ribeiro - MG. João carlos alves arêas - MG.
2. a SP. Alberto Cristiano Soares - AM. Alfredo Farias da Rafael calado Alves Pereira - MG. Maysa Salgado de
3. a Rocha - AM. Ana Alzira Gualberto - AM. Ana Rita Faria - MG. Aparecida Gregorio e da Paixão - MG.
4. a Souza dos Santos - AM. Carlos Alberto de Sousa Mo- Nalbar Alves Rocha -MG. José Carlos Madureira Si-
5. a rais - AM. Cleber de Oliveira Ferreira - AM. Deuze queira – RJ. Regina Celis - RJ. Josenildo Mucio sePE
6. a Maria Caridade Maquine - AM. Djanira Gualberto da - RJ. Edson Braga – RJ. Christini Marcelino – RJ. Sil-
7. a Costa - AM. Eliana Maria Teixeira de Assis - AM. Eny vana Carneiro - RJ. Aria Lourenço ( Zezé ) - RJ. An-
8. a Gadelha Cardoso - AM. Fátima Maria Serrão Leite - tonio Carlos SEPE Itaperuna - RJ. Solange Carvalho
9. a AM. Graziela Maria Pinheiro Sarmento - AM. Helena - RS. Luciana Campos – RS. Ana Paula Santos – RS.
10. a Pinto Marinho - AM. Isis Litaiff de Souza - AM. Je- Teresinha Castoldi - RS. Luis Etevaldo da Silva– RS.
11. zanias Rosa de Souza - AM. João Batista de Castro Arnildo Moscato – RS. Frank de Moraes Hames - RS.
12. a - AM. João Menezes de Lacerda Junior - AM. José de Susana Pereira Cabral – RS. Gerusa Elena Möller –
13. a Araújo Daide - AM. José Roberto de Souza Maciel - RS. Marisa Telexa – RS. Magda Suzana– RS. Dartag-
14. f AM. Karlson Klinger G. Santos - AM. Leia Dorotéia nan d´Agostini – RS. Rafael Zaydtka – RS. Patrícia
15. f de Castro - AM. Madalena Alves de Farias - AM. Ma- Tessaro – RS. Paulete Souto – RS. Marcio Dejalmo
16. f dalena BArbosa albuquerque - AM. Manoel Paixão – RS. Alessandra Bohm – RS. Cleber Custódio Duarte
17. f Freitas da Costa - AM. Marcus Libório de Lima - AM. – RS. Enilson Pool – RS. Luiz Afonso Medeiros – RS.
18. f Margarida A. Pereira - AM. Maria Adiene Martins Ro- Aldeirton Pereira Diniz – RN. Maria do Carmo (Car-
19. f mão - AM. Maria Auxiliadora F. Santos - AM. Maria minha) – RN. Edson Moreno – RN. Manoel Barbosa
20. f Auxiliadora Rodrigues - AM. Maria da Conceição de (Ramos) – RN. Maria Rosa – RN. Severino Barbosa
21. f A. Cerdeira - AM. Maria do PErpétuo s. Silva Rojas (Manu) – RN. Roberto Sérgio – RN. Pedro Filho Fla-
22. f - AM. Maria do Perpétuo Socorro R. Batista - AM. viano – RN. Miriam Estevam – RN.
23. f Maria do Socorro da Silva Muñoz - AM.Maria Euni-
24. f ce Gil de Carvalho - AM. Maria Gorete Barbosa da
25. f Silva - AM. Maria Lindalva Magalhães- AM. Mário
26. Jorge Pereira Amaro - AM. Marlene Maria de Carva-
27. f lho Braga - AM. Mauricélio Correia Campos - AM.
28. f Nazaré de Oliveira Campos - AM. Nazaré do Socorro
29. f do Espirito S. Ruiz - AM. Olinda Maria da Conceição
30. f Miguel filho - AM. Pedrina Manoel dos Santos - AM.
31. f Raimunda de souza gomes - AM. Raimundo de Matos
32. f Vieira - AM. Raimundo Hamililton M. Guimarães -
33. f AM. Raimundo Torres Albuquerque - AM. Raimundo
34. Trindade V. Costa - AM. Sebastião Chagas Padilha da
35. f Silva - AM. Sidney Barata de Aguiar - AM. Sidney
36. f Oliveira Miranda - AM. Fabrício dos Santos Vieira -
37. f AM. Tenner Inauhiny de Abreu - AM. Teresinha de
38. f Jesus S. Costa - AM. Waldecir Silva de Sousa - AM.
39. f Wilcineide França Nery - AM. Sergio Vaz Vieira - MG.

22 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Corrente Proletária na Educação

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 2 :CORRENTE PROLETÁRIA
3. a NA EDUCAÇÃO
4. a
5. a CONJUNTURA INTERNACIONAL dial, como país atrasado, exportador de matéria-prima,
6. a Vivemos a época de decadência do capitalismo e de fonte de riqueza para multinacionais e para o capital
7. a crises econômicas. A última, em 2008, atingiu os EUA financeiro.
8. a e levou consigo uma dezena de outros países, como Não existem dois modelos contrapostos de capita-
9. a Grécia, Espanha, Portugal, exigindo de outros medidas lismo, um conservador (FHC) e um de desenvolvimen-
10. a de contenção de gastos por parte dos governos, como to sustentável (Lula). Existe apenas um capitalismo,
11. França, Inglaterra etc. Isso porque os governos burgue- que mantém a miséria das massas, o desemprego, a
12. a ses atuam nas crises de modo a usar as riquezas nacio- riqueza dos bancos e empresas capitalistas e a falência
13. a nais para “salvar” bancos e empresas. dos serviços públicos. Esse capitalismo é o mesmo de
14. f Predomina o capital financeiro, o que conduz ao FHC a Lula.
15. f parasitismo sobre o conjunto dos países, sobretudo os A contenção das lutas, a estatização dos sindica-
16. f mais atrasados, ao aumento do desemprego e à des- tos e o assistencialismo regado com as migalhas que
17. f truição de direitos sociais. As disputas por mercados caem dos lucros capitalistas são, de fato, heranças do
18. f consumidores e fontes de matérias-primas se acirram. governo Lula. Por sua natureza, tais medidas apenas
19. f As invasões como no Iraque, Afeganistão e as disputas obstaculizam o desenvolvimento da luta de classes no
20. f no Oriente Médio são alimentadas pelas grandes potên- país e colocam num patamar mais elevado as futuras
21. f cias. No capitalismo, a paz mundial é impossível e as crises econômicas.
22. f tendências bélicas tornam-se cada vez mais concretas. A democracia que existe no país é a ditadura de
23. f Os países semicoloniais da América Latina não uma classe sobre a maioria explorada. Não há como re-
24. f têm como se desenvolver, rompendo as travas históri- solver as tarefas históricas do capitalismo atrasado sem
25. f cas de seu atraso. São fornecedores de matéria-prima, romper com essa democracia. A classe operária, apesar
26. mercados consumidores para os países ricos, fonte de de minoritária, é a força motriz para as transformações
27. f especulação para o capital financeiro e de exploração sociais. Por isso, o programa operário deve ser levado
28. f para as multinacionais. Nenhum governo, mesmo os a cada movimento social. Nele, a estratégia é a do go-
29. f considerados “nacionalistas”, consegue alterar essa ló- verno operário e camponês e se assenta na abolição da
30. f gica. Porque são governos burgueses. propriedade privada dos meios de produção, através da
31. f É preciso lutar pela destruição do modo de pro- Revolução dirigida pelo partido operário.
32. f dução capitalista, defendendo a revolução proletária.
33. f Destruir as relações produtivas burguesas e implantar POLÍTICA SINDICAL
34. as forças produtivas coletivizadas é o caminho para A estatização dos sindicatos aprofundou-se com o
35. f construir uma sociedade sem classes. governo Lula. O chamado pacto social funcionou tão
36. f bem que todas as Centrais, mesmo as que eram adver-
37. f CONJUNTURA NACIONAL sárias como Força e CUT, estão sob as asas do governo.
38. f O governo Lula não transformou a base econômica Os dirigentes se corrompem com cargos no Estado e
39. f do Brasil. Nosso país continua, no capitalismo mun- rebaixam as reivindicações para se adequar aos acordos

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 23

 Caderno de Resoluções »
1. a com a patronal. Tal fenômeno atinge a maioria absoluta
2. a dos sindicatos e aparece na APEOESP através da subi-
3. a da da presidenta do sindicato para o Conselho Nacional
4. a de Educação. A burocratização dos sindicatos é a mani-
5. a festação da política burguesa no interior do movimento
6. a de massas.
7. a Combater tal burocratização exige um trabalho sis-
8. a temático de denúncia e de luta nas bases para arrancar
9. a os trabalhadores da influência dos pelegos. Essa tarefa
10. a opõe-se àquela que PSTU e PSOL realizaram ao cin-
11. direm com a CUT. A formação de Centrais pequenas,
12. a sem influência nas grandes massas trabalhadoras, adia
13. a a luta contra a burocracia e contribui para a estatização
14. f das grandes Centrais. É preciso construir frações revo-
15. f lucionárias em todas as Centrais para combater pela
16. f independência de classe.
17. f
18. f POLÍTICA EDUCACIONAL
19. f A crise econômico-social determina os rumos da
20. f educação brasileira. Em vez de ser elemento de desen-
21. f volvimento, o ensino reflete a mutilação e o embruteci-
22. f mento a que estão submetidos os trabalhadores e suas
23. f famílias. Por isso, é um ensino decadente e não pode
24. f ser reformado através do Estado, isto é, por meio de
25. f políticas públicas.
26. A tese da “reforma” da Educação é dos petistas que
27. f controlam o sindicato e tiveram oito anos para “trans-
28. f formar” a Educação em nível nacional. O resultado foi
29. f pífio: o analfabetismo mantém-se na casa dos 15 mi-
30. f lhões; SAEB, PROVA Brasil e outras avaliações exter-
31. f nas comprovam que, na escola, não se aprende nada;
32. f o FUNDEB preserva o FUNDEF diminuindo propor-
33. f cionalmente o repasse para os municípios (já que am-
34. pliou a abrangência de EF para toda EB); o Ensino Su-
35. f perior cresce com recursos minguados, reproduzindo
36. f a mesma expansão ocorrida nas décadas de 60 e 70,
37. f que destruiu a Educação Básica; a EaD se multiplica
38. f com recursos federais e com uma legislação privatista;
39. f os salários dos professores continuam miseráveis e as
24 31o Congresso Nacional
Corrente Proletária na Educação
avaliações de desempenho e de mérito são aplicadas de
norte a sul do país culpabilizando os professores pelo
fracasso da Educação.
Sobre o PNE:
1. Constatou-se que o PNE (2001-2010) foi apenas
uma formalidade exigida pela LDB. FHC e Lula des-
prezaram as metas do Plano. O MEC admitiu que ape-
nas 30% foi cumprido, evidenciando que o documento
era uma farsa que não alterava a política educacional.
O governo Lula colocou de lado o PNE ao decretar o
PDE (2007), cujo conteúdo não tocava no aumento de
verbas nem na universalização do ensino, apresentando
a mesma essência do PNE de FHC.
2. Com a exigência de um novo Plano, o MEC cha-
mou a “sociedade” para elaborá-lo no CONAE. Os bu-
rocratas apresentaram as suas propostas. Entre as me-
didas, algumas eram “requentadas” do passado, como
aumento de 10% do PIB, “qualidade” na Educação Bá-
sica e aumento de vagas no Ensino Superior. A novida-
de foi a proposta de Sistema Nacional Articulado que
teria o poder de “melhorar” a Educação.
3. Outra farsa foi montada. Por isso, o projeto do
PNE (2011-2020) deve ser rejeitado por: a) garantir a
existência do ensino privado, através de regulação esta-
tal; b) estabelecer verbas insuficientes (a meta de 10%
do PIB até 2014); c) reafirmar a lei do Piso do Ma-
gistério que é manutenção do arrocho salarial; d) esta-
belecer maior centralização das políticas educacionais
através da proposta de Sistema Nacional; e) manter o
FUNDEB, com a lógica do Custo-Aluno; f) legitimar
as avaliações externas que atuam repressivamente so-
bre o trabalho docente.
Uma política não-reformista, portanto, revolucio-
nária para a educação implica defender os que traba-
lham e estudam nas escolas. Lutar por um salário míni-
mo vital, que atenda às necessidades dos trabalhadores
de educação; lutar pelo fim da precarização do traba-
lho, através de garantia de aulas para todos (jornada
móvel de aulas); garantir que os estudantes possam es-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a tudar e trabalhar, sem se evadir, através da bandeira de
2. a 4 horas na produção e 4 horas na escola; defender que
3. a a escola esteja vinculada à produção social para que
4. a possa desenvolver todas as capacidades dos alunos e
5. a dos trabalhadores.
6. a Por fim, a luta pelas bandeiras democráticas da
7. a Educação só pode ser consequente se se liga à luta pela
8. a transformação social. Uma nova escola só pode ser fruto
9. a de uma nova sociedade, saída da revolução socialista.
10. a
11. BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
12. a Um dos grandes obstáculos da CNTE é ter uma
13. a direção vinculada organicamente ao governo do PT.
14. f Membros de sindicatos filiados à CNTE compõem o
15. f Conselho Nacional de Educação, organismo que ela-
16. f bora as diretrizes da educação de acordo com a estra-
17. f tégia do governo e dos organismos financeiros interna-
18. f cionais. O sindicalismo orgânico e estatizado está em
19. f contradição com as necessidades do ensino e dos traba-
20. f lhadores da educação. Assim, o congresso deve votar
21. f a independência política e organizativa da CNTE em
22. f relação ao Estado e ao governo do PT.
23. f A CNTE não foi capaz de ser um organismo cen-
24. f tralizador das lutas nacionais dos trabalhadores da edu-
25. f cação. Trata as greves nos estados e municípios como
26. casos isolados e de responsabilidade unicamente dos
27. f sindicatos locais. Inviabiliza, assim, a força coletiva
28. f dos educadores para enfrentar de conjunto a política
29. f governamental, que é a mesma por todo o País.
30. f Uma Confederação que não arma a resistência dos
31. f explorados só pode servir de aparelho para os burocratas e
32. f correia de transmissão da reforma privatista da educação.
33. f Não por acaso, apoia a miséria do Piso Salarial Nacio-
34. nal, o P NE, o ensino a distância e toda legislação antitra-
35. f balhadora do governo PT/PMDB. Sequer faz campanha
36. f contra a lei anti-greve e as multas contra os sindicatos.
37. f O congresso deve rechaçar a política traidora da
38. f burocracia da CNTE e aprovar uma CNTE para enfren-
39. f tar de conjunto as medidas destruidoras da educação
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores
Corrente Proletária na Educação
gratuita, entre elas as que impõem as avaliações insti-
tucionais.
PLANO DE LUTAS
1. A total independência frente ao governo e sua políti-
ca de colaboração com os capitalistas. Colocar os
sindicatos a serviço da luta de classes;
2. As reivindicações que unificam os trabalhadores:
a) O emprego a todos, por meio da implantação da es-
cala móvel das horas de trabalho. Que não haja ne-
nhum trabalhador sem seu posto de trabalho. Que
não haja nenhum jovem desempregado;
b) O salário mínimo vital. Nenhum trabalhador ou
aposentado recebendo o salário mínimo de fome
do governo. O salário mínimo vital é o necessário
para manter uma família de 4 pessoas, em nossos
cálculos deve ser R$3.500,00. Reposição das per-
das salariais;
c) Fim da farsa dos concursos públicos, que só trazem
demissão. Estabilidade a todos os contratados, in-
dependente do tempo de serviço.
d) Um único sistema de saúde estatal, sob o controle
dos trabalhadores. Expropriação da rede privada de
convênios e hospitais e sua estatização;
e) Um único sistema de educação, público, laico e esta-
tal. Estatização de todo o sistema privado. Fim das
reformas privatistas da educação. Abaixo o ensino
a distância. Implantação da escola única, pública,
laica, em todos os níveis, vinculada à produção so-
cial;
f) Um único sistema estatal de previdência. Aposenta-
doria a todos. Fim da reforma privatista da previ-
dência. Estatização do sistema privado de previ-
dência, sob o controle dos trabalhadores;
g) Terra aos camponeses sem-terra, por meio da revo-
lução agrária.
h) Combate à lei anti-greve e defesa do direito irrestrito
de manifestações e greves. Nada de pagar multas
aos governos e Justiça burguesas.
em Educação 25
 Caderno de Resoluções » Corrente Proletária na Educação

1. a 3. O método da ação direta (greves, ocupações, blo- ção subumana, porque o país se estruturou como uma
2. a queios, manifestações de rua etc), como a única via economia atrasada, que combinaria alta desigualdade
3. a para arrancar as reivindicações e enfrentar a bur- social, através da miséria, desemprego, baixos salários
4. a guesia e seus representantes no poder do Estado. etc. Nenhuma política afirmativa pode “reparar” a con-
5. a dição de mais de metade da população brasileira. Por
6. a ESTATUTO isso, tal política conclui mantendo a maioria na miséria.
7. a Mudanças estatutárias Em relação às mulheres, a opressão finca raiz na
8. a Sobre a periodicidade divisão social do trabalho, que as jogou nas condições
9. a . O congresso da CNTE deverá se reunir no período mais precárias e as submeteu ao jugo do homem. Mas,
10. a de 2 em 2 anos se a origem é o trabalho, a forma de luta contra a opres-
11. Sobre o mandato são não pode separar homens de mulheres, pois am-
12. a O mandato dos membros da diretoria executiva, bos sofrem a exploração do trabalho. As reivindicações
13. a consequentemente, deverá ser de 2 anos específicas como o direito ao aborto, à maternidade, à
14. f Sobre a eleição de delegados para o Congresso proteção contra todos os tipos de violência etc., devem
15. f Cada entidade filiada deverá convocar ampla as- ser combinadas com luta contra a exploração do traba-
16. f sembleia para a eleição de delegados, defesa de teses lho.
17. f e a eleição de delegados deverá ser proporcional aos Por sua vez, a luta contra a discriminação aos ho-
18. f votos obtidos na defesa da tese. mossexuais deve também estar vinculada à luta contra
19. f Sobre os princípios a sociedade de classe, uma vez que são os laços com a
20. f . Defesa da democracia sindical em todas as instân- herança e com a propriedade privada que tornam a ex-
21. f cias da CNTE; pressão sexual um problema moral, condicionado por
22. f . Defesa dos métodos próprios dos trabalhadores leis e normais rígidas da sociedade. As reivindicações
23. f (ação direta – greves, ocupações, manifestações etc); atuais não podem se limitar à defesa de maior espaço
24. f . Unidade dos movimentos nacionais para enfren- ou visibilidade, porque esse, na sociedade capitalista, é
25. f tar os governos; o espaço do mercado e, portanto, reproduz a opressão
26. . Defesa da proporcionalidade direta para a compo- sem extingui-la. Apenas na sociedade sem classes, em
27. f sição da direção da CNTE, sem nenhum corte; que a propriedade privada deixou de existir, a livre ex-
28. f . Defesa da independência política e organizativa pressão sexual será uma questão de cunho pessoal.
29. f do Estado, dos partidos burgueses e do governo. A luta pelas reivindicações de igualdade de direi-
30. f tos se choca com a sociedade de classe. O fim de toda
31. f POLÍTICAS PERMANENTES opressão depende da luta pelo fim das classes, o que só
32. f A política burguesa toma os fatos da opressão pode ser alcançado por meio da revolução proletária.
33. f como casos isolados ou de natureza comportamental.
34. Tal postura alimenta a fragmentação dos movimentos
35. f sociais e impulsiona o corporativismo que opõe opri-
36. f midos entre si.
37. f A opressão aos negros é herança que carregamos
38. f do passado colonial. A burguesia nacional não pode
39. f realizar a tarefa histórica de livrar o negro da condi-

26 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Corrente Proletária na Educação

1. a ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:

2. a Ana Raquel Cerchiari de Oliveira, Antônio Pedro
3. a da Silva, Aparecida Edneia Ferreira, Rivail da Silva,
4. a Ires Maria Magalhães, Antônio Bastos de Oliveira,
5. a Dirce F. Borges, Maria Helena Gigliotti, Dulce do Nas-
6. a cimento da Silva, José de Jesus Rodrigues, Josimar Li-
7. a bel, Wilson Ap. Magalhães, Silvana de C.M. Baliviera,
8. a Elza Prado, Luciana Salvatori, Vera Lucia de Carvalho,
9. a Marcelo R da Silva, Catia Regina Henrique, Rosema-
10. a rie R. M. Barros, Ivana A. Perassi, Aline Candido de
11. Oliveira, Paulo Roberto Varela, Talma Peres Meirelles,
12. a Helena Teixeira Marchiori, João Carlos Martins, Julio
13. a César Voltani, Adilson de Oliveira Lopes, Maria Teresa
14. f Rodrigues Pinto, Áurea Lúcia Alves Alfredo, Claudia
15. f Cristina Henrique, Helena Pereira Silva, Rosangela Al-
16. f ves, Vanderlei Mendes Souza, Wilson Aranda da Silva,
17. f Wanessa C. Fernandes de Souza, Edneia C. Arruda,
18. f Maria Selma Gomes Trindade, Deosdete Lisboa Car-
19. f doso, Maria Violeta Coelho, Rosimeire G. Nascimento,
20. f Andréia Paula Rocha, Tatiana Rodrigues de Oliveira,
21. f Douglas Ferreira de Paula, Carlos Bruno Pereira An-
22. f drade, Everton Santana Zuin, Isabella Pereira Raffaini,
23. f Perla Camila de Melo Martins, Patricia Artuza, Silvia
24. f Vilalva, Kleber Olimpio, Christiana Brunieri Fonseca,
25. f Ana Gabriela Anselmi, Daniela dos Santos, Daniel-
26. le Bernadeli Rodrigues, Alessandra Mendes da Silva,
27. f Neiva Cristina do Carmo, Arlindo Alves Carneiro, Ele-
28. f nice Borsatti, Jose Ad da Silva, Mauricio O Queiroz,
29. f Ruth E Queiroz, Monica S Rodrigues, Ailton Ribeiro,
30. f Maria C F Souto, Eligmar Ap Santana, Carlos Napoli-
31. f tano, Mercia F Santos, Isabel C Roberto, Maria Delfina
32. f Silvestre, Marcia Aleixo, Rosana R C Azenha, Patri-
33. f cia F Silva, Rosangela A I Silva, Ivonete de Almeida,
34. Marilia P de Souza, Danilo G Guedes, Agnaldo L R,
35. f Hallan R Cordeiro, Liliane Krauss, Marcia R Monteiro,
36. f Sonia G Lima, Lucineia C machado, Aparecida R Car-
37. f doso, Irene J Fernandes, Iracelia A Custodio, Euzira R
38. f Oliveira, Agnaldo Ferreira, Rita F. S. Rodrigues, Maria
39. f de Lourdes C. Gamedo.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 27

 Caderno de Resoluções »

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 3
3. a
Juiz de Fora (SINDUTE): Gilberto Oliveira Paulino; Alagoas (SINTEAL): Emmanuel Welling-
4. a
ton Miranda, Maria do Carmo Miranda Sobrinho, Carlos Cristiano Barboza Frederico; Paraná
5. a
(APP): Adauto da Silva, Alfeo Luiz Cappellari - (cafu), Marcelo dos Santos Junior, Rafaella Nolli,
6. a
Johny Marcelo Araújo dos Santos, David Brito da Silva, Oberdan Leonel; São Paulo (SINPEEM):
7. a
Nelson Luiz Gimenes Galvão, Rogério Tadeu Gonçalves Marinelli, Alani Stefania Widniczek, Fran-
8. a
cisco Donizete da Silva, Juliano Godoi, Maria de Fátima Costa; (APEOESP): José Reinaldo de
9. a
Matos Lima, Heitor Cláudio Leite e Silva, Marina Ines do Nascimento, Francisco Gomes de Lima,
10. a
Maria da Conceição Carvalho Pessoa, Maria de Fátima Santos Ferreira, Helaine C. Ferreira, He-
11.
lione S. Piccolo, Maria Eni do Carmo, Ednéia Cristina Scapin, Maria Lenir dos Santos Rodrigues;
12. a
Pernambuco (SIMPERE): Jacqueline Dornelas, Bianca Lima; Ceará (SINDIUTE): Ana Cristina
13. a
Fonsêca, Guilherme da Silva, Gardênia Pereira Baima, Maria do Livramento Rios Osterno, Cecília
14. f
Gonçalves Vieira, Cleide Maria Martins de Oliveira, Rômulo Jerri Carlos de Andrade, Damião No-
15. f
gueira Maia, Francisca Edilma Monteiro Pinto, Maria José (Zezé) Morais, Maria Valdecir Abreu,
16. f
Ana Célia Caracas, Cátia Benevenute de Moraes; Brasília (SINPRO-DF): Magnete Barbosa Gui-
17. f
marães, Ênio Cavalcante de Holanda, João Bosco Monteiro Lobato Reuber; Rio Grande do Sul
18. f
(CPERS): Cleber Luis Alvares da Silva - funcionário de escola - Portão/RS, Luiz Henrique Becker
19. f
- professor - Portão/RS, Neusa Terezinha Mueller – funcionária de escola – Núcleo 8 – Estrela/RS,
20. f
Denise Goulart - 38º - Porto Alegre/RS, Maria Terezinha M. Peixoto - 38º - Porto Alegre/RS.
21. f
22. f
23. f
24. f CONJUNTURA INTERNACIONAL roso, os EUA, cabendo aos demais países representar
25. f A situação mundial segue marcada pela crise eco- seu papel de coadjuvantes no cenário das suas reuniões.
26. nômica, iniciada em 2008 nos EUA, centro do siste- A marca do capitalismo mundial é a do desempre-
27. f ma capitalista internacional, e hoje atinge os países da go, flexibilização e liquidação de direitos sociais e tra-
28. f União Européia. A crise está longe de ser passageira, balhistas, políticas de “ajuste” para salvar os bancos e
29. f pois foi criada pelo próprio funcionamento do sistema grandes empresas privadas em detrimento dos interes-
30. f imperialista (com o lugar central que assume o capital ses das populações exploradas e oprimidas do mundo.
31. f financeiro e especulativo). O aumento da exploração da força de trabalho,
32. f As instituições a serviço das grandes multinacio- apresentado como “saída” para a crise mundial, acom-
33. f nais e bancos, como o FMI e o Banco Mundial, recei- panha uma política de guerras manejadas pelas grandes
34. tam “mais do mesmo” que gerou a atual crise: ataques potências, em particular os EUA. O governo Obama
35. f a direitos sociais, aumento da idade para aposentadoria, continua a política de agressão às nações e povos que
36. f pensões e cortes dos serviços públicos, a começar pela foi a do seu antecessor Bush.
37. f Educação e a Saúde. No Oriente Médio, o Estado de Israel (racista e
38. f O G20 em nada altera a situação, pois o poder de opressor), apoiado pelos EUA, continua a guerra con-
39. f decisão continua nas mãos do imperialismo mais pode- tra o direito do povo palestino de viver e retornar para a

28 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções »

1. a própria terra de seus antepassados. Na América instala
2. a bases militares, como na Colômbia, e ameaça a sobera-
3. a nia dos povos em decidir seu próprio destino.
4. a Os trabalhadores e suas organizações sindicais re-
5. a sistem e defendem as posições conquistadas pela luta
6. a da classe trabalhadora. É o que vemos na Grécia, Fran-
7. a ça, Espanha, Portugal, com greves gerais e mobiliza-
8. a ções dos trabalhadores que se recusam a pagar o preço
9. a da crise com a perda de seus direitos.
10. a Qual o papel de uma organização sindical neste
11. cenário? Certamente não é o de carregar o peso da fa-
12. a lência do sistema para os grupos de capitalistas e espe-
13. a culadores que criaram a atual crise que empurra o mun-
14. f do ao desastre. O sindicato, a confederação nacional
15. f (como a CNTE) ou a central sindical (como a CUT),
16. f devem defender com unhas e dentes o que foi conquis-
17. f tado e recusar, portanto, a política de ajuste proposta
18. f pelo FMI, mantendo sua independência diante dessas
19. f instituições e governos,
20. f Nossa Confederação - a CNTE, deve também abra-
21. f çar a luta de povos irmãos, como o povo do Haiti que,
22. f sofrendo a ocupação militar por parte de tropas da Mi-
23. f nustah - ONU comandadas pelo Brasil, além de ter so-
24. f frido com o terremoto do início de 2010, os ciclones do
25. f fim do ano e agora a cólera, tem suas mobilizações re-
26. primidas pelas tropas, que são a garantia do odiado atu-
27. f al governo corrupto e vendido, que preparou a fraude
28. f eleitoral em meios aos escombros de um país destruído.
29. f O Haiti precisa de médicos, enfermeiros, engenhei-
30. f ros, ajuda técnica e material, não de soldados e tropas
31. f de ocupação; retirada das tropas da ONU do Haiti, que
32. f os soldados brasileiros voltem para casa!
33. f
34. CONJUNTURA NACIONAL
35. f Nosso congresso se realiza após a posse de Dilma
36. f Roussef como presidente da República em 1º de janeiro
37. f de 2011.
38. f A eleição da candidata do PT, na qual milhares de
39. f sindicalistas e trabalhadores se empenharam (inclusive
das entidades filiadas e da própria CNTE), revelou a
vontade do povo brasileiro de impedir a volta dos pri-
vatistas do PSDB e DEM ao poder e, ao mesmo tempo,
a vontade de que as reivindicações inadiáveis de terra,
salário, serviços públicos de qualidade, Saúde e Educa-
ção gratuitas, sejam atendidas.
A constituição de um governo de ampla coalizão,
com um papel reforçado do PMDB (partido que con-
grega setores dos mais corruptos e oportunistas da clas-
se dominante brasileira) e outros “aliados” de ocasião,
por si só, coloca problemas que o movimento sindical e
o movimento dos trabalhadores em Educação em parti-
cular terão que enfrentar.
A condição para a atuação de nossas entidades é,
mais do que nunca, a independência e autonomia sin-
dicais para fazer valer as reivindicações pendentes dos
trabalhadores. Está aí o Piso Nacional Salarial do ma-
gistério, que foi aprovado mas que não é aplicado não
só pelos governos estaduais que o questionam na justi-
ça mas por praticamente a totalidade de governadores
(da situação e da oposição) que não aplicam a lei do
Piso sobre o salário base, mas a fraudam empilhando
“penduricalhos” (gratificações, por exemplo) que fa-
çam o salário chegar ao piso.
A CNTE tem a responsabilidade de cobrar dos
prefeitos, governadores e da presidente a aplicação
correta da Lei do Piso, e para tanto a mobilização
nacional de nossa categoria deve ser organizada para
preparar uma grande marcha a Brasília dos trabalha-
dores em Educação.
A CNTE deve combater para que os governos não
falsifiquem a aplicação do Piso para destruir os Planos
de Carreira (PE), ou usem o discurso da aplicação “pro-
porcional” transformando o Piso em Teto salarial (PR)!
Piso não é Teto: é emprego, salário e carreira!
O pagamento do Piso desde o padrão de venci-
mento inicial da carreira, a partir da menor jornada de
trabalho abre a luta para estender a lei a todos os tra-
balhadores da educação. A aplicação de 1/3 da jorna-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 29

 Caderno de Resoluções »
1. a da para trabalho fora de sala promoverá concursos e
2. a a contratação de milhares de professores, medida que
3. a tanto ajuda a luta contra o desemprego, quanto melhora
4. a a qualidade da educação.
5. a A defesa da aplicação da Lei do Piso – que inclui
6. a a exigência aos governadores que entraram na Justiça
7. a a retirar suas ações – é uma expressão da resposta que
8. a devem dar os trabalhadores e suas organizações aos
9. a efeitos da crise mundial capitalista sobre o nosso país.
10. a Assim, os derrotados nas urnas, através da grande
11. imprensa que controlam, tentam pautar o governo na
12. a aplicação dos planos de ajuste ditados pelo FMI: corte
13. a de gastos públicos é o lema agitado. Isso significa su-
14. f cateamento do setor público, contenção de salários dos
15. f servidores, falta de investimentos do Estado na infra-
16. f -estrutura e na defesa da nação das conseqüências da
17. f crise.
18. f Uma política de defesa da nação, que devemos
19. f defender na CNTE, no conjunto das entidades e na
20. f CUT, significa exigir a realização da Reforma Agrária
21. f (paralisada pelos interesses ruralistas que se abrigam
22. f não só na oposição mas inclusive na “base aliada” do
23. f governo); que a riqueza do Pré-sal seja utilizada para
24. f melhorar as condições de vida de nosso povo, com uma
25. f Petrobras 100% estatal; que a política de valorização
26. do Salário Mínimo avance mais rapidamente, que os
27. f investimentos necessários sejam feitos na Educação e
28. f Saúde públicas de nosso povo.
29. f Posições que a CNTE já tomou no passado recente
30. f – como o fim da política de superávit primário (recur-
31. f sos “economizados” pelo governo federal para pagar as
32. f dívidas aos banqueiros e especuladores), a revogação
33. f da Lei de Responsabilidade Fiscal (que privilegia o pa-
34. gamento das dívidas e bloqueio a valorização salarial
35. f dos servidores) – mantém toda a sua atualidade.
36. f Nosso congresso deve posicionar-se contra qual-
37. f quer “reforma” da Previdência que ataque direitos ad-
38. f quiridos pelos trabalhadores e exigir o Fim do Fator
39. f Previdenciário que amputa as aposentadorias.
30 31o Congresso Nacional
Do novo governo eleito, devemos exigir também a
revogação da lei 6094/07, que em seu artigo 2º, capí-
tulo 1, inciso XIII trata de “implantar plano de carreira,
cargos e salários para os profissionais da educação, pri-
vilegiando o mérito, a formação e a avaliação do de-
sempenho”. É esta lei federal que possibilita ataques
de governos estaduais aos salários dos profissionais em
educação, submetidos a “provinhas” e “provões” para
que uma ínfima minoria seja “premiada” pelo seu méri-
to, enquanto não existem planos de progressão funcio-
nal e de cargos e salários.
Mantendo sua filiação à CUT, a CNTE deve apoiar
a luta pela redução da jornada de trabalho para 40 ho-
ras semanais sem redução de salários, e, conjuntamente
com outras entidades de trabalhadores do setor público,
batalhar pelo respeito ao direito de greve e pela apli-
cação da Convenção 151 da OIT, que garante nego-
ciações entre sindicatos de servidores e seus emprega-
dores (as 3 esferas de governo: municipal, estadual e
federal). A discussão de uma data base nacional para os
trabalhadores em Educação representados pela CNTE,
também é questão importante, pois a inexistência da
mesma leva a mesas de negociações, quando existem,
intermináveis.
A melhor contribuição que a CNTE e suas filiadas po-
dem dar para a construção de um Brasil justo e soberano
é a defesa intransigente das reivindicações dos trabalha-
dores e demais setores explorados e oprimidos da nação.
POLÍTICA SINDICAL
Defendemos que a CNTE continue filiada e forta-
leça a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A CUT,
fundada em 1983 a partir de uma onda de greves que
chocou-se com a ditadura militar e a estrutura sindical
oficial pelega no Brasil, segue sendo a principal orga-
nização geral dos trabalhadores brasileiros, dos setores
público e privado, do campo e da cidade.
Entretanto, no último período (grosso modo os dois
mandatos sucessivos de Lula na presidência da Repú-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a blica), para além das entidades que defendem a estru-
2. a tura oficial pelega (imposto sindical e unicidade), que
3. a continuaram a existir (Força Sindical, Nova Central,
4. a UGT, CGTB), setores que estavam na CUT romperam
5. a com ela em favor de outras organizações. Primeiro foi
6. a a Conlutas, depois a Intersincal, que confundindo o pa-
7. a pel do sindicato com o de partido político, optaram por
8. a serem “oposição ao governo Lula” e racharam com a
9. a CUT acusando-a de “chapa branca” (as maiores gre-
10. a ves e mobilizações ocorridas no período de governo
11. de Lula foram, entretanto, lideradas pela CUT e suas
12. a entidades filiadas, como a própria CNTE). Neste ano
13. a de 2010 o projeto de unificação da Conlutas com a In-
14. f tersindical acabou fracassando, após um congresso que
15. f se perdeu na discussão do nome que deveria ter a nova
16. f organização.
17. f Já a Corrente Sindical Classista, que havia ingres-
18. f sado na CUT em 1991, diante do processo de legaliza-
19. f ção das centrais sindicais (que veio, lamentavelmente,
20. f acompanhado de uma distribuição proporcional de re-
21. f cursos oriundos do famigerado Imposto Sindical para
22. f as centrais reconhecidas), decidiu romper com a CUT e
23. f formar a CTB em 2007.
24. f Objetivamente esses rachas jogaram na divisão das
25. f organizações construídas pelos trabalhadores, a pró-
26. pria CUT em primeiro lugar, em nome de organizações
27. f “de combativos” ou “revolucionários”, ou, no caso da
28. f CTB, correia de transmissão de um único ponto de vis-
29. f ta (no caso o da CSC, ligada ao PCdoB).
30. f Nenhuma das correntes que rompeu com a CUT
31. f foi expulsa da central ou obrigada a sair. Ao contrá-
32. f rio, as portas da CUT continuam abertas para todos que
33. f nela queiram entrar, pois seus estatutos se definem por
34. regras democráticas e proporcionais de representação.
35. f A defesa da CNTE como entidade cutista coloca de
36. f imediato a questão de que chapa construir para disputar
37. f a direção da confederação. Na nossa opinião, uma chapa
38. f expressamente CUTista deve defender a manutenção da
39. f filiação da CNTE à CUT, embandeirando-se da indepen-
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores
dência de classe, sobre a base e das reivindicações dos
trabalhadores de Ensino que o congresso definirá.
POLÍTICA EDUCACIONAL
O tema de nosso 31º congresso é “O PNE na visão
dos trabalhadores em Educação”. Sim, uma entidade
sindical como a CNTE tem não só o direito como a
obrigação de discutir e apresentar a sua visão de como
deve ser organizada a Educação no país, portanto a sua
visão do que deve ser um Plano Nacional de Educação.
Entretanto isso vem sendo confundido com a parti-
cipação da CNTE e entidades filiadas num sem número
de fóruns em que a organização sindical é dissolvida no
meio de ONGs, instituições privadas de Ensino (os tu-
barões da Educação), autoridades governamentais, etc.
Neste sentido é necessário que tenhamos uma vi-
são crítica da 1ª Conferências Nacional de Educação
(CONAE) – que reuniu exatamente os “atores” men-
cionados acima –, que acaba aparecendo como uma fi-
nalidade em si, ou pior, como exemplo de “democracia
participativa”.
Assim a “sociedade” (onde cabem todos, explora-
dos e exploradores, trabalhadores e patrões, ONGs etc)
é convidada a opinar sobre um projeto emanado do Mi-
nistério da Educação, e as propostas que tiverem “con-
senso” ou maioria deveriam ser consideradas no Plano.
Ora, seria muito mais eficiente e positivo que, uma
vez definidas nos congressos e instâncias sindicais as
prioridades que a CNTE considera necessário traduzir
em reivindicações, que estas fossem dirigidas diretamen-
te aos governos (estadual, municipal e federal) a partir
de uma mobilização de nossas bases em sua defesa.
Qual consenso é possível, por exemplo, com os
donos de escolas privadas sobre a defesa da Educação
Pública e gratuita para todos? Ficarmos prisioneiros de
fóruns institucionais que “opinam” e adotam “diretri-
zes” que o governo pode pegar ou largar, equivale a
neutralizar uma ação sindical mais incisiva em defesa
do que os trabalhadores julgam necessário.
em Educação 31
 Caderno de Resoluções »

1. a A CONAE definiu 7% do PIB para a educação, ensino. Todos sabem o que é necessário para resolver
2. a já a proposta da CNTE é de 10% do PIB (para depois os problemas da educação – inclusive os governos -, a
3. a estabilizar-se em 7%). Mas tais percentuais estão sub- raiz é a falta de investimento público na Educação. É
4. a metidos às oscilações na economia, ainda mais numa inconcebível que os professores sejam avaliados pelo
5. a situação de crise mundial que atravessamos (lembre- resultado dos estudantes nas avaliações externas. É
6. a mos que a variação do PIB em 2009 foi negativa, o que inadmissível que professores estejam condicionados a
7. a diminuiria os recursos voltados para a Educação). É resultados de provas para obter algum aumento sala-
8. a hora de discutirmos a vinculação do financiamento da rial, como nos estados de Bahia e São Paulo.
9. a Educação ao atendimento do Custo Aluno Qualidade/
10. a inicial definido pela CNTE para que a educação seja de
11. fato, considerada como investimento e não como gas-
12. a tos sem retorno. E essa reivindicação não deveria pas-
13. a sar pelo filtro de conferências institucionais, mas sim
14. f ser dirigida diretamente ao governo.
15. f A CONAE insiste na “ampliação da participação
16. f da sociedade civil” na “definição e realização das po-
17. f líticas educacionais, de modo a estabelecer o pleno
18. f funcionamento dos conselhos e órgãos colegiados de
19. f deliberação coletiva da área educacional”. Ora, a cha-
20. f mada “sociedade civil”, como já dissemos, é uma abs-
21. f tração, a sociedade real é dividida em classes sociais
22. f com interesses antagônicos, inclusive, é claro, quando
23. f se discute o tema Educação.
24. f Tomemos o exemplo de bancos (Itaú e Unibanco)
25. f que criam ONGs para intervir nas conferências e de-
26. fender seu ponto de vista para a Educação, interferindo
27. f em assuntos pedagógicos inclusive. Tomemos o exem-
28. f plo das Organizações Sociais, instituições religiosas e
29. f Parcerias Público-Privadas no Município de São Paulo
30. f – que mesmo à revelia da posição vitoriosa dos traba-
31. f lhadores na Conferência Municipal contra a privatiza-
32. f ção - têm a garantia do Governo Kassab (DEM/PSDB)
33. f de que continuarão expandindo os convênios privados
34. que já abarcam mais de 50% das creches.
35. f Também devemos tomar posição em nosso con-
36. f gresso sobre as Avaliações institucionais (as “provas”).
37. f Devemos afirmar uma posição contrária a avaliações
38. f externas, as quais buscam jogar no trabalhador em
39. f Educação a culpa pelas mazelas do sistema público de

32 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Unidos pra Lutar e TLS

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 4: unidos pra lutar E tls
3. a
4. a CONJUNTURA INTERNACIONAL cavam uma vitória espetacular do PT sobre o PSDB:

5. a A crise do capital e a resistência dos(as) vitória no primeiro turno para presidente, maioria es-

6. a trabalhadores(as) magadora no senado e na câmara e vitória na disputa

7. a Grosso modo podemos dizer: há dois grandes pe- pelos governos dos estados. Dessas somente a maioria

8. a ríodos do desenvolvimento histórico do capitalismo, a no parlamento foi conquistada.

9. a expansão e a retração, ambas significam a grande ex- A vitória de Dilma no segundo turno expressou a

10. a ploração do trabalho humano e do trabalhador que o força do governo Lula, através de sua popularidade. A

11. exerce. população votou pela continuidade, pois entende que

12. a Infelizmente, com a crise, assistimos movimentos, há elementos de melhoria nas condições de vida. É fato

13. a alimentados pelo capitalismo, que se apresentam entre também que a candidata demonstrou a altura da tarefa

14. f os trabalhadores. Foi assim na Inglaterra que, aos ver colocada, ou seja, não era um poste como alguns diziam.

15. f os primeiros trabalhadores perdendo seus empregos, Cabe registrar que a tônica da campanha no segun-

16. f presenciou manifestações de cunho xenófobo, com a do turno foi marcada por um retrocesso político, uma

17. f reivindicação “emprego na Inglaterra para ingleses”. E onda conservadora que deslocou o debate político para

18. f mesmo nos EUA onde a nova legislação sobre a imi- a questão moral e religiosa. O PSDB valendo-se de

19. f gração tem levado muitas pessoas a serem presas. todas as armas para tentar reverter o quadro eleitoral

20. f Ao mesmo tempo é animador para a nossa luta ver pautou o debate e o PT por sua vez deixou-se levar para

21. f a resistência do povo iraquiano e afegão contra a ocu- esse campo que mais confunde o povo do que escla-

22. f pação de seus territórios. Da mesma forma que vemos rece. A imprensa que havia apostado num plebiscito e

23. f com muita esperança a ação dos trabalhadores de vá- operado para isso, ao constatar a possibilidade real de

24. f rios países da Europa, que têm resistido bravamente às estabelecimento de hegemonia governista no Congres-

25. f medidas de ataques aos direitos trabalhistas. Na Grécia, so, na maioria dos Estados e a manutenção da Presi-

26. o pacote governamental inclui demissões, redução e dência da República, forjou uma espécie de terceira via

27. f congelamentos dos salários, além da reforma da previ- com a candidatura de Marina Silva, numa tentativa de

28. f dência, ampliando a idade mínima para aposentadoria. forçar o segundo turno. Sabe-se que essa candidatura,

29. f Assistimos também a greve geral dos trabalhadores de não respondia sequer pelo debate do meio ambiente.

30. f Portugal contra as medidas de redução de aposentadoria, Da nossa parte, não nutrimos nenhuma esperança

31. f salário mínimo e dos salários dos servidores públicos. nesse governo. Acreditamos que de fato vai ser um go-

32. f Esses trabalhadores estão mostrando que o cami- verno de continuidade: política assistencialista pra uns

33. f nho é a luta! e garantia de altos lucro pra outros. A classe trabalha-

34. dora continuará enfrentando desafios, dentre os quais

35. f CONJUNTURA NACIONAL as reformas da previdência, trabalhista, política e tri-

36. f Dose maior da mesma receita neoliberal: Dilma butária, pois todas têm como objetivo atacar os poucos

37. f Rousseff direitos que conquistou em décadas de muitas lutas. A

38. f O resultado eleitoral aponta que a disputa entre PT crise que assola a Europa em breve vai chegar aqui. A

39. f e PSDB vai continuar. As análises pré-eleitorais indi- equipe econômica está sendo mantida com poucas al-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 33

 Caderno de Resoluções »
1. a terações nos quadros e absolutamente nada da política
2. a econômica (mais cortes, mais austeridade). aos compromissos com este governo, não irá enfrentá-
3. a Também não haverá mudanças na política externa
4. a do Brasil, Dilma deve seguir no mesmo rumo que esta-
5. a va o Governo Lula.
6. a Do ponto de vista da relação com os movimentos
7. a sociais deve haver diferenciação com o Governo Lula,
8. a uma vez que este conseguia dialogar diretamente com
9. a o movimento, dado sua proximidade histórica, coisa
10. a que Dilma não acumulou. Entendemos que ela não ter
11. a mesma facilidade para manter a política de cooptação
12. a do governo que hora se acaba, por consequência, deve
13. a endurecer aumentando a repressão. A composição que
14. f elegeu Dilma já demonstra fortes indícios de que seu
15. f governo será mais conservador que o Governo Lula.
16. f
17. f POLÍTICA SINDICAL
18. f Contra a burocratização do movimento sindical
19. f A CUT, construída em meio às lutas dos trabalha-
20. f dores, ocupa papel de destaque no governo Lula, atu-
21. f ando como amortecedor das lutas dos trabalhadores.
22. f Diferentemente da CNTE, que sempre fez parte da es-
23. f trutura sindical oficial do país, a CUT, nos anos 80, se
24. f impôs aos governos e patrões através da luta. Tarefa
25. f esta que abriu mão, já no governo FHC, mas que ganha
26. dimensão de governismo na atual gestão.
27. f Diante disto, faz-se necessário uma nova direção
28. f para o movimento de massas em nosso país para fa-
29. f zer um combate às burocracias sindicais, dirigidas pela
30. f CUT e demais centrais pelegas e que, ainda, dirigem a
31. f maioria das entidades da classe.
32. f A fragmentação das entidades dos trabalhadores
33. f só interessa ao capital, todavia, quando estas entidades
34. não mais representam a classe, tornam-se necessárias
35. f novas organizações classistas. É nossa tarefa urgente a
36. f construção de um instrumento unitário, classista e in-
37. f dependente dos patrões e governos.
38. f O governo Dilma deve aprofundar as medidas de
39. f redução de gastos no setor público, o que significa mais
34 31o Congresso Nacional
Unidos pra Lutar e TLS
arrocho e precarização dos serviços. A CUT, devido
-lo. Esta deverá ser uma tarefa dos lutadores que não
estão emaranhados na máquina estatal. A luta vai ser
árdua e carece de unidade.
Devemos evitar toda sorte de cooptação que poderá
surgir para que nos burocratizemos, uma vez que a re-
forma sindical prevê milhões às Centrais Sindicais que
estão em processo de legalização. Com o discurso de
liberdade e autonomia sindical e do fim do vínculo com
o Ministério do Trabalho, a reforma sindical aprofunda
os vínculos das entidades de base com as Centrais e
estas com o governo.
Devemos educar as nossas entidades para que co-
loquem um fim ao imposto sindical, como forma ar-
caica de manutenção do aparato sindical, sobretudo os
de carimbo. Os sindicatos e demais entidades de classe
devem sobreviver da contribuição espontânea de seus
sócios.
A defesa da autonomia e liberdade sindical, passa
pelo fim da unicidade e a proposta de regulação apre-
sentada pelo governo às Centrais Sindicais. Os gover-
nos devem respeitar a forma organizativa construída
pelas entidades dos próprios trabalhadores em seus fó-
runs, sem a interferência do Estado.
Que a CNTE lute pelo PSN vinculado ao DIEESE
por 20 horas.
Independência diante de todos os governos, isto
significa que os dirigentes das entidades dos trabalha-
dores não devem ocupar postos do governo, sob pena
de incompatibilidade.
Defesa inconteste do direito de greve, sem limita-
ções instituídas pelo governo.
Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais
e sindicais e penalização de todos os envolvidos em
tais crimes.
Desfiliação da CNTE da CUT, uma vez que esta já
não mais nos representa.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Unidos pra Lutar e TLS

1. a POLÍTICA EDUCACIONAL al, Banco Santander, Instituto Ethos, entre outros. “

2. a Plano de Desenvolvimento da Educação: um ver-
3. a niz ao PNE de FHC
4. a O PDE é um programa de ações do governo Lula,
5. a que tem como objetivo colocar um verniz programá-
6. a tico sobre o Plano de Educação de FHC, que expira
7. a no ano de 2011, mas que não altera substancialmente
8. a o que esta proposto nesse plano, sobretudo no que se
9. a refere aos recursos para a educação. O PDE, mantém
10. a os elementos nucleares do PNE, dentre estes a políti-
11. ca de fundos, a manutenção da lógica meritocrática em
12. a educação com a premiação por “merito”, as avaliações
13. a externas, fomento à municipalização, dentre outros. Na
14. f realidade, na intenção de parecer diferente de seu ante-
15. f cessor, o governo Lula apresentou o PDE em 2007 pois
16. f era preciso, por conta da agenda eleitoral, lançar uma
17. f proposta que parecesse inovar. As alterações residuais
18. f não mexem no ponto central que possibilitaria a me-
19. f lhoria da educação, qual seja: o aumento dos investi-
20. f mentos para a área, dos irrisórios 4% para, no mínimo,
21. f 10%. Ademais, é preciso lembrar que tal plano contou
22. f com o apoio de inúmeros grupos vinculados ao grande
23. f capital, setores que historicamente tem se apresentado
24. f contrários ao aumento das verbas públicas para a edu-
25. f cação. Vejamos Saviani:
26. “No contexto indicado, o PDE assumiu plena A proposta de Lula/Haddad traz a carga horária
27. f mente, inclusive na denominação, a agenda de com-
28. f promisso Todos pela Educação , movimento lançado
29. f em 6 de setembro de 2006 no Museu do Ipiranga, em
30. f São Paulo,. Apresentando-se como uma iniciativa da
31. f sociedade civil e conclamando a participação de to-
32. f dos os setores sociais, este movimento constitui-se de
33. f fato, como um aglomerado de grupos empresariais
34. como representantes e patrocínios de entidades como
35. f o Grupo Pão de Açúcar, Fundação Itaú-Social, Fun-
36. f dação Bradesco, Instituto Gerdau, Fundação Rober-
37. f to Marinho, Fundação Educar-Dpaschoal, Instituto
38. f Itaú Cultural, Faça parte-Instituto Brasil Voluntário,
39. f Instituto Ayrton Senna, Cia Suzano, Banco ABNRe-
( grifo nosso)
Como confiar num plano que tem o apoio desta
casta privatista da burguesia nacional? Só pelo apoio já
desconfiaríamos. Lendo o Plano, as nossas desconfian-
ças se materializam, pois o governo apresenta o que é
igual ao PNE/FHC com a pompa de inovador. Aquilo
que poderia ser visto como um avanço, o Piso Salarial
Nacional, acaba se apresentando como um atraso, uma
vez que apresenta uma proposta rebaixada, por 40 ho-
ras de trabalho e abandona a defesa histórica do piso
do Dieese por 20 horas-aulas e a jornada, cuja defesa
histórica é a divisão entre 50% do tempo com alunos e
50% extra-classe.
Porque temos de dizer não à Reforma do Ensino
Médio de Lula/ Haddad
Essa nova reforma do Ensino Médio mantém as pos-
sibilidades de flexibilização da educação da LDB, man-
tém como eixo norteador dos currículos escolares para o
Brasil, os PCNs e DCNs, tanto criticado por educadores,
mantém e aprofunda a política de financiamento da edu-
cação, através da chamada “política de fundos”, criando
o FUNDEB que, na prática, significou a adição da pré-
-escola e do ensino médio, aumentando a demanda, to-
davia, sem investimento suficiente para atendê-la.
mínima de 3.000 horas, apresenta 2.400 horas paras
as áreas de conhecimento, da mesma forma que a pro-
posta de SEE de 2.000/Covas, as 600 horas restantes
serão distribuídas em outras atividades, o que poderá
significar a porta de entrada das empresas privadas na
educação.
A atividade docente deverá ocorrer em caráter de
dedicação exclusiva à escola, o que dificultaria ou im-
pediria os acúmulos legais que os professores são, mui-
tas vezes, obrigados a assumirem, por uma questão de
sobrevivência.
Nessa proposta também está implícita a proposta
de ensino a distância –EAD-, visto que permite a utili-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 35

 Caderno de Resoluções » TLS e Unidos para Lutar

1. a zação de novas mídias e tecnologias como processo de BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO

2. a dinamização dos ambientes de aprendizagens.
3. a Por tudo isso, devemos combater a proposta de
4. a Lula/Haddad, por todas as suas consequências nefastas
5. a para a educação.
6. a Ensino fundamental aos 5 anos?
7. a O ensino fundamental que aos 6 anos já considera-
8. a mos um absurdo, pois não respeita o desenvolvimento
9. a da criança, pode piorar com o Projeto de Lei do Sena-
10. a dor Flávio Arns, que prevê a entrada das crianças no
11. ensino fundamental aos 5 anos de idade. A entrada das
12. a crianças cada vez mais cedo no ensino fundamental é
13. a induzida pelo FUNDEB, devido à distribuição das ver-
14. f bas, que privilegia o ensino fundamental. Notamos que
15. f a lógica é meramente econômica, sem nenhuma res-
16. f ponsabilidade pedagógica.
17. f ENCCEJA E ENEM: mecanismos para dizimar o
18. f ensino presencial
19. f O ENCCEJA – Exame Nacional para Certificação
20. f de Competências de Jovens e Adultos tem como obje-
21. f tivo substituir a EJA – Educação de Jovens e Adultos e
22. f o ensino regular, uma vez que permite que se obtenha a
23. f certificação de conclusão do ensino fundamental e mé-
24. f dio através da eliminação de matérias.
25. f Este programa, criado por Fernando Henrique Car-
26. doso, Lula/PT não só aplica como o aprofunda. Até
27. f 2008, o ENEM, “apenas” concorria com os vestibula-
28. f res tradicionais, como funil para a entrada nas univer-
29. f sidades. A partir de 2009 passa a ser um instrumento,
30. f também, de certificação para a conclusão do Ensino
31. f Médio. Percebemos o caráter perverso destes dois pro-
32. f jetos, uma vez que descaracteriza a educação como um
33. f processo na vida do educando, período em que as inte-
34. rações pedagógicas e afetivo/psicológicas se materiali-
35. f zam em saber historicamente construído.
36. f Portanto, nos posicionamos contrários a este tipo
37. f de política: pelo fim do ENCCEJA, em defesa da EJA!
38. f Pelo Fim do ENEM e vestibulares, universidade públi-
39. f ca para todos!
O 30º Congresso da CNTE, já indicava como se-
ria a atuação da CNTE. O governo Lula a todo vapor
com a reforma da previdência consolidada, a reforma
universitária, a política de superávit primário, conge-
lamento de salários, corte em gastos públicos, aprofun-
damento dos programas ditos “sociais”, mas que dis-
tribuem migalhas à classe trabalhadora e a diretoria da
CNTE convida para a mesa de abertura do congresso o
ministro da educação Fernando Haddad.
O que se viu em seguida foi a ação de delegados
(as), que de forma justa, defenderam que o ministro não
se sentasse à mesa de abertura dos trabalhos, por uma
razão absolutamente correta e principista: a indepen-
dência de classe da entidade.
Desde a chegada de Lula ao governo federal, a bu-
rocracia tem demonstrado sua política colaboração de
classe.
Para isso promove a defesa das propostas de Lula
e contribui com sua implementação e, numa demons-
tração inequívoca de colaboração, chegam a convidar
membros do governo a serem partícipes dos fóruns dos
trabalhadores.
Uma medida aprovada pelo governo em julho de
2008 passou a ser o “carro chefe” da política da diretoria
da CNTE: o piso salarial profissional nacional – PSPN.
Inicialmente aprovado com o valor de R$ 950,00 (para
2010 o valor foi reajustado em R$ 1024,67), para uma
jornada de40 horas semanais.
Em outras palavras, em que pese a ideia de piso
salarial nacional aos professores seja uma proposta, em
si, avançada, a materialização dessa política demons-
trou-se rebaixada e distante das necessidades dos pro-
fessores.
A burocracia da CNTE abandonou a defesa de uma
decisão congressual antiga: o piso salarial calculado
pelo DIEESE, que em outubro de 2010 estava em R$
2.132,09 para 40 h. de trabalho, sendo 20h em sala de
aula, 20h fora.

36 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » TLS e Unidos para Lutar

1. a A direção da CNTE fez da defesa do PSPN a prin-
2. a cipal bandeira nesse período. Mas não cumpriu seu pa-
3. a pel: em 2010, muitos trabalhadores em educação fize-
4. a ram greve, mas a CNTE não unificou essas lutas, que
5. a tiveram elementos comuns, como a luta contra o con-
6. a gelamento de salários, as terceirizações, a precarização
7. a do trabalho e da carreira docente, a lógica meritocrática
8. a de premiação, as avaliações internas (desempenho) e
9. a externas, a diminuição da aplicação de verbas na escola
10. a pública, dentre outras.
11. Assim, os trabalhadores em educação de vários Es-
12. a tados fizeram greves importantes em 2010 e a CNTE
13. a não fez o papel de unificar essas lutas, o que contri-
14. f buiria para a formação de uma “massa crítica”, além
15. f de fortalecer as lutas gerais e específicas em cada um
16. f desses Estados.
17. f Nesse sentido o 31º congresso precisa aprovar re-
18. f soluções que possam impulsionar e unificar as lutas no
19. f próximo período, período que será de mais ataques aos
20. f servidores e demais trabalhadores.
21. f
22. f PLANO DE LUTAS
23. f Como tarefa prioritária, neste próximo período, a
24. f CNTE deverá contribuir para a unificação das lutas dos
25. f trabalhadores(as) em educação do país, criando fóruns
26. que possam aglutinar os que querem combater os ata-
27. f ques aos serviços públicos, impetrados pelos diferen-
28. f tes governos, permitindo para que os setores em luta
29. f construam uma agenda o mais unitária possível;
30. f Organização de um seminário nacional, com parti-
31. f cipação dos trabalhadores das entidades de base, amplo
32. f e democrático, com a apresentação de diferentes po-
33. f sicionamentos, e que tenha como tema as avaliações
34. externas, de desempenho e plano de carreira.
35. f Abertura de um debate com os trabalhadores em
36. f educação, escolas e entidades de base para a construção
37. f de um Plano Nacional de Educação, cujos principais
38. f interessados estejam envolvidos em sua elaboração;
39. f Exigência de reajuste salarial imediato dos traba-
lhadores do setor público: luta pelo fim da Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal, que reserva verba ao pagamento
das dívidas e nunca aos trabalhadores;
Campanha pela conversão das verbas destinadas ao
pagamento da dívida externa, para a elaboração e apli-
cação de políticas públicas;
Nenhuma verba à instituições privadas de ensino,
verba pública para escola pública: pelo fim do PROU-
NI;
Pelo aumento de vagas em universidades públicas:
luta pelo acesso direto pós ensino médio, sem o funil
do vestibular ou ENEM;
Contra as avaliações de desempenho e externas
(SAEB, SARESP etc)
Contra o PDE do governo Lula/PT;
Contra a política de fundos. Não ao FUNDEB;
Mais verbas para a educação: no mínimo 10% do
PIB;
Piso do DIEESE, 50% da jornada de trabalho com
aluno e 50% fora da sala de aula,
Contra a Reforma do Ensino Médio de Lula/Ha-
ddad;
Plano de carreira aberto;
Contra o extermínio da EJA;
Menor número de alunos por sala;
Reconhecimento de várias doenças de “transtorno
de humor”, como doenças profissionais;
Contra o ensino fundamental de 6 anos e também
de 5 anos;
Pelo atendimento, imediato, em aparelhos públicos
no nível de educação infantil, financiados integralmen-
te pelo Poder Público, com funcionários concursados
– fim das terceirizações e conveniamentos;
Abertura imediata de concurso público classifica-
tório em todos os níveis da educação;
Campanha pela reversão das empresas estatais pri-
vatizadas e fim das privatizações, medida para recupe-
rar a bandeira histórica de serviço público universal de
qualidade a todos(as);

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 37

 Caderno de Resoluções » TLS e Unidos para Lutar

1. a Em defesa da livre organização dos trabalhadores, cavam sob responsabilidade da mãe em casa.
2. a sem a ingerência do Estado. • A mulher trabalhadora se viu obrigada a cum-
3. a ESTATUTO prir a dupla jornada de trabalho;
4. a 1)Supressiva: • No caso daquelas que resolvem se dedicar à
5. a Artigo 3º luta política e sindical, a tripla jornada;
6. a Supressão da letra H. • Tem sido objeto de assédio por parte das chefias;
7. a 2) Substitutiva: Portanto, há que se construir reivindicações que
8. a Artigo 10 – trocar trienalmente por BIENALMENTE. realmente permitam que a mulher, não se submeta a
9. a 3)Aditiva dupla exploração. Nesse sentido, a defendemos a cons-
10. a Artigo 14, idem d: trução de aparelhos públicos, como, por exemplo cre-
11. Adicionar: após Conselho Fiscal, sob a base da propor- ches e lavanderias públicas.
12. a cionalidade direta e qualificada. Sobre a homofobia
13. a 4)Substitutiva Para além de situar a questão da sexualidade hete-
14. f Artigo 23: rossexual, orientada por um padrão procriativo, deve-
15. f Substituir 3(três) anos por 02 ANOS. mos nos ater à negação do prazer vinculada à tradição
16. f 5)Substitutiva judaico-cristã, cristalizado pelo dominio ideológico da
17. f Artigo 43 Igreja durante séculos. Se é verdade que hoje, outros
18. f Substituir mandato de 03(três) anos por 02 ANOS. aparelhos ideológicos substituem a Igreja, em particu-
19. f 6)Aditiva lar a grande mídia, é verdade também que a substituem
20. f Artigo 47 mantendo-a como matriz. Portanto, a apresentação da
21. f A diretoria da CNTE será eleita, SOB A BASE DA homossexualidade nos meios de comunicação se dá de
22. f PROPORCIONALIDADE DIRETA E QUALIFICA- forma esteriotipada e muitas vezes jocosa. O que pa-
23. DA, em chapa completa por votação direta pelos dele- rece ser uma maior liberdade para as diferenças é, de
24. f gados presentes à plenária. fato, uma depreciação à orientação sexual diferenciada
25. f 7) Aditiva do padrão “oficial”.
26. f Artigo 50 Se a sexualidade está orientada para o padrão
27. f Após (...) a mesa do congresso, SENDO PERMITIDO, procriativo, temos que o universo do prazer, é apre-
28. f EM CASO DE DÚVIDA DO INTERESSADO OU DA sentado como um desvio comportamental. Esta
29. f CHAPA, RECURSO AO PLENÁRIO. interpretação,altamente ideológica, não atinge apenas o
30. f universo homossexual, mas também o universo hetero.
31. POLÍTICAS PERMANENTES É preciso que resgatemos a dimensão humana da
32. f A questão da mulher trabalhadora sexualidade, entre homens e mulheres que trocam his-
33. f A mulher foi inserida, de forma precarizada, no tórias afetivas e manifestam a sua sexualidade sem as
34. f mercado de trabalho com o advento da revolução in- travas ideológicas inscritas pelos arautos do patriarca-
35. f dustrial. O capitalismo impõe seus mecanismos de do- lismo religioso.
36. f37minação de forma particularmente nefasta às mulheres. Que a homofobia seja denunciada em todas as
37. Portanto, verificamos que: instâncias político-jurídicas da sociedade e do Estado
38. • Os patrões não construíram mecanismos para capitalista, uma vez que entendemos como dispositivo
39. substituir os cuidados com as crianças, que outrora fi- ideológico criado por esta sociedade.

38 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » TLS e Unidos para Lutar

1. a DEFENDEMOS: ao ensino superior, deve passar pelo fim dos vestibu-

2. a Elaboração de cartilha sobre o tema para discutir lares e qualquer outro mecanismo seletivo como hoje
3. a com as crianças em idade de compreendê-la, as diferen- é o ENEM.
4. a tes orientações sexuais que há em nossa sociedade, com
5. a o objetivo de construir adolescentes e adultos capazes ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:
6. a de entender a heterogeneidade do ser humano, contri- APEOESP (SUBSEDE OESTE LAPA)Silvana so-
7. a buindo, assim, para evitar toda sorte de preconceito, em ares de Assis, Marcos de oliveira soares, Alexandre
8. a particular aqui, a homofobia. Pinheiro Costa, Demétrio ramos paiva, Jorge Arlen
9. a Sobre o racismo de Almeida,Maria Margarete Silva Oliveira,Elaine
10. a O Brasil utilizou a mão de obra originária do conti- Regina dos Santos, Gilmar Bezerra da Rocha, Ma-
11. nente africano, cuja coloração da pele e modo de produ- ristela Soleo Funari, Maria Gorete Silva Pequeno,
12. a ção eram diferenciados dos europeus dominadores. Estas Rita Maria Dias dos Santos, Marineila Apareci-
13. a duas características foram utilizadas pelo Estado e pela da Marques, Riviane Medino da Rocha, Diva de
14. f Igreja para afirmar a “inferioridade” do povo de origem Souza Santos, Rosangela Cardoso Marques, Ma-
15. f africana. Foram cerca de 400 anos sob tal informação. ria Inês Tamioso, Selma Maria da Cruz Pereira,
16. f Este discurso ideológico se inscreveu no imaginário e, Ivair Venceslau Espirito Santo, Maria Margarete
17. f embora produzido pela classe que dominou, passa a fa- da Silva, Emilia K. Ikeda, Alexandre pinheiro,
18. f zer parte do repertório de milhões de trabalhadores(as). Jorge arlen moreira, Verônica maria da silva, Vi-
19. f Como resultado de um processo de dominação de tória Keiko Vassoler, Leo Marcos Ortiz Credidio,
20. f um modo de produção sobre outro, temos que, a maioria Jorge Henrique da Silva, Evaldo de Assis, Walter
21. f da população pobre ou abaixo da linha de pobreza, são José Baltazar, Miriam Segre Rosenfeld, Joanes da
22. f negros(as) . Esta hierarquia fez com que tal grupo fosse Silva Lessa, Marcos Lemos da Silva, Henrique p
23. f o que menos acesso teve à riqueza social, expressa em Destro, Celina C. Sobrinho Souza, Maria Rosária
24. f emprego e estudo. Lima, Tais Lopes, Demetrio Ramos Paiva, Maria
25. f No que tange ao estudo formal parte significativa do Carmo c Oliveira, Renato Santos Nascimen-
26. do abandono da escola ocorre dentro da população ne- to, Alexandre Dantas da Silva, Edson de Novaes,
27. f gra, pois os jovens, pela sua origem de classe, tem que Jefferson Marin, Valesca Evangelista de Matos,
28. f adentrar , de forma cada vez mais precária, ao mercado Maria Cleide dos Santos, Vera Lucia da Guirra,
29. f de trabalho e, ademais, parcela ínfima da população tem Rosangela Cardoso Marques, Rosangela Silva Ro-
30. f acesso às universidades públicas. cha, Andrea Tessitore Silva, Ana Lúcia Dutra de
31. f Como resposta ao primeiro problema, só há uma: Faria, Diogo Furtado Rodrigues, William Alves,
32. f garantia de emprego a todos e redução da jornada de tra- Lair Aparecida Pereira Tirso, Catia Maria Della
33. f balho! Coletta, Gerson Arestides da Silva Filho (SUBSE-
34. Como proposta para o segundo, o acesso à universi- DE SUL SANTO AMARO): Severino Honorato da
35. f dade, o movimento negro e setores sociais anti-racistas, Silva, Erivaldo Martins, Claudia Martinho, Leni-
36. f promovem as chamadas políticas afirmativas, assentadas nha, Valmira,Marlene, Eni, Paulo Moreno, Gilson,
37. f nas cotas. Algenor, Veridiana,Valmelírio,Adecir,Ana Maria,
38. f Entendemos que esta medidas são insuficientes, Antônio José, Domingos Valério, Celso, Eder, Fábi
39. f portanto, que qualquer medida que permita o acesso a,Helga,Joaquim,Laedson,Leonardo,Marilene,Ose

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 39

 Caderno de Resoluções » TLS e Unidos para Lutar

1. a ias, Osvaldo, Tadeu, Teixiera, Valdeci, Vanessa (SUB- Rosilene Barros, Nazaré Gomes, Cecília Ferreira, Ja-
2. a SEDE DE SÃO CARLOS):Julieta Lui, Eliete Silveira nette Gomes, Lucimar Tavares, Eide France, Renato
3. a (SUBSEDE DE JACAREI)Suzete Chaffin (SUBSE- Jairo, Cristina Vidal, Vanilsa Sousa, Claudean Sousa,
4. a DE DE MARÍLIA):Tales Amaro Ferreira, Edson Fer- Janne Claudia, Pedro Fabrício, Meire Frazão, Walci-
5. a miano Soares, Sidnilson Roberto Minholi, Maria José cleide Lima, Maria Valdeci, Enylton Guimarães, Jose-
6. a Rodrigues de Souza, Eliano Freitas Silva, (APEOESP fa Macedo, Marilene Cirqueira, Marinalva dos Santos,
7. a – LITORAL SUL):Moacir Américo da Silva, Ange- Saria Marinho, Terezinha de Jesus, Maria das Graças,
8. a la Maria de Brito, Rosi Silva Santos,Esdra da Silva Valdirene dos Reis, Zélia Ângela, Marilene Cosme,
9. a Matos, Soraia Luciene Correria, Marina de Oliveira, Alexandra Cosme, Maria Isabel,Concita Pereira, Mª
10. a Henrique Godoretz, Edson Kujume, João Domingues Bárbara Costa, Ildemarques Alves, Alexandra Floren-
11. do Rosário, João Salvador, Alexandre Antônio Mo- ce, Eliana Ibiapina, Raimunda Brito, Marly Mendes,
12. a tenau, (APEOESP – SUBSEDE DE AVARÉ): Anita Maurício Costa, Edivaldo Viana.
13. a Aparecida Rodrigues Marson, André Aparecido Silva
14. f Barbosa,Abigail Puccini Rodrigues, Hélio Ivan Mar-
15. f son, Nancy Aparecida Guimarães, (SUBSEDE DE
16. f SÃO BERNARDO DO CAMPO):Nilzete Nascimento,
17. f Nayara, Abighail, Denis,Vera Lúcia Lima, Diógenes,
18. f Rogélio, Aldo Júnior, Alan, Marina, Vanderlei, Odair,
19. f Lúcia, Cida Balthazar,(MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
20. f - SINPEEM): Gicélia Santos silva, Dora Alice Ramos,
21. f Sidnei Reinaldo, BRASÍLIA: Ana Angélica, Osmar,
22. f Ângelo PARÁ: Silvia Letícia, Carlos Moreira, Andréa
23. f Solimões, Miriam Sodré, Carlos Alberto, Yara Yonara,
24. f André Luis, Creuza Maciel, Nazaré Couto, Marcio Ca-
25. f lil, Marcelo Bezerra, Ana Nascimento; Edilane Cabral,
26. Helena, André Vinicius, Andrey Borges; Celso Ramos;
27. f Maria Raimunda; Raimunda Sousa, Lélia Rodrigues,
28. f Edileuza da Silva; Joyce Rebelo, José Alberto Brito,
29. f Wendel Bezerra, Tatiane Alves, Everaldo Marinho, Ar-
30. f naldo Santos, Zilda Elizarde, Edigleuma Vieira, Suely
31. f Vidal, Jesus Torres, Rogério Fontinelli, Ana Maria
32. f Cerqueira, Lúcia Chaves, Francisca Sousa, Anageth
33. f Márcia, Ana Paula Fraga, Mônica Renata Fraga, Arie-
34. ne Borges, Nelinho Carvalho, Dheime Tadey, Aurinete
35. f Matos, Rosa Maria Cordeiro, Maria Helena, Nilsa Ma-
36. f ria, Joélia Maria, Maria Carmosita, Claudia Hoffmann,
37. f Valdemir Ferreira, Antônio Lira, Elson Carlos, Seane
38. f Oliveira, Rina Suleima, Suly Rosa, Eloi Alves, Eleo-
39. f nisa Marques, Simone Rocha, Ana Corrêa dos Santos,

40 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » CSP - Conlutas

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 5 : CSP - CONLUTAS
3. a CONJUNTURA INTERNACIONAL tudo está tranqüilo. Existe um déficit nas contas corren-
4. a Boicote ao Estado de Israel tes do país que vai se aproximando dos U$ 60 bilhões.
5. a Duas recentes demonstrações do caráter nazista e Com a decisão do governo americano de desva-
6. a racista do estado israelense foram o bloqueio à faixa de lorizar ainda mais o dólar, aumenta a perspectiva de
7. a gaza – impedindo a entrada até de remédios e alimentos ampliação deste déficit em contas correntes brasileiras.
8. a – e o ataque assassino a ajuda humanitária enviada por Também existe a possibilidade de que a crise da
9. a mar a região. Europa atinja os EUA e particularmente a China. Esta
10. a Que o governo brasileiro rompa todas as relações última concentra boa parte das exportações brasilei-
11. comerciais, diplomáticas e de cooperação com Israel; ras e se entrar em crise afetará diretamente o Brasil.
12. a por uma Palestina laica, democrática e não racista e Por isso, o governo que assumirá em janeiro anuncia
13. a pelo fim da presença israelense na Palestina. medidas de ajustes. Entre estas medidas o congelamen-
14. f Fora Tropas do Haiti to dos salários do funcionalismo. Além disto, a propos-
15. f Após o desastre causado pelo terremoto de janeiro ta de reajuste para o salário mínimo é vergonhosa, além
16. f e do fracasso da operação de ajuda internacional, os da volta da CPMF e de mais uma reforma da previdên-
17. f haitianos continuam vivendo miseravelmente. Como cia. Enquanto o governo discute um salário mínimo de
18. f se isto não bastasse, a epidemia de cólera tornou a si- R$ 540,00, os parlamentares de sua base de sustenta-
19. f tuação intolerável. Por isso, acompanhamos no ultimo ção debatem um reajuste de 100% para os deputados.
20. f período as mobilizações de rua. A tentativa do governo O mesmo governo que deu R$ 380 bilhões para
21. f e das tropas de ocupação de controlar a situação através os banqueiros diz que faltam verbas para a saúde pú-
22. f da repressão não está dando certo. blica e por isso debate a volta da CPMF. Isto nada
23. f . Em Porto príncipe, capital do país, acampamentos mais é do que uma manobra para garantir o superávit
24. f se transformaram em favelas permanentes. fiscal e o pagamento aos bancos. A nova reforma da
25. f A revolta faz com que o povo saia às ruas e conti- previdência, que segue a lógica das anteriores reali-
26. nue lutando. zadas – por FHC em 1998 e Lula em 2003 – é exa-
27. f Diante das cruéis imagens dos soldados atirando tamente igual ao que estão fazendo os governos eu-
28. f contra o povo, os trabalhadores brasileiros devemco- ropeus, transferindo para os trabalhadores pagarem
29. f brar do governo brasileiro o retorno imediato das tro- a conta da crise econômica, com retirada de direitos
30. f pas ao nosso país. O Congresso da CNTE decide: e ampliação no tempo exigido para a aposentadoria.
31. f - Organizar uma campanha de solidariedade aos Por isso, a CSP-Conlutas e várias outras organi-
32. f trabalhadores haitianos; zações realizaram no dia 25 de novembro uma reunião
33. f - Exigir do governo brasileiro a imediata retirada para organizar a luta e evitar os ataques às aposentado-
34. das tropas do Haiti. rias, aos salários e ao serviço público, que estão sen-
35. f do preparados. No final de janeiro um novo encontro
36. f CONJUNTURA NACIONAL deverá elaborar o calendário de lutas para o próximo
37. f Mesmo que a economia brasileira siga em cres- período. Neste sentido, o Congresso resolve que: A
38. f cimento e que provavelmente o PIB aumente em 7% nes- CNTE deve integrar este pólo de resistência e luta que
39. f te ano, a presidente eleita e a burguesia sabem que nem se organiza para impedir os ataques aos direitos dos tra-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 41

 Caderno de Resoluções »
1. a balhadores e o arrocho salarial. Participar da reunião
2. a que vai se realizar no dia 27/01 em Brasília.
3. a
4. a POLÍTICA SINDICAL
5. a Com a chegada de Lula à presidência, o debate so-
6. a bre autonomia e independência sindical ganhou corpo,
7. a ao mesmo tempo em que a CUT foi se atrelando cada
8. a vez mais ao governo. A CUT assumiu a postura oficial
9. a de Central Chapa Branca: fato constatado em diversos
10. a episódios, dos quais destacamos a colaboração e defesa
11. da Reforma da Previdência realizada por Lula, que eli-
12. a minou direitos históricos dos servidores públicos, abriu
13. a uma avenida para implantação de fundos de aposenta-
14. f doria complementar privados; e manteve na íntegra os
15. f prejuízos causados pela Reforma de FHC.
16. f Em seu papel de governista, a CUT abandonou a
17. f defesa do piso do salário mínimo do DIEESE, e pas-
18. f sou a defender um plano de reposição para os próximos
19. f vinte anos, calcado na constatação de que no governo
20. f Lula, a vida do trabalhador melhorou. Essa postura se
21. f traduz no recente encontro no Ginásio do Pacaembu/SP
22. f em 2009, reunindo milhares de trabalhadores de diver-
23. f sas centrais governistas para, deslavadamente, declarar
24. f apoio a candidata de Lula, Dilma Roussef, a presidên-
25. f cia da república.
26. Para o movimento sindical que se construiu na luta
27. f pela independência de classe e pela autonomia sindical
28. f dos trabalhadores não restou outra saída a não ser rom-
29. f per com a CUT na perspectiva de manter a construção
30. f classista do movimento sindical, popular, estudantil e
31. f de juventude.
32. f Temos uma tarefa histórica. Romper com os atuais
33. f limites da nossa ação nos movimentos sociais. Desen-
34. volver uma atuação sindical que organize os trabalha-
35. f dores na luta pelas reivindicações econômicas e ime-
36. f diatas, mas que também contribua para formar outra
37. f visão de mundo, radicalizando na construção de formas
38. f de organização de base que confiram real poder de ação
39. f e decisão aos trabalhadores.
42 31o Congresso Nacional
CSP-Conlutas
Devemos discutir com os movimentos de luta por
moradia a ocupação das terras das grandes multina-
cionais e dos bancos, bem como as terras ociosas que
estão nas mãos do Estado, tendo como princípio à pre-
servação ambiental e o combate á degradação do ar, da
água, das matas e do solo. Lutar contra o monopólio
dos meios de comunicação de massas, principal difusor
da ideologia e do modo de vida capitalista.
Na CNTE, considerando que, no governo Lula, a
CUT - e a própria direção de nossa entidade - passou
a ser um braço do governo no movimento sindical, es-
cancarando sua traição. Consideramos que já passou da
hora de rompermos com essa central e, por isso defen-
demos que em 2011, seja realizado o plebiscito para
definir a desfiliação da CNTE a CUT.
1. Independência e autonomia sindical em rela-
ção a governos e patrões;
2. Não participar do CNE;
3. Romper com a CUT governista – Plebiscito de
desfiliação em 2011;
4. Pelo fim do Imposto Sindical;
5. Contra o sucateamento dos serviços públicos;
6. Contra as reformas: trabalhista, sindical, previ-
denciária e universitária;
7. Salário mínimo de acordo com o valor deter-
minado pelo DIEESE;
8. Redução da jornada de trabalho para 30 horas
semanais, sem redução de salários;
POLÍTICA EDUCACIONAL
CONAE – Imposição antidemocrática de um Pla-
no Nacional de Educação Privada.
O documento final da Conferência Nacional de
Educação (CONAE), realizada em abril de 2010, se
propõe como projeto de um novo plano nacional de
educação (PNE), para 2011. A propaganda oficial pro-
meteu que haveria, durante o ano de 2009 conferências
municipais/intermunicipais e estaduais, para elaborar
propostas a serem encaminhadas e votadas na confe-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a rência nacional. Essas etapas aconteceram, mas, pelas
2. a suas composições, é de se supor que tenham sido se-
3. a lecionados em função das afinidades com o governo
4. a federal, que patrocinou o evento.
5. a O documento não analisa o caráter da sociedade e
6. a do Estado e inclusive dos governos (mesmo os ditos
7. a progressistas, vinculados ao PT). A falta dessa análise
8. a pressupõe que ele poderia, num passe de mágica, servir
9. a aos interesses da maioria da população. Parece até que
10. a o Estado brasileiro não tem nenhuma relação com o
11. capitalismo e com as classes dominantes. A propos-
12. a ta dilui a identidade de classe e reforça as “múltiplas”
13. a identidades específicas. Trata-se de um reforço do mul-
14. f ticulturalismo, substituindo-se a luta de classes pela to-
15. f lerância inter-classes.
16. f Quando trata do Fundeb, diz que ele “ se pauta pela
17. f universalização do atendimento à educação”, o que é
18. f falso, pois ele prevê apenas a redistribuição de 20% da
19. f maioria dos impostos entre o governo estadual e as
20. f prefeituras com base no número de matrículas na edu-
21. f cação básica e em pesos diferenciados dessas matrícu-
22. f las. Com relação ao professorado, o texto afirma que o
23. f Fundeb promoveu a valorização do magistério, porém
24. f não apresenta nada que fundamente isso. Afinal, como
25. f isso será possível se o Fundeb não abrange uma série
26. de outros impostos vinculados à educação e, portanto,
27. f não poderia ser referência para a valorização do magis-
28. f tério (pelo menos no sentido de melhoria salarial).
29. f Na linha de negação da luta de classes, não dis-
30. f cute a necessidade de uma escola de qualidade para
31. f a classe trabalhadora e utiliza a expressão “qualida-
32. f de social”. Até hoje não se discutiu o conteúdo desse
33. f termo, presente no atual PNE, que permaneceu assim
34. para comodidade do governo federal e dos especialis-
35. f tas em generalidades. O CONAE não faz uma análise
36. f do PNE de 2001, cujas metas não foram cumpridas. Se
37. f seus fundamentos neoliberais têm sido buscados pelos
38. f governos, seus objetivos específicos foram jogados na
39. f lata de lixo.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
CSP-Conlutas
O Plano apresentado é eminentemente legalista e
defende a institucionalização da privatização do Estado.
Basta ver o quanto o Estado se utiliza de recursos pú-
blicos para financiar empresas privadas (parcerias e em-
préstimos do BNDES), em grande parte, investindo em
educação privada. Paradoxalmente, o texto ressalta a
importância da regulamentação, mas não se pergunta por
que até hoje a União não a fez e nem tem planos pra isso.
Quanto ao financiamento propõe “ampliar o in-
vestimento em educação pública em relação ao PIB, na
proporção de 1% ao ano, de forma a atingir no mínimo
7% do PIB até 2011 e no mínimo 10% até 2014.”. Em
primeiro lugar, não assume a defesa dos 10% (rumo aos
15%), no mínimo para educação, como propõe os mo-
vimentos social e sindical e não aponta que é impossí-
vel cobrar dos governos a aplicação de um percentual
do PIB porque eles não arrecadam PIB, mas impostos,
taxas e contribuições, que correspondem hoje, com base
na contabilidade oficial, a cerca de 40% do PIB. É o
próprio governo federal que se utiliza de subterfúgios
para que não se considere Taxas e Contribuições nas
contas da educação.
O documento também propõe desvincular os recur-
sos da educação de qualquer nível de contingenciamento
e revogar a DRU (Desvinculação da Receita da União),
mas não questiona o fato do governo e seus aliados não
terem feito isso até agora. Ao contrário, o governo Lula
prorrogou a DRU por duas vezes e só em novembro de
2009 ela foi revogada pelo Congresso.
O texto também semeia a ilusão de que órgãos como
Ministério Público e Tribunais de Contas fiscalizem
os recursos, como se eles não fossem de confiança do
Capital. Os Tribunais de Contas tem seus conselheiros
nomeados por critérios políticos, não técnicos, adotam
as interpretações mais variadas e contraditórias sobre as
receitas e despesas em educação, na maior parte das ve-
zes favoráveis aos governantes.
O texto do CONAE aponta para isso, mas é, pro-
positalmente, omisso sobre o FIES, que, é apresentado
Educação 43
 Caderno de Resoluções »
1. a como um fundo para financiar o estudante das institui-
2. a ções privadas de ensino superior, mas que garante ao
3. a ensino privado lucrar de três formas: (1) uma clientela
4. a cativa; (2) diminuição da capacidade ociosa; (3) uma
5. a receita para pagar as dívidas com o INSS.
6. a Além disso, quando fala sobre o investimento pú-
7. a blico no ensino superior, a obrigatoriedade muda para
8. a “prioritariamente”, provavelmente para despistar a
9. a contradição do financiamento público às IES privadas
10. a através do Prouni, cujo caráter privatizante o documen-
11. to, mais uma vez de propósito, não comenta..
12. a Por fim, constatamos que a Conae esteve longe
13. a de ser democrática e debater seriamente os principais
14. f problemas da educação,uma vez que o texto base apre-
15. f sentado pelo governo, é quase o mesmo publicado pos-
16. f terior as conferencias municipais e estaduais, sendo
17. f apenas mais uma tentativa de mobilização de forças
18. f pró-governo na campanha para as eleições presiden-
19. f ciais em 2010 e de legitimação das iniciativas governa-
20. f mentais. Frisamos que a Conferencia ocorreu poucos
21. f meses antes da eleição presidencial, sendo, pois, um
22. f bom palanque para a candidata do governo federal.
23. f
24. f BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
25. f Balanço da CNTE: De sindicato nacional a departa-
26. mento do MEC.
27. f O congresso da CNTE de 2011 ocorrerá no início
28. f do governo Dilma que já declarou a continuidade da
29. f atual política educacional. Política essa que secunda-
30. f riza a educação para atender as necessidades dos ren-
31. f tistas nacionais e internacionais, em especial a política
32. f imperialista de manter o Brasil como produtor de com-
33. f modities. Um dado significativo desses interesses é ex-
34. traído do orçamento executado pelo Governo de Frente
35. f Popular em 2008: foram destinados R$ 282,5 bilhões
36. f para a remuneração dos juros da dívida e apenas R$
37. f 23,7 bilhões para a educação – em 2009 e 2010 a situ-
38. f ação foi parecida, os serviços da dívida pública foram
39. f mais de dez vezes maior que o gasto com educação.
44 31o Congresso Nacional
CSP-Conlutas
A CNTE marcou para o dia 16/03/2010 um dia na-
cional de paralisação. O eixo de mobilização foi o Piso
Salarial Nacional aprovado pelo governo Lula e apoia-
do pela CUT e CNTE. Em março inicia a greve dos
professores de São Paulo contra as provas para contra-
tação de professores e provas de avaliação de mérito e
pelo aumento de 34,3%, uma greve onde a direção do
sindicato teve como centro de sua política o desgaste
eleitoral das candidaturas do PSDB ao governo esta-
dual e à presidência. Em abril, como relata o “CNTE
notícias” estoura as greves em Minas Gerais e Mato
Grosso, ambas reivindicando a aplicação do Piso Na-
cional. Em Tocantins a greve foi vitoriosa e conquistou
25% de aumento. As greves sofreram dura repressão.
Também entraram em greve os professores de Ala-
goas, Goiás, Pará e Pernambuco. Predominou a luta
pelo piso e plano de carreira. A política da direção da
CNTE segue a tática de reforçar o governo Lula, tan-
to pelas reivindicações, como pelo tipo de enfrenta-
mento desenvolvido em especial em estados dirigidos
pelo PSDB. Nestes o confronto dos professores com a
polícia foi utilizado como denúncia da truculência do
PSDB em especial de Serra.
Quase dez estados em greve simultaneamente e a
direção da CNTE nada fez para unificar essas lutas. O
que podemos verificar é que existia um plano da CNTE;
desencadear movimentos que reforçassem o governo
federal através da defesa do piso salarial e denunciar os
governos tucanos utilizando para tal as greves nos esta-
dos – principalmente São Paulo, o estado de José Serra.
Portanto, o centro da política da CNTE foi o re-
forço do processo eleitoral e das instituições; além da
defesa do governo Lula e do piso salarial nacional.
O governismo explícito da CNTE – e da cen-
tral sindical a qual é filiada, a CUT – reforça mais
do que nunca a necessidade de unificar todos os se-
tores que se opõem a essa política para defender a
categoria dos futuros ataques do governo Dilma.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » CSP -Conlutas

1. a PLANO DE LUTAS Devemos exigir a estatização do sistema financeiro

2. a Em todo o mundo estão atacando os direitos dos sem indenização; o não pagamento das dívidas interna
3. a trabalhadores e da juventude. As principais economias e externa; o controle estatal sobre o fluxo de capitais
4. a capitalistas – EUA e Europa – estão aproveitando o (entrada e saída), câmbio e juros; reajuste automático
5. a avanço da crise mundial para retirar empregos e con- de salários pela inflação; estabilidade no emprego; re-
6. a quistas dos trabalhadores e dos jovens. dução da jornada de trabalho sem redução de salários e
7. a O governo da Grécia iniciou os ataques impôs a expropriação de todas as empresas que demitirem tra-
8. a reforma da previdência aumentando o tempo de con- balhadores.
9. a tribuição e reduzindo salários; na Espanha outra refor- Juntamente com isso, a CNTE deve unificar as
10. a ma previdenciária reduziu salários e pensões; Portugal lutas dos trabalhadores em educação a nível nacional
11. adotou medidas similares. pela defesa dos nossos direitos e por nossas reivindica-
12. a O governo irlandês anunciou a demissão de 20.000 ções – piso salarial do DIEESE por 20 h/aula e 50% de
13. a servidores e a redução de 12% nos salários. Na Ingla- hora-atividade, entre outras.
14. f terra as anuidades das universidades públicas estão Defender o piso nacional do governo federal é atre-
15. f sendo triplicadas. lar nosso movimento aos interesses governamentais e
16. f Na França a reforma da previdência; reduziu apo- rebaixar nossa plataforma de luta. Nos estados onde a
17. f sentadorias e pensões, aumentou a idade e o tempo de luta pelo piso do governo pode mobilizar a categoria
18. f contribuição para aposentadoria. devemos ser parte desta luta, mas em todas as mobili-
19. f Em todas essas situações houve lutas de resistência zações devemos manter a luta pelo piso do DIEESE e
20. f dos jovens e do proletariado; as lutas ainda continuam. pelos 50% de hora-atividade; exigindo o cumprimento
21. f Também no brasil não devemos pagar o preço da imediato dos 1/3 de hora-atividade previstos na lei do
22. f crise. piso do governo.
23. f A presidente eleita, Dilma Roussef, começa mal.
24. f Está articulando com todos os governadores a volta da ESTATUTO
25. f CPMF e com os empresários a desoneração total da fo- A CNTE, como entidade nacional de trabalhadores
26. lha de pagamento; mais uma provável nova reforma da em educação, deve ser o mais representativa e ampla
27. f previdência e o reajuste zero em 2011 para o funciona- possível fazendo representar em todas as suas instân-
28. f lismo federal. cias todos que fazem parte de nosso movimento.
29. f Não aceitaremos que retirem nossos direitos e em- Ao mesmo tempo, considerando que os professo-
30. f pregos; total unidade para defendê-los. res, funcionários e a própria educação pública vivem
31. f Um passo importante na resistência às prováveis sob permanente ataque dos governos federal, estaduais
32. f medidas contra os trabalhadores foi o Encontro Nacio- e municipais; é necessária a unificação e organização
33. f nal Unitário de 25 de novembro/2010 – com a partici- de nossas lutas no país inteiro – não há um ano em que
34. pação de setores da CUT, CSP-Conlutas, Intersindical, haja lutas nos estados e municípios, muitas delas con-
35. f CTB e outros – que indicou a necessidade de um ca- comitantes.
36. f lendário de mobilização e de uma plataforma comum A CNTE deve ajudar a organizar essas lutas e uni-
37. f de lutas que serão formalizados num novo encontro fica-las.
38. f nacional em janeiro de 2011 – a CNTE deve se somar Por isso entendemos que nossos congressos devam
39. f a esta luta. se anuais.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 45

 Caderno de Resoluções » CSP-Conlutas

1. a Por outro lado, para assegurar a democracia e re-
2. a presentatividade da CNTE é necessário que conste do
3. a estatuto um critério de proporcionalidade – deixar para
4. a o CNE definir a regulamentação pode se tornar um puro
5. a casuísmo a favor dos interesses de eventuais maiorias.
6. a Defendemos o critério da proporcionalidade direta
7. a e qualificada para composição da diretoria.
8. a
9. a POLÍTICAS PERMANENTES
10. a As mulheres junto com os demais setores oprimi-
11. dos deste país são as principais vítimas da pobreza, do
12. a salário mínimo de fome; da ausência de políticas públi-
13. a cas tais como saúde, educação e moradia; constituem a
14. f maioria dos/as desempregados/as; ocupam o mercado
15. f de trabalho em maior número nas últimas décadas, em-
16. f purradas principalmente pelo desemprego dos compa-
17. f nheiros e filhos, como mão-de-obra mais barata, sem
18. f a garantia de direitos essenciais como creche, auxílio
19. f maternidade e geralmente encontram-se em profissões
20. f “guetizadas”, discriminadas salarialmente e desvalo-
21. f rizadas socialmente, tais como o serviço doméstico, a
22. f educação, a saúde etc.
23. f Essas trabalhadoras foram duramente atacadas
24. f com a Reforma da Previdência do governo Lula, ao
25. f exigir de milhares de trabalhadoras rurais e domésticas
26. comprovação do tempo de serviço, aprofundando-o,
27. f ao ampliar em 7 anos a idade mínima para efeito de
28. f aposentadoria, desconsiderando as múltiplas jornadas
29. f de trabalho e o aprofundamento de medidas neolibe-
30. f rais ameaça retirar direitos conquistados pelos/as tra-
31. f balhadores/as como o 13º salário, férias, multa sobre o
32. f FGTS, e uma medida que atinge em cheio as mulheres,
33. f a redução da licença maternidade.
34. As mulheres lutam fundamentalmente combatendo
35. f o capitalismo que sobrevive da fome e da pobreza de
36. f mais da metade da população mundial, da opressão, do
37. f racismo, do machismo, da homofobia, da xenofobia e
38. f de tantas outras formas de intolerância no intuito de
39. f dividir para reinar.
A opressão da mulher justifica políticas de discrimi-
nação salarial e desprestígio social. Há entre opressão da
mulher e desvalorização do magistério relações diretas
que explicam os baixos salários e os rótulos de profissio-
nais desqualificadas, despreparadas. A luta das/os pro-
fissionais da educação, além da questão de classe dá-se,
também, em outros níveis, num tripé classe-gênero-et-
nia. O ensino pré-escolar no Brasil é 94,8% exercido por
mulheres; no ensino fundamental, 92,6%, ao passo que
no ensino superior é minoria, 40,8% (IBGE). A maior
participação da mulher num ou noutro nível de ensino
está fortemente vinculado ao valor salarial e ao prestígio
social, apesar da guetização atingir toda categoria. Outro
fator a se verificar é a presença maior ou menor de ne-
gras e afrodescendentes nesses níveis de ensino.
No tocante a violência que sofre cotidianamente em
seu ambiente de trabalho, inclusive os casos de assédio
moral e sexual, a professora encontra-se desamparada.
Na sociedade em geral, a discriminação e o precon-
ceito são constantes nos locais de trabalho, nos discursos
e práticas religiosas, nas relações sociais, nos meios de
comunicação etc. Não raramente, o preconceito é fatal, o
que faz com que o Brasil contabilize cerca de 2 mil ho-
mossexuais assassinados somente nos últimos 20 anos.
Lamentavelmente, nas escolas a situação não é diferente.
Construção de creches para o atendimento de toda
demanda hoje existente;
Política de formação sobre o tema opressão e supe-
rexploração de negros e negras, mulheres e LGBTT;
Elaboração de materiais para as profissionais da
educação abordando assuntos específicos;
Orientação sexual nas escolas;
Proibição da concepção educacional que orienta as
mulheres para as tarefas domésticas;
Por uma nova didática de ensino que não utilize es-
tereótipos discriminatórios;
Combate à homofobia;
Inserção no currículo: a luta das mulheres contra a
opressão, o machismo e a violência sexista;

46 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » CSP-Conlutas

1. a Direito ao aborto em hospitais públicos; percentual de negros existentes nas regiões em que se
2. a Acesso a métodos contraceptivos gratuitos e a tra- encontram as universidades, escolas técnicas, serviços
3. a tamentos de fertilização; públicos, etc.
4. a Defesa da união civil homossexual; Evidentemente, toda a discussão racial, no nosso
5. a Contra a obrigatoriedade dos exames ginecológi- entender, deve-se combinar com as lutas gerais dos
6. a cos para admissão; trabalhadores e trabalhadoras, no sentido de discutir,
7. a Direito à licença para amamentação; como afirmava Malcolm X, que “não existe capitalis-
8. a Por um salário família de meio salário mínimo do mo sem racismo”. Por isso, a luta pela real libertação
9. a DIEESE por cada filho; de negros e negras deve-se combinar com o não paga-
10. a Ampliação da licença maternidade para seis meses mento das dívidas, a ampliação de verbas para a edu-
11. e da paternidade para trinta dias; cação, saúde e demais serviços públicos, a redução da
12. a Redução da jornada de trabalho para mães e pais jornada de trabalho sem redução de salários etc..
13. a no primeiro ano de vida dos filhos; Implementação, de fato, da lei 10.369, com desti-
14. f Pela descriminalização e legalização do aborto. nação de verba para a formação dos educadores;
15. f O racismo é um sério problema no interior das es- Denúncia do Estatuto da Igualdade Racial como
16. f colas, não é novidade para ninguém. Livros didáticos mais uma manobra do governo Lula;
17. f carregados de ideologia racista e conteúdo eurocêntri- Denúncia da violência policial e racial contra os
18. f co, discriminação aberta contra alunos e professores negros, principalmente nas áreas periféricas;
19. f são lugar comum. Reivindicamos políticas pedagógi- Exigir do governo federal que 20 de novembro, Dia
20. f cas para lidar com o tema. Nacional da Consciência Negra, seja feriado nacional.
21. f Os que muitos se recusam a admitir é que esta si-
22. f tuação – estimulada pelas políticas governamentais e ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO
23. f pela omissão ou cumplicidade dos movimentos negros Sinpeem SP: Lourdes Quadros Alves, Clarice
24. f e aliados do governo no movimento sindical – só está Bonfim, Gislene Lopes Bosnich, Claudio Soares De
25. f piorando. Souza, Nivia Leao Almeida, Maria Emilia Fonseca De
26. A defesa das cotas raciais deve ser combinada com Moraes, Alessandro Rubens De Matos, Douglas Rosse-
27. f a ampliação dos serviços públicos e um plano de obras, to, Helena Maria Martins da Silva, Sind-Ute Mg: An-
28. f para gerar emprego e moradia para a população negra. gêlo Barcelos Silveira,Gilber Martins Duarte, Huender
29. f Neste ponto, nos diferenciamos tanto daqueles que se Dias Franco, Elivander José Mendonça, Gilberto José
30. f opõem às cotas com argumentos reacionários (como os De Melo, Sinte-Pi: Marcos Fernandes Lima, Romildo
31. f intelectuais que assinaram o manifesto “Todos têm di- De Castro Araújo, Francisco Petrônio De Paula, José
32. f reitos iguais na República Democrática”) quanto dos Maurício M. Santos, CPER-RS: Regis Batista Ethur,
33. f governistas, que inseriram a proposta no projeto de Re- Antonio Carlos Rodrigues, Jeferson de Souza Cava-
34. forma Universitária ou daqueles que defendem a cota lheiro, Manoel da Silva Fernandes, Ana Clélia Schnei-
35. f por si mesma como solução para a questão racial. der Teixeira, Andréa Cezimbra Ortiz, Maria Resplande
36. f Para nós, as cotas raciais são justas e necessárias Batista de Sá, Margareth Rose Rodriguez, José Cláu-
37. f para que o Estado comece a reparar a população negra dio Ramos Cardoso, Eunice Souza Couto, Júlio Cezar
38. f pelos séculos de racismo e escravidão. Neste sentido, Leirias Flores, Leda Magna de Lima Gobbi, Paulo Ri-
39. f também, defendemos cotas raciais proporcionais ao cardo Merten, Apeoesp: Silvio de Souza, Ézio Expedi-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 47

 Caderno de Resoluções »
1. a to Ferreira Lima, Gilberto de Lima da Silva, Claudio
2. a Juhrs Rodrigues, Mara Cristina de Almeida, Ulisses
3. a Gomes de Oliveira, Rui Carlos Lopes de Alencar, Ado-
4. a nias Costa de Aquino, Edson Vieira de Melo Filho,
5. a Joel Fernando Changane, Edson Silvino Barbosa da
6. a Silva, Antonio de Oliveira, Maria Aparecida Soares,
7. a Flademir Batista de Oliveira, Linus Nakamura, Neusa
8. a Maria Marcondes, Luiz Carlos de Freitas, Idalina Le-
9. a lis de Freitas Souza, Luiz Carlos Sales Pinto, Sergio
10. a Albenes da Silva, Eliana Nunes dos Santos, Claudia
11. Cristina Alves Souza, Marcelo de Souza, João Luís
12. a Dias Zafalão, Flavio James de Paula, Valdemir Lima
13. a Cerqueira, Veruschka de Sales Azevedo, Shirley Kelly
14. f R Moreira, Joaquim Joao dos Anjos, Lucy Lopes Da
15. f Rocha, Karl Heinz Hadzic Junior, Flavio Estefanio Al-
16. f ves, Roodney Herminio, Dayana Teixeira Dos Santos,
17. f Regis Goncalves de Oliveira, Marinete Ferreira Cunha,
18. f Valmi Fernandes dos Santos, Orimar Fernandes, Cintia
19. f Carla Ferraz L Demarchi, Eliane Catia Alves De Sou-
20. f za, Richard Araújo, Ana Cristina De Oliveira, Eliana
21. f Penha Rinald Silveira, Jefferson Júnior Dias De Oli-
22. f veira, Edson Calheiros Costa, José Geraldo Correa Ju-
23. f nior, Maria Del Carmen Túbio Pereira, Vilson Antônio
24. f Fiorentin, Roberta Maria Teixeira De Castro, Edgard
25. f Fernandes Neto, Paulo D. Silva Pereira, Fransérgio
26. Noronha De Oliveira, Ana Paula Pascarelli, Sueli De
27. f Araújo Mangabeira, Alfredo Andrade Da Silva, Sind.
28. f UTE Vanessa Portugal, André Nogueira de Ávila, Ele-
29. f andro da Fonseca, Gustavo Olimpio S. Rocha, Maria
30. f Betania F. Lobato, Silvio de Souza, Janaina Rodrigues,
31. f ANDREA CARLA FERREIRA, CPERS Regis Batista
32. f Ethur, Sonia Terezinha Pacheco Braga, Albina Maria
33. f Silveira Trindade, Janaína de Fátima Echeveste Pe-
34. reira, Maria Amália de Oliveira Dreyer, Neiva Matos
35. f Moreno, Maira Iara de Farias Ávila, Cláudia Simone
36. f Costa de Farias, Roberto Rocha da Rosa, Vera Lúcia
37. f Rodrigues de Souza, Tereza Guimarães, Mariangela da
38. f Silva Alexandre, Angela Marcia de Souza Rodrigues,
39. f Cleonita de Souza Vaz, Carla Simone de O. Blasko-
48 31o Congresso Nacional
CSP-Conlutas
wski, Maria Helena Boeira Bittencourt, Helga Anita
K.Feliciano, .Eva Teresinha Jornada, Maria de Fátima
Vieira Contreira, Zenira Andres Manara, Salete Maria
Possan Nunes, Francisca Izabel da Silva Bueno, Lani-
mar Pires Supptitz,, Márcia de Medeiros Barilli, Hoza-
na de Fátima da Silva Perera, Irma de Almeida Panis-
son, Maria Cristina Silva de Souza, Maria Celestina de
Castro, Luciane Bernardi Polachini, Valmor Fontana,
Lourdes Salete Bruschi, Anair de Lucchi, Rosane Biffi
Aravassos, Elza Terezinha Bernardi da Rocha, Delci
Lourdes Peruzzo Comiran, Odete do Amaral Marcolan,
Leda Maria Lemos Porto, Jaime Antonio Censi, Maria
Claudete Oliveira Ferreira, Claudia Maria Panser, Nor-
ma dos Santos Machado, Sandra Bernarda Mantovani,
Paulo César Machado, Janice Bairros Zambrana, Pe-
dro Moacir Abrianos Moreira, Michela Regina Scherer
Vieira, Adelia dos Santos Pimentel, Conceição Osó-
rio Sales, Alveni Teresinha Diehl, Adriani Reis Fin-
ger, Clarice Maria Rohr, Ivete Basso, Edson Gilberto
Sotoski Soares, Ironita Adam Ramos, Eny Osório de
Sales, Maria da Conceição Silveira, Dea Terezinha
Reis Finger, Nilva Schacht Lamper, Maria Aparecida
Portela Prado, Astor Henrique Nagel, Marivete M de
Melo, Laura Marques, José Rogério da Silva Pache-
co, Ana Lúcia Xavier Cabral, Maria do Horto Osório
de Morais, Lea Beatriz Lopes Pimentel, Tânia Mara
Vasconcelos, Genilce Coelho dos Santos, Salete Maria
Abel Rodrigues, Erico Torres, Rosana Grigoletto dos
Santos, Vera Regina Lopes de Araújo, Jussara Vargas,
Luzia Regina Pereira Herrmann, SINTE– PI 40 Hally-
son F. D. Monteiro, APP-PR Marica Fahrrer, Rodrigo
Tomazini Dias, Ivan Ramos Bernardo, Marcello Loca-
telli Barbato, Políticas Permanentes:Luci Ferreira da
Silva, Riberto Meroni, Eva de Fátima Ferreira Cunha,
Lourdes Ferreira da Silva Moura, Mauro Sérgio Ma-
galhães, Plinio Roberto Zangirolami, Adriana Teixeira
Gomes, Daniele Luz de Andrade, Marly de Almeida
Lopes, Edivaldo dos Santos Nascimento.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Articulação de Esquerda

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 6 :ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA
3. a
4. a CONJUNTURA NACIONAL E INTERNACIONAL
5. a Situação e perspectivas, no mundo e no Brasil
6. a A eleição de Dilma Roussef deve ser comemorada
7. a pelos partidos de esquerda e pelos movimentos sociais
8. a brasileiros por três motivos fundamentais: i) ela se com-
9. a prometeu em dialogar com os movimentos sociais e
10. a nunca reprimir; ii) ela se comprometeu em erradicar a
11. miséria e continuar mudando o Brasil; iii) uma mulher
12. a na presidência é importante para combater a discrimina-
13. a ção machista que afeta metade da população brasileira.
14. f Os movimentos sociais já aprenderam, contudo, que
15. f não basta eleger um presidente da República (ou um
16. f governador, ou um prefeito). O Estado brasileiro não
17. f foi construído para favorecer os trabalhadores. O Estado
18. f brasileiro foi construído, ao longo de séculos, para favo-
19. f recer os grandes capitalistas, os latifundiários, os ricos,
20. f os poderosos. Mesmo que o presidente tenha fortes com-
21. f promissos com o povo, existem vários mecanismos que
22. f dificultam e algumas vezes até impedem que o governo
23. f aja em favor das maiorias.
24. f Um balanço detalhado do processo eleitoral precisa
25. f incluir o conjunto das eleições, não apenas a presiden-
26. cial. Governadores, senadores, deputados federais e es-
27. f taduais, votos de cada partido e coligação, abstenções,
28. f programas e debates, tudo deve ser objeto de análise de-
29. f talhada. Neste texto, nos limitaremos a alguns aspectos
30. f que nos parecem centrais na campanha presidencial.
31. f A polarização entre PSDB e PT é a expressão par-
32. f tidária de uma disputa que vem de longe, na história do
33. f Brasil: a disputa entre duas vias de desenvolvimento.
34. De um lado, os que defendem um desenvolvimento sem
35. f distribuição das riquezas; de outro, os que defendem um
36. f desenvolvimento com distribuição das riquezas.
37. f Esta disputa entre duas vias de desenvolvimento se
38. f acentuou entre 1990 e 2002, quando o Brasil foi go-
39. f vernado por Collor, Itamar e Fernando Henrique. Go-
vernos que implementaram as políticas neoliberais no
Brasil, produzindo abertura comercial, endividamento
externo, privatizações e redução das políticas sociais.
Depois, durante os oito anos de governo Lula, teve iní-
cio um lento processo de reversão das políticas neoli-
berais.
O governo Dilma (2011-2014) terá dois grandes
desafios: acabar com a influência do neoliberalismo
(expressa principalmente nas altas taxas de juros) e
acelerar a implementação do desenvolvimentismo com
distribuição das riquezas.
Para fazer isto, o governo Dilma e seus apoiadores
terão que enfrentar a oposição, que recebeu 44% dos
votos e elegeu os governadores de estados importantes
do país, como São Paulo, Minas Gerais, Pará, Santa
Catarina e Paraná, além de senadores e deputados.
Por quais motivos a oposição recebeu tantos vo-
tos? Se Lula tem 80% da aprovação popular, por qual
motivo sua candidata recebeu 56% dos votos válidos?
Existem dois motivos principais.
O primeiro motivo é o seguinte: durante o governo
Lula, houve uma melhoria nas condições de vida do
povo; mas esta melhoria material não foi acompanhada
de um progresso equivalente no nível político, cultural,
ideológico da população.
O segundo motivo é o seguinte: o governo Lula
melhorou a vida do povo, sem prejudicar os ricos, que
ganharam dinheiro “como nunca antes na história des-
te país”. O resultado disto é que uma parte dos “seto-
res médios” (gente que não é rica, mas também não é
pobre) conclui que está perdendo status social, pois os
pobres estão subindo na escala social; os ricos ficam
cada vez mais ricos; enquanto os setores médios conti-
nuam onde já estavam.
É daí que vieram os 44% de votos de José Serra:
a soma entre um punhado de ricos (que podem ganhar

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 49

 Caderno de Resoluções » Articulação de Esquerda

1. a dinheiro como nunca, mas não votam na candidata do
2. a PT), mais setores médios insatisfeitos com a perda de
3. a status social, mais setores pobres sem consciência de
4. a classe.
5. a Se o governo Dilma quiser enfrentar estes proble-
6. a mas, ele precisa investir em três ações: reforma tribu-
7. a tária, democratização da comunicação social e refor-
8. a ma política.
9. a Reforma tributária, progressiva, com imposto so-
10. a bre grandes fortunas, para o Estado ter mais dinheiro
11. para investir em crescimento econômico e nas políti-
12. a cas sociais. Mais dinheiro, sem penalizar os setores
13. a médios.
14. f Democratização da comunicação social, para que
15. f a melhoria nas condições de vida da população seja
16. f acompanhada de uma mudança progressista na cultu-
17. f ra, na visão de mundo, na ideologia, na consciência das
18. f pessoas. Além da comunicação, é preciso mais atenção
19. f para a Educação, para a Cultura e para os Esportes.
20. f Reforma política, para acabar com a influência do
21. f poder econômico nos processos eleitorais, que hoje
22. f acontece através do financiamento privado das cam-
23. f panhas eleitorais.
24. f Para enfrentar a oposição, portanto, o governo
25. f Dilma terá que dar conta de três grandes objetivos:
26. reforma tributária, democratização da comunicação e
27. f reforma política. Os objetivos da oposição são: des-
28. f gastar ao máximo o governo Dilma, ganhar as eleições
29. f municipais de 2012 e preparar o cenário para disputar
30. f com chances a eleição de 2014. Para atingir estes ob-
31. f jetivos, haverá uma divisão de trabalho na oposição,
32. f entre os parlamentares, os governadores e os meios de
33. f comunicação.
34. A crise econômica internacional continua e está se
35. f agravando. Sua principal expressão, hoje, é o que está
36. f sendo chamado de guerra cambial. Para explicar o que
37. f é a guerra cambial, é importante lembrar que o dólar
38. f é, ao mesmo tempo, a moeda dos Estados Unidos e a
39. f principal moeda utilizada nas transações comerciais e
financeiras em todo o mundo. Pois bem: para enfren-
tar sua crise interna, os Estados Unidos estão aumen-
tando a quantidade de dólares existentes no mundo.
Com isso, o dólar fica mais barato (pois existe em mais
quantidade).
O problema é que se os Estados Unidos vende
mais, os outros países compram mais (dos EUA) e
vendem menos (para o resto do mundo). Pois ao mes-
mo tempo que o dólar fica mais barato, as outras mo-
edas, cotadas em dólar, ficam mais caras. Na prática,
o produto brasileiro passa a custar mais caro do que o
importado dos EUA. Para complicar um pouco mais
a equação, a China (que é a maior fábrica do mundo)
mantém a sua moeda nivelada com o dólar. Ou seja, os
produtos chineses também ficam mais baratos.
A reação a isto, por parte dos demais países, ou
pelo menos daqueles que têm força para reagir, é des-
valorizar sua própria moeda; ou adotar medidas que
limitem a entrada e saída de capitais; e aumentar as
barreiras comerciais aos produtos estrangeiros. Ou
seja: uma “guerra cambial”, comercial e... que pode
virar uma guerra de verdade, pois como alertou a pró-
pria presidenta Dilma Roussef, foi assim que começou
a escalada que terminou dando na Guerra Mundial.
Interessa ao Brasil transformar a América Latina
num bloco regional. Isto passa por fortalecer duas ins-
tituições: a Unasul (União das nações da América do
Sul) e a Celalc (Comunidade dos estados latino-ame-
ricanos e caribenhos). Passa, também, por criar uma
infra-estrutura comum (estradas, pontes, iniciativas
econômicas como as refinarias feitas em conjunto por
Venezuela e Brasil etc.), compatibilizar legislações,
realizar comércio usando as moedas dos próprios paí-
ses (e não o dólar), estimular o estudo das línguas (es-
panhol e português, basicamente), fortalecer os víncu-
los culturais, ter uma política de segurança ambiental
e nacional comum (a Amazônia, por exemplo, é com-
partilhada por nove países e precisa disso) etc. Nem
todos os governos latinoamericanos e caribenhos de-

50 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções »
1. a fendem a integração continental. Os governos do Peru,
2. a Chile, Colômbia, México, Panamá e Honduras, por
3. a exemplo, são pró-integração com os Estados Unidos.
4. a Além disso, dentro de cada país existe uma oposição
5. a de direita que é contra os governos progressistas e de
6. a esquerda. No Brasil, por exemplo, José Serra iniciou
7. a sua campanha eleitoral atacando a Bolívia, o Paraguai
8. a e o Mercosul (acordo comercial que reúne a maioria
9. a dos países da América do Sul). A integração é inevitá-
10. a vel. Ou se fará com os Estados Unidos, desintegrando
11. os países por dentro. Ou se fará em torno da própria
12. a América Latina, integrando os países por dentro e por
13. a fora. Este segundo tipo de integração depende total-
14. f mente do Brasil. Por isto, o governo Dilma terá que
15. f investir ainda mais na integração, inclusive através de
16. f investimentos diretos do Banco Nacional de Desen-
17. f volvimento Econômico e Social.
18. f Dentro do povo, há dois segmentos que devem
19. f merecer nossa atenção especial: os trabalhadores e a
20. f juventude. Os trabalhadores são a principal força so-
21. f cial deste país. E somos nós que devemos nos organi-
22. f zar para construir um caminho de mudanças, sem per-
23. f der de vista a construção de uma sociedade socialista.
24. f A juventude, porque é o futuro. E atenção: em
25. f 2014, os jovens que estiverem votando pela primeira
26. vez terão nascido em 1998 e não terão conhecido ne-
27. f nhum governo federal que não os governos do PT. E,
28. f pior ainda, para muitos deles, o PT, a esquerda, Lula e
29. f Dilma serão exemplos do tradicional, do estabelecido.
30. f Se não soubermos trabalhar politicamente a juventu-
31. f de, eles poderão votar majoritariamente na oposição
32. f conservadora.
33. f A mesma situação se repete, com as diferenças e
34. ajustes óbvios, em cada estado e município do país.
35. f Com um agravante: a esquerda é mais forte nacional-
36. f mente, do que nos estados e municípios. Embaixo, a
37. f direita continua muito forte. E vão nos enfrentar nas
38. f eleições municipais de 2012, preparando o terreno para
39. f uma candidatura forte deles em 2014.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação de Esquerda
POLÍTICA EDUCACIONAL
Ao cabo de 08 anos o que se pode dizer da política
educacional levada a termo no governo Lula da Silva?
A resposta exige uma análise de muitos fatores e, por-
tanto, muito mais complexa, no entanto, nortearemos
a discussão a partir do que entendemos como consoli-
dado na política educacional e aquilo que apresenta re-
sistência na implementação por setores conservadores
e, em alguns casos, no meio mais popular, por desin-
formação e enviesamento das discussões. Inicialmen-
te, é inegável a caminhada iniciada em direção a uma
maior democratização do acesso ao Ensino Superior.
Os diversos mecanismos para o alcance desse objetivo
passaram por programas como PROUNI, ENEM E AS
POLÍTICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS.
Cremos como consolidados os dois primeiros pro-
gramas, mas reputamos como fundamental a defesa das
ações afirmativas, preocupando-nos diretamente, a re-
tirada desse item no programa de Direitos Humanos. O
PROUNI apesar de consolidado, não encerra críticas
que o movimento popular, mais de perto aqueles que
militam no setor educacional têm feito, a exemplo de
o recurso público ser canalizado para Institutos supe-
riores privados, principalmente pela possibilidade de
estancar a expansão das Universidades Públicas, algo
vital para o processo de democratização do Ensino Su-
perior.
O PDE ( Plano de Desenvolvimento da Educação)
também se consolidou como determinação da política
educacional nos entes federados, tendo em vista a as-
sinatura do Termo de Adesão que obriga uma série de
ações conjugadas para a melhoria educacional. Porém,
a exigência da implantação da Gestão democrática, não
tem sido praticamente observada por Estados e Municí-
pios que insistem em ignorar a determinação no Plano
de Aplicação, negligenciando um dos grandes fatores
da mudança da prática educacional vigente.Nesse par-
ticular, faz-se mister observar a exigência do estabele-
cimento da avaliação de desempenho para o professora-
Educação 51
 Caderno de Resoluções »
1. a do, é possível que nos próximos anos, todos os estados
2. a brasileiros sejam pautados por essa exigência, o que vai
3. a exigir dos educadores formulação e disputa para que
4. a tenhamos um processo de avaliação de desempenho
5. a democrático, eficiente e justo.O PDE também consoli-
6. a dou a parceria do ESTADO BRASILEIRO com O EM-
7. a PRESARIADO que cada vez mais adentra no centro
8. a nervoso das decisões educacionais, obrigando-nos a
9. a lutar contra o estabelecimento de formas ultrapassadas
10. a de alfabetização, muitas vezes sem êxito. Outra políti-
11. ca consolidada também com um caráter que necessita
12. a de muito debate, não pela transferência de renda, mas
13. a diretamente pelo êxodo que provoca no ensino regular,
14. f a saber: O PROJOVEM. Esse programa foi ampliado
15. f para o campo, para os adolescentes, o que denota a sua
16. f consolidação, com ela trazendo o aberrante aligeira-
17. f mento da formação da faixa etária jovem, entre outros.
18. f Na prática, observa-se a nociva forma de recrutamento,
19. f considerando as relações de trabalho, tendo em vista
20. f o fato de que não há uma necessária relação professor
21. f com a rede que adota o programa, podendo a rede , seja
22. f estadual, seja municipal, congregar nos seus quadros,
23. f via contrato temporário, profissionais de todas as redes,
24. f inclusive particular.
25. f Não obstante o aumento da sua importância, o
26. ENEM não está ainda consolidado como um instru-
27. f mento de acesso ao Ensino Superior, o que não pode
28. f ser confundido com a política educacional de exames.
29. f Os motivos são vários e vão desde a formatação da lici-
30. f tação e os problemas advindos da mesma, como a pró-
31. f pria discussão nas inúmeras Universidades a respeito
32. f da sua significância como instrumento classificatório,
33. f além dos problemas com a lisura do exame, conside-
34. rando os últimos episódios de vazamento e erros de
35. f impressão de exemplares da prova. Apesar dos senões,
36. f esse instrumento tem servido às classes populares como
37. f essencial para ter acesso a cursos antes dificilmente fre-
38. f qüentados por esse estrato da população. Nunca é tarde
39. f para dizer que um filão da classe média já trabalha com
52 31o Congresso Nacional
Articulação de Esquerda
o ENEM como fator decisivo para o acesso ao Ensino
Superior.
O que de fato não está consolidado é o Programa
de Ações Afirmativas perpetrado pelo Governo Fede-
ral. A objeção a esses programas tem diversas facetas
e interesses, considerando a garantia aos setores mais
populares o acesso não só as Universidades, como tam-
bém, a cursos, quase que exclusivamente freqüentados
pela elite nacional, trazendo consideráveis redimensio-
namentos, inclusive para a rede particular de ensino,
principalmente aquelas escolas que se especializam em
preparar para determinados cursos. As ações afirmati-
vas devem ser vistas, não só como resgate de direitos,
negados no processo de formação da nossa brasilidade
a um dos povos que mais foi responsável pela constru-
ção da nossa riqueza, mas também, como a abertura
de oportunidade numa sociedade excludente que não
apresenta as mesmas oportunidades para todos os seus
filhos e filhas. Notadamente, o Programa de Ações
Afirmativas é um mecanismo criado em defesa da etnia
negra, dos portadores de deficiência física e das classes
mais pobres. É o Estado brasileiro fazendo a defesa de
seus filhos mais pobres e injustiçados, alvos de uma
costumeira exclusão que destina aos mesmos a inexo-
rabilidade da subalternação e do abandono.
A grande expectativa aberta pelo Governo Federal
foi a realização da CONAE (Conferência Nacional de
Educação), amplo debate foi feito sobre a realidade da
educação brasileira, apontando para a busca da supe-
ração dos vários gargalos. Sem duvida, pela sua repre-
sentatividade e abrangência, pelo debate qualificado
e pelo seu ineditismo foi um marco no atual governo,
o que não inviabiliza a crítica de ter-se realizado ape-
nas no último ano do segundo mandato do Presidente
Lula. A CONAE se constitui na grande referência para
o PNE ( Plano Nacional de Educação) cuja vigência se
encerra este ano, e o Governo Federal precisa apresen-
tar à sociedade uma nova proposta ainda em 2010. Se
tomarmos como parâmetro os tópicos que foram apro-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a vados na CONAE, teremos um bom PNE. O grande nó
2. a passa pela ampliação dos recursos para educação em
3. a 10% do PIB, hoje investimos 5%, e ao que nos parece,
4. a o Governo Federal pretende aumentar para 7% de ime-
5. a diato. Ainda insuficiente, se quisermos vencer proble-
6. a mas crônicos como o analfabetismo, as precárias con-
7. a dições de trabalho e de estrutura das escolas; a inclusão
8. a de milhões de crianças em creches e pré-escolas, a dis-
9. a torção série-idade no ensino fundamental, a expansão
10. a com qualidade do ensino médio e das universidades, e
11. a valorização do professor com política específica de
12. a formação e salários dignos, este um capítulo à parte.
13. a Portanto, um PNE que expresse os anseios da so-
14. f ciedade será a nossa próxima trincheira de luta, e a nos-
15. f sa grande disputa no Congresso Nacional
16. f PISO SALARIAL. VALORIZAÇÃO? STF, UMA
17. f PEDRA NO CAMINHO?
18. f Em julho de 2008, o Governo Lula sancionou a Lei
19. f do PSPN ( Piso Salarial Profissional Nacional). Uma
20. f lei importante na busca pela valorização do magistério
21. f público, porém com um valor baixo, R$ 950,00 , além
22. f de ter uma redação complexa e confusa, facilitando a
23. f atuação contrária daqueles que não queriam ver a lei
24. f aprovada. Em dezembro de 2008 o STF, a partir da so-
25. f licitação julgou a lei como constitucional, no entanto
26. põe obstáculos que frearam até o momento a imple-
27. f mentação do PSPN na maioria dos estados brasileiros.
28. f A decisão do STF de estabelecer piso salarial como
29. f remuneração acabou provocando um achatamento sa-
30. f larial na maioria dos estados brasileiros, uma violen-
31. f ta precarização da carreira do professor, além de uma
32. f enorme letargia para a luta, pois estados e municípios
33. f começaram a utilizar a decisão do STF como barreira
34. para a negociação dos direitos. Para agravar o quadro,
35. f a crise internacional iniciada em 2008 e aprofundada
36. f em 2009 provocou redução ou estabilidade nas receitas
37. f de estados e municípios, sobretudo àquelas derivadas
38. f de transferências federais, a exemplo do FPE, FPM e
39. f FUNDEB. Nos últimos 05 anos a matrícula na educa-
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação de Esquerda
ção básica vem reduzindo sistematicamente. Parado-
xalmente no ano de 2010, em virtude da retomada do
crescimento econômico, as receitas da União batem re-
cordes, porém sem repercussão nos outros entes fede-
rados, situação que precisa ser melhor apreciada numa
futura reforma tributária.
Assim, cabe-nos uma reflexão mais detalhada a
respeito do papel do poder judiciário, bem como das
consequências da aprovação de determinadas leis que,
em tese são importantes, como a do PSPN, no entan-
to aprovada com a desvinculação de uma estrutura
de carreira que valorize, e sem um financiamento vi-
goroso, pode redundar na fragmentação sistemática da
carreira docente, e na continuidade do quadro de desva-
lorização profissional do educador brasileiro. Portanto,
urge um total redimensionamento do financiamento da
educação com um aumento significativo de recursos
em relação ao PIB brasileiro, bem como a regulamenta-
ção do Pré-Sal, com um aporte significativo de recursos
dessa receita para a educação, conforme deliberação da
CONAE.
PNE , O QUE ESPERAR ?
O PNE que se encerra este ano não conseguiu cum-
prir a grande maioria das metas que foram estabeleci-
das em uma lei que surgiu em plena vigência das polí-
ticas neoliberais e que se propunha a avançar na qua-
lidade da educação sem fazer investimentos. Os vetos
aos artigos que objetivavam ampliar o aumento de re-
cursos para a educação pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso já demonstrava ali que aquele plano
não era mesmo para elevar a qualidade social da escola
pública, muito menos valorizar os seus profissionais.
Aliados a isto tivemos o absenteísmo da maioria dos
estados e municípios na formulação dos seus planos
estaduais e municipais de educação.
BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
Nos últimos três anos a grande maioria das ações da
Cnte se confluíram na luta pela conquista e implemen-
tação do PSPN nos estados e municípios. E nesse ce-
Educação 53
 Caderno de Resoluções »
1. a nário importa registrar a interlocução que foi feita pe-
2. a los seus dirigentes no sentido de reverter as primeiras
3. a propostas de formulação da lei, em que a idéia de Piso
4. a Salarial se resumia a um valor simbólico, sem qualquer
5. a menção há aspectos de implantação, jornada de traba-
6. a lho, e sua distribuição de tempo em sala de aula ou fora
7. a dela.
8. a As alterações no projeto inicial da lei do piso foram
9. a fruto das mobilizações feitas nos estados no período
10. a mais próximo da aprovação da lei, da boa interlocução
11. da Cnte com o parlamento, e de marchas que foram
12. a realizadas durante esse período, embora não tivessem
13. a se repetido as grandes marchas de outrora. Daí tive-
14. f mos uma lei do possível em um cenário de correlação
15. f de forças complexo, em virtude da rejeição do projeto
16. f por parte de governadores de estados importantes. A lei
17. f trouxe um valor baixo de piso, R$ 950,00, abre-se para
18. f uma idéia de Carreira, e teve como avanço o tempo de
19. f jornada fora da sala, no mínimo 33%, percentual supe-
20. f rior ao que é aplicado na maioria dos estados brasilei-
21. f ros.
22. f A reação dos governadores á lei do piso foi muito
23. f organizada no STF, e embora não tivessem vencido na
24. f tese da inconstitucionalidade, venceram quando con-
25. f seguiram sustar ou tornar sem efeito liminarmente os
26. artigos e incisos da lei que versavam sobre piso como
27. f vencimento inicial, prazo para implementação, jornada
28. f de trabalho e fórmula de revisão do piso. Isso foi sufi-
29. f ciente para criar um confusão jurídica e um arrefeci-
30. f mento de mobilização dos trabalhadores em educação
31. f brasileiros que faz com que até os dias de hoje tenha-
32. f mos a maioria dos estados brasileiros sem implementar
33. f piso salarial no vencimento básico, ou com a carreira
34. profissional completamente destruída, no período de
35. f implementação, pelas inúmeras interpretações dadas
36. f ao julgamento do STF, ou por aporte insuficiente de
37. f recursos provenientes do governo federal para consti-
38. f tuição do PSPN. Em dezembro passado fez dois anos
39. f do julgamento da Adin e poderemos ter mais um ano
54 31o Congresso Nacional
Articulação de Esquerda
sem que a lei seja cumprida em seu inteiro teor, uma
lei que nasceu insuficiente, e que precisa ser alterada
para trazer dignidade aos trabalhadores, e não levá-lo
ao rebaixamento de conquista que se vê nos dias atuais.
Cabe registrar que após o julgamento do STF, a
CNTE através da Secretaria de Assuntos Jurídicos pro-
moveu um encontro para discutir os mecanismos jurí-
dicos para subsidiar os enfretamentos políticos que as
entidades estaduais que estavam em luta precisavam
para que a implementação do piso se desse de forma a
preservar a lei aprovada, mesmo após o julgamento da
Adin do piso.
Outro ponto importantíssimo a ser ressaltado foi a
promoção de um grande encontro sobre comunicação
sindical realizado pela CNTE, e organizado pela Secre-
taria de Comunicação da entidade. O encontro ocorreu
em 2009 com a participação de jornalistas progressis-
tas renomados a exemplo de Beto Almeida, e de Vito
Giannoti, que debateram sobre a importância da comu-
nicação para a disputa da hegemonia na sociedade. O
trabalho da Secretaria de Comunicação faz com que
a Cnte esteja cada vez mais conectada com as redes
sociais. No entanto, é visível ainda a necessidade de
avançar nessa área, a Cnte mesmo com o seu tamanho
e a sua abrangência, é ainda uma entidade de pouca
visibilidade na mídia, e de pouca penetração em áreas
alheias à educação.
Registre-se também a grande conquista na área de
formação da Cnte que foi a Esforce ( Escola de For-
mação da CNTE ) seja pela qualidade da maioria dos
cadernos de formação sindical que foram enviados às
entidades filiadas, seja pela criação da Revista Semanal
RETRATOS DA ESCOLA. A revista é um grande re-
ferencial de leitura, estudos e debates sobre a educação
pública brasileira.
Mas esse período também foi muito importante a
atuação do DEFE ( Departamento de Funcionários da
Educação ) pelas conquistas dos trabalhadores em edu-
cação não docentes. O Pró-funcionários tem sido um
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a importante espaço de formação e valorização dos tra-
2. a balhadores em educação que ao se profissionalizarem,
3. a além de melhorar a qualidade do seu trabalho, facilita
4. a o avanço na carreira, e abre o caminho para o grande
5. a sonho da conquista do PSPN. Mas o grande marco foi
6. a a aprovação da lei 12014/2009 que reconhece os fun-
7. a cionários de escolas como profissionais da educação.
8. a A Cnte terá muitos desafios a enfrentar. Estamos
9. a em um cenário de um novo governo, embora de con-
10. a tinuidade de grupo político, que terá que trazer boas
11. novas para a educação. A presidente Dilma reiteradas
12. a vezes disse publicamente que educação no seu gover-
13. a no seria prioridade, e mais foi firme em dizer que os
14. f professores precisam de salários dignos e boa forma-
15. f ção. Ocorre que as prioridades do governo são muitas,
16. f e como a pressão por escola pública de qualidade no
17. f Brasil nos últimos tempos é um discurso de poucos se-
18. f tores da sociedade, cabe à Cnte junto com as entida-
19. f des reconhecidamente de luta encaminhar uma série
20. f de ações políticas e de massas para não deixarmos a
21. f educação em segundo plano. Por isso urge um cenário
22. f de muita mobilização, sobretudo porque estamos dian-
23. f te de uma discussão de um novo PNE, cuja face será
24. f fruto da na nossa capacidade de organização e de luta.
25. f
26. PLANO DE LUTAS
27. f 1. Lutar pela realização de uma auditoria séria e contra
28. f o pagamento da dívida externa;
29. f 2. Lutar pela independência política e econômica dos
30. f países da América Latina e de outros países ainda
31. f dependentes de capital internacional;
32. f 3. Lutar pela nacionalização das empresas privatizadas
33. f no Governo de Fernando Henrique Cardoso;
34. 4. Lutar para que as riquezas petrolíferas do Pré-Sal se-
35. f jam utilizadas para investimentos em educação pú-
36. f blica, saúde pública, habitação popular, saneamento
37. f básico, agricultura;cultura e erradicação da pobreza;
38. f 5. Lutar a favor de Reforma Agrária, de modo a garan-
39. f tir as condições de sucesso para que os pequenos
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação de Esquerda
agricultores permaneçam no campo, preservando,
assim, a função social da terra;
6. Lutar em defesa da reforma urbana, reprimindo a es-
peculação imobiliária e a ocupação irracional das
cidades e buscando assegurar condições dignas de
vida, saúde, educação, segurança e moradia para o
povo;
7. Defender a priorização do ser humano como centro
de todo e qualquer projeto de sociedade, afirman-
do a solidariedade, a justiça, a igualdade e a de-
mocracia como princípios fundamentais, onde as
diferenças étnicas, culturais, de gênero, religiosas,
sexuais e tantas outras sejam respeitadas e possam
conviver dialeticamente;
8. Lutar contra as altas taxas de juros, a especulação
financeira e monetária, o superávit primário, o de-
semprego, perda de direitos adquiridos e o arrocho
salarial;
9. Lutar para combater a exploração do trabalho, a
prostituição e o abuso sexual infanto-juvenil;
10. Lutar pela demarcação e homologação das terras
indígenas, garantindo, inclusive as condições de
subsistência do povo indígena, resgatando e pre-
servando a sua cultura;
11. Manter a luta em defesa da Amazônia e de todo o
patrimônio natural e ecológico terrestre e marítimo
como mecanismo de defesa da vida e do futuro das
gerações humanas;
12. Priorizar a luta em defesa e preservação das bacias
hidrográficas nacionais e locais;
13. Defender a revitalização do Rio São Francisco e
lutar para que a transposição, atualmente realizada
seja voltada ao consumo humano e animal do Nor-
deste Setentrional e das regiões Ribeirinhas;
14. Discutir e implementar uma nova matriz energéti-
ca para o Brasil, com vistas a encontrarmos novas
fontes alternativas de energia, reforçando a luta
pela desativação das usinas nucleares e contra a
construção de novas;
Educação 55
 Caderno de Resoluções » Articulação de Esquerda

1. a 15. Reafirmar a necessidade de uma Reforma Sindical 29. Lutar por uma política nacional de implantação
2. a e Trabalhista que garanta e amplie direitos, demo- da Educação Infantil (Creches e Pré-escolas) nos
3. a cratize as relações de trabalho e fortaleça a organi- municípios;
4. a zação sindical, como instrumento da luta autônoma 30. Lutar pela universalização do atendimento para os
5. a dos trabalhadores; portadores de necessidades especiais, com a ga-
6. a 16. Combater a política imperialista dos Estados Uni- rantia das condições pedagógicas, materiais e de
7. a dos; equipamentos necessários a essa modalidade de
8. a 17. Reafirmar a bandeira da defesa da qualidade social ensino, inclusive com a permanente formação pro-
9. a dos serviços públicos; fissionalizante dos docentes, e demais funcionários
10. a 18. Lutar pela reconquista de direitos suprimidos pela da escola, que lidam com alunos com necessidades
11. Reforma da Previdência, defendendo um modelo especiais;
12. a de 31. Reafirmar o combate a política excludente e neoli-
13. a 19. Previdência Pública que esteja sob o controle dos beral do Governo do Estado na educação através de
14. f trabalhadores; pacotes educacionais que negam o Projeto Político
15. f 20. Aprofundar a discussão sobre a importância da Pedagógico das escolas e autonomia do educador;
16. f implementação de políticas sócio-econômicas e 32. Lutar para extinguir das escolas estaduais e muni-
17. f ambientais na perspectiva de um desenvolvimento cipais os pacotes educacionais (Se Liga, Acelera,
18. f sustentável; Alfa e Beto, Centros Experimentais entre outros);
19. f 21. Lutar pelo respeito e pela igualdade de direitos para 33. Combater os problemas que atingem os educadores
20. f os aposentados e pensionistas, bem como, pelo res- que reflete na auto-estima, no stress, LER-Lesão
21. f peito aos direitos adquiridos pelos mesmos; por Esforço Repetitivo e outros que influenciam no
22. f 22. Lutar pela garantia da paridade do direito ao Piso processo de ensino-aprendizagem;
23. f para os aposentados do Regime Geral de Previdên- 34. Denunciar a violência interna nas escolas e lutar
24. f cia; para que as unidades de ensino possam debater e
25. f 23. Lutar pela paridade e integralidade salarial dos tra- encontrar alternativas pedagógicas de combate a
26. balhadores da ativa e aposentados; violência, o tráfico e o uso de drogas;
27. f 24. Lutar pelo fim do Fator Previdenciário; 35. Lutar pela Regulamentação da Gestão Democráti-
28. f 25. Lutar pela fixação de um salário mínimo capaz de ca com eleição para dirigentes escolares em todo
29. f garantir as necessidades do trabalhador e da sua fa- o país;
30. f mília, usando-se, para tanto, os cálculos efetuados 36. Lutar para aumentar o percentual do Produto In-
31. f pelo DIEESE; terno Bruto - PIB destinado à educação para 10%;
32. f 26. Lutar pela redução da jornada de trabalho, sem re- 37. Lutar pelo aumento do valor do custo-aluno-ano,
33. f dução de salários e sem perda dos demais direitos numa perspectiva de garantirmos o padrão de qua-
34. trabalhistas historicamente conquistados; lidade social requerido para a educação dos brasi-
35. f 27. Lutar pela regulamentação dos limites da proprie- leiros;
36. f dade da terra; 38. Lutar para que as verbas públicas destinadas à edu-
37. f 28. Lutar para combater o monopólio dos meios de co- cação sejam aplicadas exclusivamente na educação
38. f municação e valorizar a mídia alternativa (rádios, pública;
39. f TV’s comunitárias, jornais, revistas, etc.); 39. Manter a unidade e a mobilização da categoria para

56 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Articulação de Esquerda

1. a lutar pela valorização profissional (com condições José Kraemer–SC; Andréa Batista – PE; Denize Silva
2. a dignas de salário, trabalho e carreira), e por polí- De Oliveira –MS; Francisco Givanildo dos Santos –
3. a ticas públicas que priorizem a qualidade social da MS; Ana Cristina De Souza – DF;Jorge Adriano Fer-
4. a educação, que foquem o aluno como o centro do reira Alves – AL; Maurino Fidelis – ES; Maria Barro-
5. a processo de ensino e aprendizagem e que conside- so Vieira – SE;Janieire Tavares Miranda –SE; Neilton
6. a rem a formação inicial e permanente dos educado- Diniz Silva – SE;Carlos Sérgio Lobão Araújo – SE;
7. a res como condição indispensável do sucesso dessas Roberto Silva Dos Santos – SE; João Brandão – RJ;
8. a políticas; Evandro Acrobate –SC;Ozete Pasin Bedin – SC; San-
9. a 40. Lutar pelo o aumento da profissionalização dos dra Vavaski – SC; Luiz Veronezi – RS;Antonio Ave-
10. a Funcionários de Escola, de modo que possam re- lange; Marina da Silva –RS;Cândida Rosseto – RS;
11. ceber Piso Salarial Profissional, como determina o Cleci Maria Souza – RS;Lucilaine Nogueira Gonçal-
12. a Art. 206, Inciso VIII da Constituição Federal; ves – RS;Maria Eliza Fernandes Ajala- RS; Maria Lú-
13. a 41. Lutar pela qualidade social da educação básica cia Oliveira – PE; Rossana Pereira Moura – PE; Jair
14. f como forma de se superar a atual necessidade do Cavalcanti – PE;Maria Fabiana Silva – PE; Erineto
15. f estabelecimento de políticas compensatórias para Vieira dos Santos –SE; Maria Luci Santos Leite – SE;
16. f o ingresso nas universidades públicas; Jose Carlos Brumatti -MS; Vitória Elfrida Antunes –
17. f 42. Lutar pelo fim das contratações temporárias de edu- MS;Alexandro Luiz PEira –MS; Ivonete Alves da Cruz
18. f cadores nas redes estadual e municipais de ensino; – SE;Claudia Oliveira Barreto – SE; Ederaldo Jose de
19. f 43. Reafirmar, e fiscalizar, o concurso público como Arruda – SE; Ivonia Aparecida Ferreira – SE; Markilina
20. f única forma constitucionalmente definida para in- Debora Nascimento – SE; Estefane Lindeberg Santos –
21. f gresso na carreira do Magistério Público e nas de- SE; Fátima Ferreira dos Santos – SE;Claudia Patrícia
22. f mais funções ligadas ao trabalho em educação; De Santana – SE; Nadja Milena Santana – SE; Maria
23. f 44. Lutar contra toda e qualquer forma de precarização Enivalda Leite – SE;Denise Albuquerque – PE;Ana
24. f e terceirização das relações de trabalho no âmbito Karla Pereira- PE; Fernando Barbosa – PE;João Elpí-
25. f das Secretarias de Educação, dos seus órgãos e uni- deo Do Nascimento- PE; Gutemberg Cavalcanti- PE;
26. dades de ensino; Francisco José Dos Santos – SE; José Francisco Andra-
27. f 45. Reafirmar a bandeira da defesa da qualidade social de – SE; Maria Do Carmo Drumond – MS; Emerson
28. f dos serviços públicos; dos Santos - MS;Tânia Ivone Lima Moura – SE; Maria
29. f 46. Lutar para que a União assuma, junto com Estados Bernadete Rodrigues – SE; Ubaldina Fonseca Santana
30. f e Municípios, a responsabilidade para o pagamento – SE;Silvia Vasques;Claudiomiro Ambrosio –RS;
31. f do Piso Salarial Nacional Profissional Nacional em Derlan Trombeta –RS;Daniela PEretti –RS;Claudete
32. f todos os estados, através de repasses de recursos, Scherer – RS;Adélia Menezes- RS;Simone De Freitas
33. f numa política unificada de valorização desses pro- Gama – SE;Ana Cristina Oliveira Lima – SE; Uilson
34. fissionais. De Meneses Hora – SE; Izabel Cristina Santana –
35. f SE;Maria do Socorro Barreto; Joana Seabra – PE;Lúcia
36. f ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO: Porto – PE; Elcyene Carvalho – PE;Josélio Oliveira –
37. f Joel Almeida – CNTE;Antonia Joana Silva – PE;Sandra De Morais Bomfim – SE;Ana Geni De An-
38. f CNTE;Rubens Marques de Sousa – SE;Angela drade – SE; Márcia Marize Gama Souza – SE;Jailde
39. f Maria de Melo – SE;Cláudio Somacal – RS;Aldoir dos Passos Professor – SE;Mara Margareth Gama Bis-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 57

 Caderno de Resoluções » Articulação de Esquerda

1. a po – SE; Sônia Maria Santos – SE;Joanita Cavalcanti

2. a – PE;Sandra Maria – PE; Leandro Peixoto – PE; Alda-
3. a maris Maria – PE; Mariza de Azevedo – PE;Humberto
4. a Felipe – PE; Wilson de Melo – SE;Manoel de Souza
5. a Jesus – SE; José de Jesus Santos – SE;Edivaldo B Car-
6. a dozo – MS; Zilda Peixoto – MS;Jociene Matilde De
7. a Amorim – SE; Maria Vicencia Lemos Da Cruz – SE;
8. a Marly Rodrigues Silva – SE; Jose Valmir de Souza –
9. a SE;Marinez Rocha –RS; Núbia Rosa –RS;Rosa Gio-
10. a vanoni – RS; Suzi PEretti – RS;Joelza Oliveira Santos
11. Araújo – SE; Edinalva da Silva Mendes – SE; Geri-
12. a valda dos Santos Feitosa – SE; Maria Augusta de Oli-
13. a veira – SE; Maria Amelia Pereira Souza – SE; Maria
14. f Eliana Melo – SE; Ana Luzia Costa Santos – SE; Ga-
15. f ribaldi Nascimento Cardoso- SE
16. f
17. f
18. f
19. f
20. f
21. f
22. f
23. f
24. f
25. f
26.
27. f
28. f
29. f
30. f
31. f
32. f
33. f
34.
35. f
36. f
37. f
38. f
39. f

58 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 7: CSD - CUT sOCIALISTA
3. a E DEMOCRÁTICA
4. a
5. a CONJUNTURA INTERNACIONAL
6. a O aprofundamento do neoliberalismo através de
7. a suas políticas, somada à crescente financeirização da
8. a economia levaram o sistema capitalista a uma crise
9. a sem precedente, superior a maior crise que o mundo já
10. a vivenciou a de 1929. O que se viu foi uma crise estru-
11. tural de todo o sistema econômico baseado na supre-
12. a macia do capital financeiro e na expansão ilimitada do
13. a crédito que atingiu praticamente todos os países, ainda
14. f que de forma diferenciada. O discurso liberal de que
15. f o Estado não deve intervir, pois o mercado é capaz de
16. f regular todas as suas necessidades, caiu por terra.
17. f Na Europa, como resposta à crise financeira inter-
18. f nacional, a mesma receita aplicada durante 30 anos de
19. f hegemonia neoliberal tem sido requentada, ou seja, a
20. f crença de que gastos excessivos do Estado motivaram
21. f a crise. Postura de Organismos internacionais (FMI,
22. f Banco Central Europeu) frente à crise da Grécia indi-
23. f cam isso: ajuda financeira condicionada a medidas or-
24. f todoxas como arrocho salarial, corte de aposentadorias
25. f e suspensão de investimentos públicos em políticas so-
26. ciais, penalizando assim, cada vez mais a classe traba-
27. f lhadora para salvar o mercado.
28. f Os países que formam o BRIC – Brasil, Rússia, Ín-
29. f dia e China – tem papel fundamental entre as nações
30. f que, atualmente, concentram o poder mundial. Estes
31. f quatro países reúnem 40% da população do planeta e
32. f 15% do PIB. O Governo brasileiro sai fortalecido da
33. f crise, ao não seguir a linha liberal de enfrentamento,
34. aumentou as relações com os mais diversos povos de
35. f todos os continentes, aprofundando as relações eco-
36. f nômicas, sobretudo no plano Sul-Sul e de integração
37. f regional da América Latina, em especial a America do
38. f Sul,, como também alterou os parâmetros de sua políti-
39. f ca econômica antes do início da referida crise.
As eleições no continente tem demonstrado uma
tendência em direção a governos democráticos com
compromissos de afirmação do espaço público, anti-
-privatizantes, com caráter nacionalista e defesa da
soberania popular. Evidente que esta tendência não sig-
nifica que o contorno seja em linhas claras o suficiente
para afirmarmos que a AL se esquerdizou. Mas, sem
dúvida, ela se nacionalizou e repele hoje o neolibera-
lismo. O mais importante é que esta fase “democrati-
zante, nacionalista e antineoliberal” tem sido sustenta-
da por bases populares, como é o caso do Brasil, que
depois de ataque virulento da direita ao governo Lula,
este se reelegeu com mais de 60% dos votos válidos e
acaba de eleger sua sucessora Dilma Roussef como a
primeira mulher presidenta na história do Brasil.
O grande desafio para a esquerda é justamente ca-
nalizar este amplo movimento democrático e naciona-
lista em um grande projeto para a América Latina. A
importância do Brasil neste processo é vital, sendo o
maior PIB da região.
CONJUNTURA NACIONAL
Do ponto de vista histórico, o objetivo da esquerda
brasileira deve ser a conquista do poder do Estado em
uma perspectiva socialista. Isto significa que a ruptura
e superação do sistema capitalista deve estar apontada
mesmo dentro dos marcos do Estado Democrático de
Direitos que é a expressão progressista da concepção
liberal de Estado.
O Brasil – com suas especificidades nacionais – é
parte central do cenário latinoamericano. Pelas suas di-
mensões territoriais e sua capacidade industrial e pro-
dutiva é peça chave para que toda a região possa avan-
çar para além da dependência ao imperialismo e supe-
rar definitivamente o neoliberal. As classes dominantes

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 59

 Caderno de Resoluções »
1. a ainda continuam fortes e os interesses do grande capital
2. a internacional estão mais profundamente arraigados. A
3. a candidatura da companheira Dilma Roussef (PT) se
4. a consolidou a partir da polarização entre o projeto repre-
5. a sentado por estas elites e o projeto democrático e popu-
6. a lar saindo mais uma vez vitorioso nas eleições de 2010,
7. a aquele que busca os avanços rumo ao projeto democrá-
8. a tico e popular. O desfecho dessa disputa dependerá da
9. a luta de classes, o que para a classe trabalhadora orga-
10. a nizada significa, em primeiro lugar, que dependerá de
11. sua capacidade de se mobilizar e angariar aliados para
12. a suas reivindicações imediatas e seu projeto de país.
13. a As medidas tomadas pelo Governo Federal garan-
14. f tiram a recuperação do emprego diante das perdas da
15. f crise. Reduziu a taxa de juros, o superávit primário e
16. f até a tributação para determinados setores. Esse últi-
17. f mo aspecto, porém, merece a nossa crítica. O governo
18. f não buscou comprometer os setores privilegiados pe-
19. f las medidas com metas de geração de mais empregos.
20. f O Governo Lula sai fortalecido da crise e do processo
21. f eleitoral, provocando uma derrota programática da di-
22. f reita organizada, que sugeria corte nas políticas sociais.
23. f A elevação da renda do trabalho, dos benefícios da pre-
24. f vidência, dos programas sociais e da geração de empre-
25. f gos, inclusive formais, foram determinantes. No Brasil,
26. optou-se pelo fortalecimento do mercado interno de
27. f consumo de massas, com acesso ao crédito, política de
28. f valorização do salário mínimo, ampliação das transfe-
29. f rências de renda para as famílias e, fundamentalmente,
30. f com recordes na geração de empregos formais e a con-
31. f seqüente redução das taxas de desemprego. Hoje, cerca
32. f de 60% da população brasileira é beneficiária dos pro-
33. f gramas sociais. É uma dimensão populacional maior
34. que a maioria dos países da América Latina. É a maior
35. f rede de proteção social em execução no mundo. O or-
36. f çamento para a agricultura familiar partiu de 1,5 para
37. f 12 bilhões de reais nesse governo. Cerca de 70% dos
38. f alimentos servidos na mesa dos brasileiros é oriunda
39. f pela agricultura familiar. Por outro lado, os bloqueios
60 31o Congresso Nacional
CSD - CUT Socialista e Democrática
que dificultam para avançarmos em direção ao projeto
democrático e popular permanecem fortes. Não rever-
temos à profunda reforma trabalhista executada pelo
governo FHC. A trincheira parlamentar tem bloqueiado
essa possibilidade. No entanto, temos forte consciência
de que é o projeto democrático e popular que tem con-
dições de operar essa reversão. É esse projeto em curso
que tem possibilitado a redução da pobreza e o aumen-
to do emprego formal. Dentre os pontos centrais de en-
frentamento na conjuntura, devemos eleger o combate
ao rentismo como alvo. Essa linha econômica susten-
ta a defesa do aumento da taxa de juros. O argumen-
to é que, com o reaquecimento da economia, deve-se
retomar como política central o domínio da inflação.
Devemos intensificar as mobilizações para derrotar o
neoliberalismo ainda presente no Banco Central. A ins-
titucionalização de conquistas sociais, a reversão das
perdas de direitos do período de hegemonia neolibe-
ral e a democratização do Estado são, ainda, aspectos
com grandes bloqueios. Devemos transformar esses
objetivos em iniciativas concretas de mobilização para
pressão social. A atual polarização social e política no
país é um momento para imprimir derrotas terminais ao
neoliberalismo. Mas, acima de tudo, é o momento de
avançar rumo à implementação do projeto democrático
popular, fortalecendo a luta socialista em nosso con-
tinente. O enfrentamento na conjuntura assumiu lugar
prioritário. Devemos aponta para a disputa em torno de
um modelo de desenvolvimento que privilegie o traba-
lho em detrimento do capital. Ao mesmo tempo, busca
a democratização do Estado, com participação popu-
lar nas decisões políticas. A polarização na disputa de
hegemonia deve servir para avançar nas conquistas. A
construção da plataforma da classe trabalhadora tende
a se estabelece como a principal iniciativa programáti-
ca do movimento sindical latino-americano para a dis-
puta de projetos.
A polarização social acirrada em 2010 deve ser uti-
lizada, também, para reposicionar a organização sindi-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a cal CUTista. Necessitamos repensar as formas de enga-
2. a jamento das lutas sociais, procurando organizar outros
3. a setores sociais que tem sido favorecido pelas mudanças
4. a positivas dos anos recentes. Ao mobilizar em torno da
5. a nossa Plataforma, precisamos alcançar aos quarenta
6. a milhões de pessoas beneficiadas pela valorização do
7. a salário mínimo, os/as trabalhadores/as da agricultura
8. a familiar, as famílias atendidas pelos programas sociais,
9. a como Bolsa Família, Pronasci, Projovem, Luz Para To-
10. a dos, Territórios da Cidadania, dentre outros.
11. Em um processo recente fizemos o enfrentamento
12. a dentro do Fórum instalado pelo Ministério da Previ-
13. a dência quando se fazem sentir novamente pressões pró-
14. f -reforma, sendo assim, reafirmamos a posição contrária
15. f a qualquer reforma que signifique a retirada de direitos
16. f dos trabalhadores, tantos para quem esteja no mercado
17. f de trabalho como para as gerações futuras, ao mesmo
18. f tempo que indicamos a posição de que a CUT se retire
19. f do Fórum Nacional da Previdência.
20. f É preciso definir claramente uma tática para a atu-
21. f ação do sindicalismo cutista, e nesse sentido deve ficar
22. f claro que a CNTE e CUT não aceita ações que vão na
23. f contramão dos interesses dos trabalhadores, ao mesmo
24. f tempo que trabalha para avançar em uma agenda de
25. f direitos para a classe trabalhadora.
26. sentido de avançar na liberdade de organização sindi-
27. f POLÍTICA SINDICAL
28. f O movimento sindical sofreu violentos ataques
29. f durante o período neoliberal. Novas formas flexíveis
30. f de trabalho, qualidade total, trabalhadores multifuncio-
31. f nais, terceirização e demissões marcaram o mundo do
32. f trabalho. O que unificou a luta foi a resistência pela
33. f manutenção de direitos e o enfrentamento social para
34. derrotar o neoliberalismo. O movimento sindical e as
35. f lutas populares, com o MST, contribuíram para o novo
36. f momento político.
37. f Assim, é possível afirmar que a conjuntura atual
38. f resulta de uma acumulação política do campo demo-
39. f crático e popular, onde a CUT se destacou.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
O primeiro mandato do governo Lula começou em
2003, sob o signo da reforma da previdência social,
que implicou em perdas para diversos setores dos tra-
balhadores do serviço público. Foi um símbolo nega-
tivo na “inauguração” do relacionamento do Governo
Lula com os trabalhadores. Esse é um tema de grande
importância para qualquer balanço dos últimos perío-
dos. Porém, quando se analisa o quadro geral, há diver-
sos outros pontos que também merecem atenção, tais
como: aumentos reais do salário mínimo (a maioria das
negociações coletivas resultou em aumentos reais de
salários); instalação de mesas nacionais de negociação;
políticas como o “Bolsa-Família”, que na condição de
política de Estado ajuda a libertar o povo pobre do co-
ronelismo nos grotões do país; impacto positivo sobre
o nível de vida com a combinação de redução do preço
da cesta básica, aumentos reais de salários, baixa infla-
ção e acesso ao crédito. Esse impacto positivo foi sen-
tido mais intensamente nos setores de baixos salários;
redução do desemprego e um crescimento do emprego
formal, mas, em geral, em ocupações com baixa remu-
neração.
Para o movimento sindical o resultado mais frus-
trante do primeiro mandato do Governo Lula é não ter
realizado nenhuma mudança na estrutura sindical no
cal.
O veto de Lula à Emenda 3 foi de grande importân-
cia para impedir a generalização da fraude trabalhista e
a perda de direitos dos trabalhadores. Porém, boa par-
te da “base parlamentar do governo” votou a favor da
Emenda 3.
Durante os dois mandatos de Lula ocorreu uma re-
estruturação dos serviços públicos com: a) concurso pú-
blico em diversas áreas; b) aprovação de planos de car-
reiras para os servidores federais. Porém, a negociação
coletiva no serviço público que já deveria ter sido regu-
lamentada tem se arrastado. O PLP 001 (do PAC) coloca
um limitador no gasto público com pessoal, impossibi-
Educação 61
 Caderno de Resoluções »
CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a litando nomeações de servidores, para substituição por
2. a aposentadoria, bem como impedia reajuste dos venci-
3. a mentos para garantir o seu poder de compra. E a propos-
4. a ta da AGU para regulamentar o direito de greve dos ser-
5. a vidores é, na verdade, uma regulamentação anti-greve.
6. a O reconhecimento das Centrais Sindicais é outro
7. a ponto fundamental na organização dos trabalhadores/
8. a as. As regras acordadas favorecem a fragmentação e bu-
9. a rocratização e se constituem em novos obstáculos para
10. a a conquista da plena autonomia e liberdade sindical.
11. A correlação de forças atual no movimento sindi-
12. a cal repõe e potencializa velhos problemas. Setores do
13. a movimento sindical não conseguiram se colocar como
14. f alternativa de organização e direção da classe trabalha-
15. f dora e tem aprofundado sua vocação divisionista. Pri-
16. f meiro, ocorreu à criação da Conlutas, pelo PSTU. Em
17. f seguida, os setores ligados ao PSOL não conseguiram
18. f superar a cláusula de barreira do 9º Concut e formaram
19. f outra organização sindical, chamada de Intersindical e
20. f por último tivemos a decisão da CSC de saída da CUT
21. f se constituindo em uma nova central.
22. f As mobilizações recentes demonstraram o protago-
23. f nismo de nossa Central como construção do pólo social
24. f por mudanças estruturais e em defesa dos direitos dos
25. f trabalhadores e do povo, apresentando suas reivindica-
26. ções de melhores condições de vida e trabalho, mobi-
27. f lizando e pressionando o poder público e as organiza-
28. f ções patronais, tendo como perspectiva a superação do
29. f capitalismo.
30. f É fundamental a unificação das campanhas sala-
31. f riais em torno às bandeiras do aumento real dos salá-
32. f rios e pela redução da jornada de trabalho. Devemos
33. f pressionar para que a lógica da economia seja da dis-
34. tribuição da renda e que seja esse o pilar da retomada
35. f sustentável do crescimento econômico.
36. f Assim, a política de valorização do salário míni-
37. f mo demonstrou ser essencial para o enfrentamento aos
38. f impactos negativos da crise e para o combate às desi-
39. f gualdades sociais e regionais, fortalecendo o mercado
62 31o Congresso Nacional
interno e o poder de compra dos trabalhadores, aposen-
tados e pensionistas. Propomos que o acordo firmado
pela CUT e as demais centrais sindicais com o governo
seja aprovado pelo Congresso Nacional, contemplando
ganhos reais crescentes até 2023.
A estratégia sindical deve responder a essa situação
reforçando duas linhas de atuação: a) fortalecer os vín-
culos com outros movimentos sociais que organizam,
em função de agendas não sindicais, segmentos impor-
tantes de trabalhadores/as que hoje se encontram fora
dos sindicatos. Essa é a tarefa principal que temos na Co-
ordenação dos Movimentos Sociais; b) apoiar e organi-
zar alternativas econômicas autogestionárias de traba-
lhadores, pressionando para que o poder público apóie
essas experiências, sua implementação e disseminação.
Bandeiras a serem priorizadas pela CUT e todo o
movimento sindical no próximo período, já iniciado:
a) aprovar uma política nacional de valorização do
salário mínimo;
b) a redução da jornada de trabalho sem redução de
salários (para 40 horas semanais e com regulamentação
das horas extras);
c) a formalização do trabalho - retirar milhões de
trabalhadores da informalidade, sem alterar o padrão
de direitos já conquistados;
d) alterações constitucionais para garantir a liber-
dade de organização sindical;
e) instituição de mecanismos de Democracia Par-
ticipativa;
f) democratização dos meios de comunicação;
g) uma nova relação dos governos com os servido-
res públicos.
h) incorporação de políticas públicas universais
que garanta a permanência da juventude no sistema
educacional;
i) organização sindical de todos os servidores pú-
blicos em todas as esferas governamental;
j) defesa do Plano Nacional de Defesa da Cidada-
nia e direitos humanos;
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a l) defesa de um modelo que assegure o desenvolvi-
2. a mento sustentável e garanta a existência do planeta, dos
3. a seres humanos e de suas gerações futuras;
4. a m) defesa da integralidade/universalidade do SUS
5. a para que todos os trabalhadores/as tenham direito ao
6. a acesso gratuito aos serviços de saúde.
7. a
8. a POLÍTICA EDUCACIONAL
9. a O segundo mandato do governo Lula promoveu
10. a avanços na política educacional do país, a consolida-
11. ção do Ensino de 9 anos, Piso Salarial Profissional Na-
12. a cional – PSPN, regulamentação do inciso V, do artigo
13. a 206 da CF, alterado pela Emenda Constitucional 53,
14. f que definiu os Profissionais da Educação Escolar e a
15. f promulgação da EC 59 que estabeleceu o Ensino obri-
16. f gatório dos 04 aos 16 anos, e acabou com a Desvincu-
17. f lação de Recursos da União – DRU que represava 20%
18. f dos recursos Orçamentário da Educação. Apesar dos
19. f avanços, as políticas educacionais aplicadas precisão
20. f ser muito mais ousadas, principalmente no ponto chave
21. f de qualquer projeto político pedagógico que é o finan-
22. f ciamento com recursos públicos diretamente voltados
23. f para formação, valorização profissional, manutenção
24. f de prédios, instalações, equipamentos objeto de regula-
25. f mentação a partir da regulamentação de um custo/alu-
26. no qualidade por aluno, por tipo de escola, por turnos
27. f de funcionamento e localização. O financiamento da
28. f Educação atingiu seu maior percentual em relação ao
29. f PIB em 2009, chegando a 4,6%, no entanto é preciso
30. f ser consolidado no Novo Plano Nacional de Educação
31. f o que a CONAE aprovou, ou seja, investimento ime-
32. f diato em 2011 de 7% do PIB e progressivamente che-
33. f gando a 10% em 2014. Com relação aos mecanismos
34. de avaliação (Prova e Provinha Brasil, SAEB, ENEM,
35. f ENADE etc.) se faz necessário ser aperfeiçoados, pois
36. f é preciso que as mesmas venham a servir para a tomada
37. f de medidas sistêmicas que contribuam para a melhor
38. f formação, valorização e qualificação dos/as educado-
39. f res/as, além das condições físicas de trabalho. Portan-
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
to é preciso superar o fundamento meritocrático e de
ranking das avaliações.
Já com relação à gestão democrática da educação a
mesma deve ter como princípio fundamental e básico
a radicalização da democracia, traduzindo-se no cará-
ter público e gratuito da educação, na inserção social,
nas práticas participativas, na descentralização de po-
der, na eleição direta de seus dirigentes, na socialização
dos conhecimentos e das decisões colegiadas. Assim,
o processo de construção da gestão democrática pres-
supõe autonomia, representatividade social e formação
para a cidadania.
A concepção de gestão democrática defendi-
da historicamente pelo Fórum Nacional em Defesa
da Escola Pública está fundamentada na constituição
de um espaço público de direito, que deve promover
condições de igualdade social, garantir estrutura mate-
rial que viabilize um atendimento educacional de boa
qualidade, criar um ambiente de trabalho coletivo com
vistas à superação de um sistema educacional fragmen-
tado, seletivo e excludente.
Este ano de 2011 se inicia com um grande desa-
fio, que é o debate e aprovação no Congresso Nacio-
nal do Novo Plano Nacional de Educação, sendo assim
um ano de muita exigência na disputa de projeto, seja
no PNE, seja na atualização de ordenamentos legais.
É sine qua non a formação do Sistema Nacional de
Educação com implantação de regime de colaboração
efetivo entre os sistemas de ensino estaduais e munici-
pais, tendo como um dos instrumentos o financiamento
da Educação. A não existência de um Sistema Nacio-
nal de Educação tem contribuído para as altas taxas
de analfabetismo e para a frágil escolarização formal
de sua população, portanto torna-se fundamental que
neste sistema deva haver totalidade para além da con-
sideração da diversidade de redes, das diferenças, da
ação interdependente, da flexibilidade para inovações e
criatividade, para as instâncias de pactuação federativa
com clara divisão de competência entre os diferentes
Educação 63
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a níveis do sistema nacional, sendo que o princípio da
2. a gestão democrática deve ser praticado em todas as suas
3. a instâncias. É preciso avançar na regulamentação do re-
4. a gime de colaboração destacando o estabelecimento de
5. a mecanismos de fiscalização e controle que assegurem
6. a o cumprimento da aplicação dos percentuais mínimos
7. a vinculados à manutenção e desenvolvimento do ensi-
8. a no; e de instrumentos que promovam a transparência
9. a na utilização dos recursos públicos pelos sistemas de
10. a ensino e pelas escolas, para toda a comunidade local e
11. escolar.
12. a Neste sentido, o Fundeb (Fundo de Manutenção
13. a e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valo-
14. f rização dos Profissionais da Educação) operfeiçuou
15. f algumas das principais reivindicações da nossa cate-
16. f goria, ao assegurar o financiamento não só do ensino
17. f fundamental e da educação especial, que já havia, mas
18. f agora também da educação infantil, do ensino médio
19. f e da educação de jovens e adultos; ou seja, de toda a
20. f Educação
21. f Básica, mesmo assim ainda é uma política insufi-
22. f ciente para resolver os graves problemas educacionais
23. f do nosso País.
24. f Por outro lado, é preciso a consolidação definitiva
25. f do PSPN como política de valorização profissional, defi-
26. nindo as estratégias de mobilização para fazer valer a Lei
27. f n° 11.738/08, pressionando o STF a proceder à votação
28. f da ADI que tem sido um obstáculo a efetivação da lei.
29. f Do ponto de vista da valorização profissional torna-
30. f -se fundamental a aprovação pelo Congresso Nacional
31. f do projeto de Lei N° 1592/03 que institui Diretrizes de
32. f Carreira para todos os Profissionais da Educação Esco-
33. f lar nas redes de ensino da União, dos Estados, do Dis-
34. trito Federal e dos Municípios, o que será fundamental
35. f no ordenamento da vida funcional de todos os Traba-
36. f lhadores em Educação disciplinando os mecanismos
37. f de evolução funcional bem como a aplicação do piso
38. f salarial nos níveis de ensino. A aprovação desta matéria
39. f para nós é fundamental, em especial pelos limites in-
64 31o Congresso Nacional
terpostos pela indecisão do Supremo Tribunal Federal,
na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 4.167/08 o
que traria uma nova realidade, diante da regulamenta-
ção das Diretrizes Nacionais de Carreira em especial
sobre as relações federativas, a regulação da carga de
trabalho, a extensão do Piso Salarial Profissional Na-
cional e sua incidência necessária sobre a carreira, en-
tre outros pontos indispensáveis para a consolidação de
um sistema nacional de Educação.
Nossa luta também levou o Governo Federal a im-
plementar o trabalho de valorização dos Funcionários
de Escolas. O MEC, através do CNE – Conselho Na-
cional de Educação criou a 21ª Área Profissional que
compreende, dentre os/as Trabalhadores/as em Edu-
cação, os/as funcionários/as de escola. Na seqüência
o MEC implementou o Curso Profissional Técnico em
Educação – Profuncionário.
O programa Profuncionário consiste em capacitar
os/as educadores/as que exercem funções administra-
tiva nas escolas das redes públicas estaduais e muni-
cipais de Educação Básica. O programa oferece habi-
litação, para os/as funcionários/as que já concluíram o
Ensino Médio, em quatro áreas: Alimentação Escolar,
Gestão Escolar, Meio-Ambiente e Infraestrutura Esco-
lar e Multimeios Didáticos.
É importante ressaltar mais uma vitória da organi-
zação dos/as trabalhadores/as em Educação: o ensino
fundamental de nove anos. Acreditamos que é um mo-
vimento positivo em busca da qualidade na Educação
que almejamos. Ainda que não haja garantia de vaga
em creches e escolas de educação infantil para todas
as crianças, esperamos que os recursos do Fundeb sir-
vam à gradativa ampliação das vagas escolares para as
crianças pequenas, nos três próximos anos de implan-
tação.
Entendemos que a organização curricular e peda-
gógica da escola deva estar centrada no processo de
ensino e de aprendizagem, a implantação do ensino
fundamental de nove anos leva-nos a repensá-lo em
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a seu conjunto – saberes, tempos, métodos, sujeitos; ou
2. a seja, currículo como forma de encaminhamento e or-
3. a ganização escolar, e não somente como listagem dos
4. a conteúdos disciplinares. Para receber essas crianças, a
5. a escola precisa reorganizar sua estrutura, seus conteú-
6. a dos, suas formas de avaliação, suas práticas pedagógi-
7. a cas, aprofundar a formação dos Profissionais. Enfim, a
8. a organização, como um todo, do trabalho pedagógico. O
9. a MEC/SECAD incluiu a discussão da Educação em di-
10. a reitos humanos nas escolas. Constatamos a necessida-
11. de de politização desse debate que apresenta ainda um
12. a viés liberal e de falsa neutralidade. Sobretudo devemos
13. a exigir que essa e toda discussão sobre políticas edu-
14. f cacionais garantam a participação legítima das entida-
15. f des representativas dos trabalhadores tanto na formu-
16. f lação quanto na avaliação das políticas. É necessária
17. f uma séria e ampla discussão de currículo que suplante
18. f o formato limitado adotado pelo CNE, em audiências
19. f públicas restritas.
20. f Sendo assim, os desafios estão postos e a CNTE
21. f deverá lutar sem trégua neste período que se avizinha
22. f na busca de garantir a consolidação de um sistema na-
23. f cional de educação que garanta a universalização da
24. f educação e seu padrão de qualidade em toda a federa-
25. f ção, observando as seguintes características: promoção
26. da qualidade social pela valorização da competência
27. f e pela garantia das condições de trabalho correspon-
28. f dentes; coordenação planejamento, gestão e avalia-
29. f ção democrática da política educacional; participação
30. f da sociedade civil, dos agentes da educação e de seus
31. f destinatários; simplificação das estruturas burocráticas,
32. f descentralização dos processos de decisão e de execu-
33. f ção e fortalecimento das unidades de ensino; coopera-
34. ção entre as diversas esferas do Poder Público e entre
35. f as unidades de ensino; articulação entre os diferentes
36. f níveis de ensino; integração entre a educação escolar
37. f formal e as ações educativas produzidas pelo movi-
38. f mento social; flexibilidade para o reconhecimento da
39. f experiência extracurricular.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores
CSD - CUT Socialista e Democrática
PLANO DE LUTAS
O avanço organizativo dos Trabalhadores em Edu-
cação do Brasil tem a marca registrada da CNTE. Mas
para tanto muitas lutas foram travadas ao longo dos
anos, desde os primeiros passos da antiga CPPB - Con-
federação dos Professores Primários do Brasil nos anos
60, passando pela incorporação em seguida dos pro-
fessores secundários dos antigos ginásios, tornando-se
CPB - Confederação dos Professores do Brasil período
em que consolidou-se como entidade federativa e como
principal via de organização do sindicalismo docente,
mesmo no período em que era proibida a sindicaliza-
ção para o funcionalismo público. Filiou-se à Central
Única dos Trabalhadores - CUT em 1987 e finalmente
transformou-se na confederação de todos os Trabalha-
dores em Educação - CNTE. Em cada período de ges-
tão a intensidade das lutas aumenta em defesa de uma
educação que possibilitasse a sociedade melhor condi-
ções de vida. As lutas são permanentes nos obrigando
a cada instante estarmos atentos a ações mobilizadoras
que avancem no sentido de garantir conquistas de direi-
tos da classe trabalhadora.
Nós contribuímos para que a CNTE dentro des-
ta CONJUNTURA fosse cada vez mais vigilante no
acompanhamento permanente dos acontecimentos no
Congresso Nacional e nos diversos órgãos governa-
mentais, a exemplo a luta pela aprovação e implanta-
ção do Piso Salarial Profissional Nacional - PSPN. Ou-
tro aspecto relevante deste período foi à contribuição
permanente com análise e subsídios contribuindo para
uma melhor intervenção das nossas entidades de base,
sem também perder de vista e estando a frente de todas
as ações e manifestações ocorridas neste país que fos-
sem em defesa da educação, dos direitos da cidadania,
das políticas sociais, da soberania nacional e em fim
das lutas dos Trabalhadores.
Tivemos nestes três anos cada vez mais fortes, as
mobilizações da Semana Nacional em Defesa e Pro-
moção da Educação Pública e com participação efetiva
em Educação 65
 Caderno de Resoluções »
1. a nas mobilizações nacionais coordenadas pela CUT.
2. a A CNTE esteve sempre atenta na defesa da educação
3. a como direito, inclusive nos enfrentamento com o MEC
4. a nas disputas das políticas educacionais apresentadas.
5. a Os encontros realizados envolvendo as Secreta-
6. a rias Jurídicas e o conjunto dos Advogados das afiliadas
7. a marcou o aprofundamento na relação da CNTE com
8. a as entidades, aperfeiçoando os mecanismos de troca de
9. a experiência nas demandas comuns da nossa base.
10. a Outro aspecto que vem se consolidando a cada pe-
11. ríodo diz respeito a formação através da Escola de for-
12. a mação que conjuntamente com as afiliadas iniciou um
13. a projeto de longo prazo, que sem sombra de dúvidas tem
14. f sido de grande valia para o conjunto dos Trabalhadores
15. f em Educação de todo País. O projeto foi aplicado du-
16. f rante esta gestão, onde procurou trabalhar um processo
17. f de reflexão amplo a partir da relação entre as contri-
18. f buições acadêmicas, a pratica pedagógica concreta, os
19. f desafios colocados para escola pública e a militância
20. f política no atual contexto de transição e superação do
21. f neoliberalismo.
22. f Nestes três anos de atuação da CNTE nós da CSD
23. f nos fizemos presentes contribuindo de forma proposi-
24. f tiva e participativa, possível e permitida, na construção
25. f de mais um período da vida da CNTE como é nossa
26. tradição, sendo assim consideramos o balanço desta
27. f gestão positivo.
28. f Para fazer a CNTE cada vez mais forte e democrá-
29. f tica na defesa da educação e na representação dos tra-
30. f balhadores em educação é preciso, sem desconsiderar
31. f a legitimidade da maioria, criar instrumentos que per-
32. f mitam cada vez mais dividir o grau de responsabilidade
33. f entre as forças eleitas para dirigir a CNTE.
34. O papel e a responsabilidade que a CNTE exerce
35. f hoje no conjunto da classe trabalhadora e dos movi-
36. f mentos sociais, nós impõe a cada instante estarmos
37. f atentos e rigorosamente vigilantes para lutar contra
38. f qualquer medida ou reformas que venham retirar di-
39. f reitos dos(as) trabalhadores(as), além de ampliar sua
66 31o Congresso Nacional
CSD - CUT Socialista e Democrática
intervenção juntos as nossas afiliadas no sentido de am-
pliar e consolidar novos direitos.
Portanto torna-se fundamental a ampliação a cada
dia de sua intervenção política sempre garantindo a
participação plural consolidando assim, cada vez mais
sua organização e democracia interna.
ESTATUTO
ARTIGO 22 - .......Acrescentar a secretaria de Fun-
cionários.
POLÍTICAS PERMANENTES
Educação, Gênero e Diversidade Sexual: Para
que a sociedade tenha clareza da forma como a história
das mulheres foi construída, é preciso possibilitar no
ambiente escolar, espaços de ações coletivas de estudo
e reflexão que favoreçam o conhecimento e o debate
sobre essa construção histórica, fomentando assim o
respeito e a consciência da igualdade entre todas as
pessoas e povos.
As mulheres do Brasil são as principais vítimas da
pobreza, do salário mínimo de fome; da ausência de po-
líticas públicas, tais como saúde, educação, previdência
e moradia. Constituem a maioria dos/as desemprega-
dos/as; ocupam o mercado de trabalho em maior núme-
ro nas últimas décadas. Geralmente, se encontram em
profissões “guetizadas”, discriminadas salarialmente e
desvalorizadas socialmente, como o serviço doméstico,
a educação, a saúde etc. A pesquisa Retrato da Escola
03, feita pela CNTE, revelou a predominância feminina
na educação brasileira.
A maior participação da mulher num ou noutro ní-
vel de ensino está fortemente vinculada ao valor sala-
rial e ao prestígio social, apesar da guetização atingir
toda a categoria. O sistema educacional continua sendo
um nicho para as mulheres no mercado de trabalho,
com salários cada vez mais arrochados.
Em relação às funcionárias das escolas isto fica
ainda mais explícito: o percentual de mulheres nos
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a chamados serviços gerais e administrativos das escolas
2. a – merendeiras, trabalhadoras da limpeza, da biblioteca
3. a e secretaria – é muito maior do que na relação profes-
4. a sor/professora. Não são reconhecidas como educadoras
5. a pelo governo e sociedade por desenvolverem um tra-
6. a balho análogo ao trabalho doméstico, na maioria das
7. a vezes atuam sem formação profissional, não há na Edu-
8. a cação o Plano de Carreira e nem concursos públicos.
9. a A violência é um dos maiores problemas enfren-
10. a tado pelas mulheres brasileiras, fruto de condições so-
11. ciais, econômicas e culturais profundamente desiguais
12. a e de uma tradição de impunidade. A aprovação da Lei
13. a Maria da Penha - Lei N.º 11.340/06 - é uma conquista
14. f do movimento, mas é preciso que esta Lei seja imple-
15. f mentada plenamente.
16. f Outro tema importante é o aborto que hoje, segun-
17. f do dados do Ministério da Saúde, é um grave problema
18. f de saúde pública brasileira. No Brasil, 31% dos casos
19. f de gravidez terminam em aborto, 1,4 milhão de abor-
20. f tamentos são realizados com uma taxa de 3,7 abortos
21. f para 100 mulheres de 15 a 49 anos.
22. f E o que dizer da homofobia que exclui, discrimina
23. f e mata todos os dias? Entre 1948 e 1990, a Organização
24. f Mundial da Saúde (OMS) classificou a homossexuali-
25. f dade como um transtorno mental. Em maio de 1990, a
26. assembléia geral da OMS aprovou a retirada do código
27. f 302.0 (Homossexualidade) da Classificação Internacio-
28. f nal de Doenças, declarando que “a homossexualidade
29. f não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão”. A
30. f nova classificação entrou em vigor entre os países-mem-
31. f bro das Nações Unidas em 1993. Com isso, marcou-se o
32. f fim de um ciclo de 2000 anos em que a cultura judaico-
33. f -cristã encarou a homossexualidade primeiro como pe-
34. cado, depois como crime e, por último, como doença.
35. f Apesar do reconhecimento da homossexualidade como
36. f mais uma manifestação da diversidade sexual, as lésbi-
37. f cas, gays, bissexuais, travestis e transexuais ainda so-
38. f frem cotidianamente as consequências da homofobia. A
39. f escola não pode fechar os olhos para esta realidade.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores
CSD - CUT Socialista e Democrática
Para enfrentar o preconceito e a discriminação
se faz necessário: desenvolver ações que potenciali-
zem a escola como espaço de transformação, rompen-
do com a lógica da reprodução capitalista e patriarcal e
dos valores por ela impostos e reproduzidos, como o de
uma educação sexista, racista e elitista; cobrar do MEC
e das Secretarias de Educação a visibilização das mu-
lheres e da comunidade LGBT na história, através de
materiais específicos sobre suas lutas no combate à po-
breza, às injustiças sociais e pela participação política
nos espaços de poder, das representações de gênero e de
suas lutas específicas; propor mecanismos de controle
quanto à divisão de tarefas na escola, para que as mes-
mas não sejam realizadas com base na cultura constru-
ída de que a limpeza, a alimentação e os cuidados com
educandas/os são tarefas exclusivamente femininas.
Relações Étnico-Raciais, Educação e Classe - Os
educadores têm refletido sobre a necessidade de supe-
ração de construções ideológicas presentes na escola e
na sociedade de legitimação das desigualdades raciais
e sociais presentes na sociedade brasileira. Em nosso
país, a elite dominante produziu um conjunto de idéias
com objetivo de justificar a escravidão e em seguida, a
exclusão racial e social dos negros. Construções ide-
ológicas construídas também pela omissão de conteú-
dos históricos e culturais relativos à contribuição dos
negros no processo civilizatório da humanidade, pre-
sentes ainda hoje no espaço escolar. A educação pode
trazer contribuições importantes para a superação do
racismo. Para tanto, é preciso perceber que o racismo é
resultado de justificações e classificações ideológicas,
com o objetivo de subjugação e exploração de força de
trabalho. Constitui-se, enquanto forma de ideologia de
dominação de uma classe sobre outra, dentro das rela-
ções de produção da vida material.
Para avançar na direção de relações sociais justas e
igualitárias, a educação deve, necessariamente, desve-
lar as ideologias de dominação fundadoras da realida-
de brasileira. Assim, uma escola pública de qualidade,
em Educação 67
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a comprometida com os anseios dos trabalhadores deve
2. a ter como horizonte: o reconhecimento do problema ra-
3. a cial como uma das formas de dominação de classe; o
4. a respeito às origens históricas e manifestações culturais
5. a e religiosas das etnias dos estudantes; o resgate da his-
6. a tória de resistência dos povos historicamente discrimi-
7. a nados; a reflexão constante sobre o racismo no cotidia-
8. a no escolar; a constituição de relações saudáveis entre
9. a negros e brancos repudiando todas as atitudes precon-
10. a ceituosas presentes no ambiente escolar. E ainda: um
11. ensino de história do Brasil que traga de forma crítica a
12. a participação de todas as etnias constituintes da socieda-
13. a de brasileira; a superação dos estereótipos presentes em
14. f livros didáticos que levam a uma visão de inferiorida-
15. f de dos negros brasileiros; a história de resistência dos
16. f negros como constituintes da história de resistência do
17. f conjunto dos trabalhadores; um processo de formação
18. f continuada para professores e funcionários tendo em
19. f vista a necessidade de uma educação anti-racista e a
20. f valorização de todas as etnias presentes no ambiente
21. f escolar a fim de que os estudantes possam assumir com
22. f tranquilidade a sua identidade étnico-racial.
23. f Neste sentido, o Coletivo Anti-Racismo Dalvane
24. f Lellis deve priorizar sua atuação na implementação da
25. f Lei N°. 10.639/03, do Parecer 03/04 do Conselho Na-
26. cional de Educação, que tratam da obrigatoriedade do
27. f ensino da história e cultura afro-brasileira no currículo
28. f escolar. A nova legislação incluiu também o dia 20 de
29. f novembro “Dia da Consciência Negra” no calendário
30. f escolar.
31. f Saúde dos/as Trabalhadores/as em Educação:
32. f É cada vez maior a quantidade de trabalhadores em
33. f educação afastados do trabalho por problemas de saú-
34. de. Os sindicatos estão em alerta, buscando intensificar
35. f ações de orientação e prevenção para que os educado-
36. f res possam realizar seu trabalho com qualidade, saúde
37. f e prazer.
38. f A CNTE reivindica reajuste salarial compatível,
39. f diminuição da carga horária, melhoria das condições
68 31o Congresso Nacional
de trabalho e uma reforma no ensino brasileiro.
Por traz destas medidas encontra-se a possibilida-
de de modificar a situação do adoecimento que vem
acometendo um número cada vez maior de profissio-
nais da educação. Quando o tema é saúde dos educado-
res, o primeiro passo é conhecer a realidade enfrentada
para que o quadro seja revertido. As queixas são infini-
tas: dores musculares, passando por alterações vocais
e distúrbios mentais. Não há educação de qualidade
enquanto o educador não tiver saúde. Nossa luta é para
que os problemas não aumentem ainda mais, e que os
trabalhadores não precisem se afastar de suas funções.
A mudança só será sentida quando todos os edu-
cadores estiverem conscientes de que as doenças estão
relacionadas ao trabalho. Os distúrbios de ordem vocal,
por exemplo, não são reconhecidos como doenças ocu-
pacionais, é preciso fazer esta abordagem com os edu-
cadores, envolvendo os profissionais da área de saúde.
Articulando ações individuais/curativas com ações
coletivas, de vigilância sobre os ambientes e processos
de trabalho, considerando-se que os agravos à saúde do
trabalhador são potencialmente previsíveis e prevení-
veis; garantia do direito à atenção aos trabalhadores ví-
timas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho,
incluindo, além de outras, o tratamento, a recuperação
e a reabilitação física, psicossocial e profissional; ga-
rantia do direito à informação aos trabalhadores e suas
entidades representativas sobre os riscos existentes nos
ambientes e processos de trabalho e suas conseqüên-
cias sobre a saúde; integrar-se e debater o Programa
DST/AIDS – Brasil, a ser desenvolvido em parceria
com os Ministérios da Educação e da Saúde, objetivan-
do a formação de dirigentes sindicais.
ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:
Milton Canuto de Almeida, José Valdivino de Mo-
rais, SINTEAL: Célia Maria Henrique Capistrano, Ma-
ria Consuelo Correia, Girlene Lázaro da Silva, Jailton
de Souza Lira, Lenilda Lima da Silva, Sineide Rodri-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática
1. a gues Correia, Maria dos Prazeres Batista Silva, Maria
2. a Zélia Pereira, Teresinha Barbosa da Fonseca, Edna
3. a Maria Lopes do Nascimento, Rosilde Maria Rodrigues
4. a de Barros, Maria Salete da Silva, Brunio Albino Pon-
5. a tes de Souza, Neide Aparecida Alves de Brito, Ivanil-
6. a za Fabrício Coelho, Edileuza Vespasiano dos Santos,
7. a Renilda de Albuquerque Nunes, Josineide Martins dos
8. a Santos, Wagner Arestides Luciano, Helenice Balbino
9. a Silva, Jane Medeiros dos Santos, Darcir Acioli Silvei-
10. a ra, Jivanete Bernardino da Silva, Marta Maria Queiroz
11. de Moura, Rosilda Salustiano da Silva Lazaro, Cicera
12. a Ferreira da Silva, Marluce Remígio dos Santos Barros,
13. a Erivaldo Simão da Silva, Maria José Odorico dos San-
14. f tos, Edilton Dantas Costa, Margarida da Rocha Alves,
15. f Juracy Pinheiro dos Santos, Maria Felix, Maria Vilma
16. f Barbosa Lúcio, Francisco José Barros da Silva, Miche-
17. f line, Maria Vieira de Lima, Valdir dos Santos Costa,
18. f Jirleide Maria Costa Santos, Sônia da Silva Falcão,
19. f Sitrânia Pereira Cardoso, João Jorge Melo de Farias,
20. f Gilvânia Machado Silva, Antonio Moreira da Silva Ju-
21. f nior, Carlos Alberto Rodrigues Sampaio, Cosmo Go-
22. f mes da Silva, Josimi da Silva, Cicero José da Silva,
23. f Catarina Andra Ferro Ribeiro, Carlos Ramos da Silva,
24. f Maria Aparecida Andrade de Souza, Zelia Correia Por-
25. f to Lira, Edivaldo Pimenta Santos, José Francisco da
26. Silva, Matuana Cristiana da Silva, Faleiana, Alexandre
27. f dos Santos, José Cicero de Menezes, Henrique Marce-
28. f lo Marquesde Lima, Eraldo Inácio de Souza, Adriano
29. f Gomes Felix, Ana Lúcia Gomes de Barros, Lucioano
30. f Pedro dos Santos, APP-Sindicato: Marlei Fernandes
31. f de Carvalho, Janeslei Aparecida Albuquerque, Lirani
32. f Maria de Franco, Mariah Seni Vasconcelos, Luiz Car-
33. f los Paixão da Rocha, Idemar Vanderlei Becki, Silvana
34. Prestes Rodacoswisk, Tomiko Falleiros, José Ricardo
35. f Correa, Áurea de Brito Santana, Clotilde Santos Vas-
36. f concelos, Siumara Ferreira, Inês Conegero Pastor, Ja-
37. f cqueline Meiry Cuenca, Vilma Trindade Souza, Marly
38. f Marcusso de Brito, Paulo Fonseca, Cecília Maria Sto-
39. f ppa, Walkíria Olegário Mazeto, Nueli de Souza, Davel-
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
cir Leonardo, Irmã Pereira de Lima Thomazini, Jomar
Vieira Rocha, Valci Maria Mattos, Hélio Clemente Fer-
nandes, Amâncio Luiz Saldanha dos Anjos, Humberto
Santos, Vilma de Oliveira Ceccon Frigatti, Sidineiva
Gonçalves de Lima, Izabel Cristina Marson, Aparecido
de Sampaio Baptista, Maria Vany Fernandes da Silva,
Sabina da Silva Turbay, Maria Adelaide Mazza Cor-
reia, Davi Brito da Silva, Cássio Roberto Esteche Brito,
Roberto Piano, Leila Elias de Barros, Ana Paula Perei-
ra, Denila Coelho, Antonio Jucelino Batista, Pedro Fer-
reira De Almeida, Paulo Sérgio Boschen, Luiz César de
França, Tatiana Nanci da Maia, José Jailton Camargo,
Claudete Maria Petriw, Geraldo José Bueno, Cesário
Benedito Pedro, Selma Maria Ambrosio, Vitélio Pe-
dro Dalmolin, Antonio Marcos Rodrigues Gonçalves,
Arnaldo Vicente, Nelson Antonio Silva, Rosalina dos
Santos Araujo, Zélia Del’anhol, José Claudinei Posta-
li Stachetti, Maria Ignes Teixeira, Marisa Márcia Ro-
magnole, Luiz Carlos dos Santos, Flora Cardoso Dias,
Lucimara Valente Silva, Ana Lúcia Zambão Gutier,
Marlus Vandelao, Maria Tavares, Nair da Silva, Lauro
Anselmo Ferrarini, Mariza do Rocio Mazzo, Ronaldo
de Castro, Luciano Lempek Linhares, Claiton Luis da
Rocha, Cristiani Maria Lima dos Santos, Júlio Cézar
Amorin, Mariza Chiarani, Ilo Fontanive, Maria Rosely
de Col, Vera Rosi Lopes de Morais, Marisa Pereira de
Camargo, Deborah Bittencourt, Maria Begair Siquei-
ra, Regina Maria Ramos, Carlos Alberto Seibert, João
Batista de Souza, Sebastiana Ruiz Garcia, Márcio Al-
ves Lopes, Maria Aparecida Mariani da Silva, Nádia
Aparecida Brixtener Mendes, Andrea Rosane de Sou-
za, SISMMAC/PR: Maira Beloto de Camargo, Lorici
Khun Corsi, Glacelise Cordeiro de Brito, Simeri de
Fatima Ribas Calixto, Ana Denise Ribas de Oliveira,
Aline Chalus Vernik Carissimi, Fernanda, SINPRO/
DF: Kleber Ribeiro Soares, Fernando Ferreira dos
Reis, Eleceuda França, Hamilton da S. Caiana, Iolanda
Rocha, Maria Auriene Vieira, Misael Barreto, Vilmara
P. do Carmo, SIND-UTE/MG: Elaine Cristina Ribeiro
Educação 69
 Caderno de Resoluções » CSD - CUT Socialista e Democrática

1. a Ribeiro, Jakes Paulo Felix dos Santos, Ronaldo Amé-

2. a lio, APEOESP/SP: Celso Augusto Torrano, Sebastião
3. a Severino Neto, SINTE/RN: Fátima Cardoso, Fátima
4. a Costa, Rômulo Arnaud, Eliane Bandeira, Vicência
5. a Arimateia, APEOC/CE: André Luis Araujo Sabino,
6. a SINTEP/PB: Antonio Arruda, Paulo Tavares, Gilber-
7. a to Cruz, Edvaldo Faustino, Geraldo Amâncio Nunes,
8. a Maria de Fátima, Judith da Costa Moraes, Keila Maria
9. a Pimentel Araújo.
10. a
11.
12. a
13. a
14. f
15. f
16. f
17. f
18. f
19. f
20. f
21. f
22. f
23. f
24. f
25. f
26.
27. f
28. f
29. f
30. f
31. f
32. f
33. f
34.
35. f
36. f
37. f
38. f
39. f

70 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » CPERS - Conlutas e Intersindical

1. a
2. a
resolução 8: cpers - CONLUTAS
3. a E INTERSINDICAL
4. a
5. a CONJUNTURA INTERNACIONAL - Exigir do governo brasileiro a imediata retirada
6. a Fora as Tropas do Haiti! das tropas do Haiti.
7. a Após o desastre causado pelo terremoto de janeiro CONJUNTURA NACIONAL
8. a e do fracasso da operação de ajuda internacional, os Mesmo que a economia brasileira siga em cresci-
9. a haitianos continuam vivendo miseravelmente. Como mento e que provavelmente o PIB aumente em 7% nes-
10. a se isto não bastasse, a epidemia de cólera tornou a si- te ano, a presidente eleita e a burguesia sabem que nem
11. tuação intolerável. Por isso, acompanhamos no ultimo tudo está tranqüilo.
12. a período as mobilizações de rua. A tentativa do governo Existe um déficit nas contas correntes do país que
13. a e das tropas de ocupação de controlar a situação através vai se aproximando dos U$ 60 bilhões. Com a decisão
14. f da repressão não está dando certo. do governo americano de desvalorizar ainda mais o dó-
15. f Mas, apesar de tudo que tem ocorrido no Haiti, lar, aumenta a perspectiva de ampliação deste déficit
16. f a maioria dos brasileiros ainda acredita que as tropas em contas correntes brasileiras.
17. f que ocupam o país estão em missão humanitária. Ao Também existe a possibilidade de que a crise da
18. f contrario, estão lá para garantir o plano econômico das Europa atinja os EUA e particularmente a China. Esta
19. f multinacionais têxteis que produzem jeans e pagam sa- última concentra boa parte das exportações brasileiras
20. f lários miseráveis. e se entrar em crise afetará diretamente o Brasil.
21. f Durante todos estes anos de ocupação nenhuma Por isso, o governo que assumirá em janeiro anun-
22. f rede de esgotos ou de água foram construídas. O que cia medidas de ajustes. Entre estas medidas o conge-
23. f realmente os soldados tem feito é reprimir as greves lamento dos salários do funcionalismo. Além disto, a
24. f e as manifestações populares. Os haitianos continuam proposta de reajuste para o salário mínimo é vergonho-
25. f -1,5 milhão de pessoas- vivendo em acampamentos. sa, além da volta da CPMF e de mais uma reforma da
26. Em Porto príncipe, capital do país, estes acampamentos previdência.
27. f se transformaram em favelas permanentes. Enquanto o governo discute um salário mínimo de
28. f Agora, a epidemia de cólera pode arrasar estes R$ 540,00, os parlamentares de sua base de sustentação
29. f acampamentos. Por isso a dor e a revolta fazem com debatem um reajuste de 100% para os deputados.
30. f que o povo saia às ruas e continue lutando. O mesmo governo que deu R$ 380 bilhões para os
31. f Diante das cruéis imagens dos soldados atirando banqueiros diz que faltam verbas para a saúde pública
32. f contra o povo, esperamos que os trabalhadores brasilei- e por isso debate a volta da CPMF. Isto nada mais é do
33. f ros reajam para cobrar do governo brasileiro o retorno que uma manobra para garantir o superávit fiscal e o
34. imediato das tropas ao nosso país. O Haiti precisa de mé- pagamento aos bancos.
35. f dicos e outros profissionais de saúde e não de soldados. A nova reforma da previdência, que segue a lógica
36. f Neste sentido, o Congresso decide que a CNTE das anteriores realizadas – por FHC em 1998 e Lula
37. f deve: em 2003 – é exatamente igual ao que estão fazendo os
38. f - Organizar uma campanha de solidariedade aos governos europeus, transferindo para os trabalhadores
39. f trabalhadores haitianos; pagarem a conta da crise econômica, com retirada de

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 71

 Caderno de Resoluções » CPERS - Conlutas e Intersindical

1. a direitos e ampliação no tempo exigido para a aposen-
2. a tadoria.
3. a Por isso, várias organizações realizaram no dia 25
4. a de novembro uma reunião para organizar a luta e evitar
5. a os ataques às aposentadorias, aos salários e ao serviço
6. a público, que estão sendo preparados.
7. a No final de janeiro um novo encontro deverá elabo-
8. a rar o calendário de lutas para o próximo período.
9. a Neste sentido, o Congresso resolve que:
10. a A CNTE deve integrar este pólo de resistência e
11. luta que se organiza para impedir os ataques aos direi-
12. a tos dos trabalhadores e o arrocho salarial.
13. a
14. f POLÍTICA SINDICAL
15. f Lutar contra a reforma da previdência
16. f Diante de mais uma das crises do capitalismo os
17. f governos tem atuado para salvar bancos e grandes em-
18. f presas. São trilhões de dólares para os capitalistas e para
19. f salvar Estados Nacionais endividados, como vimos na
20. f Grécia e Irlanda. E para reequilibrar esses verdadeiros
21. f rombos tem promovido ferozes ataques a direitos his-
22. f tóricos dos trabalhadores como redução de salários, fim
23. f do 13% salário e aumento da idade para a aposenta-
24. f doria. Assim tem sido em praticamente toda a Europa
25. f (Grécia, Espanha, França, Alemanha, Portugal).
26. No Brasil, a crise mais aguda ainda não chegou.
27. f Mesmo assim, empresários, mídia e governos tem in-
28. f sistido na necessidade de reformas trabalhistas para
29. f flexibilizar direitos e na reforma da previdência para
30. f aumentar a idade para a aposentadoria e igualar os re-
31. f gimes de previdência ( o geral – INSS com o público)
32. f regulamentando a previdência complementar também
33. f para os servidores públicos.
34. Os defensores da reforma da previdência continuam
35. f sustentando seus argumentos na insustentabilidade do
36. f sistema, no aumento da longevidade e na necessidade de
37. f incluir os trabalhadores informais como contribuintes.
38. f A verdade é que a Previdência é viável e sustentá-
39. f vel. Muitos estudos confirmam essa posição, como é o
caso do Jubileu Sul da Dívida e diversas outras organi-
zações sociais. O problema do gasto público, sustenta o
Jubileu, não é a previdência que consome em torno de
25% do orçamento anual, mas o pagamento da dívida
que sangra quase 40% do orçamento ( dados de 2008 e
2009), dívida que ultrapassa os 2 trilhões de reais.
Diante disso, o 31º Congresso da CNTE resolve:
1. A CNTE será parte do movimento de luta
contra a Reforma da Previdência, seja ela apresentada
como uma reforma global envolvendo o regime geral
ou a previdência pública, ou sendo apresentada frag-
mentada através de PECs ou PLs.
2. A CNTE, junto com as organizações que atuam
em defesa dos direitos dos trabalhadores, denunciará e
combaterá todas as medidas do governo Dilma ou dos
governos estaduais que alteram as atuais regras previ-
denciárias para subtrarir direitos conquistados, como é
o caso também anunciada regulamentação da previdên-
cia complementar pública.
3. A CNTE fará parte da luta pelo fim do fator
previdenciário e não aprovação da Fórmula 95 que é o
substituto do fator; pelo fim da contribuição dos servi-
dores públicos federais aposentados e contra a reforma
tributária que elimina contribuições sociais destinadas
ao financiamento da previdência pública.
POLÍTICA EDUCACIONAL
Investimento de 10% do pib em educação
Alguns dados sobre a Educação Brasileira.
De acordo com o IBGE, em 2009, a taxa de anal-
fabetismo das pessoas de 15 anos ou mais é de 98% da
população, correspondendo a cerca de 19 milhões de
analfabetos. Comparando a alguns de nossos vizinhos
latino-americanos, estamos bastante atrasados: segun-
do levantamento feito pela Campanha Latino-America-
na pelo Direito à Educação (Clade), em Cuba a porcen-
tagem é 0,2%, no Uruguai é 1,9% e na Argentina é 2,%.
“O Brasil tem cerca de 2 milhões de crianças de 0
a 4 anos que não são atendidas, entre as crianças de 4

72 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » CPERS - Conlutas e Intersindical

1. a a 6 anos esse número é de 1 milhão”, segundo Moacir
2. a Gadotti.
3. a De acordo com o INEP, em 2005 a rede priva-
4. a da de ensino Fundamental tinha 131.000 alunos. Em
5. a 2006, ela teve um crescimento de 400%, passando para
6. a 614.000. Muito diferente da rede pública, que teve um
7. a crescimento de aproximadamente 15%, passando de
8. a 7.900.000 para 10.000.000 (Caros amigos, nov/10).
9. a Segundo o economista Márcio Pochmann, atual pre-
10. a sidente do IPEA, em sua obra “Qual desenvolvimento?
11. Oportunidades e desafios” 2009, seria necessário que o
12. a país incluísse 5,7 milhões de jovens entre 15 e 17 anos
13. a no Ensino Médio para que alcançasse não 100% , mas o
14. f patamar do Chile de atendimento de 85% dos jovens em
15. f idade apropriada. Para tanto, estima ele, seria necessária
16. f a contratação de 500 mil novos professores.
17. f Hoje somente 14% dos jovens entre 18 e 24 anos
18. f tem acesso ao Ensino Superior. 4% tem acesso ao en-
19. f sino público. Numa conta feita pelo professor Roberto
20. f Leher, com todos os projetos de expansão do governo
21. f Lula (Reuni, Prouni, etc.) demoraria 59 anos para 30%
22. f dos jovens trem acesso ao ensino superior, meta que o
23. f PNE previa para 2010.
24. f Segundo o Pnad de 2009, das pessoas de 25 anos
25. f ou mais no Brasil, 23% terminaram o ensino médio e
26. apenas 10,6% tem nível superior completo. 36,2 mi-
27. f lhões de pessoas de 10 anos ou mais (22,2% da popu-
28. f lação) não estudaram ou freqüentaram a escola durante
29. f pelo menos 4 anos. O funil da educação continua! (Ca-
30. f ros Amigos nov/10)
31. f O investimento total do PIB em Educação não che-
32. f ga aos 5%, porque o governo Lula manteve o veto de
33. f FHC aos 7% quando da aprovação do PNE em 2001.
34. Assim, o país não salda seu o défict educacional. Se por
35. f um lado está em extinção a DRU na educação, o Minis-
36. f tro Guido Mantega já confirmou que em 2011 haverá
37. f cortes no custeio dos serviços públicos.
38. f Diante disso, o 31º Congresso da CNTE resolve:
39. f 1. A CNTE mobilizará os educadores do país, atra-
vés das suas afiliadas, para lutar pela aplicação de 10%
do PIB na Educação até 2014 no novo PNE, conforme
meta aprovada na CONAE 2010, tendo em vista que o
empresariado articulado no Movimento Todos pela edu-
cação defende que é suficiente 5% do PIB até 2010.
Cumprimento da lei do piso salarial e sua exten-
são aos funcionários de escola
Há um debate permanente da necessidade de qua-
lificar a educação nacional que nas avaliações interna-
cionais ocupa lugares vergonhosos, incompatíveis com
a posição econômica do país. Enquanto somos a 8ª
economia, ocupamos o 68º lugar em Desenvolvimento
Educacional.
A qualificação da educação tem como um dos pila-
res básicos a valorização profissional. O que pressupõe
o pagamento de um Piso Salarial digno aos trabalha-
dores em educação. É inaceitável, portanto, que a Lei
do Piso Salarial Profissional Nacional – PSPN não seja
cumprida, porque cinco governadores argüiram sua in-
constitucionalidade e o governo federal, responsável
pela sua criação, não garanta as condições para o seu
pagamento, já que tem que respeitar o pacto federativo.
A dura realidade é que 26 estados atingem o valor
do piso de R$ 1.024,00 (valor rebaixado pelo MEC no
final de 2009) não como diz a lei original, como básico
das carreiras, mas como remuneração inicial, conside-
radas outras vantagens, os chamados “pinduricalhos”.
Para ser sério é preciso que governo federal e de-
mais governantes cumpram a Lei do Piso, com seu va-
lor original que seria R$1.312,00 em 2010 e que o mes-
mo seja extendido aos funcionários de escola, como
básico dos planos de carreira. Ou tudo não passará de
promessas e de uma grande falácia num país rico que
paga salários miseráveis aos educadores.
Diante disso, o 31º Congresso da CNTE resolve:
1. A CNTE exigirá o cumprimento da lei que criou
o Piso Salarial para o magistério e a sua extensão para
os funcionários de escola, como básico dos planos de
carreira. Cumpra-se a Lei! A lei do Piso é inegociável!

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 73

 Caderno de Resoluções » CPERS - Conlutas e Intersindical

1. a 2. A CNTE não aceitará a proposta do Ministro Ha-
2. a ddad, endossada pelo Presidente Lula na COAE 2010,
3. a de criar uma mesa de negociação entre governos e repre-
4. a sentantes dos educadores para negociar a implantação da
5. a Lei do Piso.
6. a 3. A CNTE exigirá do Governo Dilma a revogação
7. a da decisão do MEC de adotar o INPC como fator de cor-
8. a reção do valor do piso salarial, retomando a lei original
9. a que determina que o índice de reajuste seja mesmo do
10. a valor do custo-aluno.
11. A meritocracia na educação e em defesa das car-
12. a reiras dos educadores
13. a A fase atual de desenvolvimento do capitalismo,
14. f entre outros mecanismos de acumulação de capital, tem
15. f imposto aos governos de plantão o ajuste dos gastos pú-
16. f blicos. Nesse contexto insere-se a tendência internacio-
17. f nal de exigência de diminuição de gasto com funciona-
18. f lismo, materializando-se, também na educação no fim
19. f de reajustamento universal de salários. Tudo isso com
20. f o objetivo de produzir os chamados “superávits primá-
21. f rios”, para assegurar o pagamento dos juros das dívidas
22. f públicas, responsáveis pela garantia de acúmulo de ri-
23. f queza para as elites e pela “falência” de países como te-
24. f mos assistido na Europa.
25. f Por isso, os capitalistas e os governos subservientes
26. têm vendido a idéia de qualificar a educação valorizan-
27. f do aqueles educadores que atingirem as metas que eles
28. f estipulam. Como na produção: metas de produtividade.
29. f Assim, premiam os que as atingirem. Pagam um bônus
30. f para “quem merece” na concepção produtivista. É a fa-
31. f mosa e propagandeada “Meritocracia”.
32. f A meritocracia não pode ser adotada no serviço pú-
33. f blico e na educação. Ela ataca frontalmente os planos de
34. carreira, aos criar prêmios, Bônus, 14º salário apenas para
35. f uma parcela dos educadores. Nos EUA, onde iniciou sua
36. f implementação, idealizadores do sistema, depois de dé-
37. f cadas, estão denunciando que foi um fracasso, um meca-
38. f nismo perverso que gerou exclusão social ao ranquear es-
39. f colas, e que não melhorou as condições dos professores.
Aqui no Brasil, a meritocracia já foi adotada em
diversos lugares. Os casos mais conhecidos talvez se-
jam São Paulo e Pernambuco. Em governos do PSDB
e do PSB, respectivamente. E a presidente eleita, Dilma
Roussef, em seu primeiro discurso afirmou “Zelaremos
pela meritocracia no funcionalismo”. Não podemos per-
mitir que esse mecanismo perverso se extenda país afo-
ra, quando já sabemos dos seus objetivos, das suas con-
seqüências e de que é falso o discurso de que qualifica a
educação e o serviço público.
Diante disso, o 31º Congresso da CNTE resolve:
1. Que a CNTE é contra a adoção da meritocracia
na educação e no serviço público, mecanismo apresen-
tado como avaliação de desempenho individual, pois
tem a finalidade de premiar alguns, deixar de conceder
reajustes salariais universais, acabar com os planos de
carreira dos educadores, tudo para que os governos gas-
tem menos com funcionalismo para atingir as metas de
superávit primário destinados a pagamento de juros de
dívidas impagáveis.
2. Que a CNTE denunciará todos os governos que
já adotaram ou tem em seus programas a adoção da me-
ritocracia.
3. Que a CNTE lutará pela preservação e criação
de planos de carreira que de fato valorizem e estimulem
profissionais a serem educadores.
BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
Considerando que:
A CNTE aprofunda, a cada dia, a sua submissão
aos interesses governistas e assim, se afasta cada vez
mais do seu papel de defender a educação pública e os
direitos dos trabalhadores em educação brasileiros.
Ao se consolidar como uma ferramenta meramente
eleitoral a serviço do governo, a Confederação facilita
os ataques das elites burguesas contra os educadores,
propondo medidas neoliberais para a educação pública,
como a implantação da meritocracia e de uma concep-
ção mercantilista para as escolas.

74 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções »
1. a No governo Dilma, teremos a continuidade da atual
2. a política educacional, que secundariza a educação para
3. a atender aos interesses dos rentistas. Um dado significa-
4. a tivo é extraído do orçamento executado pelo governo
5. a federal em 2008: foram destinados R$ 282,5 bilhões
6. a para remuneração dos juros da divida e apenas R$ 23,7
7. a bilhões para a educação.
8. a Esta situação permite que o Piso Salarial Nacional,
9. a bandeira histórica da categoria, esteja seriamente ame-
10. a açado. Além de ser um “direito virtual”, pois simples-
11. mente não está implantado em nenhum estado ou mu-
12. a nicípio e o governo Lula não faz valer a lei, ainda por
13. a cima, com um “canetaço”, rebaixou o seu valor para R$
14. f 1.024,00 quando deveria ser de R$ 1.312,27.
15. f Esta linha política de servir como instrumento
16. f eleitoral e de defesa do governo Lula, impediu que a
17. f CNTE unisse as diversas lutas e greves que ocorreram
18. f em todo o país. Pelo contrario, a Confederação bus-
19. f cou tão somente reforçar os movimentos em estados
20. f dirigidos pelo PSDB, numa tática de desgaste destes
21. f governos para reforçar a campanha da Frente Popular.
22. f A degeneração imposta à CNTE pela política go-
23. f vernista da Articulação Sindical já levou diversas enti-
24. f dades representativas de educadores a se desfiliarem da
25. f Confederação, pois é cada vez mais necessária a exis-
26. tência de uma ferramenta de luta para responder aos
27. f ataques do governo. A CNTE e também a CUT foram
28. f omissas e nada fizeram para enfrentar a nefasta Refor-
29. f ma da Previdência promovida pelo governo em 2003.
30. f O congresso resolve que:
31. f A Confederação estará a serviço dos educadores,
32. f assim como dos demais trabalhadores do nosso país
33. f que devem estar preparados para combater a nova re-
34. forma da previdência anunciada para 2011. Será neces-
35. f sária uma grande mobilização, que una os trabalhado-
36. f res do setor público e do privado, para garantir que a
37. f classe tenha forças para combater estes ataques.
38. f A CNTE exigirá do Governo Federal o cumpri-
39. f mento do PSPN de R$1.312,27.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
CPERS - Conlutas e Intersindical
A CNTE terá autonomia e independência em rela-
ção aos governos deixando de ser um aparelho burocrá-
tico que freia as mobilizações e colabora com o capital.
PLANO DE LUTAS
Pela auditoria cidadã da dívida
O Brasil que tem um enorme déficit social não pode
seguir sustentando o enriquecimento de uma elite atra-
vés de altísssimas taxas de juros e pagamento de uma
dívida estratosférica.
A dívida pública, que ultrapassa os 2 trilhões de re-
ais, como tem denunciado o Jubileu Sul da Dívida, tem
sido um mecanismo legal de assalto dos recursos do Es-
tado Brasileiro para enriquecimento de bancos e empre-
sas, através de títulos da dívida. Anualmente, em torno
de 40% dos recursos do orçamento federal tem sido dre-
nados para o pagamento dos juros e serviços da dívida
pública interna e externa.
É impossível que entidade como a CNTE continuem
em silêncio sobre este tema, quando do mesmo orçamen-
to apenas 2,8% são destinados à educação, 4,6% para a
saúde. É preciso seguir o exemplo do Equador que ao
realizar uma auditoria da sua dívida reduziu em 70% o
seu valor, ou seja, grande parte já havia sido paga. Aqui
no Brasil, aconteceu a CPI da Dívida, mas os acordos
políticos do governo Lula e seus aliados impediu o enca-
minhamento da realização da auditoria.
Diante disso, o 31º Congresso da CNTE resolve:
1. A CNTE desencadeará, junto com outras organi-
zações e movimentos, um movimento pela realização da
AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA para que o povo
brasileiro conheça o que é a dívida que o país tem, do
que ela é composta, quem são os beneficiários, e se ela
já não foi paga.
2. A CNTE também lutará pelo fim do superávit
primário e pela redução dos juros praticados no país,
mecanismos de apropriação dos recursos públicos e da
riqueza nacional por um punhado de banqueiros, empre-
sários e políticos corruptos.
Educação 75
 Caderno de Resoluções »
1. a ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO
2. a Ana Mello, Carla Grijo Almada, Carmen Lucia da
3. a Silva Alves, Cergi Regina Rodrigues, Cleusa Souza
4. a Santos, Daniele da Silva Ferreira, Dulcimara Bragog-
5. a nolo, Eliane Coelho Martini, Elton Dorneles Castro,
6. a Genilza Azeredo, Glair da Cunha Zuch, Gleci Munhoz
7. a de Freitas, Ione Ponsoni Lazzarotto, Itacyr Divino Zu-
8. a ffo Jr., Juacema Maria Dias de Siqueira, Julieta P. Sil-
9. a va, Julio Cesar Farias, Jussara Lopes da Silva, Klymeia
10. a Mendonça Nobre, Ligia Araujo, Margarida Passios,
11. Maria Luiza de Oliveira Ferreira, Mariliza Dias Bou-
12. a yssounade, Marisa Gomes Peres, Marisa Perez Gomes,
13. a Marisa Teresinha Bruschi Cassol, Moises Marques Lo-
14. f pes, Myriam Öris Moreira Santana, Neidi Weschfelder,
15. f Neli de Souza Kummer, Neusa Teresinha Wille, Noeli
16. f Lurdes de Grandi, Norma Dalvia Furtado, Odete tere-
17. f zinha Radin, Pablo Henrique Silva dos Santos, Ranir
18. f Santos dos Santos, Rejane Andriolli, Vanderleia Joana
19. f Zangrande, Vera Lucia Maskalenkas Sampaio, Adriana
20. f Cristina Gomes, Ana Maria Alves dos Santos, Eloiza
21. f Terezinha Pinto Favero, Emilton Faccin, Gilmar Nunes
22. f Correa, Isabel Cristina Gomes, Jane Elisabethe Alves
23. f Avila, Jorge Floriano Andrades da Rosa, José Mano-
24. f el de Mello, Lucia Medianeira Paim, Adriana Augusta
25. f Hahn, Matea Henrieta Gerarda Michels, Mara Luiza
26. Arnold, Cecília Bolgenhagen, Carla Maria Rostirolla,
27. f Marli Terezinha Petry, Maria Terezinha Moraes Wedy,
28. f Neusa Maria Streit Martins, Marli Terezinha Nezello,
29. f Geraldo Ferreira Schacht, Ione Mirian dos Santos, Os-
30. f mari da Luz, Helena Alves Spacil, Erondina Correa
31. f Sturm, Terezinha de Fatima da Silva, Aurora Senger,
32. f Carla Rosane Oliveira, Maria Helena Martins, Ivone
33. f Teresa Vidal, Miriam Calixto de Quadros, Gema Gesui-
34. na Fassini, Maria Iraci da Rocha, Maria Augusta Alba-
35. f rello, Lorena Teresinha Pereira, Alba Maria Pasquetti,
36. f Vitória Xavier, Ruth Saldanha, Maria Edizanetti, Eleo-
37. f ne Bertani, Maria Madalena Marchiori, Marluza Mora-
38. f es Zirbes, Lelia Pinto Sudbrack, Elite Moresco Lippert,
39. f Gilvani Roque Lopes do Carmo, Nair Rocrigues de
76 31o Congresso Nacional
CPERS - Conlutas e Intersindical
Andrade, Erondina Dos Santos de Oliveira, Claudete
Bonfada da Silva, Rosalina Portela Prado, Roni Veieira
Moreira, Edson Sperandio, Sônia Balest, Erenita Sen-
ger Rambo, Telma de Morais Minuzzi, Noemi Pastori,
Odete Mirian Dutra, Olívia Carini, Silmara Hoffmann
Stdile, Terezinha de Fátima Fonseca dos Santos, Celso
Adalberto, Luciane Bloter, Katia Hesheler, Eva Angé-
lica, Tânia Pazeto, Vitalina Arigony, Elisiane Maria dos
Santos Berwig, Maria Odete Cantine Belmonte, San-
dra Mariza dos Santos Teixeira, Tânia Maria Borges de
Melo, Nadir Terezinha Duarte Pillar, Helenir dos San-
tos Ferreira, Odelcinda Umpierre Saldanha, Rosane
Leite Mathucheski, Gládis Cleonice Veloso Deble, Si-
demar Terterola Tarouco, Lenir Garcia Medeiros, Elen
Rose Ferreira Silva, Ana Araci do Nascimento Chagas,
Lia Mara Bica dos Santos, Carmen Marques Santana,
Sônia Maria Rodrigues da Silva, Neiva Ida Ulmer, Vera
Regina da Silva Serpa, Neiva Matiasso Commanduli,
Nelci Fatima Santana, Rejane Todero, Rita Maria To-
dero, Ronaldo Roncalio, Roque Lazzarin, Rosana de
Souza Paiva, Rosane Margarete do Calmo Cavagni,
Scheila Fatima Frizzo Pegararo, Silvia Regina de Frei-
tas, Julio Alexandre Severo Domingues, Sueli Pereira
da Silva, Maristela Machado da Silva, Andrea de Sou-
sa Godinho, Joaquina Gladis R Freitas , Jair Dossena
Espíndola, Elisangela Ceccon da Silva, Rosmari Wa-
lendorff Petter, Oralino Conceição dos Santos, Maria
Dejaci da Silva Daniel, Rozi de Freitas Pinto da Costa,
Rosecler Port, Vera Lucia Salvia, Maria Luiza Lopes,
Ondina Pereira Ribeiro, Delmar Soares Cardoso, Fa-
bricia Moraes Ferreira, Adao Rosa Da Silva, Danilo
Martins Galimberti, Maria Denize Vinchiguerra, Car-
mem Inês Braganholo, Zenaira Maria Costa de Marco,
Ida Dolores Walendorff, Evani Prestes da Silva, JAco
Emilio Maldaner, Rosecler Finger da Silva, Schirlei
Eroni Tavares de Campo, Izaura Ozório Sales, Carlos
Sidenei Viegas Pereira, Carmen Castoldi, João Diniz
Gonçalves, Julice de Moura Machado, Ana Lúcia Mar-
tins de Ávila, Diná Maria Hilgenstieler, Eva Edimar
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » CPERS - Conlutas e Intersindical

1. a Napp, Jane Terezinha Siqueira de Toledo, Lenir Lour-

2. a des Pedroso, Odila Alves Pereira, Luis Fernandes Pi-
3. a nheiro Meira, Marli Simon Myra, Nelson Von Grafen,
4. a Nilce dos Santos Machado, Ieda Maria Pinto Nunes,
5. a Regina Rossi de Lima.
6. a
7. a
8. a
9. a
10. a
11.
12. a
13. a
14. f
15. f
16. f
17. f
18. f
19. f
20. f
21. f
22. f
23. f
24. f
25. f
26.
27. f
28. f
29. f
30. f
31. f
32. f
33. f
34.
35. f
36. f
37. f
38. f
39. f

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 77

 Caderno de Resoluções »

1. a
2. a
3. a
resolução 9:
4. a Rejane de Oliveira, Tânia Freitas, Antonio Branco, Nei Sena, Marlene Catarina Stochero, Gilberto
5. a Corazza, Terezinha Gerhardt, Elenir Santos da Silva, Maria Odila Filgueira Messa, Antonio Valdir
6. a Vian, Elton Gilberto Backes, Loreni Cappa, Vilma Maria Vasconcellos Correa, Maria Celeste Ramos
7. a Paiva, Celina Erodi Ramos, Livio Osvaldo Arenhart, Zenilda Machado, João Tarcisio Schneider,
8. a Ivanice Maria Segatto, Rosane Terezinha Lubini, Janice Maria Kaefer, Maurilio Borges de Matos,
9. a Dania Maria Hannel, Maria Gorete Calheiro, Anilo Celib Sperb, André Luis Machado Alves, Alceu
10. a Darski Urique, Cleusa Margarete Werner, Edson Luiz Portilho, Feliciana da Silva Antunes, Georgina
11. Regina Ricardo dos Santos, Ivanir de Souza Christ, Marlene Tereza Abreu Carneiro, Maria Florestina
12. a da Silva Borges, Maria Ines Martini, Maria Jose Araújo Mendez, Marilene Zonta, Marina Lima Leal,
13. a Roberto Andrade Pereira, Selvino Armando Scheibel, Adriana Amaral dos Santos, Beatriz Rodrigues
14. f Aquino, Dalva Maria da Silva Maidana, Eloa Damasceno da Silva, Guacira Rodrigues Matos, Guacira
15. f Santos de Moraes, Jose Antonio Severo, Jose Roberto Bernardo de Lima, Juçara Gomes Carvalho,
16. f Jurema Soares Marcondes, Márcia Rejane de Queiroz Bandeira, Maria Elvira Santos Moura, Maria
17. f Regina Chaves dos Santos, Nadia Maria Ajalla, Queila Divanuze Ávila Nazario, Rita Terezinha
18. f Braganholo de Souza, Tânia Roseli Pereira, Vanderlei Rodrigues, Vera Lucia Bueno Pereira, Simone
19. f Garcia Nunes, Solange Nogueira, Fátima Caetano, Denise Vargas, Nely Almeida, Yara Bonfante, Sadi
20. f Porto, Tânia Zinelli, Marco Sozo, Cledi Oliveira, Venicio Guareschi, Naema Nelci dos Santos Antunes,
21. f Maria Marlene Pereira Menezes, Roberto Carlos Quiroga Amorim, Elizete Caminha Porto, Jurema
22. f Becker de Vargas, Coselaine Dorneles de Freitas, Neiva de Oliveira Peres, Jorge Eugenio Botelho
23. f dos Santos, Cristiane dos Santos Viana, Paulo Ariosto Rodrigues Dutra, Ivete Brandolt Pedroso,
24. f Maria Justina Muttes de Morais, Lizete Rodrigues Passamani, Maria Ivonete Souza Lisboa, Aládio
25. f Kotowski, Alcemar Fabriz, Giselda Teresinha Grzeca Diesel, Gladis Maria Hippler, Izaura Beniz
26. Bieger, Jandenis Lirianete Degaspery Kotowski, Lúcia Cecília Schmitt, Luís Carlos Rossato, Merici
27. f Teresinha Oppermann Gutjahr, Odilo Kreutz, Paulo Reis, Renita Dias Celestrino, Rosmeri Maders
28. f Thomas, Fabio Bins Kalil.
29. f
30. f
31. f CONJUNTURA NACIONAL também existe uma forte pressão da burguesia para que
32. f A crise capitalista continua impondo aos trabalha- ocorra um ajuste fiscal.
33. f dores, cada vez mais desemprego e degradação do tra- Os meios de comunicação pautaram durante todo o
34. balho. As empresas aproveitam para impor diminuição processo eleitoral, a necessidade d e cortar gastos pú-
35. f de salário, e piorar ainda mais as condições de traba- blicos como garantia do famoso déficit fiscal.
36. f lho.Os governos de todos os países socorrem bancos e O discurso do ministro da fazenda, ao ser anunciada
37. f empresas, tirando dos cofres do Estado o dinheiro que a sua permanência no cargo reforçou a necessidade de
38. f deveria ser gasto nos serviços públicos. medidas de austeridade, como por exemplo, salário mí-
39. f No Brasil apesar da economia continuar crescendo, nimo de R$ 540 reais.Além disso a pauta das reformas

78 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções »

1. a está colocada para o próximo período,principalmente a
2. a reforma da previdência.
3. a Portanto, cada vez mais será importante que os tra-
4. a balhadores se unam para lutar.
5. a Nesse sentido, dia 25 de novembro várias organi-
6. a zações de trabalhadores realizaram em Brasília uma
7. a reunião que marcou o início de “uma grande unidade
8. a de ação” para organizar a luta ea resistência dos traba-
9. a lhadores em defesa de seus direitos, frente a qualquer
10. a ameaça que estejam sofrendo ou venham sofrer.
11. Por isso o Congresso decide que: a CNTE integra-
12. a rá este “Forum de Mobilização”, junto com as demais
13. a entidades convocantes.
14. f
15. f BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
16. f 1 - A CNTE, uma ferramenta de lutas dos traba-
17. f lhadores em educação, ao longo das últimas décadas
18. f deu passos importantes na resistência aos ataques de
19. f governos neoliberais aos direitos dos trabalhadores em
20. f educação e da imposição de políticas educacionais de
21. f exclusão a uma educação de qualidade social de uma
22. f grande parcela da população.
23. f 2 - O constante debate de uma concepção de edu-
24. f cação libertadora deu expressividade nas nossas ações
25. f de lutas ideológicas regionais, onde foram capazes de
26. demarcar e mostrar qual era o centro das divergências
27. f das políticas de educação com os governos neoliberais.
28. f 3 - Foram inúmeras lutas em defesa dos educadores
29. f e de temas fundamentais para a sociedade brasileira,
30. f como busca da universalização do acesso à escola, ga-
31. f rantias dos direitos e a luta pelo Piso Salarial Profissio-
32. f nal Nacional.
33. f 4 - No período do Governo Lula, a CNTE optou
34. pela submissão às políticas educacionais do governo
35. f Federal. Neste período passou a adotar um sindica-
36. f lismo subordinado às políticas governamentais. Estas
37. f opções passam longe da autonomia sindical e da inde-
38. f pendência política. Um exemplo disso foi o cartaz mu-
39. f ral da CNTE com a foto do Presidente Lula em pleno
processo eleitoral, outro exemplo é a CNTE num dia de
luta nacional garantir a participação da sua direção com
verbas públicas patrocinadas pelo MEC. È necessário
que reflitamos, sobre esses elementos, esse é o maior
símbolo de atrelamento e de ausência de autonomia.
5 - A lei do piso significou uma conquista dos
trabalhadores de todo o país, a aprovação dela é um
ponto de partida para a valorização dos trabalhadores
em educação, mas é tarefa da CNTE fazer com que o
Piso como básico das carreiras seja uma realidade no
contracheque dos trabalhadores em educação, profes-
sores e funcionários de escola. a sua efetivação só vai
acontecer com um calendário nacional de mobilização,
contundente, frente aos governos pela implementação
imediata do Piso Nacional profissional.
6 - A efetivação da luta pela pauta dos trabalhadores
de educação se dará com mais eficácia norteada pela au-
tonomia e independência. Este é o ponto que centramos a
nossa critica a atual direção da CNTE .Não defendemos
uma direção que desencadeie uma ação de destruição
de um governo construído pelas forças populares, mas
uma direção que seja capaz de fazer o debate e a pressão
social com força política de trazer avanços significativos
do projeto de educação que defendemos.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 79

 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a
2. a
RESOLUÇÃO 10: INTERSINDICAL
3. a
4. a CONJUNTURA INTERNACIONAL tinuam a existir. Os últimos acontecimentos que vem
5. a As formas de produção e de distribuição de rique- ocorrendo em toda Europa reafirmam a continuidade
6. a za no planeta são hoje, salvo raras ilhas de exceção, da crise, que está longe chegar ao seu fim. A palavra
7. a determinadas pelo lucro e pela divisão social entre de ordem da burguesia e dos governos neoliberais é
8. a proprietários e trabalhadores. A corrida por maiores ta- aplicar um conjunto de medidas (plano de ajustes) que
9. a xas de lucro transforma o mundo constantemente. Não tem como objetivos reduzir e congelar os salários dos
10. a obstante, deixa intocado o que é mais elementar ao ca- servidores públicos, reformas que retiram direitos, de-
11. pitalismo: a exploração do homem pelo homem e do missões, cortes orçamentários entre outros ataques.
12. a capital sobre o trabalho. A resistência dos povos
13. a Enquanto uma parcela diminuta da população O avanço do neoliberalismo e do imperialismo
14. f mundial tem acesso ao consumo de mercadorias e de agravou a situação dos trabalhadores e trabalhadoras e
15. f serviços tão sofisticados quanto supérfluos, a maior afetou as suas forças para resistir.
16. f parte da humanidade, os trabalhadores e trabalhadoras, Seja como for, a resistência persiste e, após um
17. f não tem garantido nem o necessário, vêem seus direitos momento de baixa nos anos 90, vem crescendo paulati-
18. f mais básicos regredirem e faz da vida uma luta cotidia- namente. Os processos na América Latina estão abrin-
19. f na pela sobrevivência. Nunca houve na história tanta do o caminho. Greves e grandes manifestações de rua
20. f riqueza e tanta desigualdade. contra as reformas não deixaram de ocorrer nos países
21. f A continuidade da crise..... centrais, sobretudo na Europa. Na realidade, ganharam
22. f O ciclo de realização de lucros promovido pelo ne- impulso com as conseqüências da crise e dos ataques
23. f oliberalismo resultou numa crise econômica de grandes que os governos neoliberais vem intensificando como,
24. f proporções e cujo desfecho, a despeito do que dizem a por exemplo, as reformas nos serviços públicos, em es-
25. f mídia e os grandes partidos no Brasil, ainda não se deu. pecial a reforma previdenciária. O capitalismo não se
26. Para salvar o capitalismo dos capitalistas os gover- dá sem resistência dos povos e das classes oprimidas.
27. f nantes e os organismos internacionais tiveram de abrir A história não chegou a seu fim e a luta contra a ordem
28. f mão do princípio liberal de que a economia é capaz vigente e pela construção de outra ordem, sem explo-
29. f de se auto-regular. Governos ao redor do globo socor- ração e desigualdade, portanto a busca pela construção
30. f reram com dezenas de trilhões de dólares os bancos, da sociedade socialista, segue viva. Ou o socialismo,
31. f montadoras e inúmeros outros conglomerados econô- ou a barbárie!
32. f micos.
33. f Certo é que a crise não é apenas financeira, apesar CONJUNTURA NACIONAL
34. de ter se desencadeado a partir da esfera especulativa. A realidade brasileira e a necessidade de resistir!
35. f Estamos em meio a uma crise ambiental, energética, O processo eleitoral de 2010 foi caracterizado por
36. f social, política, enfim, uma crise civilizatória, desse uma total despolitização e uma falsa polarização das
37. f modelo de civilização, do sistema capitalista. candidaturas majoritárias de Dilma (PT/PMDB/outros)
38. f Ainda que os efeitos mais evidentes da crise te- e Serra (PSDB/DEM/outros).
39. f nham arrefecido, as sua causas mais profundas con- Lula, na prática, aprofundou a política econômica

80 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções »
1. a de FHC, baseada nos juros altos, no ajuste fiscal, ou
2. a seja, no contingenciamento de recursos para as áreas
3. a sociais e no superávit primário para o pagamento de
4. a juros da dívida.
5. a A dívida pública, a despeito do silêncio da grande
6. a mídia e dos grandes partidos, à esquerda e à direita,
7. a segue sendo a questão mais importante do Estado bra-
8. a sileiro. Não bastasse a obscenidade de se gastar quase
9. a metade do orçamento com a dívida, sobretudo com ju-
10. a ros, a dívida pública brasileira não apenas é ilegítima,
11. como boa parte dela é ilegal. A CPI da dívida realizada
12. a entre 2009 e 2010 já apontou para isso. É preciso ha-
13. a ver uma auditoria para verificar contrato a contrato e
14. f cancelar o pagamento do que é ilegal e do que já foi
15. f pago. A auditoria também abriria espaço para o debate
16. f público sobre a ilegitimidade do pagamento da dívida e
17. f sobre a sua suspensão.
18. f Não só a condução da política macroeconômica foi
19. f preservada, mas também o seu correlato, as reformas,
20. f que seguem os mesmos objetivos que vimos na década
21. f passada: enxugar o Estado, retirar direitos dos traba-
22. f lhadores e das trabalhadoras e privilegiar os interesses
23. f do capital. A Reforma da Previdência de 2003 foi apro-
24. f vada seguindo os passos e os mesmos argumentos da
25. f anterior, repetindo a mentira do déficit da Previdência,
26. quando sabemos que o Sistema de Seguridade na qual a
27. f Previdência está inserida é superavitário. A presidenta
28. f eleita já anunciou que uma terceira reforma está por vir
29. f e que uma reforma trabalhista para flexibilizar ainda
30. f mais os direitos não será descartada.
31. f Enquanto isso, as reformas de interesse popular
32. f não acontecem. A reforma agrária não ocorre porque o
33. f agronegócio é parte constitutiva do atual bloco de po-
34. der. As íntimas relações do agronegócio com o governo
35. f não somente impedem a reforma agrária como fazem
36. f avançar uma política antiambientalista. O novo códi-
37. f go florestal apresentado pelo governista Aldo Rebelo
38. f é a licença para desmatar. A produção de biocombus-
39. f tíveis, que vem revestida de um discurso antipoluidor,
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Intersindical
tem menos a ver com a mudança da matriz energética
e mais com a realização de lucros para os usineiros,
heróis nacionais de acordo com o presidente. O agro-
negócio perpetua uma gama de mazelas - a insegurança
alimentar devido ao seu caráter exportador, a concen-
tração fundiária, a desigualdade social, a superexplora-
ção do trabalho, a destruição ambiental, etc.
Ao se tratar da questão energética o debate sobre o
Pré-sal é fundamental. Há dois aspectos mais relevan-
tes. O primeiro é o da pertinência de manter o modelo
energético baseado no petróleo. O segundo, é sobre o
controle desses recursos. O governo brasileiro optou
por um modelo que faz muitas concessões ao capital
privado e permite que cerca de 80% fique nas mãos
do setor privado. Defendemos que o Pré-sal seja 100%
estatal.
A forma de governabilidade também não mudou.
Continua imperando o fisiologismo no congresso, na
composição do governo e nas alianças eleitorais. Ve-
lhas e novas oligarquias estão com o governo, como
os Sarney no Maranhão e Renan e Collor em Alagoas.
Não é surpreendente neste contexto social, portan-
to, que a violência tenha ganho contornos tão dramáti-
cos com milhares de jovens sendo atraídos para a cri-
minalidade por falta de outras perspectivas. O aumento
da criminalidade serve de pretexto para governantes
adotarem políticas de criminalização da pobreza e dos
movimentos sociais. Há um extermínio da juventude,
sobretudo negra, promovida pelo Estado. Essa políti-
ca repressora está ligada à abertura de espaços urbanos
para a especulação imobiliária.
A realização da Copa e das Olimpíadas faz parte
desse processo. A título de urbanizar os grandes centros
a população mais pobre está sofrendo com a desapro-
priação forçada e o crescimento da violência policial
para a segurança dos turistas. E como se tudo isso não
bastasse, sob o falso argumento de combate ao tráfico, o
Governo Lula juntamente com o Governo Estadual do
Rio de Janeiro, proporcionou um espetáculo deprimente
Educação 81
 Caderno de Resoluções »
1. a e caríssimo nos últimos dias, no Morro do Alemão, com
2. a uma operação jamais vista, onde tanques, helicópteros
3. a e armamentos pesados foram utilizados, aterrorizando
4. a ainda mais, a população indefesa. Ademais, as gran-
5. a des empreiteiras, outro setor integrante do atual bloco
6. a de poder, estão faturando alto, legal, ou ilegalmente.
7. a Na política externa, a despeito dos discursos, o que
8. a se vê de fato, é a intervenção no Haiti. Aliás, agora com
9. a a invasão do Morro do Alemão, orgulhosamente a mí-
10. a dia burguesa mostrava os tanques de guerra e afirmava
11. que estes são usados pelo Governo brasileiro no Haiti;
12. a ou seja, um verdadeiro desrespeito à soberania de um
13. a país e à dignidade de um povo-irmão. Outro caso é o
14. f objetivo da diplomacia brasileira nas negociações co-
15. f merciais – exigir o fim dos subsídios agrícolas da Euro-
16. f pa e dos EUA em troca de abrir de vez nossas fronteiras
17. f para produtos industrializados e serviços. Se é lucrati-
18. f vo para o agronegócio brasileiro, é péssimo para outros
19. f setores; será a volta ao pacto colonial.
20. f Por fim, a característica mais marcante do governo
21. f é gastar pouco com os mais pobres fazendo parecer que
22. f é muito, enquanto gasta muito com os mais ricos fazen-
23. f do parecer que não é nada. Programas de transferência
24. f de renda, como a Bolsa-Família, importantes para com-
25. f bater a urgência da fome e reduzir os níveis de misera-
26. bilidade, além de serem insuficientes, ficam descolados
27. f de um processo estrutural de redução da desigualdade,
28. f que só se concretizaria com as reformas agrária e urba-
29. f na, por exemplo. O Brasil, portanto, segue sendo um
30. f país profundamente injusto e desigual. Mantido o atual
31. f modelo econômico a desigualdade tende a aumentar
32. f ainda mais.
33. f Lutar contra esse modelo deve ser tarefa de todas
34. as entidades comprometidas com a luta por uma socie-
35. f dade justa e igualitária, sem a exploração do homem
36. f pelo homem, uma sociedade socialista.
37. f Em janeiro, assumirá um novo Governo, continui-
38. f dade do atual, e o que se espera são mais ataques sobre
39. f classe trabalhadora brasileira. Diante disto, duas ques-
82 31o Congresso Nacional
Intersindical
tões são fundamentais: AUDITORIA CIDADÃ DA
DÍVIDA, JÁ! E LUTA CONTRA A REFORMA DA
PREVIDÊNCIA
POLÍTICA SINDICAL
Por uma CNTE autônoma e independente dos
Governos e dos partidos
O movimento sindical e popular brasileiro, que já
vinha num processo acentuado de refluxo, fruto das
mudanças no mundo do trabalho, da ofensiva política e
ideológica do capital e dos governos neoliberais, sofreu
duros ataques no Governo Lula.
A Reforma Sindical e Trabalhista, cujo projeto fi-
cou engavetado no Congresso Nacional, foi implemen-
tada pelo Governo Lula através de leis, como a que
“reconheceu” as centrais sindicais (uma lei vergonhosa
cujo objetivo foi dividir o imposto sindical e não propi-
ciar o reconhecimento de direito e de fato das centrais
em nosso país); de medidas administrativas, como a
Portaria 186, do Ministério do Trabalho, uma verdadei-
ra intervenção do Estado sobre a organização sindical;
de medidas judiciais que visam coibir o legítimo direito
de greve, dentre outras.
Mas, o refluxo se deu não apenas no âmbito da
administração, da justiça e da lei. O maior refluxo se
deu com a adequação, submissão e cooptação da maior
parte das organizações e lutadores e lutadoras sociais,
ganhos inicialmente pelas teses neoliberais e posterior-
mente pelas migalhas do poder político.
Este processo teve impactos sobre o conjunto do
movimento!
A principal central do país, a CUT, criada para uni-
ficar os trabalhadores e trabalhadoras na luta, transfor-
mou-se no braço direito do governo, e, passou, inclusi-
ve, a defender os interesses governistas, contra direitos
conquistados com muita luta, como no caso da Reforma
da Previdência, onde os/as maiores prejudicados/preju-
dicados foram os/as servidores/servidoras públicos/pú-
blicas. E a CNTE, na prática, cumpriu o mesmo papel.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a Retomar a organização nacional dos trabalhadores POLÍTICA EDUCACIONAL

2. a e trabalhadoras em outro patamar, resgatando princí- Os governos de FHC e Lula em consonância com
3. a pios históricos da classe trabalhadora, construindo uma o neoliberalismo, adotaram políticas públicas que aca-
4. a central unitária, autônoma e independente frente aos taram as exigências de contenção de recursos impostas
5. a governos, patrões e partidos políticos é o nosso desafio, pelos organismos internacionais, em detrimento da am-
6. a numa CONJUNTURA em que, novos ataques já estão pliação necessária dos investimentos na área educacio-
7. a sendo preparados pela velha equipe do “novo” Gover- nal e da expansão do ensino público com boa qualidade.
8. a no, submissa aos ditames do Fundo Monetário Interna- Preserva-se o método antidemocrático de elaboração
9. a cional. Algumas medidas inclusive, serão impostas até de tais planos, que saem dos gabinetes, sem valorizar a
10. a o final do Governo, como forma de facilitar o trabalho contribuição do movimento organizado, tampouco o que
11. da futura presidenta que, assim como seu antecessor e há de consolidado no próprio PNE – Plano Nacional de
12. a padrinho, fará de tudo para atender aos interesses das Educação.
13. a elites e do grande capital nacional e internacional. O ponto crucial desses planos são as avaliações, apa-
14. f Para representar legitimamente os trabalhadores e rentemente, uma avaliação técnica, isenta, mas que não
15. f trabalhadoras em Educação do Brasil, a CNTE necessi- conseguem aferir com justeza o que se passa no dia-a-
16. f ta romper com a CUT, defender e praticar os princípios -dia da sala de aula. São antes mecanismos de controle,
17. f históricos da classe trabalhadora, tais como: de regulação do sistema, baseados em instrumentos de
18. f 1. Unidade e Sindicatos Únicos; avaliação em larga escala – exames nacionais ou estadu-
19. f 2. A democracia em suas instâncias e nas enti- ais, periódicos. O que está implícito aí é a idéia de que o
20. f dades de base; desempenho dos/das alunos/alunas pode sofrer melhoras
21. f 3. Organização pela base e a politização da ação pela competitividade entre as escolas ou sistemas de en-
22. f sindical; sino, quer pela divulgação dos resultados em um ranking
23. f 4. Lutar contra a estrutura sindical celetista, her- que induziria a mudança na atitude dos gestores, quer
24. f dada da ditadura varguista, que pulveriza os trabalha- pela premiação, gratificação ou o que o valha para aque-
25. f dores, desde a base, em categorias profissionais, ao les com melhor desempenho. E, mais uma vez: qualquer
26. tempo em que os submete à tutela estatal e que vem um que resistir às avaliações de desempenho é um vilão,
27. f sendo imposta pelo Governo Lula, através de portarias incompetente e que tem medo de avaliação.
28. f do Ministério do Trabalho e Emprego e da CLT, dentre Abandonam as políticas públicas universalistas – de
29. f outras medidas; efetivação de direitos sociais a todos/todas – para ado-
30. f 5. Defender a liberdade e autonomia sindical fren- tar aquelas cuja regra é a focalização, isto é, o direcio-
31. f te aos Governos, patrões e partidos políticos; namento de recursos e esforços para socorrer grupos
32. f 6. Solidariedade de Classe; específicos, ali onde o serviço é muito “mal prestado”,
33. f 7. Lutar pelo fim do Imposto Sindical; sem considerar, porém, diferenças, desigualdades e es-
34. 8. Combater a reforma sindical e trabalhista, bem pecificidades de cada escola ou sistema de ensino, nem
35. f como qualquer medida que tenha como objetivo cassar mesmo a diferença valor custo-aluno efetivamente gasto
36. f direitos, cercear o livre exercício do direito de greve e com a educação.
37. f promover o atrelamento das entidades ao Estado e aos Diante deste quadro, a INTERSINDICAL, apre-
38. f Governos. senta as seguintes Resoluções acerca da Política Edu-
39. f cacional:

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 83

 Caderno de Resoluções »
1. a Pelo Investimento de 10% do PIB em Educação até
2. a 2014
3. a Alguns dados sobre a Educação Brasileira.
4. a De acordo com o IBGE, em 2009, a taxa de anal-
5. a fabetismo das pessoas de 15 anos ou mais é de 9,8%
6. a da população, correspondendo a cerca de 19 milhões de
7. a analfabetos. Comparando a alguns de nossos vizinhos
8. a latino-americanos, estamos bastante atrasados: segundo
9. a levantamento feito pela Campanha Latino-Americana
10. a pelo Direito à Educação (Clade), em Cuba a porcenta-
11. gem é 0,2%, no Uruguai é 1,9% e na Argentina é 2,0%.
12. a “O Brasil tem cerca de 2 milhões de crianças de 0
13. a a 4 anos que não são atendidas, entre as crianças de 4
14. f a 6 anos esse número é de 1 milhão”, segundo Moacir
15. f Gadotti.
16. f De acordo com o INEP, em 2005 a rede privada de
17. f ensino Fundamental tinha 131.000 alunos. Em 2006, ela
18. f teve um crescimento de 400%, passando pra 614.000.
19. f Muito diferente da rede pública, que teve um crescimen-
20. f to de aproximadamente 15%, passando de 7.900.000
21. f para 10.000.000 (Caros amigos, nov/10).
22. f Segundo o economista Márcio Pochmann, atual pre-
23. f sidente do IPEA, em sua obra “Qual desenvolvimento?
24. f Oportunidades e desafios” 2009, seria necessário que o
25. f país incluísse 5,7 milhões de jovens entre 15 e 17 anos
26. no Ensino Médio para que alcançasse não 100% , mas o
27. f patamar do Chile de atendimento de 85% dos jovens em
28. f idade apropriada. Para tanto, estima-se ele, seria neces-
29. f sária a contratação de 500 mil novos professores.
30. f Hoje somente 14% dos jovens entre 18 e 24 anos
31. f tem acesso ao Ensino Superior. 4% tem acesso ao en-
32. f sino público. Numa conta feita pelo professor Roberto
33. f Leher, com todos os projetos de expansão do governo
34. Lula (Reuni, Prouni, etc, demoraria 59 anos para 30%
35. f dos jovens terem acesso ao ensino superior, meta que o
36. f PNE previa para 2010.
37. f Segundo o Pnad de 2009, das pessoas de 25 anos
38. f ou mais no Brasil, 23% terminaram o ensino médio e
39. f apenas 10,6% tem nível superior completo. 36,2 mi-
84 31o Congresso Nacional
Intersindical
lhões de pessoas de 10 anos ou mais (22,2% da popu-
lação) não estudaram ou freqüentaram a escola durante
pelo menos 4 anos. O funil da educação continua! (Ca-
ros Amigos nov/10).
O investimento total do PIB em Educação não che-
ga aos 5%, porque o governo Lula manteve o veto de
FHC aos 7% quando da aprovação do PNE em 2001.
Assim, o país não salda seu o défict educacional. Se por
um lado está em extinção a DRU na educação, o Minis-
tro Guido Mantega já confirmou que em 2011 haverá
cortes no custeio dos serviços públicos.
Diante disso, o Congresso da CNTE resolve:
A CNTE mobilizará os educadores do país, atra-
vés das suas afiliadas, para lutar pela aplicação de 10%
do PIB na Educação até 2014 no novo PNE, conforme
meta aprovada na CONAE 2010, tendo em vista que
o empresariado articulado no Movimento Todos pela
Educação defende que é suficiente 5% do PIB até 2010.
Pelo Cumprimento da Lei do Piso Salarial e Ex-
tensão aos Funcionários e Funcionárias
A lei do Piso Nacional da Educação contém avan-
ços e retrocessos.
A lei avança ao propor um terço da jornada de tra-
balho fora da sala de aula, mas este avanço ainda não
se tornou realidade. Em relação ao piso salarial houve
um rebaixamento da proposta historicamente acumu-
lada. Atualmente o piso é de R$ 1.024,67 por quarenta
horas semanais e ainda assim muitos estados não pa-
gam este valor, uma vez que a lei está subjudice. Não
há como falar em qualidade sem diminuição da jornada
de trabalho e, consequentemente, sem a diminuição da
proporção entre número de professores/professoras e
número de alunos/alunas com a contra tação de novos
professores e professoras. Reivindicamos 50% da jor-
nada fora da sala de aula.
O governo federal e demais governantes para cum-
prirem a Lei do Piso, devem respeitar o valor original
que seria R$1.312,00 em 2010 e que o mesmo seja es-
tendido aos funcionários de escola.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a Diante disso, o Congresso da CNTE resolve:
2. a 1. A CNTE exigirá o cumprimento da lei que criou
3. a o Piso Salarial para o magistério e a sua extensão para
4. a os funcionários de escola. Cumpra-se a Lei! A lei do
5. a Piso é inegociável!
6. a 2. A CNTE não aceitará a proposta do Ministro Ha-
7. a ddad, endossada pelo Presidente Lula na COAE 2010,
8. a de criar uma mesa de negociação entre governos e re-
9. a presentantes dos educadores para negociar a implanta-
10. a ção da Lei do Piso.
11. 3. A CNTE exigirá do Governo Dilma a revoga-
12. a ção da decisão do MEC de adotar o INPC como fator
13. a de correção do valor do piso salarial, retomando a lei
14. f original que determina que seja o índice de reajuste do
15. f valor do custo-aluno.
16. f 4. Defender como referência de um salário digno,
17. f o piso salarial do Dieese, para 20 horas semanais, esti-
18. f mado em R$ 2.011,03 – em julho de 2010.
19. f Contra a Meritocracia na Educação e em Defesa
20. f das Carreiras dos Educadores e Educadoras
21. f A fase atual de desenvolvimento do capitalismo,
22. f entre outros mecanismos de acumulação de capital, tem
23. f imposto aos governos de plantão o ajuste dos gastos
24. f públicos. Nesse contexto insere-se a tendência interna-
25. f cional de exigência de diminuição de gasto com fun-
26. cionalismo, materializando-se, também na educação no
27. f fim de reajustamento universal de salários. Com o ob-
28. f jetivo de produzir os chamados “superávits primários”
29. f ou “metas de dívida”, para assegurar o pagamento dos
30. f juros das dívidas públicas, responsáveis pela garantia
31. f de acúmulo de riqueza para as elites e pela “falência”
32. f de países como temos assistido na Europa.
33. f Por isso, os capitalistas e os governos subservien-
34. tes têm vendido a idéia de qualificar a educação valori-
35. f zando aqueles educadores que atingirem as metas que
36. f eles estipulam. Como na produção: metas de produtivi-
37. f dade. Assim, premiam os que as atingirem. Pagam um
38. f bônus para “quem merece” na concepção produtivista.
39. f É a famosa e propagada “Meritocracia”.
A meritocracia não pode ser adotada no serviço pú-
blico e na educação. Ela ataca frontalmente os planos de
carreira, ao criar prêmios, Bônus, 14º salário apenas para
uma parcela dos educadores.
Diante disso, o Congresso da CNTE resolve:
1. Lutar contra a adoção da meritocracia na educa-
ção e no serviço público;
2. Denunciar todos os governos que já adotaram ou
tem em seus programas a adoção da meritocracia;
Lutar pela preservação e criação de planos de carrei-
ra que de fato valorizem e estimulem os/as profissionais
da Educação.
Reforma Universitária
As medidas e sinalizações do governo acerca da Re-
forma Universitária vão ao encontro dos ditames do FMI
e do Banco Mundial. A lógica é de fortalecer o privado
e enfraquecer o público, como se deduz do ProUni, que
expande o ensino superior através da iniciativa privada
por meio de isenção fiscal; o Reuni, que reduz o custo-
-aluno; as parcerias Público-Privadas (PPPs) que subor-
dinam o interesse público das IFES à lógica do mercado;
a ampliação das fundações que privatizam o espaço pú-
blico criando “feudos” privilegiados dentro das univer-
sidades. Defendemos o acesso à educação para os estu-
dantes pobres, a partir de políticas cujo centro seja o da
universalização da educação básica com qualidade e da
expansão do ensino superior público.
Diante disto, a CNTE deverá lutar para:
1. Reverter os avanços das políticas neoliberais na
educação. Isto significa, em primeiro lugar, ampliar os
recursos para a educação para o correspondente a 10% do
PIB – meta que entra em contradição com as atuais priori-
dades de governo, a saber, o pagamento da dívida pública;
2. Pela auditoria da dívida pública, tanto a federal
quanto as estaduais, uma estratégia para partirmos de
novos patamares na discussão sobre o financiamento da
educação;
3. Plano de carreira e de salários compatíveis com
a função docente. Além de aumento dos níveis sala-

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 85

 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a riais para todos, uma jornada de trabalho em que esteja BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
2. a previsto todo o trabalho pedagógico extra sala de aula. Considerando que:
3. a Para cada aula com os alunos, uma hora de trabalho A CNTE aprofunda, a cada dia, a sua submissão
4. a pedagógico fora da sala de aula, para que seja possí- aos interesses governistas e assim, se afasta cada vez
5. a vel o tempo para a formação continuada em serviço, mais do seu papel de defender a educação pública e os
6. a na escola; direitos dos trabalhadores em educação brasileiros.
7. a 4. Que se estabeleça o número máximo de alunos Ao se consolidar como uma ferramenta meramente
8. a por professor e por sala de aula, o que aumentará a de- eleitoral a serviço do governo, a Confederação facilita
9. a manda por novas vagas e escolas; os ataques das elites burguesas contra os educadores,
10. a 5. Fortalecer os conselhos de escola, ampliando a propondo medidas neoliberais para a educação pública,
11. participação da comunidade escolar, com pais/mães, como a implantação da meritocracia e de uma concep-
12. a alunos/alunas, professores/professoras e funcionários/ ção mercantilista para as escolas.
13. a funcionárias; No governo Dilma, teremos a continuidade da atual
14. f 6. Eleição direta para diretores/diretoras de esco- política educacional, que secundariza a educação para
15. f la, de modo a contribuir com uma efetiva a autonomia atender aos interesses dos rentistas. Um dado significa-
16. f escolar; tivo é extraído do orçamento executado pelo governo
17. f 7. Por uma educação que promova nos/nas edu- federal em 2008: foram destinados R$ 282,5 bilhões
18. f candos/educandas o desejo de participar ativamente do para remuneração dos juros da divida e apenas R$ 23,7
19. f mundo, que se reconheçam como sujeitos da história. bilhões para a educação.
20. f Educação de boa qualidade é democrática, par- Esta situação permite que o Piso Salarial Nacional,
21. f ticipativa e criativa – e não reprodutora de conteúdos bandeira histórica da categoria, esteja seriamente ame-
22. f apostilados. O que a escola deve ensinar sobre a nossa açado. Além de ser um “direito virtual”, pois simples-
23. f participação neste mundo não é matéria que pode cair mente não está implantado em nenhum estado ou mu-
24. f em um exame do tipo vestibular, é fundamentalmente nicípio e o governo Lula não faz valer a lei, ainda por
25. f relação construída entre professores/professoras e edu- cima, com um “canetaço”, rebaixou o seu valor para
26. candos/educandas quando juntos/juntas aprendem.aula R$ 1.024,00 quando deveria ser de R$ 1.312,27.
27. f e dos espaços escolares. Esta linha política de servir como instrumento
28. f Além de outras medidas como: eleitoral e de defesa do governo Lula, impediu que a
29. f a) Redução do número de alunos por sala na educação CNTE unisse as diversas lutas e greves que ocorreram
30. f básica, visando ampliar as condições de qualidade em todo o país. Pelo contrario, a Confederação bus-
31. f da educação e do trabalho docente, gerando cam- cou tão somente reforçar os movimentos em estados
32. f pos de trabalho e atuação para a juventude no cam- dirigidos pelo PSDB, numa tática de desgaste destes
33. f po da educação; governos para reforçar a campanha da Frente Popular.
34. b) Reorganização dos currículos, atendendo às neces- A degeneração imposta à CNTE pela política go-
35. f sidades sociais e acompanhando o avanço técnico- vernista da Articulação Sindical já levou diversas enti-
36. f -científico contemporâneo; dades representativas de educadores a se desfiliarem da
37. f c) Avançar nos estudos e avaliações das experiências Confederação, pois é cada vez mais necessária a exis-
38. f de organização da escola por ciclos de formação, tência de uma ferramenta de luta para responder aos
39. f ataques do governo. A CNTE e também a CUT foram

86 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a omissas e nada fizeram para enfrentar a nefasta Refor-
2. a ma da Previdência promovida pelo governo em 2003.
3. a O congresso resolve que:
4. a A Confederação estará a serviço dos educadores,
5. a assim como dos demais trabalhadores do nosso país
6. a que devem estar preparados para combater a nova re-
7. a forma da previdência anunciada para 2011. Será neces-
8. a sária uma grande mobilização, que una os trabalhado-
9. a res do setor público e do privado, para garantir que a
10. a classe tenha forças para combater estes ataques.
11. A CNTE exigirá do Governo Federal o cumpri-
12. a mento do PSPN de R$1.312,27.
13. a A CNTE terá autonomia e independência em rela-
14. f ção aos governos deixando de ser um aparelho burocrá-
15. f tico que freia as mobilizações e colabora com o capital.
16. f
17. f PLANO DE LUTAS
18. f A necessidade de responder às questões imediatas
19. f de forma articulada com a luta geral continua sendo
20. f um de nossos grandes desafios, agravado pelos ataques
21. f da patronal contra a organização dos trabalhadores e
22. f trabalhadoras, criminalizando os movimentos e a pró-
23. f pria população trabalhadora, como se a pobreza fosse
24. f crime. Os direitos sindicais, trabalhistas, previdenciá-
25. f rios e sociais continuam sendo atacados e retirados, na
26. esfera do trabalho e da vida.
27. f Portanto, para além das propostas específicas de
28. f luta, constantes da Resolução Educacional e da Reso-
29. f lução de Políticas Permanentes, dentre outras, a CNTE
30. f deve encampar as bandeiras de luta definidas de co-
31. f mum acordo por diversas organizações que, diante da
32. f conjuntura, buscam somar forças para defender, de
33. f forma autônoma em relação aos Governos, patrões e
34. partidos políticos, os interesses dos trabalhadores e tra-
35. f balhadoras de nosso país.
36. f Deve, também, participar deste espaço de unidade
37. f de ação de todos os lutadores e lutadoras sociais, de-
38. f fendendo as referidas bandeiras, que consistem na luta:
39. f 1. Contra a Reforma da Previdência / Fim do Fa-
tor Previdenciário / Recomposição do valor das apo-
sentadorias e seu reajuste conforme o salário mínimo
/ Defesa da Previdência Social pública / Fim da Alta
Programada;
2. Defesa dos direitos trabalhistas e sindicais / Re-
gulamentação do artigo 7º e 8º da CF / Aprovação da
convenção 158 da OIT – Proibição da demissão imoti-
vada / Regulamentação e proteção do direito de organi-
zação nos locais de trabalho;
3. Intensificação da luta nacional e urgente pela re-
dução da jornada de trabalho, sem redução dos salários
e sem banco de horas;
4. Defesa dos serviços e dos servidores públicos /
Fim das políticas de “avaliação de desempenho” e da
terceirização / Aprovação da Convenção 151 da OIT
pelo Congresso Nacional, assegurando-se o direito dos
servidores públicos à negociação coletiva e livre orga-
nização nos seus sindicatos;
5. Fim da Portaria 186 e da interferência do Minis-
tério do Trabalho nas entidades sindicais, que tem sido
usada para dividir organizações dos trabalhadores;
6. Fim à repressão e à criminalização dos movi-
mentos sociais / Fim da criminalização da pobreza e
das políticas de “higienização” social / Fim dos despe-
jos e remoções violentas / Pleno direito de greve para
todos os trabalhadores da iniciativa privada e servido-
res públicos;
7. Reforma Agrária já! / Por uma política agrária
e agrícola voltada para a priorização da produção de
alimentos e contra a monocultura e em defesa da agri-
cultura familiar;
8. Moradia digna para todos / Reforma Urbana de
acordo com os interesses da população;
9. Educação e saúde pública e de qualidade para
todos / Contra a privatização e a terceirização da saúde
pública;
10. Contra esta Reforma Tributária (rejeitar a PEC
233/2008), que ameaça os direitos trabalhistas e o sis-
tema de financiamento da seguridade social;

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 87

 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a 11. Fim do superávit primário / Utilização dos re- parar os trabalhadores e trabalhadoras para lidar com
2. a cursos, hoje destinados ao pagamento das dívidas ex- as diferenças, principalmente de orientação sexual;
3. a terna e interna, para financiar a saúde educação e polí- estimular uma prática militante que se contraponha a
4. a ticas públicas que beneficiem a população / Realização qualquer estrutura social conivente com o machismo,
5. a da Auditoria da Dívida Pública conforme determina a o racismo ou a homofobia na escola, no sindicato e na
6. a CF de 88; sociedade. É fundamental para nossa prática política no
7. a 12. Defesa da volta do monopólio estatal do petró- sindicato, como também para nossa prática política na
8. a leo e de uma Petrobrás 100% estatal / Contra todas as escola.
9. a privatizações, de estatais e de serviços públicos; Compreender os meios em que se dá a dominação
10. a 13. Combate a toda forma de violência, opressão e de classes exige uma análise mais ampla, que combine
11. discriminação contra as mulheres, negros e homossexu- as relações de exploração do trabalho pelo capital com
12. a ais / Defesa da luta dos quilombolas e povos indígenas; outros elementos que aprofundam a dominação entre
13. a 14. Correção da tabela do imposto de renda; sujeitos, como gênero, raça/etnia e orientação sexual.
14. f 15. Democratização dos meios de comunicação; As relações de gênero
15. f 16. Defesa do meio ambiente. As relações de gênero, desiguais, devem ser reco-
16. f E mais, compreendendo que a luta dos povos em nhecidas para serem desconstruídas. A relação entre
17. f todo mundo é parte da nossa luta em defesa do planeta, homens e mulheres sempre se pautou pelos papéis es-
18. f da vida e dos direitos sociais, previdenciários, traba- tabelecidos cultural e socialmente e não por diferenças
19. f lhistas, e sindicais a CNTE deve apoiar a luta dos po- biológicas. A capacidade da mulher para gestar novas
20. f vos, em especial de nossa América. vidas não pode significar que, inata e naturalmente, ela
21. f Em defesa da soberania e autodeterminação dos tenha certas qualidades que determinassem seu lugar
22. f povos. na privacidade do lar e do cuidado com as crianças, por
23. f Contra a Ocupação do Haiti e a criminalização dos oposição ao homem, que tem associado ao seu papel as
24. f movimentos sociais em todo o mundo. idéias de força, iniciativa, independência, responsabili-
25. f dade com os assuntos públicos, com a política. É assim
26. POLÍTICAS PERMANENTES que as mulheres, quando ingressam no mercado de tra-
27. f EDUCAÇÃO PELA DIVERSIDADE E SEM HO- balho, acumulam duas senão três jornadas de trabalho :
28. f MOFOBIA a profissional, antes privilégio dos homens, e a relativa
29. f No mundo todo a população homossexual é cerca ao lar, como dona-de-casa, além da maternidade.
30. f de 10%. Na última década o movimento GLBTT teve Reconhecer tais papéis como formas culturais e so-
31. f grande protagonismo social e deu visibilidade a gays, ciais através das quais a dominação se dá e se reproduz,
32. f lésbicas, travestis e transgêneros. Passou a denunciar o sutil ou violentamente, exige uma reflexão contínua so-
33. f preconceito, as diversas formas de violência e a cobrar bre práticas e condutas que adotamos corriqueiramen-
34. políticas públicas e igualdade de direitos para casais te. Exige empenho para que estas práticas e condutas
35. f homossexuais. O movimento organizado já obteve o possam ser transformadas, como anúncio da sociedade
36. f reconhecimento de diversos direitos, inclusive, de ca- que almejamos, sem nenhuma forma de exploração.
37. f ráter previdenciário. Por uma educação não sexista
38. f Para combater o preconceito é preciso investir em A organização e cotidiano escolares, e o olhar que
39. f políticas de formação que garantam a diversidade; pre- o professor e a professora tem de seus alunos e alunas,

88 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Intersindical

1. a pode reproduzir as desigualdades de gênero, com base
2. a na qual a educação de meninos e meninas se fundamen-
3. a ta. Por em prática uma educação não-sexista passa pela
4. a reconstrução de nossa própria experiência escolar, pela
5. a percepção das formas pelas quais a escola busca mol-
6. a dar comportamentos, incidir naquilo que “está fora do
7. a padrão”, reforçando formas de compreender o mundo
8. a que se baseiam na desigualdade.
9. a Uma escola não-sexista reconhece alunos e alunas,
10. a professoras e professores não apenas por suas carac-
11. terísticas físicas, biológicas. Aposta sim no desenvol-
12. a vimento de todos/todas como direito inalienável não
13. a impondo pontos de chegada, mas apresentando as di-
14. f versas possibilidades de caminho.
15. f A participação política da mulher
16. f Embora as mulheres sejam maioria na categoria,
17. f esta presença não se expressa na direção dos sindica-
18. f tos e da CNTE de um modo geral. O debate acerca da
19. f participação política das mulheres ainda se coloca na
20. f ordem do dia, com a necessidade de formação de todas
21. f as companheiras para vivenciar os espaços de partici-
22. f pação política e criação das condições para que possam
23. f participar de fato das entidades e do movimento sindi-
24. f cal. É necessário repensar os espaços de nossa entida-
25. f de, que exigem de suas participantes práticas muitas
26. vezes vinculadas a um estereótipo de masculinidade.
27. f Contra isso, é preciso defender no discurso e na prática
28. f que lugar de mulher é na política, estimulando e crian-
29. f do condições para que as mulheres estejam na escola e
30. f na luta!
31. f Faz-se necessária, também,a produção de ma-
32. f teriais e a formação para uma educação não-sexista;
33. f bemcomo a divulgação da Lei Maria da Penha como
34. instrumento de combate à violência contra a mulher.
35. f
36. f POLÍTICAS RACIAIS: DERROTAR O CAPI-
37. f TALISMO E O RACISMO
38. f No Brasil, 70% dos 22 milhões de brasileiros que
39. f sobrevivem abaixo da linha de pobreza são negras/ne-
gros. As condições de vida da população negra, subme-
tida a exploração econômica da elite racista dominante,
que se reflete em desemprego, violência, ausência de
direitos universais como saúde, educação e cultura, nos
obriga a romper o cerco que o racismo nos impõe.
A resistência e a luta da população negra desde os
navios negreiros até hoje, nas favelas, cortiços, fábri-
cas e escolas, servem de estímulo para a construção de
outra sociedade, sem racismo e discriminação racial,
exploradores e explorados, opressores e oprimidos.
As cotas, o reformismo e o sectarismo.
As políticas de ação afirmativa encampada pelo
governo federal assumem, cada vez mais, um recorte
conservador, de viés assistencialista. O princípio de ga-
rantir igualdade de condições, dentro de uma perspec-
tiva de discriminação positiva que viabilize a equida-
de, tornou-se política compensatória e instrumento de
divisão do movimento, cooptação e barganha política,
desmobilizando e reduzindo o horizonte político e a
emancipação do povo negro. Defendemos a política de
cotas, enquanto tática, na medida que constrói o norte
estratégico da equidade.
A implementação da Lei 10.639/03, que estabelece a
obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Bra-
sileira, esbarrou na formação insuficiente para que fosse
universalizada nas escolas. A estrutura pedagógica, tanto
das Secretarias Estaduais de Educação quanto do MEC,
não oferecem respostas à altura desta nossa conquista.
O Povo Negro resiste
No último período, o Movimento Negro demonstra
organização e garra na construção da luta do povo ne-
gro. O Congresso Nacional de Negras e Negros do Bra-
sil (CONNEB), cujo mote foi “Construindo um projeto
político do povo negro para o Brasil”, trouxe as princi-
pais lideranças e organizações nacionais do Movimen-
to Negro apontando para uma ação comum, respeitadas
as posições de cada entidade, forjando um projeto para
o povo negro que tenha, de fato, como protagonistas as
negras e negros de todos os cantos do país.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 89

 Caderno de Resoluções »
1. a A partir da iniciativa de jovens negros no nordes-
2. a te, que em meados de 2005 iniciaram o debate sobre a
3. a violência e extermínio da população jovem negra, com
4. a o tema “Reaja ou será morta, reaja ou será morto”, o
5. a Encontro Nacional da Juventude Negra realizou plená-
6. a rias em vários Estados do Brasil e muitas ações contra a
7. a faxina étnica e a criminalização da pobreza vêm sendo
8. a desenvolvidas.
9. a Em defesa dos direitos dos povos originários
10. a “Ninguém respeita aquilo que não conhece. Pre-
11. cisamos mostrar quem somos, a força da nossa cul-
12. a tura. Só assim vão respeitar e admirar o que temos.”
13. a Wabuá Xavante
14. f E assim transcorreram 510 anos de usurpação das
15. f terras de seu verdadeiro dono - os povos originários.
16. f Em nome de Deus, sua cultura e religiosidade foram
17. f desrespeitadas. A política promovida pela FUNAI com
18. f o intuito de “integrar o índio à sociedade brasileira”,
19. f não é muito diferente da política implementada pela
20. f Igreja e o Estado, durante mais de 500 anos. As “portas
21. f das Aldeias” foram abertas para os missionários, favo-
22. f recendo a decadência do orgulho indígena, a invasão
23. f por parte dos latifundiários das terras indígenas e ou-
24. f tras formas de descaracterização do povo que habita
25. f estas terras, há milhares de anos.
26. A política equivocada de demarcação de terras com
27. f construção de aldeias próximas às cidades, sem terras
28. f suficientes para o plantio, tem condenado nações in-
29. f dígenas à mendicância, à fome e à extinção de muitas
30. f etnias. A atual política indigenista do governo federal,
31. f não difere das implementadas por governos anteriores.
32. f Mantém a visão tutelar e oficialista, ignorando a pauta
33. f de reivindicações indígenas, construída desde 2004, em
34. função dos burocratas que dirigem a FUNAI. Arranca-
35. f dos de suas terras, os indígenas têm sido alvo de estu-
36. f pro, prostituição, trabalho escravo e todas as formas de
37. f discriminação e violência. O desrespeito aos anciãos
38. f indígenas demonstra a diferença da cultura dominan-
39. f te em nosso país. Nas aldeias são reverenciados pelos
90 31o Congresso Nacional
Intersindical
mais jovens, pois são testemunhas vivas da sabedoria
acumulada pelo tempo.
A CNTE precisa voltar-se para a situação dos edu-
cadores e educadoras indígenas e portanto, decide:
1. Defender os direitos dos professores, professo-
ras, funcionários e funcionárias administrativas indíge-
nas, vítimas da super-exploração - a terceirização;
2. Contribuir com a promoção da cultura e do co-
nhecimento dos Povos Originários na sociedade brasi-
leira e internacionalmente;
4. Defender a implantação em todas as aldeias da
Educação e Saúde diferenciadas;
5. Lutar pela apuração e punição dos assassinatos
das lideranças indígenas;
6. Apoiar a luta dos povos originários pela demar-
cação das terras indígenas já!
7. Lutar pelas cotas indígenas nas universidades e
para que estudantes indígenas tenham direito a aloja-
mento nas universidades durante o curso;
8. Apoiar a luta do Movimento Tamoios, que ocupa
o antigo Museu do Índio e desenvolve um importante
trabalho educacional no Rio de Janeiro.
ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:
Lujan Miranda - Sinte-PI - Coordenação Nacional
da Intersindical; Pedro Paulo V.Carvalho - Apeoesp
-SP - Coordenação Nacional da Intersindical; Neiva
Lazarotto - Vice-presidente do CPERS-RS-Coordena-
ção Estadual Intersindical; Conceição Holanda - Sinte-
pp - PA - Coordenadora Geral-Coordenação Estadual
Intersindical; SINTEPP/PA - ANANINDEUA: An-
tônio Carlos, Carlos Alberto, Jair Pena, Miguel Tau-
rino, Sandra Azevedo, Uzias Leite, Edson Miranda.
BELÉM: Antonio Netto, Edimilson Rodrigues (Dep.
Est. Eleito), Eloy Borges, Lena Pena, Maria José Bar-
bosa, Marinor Brito (Senadora eleita), Mateus Ferreira,
Ronaldo Rocha, Rosa Olívia, Williams Silva, Mauro
Borges, Rosangela Luz, Alex Rufel, Agnaldo Sam-
paio, Laisa Reis, Ajax Vantuir, Augusto Sousa, Mônica
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a Everton, Elson Luís, Jorge Caldas, Deizanilce Batista,
2. a Rosane Moraes, Sandra Almeida.. BENEVIDES: Kátia
3. a Simony. REGIONAL MARAJÓ: ANAJÁS: Hamilton,
4. a Juscelino, Doca. BREVES: Elinalva Pantoja, Fábio
5. a Paes, Marielson Guimarães, Cleves Cardoso. CURRA-
6. a LINHO: Jerry, Mery Terezinha, Paulo Júnior, Randel
7. a Sales. PONTA DE PEDRAS: Isonete, Aline Lô, Anto-
8. a nia. PORTEL: Jader Amaral, Ronaldo, Oclécio, Bruno
9. a Palheta. SÃO SEBASTIÃO DA BOA VISTA: Sinval
10. a Pureza, Wilson Carlos. SOURE: Wilma, Ana Rosa,
11. Joana D’arc, Juliana. BAIXO TOCANTINS: ABAE-
12. a TETUBA: Régia Suely, Elizângela Pinheiro. ACARÁ:
13. a Francisco, Zezinho, Benedito, Cléia, Waldomiro Neto.
14. f BARCARENA: Janete Benjamim, Rosivaldo Furtado,
15. f Walmir Bastos. CONCÓRDIA DO PARÁ: Esdmundo,
16. f Edson. MOJU: Jeorgea Gordo, Irlene Aracati Marques,
17. f Juliena Gordo, Arléia. TAILÃNDIA: Glaci, Francisca.
18. f REGIONAL TOCANTINA: CAMETÁ: Esmeralda,
19. f André,Raimundo Coelho, Fortunato Damasceno, Jo-
20. f ana Pompeu. GOIANÉSIA DO PARÁ: Eliana Pan-
21. f toja. LIMOEIRO DO AJURÚ: Fábio. MOCAJUBA:
22. f Marcos, Rosinha. TUCURUÍ: Maria Rosa, Ronaldo,
23. f Nívea Maria. REGIONAL NORDESTE: AUGUSTO
24. f CORRÊA: Regiane. BRAGANÇA: Terezinha, San-
25. f dro. CAPITÃO POÇO: Liduina Gonçalves. CASTA-
26. NHAL: Araceli Lemos, Ediana, Maria Mekcdece, Mar-
27. f quinhos, Rubenixon, Tânia Nascimento. COLARES:
28. f Daniel. IGARAPÉ – AÇU: Anderson Barbosa, Fran-
29. f cisco Adailson, Marcelo Paiva. IRITÚIA: Lourival.
30. f MARACANÃ: Edenilson Mauro, Wagner. MARA-
31. f PANIM: Nelson Carriço. PEIXE BOI: Luzia, Everton.
32. f PRIMAVERA: Amiraldo. QUATIPURU: Ricado, Sa-
33. f mara. SALINÓPOLIS: Lauro, Otávio. SANTA LUZIA
34. DO PARÁ: Flávio. SANTARÉM NOVO: Nadilson
35. f Marques. SÃO CAETANO DE ODIVELAS: Fernan-
36. f da. TRACUATEUA: Giselle Santos, Juarez Pantoja.
37. f VIGIA DE NAZARÉ: Roberto. REGIONAL OESTE:
38. f ALMERIN: Márcia, Ivanete Queiroz, Lenilson Vilela.
39. f ITAITUBA: Izaneide Dias. MONTE ALEGRE: Jesiel
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Intersindical
Andrade, Iraneide Pinto, Lírley Corrêa, Edinélza Sou-
sa, Arenildo Silva, Paulo Souza, Márcio Souza, Evan-
dro Silva, Keila Silva, Luciana Andrade, Leila Lima,
Nalva Silva. REGIONAL SUDESTE: CANAÃ DOS
CARAJÁS: Joaquim Martins, Milton, Lindomar, Rita,
Edmilson. DOM ELISEU: Almiralice. ITUPIRANGA:
Rennedy Coelho dos Santos. JACUNDÁ: Francilene
Rocha, Vanildo Pereira, Cirlene. MARABÁ: Tibirica,
Alda. NOVA IPIXUNA: Everton. PALESTINA DO
PARÁ: Edilene de Souza Dias. PARAUAPEBAS: Nor-
manci, Neves. RONDON DO PARÁ: Cristina. SÃO
DOMINGOS DO ARAGUAIA: Javier Lourencini,
Jainton. SÃO GERALDO DO ARAGUAIA: Helton
Rodrigues. REGIONAL SUL: FLORESTA DO ARA-
GUAIA: Cleber, Wesley. OURILÂNDIA DO NORTE:
Dalva Nogueira. REDENÇÃO: Milton, Marcelo Flá-
vio, Dorinha, João Batista, José Rodrigues, Maria Dina.
SÃO FÉLIX DO XINGU: Eli Coelho. XINGUARA:
Arléia, Augusto Silva, Janisley, Keila. TUCUMÃ: Ma-
noel Viana, Rita de Cássia. REGIONAL XINGU: AL-
TAMIRA: Mônica Brito. GURUPÁ: Sandro, Fernan-
da. PAU D’ÁRCO: Célio. URUARÁ: Cleuma Matos,
Maria Dulce de Matos. BRASIL NOVO: Jacerema.
VITÓRIA DO XINGU: Adriana. SIMPEEM/SP - Syl-
vie Bonifácio Klein, Mirian Halcsih Machado, Regina
Maria Tavares, Nilson Alves de Souza, Rosângela da
Cruz Alves, Antonio Bonfim Moreira, Eduardo Terra
Coelho, Denilce Cruz Fernandes, Fábio Figueiredo
Rezende, Jayme Barbosa de Souza junior, João Kleber
Santana Souza, Josafá Rehem Nascimento Vieira, José
Carlos Carvalho de Lima, José Roberto Marques da
Silva, Laura Cymbalista, Leonardo Soares Rodrigues
de Oliveira, Levi Laureano, Márcia Cordeiro Moreira,
Márcio Silva Batista, Marcos Muller, Maria Ap Freitas
Sales Maria Hildete G. Nepomuceno Resende, Maria
Cláudia Fernandes, Fabrizio Pomme, Rosilene Valério
da Silva, CPERS/RS: Maremy Machado Quedo, Mir-
na Eloi da Silva, Nehita Isar Peres, Alzira Maria lopes,
Carini Angela Vieira Furtado, Anita Gobatto, Carmen
Educação 91
 Caderno de Resoluções »

1. a Teresinha Seganfredo, Cleonice Salete Boeira Bao, De-

2. a borah Ibraima Ferreira, Eclei Soares Gezita, terezinha
3. a Maschio, Enes Montana Martini, Ivania Reginini, Iva-
4. a nia Sberse, Ivoti Caon Teles, APEOESP/SP: Maregildo
5. a Pereira Leal, Allyssom Leandro Barreto, Clodoaldo
6. a Rocha, Rosana Rita dos Santos, Vivian Cristina Mo-
7. a reira, Angela Mari Rosa, Kátia Cilene ribeiro, Vânia
8. a Barbosa Conceição, Tanai Costa Polizato, Francisco
9. a Jose L, Neto, Antonia Damasceno, Maria do Rosario
10. a dos santos, MArineide Brito, Ana Lucia Portugal, Suzi
11. Gama, Cleber dos santos, Ione montanha de Souza,
12. a Adriana Mejia, Icaro caputi farias, Cristina Prada , Eli-
13. a fas trindade, Antonio Carlos da silva, Edevaldo Carras-
14. f chi, Milton Bergstron, Julio Cesar dos santos, Maria
15. f ap. Macedo, Hassem Assad Murad, Joao deoliveira ju-
16. f nio, Luiz a. do Amaral, Edmilson Jefersom dos santos,
17. f Jose riltom M. FRazão, Joao amano, Sergio Paulino,
18. f Alexande Tardele, Amarildo dos santos, Andre Mazzi-
19. f ni, Maria auxiliadora, Carolina Correia, Claudia Groff,
20. f Elisabeth defino, Emerson ribeiro, Fátima Reis, Judeni
21. f dos santos, Lisabete manão, Marcelino Almeida, Lu-
22. f ciana fontão, Rogerio Hollfart, Rosangela Quequetto,
23. f Rosangela Benito, Neuza Bento, Stenio Matheus de m.
24. f lima, Abilio Pohl, Vanessa silva, Ana Barretto, Silvanei
25. f Miranda, Crislaine Pizzi, Inês paz, Jorge Paz, Lucia-
26. na Aparecida silva, Olga Felicia, Carlos José carota,
27. f Carlos daniel dos santos, Eugenio Fagundes, Swami
28. f Bergamo Sindupes/ES, Ana Rosa Sindupes/ES, Luiza
29. f Milka de Sá Sinte/PI
30. f
31. f
32. f
33. f
34.
35. f
36. f
37. f
38. f
39. f

92 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Articulação Sindical

1. a RESOLUÇÃO 11: ARTICULAÇÃO SINDICAL

2. a
3. a
4. a CONJUNTURA INTERNACIONAL
5. a Desde 2008, um clima de tensão instalou-se no
6. a mundo após a eclosão da segunda grande crise do ca-
7. a pitalismo. Fruto da irresponsável desregulamentação
8. a dos mercados de capitais nos países desenvolvidos e
9. a de condutas antiéticas de empresas e instituições finan-
10. a ceiras, que fraudaram balanços contábeis contribuindo
11. para a formação da “bolha imobiliária” norteameri-
12. a cana, a crise financeira mundial continua gerando re-
13. a cessão em diversas economias e exigindo intervenção
14. f estatal para salvar o sistema laissez-faire. Somente nos
15. f Estados Unidos, mais de US$ 1 trilhão do erário públi-
16. f co foi repassado à iniciativa privada a título de socorro.
17. f Na zona do Euro, o pacote de ajuda a bancos e países
18. f com déficit na casa de dois dígitos (Portugal, Espanha,
19. f Grécia, Irlanda, entre outros) chegou a € 750 bilhões.
20. f Como em outras crises, a classe trabalhadora foi a mais
21. f prejudicada. O desemprego nos Estados Unidos e na
22. f Europa aproxima-se de 10%. Grécia e França, em meio
23. f a violentos protestos, elevaram o limite de idade para
24. f a aposentadoria. Em vários países europeus e asiáticos
25. f houve redução de salários, além de demissões em massa.
26. A insatisfação da sociedade norteamericana, ex-
27. f pressa na vitória do Partido Republicano nas eleições
28. f parlamentares de 2010, tem motivado o governo de Ba-
29. f rack Obama a exportar os malefícios internos da crise
30. f para o mundo. A emissão desenfreada de dólares para
31. f comprar títulos do governo e fomentar o mercado in-
32. f terno, deu início a uma preocupante guerra cambial no
33. f mundo. Aliada a políticas de protecionismo e à subva-
34. lorização da moeda chinesa – que mantém os produtos
35. f produzidos naquele país mais baratos que no resto do
36. f mundo – a estratégia estadunidense tende a acirrar os
37. f ânimos internacionais e a caminhar para relações de
38. f conflito com as nações prejudicadas. Por outro lado,
39. f os organismos multilaterais, tão efusivos nas crises no
hemisfério sul, mantêm-se inertes à má influência dos
países desenvolvidos na economia mundial.
Há tempos, grupos de países, sobretudo o G-20,
capitaneado pelo Brasil, clamam por uma nova ordem
mundial, pautada na revisão da agenda dos organismos
multilaterais e em suas composições. Por se tratar de
uma estratégia apta a interferir nas formas de organi-
zação e movimentação do capital e na logística belige-
rante das grandes potências, o mundo desenvolvido a
rejeita com eloquência. Assim, seguem inalterados os
impasses na rodada de Doha e nas conferências climá-
ticas, continuam as promessas de fim das guerras no
Iraque e no Afeganistão – que rendaram, absurdamen-
te, o prêmio Nobel da Paz a Obama em 2009 –, fomen-
ta-se o projeto de bloqueio antimíssil EUA/Europa e
induz-se a necessidade de proteção das reservas fósseis
no Atlântico Sul.
Na América Latina, as expectativas se voltam à in-
cipiente abertura econômica em Cuba, à manutenção
da hegemonia de governos democráticos e populares
em vários países e na ampliação do Mercosul. Com ex-
ceção do golpe de Estado em Honduras e dos conflitos
diplomáticos envolvendo Colômbia e Venezuela, a paz
e a democracia imperam no continente e o Brasil se
mantém como principal referência para as estabilida-
des política e econômica na Região. A exitosa relação
Sul-Sul desenvolvida pelo Itamaraty, sobretudo com o
continente africano, além de render dividendos ao país
tem ajudado diversas sociedades a se desenvolverem
economicamente e a inserirem-se no consumo mundial.
CONJUNTURA NACIONAL
Estudos de consultorias internacionais e do Insti-
tuto de Política Econômica Aplicada (Ipea), bem como
do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae) indicam
que, nas próximas duas décadas, o Brasil alcançará o

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 93

 Caderno de Resoluções »
1. a eleitorado brasileiro optou por eleger, em 2010, após
2. a dois mandatos de Lula, a ex-ministra Dilma Rousseff
3. a para a Presidência da República. Na condição de pri-
4. a meira mulher a comandar o país, Dilma se comprome-
5. a teu em ampliar o espaço das mulheres no governo e a
6. a manter o combate às desigualdades de gênero na so-
7. a ciedade. Outro compromisso assumido pela presidenta
8. a refere-se à erradicação da miséria. Para tanto, torna-se
9. a imprescindível a aprovação de reforma tributária que
10. a priorize os investimentos socais, a distribuição equita-
11. tiva dos tributos entre as regiões e a inversão do injusto
12. a princípio regressivo de arrecadação do Estado brasilei-
13. a ro. A constituição do Fundo Social do Pré-Sal é outro
14. f ponto decisivo para alavancar mais investimentos em
15. f infraestrutra, educação, cultura, saúde, C&T e meio-
16. f ambiente, por meio do modelo de partilha que garante
17. f mais recursos a União, bem como sua distribuição a
18. f todos os estados-membros da federação.
19. f Outra pauta urgente diz respeito à reforma política,
20. f a qual deve rever as regras de financiamento de cam-
21. f panhas e da fidelidade partidária, pautando-se ainda no
22. f resgate do compromisso ideológico dos partidos polí-
23. f ticos.
24. f O “vale tudo” das oposições, nas últimas eleições,
25. f superou os pleitos anteriores e expôs o apetite insano
26. das elites em reaver o poder a qualquer custo, mes-
27. f mo com seus principais representantes derrotados nas
28. f eleições parlamentares. Sem apresentar um projeto
29. f consistente, a estratégia do candidato das elites ao Pla-
30. f nalto pautou-se em ataques preconceituosos a diversas
31. f bandeiras sociais, a exemplo da descriminalização do
32. f aborto.
33. f Já a maior parte da “grande” mídia, a exemplo de
34. 2006, comportou-se de forma deplorável e tendenciosa,
35. f fazendo às vezes dos partidos de oposição. Esta postu-
36. f ra foi contestada por diversos setores da sociedade, a
37. f ponto de os jornalistas terem organizado ato público
38. f em plena campanha para cobrar idoneidade dos meios
39. f de comunicação.
94 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
posto de 5ª maior economia do mundo. E com uma
diferença: as desigualdades sociais no país tendem a
diminuir, substancialmente, coisa que não acontece em
outras economias emergentes com taxas de crescimen-
to superior à brasileira.
As mudanças estruturais, no Brasil, decorrem da
transição gradativa para um modelo de desenvolvi-
mento implantado nos últimos oito anos, que atacou
o cenário de vulnerabilidade das contas externas e a
dependência do FMI, a fragilidade das contas públicas,
as inanições do mercado interno e das políticas sociais.
Não obstante o conservadorismo do Banco Central em
relação à taxa de juros e às metas de inflação, o mercado
brasileiro cresceu acima da média mundial, contribuin-
do com a geração de empregos e com a acumulação
de mais de US$ 230 bilhões em reservas. O programa
Bolsa Família e as políticas de recuperação do salário
mínimo – conquistada pelas Centrais Sindicais – e de
expansão do crédito popular foram decisivas para con-
solidar o consumo de massas. A infraestrutura do país
tem sido recuperada pelo PAC e os bancos públicos
transformaram-se em catalisadores do desenvolvimen-
to, possibilitando ao Estado recuperar seu papel de ar-
ticulador e indutor do investimento público e privado.
A descoberta do pré-sal projetou o Brasil à condição de
potência petrolífera e a Petrobras mais que decuplicou
seu valor entre 2003 e 2009.
Contudo, o país ainda possui impressionantes atra-
sos sociais que necessitam ser combatidos com afinco.
No caso da educação, à luz da Pnad/2009, ao se dividir
a população com 15 anos ou mais por renda em cinco
partes, verifica-se que os mais ricos estudam, em mé-
dia, 10,7 anos contra 5,5 anos da quinta parte mais po-
bre - praticamente o dobro. O analfabetismo literal aco-
mete 9,7% da população brasileira acima de 15 anos. O
país também possui uma das taxas de homicídio mais
elevadas no mundo: 23,5 por grupos de 100 mil habi-
tantes. A saúde tem se mostrado de baixa qualidade e
em quantidade inadequada para atender a população.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a A média do investimento anual é de aproximadamen-
2. a te 7,6% do PIB, dos quais 45,6% são do setor público
3. a (3,46% do PIB). Mesmo com a ampla liberação de cré-
4. a dito para habitação nos últimos anos, cerca de 7 mi-
5. a lhões de famílias ainda não possuem residência própria
6. a e 56% dos domicílios no país não estão ligados à rede
7. a de esgoto. Cerca de 12 milhões de famílias não contam
8. a com serviços da rede geral de abastecimento de água.
9. a Esses dados alarmantes, no entanto, são heranças
10. a de 500 anos nos quais o país foi governado por elites
11. descompromissadas com o bem estar da maioria da po-
12. a pulação. E os indicadores sociais da gestão do presiden-
13. a te Lula revelam o quanto é possível reverter esse atra-
14. f so, com vistas a construir uma sociedade sobre os pi-
15. f lares da igualdade defendidos pela classe trabalhadora.
16. f Mesmo durante a crise financeira mundial, houve
17. f redução da desigualdade no Brasil, e o processo de
18. f emergência das classes sociais se manteve sólido. De
19. f acordo com a Pnad/2009, entre 2003 e 2009, quase 30
20. f milhões de brasileiros ingressaram na classe C, onde
21. f as famílias detêm renda entre R$ 1.126 e R$ 4.854. Ao
22. f todo são 94,9 milhões de brasileiros na classe média
23. f (50,5% do total da população). No mesmo período,
24. f mais de 20 milhões de pessoas subiram para as classes
25. f A e B, de renda acima de R$ 4.854. Os brasileiros das
26. classes D e E passaram de pouco mais de 96 milhões
27. f para 73 milhões.
28. f Os principais fatores que explicam a ascensão so-
29. f cial dos brasileiros são os aumentos da escolaridade, do
30. f emprego e da renda. Nos últimos oito anos, o país criou
31. f mais de 14 milhões de postos de trabalho com carteira
32. f assinada e a participação da renda do trabalho nas ri-
33. f quezas do país atingiu o patamar de 66%, contra 19%
34. dos benefícios assistenciais (Bolsa Família e outros) e
35. f 15% da previdência. Em cinco anos, quase 20 milhões
36. f de pessoas saíram da pobreza e o país passou a cumprir
37. f a Meta do Milênio na metade do tempo previsto – a po-
38. f breza tinha que cair 2,7% ao ano e está caindo 4,32%.
39. f Dadas as novas condições estruturais do país, o
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação Sindical
Mesmo com a tendência de forte oposição da mídia
ao governo federal, nos próximos quatro anos, a presi-
denta Dilma tende a ter maioria no Congresso capaz de
aprovar reformas que conduzam o país a um processo
mais acelerado de transformação social. Ao final de seu
mandato, o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol
da Fifa (2014) e a cidade do Rio de Janeiro deverá ser
preparada para receber as Olimpíadas de 2016, duas re-
centes conquistas que também precisam ser traduzidas
em benefícios a toda sociedade brasileira.
POLÍTICA SINDICAL
As frentes de luta da CNTE têm exigido não apenas
uma articulação sindical vertical com as afiliadas – em
torno da valorização profissional e do direito de todos
e todas à educação pública, democrática e de qualidade
socialmente referenciada –, como também articulações
horizontais com organizações, fóruns e colegiados na-
cionais, sobretudo com a Central Única dos Trabalha-
dores - à qual a CNTE é filiada. Internacionalmente, as
relações abrangem as pautas da Confederação Sindical
de Trabalhadores das Américas, da Confederação Sin-
dical Internacional, bem como das entidades em que
a CNTE é filiada – a Confederação dos Educadores
Americanos e a Internacional da Educação.
As mazelas das políticas neoliberais e a crise fi-
nanceira mundial têm planificado os enfrentamentos
dos trabalhadores e das trabalhadoras no planeta, uma
vez que os problemas sociais tornaram-se endêmicos,
abrangendo, inclusive e fortemente, os países desen-
volvidos.
No Brasil, em que pese a superação precoce da
crise mundial e o combate gradativo às desigualdades
– especialmente no aspecto do aumento e distribuição
da renda, da queda do desemprego, da valorização dos
servidores públicos federais, da crescente formalização
do trabalho e do consequente amparo social aos novos
segurados do INSS – graves problemas ainda afligem
os trabalhadores, especialmente no tocante a garantia
Educação 95
 Caderno de Resoluções »
1. a de direitos sociais, como a educação, a saúde e a se-
2. a gurança de qualidade. E, neste sentido, a luta sindical
3. a deve, cada vez mais, atentar não só para os direitos afe-
4. a tos às relações de trabalho, mas também àqueles intrín-
5. a secos ao bem estar da classe trabalhadora, incluindo os
6. a direitos individuais das presentes e futuras gerações.
7. a Quanto à luta dos educadores, mesmo com a ampla
8. a mobilização da categoria, a aprovação do piso salarial
9. a do magistério e a previsão de sua extensão aos demais
10. a profissionais da educação ainda não conseguiu rever-
11. ter-se em efetiva política de valorização. Isso porque
12. a os gestores públicos insistem em não observar princí-
13. a pios da Lei 11.738, que se mantêm sob judice no STF.
14. f Muitas greves já se deflagraram por essa razão, e em
15. f alguns locais avanços têm ocorrido. Contudo, é preciso
16. f universalizar a implantação do PSPN, e a CNTE tem
17. f agido tanto no STF – cobrando o julgamento do mérito
18. f da ADI 4.167 – quanto em nível dos Executivos e do
19. f Parlamento, a fim de buscar consensos sobre a observa-
20. f ção integral dos conceitos da lei federal.
21. f Do ponto de vista da amplitude de direitos, a CNTE
22. f tem reafirmado sua participação no debate social,
23. f criando o Coletivo LGBT em âmbito da Secretaria de
24. f Direitos Humanos. Já o Coletivo da Juventude deve ser
25. f constituído não só com a finalidade de renovar a repre-
26. sentação sindical, mas também para atender com maior
27. f direcionamento as demandas desse segmento estraté-
28. f gico para o futuro da educação pública de qualidade.
29. f Em matéria de Congresso Nacional, a atuação
30. f da CNTE, no último período, contou com o apoio de
31. f parlamentares comprometidos com o movimento dos
32. f trabalhadores em educação, os quais tornaram possí-
33. f vel a aprovação de importantes pautas da categoria e
34. da educação em geral. Além do PSPN, os funcioná-
35. f rios de escola foram reconhecidos na LDB; garantiu-
36. f -se financiamento público a todo nível básico de en-
37. f sino; eliminou-se a incidência da DRU na educação;
38. f ampliou-se a obrigatoriedade do ensino (4 a 17 anos),
39. f dentre outras conquistas. Contudo, a nova legislatura
96 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
não contará com essa ampla representação dos educa-
dores, situação esta que exigirá esforço redobrado da
CNTE e do conjunto das entidades educacionais, a fim
de manterem a perspectiva de ampliação dos direitos
da categoria e de melhoria da educação.
Já o reconhecimento das Centrais Sindicais pelo
Estado brasileiro gerou duas consequências: uma ne-
gativa, que foi a pulverização de entidades de repre-
sentação de trabalhadores – dada a nova perspectiva
de financiamento; e outra positiva, pautada na recente
unificação das lutas da classe trabalhadora. A ratifi-
cação da Convenção 151, da OIT, constituiu uma das
pautas conjuntas das Centrais, e, com ela, os servido-
res públicos tiveram reconhecidos direitos de greve,
de organização e negociação junto aos governos, de
independência e de proteção contra atos de ingerência
das autoridades públicas na formação, funcionamento e
administração de suas organizações sindicais. O histó-
rico acordo que garantiu a política de aumento real do
salário mínimo também compôs a luta unificada, bem
como a Convenção 158 da OIT, ainda pendente de rati-
ficação, que proíbe a dispensa arbitrária e discriminató-
ria de trabalhadores pelos patrões.
Outro desafio da classe trabalhadora refere-se à re-
gulamentação do direito nacional de greve dos servido-
res públicos, que o STF, alegando omissão do Congres-
so, passou a decidir com base na legislação da iniciati-
va privada. A matéria já foi pauta do Fórum Nacional
do Trabalho, mas falta consenso para sua aprovação no
parlamento.
Durante a gestão do presidente Lula, os condutos
de interlocução dos trabalhadores com o governo fo-
ram aprimorados, possibilitando avanços da luta sin-
dical em diversos aspectos. E este cenário mantém a
perspectiva de atuação autônoma e independente da
CUT e das demais Centrais frente ao governo de Dil-
ma Rousseff, do qual se espera o aprofundamento das
políticas de inclusão social, de aumento da renda e de
garantia de direitos dos trabalhadores
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a Embora previsível, o processo de crescimento eco-
2. a nômico tem imposto desafios estruturantes ao país,
3. a dentre os quais a capacitação dos trabalhadores para
4. a ocupar postos estratégicos no mundo do trabalho. A ca-
5. a rência de profissionais atinge vários setores, inclusive
6. a a educação. Nesta área, as razões para o déficit pro-
7. a fissional, sobretudo no magistério e nas disciplinas de
8. a biologia, exatas e de língua estrangeira perpassem pe-
9. a los baixos salários e pelas más condições de trabalho,
10. a impondo à CNTE a manutenção de sua pauta de mobi-
11. lização direcionada ao avanço e à implementação das
12. a políticas de valorização dos profissionais da educação.
13. a No período que se inaugura, a capilaridade das
14. f ações da CNTE deve se fortalecer com a campanha na-
15. f cional de filiação de sindicatos municipais de trabalha-
16. f dores em educação e/ou por meio da representação das
17. f afiliadas junto às municipalidades. Já a mobilização da
18. f categoria deve visar o fim do impasse sobre o PSPN, no
19. f STF, sua implementação em todo Brasil, bem como o
20. f envolvimento de setores organizados da sociedade e da
21. f comunidade escolar na implantação efetiva das diretri-
22. f zes do novo Plano Nacional de Educação.
23. f
24. f POLÍTICA EDUCACIONAL
25. f Grande conquista da CNTE, na última gestão, con-
26. sistiu em consolidar o processo de reversão das políti-
27. f cas fragmentadas na educação – rompendo com uma
28. f das heranças neoliberais – e, consequentemente, em
29. f ver adota a política de concepção sistêmica por parte do
30. f Ministério da Educação. Todavia, a ausência de sólida
31. f gestão democrática nas instâncias educacionais, ainda
32. f impõe dificuldades aos trabalhadores e à sociedade no
33. f sentido de garantir o máximo de coerência dos gestores
34. na implementação das políticas públicas.
35. f Em âmbito do MEC, algumas dualidades foram
36. f marcantes. Embora o Ministério tenha incentivado e
37. f financiado todas as etapas da Conferência Nacional de
38. f Educação, o PDE e o PAR, quando de suas implanta-
39. f ções, careceram de diálogo com os movimentos sociais.
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação Sindical
Já o apoio ao conceito de PSPN, durante a tramitação
do Projeto de Lei no Congresso, se contrastou com a
sugestão equivocada de reajuste para 2010. E sobre es-
tes pontos, a CNTE também deve manter sua atuação.
Em 2008, a lei de diretrizes e base da educação
nacional estabeleceu como dever do estado garantir
vagas às crianças de até 4 anos de idade em escolas
públicas próximas às suas residências. No currículo foi
acrescentada a obrigatoriedade das aulas de música, o
estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena,
bem como a inclusão das disciplinas de filosofia e so-
ciologia em todas as séries do ensino médio.
A inclusão da educação profissional técnica de ní-
vel médio na LDB foi outro fator importante para os
estudantes e para a formação continuada dos trabalha-
dores, pois determinou que, uma vez atendida a forma-
ção geral, a mesma poderá prepará-lo para o exercício
de profissões técnicas de forma articulada ou conco-
mitante com o ensino médio, ou ainda de forma subse-
qüente em cursos destinados a quem já tenha concluído
o ensino médio. O profuncionário possui esta mesma
característica e atende a milhares de funcionários da
educação básica pública nos cursos de nutrição escolar,
infraestrutura e meio ambiente, secretariado escolar e
multimeios didáticos. Também a educação de jovens
e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a
educação profissional.
Na educação profissional e tecnológica, os cursos
de graduação e pós-graduação, conforme preceito da
Lei 11.741/08, possibilitaram a CNTE incluir no ca-
tálogo de cursos dos IFETs cinco áreas de formação
profissional voltadas aos funcionários da educação.
Outra importante conquista da categoria foi o piso
salarial profissional nacional para o magistério público
da educação básica, instrumento de luta pela valoriza-
ção profissional, que, por inércia da justiça e descaso
de muitos gestores, não tem sido aplicado pela maioria
dos governadores e prefeitos à luz da Lei 11.738/08. A
intensa mobilização da CNTE fez com que o relator da
Educação 97
 Caderno de Resoluções »
1. a Adin no STF, ministro Joaquim Barbosa, disponibili-
2. a zasse seu relatório para a pauta do Tribunal, mas até o
3. a momento a matéria não foi julgada. A luta da categoria
4. a permanece em manter a integral constitucionalidade
5. a da Lei do Piso.
6. a Em 2009 tornou-se obrigatória e gratuita a educa-
7. a ção básica dos quatro aos dezessete anos de idade, as-
8. a segurado o direito aos que não tiveram acesso na ida-
9. a de adequada. Os programas suplementares de material
10. a didático, transporte, alimentação e assistência à saúde
11. foram estendidos aos estudantes de toda a educação
12. a básica. Muitas dessas conquistas foram incorporadas à
13. a Constituição Federal por meio da EC nº. 59, que tam-
14. f bém (i) reforçou a necessidade do regime de colabora-
15. f ção – nos termos do plano nacional de educação – en-
16. f tre os entes federados para assegurar a universalização
17. f do ensino obrigatório, até 2016, (ii) estabeleceu o fim
18. f da DRU na educação e (iii) previu a fixação de meta
19. f para aplicação de recursos públicos em educação na
20. f proporção do PIB.
21. f Como forma de envolver as famílias no processo
22. f pedagógico da escola, a Lei 12.013/09 atribuiu aos es-
23. f tabelecimentos de ensino a tarefa de informar aos res-
24. f ponsáveis dos estudantes a frequência e o rendimento
25. f dos mesmos, bem como a execução da proposta peda-
26. gógica da escola.
27. f A Lei 12.014/09, que definiu quem são os profis-
28. f sionais da educação, à luz da exigência do parágrafo
29. f único do artigo 206 da CFl, além de atender a antiga
30. f demanda da CNTE contribuiu para fortalecer o direito
31. f à aposentadoria especial dos profissionais do magisté-
32. f rio e garantiu o reconhecimento profissional dos fun-
33. f cionários da educação.
34. Em 2010 foi consolidado o processo de mobili-
35. f zação da conferência nacional de educação, iniciado
36. f nas etapas municipais, regionais, estaduais e distrital.
37. f A participação da CNTE ficará marcada na história
38. f da Entidade, pois, além de conseguir ampliar sua re-
39. f presentação, a confederação articulou-se com outros
98 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
segmentos da educação básica, profissional e superior
e conseguiu aprovar todas as propostas da categoria,
além de neutralizar propostas adversas aos interesses
da nossa classe. Isso foi possível pelo aprofundamento
do debate do documento de referência, pela participa-
ção efetiva da base e dos delegados e pela adoção de
estratégias compatíveis com os objetivos da CNTE.
A continuidade da luta será pela instituição do fórum
nacional de educação e a inserção das resoluções da
CONAE no novo PNE.
DESAFIOS: A Formação Inicial dos profissionais
da educação, em que pese o acerto da proposta do MEC
em ofertá-la gratuita e preferencialmente em institui-
ções públicas de ensino superior, ainda carece de revi-
são de sua base curricular, a fim de aproximar-se das
demandas escolares, impostas pelas novas gerações e
pela necessidade dos profissionais em adquirir novos
conhecimentos, sobretudo de técnicas e tecnologias pe-
dagógicas. E, embora seja muito salutar garantir a for-
mação de nível superior a todos os educadores, igual-
mente importante é manter e qualificar o curso Normal
de nível médio, bem como os cursos técnicos voltados
aos funcionários da educação, na perspectiva de itine-
rário formativo e de garantia do atendimento universal
da educação infantil e anos iniciais do fundamental.
A formação continuada, também instituída pelo
MEC por meio da Política Nacional de Formação dos
Docentes e da Política Nacional de Formação dos Pro-
fissionais da Educação – Funcionários da Educação,
atendem a reivindicação da CNTE de oferta gratuita
pelo poder público. Mas é preciso um maior compro-
metimento dos estados e municípios com a aplicação
destas ações. Paralelamente aos cursos de formação
continuada, ainda são necessários investimentos para
a formação no local de trabalho, para o fortalecimen-
to da gestão democrática, para o estímulo ao processo
pedagógico e para a formatação de projetos multidisci-
plinares direcionados ao currículo da educação básica.
O ingresso na carreira se apresenta como um de-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a safio do tamanho do Brasil. Combater a contratação
2. a temporária e a terceirização é a tarefa principal, assim
3. a como a exigência de concurso público nas esferas de
4. a governos. A proposta de concurso público nacional,
5. a apresentada pelo MEC, pode contribuir com esse ob-
6. a jetivo, já que a mesma prevê a colaboração técnica e
7. a financeira do Ministério para estados e municípios que
8. a aderirem ao concurso. Assim funcionaria como mais
9. a um instrumento na construção do sistema nacional de
10. a educação e da carreira nacional dos professores. O con-
11. curso nacional também pode interferir na indústria de
12. a serviços educacionais oferecidos por diversas empre-
13. a sas sem qualificação. Logo, é um instrumento de in-
14. f gresso na carreira e não deve ser utilizado em qualquer
15. f tipo de meritocracia.
16. f O piso salarial, a carreira e a jornada de trabalho
17. f são indicadores da qualidade social da educação e de-
18. f vem permanecer na pauta de lutas da categoria. Estes
19. f instrumentos são essenciais à valorização dos profis-
20. f sionais da educação, mas, ainda, é preciso desenvolver
21. f ações junto à sociedade para cobrar políticas que aten-
22. f dam às demandas e que façam os governantes assumi-
23. f rem de fato seus discursos de priorização da educação,
24. f garantindo que 2/3 da jornada de trabalho seja dedicada
25. f a aula-atividade, além do cumprimento correto do valor
26. do PSPN de R$ 1.312,85, referente a janeiro de 2010.
27. f As condições adequadas de trabalho implicam re-
28. f ver o currículo e a infraestrutura escolares, os salários,
29. f a política de formação continuada nos locais de traba-
30. f lho e o cuidado com a saúde dos educadores.
31. f A gestão democrática da escola, das redes e dos sis-
32. f temas de ensino é o instrumento catalisador do enfren-
33. f tamento dos desafios educacionais. Organizar a comu-
34. nidade escolar é mais uma tarefa que os trabalhadores
35. f em educação devem cumprir, se organizando nos locais
36. f de trabalho; estimulando a criação e o fortalecimento
37. f dos grêmios estudantis, das associações de pais e mães
38. f e dos conselhos escolares; participando dos diversos
39. f conselhos na educação; atuando de forma decisiva, a
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação Sindical
fim de envolver a comunidade escolar na construção
do projeto político pedagógico da escola. Estas ações,
além de consolidar a gestão democrática, contribuem
para a vivência da prática cidadã no espaço escolar que,
certamente, será utilizada em outros espaços da socie-
dade.
O financiamento é outro poderoso instrumento
para superar os desafios na educação brasileira. O ad-
vento do FUNDEB, e, por dentro da lei que o criou, as
conquistas do PSPN, do atendimento a educação infan-
til, de valores maiores para educação especial e da am-
pliação dos recursos aplicados na educação básica por
parte da União, contribuiu para que o estado brasileiro
assumisse a responsabilidade com a educação básica
e superior e alcançasse, ainda que insuficientemente à
luz das demandas educacionais, os atuais 5% do PIB
em investimentos na educação. É impossível elevar o
Brasil da 73ª posição no IDH sem investir mais recur-
sos na educação. Alcançar o patamar de 7% do PIB é
um passo importante para o novo PNE. Mas entende-
mos que para combinar as virtudes do crescimento eco-
nômico – que elevará o Brasil à 5ª potência econômica
mundial – com a qualidade de vida dos países desen-
volvidos, é preciso alcançar o patamar de 10% do PIB
em educação, a fim de que esta política pública cumpra
seu papel de garantir bem estar e conhecimento dignos
a todos os brasileiros e as brasileiras.
PROPOSTAS: Além de atuar sobre os desafios
apresentados, a CNTE, seguindo a trajetória de ocupar
espaços e disputar políticas, nos próximos três anos re-
forçará sua atuação sobre os seguintes eixos: i) incidir
decisivamente na elaboração dos PNE, PEE e PME; ii)
aprofundar com os gestores a discussão sobre Regime
de Colaboração, a fim de avançar na consolidação do
Sistema Nacional de Educação; e iii) lutar de forma
permanente e cotidiana pela valorização dos profissio-
nais da educação, aplicando integralmente as leis do
Piso (11.738/08) e a que reconhece os funcionários de
escola como profissionais da educação (12.014/09),
Educação 99
 Caderno de Resoluções »
1. a bem como, o inciso VIII do artigo 206 da CF, que de-
2. a termina o piso salarial profissional nacional para os
3. a profissionais da educação.
4. a O Departamento de Especialista da CNTE, que
5. a contribuiu nos últimos três anos com o debate sobre
6. a a formação de pedagogos e as políticas para educação
7. a infantil, deverá ampliar seu trabalho na perspectiva de
8. a subsidiar a investigação e as ações da CNTE acerca da
9. a escola de tempo integral, do direito de acesso a educa-
10. a ção das pessoas de 4 a 17 anos de idade, e da constru-
11. ção coletiva do projeto político pedagógico da escola.
12. a Contrapondo as propostas gerenciais de merito-
13. a cracia, a avaliação da educação deve ser processual,
14. f qualitativa e de caráter sistêmico e democrático, com-
15. f preendendo-se como instrumento de aperfeiçoamento
16. f do processo educacional. Neste sentido, é imperioso
17. f reafirmar a posição do PNE da Sociedade Brasileira
18. f (1997), a qual indica que “a avaliação interna e exter-
19. f na das instituições educacionais deve levar em conta
20. f os seus recursos, sua organização, suas condições de
21. f trabalho, o padrão único de qualidade e, no caso da
22. f educação superior, a indissociabilidade entre ensino,
23. f pesquisa e extensão”, visando alcançar resultados so-
24. f cialmente significativos.
25. f Outras pautas latentes dizem respeito (i) à adequa-
26. ção do ingresso na carreira de educador às disposições
27. f das resoluções CNE/CEB nº 2/09 e 5/10; (ii) à obser-
28. f vação dos preceitos do parecer CNE/CEB nº 9/2009
29. f em relação ao número de profissionais à quantidade de
30. f estudantes; (iii) à mobilização da sociedade em torno
31. f do direito à educação pública, de qualidade social, in-
32. f clusiva, laica e democrática; (iv) à institucionalização
33. f das diretrizes nacionais de carreira para os profissionais
34. da educação; (v) à consolidação do Fórum Nacional de
35. f Educação e de instâncias similares nos estados e muni-
36. f cípios; (vi) à regulamentação do PSPN, previsto no ar-
37. f tigo 206, VIII, da Constituição Federal, destinado a to-
38. f dos os profissionais da educação, com base na proposta
39. f defendida pelos trabalhadores (PL 2.738/03); (vi) ao
100 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
cumprimento do art. 69 da LDB, que estabelece o repas-
se de recursos para a conta das secretarias de educação.
BALANÇO POLÍTICO DA GESTÃO
A gestão 2008/11 foi marcada pela intensa mobi-
lização em torno da valorização dos trabalhadores em
educação. Após longo processo de debate nas instân-
cias de poder e na sociedade, em 16/7/2008 o presiden-
te Lula sancionou a Lei 11.738, regulamentando o piso
salarial profissional nacional do magistério público da
educação básica. Porém, logo após o 2º turno das elei-
ções municipais daquele ano, cinco governadores in-
gressaram com Ação Direta de Inconstitucionalidade,
no Supremo Tribunal Federal, contra a Lei do Piso.
Os efeitos da decisão cautelar do STF impuseram
à categoria uma árdua luta em defesa dos princípios da
Lei 11.738, muitas das quais enfrentadas com longas
greves em estados e municípios. Dentre as ações insti-
tucionais e de mobilização promovidas pela CNTE em
defesa do Piso, destacam-se: a divulgação de documen-
to contendo a posição da Entidade sobre a norma fede-
ral e o julgamento da cautelar no STF; a aprovação, em
seu Conselho Nacional de Entidades, do dia 16 de cada
mês como sendo de resistência à constitucionalidade da
Lei 11.738; a realização de seminário para debater es-
tratégias de aplicação da Lei do Piso, nos estados e mu-
nicípios, à luz da reestruturação dos planos de carreira
– originando, o mesmo, o Caderno de Educação “Di-
retrizes para a Carreira e Remuneração”, editado em
parceria com a CUT e distribuído a todos os municípios
do país; a promoção de encontro com os jurídicos das
afiliadas, a fim de subsidiar a luta política e judicial em
torno da aplicação da Lei; a organização de diversas
mobilizações, sendo três delas em frente ao STF, para
cobrar dos ministros o julgamento do mérito da Adin;
a articulação junto ao Congresso Nacional para consti-
tuição da Frente Parlamentar em Defesa do PSPN, ação
esta transferida às afiliadas em nível das Assembleias
Legislativas e Câmaras de Vereadores.
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções »
1. a De forma simultânea, a CNTE atuou em diversas
2. a frentes no Congresso para defender os interesses da
3. a categoria e fazer avançar o direito à educação de qua-
4. a lidade. Combateu os projetos de certificação, a PEC
5. a que visava evadir recursos do Fundeb para transporte
6. a escolar e a que propunha a criação de pisos salariais
7. a regionais. Também pressionou a tramitação do PL das
8. a diretrizes de carreira (1.592/03) e o que dispõe sobre a
9. a regulamentação do PSPN para todos os profissionais da
10. a educação (2.738/03), e interveio no PL 3.776/08, que
11. visa modificar o critério de reajuste do Piso – mantendo
12. a a perspectiva de ganho real, com a vinculação ao Fun-
13. a deb, e garantindo a reposição mínima do INPC/IBGE.
14. f Em âmbito do MEC, atuou para institucionalizar as
15. f políticas de formação dos profissionais da Educação;
16. f manteve-se atuante no Conselho do Fundeb; pressionou
17. f a instalação da Mesa de Negociação do Piso; e integrou
18. f a coordenação nacional da 1ª Conferência Nacional de
19. f Educação (Conae). Em 2009, a CNTE promoveu sua 7ª
20. f Conferência de Educação com o objetivo de subsidiar a
21. f base para atuar nas conferências preparatórias a Conae.
22. f Como resultado, a Confederação conseguiu estabelecer
23. f um amplo arco de alianças na Conae, a ponto de fazer
24. f aprovar todas as propostas da categoria com vistas a
25. f integrar o plano nacional de educação 2011/2020. Os
26. trabalhadores ainda aprovaram a indicação para manter
27. f a Conae como instância de consulta oficial e permanen-
28. f te para elaboração das políticas públicas educacionais.
29. f Duas outras importantes conquistas sobrevieram
30. f do Conselho Nacional de Educação, que aprovou, após
31. f intensa participação das afiliadas nas audiências públi-
32. f cas, as diretrizes nacionais para a carreira dos profissio-
33. f nais da educação (professores e funcionários). As mes-
34. mas visam amoldar, até a aprovação do PL 1.592/03,
35. f os desígnios das leis 11.738 e 12.014 aos planos de
36. f carreira.
37. f A destacada atuação da CNTE em defesa dos tra-
38. f balhadores da educação fez com que muitos sindicatos
39. f municipais requeressem filiação à Confederação, sen-
31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em
Articulação Sindical
do que cinco se associaram durante a última gestão. Em
razão da desfiliação do SEPE/RJ e da importância de os
trabalhadores fluminenses manterem sua representação
nacional, a CNTE propõe reconhecer as oposições do
SEPE, à luz dos critérios de reforma estatutária.
Na esfera sindical, a CNTE acompanhou as instân-
cias e mobilizações convocadas pela Central Única dos
Trabalhadores, à qual é filiada, com destaque para as
edições da Marcha da Classe Trabalhadora, organiza-
das conjuntamente com outras centrais sindicais e que
foram decisivas para selar o acordo sobre a política de
aumento real do Salário Mínimo, bem como para pau-
tar na agenda do Congresso as convenções 151 e 158
da OIT.
Sobre as políticas internas, a Escola de Formação
(Esforce) passou a editar, semestralmente, a revista
“Retratos da Escola” e a coordenar as publicações da
CNTE, que, além dos fascículos da formação sindical,
produzidos em parceria com o sindicato sueco Larär-
förbundet, também co-produziu com as respectivas Se-
cretarias: a 8ª edição da revista “Mátria”, as edições
dos Cadernos de Educação sobre “Diretrizes de Car-
reira”, “Saúde dos Trabalhadores em Educação” e “5º
Encontro Nacional do Coletivo Dalvani Lellis”, além
da revista “Como vivem os/as trabalhadores/as em edu-
cação aposentados/as”.
No cenário internacional, a Confederação esteve
presente nas instâncias e fóruns promovidos pela Inter-
nacional da Educação (IE), e ainda integrou a pesquisa
internacional sobre educação infantil, através da coor-
denação do DESPE. Durante a gestão, a CNTE tam-
bém manteve os cargos na Vice-Presidência Mundial e
na Vice-Presidência para a América Latina da IE. Por
meio de sua Presidência, a CNTE integrou a Direção da
Confederação dos Educadores Americanos e participou
das reuniões de cúpula do Mercosul.
A agenda sindical e institucional da gestão desta-
cou-se pelas seguintes atividades: realização das edi-
ções da Semana Nacional em Defesa da Educação
Educação 101
 Caderno de Resoluções »
1. a Pública; reunião nacional do DESPE, que orientou po-
2. a sição contrária à regulamentação da profissão de peda-
3. a gogo; criação do Coletivo LGBT da CNTE, o qual se
4. a encontra vinculado à Secretaria de Direitos Humanos;
5. a comemoração dos 15 anos do DEFE e realização dos
6. a encontros regionais e do 5º encontro nacional do De-
7. a partamento; seminários do projeto DST/Aids; edições
8. a regionais e o 8º encontro nacional dos trabalhadores em
9. a educação aposentados/as; 5º encontro nacional do Co-
10. a letivo Antirracismo Dalvani Lellis; seminários nacio-
11. nais de saúde, comunicação e do jurídico; presença nos
12. a fóruns sociais e instâncias governamentais de combate
13. a ao trabalho infantil; participação nas lutas coordenadas
14. f pela Central de Movimentos Sociais e acompanhamen-
15. f to das greves e mobilizações das afiliadas.
16. f
17. f PLANO DE LUTAS
18. f A Seguindo a trajetória de combate às desigualda-
19. f des e de promoção dos direitos da classe trabalhadora,
20. f em especial à educação pública, universal, democrática
21. f e qualidade socialmente referenciada, os/as educado-
22. f res/as brasileiros/as concentrarão suas lutas, na próxi-
23. f ma gestão da CNTE, sobre as seguintes estratégias e
24. f ações:
25. f 1. Participar dos fóruns de governo, em especial
26. dos da educação, com vistas a propor e disputar proje-
27. f tos de interesse da categoria e da classe trabalhadora;
28. f 2. Atuar no processo de reformas do Estado, com
29. f vistas a amoldar a estrutura de poder e as políticas pú-
30. f blicas às necessidades da população e a promover os
31. f direitos da classe trabalhadora;
32. f 3. Defender a Previdência Pública e lutar contra
33. f qualquer reforma que vise retirar direitos;
34. 4. Cobrar transparência, ética e participação social
35. f dos gestores em relação às políticas e ao erário público.
36. f Contra a corrupção e a impunidade;
37. f 5. Cobrar o aprofundamento das políticas sociais,
38. f responsáveis pela elevação da condição de vida do
39. f povo brasileiro;
102 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
6. Manter-se na luta em defesa da Amazônia e dos
povos indígenas;
7. Combater as políticas beligerantes das potências
mundiais e atuar em campanhas nacionais e internacio-
nais pela paz, pelo respeito ao meio ambiente e à digni-
dade humana. Pela erradicação da miséria;
8. Participar dos movimentos pela autodetermina-
ção, soberania das nações e liberdade dos povos;
9. Cobrar dos organismos multilaterais e dos che-
fes de estado e de governo das nações maior controle
do capital e a democratização das representações nas
instâncias da ONU;
10. Cultivar a solidariedade entre os trabalhadores
e suas organizações, em âmbito local, nacional e inter-
nacional;
11. Envolver os trabalhadores brasileiros nas ações
internacionais desenvolvidas pela IE e CEA;
12. Mobilizar a sociedade com vistas à ampliação
do direito à educação pública, de qualidade social, in-
clusiva, democrática, laica, de tempo integral, especial-
mente através do financiamento público (aumento do
percentual do PIB) e da valorização dos educadores;
13. Manter a luta pela constitucionalidade e im-
plantação integral da Lei 11.738 e mobilizar a catego-
ria pela regulamentação do Piso Salarial Nacional para
todos os profissionais da educação, previsto no art. 206,
VIII da CF/1988;
14. Manter a mobilização em torno da Semana
Nacional em Defesa da Escola Pública e, se possível e
necessário, com Marchas Nacionais, Estaduais, Muni-
cipais e com Dia de Paralisação Nacional;
15. Lutar pela aprovação do projeto de lei nº
1.592/03, que visa, fixar as diretrizes nacionais para a
carreira dos profissionais da educação;
16. Atuar nos processos de elaboração e de debate
parlamentar do Plano Nacional de Educação, a viger
entre 2011 e 2020, promovendo também a participação
das afiliadas;
17. Priorizar no PNE as políticas de financiamen-
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Articulação Sindical

1. a to, valorização profissional e gestão democrática, bem tra o interdito proibitório e pela expansão dos direitos
2. a como as estruturas do regime de colaboração, a fim de dos/as trabalhadores/as;
3. a avançar na consolidação do Sistema Nacional de Edu- 26. Manter a atuação nas lutas propostas pela CMS,
4. a cação; pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais que
5. a 17.1. Lutar pela gestão democrática em sentido latu defendem os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras;
6. a senso, na escola e nos sistemas de ensino, sobretudo 27. Promover a liberdade e a autônima sindical.
7. a pela constituição do Fórum Nacional de Educação, de Contra a repressão aos sindicatos;
8. a caráter propositivo; 28. Articular com entidades de base e movimentos
9. a 18. Lutar pela expansão da atual política nacional sociais a ampliação de espaços formativos à qualifica-
10. a de formação e profissionalização de educadores (pro- ção política e sindical;
11. fessores e funcionários de escola), que prevê gratuida- 29. Cobrar do poder público novo marco regulató-
12. a de e responsabilidade do poder público em ofertá-la em rio para a atuação da mídia no Brasil, à luz da Confe-
13. a instituições de ensino superior, públicas ou convenia- rência Nacional de Comunicação;
14. f das ao Prouni; 30. Incentivar as entidades filiadas a desenvolve-
15. f 19. Realizar pesquisas em parceria com entidades rem e/ou ampliarem as atividades do Programa de For-
16. f e instituições civis e públicas para averiguar as condi- mação da CNTE;
17. f ções de vida e formação dos educadores e de avaliação 31. Fortalecer os coletivos nacionais temáticos das
18. f dos sistemas educacionais e de seus profissionais; políticas permanentes, inclusive o de LGBT, criado re-
19. f 20. Promover pesquisa do Coletivo Antirracismo centemente;
20. f Dalvani Lellis: Quem são, onde e como vivem os/as 32. Desenvolver campanhas que apontem para
21. f trabalhadores/as negros da educação básica; questões sociais como: direito dos aposentados, das
22. f 21. Promover a capacitação das entidades e dos/ mulheres, da criança e do adolescente, contra o traba-
23. f as conselheiros/as sindicais que integram colegiados lho infantil e a homofobia, em apoio à luta indígena,
24. f públicos, em especial de fiscalização do Fundeb e de quilombola e de outras etnias ou grupos minoritários;
25. f outras políticas educacionais; 33. Lutar em defesa da segurança e promoção da
26. 22. Lutar contra a terceirização e precarização das saúde dos trabalhadores, com a constituição de comis-
27. f condições de trabalho, em especial dos funcionários da sões internas nos locais de trabalho e no serviço públi-
28. f educação. Pela ampliação do projeto Profuncionário e co;
29. f dos cursos tecnológicos também voltados aos funcio- 34. Incentivar os projetos de prevenção às DST/
30. f nários; AIDS;
31. f 23. Mobilizar a base da CNTE para aprofundar as 35. Integrar as campanhas nacionais pelo direito a
32. f ações pautadas pelas centrais, em especial pela CUT, saúde pública das mulheres e pela descriminalização
33. f que visam à manutenção e a ampliação dos direitos da do aborto;
34. classe trabalhadora; 36. Divulgar a Lei Maria da Penha nos Sindicatos
35. f 24. Integrar a luta pela reforma tributaria que taxe filiados e nas escolas;
36. f o grande capital e reverta o caráter regressivo dos im- 37. Intervir no processo de escolha dos livros didá-
37. f postos no Brasil; ticos, evitando estereótipos contra mulheres, aposenta-
38. f 25. Lutar pela redução da jornada de trabalho sem dos/idosos, negros e qualquer posição discriminatória e
39. f redução de salário, pelo direito irrestrito de greve, con- inferiorizada de grupos sociais;

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 103

 Caderno de Resoluções » Articulação Sindical

1. a 38. Promover o engajamento dos trabalhadores em atualizarão seus cadastros junto a CUT e/ou a Secreta-
2. a educação em todos os espaços de formulação de polí- ria de Finanças da CNTE, a fim de assegurarem o direi-
3. a ticas públicas; to à revisão de sócios para a participação nas instâncias
4. a 39. Apoiar a luta pela inclusão de alunos portado- deliberativas da Confederação.
5. a res de necessidades especiais; § 1º. Em se tratando de entidades filiadas a CUT, o
6. a 40. Lutar pela garantia do modelo de previdência processo de atualização obedecerá as regras da Central
7. a público e solidário e pela aprovação da PEC 481/05 Sindical.
8. a (Paralela da Previdência); § 2º. As entidades não filiadas a CUT encaminharão
9. a 41. Realizar CAMPANHA NACIONAL DE FI- os cadastros financeiro e de associados para a CNTE,
10. a LIAÇÃO DE SINDICATOS MUNICIPAIS DE EDU- tendo como base todo mês de junho.
11. CAÇÃO À CNTE, a fim de fortalecer as lutas da cate- § 3º. As entidades que não procederem a referida
12. a goria e a promoção do direito à educação de qualidade atualização, em anos pré-eleitorais da CNTE, estarão
13. a em todo país. automaticamente impedidas de efetuarem aumento de
14. f sócios para o Congresso Nacional da Confederação.
15. f ESTATUTO EMENDA SUPRESSIVA, seguida de SUBSTITU-
16. f EMENDA ADITIVA TIVA
17. f Art 1º. (...) integrada pelos trabalhadores em edu- Exclui-se o § 1º do art. 72, dá nova redação ao ca-
18. f cação – professores, funcionários e pedagogos – ativos put e ao § 1º e renumera-se o seguinte.
19. f e aposentados, efetivos e contratados, a qualquer título, Art. 72. Os Funcionários e Especialistas em Edu-
20. f desde que vinculados às redes públicas estaduais e/ou cação serão organizados em departamentos específicos,
21. f municipais de educação básica de todo o Brasil, que se subordinados a Diretoria Executiva da CNTE.
22. f regem pelo presente Estatuto. § 1º. A estrutura e funcionamento dos Departamen-
23. f EMENDA SUBSTITUTIVA tos de Funcionários da Educação – Defe e de Especia-
24. f Os parágrafos do art. 5º passam a compor o novo listas – Despe, coordenados por um representante do
25. f art. 6º, conforme redação adaptada. respectivo setor, serão regulamentados pelo Conselho
26. EMENDA ADITIVA Nacional de Entidades – CNE.
27. f Art. 6º. A CNTE poderá reconhecer oposições sin- § 2º. (...)
28. f dicais, com base em critérios definidos por seu Conse- EMENDA SUPRESSIVA
29. f lho Nacional de Entidades, nos casos em que o Sindi- Exclui-se o art. 73.
30. f cato tenha se desfiliado a ela.
31. f § 1º. O CNE também regulamentará a represen- POLÍTICAS PERMANENTES
32. f tação das oposições nos Congressos e Plenárias da Embora a desigualdade ainda seja uma marca de
33. f CNTE. nossa sociedade, depois de décadas de reivindicações,
34. § 2º. Deferido o processo de reconhecimento, as o Brasil começa a apresentar indicadores sociais mais
35. f oposições terão direito a um representante no Conselho satisfatórios e intimamente ligados à melhoria das con-
36. f Nacional de Entidades da CNTE. dições macroeconômicas e ao incipiente compromisso
37. f EMENDA ADITIVA (renumeram-se os artigos se- de distribuição da renda entre os/as cidadãos/as. Mas é
38. f guintes) preciso avançar bem mais.
39. f Art. 55. A cada ano, as entidades filiadas a CNTE Como forma de garantir direitos aos segmentos

104 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Articulação Sindical

1. a mais vulneráveis e/ou que sofrem com as diversas for-
2. a mas de discriminação e intolerância, a próxima gestão
3. a da CNTE deverá manter a cobrança de políticas de Es-
4. a tado e aprofundar a inserção da categoria na luta pela
5. a inclusão social, pela igualdade de gênero e raça, de
6. a combate às formas de discriminação e de respeito às
7. a diversidades.
8. a Antirracismo: ação ainda muito necessária
9. a As heranças escravocratas, no Brasil, ainda são la-
10. a tentes. Em nível da educação, embora avanços tenham
11. ocorrido, especialmente na última década, muito pre-
12. a cisa ser feito. Dados da Pnad/2009 revelam que entre
13. a 1999 e 2009, a presença de estudantes negros e pardos
14. f no ensino superior passou de 7,5% e 8% para 28,2%
15. f e 31,8%, respectivamente. Contudo, somente 4,7% de
16. f negros e 5,3% de pardos com mais de 25 anos con-
17. f cluíram o ensino superior no país (em 1999, o percen-
18. f tual era de 2,3% para ambos) contra 15% de brancos.
19. f A reserva de 50% das vagas do Prouni para negros e
20. f as demais políticas de cotas das instituições de ensino
21. f superior – ambas questionadas no STF – contribuíram
22. f para a melhoria desses indicadores, embora aquém da
23. f necessidade.
24. f Ação importante de combate às diferenças edu-
25. f cacionais entre raças refere-se à expansão do ensino
26. obrigatório para 4 a 17 anos de idade. Isso porque na
27. f faixa etária do antigo fundamental obrigatório pratica-
28. f mente não há desigualdade: as matrículas de brancos
29. f equivalem a 95,4% e, as de negros, a 94,7% do total
30. f de crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos. O proble-
31. f ma, no entanto, se agrava no ensino médio – até então
32. f não obrigatório, desvinculado da profissionalização e
33. f carente de políticas contra a evasão – onde 61% dos
34. jovens brancos entre 15 e 17 anos frequentam a escola,
35. f contra 42,2% de negros.
36. f O Coletivo Antirracismo da CNTE, Dalvani Lellis,
37. f tem se empenhado para disseminar uma cultura antir-
38. f racista nas escolas, no meio sindical e na sociedade em
39. f geral. Com base nos encaminhamentos de seu 5º En-
contro Nacional e na publicação do Caderno de Educa-
ção oriunda do mesmo, a luta do Coletivo persiste na
implementação das Leis 10.639 e 11.645 nos currículos
escolares. Para a próxima gestão, prevê-se a realização
da pesquisa “Quem são, como vivem e onde trabalham
os/as educadores/as negros/as”, em âmbito das enti-
dades filiadas, e a produção de fascículo da formação
sindical sobre os temas “Antirracismo e currículo es-
colar”.
Não obstante as limitações impostas pelo parla-
mento ao Estatuto da Igualdade Racial, sobretudo em
relação às políticas de cotas nas universidades públi-
cas, a Lei 12.288 deve ser amplamente divulgada e im-
plementada. A CNTE se manterá ativa em defesa das
ações afirmativas na educação e apoiando as políticas
públicas voltadas à garantia de direitos para a popula-
ção negra.
Igualdade de gênero
Não basta às mulheres serem maioria no censo
demográfico e nos cursos superiores – tendo o Brasil
superado as Metas do Milênio – ou comprovar as mes-
mas aptidões e conhecimentos no mundo do trabalho.
O machismo ainda as impõe resistências e as discrimi-
nam de várias formas.
Se, por um lado, os efeitos da educação no empo-
deramento feminino se manifestam no aumento do po-
tencial de geração de renda, na autonomia de decisões
pessoais, no controle sobre a própria fertilidade e na
maior participação na vida pública; por outro, os aspec-
tos sócio-culturais ainda exigem maior conscientização
para avançar na igualdade entre gêneros no Brasil. E a
educação não-sexista tem papel estratégico nessa mu-
dança.
A eleição de Dilma Rousseff à Presidência da Re-
pública representou uma vitória particular das mulhe-
res brasileiras. Porém, ela não se converteu em maior
presença feminina nos cargos eletivos. Mesmo com
as novas regras eleitorais que determinaram o “pre-
enchimento” mínimo (ao invés da “reserva”) de 30%

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 105

 Caderno de Resoluções »
1. a das vagas dos partidos para as mulheres, ainda assim o
2. a número de governadoras eleitas reduziu de 3 para 2; a
3. a composição feminina do Senado diminuiu de 8 para 7 e
4. a a da Câmara dos Deputados manteve-se em 45.
5. a No primeiro semestre de 2010, a Secretaria de Po-
6. a líticas para as Mulheres (SPM) coordenou debate que
7. a deu origem ao Anteprojeto de Lei de Reforma Eleito-
8. a ral. O mesmo visa ampliar a participação das mulheres
9. a nos espaços de poder, através do condicionamento do
10. a sistema de cotas a critérios de arrecadação dos partidos,
11. de financiamento público e das listas partidárias.
12. a Já o debate sobre aborto nas últimas eleições pre-
13. a sidenciais, enviesado e oportunista, revelou níveis ele-
14. f vados de preconceito, intolerância e desconhecimento
15. f do assunto por parte significativa da população – razão
16. f suficiente para que o Estado promova amplo debate so-
17. f bre a descriminalização do aborto, à luz da saúde e das
18. f condições sociais e psicológicas das mulheres.
19. f Através da Revista Mátria e das ações coordenadas
20. f pelas Secretarias de Relações de Gênero da CNTE e
21. f da CUT, com auxilio de seus respectivos coletivos, a
22. f Confederação, composta por mais de 80% de mulheres
23. f trabalhadoras, deve buscar manter seu protagonismo na
24. f luta pela emancipação e igualdade de direitos das mu-
25. f lheres brasileiras.
26. Saúde e direitos previdenciários dos/as traba-
27. f lhadores/as em educação
28. f As condições de trabalho no nível básico de ensino
29. f continuam a desgastar excessivamente os educadores
30. f e a dificultar a melhoria da qualidade da educação. Em
31. f 2009, o seminário da Secretaria de Saúde da CNTE
32. f identificou nas carências de infraestrutura e nas múl-
33. f tiplas jornadas as principais causas das doenças físicas
34. dos profissionais. Já as patologias psicológicas provêm
35. f da violência, dos baixos salários ou do distanciamento
36. f entre a proposta pedagógica e as expectativas dos es-
37. f tudantes e dos próprios profissionais, que não contam,
38. f em sua maioria, com formação continuada adequada.
39. f As constatações corroboram as reivindicações da ca-
106 31o Congresso Nacional
Articulação Sindical
tegoria, as quais deverão ser intensificadas na próxima
gestão, a fim de garantir políticas públicas apropriadas
para a mudança desse cenário ainda desolador.
O aumento da expectativa de vida, no Brasil, tem
imposto desafios ao poder público e aos/às trabalha-
dores/as no sentido de melhorar a qualidade de vida
dos/as aposentados/as, sem retirar-lhes os direitos ou
a expectativa destes para os/as futuros/as aposentados/
as. Em âmbito do magistério, o fim do regime jurídi-
co único dos servidores públicos tem imposto a grande
parte dos/as aposentados/as regidos pela CLT, a não
percepção de proventos compatíveis com o PSPN. Já
a EC nº 62, embora tenha ratificado a prioridade dos
idosos em receber precatórios, encontra dificuldades de
implementação em razão da Adin movida contra suas
disposições que privilegiam o pagamento dos valores
negociados em detrimento do princípio da temporali-
dade. Estas pautas, juntamente com a implementação
da Política Nacional e do Estatuto do Idoso, continuam
a reger a luta dos aposentados/as da educação.
O direito de brincar e estudar
Em 2009, 4,3 milhões de crianças e adolescentes
desempenhavam algum tipo de trabalho produtivo,
principalmente no Nordeste. Deste contingente, 1 mi-
lhão tinha entre 5 e 13 anos e 3,3 milhões entre 14 e 17
anos. A taxa de escolarização do grupo foi de 82,4%,
bem maior que as registradas em pesquisas anteriores
do IBGE/Pnad. Os empreendimentos familiares, sobre-
tudo agrícolas, foram os que concentraram a maior par-
te das pessoas ocupadas com idade entre 5 e 13 anos.
Destas, 71% não recebiam remuneração.
Embora o trabalho infantil esteja em constante
queda – em 2004 eram 5,3 milhões de trabalhadores
mirins – sua incidência permanece nas famílias pobres
fixadas no campo, local onde as políticas públicas são
mais escassas.
Por meio da participação nos fóruns de prevenção
e erradicação do trabalho infantil (FNPETI e DCA), do
Conanda, e através da interação com a CUT e outras
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Articulação Sindical

1. a instituições, a CNTE mantém-se em permanente luta ASSINAM ESTA RESOLUÇÃO:

2. a pelo direito das crianças e adolescentes. A denúncia aos Roberto Franklin de Leão (SP), Denílson Bento da
3. a abusos e violências sofridas por crianças e a recepção Costa (DF), Juçara Maria Dutra Vieira (RS), Fátima
4. a de meninos e meninas trabalhadores/as na escola inte- Aparecida da Silva (MS), Heleno Araújo Filho (PE),
5. a gram as pautas da categoria, assim como as campanhas Gilmar Soares Ferreira (MT), Marta Vanelli (SC), Ma-
6. a e projetos de conscientização contra todas as formas de ria Inez Camargos (MG), Rosana Sousa do Nascimen-
7. a trabalho infantil. to (AC), Marco Antonio Soares (SP), Maria Madalena
8. a Contra a xenofobia e pelos direitos dos/as ho- A. Alcântara (ES), José Carlos do Prado (SP), Zenai-
9. a mossexuais de Honório (SP), João Alexandrino de Oliveira (PE),
10. a A constituição do Coletivo LGBT, em âmbito da Janeayre Almeida de Souto (RN), Joaquim Juscelino
11. CNTE, representa um passo importante na luta contra a Linhares Cunha (CE), Paulina Pereira Silva de Almei-
12. a xenofobia e pela garantia de direitos a todas as pessoas, da (PI), Odisséia Pinto de Carvalho (RJ), Silvinia Pe-
13. a independente de sua orientação sexual. Assim, o Cole- reira de Souza Pires (TO), Mário Sérgio F. de Souza
14. f tivo pautará suas ações na conscientização das atuais e (Pr), Guilhermina Luzia da Rocha (RJ), Ana Íris Arrais
15. f futuras gerações, cobrando dos agentes públicos políti- Rolim (Ro), Selene Barbosa Michelin Rodrigues (Rs),
16. f cas de respeito à diversidade e de promoção da cultura Marco Túlio Paolino (RJ), João Felício (SP), José Ce-
17. f de paz. lestino Lourenço – Tino (MG), Antonio Lisboa Amân-
18. f Juventude e combate às DSTs/Aids cio do Vale (DF), Anízio Santos de Melo (CE), Simone
19. f As atuais políticas de inclusão e permanência na Goldschimidt (RS), Francisco das Chagas – Chicão
20. f escola, desenvolvidas pelo MEC, com destaque para (PI), Denivaldo Alves do Nascimento (DF), Isabel
21. f a expansão da rede técnica e tecnológica de educação Portuguez de Souza Felipe (DF), Iêda Leal de Souza
22. f profissional; a integração da educação básica ao ensino (Go), Jaime Teixeira (MS), Júlio César Viana (MT),
23. f profissional; o programa de escola de tempo integral, José Roque Rodrigues Santiago (TO), Maria Da Pe-
24. f Mais Educação; as políticas escolar e de ressocializa- nha Matos Alencar (CE), Odeni De Jesus da Silva (PI),
25. f ção em presídios; além do sistema de cotas no Prouni e Norma Suely da Silva Viana (MA), Manoel da Silva
26. nos institutos federais de educação caminham no senti- Lima (AC), Aildo Santos Da Silva (RO), Claudir Mata
27. f do correto de integrar a juventude à escola e ao mundo Magalhães de Sales (RO), Beatriz da Silva Cerqueira
28. f do trabalho, e precisam ser permanentemente expandi- (MG), Maria Izabel Azevedo Noronha (SP), Noêmia
29. f dos em cooperação com os entes federados. Simonassi (ES), Sandra Maria de Melo Bertagnoni
30. f Em âmbito da CNTE, a próxima gestão deverá atu- (RJ), Suzane Barros A. Costa (RS), Rúbia Brum (RS),
31. f ar no sentido de consolidar o Coletivo da Juventude Anna Julia Rodrigues (SC).
32. f dos trabalhadores em educação.
33. f
34.
35. f
36. f
37. f
38. f
39. f

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 107

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a
2. a Estatuto da CNTE
3. a
4. a CAPÍTULO I g) examinar e propor soluções sobre os problemas da
5. a educação no País e sobre a formação e a qualidade de
6. a Da Denominação, Sede e Fins e Duração desempenho dos trabalhadores em educação;
7. a Art. 1° - A Confederação Nacional dos Trabalhadores h) promover Seminários, Encontros e outras atividades
8. a em Educação - CNTE, com sede e foro na cidade de de âmbito nacional que envolvam as entidades filiadas;
9. a Brasília, é uma entidade civil de caráter sindical, sem i) apoiar a organização de outras categorias profissio-
10. a fins lucrativos, independente de qualquer atividade nais que atuem na educação e suas reivindicações;
11. político-partidária, sem qualquer discriminação ou pre- j) promover e defender o direito do povo a uma educa-
12. a conceito de raça, cor, sexo, credo religioso, com du- ção democrática e libertadora, acessível à ampla maio-
13. a ração por prazo indeterminado, integrada pelos traba- ria e que se realize como interesse nacional e popular;
14. f lhadores em educação de todo o Brasil, compreenden- l) promover a livre participação de todos para realizar
15. f do-se os das redes públicas estaduais e municipais de e legitimar as formas institucionais necessárias à cons-
16. f educação básica que se regem pelo presente Estatuto. trução efetiva da soberania nacional e solidariedade
17. f internacional;
18. f Art. 2° - A CNTE tem como finalidades: m) incentivar o surgimento de lideranças e promover
19. f a) congregar trabalhadores em educação (professores, a instrumentalização adequada do pessoal que atua em
20. f especialistas e funcionários de escolas) em nível nacio- nível de entidade; no cumprimento de suas finalidades
21. f nal, por meio de entidades a ela filiadas, com objetivo e metas;
22. f de defesa dos interesses da categoria, da educação n) incorporar-se nas lutas das demais categorias profis-
23. f e do País; sionais que defendam a transformação democrática da
24. f b) buscar soluções para os problemas dos trabalhadores sociedade;
25. f em educação, tendo em vista sua dignidade e valoriza- o) defender a escola pública, gratuita, laica e de boa
26. ção profissional, no interesse da educação; qualidade em todos os níveis e o direito ao seu acesso,
27. f c) incentivar o aprimoramento cultural, intelectual, permanência e êxito.
28. f profissional e sindical dos trabalhadores em educação;
29. f d) manter o intercâmbio com suas filiadas e com enti- CAPÍTULO II
30. f dades congêneres nacionais e internacionais, estabele- Das Entidades Filiadas: Admissão, Direitos e Deve-
31. f cendo acordos e convênios, visando ao desenvolvimen- res
32. f to da CNTE e de suas filiadas, na defesa de interesses Art. 3° Podem filiar se à CNTE as entidades sindicais
33. f comuns à categoria; de Trabalhadores em Educação de abrangência estadu-
34. e) propugnar pelo direito as condições condignas de al, municipal ou regional, e no Distrito Federal, desde
35. f trabalho e melhores condições sócio-econômicas; que tenham como objetivos precípuos a defesa dos in-
36. f f) prestar assistência e apoio às filiadas e a seus sócios, teresses da categoria e o aprimoramento da educação.
37. f sobretudo quando forem cerceados em suas atividades § 1º - Fica vedada a filiação de entidades sindicais que,
38. f profissionais ou ameaçados em sua liberdade de ex- muito embora tenham tal caráter, concorram direta-
39. f pressão e organização em atividades intelectuais; mente com as entidades anteriormente filiadas.

108 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a § 2º - Caberá ao Conselho Nacional de Entidades defi- § 3º - O Conselho Nacional de Entidades regulamen-

2. a nir quais os casos que se enquadram no parágrafo ante-
3. a rior ao analisar os processos de filiação.
4. a Art. 4° A entidade sindical que desejar filiar-se à
5. a CNTE
6. a deve formalizar o pedido através do requerimento de
7. a seu Presidente ou Coordenador, instruindo-o com:
8. a a) exemplar do Estatuto Social da Entidade;
9. a b) declaração da Diretoria de que a Entidade se subme-
10. a te ao preceituado neste estatuto;
11. c) Prova de que seu quadro social congrega pelo menos
12. a 10% (dez por cento) da base da categoria, sendo que
13. a em qualquer caso o número de filiados deve ser igual
14. f ou superior a 500 (quinhentos) associados;
15. f d) ata de posse da Diretoria em exercício;
16. f e) ata da assembléia geral em que foi decidida a filiação;
17. f f) prova de que os membros da Executiva não exercem
18. f cargos de confiança em qualquer esfera de governo;
19. f g) comprovação de que compõe-se apenas de trabalha-
20. f dores em educação;
21. f h) Declaração da entidade comprometendo-se a enca-
22. f minhar as deliberações da CNTE, assim como as das
23. f entidades as quais a CNTE é filiada.
24. f § 1º - A CNTE só poderá admitir a filiação de apenas
25. f uma entidade sindical municipal ou regional da mesma
26. base territorial de representação.
27. f § 2º - A filiação de uma entidade sindical deverá ser pre-
28. f cedida de amplo processo de debate com os trabalha-
29. f dores, devendo contar com a presença de, no mínimo,
30. f um(a) diretor(a) da CNTE na assembléia de filiação.
31. f Art. 5° O pedido de desfiliação à CNTE deverá ser
32. f acompanhado de ata da assembléia geral em que foi
33. f decidida a desfiliação.
34. § 1º - A CNTE pode reconhecer oposições sindicais nos
35. f casos em que o sindicato tenha se desfiliado a ela, com
36. f direito a um representante no Conselho Nacional de
37. f Entidades e representação nas demais instâncias.
38. f § 2º - O CNE regulamentará o reconhecimento da opo-
39. f sição de cada sindicato desfiliado.
tará a representação das oposições nos Congressos e
Plenárias.
CAPÍTULO III
Das Instâncias da CNTE
Art. 8° - São instâncias da CNTE:
a) Congresso Nacional - CN;
b) Plenária Intercongressual;
c) Conselho Nacional de Entidades – CNE;
d) Diretoria Executiva;
e) Conselho Fiscal.
Seção I
Do Congresso Nacional - CN
Art. 9° - O Congresso Nacional é instância
soberana da CNTE, integrado por delegados
e suplentes e reúne-se ordinária
e extraordinariamente.
Art.10 - O Congresso Nacional ordinário
reunir-se -á trienalmente, em data e local
determinados no Congresso anterior, sob
a presidência da CNTE.
§ 1º - O Congresso Nacional ordinário terá seu temário,
programação e ordem do dia definidos pelo Conselho
Nacional de Entidades.
§ 2º - Caso o Congresso Nacional não determine o local
do próximo Congresso, caberá ao CNE determiná-lo.
Art. 11 - O Congresso Nacional reunir-se-á
extraordinariamente:
a) por convocação do próprio Congresso;
b) por convocação do Conselho Nacional de Entidades.
§ 1° - O Congresso Nacional Extraordinário somente
poderá deliberar sobre assuntos para os quais tenha
sido especialmente convocado.
§ 2° - A convocação para o Congresso Nacional Ex-
traordinário será efetuada pelo Presidente da CNTE ou
seu substituto legal, ou pela Executiva, devendo esta
ser expedida em até uma semana após a competente

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 109

 Caderno de Resoluções »
1. a solicitação e dirigida às entidades filiadas, com edital
2. a publicado em jornais de circulação nacional.
3. a Art. 12 - São delegados ao Congresso Nacional
4. a da CNTE:
5. a a) com exceção dos suplentes, os membros da Diretoria
6. a Executiva da CNTE, como delegados natos;
7. a b) uma quantidade determinada de delegados, de acor-
8. a do com o número de sócios da entidade, a ser estabele-
9. a cida por coeficiente calculado conforme o número total
10. a de delegados ao Congresso Nacional, garantindo no
11. mínimo um delegado por entidade.
12. a § 1º - O número de delegados de cada Congresso será
13. a definido pelo Congresso anterior ou pelo Conselho Na-
14. f cional de Entidades.
15. f § 2º - Os suplentes eleitos simultaneamente com os de-
16. f legados, terão direito apenas a voz e serão inscritos no
17. f limite de 20% dos delegados eleitos.
18. f § 3º - As delegações das entidades filiadas serão consti-
19. f tuídas obedecendo-se ao critério da proporcionalidade
20. f entre as diferentes propostas, assegurando-lhe a pos-
21. f sibilidade de indicações regionais para posterior refe-
22. f rendo de Assembléias Gerais ou Congressos, desde que
23. f estas também obedeçam ao critério definido pelo CNE.
24. f Art. 13 - O pedido da inscrição de cada delegado deve-
25. f rá estar na Secretaria do Congresso, no prazo definido
26. pelo CNE e constará de:
27. f a) Ata de registro da Assembléia Geral ou Congresso
28. f Estadual que elegeu ou referendou a eleição dos dele-
29. f gados e suplentes contendo a nominata dos mesmos;
30. f b) Cópia do comprovante de depósito no valor da ins-
31. f crição solicitada;
32. f Art. 12- Ao Congresso Nacional compete:
33. f a) definir a política educacional, cultural, social, econô-
34. mica e associativa da CNTE;
35. f b) fixar o plano de lutas em nível nacional;
36. f c) aprovar relatório de atividades, tomada de contas e
37. f avaliação da implantação das políticas e Plano de Lutas
38. f fixados no Congresso anterior;
39. f d) eleger a Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal;
110 31o Congresso Nacional
Estatuto da CNTE
e) apreciar e aprovar alterações estatutárias.
Art. 13 - O Congresso Nacional Ordinário e Extraor-
dinário é instalado em primeira convocação desde que
exista o quorum de metade mais um dos congressistas
credenciados, e em segunda, com qualquer número,
meia hora após vencido o prazo de realização da pri-
meira.
Art. 14 - O Congresso Nacional poderá, na reunião or-
dinária, por aprovação de 50% mais um dos presentes,
deliberar sobre assuntos não constantes da Ordem do
Dia.
Seção II
Da Plenária Intercongressual
Art. 17 - A Plenária Intercongressual será realizada em
data e local determinados pelo Conselho Nacional de
Entidades.
Parágrafo Único – A Plenária Intercongressual terá seu
temário definido pelo Conselho Nacional de Entidades.
Art. 18 - São delegados à Plenária Nacional da CNTE:
a) Os membros do Conselho Nacional de Entidades;
b) Os delegados representantes de entidades filiadas
eleitos em Assembléia Geral, Conselho de Represen-
tantes ou Congresso, segundo critérios definidos pelo
CNE.
Art. 19 – Em caso de necessidade poderá ser convoca-
da a Plenária Intercongressual Extraordinária, nas mes-
mas formas com que o Estatuto trata a convocação do
Congresso Nacional Extraordinário.
Parágrafo Único – A convocação da Plenária Intercon-
gressual deverá respeitar os mesmos critérios de parti-
cipação da Plenária Ordinária.
Seção III
Do Conselho Nacional de Entidades - CNE
Art. 20 - O Conselho Nacional de Entidades - CNE
compor-se-á pela Diretoria Executiva da CNTE, pelos
Suplentes da Direção Executiva, apenas com direito a
voz, pelos Presidentes ou Coordenadores das entidades
dos Trabalhadores em Educação
 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a filiadas, ou seus representantes legais e por represen- c) apreciar, aprovar e avaliar as demais decisões políti-
2. a tantes de base eleitos em assembléia na seguinte pro- cas e administrativas da Diretoria Executiva Nacional;
3. a porção: d) resolver os casos omissos no Estatuto até a realiza-
4. a I. Até 10.000 associados: o presidente ou coordenador ção do Congresso Nacional;
5. a mais 1 (um); e) preparar com a Diretoria Executiva Nacional os
6. a II. de 10.001 a 20.000 associados: o presidente ou co- Congressos Nacionais;
7. a ordenador mais 2 (dois); f) aprovar a filiação, desfiliação e exclusão de entidades
8. a III. de 20.001 a 40.000 associados: o presidente ou co- por deliberação de no mínimo 2/3 de seus membros;
9. a ordenador mais 3 (três); g) programar a realização de Seminários, Simpósios,
10. a IV. de 40.001 a 60.000 associados: presidente ou coor- Encontros Regionais e Estaduais, no interesse especí-
11. denador mais 4 (quatro); fico da educação, do educador e da categoria profissio-
12. a V. acima de 60.000 associados: o presidente ou coorde- nal;
13. a nador mais 5 (cinco). h) elaborar e fazer cumprir o regimento interno e de-
14. f §1º - O representante de base do Conselho Nacional de mais normas necessárias à funcionalidade da CNTE;
15. f Entidades e seu respectivo i) apreciar e aprovar o orçamento da CNTE;
16. f suplente serão eleitos em Assembléia Geral, Congresso j) eleger delegados para representações no exterior;
17. f ou eleição direta das entidades tendo mandato coinci- l) referendar a criação de órgão;
18. f dente com o da respectiva diretoria. m) autorizar a oneração de bens imóveis para os fins
19. f § 2° - Após da posse de nova diretoria, as entidades previstos na letra “i” do art. 26;
20. f terão prazo de 90 dias para procederem as eleições e n) eleger substituto(a) para vacância na Diretoria Exe-
21. f indicações dos representantes ao CNE. cutiva da CNTE, quando não houver mais suplentes da
22. f § 3º - O Conselho Nacional de Entidades reunir-se-á: diretoria eleitos, respeitando a proporcionalidade do
23. f a) ordinariamente duas vezes por ano, em data e local Congresso que elegeu a Direção.
24. f determinado na reunião anterior, ou por convocação da
25. f Diretoria Executiva; Seção IV
26. b) extraordinariamente, sempre que necessário. Da Diretoria Executiva Nacional
27. f c) por convocação do Presidente ou da Diretoria; Art. 22 - A Diretoria Executiva Nacional é órgão da
28. f d) por convocação do próprio Conselho; CNTE composto dos seguintes cargos: Presidência,
29. f e) por solicitação da maioria simples das entidades. Vice-presidência, Secretaria Geral, Secretaria de Fi-
30. f § 4º - O suplente do representante de base no CNE par- nanças, Secretaria de Assuntos Educacionais, Secreta-
31. f ticipa das reuniões em substituição ao titular previa- ria de Imprensa e Divulgação, Secretaria de Relações
32. f mente comunicada pela entidade sindical filiada. Internacionais, Secretaria de Políticas Sociais, Secreta-
33. f Art. 21 - Ao Conselho Nacional de Entidades compete: ria de Relações de Gênero, Secretaria de Aposentados
34. a) apreciar, aprovar e avaliar os planos de operaciona- e Assuntos Previdenciários, Secretaria de Formação,
35. f lização das políticas e do plano de lutas aprovados pelo Secretaria de Política Sindical, Secretaria de Organi-
36. f Congresso Nacional e elaborados pela Diretoria Exe- zação, Secretaria de Assuntos Jurídicos e Legislativos,
37. f cutiva Nacional; Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria de Assun-
38. f b) apreciar, aprovar e avaliar outros planos de campa- tos Municipais, Secretaria de Saúde dos/as Trabalhado-
39. f nhas reivindicatórias; res/as em Educação e 4 (quatro) Secretarias Adjuntas.

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 111

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a § 1° - As Secretarias Adjuntas serão associadas às de- dos pelo Secretário de Finanças, a serem julgados pelo
2. a mais secretarias segundo as necessidades determinadas Conselho Fiscal e Congresso Nacional;
3. a pelo plano de ação da CNTE. d) aprovar os regimentos das diversas áreas ou setores
4. a § 2° - Compete à Diretoria Executiva Nacional definir administrativos;
5. a as atribuições das secretarias adjuntas. e) criar comissões para promover estudos no que se
6. a § 3º - Serão eleitos 7 (sete) suplentes que poderão as- concerne à educação, ao ensino e ao interesse dos tra-
7. a cender a Diretoria Executiva em caso de vacância do balhadores em educação;
8. a titular do cargo respeitando-se a proporcionalidade do f) estudar as propostas de filiação, de desfiliação e
9. a Congresso que elegeu a Diretoria. de exclusão de entidades filiadas, encaminhando-as ao
10. a Art. 23 - O mandato dos membros da Diretoria Execu- Conselho Nacional de Entidades;
11. tiva é de 3 (três) anos, podendo seus membros serem g) elaborar planos anuais e operacionais da CNTE,
12. a reeleitos. de acordo com as deliberações do Congresso Nacional;
13. a Art. 24 - No impedimento do Presidente, assumirá o h) propor orçamento, planos e despesas para aprova-
14. f Vice-Presidente, sendo este substituído por um outro ção pelo CNE;
15. f diretor. i) solicitar ao CNE “referendum” para despesas extra-
16. f Art. 25 - No caso de vacância simultânea dos cargos do ordinárias superiores a 1/5 (um quinto) da previsão da
17. f Presidente e do Vice-Presidente, um membro da Dire- arrecadação mensal, sob justificativa;
18. f toria, escolhido por seus pares, assumirá a Presidência j) manter publicação informativa da CNTE;
19. f da CNTE, “ad referendum” do CNE. 1) realizar estudos e pesquisas sobre a situação pro-
20. f § 1° - O Presidente e o Vice-Presidente eleitos nos ter- fissional e cultural da categoria em diferentes níveis,
21. f mos deste artigo deverão completar o mandato previsto divulgando o resultado;
22. f para aquela Diretoria. m) promover o Congresso Nacional;
23. f § 2° - No caso de vacância de qualquer outro cargo da n) realizar a Plenária Intercongressual;
24. f Diretoria, um diretor escolhido entre seus pares assumi- o) programar a realização de Conferências, Seminá-
25. f rá o cargo em questão, sendo convocado, pela ordem, rios, Simpósios, Encontros Nacionais ou Regionais e
26. um suplente para ocupar cargo na Diretoria Executiva. Estaduais, no interesse específico da educação
27. f § 3º - Caso não haja mais suplentes para substituir va- e/ou dos trabalhadores em educação;
28. f cância na Diretoria Executiva de modo a se respeitar a p) manter intercâmbio com órgãos de classe congêne-
29. f proporcionalidade do Congresso que a elegeu, o Con- res no País ou exterior;
30. f selho Nacional de Entidades elegerá substituto, respei- q) prestar relatório de suas atividades ao Congresso
31. f tando a referida regra. Nacional;
32. f Art. 26 - À Diretoria Executiva Nacional Compete: r) submeter ao Conselho Fiscal para estudo, exame e
33. f a) elaborar planos de operacionalização das políticas e parecer, a prestação de contas para a aprovação pelo
34. do plano de lutas aprovados pelo Congresso Nacional, CNE e pelo CN;
35. f submetendo-os à aprovação do CNE; s) criar órgãos e contratar pessoal necessário à execu-
36. f b) coordenar a execução, em nível nacional, através ção dos trabalhos.
37. f das entidades filiadas, dos planos de operacionalização Art. 27 - À Presidência compete:
38. f das políticas e do plano de lutas; a) Cumprir e fazer cumprir este Estatuto;
39. f c) votar os balanços anuais e balancetes, apresenta- b) exercitar e acionar as competências e as ações pre-

112 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a vistas no art. 26 deste Estatuto, comprometendo-se pelo Presidente e/ou Diretoria;

2. a com sua execução; Art. 29 - À Secretaria de Finanças compete:
3. a c) representar a CNTE, ativa e passivamente, em juízo a) Apresentar à diretoria orçamento, plano de despesas,
4. a ou fora dele, podendo delegar poderes; balanços e balancetes e relatórios para efeitos de estudo
5. a d) convocar ordinária e extraordinariamente o Con- e posterior aprovação nos termos deste estatuto;
6. a gresso Nacional, o CNE e as reuniões da Diretoria Exe- b) administrar os fundos previstos neste estatuto;
7. a cutiva, e presidi-los; c) fazer despesas autorizadas pela Diretoria;
8. a e) assinar contratos, convênios ou quaisquer outros atos d) organizar e responsabilizar-se pela contabilidade;
9. a jurídicos, inclusive os que importem em transmissão e e) apresentar balancete semestral e relatório anual da Te-
10. a recebimento de domínio, posse, direitos, pretensões e souraria;
11. ações sobre bens móveis e imóveis, após deliberação f) assinar com o Presidente cheques e outros títulos de
12. a das instâncias; créditos;
13. a f) onerar, após autorização do Conselho Nacional de g) exercer outras atividades peculiares ao cargo.
14. f Entidades, bens imóveis de propriedade da CNTE, ten- Art. 30 - À Secretaria Geral compete:
15. f do em vista a obtenção de meios necessários ao cum- a) Encarregar-se dos assuntos da Secretaria Geral, se-
16. f primento dos objetivos sociais; gundo deliberações das instâncias da entidade, analisan-
17. f g) encaminhar à Diretoria proposta de filiação, ou su- do e propondo medidas para o melhor desempenho da
18. f gerir exclusão de filiadas, mediante processo devida- CNTE, mediante plano de ação.
19. f mente instruído; Art. 31 - À Secretaria de Relações Internacionais com-
20. f h) assinar, juntamente com o Secretário de Finanças, os pete:
21. f documentos da Tesouraria, tais como: cheques, notas a) Encarregar-se dos assuntos internacionais, segundo
22. f promissórias, balanços e balancetes; deliberações das instâncias da entidade, analisando e
23. f i) autorizar pagamentos e recebimentos; propondo medidas necessárias ao melhor desempenho
24. f j) designar comissões “ad referendum” do CNE para da CNTE, no interesse da categoria e da Educação, me-
25. f representar a CNTE, perante as entidades de classe, diante plano de ação.
26. órgãos públicos e de caráter privado, bem como para Art. 32 - À Secretaria de Assuntos Educacionais compete:
27. f outros fins não previstos no presente estatuto; a) Encarregar-se dos assuntos educacionais segundo de-
28. f 1) outorgar “ad negocia” ou “ad judicia”, especifican- liberações das instâncias da entidade, analisando e pro-
29. f do-lhes poderes; pondo medidas necessárias ao melhor desempenho da
30. f m) solicitar ao Conselho Fiscal, sempre que necessário, CNTE, mediante plano de ação;
31. f a emissão de pareceres sobre a matéria contábil, finan- b) subsidiar a Diretoria e as afiliadas, formulando políti-
32. f ceira ou econômica da CNTE. cas e coordenando campanhas nacionais;
33. f Art. 28 - À Vice-Presidência compete: Art. 33 - À Secretaria de Imprensa e Divulgação com-
34. a) Cumprir e fazer cumprir este Estatuto; pete:
35. f b) substituir o Presidente nas suas ausências e impedi- a) encarregar-se dos setores de imprensa, comunicação,
36. f mentos; publicação e da produção de material, segundo delibe-
37. f c) auxiliar o Presidente no desempenho de suas ativi- rações das instâncias da CNTE, analisando e propondo
38. f dades; medidas para o melhor desempenho da entidade, segun-
39. f d) executar outras atribuições que lhe forem confiadas do o plano de ação;

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 113

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a b) estabelecer e manter contato com órgãos de comu- Art. 38 - À Secretaria de Relações de Gênero compete:
2. a nicação e imprensa nacionais e locais, para divulgação a) Coordenar e desenvolver as atividades pertinentes às
3. a de informações de interesse da classe trabalhadora e da relações de gênero dos trabalhadores em educação no
4. a educação; âmbito da CNTE;
5. a c) fortalecer a imprensa sindical, propondo políticas de b) subsidiar as instâncias e as afiliadas formulando po-
6. a ação à CNTE e às afiliadas. líticas e coordenar campanhas nacionais, que visem o
7. a Art. 34 - À Secretaria de Política Sindical compete: incentivo a organização e participação das trabalhado-
8. a a) Encarregar-se dos assuntos sindicais segundo delibe- ras em educação.
9. a rações das instâncias da CNTE, analisando e propondo Art. 39 - À Secretaria de Aposentados e Assuntos Pre-
10. a medidas no interesse da categoria, mediante plano de videnciários compete:
11. ação; a) incentivar a organização e a representação sindical
12. a b) promover a articulação da CNTE com todas as as- dos trabalhadores em educação aposentados;
13. a sociações profissionais, sindicatos brasileiros e central b) coordenar e desenvolver as atividades pertinentes
14. f sindical; aos interesses previdenciários dos trabalhadores em
15. f Art. 35 - À Secretaria de Formação compete: educação, analisando e propondo medidas necessárias
16. f a) Coordenar os assuntos relativos à formação, subsi- ao melhor desempenho da ação política e organizativa
17. f diando as necessidades de instrumentalização político- da CNTE.
18. f -sindical das lideranças; Art. 40 - À Secretaria de Assuntos Jurídicos e Legisla-
19. f b) articular convênios com entidades e centros de for- tivos compete:
20. f mação para a execução de atividades; a) Coordenar e acompanhar ações no âmbito do Poder
21. f c) propor medidas visando a formação de lideranças, Legislativo, discutindo e propondo formulações que
22. f mediante plano de ação. atendam os interesses dos trabalhadores em educação
23. f Art. 36 – À Secretaria de Organização compete: com base nas resoluções e instâncias da CNTE;
24. f a) subsidiar a Diretoria no acompanhamento e fortale- b) Acompanhar as questões jurídicas de interesse dos
25. f cimento das entidades filiadas, formulando políticas e trabalhadores em educação, subsidiando as entidades
26. coordenando campanhas nacionais; sindicais filiadas, instâncias e organismos da CNTE.
27. f b) assegurar que as políticas voltadas aos diversos seg- Art. 41 – À Secretaria de Saúde dos/as Trabalhadores/
28. f mentos da categoria consolidem o processo de unifica- as em Educação compete:
29. f ção orgânica. a) formular propostas de políticas públicas que visem
30. f Art. 37 - À Secretaria de Políticas Sociais compete: atender as questões específicas da saúde dos/as traba-
31. f a) estabelecer e coordenar a relação da CNTE com as lhadores/as em educação;
32. f organizações e entidades do movimento popular da so- b) promover estudos que diagnostiquem as causas dos
33. f ciedade civil em seu âmbito de acordo com a linha geral problemas que afetam a saúde dos/as trabalhadores/as
34. determinada por este Estatuto e instâncias da CNTE; em educação.
35. f b) promover e contribuir na discussão e elaboração de Art. 42 – À Secretaria de Assuntos Municipais com-
36. f políticas sociais que abrangem os trabalhadores em pete:
37. f educação; a) articular, formular e acompanhar questões relativas
38. f c) coordenar a execução de atividades e elaboração de à organização dos servidores públicos municipais da
39. f políticas sociais, no âmbito da CNTE. educação, com vistas a capacitar suas intervenções em

114 31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação

 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a âmbito da Confederação e dos municípios. Parágrafo Único - A regulamentação do critério da pro-

2. a Art. 43 – À Secretaria de Direitos Humanos compete: porcionalidade será elaborada pelo CNE e submetida
3. a a) Atuar na denúncia de violações, na apuração de res- ao Congresso Nacional e constará do Regimento Elei-
4. a ponsabilidades e na formação e participação em redes toral previsto no artigo 49.
5. a de solidariedade que venham a ser determinadas pelas Art. 48 -Qualquer trabalhador em educação poderá
6. a instâncias da CNTE. candidatar-se à Diretoria da CNTE, desde que com-
7. a prove ser associado de uma entidade filiada à CNTE
8. a Seção V e não exerça cargo de confiança de qualquer esfera de
9. a Do Conselho Fiscal governo.
10. a Art. 44 - O Conselho Fiscal é integrado por 5 (cinco) Art. 49 - O Regimento Eleitoral será aprovado pelo
11. membros titulares eleitos pelo Congresso Nacional. próprio Congresso em que se realizarão as eleições.
12. a § 1º - O presidente é eleito pelos seus pares. Parágrafo Único - O Regimento Eleitoral será elabora-
13. a § 2º - O Conselho Fiscal reunir-se-á ordinariamente do pelo CNE.
14. f uma vez por semestre e extraordinariamente sempre Art. 50 - Qualquer candidatura somente será homolo-
15. f que necessário. gada mediante a aprovação das exigências deste Esta-
16. f § 3º - Serão eleitos 3 (três) suplentes que poderão as- tuto perante a mesa do Congresso.
17. f cender ao Conselho Fiscal em caso de vacância de ti-
18. f tular.
19. f Art. 45 - Ao Conselho Fiscal compete: CAPITULO V
20. f a) Examinar, anualmente, os livros, os registros e todos
21. f os documentos deescrituração da CNTE; Do Patrimônio e do Regime Financeiro
22. f b) analisar e aprovar, juntamente com o CNE, os balan- Art. 51 - Constitui-se patrimônio da CNTE:
23. f ços e balancetes prestados pela Diretoria, “ad referen- a) Os bens móveis e imóveis;
24. f dum” do Congresso Nacional; b) as doações de qualquer natureza;
25. f c) fiscalizar a aplicação, pela Diretoria, das verbas da c) as dotações e legado.
26. CNTE; Art. 52 - Constitui-se receita da CNTE:
27. f d) emitir parecer e sugerir medidas sobre qualquer ati- a) As contribuições mensais pagas pelas filiadas;
28. f dade econômico financeira quando solicitado pela di- b) As rendas de qualquer natureza.
29. f retoria.
30. f Art. 53 - A afiliada pagará mensalmente, a contar do seu
31. f CAPÍTULO IV ingresso na CNTE, a contribuição fixada no Artigo 55.
32. f Art. 54 - As entidades filiadas obrigam-se a dar ingres-
33. f Das Eleições so na Secretaria de Finanças da CUT de soma equi-
34. Art. 46 - A Diretoria da CNTE será eleita no Congresso valente as contribuições referidas no artigo anterior,
35. f Nacional dos trabalhadores em Educação, com manda- impreterivelmente, até 5 (cinco) dias úteis após o rece-
36. f to de 3 (três) anos. bimento de suas consignações, que serão repassadas à
37. f Art. 47 - A Diretoria da CNTE será eleita em chapa Secretaria de Finanças da CNTE.
38. f completa por votação direta pelos delegados presentes § 1º - As entidades não filiadas à CUT obrigam-se a dar
39. f à plenária do Congresso. ingresso na Secretaria de Finanças da CNTE de soma

31o Congresso Nacional dos Trabalhadores em Educação 115

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1. a equivalente às contribuições referidas no artigo ante- d) deixar juridicamente de existir.

2. a rior, impreterivelmente, até 5 (cinco) dias úteis após o Art. 59 - A diretoria dosará a pena, segundo a extensão
3. a recebimento de suas consignações. da gravidade da infração, de acordo com o regulamen-
4. a § 2º - O não cumprimento do estabelecido neste artigo to.
5. a acarretará em sanções contidas neste Estatuto e/ou es- Art. 60 - O reingresso da filiada excluída poderá ocor-
6. a tabelecidas pela CNTE. rer mediante solicitação da própria afiliada à Diretoria
7. a Art. 55- A contribuição mensal das entidades filiadas Executiva, sendo necessária aprovação do pedido, por
8. a será de 3,8% . 1
maioria simples, no CNE.
9. a Parágrafo Único - A parte correspondente a 0,5% (meio Parágrafo Único – Fica, ainda, como condição de rein-
10. a por cento) desta contribuição será destinada a consti- gresso o pagamento das mensalidades atrasadas.
11. tuição do “fundo de solidariedade”, cuja utilização será Art. 61- Extingue-se o mandato dos membros da Dire-
12. a definida pela Diretoria “ad referendum” do CNE. toria e do Conselho Fiscal:
13. a a) Por morte;
14. f CAPÍTULO VI b) por renúncia;
15. f c) por interdição;
16. f Das Penalidades, Suspensão, Perdas, Extinção de d) por término do mandato;
17. f Mandatos e Licença e) por exercício de cargo de confiança em qualquer es-
18. f Art. 56 – São penalidades: fera de governo.
19. f a) advertências; Art. 62 - Os membros da Diretoria e do Conselho Fis-
20. f b) suspensão; cal terão seus mandatos suspensos quando deixarem de
21. f c) exclusão de entidade filiada; comparecer, sem justificativa, a 3 (três) reuniões
22. f d) extinção de mandato de diretor e conselheiro fiscal. consecutivas ou a 5 (cinco) intercaladas.
23. f Art. 57 - As penalidades tipificadas no artigo anterior Parágrafo Único - Cabe à Diretoria determinar a dura-
24. f serão aplicadas pelo Presidente, em cumprimento de ção da suspensão.
25. f deliberações do Conselho Nacional de Entidades, fa- Art. 63 - O membro da Diretoria e do Conselho Fiscal
26. cultada ampla defesa à/ao destinatária/o da pena. perderá seu mandato por decisão de 2/3 da Diretoria
27. f § 1° - A penalidade de advertência será decidida pela quando:
28. f Diretoria e aplicada pelo Presidente. a) Infringir normas deste Estatuto;
29. f § 2° - Da decisão caberá recurso ao Congresso Nacio- b) dilapidar o patrimônio da CNTE;
30. f nal, a partir da comunicação desta à afiliada. c) abandonar o cargo.
31. f Art. 58 - Constituem-se faltas determinantes de exclusão: Art. 64 - A perda do mandato será declarada pela pró-
32. f a) atrasar, por mais de 12 meses, o pagamento das men- pria Diretoria por ato específico, dando-se desta ciência
33. f salidades; ao interessado, cabendo recurso sem efeito suspensivo
34. b) infringir disposições deste Estatuto; ao Conselho Nacional de Entidades.
35. f c) não cumprir as campanhas desenvolvidas pela Art. 65 - Os membros da diretoria têm direito a pedir
36. f CNTE; licença das atividades da direção por um período de até
37. f um terço do mandato.
1
38. f Esta alteração foi introduzida para adequar a CNTE à deliberação da Parágrafo Único – Uma vez a licença ou a somatória
Plenária Nacional da CUT. É preciso constar que a Direção da CNTE fica
39. f autorizada a proceder nova modificação caso a CUT modifique a decisão
das mesmas ultrapassarem um terço do mandato, o di-
da Plenária Nacional.

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 Caderno de Resoluções » Estatuto da CNTE

1. a retor será substituído em definitivo por um suplente da cíficos, subordinados a Diretoria Executiva da CNTE.
2. a mesma chapa para ocupar cargo na Diretoria Executiva. §1° - O Departamento de Funcionários será vinculado
3. a à Secretaria de Políticas Sindicais e o Departamento de
4. a CAPÍTULO VII Especialistas à Secretaria de Assuntos Educacionais.
5. a § 2°- A estrutura e funcionamento dos Departamentos
6. a Das Disposições Gerais e Transitórias de Funcionários de Escola e de Especialistas em edu-
7. a Art. 66 - Este Estatuto poderá ser alterado parcial ou to- cação, coordenados por um representante do respectivo
8. a talmente, por proposição da Diretoria Executiva, CNE setor, serão regulamentados pelo Conselho Nacional de
9. a e Entidades filiadas. Entidades - CNE.
10. a Parágrafo Único - A reforma estatutária será aprovada § 3°- Os coordenadores de ambos os Departamentos
11. pelo Congresso Nacional, com exceção ao disposto no participarão, apenas com direito à voz, das reuniões da
12. a artigo 73. Diretoria Executiva da CNTE.
13. a Art. 67 - A Confederação Nacional dos Trabalhadores Art. 73 - Durante o período de 1 (um) ano, após encer-
14. f em Educação - CNTE somente poderá ser dissolvida rado o XXX Congresso Nacional, o Conselho Nacional
15. f por deliberação unânime das filiadas, em pleno exercí- de Entidades fica autorizado a promover debates sobre
16. f cio dos seus direitos estatutários após ampla discussão. o aperfeiçoamento dos critérios de filiação à Confede-
17. f Art. 68 - Os membros do Conselho Nacional de Enti- ração, podendo proceder as alterações estatutárias que
18. f dades, Diretoria Executiva e Afiliadas não respondem julgar necessárias sobre este quesito.
19. f individual ou solidariamente pelas obrigações assumi-
20. f das pela CNTE.
21. f Art. 69 - No caso de dissolução, o patrimônio terá des-
22. f tino decidido pela instânciaque o dissolveu, observadas
23. f as condições do Art. 66.
24. f Art. 70 - O presente Estatuto passará a vigorar na data
25. f de sua aprovação pelo Congresso Nacional da Confe-
26. deração Nacional dos Trabalhadores em Educação.
27. f Art. 71 - Nos Estados, as entidades, desenvolvendo ou
28. f por desenvolver processos de unificação, poderão con-
29. f tinuar filiadas à CNTE, desde que satisfaçam as condi-
30. f ções exigidas por este Estatuto.
31. f § 1° - Nos Estados onde já houve processos de unifi-
32. f cação, se alguma entidade recusou-se a participar ou
33. f acatar a decisão, esta será excluída da CNTE.
34. § 2° - Caberá ao Conselho Nacional de Entidades, ana-
35. f lisando os processos de unificação dos Estados, definir
36. f quais são os casos que se enquadram no parágrafo an-
37. f terior.
38. f Art. 72 - Os Funcionários de Escola e Especialistas em
39. f Educação serão organizados em departamentos espe-

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