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Pesquisa da Stanford University estabelece

ligação entre o sono e a progressão do


câncer
Fonte: Brain, Behavior and Immunity, 02/10/03

Uma boa noite de sono pode ser uma arma na luta contra o câncer,
de acordo com pesquisadores da Stanford University Medical
Center.

O trabalho desses pesquisadores está entre os primeiros a fazer a


ligação entre o bem-estar mental e a recuperação do câncer.

Estudos anteriores descobriram que as pessoas com câncer que


passam por terapia de grupo ou têm forte apoio social se saem
melhor do aquelas com apoio social mais fraco. A questão é como
os fatores psicológicos exercem influência nas células
cancerígenas.

David Spiegel, professor da School of Medicine e Sandra Sephton,


aluna de pós-doutorado da University of Louisville School of
Medicine, sugerem que o ciclo de dormir/acordar de uma pessoa
pode ter uma conexão. "Os fatores psicológicos afetam o padrão
comportamental, tal como o exercício, o que você come e bebe e o
seu sono," disse Spiegel.

Desses fatores, dormir bem pode alterar seriamente o equilíbrio dos


hormônios do corpo. Isso faz com que o ciclo dormir/acordar,
também chamado ritmo circadiano, seja um bom candidato para
ligar a convivência social de uma pessoa ao prognóstico do câncer.
Spiegel sugeriu as duas maneiras possíveis nas quais o ritmo
circadiano pode influenciar o progresso do câncer.

O primeiro envolve um hormônio chamado melatonina, que o


cérebro produz em grande quantidade durante o sono.

A melatonia pertence à classe de compostos chamados anti-


oxidantes que eliminam os compostos dos radicais livres danosos.
Com o ritmo circadiano interrompido, o corpo produz menos
melatonina e o DNA das células pode estar mais sujeito às
mutações que causam o câncer.

A melatonina também diminui a produção de estrogênio dos


ovários. Para muitos tumores ovarianos e mamários, o estrogênio
estimula as células cancerígenas a continuarem a se dividir.

Os trabalhadores que trabalham por escala durante a noite e


produzem menos melatonina podem produzir mais estrogênio que
ativa o câncer, dizem os pesquisadores. A segunda ligação é com o
hormônio chamado cortisol, que normalmente atinge o seu pico ao
amanhecer e, então, diminui durante o dia. O cortisol é um dos
muitos hormônios que ajudam a regular atividade do sistema imune,
incluindo a atividade de um grupo de células imunes chamadas de
células assassinas que ajudam o corpo na batalha contra o câncer.

Um estudo descobriu que pessoas que estão em risco alto para o


câncer de mama têm o ritmo de cortisol alterado, sugerindo que as
pessoas cujo ciclo do cortisol e afetado por problemas com o sono
pode estar mais propensas ao câncer.

Em estudo anterior, Spiegel e colegas descobriram que mulheres


com câncer de mama cujo ciclo do cortisol normal é interrompido –
com níveis de pico durante a tarde ao invés do amanhecer –
morrem logo com a doença. Spiegel disse que, embora haja muito a
ser aprendido sobre como a resposta do sistema ao estresse afeta
o crescimento do tumor, a pesquisa atual faz conexão que os
médicos deveriam prestar atenção.

"Eu gostaria que as pessoas reconceituassem o câncer como um


evento biológico que provoca respostas ao estresse que afetam o
progresso da doença," ele disse.

Administrar as respostas ao estresse, adotando alimentação


saudável e hábito de se exercitar, tendo uma boa noite de sono e
encontrando apoio emocional e social, deve ser considerado como
parte do tratamento do câncer como a quimioterapia ou a
radioterapia, ele comenta.

Fonte:
http://www.emedix.com.br/not/not2003/03out01neu-bbi-srb-
cancer.php
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