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Física Geral

Parte III.1 – Temperatura


ENIDH
2010/2011
Introdução
 A termodinâmica é o estudo de fenómenos térmicos.
Para este estudo serão introduzidos novos termos:
Temperatura e Calor, e a reintrodução de termos
anteriormente abordados: Energia interna e trabalho.
 Iremos abordar o estudo da termodinâmica por aplicação
da leis da termodinâmica, à semelhança da lei de newton
para a cinemática.

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Temperatura
 Dois objectos dizem que estão em contacto térmico se
puder ocorrer transferência de energia entre os dois objectos.
 As transferência de energia pode ocorrer pelos processos:
 Calor;
 Radiação.
 Dois objectos dizem-se que estão em equilíbrio térmico
quando não transferências de energia entre si, por calor ou
por radiação.
 Dois objectos que estejam em equilíbrio térmico então estão
à mesma temperatura.
 Logo, se dois objectos têm diferentes temperaturas então
podem ocorrer transferências de energia entre eles.

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Temperatura
 Por senso comum associamos a temperatura ao conceito está quente ou
frio.
 Este conceito, do ponto de vista científico, não é completo, apenas é
qualitativo.
 Um erro muito comum é a confusão entre temperatura e calor:
 Se retirarmos dois objectos (um de plástico, outro de metal) dentro de um
frigorífico, temos a garantia que ambos estão à mesma temperatura.
 Quando tocamos em cada um, temos a sensação que o objecto de metal está
mais frio que o objecto de plástico.
 Na realidade, apesar de ambos inicialmente estarem à mesma temperatura, o
que acontece é que o metal é melhor condutor térmico, ou seja tem mais
facilidade para transferir energia (calor), neste caso receber energia da nossa
mão.

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Energia interna vs. temperatura
 A temperatura significa o mesmo que energia interna de
um corpo.
 A energia interna termodinâmica é a soma de todas as
formas microscópicas de energia.
 A energia cinética do movimento das moléculas (translação,
rotação e vibração).
 A energia potencial armazenada nas ligações químicas.
 Fora do contexto fica, a energia nuclear, a energia relativista
E=mc2, a energia cinética do corpo e as energias potenciais
gravítica e electromagnética.
 Então, no contexto da termodinâmica, a temperatura não
é mais do que uma medida da energia interna de um
objecto.
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Lei zero da termodinâmica
 Se dois objectos A e B, que não estão em contacto térmico
entre si, estão em equilíbrio térmico com um terceiro objecto
C, então os objecto A e B estão em equilíbrio térmico entre si.
 Esta lei diz-nos que se os objectos estão em equilíbrio
térmico então há igualdade de temperaturas entre os
objectos.
 Uma consequência desta lei é de que: Num sistema
isolado, todos os objectos no seu interior atingem o
equilíbrio térmico ao final de um tempo, então todos
esses objectos estão à mesma temperatura.

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Termómetro
 É um aparelho que permite medir a temperatura de um
objecto ou de um sistema.
 Se estiver em contacto com um objecto mede a sua
temperatura.
 Se estiver dentro de um sistema isolado mede a temperatura
do próprio sistema.
 Para ser consistente tem de ter uma escala, e actualmente
há duas escalas:
 Graus Celsius;
 Graus Fahrenheit.

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Escala graus Celsius
 Escala de temperatura em que 0 graus Celsius é a
temperatura de fusão do gelo sob pressão de uma
atmosfera, e 100 graus Celsius a temperatura de ebulição
da água sobre pressão de uma atmosfera; Entre 0 ºC e
100 ºC tem cem divisões cada uma medindo 1 ºC.
 Utiliza-se o símbolo ºC na unidade desta grandeza.

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Escala graus Fahrenheit
 Escala usualmente usada na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos da
América, em que 32 graus Fahrenheit correspondem a 0 ºC e 212 graus
Fahrenheit correspondem a 100 ºC. Tem 180 divisões cada uma medindo 1
ºF.
 Utiliza-se o símbolo ºF na unidade desta grandeza.

(III1.1)
(TF − 32)
TF = 1,8TC + 32º F ⇔ TC =
1,8

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Escala graus Kelvins
 Seja qual for o dispositivo (termómetro) que efectue leituras de
temperatura, esse aparelho mede, de forma indirecta, a energia interna
termodinâmica de um corpo. Por exemplo a pressão de um gás.
 Sendo linear a relação entre temperatura e energia interna. Há-de haver
um ponto onde a energia é nula, e que corresponde a um zero absoluto de
temperatura.

 No gráfico vemos que o valor zero


corresponde a -273,15ºC.
 Este zero diz-se 0 K (zero kelvins).
 Há uma relação de um para um
entre as escalas Celsius e Kelvin
TK = TC + 273,15 (III1.2)

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Escala graus Kelvins
 A utilização da interpolação linear usando os pontos de fusão e
ebulição da água para traçar uma recta, não é um método
eficaz por ser difícil medir os pontos de fusão e ebulição.
 Na realidade em 1954 a definição da escala foi alterada: é uma
escala linear onde o primeiro ponto é o zero absoluto, -
273,15 ºC e o segundo ponto é o ponto triplo da água, 0,01
ºC, ou 273,16 K.
 Sendo esta a escala adoptada pelo Sistema Internacional para a
unidade de temperatura.
 Unidade de temperatura termodinâmica do Sistema
Internacional, de símbolo K, que equivale a 1/273,16 da
temperatura termodinâmica do ponto triplo da água.

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Escala graus Kelvins

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Expansão térmica de sólidos e líquidos

 Uma característica bem conhecida nas substâncias é a


expansão térmica. Quando a temperatura de um corpo
aumenta, o volume desse corpo aumenta.
 É a consequência da mudança das posições relativas entre
os átomos que constituem o corpo (substância).
 No entanto, não é uma lei, porque nem todos os
materiais acontece a expansão térmica. Pelo contrário, há
substâncias que contraem quando aumenta a
temperatura. A expansão térmica ocorre com a
diminuição da temperatura.
 Normalmente a expansão térmica não ocorre de igual
modo em toda a gama de temperaturas.
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Expansão linear
 Para expansões muito pequenas relativamente às dimensões iniciais do
objecto, utiliza-se o coeficiente de expansão média a uma dimensão.
Definido por:

∆L / L i
α≡
∆T
 Define a fracção do comprimento alterado por cada grau de
temperatura.
 É utilizado na expressão da expansão linear:

∆L = αL i ∆T (III1.3)

 Para o caso de coeficiente positivos temos aumento de


comprimento com a temperatura, e vice-versa.

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Expansão volúmica
 A expansão não pode ocorrer somente numa direcção, mas sim nas três
dimensões simultaneamente. Então temos uma expansão volúmica.
 Em muitos sólidos o coeficiente de expansão volúmica é:

β = 3α

 Situação que é válida se a expansão linear α for igual para as três


direcções e o termo α∆T << 1.

 A relação para a expressão volúmica é:

∆V = βVi ∆T (III1.4)

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Coeficientes de expansão térmica
 Como referido anteriormente estes coeficientes são
válidos num pequeno intervalo de temperaturas.

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Aplicações
 Relé térmico

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Comportamento não usual

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Comportamento não usual
 Os líquidos geralmente aumentam o seu volume com o aumento da temperatura e têm o
coeficiente de expansão volumétrica cerca de 10 vezes superior ao correspondente sólido.
A água fria é uma excepção a essa regra, como podemos observar na curvatura da densidade vs.
temperatura. À medida que a temperatura aumenta de 0°C to 4°C, a água contrai-se e a sua
densidade aumenta. Acima dos 4ºC, a água expande com o aumento de temperatura e assim a
densidade diminui.
 Quer dizer que a densidade da água chega a um valor máximo de 1,000 g/cm3 aos 4ºC.
 Podemos usar este não usual comportamento de expansão térmica da água para explicar porque
uma poça de água começa a congelar à sua superfície do que no fundo.
 Quando a temperatura atmosférica baixa, por exemplo, dos 7ºC para 6ºC, a água superficial também
baixa a temperatura e consequentemente o seu volume, aumentando a densidade da água na
superfície, como resultado, a água superficial afunda-se e a água mais quente do fundo é forçada a
subir para ficar em contacto com a atmosfera.
 Quando a temperatura atmosférica está entre os 4ºC e 0ºC, a água superficial expande-se com a o
arrefecer, ficando menos densa do que a água em baixo. O processo de mistura pára, e
eventualmente a água superficial acaba por congelar. À medida que a água congela, o gelo permanece
à superfície porque o gelo é menos denso do que a água. O gelo continua a crescer de cima para
baixo, enquanto a água em baixo permanece com 4ºC. Se não fosse assim, então os peixes e outras
forma de vida marinha não sobreviviam.

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