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1. Protocolo de Investigação
Este Protocolo visa elaborar um plano funcional e pragmático de abordagem ao Cancro
da Mama, tanto por parte da mulher que padece desta enfermidade, como por parte do
técnico de saúde (psicólogo, médico, enfermeiro). Assim, pretende-se criar um plano de
optimização do panorama geral existente actualmente em torno desta oncologia
específica.
Qualquer célula possui um ciclo de vida que passa pelo seu crescimento, divisão e morte,
não sendo por isso as células mamárias excepção. O cancro da mama é um processo
oncológico em que as células sãs da glândula mamária se alteram, transformando-se em
células tumorais que proliferam, multiplicando-se descontroladamente até constituírem o
tumor. Quando este ciclo de vida é abalado e as células continuam a dividir-se, pode-se
estar na presença de um tumor maligno. Este tumor pode-se espalhar e afectar células
saudáveis, podendo mesmo passar para a corrente sanguínea e afectar órgãos vitais como
os pulmões, o útero e o cérebro. O reconhecimento do cancro pode ser feito através da
presença de caroços nos seios. No entanto, é preciso ter-se atenção e não entrar em
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pânico, porque cerca de oitenta a noventa por cento dos nódulos são benignos e muitos
são provocados por alterações hormonais.
Trata-se de uma patologia mais comum entre as mulheres (99%) mas também
afecta indivíduos do sexo masculino (1%). Apesar de 77 % dos casos de cancro da mama
se registarem em mulheres com mais de 50 anos, existe ainda uma percentagem de 3,5%
de incisão em mulheres na faixa etária dos 30 anos. Em 2000 registaram-se 129.698
mortes por cancro da mama na Europa, sendo que a Holanda é o país com mais
incidência, em que se verificam 90 casos por cada mil habitantes. A nível mundial, um
milhão de mulheres desenvolve este tumor e 500 mil acabam por falecer.
3.2. Sintomas
É fulcral perceber que numa fase inicial, os sintomas são praticamente não existentes,
como tal, quando são descobertos os sintomas já são, pertencentes a uma fase mais
avançada e de tratamento mais árduo. Os sintomas mais frequentes são:
- Nódulos na superfície do seio
- Deformação anormal do seio
- Dores nos seios
- Eczema junto aos mamilos
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3.3. Fases
O diagnóstico através das fases de desenvolvimento de um tumor maligno permite a
definição mais eficaz do tipo de tratamento apropriado. As fases ou estágios são
determinados consoante a extensão do tumor.
0 – Forma mais inicial do tumor, as células cancerígenas estão localizadas numa zona
sem interferir com o tecido gordo que reveste o seio.
I – O tumor tem menos de dois centímetros de diâmetro e não se alastrou à volta do seio.
II – O tumor tem mais de dois centímetros de diâmetro e desenvolveu nódulos debaixo do
braço, do lado do seio afectado.
III – O tumor é superior a cinco centímetros. Os nódulos estão agora unidos uns aos
outros ou em volta do tecido mamário. Não há registo de alastramento a outros órgãos.
IV – O tumor, independentemente da sua extensão, alastrou-se a outros órgãos como
ossos, pulmões ou outros nódulos distantes dos seios.
3.4. Rastreio
O rastreio deve ser efectuado por auto-exame por palpação ou por mamografia, o
importante é estar atento e em caso de dúvida, consultar um médico. Os números são
bastante positivos, sendo que 85 a 90% dos doentes com cancro da mama conseguem
curar-se com um tratamento precoce. Antes dos 35 anos, a mamografia deve ser
efectuada a título de rastreio, entre os 50 e 70 anos este exame deve ser feito anualmente.
Efectuar testes genéticos é ainda outra opção, uma vez que, cerca de 10% dos casos de
cancro da mama são devido a mutações genéticas, assim através destes testes será
possível determinar se uma pessoa tem ou não genes anómalos.
3.5. Cenários
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5. Variáveis
- Doença
- Dependentes: factores biológico, social, inter e intra-pessoal relativamente ao paciente;
familiares e profissionais de saúde
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6. Questões de Investigação
- Em que medida as doentes se sentem apoiados por parte de psicólogos?
- Não será necessário disponibilizar apoio psicológico também para os familiares e os
pacientes?
- Face ao diagnóstico e mediante uma possibilidade futura de cirurgia, não precisaram as
doentes de apoio psicológico e emocional para enfrentar um eventual novo corpo?
- Será que as doentes com diagnóstico recente de cancro da mama não carecem de um
apoio psicológico especifico e direccionado as suas necessidades?
- Não precisaram também os médicos de apoio ou aconselhamento psicológico?
- De que forma se pode aperfeiçoar o apoio psicológico prestado às doentes?
- Até que ponto os médicos necessitam de apoio ou aconselhamento psicológico?
7. Metodologia
7.1 Instrumento
Para a recolha de informação foram utilizados três tipos de questionários diferentes, um
para a paciente, outro para a família e finalmente um para o médico, elaborados pelos
responsáveis pela investigação. Eram compostos por perguntas de resposta fechada,
variando nas opções consoante as perguntas. Assim, haviam opções que oscilavam entre
Sim/Não, outras que variavam entre Muito mau; Mau; Razoável; Bom; Muito bom
(escala tipo Likert) e, finalmente, opções de respostas específicas às perguntas. No caso
da paciente foi efectuada uma entrevista para um melhor esclarecimento de informação.
7.2 Participantes
A população-alvo dos questionários era, no caso das pacientes, mulheres após lhes ter
sido diagnosticado o tumor; no caso dos familiares, pessoas que tenham parentesco com
doentes a quem tenha sido detectado tumor na mama; finalmente, médicos que tenham
contacto directo com casos de cancro da mama. Pretende-se aplicar questionários a cerca
de 300 doentes, 300 familiares e cerca de 100 técnicos, em 5 hospitais distritais.
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Os dados vão ser recolhidos juntos dos doentes e familiares, em 5 hospitais diferentes. Os
investigadores informam que os dados recolhidos são anónimos e confidenciais. Estará
presente em todas as recolhas de dados, responsáveis pela investigação de modo a prestar
todos os esclarecimentos caso existam dúvidas. Após o preenchimento dos questionários
junto dos doentes, familiares e técnicos, pode existir a eventualidade de se colocar
questões abertas, de modo a clarificar a informação cedida anteriormente.
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7.3.4. Cronograma
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8. Impacto
Espera-se que com a criação desta unidade, as doentes e os respectivos familiares,
bem como os técnicos de saúde se sintam apoiados e orientados em direcção a um
eventual futuro. Pretende-se ainda que com a divulgação desta unidade, se propicie uma
maior aliança entre as doentes e se crie uma inter-ajuda; Conta-se ainda que os técnicos
de saúde reconheçam os limites da sua profissão e, como tal evitem a “mecanização” das
relações médico-paciente e que saber reconhecer e reencaminhar pacientes e/ou
familiares para a unidade de apoio psicológico.
9. Expectativas
Promover campanhas de informação e sensibilização, bem como campanhas de
rastreio. Prevenir depressões e demais estados patológicos e emocionais que possam
advir da doença. Organização e implementação de acções de formação para a
aprendizagem de técnicas e instrumentos, com vista ao “desenvolvimento pessoal”,
dirigidas a grupos de técnicos e grupos de mulheres.
10. Conclusões
Quaisquer que sejam as estatísticas que a investigação clínica apresente ao
mundo, uma coisa fica-se a saber: a psicologia oncológica nasceu porque o cancro é cada
vez mais uma doença crónica. E como tal, a criação de unidades de apoio psicológico
assume-se cada vez mais como algo indispensável ao bem-estar de cada paciente. O facto
de o cancro matar cada vez menos leva a que as pessoas vivam cada vez mais tempo com
a doença, ou a tratar da doença ou já sem doença, mas a precisar de apoio e
acompanhamento periódico e sistemático. Sendo assim, porque não começar desde o
início do diagnóstico?
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