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MANAUS
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU” EM
CONTABILIDADE E CONTROLADORIA – PPG-CCF
MANAUS
2010
Ficha Catalográfica
(Catalogação realizada pela Biblioteca Central da UFAM)
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________
Prof. Dr. Milanez Silva de Souza - Orientador
Universidade Federal do Amazonas
_____________________________________________
Prof. Dr. Manoel Martins do Carmo Filho - Membro
Universidade Federal do Amazonas
_________________________________________________
Prof. Dr. José Alberto da Costa Machado – Membro Externo
Universidade Federal do Amazonas
Dedico este trabalho aos meus pais, Jocimar Alves e
Raimunda Teixeira Alves, pela realização de mais um
sonho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus, o Senhor todo poderoso e Soberano que me tem
agraciado com sua presença fiel, constante em minha vida. E nele que me sustenta e ampara com
muito afeto, que me proporcionou também a graça da minha vida deixando-me viver após um
acidente cirúrgico de alta complexidade.
A minha querida Mãe do Céu Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, por toda intercessão e
carinho para comigo!
A meus pais que contribuíram com a base da minha educação, dando condições para que
hoje, eu possa estar concluindo o curso de mestrado.
Agradeço aos meus colegas, Juscelino Nery, Valcimeiri, Oton Lira, Josenaldo e Antonio
Colares, com os quais realizei vários trabalhos no transcorrer do curso, e assim foram peças
importantes no resultado do meu trabalho.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Milanez, que durante todo o trabalho me deu
liberdade de pensar e buscar meus objetivos, colaborando de forma fundamental na definição dos
caminhos deste trabalho. Também, agradeço a Professores Luis Soares, Miguel Negreiros e
Mariomar Sales de Lima, na qual contribuíram em várias etapas do trabalho para alcançar os
resultados obtidos.
Agradeço aos meus filhos, que mesmo não entendendo exatamente o que eu estava
fazendo, aceitaram e compreenderam minha ausência com as viagens percorridas para a
elaboração deste trabalho, e eles estavam me esperando com muitos carinho e afeto.
Agradeço a todos os professores pela contribuição e enriquecimento dado através do
compartilhamento de seus conhecimentos.
Por fim, quero agradecer a pessoa mais importante neste período todo, a minha esposa,
Tereza que foi fundamental para que eu pudesse chegar ao final do curso e tê-lo concluído em
menor tempo, pois ela cuidou dos nossos filhos, de nossa casa e de todas as nossas coisas durante
todo o transcorrer do curso, tendo que abrir mão de pretensões dela, para poder dar condições
para que eu pudesse chegar ao final deste trabalho.
Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não
muda, a paciência a tudo alcança, quem a Deus tem, nada
lhe falta, só Deus Basta!
(Santa Tereza d’Ávila)
`
RESUMO
The replacement of the ICMS tax attributes the third responsibility for the withholding and
withdrawal of tax due in operation or provision, made in the field of tax incidence, which
results in a taxable event, ie sales tax due by each step of the chain production shall be
required in advance of the replacement tax, the first of the chain: industry, importers and in
some cases, distributors. In this context, this study proposes to review the contents together
the theoretical and empirical contributions as to inquire about the replacement tax and
accounting tool Statement of Cash Flows under the new accounting concept following the
new accounting standards. This research is intended to analyze the main impacts arising from
the adoption of the scheme of financial cash flow from the opportunity cost in its anticipation
in the operating cycle of companies that meet this systematically. Therefore, there was a case
study in a commercial distributor of pharmaceuticals, aiming to provide a discussion about the
extent of the arrangements. For methodological reasons and structure of this study, there was
a descriptive study with qualitative and quantitative approach. Therefore, were collected
through a research survey, the balance sheets of the years 2007 and 2008 with the statement of
income for the year of the running. These data refer to levels of average payment in relation to
the opportunity cost included in the study period. This study demonstrated the impact on your
cash flow the company taking into account that for the amount disbursed would be acceptable
and possible financial investment in the research period. This value, conceptually, can be read
as the impact of VAT / ST in the operating cycle of the company also accepted as a way of
penalty indirect taxation, because the company does not receive this action under the
conditions applied in this particular scheme.
Keywords: Tax Replacement ICMS Statement of Cash Flows; Methodology Cash Flow, Tax
Accounting.
LISTA DE FIGURAS
Examinar a carga tributária brasileira imposta sobre as empresas é assunto cada vez
mais desafiante, para especialistas contabilistas, tributarista e pela academia, em face da
complexidade subjacente a temática da questão, causada pela legislação fiscal e das ações dos
entes governamentais que implacavelmente aumentam o elenco de tributos com novos
impostos e/ou reajustando os índices porcentuais daqueles já existentes, sob o patrocínio do
ordenamento jurídico pátrio e comparado.
Por tal quadro, deduz-se que a classe empresarial conta com a ajuda dos
pesquisadores, para e de forma legal e técnica-científica, ser servido com ferramentas
metodológicas que tenham como finalidades contribuir para um gerenciamento estratégico
eficiente (rentabilidade) e/ou ineficiente (perdas) do seu negócio, entre outros, no seu fluxo de
caixa.
Adota-se essa visão, pois o contribuinte-gestor enfrenta o custo tributário nas
operações com o Regime Fiscal ICMS/ST determinado para a venda de produtos/serviços às
empresas pelos Fiscos Estaduais. Nesse sentido, para que possa administrar o desembolso de
recursos com os custos tributários, dentro da legalidade, alimente o fluxo de caixa, ganhe
vantagem competitiva frente a seus concorrentes, ofereça prazos mais longos nas vendas e
consolide seus market share e atinja os objetivos do empreendimento, esta pesquisa, propõe
alternativas como recursos gerenciais ao contribuinte-empresário, em que, recorreu-se às
abordagens científicas disponíveis, entre as quais, a Teoria do fluxo de caixa com um modelo
testado teórico-empiricamente e comprovado no presente estudo.
Para tanto se ressalta que o Estado, com o intuito de propiciar um aproveitamento
mais eficaz na receita tributária, instrumentaliza mecanismos que assegurarem uma
arrecadação mais eficiente e que ao mesmo tempo facilitem a fiscalização do cumprimento
das obrigações tributárias por parte dos seus órgãos arrecadadores. Com esse intuito foi
instituído o regime de substituição tributária cujo propósito é evitar a postergação do
recolhimento do tributo, o que dificultaria a ação fiscalizadora.
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Assim desde a sua regulamentação, no inicio dos anos 90, o regime de substituição
tributária para frente tem sido objeto de estudo seja pelos tributaristas, seja pelos
contribuintes, já que a cobrança do imposto é feita de forma antecipada em relação às
operações futuras e incertas.
Trata-se da transferência de responsabilidades por obrigações tributárias de terceira
pessoa que, embora não tenha praticado o fato gerador, tem vinculação indireta com o real
contribuinte e é denominado de substituto tributário. A referida sistemática abrange dentre
outros tributos: o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social (COFINS), e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS). Esse último adota a figura do responsável por substituição a quem é atribuída à
responsabilidade de apurar e recolher o ICMS devido por outros contribuintes, tipificado nos
artigos 109 e 110 do RICMS-AM (regulamento do imposto sobre a circulação de mercadorias
e serviços), sendo responsável pela cobrança e recolhimento do ICMS por substituição, na
condição de sujeito passivo por substituição, com obrigação de reter o imposto devido nas
operações a serem realizadas pelos adquirentes, assim como o imposto proveniente da
prestação de serviços, como dispuser a legislação tributária.
Neste sentido a substituição tributária é a maneira mais eficaz encontrada pelos
Estados de cobrar e fiscalizar o ICMS relativos a produtos que se concentram na fase
industrial, com venda a varejo extremamente diluída. Dessa forma, o Fisco combate a venda
triangulada do produto com o fim exclusivo de pagar menos ICMS.
No caso específico do Estado do Amazonas, os produtos sujeitos a substituição
tributária do ICMS são. (Cimentos, fumo, combustíveis e lubrificantes, material elétrico,
tintas e vernizes, motocicleta, bebidas alcoólicas como, a cerveja, o chope, refrigerantes, água
mineral ou potável e gelo, produtos farmacêuticos e demais produtos elencados no anexo II do
RICMS-AM (regulamento do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de
transportes interestadual e intermunicipal de comunicação). Todavia, há intenções de se
expandir o regime as demais mercadorias objetivando uma forma de adoção de um sistema de
gerenciamento com o intuito de propiciar um aproveitamento mais eficaz na receita tributária
do Estado.
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Dessa forma, esta pesquisa está voltada para o estudo da utilização da Contabilidade,
na sua essência, como ferramenta indispensável, necessária e útil as empresas. Há uma
carência de estudos realizados nessa área. Discutir o desembolso realizado pelas empresas
relativo ao ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÀRIA com certeza não se esgotará com este
trabalho correspondendo esta pesquisa a um esforço no sentido de levar os estudiosos a
reflexões sobre o assunto, induzir os gestores à reflexão sobre a importância de registros
contábeis adequados e fidedignos, assim como as autoridades fazendárias a despertarem para
a ênfase que deve ser dada a este instrumento, diante dos diversos tipos de fatos ocultos na
contabilidade, geradores do ICMS, que serão abordados adiante.
Objetivos
Geral
Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o impacto do ICMS em substituição
tributária no fluxo de caixa em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos na
cidade de Manaus (AM).
Específicos
Justificativa
2 REVISAO DE LITERATURA
Sendo que esse dispositivo legal na qual foi revogado pelo art. 13 do Decreto - lei n°
406, de 31/12/68.
Por conseguinte, a Lei Complementar nº 44, de 07/12/83, acrescentou parágrafos aos
arts. 2º 3º e 6º do Decreto-Lei n. 406/68, estabelecendo, novamente, sobre a chamada
substituição tributária progressiva.
Nesta substituição tributária progressiva à lei atribui à condição do responsável
tributário ao industrial, ao comerciante atacadista e ao produtor relativo ao recolhimento do
imposto na qual atribui à base de cálculo do imposto.
Define ainda a lei estadual o montante do imposto devido pelo contribuinte, e a
margem de lucro estimada atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias com preço de
venda, máximo ou único, marcado pelo fabricante definidos pela autoridade competente.
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Art. 2º [...]
§ 9º - Quando for atribuída a condição de responsável ao industrial, ao comerciante
atacadista ou ao produtor, relativamente ao imposto devido pelo comerciante
varejista, a base de cálculo do imposto será:
a) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem estimada
de lucro do comerciante varejista, obtida mediante aplicação de percentual fixado
em lei sobre aquele valor;
b) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem de lucro
atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias com preço de venda, máximo ou
único, marcado pelo fabricante ou fixado pela autoridade competente.
§ 10 - Caso a margem de lucro efetiva seja normalmente superior à estimada na
forma da alínea a do parágrafo anterior, o percentual ali estabelecido será substituído
pelo que for determinado em convênio celebrado na forma do disposto no § 6º do
artigo 23 da Constituição Federal.
Art. 3º [...]
§ 7º - A lei estadual poderá estabelecer que o montante devido pelo contribuinte, em
determinado período, seja calculado com base em valor fixado por estimativa,
garantida, ao final do período, a complementação ou a restituição em moeda ou sob
a forma de utilização como crédito fiscal, em relação, respectivamente, às quantias
pagas com insuficiência ou em excesso.
Art. 6º [...]
§ 3º - A lei estadual poderá atribuir a condição de responsável:
a) ao industrial, comerciante ou outra categoria de contribuinte, quanto ao imposto
devido na operação ou operações anteriores promovidas com a mercadoria ou seus
insumos;
b) ao produtor, industrial ou comerciante atacadista, quanto ao imposto devido pelo
comerciante varejista;
c) ao produtor ou industrial, quanto ao imposto devido pelo comerciante atacadista e
pelo comerciante varejista;
d) aos transportadores, depositários e demais encarregados da guarda ou
comercialização de mercadorias.
§ 4º - Caso o responsável e o contribuinte substituído estejam estabelecidos em
Estados diversos, a substituição dependerá de convênio entre os Estados
interessados.
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E em 1988, a Constituição Federal ordenou, em seu art. 155, § 2º, XII, “b”, que a
substituição tributária seria normatizado por lei complementar, e por força do art. 34, § 8º, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) foi regulamentado pelo Convênio
nº 66/88, que tinha força de lei complementar.
Por ultimo, a Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93, acrescentou o § 7º ao art. 150
da CF, nesses termos:
A substituição tributária pode ser conceituada como regime pelo qual se atribui a
outro contribuinte a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou
prestações de serviços.
Assim dispõe a li complementar nº 87 (Lei Kandir/1996)
[...] existe substituto legal tributário toda vez que o legislador escolher para sujeito
passivo da relação jurídica tributária um outro qualquer indivíduo, em substituição
daquele determinado indivíduo de cuja renda ou capital a hipótese é signo
presuntivo: o legislador escolheu para sujeito passivo da relação jurídica tributária
um outro qualquer indivíduo que é o substituto legal tributário.
Conforme Amorim (2009), a distinção entre a restituição feita quando não ocorrido o
fato gerador presumido da restituição do fato gerador a menor se baseia no simples fato de
que a primeira é passível de simples comprovação, enquanto que a segunda requer maior
análise para se evidenciar, como levantamentos contábil-fiscais, envolvendo entradas de
mercadorias e a relação entre a base de cálculo sobre a qual foi realizada a antecipação do
imposto e o preço efetivo da venda.
Contribuinte é aquele que participa da circulação de mercadoria que teve seu imposto
recolhido antecipadamente na origem pelo contribuinte substituto.
O contribuinte que receber, tanto nas operações intra-estaduais como interestaduais,
produto sujeito à substituição tributária, sem que tenha sido recolhido o imposto devido na
operação anterior, é considerado, por força de lei, solidariamente responsável pela retenção do
imposto que deveria ter sido recolhido
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Ressalta o dispositivo:
Segundo Amorim (1989), a diferença entre a restituição feita quando não ocorrido o
fato gerador presumido da restituição do fato gerador a menor se baseia no simples fato de
que a primeira é passível de simples comprovação, enquanto que a segunda requer maior
análise para se evidenciar, como exame dos livros contábeis, verificando as entradas de
mercadorias e a ligação entre a base de cálculo sobre a qual foi realizada a antecipação do
imposto e o preço efetivo da venda.
Os Estados através do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ
(conselho com força normativa que reúne os secretários estaduais de fazenda), ao
interpretarem a parte final do art. 150, § 7º da Carta Magna entenderam que a restituição do
ICMS apenas se opera quando não há ocorrência do fato oponível presumido. E ratificando o
entendimento firmaram o Convênio ICMS nº 13, em março de 1997, sob a justificativa de
harmonizar o procedimento referente à aplicação do art. 150, § 7º, da Constituição Federal e
do art. 10 da Lei Complementar nº 87/96.
O Convênio nº 13/97 apesar de conciso, traz grandes reflexos para os fiscos
estaduais, afastando a possibilidade de restituição do ICMS pago a maior em regime de
substituição tributária.
Neste momento as empresas conforme o convenio acima citado tomou a ciência da
maneira em que o fisco começava a resolver as questões de restituição sobre a restituição do
ICMS substituição tributária.
2.8.1 Conceituações
[...] caixa é algo que pode parece tão empírico e simples que se torna difícil e
complicado por essa mesma simplicidade. Afinal de contas, caixa é caixa. No
sentido clássico, o caixa representa o objetivo final dos investidores ao optar por
uma alternativa de alocação de recursos. No meio empresarial, caixa é o ativo mais
líquido disponível na empresa, encontrado em espécie na empresa, nos bancos e no
mercado financeiro de curtíssimo prazo.
• A importância da elaboração
Todavia para alguns autores tal procedimento irá causar serias distorções nas analises
futuras das movimentações de caixa. Não obstante o professor Eliseu Martins, assinou texto e
publicou no Bol. IOB n. 32/89, pag. 302, na qual o excepcional trabalho intitulado
“Contabilidade versus Fluxo de Caixa”, neste são analisadas todas as relações que o chama de
umbilicais, entre as Demonstrações Contábeis e o Fluxo de Caixa. O professor afirma “O
Balanço e a Demonstração do resultado, se elaborado à luz do custo histórico puro e na
ausência de inflação, são a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do Fluxo de Caixa
da empresa”
Para Campos Filho (1997) o “fluxo de caixa é o instrumento de controle que permite
gerenciar, no dia-dia, as disponibilidades de recursos e os compromissos da empresa,
possibilitando à administração de caixa o planejamento das aplicações financeiras, garantindo
a visualização antecipada dos recursos”.
De acordo Gitmann (1997), manifesta a importância do fluxo de caixa “Como o
instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar o somatório de
ingressos e desembolsos financeiros da empresa em determinado momento, prognosticando
assim se haverá excedente ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela empresa”,
Segundo Oliveira, D. (2005), o fluxo de caixa se destaca como um instrumento que
possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma empresa sendo,
portanto, indispensável em todo o processo decisório, particularmente nas tomadas de
decisões financeiras.
Já Matarazzo (1998), ressalta que o fluxo de caixa consiste na reapresentação da situação
financeira de uma empresa, levando em consideração todas as fontes de recursos e todas as aplicações
na atividade produtiva, bem como em investimentos.
Neste segmento Osmar Azevedo (2009) admite o principal objetivo do Fluxo de
Caixa é a de oferecer aos usuários informações relevantes sobre as movimentações de
entradas e saídas de caixa de uma entidade num determinado período ou exercício, no sentido
de evidenciar e tornar transparente a situação da entidade.
Para estes as informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para
proporcionar aos seus órgãos gestores e aos usuários das demonstrações contábeis uma base
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para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, para efeito de
honrar seus compromissos demonstrando as necessidades de financiamentos.
Seguindo Assaf Neto (2002), o fluxo de caixa mede as necessidades futuras de
recursos, a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos bem como as
disponibilidades para investimentos.
Nesta mesma linha para Yoshitake (1997), o fluxo de caixa é um esquema que
representa os benefícios e os dispêndios ao longo do tempo e sua gestão visa
fundamentalmente manter certo nível de liquidez imediata, para fazer frente à incerteza
associada ao fluxo de recebimento e pagamento.
“[...] demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa
em um determinado período e o resultado desse fluxo”, fazem observar que o caixa,
engloba as contas Caixa e Bancos, demonstrando os grandes grupos, quais sejam: as
“entradas” e “saídas” de valores monetários.
2.9.2 Finalidades
Por sua vez, Thiesen (2000, p.10) complementa explicando que a DFC “permite
mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa suas
origens e aplicações”.
.
Conseqüentemente essa demonstração “fornece um resumo dos fluxos de caixa da
empresa rotativos às atividades operacionais, de investimento e de financiamentos e reconcilia
com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão”
Neste sentido conclui-se para fundamentar Gitman, 1997, p.75 onde se percebe que a
DFC demonstra tanto origem quanto a aplicação dos recursos da empresas.
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Segundo Matarazzo (2003) este menciona que a DFC é uma das demonstrações
financeiras mais úteis, apesar de não ser divulgada pelas empresas no Brasil. Ele ressalta o
uso imprescindível da DFC, devido aos freqüentes problemas de insolvência ou iliquidez
ocorrem por falta de uma adequada administração do fluxo de caixa. “Muitas empresas vão à
falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa” (MATARAZZO, 2003, p. 365).
Esta afirmativa “fornece um resumo dos fluxos de caixa da empresa relativos às
atividades operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com as variações
em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão” (GITMAN, 1997, p. 75).
Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos recursos da empresas.
Existem dois métodos de divulgação da DFC: método direto e método indireto. A
diferença básica entre estes está na apresentação do fluxo de caixa das atividades
operacionais. Portanto, em relação às atividades de investimento e de financiamento ambos
apresentam as mesmas informações.
O Fluxo de Caixa obtido pelo método direto é o produto final da integração das
entradas e das saídas de caixa havidas nas subconta do Disponível ao longo de um período.
Sua equação genérica é: Saldo Final = Saldo Inicial + Entradas – Saídas. Na equação, as
expressões “saldo inicial” e “saldo final” referem-se aos saldos do Disponível no início e no
final do período considerado.
Neste sentido Campos Filho (1999) analisa que é recomendado às empresas “relatar
os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de
recebimentos e pagamentos operacionais (método direto)”. No método direto as entradas e
saídas operacionais são apresentadas de forma direta, isto é, primeiro as entradas, e depois as
saídas.
A figura 01 apresenta a demonstração da estrutura do Fluxo de Caixa:
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Porém para Frezatti (1997), a base do método direto é o plano de contas financeiro,
assim compreendido como uma estrutura em vários níveis que decompõe as entradas e as
saídas em contas e subcontas de forma que permita uma melhor visualização, análise e
interpretação dos resultados obtidos. O plano de contas permite ainda:
• A comparação do comportamento de uma conta em dois momentos diferentes
do tempo;
• A projeção de uma conta baseada em seu comportamento passado.
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Em vista disso a apresentação pelo método direto do fluxo de caixa das atividades
operacionais deve refletir o montante bruto dos componentes principais dos recebimentos e
dos pagamentos por caixa, tais como:
• recebimentos de clientes, aluguéis e outros recebimentos similares;
• recebimentos de juros e dividendos;
• quaisquer outros recebimentos por caixa;
• pagamento a empregados, fornecedores incluindo os de serviços como seguros e
propaganda e outros;
• pagamentos de juros, impostos e outros pagamentos similares;
• quaisquer outros pagamentos por caixa.
Segundo Campos Filho (1997, p. 41), “as empresas que decidirem não mostrar os
recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de
caixa líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para
reconciliá-lo ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de
reconciliação)”. O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício.
A DFC elaborada pelo método indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro líquido, proveniente da Demonstração do Resultado do
Exercício, para em seguida adicionar os valores que não representam desembolso de caixa
que tenham sido deduzidos do lucro na DRE, ou seja, depreciação e amortização; provisão
para devedores duvidosos; aumento ou diminuição referente a fornecedores, no caso de
compras a prazo, ou contas a pagar, também a longo prazo; aumento ou diminuição de valores
em contas a receber, para o caso de vendas a prazo ou nos estoques.
É importante ressaltar que a apresentação da DFC pelo método indireto evidencia os
ajustes ao lucro líquido, provenientes da Demonstração de Resultado do Exercício,
assemelhando-se, assim, a DOAR. Enquanto o método direto é, em relação a sua forma de
apresentação, o modelo que mais se diferencia da forma atual de evidenciação das origens e
aplicações de recursos das empresas. Para a preparação de modo gradual o Fluxo de Caixa no
modelo proposto, deve-se, primeiramente, definir as subcontas dos Ingressos e Desembolsos,
lembrando que quanto mais especificado for o Fluxo de Caixa, melhor será o controle sobre
as entradas e saídas de caixa, verificando, dessa forma, as suas defasagens e determinando as
medidas corretivas para os próximos períodos (ZDANOWICZ, 2004; IUDÍCIBUS &
MARION, 2006).
Igualmente como acontece com o plano de contas da Contabilidade, a estrutura do
plano de contas financeiro varia de empresa para empresa dependendo das características do
negócio. Não obstante diferentemente do que acontece com o plano de contas da
Contabilidade, para o qual a legislação estabelece os contornos de seu formato, o plano de
contas financeiro depende do discernimento da pessoa que o elabora.
Da mesma forma que é apresentada na figura abaixo, um modelo de plano de
contas resumido. Esse plano de contas deve ser adequado com a realidade de cada empresa
para que não apresente nenhum tipo de inconformidade com a sua atividade financeira.
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Pode-se dizer que o ciclo operacional é o período em que são investidos recursos nas
operações, sem que ocorram entradas de caixa correspondentes. Parte desse capital de giro é
financiado pelos fornecedores que concederam prazo para pagamento (PMPC).
Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se preocupar
com o financiamento, que é automático. Se o PMPC for superior ao PMRE (caso da figura
acima), então os fornecedores estarão financiando também uma parte das vendas da empresa.
O ideal seria que o PMPC fosse maior ou igual à soma de PMRE e PMRV, quando
os fornecedores financiariam completamente o ciclo operacional, mas tal situação é muito
difícil de obter.
Após o pagamento a fornecedores, a empresa terá que financiar as operações com
seu próprio capital de giro, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores estava sendo
utilizado na manutenção das atividades, já terá sido pago. O período em que ela efetua este
financiamento com recursos próprios é justamente o ciclo financeiro da empresa.
O capital de giro é o montante de recursos necessário à manutenção das atividades
operacionais da empresa, enquanto não ocorre o recebimento das vendas. Note que, quanto
maior o ciclo financeiro da empresa, maior será a necessidade de capital de giro.
Uma maneira de entender a necessidade de capital de giro durante os ciclos
financeiro e operacional é lembrar que durante este período a empresa continua tendo que
cumprir outras obrigações, como pagamento de salários, impostos etc. Assim, enquanto não
ocorre o recebimento de clientes, estas despesas terão que ser honradas, seja pelo uso de
recursos operacionais de terceiros, durante o PMPC, seja pelo uso de recursos operacionais
próprios, durante o ciclo financeiro. Note que estamos considerando apenas os recursos
gerados pelas operações (fornecedores e recebimento de clientes), sem levar em conta
recursos que podem ser obtidos no sistema financeiro, como empréstimos. Os recursos
financeiros serão analisados adiante.
3. METODOLOGIA
Para Gil (1996, p.58), o estudo de caso “é caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado
conhecimento”.
A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento e análise do que já foi escrito sobre
o tema a ser pesquisado. Segundo Ruiz (1996, p.57):
O ciclo operacional foi calculado com base nas fórmulas de prazo médio de
recebimento de vendas (PMRV) e prazo médio de rotação do estoque (PMRE). O prazo
médio de recebimento de vendas é feito pela fórmula 360xDR/V, em que DR refere-se ao
valor constante em duplicatas a receber na data do cálculo e V (Vendas anuais) refere-se ao
valor constante ao somatório de vendas no período de 360 dias. Aplicando-se a fórmula
360xDR/V tem o valor médio que a empresa recebe suas vendas em dias. A rotação de
estoque é calculada pela fórmula 360xE/CMV, em que E refere-se ao valor dos estoques na
data do cálculo e CMV o valor do montante dos custos das mercadorias vendidas em 360 dias.
Aplicando-se a fórmula 360xE/CMV encontra-se a quantidade de dias em que o total
dos estoques são renováveis.
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O conceito de ciclo operacional "Matarazzo" (2003). Afirma que seria a soma dos
prazos PMRV + PMRE, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda
da mercadoria evidenciando o prazo de investimento. Tomando-se por base esse modelo de
cálculo encontrou-se em 2008 o total de 122,32, ou seja, a empresa recebe o estoque (entrada
da nota fiscal geradora do ICMS/ST), vende, recebe a venda e paga os tributos dessa venda
em 122,32 dias.
PRAZOS MÉDIOS
PMRE = 360 . E = 360 . 43.315.258,15 = 105,56 360 . 9.682.392,00 = 27,54 merc. p/revenda
2008 122,32
2007 56,31
PAGAMENTO DO ICMS/ST
2008 COP=ICMS/ST*taxa aplicação do período Aplicação = 1,5% por 30 dias ou 0,05% ao dia
Sendo assim, nesta simulação verifica-se o impacto que houve no fluxo de caixa em
2008, pois ao invés de prejuízo de R$ 1.742.187,88 houve um saldo disponível de R$
446.955,23, a empresa teria um resultado positivo de R$ 1.532.049,21 e um saldo de caixa
equivalente de R$ 3.721.192,32.
Tomando-se por base esses conceitos encontramos que o valor das compras em 360
dias da empresa foi de R$ 181.357.986,48, aplicando-se a alíquota de 10,03% de ICMS/ST a
essas compras, obtêm-se o valor de R$ 18.190.260,04 desembolsado para pagamento do
ICMS/ST em 45 dias a contar da entrada da mercadoria. Então essa é a base para o cálculo do
custo de oportunidade que gera o impacto deste tributo no fluxo de caixa da empresa.
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
AMORIM, Joao . ICMS – Questões Controvertidas, 2. Ed. Sao Paulo – Ed. Impetus, 2009
_____. Direito Tributário Brasileiro. (Revista e atualizada por Flávio Bauer Novelli). Rio
de Janeiro: Forense, 1981
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61
ANEXOS
63
D E C R E T A:
Art. 1º. O Regime Especial de Tributação, de que trata o § 7º do art. 114 do Regulamento do ICMS,
aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999, com a redação do Decreto nº 25.134, de 02 de
agosto de 2.005, relativo aos contribuintes que realizam operações de saídas interestaduais, respeitará a disciplina
estabelecida neste Decreto.
Art. 2º. Os coeficientes estabelecidos nos incisos I e II do § 6º do art. 114 do Regulamento do ICMS,
aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999, com a redação do Decreto nº 25.134, de 02 de
agosto de 2.005, serão reduzidos na proporção das saídas interestaduais, praticada nos últimos três meses,
observando o seguinte:
I – quando mais de 10% (dez por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:
a) em cinco pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
b) em três inteiros e setenta e cinco centésimos de pontos percentuais no caso do coeficiente aplicado
para produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;
II – quando mais de 15% (quinze por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:
a) em sete pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
b) em cinco inteiros e vinte e seis centésimos de pontos percentuais no caso do coeficiente aplicado para
produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;
64
III – quando mais de 20% (vinte por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:
a) em nove pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
b) em seis inteiros e setenta e seis centésimos de pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado
para produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo.
Art. 3º. Para fazer jus ao disposto no artigo anterior, o contribuinte deverá satisfazer as seguintes
condições:
I – manter, a cada mês, média de recolhimento de ICMS igual ou superior à apurada com base nos
pagamentos efetuados no período de maio, junho e julho de 2005;
II – manter, a cada mês, percentual de recolhimento de ICMS, calculado com base na média dos valores
das suas operações de entradas de mercadorias tributáveis nos três meses anteriores, igual ou superior ao
percentual estabelecido no § 2º, quando o contribuinte, em razão do início de sua atividade econômica ou falta de
movimentação econômica no período de maio, junho e julho de 2005, não se enquadrar no inciso anterior;
III – encontrar-se em situação regular para com suas obrigações junto ao Fisco, nos termos do art. 107
do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999.
IV – possuir autorização da Secretaria da Fazenda, baseada no faturamento dos últimos três meses,
fixando o coeficiente para ser aplicado durante o período de três meses, iniciando no mês subseqüente ao
levantamento, sem prejuízo dos pagamentos das diferenças de ICMS caso a empresa não venha a preencher as
exigências relacionadas ao nível de recolhimento, situação em que deverá ser observado o prazo de vencimento
previsto no art. 107 do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999,
em relação às entradas interestaduais do mês em análise.
§ 1º Para efeito do cumprimento da exigência estabelecida no inciso I deste artigo, considerar-se-á a
média apurada a cada mês, com base no mês em análise e nos últimos dois meses anteriores (média móvel) em
comparação com os valores calculados conforme critérios estabelecidos na parte final do mesmo inciso.
§ 2º Para fins de determinar o percentual de que trata o inciso II deste artigo, considerar-se-á o
percentual de recolhimento praticado pelo setor, resultado da comparação entre os recolhimentos efetuados e às
entradas de mercadorias tributáveis, praticadas no período de maio, junho e julho.
Art. 4º. Ficam prorrogados, até 31 de agosto de 2.005, os regimes especiais relacionados às operações
interestaduais com produtos farmacêuticos, não autorizando essa prorrogação a restituição dos valores
eventualmente recolhidos sem aplicação dos regimes ora prorrogados.
Art. 5º. Fica a Secretaria de Estado da Fazenda autorizada a expedir normas complementares que se
fizerem necessárias à fiel execução deste Decreto.
Art. 6º. Este Decreto entra em vigor entra em vigor na data de sua publicação.
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, em Manaus, 02 de agosto de
2.005. EDUARDO BRAGA
Governador do Estado do Amazonas
JOSÉ ALVES PACÍFICO
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil
ISPER ABRAHIM LIMA
Secretário de Estado da Fazenda
65
DECRETA:
Art. 1º. Os dispositivos adiante especificados do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº
20.686, de 28 de dezembro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art.114......................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
§ 6º Para efeito de cobrança do ICMS devido nas operações com os produtos farmacêuticos indicados
no item 18 do anexo II deste Regulamento, será emitida notificação, observado o disposto no art. 107, aplicando-
se os seguintes percentuais:
I – 20,03% (vinte inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos das Regiões do Sul e
Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
II – 15,03% (quinze inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos das Regiões Norte,
Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;
III – 27,03% (vinte e sete inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos do exterior,
submetidos à alíquota interna de 17% (dezessete por cento);
IV – 11,13% (onze inteiros e trezes centésimos por cento) para os produtos oriundos do exterior,
importados para comercialização com os benefícios do art. 25 da Lei nº 2.826, de 29 de setembro de 2003.
§ 7º Os percentuais definidos no parágrafo anterior poderão ser reduzidos, na proporção das saídas
interestaduais, para os contribuintes que realizam estas operações, mediante regime especial de tributação,
estabelecido em legislação específica.
§ 8º Para fins de recuperação do ICMS incidente na operação do varejista para o consumidor final,
cobrado por intermédio do regime da substituição tributária, o distribuidor deverá observar o seguinte:
a) calcular o valor do imposto a ser recuperado, que corresponderá ao valor resultante da aplicação de
três inteiros e quatro décimos por cento sobre o preço deste para o varejista;
b) lançar o valor do imposto a ser recuperado no campo da Nota Fiscal destinado à cobrança do
ICMS/Substituição Tributária;
c) fazer constar no corpo da Nota Fiscal de que trata a alínea anterior a expressão “RECUPERAÇÃO
DO ICMS – Art. 114, § 8º, II, b, do RICMS.
“Art.115........................................................................................................................................
§ 3º Tratando-se de produtos farmacêuticos, o contribuinte deverá adotar os seguintes procedimentos,
em substituição ao disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso II do caput, para fins de recuperação de crédito fiscal
de mercadoria “já tributada” :
a) emitirá Nota Fiscal de entrada destacando o valor do ICMS da operação própria destacado no
documento fiscal relacionado à operação de saída;
b) emitirá, caso não adote o procedimento previsto na alínea anterior, uma única Nota Fiscal
englobando o valor total do ICMS das operações próprias ocorridas no período;
c) escriturará a Nota Fiscal de que trata a alínea “a” ou “b” no livro próprio com lançamento do
crédito fiscal nela destacado.
Art. 2º. Fica revogado o artigo 31 do Regulamento da Lei nº 2.826, de 29 de setembro de 2.003,
pertinente à Política Estadual de Incentivos Fiscais e Extrafiscais e aprovado pelo Decreto nº 23.994, de 29 de
dezembro de 2003.
Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo eus efeitos a de 1º. de
agosto de 2005.