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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS


PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU” EM
CONTABILIDADE E CONTROLADORIA – PPG-CCF

O IMPACTO DO ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO


FLUXO DE CAIXA EM CURTO PRAZO EM UMA EMPRESA
DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

ADENES TEIXEIRA ALVES

MANAUS
2010
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU” EM
CONTABILIDADE E CONTROLADORIA – PPG-CCF

ADENES TEIXEIRA ALVES

O IMPACTO DO ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO FLUXO DE


CAIXA EM CURTO PRAZO EM UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA
DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


graduação “Stricto Sensu” em Contabilidade e
Controladoria - PPG-CCF da Universidade
Federal do Estado do Amazonas - UFAM,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Contabilidade e
Controladoria, na área de concentração
Contabilidade Tributária e subárea
Contabilidade Financeira.

Orientador: Prof. Dr. MILANEZ SILVA DE SOUZA

MANAUS
2010
Ficha Catalográfica
(Catalogação realizada pela Biblioteca Central da UFAM)

Alves, Adenes Teixeira


O impacto do ICMS substituição tributária no fluxo de caixa em
curto prazo em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos
/ Adenes Teixeira Alves. - Manaus: UFAM, 2010.
66 f.; il.
Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Controladoria) ––
Universidade Federal do Amazonas, 2010.
Orientador: Prof. Dr. Milanez Silva de Souza
1. Fluxo de caixa 2. Contabilidade tributária 3. Direito tributário
I. Souza, Milanez Silva de II. Universidade Federal do Amazonas III.
Título
CDU 351.713(043.3)
ADENES TEIXEIRA ALVES

O IMPACTO DO ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NO FLUXO DE


CAIXA EM CURTO PRAZO EM UMA EMPRESA DISTRIBUIDORA
DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


graduação “Stricto Sensu” em Contabilidade e
Controladoria - PPG-CCF da Universidade
Federal do Estado do Amazonas - UFAM,
como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Contabilidade e
Controladoria, na área de concentração
Contabilidade Tributária e sub-área
Contabilidade Financeira.

Aprovada em 01 de março de 2010.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________
Prof. Dr. Milanez Silva de Souza - Orientador
Universidade Federal do Amazonas

_____________________________________________
Prof. Dr. Manoel Martins do Carmo Filho - Membro
Universidade Federal do Amazonas

_________________________________________________
Prof. Dr. José Alberto da Costa Machado – Membro Externo
Universidade Federal do Amazonas
Dedico este trabalho aos meus pais, Jocimar Alves e
Raimunda Teixeira Alves, pela realização de mais um
sonho.
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, o Senhor todo poderoso e Soberano que me tem
agraciado com sua presença fiel, constante em minha vida. E nele que me sustenta e ampara com
muito afeto, que me proporcionou também a graça da minha vida deixando-me viver após um
acidente cirúrgico de alta complexidade.
A minha querida Mãe do Céu Nossa Senhora do Perpetuo Socorro, por toda intercessão e
carinho para comigo!
A meus pais que contribuíram com a base da minha educação, dando condições para que
hoje, eu possa estar concluindo o curso de mestrado.
Agradeço aos meus colegas, Juscelino Nery, Valcimeiri, Oton Lira, Josenaldo e Antonio
Colares, com os quais realizei vários trabalhos no transcorrer do curso, e assim foram peças
importantes no resultado do meu trabalho.
Agradeço ao meu orientador, Prof. Milanez, que durante todo o trabalho me deu
liberdade de pensar e buscar meus objetivos, colaborando de forma fundamental na definição dos
caminhos deste trabalho. Também, agradeço a Professores Luis Soares, Miguel Negreiros e
Mariomar Sales de Lima, na qual contribuíram em várias etapas do trabalho para alcançar os
resultados obtidos.
Agradeço aos meus filhos, que mesmo não entendendo exatamente o que eu estava
fazendo, aceitaram e compreenderam minha ausência com as viagens percorridas para a
elaboração deste trabalho, e eles estavam me esperando com muitos carinho e afeto.
Agradeço a todos os professores pela contribuição e enriquecimento dado através do
compartilhamento de seus conhecimentos.
Por fim, quero agradecer a pessoa mais importante neste período todo, a minha esposa,
Tereza que foi fundamental para que eu pudesse chegar ao final do curso e tê-lo concluído em
menor tempo, pois ela cuidou dos nossos filhos, de nossa casa e de todas as nossas coisas durante
todo o transcorrer do curso, tendo que abrir mão de pretensões dela, para poder dar condições
para que eu pudesse chegar ao final deste trabalho.
Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, Deus não
muda, a paciência a tudo alcança, quem a Deus tem, nada
lhe falta, só Deus Basta!
(Santa Tereza d’Ávila)

`
RESUMO

A substituição tributária do ICMS atribui a terceiro a responsabilidade pela retenção e


recolhimento do imposto devido em operação ou prestação, realizada no campo de incidência
do imposto, da qual decorre o fato gerador, isto é, o ICMS que seria devido em cada etapa da
cadeia produtiva passa a ser exigido antecipadamente do substituto tributário, sendo o
primeiro da cadeia: indústrias, importadores e em alguns casos, distribuidores. Neste contexto,
esse estudo propõe uma análise nos conteúdos reunindo os embasamentos teóricos e
empíricos como aportes de indagar sobre a substituição tributária e a ferramenta contábil
Demonstração do Fluxo de Caixa sob o novo conceito contábil seguindo os padrões da nova
contabilidade. A presente pesquisa tem como intenção analisar os principais impactos
decorrentes da adoção desse regime sobre a capacidade financeira no fluxo de caixa a partir
do custo de oportunidade em sua antecipação no ciclo operacional das empresas enquadrados
nesta sistemática. Para tanto, realizou-se um estudo de caso em uma empresa comercial
distribuidora de produtos farmacêuticos, com intuito de proporcionar uma discussão acerca da
extensão do citado regime. Para a fundamentação e estruturação metodológica deste estudo,
realizou-se uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa. Para tanto,
foram coletados, por meio de uma pesquisa de levantamento, os balanços patrimoniais dos
anos de 2007 e 2008 com a demonstração do resultado do exercício inerente ao processo.
Esses dados referem-se aos níveis de prazos médios de pagamento em relação ao custo de
oportunidade compreendidos no período da pesquisa. O presente estudo demonstrou o
impacto no seu fluxo de caixa da empresa levando-se em consideração que para o valor
desembolsado seria aceitável e possível uma aplicação financeira dentro do período da
pesquisa. Tal valor, conceitualmente, pode ser lido como o impacto do ICMS/ST no ciclo
operacional da empresa, ainda, aceito também como uma forma de penalização indireta da
tributação, pois a empresa deixa de receber esse recurso nas condições aplicadas
especialmente nesse regime.

Palavras-chaves: Substituição Tributária ICMS; Demonstração do Fluxo de Caixa;


Metodologia do Fluxo de Caixa; Contabilidade Tributária.
ABSTRACT

The replacement of the ICMS tax attributes the third responsibility for the withholding and
withdrawal of tax due in operation or provision, made in the field of tax incidence, which
results in a taxable event, ie sales tax due by each step of the chain production shall be
required in advance of the replacement tax, the first of the chain: industry, importers and in
some cases, distributors. In this context, this study proposes to review the contents together
the theoretical and empirical contributions as to inquire about the replacement tax and
accounting tool Statement of Cash Flows under the new accounting concept following the
new accounting standards. This research is intended to analyze the main impacts arising from
the adoption of the scheme of financial cash flow from the opportunity cost in its anticipation
in the operating cycle of companies that meet this systematically. Therefore, there was a case
study in a commercial distributor of pharmaceuticals, aiming to provide a discussion about the
extent of the arrangements. For methodological reasons and structure of this study, there was
a descriptive study with qualitative and quantitative approach. Therefore, were collected
through a research survey, the balance sheets of the years 2007 and 2008 with the statement of
income for the year of the running. These data refer to levels of average payment in relation to
the opportunity cost included in the study period. This study demonstrated the impact on your
cash flow the company taking into account that for the amount disbursed would be acceptable
and possible financial investment in the research period. This value, conceptually, can be read
as the impact of VAT / ST in the operating cycle of the company also accepted as a way of
penalty indirect taxation, because the company does not receive this action under the
conditions applied in this particular scheme.

Keywords: Tax Replacement ICMS Statement of Cash Flows; Methodology Cash Flow, Tax
Accounting.
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Método da demonstração do fluxo de caixa pelo método direto


Figura 02 – Método da demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto
Figura 03 – Plano de conta resumido
Figura 04 - Demonstração do Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CMV ................................. Custo da Mercadoria Vendida


COFINS ..............................Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
CONFAZ ........................... Conselho Nacional de Política Fazendária
CPC ................................... Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CRFB/1988 .........................Constituição da Republica Federativa do Brasil
CTE ....................................Código Tributário do Estado do Amazonas
CTN ....................................Código Tributário Nacional
DFC.....................................Demonstração do Fluxo de Caixa
DOAR .................................Demonstrações e origens de aplicação de recursos.
FASB ..................................Financial Accouting Standards Board
IASB ...................................International Accounting standards Board
IBRACON ...........................Instituto Brasileiro de Contadores
ICMS ...................................Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
IFRS ....................................International Financial Reporting Standard
NPC .....................................Normas e Procedimentos Contábeis
PIS ......................................Programa de Integração Social
PMRE ................................. Prazo médio de rotação do estoque
PMRV ................................ Prazo médio de recebimento de vendas
RICMS ................................. Regulamento do imposto sobre a circulação de mercadorias
e serviços de transportes interestadual e intermunicipal de comunicação.
ST ........................................Substituição Tributaria
STF ......................................Supremo Tribunal Federal
V ..........................................Vendas Anuais
SUMARIO
INTRODUÇÃO___________________________________________________________ 12
FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ___________________________________________ 13
OBJETIVOS__________________________________________________________ 14
GERAL___ ______________________________________________________________ 14
ESPECÍFICOS ___________________________________________________________ 14
JUSTIFICATIVA_________________________________________________________ 15
2 REVISAO DE LITERATURA _____________________________________________ 16
2.1 Substituição Tributária: Conceito __________________________________________ 18
2.2 Substituição Tributária: conforme o § 7 do Artigo 150 da CRFB/1988______________19
2.3 Contribuinte substituto: definição___________________________________________21
2.4 Contribuinte substituído: definição__________________________________________22
2.5 A regra geral do ICMS/Substituição Tributária_________________________________23
2.6 Substituição Tributária e restituição/ressarcimento de valor pago _________________ 25
2.7 Margem de Valor Agregado aplicado ao ICMS/ST no Estado do Amazonas_________ 28
2.8 Demonstrações do Fluxo de Caixa: DFC_____________________________________ 28
2.8.1 Conceituações________________________________________________________ 29
2.8.2 Abordagens sobre a Demonstração do Fluxo De Caixa_________________________30
2.9 Elementos de Aplicabilidades da DFC _______________________________________34
2.9.1 Objetivos do Fluxo de __________________________________________________ 34
2.9.2 Finalidades___________________________________________________________ 34
2.9.3 O fluxo de caixa como ferramenta de gerenciamento e tomada de decisão__________35
2.9.4 Método Direto_________________________________________________________35
2.9.5 Método Indireto _______________________________________________________ 39
2.10 O Ciclo Financeiro e o Ciclo Operacional ___________________________________ 42
2.11 - Custo de oportunidade conceituações _____________________________________ 43
3. METODOLOGIA _______________________________________________________ 45
3.1 Estudo de Caso ________________________________________________________ 46
3.2 Caracterização da Empresa _______________________________________________ 47
3.3 Técnicas e Procedimentos Metodológicos – Coleta de Dados ____________________ 47
3.3.1 Aplicação da alíquota prevista para o ICMS/ST______________________________ 48
3.3.2 O desconto de em dias da base do ciclo operacional___________________________ 48
4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS _______ 49
4.1 O valor do ICMS/ST desembolsado em um período de 360 dias___________________ 53
4.2 O Custo de Oportunidade - Aplicação ao desembolso antecipado do ICMS/ST_______ 53
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES_____________________________________ 54
REFERÊNCIAS E OBRAS CONSULTADAS___________________________________ 57
ANEXOS________________________________________________________________ 62
Decreto nº 25.135, de 02 de agosto de 2.005_____________________________________ 63
Decreto nº 25.134, de 02 de agosto de 2.005 ____________________________________ 66
INTRODUÇÃO

Examinar a carga tributária brasileira imposta sobre as empresas é assunto cada vez
mais desafiante, para especialistas contabilistas, tributarista e pela academia, em face da
complexidade subjacente a temática da questão, causada pela legislação fiscal e das ações dos
entes governamentais que implacavelmente aumentam o elenco de tributos com novos
impostos e/ou reajustando os índices porcentuais daqueles já existentes, sob o patrocínio do
ordenamento jurídico pátrio e comparado.
Por tal quadro, deduz-se que a classe empresarial conta com a ajuda dos
pesquisadores, para e de forma legal e técnica-científica, ser servido com ferramentas
metodológicas que tenham como finalidades contribuir para um gerenciamento estratégico
eficiente (rentabilidade) e/ou ineficiente (perdas) do seu negócio, entre outros, no seu fluxo de
caixa.
Adota-se essa visão, pois o contribuinte-gestor enfrenta o custo tributário nas
operações com o Regime Fiscal ICMS/ST determinado para a venda de produtos/serviços às
empresas pelos Fiscos Estaduais. Nesse sentido, para que possa administrar o desembolso de
recursos com os custos tributários, dentro da legalidade, alimente o fluxo de caixa, ganhe
vantagem competitiva frente a seus concorrentes, ofereça prazos mais longos nas vendas e
consolide seus market share e atinja os objetivos do empreendimento, esta pesquisa, propõe
alternativas como recursos gerenciais ao contribuinte-empresário, em que, recorreu-se às
abordagens científicas disponíveis, entre as quais, a Teoria do fluxo de caixa com um modelo
testado teórico-empiricamente e comprovado no presente estudo.
Para tanto se ressalta que o Estado, com o intuito de propiciar um aproveitamento
mais eficaz na receita tributária, instrumentaliza mecanismos que assegurarem uma
arrecadação mais eficiente e que ao mesmo tempo facilitem a fiscalização do cumprimento
das obrigações tributárias por parte dos seus órgãos arrecadadores. Com esse intuito foi
instituído o regime de substituição tributária cujo propósito é evitar a postergação do
recolhimento do tributo, o que dificultaria a ação fiscalizadora.
12

Assim desde a sua regulamentação, no inicio dos anos 90, o regime de substituição
tributária para frente tem sido objeto de estudo seja pelos tributaristas, seja pelos
contribuintes, já que a cobrança do imposto é feita de forma antecipada em relação às
operações futuras e incertas.
Trata-se da transferência de responsabilidades por obrigações tributárias de terceira
pessoa que, embora não tenha praticado o fato gerador, tem vinculação indireta com o real
contribuinte e é denominado de substituto tributário. A referida sistemática abrange dentre
outros tributos: o Programa de Integração Social (PIS), a Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social (COFINS), e o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS). Esse último adota a figura do responsável por substituição a quem é atribuída à
responsabilidade de apurar e recolher o ICMS devido por outros contribuintes, tipificado nos
artigos 109 e 110 do RICMS-AM (regulamento do imposto sobre a circulação de mercadorias
e serviços), sendo responsável pela cobrança e recolhimento do ICMS por substituição, na
condição de sujeito passivo por substituição, com obrigação de reter o imposto devido nas
operações a serem realizadas pelos adquirentes, assim como o imposto proveniente da
prestação de serviços, como dispuser a legislação tributária.
Neste sentido a substituição tributária é a maneira mais eficaz encontrada pelos
Estados de cobrar e fiscalizar o ICMS relativos a produtos que se concentram na fase
industrial, com venda a varejo extremamente diluída. Dessa forma, o Fisco combate a venda
triangulada do produto com o fim exclusivo de pagar menos ICMS.
No caso específico do Estado do Amazonas, os produtos sujeitos a substituição
tributária do ICMS são. (Cimentos, fumo, combustíveis e lubrificantes, material elétrico,
tintas e vernizes, motocicleta, bebidas alcoólicas como, a cerveja, o chope, refrigerantes, água
mineral ou potável e gelo, produtos farmacêuticos e demais produtos elencados no anexo II do
RICMS-AM (regulamento do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços de
transportes interestadual e intermunicipal de comunicação). Todavia, há intenções de se
expandir o regime as demais mercadorias objetivando uma forma de adoção de um sistema de
gerenciamento com o intuito de propiciar um aproveitamento mais eficaz na receita tributária
do Estado.
13

Todavia ressalta-se que, para o caso de produtos farmacêuticos o ICMS substituição


é calculado na fonte, ou seja, a indústria realizará a apuração do seu ICMS próprio e, por
conseguinte na forma do regime de substituição reterá na fonte de seu cliente com a obrigação
de repassar ao fisco. Como se observa o montante do ICMS é desembolsado pelo contribuinte
substituto poderá impactar na capacidade financeira de curto prazo das empresas que fabricam
e comercializam estes produtos.
Ante a essa constatação, o presente trabalho têm como propósito analisar os
principais impactos decorrentes da adoção dessa sistemática sobre a capacidade financeira no
fluxo de caixa a partir do custo de oportunidade de sua antecipação no ciclo operacional de
empreendimento enquadrados no citado regime. Para tanto, realizar-se-á um estudo de caso
em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos, com vistas a proporcionar uma
visão ampliada dos aspectos que o cercam, de modo a contribuir com uma discussão acerca da
extensão do citado regime aos demais tipos de produtos.
Procura-se, então, resposta a seguinte indagação: qual o impacto do ICMS em
substituição tributária instituído pela Lei complementar Estadual 19/97 Código Tributário do
Estado do Amazonas, no fluxo de caixa a partir do custo de oportunidade de sua antecipação
no ciclo operacional em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos na cidade de
Manaus (AM)? Tal questão, caso respondida, esclarece aspectos relevantes para o
planejamento de fluxo de caixa das empresas que se enquadram no respectivo regime, assim,
contribuindo de forma específica, com o progresso da ciência contábil.
Nesse contexto o Estado estabelece, através de lei ordinária, as regras para a
tributação das operações relativas à circulação de mercadorias onde se inserem: o
contribuinte, o fato gerador, as alíquotas, bem como as normas para fiscalização por meio de
agentes próprios.
No entanto neste cenário globalizado e cada vez mais competitivo, o fator financeiro
continua sendo um dos principais atrativos para as empresas continuarem sua sobrevivência
no atual cenário empresarial.
Entretanto temos diversos métodos na qual são utilizados pelas empresas que seus
produtos cheguem com a competitividade para o consumidor possa obter.
14

Dessa forma, esta pesquisa está voltada para o estudo da utilização da Contabilidade,
na sua essência, como ferramenta indispensável, necessária e útil as empresas. Há uma
carência de estudos realizados nessa área. Discutir o desembolso realizado pelas empresas
relativo ao ICMS SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÀRIA com certeza não se esgotará com este
trabalho correspondendo esta pesquisa a um esforço no sentido de levar os estudiosos a
reflexões sobre o assunto, induzir os gestores à reflexão sobre a importância de registros
contábeis adequados e fidedignos, assim como as autoridades fazendárias a despertarem para
a ênfase que deve ser dada a este instrumento, diante dos diversos tipos de fatos ocultos na
contabilidade, geradores do ICMS, que serão abordados adiante.

Objetivos

Geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o impacto do ICMS em substituição
tributária no fluxo de caixa em uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos na
cidade de Manaus (AM).

Específicos

a) Conhecer os diplomas legais e relativos à substituição tributária do ICMS.


b) Conceituar e analisar o ciclo operacional e o custo de oportunidade em antecipação
do ICMS Substituição Tributária no fluxo de caixa aplicado a uma empresa comercial
distribuidora de produtos farmacêuticos na cidade de Manaus (AM);
c) Realizar estudos do impacto do ICMS em substituição tributária no fluxo de caixa de
por meio do cálculo do custo de oportunidade em sua antecipação no ciclo operacional de
uma empresa distribuidora de produtos farmacêuticos na cidade de Manaus (AM).
15

Justificativa

O regime de substituição tributária tem o escopo de modificar a característica do


ICMS de um imposto plurifásico, ou seja, em varias cadeias produtivas, em um imposto
monofásico para uma cadeia produtiva, facilitando assim sua fiscalização e simplificando sua
arrecadação, uma vez que concomitantemente a sua exigibilidade recai em uma só pessoa, o
contribuinte substituto, na qual se propõe analisar este impacto no fluxo de caixa das
empresas comerciais no segmento de produtos farmacêuticos.
Com esse propósito a Demonstração do Fluxo de Caixa é a peça contábil na qual foi
desenvolvida para auxiliar no gerenciamento do fluxo de caixa. E para a confecção de tal
demonstração é necessário que se escolha um método a ser utilizado na composição do fluxo
de caixa operacional.
Porém em virtude da aprovação da lei n. 11.638/07 que trouxe profundas alterações
na Lei n. 6.404/76, desde 01 de janeiro de 2008 a publicação da Demonstração de Fluxo de
Caixa (DFC) tornou-se obrigatória para as sociedades anônimas, exceto para a companhia
fechada com patrimônio liquido, na data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões
de reais), lei n. 6404/76, artigo 176, § 6º.
Igualmente, a relevância do fato da adoção do regime de substituição tributária
adotado pelo Estado implica basicamente em cinco aspectos: maior vigilância do Fisco acerca
do recolhimento do imposto que é exercido sobre um número reduzido de contribuintes e não
nos inúmeros locais de venda; antecipação do pagamento do ICMS ao importador, ao
fabricante ou na entrada do território do Estado; incidência do ICMS sobre o estoque com
base de cálculo presumida no preço do varejo; aumento da carga tributária para empresas
comerciais; definição da cobrança do ICMS para atacado e varejo, já que não se admite
crédito nem débito de ICMS nas operações posteriores, salvo raras exceções, torna-se
pertinente uma pesquisa cientifica sobre o tema proposto.
Os conteúdos que constituem a estrutura deste estudo, além do capitulo em
apresentação, elencam mais 4 (quatro). Na seguinte, sob o enunciado de Revisão de Literatura
(Seção 2), reúnem-se os embasamentos teóricos e empíricos como aportes de aprofundamento
sobre a Substituição Tributária, ICMS/ST e a ferramenta contábil Demonstração do Fluxo de
Caixa. Na 3 (três) a metodologia da pesquisa sistematizando o método utilizado. Na 4 (quatro)
a apresentação da análise e interpretação dos resultados tendo a empresa como objeto do
estudo e a aplicação do modelo teórico-metodológico combinado com as análises
qualiquantitativas. Por última, a 5 (quinta) com a conclusão e recomendações.
16

2 REVISAO DE LITERATURA

O regime fiscal de substituição tributária embora tenha alcançado conotação


constitucional a partir de 1988, não constitui inovação jurídica. Há muito já existe, cabendo
uma rememoração legislativa na linha do tempo a fim de mostrar sua evolução.
A introdução da substituição tributária no Direito brasileiro ocorreu através do
Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172/66), que em sua redação originária (art. 58, § 2º, II)
já previa autorização para atribuir a condição de responsável ao industrial ou comerciante
atacadista, quanto ao imposto devido pelo comerciante varejista, mediante acréscimo, ao valor
do produto a ele vendido, de porcentagem não excedente de 30% (trinta por cento) que a lei
estadual fixar.
Não obstante o Ato Complementar nº 34, de 30/01/67, renovou a redação do inciso II
do § 2º, que assim passou a dispor:

II - ao industrial ou comerciante atacadista, quanto ao imposto devido por


comerciante varejista, mediante acréscimo:
a) da margem de lucro atribuída ao revendedor, no caso de mercadoria com preço
máximo de venda no varejo marcado pelo fabricante ou fixado pela autoridade
competente.
b) de percentagem de 30% (trinta por cento) calculada sobre o preço total cobrado
pelo vendedor, neste incluído, se incidente na operação, o imposto a que se refere o
art. 46, nos demais casos.

Sendo que esse dispositivo legal na qual foi revogado pelo art. 13 do Decreto - lei n°
406, de 31/12/68.
Por conseguinte, a Lei Complementar nº 44, de 07/12/83, acrescentou parágrafos aos
arts. 2º 3º e 6º do Decreto-Lei n. 406/68, estabelecendo, novamente, sobre a chamada
substituição tributária progressiva.
Nesta substituição tributária progressiva à lei atribui à condição do responsável
tributário ao industrial, ao comerciante atacadista e ao produtor relativo ao recolhimento do
imposto na qual atribui à base de cálculo do imposto.
Define ainda a lei estadual o montante do imposto devido pelo contribuinte, e a
margem de lucro estimada atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias com preço de
venda, máximo ou único, marcado pelo fabricante definidos pela autoridade competente.
17

Portanto, segue a nova redação da lei complementar n° 44 conforme sua publicação


no diário oficial.

Eis os parágrafos acrescentados:

Art. 2º [...]
§ 9º - Quando for atribuída a condição de responsável ao industrial, ao comerciante
atacadista ou ao produtor, relativamente ao imposto devido pelo comerciante
varejista, a base de cálculo do imposto será:
a) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem estimada
de lucro do comerciante varejista, obtida mediante aplicação de percentual fixado
em lei sobre aquele valor;
b) o valor da operação promovida pelo responsável, acrescido da margem de lucro
atribuída ao revendedor, no caso de mercadorias com preço de venda, máximo ou
único, marcado pelo fabricante ou fixado pela autoridade competente.
§ 10 - Caso a margem de lucro efetiva seja normalmente superior à estimada na
forma da alínea a do parágrafo anterior, o percentual ali estabelecido será substituído
pelo que for determinado em convênio celebrado na forma do disposto no § 6º do
artigo 23 da Constituição Federal.
Art. 3º [...]
§ 7º - A lei estadual poderá estabelecer que o montante devido pelo contribuinte, em
determinado período, seja calculado com base em valor fixado por estimativa,
garantida, ao final do período, a complementação ou a restituição em moeda ou sob
a forma de utilização como crédito fiscal, em relação, respectivamente, às quantias
pagas com insuficiência ou em excesso.
Art. 6º [...]
§ 3º - A lei estadual poderá atribuir a condição de responsável:
a) ao industrial, comerciante ou outra categoria de contribuinte, quanto ao imposto
devido na operação ou operações anteriores promovidas com a mercadoria ou seus
insumos;
b) ao produtor, industrial ou comerciante atacadista, quanto ao imposto devido pelo
comerciante varejista;
c) ao produtor ou industrial, quanto ao imposto devido pelo comerciante atacadista e
pelo comerciante varejista;
d) aos transportadores, depositários e demais encarregados da guarda ou
comercialização de mercadorias.
§ 4º - Caso o responsável e o contribuinte substituído estejam estabelecidos em
Estados diversos, a substituição dependerá de convênio entre os Estados
interessados.
18

E em 1988, a Constituição Federal ordenou, em seu art. 155, § 2º, XII, “b”, que a
substituição tributária seria normatizado por lei complementar, e por força do art. 34, § 8º, do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) foi regulamentado pelo Convênio
nº 66/88, que tinha força de lei complementar.
Por ultimo, a Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93, acrescentou o § 7º ao art. 150
da CF, nesses termos:

Art. 150 [...]

§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de


responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurado a imediata e preferencial restituição da quantia
paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

2.1 Substituição Tributária: conceito

A substituição tributária pode ser conceituada como regime pelo qual se atribui a
outro contribuinte a responsabilidade pelo ICMS devido em relação às operações ou
prestações de serviços.
Assim dispõe a li complementar nº 87 (Lei Kandir/1996)

Art. 6º. Lei estadual poderá atribuir a contribuinte do imposto ou a depositário a


qualquer título a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que assumirá a
condição de substituto tributário.

Conforme entendimento de Melo (1997):

[...] trata-se a substituição de imputação de responsabilidade por obrigação tributária


de terceiro que não praticou o fato gerador, mas que tem vinculação indireta com o
real contribuinte. O substituto tem que decorrer naturalmente do fato imponível, da
materialidade descrita (hipoteticamente) na norma jurídica, não podendo ser
configurado por mera ficção do legislador. Deve inserir-se em uma realidade do
sistema jurídico, permeada pelos princípios da segurança, certeza e do direito de
propriedade, uma vez que o patrimônio das pessoas só pode ser desfalcado por fatos
efetivamente realizados, e que contenham ínsita capacidade contributiva.
19

Em sentido diverso, Becker (1998) defende que o terceiro ao qual se estabelece a


responsabilidade é escolhido pela vontade do legislador, não importando o vinculo com o fato
gerador. E assim teoriza:

[...] existe substituto legal tributário toda vez que o legislador escolher para sujeito
passivo da relação jurídica tributária um outro qualquer indivíduo, em substituição
daquele determinado indivíduo de cuja renda ou capital a hipótese é signo
presuntivo: o legislador escolheu para sujeito passivo da relação jurídica tributária
um outro qualquer indivíduo que é o substituto legal tributário.

Sendo necessário pode-se ressaltar que o instituto da substituição tributária tem


fundamento em três importantes motivos que atendem aos interesses da Fazenda Pública,
quais sejam: a dificuldade em fiscalizar contribuintes extremamente pulverizados; a
necessidade de evitar a evasão fiscal ilícita através da concentração da fiscalização; e a
utilização do instituto a fim de agilizar a arrecadação e por conseqüência acelerar a
disponibilidade dos recursos

2.2 Substituição Tributária: Conforme o § 7º do artigo 150 da CRFB/1988

A Emenda Constitucional nº 03/93, estabelecendo a redação do art. 150, § 7º,


determinou a restituição imediata e preferencial do ICMS no caso de não ocorrência do fato
gerador presumido.
Assim normatiza o art. 150, § 7º da Constituição Federal:

§ 7.º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de


responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia
paga, caso não se realize o fato gerador presumido.

O dispositivo constitucional acima mencionado não criou o direito à restituição na


hipótese de não-ocorrência do fato imponível presumido.
O CTN, que data de 1966, já previa em seu art. 165 o direito do sujeito passivo à
restituição total ou parcial do tributo, independentemente de prévio protesto e da forma de
pagamento, até mesmo nos casos de erro no cálculo do montante devido.
Neste sentido dispõe o art. 165 do CTN:
20

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:
I – [...]
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento.

Percebe-se que o CTN assegura o direito à restituição do imposto indevidamente


pago, seja pela não-ocorrência do fato gerador presumido, seja pela ocorrência em valor
inferior ao presumido no regime de substituição tributária.
Ao incluir o § 7º no art. 150 da Carta Magna o constituinte derivado objetivou
distinguir a restituição em caso de não-ocorrência do fato gerador presumido, que passou a ser
imediata e preferencial, da restituição nos demais casos, que continua ocorrendo pelas vias
normais.
Ressalte-se o cauteloso posicionamento de Baleeiro (1997), segundo o qual “o
Supremo Tribunal Federal haverá de fixar limites ao § 7º do art. 150, excessivamente amplo e
violador do princípio da capacidade econômica, o qual somente se pode medir no momento da
ocorrência do fato jurídico, que é fato signo presuntivo de riqueza (nem antes, nem depois)”.

A Lei Complementar nº 87/96, estabeleceu em seu art. 10:

Art. 10. É assegurado ao contribuinte substituído o direito à restituição do valor do


imposto pago por força da substituição tributária, correspondente ao fato gerador
presumido que não se realizar.
§ 1º Formulado o pedido de restituição e não havendo deliberação no prazo de
noventa dias, o contribuinte substituído poderá se creditar, em sua escrita fiscal, do
valor objeto do pedido, devidamente atualizado segundo os mesmos critérios
aplicáveis ao tributo.
§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, sobrevindo decisão contrária irrecorrível, o
contribuinte substituído, no prazo de quinze dias da respectiva notificação,
procederá ao estorno dos créditos lançados, também devidamente atualizados, com o
pagamento dos acréscimos legais cabíveis.
21

Conforme Amorim (2009), a distinção entre a restituição feita quando não ocorrido o
fato gerador presumido da restituição do fato gerador a menor se baseia no simples fato de
que a primeira é passível de simples comprovação, enquanto que a segunda requer maior
análise para se evidenciar, como levantamentos contábil-fiscais, envolvendo entradas de
mercadorias e a relação entre a base de cálculo sobre a qual foi realizada a antecipação do
imposto e o preço efetivo da venda.

2.3 Contribuinte substituto: definição

Ocorre a substituição quando o legislador, ao definir a hipótese de incidência


tributária, define como sujeito passivo da relação tributária a futura pessoa a ela diretamente
relacionado, embora o fato seja indicador de capacidade contributiva de outros, aos quais, em
princípio, poderia ser imputado o dever de pagar, e que, por arcarem com o ônus financeiro do
tributo, são denominados, na prática, contribuintes de fato.
Cumpre asseverar, que a doutrina ainda não logrou fixar bases sólidas no que
concerne à natureza jurídica do substituto tributário. Colhendo de obra publicada por
Nogueira (1989), podemos resumir algumas das teorias existentes:
a) Intermediário que cobra o imposto por conta do Estado ou órgão de cobrança da
Administração Pública;
b) Forma especial de execução contra terceiros;
c) Representante ex lege;
d) Manifestação da categoria mais geral da substituição, que teria ampla aplicação no
direito substancial, como no direito processual;
e) Indicação passiva de pagamento, uma vez que o substituto seria um terceiro que
atuaria apenas no momento executivo, não colocando a relação jurídica tributária, em
que figura como sujeito passivo o contribuinte (substituído);
f) Negativa da existência do substituto, o qual seria um verdadeiro contribuinte, uma vez
que o fenômeno da substituição pertenceria a um momento pré-jurídico, quando o
legislador escolhe quem deve ser o titular da obrigação tributária. Não existe
substituição, mais simples critério de atribuição de sujeito passiva;
g) O contribuinte substituto é uma figura típica do Direito Tributário. Por fim, proclama o
autor, com apoio em Becker (1998) ser “o substituto legal tributário um exemplo
típico do processo técnico que utiliza a ficção como elemento estruturador da regra
jurídica”.
22

Levando em conta o direito brasileiro, a doutrina pátria qualifica o substituto como


responsável tributário, fruto da distinção. Teria o código seguido essa orientação doutrinária e,
portanto, apenas se poderia incluir o substituto, em nosso ordenamento positivo, na regra
geral aplicada para os responsáveis percebendo-se, ademais, que a lei definidora de normas
gerais em matéria tributária dele não cuidou especificamente. Conclui-se que nessa linha de
raciocínio, o substituto seria responsável por dívida alheia.
No pensar de Becker (1998), o substituto legal tributário é uma espécie do gênero na
exploração do contribuinte “de jure”. Este constitui a pessoa que a regra jurídica coloca no
pólo negativo desta relação jurídica tributária, assumindo a posição se sujeito passivo da
mesma.
O fenômeno da substituição opera-se no momento político em que o legislador cria a
regra jurídica, designando outra pessoa qualquer para substituir aquela de cuja renda a
hipótese de incidência é fato-signo presuntivo.
Seguindo a mesma trilha e partindo da concepção do substituto como um
contribuinte por ficção, Nogueira (1989), “é incisivo ao alertar para que se desfaça a
imprecisão conceptual de ficar o substituto como um tipo de responsável incluído no campo
da sujeição passiva indireta”.
O contribuinte substituto, em sua visão, é o sujeito passivo a quem a lei atribui a
ocorrência de fato gerador de forma direta, utilizando-se da técnica de ficção, fato esse que
estar relacionado à outra pessoa que não menciona. Mesmo este não estando relacionado
diretamente com o fato gerador, para efeito da lei, o substituto é quem extrai proveito
econômico desse fato. No instante em que a lei confere ao substituto a titularidade do fato
gerador, concedendo-lhe a condição de contribuinte direto ao eliminar o liame com o
substituído, a dívida paga pelo substituto é de natureza própria.

2.4 Contribuinte substituído: definição

Contribuinte é aquele que participa da circulação de mercadoria que teve seu imposto
recolhido antecipadamente na origem pelo contribuinte substituto.
O contribuinte que receber, tanto nas operações intra-estaduais como interestaduais,
produto sujeito à substituição tributária, sem que tenha sido recolhido o imposto devido na
operação anterior, é considerado, por força de lei, solidariamente responsável pela retenção do
imposto que deveria ter sido recolhido
23

Em relação às operações ou prestações antecedentes, nos casos de responsabilidade


tributária, o imposto devido por tais operações ou prestações será pago pelo responsável
quando:
a) da entrada ou recebimento da mercadoria ou serviço;
b) da saída posterior por ele promovida, mesmo que isenta ou não-tributada;
c) ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do fato
determinante do pagamento do imposto.

2.5 A regra geral do ICMS/Substituição Tributária

O regime de substituição tributária é amplamente utilizado pelos Estados e pelo


Distrito Federal, e caracteriza-se pelo fato de lei atribuir a um terceiro, vinculado ao fato
gerador do ICMS, a responsabilidade pela retenção e pagamento do imposto que seria devido
pelo contribuinte que realizou aquele fato.
Conforme artigo 6º da Lei Complementar Federal nº 87/1996, lei estadual poderá
atribuir a contribuinte do imposto a responsabilidade pelo seu pagamento, hipótese em que
assumirá a condição de substituto.
A aplicação da substituição tributária não representa somente um recolhimento
antecipado do ICMS, pois responsabiliza uma terceira pessoa vinculada ao fato gerador a
responsabilidade pelo imposto que seria devido por outro. Ou seja, mesmo não tendo dado
causa à ocorrência do fato gerador, o Fisco cobrará do responsável tributário o imposto que
seria devido pelo contribuinte originário.
Firma-se que o contribuinte responsável pelo imposto sendo devido por outro
(substituto tributário) deve estar atento, sobretudo no que diz respeito aos momentos em que
ficará responsável pelo recolhimento desse imposto, bem como em relação aos demais
procedimentos contidos na legislação.
Serão tratados os aspectos relevantes tanto ao substituto tributário quanto ao
contribuinte substituído.
• Produtos sujeitos ao regime

A competência para definir os produtos que estarão sujeitos ao regime substituição -


tributária cabe ao legislador estadual.
Em relação ao Amazonas, os produtos sujeitos ao regime da substituição tributária
estão previstos no Anexo II do RICMS/AM, quais sejam:
24

Produtos farmacêuticos, tais como: seringas, gaze, esparadrapo, mamadeiras e bicos,


soros, medicamentos, vacinas, fraldas, chupetas, preservativos, vitaminas e provitaminas,
agulhas para seringa, contraceptivos, fio e fita dental, algodão, atadura, absorventes higiênicos
de uso externo ou interno, escovas e pastas dentifrícias, preparações químicas contraceptivas à
base de hormônios ou de espermicidas e preparação para higiene bucal e dentária.
Cabe ressaltar os critérios adotados pelo Estado para a cobrança antecipada do
imposto estão preceituados nos decretos n° 25.134 e 25.135 ambos de 2005, contendo toda a
forma de tributação.

• Base de cálculo para o ICMS/ST e apuração do imposto a ser retido

Na substituição tributária do ICMS a base de cálculo é estabelecida considerando o


valor que será atribuído à venda ao consumidor final, isto é, funda-se em fato gerador fictício.
Assim, para a determinação da base de cálculo nas operações com mercadorias ou serviços
sujeitas à substituição tributária, conforme § 1° do artigo 111 do RICMS/AM, deve-se
verificar a existência do preço final a consumidor, único ou máximo, fixado ou autorizado
pela Secretaria de Fazenda, que também poderá aprovar o preço final sugerido pelo fabricante
ou importador.
Na falta de tais valores para a fixação da base de cálculo, utilizar-se-á a regra
estabelecida no artigo 111 do RICMS/AM. Este dispositivo ordena que a base de cálculo na
substituição tributária será formada pela soma das seguintes parcelas:

Art. 111 [...]


I - o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto
tributário ou pelo substituído intermediário;
II - o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados
ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de serviço;
III - a margem de valor agregado, inclusive lucro, aplicada sobre o somatório
dos incisos anteriores, relativa às operações ou prestações subseqüentes.

A base de calculo, na prestação de serviço de transporte intermunicipal e


interestadual, será o valor do frete e das demais despesas acrescidas no Conhecimento de
Transporte, para exigência do imposto por substituição tributária.

• Aplicação da ST nas operações interna e interestaduais


25

Nas operações interestaduais, levando em conta o princípio da territorialidade que


preceitua que o entre tributante apenas tem competência tributária nos limites de seu
território, para aplicar o instituto da substituição tributária faz necessário que seja firmado um
acordo entre os entes federados através de Convênio ou Protocolo.
Conclui-se que a legislação de um Estado não pode obrigar um contribuinte
estabelecido em outro Estado a recolher e pagar o ICMS-ST, sem que haja acordo prévio.
Entretanto não havendo previsão em convênio ou Protocolo, quando um contribuinte de outro
Estado efetua a saída de produtos sujeitos ao regime de substituição com destino ao Estado do
Amazonas, por exemplo, não estará obrigado ao recolhimento do ICMS-ST.
Vale salientar que nas hipóteses em que existe previsão do recolhimento do ICMS
por substituição tributária nas operações internas, via de regra, os entes federados exigem que
seu próprio contribuinte, nas operações interestaduais, efetue o recolhimento do ICMS-ST
Vale dizer que é através dos Convênios e Protocolos que são determinados os valores
agregados que comporão a base de cálculo na substituição tributária.

2.6 Substituição Tributária e restituição/ressarcimento de valor pago

Conforme mencionado anteriormente, o § 7º, do art. 150, inserido na Constituição


pela EC nº 3/93, dispõe: “a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido”. Portanto, silenciou acerca da ocorrência de fato gerador em
valor menor que o presumido.
A segunda parte do art. 150, §7º, da Constituição Federal, não institui o direito à
restituição em caso de não ocorrência do fato gerador presumido. O Código Tributário
Nacional assegura o direito à restituição do imposto pago indevidamente seja qual for o
motivo, o que incluiria, em relação à substituição tributária, por obviedade, a não ocorrência
do fato gerador presumido, assim como sua ocorrência em valor menor que o presumido. O
diploma legal em estudo assegura o direito à imediata a preferencial restituição da quantia
paga na hipótese de não ocorrência do fato gerador presumido.
De acordo com o CTN, em seu artigo 165, determina que o sujeito passivo da
obrigação tributária tenha direito à restituição total ou parcial do ICMS, independentemente
da forma do seu pagamento até mesmo no caso de erro no cálculo do montante devido.
26

Ressalta o dispositivo:

Art. 165 - O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4 do artigo 162, nos seguintes casos:
I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em
face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do
fato gerador efetivamente ocorrido;
II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no
cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer
documento relativo ao pagamento;
III - reforma anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Segundo Amorim (1989), a diferença entre a restituição feita quando não ocorrido o
fato gerador presumido da restituição do fato gerador a menor se baseia no simples fato de
que a primeira é passível de simples comprovação, enquanto que a segunda requer maior
análise para se evidenciar, como exame dos livros contábeis, verificando as entradas de
mercadorias e a ligação entre a base de cálculo sobre a qual foi realizada a antecipação do
imposto e o preço efetivo da venda.
Os Estados através do Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ
(conselho com força normativa que reúne os secretários estaduais de fazenda), ao
interpretarem a parte final do art. 150, § 7º da Carta Magna entenderam que a restituição do
ICMS apenas se opera quando não há ocorrência do fato oponível presumido. E ratificando o
entendimento firmaram o Convênio ICMS nº 13, em março de 1997, sob a justificativa de
harmonizar o procedimento referente à aplicação do art. 150, § 7º, da Constituição Federal e
do art. 10 da Lei Complementar nº 87/96.
O Convênio nº 13/97 apesar de conciso, traz grandes reflexos para os fiscos
estaduais, afastando a possibilidade de restituição do ICMS pago a maior em regime de
substituição tributária.
Neste momento as empresas conforme o convenio acima citado tomou a ciência da
maneira em que o fisco começava a resolver as questões de restituição sobre a restituição do
ICMS substituição tributária.

Assim dispõe o Convênio ora em estudo:


27

Cláusula primeira. A restituição do ICMS, quando cobrado sob a modalidade da


substituição tributária, se efetivará quando não ocorrer operação ou prestação
subseqüente à cobrança do mencionado imposto, ou forem as mesmas não tributadas
ou não alcançadas pela substituição tributária.
Cláusula segunda. Não caberá a restituição ou cobrança complementar do ICMS
quando a operação ou prestação subseqüente à cobrança do imposto, sob a
modalidade da substituição tributária, se realizar com valor inferior ou superior
àquele estabelecido com base no artigo 8º da Lei Complementar 87, de 13 de
setembro de 1996.

O Estado ao deliberar a cobrança complementar no caso de a operação ocorrer com


valor superior ao presumido, concedendo uma renúncia-benefício fiscal.
E sob a alegação de renúncia fiscal, os Estados que têm o direito a compensar o
imposto. Sendo o ICMS supostamente devido ao fisco no caso do fato gerador presumido
ocorrer em valor superior seria compensado na operação em que o fato oponível presumido
ocorrer em valor inferior. Logo os Estados têm à disposição ardilosa ferramenta para
manutenção do equilíbrio fiscal.
Frise-se o exemplo de Amorim (1989):

[...] se o contribuinte A efetua vendas por valores inferiores ao estabelecido por


parte da Administração Tributária, não terá o direito a se restituir da diferença
recolhida a maior porque pode acontecer de um contribuinte B estar efetuando
vendas por valores superiores ao estabelecido. A Administração Tributária estaria,
neste momento, cobrando do contribuinte O imposto superior ao devido sob
alegação de que estaria dispensando o contribuinte B o pagamento de parte do seu
imposto devido, e que isto lhe daria o direito a compensar-se, esquecendo-se de que
a figura da compensação somente pode existir quando duas pessoas são
simultaneamente devedoras e credoras [...].

Todos os Estados exceto São Paulo e Pernambuco, são signatários do Convênio


ICMS 13/97 cuja validade foi questionada por todo o País. Outro ponto que deve ser
enfrentado diz respeito à competência normativa do CONFAZ para instituir normas gerais em
relação ao ICMS. O art. 34, § 8º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias
(ADCT) concedeu ao CONFAZ competência transitória até a promulgação da lei
complementar que regulamentasse o ICMS.
Com a promulgação da Lei Complementar nº 87/96, que estabeleceu normas gerais
quanto ao ICMS, exauriu-se a competência dos Estados para estabelecerem normas gerais de
ICMS através do CONFAZ, assim como o fizeram com o Convênio nº 13/97.

2.7 Margem de Valor Agregado aplicado ao ICMS/ST no Estado do Amazonas


28

A margem de valor agregado será determinada com base em preços usualmente


praticados no mercado, este valor é utilizado para estimar o valor final praticado pelo
adquirente obtido por levantamento, ainda que por amostragem ou através de informações e
outros elementos fornecidos por entidades representativas dos setores, adotando-se a média
ponderada dos preços coletados. A mercadoria submetida ao regime de substituição tributária
em operação interestadual terá a margem de valor agregado estabelecida em Convênio ou
Protocolo.
Em regra, as margens de valor agregado a serem utilizadas estão elencadas no
Anexo II do RICMS/AM. Entretanto, os percentuais de valor agregado de alguns produtos
estão contidos no artigo 114 do RICMS/AM ou em Convênio celebrado entre os Estados.
Em relação aos produtos farmacêuticos, os índices utilizados são aqueles previstos
no § 6º do artigo 114 e aplicando-se os preceitos nos decretos 25.135 e 25.134, ambos de
2005.
No Estado do Amazonas o valor ‘e cobrado nas entradas de mercadorias quando
realizadas seu desembaraço junto a fiscalização, ou seja, sua liberação será depois deste
procedimento junto a SEFAZ/AM.

2.8 Demonstrações do Fluxo de Caixa: DFC

Originalmente o fluxo de caixa é um instrumento utilizado pelo administrador


financeiro. Planejar, organizar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para
determinado período (ZADNOWICZ, 2004).
Com a evolução das normas de contabilidade aos padrões internacionais, a utilização
da DFC tem um aumento significativo nas empresas, e a busca por uniformização do seu
modelo de apresentação cresce proporcionalmente. No meio empresarial e acadêmico a DFC
tornou-se alvo de uma série de publicações, por meio de artigos e livros que enumeram as
vantagens e as utilidades desse demonstrativo conforme disponibiliza nossa literatura.
É nessa relevância que a Demonstração do fluxo de caixa (DFC) permite que a
empresa tenha controle sobre as entradas e as saídas de dinheiro, possibilitando que
importantes decisões sejam tomadas no momento exato em que se tornem necessárias. De um
modo geral tem a finalidade de apresentar informações sobre os fluxos das transações e
eventos que afetam o caixa da empresa ao longo de um determinado período, de forma
organizada e estruturada por atividades, permitindo melhor compreensão da articulação entre
as diversas demonstrações financeiras.
29

Todavia foi introduzido no Brasil no decênio de 1980, o Financial Accouting


Standards Board (FASB) elaborando um estudo sobre a importância das informações do fluxo
de caixa, assim como conclui que as etapas eram importantes para investidores, credores e
outros, tendo como finalidade as etapas importantes em que os usuários obtinham essas
informações através das Demonstrações e origens de aplicação de recursos Martins (1999).
Eventualmente houve criticas em relação a esta demonstração na qual levaram a
FASB a, através de seu boletim n° 23 de julho de 1986, propor as empresas norte americanas
a apresentação de um Fluxo de Caixa. Em novembro de 1987 o FASB editou o SFAS n° 95
Statement of Cash Flows que requeria a apresentação da DFC em substituição à DOAR nos
EUA.

2.8.1 Conceituações

Neste tópico serão disponibilizados os conceitos apresentados no processo de


formação e elaboração do fluxo de caixa constituindo-se em um instrumento essencial para
que as empresas possam ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras apresentadas
de forma sintética na visão dos autores.

Para Frezatti (1997, p. 58), define que o

[...] caixa é algo que pode parece tão empírico e simples que se torna difícil e
complicado por essa mesma simplicidade. Afinal de contas, caixa é caixa. No
sentido clássico, o caixa representa o objetivo final dos investidores ao optar por
uma alternativa de alocação de recursos. No meio empresarial, caixa é o ativo mais
líquido disponível na empresa, encontrado em espécie na empresa, nos bancos e no
mercado financeiro de curtíssimo prazo.

O autor reflete a necessidade do caixa na esfera empresarial tornando-se essencial


para seus investidores, acionistas, estes serão aplicados nos recursos da empresa, sendo o
objetivo principal um lucro como opção no mercado financeiro tendo a aplicação destes em
curto prazo.

Em consoante, Marion (2006, p. 64),


30

[...] a DFC indica no mínimo, as alterações ocorridas no exercício no saldo de caixa


e equivalentes de caixa, segregadas em fluxos das operações, dos financiamentos e
dos investimentos.
A DFC torna-se uma ferramenta de gestão essencial para empresa, utilizada
concomitante com as demais demonstrações contábeis, pois ela demonstra as
entradas e saídas de caixa dentro de um determinado período, demonstrando ainda a
capacidade de a empresa gerar fluxos de caixa futuros, alem de avaliar a liquidez e a
solvência da empresa.

Sendo assim Assaf Neto (1998, p. 163) menciona,

[...] o analista pode defrontar-se, ainda, com situações aparentemente conflitantes,


como, por exemplo, a verificação de uma redução do caixa num período em que
obteve excelentes lucros”,[...] Neste caso aconselha-se que a empresa use a DFC
para esclarecimento dessas situações, pois, por meio dela, pode-se obter uma
identificação das origens e das aplicações dos recursos provenientes do caixa, de
maneira que fique bem evidenciado o saldo de caixa remanescente.[...]

2.8.2 Abordagens sobre a Demonstração do Fluxo De Caixa:

• A importância da elaboração

Nesta abordagem há uma evidência para elaboração da Demonstração do Resultado e


a capacidade de verificação, em conjunto com o Balanço, a evolução patrimonial é muito
superior, a médio e longo prazo, à capacidade do Fluxo de Caixa. Este tem enorme utilidade
para verificação da evolução da liquidez e da posição financeira em curto prazo, perdendo
muito no cotejo entre investimento e retorno por considerá-los desmembradamente.
Até agora o Fluxo de Caixa é muito mais sensível a políticas de mudança de prazo
nos pagamentos ou recebimentos.
De acordo com Matarazzo (2003) os principais objetivos das Demonstrações do
Fluxo de Caixa são:
Avaliar alternativas de investimentos
Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na
empresa, com reflexos monetários.
Avaliar as situações presentes e futuras do caixa na empresa, posicionando-a para
que não chegue a situações de iliquidez.
Certificar de que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente
aplicados.
31

Lustosa e Santos (1999) assim se manifestam sobre o registro do Fluxo de Caixa:

[...] “Todos os elementos do Balanço e da Demonstração de Resultados, sem


exceção passaram, em algum momento, pelo caixa. Ocorre que modelo de Fluxo de
caixa do FASB não considera as transações que não tenham efetivamente
representado entrada ou saída de dinheiro”

Todavia para alguns autores tal procedimento irá causar serias distorções nas analises
futuras das movimentações de caixa. Não obstante o professor Eliseu Martins, assinou texto e
publicou no Bol. IOB n. 32/89, pag. 302, na qual o excepcional trabalho intitulado
“Contabilidade versus Fluxo de Caixa”, neste são analisadas todas as relações que o chama de
umbilicais, entre as Demonstrações Contábeis e o Fluxo de Caixa. O professor afirma “O
Balanço e a Demonstração do resultado, se elaborado à luz do custo histórico puro e na
ausência de inflação, são a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do Fluxo de Caixa
da empresa”
Para Campos Filho (1997) o “fluxo de caixa é o instrumento de controle que permite
gerenciar, no dia-dia, as disponibilidades de recursos e os compromissos da empresa,
possibilitando à administração de caixa o planejamento das aplicações financeiras, garantindo
a visualização antecipada dos recursos”.
De acordo Gitmann (1997), manifesta a importância do fluxo de caixa “Como o
instrumento utilizado pelo administrador financeiro com o objetivo de apurar o somatório de
ingressos e desembolsos financeiros da empresa em determinado momento, prognosticando
assim se haverá excedente ou escassez de caixa, em função do nível desejado pela empresa”,
Segundo Oliveira, D. (2005), o fluxo de caixa se destaca como um instrumento que
possibilita o planejamento e o controle dos recursos financeiros de uma empresa sendo,
portanto, indispensável em todo o processo decisório, particularmente nas tomadas de
decisões financeiras.
Já Matarazzo (1998), ressalta que o fluxo de caixa consiste na reapresentação da situação
financeira de uma empresa, levando em consideração todas as fontes de recursos e todas as aplicações
na atividade produtiva, bem como em investimentos.
Neste segmento Osmar Azevedo (2009) admite o principal objetivo do Fluxo de
Caixa é a de oferecer aos usuários informações relevantes sobre as movimentações de
entradas e saídas de caixa de uma entidade num determinado período ou exercício, no sentido
de evidenciar e tornar transparente a situação da entidade.
Para estes as informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para
proporcionar aos seus órgãos gestores e aos usuários das demonstrações contábeis uma base
32

para avaliar a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, para efeito de
honrar seus compromissos demonstrando as necessidades de financiamentos.
Seguindo Assaf Neto (2002), o fluxo de caixa mede as necessidades futuras de
recursos, a capacidade de pagamento pontual dos compromissos assumidos bem como as
disponibilidades para investimentos.
Nesta mesma linha para Yoshitake (1997), o fluxo de caixa é um esquema que
representa os benefícios e os dispêndios ao longo do tempo e sua gestão visa
fundamentalmente manter certo nível de liquidez imediata, para fazer frente à incerteza
associada ao fluxo de recebimento e pagamento.

• Norma Internacional de Contabilidade-Comitê Pronunciamento Contábil

Conforme Azevedo (2009), O CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis tem por


tem por objetivo:

“estudar, preparar e emitir Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de


contabilidade e divulgar informações dessa natureza, visando permitir a emissão de
normas uniformes pelas entidades-membro, levando sempre em consideração o
processo de convergência às normas internacionais (art. 5 da Lei n. 11.638/2007
acresceu ao RT. 10-A na Lei 6.385/1976).

Entretanto neste procedimento sobre a Demonstração de Fluxo de Caixa (CPC n.


3/2008) foi colocado em audiência para acolher sugestões dos profissionais incluindo
associações de classes, bancos, professores, contadores, faculdades e alunos.
Nesse raciocínio o CPC divulgou “Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração
dos Fluxos de Caixa”.
A divulgação desse Pronunciamento visa orientar o mercado em geral a atender a
alteração introduzida no artigo 188 da Lei 6.404/1976 pela Lei n. 11.638/2007, que passou
obrigatória, a Demonstração do Fluxo de Caixa.
A DFC está inserida no processo de convergência com a s normas internacionais de
contabilidade (padrão internacional emitido pelo IASB – International Accounting conduzido
pelo comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, em conjunto com Comissao de Valores
Mobiliários – CVM que também participa do CPC como convidado observador da mesma
forma que o Banco Central do Brasil, a Superintendência de Seguros Privado – Susep e a
Secretária da Receita Federal.
33

 IBRACON – Instituto Brasileiro de Contadores

O Ibracon emitiu a Normas e Procedimentos Contábeis No. 20 (NPC 20), na qual


determinou procedimentos gerais de divulgação da DFC.
No entanto ao que segue seus objetivos, o conceito de caixa e critério de
classificação das atividades o pronunciamento reproduziu aqueles contidos na norma norte-
americana inerente (SFAS No. 95). Contudo algumas incertezas aconteceram. Tais como:
A norma estabelece que nos itens equivalentes ao caixa “devem ser consideradas as
aplicações financeiras com característica de liquidez imediata”, sem nenhuma menção àquelas
aplicações adquiridas há algum tempo quando da proximidade de seus resgates. Entretanto
quando expõe as atividades de investimento afirma que “correspondem às transações com os
ativos financeiros”, enquanto que as de financiamento abrangem “a captação de empréstimos
ou outros recursos, sua amortização e remuneração”.
Não obstante, relaciona depois que as atividades de investimento incluem “juros,
lucros e dividendos recebidos; juros pagos” e “juros recebidos de contratos de mútuos”; as de
financiamento os “juros recebidos de empréstimos; juros pagos por empréstimos” e as
operacionais os “recebimentos de lucros e dividendos de subsidiárias”
Enfatiza a norma permitindo o método direto e indireto na divulgação do fluxo de
caixa operacional, porém determina que “deverá ser apresentada uma conciliação entre o
resultado e o fluxo de caixa líquido gerado pelas atividades operacionais visando fornecer
informações sobre os efeitos líquidos das transações operacionais e de outros eventos que
afetam o resultado” (parágrafo 01), o que inevitavelmente levará as empresas a optarem pelo
método indireto. Uma vez que o pronunciamento será adotado por companhias comerciais,
industriais e de serviços, há relativa flexibilidade na interpretação de seus dispositivos.

2.9 Elementos de Aplicabilidades da DFC

A DFC indica alterações ocorridas de tempo no saldo do caixa e equivalentes de


caixa segregadas em fluxos de operações dos financiamentos e dos investimentos.
Marion (2008) afirma que a estrutura geral de caixa acompanha as práticas
internacionais e dispõe que essa demonstração seja segregada em três tipos de fluxo de caixa:
34

os fluxos das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de


investimento. Essa demonstração pode ser feita de duas formas: do modelo direto e do
indireto.

2.9.1 Objetivos do Fluxo de Caixa

Sinalizam Iudícibus e Marion (1999) que a DFC

“[...] demonstra a origem e a aplicação de todo o dinheiro que transitou pelo caixa
em um determinado período e o resultado desse fluxo”, fazem observar que o caixa,
engloba as contas Caixa e Bancos, demonstrando os grandes grupos, quais sejam: as
“entradas” e “saídas” de valores monetários.

As informações do fluxo de caixa de uma empresa são utilizadas para proporcionar


aos usuários das demonstrações contábeis subsídios suficientes para avaliar a capacidade de a
entidade gerar caixa ou equivalente caixa.
Essa demonstração tem a característica de evidenciar as transações que efetivamente
movimentam o caixa. O registro desta movimentações é muito dinâmico; a demonstração do
fluxo de caixa, tal quais as demais demonstrações contábeis, é estática, ou seja, reflete um
determinado momento ou, mais propriamente dito, um determinado saldo disponível.

2.9.2 Finalidades

Por sua vez, Thiesen (2000, p.10) complementa explicando que a DFC “permite
mostrar, de forma direta ou mesmo indireta, as mudanças que tiveram reflexo no caixa suas
origens e aplicações”.
.
Conseqüentemente essa demonstração “fornece um resumo dos fluxos de caixa da
empresa rotativos às atividades operacionais, de investimento e de financiamentos e reconcilia
com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão”
Neste sentido conclui-se para fundamentar Gitman, 1997, p.75 onde se percebe que a
DFC demonstra tanto origem quanto a aplicação dos recursos da empresas.
35

2.9.3 O fluxo de caixa como ferramenta de gerenciamento e tomada de decisão

Segundo Matarazzo (2003) este menciona que a DFC é uma das demonstrações
financeiras mais úteis, apesar de não ser divulgada pelas empresas no Brasil. Ele ressalta o
uso imprescindível da DFC, devido aos freqüentes problemas de insolvência ou iliquidez
ocorrem por falta de uma adequada administração do fluxo de caixa. “Muitas empresas vão à
falência por não saberem administrar seu fluxo de caixa” (MATARAZZO, 2003, p. 365).
Esta afirmativa “fornece um resumo dos fluxos de caixa da empresa relativos às
atividades operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com as variações
em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão” (GITMAN, 1997, p. 75).
Percebe-se que a DFC demonstra tanto a origem quanto a aplicação dos recursos da empresas.
Existem dois métodos de divulgação da DFC: método direto e método indireto. A
diferença básica entre estes está na apresentação do fluxo de caixa das atividades
operacionais. Portanto, em relação às atividades de investimento e de financiamento ambos
apresentam as mesmas informações.

2.9.4 Método Direto

O referido método também conhecido como “a abordagem das contas “T”e,


demonstra as entradas e as saídas brutas de dinheiro mediante o método das partidas dobradas
(CAMPO FILHO, 1999).
O método direto corresponde a um detalhamento de todo fluxo de entrada e saída no
disponível durante o exercício da empresa. Tendo uma acumulação das informações que
movimentarão as contas no disponível. Por conseguinte, consideramos como disponibilidades
as contas representadas pelo caixa, pelo banco e aplicações financeiras.
Sendo assim, são observadas todas as entradas e saídas que passam pelo disponível
assim como os investimentos e financiamentos efetuados pela empresa.
O Fluxo de Caixa, quando elaborado pelo método direto, apresenta dentro do grupo
das atividades operacionais, primeiro o valor por este método pela venda de mercadorias e
serviços, para, em seguida, subtrair deste os valores equivalentes ao pagamento de
fornecedores, salários e encargos sociais dos empregados, bem como os impostos e outras
despesas legais.
36

O Fluxo de Caixa obtido pelo método direto é o produto final da integração das
entradas e das saídas de caixa havidas nas subconta do Disponível ao longo de um período.
Sua equação genérica é: Saldo Final = Saldo Inicial + Entradas – Saídas. Na equação, as
expressões “saldo inicial” e “saldo final” referem-se aos saldos do Disponível no início e no
final do período considerado.
Neste sentido Campos Filho (1999) analisa que é recomendado às empresas “relatar
os fluxos de caixa das atividades operacionais diretamente, mostrando as principais classes de
recebimentos e pagamentos operacionais (método direto)”. No método direto as entradas e
saídas operacionais são apresentadas de forma direta, isto é, primeiro as entradas, e depois as
saídas.
A figura 01 apresenta a demonstração da estrutura do Fluxo de Caixa:
37

Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa


Fluxo de caixa das atividades operacionais:
(Valores que realmente refletiram no caixa/equivalente)
Recebimento de clientes (+)
Recebimento de Duplicatas Descontadas (+)
Recebimento de juros (+)
Pagamento de fornecedores de mercadorias (-)
Pagamento de tributos (-)
Pagamento de salários (-)
Fluxo de caixa das atividades de investimento:
Venda de imobilizado (+)
Aquisição de imobilizado (-)
Aquisição de outras empresas (-)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-)
Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
Empréstimos líquidos tomados (+)
Pagamento de leasing (-)
Emissão de ações (+)
Caixa líquido das atividade de financiamento (+/-)
Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa
Caixa e equivalentes de caixa - início do ano
Caixa a equivalentes de caixa - final do ano
Figura 01 – Método da demonstração do Fluxo de caixa
Fonte: Azevedo (2009)

Porém para Frezatti (1997), a base do método direto é o plano de contas financeiro,
assim compreendido como uma estrutura em vários níveis que decompõe as entradas e as
saídas em contas e subcontas de forma que permita uma melhor visualização, análise e
interpretação dos resultados obtidos. O plano de contas permite ainda:
• A comparação do comportamento de uma conta em dois momentos diferentes
do tempo;
• A projeção de uma conta baseada em seu comportamento passado.
38

Sobre isso, Frezatti (1997) adverte que,

Normalmente, o plano de contas é um importante motivo para os desvios


encontrados nas empresas, quando confrontando o fluxo de caixa projetado com o
real. Em vários casos pesquisados, o fluxo de caixa da empresa foi montado sem
nenhuma preocupação em refletir um adequado plano de contas de suas operações.
Segundo o mesmo autor, quatro tipos de problemas podem acometer as empresas na
montagem do plano de contas:
detalhe mania: existe conta para todas as atividades nessa empresa. O grupo “outros”
não existe. O grande problema é que tal doença implica grande perda de tempo na
montagem, perda de foco naquilo que é realmente importante;
detalhe fobia: o plano de contas do fluxo de caixa só reflete algumas contas
importantes, ignorando as demais;
confusão na nomenclatura: a customização de linguagem é algo importante,
principalmente quando se utiliza o instrumento fora da tesouraria;

Em vista disso a apresentação pelo método direto do fluxo de caixa das atividades
operacionais deve refletir o montante bruto dos componentes principais dos recebimentos e
dos pagamentos por caixa, tais como:
• recebimentos de clientes, aluguéis e outros recebimentos similares;
• recebimentos de juros e dividendos;
• quaisquer outros recebimentos por caixa;
• pagamento a empregados, fornecedores incluindo os de serviços como seguros e
propaganda e outros;
• pagamentos de juros, impostos e outros pagamentos similares;
• quaisquer outros pagamentos por caixa.

Entretanto o método direto é mais simples de ser compreendido do que o método


indireto. Da mesma forma a principal vantagem do método direto é a facilidade de
entendimento dos valores. As empresas argumentam que ele é mais dispendioso para ser
obtido na prática. O método indireto é mais simples para ser preparado, porém, mais
complexo para a compreensão de um usuário que não possui muitos conhecimentos sobre a
técnica contábil. É o método que concilia o lucro com o caixa, ou seja, o usuário consegue
entender como um resultado de “X” impactou no caixa em “Y”, por exemplo.
39

2.9.5 Método indireto.

Para Azevedo (2009), no método indireto a conta Caixa/equivalente normalmente


apresenta uma variação de valor entre o início e o fim do período. Esse método parte do lucro
liquido do exercício, regime de competência, efetuando-se alguns ajustes de valores, para
efeito de justificar a variação encontrada na conta caixa/equivalente.

FLUXO DE CAIXA – METODO INDIRETO


Lucro ou Prejuízo Liquido do exercício (depois da Prov. IR/CSLL) DRE
Ajustes de Valores contidos na DRE, porque não afetaram o caixa
(+) Depreciação /Amortização/Exaustão
(+/-) Resultado Venda do Imobilizado, Investimento e Intaginvel, embora afete o
caixa, mas deve ser classificado no fluxo de investimento
(+/-) Resultado da Equivalência Patrimonial
(+/-) Provisões (recomendação do item 22 Resolução CFC n. 1.125/2008)
(+) Juros incorridos e variações cambiais incorridas
Ajustes de valores, pelas Variações dos Ativos e Passivos Operacionais
(-) Reduzir esse fluxo pelo aumento das contas de Duplicatas ou contas a Receber
(+) adicionar nesse fluxo pela Diminuição das contas Duplicatas a Receber clientes
(-) Reduzir nesse fluxo pela Diminuição da conta Duplicata Descontada
(+) Adicionar nesse fluxo pela Diminuição da conta Duplicata Descontada
(-) Reduzir nesse fluxo pela diminuição da conta Duplicata Descontada
(+) Adicionar nesse fluxo pelo Aumento da conta Duplicata Descontada
(-) Reduzir nesse fluxo pela diminuição conta Prov.Duvidosos
(Recomenda-se demonstrar diretamente no lucro liquido acima - Item 22 res.1125/08
do CFC)
(+) Adicionar nesse fluxo pelo aumento da conta Prov. D. Duvidosos (AC/ANC)
recomenda-se demonstrar diretamente no lucro liquido acima - Item 22 da resolução CFC.
1.125/08);
Figura 02 – Método da demonstração do fluxo de caixa pelo método indireto
Fonte: Azevedo (2009)
40

Segundo Campos Filho (1997, p. 41), “as empresas que decidirem não mostrar os
recebimentos e pagamentos operacionais deverão relatar a mesma importância de fluxo de
caixa líquido das atividades operacionais indiretamente, ajustando o lucro líquido para
reconciliá-lo ao fluxo de caixa líquido das atividades operacionais (método indireto ou de
reconciliação)”. O método indireto apresenta o fluxo de caixa das atividades operacionais de
forma indireta, realizando ajustes ao lucro líquido do exercício.
A DFC elaborada pelo método indireto apresenta no grupo das atividades
operacionais primeiro o lucro líquido, proveniente da Demonstração do Resultado do
Exercício, para em seguida adicionar os valores que não representam desembolso de caixa
que tenham sido deduzidos do lucro na DRE, ou seja, depreciação e amortização; provisão
para devedores duvidosos; aumento ou diminuição referente a fornecedores, no caso de
compras a prazo, ou contas a pagar, também a longo prazo; aumento ou diminuição de valores
em contas a receber, para o caso de vendas a prazo ou nos estoques.
É importante ressaltar que a apresentação da DFC pelo método indireto evidencia os
ajustes ao lucro líquido, provenientes da Demonstração de Resultado do Exercício,
assemelhando-se, assim, a DOAR. Enquanto o método direto é, em relação a sua forma de
apresentação, o modelo que mais se diferencia da forma atual de evidenciação das origens e
aplicações de recursos das empresas. Para a preparação de modo gradual o Fluxo de Caixa no
modelo proposto, deve-se, primeiramente, definir as subcontas dos Ingressos e Desembolsos,
lembrando que quanto mais especificado for o Fluxo de Caixa, melhor será o controle sobre
as entradas e saídas de caixa, verificando, dessa forma, as suas defasagens e determinando as
medidas corretivas para os próximos períodos (ZDANOWICZ, 2004; IUDÍCIBUS &
MARION, 2006).
Igualmente como acontece com o plano de contas da Contabilidade, a estrutura do
plano de contas financeiro varia de empresa para empresa dependendo das características do
negócio. Não obstante diferentemente do que acontece com o plano de contas da
Contabilidade, para o qual a legislação estabelece os contornos de seu formato, o plano de
contas financeiro depende do discernimento da pessoa que o elabora.
Da mesma forma que é apresentada na figura abaixo, um modelo de plano de
contas resumido. Esse plano de contas deve ser adequado com a realidade de cada empresa
para que não apresente nenhum tipo de inconformidade com a sua atividade financeira.
41

INGRESSOS (+) DESEMBOLSOS (-)


Duplicatas a Receber Impostos
Promissórias a Receber Promissórias a pagar
Vendas à vista Aluguéis
Cheques a Receber Duplicatas a pagar
Outros
Figura 03 – Plano de contas resumido
Fonte: Adaptado de Kassai (1997)

É necessário relatar o fluxo de caixa é o confronto entre as entradas (ingressos e


saídas (desembolsos) de caixa, definindo, dessa forma, se existia excesso ou escassez de
caixa. De posse desses dados, pode-se decidir previamente se a empresa deve tomar recursos
de terceiros ou como deve aplicar os seus haveres. O fluxo de caixa permite também a análise
das causas da posição (atual e futura) de caixa da empresa.
O administrador financeiro, a partir de informações recebidas dos diversos
departamentos da empresa, de acordo com o cronograma de ingressos e desembolsos, elabora
o fluxo de caixa.
A seguir estão relacionadas, as principais transações que efetuam o Caixa, segundo
Iudícibus & Marion (2006);

a) Transações que aumentam o caixa (disponível);


- Integralização do capital pelos Sócios e Acionistas: São os investidores realizados
pelos proprietários. Se a integralização não for em dinheiro, mas em bens
permanentes, estoques, títulos etc., não afetará o Caixa;
- Empréstimos Bancários e Financiamentos: São os recursos financeiros oriundos
das instituições Financeiras. Normalmente os empréstimos bancários são utilizados
como Capital de Giro (Circulante) e os Financiamentos, para aquisição de ativo
Permanente (Fixo);
- Venda de Itens do ativo Permanente: Embora não seja comum, a empresa pode
vender itens do Ativo Fixo. Nesse caso, teremos uma entrada de recursos
financeiros;
- Vendas à vista e Recebimentos de Duplicatas a Receber: A principal fonte de
recursos do caixa, sem dúvida, é aquela resultante de vendas;
- Outras Entradas: Juros recebidos, dividendos recebidos de outras empresas,
indenizações de seguros recebidas etc;
b) Transações que diminuem o caixa (disponível);
- Pagamentos de Dividendos aos Acionistas;
- Pagamentos de Juros, Correção Monetária da Dívida e Amortização da Dívida e
Amortização da Dívida;
- Aquisição de itens do Ativo Permanente;
- Compras à vista e Pagamentos de Fornecedores;
- Pagamentos de Despesa/Custo, Contas a Pagar e Outros.
c) transações que não afetam o caixa:
42

2.10 O Ciclo Financeiro e o Ciclo operacional

O ciclo financeiro como também chamado de ciclo de caixa, representa o tempo


decorrido do momento em que a empresa efetua o pagamento das compras de mercadorias aos
seus fornecedores até o momento em que ela recebe o valor das vendas efetuadas aos seus
clientes. Este pode ser definido ainda como sendo o prazo médio desde a aquisição da
mercadoria até a venda aos clientes, chamado prazo médio de renovação de estoques (PMRE),
mais o prazo médio concedido aos clientes para recebimento das vendas (PMRV), menos o
prazo médio recebido do fornecedor para pagamento das compras (PMPC):
• O custo financeiro (CF) = PMRE + PMRV – PMPC
• O PMRE representa o tempo médio de estocagem de mercadorias.
• O PMRV expressa o tempo decorrido entre a venda e o recebimento.
• O PMPC traduz o tempo entre a compra de mercadorias e o pagamento aos
fornecedores.
O ciclo operacional (CO) é mais amplo, englobando desde a data das compras até o
recebimento de clientes, sem descontar o PMPC. Ele é representado pela soma PMRE +
PMRV: A figura abaixo ilustra bem os conceitos expostos até o momento:

Figura: 4 demonstração do ciclo operacional e financeiro


Fonte: adaptado de Matarazzo 2003
43

Pode-se dizer que o ciclo operacional é o período em que são investidos recursos nas
operações, sem que ocorram entradas de caixa correspondentes. Parte desse capital de giro é
financiado pelos fornecedores que concederam prazo para pagamento (PMPC).
Até o momento do pagamento aos fornecedores, a empresa não precisa se preocupar
com o financiamento, que é automático. Se o PMPC for superior ao PMRE (caso da figura
acima), então os fornecedores estarão financiando também uma parte das vendas da empresa.
O ideal seria que o PMPC fosse maior ou igual à soma de PMRE e PMRV, quando
os fornecedores financiariam completamente o ciclo operacional, mas tal situação é muito
difícil de obter.
Após o pagamento a fornecedores, a empresa terá que financiar as operações com
seu próprio capital de giro, uma vez que o numerário destinado aos fornecedores estava sendo
utilizado na manutenção das atividades, já terá sido pago. O período em que ela efetua este
financiamento com recursos próprios é justamente o ciclo financeiro da empresa.
O capital de giro é o montante de recursos necessário à manutenção das atividades
operacionais da empresa, enquanto não ocorre o recebimento das vendas. Note que, quanto
maior o ciclo financeiro da empresa, maior será a necessidade de capital de giro.
Uma maneira de entender a necessidade de capital de giro durante os ciclos
financeiro e operacional é lembrar que durante este período a empresa continua tendo que
cumprir outras obrigações, como pagamento de salários, impostos etc. Assim, enquanto não
ocorre o recebimento de clientes, estas despesas terão que ser honradas, seja pelo uso de
recursos operacionais de terceiros, durante o PMPC, seja pelo uso de recursos operacionais
próprios, durante o ciclo financeiro. Note que estamos considerando apenas os recursos
gerados pelas operações (fornecedores e recebimento de clientes), sem levar em conta
recursos que podem ser obtidos no sistema financeiro, como empréstimos. Os recursos
financeiros serão analisados adiante.

2.11 - Custo de oportunidade – conceituações

O conceito de custo de oportunidade é mais relevante na economia e nas decisões,


não só do homem como de qualquer ser vivo que decide. Ë natural, instintivo e intuitivo, o
custo de oportunidade relativo o que teria ganhado se tivesse aproveitado esse tempo para
fazer o que se considerava a segunda melhor alternativa no momento.
44

Importante ressaltar a relevância da utilização do custo de oportunidade para uma


correta avaliação de resultados empresarias. Sendo assim os procedimentos contábeis que não
consideram o conceito são entendidos como deficientes, e nesse contexto que se entende
como importante característica, na formação de um profissional de contabilidade, uma
satisfatória compreensão e de suas possíveis aplicações no campo contábil.
Sendo assim, os procedimentos de apuração de resultados seguem os princípios de
contabilidade geralmente aceitos, o custo de oportunidade é considerado, como que ignorado,
não contemplado. E uma das conseqüências é que aos usuários de demonstrações financeiras
não são transmitidas quaisquer informações sobre o custo de oportunidade.
No entanto no campo da contabilidade gerencial, observa-se que alguns modelos
utilizam o conceito de oportunidade, permitindo uma correta avaliação de resultados e
compreensão adequada do efetivo desempenho de uma entidade.
Conforme Nascimento (1998) “tais modelos representa esforços de autores em
eliminar o distanciamento entre a teoria e a prática, concebendo instrumentos que permitem a
“aplicação sistemática do conceito, visando promover mensurações mais precisas das
conseqüências de decisões tomadas”, e, com isso, contribuir para prática salutar de decisões à
luz de todos os elementos envolvidos nas circunstancias”.
O conceito de custo de oportunidade é sempre presente quando a aceitação de uma
alternativa exclui outras. Assim “representa o custo de oportunidade, o quanto a empresa
sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado seus recursos numa alternativa ao invés
de outra” (MARTINS, 2000).
A noção de custo de oportunidade é utilizada por todas as pessoas em muitas
situações do cotidiano. Ao buscar uma compreensão sobre o conceito, é útil refletir sobre
alguns desses casos, os quais se constituem em interessantes ilustrações.
Neste sentido Martins (2000). Destaca que “o custo de oportunidade é um dos mais
relevantes na economia e nas decisões, não só do homem como e qualquer ser vivo que
decide.
Para Beuren (1993) “a aplicação do conceito de custo de oportunidade é de
fundamental importância para que os relatórios contábeis possam ser mais uteis aos usuários
da contabilidade. (...) Entretanto, o sistema contábil tradicional, quer com registros e valores
históricos puros ou valores históricos corrigidos, não contempla informações sobre os
possíveis resultados na aplicação de recursos em utilizações alternativas”.
45

3. METODOLOGIA

Para a fundamentação e estruturação metodológica deste estudo, realizou-se uma


pesquisa descritiva através de um estudo de caso, com abordagem qualitativa, na qual define
Gil (2006), as pesquisas descritivas têm por objetivo descrever as características de
determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relações variáveis.
De acordo com Beuren (2006), a pesquisa descritiva configura-se como um estudo
intermediário entre a pesquisa exploratória e a pesquisa explicativa, ou seja, não é tão
preliminar como a primeira e nem tão aprofundada como a segunda.
Nesta pesquisa será abordado o tema proposto, o ICMS substituição tributária no
impacto sobre o fluxo de caixa em curto prazo em uma empresa distribuidora de produtos
farmacêuticos a partir de uma análise bibliográfica, fazendo um estudo do regime fiscal
adotado pelo fisco, contextualizando-se o objeto desta dentro de uma problemática especifica.
Para o seu desenvolvimento buscou-se um levantamento bibliográfico em artigos
científicos e livros sobre o instituto da substituição tributária no âmbito do ICMS, o fluxo de
caixa e o custo da oportunidade em razão do lucro. Com base na revisão bibliográfica, foi
construído o arcabouço teórico, que sustenta a pesquisa realizada em uma empresa
distribuidora de produtos farmacêuticos com a finalidade de verificar o ciclo operacional da
empresa em relação ao custo de oportunidade.
Neste sentido o pensamento de Cooley (1995, p. 15) ressalta que “A descrição do
ambiente econômico e o conceito de equilíbrio fornecem juntos uma estrutura que podemos
usar para estudar ciclos de negócio”, ou ciclo operacional na qual seja, levando em
consideração as restrições, pode-se projetar um modelo “para explicar crescimento de longo
prazo, podendo ser também capaz de explicar flutuações”.
Para tanto, foram coletados, por meio de uma pesquisa de levantamento, os balanços
patrimoniais dos anos de 2007 e 2008 com a demonstração do resultado do exercício inerente
ao processo. Esses dados referem-se aos níveis de prazos médios de pagamento em relação ao
custo de oportunidade com efeitos em seu impacto no fluxo de caixa compreendidos no
período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008. Limitou-se trabalhar com esse período
devido à facilidade na obtenção desses dados.
46

A presente pesquisa pode ser classificada como estudo de caso, pesquisa


bibliográfica e documental na qual Yin (2001, p. 21) salienta que:

O estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características


holísticas e significativas dos eventos da vida real – tais como ciclo de vida
individual, processos organizacionais e administrativos, mudanças ocorridas em
regiões urbanas relações internacionais e a maturação de alguns setores.

Para Gil (1996, p.58), o estudo de caso “é caracterizado pelo estudo profundo e
exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita o seu amplo e detalhado
conhecimento”.
A pesquisa bibliográfica consiste no levantamento e análise do que já foi escrito sobre
o tema a ser pesquisado. Segundo Ruiz (1996, p.57):

Qualquer espécie de pesquisa, em qualquer área, supõe e exige pesquisa


bibliográfica prévia, quer à maneira de atividade exploratória, quer para o
estabelecimento do status quaestionis, quer para justificar os objetos e contribuições
da própria pesquisa.

É também documental, pois “vale-se de materiais que não receberam ainda um


tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da
pesquisa” (GIL, 1999, p.66). Nesse contexto, foram analisados relatórios, coletados na
empresa objeto de estudo, com dados mensais compreendidos entre janeiro de 2008 a
dezembro 2007.

3.1 Estudo de Caso

Este tópico tem como objetivo descrever as características da empresa pesquisada,


sua localização, ramo de atividade e um breve histórico econômico financeiro, desde sua
abertura até a presente data. Em seguida apresentaram-se as bases e instrumentos utilizados
para a coleta de dados, a descrição do balanço patrimonial e sua demonstração do resultado do
exercício dos referidos anos (2007 e 2008).
Por fim, procurou-se seguir uma linha de raciocínio e demonstrar baseado no modelo
de Matarazzo o ciclo operacional da empresa evidenciando o impacto do ICMS/ST no fluxo
de caixa com evidencia no custo de oportunidade.
47

3.2 Caracterização da Empresa

A empresa pesquisada Modelo Ltda, é uma distribuidora atacadista de


medicamentos localizada na cidade de Manaus, possui como característica principal a
comercialização de produtos farmacêuticos funcionando desde 2003.
Com um faturamento em crescimento, logo após o primeiro ano de atividade, na casa
dos sete milhões de reais, a empresa cresceu nos dois anos seguintes, chegando a atingir um
faturamento no final do exercício de 2007 na casa dos quatorze milhões de reais. Atualmente
a empresa é a segunda no ranking de distribuidora de medicamentos em Manaus, com uma
parcela de 30% do mercado.
A empresa faz parte de um grupo de um total de cinco empresas com filiais em toda
a região norte, com sócios comuns para todas elas, representando uma media de 10% do
faturamento total do grupo.
Como a maioria das empresas que se localizam na cidade de Manaus, seus principais
fornecedores se localizam nas regiões nordeste, sul e sudeste do pais, fazendo com que os
custos com transporte e desembaraço fiscal tornem os produtos bem mais caros que nas outras
regiões do pais, reduzindo assim a margem de lucro, tornando o mercado deste seguimento
cada vez mais competitivo.

3.3 Tecnicas e Procedimentos Metodologicos – Coleta de Dados

O ciclo operacional foi calculado com base nas fórmulas de prazo médio de
recebimento de vendas (PMRV) e prazo médio de rotação do estoque (PMRE). O prazo
médio de recebimento de vendas é feito pela fórmula 360xDR/V, em que DR refere-se ao
valor constante em duplicatas a receber na data do cálculo e V (Vendas anuais) refere-se ao
valor constante ao somatório de vendas no período de 360 dias. Aplicando-se a fórmula
360xDR/V tem o valor médio que a empresa recebe suas vendas em dias. A rotação de
estoque é calculada pela fórmula 360xE/CMV, em que E refere-se ao valor dos estoques na
data do cálculo e CMV o valor do montante dos custos das mercadorias vendidas em 360 dias.
Aplicando-se a fórmula 360xE/CMV encontra-se a quantidade de dias em que o total
dos estoques são renováveis.
48

O conceito de ciclo operacional "Matarazzo" (2003). Afirma que seria a soma dos
prazos PMRV + PMRE, ou seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento da venda
da mercadoria evidenciando o prazo de investimento. Tomando-se por base esse modelo de
cálculo encontrou-se em 2008 o total de 122,32, ou seja, a empresa recebe o estoque (entrada
da nota fiscal geradora do ICMS/ST), vende, recebe a venda e paga os tributos dessa venda
em 122,32 dias.

3.3.1 Aplicação da alíquota prevista para o ICMS/ST

Aplicando-se os preceitos nos decretos 25.135 e 25.134, ambos de 2005. Contidos no


regulamento pela política fiscal do estado do amazonas têm-se que o valor agregado para
encontrar-se o valor do ICMS /ST é calculado com base na alíquota de 59%
(Consubstanciados no decreto 25.135/2005) sobre o valor da nota fiscal de entrada. Dessa
forma, aplicando-se esse percentual a alíquota de 17% (alíquota do ICMS da mercadoria em
questão) encontra-se que o ICMS/ST é calculado, diretamente, aplicando-se a alíquota de
10,03% sobre o valor da nota fiscal de entrada.

3.3.2 O desconto em dias da base do ciclo operacional

Levando-se em consideração que o ICMS/ST é antecipado na entrada da mercadoria,


ou seja, paga-se no início do ciclo operacional e não no final - caso não existisse, entretanto
este tem um prazo de 45 dias para sua efetiva cobrança. Dessa forma, o efetivo pagamento do
ICMS/ST não é pago imediatamente e sim se adentrando 45 dias no ciclo operacional da
empresa. Assim, deve-se descontar o valor de 45 dias dos 122,32 dias encontrados para o
ciclo operacional em questão, encontrando-se o valor efetivamente 77,32 dias em que o
desembolso do ICMS/ST o afeta, surgindo então conceito do custo de oportunidade para esse
desembolso.
49

4 APRESENTAÇÃO, ANÁLISES E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo será analisado o impacto no ciclo operacional da empresa em estudo


como também em seu fluxo de caixa com a devida aplicação do percentual vigente
normatizado pelo fisco estadual, bem como a demonstração do custo da oportunidade no seu
desembolso para o pagamento do ICMS/ST na qual a empresa ficou incapacitada de conseguir
os ganhos financeiros para ser disponibilizado em seu fluxo de caixa no referido tempo da
pesquisa já demonstrado na metodologia.

EMPRESA MODELO LTDA

PRAZOS MÉDIOS

1.PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO DE VENDAS (PMRV) LE G E N D A


2008 2008 2007 2007 DR = duplicatas a

PMRV = 360 . DR = 360 . 8.831.847,53 = 16,76 360 . 12.659.054,00 = 28,77 receber

V 189.674.043,69 dd 158.402.782,00 dd V = vendas brutas


meno s cancelam.

2. PRAZO MÉDIO DE RENOVAÇÃO DE ESTOQUES (PMRE) LE G E N D A


2008 2008 2007 2007 E = estoques de

PMRE = 360 . E = 360 . 43.315.258,15 = 105,56 360 . 9.682.392,00 = 27,54 merc. p/revenda

CMV 147.725.120,33 dd 126.586.146,00 dd CM V=Custo das


M erc.Vendidas

3. PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO DAS COMPRAS (PMPC) LE G E N D A


2008 2008 2007 2007 F = fornecedo res

PMPC = 360 . F = 360 . 54.936.304,07 = 109,05 360 . 14.236.960,34 = 41,44


C 181.357.986,48 dd 123.679.056,00 dd C = compras

CICLO OPERACIONAL (PMRV + PMRE)

2008 122,32
2007 56,31

PAGAMENTO DO ICMS/ST

2008 45 dias Ciclo Operacional - Prazo para pagamento do ICMS


77,32 dias (122-45) Comprometido pelo ICMS/ST

10,03% (ALÍQUOTA DA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA SOBRE A COMPRA DE 181.357.986,48)

2008 18.190.206,04 (181.357.986,48 x 10,03%)

CUSTO DE OPORTUNIDADE - IMPACTO FLUXO DE CAIXA

2008 COP=ICMS/ST*taxa aplicação do período Aplicação = 1,5% por 30 dias ou 0,05% ao dia

2008 703.235,86 Por Ciclo Operacional (18.190.206,04 x 0,05% x 77,32)


2008 4,6560 Quantidades de Ciclos Operacionais por ano
2008 3.274.237,0879 Impacto no Fluxo de Caixa por ano.

Fonte: Empresa modelo como pesquisa de campo


50

Balanço da Empresa Modelo 2008 e 2007.


EMPRESA MODELO LTDA
BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007
(Em Reais)

ATIVO 2008 2007 PASSIVO 2008 2007


ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL FORNECEDORES
Caixa 2.388.573,08 664.102,00 Fornecedores no Exterior
Bancos c/Movimento 1.710.698,31 965.157,00 Fornecedores no País 54.936.304,07 23.000.428,00
Aplicações no Mercado Aberto 50.415,84 2.073.473,00
4.149.687,23 3.702.732,00 54.936.304,07 23.000.428,00
CRÉDITOS EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS -
Clientes 8.831.847,53 12.659.054,00 Instituições Financeiras 205.525,50
Cartões de crédito a receber - - 205.525,50
Cheques a receber - - OBRIGAÇÕES TRABAL / PREVIDEN.
Impostos a Compensar 400.641,83 397.085,00 Salários e Encargos a Pagar 2.362.636,29 267.644,00
Aluguéis a receber - - Provisão p/Férias e Encargos 468.731,39 288.258,00
Adiantamentos Diversos - - 2.831.367,68 555.902,00
Outras Contas 3.809.501,84 52.270,00
(-)Prov.p/Deved.Duvidosos - - Contrib.Social a Pagar 29.941,14 78.601,00
13.041.991,20 13.108.409,00 Provisão para Imposto de Renda 73.170,11 208.336,00
ESTOQUES Imposto de Renda Ret.na Fonte 24.316,00
Mercadorias para Revenda 43.315.258,15 9.682.392,00 ICMS a Pagar -
Mercadorias em Trânsito - - Outros Impostos a Recolher 1.025.642,82
Materiais de Cosumo - - 1.128.754,07 311.253,00
43.315.258,15 9.682.392,00 -
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE Outras Obrigações a Pagar 44.396,78
Despesas pagas a apropriar - - 44.396,78

TOTAL DO CIRCULANTE 60.506.936,58 26.493.533,00 TOTAL DO CIRCULANTE 59.146.348,10 23.867.583,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE


REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CRÉDITOS
Depósitos Judiciais - - CAPITAL SOCIAL
Clientes - Capital Realizado 4.000.000,00 4.000.000,00
TOTAL DO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 4.000.000,00 4.000.000,00
PERMANENTE
INVESTIMENTOS Reservas de Capital 400.000,00
Particp.em Outras Empresas 700.000,00 - 400.000,00
( - )Provisão p/perdas prováveis - -
700.000,00 Lucros Acumulados 3.357.979,25 3.201.255,00
IMOBILIZADO 3.357.979,25 3.201.255,00
Terrenos 2.100.000,00 2.100.000,00
Móveis e Utensílios 490.484,56 382.909,00
Veículos 1.931.015,31 1.310.114,00
Computadores e Periféricos 561.064,42 391.284,00 TOTAL DO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO 7.357.979,25 7.601.255,00
Imóveis 695.151,84 714.315,00
Instalações 180.349,52 203.725,00
Máquinas e Equipamentos 257.284,84 211.779,00
Imobilizado em Andamento 794.584,92 794.585,00
Outras Imobilizações - -
(-) Depreciações Acumuladas (1.712.544,64) (1.133.406,00)
TOTAL DO IMOBILIZADO 5.297.390,77 4.975.305,00
TOTAL DO PERM ANENTE 5.997.390,77 4.975.305,00

TOTAL DO ATIVO 66.504.327,35 31.468.838,00 TOTAL DO PASSIVO 66.504.327,35 31.468.838,00

Fonte: Empresa Modelo com Pesquisa de campo


51

DRE com a simulação (à direita) do impacto do ICMS/ST em 2008.


DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) LEVANTADAS EM 31.12.2008 E 31.12.2007
(A V = análise vertical ; A H = análise horizontal)
(Em Reais)

Impacto Tributário Impacto Financeiro

2008 2007 2008 2008


VENDAS
Vendas de Mercadorias 189.674.043,69 158.402.782,00 189.674.043,69 192.948.280,78
Exportações - - -
(-) Impostos incidentes s/vendas (1.734.011,99) (910.541,00) (1.734.011,99) (1.734.011,99)
(-) Cancelamentos de vendas - - -
(=) RECEITA LÍQUIDA 187.940.031,70 157.492.241,00 187.940.031,70 191.214.268,79
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) (147.725.120,33) (126.586.146,00) (147.725.120,33) (147.725.120,33)
(=) LUCRO BRUTO 40.214.911,37 30.906.095,00 40.214.911,37 43.489.148,46
DESPESAS GERAIS
Comerciais - - - -
Administrativas (18.242.300,96) (17.689.701,00) (18.242.300,96) (18.242.300,96)
Financeiras (493.701,22) (481.264,00) (493.701,22) (493.701,22)
(+) Receitas Financeiras - - - -
(+) Variações Monetárias Ativas - - - -
Tributárias (18.144.388,88) (10.346.186,00) (14.870.151,79) (18.144.388,88)
Variações Cambiais Passivas - - - -
Variações Monetárias Passivas - - - -
Depreciações - - - -
(+) Outras Receitas e Rev.de Provisões - - - -
Perdas c/Crediário (PDD em 1996) - - - -
(=) LUCRO ANTES DOS RESULTADOS NÃO-OPERACIONAIS 3.334.520,31 2.388.944,00 6.608.757,40 6.608.757,40
(+) Recuperações Diversas 438.005,02 - 438.005,02 438.005,02
(+) Receitas não-operacionais 100.110,00 - 100.110,00 100.110,00
(-) Despesas não-operacionais (29.921,35) (8.742,00) (29.921,35) (29.921,35)
(=) LUCRO ANTES DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 3.842.713,98 2.380.202,00 7.116.951,07 7.116.951,07
(-) Contribuição Social s/o lucro (1.403.458,54) (215.527,00) (1.403.458,54) (1.403.458,54)
(-) Provisão para Imposto de Renda (4.181.443,32) (574.685,00) (4.181.443,32) (4.181.443,32)
(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (1.742.187,88) 1.589.990,00 1.532.049,21 1.532.049,21

Fonte: Empresa Modelo com Pesquisa de campo

Observa-se no ano 2008 a empresa gastou com despesa tributaria 18.144.388,88


obtendo um prejuízo de 1.742.188,00, na simulação acima no mesmo ano deixando de ocorrer
o pagamento do ICMS a despesa tributaria passa a ser 14.870.151,79 e logo um resultado
positivo de 1.532.049,21.
Ainda no referido ano da empresa foi acrescentado o valor de R$ 3.274.237,08 na
receita de vendas de mercadorias, pois a mesma deixou de receber devido ao impacto
financeiro (conforme os cálculos do ciclo operacional) e logo ao invés de prejuízo a empresa
obteve lucro.
52

Fluxo de Caixa (Método Indireto) 2008 com a simulação do impacto.

FLUXO DE CAIXA - MÉTODO INDIRETO


Entradas e saídas de caixa e equivalentes de caixa
Fluxo de caixa das atividades operacionais: 2008 (C/ICMS/ST) 2008(S/ICMS/ST)
Lucro/Prejuízo líquido (1.742.187,88) 1.532.049,21
Ajuste de exercícios anteriores 1.898.912,13 1.898.912,13
Depreciação e amortização (+) 579.138,64 579.138,64
Provisão para devedores duvidosos (+) - -
Aumento/diminuição em fornecedores (+/-) 31.935.876,07 31.935.876,07
Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-) 3.137.363,53 3.137.363,53
Aumento/diminuição em contas a receber (+/-) 66.417,80 66.417,80
Aumento/diminuição em estoques (+/-) (33.632.866,15) (33.632.866,15)
Caixa líquido das atividades operacionais (+/-) (1) 2.242.654,14 5.516.891,23
Fluxo de caixa das atividade de investimento:
Venda de imobilizado (+) - -
Aquisição de imobilizado (-) (901.224,41) (901.224,41)
Aquisição de outras empresas (-) (700.000,00) (700.000,00)
Caixa líquido das atividades de investimento (+/-) (2) (1.601.224,41) (1.601.224,41)
Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
Empréstimos líquidos tomados (+) 205.525,50 205.525,50
Pagamento de Dividendos (-) (400.000,00) (400.000,00)
Emissão de ações (+) - -
Caixa líquido das atividade de financiamento (+/-) (3) (194.474,50) (194.474,50)
Aumento / diminuição líquido de caixa e equivalente de 446.955,23 3.721.192,32
Caixa e equivalentes de caixa - início do ano 3.702.732,00 3.702.732,00
Caixa a equivalentes de caixa - final do ano 4.149.687,23 7.423.924,32
Fonte: Empresa Modelo adaptado de Azevedo (2009).

Apresentado a simulação do Fluxo de Caixa acima se pode considerar que são


semelhantes os fluxos de caixa das atividades de investimentos e financiamentos, seja pelo
método direto ou pelo método indireto a diferença de métodos reside no fluxo de atividade
operacional.
53

Sendo assim, nesta simulação verifica-se o impacto que houve no fluxo de caixa em
2008, pois ao invés de prejuízo de R$ 1.742.187,88 houve um saldo disponível de R$
446.955,23, a empresa teria um resultado positivo de R$ 1.532.049,21 e um saldo de caixa
equivalente de R$ 3.721.192,32.

4.1 O valor do ICMS/ST desembolsado em um período de 360 dias

Tomando-se por base esses conceitos encontramos que o valor das compras em 360
dias da empresa foi de R$ 181.357.986,48, aplicando-se a alíquota de 10,03% de ICMS/ST a
essas compras, obtêm-se o valor de R$ 18.190.260,04 desembolsado para pagamento do
ICMS/ST em 45 dias a contar da entrada da mercadoria. Então essa é a base para o cálculo do
custo de oportunidade que gera o impacto deste tributo no fluxo de caixa da empresa.

4.2 O Custo de Oportunidade - Aplicação ao desembolso antecipado do ICMS/ST

Diante de todos esses conceitos aplicados e levando-se em consideração que para um


valor de R$ 18.190.260,04 seria plausível e possível uma aplicação financeira à alíquota de
1,5% ao mês, ou seja, de 0,05% ao dia e, levando-se em consideração que este valor aplicado
a essa alíquota em 77,32 dias teria o valor de R$ 3.274.237,08. Tal valor, conceitualmente,
pode ser lido como o impacto do ICMS/ST no ciclo operacional da empresa, ainda, visto
também como uma forma de penalização indireta da tributação, pois a empresa deixa de
receber esse recurso nas condições aplicadas especialmente nesse modelo.
54

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A contemplação sobre a evolução histórica do ICMS no regime de substituição


tributária realizado nesta pesquisa sobre o impacto do ICMS/ST nos produtos farmacêuticos
serve para demonstrar, na prática a forma de se apurarem os encargos de cada uma das
modalidades do regime tributária.
Contudo ao examinar a carga tributária brasileira imposta sobre as empresas com
finalidades lucrativas, é assunto cada vez mais desafiante, para especialistas, contabilistas,
tributarista em face da complexidade subjacente a temática da questão, causada pela
legislação fiscal e das ações dos entes governamentais que implacavelmente aumentam o
elenco de tributos com novos impostos e reajustando os índices porcentuais daqueles já
existentes, sob o patrocínio do ordenamento jurídico brasileiro.
Para isto a classe empresarial conta com a ajuda da doutrina, para e de forma legal e
técnica-científica, ser servido com ferramentas metodológicas que tenham como finalidades
contribuir para um gerenciamento estratégico eficiente, ou seja a rentabilidade e perdas do seu
negócio, entre outros, no seu fluxo de caixa.
Nesta sistemática o contribuinte-gestor enfrenta o custo tributário implantados pelo
Estado nas operações com o Regime Fiscal ICMS/ST determinado para a venda de
produtos/serviços às empresas pelos Fiscos Estaduais. Nesse sentido, para que o gestor possa
administrar o desembolso de recursos com os custos tributários, dentro da legalidade,
alimente o seu fluxo de caixa, ganhe vantagem competitiva frente a seus concorrentes, ofereça
prazos mais longos nas vendas e consolide seus market share e atinja os objetivos do
empreendimento, a presente pesquisa apresentou alternativas como recursos gerenciais ao
contribuinte-empresário, em que, recorreu-se às abordagens científicas disponíveis, entre as
quais, a Teoria do fluxo de caixa com um modelo testado teórico-empiricamente e
comprovado no presente estudo.
Com essa intenção a Demonstração do Fluxo de Caixa foi à peça contábil
fundamental na qual foi desenvolvida na presente pesquisa para auxiliar no seu
gerenciamento. E para evidenciar tal demonstração foi necessário escolher o método indireto
utilizado na composição do seu fluxo de caixa operacional.
55

Porém as peças que constituíram a presente pesquisa já estiveram no novo modelo da


contabilidade devido a aprovação da lei n. 11.638/07 que trouxe profundas alterações na Lei
n. 6.404/76, com a publicação da Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC) que tornou-se
obrigatória para as sociedades anônimas.
Nessa conformidade, a relevância do fato da adoção do regime de substituição
tributária adotado pelo Estado implicando basicamente em cinco aspectos: maior vigilância do
Fisco acerca do recolhimento do imposto que é exercido sobre um número reduzido de
contribuintes e não nos inúmeros locais de venda; antecipação do pagamento do ICMS ao
importador, ao fabricante ou na entrada do território do Estado; incidência do ICMS sobre o
estoque com base de cálculo presumida no preço do varejo; aumento da carga tributária para
empresas comerciais; definição da cobrança do ICMS para atacado e varejo, já que não se
admite crédito nem débito de ICMS nas operações posteriores, salvo raras exceções, torna-se
pertinente uma pesquisa cientifica sobre o tema proposto.
A presente dissertação foi desenvolvida a partir da identificação de problemas no
desembolso antecipado no decorrer das atividades de empresas no segmento de produtos
farmacêuticos no atual processo fiscal de liquidação do imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços na atual sistemática de substituição tributária. Com isso foram
definidos o objetivo e Geral e específicos para a elaboração desse estudo.
Vale ressaltar a perseverança do pesquisador na empresa durante todas as etapas do
trabalho que permitiu o desenvolvimento e a aplicação da metodologia em tempo real, fato
este, importante para a precisão dos resultados obtidos com maior credibilidade.
A verificação dos objetivos esclarecidos no capitulo 1, foram estabelecidos em um
objetivo geral e três objetivos específicos os quais foram alcançados conforme demonstrado a
seguir:
No objetivo geral foi construída uma metodologia própria com um estudo de caso na
empresa Modelo com a obtenção da demonstração do impacto da antecipação do pagamento
do ICMS Substituição tributária no fluxo de caixa em curto prazo.
Os objetivos específicos conforme definidos foram alcançados da seguinte forma:
- Foram identificados e pesquisados os diplomas legais relativos a substituição
tributária do ICMS com foco a normatização fiscal imposto pela força da legislação estadual
aplicadas no teor da norma jurídica brasileira fundamentadas pela atual Constituição Federal
de 1988.
- Após a pesquisa e o desenvolvimento da metodologia, o estudo foi validado com a
aplicação prática na empresa selecionada;
56

- Foram conceituados e explicados a forma e preceitos científicos baseados nos


autores sobre o fluxo operacional de caixa sendo analisados os balanços dos anos de 2007 e
2008 para comprovar o ciclo operacional da empresa para assim demonstrar o seu impacto no
fluxo de caixa conforme a antecipação do ICMS/ST.
Sendo assim os resultados obtidos foram avaliados e comparados aos dados
inicialmente coletados;
Encontrados os resultados, foi realizada a metodologia proposta seguindo
posteriormente a proposições para futuros trabalho nessa linha.
Pode-se concluir a importância social desta pesquisa no âmbito de seu objetivo é
contribuir não somente para o debate sobre a tributação, como também demonstra o alcance
social que o tributo tem sobre a sociedade que necessita de medicamentos para manutenção de
sua saúde. Os resultados obtidos nas operações dos tributos a serem pagos pelos comerciantes
com produtos farmacêuticos efetuados pelo regime de substituição tributária, mostram que
são critérios que alteram, significativamente os preços dos medicamentos para os
consumidores finais.
Cabe aos profissionais de contabilidade a tarefa de orientar os empresários na
aplicação correta daquela forma tributária, visando principalmente alivio nos seus custos
tributários operacional, para tanto, deverão compreender não só regime jurídico de
substituição tributária, como também a maneira adequada ou correta de centralizá-la.
Com certeza, está investigação não está esgotada, mas se constitui em ponto de
partida para horas possibilidades de pesquisas.
O estudo mostrou também que merece maior investigação ás complexas mediações
entre as riquezas produzidas é os produtos destinados á manutenção do Estado.
Procurando dar continuidade a pesquisa aqui iniciada, apresentam-se as seguintes
recomendações:
• Formular outra pesquisa para desenvolver um modelo cientifico de
indicador de desempenho teórico empírico para testas e comprovar o impacto desse tributo
tornando possível minimizar a perda de investimentos neste impacto.
• Verificar junto ao fisco as disponibilidades de prazos mais compatíveis para
adequar o fluxo de caixa das empresas que operacionalizam com este segmento.
Por fim, complementar a metodologia com um sistema de melhoria continua e
proceder à procura de outras tecnologias que demonstrem otimização dos resultados
apresentados nesse trabalho.
57

REFERÊNCIAS E OBRAS CONSULTADAS

ABNT. NBR 14724: informação e documentação – trabalhos acadêmicos. Rio de Janeiro:


Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, 2005. p. 1-6.

ABNT. NBR 15287: informação e documentação – projeto de pesquisa. Rio de Janeiro:


Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT, 2005. p. 1-6.

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62

ANEXOS
63

DEPARTAMENTO DE TRIBUTAÇÃO - DETRI


SILT - SISTEMA INTEGRADO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
LEGISLAÇÃO ESTADUAL

DECRETO Nº 25.135, 02 DE AGOSTO DE 2.005


Publicado no DOE de 02.08.05

INSTITUI Regime Especial de


Tributação nas operações com
produtos farmacêuticos nas formas e
condições em que especifica.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, no exercício da competência que lhe confere o


art. 54, inciso IV, da Constituição Estadual, e

CONSIDERANDO a necessidade de disciplinar a cobrança do ICMS, relativo à Antecipação e


Substituição Tributária, na entrada em território amazonense dos produtos farmacêuticos mencionados no item
20 do anexo II da Lei Complementar nº 19, de 29 de dezembro de 1997 (Código Tributário do Estado) , diante
das subseqüentes operações de saídas interestaduais;

CONSIDERANDO a autorização contida no art. 328 do Código Tributário do Estado,

D E C R E T A:

Art. 1º. O Regime Especial de Tributação, de que trata o § 7º do art. 114 do Regulamento do ICMS,
aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999, com a redação do Decreto nº 25.134, de 02 de
agosto de 2.005, relativo aos contribuintes que realizam operações de saídas interestaduais, respeitará a disciplina
estabelecida neste Decreto.

Art. 2º. Os coeficientes estabelecidos nos incisos I e II do § 6º do art. 114 do Regulamento do ICMS,
aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999, com a redação do Decreto nº 25.134, de 02 de
agosto de 2.005, serão reduzidos na proporção das saídas interestaduais, praticada nos últimos três meses,
observando o seguinte:

I – quando mais de 10% (dez por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:

a) em cinco pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;

b) em três inteiros e setenta e cinco centésimos de pontos percentuais no caso do coeficiente aplicado
para produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;

II – quando mais de 15% (quinze por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:
a) em sete pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
b) em cinco inteiros e vinte e seis centésimos de pontos percentuais no caso do coeficiente aplicado para
produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;
64

III – quando mais de 20% (vinte por cento) do faturamento for destinado a outra unidade da Federação:
a) em nove pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado para produtos procedentes das Regiões
do Sul e Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
b) em seis inteiros e setenta e seis centésimos de pontos percentuais, no caso do coeficiente aplicado
para produtos procedentes das Regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo.
Art. 3º. Para fazer jus ao disposto no artigo anterior, o contribuinte deverá satisfazer as seguintes
condições:
I – manter, a cada mês, média de recolhimento de ICMS igual ou superior à apurada com base nos
pagamentos efetuados no período de maio, junho e julho de 2005;
II – manter, a cada mês, percentual de recolhimento de ICMS, calculado com base na média dos valores
das suas operações de entradas de mercadorias tributáveis nos três meses anteriores, igual ou superior ao
percentual estabelecido no § 2º, quando o contribuinte, em razão do início de sua atividade econômica ou falta de
movimentação econômica no período de maio, junho e julho de 2005, não se enquadrar no inciso anterior;
III – encontrar-se em situação regular para com suas obrigações junto ao Fisco, nos termos do art. 107
do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999.
IV – possuir autorização da Secretaria da Fazenda, baseada no faturamento dos últimos três meses,
fixando o coeficiente para ser aplicado durante o período de três meses, iniciando no mês subseqüente ao
levantamento, sem prejuízo dos pagamentos das diferenças de ICMS caso a empresa não venha a preencher as
exigências relacionadas ao nível de recolhimento, situação em que deverá ser observado o prazo de vencimento
previsto no art. 107 do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de dezembro de 1999,
em relação às entradas interestaduais do mês em análise.
§ 1º Para efeito do cumprimento da exigência estabelecida no inciso I deste artigo, considerar-se-á a
média apurada a cada mês, com base no mês em análise e nos últimos dois meses anteriores (média móvel) em
comparação com os valores calculados conforme critérios estabelecidos na parte final do mesmo inciso.
§ 2º Para fins de determinar o percentual de que trata o inciso II deste artigo, considerar-se-á o
percentual de recolhimento praticado pelo setor, resultado da comparação entre os recolhimentos efetuados e às
entradas de mercadorias tributáveis, praticadas no período de maio, junho e julho.
Art. 4º. Ficam prorrogados, até 31 de agosto de 2.005, os regimes especiais relacionados às operações
interestaduais com produtos farmacêuticos, não autorizando essa prorrogação a restituição dos valores
eventualmente recolhidos sem aplicação dos regimes ora prorrogados.
Art. 5º. Fica a Secretaria de Estado da Fazenda autorizada a expedir normas complementares que se
fizerem necessárias à fiel execução deste Decreto.
Art. 6º. Este Decreto entra em vigor entra em vigor na data de sua publicação.
GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, em Manaus, 02 de agosto de
2.005. EDUARDO BRAGA
Governador do Estado do Amazonas
JOSÉ ALVES PACÍFICO
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil
ISPER ABRAHIM LIMA
Secretário de Estado da Fazenda
65

DEPARTAMENTO DE TRIBUTAÇÃO - DETRI


SILT - SISTEMA INTEGRADO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
LEGISLAÇÃO ESTADUAL
DECRETO ESTADUAL - Ano 2005

ESTE TEXTO NÃO SUBSTITUI O PUBLICADO NO DIÁRIO OFICIAL

DECRETO Nº 25.134, DE 02 DE AGOSTO DE 2.005


Publicado no DOE de 02.08.05

ALTERA dispositivos do Regulamento do ICMS,


aprovado pelo Decreto nº 20.686, de 28 de
dezembro de 1999, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, no exercício da competência que lhe confere


o art. 54, inciso IV, da Constituição Estadual, e

CONSIDERANDO a autorização estabelecida no art. 328 do Código Tributário do Estado,

DECRETA:

Art. 1º. Os dispositivos adiante especificados do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº
20.686, de 28 de dezembro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 3º.................................................................. .............................................................................


....................................................................................................................................................
XIV – do desembaraço, na Secretaria da Fazenda - SEFAZ, da documentação fiscal da mercadoria ou
bem oriundos de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou ativo permanente, em relação à cobrança
da diferença de alíquotas do imposto;
XV - da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outra unidade da
Federação e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente, em relação à cobrança da diferença de
alíquotas do imposto;
Art. 13 .......................................................................................................................................
§ 13. Para efeito de cobrança do imposto a que se refere o inciso XIV do artigo 3º, na entrada de
mercadoria destinada à empresa de construção civil para emprego em sua obra de edificação e de engenharia
civil, a base de cálculo do ICMS fica reduzida de forma que resulte na carga tributária de 5% (cinco por cento)
do valor da operação, não se aplicando a redução à entrada destinada à empresa de administração de obras,
demolição e preparação de terreno, sondagens, terraplenagem, paisagismo, instalação e/ou montagem de
produtos, peças, equipamentos, perfuração de poços e construção de rede de transporte produtos
66

“Art.114......................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
§ 6º Para efeito de cobrança do ICMS devido nas operações com os produtos farmacêuticos indicados
no item 18 do anexo II deste Regulamento, será emitida notificação, observado o disposto no art. 107, aplicando-
se os seguintes percentuais:
I – 20,03% (vinte inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos das Regiões do Sul e
Sudeste, exceto Estado do Espírito Santo;
II – 15,03% (quinze inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos das Regiões Norte,
Nordeste e Centro Oeste e do Estado do Espírito Santo;
III – 27,03% (vinte e sete inteiros e três centésimos por cento) para os produtos oriundos do exterior,
submetidos à alíquota interna de 17% (dezessete por cento);
IV – 11,13% (onze inteiros e trezes centésimos por cento) para os produtos oriundos do exterior,
importados para comercialização com os benefícios do art. 25 da Lei nº 2.826, de 29 de setembro de 2003.
§ 7º Os percentuais definidos no parágrafo anterior poderão ser reduzidos, na proporção das saídas
interestaduais, para os contribuintes que realizam estas operações, mediante regime especial de tributação,
estabelecido em legislação específica.
§ 8º Para fins de recuperação do ICMS incidente na operação do varejista para o consumidor final,
cobrado por intermédio do regime da substituição tributária, o distribuidor deverá observar o seguinte:
a) calcular o valor do imposto a ser recuperado, que corresponderá ao valor resultante da aplicação de
três inteiros e quatro décimos por cento sobre o preço deste para o varejista;
b) lançar o valor do imposto a ser recuperado no campo da Nota Fiscal destinado à cobrança do
ICMS/Substituição Tributária;
c) fazer constar no corpo da Nota Fiscal de que trata a alínea anterior a expressão “RECUPERAÇÃO
DO ICMS – Art. 114, § 8º, II, b, do RICMS.
“Art.115........................................................................................................................................
§ 3º Tratando-se de produtos farmacêuticos, o contribuinte deverá adotar os seguintes procedimentos,
em substituição ao disposto nas alíneas “b” e “c” do inciso II do caput, para fins de recuperação de crédito fiscal
de mercadoria “já tributada” :
a) emitirá Nota Fiscal de entrada destacando o valor do ICMS da operação própria destacado no
documento fiscal relacionado à operação de saída;
b) emitirá, caso não adote o procedimento previsto na alínea anterior, uma única Nota Fiscal
englobando o valor total do ICMS das operações próprias ocorridas no período;
c) escriturará a Nota Fiscal de que trata a alínea “a” ou “b” no livro próprio com lançamento do
crédito fiscal nela destacado.
Art. 2º. Fica revogado o artigo 31 do Regulamento da Lei nº 2.826, de 29 de setembro de 2.003,
pertinente à Política Estadual de Incentivos Fiscais e Extrafiscais e aprovado pelo Decreto nº 23.994, de 29 de
dezembro de 2003.

Art. 3º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo eus efeitos a de 1º. de
agosto de 2005.

GABINETE DO GOVERNADOR DO ESTADO DO AMAZONAS, em Manaus, 02 de agosto


2005.
EDUARDO BRAGA
Governador do Estado
JOSÉ ALVES PACÍFICO
Secretário de Estado Chefe da Casa Civil
ISPER ABRAHIM LIMA
Secretário de Estado da Fazenda

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