You are on page 1of 54

1

REVISTA ESPAÇO DA SOPHIA - Nº 30 – SETEMBRO/2009 – MENSAL – ANO II

UCP – FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO CENTRO DO PARANÁ


ABRASCE – ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO PROFISSIONAL TRADUTOR


INTÉRPRETE DE LINGUA DE SINAIS NO ENSINO REGULAR

Medianeira, PR
2007
2

DINÉIA GHIZZO NETO


LEILA GASPARINI

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO PROFISSIONAL TRADUTOR


INTÉRPRETE DE LINGUA DE SINAIS NO ENSINO REGULAR

Monografia apresentada ao curso de Pós-


graduação Latu Senso em Educação Especial
ofertado pela Faculdade de Ensino Superior do
Centro do Paraná – UCP - Academia Brasileira de
Ciências da Educação – ABRASCE, como
requisito parcial para obtenção do título de
Especialista.
Orientação: Professora M.s Liamara Schwarz.

Medianeira, PR
2007
3

Dedicamos primeiramente a DEUS, tudo o


que conquistamos em nossa vida
principalmente nossa sabedoria e
conhecimento, pois é ELE que nos dá
coragem e força para atingirmos nossos
objetivos, também á nossos pais, que
acreditaram em nós e nossos amores pela
paciência e compreensão.
4

Agradecemos a Deus por tudo o que


temos e somos, também aos familiares
que nos apoiaram nos momentos difíceis
e aquelas pessoas que de uma forma ou
de outra colaboraram para o sucesso
desta pesquisa.Um abraço a todos!
5

"É impossível para aqueles que não


conhecem a língua de sinais perceberem
sua importância para os surdos, sua
enorme influência sobre a felicidade moral
e social dos que são privados da audição
e sua maravilhosa capacidade de levar o
pensamento a intelectos que de outra
forma ficariam em perpétua escuridão.
Enquanto houver dois surdos no mundo e
eles se encontrarem, haverá o uso de
sinais”.(J. Schuylerhong)
6

LISTA DAS SIGLAS

LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

PNEE - PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

MEC - MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


CF - CAMPANHA DA FRATERNIDADE
LDB - LEI DE DIRETRIZES E BASES
UNESCO - ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A
CIÊNCIA E A CULTURA
DA - DEFICIENTES AUDITIVOS
LSF - LINGUA DE SINAIS FRANCESA
INES - INSTITUTO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS
FENEIS - FEDERAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS
CBS - CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE SURDOS
L1 - LINGUA MATERNA
L2 - LINGUA ESTRANGEIRA
SEED - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEE - DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
ILS - INTÉRPRETE DE LÍNGUA DE SINAIS
AMESFI – ASSOCIAÇÃO MEDIANEIRENSE DE SURDOS E FISSURADOS
7

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELO PROFISSIONAL TRADUTOR


INTÉRPRETE DE LINGUA DE SINAIS NO ENSINO REGULAR

Autoras: Dinéia Ghizzo Neto


Leila Gasparini
Orientadora: Liamara Schwarz

RESUMO

O nosso objetivo de estudo foi averiguar as dificuldades encontradas pelos


intérpretes de Língua de Sinais no ensino regular da cidade de Medianeira – Paraná,
da qual fizeram parte da nossa amostra, um total de doze pessoas, entre elas
professores intérpretes e alunos surdos. Do questionário entregue, pode-se analisar
cada questão, identificando assim os problemas que os profissionais formados na
área de interpretação encontram diariamente, concluindo assim que esse fator existe
e que muitas vezes este papel não é reconhecido devidamente pelos demais
profissionais que atuam em escolas onde ocorre a inclusão de alunos surdos. É
necessário então que esta função que exige qualificação fique claro para a
comunidade em geral e que ele seja respeitado e tratado como deve ser: um
intérprete - tradutor de Língua de Sinais.

PALAVRAS – CHAVE: Educação Especial, surdos, Intérprete de Língua de Sinais.


8

SUMÁRIO

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................... vi


RESUMO................................................................................................................... vii
1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA E PERTINÊNCIA DO PROBLEMA ................... 1
2. A EDUCAÇÃO ESPECIAL E A SUA VISÃO HISTÓRICA ..................................... 2
2.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 2
3. O CONTEXTO HISTÓRICO DA SURDEZ .............................................................. 7
3.1.DESAFIOS E CONQUISTAS PELO RECONHECIMENTO DA LIBRAS ............... 7
3.2. A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL TRADUTOR INTÉRPETE DE LÍNGUA DE
SINAIS E A SUA COLABORAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO SURDO .. 11
4. A INCLUSÃO ........................................................................................................ 14
4.1.PROCESSO EVOLUTIVO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ESTADO DO
PARANÁ.................................................................................................................... 14
5. PESQUISA DE CAMPO........................................................................................ 19
5.1. METODOLOGIA ................................................................................................. 19
6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 21
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35
ANEXOS ................................................................................................................... 38
9

1. INTRODUÇÃO, JUSTIFICATIVA E PERTINÊNCIA DO PROBLEMA

Atualmente muito se comenta sobre Educação Especial, inclusão,


acessibilidade, mas ainda pouco se acredita naquelas pessoas que fazem parte
deste grupo minoritário.
As pessoas que necessitam de uma educação diferenciada e de uma
sociedade mais colaboradora estão lutando para que seus direitos sejam adquiridos
com dignidade e responsabilidade, o que nem sempre isso acontece.
Para os surdos essa situação não é diferente, mesmo com a aprovação da
Lei da LIBRAS, (lei nº10.436 de 24 de abril de 2002 e o decreto nº5626 de 22 de
dezembro de 2005 que a regulamenta) o que foi uma grande vitória, os surdos, entre
tantos, também se encontram na luta de aceitação profissional e escolar. E inicia-se
a partir daí o papel do tradutor intérprete da Língua de Sinais que vem colaborando
da melhor forma possível para que tal inclusão ocorra verdadeiramente, mas estes
alunos sofrem com a falta de profissionais qualificados para tal função.
Com a participação dos surdos na sociedade, a profissionalização dos
tradutores intérpretes representou um dos elementos fundamentais para o
reconhecimento de tal Língua. Mas esses profissionais encontram também, muitas
barreiras ao desempenhar tal função.
Este fator é que nos impulsionou para a escolha do problema: Quais as
dificuldades encontradas na sala de aula do ensino regular, pelos profissionais
intérpretes de Língua de Sinais? Pois muitas vezes não são respeitados pela função
que exercem, sendo considerados como auxiliares colaboradores ou até mesmo,
professores dos próprios surdos, sendo que sua única e verdadeira função nesta, é
intermediar a comunicação entre os alunos surdos com os demais alunos ouvintes e
também com os professores e vice-versa, e, além disso, não existe uma lei que
forneça todos os direitos necessários para que estes possam trabalhar com
dignidade e que sejam respeitados pela função que exercem.
Devido á isso, o nosso objetivo geral foi averiguar; os problemas encontrados
pelo intérprete em seu local de trabalho e em seu plano de carreira; e os objetivos
específicos foram analisar as opiniões dos professores do ensino regular em relação
ao trabalho dos intérpretes inclusos em seu contexto escolar, o relacionamento em
sala de aula entre surdos, intérpretes e professores e por fim, deixar claro para a
10

sociedade em geral o verdadeiro papel do profissional intérprete, podendo assim


acabar com os problemas enfrentados por eles em sala de aula contribuindo para
uma melhor aprendizagem do aluno surdo.
Para obter-se os resultados da nossa pesquisa, esta foi realizada no
Município de Medianeira, basicamente em duas escolas, uma municipal e a outra
estadual, da qual ambas possuem alunos surdos matriculados, destas, foram
escolhidos aleatoriamente quatro docentes que regem em turmas de alunos surdos,
quatro intérpretes e por fim quatro surdos, sendo estes alunos da rede estadual,
devido a sua maior compreensão quanto ao tema tratado.
Este estudo está apresentado da seguinte forma: introdução, justificativa e
pertinência do problema; no primeiro capítulo pode-se ter um breve conhecimento
sobre a Educação Especial e a sua história ao longo dos anos; no segundo capítulo
trata-se sobre o contexto histórico da surdez; no terceiro capítulo apresenta-se o
tema sobre a inclusão; para finalizar a pesquisa então realizada, tem-se a
metodologia, apresentação e discussão dos resultados e as considerações finais.
11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. A EDUCAÇÃO ESPECIAL E SUA VISÃO HISTÓRICA

Hoje, a educação num contexto geral tem progredido muito, especialmente


em assuntos relacionados às pessoas com deficiência, e tal progresso pode-se
dizer que está ligado à mídia, instrumento poderoso que vem tornando este tema
mais claro para milhões de pessoas. Já para aqueles que fazem parte deste grupo,
nem sempre tudo foi fácil, há décadas e décadas que estes conseguiram tornar-se
pessoas com direitos iguais as demais, mas esse fato não vem modificar o
preconceito e a discriminação que os mesmos sofreram e ainda sofrem.
Durante tanto tempo ocorreram muitas mudanças quanto ao assunto da
pessoa com deficiência, e um dos principais temas tratados foi à terminologia
aplicada, com isso, Soler (2002), apresenta algumas delas, sendo que a primeira
denominação adotada foi excepcional, depois Pessoa Deficiente, logo após Pessoa
Portadora de Deficiência, Pessoa Portadora de Necessidades Especiais, e hoje se
denomina Pessoa com Necessidades Educativas Especiais, mas este fato não
muda em nada, pois a questão da marginalização continua da mesma forma.
As políticas públicas discutiam e discutem muito sobre as terminologias
adotadas, e no Brasil isto não é diferente, onde que as mesmas se diferem. É
interessante ressaltar que na Constituição Federal (1998) utiliza a expressão
pessoas portadoras de deficiência, enquanto que o MEC (Ministério da Educação)
prefere assim chamar de alunos com necessidades educativas especiais, pois estes
acreditam que a expressão está ligada á dificuldade na aprendizagem e não em
relação à deficiência.
Mas, o mais importante não é a terminologia adotada e sim, a pessoa em si,
e como estes eram tratados, como explica Fonseca (1995), o deficiente foi visto com
malignidade e superstição na era do homem primitivo. Lutando pela sua
sobrevivência em Atenas, os deficientes eram simplesmente abandonados em
locais desconhecidos. Já os Romanos, em Esparta, estes mais tolerantes,
adotavam os deficientes para os exibirem em festividades suntuosas. O
Cristianismo os tratou com compaixão e piedade. Só no século XVII, efetivamente é
12

que as organizações religiosas de São Vicente de Paulo e das Irmãs da Caridade


iniciam um trabalho de assistência aos deficientes.
Demorou séculos para as PNEE (Pessoas com Necessidades Educacionais
Especiais) serem respeitadas como as demais, mas mesmo assim o trabalho que
era realizado com essas pessoas era de assistencialismo, nem sempre permitindo
que estes pudessem sim demonstrar seu potencial e capacidade.
Na Idade Média, as deficiências eram identificadas, mas por razões físicas e
sobrenaturais, não podiam ser tratadas. Essas pessoas eram consideradas produtos
do demônio e do pecado, isso por influência da Igreja. (ROSS, 1998).
É intrigante como isto era possível e como a própria igreja aceitava. Estes,
como todos, são seres humanos e como os demais contribuíam com impostos e
outras atribuições impostas pelas autoridades, devido a isso, deveriam ter os
mesmos direitos.Hoje, sabe-se que isto é inaceitável para qualquer religião, sendo
este tema tão comentado nos últimos anos se tornando até o lema da CF(Campanha
da Fraternidade, 2006).
Entretanto, TOMASINI (1998, p.114) diz que: “as pessoas ou o grupo de
pessoas consideradas portadoras de problemas ou que se destacam sensivelmente
do que está socialmente estabelecido como normal, são alvo de processos que
resultam na criação de mecanismos de correção de suas diferenças".

Ao longo da história da humanidade, é freqüente observarmos que


muitas condições sociais têm sido consideradas como deficientes,
refletindo normalmente este fato um julgamento social, julgamento
que se vai requintando e sofisticando á medida que as sociedades
vão se desenvolvendo tecnologicamente, em função de valores e de
atitudes culturais específicas.(FONSECA, 1995, p.7)

Mas esse tratamento acontecia além daquelas pessoas que apresentassem


uma deficiência, podendo ser ela a mais despercebida possível, ocorrendo assim
com os pobres, os idosos e aqueles que tivessem alguma doença contagiosa, sendo
que este não tinha nem a possibilidade de receber um tratamento adequado.
Para Pedrinelli & Verenguer (2005), atualmente os direitos de igual
oportunidade já estão sendo assegurados, apesar disso, muitas ações refletem a
influência de modelos precursores, como o de destruição (onde que os deficientes
eram sacrificados), de segregação (em Instituições Especializadas, a segregação
era a opção que existia), de prevenção ou cura (quando eram mostrados como
13

limitados, doentes ou inválidos). Esses modelos, ainda influenciam e fazem com que
atitudes são determinadas e que colocam as pessoas que apresentam diferenças
em desvantagem.
No entanto:

Se a parcela da população portadora de uma distinção físico-


sensorial não tomar parte da população histórico-social da
humanidade, nascerá dessa desigualdade um tipo de relação vertical
e hierarquizada que cria a falsa dicotização da superioridade de um e
da inferioridade de outros. Sustentando-se no discurso da igualdade,
dissemina-se a separação entre "normais” e 'anormais “, entre
produtivos e improdutivos e entre dirigentes e dirigidos, negando sua
alteridade e, em última instância, sua condição humana.(ROSS,
1998, p.106)

E ao falar tanto em igualdade é que se resgatou essas pessoas do


anonimato, trazendo elas para o convívio social, disponibilizando reais direitos que
lhes foram negados durantes séculos. Atualmente destina-se uma política inclusiva
muito debatida em vários países, sendo em alguns já em exercício como é o caso do
Brasil.
Após a proclamação da república, alguns profissionais que foram estudar na
Europa, trouxeram a idéia de modernizar o país. Assim, em 1906 as escolas
públicas começaram a atender aos alunos com deficiência mental.
Na década de 60, a reabilitação da pessoa com deficiência estava voltada aos
objetivos de integrá-los com a LDB (Lei de Diretrizes e Bases, lei n. º 4.024/61), a
qual veio explicitar o compromisso do poder público com a educação especial.Na
década de 90, com a UNESCO (Organização das nações Unidas para a Educação a
Ciências e a Cultura), o país passou por uma transformação do sistema educacional
de forma a acolher a todos indiscriminadamente.
Também se verifica na LDB (20/12/1996) – Lei nº. 9.394, Art. 58: entende-se
por educação especial, a modalidade de educação escolar, oferecida
“preferencialmente na rede regular de ensino, para portadores de necessidades
especiais”. Em seu parágrafo 2º explicita que “ o atendimento educacional será feito
em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das
condições especificas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns do ensino regular”.
Em 1994, o Brasil adota a proposta da declaração de Salamanca na Espanha,
e assim chamada Educação para Todos. Lembramos que inclusão não é o mesmo
14

que integração, na inclusão, a escola deve ser ressignificada e transformada, devido


às necessidades dos alunos, enquanto que na integração, a escola não modifica e a
criança permanece sendo condicionada às suas possibilidades. (SOLER, 2002).
Quando se fala em participar de um processo inclusivo, Pedrinelli &
Verenguer (2005, p. 19), colocam ”que é estar predisposto a considerar e a respeitar
as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e
sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e
ações”.
Fazer inclusão por fazer, não trás benefícios para ninguém e acaba
prejudicando aqueles que mais necessitam dela, deve-se sim fazer inclusão com
responsabilidade, respeitando as diversidades e as limitações de cada um.
Quanto às condições indesejáveis de vida, não podemos continuar admitindo
que isso ocorra, se existir um maior envolvimento, irá diminuir substancialmente o
número de casos de deficiência. É necessário combater a ignorância e os
preconceitos, onde que se torna importante às informações no campo da deficiência.
(FONSECA, 1995).
Fingir que o problema das deficiências é particularmente do governo, é
pensar equivocado, o problema é de todos incondicionalmente. Devem-se deixar os
velhos preconceitos de lado e entrar para essa luta longa e difícil, com os vários
temas relacionados sobre o assunto, é necessário instigar, buscar, conhecer e
respeitar todos da mesma forma, sendo ou não, surdos, cegos, físicos, etc.
De nada adiantam as maquiagens, precisa-se mudar radicalmente, existem
lutas, enfrentamentos, resistências e contradições que fazem parte da história que
nós mesmos construímos. (TOMASINI, 1998).
Cada pessoa possui sua identidade própria, mas esta, só se torna possível
quando estamos interagindo com aquelas pessoas que de uma forma ou de outra
acabam passando por nossas vidas e essa interação ocorre também com a
sociedade da qual fazemos parte. Acreditar que os problemas que nos rodeiam não
são nossos, é fugir da própria responsabilidade, como também achar que se aquela
pessoa teve um filho com deficiência, o problema é dele. O problema é de todos,
pois a sociedade é formada por cada pessoa que ao construir sua identidade,
construiu um pedaço dessa sociedade e se dela se faz parte, cabe a cada um
acreditar que está pode mudar se houver a colaboração de todos, acreditando no
potencial de cada um, sem distinção.
15

Soler (2002, p.32), diz que:

Prefere acreditar trabalhando no dia-a-dia com essas pessoas, pois


elas têm um poder de superação dessas limitações, que as torna
mais que eficientes, pois supre a falta de habilidades, com uma
grande força para superar qualquer desafio, e quando unidas umas
emprestando às outras um pouco de habilidade, sua capacidade
para criar, jogar e viver é ilimitada.

Todas as pessoas possuem habilidades especificas, algumas apresentam-


nas com mais facilidade, outras nem tanto, mas todos nós temos o direito de
escolhermos o que mais gostamos de fazer e que caminho queremos seguir. As
pessoas com deficiência não são diferentes de nós, também gostam de mostrar o
que lhes interessa de verdade, mas nem sempre isso acontece, porque não é aberto
um espaço para que as mesmas assim o possam escolher. Os obstáculos, as
dificuldades não estão dentro delas, mas está fora, ou melhor, está dentro da
sociedade, mais precisamente, em nós.
16

3. O CONTEXTO HISTÓRICO DA SURDEZ

3.1. DESAFIOS E CONQUISTAS PELO RECONHECIMENTO DA LIBRAS

A surdez como as demais deficiências, também sofreram repressões e ainda


sofrem, lutam pela falta de oportunidades que é uma das maiores dificuldades
encontradas por eles durante todo esse tempo, nem sempre foram vistos como
pessoas capazes e hoje após anos de desafios, alguns dos objetivos que tanto
buscavam começam a ser aceitos e conquistados.
Antes de conseguirem algumas metas que almejavam, os surdos também
eram tratados com indiferenças e passaram por dificuldades como esclarece Strobel
(2006), onde que em relação a Roma antiga, os romanos por herdarem dos Gregos
a idolatração pela perfeição física, estes sacrificavam os recém nascidos que
apresentassem imperfeições físicas. No entanto, este destino muitas vezes não se
aplicava aos bebês surdos, porque não se percebia a surdez ao nascerem.
Fato este que veio a colaborar na vida dos surdos, mas isso não muda em
nada a história de exclusão que cada um carrega consigo, sendo às vezes na
própria família o começo de uma discriminação que dá continuidade dentro da
sociedade.
A condição dos DA (Deficiente Auditivo) foi durante muito tempo entendida
como descartável, sendo que ficavam confinados e marginalizados, quando
conseguiam realizar alguma atividade, geralmente eram aquelas atribuídas aos
“miseráveis existenciais”, tratados por vezes como animais. Sacks (1998, p.23) diz
que “... os natissurdos foram julgados estúpidos por milhares de anos e
considerados incapazes de herdar bens, contrair matrimônio, receber instrução, ter
um trabalho adequado estimulante e que lhes foram negados direitos humanos
fundamentais”.
Em se tratando dos familiares desses surdos, Monteiro (2006) coloca que em
décadas passadas, existiam famílias ouvintes que “escondiam” os filhos surdos pela
“vergonha” de ter concebido uma criança fora dos padrões considerados normais; e
por isso os surdos quase não saíam de casa ou sempre ficavam acompanhados dos
pais.
17

Durante o século XVII, surgiu na Europa uma escola que realizou um trabalho
importantíssimo direcionado basicamente para a área da surdez. Escola esta,
fundada por Del I‟pee que utilizavam a linguagem de sinais como principal forma de
comunicação, sendo a primeira instituição a receber auxílio de verbas públicas para
a manutenção e realização do trabalho com a educação especial. O próprio
fundador, Del l‟pee, foi autor de um livro sobre a língua de sinais, publicado no ano
de 1796. Esta escola se tornou uma forte tendência mundial onde os alunos surdos
começaram a destacar-se em contextos sociais e profissionais.
Em 1856, chegou ao Brasil o professor Ernest Huet, surdo francês que trouxe
o alfabeto manual francês e alguns sinais para o Brasil.Os surdos, diz Monteiro
(2006) que deviam usar algum sistema de sinais próprio, em contato com a Língua
de Sinais Francesa (LSF), produziram a Língua de Sinais Brasileira(LSB), e no dia
26 de setembro de 1857, ano seguinte, foi então fundado o Instituto dos Surdos-
Mudos do Rio de Janeiro e que foi denominado atualmente como Instituto Nacional
de Educação de Surdos (INES).
Outro fato importante foi a Instituição de Gallaudet Colege, que ainda hoje é
conhecida como Gallaudet University, que foi aprovada em 1864 no Congresso dos
Estados Unidos onde autoriza cursos de graduação nacional para os surdos, sendo
esta a primeira instituição de ensino superior especificamente para surdos.
Neste mesmo período, surgiram divergências entre a Escola Oralista e a
Escola de Sinais, sendo a primeira encabeçada por Grahan Bell, que com o seu
prestígio, fez os sinais serem banidos do ensino em escolas para surdos, alegando
que o necessário aos alunos é que falassem, aprendendo a viver no mundo dos
ouvintes de acordo com suas maneiras e meios. (SACKS, 1998).
Esta época foi uma das mais difíceis para os surdos, pois quando se iniciou o
verdadeiro trabalho, passando a respeitar os sujeitos surdos como pessoas que
possuem uma cultura e uma língua própria, simplesmente alguém termina com o
sonho de tantas pessoas que por anos e anos ficaram restritos aos assuntos do
mundo inteiro por serem privados da audição. Tal restrição chegou ao Brasil,
ocorrendo assim um grande declínio de professores surdos, abrindo as portas aos
professores ouvintes.
Em 1880, foi realizado o Congresso Internacional de Milão, Itália, para discutir
o futuro da educação para os surdos e para avaliar o mérito de três métodos rivais:
Língua de Sinais, Oralista e Mista (língua de sinais e a fala). (STROBEL, 2006).
18

Neste congresso, houve uma votação de 160 votos a favor de métodos orais na
educação de surdos, sendo quatro votos contra.
Com a imposição do oralismo, durante cem anos os surdos ficaram
subjugados as praticas ouvintistas1 e para se parecerem com ouvintes eram
obrigados a imitá-los. Sua cultura e sua identidade foram simplesmente ignoradas e
abandonadas.
Outra escola, que foi importante na história dos surdos, conta Monteiro
(2006), é o Instituto Santa Terezinha em São Paulo; fundado em 1925, que sofreu
influência da LSF, pois os educadores eram religiosos franceses católicos, além da
influência do “oralismo”. O Instituto era dedicado á educação de moças surdas,
sendo que algumas se tornavam freiras, estas só podiam se comunicar fora das
salas de aulas.
Muitos métodos foram utilizados para se trabalhar com os surdos, nem todos
obtiveram um bom resultado, alguns propiciaram de certa forma e por pouco tempo
melhoras na área da surdez, mas foram banidos com o passar do tempo.
Entre as décadas de 50 e 60, a surdez foi tratada como doença, e o
atendimento era voltado a filantropia e ao assistencialismo, sendo que as famílias
entregavam os surdos para instituições especializadas que funcionavam como
internatos, quando estes estivessem aptos, poderiam assim retornar ao convívio
familiar.
Na década de 60, houve um fato que foi fundamental para iniciar a mudança
da Representação Social, que até esta data a sociedade ouvinte construiu a respeito
destes indivíduos.Antropólogos, lingüistas, sociólogos e psicólogos começaram a ter
interesse pelo surdo, por sua cultura, sua língua e sua educação.Uma nova
concepção filosófica, não mais baseada na patologia começa a surgir.
Em 16 de maio de 1987, é fundada a Federação Nacional de Educação de
Surdos (FENEIS), organização filantrópica sem fins lucrativos que desenvolve
atividades políticas e educacionais, lutando assim pelos direitos culturais,
lingüísticos, educacionais e sociais dos surdos do Brasil, além dela há também a
Confederação Brasileira de Surdos (CBS), esta fundada em 2004, tendo os mesmos
objetivos da primeira.(MONTEIRO, 2006, p.284).

1
Ouvintismo, segundo Skliar (1998), “é um conjunto de representações dos ouvintes, a partir do qual o surdo
está obrigado a olhar-se e narrar-se como se fosse ouvinte”.
19

No século XX, houve muitos avanços na visão clinica, fazendo das escolas
dos surdos espaços de reabilitação de fala e treinamento auditivo, preocupando-se
com a cura e não com a educação (STROBEL, 2006). Ao serem avaliados, muitos
surdos foram encaminhados para classes especiais em escolas publicas e também
em instituições particulares de reabilitação, alem disso, houve projetos de formação
de professores leigos que muitas vezes faziam o papel de fonoaudiólogos, ficando
assim a proposta educacional direcionada para a reabilitação de fala ao sujeito
surdo.
Durante muitos anos a surdez foi tratada somente como clínica, onde
fonoaudiólogos e médicos tentaram curá-la. Os familiares e professores procuraram
“corrigir a normalidade”, ignorando seu lado cultural e sempre vendo a surdez como
deficiência.
Segundo Lodi & Moura (2006 p.22):

No Brasil, a língua brasileira de sinais (LIBRAS) foi reconhecida como meio


legal de comunicação e expressão das comunidades surdas pela Lei nº
10.436 de 2002, regulamentada pelo decreto nº 5.626, em 2005. A partir
desse Decreto, o ensino de LIBRAS torna-se obrigatório em cursos de
graduação relacionados á área da saúde e educação (Fonoaudiologia,
Pedagogia e Letras), bem como o Ministério da Educação compromete-se a
desenvolver programas específicos para a criação de cursos de graduação
que visem a formação de professores surdos e ouvintes para a educação
infantil e anos iniciais do ensino fundamental, e de Licenciatura em Letras;
LIBRAS/Língua Portuguesa como segunda língua, voltado para a formação
de professores para o ensino superior, médio e para as séries finais do
ensino fundamental, de forma a viabilizar ás pessoas surdas uma educação
bilíngüe.

A língua de sinais vem assumindo um lugar cada vez mais relevante não só
nas pesquisas, como também na educação dos surdos. Embora se encontrem
registros de que já no século XVIII se reconhecia a importância da língua de sinais,
foi somente no século XX, é que tiveram inicio os primeiros estudos lingüísticos
sobre ela.
As línguas expressam a capacidade especifica dos seres humanos para a
linguagem. A linguagem é tão essencial para o ser humano que apesar de todos os
empecilhos que possam surgir para o estabelecimento de relações através dela, os
seres humanos buscam formas de satisfazê-las. Na face da terra, as diferentes
línguas existentes, expressam as culturas, os valores e os padrões sociais, portanto,
20

elas refletem uma multiplicidade de fatores que as tornam diferentes característica


intrínseca de um grupo social especifica.
Ainda hoje, muitos especialistas acreditam na possibilidade de um trabalho
intenso e até mesmo em implantes que assim fariam com que os surdos tivessem a
oportunidade de ouvir sons e também adquirir a fala, mas na verdade, através da
surdez, estes conquistaram seu espaço mostrando sua cultura, sua língua e sua
identidade.
Fernandes (2004) esclarece que a educação bilíngüe para os surdos impõe
aos educadores um novo olhar não apenas sobre a situação lingüística, mas,
sobretudo, em relação ás questões ideológicas envolvidas nessa prática. Os alunos
surdos num contexto educacional são colocados em extrema desvantagem nas
relações de poderes e saberes instaurados em sala de aula, sendo que o “lugar” que
ocupam nas práticas lingüísticas é sempre o lugar do desconhecimento, do erro, da
ignorância, da Ineficiência, do eternizado não-saber.
Ainda são muitas as dificuldades encontradas pelos surdos, mesmo com a
aprovação da LIBRAS, não é fácil para eles assumirem a sua diferença lingüística
dentro do seu próprio país, e mesmo estando em escolas regulares, ainda assim são
discriminados nas suas manifestações em língua de sinais. Prejudicados por não
poderem obter da aula 100% do que ali é repassado, o surdo, além disso, acaba
sendo marginalizado em suas avaliações e produções, pois sua língua materna (L1)
é a língua de sinais, tendo a língua portuguesa como segunda língua (L2), faltando
assim pessoas aptas a avalia-los de forma diferenciada, respeitando a sua língua
como parte integrante do sujeito surdo.

3.2. A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL TRADUTOR INTÉRPRETE DE LÍNGUA


DE SINAIS E A SUA COLABORAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DO CIDADÃO SURDO

Conviver com pessoas “diferentes” é ir mais além do que só viver, é participar de


uma vida cheia de dificuldades, lutas e conquistas, é estar ali quando aquela pessoa
necessita da sua ajuda para algo. Não é fácil entrar para o mundo do surdo como
não é fácil para o surdo entrar no mundo dos ouvintes. São dois países diferentes,
são duas línguas diferentes, e para que nenhum seja estrangeiro no mundo do outro
é necessário que se aceitem mutuamente e principalmente se respeitem.
21

E para colaborar na formação desses surdos, para assim torna-los capaz de


participarem ativamente e criticamente da sociedade, a escola precisa se
reorganizar, apropriando-se de metodologias, técnicas e recursos que permitam
implementar o paradigma da cooperação e autonomia. Aí é que surge o profissional
intérprete nas escolas regulares de ensino, para assim consolidar todos os direitos
que os surdos tem no acesso ao conhecimento.

O surdo, através do intérprete passa a ter acesso a uma gama de eventos


que sem a presença deste, não faz sentido nenhum, pois o intérprete
possibilita o conhecimento e a participação de toda uma comunidade
interligando dois “mundos diferentes”: o da pessoa surda ao da ouvinte.(
VILHALVA, 2005, p. 1)

No Brasil, com a aprovação da lei da LIBRAS, deu-se um passo fundamental


para o reconhecimento e formação dos profissionais intérpretes no Brasil, como
abertura de várias oportunidades no mercado de trabalho.
Em alguns estados brasileiros, ocorreu a necessidade de regulamentar a
atuação do profissional intérprete de língua de sinais (QUADROS, 2002).Desde de
1988 o estado do Rio Grande do Sul realiza encontros para discussão sobre a
qualidade da interpretação e sobre os princípios éticos e iniciou a capacitação de
seus profissionais intérpretes em 1997, ou seja, é um estado que apresenta um
histórico bastante interessante quanto ao sentido de organização deste profissional.
São poucos os estados que hoje possuem regulamentada a situação do
profissional intérprete, o estado do Paraná atualmente está formando profissionais
nesta área, onde que a cada dois anos são realizados testes pela Secretaria de
Educação Especial para aquelas pessoas interessadas em atuarem na área, e após,
os aprovados participam de uma capacitação, ou seja, cursos visando um maior
aprofundamento e conhecimento da profissão e da área da surdez.
A falta de preparo e formação especifica a que nos deparamos atualmente,
além de prejudicar na formação do aluno surdo, dificulta na escolha (contratação)
dos intérpretes educacionais e acarreta no descrédito da profissão: prejudicando os
profissionais que tem investido na qualificação dentro desta área.( MARTINS, 2006,
p. 164)
Para se ter um maior conhecimento sobre está área, Quadros (2002)
apresenta o regulamento dos intérpretes da LIBRAS, FENEIS – RS que está
fundamentado no Código de Ética da mesma :
22

 O intérprete é o profissional capaz de possibilitar a comunicação entre


surdos e ouvintes através da LIBRAS para o português e vice-versa,
sendo fluente em ambas;ou entre outras línguas de sinais e línguas
orais;
 Este deverá sempre usar o bom senso, de um alto caráter moral e de
ética em sua atuação profissional;
 Uma postura Ética e profissionalmente aceita sempre quando atuando,
ou seja, ser imparcial, ser discreto em sua forma de atuar, ter postura
quanto ao local de atuação, ser fiel quanto as duas línguas e
providenciar as adaptações necessárias para que a percepção visual
seja adequada.
Mas há muitos problemas relacionados à ética que acabam ocorrendo dentro
da sala de aula e de acordo com a pesquisa de campo aqui apresentada, pode-se
perceber que todos os profissionais intérpretes sofrem com isso, e isto prejudica o
seu trabalho em sala como prejudica o aluno em um todo.
Sobre este assunto que é na verdade o principal tema tratado nos cursos de
capacitação de intérpretes, Quadros (2002, p.60) explica que:

Muitas vezes, o papel do intérprete em sala de aula acaba sendo


confundido com o papel do professor.Os alunos dirigem questões
diretamente ao intérprete, comentam e travam discussões em
relação aos tópicos abordados com o intérprete e não com o
professor. O próprio professor delega ao intérprete a
responsabilidade de assumir o ensino dos conteúdos desenvolvidos
em aula ao intérprete. Muitas vezes, o professor consulta o intérprete
a respeito do desenvolvimento do aluno surdo, como sendo ele a
pessoa mais indicada a dar um parecer a respeito.

Quanto às funções que não sejam especificas da sua atuação enquanto


intérpretes, já ocorreram nos Estados Unidos várias discussões e foi determinado
anti-ético exigir que o intérprete assuma tais funções2.
São vários fatores que devem ser respeitados tanto por parte dos intérpretes
quanto por parte dos professores, e estes devem ter consciência de que o intérprete

2
Conforme apresentado em http://www.deafmall.net/deaflinx/edcoe.html (2002): tutorar os alunos,
apresentar informações a respeito do desenvolvimento dos alunos, acompanhar os alunos, disciplinar
os alunos e realizar atividades extra-classe.
23

é apenas um dos elementos que garantem a acessibilidade, ou seja, existem vários


outros fatores que os alunos surdos necessitam para a sua aprendizagem.
No lazer, no trabalho, na instrução, o intérprete deve estar sempre presente,
para assim diminuir barreiras e reintegrar o surdo na vida comunitária (VILHALVA,
2005, p.2).O bom intérprete deve conhecer os diferentes métodos utilizados na
comunicação dos surdos para melhor transmitir a mensagem, se adequando ao
grupo na qual vai trabalhar.
Ser intérprete não é apenas saber a língua de sinais, mas conhecer bem a
comunidade surda, sua cultura e respeitar a sua língua. É conquistar aquele que
necessita da sua voz para que os outros o possam ouvir e das suas mãos para ouvir
o que os outros têm a dizer.
24

4. A INCLUSÃO

4.1.PROCESSO EVOLUTIVO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ESTADO DO


PARANÁ

Promover a inclusão é estar participando de uma sociedade inovadora que


busca assim, uma educação onde todos possam dela usufruir indiscriminadamente.
Mas deve-se levar em consideração que esta não é mais um jogo político e que se
foi, isto não importa mais, ela esta na lei e querendo ou não deve ser feita com
responsabilidade, preocupando-se com as dificuldades de cada aluno, buscando
juntos uma resposta para os problemas que dali surgirem.
De acordo com MANTOAN (s/ ano), a inclusão é uma inovação, cujo sentido
tem sido muito distorcido e um movimento muito polemizado pelos mais diferentes
segmentos educacionais e sociais. Inserir alunos com déficits de toda ordem,
permanentes ou temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular, no
entanto, nada mais é do que garantir o direito de todos á educação - e assim diz a
Constituição.
O principio deste tema tão debatido é consistir no reconhecimento de que se
necessita se caminhar rumo á escola para todos, que apóie a aprendizagem e
responda assim ás necessidades individuais.
Para Heidrich (2000) a entrada do deficiente na escola, é uma das situações
mais criticas da vida, isto é, a ruptura entre o envolvimento familiar e o envolvimento
social. Daí a importância da entrada na escola ser prevista o mais cedo possível. A
adolescência, também é outro período critico, onde os valores sociais e as
aspirações se chocam com uma cisão da personalidade, de novo abalada e
consciencializada pelo EU do deficiente.
Sabe-se que muitas crianças estão fora da escola por falta de vagas e por
repetir vários anos à mesma série, mas o culpado por isso não é só a criança, mas
também a educação. Sabe-se que muitas crianças freqüentam a escola por
obrigação, outras, possuem dificuldades de aprendizagem, mas a maior
porcentagem desses problemas está na educação que é muito ineficiente.
Escola com qualidade, não precisa reter o aluno que vai mal nas provas, ou
expulsá-los por falta de educação, por serem agressivos. A escola deve conhecer
25

seus alunos, sua família e seus problemas e respeitar cada um com suas diferenças
individuais.

O que existe em geral são projetos de inclusão parcial, que não estão
associados a mudanças de base nas escolas e que continuam a atender aos
alunos com deficiência em espaços escolares semi ou totalmente
segregados (classes especiais, salas de recurso, turmas de aceleração,
escolas especiais, os serviços de itinerância), ou projetos que negam a
oportunidade de essas pessoas estudarem nas turmas regulares, porque os
professores não estão “preparados” ou porque são casos muito graves para
tirarem proveito do processo escolar.(MANTOAN, s/ano, p. 3)

Essa inclusão vem repercutir aqui no Brasil, ou seja, em alguns estados onde
ainda ocorre o medo, a insegurança por parte dos professores que possuem em
suas salas de aulas, alunos com deficiência, propiciando assim a possibilidade de
fatos como os citados pela autora acima virem a ocorrer.
No estado do Paraná este tema esta fazendo parte de muitas famílias que
possuem PNEE em casa, sendo oferecida tanto na rede regular de ensino quanto
nas instituições especializadas conveniadas ou não, com inicio na faixa etária de
zero a seis anos, prolongando-se durante toda a educação básica até o Ensino
Superior.
De acordo com a SEED/DEE (Secretaria de Educação/ Departamento de
Educação Especial), atualmente, há oferta de algum tipo de atendimento
especializado em 368 dos 399 municípios, o que representa o índice de 92% de
cobertura no Estado. O total de alunos atendidos na área de Educação Especial é
de 60.000, sendo que 38.825 recebem atendimento na rede conveniada (instituições
especializadas), representada pelas escolas especiais, e 21.175 na rede regular de
ensino.
Esse número é de suma importância para toda a sociedade, vem mostrar que
as barreiras já estão sendo aniquiladas pouco a pouco, o que vem beneficiar
aqueles que necessitam de uma educação aberta e ampla.
Heidrich (2000) aponta que aprendemos muito com a “desigualdade”, e a
possibilidade de participação do meio social numa visão integradora e inclusiva
demonstra que se a sociedade se libertar dos seus preconceitos convivendo com a
diversidade só terá ganhos.Precisamos e é de profunda necessidade ultrapassar a
deficiência, a limitação e a desvantagem, para encontrar apenas uma pessoa,
permitindo-lhe uma vida digna e respeitando a sua irrestrita capacidade educativa.
26

A Educação Especial no Paraná tem pouco mais de 50 anos. Nesse período


ocorreram muitas mudanças relacionadas á sua organização e ao lugar que
ocupava no sistema educacional. No entanto, na última década, em virtude das
intensas transformações sociais, houve um redimensionamento em suas
concepções e práticas que trouxe avanços significativos para toda sociedade.
Um dos avanços que o Estado teve foi na área da surdez, criando o Centro de
Atendimento Especializado que é um serviço de apoio de natureza pedagógica,
ofertado nos estabelecimentos do ensino regular para Educação Infantil, Ensino
Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.Também está se
investindo no profissional tradutor Intérprete (Libras/Língua Portuguesa) que atua no
contexto do ensino regular onde há alunos surdos, usuários da língua de sinais,
regularmente matriculados nos diferentes níveis e modalidades da educação básica.
Além do profissional bilíngüe, também estão se formando instrutores surdos
que atuam em serviços especializados, desenvolvendo atividades relacionadas ao
ensino e á difusão da LIBRAS e de aspectos socioculturais da surdez na
comunidade escolar, ou seja, além de o aluno surdo freqüentar o ensino regular com
a presença do intérprete ele terá apoio no contra turno com instrutores surdos aptos
para difundirem a Libras.
A criança ouvinte desde cedo tem a oportunidade de conviver com a língua
utilizada por sua família, sendo que o interlocutor adulto colabora para que tal
linguagem flua na criança, possibilitando atitudes discursivas que favoreçam a
aprendizagem e a identificação de aspectos importantes da língua na qual ela está
sendo imersa, e que irá se apropriar ao longo de seu desenvolvimento. As crianças
surdas, em geral, não têm a possibilidade desse aprendizado e apropriação, já que
não tem acesso a língua utilizada por seus pais (ouvintes) na maioria das vezes. E
essas crianças continuam no ambiente familiar aprendendo coisas do mundo e da
linguagem da forma fragmentada e incompleta, justamente por sua dificuldade de
acesso á língua da qual está sendo exposta.(LACERDA, s/ano).
Quando se percorre a trajetória histórica da surdez, Strobel (2006) vem
questionar que em suas diferentes representações sociais, procura-se compreender
o porquê de muitos sujeitos surdos sofrerem os fracassos da inclusão, em escolas
de ouvintes.Atualmente na concepção educacional, incluir sujeitos surdos é a forma
mais rápida e certa de voltar a chamá-los de „deficiente‟, porque o que está sendo
27

feito é apenas um jogo político em que um governo quer “deixar uma vírgula a mais”
nas leis de governos passados.
Sabe-se que as dificuldades encontradas pelos surdos em sala de ouvintes
são notáveis, a língua trabalhada no ensino regular é a L2 para os surdos e isso já é
um dos motivos por que muito surdos repetem o ano, ocorre também à falta de
comunicação por parte dos colegas, devido estes não conhecerem a LIBRAS, e o
principal, os pais que não conseguem dominar a língua dos filhos ocorrendo a falta
de comunicação dentro de casa, todos esses fatores só acarretam problemas onde
que a única vitima disso, é o surdo.
Para Fernandes (1999, p.2):

Como grupo minoritário, os surdos buscam na escolarização a


expectativa de incorporação social e conseqüente conquista de
direitos básicos á sua cidadania. Incorporar-se á escola da maioria
significa, entretanto, abrir mão de certos aspectos de sua identidade,
assimilando formas da cultura dominante, como é o caso de sua
língua, por exemplo. Apesar de pensarem e se expressarem, não
tem seu conhecimento reconhecido por fazerem-no de um modo
diferente da maioria de seus pares ouvintes alfabetizados, que vivem
em uma cultura que valoriza o oral, que conhecem e usam a escrita,
de maneira natural.

Não é fácil para o surdo entrar no mundo dos ouvintes, como não é fácil
entrar no mundo dos surdos, é como se fosse, dois países diferentes e cada qual
com sua linguagem própria. Ambos para conviverem bem, sem serem estrangeiros
no mundo do outro é necessário que se aceitem mutuamente, se respeitando como
pessoas dignas, e os pais devem estar conscientes para aceitar seu filho surdo do
jeito que ele é, e também a sua língua de sinais, parte integrante da sua cultura.
A inclusão está denunciando o abismo existente entre o velho e o novo na
instituição escolar brasileira (MANTOAN, s/ano). Ao nosso ver, o futuro da escola
inclusiva está dependendo de uma expansão rápida dos projetos verdadeiramente
imbuídos do compromisso de transformar a escola, para se adequar aos novos
tempos.
De acordo com Strobel (2006), o ideal sobre a inclusão nas escolas de
ouvintes, é que as mesmas se preparem para dar aos alunos surdos os conteúdos
pela língua de sinais, podendo ser através de recursos visuais, como figuras, língua
portuguesa escrita e leitura, a fim de desenvolver nos alunos a memória visual e o
hábito de leitura, e, além disso, possam receber apoio de professor especialista
28

conhecedor de língua de sinais e enfim, proporcionando intérpretes de língua de


sinais, para o maior acompanhamento das aulas.
Não se deve esquecer que muitos surdos ainda continuam dentro de suas
casas, sendo ignorados por suas famílias, e hoje com as leis que foram aprovadas,
muitos deles ao entrar diretamente no ensino regular acabam caindo de pára-
quedas num ambiente desconhecido e assustador, pois o mesmo não domina a
língua de sinais e muito menos, a língua portuguesa escrita.
Quando se opta pela inserção do aluno surdo na escola regular, (LACERDA
2000) coloca que esta precisa ser feita com muitos cuidados que visem garantir sua
possibilidade de acesso aos conhecimentos que estão sendo trabalhados. E ao se
inserir um intérprete de Língua de Sinais na sala de aula, possibilita-se a esse aluno
receber a informação escolar em sinais, contudo, é preciso que se leve em
consideração que, a presença dessa língua não garante que a criança surda
aprenda facilmente os conteúdos, seja por ela não conhecer a língua de sinais ou
por não possuir interlocutores capazes de inseri-la nesse universo linguístico.Se
essa condição lingüística especial do surdo for respeitada, aumentam as chances de
ele desenvolver-se e construir novos conhecimentos de maneira satisfatória.
Para que tudo isso aconteça, atendendo as diversidades da sala de aula, é
fundamental que o professor acredite que as crianças comuns aprenderão a lidar
com determinadas particularidades de seus colegas com NEE. E o novo professor
deverá ser um profissional capaz de viver buscando aperfeiçoamento tanto na área
humana como na tecnológica. “Aprender a aprender” será uma constante em suas
funções, este deverá estar consciente que não retém o saber e deverá sempre
buscar formas novas de ajudar seus alunos a construírem o próprio
conhecimento.(HEIDRICH, 2000).
Uma educação com qualidade é aquela que ensina para a vida, aceitando as
diferenças de opiniões, raças e características individuais das pessoas, respeitando
e sendo respeitado, isso sim, é fazer um país para todos e com direitos iguais sem
esquecer que todos nós fazemos parte dessa sociedade e de novo rumo que o
Brasil escolheu.
29

5. PESQUISA DE CAMPO

5.1 METODOLOGIA

A pesquisa aqui apresentada é descritiva de caráter qualitativo sendo a


primeira parte bibliográfica com suporte na literatura. As pesquisas descritivas têm
como objetivo primordial à descrição das características de determinada população
ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre as variáveis.(GIL,
2002)
Juntamente, foi realizada a pesquisa de campo de caráter exploratório,
realizado no município de Medianeira - Pr, particularmente em duas escolas, uma da
rede estadual e a outra da rede municipal, onde foram escolhidos aleatoriamente
quatro professores de alunos surdos que estão inclusos no ensino regular, quatro
intérpretes e quatro surdos, sendo que o instrumento utilizado para a coleta de
dados foi um questionário (em anexo) contendo 11 questões abertas, do total de
questões 8 questões foram direcionadas para o professor, 6 para o intérprete e 4
para os alunos surdos.
Para este estudo utilizou-se um computador para a digitação do questionário
e para a análise dos dados, também foi utilizada uma impressora.
Num primeiro momento achamos que seria de grande importância, descrever
algumas opiniões das pessoas que estão ligadas a inclusão de alunos surdos no
ensino regular, para isso, limitamos a quantidade de pessoas que iríamos entregar o
questionário, que no total foram 12 pessoas, logo depois organizamos o questionário
de acordo com os nossos objetivos, que era saber se nossos entrevistados sabiam
sobre o verdadeiro papel do intérprete; como é em sala de aula o relacionamento
entre professor, intérprete e surdo; as dificuldades encontradas pela nossa amostra
durante as aulas na sala; como também receber opiniões sobre novas formas de
trabalho com esses alunos. Após analisarmos o questionário junto com nossa
orientadora, chegamos a conclusão que este estava de acordo com aquilo que
almejávamos.
30

Como em nossa cidade temos duas escolas que atendem alunos surdos,
escolhemos as nossas amostras, e assim entramos em contato com as mesmas.
Primeiramente, mais exatamente no dia 09 de julho de 2007, conversamos com
duas professoras e duas intérpretes da Escola Municipal Ângelo Darolt, que atuam
em salas de alunos surdos e com muita educação e respeito explicamos nosso
objetivo e indagamos se as mesmas gostariam de participar da nossa pesquisa e
após aceitarem, entregamos o questionário que continha acima das perguntas um
esclarecimento sobre o assunto tratado.
No dia seguinte, todas nos devolveram os questionários respondidos.
Gostaríamos de colocar que por ser uma escola de 1ª á 4ª série, os alunos surdos
são crianças, (QUADROS, 2002) estas têm mais dificuldades em entender que
aquele que está passando as informações é apenas um intérprete, é aquele que
apenas está intermediando a relação entre professor e ela. Por esse motivo
achamos melhor não expô-las em nossa pesquisa.
Em um segundo momento, no dia 12 de julho de 2007, nos dirigimos até a
casa de mais duas intérpretes que atuam no Colégio Estadual João Manoel
Mondrone, que após a explanação da nossa visita, aceitaram fazer parte desta
pesquisa. Então ficou combinado que retornaríamos para recolher os questionários.
Também tivemos a felicidade de encontrar na AMESFI (Associação Medianeirense
de Surdos e Fissurados), dois surdos que freqüentam o ensino regular no Colégio
Mondrone, conversamos com eles, explicamos sobre o objetivo do nosso trabalho e
com educação pedimos se assim fosse de suas vontades, a participação em nosso
trabalho. Ambos concordaram sem problema e no mesmo momento deram inicio na
resolução das respostas, tendo como apoio à professora Neide em relação à
interpretação das perguntas e nas dúvidas existentes. É interessante expor aqui que
os dois participantes acima citados têm um pequeno resíduo auditivo, a surda estuda
no 3º ano do Ensino Médio e tem 19 anos, o aluno surdo estuda no 1º ano do Ensino
Médio e tem 18 anos.
Na semana seguinte exatamente no dia 16 de julho de 2007, fomos até a
casa de duas professoras que atuam em sala de alunos surdos, entregamos o
questionário e combinamos que retornaríamos no dia seguinte na parte da manhã
para então recolher os mesmos. Também neste mesmo dia, nos deslocamos até
uma lanchonete aqui da cidade, onde que os proprietários da mesma, possuem dois
filhos surdos que estudam no Colégio Mondrone, pedimos a permissão para os pais
31

para que seus filhos fizessem parte da nossa pesquisa e devido estes aceitarem, foi
entregue então a mãe o termo de consentimento esclarecido, para que a mesma
assinasse, permitindo assim que seus filhos pudessem responder ao questionário. O
casal tem um rapaz de 16 anos que estuda no 1º ano do Ensino Médio e uma
menina de 14 anos que estuda na 6ª série. Devido à mãe dominar um pouco a
língua de sinais, esta colaborou interpretando para os mesmos o questionário.
Retornamos no dia seguinte para buscar então os quatro questionários que estavam
devidamente preenchidos.
Com os questionários em mãos, a análise dos dados foi realizada durante a
organização do nosso trabalho, colocamos tudo o que foi descrito por eles, não
excluindo nenhum fato. Devido à experiência do nosso trabalho como intérprete de
língua de sinais, pudemos acrescentar após cada questão respondida nossas
opiniões, um pouco das nossas experiências individuais.
32

6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Depois de todos esses procedimentos, analisamos questão por questão e no


decorrer da nossa discussão dos resultados foi-se colocando as questões
respondidas juntamente com a exposição de nossas experiências que seguem
abaixo de cada questão.
Esses participantes da pesquisa apresentaram uma variação entre idade,
sexo, atividade profissional, sendo que estes fatores não foram especificados
durante o transcurso do trabalho, sendo que a amostra será apresentada apenas por
letras, mantendo assim a integridade e particularidades de cada um. A cada
pergunta respondida, colocamos a inicial da palavra referente à pessoa e a letra do
alfabeto. Ex: Professor A: P. A/ Intérprete A: I. A/ Surdo A: S. A.
A primeira questão apresentada apenas foi utilizada para discernir os
participantes, sendo que estes apenas deveriam assinalar qual a opção que dizia
respeito a sua pessoa, ou seja, se este era professor, intérprete ou surdo.
A segunda questão estava direcionada apenas para intérpretes e professores,
e pergunta como é o seu relacionamento em sala de aula com os alunos surdos;
Relacionamento é o mesmo que o dos alunos, muito bom, não tem separação ou
exclusão. (P. A)
Muito bom, procuro na medida do possível, manter comunicação com eles.(P.B)
Procuro utilizar uma linguagem clara e acessível aos surdos, mas devido á falta de
domínio da Língua de sinais isso nem sempre é possível (P.C)
Tranqüilo, porque, embora tenha a limitação da língua, conseguimos nos comunicar
por meio da intérprete ou ainda, por meio de mímica. Acredito que muitas vezes as
expressões “falam” mais que a “palavra dita”.(P.D)
Esta mesma questão foi respondida pelos intérpretes.
Tenho um bom entrosamento com eles, me relaciono bem com os mesmos. Às
vezes eles não prestam atenção na minha interpretação, me deixando incomodada
com essa atitude.(I. A)
É uma relação muito boa, com harmonia e respeito de ambas as partes.(I.B)
É harmonioso, cooperativo, temos uma boa interação.(I.C)
33

Temos um bom relacionamento, amigável, em que acredito que eles confiam em


mim como intérprete, pedindo quando os mesmos têm dúvidas.(I.D)
Como se pode perceber, não existe nenhum problema que venha impedir de
alunos com deficiência auditiva de se relacionar com os professores, mesmo que
estes muitas vezes não conhecem língua de sinais, o intérprete está na sala para
fazer com este aluno possa se entrosar com todas as pessoas que fazem parte da
escola e não somente com os professores porque estes têm como função ser
regentes das salas onde há alunos surdos.
Os intérpretes por estarem sempre em contato com os surdos, possuem uma
afinidade maior, pois ambos devem cooperar para que nem o aluno seja prejudicado
e nem o intérprete seja relapso com seu trabalho.
Na terceira questão, os surdos e intérpretes deveriam responder, sendo
relacionado à mesma questão anterior, mas direcionada ao relacionamento em sala
de aula com os professores;
A maioria dos professores me relaciono bem, desde que respeitem e entendam o
meu papel em sala de aula.(I.A)
É muito tranqüilo, um respeitando o trabalho do outro, procuro não dar opinião
quanto aos conteúdos trabalhados, á não ser quando solicitado pela professora. (I.
B)
Procuro não interferir no desenvolvimento das aulas pelo professor e ajuda-lo nas
atividades em que engloba a participação do aluno surdo, agindo com ética e
profissionalismo. (I. C)
É um bom relacionamento, amigável e de troca de experiências. (I. D)
É legal, professor comunicar mais pouca dificuldade, por que professores não
costumam tem pesquisar como fazer fácil ensinar e comunicar muito difícil. (S. A)
É bom, tem uma comunicação boa, uma aprendizagem boa e tudo. (S. B)
Surdo escreve um papel, dar para a professora, mas não tem intérprete. Eu pouco
difícil conversar professora. (S. C)
Sou educada, mas ás vezes tem discussão em sala de aula. (S. D)
Tanto os intérpretes, quanto os alunos surdos sabem da necessidade de
estarem com tais profissionais, sabemos que sempre acima de tudo deve haver o
respeito entre todos, os alunos necessitam dos professores para o seu aprendizado,
e os intérpretes não devem interferir nas aulas do professor e vice-versa, como a
intérprete A citou.
34

Também é interessante colocar que o professor não deve interferir o trabalho


do intérprete, o respeitando como profissional que se especializou nesta área e sabe
de suas funções dentro da escola.
A questão 4,diz a respeito ao intérprete, ou seja, sendo o mesmo assunto
tratado nas questões 2 e 3. Como é o seu relacionamento com o intérprete de língua
de sinais; seguindo abaixo as respostas dos surdos e dos professores.
Em sala de aula, somos parceiras onde as duas são vistas com igualdade, não tem
separação professor e intérprete. (P. A)
Muito bom. (P. B)
Relaciono-me normalmente, da mesma forma com que convivo com os demais
colegas. Sinto-me á vontade para conversar á respeito de itens relacionados aos
alunos surdos e tirar eventuais dúvidas á respeito da surdez. (P. C)
Meu relacionamento com as intérpretes é muito bom. Vejo a intérprete como uma
extensão do professor especialmente durante as discussões orais. Além disso,
observo que as intérpretes, com as quais trabalho ou já trabalhei, são profissionais
de uma ética exemplar. (P. D)
Se analisarmos a resposta do professor A, podemos ter uma noção de como
os professores vêem o intérprete, ou seja, um professor como eles, onde que ás
vezes temos que assumir a sala de aula, pois o professor foi resolver um problema,
ou substitui-lo quando este falta, entre outras funções que acabamos assumindo
sem ser a verdadeira função nossa. Já quanto ao último, pode-se tirar uma boa
conclusão disso, ou seja, a maioria dos intérpretes sabem de suas devidas funções
e conhecem o código de ética.
Para Quadros (2004), o fato de utilizar o termo “professor-intérprete” torna a
função do intérprete mais complexa, porque além de ser intérprete, ele acaba sendo
professor. O que passa a acontecer é a “falsa” sala mista, pois ocorre o fato de se
ter um segundo professor chamado de “professor-intérprete”, que dá a sua aula
quase que independentemente do professor.
Os surdos também opinaram quanto à questão anterior.
A intérprete não tem dificuldade, foi fácil até hoje, intérprete sempre comunicar surdo
e professores, aprender mais bom e tem amizades intérprete lutar. (S. A)
É legal, a gente se comunica bastante e aprendemos muitos sinais através do
intérprete. (S. B)
Libras e amizade, comunicação com intérprete. (S. C)
35

Ás vezes eu pergunto porque não entendo, sou educada, etc. (S. D)


É normal quando lemos textos de surdos que falam dos intérpretes,
geralmente o intérprete se torna o único ser possível de lhe colocar em contato com
o mundo, e isso, faz com que os surdos passem a ter os intérpretes como colegas e
até melhores amigos muitas vezes.
Perlim (2006, p. 137) coloca que:

Quanto mais se reflete sobre a presença do ILS, mais se


compreende a complexidade de seu papel, as dimensões e a
profundidade de sua atuação. Mais se percebe que os ILS são
também intérpretes da cultura, da língua, da história, dos
movimentos, das políticas da identidade e da subjetividade surda, e
3
apresentam suas particularidades, sua identidade, sua orbitalidade .

O papel do intérprete é mais amplo do que se imagina, não acaba quando


bate o sinal do final da aula, mas se prolonga até o banco, a loja, ao médico, etc.
Já na questão 5, é direcionado mais para assuntos relacionados a surdez, por
esse motivo está ligado ao professor e ao intérprete. Pergunta se você costuma
conversar com seus colegas de trabalho sobre assuntos relacionados á surdez ou
sobre seu aluno surdo? Está pergunta procura analisar até que ponto existe uma
preocupação por parte dos professores e dos intérpretes sobre a aprendizagem do
aluno surdo.
Sim, conversamos como o aluno está em sala de aula, como é, pois em nossa
escola temos uma parceria em grupo, por ter outros alunos com outras diferenças.
(P. A)
Sim. Procuro me informar sobre esta área, pois é um assunto que me interessa
muito. (P. B)

Não como deveria. Como profissional que trabalha com surdos poderia estudar e
debater com os colegas de trabalho temas relacionados á surdez e como encontrar
soluções para ás dificuldades encontradas em sala de aula (mas isso não acontece).
(P. C)
Sim. Isso ocorre informalmente na sala dos professores ou durante a hora atividade
e ainda, formalmente nas reuniões pedagógicas. (P. D)
De acordo com algumas respostas, pela experiência vivida por nós que
atuamos nessa área da Educação Especial, essa busca por informações sobre o

3
Termo utilizado por Baudrillard (2000, p.57) no sentido de trajetória.
36

aluno e sobre a surdez acontece mais nas Escolas Municipais, porque ali o professor
consegue conhecer melhor seus alunos, tem um tempo maior para saber sobre suas
dificuldades e suas potencialidades devido ao fato de ser regente da turma durante o
turno de aula.
Diferente pode-se dizer, dos professores dos Colégios Estaduais, pelo fato
destes muitas vezes ficarem somente 50 minutos na sala de aula e por terem na
média 40 alunos em sala, é claro que isso não se torna uma desculpa para não
buscar um maior conhecimento na área, mas em se tratando do aluno em si, sempre
um ou outro professor busca conversar com a intérprete para saber sobre o aluno.
Quanto à resposta da professora D, aqui pode ser feita uma colocação, dificilmente o
intérprete está na hora atividade do professor, porque neste momento ele está
interpretando a aula de outro professor.
Não sendo esse meu papel, mas confesso que ás vezes converso sobre os mesmos
para que tenham uma melhora no seu aprendizado. (I. A)
Sim, quando surge algum problema ou até mesmo para melhorar o nosso trabalho.
(I. B)
Sim, principalmente sobre o aluno surdo, pois é de interesse e responsabilidade do
intérprete a preocupação pelo entendimento da LIBRAS e aplicabilidade nas
atividades. (I. C)
Sim, acredito que o intérprete é o profissional referência dentro da escola que pode
esclarecer algumas dúvidas aos professores em relação ao ensino, pois já tem uma
caminhada nessa área conhecendo mais a língua, a identidade e cultura surda. (I. D)
Quanto aos intérpretes, muitos sabem até que ponto, podem falar sobre o
aluno surdo e também sabem da necessidade de estarem sempre se aperfeiçoando
nesta área.
De acordo com Quadros (2002), no capítulo 4, parágrafo 13º do Código de
ética que é parte integrante do Regimento Interno do Departamento Nacional de
Intérpretes (FENEIS), esclarece que o intérprete sabendo da necessidade para seu
desenvolvimento profissional, este deve se agrupar com colegas profissionais com o
objetivo de dividir novos conhecimentos de vida e assim desenvolver suas
capacidades expressivas e receptivas em interpretação e tradução.
Como se pode perceber, se analisarmos o código de ética do intérprete,
muitas vezes até o próprio intérprete acaba esquecendo das suas verdadeiras
obrigações e como segue abaixo do parágrafo 13º, algumas colocações ainda são
37

citadas, de que todo intérprete deve sempre que possível esclarecer ao público no
que diz respeito ao surdo, pois reconhecemos que existem muitos equívocos, ou
seja, má informação pela falta de conhecimento do público sobre assuntos ligados a
área da surdez dentre outros fatores.
Após, na questão de nº 6, o professor deveria responder se o mesmo procura
durante a explicação da matéria e na aplicação de atividades usar métodos visuais e
se tem o costume de aplicar provas diferenciadas para os surdos. Sim ou não.
Porque? Esta questão é de muita importância, pois da uma seqüência na anterior e
vem de propósito com nossos objetivos que é de apresentar para os professores que
este fato é de sua responsabilidade e este tem a obrigação de pô-lo em pratica.
Não aplico provas nem trabalhos separados, pois o aluno deve ser tratado com
igualdade e ele vai ser avaliado dentro de suas possibilidades. (P. A)
Sim. Procuro fazer o melhor para que meu aluno aprenda. (P. B)
Não, o único “instrumento” visual que utilizo é o quadro. Não tenho o costume de
aplicar provas diferenciadas, a única coisa que faço é ás vezes anular questões que
considero difíceis para os alunos surdos. (P. C)
Sim, utilizo eventualmente métodos visuais e especialmente o quadro já que a
disciplina que ministro é matemática. Não costumo utilizar provas diferenciadas para
os surdos, mas tenho um cuidado especial com os enunciados na hora da
elaboração. (P. D)
Como podíamos imaginar, dificilmente estas práticas são realizadas pelos
professores, mesmo quando o intérprete coloca para o professor da necessidade de
o aluno surdo fazer uma prova diferenciada, não para o aluno se sair bem, mas para
possibilita-lo a oportunidade de faze-la em tempo hábil, que teste seus
conhecimentos como é feito com os demais alunos e que possibilite que o próprio
aluno surdo consiga entender o que diz a prova. Além disso, ocorre o fato de que
nenhum professor procura levar para a sua sala de aula atividades visuais que
facilitem a aprendizagem não só dos alunos surdos, mas com certeza de todos os
alunos num todo, o professor sai ganhando e principalmente os alunos.
Também foi perguntado aos professores na questão de nº 7, se a presença
do intérprete em sala lhe incomoda, e se o professor confia no trabalho realizado por
ele? O nosso interesse quanto a esta questão, é devido ao fato de que muitos
professores nos dão a certeza de uma certa desconfiança quanto ao nosso trabalho,
principalmente nos momentos de prova, muitas vezes achando que o intérprete
38

acaba passando a resposta para o aluno. Também alguns professores não


conseguem dar suas aulas com tranqüilidade, preocupados sobre o que o intérprete
vai achar da sua aula, se este acaba errando, ou ás vezes por não dominar a turma
como deveria.
Esses fatores acabam influenciando muito no trabalho do intérprete, porque
se o aluno vai mal, ou se vai ótimo nas provas, é porque o intérprete não está
explicando bem a prova, porque este é um péssimo profissional, ou porque o
intérprete facilitou para o aluno surdo, e nós acabamos ficando preocupados com
isso, quanto a nossa presença, somos seres humanos, erramos, acertamos como
todas as pessoas e estamos ali para desempenhar nossa função somente e não
para analisarmos como foi a aula do professor, se ele domina ou não a turma, etc.
De acordo com a questão as respostas foram as seguintes:
Não, não incomoda. Confio no trabalho, pois se ela está ali é porque tem capacidade
para isso. (P. A)
Não me incomoda. Confio muito no trabalho dela. (P. B)
De forma alguma. A intérprete age com profissionalismo e competência. Considero o
seu trabalho muito importante e tenho plena confiança na forma como o desenvolve.
(P. C)
De forma alguma. Passado o estranhamento inicial (quando tive intérprete pela
primeira vez), vejo, como já mencionei, a intérprete como uma extensão do
professor. Confio no trabalho de minhas colegas e muitas vezes, esqueço que ela
está na sala (a intérprete). (P. D)
Essa relação de incomodar ou não, confiar ou não é muito relativo. Na escola
de rede municipal, o professor se acostuma tanto com o intérprete em sala que tudo
o que ele vai fazer, sempre procura colocar o nome do intérprete junto, ou pedindo
opiniões sobre como escrever no diário entre outros; o que difere da escola de rede
estadual, porque se nesta sala o professor tem a intérprete, na próxima que ele vai
dar a sua aula, poderá não ter e isso de uma forma ou de outra influencia sua forma
de dar a sua aula onde está presente o intérprete.
Para sabermos melhor sobre algumas opiniões dos professores e intérpretes,
questionamos na nº 8, que outros apoios poderiam ser oferecidos aos alunos surdos
para um melhor desempenho escolar e estes responderam:
Materiais pedagógicos e são muito poucos. (P. A)
Curso profissionalizante. (P. B)
39

Poderíamos, em primeiro lugar realizar o curso de Língua


de sinais para um melhor entendimento de sua estrutura e
conseqüentemente podermos nos comunicar melhor com
os alunos surdos.Promovermos periodicamente encontros
com os professores e pedagogos do colégio para
reflexões acerca do desempenho dos alunos surdos e
também de seus professores.Verificar junto com os
alunos surdos as dificuldades encontradas no ambiente
escolar e formas de sana-las. (P. C)

Acredito que, a redução no número de alunos nas turmas com alunos surdos seria
interessante para podermos atender melhor á todos. (P. D)
Na minha opinião os professores deveriam preparar suas aulas com recursos visuais
“adequados”, sem tanta aula só expositiva (falada), explicativa, mas que faça com
que eles visualizem e tirem suas conclusões com tempo adequado, sem tanta
pressa. (I. A)

Atividades e provas elaboradas visando a dificuldade do surdo na língua portuguesa.


(I. B)
Atividades visuais como; vídeos, ilustrações dentre outras. (I. C)

Acredito que quando o professor explica conteúdos com esquemas


no quadro, essa visualização auxilia muito o surdo principalmente
porque além de entender a explicação, aprende as palavras- chave,
isso contribui para um raciocínio mais claro e conseqüentemente,
melhor entendimento.Critérios diferenciados para avaliação e
correção de provas e até, provas diferenciadas para os alunos surdos
em determinadas situações. (I. D)

Como se pode perceber, todos os intérpretes visam apoios que é de


responsabilidade do professor oferecer aos alunos, tudo sempre relacionado à sala
de aula. Já os professores possuem uma visão diferente, acreditam que é de
responsabilidade do governo oferecer subsídios para que os mesmos possam dar a
sua aula da melhor forma possível, mas será que é necessário se ter materiais
pedagógicos próprios para surdos e os demais alunos que não conhecem a língua
de sinais, como estes vão participar da aula por inteiro.
Outra sugestão que o próprio professor respondeu, mas que dificilmente
acontece, o professor fazer curso de língua de sinais. A Escola Especializada da
Amesfi já ofereceu várias vezes o curso para professores de surdos e nenhum
40

professor da rede estadual se interessou em faze-lo, ou seja, a iniciativa deve partir


do próprio professor.
Coisas básicas podem ser feitas em sala de aula que colaboram para que o
aprendizado dos surdos seja excelente como, por exemplo, durante uma aula de
geografia, trazer mapas para a sala de aula, reportagens sobre o assunto, na língua
portuguesa, fotografias de autores consagrados, biologia imagens que possam
demonstrar o que o professor está explicando, dentre outros; qualquer possibilidade
de mudança por mínima que seja, já é um grande avanço para o nosso alunado.
Outra pergunta que é de suma importância para a nossa pesquisa é a nº 9,
que questiona os professores e intérpretes sobre quais as dificuldades que estes
encontram na sala de aula em relação ao seu colega de trabalho. O objetivo era
analisar se todos os intérpretes possuem a mesma opinião em relação ao professor
regente nas salas onde existe a presença de alunos surdos.
Nenhuma dificuldade. (P. A)
Nenhuma. Procuramos nos entender e fazer o melhor para os alunos. (P. B)
A dificuldade que sinto é a falta de tempo para desenvolvermos um trabalho coletivo,
como análise de avaliações, aulas, forma de aplicação das aulas e aprendizagem
dos alunos surdos. (P. C)
Em relação ao meu colega intérprete não encontro nenhuma dificuldade. (P. D)
Ao analisarmos as respostas dos professores, percebemos que quanto ao
intérprete o professor dificilmente irá encontrar dificuldades pelo fato deste estar
realizando um trabalho que só vem a facilitar a sua aula, pois se o intérprete não
estivesse ali, provavelmente o professor iria ter mais dificuldades de explicar sua
aula, como também estaria dispondo mais tempo da sua aula para que o surdo
pudesse estar acompanhando a matéria. Agora analisaremos as respostas dos
intérpretes.

Sinto muita dificuldade nas aulas de inglês, pelo fato do professor


falar muito nessa língua que eu não domino; Quando o professor faz
correções de tarefas só falando, sem expor as conclusões no quadro,
especialmente quando há vários alunos surdos na sala; Quando o
professor explica muito rápido (fala rápido);Quando há termos
técnicos, que não possuem sinais definidos (Biologia, Química). (I. A)

Dificuldades em determinados conteúdos onde o professor ás vezes explica muito


rápido; Falta de materiais de apoio. (I. B)
41

A princípio não encontro dificuldades, está havendo uma boa interação e


preocupação do professor quanto na elaboração das atividades, cartazes, boa
localização do aluno e igualdade nos direitos e deveres. (I. C)

Essa questão de o professor não escrever no quadro antes da explicação,


não utilizando esquemas para a explanação do conteúdo (em todas as
disciplinas e principalmente em língua estrangeira) acredito que dificulta o
aprendizado do aluno, até porque quando o professor for avaliar esse
conteúdo, avaliará de forma escrita, o aluno surdo, não dominando a língua
portuguesa escrita, terá maiores dificuldades para escrever o que
compreendeu. As palavras-chaves e esquemas no quadro são visuais, os
alunos estarão acrescentando a seu vocabulário, estas palavras;
principalmente de áreas como biologia, química, história e demais disciplinas
que possuem vocabulário especifico. (I. D)

As respostas como pudemos observar, quase todas iguais, as mesmas


dificuldades que um intérprete tem o outro também possui, e isso somente vem
prejudicar o aluno surdo, porque, a aula é explicada pelo professor, o intérprete
explica como o professor explicou, o aluno não entendeu, o intérprete irá explicar de
uma forma mais clara. Até o intérprete fazer com que o aluno aprenda, o professor já
acabou a explicação da matéria, ou seja, o resto da explicação o surdo perdeu, e se
o intérprete explicar rápido como o professor, pode-se dizer que a sua aprendizagem
foi menor ainda.
Outro fato como foi citado, a aula de inglês onde que o intérprete não domina
a matéria, o correto era o professor falar em inglês e após em português e é claro
com a ajuda do quadro, para que assim o surdo possa estar visualizando as duas
línguas ao mesmo tempo, e para piorar, uma situação muito vivenciada pelos
intérpretes, a utilização de músicas para a resolução de atividades, se para o
intérprete o professor falando já é difícil, com música os problemas aumentam.
Não é tão difícil tirar alguns minutos e poder esclarecer algumas dúvidas com
os intérpretes, muitos erros poderiam ser corrigidos e repensados, mas sempre
visando para o bem do aluno.
A pergunta nº 10 estava direcionada ao surdo, as dificuldades encontradas
por eles na sala durante as aulas, relacionado á aula, ao professor e ao intérprete.
A dificuldade, professora não escreve no quadro e também as provas, muito
extensas, professores falam rápido e sentar junto colegas copiar perde, a intérprete
e tudo tem dificuldade. (S. A)
42

Quando o professor explica rápido, fica difícil de entender, no intérprete a gente


entende, ou seja, quando ela não sabe algum sinal ou não explica bem.E também
das provas, ou seja, os professores fazem uma prova assim com as palavras meio
difícil de entender. (S. B)
Falta aprender libras, professor e aluno. (S. C)
Ás vezes os ouvintes tem preconceito, ás vezes os ouvintes fazem gestos de
bobagem que incomoda os surdos.(S. D)
Os assuntos que foi comentado na questão nº 9, podem ser complementados
aqui, ou seja, o que os intérpretes responderam, os surdos também percebem,
sentem e sofrem com isso, pois quem perde com isso são eles.
Falar rápido demais, não escrever no quadro, provas extensas com palavras
difíceis que possuem significado ás vezes desconhecidos pelo intérprete, tudo isso
só vem a piorar o aprendizado do aluno. Rever a forma de ensinar é o melhor
método para o professor conquistar seus alunos e tornar a aula gratificante.
E para finalizar a 11ª questão foi respondida por todos. Na sua opinião, qual é
o verdadeiro papel do profissional intérprete em sala de aula?
Ele deve interpretar para o aluno surdo, mas ele é visto por mim como outro
professor da turma e deve ser respeitado por isso. (P. A)
O intérprete é o transmissor, intermediando a comunicação entre o professor e o
aluno surdo. (P. B)
Facilitar a comunicação do aluno surdo com seu professor e colegas, tornando a
convivência mais tranqüila. (P. C)
Interpretar de forma imparcial as discussões feitas durante a aula e ser o elo entre o
professor e aluno surdo. (P. D)
A maioria dos professores conhecem o verdadeiro papel do profissional
intérprete, mas nem sempre os tratam como tal, o que dificulta o seu trabalho em
sala. Como o professor A colocou que trata o intérprete como um professor, é assim
que dá inicio ás vezes situações complicadas entre ambos, pois um acha que ele é o
professor e o intérprete sabe que não foi contratado para tal função e quando passa
a se negar a fazer funções do próprio professor, muitas vezes é tachado como um
folgado que só quer ficar sentado interpretando. É muito complicado este assunto, e
veremos abaixo as opiniões dos profissionais intérpretes.
43

Transmitir em sinais as aulas do professor (falada), intermediar através de sinais


conversas com colegas e professor. Passar de sinais para o português falado.
Resumindo intermediar a comunicação entre surdos e ouvintes. (I. A)
É intermediar a comunicação entre o aluno surdo/professor. (I. B)
Transmitir os conteúdos e demais informações emitidas oralmente pelo professor e
demais profissionais, buscando o melhor entendimento para o aluno. (I. C)
Não interferir na aplicação das atividades realizadas pelo professor regente.
Ser o intermediador, o canal de comunicação entre o professor e o aluno surdo a fim
de que o aluno compreenda e assimile os conteúdos. (I. D)
O profissional formado na área de interpretação conhece o código de ética e
sabe das suas funções, na rede estadual, este só pode ser contratado se tiver o
certificado para tal função, diferente da rede municipal que não exige nenhuma
comprovação, este fato prejudica os profissionais formados na área, pois aqueles
que trabalham sem ter formação desconhecem qual é a sua verdadeira função,
agindo muitas vezes como professor em sala, e a partir daí, a escola num todo
começa a ver o intérprete com várias funções dentro da escola.
Os surdos também conhecem o trabalho do intérprete e puderam dar os seus
pareceres.
Intérprete traduzir professor o que o surdo faz sinais, interpretar surdo o que a
professora falam. (S. A)
Passar a informação de que a professora fala. E também dos surdos que fala para o
intérprete e ela passa para o professor. (S. B)
Só interprete é libras fazer comunicação pra professora. (S. C)
O intérprete precisa traduzir a língua do professor para a língua de sinais. (S. D)
Se ficar claro para todos os lados, esta função estará diminuindo as
dificuldades dos profissionais da área da surdez, tornando-o assim um profissional
mais respeitado e com uma capacidade maior, não se sobrecarregando com várias
funções dentro da escola.
44

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Modificar conceitos e formas de agir nem sempre é um caminho fácil para


chegar onde se deseja, mas quem sabe se cada um procurar se corrigir, acreditar e
apresentar de certa forma o que é correto, na verdade às coisas podem mudar para
melhor. Esta pesquisa é uma forma de mostrar que os surdos vêm aos poucos
conseguindo espaço e alcançando vitórias, muitas já conquistadas por lei, mas ainda
há muito que se fazer, ou vamos esperar para que a sociedade se prepare ou quem
sabe aguardar sentado até que todos os professores se capacitem para atender
alunos com deficiência.
Todos nós fazemos parte do mesmo mundo, da mesma sociedade e todos
devem sim, ter os mesmos direitos e deveres. Existe sem sombra de dúvidas, falta
de conhecimento e de interesse, buscar conhecer mais sobre o outro, sua Língua,
cultura, etc; só irá enriquecer mais sua forma de pensar e agir.
Atuar na área da surdez é um dom maravilhoso como de todas as pessoas
que trabalham com algum tipo de deficiência. Ser intérprete de Língua de Sinais não
é fácil, exige dedicação, respeito, paixão e compreensão para com os surdos.
O problema da pesquisa aqui apresentado: As dificuldades encontradas pelo
profissional tradutor intérprete de Língua de Sinais no ensino regular? Foi
claramente observado durante a descrição das respostas que, as dificuldades que
tanto se encontra no dia-a-dia, e que podemos concluir que são reais, bem como a
falta de informação por parte de sociedade é mais um obstáculo para ser vencido.
Quanto ao nosso objetivo geral que era averiguar; os problemas encontrados
pelo intérprete em seu local de trabalho e em seu plano de carreira; isto foi
confirmado, os intérpretes que fizeram parte da nossa pesquisa, puderam expor
suas experiências que são vivenciadas todos os dias e o fato de tais profissionais
não terem um plano de carreira adequado a sua função, foi mais um motivo para se
concretizar as questões aqui levantadas. Quanto aos objetivos específicos, foram
analisados as opiniões dos professores do ensino regular em relação ao trabalho
dos intérpretes inclusos em seu contexto escolar, e como era previsto, dificilmente o
professor irá “duvidar” do trabalho do intérprete, e quanto ao relacionamento em sala
de aula entre surdos, intérpretes e professores, estes não apresentaram nenhum
problema, pelo fato que o relacionamento entre todos é calmo, e por fim, deixar claro
45

para a sociedade em geral o verdadeiro papel do profissional intérprete, podendo


assim acabar com os problemas enfrentados por eles em sala de aula contribuindo
para uma melhor aprendizagem do aluno surdo, para contribuir com esse fator
colocamos em nossa fundamentação teórica, o verdadeiro papel do profissional
intérprete, suas responsabilidades, o código de ética e as questões levantadas por
alguns autores sobre o assunto.
O aluno surdo está aí, necessitamos estar prontos e preparados para atendê-
lo como qualquer pessoa com necessidade especial merece, dando-lhes as
oportunidades que tanto precisam. Cada um fazendo a sua parte, os problemas
diminuirão, e aí sim, poderemos dizer que a inclusão esta acontecendo de verdade,
sem exclusão, sem justificativa e sem preconceito.
Todos somos responsáveis por uma sociedade e um mundo melhor, hoje são
eles, amanhã serão outros contando com o nosso auxílio, por isso devemos estar
preparados sempre para tal situação.
46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COLOMBO, Irineu Mário / WELTER, Elton. A nova LDB e a Educação Especial –


Curitiba-PR – Reproset Editora Gráfica – 1ª Edição, 2004.

COLOMBO, Irineu Mário / MICHELETI, Nedson. LDB – As novas diretrizes da


educação básica.– Curitiba-PR – Editora América Ltda – 1ª Edição, 1996.

DANESI, Marlene Canarim. A significação do trabalho para o individuo surdo.


Extraído do site: www.psicomundo.com/foros/trabajo/surdo.htm ás 23:15 do dia
17/05/07.

FERNANDES, Sueli. Educação bilíngüe para surdos: trilhando caminhos para a


prática pedagógica. Secretaria de Estado da Educação/ Superintendência de
Educação/ Departamento de Educação Especial.Curitiba, 2004.

FERNANDES, Sueli. Critérios diferenciados de avaliação na língua portuguesa


para estudantes surdos. Secretaria de Estado da Educação/ Superintendência de
Educação/ Departamento de Educação Especial.Curitiba, 1999.

FONSECA, Vitor da. Educação Especial: programa de estimulação precoce –


uma introdução às idéias de Feuerstein/Vitor da Fonseca – 2ª ed. revista
Aumentada – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995. Editora Artmed.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
2002.

HEIDRICH, Raquel de Oliveira. As tecnologias como forma de apoio ao aluno


com necessidades educativas especiais na inclusão escolar. Publicado em
2000. Extraído do site: www.c5.cl/ieinestiga/actas/ribie2000/posters/149/index.htm,
ás 22:10 do dia 15/09/06.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. O intérprete de língua de sinais no contexto


de uma sala de ouvintes. In: LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. ; GÓES, Maria
Cecília Rafael de. SURDEZ – Processos educativos e subjetividade.(Orgs.) SP:
Editora Lovise ltda, 2000.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de. A inserção da criança surda em classe de


crianças ouvintes: focalizando a organização do trabalho pedagógico. Extraído
do site: http://168.96.200.17/ar/libros/anped/1518T.PDF ás 08:20 do dia 11/07/2007.

LODI, Ana Claudia Balieiro & MOURA, Maria Cecília de. Primeira língua e
constituição do sujeito: uma transformação social. Publicado em 2006. Extraído
do site: www.//143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=98&layout=abstract, ás
20:15 do dia 21/10/06.

MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira. Implicações e conquistas da atuação do


intérprete de língua de sinais no ensino superior. Publicado em 2006. Extraído
do site:
47

www.//143.106.58.55/revista/include/getdoc.php?id=261&article=119&mode=pdf ás
21:45 do dia 12/07/07.

MANTOAN, Maria Teresa Eglér.Educação para todos: desafios, ações,


perspectivas da inclusão nas escolas brasileiras. Publicado em .... Extraído do
site: www.bibli.fae.unicamp.br/leped/mtem.pdf ás 21:45 do dia 15/09/06.

MONTEIRO, Myrna Salerno. História dos movimentos dos surdos e o


reconhecimento da Libras no Brasil. Publicado em 2006. Extraído do site:
www.//143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=128&layout=abstract, ás 15:54 do
dia 19/10/06.

PEDRINELLI, Verena Junghahnel & VERENGUER, Rita de Cássia Garcia.


Educação física Adaptada: introdução ao universo das possibilidades. (p. inicial
01, p. final 27). : In GORGATTI, Márcia Greguol & COSTA, Roberto Fernandes da/
orgs. Atividade Física Adaptada – Baruiri – SP: Manole, 2005.

PERLIM, Gladis. A cultura surda e os intérpretes de língua de sinais. Publicado


em 2006. Extraído do site:
www.//143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=1178&layout=abstract, ás 20: 52 do
dia 21/10/06.

QUADROS, Ronice Muller de. O tradutor e intérprete de língua brasileira de


sinais e língua portuguesa. Programa nacional de apoio á educação de
surdos/Ministério da educação/Secretaria de educação Especial. Brasília, 2002.

QUADROS, Ronice Muller de. O espaço da educação de surdos: políticas


lingüísticas com foco na língua da nação. Publicado em 2004. Extraído do site:
www.ronice.ced.ufsc.br/page_pesq.htm ás 12:50 do dia 16/07/07.

QUADROS, Ronice Muller de. Língua de Sinais Brasileira. Extraído do site:


www.ronice.ced.ufsc.br ás 13:10 do dia 16/07/07.

ROSS, Paulo Ricardo. Educação e trabalho: a conquista da diversidade ante as


políticas não liberais. (p. inicial 53, p. final 110). In BIANCHETTI, Lucidio &
FREIRE, Ida Mara / orgs. Um Olhar Sobre a Diferença: Interação, trabalho e
cidadania – Campinas, SP: Papirus, 1998 – (serie educação especial). 5. ed.

SACKS, Oliver W. Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. Tradução de
Laura Teixeira Motta. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

______.Secretaria de Educação Especial – Departamento de Educação Especial. A


educação Especial no Paraná. 1998.

______.Secretaria de Educação Especial – Departamento de Educação Especial.


Políticas públicas área da surdez. 1999.

SOLER, Reinaldo. Brincando e aprendendo na educação física especial: planos


de aula - Rio de Janeiro: Editora Sprint, 2002. 180 p.
48

STROBEL,Karin Lílian. A visão histórica da in (exclusão) dos surdos nas


escolas. Publicado em 2006. Extraído do site:
www.//143.106.58.55/revista/viewarticle.php?id=125&layout=abstract, ás 14:32 do
dia 19/10/06.

TOMASINI, Maria Elizabete Archer. Expatriação social e a segregação


institucional da diferença: reflexões. (p. inicial 111, p. final 133). : In BIANCHETTI,
Lucidio & FREIRE, Ida Mara / orgs. Um Olhar Sobre a Diferença: Interação, trabalho
e cidadania – Campinas, SP: Papirus, 1998 – (serie educação especial). 5. ed.

VILHALVA, Shirley. Quando o intérprete de LIBRAS atua: eu ouço. Publicado em


2005. Extraído do site: www.tveregional.com.br/colunistas.php?idc=9, ás 20: 35 do
dia 12/07/07.
49

ANEXOS
50

ANEXO 01

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO ENTRGUE PARA OS PAIS


51

ABRASCE – ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO


ESPECIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO ESPECIAL – DA – DV – DM – DF

TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

Medianeira, 09 de julho de 2007.

Senhores pais;

De acordo com o curso de ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO ESPECIAL –


DA – DV – DM – DF da ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO,
os discentes que assim estarem devidamente matriculados nesta Instituição, devem
de acordo com as disciplinas, apresentarem o Trabalho de Conclusão de Curso para
que os mesmos possam assim receber o certificado de especialistas na área. Devido
a este fato, este termo tem como objetivo á vossa aprovação para que seus filhos
possam fazer parte da nossa pesquisa de campo que é parte integrante do nosso
trabalho. Deixa-se claro, que o nome dos envolvidos nesta pesquisa não serão
divulgados.
Sendo de grande importância a vossa colaboração para a conclusão de
nossos dados, desde já agradecemos a compreensão e o tempo disponibilizado
para conosco.
Atenciosamente,

________________________ ________________________
Dinéia Ghizzo Neto Fellini Pai/Mãe ou Responsável
________________________
Leila Gasparini
52

ANEXO 02

QUESTIONÁRIO ENTREGUE AOS PARTICIPANTES DA NOSSA PESQUISA DE


CAMPO
53

UCP – FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO CENTRO DO PARANÁ


ABRASCE – ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO E EDUCAÇÃO ESPECIAL – DA – DV – DM – DF

QUESTIONÁRIO DIRECIONADO A AMOSTRA DA NOSSA PESQUISA DE CAMPO


PARA O TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO

As perguntas são feitas de acordo com o objetivo da pesquisa, ou seja,


conhecer o verdadeiro papel do intérprete na sala de aula do ensino regular, desde o
Ensino fundamental ao Ensino Médio. Gostaríamos que colaborasse com
sinceridade dando o seu parecer, ficando de total liberdade do entrevistado
descrever tudo o que desejar, pois com certeza tudo o que constar nesta entrevista
só irá enriquecer este trabalho sendo de grande valia para nós.
Desde já agradecemos a compreensão e o tempo disponibilizado para
conosco, ficamos gratas pela atenção.

Atenciosamente,

_______________________________
Dinéia Ghizzo Neto Fellini

_______________________________
Leila Gasparini

Questionário:

1) Assinale a opção correta no que diz respeito a sua pessoa:


a) ( ) Professor b) ( ) Intérprete c) ( ) Surdo

2) Como é o seu relacionamento em sala de aula com os alunos surdos


(intérprete/professor)?
R__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

3) Como é o seu relacionamento em sala de aula com os professores (surdo/


intérprete)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
54

4) Como é o seu relacionamento com o intérprete de língua de sinais


(professor/surdo)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

5) Você costuma conversar com seus colegas de trabalho sobre assuntos


relacionados à surdez ou sobre seu aluno surdo (intérprete/professor)? Justifique.
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

6) Você procura durante a explicação da matéria e na aplicação de atividades usar


métodos visuais, tem o costume de aplicar provas diferenciadas para os surdos
(professor)? Sim ou não? Porque?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

7) A presença do intérprete em sala lhe incomoda? Você confia no trabalho


realizado por ele (professor)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

8) Que outros apoios poderiam ser oferecidos aos alunos surdos para um melhor
desempenho escolar (professor/intérprete)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

9) Quais as dificuldades que você encontra na sala de aula em relação ao seu


colega de trabalho (professor/intérprete)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10) Quais as maiores dificuldades encontradas por você na sala durante as aulas,
relacionado à aula, ao professor e ao intérprete (surdo)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

11) Na sua opinião, qual é o verdadeiro papel do profissional intérprete em sala de


aula (surdo/professor/intérprete)?
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

You might also like