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AUTISMO INFANTIL
Uma abordagem fonoaudiológica dirigida à família
RIO DE JANEIRO
2000
RESUMO
natural e familiar.
linguagem na interação.
processo, uma vez que são eles que proporcionam o ambiente em que a criança
como entrar no mundo da criança autista e como trazê-la para o mundo real.
7 ABSTRACT
autism culture, specially the way in which these children organize and process their
result of traditional treatment methods that those children are submitted to, in which the
The use of experimental situations may deform the communicative behavior profile
shown by the austistic child. This study reported that some autistic children do use
This research intendeds to build a more adequate image of childish autism, then to
elaborate a therapeutic proposal closer to these children needs, incorporating the most
difficult issue for these children: the use of the language to communicate.
In this approach, the parents need to be directly involved in the process, since they
are the ones who provide the environment in which the child spends most of the time.
It is intended to help all professionals that deal with autism and also the family to
understand such complex context, and how to get inside the world of an autistic child and
d.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO_________________________________________________ 4
2. PERSPECTIVA HISTÓRICA ______________________________________ 6
3. DEFINIÇÃO___________________________________________________ 9
4. QUADRO CLÍNICO ____________________________________________ 10
4.1. INTERAÇÃO SOCIAL RECÍPROCA _________________________________ 12
4.2. CAPACIDADE COMUNICATIVA E ATIVIDADE IMAGINATIVA__________ 12
4.3. REPERTÓRIO DE ATIVIDADES E INTERESSES RESTRITOS ____________ 15
5. HIPÓTESES ETIOLÓGICAS _____________________________________ 17
5.1. A PERSPECTIVA PSICODINÂMICA__________________________________ 17
5.2. A PERSPECTIVA ORGANICISTA____________________________________ 18
6. DIAGNÓSTICO _______________________________________________ 20
6.1. CRITÉRIOS PARA DIAGNÓSTICO DO AUTISMO (DSM-IV) ______________ 22
6.2. EXAMES CLÍNICOS_______________________________________________ 26
7. CARACTERIZANDO O PENSAMENTO E A LINGUAGEM DA CRIANÇA
AUTISTA _______________________________________________________ 27
7.1. PENSAMENTO___________________________________________________ 28
7.2. LINGUAGEM ____________________________________________________ 35
8. DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO FUNCIONAL NA CRIANÇA
AUTISTA _______________________________________________________ 45
9. TERAPIA DE LINGUAGEM_______________________________________ 54
10. O PAPEL DA FAMÍLIA _________________________________________ 60
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS ______________________________________ 69
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _______________________________ 72
1. INTRODUÇÃO
uma criança normalmente bonita, sem sinais óbvios de uma lesão, que mostra
e interesses restritos.
de Kanner, nos anos cinqüenta, até a noção de síndrome autística, nos anos
de ser incluído entre as psicoses para, a partir dos anos oitenta, ser considerado
Uma outra questão que está longe de ser respondida, apesar dos avanços
comunicar com elas é possível construir propostas terapêuticas mais próximas das
ponto de partida para uma melhor forma de atuação profissional. Porém, ainda
que lidam com a criança autista, permitindo uma melhor compreensão sobre esta
comunicação social na presença dos pais, e baseado no fato de que são eles que
Muitas vezes os pais não compreendem o que está acontecendo com seus
filhos, por que eles não interagem e não respondem como as outras crianças.
Eles não sabem lidar com esta situação, o que gera ansiedade e conflitos,
suas crianças.
suas implicações clínicas, souberem como entrar no mundo de seus filhos e como
trazê-lo o mais próximo possível para o nosso, seus filhos deixarão de ser
2. PERSPECTIVA HISTÓRICA
não deveria ser confundido com o de Kanner. Esta crença não tem fundamento, o
(Wing,1996).
pragmáticos”.
tipicamente nos três primeiros anos de vida. Acomete cerca de cinco entre cada
dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.
étnica e social. Não se conseguiu até agora provar nenhuma causa psicológica no
( APARJ,1998).
variam amplamente, o que explica por que atualmente refere-se ao autismo como
que pode ser diagnosticado como autismo, pode também receber diversos outros
espectro das manifestações autísticas, uma vez que podemos encontrar quadros
4. QUADRO CLÍNICO
autistas tem uma memória fotográfica notável, são capazes de fazer cálculo
Na primeira infância isto pode ser verificado pela falta de contato olho a
normal nos primeiros anos de vida, mas até mesmo na primeira infância há
seguintes características:
primeira pessoa),
neologismos,
piadas e sarcasmos,
um único significante),
crianças de mais idade que falam bastante, mas não se envolvem numa
estereotipada na forma. Uma criança com distúrbio pode, por exemplo, insistir em
simbólica ou lingüística.
como por exemplo, arrumação no quarto, preferência por certas roupas, fixação
a uma tira de borracha. Estão presentes estereotipias motoras como bater palmas,
corpo.
autismo:
(Facion,1997).
fascínio por outras como, por exemplo, reações estranhas e exageradas a luzes
ou sons. É comum a não identificação de perigos reais, como veículos em
partes do corpo.
5. HIPÓTESES ETIOLÓGICAS
psicodinâmicos.
(Fernandes, 1996).
autismo infantil.
Podemos citar os trabalhos de Mahler (1979) em que ela relata que parece
essas experiências.
Wing (1996) afirma que a idéia de que o autismo seja causado por “pais
típicos do autismo.
Como fator causal pode-se fazer ainda uma relação entre ocorrências pré,
peri e pós natal e autismo. Uma grande porcentagem de casos apresenta uma
gravidez .
linguagem envolvidos no autismo infantil é Michael Rutter (1993). Ele afirma que
cognitivas mais que ao autismo em si. Por outro lado, os fatores orgânicos,
Não podemos deixar de citar também que existem algumas hipóteses que
6. DIAGNÓSTICO
ausência de relação objetival, ou seja, a mãe não é percebida pela criança como
Um total de seis (ou mais) itens de (1), (2) e (3), com pelo menos dois de
tais como contato ocular, expressão facial, postura corporal e gestos para lidar
seguintes itens:
funcionais.
• interação social.
degenerativa infantil.
mesmo diagnóstico.
Outra crítica pode referir-se ao fato de que em países como o Brasil, onde o
população, esses critérios identificam como autistas grande parte das crianças
visual.
Fica fácil supor que crianças com limitações sensoriais ou motoras severas,
autismo estaria associado a uma deficiência, daqueles em que ele teria sido
apresentam qualquer tipo de alteração que possa ser detectada em tais exames.
Isto não quer dizer que eles não tenham alguma alteração neurofisiológica ou
talvez até pelo fato de sua complexidade e, por conseqüência das dificuldades da
CRIANÇA AUTISTA
nas pessoas sob esta condição, afetando a maneira como elas pensam, entendem
pensamento se processa.
7.1. PENSAMENTO
essencialmente por:
de suas ações. Eles não estabelecem relações entre idéias e eventos. Seu mundo
Nós não podemos nem ao menos assumir que estas crianças entendam
porque nós pedimos que elas façam determinadas coisas, como as habilidades e
fragmentos de refugo para serem colhidos, fios de linha para serem puxados,
quadrados do forro a serem contados, etc. Algumas delas também notam outros
chegando; ou elas podem entrar numa sala e comentar sobre os sons dos
7.1.3. Distratibilidade
os outros querem, porque estão concentrados em sensações que para elas são
baixo são visuais. Os estímulos auditivos podem ser também fonte de bastante
distração. Ou elas podem ser distraídas por processos cognitivos internos tais
limitado de objetos.
contraditórios.
Por exemplo, se alguém está planejando uma viagem, esta pessoa tem que
antecipar o que será necessário levar para fazer as malas antes de sair.
tarefa imediata quanto no resultado almejado. Este tipo de foco duplo é no qual
habilidades similares. Não é incomum para pessoas com autismo executar uma
série de atos em uma ordem ilógica e contraprodutiva, que eles parecem não
perceberem. Por exemplo, uma pessoa pode levantar pela manhã, pentear o
cabelo, depois tomar banho e lavar o cabelo. Desta forma, eles nos mostram que
objetivo final.
ambiente como sendo independente e sem relação com todas as demais coisas.
autistas, por um defeito biológico ainda pouco definido, não conseguem organizar
no cérebro as informações que recebem. Eles são incapazes de relacionar novos
categorias. Por exemplo, gatos são todos rotulados juntos, não importando se são
já conhecidos. Um autista, entretanto, põe cada gato numa categoria. Isso o torna
incapacita a pessoa para realizar atividades triviais. Por outro lado, faz com que
de habilidades”, que fazem com que alguns autistas sejam exímios pintores,
minutos (Azevedo,1999).
bio-comportamentais característicos:
• Forte impulsividade.
buscar coisas que elas desejem, quer sejam objetos preferidos, experiências ou
• Ansiedade excessiva.
eles estão freqüentemente frustrados ou por um fio para ficarem. Uma dose desta
• Anormalidades Sensório-perceptuais.
incomuns, crianças que usam seu tempo olhando seus dedos em movimento, ou
muito perto do ouvido para poder também sentir as vibrações. Sabemos que eles
não respondem a sons da mesma forma que os outros, fazendo com que as
pessoas pensem que eles são surdos, quando, na verdade, eles tem perfeita
acuidade auditiva.
Algumas crianças autistas parecem confundir o sentimento de ser beliscado
estímulos luminosos.
quando o autista olha diretamente para eles e depois faz o oposto do que foi
solicitado, ou faz justamente o que foi proibido. É mais plausível que o autista não
pessoa que lhe falou, ou as expectativas sociais da situação. Ele pode estar sendo
movido por impulsos fortes que agem independentemente das regras ou das
causam o distúrbio.
crianças autistas.
tendência mais atual considera a linguagem não mais apenas uma característica
sentença.
Alguns autores, como Loveland & Landry (1986), sugerem que um déficit de
socialização.
7.2.1. ECOLALIA
perspectiva.
a entonação pode ser reproduzida ou não e ela pode ocorrer de forma mais ou
anteriormente.
sentido apropriado.
vezes atribui-se à ecolalia um valor maior como descarga emocional do que como
afirmação e enfatiza que a ecolalia tardia pode ou não ser sensível ao contexto e
expressivas.
& Curcio (1982) observaram que a incidência de ecolalia era influenciada mais
pelo tipo de pergunta dirigida à criança do que pela compreensão das relações
expressas na pergunta.
"Wh” (quem, o que, qual, quando, onde, porque) e menos ainda para formas que
requerem conclusão de uma oração incompleta (por ex: “Isto é um ______ “).
Isto pode ser explicado pelo fato desta última forma de expressão
resposta apropriada requer a habilidade para deduzir que a palavra “Wh” deverá
ser substituída por uma apropriada. Uma forma interrogativa mais abstrata são as
verbal com eles. A consciência de que a forma de uma pergunta pode ser
intencional.
exemplo, a de que haveria uma falha nas assimetrias corticais superiores. Por
Assim, fica claro que, se a ecolalia é tida como um sintoma indesejável, não
que pode ser difícil decidir sobre procedimentos específicos para a redução da
devem ser reforçadas e expandidas. Neste sentido, a fala comunicativa é vista não
como uma progressão natural da fala expressiva mas como algo que pode ser
ecolalia é uma mostra das possibilidades de fala da criança. Isto tende a produzir
familiares.
7.2.2. ASPECTOS FUNCIONAIS DA LINGUAGEM
de interação social.
pragmática.
que esta criança mostrou uma maior freqüência de atos comunicativos com a mãe
e o clínico.
funções comunicativas que a criança normal, o que não aparenta ser meramente
CRIANÇA AUTISTA
criança normal usa as funções comunicativas como um guia para a aquisição das
formas lingüísticas.
Interativa
Não Interativa
7.2.1.1.1. Ca Definição
teg
ori
as
1) Pedido de objeto atos ou emissões usados para solicitar um objeto concreto desejável. (Ex.: estende a
mão para o objeto)
2) Pedido de ação atos ou emissões usados para solicitar ao outro que execute uma ação. Inclui pedidos
de ajuda e outras ações envolvendo outra pessoa ou outra pessoa e um objeto. (Ex.:
criança puxa o adulto para a porta, coloca a caneta na mão do adulto e indica o papel)
3) Pedido de rotina social atos ou emissões usados para solicitar ao outro que inicie ou continue um jogo de
interação social. É um tipo específico de pedido de ação envolvendo uma interação.
(Ex.: criança atira-se no colo do adulto para que ele levante-a e gire, abre os braços
para ganhar um abraço)
4) Pedido de consentimento atos ou emissões usados para pedir o consentimento do outro para a realização de
uma ação. Envolve uma ação executada.
5) Pedido de informação atos ou emissões usados para solicitar informações sobre um objeto ou evento. Inclui
questões como: Porque, Qual, Onde, Quando e outras emissões com contorno
entoacional de interrogação.
6) Expressão de protesto choro, manha, birra ou outra manifestação de protesto não necessariamente dirigida a
objeto, evento ou pessoa.
7) Protesto atos ou emissões usados para interromper uma ação indesejada. Inclui oposição de
resistência à ação do outro e rejeição de objeto oferecido. (Ex.: choro, grito, auto-
agressão diante de uma ação indesejada, a criança levanta-se assim que o adulto
senta perto)
8) Reconhecimento do outro atos ou emissões usados para obter a atenção do outro e para indicar o
reconhecimento de sua presença. Inclui cumprimentos, chamados, marcadores de
polidez e de tema. (Ex.: criança olha e esconde o rosto)
9) Exibição atos ou emissões usados para atrair a atenção para si. A performance inicial pode ser
acidental e a criança repete-a Quando percebe que isso atrai a atenção do outro. (Ex.:
empurra um objeto para bater na outra pessoa, assobia para chamar)
10) Comentário atos ou emissões usados para dirigir a atenção do outro para um objeto ou evento.
Inclui apontar, mostrar, descrever, informar e nomear de forma interativa.
11) Auto-regulatório Emissões usadas para controlar verbalmente sua própria ação. As emissões precedem
imediatamente ou co-ocorrem com o comportamento motor. (Ex.: a criança dizendo:
“calma” enquanto calça o sapato, “não chora” enquanto choraminga)
12) Performativo atos ou emissões usados em esquemas de ação familiares aplicados a objetos. Inclui
efeitos sonoros e vocalizações ritualizadas produzidas em sincronia com o
comportamento motor da criança. (Ex.: onomatopéias com carrinhos e aviões, chuta a
bola de volta para o outro)
13) Exploratório atos envolvendo atividades de investigação de um objeto particular ou parte do corpo
ou vestimenta do outro.
14) Exclamativo atos ou emissões que expressem uma reação emocional a um evento ou situação.
Inclui expressões de surpresa, prazer, frustração e descontentamento e sucede
imediatamente um evento significativo. (Ex.: a criança grita quando batem com força na
porta)
15) Reativos Emissões produzidas enquanto a pessoa examina ou interage com um objeto ou parte
do corpo. Não há evidência de intenção comunicativa mas o sujeito está focalizando
atenção em um objeto/parte do corpo e parece estar reagindo a isso. Pode servir a
funções de treino ou auto-estimulação. (Ex.: criança ri com cócegas)
16) Não-focalizado Emissões produzidas embora o sujeito não esteja focalizando sua atenção em nenhum
objeto ou pessoa. Não há evidência de intenção comunicativa. Pode servir a funções
de treino ou auto-estimulação. (Ex.: pulos, balanceios, murmúrios, auto-agressão,
ecolalia)
17) Jogo atos envolvendo atividade organizada mas auto-centrada, inclui reações circulares
primárias. Pode servir a funções de treino ou auto-estimulação. (Ex.: criança desenha,
rola a bola e observa, enche potes com pequenos objetos)
18) Jogo compartilhado atividade organizada compartilhada entre adulto e criança.
19) Nomeação atos ou emissões usados para focalizar sua própria atenção em um objeto ou evento
através da identificação do referente.
20) Narrativa Emissões destinadas a relatar fatos reais ou imaginários, pode haver ou não atenção
por parte do ouvinte.
Wetherby, 1986; Fernandes, 1996
de comunicação .
acompanhamento de vocalizações.
ou mostrar objetos, são vistos neste grupo. Isto representa um grande desvio do
proposto por Wetherby (1986), derivado desses recentes estudos, assim como de
fim ambiental. Uma criança autista pode pegar a mão de um adulto para obter o
objeto desejado, como se a mão do adulto fosse um objeto inanimado. O grau que
a criança autista adquire no uso da comunicação para alcançar um fim social pode
de outros (função de pedido de rotina social) pode também estar amarrada a fins
hipoteticamente emergir mais tarde, entretanto o uso desta função pela criança
social (garantir um foco de atenção conjunta) parece ser uma função usada
vocalizar, usado pelas crianças normais. Estas funções não são ausentes na
de crianças autistas também foi investigada por Mundy e col. (1990), que
comunicação.
autista para o uso das funções não interativas é a auto estimulação ou prática e
imediata ou tardia.
uma função não interativa “tardia” nas crianças autistas. Esta função parece
autista e então emergem mais cedo do que outras funções. Além disso, a
desenvolvimento.
comunicação autista.
criança autista como um sujeito que não se comunica e, portanto, autoriza e até
que, se houver espaço, essas crianças podem ocupá-lo , embora muito menos do
que as crianças normais. Ou seja, sua interação também parece ser influenciada
calendário .
1995).
situação mais próxima das situações naturais às quais a criança está exposta
passou a ser enfatizada por diversos autores, embora sem que a terapia de
linguagem deixasse de ser abordada como uma situação de treino. A partir disso,
fala partem do pressuposto que fala e linguagem são uma coisa só e acabam por
dificuldades de interação.
gestual, assim como imitação gestual, foram descobertas como precursores para
A segunda implicação clínica foi que certas funções comunicativas são mais
(função regulatória).
escolha de alguns objetos mas retendo o item desejado; apresentando uma tarefa
interessante que a criança não consiga completar sem ajuda; e oferecendo itens
sociais e ,então, ser utilizada para ensinar a criança a requerer essas rotinas
sociais.
produzem sons musicais) Por exemplo, alguns objetos frios podem ser dados a
blocos podem ser dados a criança para empilhar ou despejar numa caixa, seguido
informações) e deve servir como um “trampolim” para ensinar outras funções mais
avançadas.
Funções não interativas da linguagem (quadro 4) também devem ser
criança possa usar recurso verbal para uma função, uma nova função pode
Além disso, a criança pode usar fala criativa numa função e uma nova função ser
sintáticas.
conseqüência deve ser dar o objeto requerido à criança. Quando ensina à criança
ensina a criança a pedir, o clínico pode deslocar alguns objetos desejados para
objeto, o clínico pode estimular um ato comunicativo como apontar, pedir o objeto
usados com crianças autistas podem ser pragmaticamente contra produtivos, uma
filhos.
para participar ativamente deste processo, já que são eles que proporcionam o
linguagem se baseia nestas questões e busca orientar os pais de forma que eles
necessidades da vida diária. Além do vínculo afetivo entre pais e crianças ser
consultório.
crianças autistas é mais limitada em situações não familiares (Stone & Caro-
dia fazendo com que estas se tornem a forma mais prazerosa e constante de
estimulação da linguagem.
Para isto é preciso que os pais aprendam primeiro a avaliar seu próprio
importante para este fim são as filmagens das interações da criança com sua
podem ser feitas, com muita dinâmica e pouca teoria, com o objetivo de discutir
mãe. A mãe brinca com ele, ele gorjeia, ela brinca de novo, ele sorri, e assim esse
criança, começa a mandar mais estímulo, falando mais. E quanto mais ela fala,
mais inibe a resposta de seu filho. Assim, desaparece o “vai e vem da linguagem”,
criança para se comunicar. Muitas crianças tentam se comunicar com seus pais
fica fechado.
Sabendo “Esperar” os pais dão à criança o tempo que ela precisa para se
perguntas, não dando a ela nem o tempo nem a liberdade necessária para fazer o
que ela realmente deseja. Muitas vezes pensamos que a criança não colabora,
que possamos compartilhar o momento com nossa criança. Uma regra simples da
filhos, estando face a face. Outra regra simples que obtém bons resultados é a
imitação. Sempre que quisermos nos conectar com uma criança pequena, basta
imitá-la. Isto faz com que ela perceba que estamos nos interessando por ela. É
Depois disso ela poderá começar a prestar atenção em nós e começar também a
nos imitar.
ser trabalhada desde cedo em todo tipo de brincadeira. Sempre deverá haver a
mais este tipo de prática, que nada mais é do que um treinamento para um futuro
diálogo.
seu ambiente pode ter outro impacto para seus pais. Nós precisamos de uma
resposta para nossas ofertas de amor e para nossos esforços em confortar e
desencorajar os pais para conversas com ela como fariam com uma criança que
pais e filho. Porém, isto só poderá acontecer após uma observação cuidadosa do
• pai “salvador” é aquele que quer fazer tudo por seu filho, não dando a
própria.
atrasada, que não presta atenção em seu filho pois não tem tempo para isto.
• pai “professor” é aquele que nunca brinca com seu filho, mas que não
perde uma só ocasião para ensinar tudo a ele. O que este pai não sabe é que se
criança, que brinca de forma tranqüila, que observa, espera e escuta, que deixa
É lógico que seria utópico querer que os pais fossem durante todo o tempo
afinados, mas quanto maior o tempo em que eles o puderem ser, melhor.
(Weitzman,1998):
criança manifeste uma resposta através da requisição para que os pais continuem
o jogo.
tenha papéis claramente definidos, uma seqüência previsível de eventos, que seja
criança responder. Os pais devem marcar cada passo por frases ou jargões
variando daqueles que são extremamente diretivos àqueles que têm um grau
aprenderam a tomar seu turno numa interação, “prompts” devem ser altamente
diretivos num primeiro momento, tal como a assistência física para a criança
saber exatamente o que é esperado que ele faça com o objetivo de tomar seu
turno na interação.
Por ser uma expressão difícil de ser traduzida para o português, o termo
interação.
requisitar um objeto ou ação ). Com isto em mente, os pais devem ser orientados
bolas ) quanto para alcançar fins sociais ( como completar parte de uma rotina
social ).
verbais.
linguagem para eles. “Estórias Sociais” precisam ser adicionadas para ensiná-los
sobre o que significa sentir-se feliz, triste, chateado ou assustado, por exemplo.
atividades em aberto.
partiu da necessidade de buscar respostas par uma série de questões sobre este
e enfoque terapêutico.
Em nossa experiência clínica, muitas vezes somos procurados por pais com
queixa de que seus filhos de quatro anos ainda não falam. A família sente-se
palavra que carrega um “estigma” forte, e traz consigo discriminação. Isto se deve
à falta de conhecimento e à imagem distorcida que por muito tempo foi associada
à criança autista.
mostradas por uma criança individual tem a tendência de variar como uma função
essas crianças podem ocupá-lo, embora muito menos do que as crianças normais.
Mas para isto é preciso que os pais e todos os profissionais envolvidos saibam
comunicação.
fonoaudiológica que envolva os pais, uma vez que a criança está inserida num
www.geocities.com., 1998.
(1):99-109, 1980.
43,1980.
61.
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