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Pavimentos Intertravados
SENAI-
SENAI-RS
Escola de
de Educação Profissional
SENAI Vergílio Lunardi
Dezembro
2007
2007
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................................3
2 OBJETIVOS.............................................................................................................................3
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS...............................................................................................3
3.1 Pavimento .............................................................................................................................3
3.1.1 Camadas constituintes........................................................................................................4
3.1.2 Classificação dos pavimentos.............................................................................................4
3.2 Pavimentos com blocos de concreto intertravados ..........................................................4
3.2.1 Conceito .............................................................................................................................4
3.2.2 Especificações....................................................................................................................5
4 CRITÉRIOS DE PROJETO ......................................................................................................5
4.1 Fundamentos do dimensionamento ...................................................................................6
4.2 Arranjos.................................................................................................................................8
4.3 Formatos ...............................................................................................................................9
4.4 Espessuras das PPC ..........................................................................................................10
4.5 Colchão de areia.................................................................................................................10
4.6 Tipos de intertravamento...................................................................................................11
4.6.1 Intertravamento vertical ....................................................................................................11
4.6.2 Intertravamento rotacional ................................................................................................11
4.6.3 Intertravamento horizontal ................................................................................................11
4.7 Dimensionamentos ............................................................................................................11
5 CRITÉRIOS DE EXECUÇÃO .................................................................................................14
5.1 Preparo do subleito............................................................................................................14
5.2 Sub-base e base .................................................................................................................14
5.3 Confinamentos ...................................................................................................................16
5.4 Camada de areia .................................................................................................................16
5.5 Juntas..................................................................................................................................16
5.6 Utilização de pavimentos intertravados em rodovias......................................................16
5.7 Aplicações ..........................................................................................................................17
6 TIPOS DE BLOCOS ..............................................................................................................17
6.1 Pavimento intertravado tipo PAVI -S.................................................................................18
6.1.1 Elementos pré-fabricados de concreto para pavimentação PAVI-S ..................................18
6.1.2 Características especiais ..................................................................................................18
7 PRODUÇÃO DE PAVIMENTOS INTERTRAVADOS.............................................................19
Referências...............................................................................................................................20
Título
Pavimentos intertravados
Assunto
Resumo
Palavras-chave
Conteúdo
1 INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma rede de 160.000 km de malha rodoviária pavimentada para um total de
1.559.941km de estradas não pavimentadas. Cerca de 92% da malha rodoviária não
pavimentada encontra-se sob responsabilidade do poder público municipal e atende à maior
parte do escoamento da produção agrícola e industrial de pequeno porte, que às vezes são
inviabilizadas devido a precariedade do sistema de transporte.
2 OBJETIVOS
Com base neste panorama, deve-se realizar uma reflexão sobre novas técnicas de
pavimentação a serem utilizadas no meio rodoviário e urbano. Neste contexto o presente
dossiê tem por objetivo abordar os aspectos tecnológicos relativos ao projeto, produção e
execução de pavimentos intertravados.
3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
3.1 Pavimento
Pode-se afirmar que em obras de engenharia civil, como construções de rodovias, aeroportos,
ruas, entre outras, a superestrutura é constituída por um sistema de camadas de espessuras
finitas, assentadas sobre o terreno de fundação, considerado um semiespaço infinito e
designado sub-leito, sendo esta superestrutura o pavimento.
3.2.1 Conceito
As formas dos blocos são projetadas para permitir elevada transferência de carga entre o que
estiver sendo carregado e os adjacentes, por meio do contato entre as faces (intertravamento),
onde se processa o alívio de tensões transmitidas ao subleito e camadas do pavimento.
3.2.2 Especificações
As normas brasileiras para os blocos de concreto destinados à pavimentação são a NBR 9781
– “Peças de concreto para pavimentação: especificação” e a NBR 9780 – “Peças de concreto
para pavimentação: determinação da resistência à compressão”.
A variação entre as dimensões fornecidas pelo fabricante e as reais não deve ultrapassar os
seguintes valores:
• 3 mm no comprimento e na largura;
• 5 mm na espessura;
• Os cantos vivos (bordas, quinas e chanfros) não devem apresentar defeitos ou perdas de
material e nem rebarbas;
• As peças não devem apresentar trincas, fraturas ou outros defeitos que possam interferir em
seu assentamento e funcionamento.
4 CRITÉRIOS DE PROJETO
O projeto de pavimento intertravado deve ser adequado às suas condições de tráfego, embora
seja conhecido como drenante. Os princípios da pavimentação referentes à estabilidade de
camadas são fundamentais para o adequado desempenho do pavimento. Não se deve relegar
os cuidados no projeto de drenagem pela adoção do sistema de pavimento intertravado, é
Quando um pavimento é solicitado por uma carga de veículo Q, que se desloca sobre o
revestimento com uma velocidade V, fica sujeito a uma tensão normal na direção vertical σ0 (de
compressão) e uma tensão cisalhante na direção horizontal τ0 (de cisalhamento), conforme
mostra a FIG. 2. As variadas camadas componentes da estrutura do pavimento possuem a
função de diluir a tensão vertical aplicada na superfície para que o subleito receba uma parcela
4.2 Arranjos
O arranjo "espinha-de-peixe" é considerado o mais adequado devido a sua boa resposta frente
ao fenômeno de "escorregamento" analisado em relação ao travamento horizontal.
4.3 Formatos
Diversos estudos vêm demonstrando que as PPCs de lados segmentados possuem melhor
comportamento do que aquelas que apresentam lados retos ou suavemente curvados. As
peças segmentadas apresentam menores deformações na trilha de roda e menores
deformações horizontais (ondulações) (FIG. 6 e 7) (MULLER, 2005).
É a capacidade que as peças adquirem de não girar em torno de seu próprio eixo vertical. Esta
capacidade pode ser melhorada pelo aumento da espessura das peças e o conseqüente
confinamento oferecido pelas peças vizinhas. Esse movimento pode ser provocado pela
freqüência e o tipo do tráfego, principalmente em áreas de frenagem, aceleração e em curvas
onde existe um aumento da tensão radial provocada pelo arrasto dos pneus. A FIG. 8 (b)
representa esquematicamente o intertravamento rotacional.
4.7 Dimensionamentos
5 CRITÉRIOS DE EXECUÇÃO
A colocação dos pavimentos intertravados é simples: basta assentar os blocos sobre uma
camada de areia grossa, compactar a superfície e, em seguida, espalhar areia fina para o
preenchimento das juntas. Depois, se devem compactar as peças novamente até que as juntas
estejam totalmente preenchidas com areia. Dessa forma, consegue-se o intertravamento das
peças, estado desejável para o bom desempenho do pavimento. Para alcançar o travamento
adequado, este tipo de pavimento requer sempre algum tipo de contenção lateral, comumente
meios-fios.
A primeira providência a ser tomada é inspecionar a área a ser pavimentada, cujo subleito
poderá ser constituído pelo solo natural do local ou proveniente de empréstimo. Deve ser um
solo não expansivo, ou seja, que não inche na presença de água.
Após a retirada de todos os objetos estranhos à via e da remoção de todas as plantas, raízes e
matéria orgânica, o subleito deve ser adequadamente compactado até 60 cm de profundidade,
no mínimo. A compactação deve ser especificada de modo a se obter, no mínimo, 100 % da
massa especifica aparente máxima seca obtida no ensaio de compactação na energia normal.
O objetivo é propiciar uma plataforma de trabalho firme, sobre a qual as camadas
sobrejacentes possam ser convenientemente compactadas, além de ter papel decisivo no
estabelecimento da capacidade estrutural do pavimento.
A compactação tem como objetivo acomodar os diferentes tamanhos de grãos para que a
camada se torne a mais densa e resistente possível.
Quando as espessuras da sub-base ou da base forem grandes, elas deverão ser construídas
em camadas, cada uma delas tendo uma espessura compactada mínima de 10 cm e máxima
de 15 cm. Adota-se a energia intermediária para a compactação das camadas de sub-base e
base granulares, com grau de compactação mínimo de 100 %.
As espessuras das camadas de sub-base e base devem ser constantes e devem obedecer ao
especificado no projeto, acompanhando, portanto, o caimento construído no subleito.
5.3 Confinamentos
No encontro do pavimento intertravado com outro tipo de pavimento ou com uma via sem
pavimentação, deverá ser construída uma viga de confinamento, de concreto, com largura
mínima de 15 cm e altura suficiente para penetrar, no mínimo, 20 cm abaixo da camada de
areia de assentamento dos blocos.
A camada de areia deve estar solta e com espessura constante em qualquer ponto em que se
faça a medição. A espessura dessa camada é definida em projeto; o acabamento da superfície
da base deve ser preciso e apenas rasar a areia na espessura especificada. A compactação
prévia, além de comprometer o intertravamento das peças de concreto (e com isso o
desempenho do pavimento), representa um desperdício de tempo e recursos.
5.5 Juntas
O preenchimento das juntas com areia promove diminuição das deflexões e aumento da
capacidade de suporte do revestimento do pavimento. É necessário que exista uma
capacidade adequada de suporte da base para o desenvolvimento do intertravamento. No
entanto, há indicações de que uma rigidez muito elevada da base possa inibir a ocorrência do
fenômeno.
São apresentadas a seguir informações de obras recentes (FIG. 11) que mostram a utilização
de pavimentos intertravados em rodovias, não em vias urbanas já bastante conhecidas em
nosso meio, mas aquelas que ligam pontos fora das cidades e possuem características
próprias de tráfego comercial, tanto no volume quanto no tipo.
O pavimento intertravado de PPC vem se desenvolvendo a tal ponto que se pode afirmar não
existir um nicho sequer da engenharia de pavimentos que não tenha sido permeado por este
5.7 Aplicações
• Áreas industriais;
• Galpões;
• Pátios;
• Estradas;
• Ruas;
• Loteamento
• Portos e aeroportos;
• Praças;
• Passeios;
• Rampas;
• Taludes;
• Estábulos;
• Clubes;
• Residências;
• Condomínios e outros.
6 TIPOS DE BLOCOS
Este tipo de bloco de concreto tem seu formato em "S" estilizado, proporcionando, através de
seu intertravamento, a redistribuição de cargas estáticas e de tráfego, aliviando a concentração
de pressões sobre o solo. As FIG. 13 e 14 mostram os elementos PAVI-S utilizados e a
paginação, respectivamente.
Conclusões e recomendações
Os pavimentos intertravados constituem uma eficaz solução para uso em ruas, calçadas,
calçadões e praças - tanto na construção como na reconstrução e reabilitação desse tipo de
instalação urbana. Terminais de carga em portos, aeroclubes e estradas vicinais também
constituem locais recomendados a essa tecnologia.
As dimensões e a qualidade das peças pré-moldadas em concreto são uniformes, uma vez que
sua fabricação obedece a controles rigorosos. Além disso, as formas, cores e texturas das
peças e os padrões de assentamento são extraordinariamente variados, permitindo explorar
harmonicamente essa característica dos pontos de vista arquitetônico e paisagístico. Os
pavimentos intertravados de concreto também refletem melhor a luz do que outros tipos de
superfície e proporcionam ao usuário e ao meio ambiente excepcional conforto térmico. Mesmo
sob chuva, os pavimentos intertravados de concreto não são escorregadios.
Referências
Data de finalização
13 dez. 2007