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Elaborado em 02.2010.
SUMÁRIO: 1 - INTRODUÇÃO. 2 - ABOLICIONISMO PENAL: 2.1. Aspecto histórico; 2.2. Posições Básicas. 3 -
TERCEIRA VELOCIDADE DO DIREITO PENAL: 3.1. Antecedentes históricos do "inimigo"; 3.2. Aspectos
históricos do Direito Penal de Terceira Velocidade; 3.3. Noções Básicas; 3.4. Eleição do Inimigo e exercício real
do poder punitivo; 3.5. O Direito Penal do Inim igo de Günther Jakobs; 3.6. Fundamentos: a Teoria dos Sistemas
Sociais de Niklas Luhmann; 3.7. Fundamentos: o pensamento de Carl Schmitt. 4 - INFLUÊNCIAS DA TERCEIRA
VELOCIDADE DO DIREITO PENAL. 5 - CONCLUSÃO. Bibliografia.
1. INTRODUÇÃO
Nesse aspecto torna-se bastante didática a parábola indicada por Louk Hulsman [01]
intitulada "cinco estudantes". Descreve que cinco estudantes moram juntos e que num
determinado momento um deles danifica, de maneira violenta, uma televisão e alguns
pratos. Cada um dos outros estudantes adotam uma atitude diferente: o primeiro,
furioso, fala em expulsar da casa o morador; o segundo apóia a compra de outros pratos
e televisor as expensas do autor dos danos; o terceiro sugere um tratamento
psiquiátrico; o ultimo posiciona -se a favor de um exame de consciência envolvendo toda
aquela pequena comunidade. Dessa forma Hulsman indica quase toda gama de reações
possíveis diante de um acontecimento, respectivamente: modelo punitivo, modelo
compensatório (ou reparador), modelo terapêutico; e modelo conciliador.
Dessa diversidade de opiniões, surgem as mais variadas soluções, entre elas, mas todas
com o mesmo elo de ligação: o nível de intervenção social (ou penal). Nesse aspecto,
entre os movimentos e teorias aprimoradas no final do século XX estão o Abolicionismo
Penal e a Terceira Velocidade do Direito Penal ou Direito Penal do Inimigo . Dessas
ultimas é que trataremos neste trabalho, incluindo a análise das posições básicas e
algumas conclusões possíveis a cerca de uma e outra corrente.
2. ABOLICIONISMO PENAL
Diante dessa crise da criminologia crítica surgiram, nos dizeres de Gabriel Ignácio
[05]
Anitua , "três distintas correntes dentro do movimento crítico posterior a essa crise, (
... ) o abolicionismo, o realismo de esquerdas e o garantismo penal, ...".
[06]
Conforme lembrado por Anitua a partir dos anos 1980 surgiu o Abolicionismo com
força singular. Em suas palavras:
"Embora seu nome seja tomado da luta histórica contra a escravidão, e contra a pena de
morte, nesses anos, e no interior da criminologia crítica, essa denominação seria
atribuída à deslegitimação mais radical do sistema carcerário e da própria lógica
punitiva. Esta reflexão antipunitiva estava estreitamente relacionada à reivindicações
teóricas e práticas de alguns criminólogos de antiga tradição nos países escandinavos e
na Holanda."
Segundo Hermann Bianchia, além da abolição das prisões, deveria ser abolida a própria
idéia de castigo, levando a sociedade a um sistema alternativo de controle de delito que
não se baseie no modelo punitivo, mas em princípios éticos e legais. Segundo Anitua
"os princípios dessa justiça são os da reconciliação e da reimposição da paz, que seriam
aceitos em seguida em todo o movimento da justiça restaurativa".
Louk Hulsman estabelece os valores morais como limite para as violências, propondo
destruir a definição de delito em parceria com a resolução de problemas sociais. A
própria nomenclatura de "crime" é substituída por "situações proble máticas".
"a única coisa que tais situações têm em comum é uma ligação completamente artificial,
ou seja, a competência formal do sistema de justiça criminal para examiná-las. O fato
deles serem definidos como µcrimes¶ resulta de um decisão humana modificável; o
coneito de crime não é operacional. (...). É a lei que diz onde está o crime; é a lei que cria
o µcriminoso¶."
[16]
Segundo Anitua :
"para o professor holandês, o delito não tem realidade ontológica; ele é apenas o
produto da política criminal que também constrói, desse modo, a realidade social. µOs
problemas são reais, mas o delito é um mito¶, direita também Heinz Steinert. Um µmito¶
que tem conseqüências reais, quais sejam as de criar novos problemas e ainda mais
graves."
[17]
Referindo-se ao movimento conciliador, o autor ressalta :
"Hulsman parece inclinar-se pela última solução, fazendo uma aposta corajosa na
indiferenciação das fortes fronteiras traçadas entre os seres humanos, entre o µeu¶ e o
µoutro¶, ou pior, entre µamigos¶ e µinimigos¶."
Zaffaroni defende que o atual sistema penal tem uma legitimidade utópica pois a
[18]
legitimidade não pode ser suprida pela legalidade. Segundo o autor :
"O abolicionismo nega a legitimidade do sistem a penal tal como atua na realidade social
contemporânea e, como princípio geral, nega a legitimação de qualquer outro sistema
penal que se possa imaginar no futuro como alternativa a modelos formais e abstratos
de solução de conflitos, postulando a aboliçã o radical dos sistemas penais e a solução
dos conflitos por instâncias ou mecanismos informais.
(...)
(...)
O abolicionismo representa a mais original e radical proposta político -criminal dos
últimos anos, a ponto de ter seu mérito reconhecido até mesmo por sues mais severos
críticos."
De maneira bastante generalista, para fins didáticos comparativos, pode -se indicar
esquematicamente as seguintes características ou aspectos relacionados ao
abolicionismo:
2) solução dos conflitos sem a necessidade de apelar para o modelo punitivo atual,
fazendo uso, por exemplo, do modelo conciliador.
4) abolir não o direito penal, mas o sistema punitivo atual, mudando percepções,
comportamentos, extinguindo os paradigmas do sistema penal, sobretudo o
encarceramento.
O direito romano faz a distinção entre inimicus (inimigo pessoal) e o hostis (inimigo
político, contra quem é possível a guerra, negando -se a condição de ser - humano).
[19]
Entre esses últimos, destaca Zaffaroni , são compreendidos em duas categorias: o
hostis alienígena, que "abarcará todos os que incomodam o poder, os insubordinados,
indisciplinados ou simples estrangeiros; e o hostis judicatus, aquele declarado hostis
"em situações excepcionais, nas quais um cidadão romano ameaçava a segurança da
República por meio de conspirações ou traição, o Senado podia declará -lo hostis,
[20]
inimigo público."
Durante a Idade Média, com um discurso teocrático, o inimigo tornou -se os colonizados
[21]
rebeldes e as mulheres desordeiras .
Até o século XIX a Inquisição estabeleceu como inimigo os opositores das monarquias,
por meio de hereges ou dissidentes, retomando o conceito romana de hostis judicatus.
Com a revolução industrial ocorreu acentuada concentração urbana, "que aumentou
consideravelmente o número de indesejáveis e também as dificuldades do seu controle
social".
Já no século XIX e XX, sobretudo nos países onde instaurou -se oligarquias coloniais,
submissas aos países hegemônicos (Estados Unidos e Inglaterra) cuja repressão elegia
como inimigo aqueles que interessavam aqueles outros países.
O tema em debate, nos moldes recentemente reintroduzidos, tem como seu mais
conhecido defensor o catedrático emérito de Direito Penal e Filosofia do Direito da
Universidade de Bonn (Alemanha), Günther Jakobs, que consolidou sua tese em três
fases: 1985, 1999/2000 e 2003-2005.
[25]
Discípulo de Welzel, Jakobs criou o funcionalismo sistêmico , defendendo como
função primordial do Direito Penal a proteção a norma, e secundariamente a tutela dos
[26]
bens jurídicos mais fundamentais .
- 3ª Fase (2003): passa a empunhar com mais vigor esta linha de pensamento (fazendo
referência direta a 11 de setembro de 2001).
Alguns autores tem preferido o uso do termo Terceira Velocidade do Direito Penal ao
invés do Direito Penal do Inimigo. Mas como referenciado anteriormente, tendo
características semelhantes, ao menos quanto a declaração de seus efeitos práticos, o
denominado direito penal do inimigo têm sido mais polemizado e também mais debatido,
principalmente quanto a seus fundamentos.
Assim, elege como inimigo todos os que se afastam do modelo contratu al, "quem por
[36]
princípio se conduz de modo desviado" , e que não ofereça garantia de um
comportamento pessoal. Enquadra-se nesse perfil o criminoso econômico, terrorista,
[37]
delinqüente organizado, autores de delitos sexuais, etc .
Recusando-se a entrar em um estado cidadão (estado de cidadania), conforme Kant, o
indivíduo não pode participar dos benefícios do status de cidadão, inclusive sequer do
conceito de pessoa. Consequentemente deixa de ser sujeito processual.
Conforme Jakobs:
"o Direito Penal do cidadão é o Direito Penal de todos, o Direito Penal do Inimigo é
daqueles que o constituem contra o inimigo: frente ao inimigo, é só coação física, até
chegar à guerra. O Direito Penal do cidadão mantém a vigência da norma, o Direito Penal
do inimigo comb ate perigos." [38]
[39]
Luiz Flávio Gomes aponta as seguintes características do Direito Penal do Inimigo:
(a) o inimigo não pode ser punido com pena, sim, com medida de segurança;
(b) não deve ser punido de acordo com sua culpabilidade, senão consoante su a
periculosidade;
(c) as medidas contra o inimigo não olham prioritariamente o passado (o que ele fez),
sim, o futuro (o que ele representa de perigo futuro);
(f) o cidadão, mesmo depois de delinqüir, continua com o status de pessoa; já o inimigo
perde esse status (importante só sua periculosidade);
(g) o Direito Penal do cidadão mantém a vigência da norma; o Direito Penal do inimigo
combate preponderantemente perigos;
(h) o Direito Penal do inimigo deve adiantar o âmbito de proteção da norma (antecipação
da tutela penal), para alcançar os atos preparatórios;
(i) mesmo que a pena seja intensa (e desproporcional), ainda assim, justific a-se a
antecipação da proteção penal;
(j) quanto ao cidadão (autor de um homicídio ocasional), espera -se que ele exteriorize
um fato para que incida a reação (que vem confirmar a vigência da norma); em relação
ao inimigo (terrorista, por exemplo), deve ser interceptado prontamente, no estágio
prévio, em razão de sua periculosidade.
Conforme Zaffaroni:
"É preciso entender que na América Latina quase todos os prisioneiros são tratados
como inimigos no exercício real do poder punitivo.(...)
Ainda conforme observação de Zaffaroni, das políticas repressivas das últimas décadas
surgem correntes doutrinárias como o direito penal simbólico, direito penal de várias
velocidades, e destaca-se que do reconhecimento expresso do inimigo no direito penal
leva ao direito penal do autor.
Quanto a esse último aspecto, direito penal do autor, mesmo considerando aberrante tal
teoria frente a igualdade perante a lei, verifica-se um tratamento penal diferenciado
limitado aos a pessoa ou grupo claramente identificáveis, afetando apenas seus
destinatários.
Conclui que:
Partindo da imagem de que "o Direito Penal do Inimigo n ão estabiliza normas (prevenção
[41]
geral positiva), mas demoniza (exclui) a determinados grupos de infratores"
consequentemente não é um Direito Penal do fato, mas do autor. MELIÁ afirma ainda que
mediante a demonização de grupos de autores, ou seja, atr avés da exclusão do círculo
de mortais µnormais¶ surge a tipificação, e completa dizendo "a demonização tem lugar
mediante a exclusão".
"o direito penal deveria habilitar o poder punitivo de uma maneira para os cidadãos e de
outra para inimigos, reservando o caráter de pessoa para os primeiros e considerando
não-pessoas os segundos, confinando, porém, esta habilitação num compartimento
estanque do direito penal, de modo que todo o resto continue funcionando de acordo
com os princípios do direito penal liberal. Trata -se-ia de uma espécie de quarentena
penal do inimigo."
Segundo MELIÁ [44], as principais características da política criminal aplicada nos últimos
tempos, tendo como mesma base a filosofia que estrutura o direito penal do inimigo,
são:
e) descodificação
g) explosão carcerária
"Custódia de segurança"
Direitos Quanto ao cidadão, deve ser Quanto ao inimigo, deve ser tratado
Processuais respeitado e contar com todas as como fonte de perigo e, portanto, como
garantias penais e processuais; meio para intimidar outras pessoas;
[46]
(adaptação da tabela comparativa de Alessandra Orcesi Pedro Greco e dos
comentários de Luiz Flávio Gomes [47])
[48]
As principais bandeiras do Direito Penal do Inimigo são :
(d) criação artificial de novos delitos (delitos sem bens jurídicos definidos);
(h) concessão de prêmios ao inimigo que se mostra fiel ao Direito (delação premiada,
colaboração premiada etc.);
(l) uso e abuso de medidas preventivas ou cautelares (interceptação telefônica sem justa
causa, quebra de sigilos não fundamentados ou contra a lei);
(m) medidas penais dirigidas contra quem exerce atividade lícita (bancos, advogados,
joalheiros, leiloeiros etc.).
Outro aspecto desenvolvido por Niklas Luhmann foi a adoção de um modelo de sistema
aberto, em substituição ao usual modelo fechado. Importando conceitos da física,
economia, biologia, mecatrônica, entre outros, e aplicando -os a sociologia, importantes
conceitos foram adaptados como entropia (que faz com que os sistemas estabeleçam
um processo de troca entre sistema e meio) e intercâmbio. Nesse aspecto o sistema
deve ter capacidade de se distinguir do meio, sendo capaz de combinar todas as
possibilidades de operações, existindo sistemas que podem observar e distinguir, o u
seja, com capacidade de diferenciação dos sistemas e meio.
O poder é exercido numa ameaça de sanção, por meio da comunicação. Assim o sistema
político vai selecionar somente as informações que sirvam para manter o governo no
poder, ou seja, que sirvam para que o ambiente continue obedecendo às decisões
políticas.
Além da teoria dos sistemas sociais de Niklas Luhmann, o direito penal de terceira
velocidade adotou também alguns pensamentos e fundamentações de Carl Schmitt [59].
Dele se extrai alguns dos principais aspectos da terceira velocidade do direito penal:
critérios de eleição do µinimigo¶ e a legitimação dessa eleição e do poder decisório.
Citando Richard Wolin, Cân dido Moreira Rodrigues [61] registra que:
"Assim, a utilização de conceitos teológicos por Schmitt no campo da política não visa
outra coisa senão o fortalecimento do político como éter vital do estado de exceção e o
qual ocorreria somente através da ação de um soberano carismático que equivalesse ao
monarca de direito divino da época absolutista".
"quando um povo existe na esfera do político ele precisa... determinar por si mesmo a
diferenciação de amigo e inimigo. Aí se encontra a essência de sua existência política.
Se ele não tem mais a capacidade ou a vontade para esta diferenciação, ele cessa de
existir politicamente."
Na análise de Rodrigues,
"A idéia segundo a qual o inimigo político é um inimigo público e contra o qual não é
necessário ter ódio ou antipatia privada, também é própria de Schmitt. Estritam ente,
considera-o µum conjunto de homens... segundo a possibilidade real, combatente, que se
contrapõe a um conjunto semelhante. Inimigo é apenas o inimigo público¶ (SCHMITT, O
conceito do político, p. 55)."
No Brasil, por exemplo, tem-se a polêmica "Lei do Abate" (Lei 9.614/98 que alterou o art.
303 da Lei 7.565/86 ± Código Brasileiro de Aeronáutica), que µautoriza¶ medidas de
destruição de aeronave civil, suspeita de estar a serviço do narcotráfico, em pleno ar
quando classificada como "hostil".
"Para os teóricos da exceção, sempre se invoca uma necessidade que não conhece lei
nem limites. A estrita medida da necessidade é a estrita medida de algo que não tem
limites, porque esses limites são estabelecidos por quem exerce o poder." [64]
5. CONCLUSÃO
Em meio as mais variadas posições a cerca do nível e forma de intervenção penal, ou até
mesmo do completo afastamento de sua intervenção, verificamos a existência de dois
pólos de uma mesma questão: o nível de intervenção e sua relação com os indivíduos
objeto da ação do poder intervencionista.
Assim, diante das restrições que a natureza e finalidade deste trabalho acarretam,
conclui-se que:
3. O direito penal de terceira velocidade, cujos princípios extremados levam até mesmo a
denominá-lo de direito penal do inimigo, tem enfrentado críticas por parte de
acadêmicos, grupos de defesa dos direitos humanos, religiosos, etc., porém,
diferentemente do abolicionismo, tem influenciado em muito a legislação de vários
países, que tem aplicado, velada ou expressamente, suas bases filosóficas e jurídicas.
4. Numa sociedade de risco, midiática, globalizada, a cobrança por respostas rápidas
tem levado a um aumento vertiginoso na intervenção penal nas últimas décadas
reforçando o simbolismo penal por meio de um númer o maior de leis e de sanções mais
µrígidas¶. Porém, com o desenvolvimento do direito penal de terceira velocidade e a
conveniente adoção de suas bases teóricas pelos detentores de poder, tem aumentado
sua aplicação em inúmeros países, inclusive no Brasil, conforme exemplos indicados.
5. Por fim, concluímos que os pilares do abolicionismo são bem estruturados, de grande
densidade científica, legitimados pela defesa da dignidade humana, porém de difícil
aplicação no sistema social e governamental existente. Em contrapartida, apesar da
clara inconstitucionalidade das medidas do direito penal do inimigo, da nítida involução
do desenvolvimento das garantias individuais, tem se mostrado movimento de franca
expansão.
Bibliografia
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: Teoria do Garantismo Penal. 2ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2006.
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal do Inimigo (ou inimigo do direito penal). Revista
Jurídica UNICOC. Ano II, nº2, 2ª ed., 2005. Pesquisado em : <
http://www.revistajuridicaunicoc.com.br/midia/arquivos/ArquivoID_4 7.pdf> , acesso em
19.Set.2009.
GRECO, Alessandra Orcesi Pedro. Direito Penal do Inimigo e Direito Penal Econômico. In
Direito Penal Especial, Processo Penal e Direitos Fundamentais. São Paulo: Quartier
Latin, 2006, p. 713-743.
Penas Perdidas. O sistema penal em questão. Trad. Maria Lúcia Karan. Niterói: Luam,
1993.
JAKOBS, Günther. MELIÁ, Manual Cancio. Direito Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 4
ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009.
KUNZLER, Caroline de Morais. et alli. A teoria dos sistemas de Niklas Luhmann. R evista
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LUHMANN, Niklas. Introdução à Teoria dos Sistemas. Trad. Ana Cristina Arantes Nasser.
Petrópolis: Vozes, 2009.
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. A terceira velocidade do Direito Pe nal: o µDireito
Penal do Inimigo¶. Dissertação de Mestrado, orientador Prof. Dr. Dirceu de Mello, PUC -
SP, 2006.
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. v.1, 8ª ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2008.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
Notas
"cinco estudantes" in HULSMAN, Louk. Celis, Jacqueline Bernat de. Penas Perdidas. O
sistema penal em questão. Trad. Maria Lúcia Karan. Niterói: Luam, 1993, p. 100-101.
Aproveitamos para utilizar o termo situações problemáticas que no texto acima indica
"problema", de maneira geral, para lembrar que o termo que escolhemos é utilizado por
Louk Housman em substituição ao termo "crime ou delito".
Eugenio Raúl Zaffaroni (1940), entre outras funções e atividades é ministro da Suprema
Corte Argentina, professor titular e diretor do Departamento de Direito Penal e
Criminologia na Universi dade de Buenos Aires, é autor das obras: Em busca das Penas
Perdidas: a perda de legitimidade do sistema penal (1989); Direito Penal Brasileiro (em
co-autoria com Nilo Batista); O inimigo no direito penal; entre outras.
HULSMAN, Louk. Celis, Jacqueline Ber nat de. Penas Perdidas. O sistema penal em
questão. Trad. Maria Lúcia Karan. Niterói: Luam, 1993, p.149.
HULSMAN, Louk. Celis, Jacqueline Bernat de. Penas Perdidas. O sistema penal em
questão. Trad. Maria Lúcia Karan. Niterói: Luam, 1993, p. 64.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 22.
Giorgio Agamben, Estado de excepción, Buenos Aires, 2004, p.146, apud ZAFFARONI,
Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007, p. 22.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 35.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 50.
Referência a "legislação penal que impõe pena perpétua a quem tenha cometido três ou
mais delitos (three strikes out), ou seja, estabeleceu-se o desterro definitivo dos
indesejáveis ou inimigos, uma medida violadora do princípio da proporcionalidade." In
ZAFFARONI, op. cit., p.62.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 62.
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. A terceira velocidade do Direito Penal: o µDireito
Penal do Inimigo¶. Dissertação de Mestrado, orientador Prof. Dr. Dirceu de Mello, PUC -
SP, 2006, p. 150.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 157.
JAKOBS, op. cit., p.25: "De modo similar, argumenta Fichte : µquem abandona o contrato
cidadão em um ponto em que no contrato se contava com sua prudência, seja de modo
voluntário ou por imprevisão, em sentido estrito perde todos os seus direitos como
cidadão e como ser humano, e passa a um estado de ausência completa de direitos¶
(FICHTE, Grudlage dês Naturrechts nach den Prinzipien der Wissenschafislebrel, em:
Sämtliche Werke, ed. a cargo de J. H. FICHTE, Zweite Abtheilung. A. Zur Rechts ± und
Sittenlehre, tomo primeiro, s.f., p. 260)."
Zaffaroni dedica considerável espaço em sua obra (O Inimigo no Direito Penal. p. 121 a
144) considerando "totalmente original" a polarização entre Rousseau e Fichte por um
lado, e Hobbes e Kant por outro, utilizada por Jakobs em sua obra. Segundo seu
entendimento o usual é opor Ho bbes a Locke e Kant contraposto a Feuerbach. Opõem-
se também ao posicionamento de Jakobs quanto as posições de Rousseau e de Fichte,
por entender que não seriam tão radicais quanto a consideração de inimigo todos os
delinqüentes.
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal do Inimigo (ou inimigo do direito penal). Revista
Jurídica UNICOC. Ano II, nº 2, 2ª ed., 2005. Pesquisado em:
<http://www.revistajuridicaunicoc.com.br/midia/arquivos/ArquivoID_47.pdf>, acesso em
2.Jan.2010.
Segundo MELIÁ, "De fato, desde a perspectiva da teoria social dos sistemas, Luhmann
formulou a tese de que a diferenciação moderna entre a inclusão e a exclusão é
estruturalmente mais profunda do que jamais foi a diferenciação entre classes sociais."
(Manuel Cancio Meliá, in JAKOBS, Günther. MELIÁ, Manuel Cancio. Direito Penal do
Inimigo: Noções e Críticas. 4 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p.107).
Manuel Cancio Meliá, in JAKOBS, Günther. MELIÁ, Manuel Cancio. Dir eito Penal do
Inimigo: Noções e Críticas. 4 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.
Nesse sentido Manuel Cancio Meliá, in JAKOBS, Günther. MELIÁ, Manuel Cancio. Direito
Penal do Inimigo: Noções e Críticas. 4 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2 009,
p.106.
GRECO, Alessandra Orcesi Pedro. Direito Penal do Inimigo e Direito Penal Econômico. In
Direito Penal Especial, Processo Penal e Direitos Fundamentais. São Paulo: Quartier
Latin, 2006, p. 713-743.
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal do Inimigo (ou inimigo do direito penal). Revista
Jurídica UNICOC. Ano II, nº2, 2ª ed., 2005.
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal do Inimigo (ou inimigo do direito penal). Revista
Jurídica UNICOC. Ano II, nº2, 2ª ed., 2005.
Segundo Luhmann (op. cit.,p. 126) "um sistema vai se tornando paulatinamente
autopoiético e, neste sentido, depende, em princípio, mais do meio, e logo adquire a
autonomia. Portanto, as estruturas estariam primeiramente determinadas pelo meio, e
depois, pouco a pouco, desenvolveriam suas próprias operações".
LUHMANN, Niklas. Introdução à Teoria dos Sistemas. Trad. Ana Cristina Arantes Nasser.
Petrópolis: Vozes, 2009, p. 79.
LUHMANN, Niklas. Introdução à Teoria dos Sist emas. Trad. Ana Cristina Arantes Nasser.
Petrópolis: Vozes, 2009, p. 132.
Incorporado da escola de psicologia funcionalista de Egon Brunswik (1952).
RODRIGUES.
Idem.
ZAFFARONI, Eugenio Raul. O inimigo no Direito Penal. 2 ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007,
p. 25.