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1. INTRODUÇÃO........................................................................................06
2. ATOS PROCESSUAIS...........................................................................07
2.1. Conceito......................................................................................07
2.2. Princípio da Publicidade................................................................07
2.3. Classificação.................................................................................10
2.4. Forma..........................................................................................13
2.5. Características..............................................................................14
2.6. Tempo e lugar de realização de atos processuais.........................14
2.7. Comunicação dos atos processuais...............................................16
3. TERMOS
PROCESSUAIS...................................................................22
4. PRAZOS
PROCESSUAIS....................................................................23
4.1. Conceito........................................................................................23
4.2. Classificação.................................................................................24
4.3. Contagem dos prazos...................................................................26
4.4. Suspensão e Interrupção dos prazos.............................................30
5. SUSPENSÃO DO
PROCESSO.............................................................31
6. EXTINÇÃO DO
PROCESSO.................................................................35
6.1. Modalidades..................................................................................35
6.2. Sentença........................................................................................36
6.3. Extinção do processo sem resolução do mérito.............................37
6.4. Extinção do processo com resolução do mérito.............................40
6.5. Suspensão e Extinção da execução..............................................42
6.5.1. Extinção da execução............................................................42
7. CUSTAS NO PROCESSO DO
TRABALHO..........................................45
7.1. Conceito de Custas Processuais....................................................45
7.2. Cálculo.........................................................................................46
7.3. Forma de pagamento.....................................................................50
3
7.4. Competência para fixação das custas............................................50
7.5. Outras despesas processuais........................................................50
7.6. Justiça gratuita................................................................................56
8. VALORES DAS CUSTAS PROCESSUAIS TRABALHISTAS
DADOS PELA
CLT.............................................................................................60
9. ALGUMAS QUESTÕES PROCESSUAIS REFERENTES ÀS
CUSTAS
TRABALHISTAS.................................................................................62
9.1. Custas processuais na fase recursal..............................................63
10. DAS NULIDADES
PROCESSUAIS......................................................63
10.1. Introdução......................................................................................63
10.2. Conceito de nulidade......................................................................64
10.3. Nulidade absoluta...........................................................................64
10.4. Nulidade relativa............................................................................66
10.5. Irregularidades ou Atos Irregulares ou Mera Irregularidade...........66
10.6. Inexistência ou atos inexistentes....................................................67
11. ANULABILIDADE............................................................................
....67
12. NULIDADES NO PROCESSO DO
TRABALHO.................................68
12.1. Princípio da Transcendência ou do Prejuízo – Artigo 794, CLT.....69
12.2. Princípio da Convalidação – Artigo 795, CLT.................................70
12.2.1. Artigo 795, § 1º, CLT.........................................................70
12.2.2. Artigo 795 § 2º, CLT...........................................................70
12.2.3. Artigo 796, CLT..................................................................71
12.2.4. Extensão da Nulidade - Artigos 797 e 798 ambos da
CLT........................................................................................71
12.2.5. Extensão da Nulidade - Artigos 797 e 798 ambos da
CLT........................................................................................72
12.3. Regras Para o Pronunciamento das Nulidades.............................73
12.4. Princípios das Nulidades Processuais no Direito do Trabalho.......74
12.4.1. Princípio da Legalidade......................................................74
4
12.4.2. Princípio da Instrumentalidade das Formas ou da
Finalidade...............................................................................74
12.4.3. Princípio da Economia Processual....................................75
12.4.4. Princípio do Aproveitamento da Parte Válida do Ato.........75
12.4.5. Princípio do Interesse de Agir............................................75
12.4.6. Princípio da Causalidade...................................................76
12.4.7. Princípio da Lealdade Processual......................................76
12.4.8. Princípio da Transcendência ou do Prejuízo.....................77
12.4.9. Princípio da Convalidação.................................................77
13. PARTES, REPRESENTAÇÃO, PROCURADORES E
TERCEIROS...77
13.1. Denominação das partes no processo...........................................77
13.2. Capacidade.....................................................................................78
14. REPRESENTAÇÃO.........................................................................
.....80
14.1. Espécies de Representação...........................................................81
14.1.1. Representação do empregador.........................................81
14.1.2. Representação do empregado...........................................82
14.1.3. Representação por litisconsorte.........................................83
14.1.4. Assistência.........................................................................83
15. AUTORIZAÇÃO...............................................................................
.....85
16. IUS
POSTULANDI................................................................................85
17. ASSISTÊNCIA
JUDICIÁRIA.................................................................90
18. SUCESSÃO
PROCESSUAL.................................................................96
19. SUBSTITUIÇÃO
PROCESSUAL.........................................................99
19.1. Breve Histórico Do Instituto Da Substituição Processual
Trabalhista....................................................................................100
20. LITISCONSÓRCIO...........................................................................
...103
5
20.1. Classificação do litisconsórcio......................................................104
20.1.1. Quanto à posição.............................................................104
20.1.2. Quanto ao poder aglutinador das razões que conduzem à sua
formação.......................................................................104
20.1.3. Quanto ao regime de tratamento dos litisconsortes.........106
20.1.4. Quanto ao momento de sua formação.............................106
21. INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS.......................................................106
22. CONCLUSÃO...................................................................................
.109
23. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...................................................110
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho destina-se a aprimorar o conhecimento dos
acadêmicos, bem como aprofundar os estudos acerca do tema proposto no
início do semestre pelo professor.
Todos os temas abordados neste trabalho são de suma importância para
nossa vida acadêmica e para o exercício de nossa futura profissão, a saber:
atos, termos e prazos processuais, modos de extinção e custas do processo,
nulidades, partes, representação, procuradores, terceiros, capacidade,
representação, assistência, autorização, ius postulandi, assistência judiciária,
sucessão processual, substituição processual, litisconsórcio e intervenção de
terceiros.
Tais temas são amplamente discorridos no decorrer do trabalho.
6
2. ATOS PROCESSUAIS
2.1. Conceito
1
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Saraiva,
2007, pg. 437;
2
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: LTr, 6ª.
Ed., 2008, pg. 350;
7
Segundo Sérgio Pinto Martins, podemos citar como exemplos de atos
processuais, a petição inicial, contestação, sentença, entre outros 3.
O ato processual, esta intimamente ligado com o processo, pois é um
conjunto seqüencial de atos, portanto, este depende daquele, e aquele só
existe em função deste.
Sendo assim, há “uma movimentação dinâmica partindo do plano
subjetivo das pessoas relacionadas com o processo, objetivando-se no
processo materialmente considerado” 4.
3
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
148;
4
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Saraiva,
2007, pg. 438;
8
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no
sigilo não prejudique o interesse público à informação;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº. 45, de
2004)
Ou ainda:
5
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008, pg.
76;
6
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
149;
9
o direito a um invento, que teria sido produzido durante
o contrato de trabalho” 7.
Por fim, cabe salientar que a Consolidação das Leis do Trabalho em seu
art. 770, também determina a publicidade dos atos, salvo quando o interesse
social determinar o contrário.
2.3. Classificação:
7
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
149;
10
processo e atos probatórios) e atos de provimento
(sentenças, despachos e decisão interlocutória
proferida pelo juiz).” 8.
8
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.158;
9
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil. São Paulo: Revista dos
tribunais, 2007, pg. 183;
10
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 438;
11
§ 1o Sentença é o ato do juiz que implica alguma das
situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.
§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no
curso do processo, resolve questão incidente.
§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da
parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a
vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser
praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz
quando necessários.”
11
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil. São Paulo: Revista dos
tribunais, 2007, pg. 185;
12
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil. São Paulo: Revista dos
tribunais, 2007, pg. 181;
12
providência certa, por exemplo, a petição inicial e a contestação), de evento
físico (não é um requerimento, mas a sua prática demonstra o desejo de
obtenção de um resultado, por exemplo, o pagamento de custas), e, em
instrutórios (são aqueles que visam comprovar os fatos alegados), e ainda, em
atos dispositivos (que “são aqueles em que se pretende a produção de efeitos
processuais, [...], e a produção de efeitos decorre da manifestação da vontade
13
das partes, e não de um ato decisório do juiz” ), estes, por sua vez, também
comportam subdivisão, podendo ser submissivos (representam a sucumbência
de uma das partes, por exemplo, quando há reconhecimento do pedido), de
desistência (a parte deixar de cumprir algo que lhe traz conseqüências, ou faz
algo, por exemplo, deixa de arrolar testemunhas, ou confessa) ou negócios
jurídicos processuais (as duas partes concordam sobre um ponto em que não
há controvérsia).
Por fim, “são atos de terceiros a perícia, elaborada pelos peritos, a
diligência, cumprida pelo oficial, a tradução, feita pelo intérprete, o pregão, etc.”
14
.
Salienta-se que a secretaria da vara, também pratica atos processuais,
como os atos de documentação (sendo aqueles em que se transferem para um
suporte as declarações emitidas pelos sujeitos processuais, podendo o suporte
ser o computador, um papel, etc.), os de comunicação (ou seja, é responsável
pela comunicação do andamento processual aos sujeitos processuais) e ainda,
outros atos de assessoramento do juiz, como o recebimento e depósito de
valores, de bens, lavrando certidões, etc. Há, ainda, os atos meramente
ordinatórios, previsto no art. 162, § 4º. do CPC, que dispõe que a juntada e a
vista obrigatória, será feita pelo servidor, independentemente de despacho pelo
juiz, podendo este, se for necessário, rever o ato, porém, há outros atos, além
dos previsto na redação do art. 162, que independem de despacho, podendo
ser praticado pela secretaria de ofício, como a remessa dos autos ao Ministério
Público, quando for o caso, a expedição de carta precatória, quando o juiz
deferiu a oitiva de testemunha que resida em outra comarca, e qualquer outro
13
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil. São Paulo: Revista dos
tribunais, 2007, pg. 181;
14
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 438;
13
ato, que não tenham caráter decisório, que se destinem apenas a
operacionalização.
2.4. Forma:
2.5. Características:
15
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 439;
16
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008,
pg. 78;
17
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008,
pg. 76;
14
Por seu turno, Amauri Mascaro Nascimento, diz que “os atos
processuais trabalhistas têm como principais características: a) a publicidade
[...]; b) a documentação [...]; c) a certificação.” 18.
18
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 438;
15
Art. 173. Durante as férias e nos feriados não se
praticarão atos processuais. Excetuam-se:
I - a produção antecipada de provas (art. 846);
II - a citação, a fim de evitar o perecimento de direito; e
bem assim o arresto, o seqüestro, a penhora, a
arrecadação, a busca e apreensão, o depósito, a
prisão, a separação de corpos, a abertura de
testamento, os embargos de terceiro, a nunciação de
obra nova e outros atos análogos.
Parágrafo único. O prazo para a resposta do réu só
começará a correr no primeiro dia útil seguinte ao
feriado ou às férias.
19
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008,
pg. 77;
16
quando for extremamente necessário, ou quando a natureza do ato assim o
exigir. É o que determina o art. 176 do CPC, in verbis:
20
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
160;
21
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
158;
22
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: LTr,
2008, pg. 252;
23
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: LTr,
2008, pg. 353;
17
“Na inicial trabalhista, portanto, não há citação do
reclamado, mas notificação do mesmo, por meio de
remessa automática pelo servidor da secretaria da
Vara, dentro de 48 horas do recebimento da ação, via
postal, de cópia da petição inicial ao reclamado,
notificando-o a comparecer à audiência de julgamento
[...] 24
Sendo assim, tal regra aplica-se somente ao réu, pois o autor não
apresentará sua defesa, logo, se for intimado com menos de cinco dias para a
realização da audiência, não haverá nenhuma nulidade.
Conforme dispõe o art. 841, § 1º., as notificações serão feitas em
registro postal com franquia, portanto, a regra é, todas as notificações (citações
24
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
160;
25
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
159;
18
e intimações) serão feitas por correio, e a exceção, também prevista neste
mesmo dispositivo legal, é de que, quando o réu não for encontrado, ou criar
embaraços ao seu recebimento, a notificação será feita por edital, porém, na
prática, os juízes mandam fazer a citação por oficial, para evitar gastos com
editais e também, para assegurar o efetivo recebimento da notificação.
Apesar de o Código de Processo Civil, determinar em seu art. 222, ‘c’
que, as pessoas de direito público, não poderão ser citadas pelo correio, a
doutrina, de forma majoritária, entendeu que no processo do trabalho esta
prerrogativa, não se aplica, pois a CLT e o Decreto-lei 779/1969 (que aplicação
de normas processuais trabalhistas à União Federal, aos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Autarquias ou Fundações de direito público que não explorem
atividade econômica), não determinam nenhuma exceção a regra da citação
por edital.
Nesse sentido, Renato Saraiva traz um julgado:
26
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
161;
19
É possível, porém, que o correio devolva a notificação, somente após a
revelia já ter sido decretada, neste caso, “o juiz deve anular o processo a partir
da sentença, procedendo-se a nova citação, visto que não houve citação” 27.
Entretanto, não é possível que o réu requeira a nulidade da notificação,
por não ter recebido a mesma pessoalmente, pois,
27
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
160;
28
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
162;
20
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a
correta indicação do nome e endereço do reclamado;
3. TERMOS PROCESSUAIS
Ou, ainda, para Tostes Malta, “termo processual tanto pode ser o início e
o fim de um prazo como o registro gráfico de um ato processual constante dos
autos” 34.
A CLT dispôs em três artigos (art. 771, 772 e 773 CLT) sobre o assunto,
de forma muito vaga, sendo, perfeitamente aplicáveis os arts. 166 a 171 do
CPC, portanto, ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão a
autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro, os
nomes das partes e a data do seu início; e procederá do mesmo modo quanto
32
Site: http://www.tst.jus.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da consulta: 6.10.2009;
33
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
150;
34
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008,
pg. 80;
22
aos volumes que se forem formando, também numerará e rubricará todas as
folhas dos autos.
Conforme a regra da CLT, os termos processuais poderão ser escritos a
tinta, datilografados ou a carimbo, e assinados pelas partes interessadas (art.
771 e 772 CLT), caso as partes não possam assinar, por motivo justificado,
serão firmados a rogo, na presença de duas testemunhas, sempre que não
houver procurador legalmente constituído.
Por fim, é preciso mencionar que, não é admitido nos termos, espaços
em branco, bem como entrelinhas, emendas ou rasuras, salvo se aqueles
forem inutilizados e estas expressamente ressalvadas, tal regra é extraída do
art. 171 do CPC.
4. PRAZOS PROCESSUAIS
4.1. Conceito
35
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: LTr,
2008, pg. 356;
36
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
150;
37
MALTA, Christovão Piragibe Tostes. Prática do processo trabalhista. São Paulo: Ltr, 2008,
pg. 82;
23
“A fixação de prazos é necessária como condição de
desenvolvimento do processo. Sem a rígida
determinação de prazos, o processo poderia ser
comprometido pela inércia das pessoas que nele
figuram. Assim, os prazos resultam da exigência
própria do processo, que é um movimento traçado para
o futuro. A inexistência de prazos traria, como
conseqüência, a impossibilidade de andamento do
processo.” 38
4.2. Classificação:
38
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 441;
39
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
175;
40
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007, pg.
175;
24
Art. 182. É defeso às partes, ainda que todas estejam
de acordo, reduzir ou prorrogar os prazos
peremptórios. O juiz poderá, nas comarcas onde for
difícil o transporte, prorrogar quaisquer prazos, mas
nunca por mais de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Em caso de calamidade pública,
poderá ser excedido o limite previsto neste artigo para
a prorrogação de prazos.
25
restituído por tempo igual ao que faltava para a sua
complementação.
26
“[...] alguns autores entendem que seria aplicável o
inciso I do art. 241, do CPC, contando-se o prazo a
partir de juntada aos autos do mandado devidamente
cumprido. Inexiste, porém, omissão para se utilizar o
CPC. O art. 774 declara que os prazos são contados a
partir da data em que for feita pessoalmente ou
recebida a notificação. Se a intimação for feita pelo
oficial de justiça, em audiência, ou o advogado tomar
ciência no balcão da Vara, a parte será considerada
intimada no momento da ciência” 41
41
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
152
42
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 7.10.2009;
27
II – [...].” 43
43
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 7.10.2009;
44
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 7.10.2009;
45
Site:http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=310.NUME.
%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas, data da pesquisa: 7.10.2009;
28
“A lei nº. 5.010, em seu art. 62, é clara no sentido de
que o período compreendido entre 20 de dezembro e 6
de janeiro é contado como feriado. Aplica-se, por
conseguinte, o art. 178 do CPC e não o art. 179 do
mesmo código. Não há suspensão do prazo para o
recurso no período de 20 de dezembro a 6 de janeiro,
até porque os prazos são contínuos e irreleváveis (art.
775 da CLT)” 46.
46
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
153;
47
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 7.10.2009;
48
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2007,
pg.180;
29
expediente forense normal, porém, a constituição não aboliu o recesso forense,
permanecendo em vigor a Lei nº. 5.010/66.
Por fim, é preciso destacar que, na justiça do trabalho, não se aplica a
regra constante do art. 191 do CPC, que determina que os litisconsortes com
advogados diferentes, terão prazos em dobro, isso se justifica pela aplicação
do princípio da celeridade processual.
5. SUSPENSÃO DO PROCESSO
52
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
307;
31
É possível ainda, que o processo seja suspenso por decorrência de
força maior, “que tem que ser entendida como todo acontecimento inevitável e
imprevisível, para o qual a parte não concorreu, direta ou indiretamente (art.
501 da CLT)” 53
Entretanto, a suspensão nunca vai ocorrer, se ela for de alguma forma,
capaz de prejudicar o trabalhador, ou a terceiros de boa-fé, nesse sentido, o
Tribunal Regional de Trabalho da 12ª. Região já decidiu:
55
Site:http://www3.trt12.gov.br/juris/scripts/juris.asp?val=0&tex=suspens
%E3o+do+processo&cb_em=S&dt1_dia=7&dt1_mes=10&dt1_ano=2008&dt2_dia=7&dt2_mes=
10&dt2_ano=2009&limpaDatas=on&cdjuiz=0&cdlocal_julg=0&cla_esp=NAOESPECIFICAR&act
ion=Pesquisar,data da pesquisa: 7.10.2009;
33
b) não puder ser proferida senão depois de verificado
determinado fato, ou de produzida certa prova,
requisitada a outro juízo;
c) tiver por pressuposto o julgamento de questão de
estado, requerido como declaração incidente;
V - por motivo de força maior;
VI - nos demais casos, que este Código regula.
56
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo:
Saraiva, 2007, pg. 446-447;
57
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009, pg.
306.
34
Por fim, resta mencionar que no procedimento sumaríssimo, não é
possível ocorrer a suspensão do processo, pois ele deve ser mais célere,
devido a seu procedimento.
6. EXTINÇÃO DO PROCESSO
6.1. Modalidades
6.2. Sentença
36
sem julgamento de mérito. Um exemplo disso no processo do trabalho, é
quando as partes fazem uma reclamação simulada, com o objetivo de
computar tempo de serviço não trabalhado pelo reclamante, para efeitos de
aposentadoria. Percebendo o juiz tal fato, deverá extinguir o processo sem
julgar o mérito.
Pela visão da CLT, atualmente, tem-se quanto à sentença que uma vez
apresentadas às razões finais e rejeitada a última tentativa de conciliação, o
juiz proferirá decisão (sentença) que deverá atender ao cumprimento da lei,
bem como ao interesse social, (segundo determina o art. 850 consolidado, que
foi derrogado pela Emenda Constitucional 24/99).
37
VI – quando não concorrer qualquer das condições da
ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das
partes e o interesse processual;
38
sem a prova do pagamento ou do depósito das custas
e honorários de advogado.
39
do processo. Diante disso, é possível afirmar que essa sentença não pode ser
combatida por meio de ação rescisória.
Embora ainda o CPC em seu artigo 268 diga expressamente que, extinto
o processo sem apreciação do mérito do pedido inicial, nas hipóteses previstas
no art. 267, com exceção do n. V, a parte pode renovar a ação, essa tese nem
sempre merece prosperar, quando na primeira se examinarem questões que
não se restringem á matéria estritamente processual (como é desistência da
ação), fica dependendo de alterarem-se as condições de fato. Seria realmente
absurdo que, por exemplo, a ação fosse declarada intransmissível por
determinação legal, que a parte fosse considerada ilegítima ou despida de
interesse e que nova contenda exatamente idêntica á primeira pudesse
prosperar. Seria necessário, por exemplo, que determinados acontecimentos
fizessem surgir um interesse antes inexistente.
Embora nas hipóteses dos incisos II, III e V do art. 269, haja uma
manifestação advinda das próprias partes para se chegar à resolução do
processo, é sempre necessário o pronunciamento do órgão jurisdicional para
ocorrer a extinção, assim como nos demais casos.
41
Quando ocorrer a hipótese do inciso III, do artigo 269, CPC, ou seja, se
as partes transigirem, chegando assim a um acordo, sendo homologado pelo
juízo, vale como decisão irrecorrível (art. 831 parágrafo único da CLT). Aqui há,
portanto, resolução do mérito. Porém, vale destacar o que diz a súmula 269 do
TST:
42
§4 - quando se verificar a ausência de pressupostos de
constituição e de desenvolvimento válido e regular do
processo;”
43
Determina o art. 794 do CPC que se extingue a execução:
44
Custas são as despesas judiciais que a parte paga para postular em
juízo em razão dos serviços prestados pelo Estado58.
Essa distinção tão logo se verifica pela mudança ocorrida com a Lei
10.537/2002, que alterou alguns dispositivos da CLT, inclusive a Seção III do
Capítulo II do Título X, que passou então a ser denominada “Das Custas e
Emolumentos”, não se fala mais apenas em custas.
58
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª. Ed., 2009.
45
Uma das mudanças ocorridas com a Lei 10.537/2002 é que antes o
artigo 789 da CLT apenas tratava das custas nos dissídios individuais, sendo
que agora tanto as trata como trata ainda dos dissídios coletivos.
7.2. Cálculo
A antiga redação do 789, CLT trazia uma forma complicada para calcular
custas. O cálculo era efetuado em 2% sobre o valor fixado pelo juiz. A nova
redação determinou que as custas serão calculadas à base de 2% observado o
valor mínimo de R$ 10,64; que é o valor mínimo que pode ser recolhido pela
guia Darf, mesmo que o cálculo de inferior a este valor na realidade.
47
No acolhimento da ação declaratória e ação constitutiva, serão
calculadas as custas sobre o valor da causa. Exemplo de declaratória quando o
pedido for somente o reconhecimento do vínculo de emprego. A ação
constitutiva sempre pretende criar, modificar ou extinguir uma dada relação
jurídica, como quando se pretende equiparação salarial (inciso III).
Convém aqui distinguir o pedido ilíquido (§ 2º) daquele que o valor não
foi fixado, e pode-se fazer através de cálculo.
Quando o valor não foi fixado, o juiz não possui livre arbítrio, cumprindo-
lhe desde logo efetuar necessária operação para encontrar o valor do pedido.
Como exemplo se o reclamante afirma que recebe R$ 100,00 diários e tem
direito a 30 dias de aviso prévio. O juiz não terá dificuldade em ficar o valor de
R$ 3.000,00 como condenação. Esse pedido, assim, não deve ser considerado
ilíquido, não funcionando o arbítrio do juiz.
48
adoção do princípio da proteção. (Sérgio Pinto Martins). Segundo Tostes Malta,
quando, “empregado e empregador sendo parcialmente vencedores e
vencidos, as custas serão pagas apenas pelo empregador, sobre a parte em
que foi vencido”.
Desta forma, conclui-se que de acordo com o art. 789 da CLT, nos
processos de competência da Justiça do Trabalho, as custas são as previstas
na CLT. Não se aplica, portanto, o CPC ou legislação federal sobre custas.
Porém, pode o juiz entender que deve ouvir as partes sobre a pretensão
do perito, e assim fixará um prazo (não estipulado em lei, mas em tese, 05
dias).
b. Honorários do Advogado
60
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 20.10.2009;
61
Site: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_pdf_atual.pdf, data da pesquisa: 20.10.2009;
62
Site: http://www.tst.gov.br/DGCJ/instrnorm/27.htm, data da pesquisa: 20.10.2009;
53
Neste mesmo norte, o Tribunal Regional do Trabalho da 23 ª. Região já
decidiu:
63
Site:http://www.trt23.gov.br/acordaos/2002/Pb0254/AP010799.htm, data da pesquisa:
21.10.2009;
64
Site:http://www3.trt12.gov.br/juris/scripts/juris.asp?val=0&tex=honor%E1rios+advocat
%EDcios&cb_em=S&dt1_dia=21&dt1_mes=10&dt1_ano=2008&dt2_dia=21&dt2_mes=10&dt2_
ano=2009&limpaDatas=on&cdjuiz=0&cdlocal_julg=0&cla_esp=NAOESPECIFICAR&action=Pes
quisar, data da pesquisa: 21.10.2009
54
“Caso o sindicato profissional atue na qualidade de
substituto processual, não haverá condenação em
honorários, uma vez que não são atendidos os requisitos
previstos nas Súmulas 219 e 329 do TST” 65.
65
SARAIVA, Renato. Curso de direito processual do trabalho. São Paulo: Método, 2005, pg.
222;
55
Para que se conceda a justiça gratuita, o juiz deve se atentar a verificar
quesitos como a profissão do requerente, seu endereço (se mora em bairro de
classe alta ou baixa), se têm propriedades, declaração de imposto de renda,
além de outras despesas incorridas como medicamentos, médicos e etc. Seria,
portanto, uma presunção relativa à declaração de pobreza.
Antes das alterações feitas pela lei 10.537/2002 à CLT, era exigido que
o empregado fosse sindicalizado para que pudesse obter a justiça gratuita ou
isenção das custas. Tal exigência não é mais feita, podendo, portanto, o
empregado não associado fazer jus a tal benefício.
56
Importante frisar, quanto à assistência judiciária, o que preceitua a Lei
5.584/70:
57
Assim, entende-se que a assistência judiciária faz parte da justiça
gratuita, sendo, portanto, prestada pelo Sindicato da categoria profissional a
qual pertence o trabalhador, que será assim representado por advogado.
59
Art. 789-A. No processo de execução são devidas
custas, sempre de responsabilidade do executado e
pagas ao final, de conformidade com a seguinte tabela:
I – autos de arrematação, de adjudicação e de
remição: 5% (cinco por cento) sobre o respectivo valor,
até o máximo de R$ 1.915,38 (um mil, novecentos e
quinze reais e trinta e oito centavos);
II – atos dos oficiais de justiça, por diligência
certificada:
a. em zona urbana: R$ 11,06 (onze reais e seis
centavos);
b. em zona rural: R$ 22,13 (vinte e dois reais e
treze centavos);
III – agravo de instrumento: R$ 44,26 (quarenta e
quatro reais e vinte e seis centavos);
IV – agravo de petição: R$ 44,26 (quarenta e
quatro reais e vinte e seis centavos);
V – embargos à execução, embargos de terceiro e
embargos à arrematação: R$ 44,26 (quarenta e quatro
reais e vinte e seis centavos);
VI – recurso de revista: R$ 55,35 (cinqüenta e
cinco reais e trinta e cinco centavos);
VII – impugnação à sentença de liquidação: R$
55,35 (cinqüenta e cinco reais e trinta e cinco
centavos);
VIII – despesa de armazenagem em depósito
judicial – por dia: 0,1% (um décimo por cento) do valor
da avaliação;
IX – cálculos de liquidação realizados pelo
contador do juízo – sobre o valor liquidado: 0,5% (cinco
décimos por cento) até o limite de R$ 638,46
(seiscentos e trinta e oito reais e quarenta e seis
centavos).
60
Art. 789-B. Os emolumentos serão suportados
pelo Requerente, nos valores fixados na seguinte
tabela:
I – autenticação de traslado de peças mediante
cópia reprográfica apresentada pelas partes – por
folha: R$ 0,55 (cinqüenta e cinco centavos de real);
II – fotocópia de peças – por folha: R$ 0,28 (vinte
e oito centavos de real);
III – autenticação de peças – por folha: R$ 0,55
(cinqüenta e cinco centavos de real);
IV – cartas de sentença, de adjudicação, de
remição e de arrematação – por folha: R$ 0,55
(cinqüenta e cinco centavos de real);
V – certidões – por folha: R$ 5,53 (cinco reais e
cinqüenta e três centavos).
61
ou se o mesmo estiver em contradição com o montante referente à
condenação, cabe à parte prejudicada interpor embargos declaratórios a fim de
sanar a obscuridade ou a contradição.
Uma vez fixado o valor da causa e dada a decisão judicial de mérito que
decide a Reclamatória Trabalhista, as custas deverão ser calculadas no
quantum fixado pela decisão, e a parte recorrente deve ser notificada para
efetuar o preparo do recurso correspondente.
10.1. Introdução
64
O defeito da nulidade relativa é muito mais leve do que o da nulidade
absoluta, pois este recai sobre interesses privados (disponíveis) do litigante.
Não pode a nulidade relativa ser declarada de ofício, depende de
argüição da parte interessada, no prazo legalmente previsto, (quando não
houver regra de prazo específico, será o prazo geral de cinco dias, 185 do
CPC), sob pena de preclusão.
Caso o legitimado não faça a argüição da nulidade no prazo e forma
previstos, o ato eivado de defeito é convalidado. Ou seja, a lei atribui-lhe
retroativamente o valor integral, sanando tacitamente o vício (artigo 245, caput
do CPC – “A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em
que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão”).
Nas lições de Sérgio Pinto Martins68: “Ocorre a nulidade relativa quando
o interesse da parte for desrespeitado e a norma descumprida tiver por base o
interesse da parte e não o interesse público, sendo o vício sanável. É uma
norma de ordem pública relativa, direcionada para a parte e não para o juiz. Se
a parte não está devidamente representada, assistida ou autorizada a nulidade
é relativa, pois pode o juiz dar prazo à parte para sanar o ato, ou sendo
repetido ou ratificado o ato já praticado, cumprindo sua finalidade. Nesse caso,
como se verifica, o interesse é da parte e não há interesse público.”
Este assunto está sendo exposto, no mais, por apenas menção, pois os
atos irregulares possuem defeito que nem mesmo em tese tem como gerar
prejuízo às partes ou terceiros, nem a Jurisdição.
São exemplos de irregularidades, o advogado que realiza sustentação
oral sem utilizar as vestes talares, regimentalmente exigidas; ou as folhas dos
autos que não foram numeradas e rubricadas (podendo ser corrigida esta
última irregularidade).
68
MARTINS, Sérgio Pinto – Direito Processual do Trabalho, 29º edição – 2009 – Editora Atlas.
65
O ato inexistente é aquele que não reúne os mínimos requisitos de fato
para sua existência, do qual não apresenta nem mesmo aparência exterior. O
problema está na própria vida do ato, do ser ou não ser.
Exemplo de ato inexistente é de um ato praticado por um não-juiz, que
ocorreria na sentença assinada por um oficial de justiça.
Com relação ao ato juridicamente inexistente, não se pode sequer falar
de ato viciado, pois há apenas um simples fato, que será irrelevante para a
ordem jurídica. Este ato carece de elemento material necessário à sua
configuração jurídica.
O artigo 37, parágrafo único do CPC dispõe que serão considerados
inexistentes os atos não ratificados em 15 dias, se o juiz der à parte prazo para
regularizar procuração nos autos. Não regularizada a procuração, a sanção
que se impõe é a inexistência dos atos praticados a partir de certo momento.
O ato que for inexistente nunca poderá ser convalidado, e não necessita
nem mesmo ser invalidado.
11.ANULABILIDADE
69
MARTINS, Sérgio Pinto – Direito Processual do Trabalho, 29º edição – 2009 – Editora Atlas
66
O importante para que se saiba neste caso, não são as discussões
doutrinárias levantadas, pois não podemos ignorar que existem os atos
relativamente nulos, bem mesmo atos anuláveis.
Ficaremos com o seguinte propósito: tanto os atos anuláveis quanto os
relativamente nulos são sanáveis (Sérgio Pinto Martins, Direito Processual do
Trabalho, 29ª edição, 2009).
A anulabilidade segundo Sérgio Pinto Martins é o vício decorrente de
violação de norma dispositiva, e só pode ser anulado por provocação do
interessado. O juiz também não poderá como na nulidade relativa de ofício
mandar suprir ou repetir o ato, por estar na esfera de disposição da parte.
Tostes Malta em seu posicionamento: “(...) são atos anuláveis os que
contêm vícios que não impedem que surtam os efeitos a que visam, podendo
tais efeitos ser eliminados por iniciativa do interessado seguindo os tramites
legais. Atos relativamente nulos são os que contêm vícios que impedem os
efeitos a que visam, admitindo-se, no entanto, que tais vícios sejam
eliminados”.
Para efeitos de distinção, acredito que o conceito dado pelo jurista
Tostes Malta tenha ficado mais adequado, já que mais claro. No entanto, Toste
Malta, preceitua que os atos nulos em geral não são sanáveis. Daí há de se
concordar com Sérgio Pinto Martins que diz que não são sanáveis os atos
absolutamente nulos, e sanáveis os relativamente.
67
Preceitua o artigo 794 da CLT: “Nos processos sujeitos à apreciação da
Justiça do Trabalho só haverá nulidade quando resultar dos atos inquinados
manifesto prejuízo às partes litigantes”. Paralelamente, o CPC também tratou
da matéria em seu artigo 249 §2º, ao dizer que “quando o juiz puder decidir o
mérito a favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade, não a
pronunciará, nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta”.
Este artigo quer dizer que só haverá nulidade se houve prejuízo às
partes. Este prejuízo é processual, pertinente à defesa da parte, e não qualquer
outro.
O princípio do prejuízo diz respeito apenas aos atos anuláveis; pois a
ineficácia dos atos nulos é declarada ainda que dela não resulte dano a
qualquer dos interessados. Essa a solução adotada pela jurisprudência
trabalhista e que condiz com o conceito de ato nulo, que pela gravidade do
vício que possui, não pode surtir efeitos jurídicos.
Um bom exemplo para explicar o artigo é quanto à citação. A citação é
pressuposto para a validade do processo, torna o juízo prevento, induz
litispendência e faz litigiosa a coisa (219 do CPC). Se, digamos, ocorre algum
vício na citação, e ela não é realizada da forma correta, no entanto, se a parte
comparece espontaneamente à audiência, apresentando defesa, não há que
se falar de nulidade da citação.
Da mesma forma, não haverá nulidade se o juiz puder decidir o mérito
da questão em favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade (249
§ 2º do CPC). Nesse caso, não há prejuízo à parte, pois conseguiu obter o
acolhimento de sua pretensão em juízo, apesar de, por exemplo, não ter-se
realizado a oitiva de uma testemunha arrolada por essa parte, que inquinou o
ato de nulo, por cerceamento de defesa.
Vide também 249 §§ 1º e 2º, 250 caput, ambos do CPC; e 794 CLT.
68
Este artigo trata do momento em que deve ser argüida a nulidade.
Tratou o legislador nesse caso da nulidade relativa, ou também, na opinião de
Tostes Malta, das anulabilidades.
A primeira vez que a parte tiver de falar, alegará a nulidade sob pena de
preclusão. O CPC trata da matéria de maneira muito semelhante, o legislador
evita desta forma não só o esforço inútil dos atos que mais tarde seriam
anulados como, principalmente, a procura de irregularidades insinceras com a
finalidade de atacar a sentença que contraria a pretensão da parte; a reação
desta deve ser imediata ao conhecimento do ato que lhe parece ilegal e
prejudicial, sem aguardar momentos especiais ou específicos70.
Caso não seja argüida esta nulidade pela parte à primeira vez que tiver
que falar nos autos ou na audiência, ocorrerá a convalidação do ato nulo.
Não seria o caso de se interromper a audiência que estiver se realizando
para se alegar a nulidade, normalmente as partes fazem consignar na ata de
audiência, quando o ato está ocorrendo nesta, seus protestos, para que assim
não se opere a preclusão. Porém muitas vezes tais protestos são irrelevantes
por serem infundados.
70
CARRION, Valentin – Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, página 613, 33ª ed. – 2008,
Editora Saraiva.
69
poderia ser incompetente inicialmente. (TRT/SP, CJ 6.824/85, Valentin Carrion,
4ª G).
O que quer dizer, é que se uma lide trabalhista for parar em uma Vara
Cível, esta será incompetente absolutamente para julgar a causa, e deve ser
declarado de ofício.
Porém, pode haver a prorrogação de competência de uma Vara do
Trabalho que era incompetente, por se tratar de incompetência relativa,
prorrogável. O réu deve, argüir na audiência onde é apresentada a
contestação, sob pena de não ser mais possível fazê-lo, tornando-se
competente a Vara que era incompetente.
72
MALTA, Christovão Piragibe Tostes – Prática do Processo Trabalhista , página 113, 35ª ed., 2008 -
Editora Lt – São Paulo.
71
causalidade” entre o ato que foi dado como nulo e o subseqüente para a
nulidade do segundo ato processual.
Coerentemente com essa regra, o CPC preceitua que não se proclama a
nulidade quando, embora não obedecida a forma da lei, o ato atingiu a sua
finalidade. Porém, essa regra é apenas aos atos relativamente nulos e
anuláveis.
72
Esses princípios vêm do processo em geral, e representam uma “teoria
geral das nulidades processuais”.
Narraremos agora apenas os principais, para efeitos de
complementação de conhecimento e melhor entendimento das nulidades.
73
MARTINS, Sérgio Pinto – Direito Processual do Trabalho, 29º edição – 2009 – Editora Atlas – página
169.
74
Mais uma vez trata-se de uma nulidade relativa, pois conforme já estudamos, a nulidade absoluta
deverá ser declarada de ofício pelo juiz. Tostes Malta fala sempre da anulabilidade, e nunca da nulidade
relativa. Opinião que divergirá entre doutrinadores.
75
Martins, Sérgio Pinto – Direito Processual do Trabalho, 29º edição – 2009 – Editora Atlas – página 169.
74
Para que se declare a nulidade de um ato, deve existir uma causa e um
efeito. Os atos devem ser interdependentes.
Só os atos posteriores e que não sejam conseqüência do que foi
considerado nulo, desde que dele não dependam, podem ser aproveitados
(248, CPC). O juiz deve respeitar a regra, e declarar sempre ao decretar a
nulidade os atos a que ela se estende (249, CPC e 797/798 CLT, vide item
3.4).
Quando a nulidade tratar de incompetência absoluta, somente os atos
decisórios serão nulos, por questão de inclusive economia processual, os
demais serão aproveitados (artigo 113, §2º do CPC).
O artigo 14, inciso II do CPC trata deste princípio ao preceituar que “as
partes e seus procuradores devem proceder com lealdade e boa-fé no
processo”.
Exemplificando o princípio dentro das nulidades, podemos dizer que se
parte que deu causa a uma nulidade pudesse argüi-la estaria beneficiando-se
de sua própria torpeza, agindo de má-fé. E é por isso também que ocorre a
preclusão das nulidades relativas. Assim, devem se alegadas na primeira
oportunidade em que a parte tiver de falar nos autos, artigos 795 e 796 da CLT
e ainda 245 do CPC. (Vide itens 3.2, 3.2.1 e 3.3).
75
Não havendo reação da parte, o ato nulo76 não argüido no tempo
oportuno vem a se convalidar, permanecendo válido (artigos 795 CLT e 245
CPC). (Vide item 3.2)
76
Mais uma vez não se trata de matéria de ordem pública, e sim de interesse das partes, matéria
disponível, nulidade relativa ou a anulabilidade.
77
Wagner Giglio – Giglio, Wagner D. Direito Processual do Trabalho. 5. Ed. São Paulo: LTr,
1984; 12 ed, Saraiva 2002, pág. 242.
76
Outras pessoas que intervêm no processo e que não são partes têm
suas denominações e atividades próprias: juiz, testemunha, perito, arrematante
etc. Alguns autores as denominam sujeitos processuais.
Segundo outros, o reclamante e o reclamado são partes principais.
Outras pessoas que intervêm no processo, como os auxiliares da justiça, são
partes secundárias; consoante outra classificação, o autor e o réu são partes
parciais e o juiz é parte imparcial.
Os demais termos utilizados pelo processo civil, são seguidos
normalmente: como agravante e agravado (para o agravo), recorrente e
recorrido (para o recurso), liquidante e liquidado (na liquidação de sentença),
exeqüente e executado (na execução), excipiente e exceto ou exceto (na
exceção).
13.2. Capacidade
78
Martins, Sergio Pinto.Direito processual do trabalho: doutrina e prática forense; modelos de
petições, recursos, sentenças e outros. 29 Ed. – 2.reimpr. – São Paulo: Atlas, 2009, pág. 345.
77
obrigações, pois nasceram com vida, todavia não têm capacidade de
estar em juízo, podendo, porém, ajuizar ação, ou em linguagem mais
técnica carecem de legitimatio ad processum;
78
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os
que, por deficiência mental, tenham o discernimento
reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental
completo;
IV - os pródigos.
A maioridade civil se inicia aos 18 anos completos (art. 5º. Código Civil).
Já no processo do trabalho, o menos de 16 anos não pode trabalhar, exceto na
condição de menor aprendiz, a partir dos 14 anos, havendo assim
incapacidade plena, segundo a lei, para o trabalho. Dos 16 aos 18 anos, a
pessoa é relativamente incapaz, já pode firmar recibos de pagamentos, mas no
termo de rescisão do contrato de trabalho terá a necessidade da assistência do
representante legal (art. 439 da CLT). A partir dos 18 anos, o trabalhador tem
capacidade plena para ajuizar a reclamação trabalhista e para assinar o termo
de rescisão contratual.
14. REPRESENTAÇÃO
79
Martins, Sergio Pinto.Direito processual do trabalho: doutrina e prática forense; modelos de
petições, recursos, sentenças e outros. 29 Ed. – 2.reimpr. – São Paulo: Atlas, 2009, pág. 346.
79
A representação pode ser legal (como a do curador em relação ao
curatelado) ou convencional (como a do empregado por um empregado em
audiência), está ultima é também chamada de técnica.
81
ou corrigir irregularidades: não poderiam recusar processamento por falta de
procuração.”81
14.1.4. Assistência
81
Wagner Giglio – Giglio, Wagner D. Direito Processual do Trabalho. 16. Ed.rev., ampl., atual e adaptada
São Paulo: Saraiva, 2007, pág. 249.
82
proferir sentença que afete direito dessa natureza. O assistente simples, como
nada pleiteia para si na demanda, não é parte.
Há assistência qualificada quando se justifica a intervenção de terceiro
que porque o direito em litígio é do assistente, mas também do assistido, o qual
poderia debatê-lo em si mesmo ou em litisconsórcio com outros co-titulares
desse direito
A assistência litisconsorcial é um litisconsórcio facultativo ulterior. O
assistente litisconsorcial é tratado como litisconsorte (CPC 54), entretanto
permanece por sua natureza jurídica, a ser assistente.
A assistência pode ser requerida em qualquer fase do processo, não
podendo o assistente praticar qualquer ato pertinente à fase processual já
superada. Se a assistência for inicialmente inferida, mas depois admitida por
causa de recurso, o assistente não poderá praticar atos relativos a fases
processuais que se encerram durante o caminho do processo.
“A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em
todos os graus da jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em
que se encontra.” (CPC 50,parágrafo único).
No processo trabalhista a assistência pode ser requerida oralmente em
audiência.
Nos Dissídios Coletivos não cabe assistência, as empresas que estão
representadas por seus sindicatos não podem peticionar como assistentes.
15. AUTORIZAÇÃO
82
Wagner Giglio – Giglio, Wagner D. Direito Processual do Trabalho. 16. Ed.rev., ampl., atual e adaptada
São Paulo: Saraiva, 2007, 252.
83
O ius postulandi é a capacidade postulatória. Esta capacidade, em
regra, pertence ao advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB -
Ordem dos Advogados do Brasil. Temos então que, como regra geral, a parte
deverá ser assistida por advogado, cabendo a este praticar todos os atos
processuais necessários à defesa dos interesses da parte patrocinada.
O doutrinador Carlos Henrique Bezerra Leite83 assim nos ensina:
Não obstante a regra geral seja aquela que nos diz que a parte deverá
ser assistida por advogado, há exceções. Isto ocorre na Justiça Trabalhista,
onde a presença do advogado é dispensada no primeiro e segundo graus de
jurisdição, sendo a presença do advogado, no entanto, indispensável quando o
litígio encontra-se no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho - TST,
consoante comando do art. 791 da CLT, fazendo-se aqui oportuna a sua
transcrição, para melhor entendimento:
83
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr, 2006,
pág. 340.
84
Em mais uma lição, Carlos Henrique Bezerra Leite84 nos diz que
“pode-se dizer, portanto, que o ius postulandi, no processo do trabalho, é a
capacidade conferida por lei às partes, como sujeitos da relação de emprego,
para postular diretamente em juízo, sem necessidade de serem representadas
por advogado”.
Muito se discute sobre o tema, pois repare-se que a CLT – que é de
1.943 – dispensa a presença do advogado, enquanto a Constituição Federal –
que é de 1.988, portanto posterior, e também sabidamente superior – considera
o advogado essencial à administração da Justiça. Desta feita, alguns
doutrinadores nos dizem que o artigo 791 da CLT não foi recepcionado pela
Constituição Federal, que em seu art. 133 consigna:
84
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr,
2006, pág.341.
85
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao
pagamento de honorários advocatícios, nunca
superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura
e simplesmente da sucumbência, devendo a parte
estar assistida por sindicato da categoria profissional e
comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do
salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica
que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio
sustento ou da respectiva família. II - É incabível a
condenação ao pagamento de honorários advocatícios
em ação rescisória no processo trabalhista, salvo se
preenchidos os requisitos da Lei nº 5.584/1970. (ex-OJ
nº 27 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000)
85
Tribunal Superior do Trabalho, sítio: http://www.tst.gov.br/Cmjpn/livro_html_atual.html , consulta em
12.09.09.
86
Acerca destas Súmulas, Carlos Henrique Bezerra Leite86 salienta que
“muito embora os verbetes acima (súmulas n. 329 e 219, do TST) tratem
apenas de honorários advocatícios, não há negar que eles deixam implícito
que, no processo do trabalho, as partes continuam tendo a faculdade de
utilizarem o ius postulandi”. (Grifo nosso)
Muito embora sumulada, a questão não ficou estanque, e muitas são as
divergências. Amador Paes de Almeida87, citando Adilson Bassalho Pereira
nos diz: “(...) favorável à extinção (do art. 791 da CLT), observa Adilson
Bassalho Pereira que: “...com a promulgação da Nova Constituição da
República, deixou de ter vigência, claramente, o art. 791 da CLT, que previa o
‘jus postulandi’ (...)” (Grifo nosso)
Mais adiante, Amador Paes de Almeida88, utilizando-se das palavras
de Orlando Teixeira, demonstra a clara divergência doutrinária configurada no
meio intelectual do Direito, quando transcreve:
88
Renato Saraiva89 explica ainda que “antigamente, era necessário que a
situação econômica do trabalhador fosse comprovada por meio de atestado
fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho ou mesmo pelo
Delegado de Polícia da região onde residia o obreiro, mediante diligência
sumária no prazo de 48 horas”
89
SARAIVA, Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4. ed. São Paulo: Método, 2007, pág.
209.
89
c) despesas com publicações indispensáveis ao jornal encarregado da
divulgação de atos oficiais;
d) indenizações devidas às testemunhas que, quando empregados, receberão
do empregador salário integral, como se em serviço estivessem, ressalvado o
direito regressivo contra o poder público federal, no Distrito Federal e nos
Territórios, ou contra o poder público estadual, nos Estados;
e) honorários de advogado e perito;
f) despesas com a realização de exame de DNA, quando for requisitado pela
autoridade judiciária nas ações de investigação de paternidade ou
maternidade.
90
Além disto, é facultado aos Juízes, órgãos julgadores e presidentes dos
tribunais do trabalho conceder de ofício o benefício da justiça gratuita à parte
que entender necessitada, in verbis:
“BENEFÍCIO
DA JUSTIÇA GRATUITA - EMPREGADOR - A
discussão que se coloca, hodiernamente, é sobre a
possibilidade de concessão do benefício
dajustiça gratuita à pessoa jurídica. O simples fato de
ser empregador não a desautoriza, principalmente em
92
se tratando de empregador doméstico. O benefício da
Assistência Judiciária Gratuita tem sede na
Constituição e na Lei n.º 1.060/50, que disciplina os
requisitos para a sua concessão, quais sejam, não ter a
parte condições para demandar sem prejuízo do
próprio sustento e o de sua família, sendo bastante a
declaração do próprio interessado. O Regional registra
a existência dessa prova. Destarte,
o empregador doméstico, desde que declarada a sua
miserabilidade jurídica, é também destinatário do
benefício da justiça gratuita. Entretanto, o benefício se
limita às custas processuais, visto que a Lei exime
apenas do pagamento das despesas processuais, e o
depósito recursal trata-se de garantia do juízo de
execução. Recurso provido. (...)” - TST - RR 771197 -
4.ª T. - Rel. Min. Antônio José de Barros Levenhagen -
DJU 14.02.2003).
“JUSTIÇA GRATUITA - DEPÓSITO RECURSAL
- EMPREGADOR - O depósito recursal e o
adimplemento das custas processuais constituem
requisitos indispensáveis ao conhecimento dos
recursos interpostos, conforme disposição legal
contida, respectivamente, nos arts. 899, § 1.º e 789, §
4.º da CLT. O fato de oempregador encontrar-se em
situação de dificuldade financeira não garante, por si
só, quer a isenção, quer a suspensão da
obrigatoriedade de efetuar o depósito recursal, vez que
o art. 3.º da Lei N.º 1.060/50 não abarca, em seu rol,
referida hipótese, sendo, pois, vedado seu deferimento.
A inexistência de efetivação do depósito recursal
acarreta deserção, não havendo falar em violação do
princípio da isonomia. Mister destacar, ainda, que a
assistência judiciária na Justiça do Trabalho, de que
trata a Lei N.º 5.584/70, pode ser deferida ao
93
trabalhador, não agasalhando a figura
do empregador.” (TRT 15.ª R. - Proc. 17652/03 -
29963/03 - 3.ª T. - Rel. Juiz Ernesto da Luz Pinto Dória
- DOESP 03.10.2003 - p. 74).
96
ao empregado a permanência no emprego ou, se for de sua vontade, a
resilição do seu contrato.
Também da mesma forma que ocorre na hipótese de morte do
empregado, quando o empregador morre, o Juiz intimará o inventariante de
seu espólio. Em verdade, é bastante comum que quando o empregador morre,
seus herdeiros não tenham interesse em, voluntariamente, habilitarem-se nos
autos, naturalmente para evitar perda de valores com eventual condenação.
Neste caso, o empregador poderá requerer a intimação do inventariante do
espólio para habilitar-se no processo, conforme o já visto comando do artigo
1.056, inciso I, do Código de Processo Civil.
c) Lei de n. 6.708 de 1979, art. 3º, parágrafo 2º, e Lei de n. 7.238 de 1984, art.
3º, parágrafo 2º - Ações trabalhistas promovidas pelo sindicato em favor de
todos os integrantes da categoria, objetivando o pagamento das correções
automáticas dos salários.
99
individuais. Todavia, esta Lei foi revogada pela Lei de n. 8.030 de 1.990, em
seu artigo 14;
100
(Conversão das orientações jurisprudenciais 82 e 110
da SDI-II – Res. 137/2005 – DJ 22.08.2005.)
I – (...)
II – O Sindicato, substituto processual e autor da
reclamação trabalhista, em cujos atos fora proferida a
decisão rescindenda, possui legitimidade para figurar
como réu na ação rescisória, sendo descabida a
exigência de citação de todos os empregados
substituídos, porquanto inexistente litisconsórcio
passivo necessário. (ex-OJ 110 – DJ 29.04.2003)”
Por fim, ainda nos cabe destacar que no âmbito da jurisdição civil
coletiva, quanto aos direitos individuais homogêneos, este de natureza
individual e divisível, em que cada titular pode buscar a reparação individual do
dano, a legitimação para propositura de eventual Ação Civil Pública é
extraordinária, ocorrendo também a denominada substituição processual por
parte dos entes legitimados, dentre eles o Ministério Público e os Sindicatos.
20. LITISCONSÓRCIO
101
IV – ocorrer afinidade de questão por um ponto comum de fato
ou de direito.”
92
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr,
2006, pág. 371.
104
A CLT é omissa acerca da intervenção de terceiros, de modo que utiliza-
se o Código de Processo Civil como diploma subsidiário. São cinco os tipos de
intervenção de terceiro, a saber:
I – o de garantia da evicção;
II – o da posse indireta;
III – o do direito regressivo de indenização;
105
e) Chamamento ao Processo: encontra-se disciplinado nos artigos 77 a
80 do Código de Processo Civil, sendo admissível o chamamento ao
processo:
22. CONCLUSÃO
106
Baseado no que foi exposto no presente trabalho de pesquisa denota-se que o
direito processual do trabalho será ordenado pelo que consta na CLT, socorrendo-se
subsidiariamente ao CPC quando aquele for omisso.
107
1. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito processual do trabalho. São
Paulo: Saraiva, 2007;
3. MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 29ª.
Ed., 2009;
9. Site:http://www3.trt12.gov.br/juris/scripts/juris.asp?val=0&tex=suspens
%E3o+do+processo&cb_em=S&dt1_dia=7&dt1_mes=10&dt1_ano=2008&dt2_
dia=7&dt2_mes=10&dt2_ano=2009&limpaDatas=on&cdjuiz=0&cdlocal_julg=0&
cla_esp=NAOESPECIFICAR&action=Pesquisar,data da pesquisa: 7.10.2009;
108
11. Valentin Carrion – Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho,
página 613, 33ª ed. – 2008, Editora Saraiva;
109