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Na natureza estima-se que existam 45x1045 moléculas de água, das quais 95 %


constituem água salgada, 5 % de água doce, na maior parte sob a forma de gelo, e
apenas 0,3 % diretamente aproveitável com predominância de água subterrânea. A água
cobre 4/5 da superfície da terra ,60 a 70 % do peso corpóreo do homem corresponde à
água. Faz parte dos alimentos sólidos e líquidos. A água é denominada de "solvente
universal" pela sua grande capacidade de dissolver um número elevado de substâncias.
No entanto, muita gente a consome pura ou crendo ser pura, quimicamente sabe-se que ,
mesmo sem impurezas, a água é a mistura de 33 substâncias distintas(Richter, Azevedo
Netto, 1991). Para aplacar a sede ,dizem, deve ser límpida, incolor, inodora, de sabor
"agradável". A água potável , sob o ponto de vista químico deve dissolver o sabão, não
apresentar vestígios de metais pesados, não deixar mais de 0,5 g de resíduo seco por
litro quando evaporada.

Deve conter menos de 66 ppm de cloretos, menos de 50 ppm de sulfito, menos de


3ppm de matéria orgânica, menos de 1ppm de NH3 , zero de substancias albuminóides.
Deverá ter pelo menos de 8 á 12 ppm de oxigênio dissolvido(Santos, 1986).
A água pouco oxigenada é "µpesada" .Quando a uma população se proporciona o
suprimento de água potável, a mortalidade pela febre tifóide e por outras doenças de
veiculação hídrica é sensivelmente reduzida. E, segundo Hazen, "por cada óbito devido
á febre tifóide que se evita, são evitados, simultaneamente, 2 a 3 óbitos devidos a outras
causas(CRQ/SC).

ô ô  Doenças de veiculação hídrica:

Causas de contaminação das águas de abastecimento público:

1. Contaminação das bacias hidrográficas pelas atividades do homem


2. Infiltração de águas poluídas nos poços ou outras águas subterrâneas, etc.

Segundo a Organização Mundial de Saúde,cerca de 80% de todas as doenças que se


alastram nos países em desenvolvimento são provenientes de água de má qualidade.

As doenças mais comuns de veiculação hídrica, são as seguintes, conforme a Tab.1,


abaixo:

DOENÇAS AGENTES CAUSADORES

Febre tifóide Salmonella tifóide

Febre paratifóide salmonella paratifóides


Disenteria bacilar bacilo disentérico

Disenteria amebiana entamoeba histolística

Cólera vibrião da cólera

Diarréia enterovírus , E. Colli

Hepatite infecciosa vírus, tipo A

Giardiose giardia lamblia

ô  Finalidades da purificação da água e principais processos:

O tratamento da água pode ser feito para cobrir várias finalidades:

i. ‰- remoção de bactérias, protozoários, vírus e outros


microorganismos, de substâncias venenosas ou nocivas, redução do excesso de
impurezas e dos teores elevados de compostos orgânicos;
ii.  - correção de cor, odor e sabor;
iii.  - redução de corrosividade, dureza, cor, turbidez, ferro,
manganês, odor e sabor;

Entre os principais processos de purificação da água, tem-se:

i.   por gravidade, por aspersão, por outros processos ( difusão de ar e


aeração forçada);
ii.    - simples; após a coagulação;
iii. - aplicação de coagulantes (sulfato de alumínio, compostos de
ferro) e substâncias auxiliares;
iv. è - lenta, rápida, em leito de contato, superfiltração;
v.    - leitos de coque, de pedra ou de pedriscos
para remoção do ferro; carvão ativado para remoção de odor e sabor;
vi.     - processo cal-soda( cal + carbonato de sódio),
processos por resinas trocadora de íons e por osmose reversa;
vii. è-cloro e seus compostos (hipocloritos, cal clorada), ozônio
etc.;
viii.    - uso do carvão ativado; substituição do processo de cloração
( emprego da aminocloraçào, do dióxido de cloro e cloração no "break point");
ix.     - cal, carbonato de sódio, metafosfato, silicato
e outros

ô  Propriedade Física da água:

Tab.2. Constantes físicas da água pura(Sutcliffe, 1968)


Calor específico ( 15P C) 4,18 J/g P C

Calor latente de fusão 33,4J/g

Calor latente de vaporização(15P C) 2462J/g

tensão superficial 7340 mN/m2 cm

ponto de fusão (1013mb) 0PC

ponto de ebulição (1013 mb) 100 P C

Densidade máxima(g/cm3) 1,00000

Temperatura da densidade máxima(P C) 3,98

ô !  Características da água:

As impurezas mais comuns contidas numa água, seus estados em que se encontram e
seus principais efeitos, estão indicados abaixo:

ô ! ô  Impurezas em suspensão:

a. algas e protozoários-podem causar sabor e odor, cor e turbidez;


b. areia, silte e argila causam turbidez;
c. resíduos industriais e domésticos.

ô !  Impurezas no estado coloidal:

a.bactérias e vírus- muitos são patogênicos; algumas bactérias podem causar prejuízos
as instalações (corrosão, por exemplo); b. substâncias de origem vegetal : originam cor ,
acidez, sabor;
c.sílica e argila: causam turbidez.

ô !  Impurezas dissolvidas:

Compreende uma grande variedade de substâncias de origem mineral (principalmente


sais de cálcio e de magnésio) compostos orgânicos e gases, que dão origem a alterações
na qualidade da água, cujos efeitos dependem da sua composição e concentração e de
reações químicas com outras substâncias.
Os principais elementos químicos formadores das substâncias presentes na água na
forma de impurezas ou adicinados intecionalmente no tratamento da água estão na
tab.3, abaixo.

Tab. 3 Informações básicas para os elementos mais comuns:

No oxidação
Elemento Símbolo Massa atômica Peso ou massa equivalente
mais comum
Alumínio Al 27,0 +3 9,0
Cálcio Ca 40,1 +2 20,0
Carbono C 12,0 -4 -
Cloro Cl 35,5 -1 35,5
Enxofre S 32,1 -2 16,0
+2 27,9
Ferro Fe 55,8
+3 18,6
Flúor F 19 -1 19
Fósforo P 31 +5 6
Hidrogênio H 1,0 +1 1,0
Magnésio Mg 24,3 +2 12,2
+2 27,5
Manganês Mn 54,9 +4 13,7
+7 7,8
-3 ---
Nitrogênio N 14
+5 ---
Oxigênio O 16,0 -2 8,0
Potássio K 39,1 +1 39,1
Sódio Na 23 +1 23,0

A qualidade de uma água é definida por sua composição química, física e


bacteriológica. As características desejáveis de uma água dependem de sua utilização.
Para o consumo humano há a necessidade de uma água pura e saudável, isto é, livre de
matéria suspensa visível,cor, gosto e odor, de quaisquer organismos capazes de
provocar enfermidades e de quaisquer substâncias orgânicas ou inorgânicas que possam
produzir efeitos fisiológicos prejudiciais.

As impurezas dissolvidas na água refletem as características do solo por onde as


águas escoam, as tabelas 4, e 5, a seguir dão uma idéia do tipo de rochas e minerais
mais prováveis de provocarem impurezas dissolvidas na água.

Tab. 4. Tipos de rochas exposta na superfície da Terra


Tipo de Rocha Área exposta (%)

Xistos 52

Areias e pedriscos 15

Granitos 15

Rocha cálcarea 7

Basaltos 3

Outras 8

Tab.5. Minerais encontrados nos afloramentos da superfície da terra

Mineral Área exposta (%)

Feldspatos 30

Quartzo 28

Argilominerais e micas 18

Calcita 9

Óxido de ferro 4

Outros 11

ô "  Principais compostos químicos ocorrente nas águas:

As tabelas 6, 7, 8 e 9, contem dados de principais compostos químicos, radicais e


íons ocorrente em águas de diversas naturezas.

Tab. 6. Compostos químicos mais comuns contidos na água(intencionalmente ou


contaminação):

Nome vulgar Nome químico Fórmula

Gás amoníaco Amoníaco NH3

Amoníaco Hidróxido de amônio NH4OH

Alúmen Sulfato de aluminio Al2(SO4 )3

Calcário Carbonato de cálcio CaCO3


Bicarbonato de cálcio Ca(HCO3)2

Cal hidratada Hidróxido de cálcio Ca(OH)2

Cal virgem Oxido de cálcio CaO

Cloro Cl2

Dióxido de cloro ClO2

Vitríolo azul Sulfato cúprico CuSO4

Cloreto férrico FeCl3.6H2 O

Acido muriático Acido clorídrico HCl

Vitriolo Acido sulfurico H2SO4

Barrilha Carbonato de sódio Na2CO3

Soda ou bicarbonato Bicarbonato de sódio NaHCO3

Fosfato de sódio Fosfato trissódico Na3PO4.12H2 O

Tab.7.Composição(por peso) de íons da água do Mar(Beer, 1983)

Íon Porcentagem na água do mar

Cloreto (Cl ) 55,04

Sódio (Na+ ) 30,62

Sulfato (SO4 ) 7,68

Magnésio (Mg++) 3,69

Cálcio( Ca++) 1,15

Potássio (K+) 1,10

Bicarbonato (HCO3) 0,41

Salinidade média da água do mar: 35 g/kg

Água da chuva: Impurezas principalmente gasosas:

CO2; SO2; (NOx) alem de Material particulado e névoa marítima

Reações químicas ocorrente na água da chuva:


2SO2 + 2H2 O ¦ SO3-- + HSO3- +3 H+;
O3 + NO2 ¦ NO3 + O2;
HONO2 H+ + NO3-

Tab.8. Radicais comumente encontrados na água comum

Nome fórmula peso molecular carga peso equivalente


elétrica

Amoníaco NH4 + 18,0 +1 18

Hidróxido OH- 17,0 -1 17

Bicarbonato HCO3- 61,0 -1 61

Carbonato CO3-- 60,0 -2 30,0

Sulfato SO4-- 96,0 -2 48,0

Sulfito SO3-- 80,0 -2 40,0

Nitrito NO2- 46,0 -1 46,0

Nitrato NO3- 62,0 -1 62,0

Hipoclorito OCl- 51,5 -1 51,5

Tab.9. Análise de um manancial típico de superfície (rios e lagos ) em mg/l

Alcalinidade (expressa como CaCO3) 108,0

Alquilbenzeno sulfonato (detergente) 0,1

Arsênio 0,0

Bário 0,0

Bicarbonato 131

Cádmio 0,0

Cálcio 35,8

Compostos orgânicos raros 0,04

Cianeto 0,0

Chumbo 0,0
Cloro 7,1

Ferro e Manganês 0,13

Fenois 0,7

Fósforo (total inorgânico) 0,5

Magnésio 9,9

Nitrato 2,2

pH** 7,6

Potássio 3,9

Sódio 4,6

Sólidos dissolvidos totais 220

Sulfato 26,4

Turbidez** 5

Cor** 1

Odor** 1

 #  $   

O contato da água com os diferentes tipos de rochas e minerais provoca a


solubilização de muitos deles que vão para a "solução aquosa". Este processo é
facilitado pela abundância/solubilidade dessas rochas por ser o processo de contato
água/rocha um fenômeno de superfície. O processo de intemperismo químico das rochas
pela água são processos de dissolução, decomposição e hidratação, principalmente. O
ataque pela água é mais pronunciado pela presença de ácidos orgânicos e inorgânicos,
bem como pelo aumento da temperatura. A dissolução e precipitação dos minerais e
rochas é controlado pelo pH e potencial redox.

A decomposição dos minerais sob a influência do pH e dos íons H+ e OH- contidos na


água denomina-se hidrólise. Os feldspatos contendo mais ou menos 60 % em peso da
crosta terrestre e tendo em torno de 80% de sílica, produzem como produtos finais de
sua hidrólise os seguintes produtos:

1. Para o feldspato potássico, teremos,


KAlSi3 O8 + 8H2 O ¦ Al(OH)3 + 3H4SiO4 + K+ +OH-
2. KAlSi3 O8 + 2H+ +9H 2O C Al2Si2 O5 (OH)4 +4 H4SiO4 + 2K+
caulinita

O processo acima ocorre em outros minerais e rochas, principalmente silicatos. Para a


albita(extremo da série do plagioclásio):

3. 2 NaAlSi3 O8 + 2H+ + 9H2O ¦ Al2Si2O5 (OH)4 4 H4SiO4 + 2Na +


albita caulinita

Para anortita(o outro extremo da série do plagioclásio):

CaAl2Si2O8 + 2H+ + H2 O ¦ Al2Si2 O5 (OH)4 + Ca++


anortita caulinita

4. 5 Mg2SiO4 +8H+ +2 H2 O ¦ Mg6 (OH)8Si4 O10 + 4Mg++ H4SiO4


olivina(forsterita) serpentina

O contato da água na litosfera, hidrosfera e atmosfera terrestre através de suas


diferentes transformações físicas e químicas, é chamado de ciclo hidrológico, conforme
a fig.1, a seguir.

è  ô% %& ' &( % ) *)


ô  pH e reações químicas:

A água é um composto covalente. Suas moléculas não se ionizam individualmente.


Não sendo simétricas, apresentam uma certa polaridade(alta, por sinal). A ionização da
água faz-se por interação mútua de duas moléculas de água, assim:

H20 + H2 O Å H3 O+ + OH-

Esta reação de ionização comanda todas as outras em solução aquosa. Na


neutralização de um ácido(HCl) por uma base(NaOH):

HCl + H2O Å H3O+ + Cl-

NaOH Å OH- + Na+

2H2O

Toda solução aquosa contem os íons livres H+(hidrogênio ou hidroxônio) e OH-


(hidroxila), sua concentração satisfaz á equação:

{H+}x{OH-} = kw

Medidas de condutâncias feitas por Kohlrausch para a água pura, na temperatura de


23P C levou a um valor de 10 ±14 para kw. A água pura se dissocia a concentrações iguais
para H+ e OH-. Então [H+] = [OH- ] = 10-7 . Esta concentração é muito pequena,
logo,SØrensen(1909), propôs uma notação, para exprimir a concentração
hidrogeniônica, denominado p-H:

pH = log 1/[H+]

Disto resulta que:

As soluções aquosas ácidas tem um pH < 7 As soluções aquosas básicas tem um pH


> 7 As soluções aquosas neutras tem um pH = 7. As substâncias de caráter ácido
adicionadas à água abaixam seu pH, enquanto que substâncias de caráter alcalino
(bases) aumentam o pH das soluções aquosas.

 Reações ácido-base (NEUTRALIZAÇÃO):

À partir de uma reação química, podemos estabelecer uma equação química, tendo
como base as fórmulas dos reagentes e produtos e dá o número de moles de cada um.
Diz-se que uma equação química está equilibrada quando o número de átomos de cada
elemento no lado esquerdo é igual ao número no lado direito. Usando-se uma equação
equilibrada, os pesos moleculares podem ser usados para se calcular as quantidades de
reagentes e produtos. O processo onde se usa uma equação equilibrada para os cálculos
chama-se estequiometria.

2.2.1 HCl Å H+ + Cl-

2.2.2 NaOH Å Na+ + OH-

2.2.3 H+ + OH- Å H2O

2.2.4 H2SO4 + 2 NaOH Å Na2SO4 + 2H2 O

&  %
Quantos quilos de hidróxido de sódio puro são necessários para neutralzar um
despejo industrial com uma acidez equivalente a 10 kg de ácido sulfúrico por 1000 m3
de despejo?

Res. Usando a eq.2.2.4: H2SO4 + 2 NaOH Å Na2 SO4 + 2H2O


1 mol 2moles 1mol 2moles
98 kg 2x40 kg

De acordo com a reação acima, 2 moles de hidróxido neutraliza (equivale) a 1 mol de


acido sulfúrico. Em termos de massas ou pesos moleculares,

Se 80 kg de NaOH reage com 98 kg de ácido sulfúrico, quanto vai reagir com 10 kg de


acido:

80 kg --------------------------------------- 98 kg
xNaOH --------------------------------------- 10 kg H2SO4

x = 8,18 kg de NaOH por 1000 m3 de despejo.

 Reações de óxido redução:

2.3.1 2 NH3 + 2Cl2 ¦ N2 + 6HCl

2.3.2 4 Fe + 3O2 ¦ 2Fe2 O3

!  Reações de precipitação:

2.4.1 Ca(HCO3 )2+ Ca(OH)2 ¦ 2CaCO3 +2 H2 O


2.4.2 CaSO4 + Na2CO3 ¦ CaCO3 + Na2SO4
2.4.3 CaCO3 + H2SO4 ¦ CaSO4 + H2CO3
2.4.4 Ca(HCO3 )2 + H2SO4 ¦ CaSO4 + 2 H2CO3
2.4.5 CaO + CaH(CO3)2 ¦2CaCO3 + H2 O
2.4.6 Ca(OCl)2 + Na2CO3 ¦ 2NaOCl + CaCO3
2.4.7 CaCO3 + H2CO3 ¦ CaH(CO3 )2
2.4.8 Ca(HCO3 )2 + Ca(OH)2 ¦ 2CaCO3 + 2H2O
2.4.9 Ca(HCO3 ) + Na2CO3¦ CaCO3 + 2NaHCO3
&  %
No abrandamento de água por precipitação, cal é usada para remover a dureza
carbonato por meio da reação(e):

CaO + CaH(CO3 )2 ¦2CaCO3 + H2 O

Que dose de cal, com pureza de 78 % de CaO, é necessaria para combinar com 70
mg/l de Cálcio?

Res.
Aplicando a reação (e), anterior, temos que:

CaO + CaH(CO3)2 ¦2CaCO3 + H2O


56,1 162

Um mol de CaH(CO3)2 (162g) contem 40,1g de Cálcio. Assim, 70 mg/l de cálcio é


equivalente a:

162 . 70 = 283 mg/l de CaH(CO3 )2


40,1

56,1 g de CaO combinam com 162 g de CaH(CO3)2 . Assim ,283 mg/l de


CaH(CO3)2 reagem com

56 ,1 .283 = 98,0 mg/l de CaO.


162

Para uma pureza de 78 %, a dosagem de cal comercial necessária será:

98, 0 CaO = 126 mg/l = 126 g/m3 .


0,78

    è  $

ô  Turbidez:

Este é termo aplicado à matéria suspensa de qualquer natureza presente na água.


Distinção deve ser feita entre a matéria suspensa chamada sedimento que precipita
rapidamente ,e a matéria suspensa que precipita lentamente (coloidal) que provoca a
turbidez. A turbidez é uma característica da água devido à presença de partículas
suspensas na água com tamanho variando desde suspensões grosseiras aos colóides,
dependendo do grau de turbulência. A presença de partículas insolúveis do solo, matéria
orgânica, microorganismos e outros materiais diversos provoca a dispersão e a
absorção da luz, dando à água um aparência nebulosa,esteticamente indesejável e
potencialmente perigosa, turbidez acima de 5 ppm , torna a água insatisfatória para
potabilidade. A unidade da turbidez é dada em ppm de SiO2(mg/l). .
A turbidez é encontrada em quase todas as águas de superfície em valores elevados,
enquanto esta ausente em águas subterrâneas. Em águas de superfície a turbidez pode
atingir valores de até 2000 ppm, como SiO2 , ou mais. Águas de rios e riachos
apresentam alta turbidez.

 Cor:

A água pura é virtualmente ausente de cor. A presença de substâncias dissolvidas ou em


suspensão, dependendo da quantidade e da natureza do material presente. Matéria
orgânica , proveniente de vegetais(húmus, taninos) em decomposição, quase sempre
resulta em cor nas águas. Pode ser causada também por minerais naturais de ferro e
manganês. Despejos industriais(mineração, papel e celulose, alimentos) na água em
geral causam cor. Em combinação com o ferro, a matéria orgânica pode produzir cor de
elevada intensidade.
As águas subterrâneas são isentas de cor. As unidades de cor são dadas em unidades
arbitrarias(dada pelo colorimetro).

 Sabor e odor:

As características de sabor e odor são dadas em conjunto, pois geralmente a sensação de


sabor origina-se do odor. São de difícil avaliação, por serem sensações subjetivas.

!  Temperatura:

A temperatura acelera as reações químicas, reduz a solubilidade dos gases, acentua a


sensação de sabor e odor etc.

"  Condutividade elétrica:

A condutividade elétrica depende da quantidade de sais dissolvidos na água e é


aproximadamente proporcional à sua quantidade. Sua determinação permite obter uma
estimativa rápida do conteúdo de sólidos de uma amostra.

!  CARACTERÍSTICAS QUIMICAS DA ÁGUA:

! ô  Alcalinidade das águas:

Alcalinidade de uma água é uma medida da sua capacidade de neutralizar ácidos ou


absorver íons hidrogênio sem mudança significativa do pH. As principais fontes de
alcalinidade em águas são pela ordem: Bicarbonatos(HCO3- ), carbonatos (CO3--) e
hidróxidos(OH-). A alcalinidade devida a bicarbonatos de Ca, Mg e Na é muito comum
em águas naturais, cujas concentrações em águas brutas variam de 10 a 30 ppm. Os
bicarbonatos de Ca e Mg também causam dureza(temporária). Os bicarbonatos tem,
ainda, o inconveniente de liberar CO2, quando submetidos ao calor nas caldeiras.
O CO2 dissolvido nas águas a torna altamente corrosiva. Para fins potáveis a
alcalinidade não deve exceder a 250 ppm.
!  Matéria orgânica:

A matéria orgânica biodegradável é encontrada de mais comumente nas chamadas


"águas poluídas", principalmente contaminadas com descargas oriundas de esgotos ditos
"domésticos", esta podendo ser formada principalmente de carboidratos, proteínas e
gorduras. Os carboidratos consistem de açúcares contendo os elementos, carbono,
Oxigênio e hidrogênio. Ex. glicose, frutose., são os chamados açúcares simples,
encontrados em frutos. Os dissacarídeos mais comuns são a sacarose(da cana, da
beterraba, etc) e a , lactose, encontrada no leite. No entanto, os vegetais são formados
essencialmente de açúcares complexos, formadores dos constituintes predominantes do
caule, folha e raízes das plantas, sobretudo a celulose, hemiceluloses e, em menor escala
do amido.

As proteínas são moléculas poliméricas formadas por unidades denominadas de


aminoácidos. Elas contem os elementos carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio e, em
menor escala, de enxofre. Elas formam parte essencial dos tecidos vivo de todos seres
superiores; os animais são constituídos, principalmente de proteínas. As gorduras
poderão ser compostas de uma série de substâncias orgânicas, a maioria delas de
solubilidade limitada na água, sendo, no entanto, solúveis em diversos solventes
orgânicos como álcool, acetona, éter e hexano e hidrocarbonetos. A baixa solubilidade
delas em água as torna de difícil biodegradabilidade pelos microorganismos, ou à um
velocidade baixa.

A maioria dos carboidratos, gorduras e proteínas encontradas nos esgotos está na


forma de grandes moléculas que não podem penetrar na membrana celular dos m.o.s. As
bactérias, para metabolizarem substâncias de alto peso molecular, devem ser capazes de
quebrar essas grande moléculas. O primeiro passo na decomposição bacteriológica dos
compostos orgânicos é a hidrólise, dos carboidratos em açúcares solúveis, proteínas em
aminoácidos, e gorduras em ácidos graxos. Em seqüência a degradação aeróbia resulta
na formação de CO2 e água. Pela decomposição anaeróbia, os produtos finais são:
ácidos orgânicos, álcoois e outros líquidos intermediários , alem de CO2, CH4, e H2S.
Acetona, éter e hexano e hidrocarbonetos. A baixa solubilidade delas em água as
torna de difícil biodegradabilidade pelos microorganismos, ou à um velocidade baixa.

!  Dureza:

Proveniente dos sais de Ca e Mg. Nas formas de: Bicarbonatos, sulfatos, cloretos e
nitratos. Os íons ferro e estroncio podem em menor grau causar a dureza. A dureza é
expressa em termos de CaCO3
No Brasil a dureza das água naturais varia de 5 até 500 ppm como CaCO3.

! !  Silica:

Está presente na faixa de 3 a 50 ppm como SiO2. É um constituinte de todas as águas


naturais.
A sílica solúvel também chamada de reativa, geralmente está presente em águas
brutas na forma de ácido silícico e silicatos solúveis, cuja concentração pode variar
desde 2 a mais de 100 ppm. A sílica solúvel para fins potáveis não é objetável.

! "  Ferro e manganês:


O ferro, muitas vezes associado ao manganês, confere à água um sabor amargo
adstringente e coloração amarelada e turva,decorrente da precipitação do mesmo
quando oxidado. A forma mais comum que o ferro solúvel é encontrado em águas é
como bicarbonato ferroso Fe(HCO3 )2. Está presente, nesta forma em águas subterrâneas
profundas, limpas e incolores, que em contato com o ar, oxida-se turvando e sedimenta
na forma de um depósito marrom- avermelhado. A reação envolvida é a seguinte:

4 Fe(HCO3)2 + O2 + 2H2O¦ 4 Fe(OH)3 + 8CO2

4 Fe(OH)3 ¦ 2Fe2 O3 + 6H2 O

! +  Sólidos totais dissolvidos (Cloretos, Sulfatos, etc):

O conjunto de sais dissolvidos na água (cloretos, bicarbonatos, sulfatos e outros em


menor proporção) formam o conjuntos dos sólidos dissolvidos totais na água. Eles
podem conferir sabor salino à água e propriedades laxativas. O teor de cloretos é um
indicador de poluição das águas naturais por esgotos domésticos. O limite máximo de
cloretos em águas para consumo humano não deve ultrapassar os 200 mg/l (200 ppm).
O íon sulfato possui propriedades laxativas maior do que a dos outros sais; o sulfato
associado ao cálcio, promove dureza permanente, sendo também indicador de poluição
por decomposição da matéria orgânica, no ciclo do enxofre. Numerosas águas
residuárias industriais, como as provenientes de curtumes, fábricas de celulose, papel e
tecelagem, lançam sulfatos nos corpos receptores. Recomenda-se que o teor de sólidos
dissolvidos totais seja menor que 500 mg/l, com um limite máximo aceitável de 1000
mg/l.

! ,  Oxigênio dissolvido:

O conteúdo de oxigênio dissolvido nas águas superficiais depende da


quantidade e tipo de matéria orgânica biodegradável que a água contenha. A
quantidade de O2 que a água pode conter é pequena, devido à sua baixa
solubilidade (9,1 ppm a 20 oC).
Águas de superfície, relativamente límpidas, apresentam se saturadas de
oxigênio dissolvido, porém este pode ser rapidamente consumido pela demanda
de oxigênio dos esgotos domésticos.

! -  Demanda de oxigênio:

A maioria dos compostos orgânicos são instáveis e podem ser oxidados


biológica e quimicamente, resultando compostos finais mais estáveis como o
CO2, NO3 e H2. A matéria orgânica tem, assim, uma certa necessidade de
oxigênio, denominada demanda, que pode ser:

1. Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) : é a medida da quantidade de


oxigênio necessária ao metabolismo das bactérias aeróbicas que destroem a
matéria orgânica.
2. Demanda química de oxigênio (DQO): permite a avaliação da carga de
poluição por esgotos domésticos e industriais em termos de quantidade de
oxigênio necessária para a sua oxidação total em dióxido de carbono(CO2 ) e
água.

! .  Acidez:

A maioria das águas naturais e dos esgotos domésticos são tamponados por
um sistema por dióxido de carbono e bicarbonatos(HCO3- ). O ácido carbônico
não é totalmente neutralizado, a não ser que o p-H seja superior a 8,2 e não
diminuirá a p-H abaixo de 4,5. Assim, a acidez devida ao  está na faixa de p-
H de 4,5 a 8,2, enquanto que a acidez por ácidos minerais fortes, quase sempre
devida a esgotos industriais, ocorre geralmente a p-H, abaixo de 4,5. A acidez é
expressa em termos de ppm (mg/l) de CaCO3.

! ô/  Substâncias químicas orgânicas indesejáveis e metais tóxicos:

Podem incluir os fenóis e detergentes,estes causadores de espuma e de difícil


biodegradabilidade. O fenol alem de tóxico, pode combinar com o cloro residual
do tratamento da água causando gosto e odor desagradáveis.
Os pesticidas são, de um modo geral, substâncias orgânicas sintéticas,
extremamente tóxicas, usadas para destruir, repelir ou controlar insetos e ervas
daninhas indesejáveis à economia agrícola. De acordo com sua atividade
biológica, podem ser classificados em inseticidas, algicidas, fungicidas e
herbicidas. Os mais comuns são o Aldrin, Endrin, Toxafen, Malathion,
Parathion, entre outros. Por exemplo, a concentração máxima do Endrin, não
deve ser mais do que 0,0002 mg/l, índice de difícil monitoração( Richter,
Azevedo Netto,1991).
Os metais tóxicos principais são o Arsênio, sendo ele muito solúvel em água
podendo ocorrer naturalmente, principalmente em rochas fosfáticas. O Arsênio
pode fazer parte da composição de alguns inseticidas, carrapaticidas, herbicidas,
alem do processamento de minerais, fabricação de tintas, produtos quimicos,
vidro, corantes e resíduos de curtume. Seu limite máximo é de 0,2 mg/l.
Cromo hexavalente, estão na forma de cromatos, bicromatos de sódio,
potássio e amônio, sendo bastante solúveis. As águas residuarias de indútrias de
cromação, anodização do alumínio, fabricação de tintas, corantes, explosivos,
cerâmica, são fonte de cromo hexavalente. Os sais de cromo deverão ter
concentração máxima permissível de 3,5 ppm.

"  CARACTERÍSTICAS BIOLOGICAS DA AGUA.

Incluem as contaminações por organismos vegetais como algas (verdes, azuis,


diatomáceas), bactérias (saprofitas e patogênicas), leveduras, fungos e vírus. Os
organismos animais estão representados pelos protozoários e vermes.

" ô  Contagem do número total de bactérias:

É feito pela contagem do número de bactérias por cm3 ou ml da água. Um


número elevado é indicativo de poluição.
"  Pesquisa de coliformes:

Os coliformes (Escherichia Colli e Enterococos) são bactérias que habitam os


intestinos dos animais superiores de sangue quente (homem, bovinos, suinos,
caprinos, etc.), em número em torno de 50 mihões por grama de excremento in
natura. Esgotos domésticos bruto contem em média de 3 milhões de coliformes
por 100 ml de amostra. O número mais provável de coliformes(NMP) é expresso
pelo número de coliformes contidos em 100 ml da amostra de água. Água de
abastecimento público deverá ter NMP, no máximo de 1.
O NMP é um indicador eficaz no controle da qualidade do tratamento da
água do ponto de vista bacteriológico, para prevenir doenças de transmissão
hídrica.

5.3 - Gases diversos:

Os gases presentes são: CO2; O2; H2S; CH4.

+     $

+ ô  Introdução:

O objetivo do tratamento d¶água é fornecer um produto potável ± química e


bacteriologicamente seguro para o consumo humano. Para usos domésticos, a
água deve ser esteticamente aceitável ± sem turbidez aparente, cor, odor ou
gosto objetável. Os padrões de qualidade, para uso industrial são mais severos
do que para uso doméstico. Ex. a água para alimentação de caldeiras deve ser
desmineralizada para evitar a deposição.
Os mananciais das cidades, são poços profundos, poços rasos, rios, lagos
naturais e artificiais(barragens).
Características da água de poços: temperatura baixa, não contaminada e com
qualidade uniforme.
A produção de água potável à partir de uma fonte de água com impurezas
introduzidas naturalmente ou pela atividade humana, implica numa série de
tratamentos. Um dos pontos de partida na obtenção de água de abastecimento é a
coagulação, floculação e sedimentação das impurezas, seguida da filtração e
precipitação química. A precipitação química elimina uma parte da dureza e
minerais dissolvidos(Fe e Mn).Esta ação conjunta se denomina clarificação. A
coagulação seguida da filtração, é um processo que se aplica na eliminação da
maioria das substâncias que provocam turbidez à água. Estas podendo serem de
natureza inorgânica ou orgânica, microrganismos(bactérias, fungos e algas) e
material inorgânico em suspensão.
O tratamento para uso doméstico necessário pode ser apenas a remoção de
gases dissolvidos e minerais indesejáveis, seguida de desinfecção e fluoretação.
A necessidade de cloração no caso de poços profundos é para prevenir uma
proteção residual contra uma contaminação potencial no sistema de distribuição.
No caso de poços rasos, recarregados de águas superficiais, a cloração desinfeta
a água e, ainda fornece a proteção residual. O flúor é adicionado para diminuir a
incidência de cárie dental. O ferro e o manganês dissolvidos, presentes nas águas
de poços, se oxidam em contato com o ar, formando minúsculas partículas de
ferrugem que provocam cor na água. A remoção da ferrugem pode ser efetuada
por oxidação do Fe e Mn com cloro ou permanganato, seguida de filtração. Caso
haja dureza em excesso, ela pode ser removida por abrandamento com adição de
cal e soda, seguida de filtração. A aeração é um passo inicial comum no
tratamento de águas subterrâneas, para a remoção de gases dissolvidos e adição
de O2.
A tabela 10, a seguir, contem os dados de análises de água bruta e de águas
submetidas a diferentes tipos de tratamentos. Esta tabela permite uma visão
panorâmica do grau de remoção das impurezas da água bruta proporcionada
pelos diversos tratamentos da água.

Tab.10. Análises típica de água bruta e água tratada por diversas técnicas.

Substancia Unidade Água bruta Clarificada e Abrandada com Clarificada, Clari


de medida filtrada cal hidratada e filtrada e e de
filtrada abrandada com
resina sódica

Cátions
Cálcio CaCO3 51,5 51,5 38,7 1,0
Magnésio CaCO3 19,5 19,5 17,5 1,0
CaCO3
Sódio CaCO3
18,6 18,6 18,6 87,6
Potássio 1,8 1,8 1,8 1,8
CaCO3
Cátions totais 91,4 91,4 76,6 91,4

Ânions CaCO3
Bicarbonato CaCO3 56,8 47,8 0 47,8
Carbonato CaCO3 0 0 33 0
CaCO3
Hidróxido CaCO3 0 0 0 0
Sulfato CaCO3 21,8 30,8 30,8 30,8
Cloreto 12,0 12,0 12,0 12,0
CaCO3
Nitrato 0,8 0,8 0,8 0,8
CaCO3
Fe
Ânions totais SiO2 91,4 91,4 76,6 91,4
Ferro arbitrária 0,16 nulo nulo nulo
Sílica SiO2 9,0 9,0 9,0 9,0
Cor pH 15,0 2-5 2-5 nula
Turbidez 100,0 0-2 0-2 nulo
pH 6,5-7,5 6,0-8,0 9,0-11,0 6,0-8,0
A tabela 11, a seguir, contem os principais requisitos para uma "água potável
ideal", de acordo com os padrões de potabilidade.

Tab. 11. Água potável ideal(Davino Santos

Turbidez (Como SiO2) 5 ppm (máximo)

Odor Isenta

Cor 0

Ferro(Fe++) 0 ppm

Sulfatos, (SO4- -);Cloretos (Cl-); 250 ppm (máximo)

Bicarbonatos (HCO3- )

Dureza (CaCO3 ) 85 ppm (máximo)

Fluoretos (F-) 0,8 ppm

PH 7,0

NMP coli/100 ml 0

Agressividade ao ferro mínima

+ ô ô  A POLUIÇÃO E A EUTROFIZAÇÃO:

São ocorrências que causam as principais preocupações nos mananciais. A


qualidade da água vai depender dos métodos usados na agricultura local, da
deposição das descargas dos esgotos municipais e industriais, do aproveitamento
de rios , principalmente, construção de barragens, das estações do ano e das
condições climáticas.

+  Processo primário do tratamento de águas:

O objetivo da operação de um sistema de abastecimento de água é processar a


água a um nível seguro de potabilidade.
O processo primário, no tratamento de águas superficiais, consiste na
clarificação química através da coagulação, decantação e filtração. A purificação
natural resulta na redução dada turbidez, bactérias coliformes ,cor. Por outro
lado, o desenvolvimento de algas pode causar aumento na turbidez e pode
produzir gostos odores de difícil remoção.
As substâncias químicas usadas na coagulação dependem das características
da água e de considerações econômicas. Os mananciais superficiais de rios,
normalmente requerem um processo de tratamento mais extenso, com grande
flexibilidade operacional, devido às variações diárias da água bruta. A operação
preliminar é freqüentemente a pre-decantação, para reduzir o teor de limo(silte)
e matéria orgânica decantável, anteriormente ao tratamento químico.
As duas principais origens de resíduos no processamento da água, são o lodo
dos decantadores, resultante da coagulação química ou abrandamento, e a água
de lavagem dos filtros. Hoje em dia, a qualidade da água é degradada pela
captação de uma fonte de água, e as substâncias químicas usadas no tratamento
introduzem novos poluentes.

+ ô  Sólidos suspensos:

Todas as partículas insolúveis em água são considerados sólidos suspensos. O


tempo de sedimentação dessas partículas é alto , o quadro1, a seguir , mostra o
tempo médio para a sedimentação de algumas impurezas contidas na água

Quadro1:

Sólidos suspensos Tempo para decantação

Areia grossa Segundos

Areia fina Minutos

Barro Horas

Partícula de caulinita (argila) anos

As partículas suspensas demoram para decantar devido à sua faixa de


tamanho(inferior a 10 mícrons) e à sua carga superficial negativa.
As partículas possuindo o tamanho médio dentro da faixa coloidal e carga
elétrica, podem formar um sistema estável na água ficando em suspensão por um
tempo considerável. A ação a ser tomada na clarificação é a de romper com a
estabilidade da suspensão. Isto é feito no sentido de eliminação das cargas das
partículas e também provocar a ação simultânea do aumento do tamanho das
partículas.
Considerando as partículas como esféricas e tendo um diâmetro médio, tem-se a
expressão para a velocidade de sedimentação:

V = D2 (is-il)g/18

Onde: D (diâmetro da partícula)


V (velocidade terminal em queda livre)
is (densidade da partícula)
il (densidade do fluído)
g (aceleração da gravidade)

 
 (viscosidade do fluído)
Esta equação é valida para escoamento laminar e para partículas supostas
esféricas(lei de Stokes).

A tabela 12, seguinte mostra o efeito do tamanho na sedimentação de


partículas esféricas em água.

Tab. 12. efeito do tamanho decrescente das esferas na sedimentação

Diâmetro da partículas, Ordem de tamanho Área específica total Tempo necessário para
mm

10 Cascalho 3,142 cm2 0,3 s

1 Areia grossa 31,42 cm2 3,0 s

0,1 Areia fina 314,2 cm2 38 s

0,01 Limo(silte) 0,31 m2 33min

0,001 Bactérias 3,14 m2 55 hora

0,0001 Partículas coloidais 3,17 m2 230 dia

0,00001 Partículas coloidais 2.833 m2 6,3 ano

0,000001 Partículas "coloidais 28.328 m2 Mais de 63

Fonte: Control de calidad y tratamiento deJ agua (AWWA, 1975)


+  Decantação:

A decantação ou clarificação é a remoção das partículas da suspensão pela


ação da gravidade. Critérios para a o dimensionamento do decantador: Tempo de
retenção, vazão superficial de agua, velocidade horizontal do fluxo de água.
O tempo de retenção(t), expresso em horas, é calculado dividindo-se o volume
do tanque(V) pela vazão média diária(Q):

t = V. 24/Q (1)

A vazão superficial(Vo ) é igual à vazão média diária(Q) dividida pela área


superficial total do tanque de decantação(A):

Vo = Q/A

A maioria dos decantadores utilizados no tratamento de água são de fluxo


ascendente, onde a água flui verticalmente, descarregando em canais efluentes.
Os decantadores podem ser retangulares, circulares ou quadrados. São
projetados para que ocorra um movimento lento da água. Geralmente contem
chicanas para dirigir o fluxo verticalmente para calhas coletoras.
Os raspadores inferiores, do tipo corrente sem fim, movem vagarosamente os
sólidos decantados para um poço de lodo, situado na extremidade a montante.

+ !  Floculadores - decantadores:

Os decantadores-floculadores, ou unidades de contato ou tanques de fluxo


ascendente, combinam os processos de mistura, floculação e decantação num
único tanque compartimentado.
Os coagulantes, ou substâncias químicas para abrandamento, são introduzidos
na tubulação afluente e se misturam à água sobre um cone central, onde uma alta
concentração de flocos é mantida. A água ao passar sob o cone é dirigida através
de um lençol que se localiza no fundo do tanque, para promover o
desenvolvimento desse conglomerado de partículas. A água sobe à zona
periférica de clarificação e extravasa em vertedouros periféricos ou em calhas
circulares concêntricas, localizadas na superfície.

+ "  FILTRAÇÃO:

A filtração é a passagem de um fluido através de um meio poroso, neste


processo o material em suspensão e coloidal pode ser retido no meio
filtrante(meio poroso). Na purificação da água
O filtro de areia rápido por gravidade é o tipo mais utilizado no tratamento de
água para a remoção de flocos não- decantáveis remanescentes, após a
coagulação química e decantação. Durante a filtração, a água passa de cima para
baixo, através do filtro, devido a uma combinação da pressão da água somada à
sucção do fundo. Os filtros são limpos por lavagem contra-corrente(revertendo-
se o fluxo) do leito. O efluente dos decantadores, aplicado aos filtros, percola
pelo leito e o sistema de drenagem do fundo conduz a água filtrada ao
reservatório, geralmente localizado sob os filtros. A coluna de água sobre a
superfície do filtro se situa entre 0,90 a 1,20 metro. A carga disponível para
filtração máxima é igual a diferença entre a elevação da superfície da água, no
filtro, e o nível do reservatório de água filtrada. Normalmente essa carga se situa
entre2,7m a 3,7 metro.

+ " ô  Meio filtrante:

A filtração ótima ocorre quando os flocos coagulados não decantáveis são


retidos nos poros do leito e produzem a filtração ao longo da profundidade do
meio. Um meio filtrante ideal possui as seguintes características: possui
diâmetro suficientemente grande para formar poros de dimensão capazes de reter
grandes quantidades de flocos, possui diâmetro suficientemente pequeno para
evitar a passagem de sólidos em suspensão; possui profundidade adequada para
permitir corridas de filtração suficientemente longas.
Um meio duplo de areia-carvão permite o uso de carvão relativamente graúdo
sobre uma camada de areia fina, geralmente , com profundidade de 300mm. A
camada superior de carvão do tipo antracito apresenta vazios de 20 % maiores
do que a areia, provendo assim, um meio que passa de grosso para fino na
direção do fluxo. Os flocos maiores são absorvidos e retidos na camada de
carvão, enquanto que o material mais fino é retido na camada de areia.
Consequentemente, o leito apresenta uma profundidade efetiva de filtração
maior, evitando a colmatação prematura.

+ +  Clarificação:

A clarificação pode ser definida como sendo a remoção da matéria finamente


dividida e em suspensão em uma água. A clarificação quando necessária é o
primeiro passo a ser dado em qualquer tratamento de água. A ela, sucede outros
tipos de tratamento mais sofisticados, como remoção de ferro, manganês,
amônia ou remoção da dureza, da alcalinidade, do oxigênio dissolvido e de gás
carbônico, destilação, desmineralização etc. Normalmente na clarificação, existe
uma etapa preliminar de pré-decantação com a finalidade de reduzir o teor de
silte e matéria orgânica decantável, anterior à adição de produtos químicos. A
clarificação de modo geral compreende quatro etapas:

+ ,  Coagulação:

A coagulação exige a adição e mistura rápida de um produto


químico(coagulante) à água a ser tratada. A reação química resultante neutraliza
as cargas das partículas coloidais e forma um precipitado(flocos) para a remoção
subsequente. O mecanismo da coagulação consiste em alterar a carga das
partículas(neutralização), provocando a aglutinação das mesmas, formando
aglomerados maiores, tendo como conseqüência um aumento na velocidade de
sedimentação do conjunto das partículas (flocos). A carga negativa das
partículas é causada por uma camada fixa de ânions, seguida de uma camada
fixa de cátions e ânions. A predominância de ânions na estrutura resulta na carga
negativa. A neutralização das cargas negativas pode ser efetuada pela adição de
substancias que possuam cátions polivalentes, estes substituem os monovalentes
da estrutura da partícula, havendo como conseqüência a neutralização das
cargas, diminuindo o potencial zeta, favorecendo a junção das partículas.
Esquematicamente, temos: O sulfato de alumínio(alumem), sulfato ferroso,
cloreto férrico e sulfato férrico reagem com a alcalinidade natural da água , ou
adicionada, para formar polímeros como o hidróxido de alumínio, ou hidróxidos
de ferro, de acordo com as reações:

a. reações com a alcalinidade natural

Al2(SO4 )3.18H2 O + 3Ca(HCO3)2 ¦2Al(OH)3 + 3CaSO4 + 6CO2 + 18H2 O

b. reações com a alcalinidade adicionada

1. Al2(SO4 )3 + 3Na2CO3 + 4H2O ¦ 2Al(OH)3 + 3Na2SO4 + 3CO2 + H2 O


2. 3Ca(HCO3 )2 ¦ 3CaSO4 + 2Al(OH)3 +18H2O
3. 3Al2(SO4)3 + 3CaCO3 + 3H2 O ¦ Al2 (OH)6 + 3CaSO4 + 3CO2
4. CO2 + H2O ¦ H2CO3

A floculação consiste na reunião de vários flocos pequeno, mediante agitação


lenta. A água floculada passa então para a fase de sedimentação.
+ -  Cloração (pré e pós):

No tratamento de água as funções do cloro tem como objetivos:

1.como desinfetante, para destruir ou atenuar os microorganismos;


2.como oxidante, para modificar o caráter químico de diversas substâncias
contidas na água.
3.como oxidante e desinfetante de modo simultâneo.

É, comumente, o primeiro e último passo no tratamento, provendo


desinfecção da água bruta e estabelecendo o residual de cloro na água tratada. A
pré-cloração em excesso e o carvão ativado são usados para remover os
compostos que produzem odores e gosto.
A cloração é a injeção de um produto químico clorado, altamente oxidante à
água. A finalidade desta operação é oxidar diversas impurezas contidas na água.
A cloração é usada no tratamento de água para efetuar a desinfecção, visando a
destruição de microorganismos patogênicos, controle dos microorganismos e
para a oxidação. Como agente oxidante é usado na remoção de ferro e
manganês, destruição de compostos causadores de gosto e odor, e na eliminação
do N2 amoniacal.

+ - ô  Química do cloro:

O cloro é mais pesado do que o ar. Possui cor verde-amarelo, é um gás tóxico.
O cloro em reação com a água tende a abaixar o pH desta, enquanto os
hipocloritos tendem a aumentá-lo.
É um agente oxidante forte; reagindo com uma grande numero de substâncias.
O cloro líquido é extremamente corrosivo, as tubulações deverão ser de
materiais resistentes à corrosão. O seu vapor irrita o sistema respiratório,
podendo causar acidentes se houver exposição prolongada ao mesmo. Os
hipocloritos são sais do ácido hipocloroso (HOCl). A forma mais utilizada é a do
Hipoclorito de Cálcio (Ca(OCl)2. O Ca(OCl)2 contem cerca de 70% de cloro
disponível. O hipoclorito de sódio (NaOCl), normalmente está disponível no
mercado na forma líquida (água sanitária), tendo concentração entre 5 e 15% de
cloro disponível. A maioria das estações de tratamento de água utiliza o cloro
liquido(ou gasoso) por ser mais econômico. Os hipocloritos são mais utilizados
no tratamento de água de piscinas e pequenas estações de tratamento.
O cloro se combina com a água, formando o HOCl(acido hipocloroso), o qual
se ioniza para íon hipoclorito.
Abaixo de pH = 4, a maior parte do HOCl permanece não-ionizada, enquanto
acima de pH 8, a maior parte se encontra na forma de OCl¨ .
Adicionado à água, o cloro forma uma mistura de ácido hipocloroso e ácido
clorídrico. Na temperatura ambiente, esta reação leva apenas alguns segundos
para se completar. Em soluções diluídas, em pH acima de faixa de 4,0, a reação
se desloca completamente para a direita, existindo no equilíbrio uma quantidade
muito pequena de Cl2. A ação desinfetante do cloro é reputada ao acido
hipocloroso formado.
O ácido hipocloroso se dissocia para formar o íon hipoclorito( OCl-) e íons
hidroxônio. Esta reação é reversível, e, o seu sentido vai depender do pH e da
temperatura.
HOCl Å H+ + OCl-

Em pH abaixo de 6.0, a reação acima está deslocada para a esquerda,


significando que a ação desinfetante é mais efetiva. Entre pH 6.0 e 8.5 o ácido
hipocloroso passa de um estado pouco dissociado até uma completa dissociação.
Para um pH de 7,8, predomina completamente o íon hipoclorito (OCl-).
Normalmente a faixa de pH das águas de abastecimento, o cloro vai estar na
forma de ácido hipocloroso e íon hipoclorito.

Cl2 + H2O ¦ HCl + HOCl Å H+ + OCl-

Os hipocloritos adicionados à água formam o íon hipoclorito diretamente

Ca(OCl)2 + H2 O ¦ Ca++ + 2OCl- + H2 O

O cloro existente na água, como ácido hipocloroso e íon hipoclorito, é


definido como %& &   0&.
O cloro reage rapidamente com compostos amoniacais contidos na água,
formando as cloraminas

HOCl + NH3 ¦ H2 O + NH2Cl (monocloroamina)


HOCl + NH2Cl ¦ NHCl2 + H2O(dicloroamina)
NHCl2 + HOCl ¦ NCl3 + H2O(tricloroamina).

Os produtos da reação dependem do pH, da temperatura, do tempo e da razão


inicial entre cloro e amônia.
O cloro combinado quimicamente com o nitrogênio amoniacal, ou compostos
nitrogenados orgânicos(proteínas e amino-ácidos) é denominado cloro
combinado disponível.
Os residuais de cloramina declinam a um valor mínimo conhecido como
"breakpoint". Dosagens em excesso alem do breakpoint produzem residuais de
cloro livre. A curva de breakpoint é particular para cada água testada, pois a
demanda de cloro depende da concentração de amônia, presença de outros
agentes redutores, período de contato entre a aplicação de cloro e o teste de
residual, e outros fatores.
Desinfeção a aplicação mais comum da cloração é a desinfecção da água
potável, visando a destruição de microorganismos causadores de doenças. A
ação bactericida do cloro resulta da reação química entre o HOCl e a estrutura
celular da bactéria ou vírus. A taxa de desinfecção depende da concentração e
forma residual do cloro disponível, período de contato, pH, temperatura e outros
fatores. O HClO é mais eficiente do que o íon hipoclorito(OCl-) , assim o poder
de residual livre de cloro decresce com o aumento do pH. A ação bactericida do
cloro combinado disponível é significativamente menor que o do cloro residual
livre. A pratica atual da desinfecção é baseada no estabelecimento de um dado
residual de cloro durante o tratamento e, depois, manter um outro valor
adequado até atingir o consumidor. Assim, a maior parte de qualidade da água
tratada se resume na determinação do residual de cloro no sistema de
distribuição.
A desinfecção é o objetivo principal, mais corrente da cloração. Cloração e
desinfecção atualmente podem ser usados como sinônimos; apesar do cloro
poder ser usado com outras finalidades.
Como regra geral, a cloração é desistimulada à medida que o pH aumenta; por
outro lado o aumento da temperatura faz aumentar a velocidade das reações de
cloração.
Outras reações do cloro com a água:

H2S + 4Cl2 + 4H2 O ¦ H2SO4 + 8HCl

O cloro também oxida compostos de ferro e manganês. Para haver uma


oxidação destes compostos o pH deve estar acima de 7,0 e o cloro deve estar na
forma de um residual livre. A ação das cloraminas sobre o H2S, ferro e
manganês é mínima.
Os residuais de cloro mínimo(*) recomendados para ação bactericida são
listados na Tab. 13. seguinte:

Tab. 13. residuais de cloro:

pH Residual mínimo de cloro livre disponível após 10 minutos de Residual mínimo de cloro c
contato (mg/l) disponível após 60 min. de

6,0 0,2 1,0

7,0 0,2 1,5

8,0 0,4 1,8

9,0 0,8 3

10,0 0,8 3

*temperatura da água: 20-25 CP .

Somente o HClO não dissociado é considerado um agente antivírus eficiente.


A cloração no break-point pode ser usada como passo inicial no tratamento,
estabelecendo e retendo um residual de cloro livre ao longo do processo de
tratamento. A cloração da água é efetuada usando-se os residuais livre e
combinado. O último envolve a aplicação de cloro para produzir cloramina com
amônia natural ou adicionada. Embora o residual combinado seja muito menos
eficiente como desinfetante do que o livre, sua aplicação mais comum se da no
pós-tratamento, seguindo a cloração com residual livre, a qual fornece a
desinfecção inicial. As cloraminas provém e mantém um residual estável ao
longo do sistema de distribuição. A cloração no breakpoint das águas
superficiais, pode ser usada para destruir gostos e odores objetáveis, para
eliminar bactérias e minimizar o desenvolvimento biológico nos filtros e no
sistema de distribuição.

+ -  Precloração:
É realizada imediatamente após a captação da água(antes da clarificação)
É usada para oxidar , com o objetivo de modificar o caráter químico da água.

+ -  Poscloração:

Quando efetuada após a cloração, é usada com o propósito de desinfecção da


água.

+ - !  Decloração:

É utilizada quando existe um residual de cloro acima do qual a água se torna


com características indesejáveis ou estéticas. A decloração é a redução parcial
ou total do residual de cloro na água mediante qualquer tratamento físico ou
químico. A filtração com carvão ativado é o processo mais utilizado para a
remoção do excesso do residual de cloro.

+ - "  Demanda de cloro:

As substancias que consomem cloro num processo de cloração são as


substâncias inorgânicas redutoras, os compostos amoniacais, as proteínas e os
materiais carbonosos. Logo a adição de cloro com objetivos de desinfecção
posterior deverá prever se haverá residual de cloro para tal, em virtude de estas
reações consumirem o cloro e em geral serem reações rápidas.
A demanda de cloro é definida como sendo a diferença entre a quantidade de
cloro aplicada à água e ao do cloro disponível livre e combinado(total), que
permanece na água após o período de contato pré-estabelecido. A demanda de
cloro expressa as condições de equilíbrio existente das reações químicas do
cloro com a água em condições conhecidas.

+ .  Desinfecção da água com ozônio:

O ozônio(O3 ) é uma forma alotrópica altamente oxidante do elemento


químico oxigênio.
O ozônio é um gás de cor azul, muito solúvel na água e instável.
Sendo um poderoso oxidante ,tem uma ação desinfetante mais intensa e mais
rápida do que o cloro. É o germicida mais poderoso que se conhece.
O ozônio devido a sua instabilidade deve ser gerado no próprio local de uso.
É um gás tóxico, sua concentração no ar não deve ultrapassar o teor de
0,1ppm em volume. Sua concentração na atmosfera não poluída na superfície
terrestre apresenta teores na faixa de 0,02-0,03 ppm(Richter, C.A e Azevedo
Netto, J.M, Tratamento de água, 1991, pp308-310).

+ . ô  Efeitos da ozonização:

A aplicação do ozônio à água tem vários efeitos:

1. oxidação da matéria orgânica, produzindo ozonidas e CO2;


2. alvejamento e melhoria da cor;
3. redução dos teores de ferro e manganês;
4. ação sobre os ácidos húmicos, formando produtos biodegradáveis;
5. desintegração dos fenóis;
6. remoção de algumas substâncias orgânicas não biodegradáveis;
7. não forma compostos objetáveis com a amônia.

O ozônio é mais eficiente do que o cloro na eliminação de esporos, cistos de


amebas e de polivírus.
Com um residual de 0,2 mg/l reduz mais de 99% dos coliformes. Destrói as
cercarias dos esquistossomos em apenas 3 minutos, com dosagens de 0,9 mg/l.
A demanda do O3 (ozônio) é muito influenciada pelo teor de matéria orgânica.
As dosagens usuais são da ordem de 0,3 a 2,0 mg/l.
Uma grande desvantagem da ozonização, é o fato de que os residuais obtidos
não são persistentes, desaparecendo em pouco tempo.
O ozônio pode ser gerado, fazendo-se passar o ar (oxigênio) através de
descargas elétricas de alta voltagem, com corrente alternada:

O2¦ O+ + O-
O+ + O- + e ¦ O2
2O+ + O- + M ¦ O3 + M

M é uma molécula estabilizadora utilizada para retirar o excesso de energia


estabilizando a molécula de ozônio. A concentração de ozônio formada nos
ozonizadores está em torno de 1 a 2 %, em geral 1,7 %. Isto significa que a
reação (3), formadora do ozônio não é a predominante, e, sim a reação (2).
A energia gasta na pratica na obtenção do ozônio é de 14- 18 watt hora/grama
de O3.
O ozônio é muito agressivo e os ozonizadores são construídos com materiais
resistentes à corrosão.
O ozônio deverá ser misturado à água através de sistema que aumentem a sua
difusão na água.
A água contendo ozônio se torna altamente corrosiva.
O ozônio não apresenta os inconvenientes como o do cloro com substâncias
contendo amônia.
A tendência atual é a de aplicar o ozônio a águas relativamente poluídas
primeiro e, depois desinfetar com cloro, para assegurar residuais persistentes.

+ ô/  Fluoretação:

O excesso de flúor nas águas potáveis pode causar a fluorose dental ou


mancha nos dentes(concentrações acima de1,5 mg/l), sem decrescer a incidência
de cáries em crianças. Por outro lado, as comunidades, cuja água potável não
contem flúor, apresentam uma alta incidência de cárie dental. Concentrações
ótimas de flúor na água potável, geralmente na faixa de 0,8 a 1,2 mg/l, reduzem
as cáries dentárias a um mínimo, sem causar fluorose sensível. Pesquisas
recentes tem demonstrado que a fluoretação dentro da faixa indicada também
beneficia os adultos, reduzindo a ocorrência de osteoporose e endurecimento das
artérias. Os compostos de flúor usados na fluoretação são o H2SiF6(ácido flúor
silícico), (NH4)2SiF6, (fluosilicato de amônia), (fluosilicato de sódio) Na2SiF6 e
fluoreto de sódio, NaF. Na tabela 14 seguinte, contem os dados dos principais
compostos utilizados na fluoretação de águas.

Tab. 14. compostos de flúor para fluoretação de águas:

Característica NaF(fluoreto de sódio) Na2SiF6(fluosilicato de H2SiF6 (ácido flu


sódio)

Íon flúor (F-), % 45 61 79

Peso molecular 42 188 144

Pureza comercial 90 a 98 98 a 99 22 a 30

Forma comercial Pó ou cristais Pó ou cristais finos Líquido

Dosagem necessária em 2,26 % (98 %) 1,67 (98,5 %) 4,21 (30 %


mg/l de F- por litro, com a
pureza indicada

O flúor deve ser aplicado num ponto em que toda a vazão de água tratada
passe. O flúor pode ser aplicado numa estação de tratamento pode ser
introduzido num canal ou tubulação efluente dos filtros, ou diretamente no poço
de água filtrada. Sempre que possível, o flúor deve ser aplicado após a filtração,
para evitar perdas que possam ocorrer, resultado de reações com outras
substâncias químicas. Principalmente águas bem abrandadas e clarificadas. Os
pontos de injeção do flúor devem ser os mais distantes possíveis dos pontos de
qualquer composto que contenha ácido, de modo a minimizar as perdas por
precipitação .

,          


$   (Bellew,E.F.; Ch. Eng.,
March,13,1978,pp.85-91).

As águas industriais para processo e resfriamento, possui vários


contaminantes. Alguns deles são prejudiciais à saúde, outros causam problemas
no processo: depósito nas tubulações, contaminação do produto, corrosão.
Uma técnica muito utilizada envolve a precipitação química, que envolve os
seguintes estágios:
1.Clarificação. A clarificação ou coagulação objetiva reduzir a turbidez e
usualmente, cor. Uma água isenta de turbidez e cor é essencial para
abastecimento público e fonte de água para processos industriais.
2. Abrandamento com cal ou cal/soda
O processo utilizando cal ou cal/soda é utilizado para fins de obtenção de
uma água para caldeiras para minimizar os problemas com depósito e corrosão
resultantes de dureza e alcalinidade(bicarbonatos).
3. Remoção de ferro ou manganês(ou de ambos). O ferro e manganês
ocorrem nas formas reduzidas nas águas profundas(poços). O processo envolve
a oxidação dos compostos contendo Fe e Mn. Estes compostos oxidados, são
precipitados e removidos por sedimentação e filtração .
Coagulação (clarificação). A coagulação química não e somente um
processo de precipitação química. A clarificação consiste na formação de um
precipitado insolúvel ou pouco solúvel quando uma ou mais substâncias são
adicionadas suprimento de água. O processo combina a neutralização das cargas
das partículas com a precipitação química.
Turbidez e cor normalmente são causadas por partículas coloidais. A
coagulação envolve a coalescência das partículas coloidais na fase dispersa pela
adição de um eletrólito(coagulante), com o objetivo de redução das cargas
elétricas das partículas, removendo-se a barreira para a união delas num
aglomerado de partículas unidas. Este aglomerado de partículas possui um
tamanho muito maior do que as partículas individuais, sendo rapidamente
sedimentado pela ação da gravidade. A tabela 15, a seguir contem a faixa de
tamanho de partículas usualmente encontradas em fontes de água para
abastecimento

Tab.15. Faixa de tamanho de partículas em fontes de água p/ ab. Público

Impurezas Tamanho de partícula, nm Estabilidade

Solução verdadeira Menor do que 1 Completamente estável

Dispersão coloidal 1 a 500 Pode permanecer dispersa


por anos

Suspensão Maior do que 500 Sedimenta rapidamente

As partículas pertencente ao tamanho coloidal ou no jargão de tratamento de


águas (sólidos suspensos) desenvolvem cargas eletrostáticas . Esta cargas
usualmente são negativas, tendo como conseqüência a repulsão mútua entre as
partículas. Uma explicação para o desenvolvimento de semelhante carga é dada
pela alto valor da área específica das partículas. Na coagulação adiciona- se
substâncias (eletrólitos) que possuam cátions com elevado número de oxidação,
como sais contendo Al+++, Fe+++ , Fe++, Mg++, Ca++ , entre outros. Estes cátions
adicionados, neutraliza as cargas , diminuindo-se o potencial zeta das partículas
coloidais existentes na água, possibilitando a aproximação das partículas entre-
si, permitindo a sua aglomeração, crescimento do floco formado e, sua
conseqüente decantação rápida. Na tabela 16, a seguir, contem os principais
coagulantes e seu poder relativo quanto à ação coagulante de eletrólitos
positivos e negativos.

Tab.16. poder de coagulação de alguns eletrólitos:

Eletrólito Colóides positivos Colóides negativo

NaCl 1 1
Na2SO4 30 1

Na3PO4 1000 1

BaCl2 1 30

MgSO4 30 30

AlCl3 1 1000

Al2(SO4 )3 30  1000

FeCl3 1 1000

Fe2(SO4 )3 30  1000

Adaptado de Bellew,E,F.1978

A reação do sulfato de alumínio com a água, forma hidróxido de alumínio, este


sendo reputado como o responsável pela coagulação das partículas. Forma-se
também ácido sulfúrico, este podendo neutralizar a alcalinidade natural ou
adicionada porventura existentes nas água, conforme as reações (1) e (2), a
seguir:

Al2(SO4 )3 + 6H2 O ¦ 2Al(OH)3 + 3H2SO4 (1)

H2SO4 + Ca(HCO3 ) ¦ CaSO4 + 2H2 O + 2CO2 (2)

Em torno de cada 4 ppm de alcalinidade é neutralizada para 10 ppm de sulfato


de Al adicionado. Isto posto, quando a água já contém uma alcalinidade natural,
não precisamos de corrigir o pH com cal ou barrilha. Só precisaremos de corrigir
o pH(adição de cal ou barrilha), quando a água não tiver alcalinidade natural
suficiente, isto é, tiver caráter ácido. A faixa de pH, para a coagulação do sulfato
de Al, está entre 5,5 a 8,0; no entanto, é ideal coagularmos em pH entre 6,0 a
7,0.
Os coagulantes baseados em sais de ferro, podem trabalhar em faixas de pH
mais amplas, como de 4-11. Mas, como o sulfato, eles são normalmente
utilizados em pH entre 6,0- 7,0.

, ô  Auxiliares de coagulação:

Quando a coagulação se completa, os flocos formados são de tamanho não


muito grande e de baixa densidade. Os auxiliares de floculação(polieletrólitos)
são adicionados com o objetivo de os flocos crescerem, aumentando de modo
apreciável a velocidade de sedimentação. Os polieletrólitos moléculas de alto
peso molecular, ou seja, polímeros solúveis em água, com grupamentos capazes
de ionização, originando íons grandes carregados. Os polieletrólitos poderão agir
segundo mecanismos catiônicos, aniônicos ou noniônicos. Os catiônicos e
aniônicos provavelmente possuam mecanismos eletrostáticos de ação; os
noniônicos formam pontes por mecanismos físicos.
Não existe regra geral para a escolha do auxiliar de coagulação. O auxiliar de
coagulação mais eficaz, faixa de pH, tipo de polímero(catiônico, aniônico e
noniônico), e dosagem ideal do polieletrólito , só pode ser efetuada por meio do
"teste do jarro".
O tipo de equipamento a ser utilizado na clarificação também é importante.
Existe dispositivos acionados por motores providos de pás e hélices, além de
dispositivos hidráulicos como a calha Parschall, onde combina-se a ação da
gravidade com obstáculos à passagem da água, gerando uma capacidade de
mistura de líquidos.

,  Abrandamento da água:

A dureza da água é causada pelos íons Ca++ e Mg++, resultantes do contato da


água com formações geológicas. Em menor grau, podem contribuir com a
dureza os íons divalentes (Fe, Sr e o Mn). Os ânions associados a estes cations
os principais são o carbonato, o sulfato, cloreto e nitrato.
O abrandamento consiste na eliminação parcial destes sais. Este
abrandamento, vai proporcionar uma água que consome menos detergentes,
controlar a formação de incrustações e a prevenção da corrosão. A dureza devida
aos bicarbonatos de Ca e Mg é denominada dureza de carbonatos ou dureza
carbonatada. A dureza provocada pelos cloretos e sulfatos é denominada dureza
não carbonato.
O nível máximo de dureza para abastecimento publico é de 300 a 500mg/l.O
abrandamento com cal à temperatura ambiente é muitas vezes considerado uma
etapa além da clarificação. Ela reduz drasticamente o teor de sólidos dissolvidos
alem da dureza. O abrandamento com cal e barrilha é aplicado a águas que
apresentam dureza não-carbonato. Para tratamento com cal/barrilha a
alimentação da barrilha está correta quando o cálcio atingir 35 ppm. O
abrandamento por precipitação emprega cal(CaO) e carbonato de sódio, para a
remoção do Ca e Mg da solução. Adicionalmente, o tratamento com cal
apresenta como benefícios adicionais a ação bactericida, a remoção de ferro e a
clarificação de águas superficiais turvas.
Abrandamento com cal e carbonato de sódio. Alem da cal virgem, cal
hidratada e barrilha, pode se usar o CO2 no processo do abrandamento com cal e
barrilha(recarbonatação).O abrandamento empregando colunas trocadoras de
íons usa uma resina para remover os íons divalentes, substituindo-os pelo íon
sódio.

, ô  Abrandamento com cal e carbonato de sódio:

O dióxido de carbono é um gás incolor usado para a recarbonatação , no


processo de estabilização da água abrandada com cal. O gás é produzido pela
queima de um combustível como o carvão, o coque, óleo ou gás. O gás sob
pressão é forçado da câmara de combustão por meio de difusores imersos numa
bacia de tratamento.
As reações químicas no abrandamento por precipitação são:

1. CO2 + Ca(OH)2 ¦ CaCO3 + H2O


2. Ca(HCO3 )2 + Ca(OH)2 ¦ 2CaCO3 + H2 O
3. Mg(HCO3)2 + Ca(OH)2 ¦ CaCO3 + 2H2 O + MgCO3
4. MgCO3 + Ca(OH)2 ¦ CaCO3 + Mg(OH)2
5. Mg(HCO3)2 + 2Ca(OH)2 ¦ 2CaCO3 + Mg(OH)2 + 2H2 O
6. MgSO4 + Ca(OH)2 ¦ Mg(OH)2 + CaSO4
7. CaSO4 + Na2CO3 ¦ CaCO3 + Na2SO4
8. 2NaHCO3 + Ca(OH)2 ¦ CaCO3 +Na2CO3 + 2H2 O

A cal adicionada à água reage, primeiramente, com o CO2 livre, formando um


precipitado de CaCO3.(1). Em seguida, a cal reage com o bicarbonato de cálcio
presente(2). Um equivalente de cal combina com um equivalente de CO2 ou
Ca(OH)2. Dois equivalentes de cal são necessários para remover um equivalente
de bicarbonato de magnésio.
A dureza não-carbonato (sulfatos de Ca ou Mg ou cloretos) requer a adição de
carbonatos de sódio(barrilha) para a precipitação. Os limites práticos de
abrandamento para o sistema cal-soda (precipitação) são cerca de 30 a 40 mg/l
de CaCO3 e de 10 ml/g de Mg(OH)2.
A principal vantagem do abrandamento com cal é que os sólidos totais
dissolvidos são drasticamente reduzidos.
A recarbonatação da água tratada com CO2, produz estabilização da água
(neutraliza o excesso de cal), reduzindo a possível precipitação de carbonatos
nas tubulações:

Ca(OH)2 + CO2 ¦ CaCO3 + H2 O


CaCO3 + CO2 + H2 O ¦ Ca(HCO3)2

Outra rota alternativa do processo cal/soda, consiste em utiliza a soda caustica


(NaOH) em lugar da barrilha(Na2CO3).

CO2 + 2NaOH ¦ Na2CO3 + H2 O


Ca(HCO3)2 + 2NaOH ¦ CaCO3 + Na2CO3 + 2H2 O
Mg(HCO3)2 + 4NaOH ¦ Mg(OH)2 + 2 Na2CO3 + 2H2 O
MgSO4 + 2NaOH ¦ Mg(OH)2 + Na2SO4

,  Abrandamento com cal a quente:

É efetuado a temperaturas superiores à 100 P C, é utilizado quando no


processo existe necessidade de reposição de água para alimentação de caldeiras
a vapor. A cal é empregada conjuntamente com a barrilha. O processo de
abrandamento a quente sempre é provido de sistema de filtração com carvão
para a remoção dos flocos arrastados. Este tipo de abrandamento reduz a dureza
total a níveis de 5ppm de CaCO3.

,  Abrandamento e dealcalinização:

Neste processo, além da dureza, é removida a alcalinidade contida nas águas


representadas por carbonatos e bicarbonatos de sódio. Neste caso, a resina
utilizada deverá ser uma catiônica de hidrogênio. Águas para caldeiras deverão
ser isentas de bicarbonatos de sódio, devido a formação de CO2 e este ser
altamente corrosivo Este processo reduz a totalidade dos sólidos dissolvidos na
água de alimentação para as caldeiras.
Regeneração das resinas no abrandamento(caso da resina catiônica R-Na):

Esta regeneração é efetuada com uma solução de NaCl a 10 %. Uma vez


efetuada a regeneração o leito de resinas é lavado em contra-corrente, com água
desmineralizada para remover o excesso de NaCl. O óxido de ferro proveniente
das tubulações são grandes responsáveis por perda de capacidade de troca pelas
resinas.
Pode-se extrair o óxido de ferro impregnado na resina pela passagem no leito
de solução de HCl a 5-10 %. Após isto, aplica se a passagem da solução
regenerante (NaCl).

,  Troca iônica:

A troca iônica é uma reação química reversível através de substâncias


polimericas insolúveis em água que tem uma alta capacidade de trocar íons
dissolvidos na água. Dependendo do tipo de radical contido na resina, elas
poderão ser classificadas em resinas catiônicas e aniônicas.
A troca iônica no tratamento da água pode ser utilizada em vários níveis, tais
como: remoção da dureza somente (abrandamento), remoção da dureza e
alcalinidade e desmineralização.
A troca iônica é um processo pratico e flexível no tratamento de águas para
caldeiras de alta pressão. Quando se requer uma água com dureza zero ou
próxima de zero existe a necessidade de um sistema de troca iônica,
principalmente quando a dureza da água de processo(clarificada) for menor do
que 100 ppm. Normalmente faz-se primeiramente um abrandamento com cal-
soda para depois aplicar os leitos de resinas. Quando a água bruta contiver teor
de dureza baixa (30-50 ppm de CaCO3) é conveniente fazer uma clarificação
convencional e, depois, aplicar um leito de resina catiônica (abrandamento).
A resina de troca catiônica ao sódio, alem de remover a dureza representada
pelos sais de Ca Mg, remove também os sais solúveis contendo Fe, Mn e Al. A
capacidade da resina é brutalmente reduzida pela presença de cations
monovalentes na água bruta.

, ô  Resinas trocadoras de íons:

As resinas trocadoras de íons utilizadas no tratamento de água são polímeros


ou copolímeros orgânicos tais como fenóis, aldeídos, estirenos e derivados de
vinil. A maioria são sólidos granulares. Na fabricação das resinas são
adicionados via reação química de grupos ácidos ou básicos. Desta forma, pode-
se obter resinas que trocam cátions e outras que trocam ânions, com
propriedades físicas e químicas adequadas(resistência à abrasão, capacidade de
troca, etc.).
A facilidade ou dificuldade para a troca de cátions pela reação de troca iônica
é dada pela série de Hoffmeister a seguir.
A afinidade geral de íons pela resina é dada pela série de Hoffmeisteir ou
Schoeller:

H+  Rb+ Ba++  Sr++ Ca++ Mg++  K+Na+Li+.

Um exemplo clássico de resina trocadora de íons é a resina derivada do


poliestireno: Nas posições meta o poliestireno, possui hidrogênio que poderão
ser substituídos por grupos derivados do ácido sulfonico. Este grupo sulfonico se
comporta como uma resina trocadora de hidrogênio. Trocando-se o H pelo
sódio, teremos uma resina catiônica sódica. Esta resina, possui alta capacidade
de troca, resiste às mais diversas condições de pH, até 95 PC, em meio alcalino
e, até 120 C em meio acido. E perfeitamente adequada para abrandamento e
desmineralização, pois pode ser comercializada na forma sódica e na forma
hidrogenionica.

, ô ô Resinas trocadoras de íons cationicas:

As resinas trocadoras de íons catiônicas (R-H, ou R-Na), são compostas por


uma matriz orgânica polimérica (R), de caráter forte (ácido sulfônico) ou de
caráter fraco (ácido carboxilico), onde -H, ou - Na, consiste do cátion inorgânico
relevante na troca.
Em solução aquosa, assim podemos expressar de modo geral uma reação de
troca iônica com resinas catiônicas contendo o cátion Hidrogênio:

Sendo, R, a matriz orgânica polimérica, e n(H), o número de hidrogênio


(cátions) ionizáveis contidos na resina trocadora. Estes ions hidrogênio são
capazes de reação de troca com outros cátions contidos na água. A resina
catiônica do grupo do Hidrogênio (R-H2), é mais utilizada no circuito de
desmineralização ou desionisação de águas.
Quando numa resina catiônica, o cátion contido nela é o sódio(Na), ela é
denominada resina catiônica do grupo do sódio (R-Na), sendo muito utilizada
na remoção de dureza e desalcalininzação de águas. Assim se expressa a troca
catiônica utilizando uma resina do grupo do sódio:

Ex. R-Na2 + CaSO4 Å R-Ca + Na2SO4

Para uma resina catiônica do grupo do hidrogênio, assim será a reação de troca:

2R-H + Ca(HCO3 )2 Å R2Ca + 2 H2O + 2CO2


As resinas de troca catiônicas R-Na, remove a dureza das águas mas conserva
sua alcalinidade e as resinas R-H remove a dureza e cria uma certa acidez livre
no seu efluente. Na eliminação da dureza de águas com tratamento por resinas
catiônicas e aniônicas, primeiro deixa-se a água passar pelo leito das catiônicas,
pois estas são mais resistentes química e mecanicamente. Por último, a água
passa pelo leito das aniônicas que são mais fracas tanto química quanto
mecanicamente.

, ô  Resinas trocadoras de íons anionicas:

São resinas sintéticas do tipo fenol-formaldeido e do grupo poliestireno do


qual foram tornadas aniônicas pela introdução
na molécula polimérica de grupos amina básicos(aniônicos)
Resinas fortemente básicas: reagem com ácidos de acordo com a reação:

1. ‰ + HCl ¦ RNH3Cl; a adição de um álcali regenera a resina:


2. RNH3Cl + NaOH ¦ ‰ + NaCl +H2 O.

Para efeito de simplicidade representa-se a resina com a fórmula R-OH.


Estas resinas na presença de ácidos minerais fortes teriam o seguinte
comportamento:

R1NH3-OH + HCl ¦ R1 NH3Cl + H2 O

Estas resinas são muito utilizadas para desmineralizar águas que contenham
determinadas concentrações de cloretos e sulfatos, pois são adequadas para
remover ácidos fortes provenientes da coluna de resinas catiônicas durante esse
processo; não removem ácidos fracos como o ácido silícico e ácido carbônico.

-  Desmineralização de águas:

É o processo de remoção praticamente total dos íons presentes numa água.


Pode ser efetuado fazendo-se passar a água através de leitos de resinas catiônicas
do grupo do hidrogênio e leitos de resinas aniônicas. Este processo também é
denominado deionização. A deionização também pode ser efetuada num único
leito o qual seja composto de resinas catiônicas e aniônicas(leito misto). Numa
desmineralização, primeiro faz passar a água pelo leito de resinas catiônicas,
para depois ir para o leito das aniônicas, pois as catiônicas são mais resistentes
tanto química quanto mecanicamente(abrasão). O efluente das resinas catiônica
possui pH baixo, ao findar-se o ciclo da resina, o pH aumenta(diminui a acidez
mineral livre). A medida do teor de sódio é um parâmetro importante para
avaliar a capacidade do leito de resina catiônica (o sódio é monovalente,
lembrar a serie de Hoffmeister).
Águas ricas em bicarbonatos produzem muito CO2 livre, após passagem pelo
leito de resinas catiônicas, por isso é importante a instalação de
desgaseificadores para a remoção de gases.
Num leito de resinas também é importante evitar a presença de matéria
orgânica e compostos clorados, estas substancias deterioram a capacidade das
resinas principalmente das aniônicas. Para isso, antes do leito a água deverá
passar por filtros de carvão ativado. A qualidade de uma água desmineralizada
deverá ser feita pela medida do teor de sílica coloidal ou reativa. Pois a sílica é
um dos ânions de maior dificuldade de ser trocado pela resina.
Normalmente a primeira etapa da troca. É um processo descontínuo com
reações reversíveis.
Existe basicamente dois tipos de resinas: resina catiônica e resina aniônica. A
resina catiônica remove parte ou todos os cations da água(Ca, Mg, Fe, Mn,
Na..).
As resinas aniônicas removem parte ou todos os ânions da água (CO2,
alcalinidade de bicarbonatos e carbonatos, cloretos, sulfatos, sílica,...).

- ô  Desmineralização por osmose reversa:

A osmose reversa é um processo de desmineralização de águas através da


utilização de membranas semipermeaveis. O processo de osmose reversa utiliza-
se de altas pressões para conseguir reverter o processo espontâneo da osmose.
No processo espontâneo de osmose como acontece nas células dos organismos
vivos(parede celular das plantas), a concentração de sais flui de uma região mais
concentrada deste sal para outra região menos concentrada.
O processo industrial de osmose reversa, utiliza-se de uma montagem especial
no qual as membranas semipermeaveis ficam numa forma de espiral cilíndrica
com o objetivo de aumentar a área disponível para a passagem dos íons. Fig.
Unidade de osmose reversa.
A água a ser desmineralizada é forçada através de grandes pressões a entrar de
um lado do cilindro espiralado contendo a camada de membrana e a ser
permeada(coletada no outro extremo do cilindro).
A água de alimentação deverá ter baixo teor de sólidos, devendo ser
previamente filtrada em filtro de carvão ativado para eliminar o material em
suspensão e o cloro. para prevenir o entupimento do cilindro contendo as
membranas. O carvão adsorve moléculas orgânicas, cromatos, sulfetos e cloro.
O carvão também retira os peróxidos, ácido nítrico e cloro que poderiam
danificar as membranas. As membranas são do tipo de filmes finos e de
triacetato de celulose(CTA). As membranas de filmes finos, são mais sensíveis
ao cloro do que as de CTA. A água de alimentação de um sistema de osmose
reversa deverá ter o pH ajustado para 5,5-6,5. Isto ajuda a prevenção do
entupimento da camada de membranas e também manter o sistema limpo. Nem
toda água alimentada sai no permeado. Existe uma taxa de rejeição. Até seis
membranas podem ser conectadas em série, permitindo uma taxa de captura de
84 %(rejeitando 16 %). Poderemos recircular uma parte do rejeitem sistemas de
passo múltiplo, tendo uma recuperação em torno de 92 %. Para se fazer isto
precisaremos de bombas mais potentes, para manter esta vazão alta.

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