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Pessoa Jurídica
1 - Conceito
A pessoa jurídica não é algo de físico e palpável, que pode ser tocado como é o homem, pessoa
natural. É preciso que se explique por que e como o Direito reconhece personalidade com efeitos
amplos a certas entidades, cuja "realidade" é, desse modo, admitida.
Assim, a existência da pessoa jurídica e a natureza destas organizações que o Direito trata como
"pessoas", são identificadas, igualmente pelo Código Civil.
Pessoa Jurídica é o ente incorpóreo, que como as pessoas físicas, pode ser sujeito de direitos,
adquirindo patrimônio autônomo e exercendo direitos em nome próprio.
São entidades a que a lei empresta personalidade, isto é, são seres que atuam na vida jurídica,
com personalidade diversa da dos indivíduos que as compõem, capazes de serem sujeitos de direitos e
obrigações na ordem civil. ( Silvio Rodrigues)
São associações ou instituições para a realização de um fum e reconhecidas pela ordem como
sujeitos de direitos. ( Washington de Barros)
Pessoa Jurídica é a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa à concepção d certos
fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e de obrigações.(Maria Helena Diniz)
Consoante o art. 45 e 985 código civil, que estabelece regras a respeito do nascimento das
pessoas jurídicas:
Art.45 começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato construtivo no respectivo registro, precedida quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato construtivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo contado prazo da publicação e
sua inscrição no registro.
Art. 985. a sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição no registro próprio e
na forma da lei, dos seus atos constitutivos (art-45 e 1150).
A lei diz que registra-se o ato constitutivo, ou seja, o contrato social ou o estatuto à junta
comercial (registro público de empresa) ou ao cartório de pessoa jurídica. O CC denomina a sociedade
que não foi registrada de sociedade despersonificada, de maneira que os sócios respondem pessoal e
ilimitadamente pelas dívidas sociais (Art. 986 e ss).
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Pessoa jurídica de direito publico: existência decorre da lei. A pessoa jurídica de direito publico
tem seu inicio com fatos históricos, constituição, lei especial e tratados internacionais.
Já as pessoas jurídicas de direito privado são criadas por normas de natureza privada. Sua
existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção, ocorre pela lei.
Entretanto, o que importa é termos em mente, que legalmente a pessoa juridica inicia-se com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro.
São as normas ou atos jurídicos que tornam as pessoas jurídicas existentes do ponto de vista
legal, e permitem, que elas possam realizar todos os atos que não lhes sejam vedados pela lei. Assim,
as pessoas jurídicas, em seu próprio nome, poderão abrir contas correntes, contrair empréstimos etc
- Registro - o ato constitutivo deve ser levado a Registro para que comece, então, a existência
legal da pessoa jurídica de Direito Privado. Antes do Registro, não passará de mera “sociedade
de fato”.
A pessoa jurídica passa a ter existência legal a partir do registro(art 45 CC). O registro tem
natureza constitutiva
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
O art 1150 estabelece as Juntas Comerciais( Lei 8934/94) deve promover o registro dos atos
constitutivos do empresário e da sociedade empresaria: e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas, o
registro da sociedade simples.
2 - Natureza Jurídica
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Varias teorias foram elaboradas no intuito de justifica e esclarecer a sua existência em razão de
sua capacidade de direito:
Corrente negativista defendida por Planiol e Ihering: esta corrente negava existência à pessoa
jurídica, ou seja, rejeitava a condição de sujeito de direito à pessoa jurídica. Chegavam ao ponto de dizer que
elas eram condomínio ou que eram apenas um grupo de pessoas físicas reunidas.
3 - Classificação
Tal classificação da-se tendo em vista sua articulação, subordinação à ordem jurídica que lhe conferiu
personalidade, sem se ater, em regra, à nacionalidade dos membros que a compõem e a origem do
controle financeiro( LICC, art 11, CF. arts 172§ 1º e 222, CC arts. 1126 a 1411)
3.2 Quanto à função ou órbita de sua atuação: Direito Público ou Direito Privado
Conforme o artigo 40 do Código Civil de 2002, as pessoas jurídicas (admitidas pelo Direito brasileiro)
são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Eles se constituem e se extinguem geralmente mediante fatos históricos (guerras, revoluções, etc).
b) INTERNO
* O próprio poder público (administração direta) em suas manifestações (União, Estados, Municípios, Distrito Federal)
Os órgãos descentralizados (administração indireta) criados por lei, com personalidade jurídica própria, para desempenhar
funções especiais de serviço público.
Autarquias e Fundações de direito público.
a) União, que designa a nação brasileira. O Estado é a pessoa jurídica de direito publico por
excelência; é a nação politicamente organizada. Nos Estados de organização federativa, desdobra-se a
pessoa jurídica, como entre nós, em estado federados e municípios.
b) Estados Federados: se regem pela Constituição e pelas Leis que adotarem. Cada estado
federado possui autonomia administrativa, competência e autoridade na seara legislativa, executiva e
judiciária, decidindo sobre negócios locais.
A personalidade jurídica do Estado federado surge da Carta magna, que enumera suas
atribuições, reconhecendo seus direitos e prerrogativas.
d) Territórios:
e) Municípios : assim como as demais Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno, são
entidades político-administrativas, tem autonomia (política, administrativa e financeira), sendo
também como entidades estatais, componentes da estrutura federativa.
**Grandes partes dos doutrinadores entendem que aqui se enquadram as agencias reguladoras
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Apenas para ilustrar, a Universidade de São Paulo é uma autarquia. É um serviço público do
Estado, mas organizado como se fosse um ente particular, com a descentralização e a autonomia
indispensáveis a uma entidade dessa natureza.
A USP não tem suas despesas discriminadas no orçamento geral do Estado, porquanto recebe
uma dotação maciça única, que é, depois, aplicada por seus órgãos de administração, estando previstas
em lei, assim como nos demais casos, a sua forma de controle e fiscalização, é exercida pelo Tribunal
de Contas do Estado.
h)as demais entidades de caráter público criadas por lei: Fundações Públicas (ex: Fundação
Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência) que surgem quando a lei individualiza
a)Sociedades:
b) Partidos Políticos: pessoa jurídica de direito privado caracterizada pela união de pessoas com a
finalidade específica de exercer a atividade política. Não tem fins lucrativos
Os partidos Políticos são estudado pelo Direito eleitoral, estando regulados por lei própria ( Lei
9096/95)
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Devem ter seus atos registrados no Registro Civil de Pessoas Jurídicas(art 114, Lei 9096/95),
devendo todavia registrar-se junto ao TSE para que possa exercer direitos eleitorais.
Essa pessoa jurídica não esta disciplinada do Código Civil de 2002, e de acordo com o art 2031,
parágrafo unico fica dispensadas de a ele se adequar
Prevalece em relação as associações religiosa o que for previsto nos seus atos contitutivos, não
podendo criar disposições incompatíveis com o sistema jurídico, notadamente a Carta Magna.
d) Associações
LEI No 9.790, DE 23 DE MARÇO DE 1999. Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de
Parceria, e dá outras providências.
e) Fundações de direito privado: as fundações resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura
pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina.
• AS DE SERVIÇOS SOCIAIS: elas são de direito privado, criadas por lei, registradas no CRPJ, seus
recursos normalmente são repassados pelo INSS e fiscalizadas pelo TCU.
Quanto à estrutura interna: corporação (conjunto ou reunião de pessoas, tem como finalidade os
seus sócios, tem finalidade interna) ou fundação (reunião de bens, têm objetivos externos,
estabelecidos pelo seu fundador; p. ex.: Fundação Ayrton Senna).
Dividem-se em:
a)Associações: não tem fins lucrativos, mas sim religiosos, esportivos, morais, culturais, recreativos (clubes). Ex.:
Times de futebol (ainda, porque a Lei Pelé ordenou que eles virassem empresas), ACM (Associação Cristã de Moços),
Apae.
b) Sociedades: podem ser civis ou comerciais. Elas visam lucro. As sociedades comerciais fabricam ou vendem bens
(produtos). As sociedades civis são prestadoras de serviço e geralmente são constituídas por profissionais da mesma área
ou profissão.
Constituem-se as associações a união de pessoas que se organizem para fim não econômico, não
havendo entre associados direito e obrigações recíprocas, conforme art. 53.
Já as sociedades, como dispõe o art. 981, são constituídas por pessoas que tenham em vista
realizar fins econômicos, obrigando-se a contribuir com bens ou serviços para alcançar os resultados a
serem partilhados entre si.
Uma das inovações na nova Lei Civil de 2002 consta na disciplina autônoma da vida societária,
destinando-lhe uma de suas partes especiais, à qual foi dada o nome de Direito de Empresa. Essa
denominação se justifica porque nela se trata mais amplamente da "sociedade empresária" que pode
ser comercial, industrial ou de prestação de serviços, sendo organizadas segundo um dos tipos
previstos no Código.
Em regra é o conteúdo, ou tipo de atividade que dá qualificação jurídica a uma entidade e, não,
a sua forma. Assim, por exemplo, se uma associação se organizar sob forma de sociedade por quotas
de responsabilidade limitada, que é tipicamente empresarial, será civil se visar, por exemplo, à
satisfação de finalidades recreativas ou culturais. As associações caracterizam-se, de modo geral, pelo
exercício de atividades de natureza cultural, comum a todos os membros da convivência, ou de
atividades que exigem qualificação especifica nas quais o elemento pessoal é dominante. Na realidade,
porém, varia, de País para País, e no decurso do tempo, dentro de um mesmo ordenamento, os critérios
adotados pelo legislador para considerar civil este ou aquele tipo de entidade. Às vezes, é a tradição
que matem no quadro das pessoas jurídicas civis entes que a rigor já reúnem todos os característicos de
estrutura empresária.
Existe Patrimônio, mas ele é elemento secundário, apenas um meio para a realização de um fim.
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• Constituem um acervo de bens, que recebe personalidade para a realização de fins
determinados
• Compõem-se de dois elementos:
o Patrimônio
o Fim (estabelecido pelo instituidor e não lucrativo)
O art. 62 estabelece:
"Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destinam, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins
religiosos, morais, culturais ou de assistência."
A fundação:
• recebe personalidade para a realização de FINS PRÉ-DETERMINADOS;
• têm objetivos externos, estabelecidos pelo instituidor;
• o Patrimônio é o elemento essencial;
• Não visam lucro.
• São sempre civis.
b) Elaboração dos Estatutos – Pode ser direta ou própria (feita pelo próprio
instituidor) ou fiduciária (feita por pessoa de sua inteira confiança, por ele designado).
Caso não haja a elaboração do Estatuto, o Ministério Público poderá tomar a iniciativa
de fazê-lo.
Fundações de direito privado: as fundações resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura pública,
que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina. É um patrimônio personificado (Art. 62). A fundação se
personifica com o registro do seu ato constitutivo (estatuto). Por ato particular não é possível. Ela não pode gerar lucro para os seus
administradores, ela persegue um ideal como as associações. Só pode ser constituída para fins morais, culturais, religiosos ou de
assistência. A elaboração do estatuto pode ser feita diretamente pelo instituidor ou por um terceiro (elaboração fiduciária) ou
supletivamente pelo MP (Art. 65). Quem aprova o estatuto da fundação é o MP, que além dessa função, tem o encargo de fiscalizar
todas as fundações. O § 1º do Art. 66 deve ser visto com ressalva, uma vez que a fiscalização no DF deve ser feita pelo MPDFT. O
Código Civil fala que quem fiscaliza é o MPF (parágrafo inconstitucional - existe uma ADI proposta pela CONAMP no sentido de
declarar a inconstitucionalidade para fazer retornar a competência para o MPDFT, inclusive já com parecer favorável à procedência da
ADI 2794). Cuidado com o Art. 67: cuida da alteração do estatuto. Às vezes a alteração não é unânime (2/3 de quorum), a minoria
vencida pode impugnar a alteração do estatuto na forma do Art. 68 (10 dias – prazo decadencial). Requisitos para a criação: Dotação
patrimonial (afetação de bens livres) escritura pública ou testamento (somente) estatuto aprovação do estatuto (pelo MP)
registro civil do estatuto no cartório de pessoa jurídica. A fundação pública instituída pela União, estado ou município, na forma
da lei, rege-se por preceitos próprios de direito administrativo.
SOCIEDADE
Art. 47
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Enunciado 145 do CJF conclui que o at 47 do CC “ não afasta a aplicação da teoria da aparência”.
Personalidade legal
A personalidade legal de uma pessoa jurídica, incluindo seus direitos, deveres, obrigações e ações, é
separada de qualquer uma das outras pessoas físicas ou jurídicas que a compõem. Assim, a
responsabilidade legal de uma pessoa jurídica não é necessariamente a responsabilidade legal de
qualquer um de seus componentes. Por exemplo, um contrato assinado em nome de uma pessoa
jurídica só afeta direitos e deveres da pessoa jurídica; não afeta os direitos e deveres pessoais das
pessoas físicas que executaram o contrato em nome da entidade legal.
— Convencional: seus sócio decidem assim, se reúnem e decidem por fim à empresa.
— Administrativa: decorre da cassação da licença para as que exigem autorização do poder executivo
(bancos e seguradoras, por exemplo).
— Legal: ocorre qualquer dos casos previstos no art. 1399, do Código Civil: I - pelo implemento da
condição, a que foi subordinada a sua durabilidade, ou pelo vencimento do prazo estabelecido no
contrato; II - pela extinção do capital social, ou seu desfalque em quantidade tamanha que a
impossibilite de continuar; III - pela consecução do fim social, ou pela verificação de sua
inexeqüibilidade; IV - pela falência, incapacidade, ou morte de um dos sócios;.
há casos especiais em que a personalidade jurídica pode ser desconsiderada, possibilitando o juiz, em
determinado processo judicial, a atingir o patrimônio dos sócios ou responsáveis pela pessoa jurídica: é
a desconsideração da personalidade jurídica ("disregard of legal entity").
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A personificação da pessoa jurídica opera-se no momento do seu registro civil (art 45CC e art
985 CC)1.
Bancos para se constituírem legalmente necessitam além do registro em cartório de uma
autorização específica do Banco Central, é algo excepcional, a regra é que a pessoa jurídica se
constitui com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro. Algumas exigem para a sua
constituição e funcionamento, autorização ou aprovação especial do poder executivo. Segundo Caio
Mário a falta dessa autorização gera a inexistência da pessoa jurídica.
A lei diz que registra-se o ato constitutivo, ou seja, o contrato social ou o estatuto à junta
comercial (registro público de empresa) ou ao cartório de pessoa jurídica. O CC denomina a sociedade
que não foi registrada de sociedade despersonificada, de maneira que os sócios respondem pessoal e
ilimitadamente pelas dívidas sociais (Art. 986 e ss).
Pessoa jurídica de direito publico: existência decorre da lei. A pessoa jurídica de direito publico
tem seu inicio com fatos históricos, cenação constitucional, lei especial e tratados internacionais.
Já as pessoas jurídicas de direito privado são criadas por normas de natureza privada. Sua
existência legal (personalidade), ou seja, sua criação e extinção, ocorre pela lei.
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. O art. 45 chega a ser até pedagógico no sentido de que dá uma noção, mais do que uma
determinação ou preceito. Reza esse artigo:"Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito
privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, procedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que
passar o ato constitutivo".
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