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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

MECÂNICA
DOS
MATERIAIS

FORMULÁRIO
TEXTOS
EXERCÍCIOS

Prof. Marco Aurélio de Teixeira e Lima


Campina Grande – Mar/2009
FLAMBAGEM

1 – INTRODUÇÃO

Consideramos flambagem o processo de instabilidade que pode ocorrer em barras


prismáticas submetidas a cargas axiais de compressão: brusca mudança em sua
configuração inicial.
Denominamos coluna ao elemento estrutural submetido a compressão, no qual o
comprimento é muito grande em relação às dimensões da seção transversal. Alguns autores
estimam esta relação em aproximadamente10 vezes.
Classificamos as colunas pelo seu comportamento no regime de ruptura em:

- LONGAS - falham por flexão lateral ou flambagem


- CURTAS - falham por esmagamento (material frágil) ou escoamento
(material dúctil)
- INTERMEDIÁRIAS - falham num processo misto, combinação de esmagamento
(ou escoamento) e flambagem

Por carga crítica de flambagem ou simplesmente carga crítica, entendemos a maior


carga de compressão centrada que se pode aplicar à coluna sem provocar instabilidade
lateral.

2 - CARGA CRÍTICA

Seja uma coluna vertical, articulada em suas extremidades. Apliquemos uma força
horizontal H em seu ponto médio, de modo que produza flexão segundo seu eixo de menor
inércia.
Como as tensões de flexão são proporcionais à flecha, não apresentam qualquer
variação se adicionarmos uma força P axial em cada extremo, fazendo com que H diminua
simultaneamente, de modo que a flecha central δ não varie.
Assim, o momento fletor no centro da coluna vale
H L
M= ⋅ + P ⋅δ
2 2
E quando H se anula, M = Pcr ⋅δ onde Pcr é a carga necessária para
manter a coluna fletida sem empuxo lateral.

2
Figura 1
Um pequeno incremento em P sobre o valor crítico fará com que aumente δ , o que
aumentará M, que aumentará δ e assim sucessivamente até que a coluna entre num
processo de instabilidade e falhe devido à flambagem.

CARGA DE EULER

Determinaremos a carga crítica através da equação diferencial da linha elástica,


considerando a coluna indicada na figura 8.1 c.
Tomando a origem numa das extremidades, temos :
d2y
EI = −M ( x ) = −P ⋅ y (1)
dx 2
d2y P
ou, + ⋅y = 0 (2)
dx 2 EI
uma equação diferencial linear de coeficientes constantes, pois estamos considerando
colunas prismáticas (mesma seção transversal ao longo de seu comprimento) e que tem
como solução geral a equação :
y = c 1 sen kx + c 2 cos kx (3)
P
sendo k= (4)
EI
Determinação das constantes de integração através das condições de contorno do
problema:
Na equação (8.3),
para x = 0 => y=0 => c2 = 0
 P
para x=L => y=0 => c 1 ⋅ sen  L  =0
 EI 
Nesta equação, se c1 = 0, como c2 = 0 => y = 0 e não teríamos flexão, logo :
 P 
sen  L  =0
 EI 
P
o que acontece quando L = n ⋅π para valores de n = 0,1,2,3,..
EI
n 2 π 2 EI
e portanto, Pcr = (5)
L2

Para diversos valores de n, a coluna apresentaria a forma da elástica indicada abaixo:

Figura 2

3
Para n = 0 teríamos a solução trivial, o que fisicamente não nos interessa, já que implicaria
em P = 0.
Com o valor seguinte, n = 1 temos:
π2 EI
Pcr = (6)
L2
dita carga crítica de Euler.

Para diversas condições de apoio nas extremidades da coluna temos outros valores
para a carga crítica, determinadas da mesma forma que na presente seção. Vejamos os
exemplos mais comuns.

Vinculação Engaste e extremo Engaste e engaste Engaste e articulação


livre

Elástica

π2 EI 4π 2 EI 2 π2 EI
Carga Crítica Pcr = Pcr = Pcr =
4L2 L2 L2
Comprimento L L
Le = Le =
efetivo L e = 2L 2 2
Para as condições de vinculação acima, podemos calcular a carga crítica
diretamente através da fórmula de Euler, equação 6, substituindo L por L e (comprimento
equivalente ou comprimento efetivo de flambagem).
π 2 EI
Pcr = (7)
Le2
Observações : 1) Uma coluna tende a flambar sempre com relação ao eixo de menor
inércia da seção transversal.
2) A carga crítica não depende da resistência do material e sim das
dimensões da seção transversal e do módulo de elasticidade.

3 - TENSÃO DE FLAMBAGEM

Calculamos a tensão crítica de flambagem pela equação:


Pcr
σ fl = (8.8)
A

4
2
Lembrando que I = Imin e que r min = I min A a equação anterior pode ser escrita
Eπ 2
como: σ fl = (9)
( Le r) 2
Definindo o índice de esbeltez , λ , como a razão entre o comprimento efetivo e o raio de
giração
Le
λ= (10)
r
a equação 8.9 toma a forma
Eπ 2
σ fl = (11)
λ2
Podemos construir o gráfico da tensão de compressão na coluna versus o índice de
esbeltez, que apresentamos abaixo:

Figura 3
Dependendo do valor de λ , a flambagem pode ser elástica ou inelástica.
Denominamos esbeltez limite ao valor de λ correspondente à tensão limite de
proporcionalidade (σ fl = σ p)
Para valores de λ acima deste limite a flambagem é elástica e podemos usar a
fórmula de Euler. A peça tende a falhar por excessiva deformação lateral e a coluna é
considerada longa.
Para valores de λ abaixo deste limite a flambagem é inelástica e não podemos
aplicar a fórmula de Euler. Nesta faixa de valores, podemos distinguir duas regiões
correspondentes a:
Colunas curtas - a peça tende a ser esmagada sem apresentar flexão lateral
Colunas intermediárias - a peça tende a ser esmagada apresentando flexão lateral.
O processo de ruptura de colunas intermediárias é muito complexo para ser tratado
neste curso introdutório. Para aplicações práticas, é algumas vezes suficiente traçar uma
linha reta, AB, e considerar que ela representa a tensão de flambagem para coluna médias.
Como alternativa podemos usar uma parábola suave ligando os pontos A e C.
Vejamos através de um exemplo:
- Traçar a curva de flambagem para uma coluna bi-articulada, confeccionada com um aço
de características indicadas na Tabela III do Capítulo 2 ( σ p = 210 MPa e E = 210
GPa).
Pela equação (11) traçamos a curva de Euler e determinamos o λ lim :
Eπ 2 210 x10 3 ⋅ π 2
λ lim 2 = = ≈ 9870 ⇒ λ lim ≈ 99
σp 210

5
Figura 4
Na determinação da esbeltez correspondente ao limite de coluna curta, utilizamos a
estimativa de λ ≈ 30, segundo alguns autores, correspondente a uma coluna cujo
comprimento não ultrapassa a 10 vezes a menor dimensão da seção transversal.
NOTA : Estudamos o caso ideal de carga centrada atuando na coluna, fato de
dificílima ocorrência, principalmente em peças longas. Tanto é que, nas normas brasileiras,
sempre se adota alguma excentricidade, o que conduziria a uma equação diferente da
expressão 3, resultando numa combinação da solução geral com uma solução particular.
Ademais, a tensão seria resultante de uma flexão composta com esforço normal, assunto
que foge ao programa deste curso introdutório.

4 –DIMENSIONAMENTO À FLAMBAGEM – CARGA CENTRADA

Aço Estrutural (AISC)

Curva de Flambagem

2E σcr
Esbeltez Limite => λlim = π Tensão Admissível => σadm =
σe ηfl
3
 λ2  5 3 λ 1 λ 
Para 0 ≤ λ ≤ λ lim σ cr = σ e 1 − 2  ηfl = + −  
 2λ lim  3 8 λlim 8  λlim 
π2 E 23
Para λ ≤ λ ≤ 200 σcr = 2 ηfl = ≈1,92
lim
λ 12

6
Madeira (AITC) – (Tensão admissível)

Seção Retangular
Curtas 0<Le/d<11 σfl = σc Valor de K

11<Le/d<K  1  L / d 4  2 0,3E E
Médias σfl = σc 1 −  e   σc = ⇒ K = 0,671
3 K2 σc
 3  K  
Longas K<Le/d σ cr π2E 0,3E
σfl = = ≈
2,74 2,74 ⋅ λ ( L e / d ) 2
2

Seção Qualquer

Curtas 0<λ <38 σfl = σc


Valor de K`
38<λ <K`  1  λ 4 
Médias σfl = σc 1 −   
 3  K ′   K ′ = 2,324
E
Longas K`<λ <173 π2 E σc
σfl =
2,74 ⋅ λ2

7
Torção
: π ( D4 − d 4 )
J=
32
T ⋅ρ
τ=
J
Seção Circular
T ⋅D
τmax =
2⋅ J
T ⋅ Lij
ϕi / j = ϕi − ϕ j =
J ⋅G
a/b c1 c2 η
Seção Retangular 1.0 0.208 0.1406 1.0
T 1.2 0.219 0.1661 0.918
τ max =
c1 ⋅ a ⋅ b 2 1.5 0.231 0.1958 0.859
1.75 0.239 0.2140 0.820
2.0 0.246 0.2290 0.795
T ⋅L
ϕ= 2.5 0.258 0.2490 0.766
c2 ⋅ a ⋅ b 3 ⋅ G 3.0 0.267 0.2630 0.753
4.0 0.282 0.2810 0.745
5.0 0.291 0.2910 0.744
6.0 0.299 0.2990 0.743
8.0 0.307 0.3070 0.742
a>b 10.0 0.312 0.3120 0.742
∞ 0.333 0.3333 0.742
Seção aberta de parede fina

τi =
T
× ti J =
∑ ai t i3
J 3
T T⋅L
τ max = × t max ϕ  =
J J⋅G

Seção fechada de parede fina q =τ ⋅t T ⋅L ds


ϕ=
4@2 G ∫ t
T = 2 ⋅q ⋅@

T ⋅L ∆si
τ=
T ϕ=
4@ G2 ∑ ti
2 ⋅t ⋅@

TORÇÃO EM SEÇÕES RETANGULARES

8
- BARRAS DE PAREDES FINAS (SEM ENTRONCAMENTOS)

No caso de barras de paredes finas sem entroncamentos, como por exemplo, chapas
retas ou dobradas, utilizamos as mesmas fórmulas para seções retangulares, considerando
a >> b, ( a/b→∞), o que faz os valores de c1 e c2 tenderem para 1/3.

SEÇÕES ABERTAS DE PAREDES FINAS

Temos como exemplo típico deste tipo de seção os perfis estruturais.


Seja uma barra de comprimento L, de seção aberta de paredes finas, com n tramos
de comprimento ai e espessura ti submetida a um torque T, todos conhecidos.
Desejamos determinar os torques a que ficam submetidos cada tramo, suas tensões
de cisalhamento máximas e o ângulo de torção da barra.
Constitui-se num problema hiperestático, tratado da seguinte forma => distribuímos
o torque aplicado proporcionalmente por cada tramo conforme sua rigidez.
Assim,
1) Equação de equilíbrio: T = T1 + T 2 + .... + T n (1 equações a n incógnitas)
2) Equação de compatibilidade de deslocamentos:
ϕ1 = ϕ2 = ⋅ ⋅ ⋅ = ϕi = ⋅ ⋅ ⋅ = ϕn = ϕ
Que pode ser escrita como elementos de seção retangular unidos entre si.

T1L T2 L Ti L Tn L
= = ⋅⋅⋅ = = ⋅⋅⋅ =
1 / 3 ⋅ a 1 t 13 G 1 / 3 ⋅ a 2 t 32 G 1 / 3 ⋅ a i t 3i G
1 / 3 ⋅ a n t 3n G
Condição que nos fornece (n-1) equações linearmente independentes que, somadas
à equação de equilíbrio, forma um sistema de n equações a n incógnitas.
Colocando cada torque em função de Ti teremos:

9
a1t13
T1 = Ti
a i t i3
⋅⋅⋅
a i t i3
Ti = Ti
a i t i3
⋅⋅⋅
a n t n3
Tn = Ti
a i t i3
Que somados resulta:
n
Ti
T=
a i t 3i 1
∑ a i t 3i ou

a t3
Ti = n i i T
, valor final do torque desenvolvido no tramo i.
∑ a i t 3i
1
A máxima tensão de cisalhamento no tramo i será
a i t i3
n
T

Ti ∑1 ai t i 3
T ⋅t
τi = = = n i
1 2 1 2 1
3
ai t i
3
ai t i ∑
3 1
a i t i3

O ângulo de torção ficará:


Ti L
ϕ=
1 / 3 ⋅ a i t 3i G
Que colocando Ti em função do torque total T e simplificando vem:
T ⋅L
ϕ=
1 n
3
 ∑ a i t i G
 3 1 
Alguns autores consideram este denominador como Momento de 1 n
Inércia à Torção J= ∑a i t 3i
3 1

T ⋅ ti
Assim, a máxima tensão no tramo i => τi =
J
T ⋅L
E o ângulo de torção => ϕ=
J ⋅G
Fórmulas que nos permitem resolver o problema diretamente, tal qual um problema
"isostático".

TORÇÃO EM SEÇÕES MULTICELULARES

10
Do estudo da torção em seções fechadas de paredes finas, obtivemos as fórmulas:

Tensão de cisalhamento Fluxo de cisalhamento Ângulo de torção


T T ⋅L ds
τ=
2@ t
q =τ⋅t ϕ=
4@ 2
G
∑t

Seja determinar as máximas tensões de cisalhamento e o ângulo de torção da seção


genérica multicelular esquematizada abaixo. Assumimos serem conhecidos os valores de T
(torque aplicado), as dimensões das células e o módulo de elasticidade ao cisalhamento G.

Distribuiremos o torque total proporcionalmente a cada célula, conforme a equação


de equilíbrio:

T = T1 + ... + Ti + ...Tn (1)

Considerando que Ti = 2 @ i q i , podemos escrever a equação (1) na forma

T = 2 @1 q 1 + ... + 2 @ i q i + ... + 2 @ n q n (2)

Trata-se de um problema hiperestático, já que dispomos de uma equação a n


incógnitas qi.
Utilizaremos como equação de compatibilidade de deformação o fato do ângulo de
torção dever ser o mesmo para todas as células (também igual ao da seção completa)

11
ϕ1 = ... = ϕi = ... = ϕn (3)

Em função dos fluxos de cisalhamento o ângulo de torção de cada célula será:


Ti L ds i
ϕi =
4 @ i2 G
∑ ti
2 @i qi ds i
Em função de qi temos ϕi =
4@2 G
∑ ti
que substituída em (3) resulta
i

2 @1 q 1 L ds 1 2 @i q i L ds i 2@n qnL ds n
4 @12 G
∑ t1
= ... =
2
4 @i G
∑ ti
= ... =
2
4 @n G
∑ tn

Simplificando temos (n-1) equações em qi

1 q 1 ⋅ ds1 1 q i ⋅ ds i 1 q n ⋅ ds n
2 @1
∑ t1
= ... =
2 @i
∑ ti
= ... =
2@n
∑ tn
(4)

As equações (2) e (4) formam um sistema de (n x n) equações linearmente


independentes.
Após determinarmos os diversos qis temos as expressões:

qi
τi = para as tensões nas lajes (superior e inferior) e nervuras extremas
ti
e
q i − q i −1
τi = para as nervuras intermediárias
ti

Flexão em vigas não homogêneas

Viga Composta – dois materiais distintos – Não Homogênea

12
EB 1
n= σ Ar = σ Ae σ Ar = ⋅ σ Be
EA n
σ Br = n.σ Be σ B = σ Be
r
EB > E A

Flexão Simples
V ⋅ QH
τ=
IH ⋅ t R

QH – Momento estático na seção homogeneizada.


IH – Momento de Inércia da seção homogeneizada.
tH – Largura da seção real.

CONCRETO ARMADO

Um caso particular de vigas compostas de vários materiais é o de vigas de concreto,


armadas com barras de aço.
Além das hipóteses vistas anteriormente para o caso de vigas compostas submetidas
a flexão, no caso do concreto armado, a homogeneização é sempre feita pelo concreto e
assumimos que este não apresenta resistência às tensões de tração, ficando a seção, abaixo
da linha neutra, completamente fissurada, assumindo a configuração indicada na figura (b).

13
Nesta figura e no desenvolvimento a seguir, usamos a seguinte convenção:
h - altura total da seção
b - largura da seção
d - distância do centro de gravidade da armadura à face superior da viga
e - recobrimento: distância do c.g. da armadura à face inferior da viga
As - área da seção de aço
Z - posição do eixo neutro – origem das tensões
n - razão modular: n = Es/Ec
n.As - área de concreto equivalente à armadura
kd - distância do plano neutro à face superior da seção
σc - máxima tensão de compressão no concreto
σs - tensão de tração no aço
C - resultante das forças de compressão no concreto
T - resultante das forças de tração na armadura
jd - braço de alavanca entre as resultantes de tração e compressão
ε c - máxima deformação no concreto
ε s - deformação da armadura no nível do seu c.g.
Mz - Momento fletor
MR - Momento resistente

DETERMINAÇÃO DAS TENSÕES NOS MATERIAIS

Posição da Linha Neutra

Consideramos a Linha Neutra, eixo Z, distante kd da face superior da seção.


Igualando o momento estático da área resistente do concreto, acima do eixo, ao momento
estático correspondente à área inferior da seção homogeneizada, figura (b), temos:
b( kd )
2
= nAs [ d − ( kd ) ] (1)
2
b( kd ) 2 + 2 ⋅ n ⋅ A s ⋅ ( kd ) − 2 ⋅ n ⋅ A s ⋅ d = 0 (1-a)

Que constitui uma equação do 20 grau em kd e cuja solução nos dá a posição da


L.N. A raiz negativa não nos interessa, pois indica a L.N. posicionada acima (fora) da
seção, o que significaria a fissuração completa da seção.

Momento de Inércia da Seção Homogeneizada

14
Conhecendo a posição da linha neutra, calculamos o momento de inércia da seção
com relação a essa linha, através do teorema dos eixos paralelos:
2
I = ∑I +∑d 2 A b( kd ) 3  ( kd ) 
 ⋅ b( kd ) + nA s [ d − ( kd )]
2
=> I= +
12  2 
b( kd ) 3
ou I= + nA s [ d − ( kd )] 2 (2)
3

Tensões nos Materiais


M z ⋅ ( kd )
Tensão máxima de compressão no concreto => σc = (3)
I
M [ d − ( kd ) ]
Tensão de tração na armadura => σs = n⋅ z (4)
I

FÓRMULAS AUXILIARES

Forças Resultantes e Braço de Alavanca

A resultante das forças de compressão no concreto, corresponde ao volume do


prisma de tensões sendo determinada por:
1
C= σ c ⋅ b ⋅ ( kd ) (5)
2
Esta força está posicionada no terço superior do triângulo de tensões, o que conduz
kd
ao cálculo do braço de alavanca jd = d − (6)
3
A resultante das forças de tração na armadura é determinada pela expressão:
T = σs ⋅ A s (7)

MOMENTO ADMISSÍVEL

O momento admissível – o maior momento que pode ser aplicado à viga com a
segurança especificada, pode ser calculado de dois modos:

1º modo:
Fazendo com que as tensões nas equações (3) e (4) não ultrapassem os valores
admissíveis => σ c ≤ σc (8)
e σ s ≤ σs (9)

2º modo:
Através das forças resultantes e braço de alavanca. Assim,
O momento máximo para a seção em função da tensão admissível do concreto será
1
calculado por: M c = C ⋅ ( jd ) = σ c ⋅ b ⋅ ( kd ) ⋅ ( jd ) (10)
2
O momento máximo para a seção em função da tensão admissível do aço será
calculado por: M s = T ⋅ ( jd ) = σ s ⋅ A s ⋅ ( jd ) (11)
Obviamente o máximo valor do momento para a viga será aquele que satisfizer
simultaneamente as expressões (8) e (9) ou o menor dos valores calculados nas expressões
(10) e (11).

15
Observação:

As fórmulas (3) e (4) agora podem ser escritas de forma mais simples como:
2⋅M
σc = (12)
b ⋅ ( kd ) ⋅ ( jd )
M
σs = (13)
As ⋅ ( jd )

DIMENSIONAMENTO

No dimensionamento das seções em concreto armado desejamos determinar as


dimensões da seção e a área necessária da armadura, conhecidos o momento solicitante, as
tensões admissíveis dos materiais e a razão modular.
Utilizamos o princípio da seção balanceada, ou seja, procuramos dimensionar a
seção de modo que ambos os materiais atinjam simultaneamente suas tensões admissíveis,
o que leva a um projeto de máxima economia.
Seja o diagrama de tensões na seção homogeneizada indicado abaixo.

Dos triângulos semelhantes ABC e ADE temos a relação:


kd d
=
σc σs (14)
+ σc
n
Simplificando a expressão (10) podemos explicitar o valor de k,
σc
k=
σs (15)
+ σc
n
que indicará a fração de d onde se localiza a linha neutra.
Considerando j também como uma fração de d, podemos modificar a expressão (6)
k
para j =1 − (16)
3
Substituindo os valores de k e j na equação (10) e reorganizando os termos,
explicitamos o valor de bd2
2⋅Mz
bd 2 = (17)
k ⋅ j⋅ σc
Por tentativas podemos determinar os valores de b e d na equação anterior. Quanto
maior for a altura útil d da viga maior será o braço de alavanca e menores as forças C e T ,
bem como a largura b.
SINGER sugere uma altura útil entre 1,5b a 2b e afirma que para a maioria das
vigas retangulares k ≈ 3/8 e j ≈ 7/8

16
A norma brasileira para concreto armado exige que, para uma viga com altura a
partir de 60 cm, seja usada uma armadura de pele, cuja determinação será vista em
disciplinas posteriores.
Determinados os valores de b e d, passamos a calcular a área de aço necessária,
M
adaptando a expressão (11), As ≥ (18)
σs ⋅ jd
Para auxiliar na determinação do número de barras em bitola comercial, podemos
utilizar a tabela abaixo:

estribos armadura longitudinal


φ 5.0 6.3 7.0 8.0 10.0 12.5 16 20 22.2 25
(mm)
(Pol) 3/16 1/4 5/16 3/8 1/2 5/8 3/4 7/8 1
mm2 19,6 31,2 38,5 50,3 78,5 122,7 201,1 314,2 387,1 490,9

VIGAS EM SEÇÃO T

No caso de vigas em seção T, dois casos deverão ser observados: (a) A L.N. se
encontra na aba da seção e (b) A L.N. se encontra na alma, conforme a figura abaixo.

Seção T (a) L.N. na aba (b) L.N. na alma

a) A L.N. estando posicionada na aba, sua posição poderá ser determinada diretamente
pela equação (1), fazendo b = bf e seguindo os passos já conhecidos.
b) A L.N. estando posicionada na alma, não podemos usar diretamente a equação (1) e
teremos que calcular o valor de kd igualando os momentos estáticos das áreas acima e
abaixo do eixo Z.
Seja y a distância da L.N. à face inferior da aba. Teremos então:
 h  b ⋅ y2
bf ⋅ h f  y + f  + w = n ⋅ As [ d − ( h f + y) ] (19)
 2  2
que constitui uma equação do 20 grau em y.

Na solução da equação (19), devemos interpretar os resultados obtidos para os


valores de y:
a) y < - hf => a L.N. passa acima da seção. Fissuração completa da seção.
b) –hf < y < 0 => a L.N. atravessa a aba. Uso da equação (1)
c) 0 < y < d => a L. N. atravessa a nervura. kd = hf + y
d) y > d => seção sem fissuração. Viga em flexão composta.
Tendo calculado o valor de y (caso c), o momento de inércia será calculado pelo
teorema dos eixos paralelos como abaixo

17
2
b ⋅h 3  h  b ⋅ y3 b w ⋅ y3
I = f f + bf ⋅ h f  y + f  + w + + n ⋅ A s [ d − ( h f + y) ] 2 (20)
12  2  12 4
As tensões nos materiais serão calculadas pelas equações (03) e (04).
Observação: Verifique que, neste caso, a força resultante na área resistente de concreto não
poderá ser calculada diretamente pela equação (5).

MOMENTO DE INÉRCIA – SEÇÕES RETANGULARES

Vejamos outra maneira de determinar o momento de inércia para seções


retangulares.
M [ d − ( kd ) ] M
Igualando as equações (4) σ s = n ⋅ z I e (13) σ s = As ⋅ ( jd ) temos:
M z [ d − ( kd ) ] Mz
n⋅ =
I As ⋅ ( jd )

Dividindo ambos os membros por Mz e explicitando o valor de I, temos:


I = n ⋅ As ⋅ [ d − ( kd ) ] ⋅ ( jd ) (21)
Ora, os três primeiros fatores do segundo membro representam o momento estático
da parte não fissurada da seção com relação ao eixo neutro (Vide equação (1)
b( kd ) 2
= nA s [ d − ( kd ) ] ). Assim,
2

b(kd ) 2
I= ( jd ) (22)
2
Considerando k e j como fração de d, temos finalmente que:
1
I= ⋅b⋅ j ⋅k2 ⋅d3 (23)
2

TENSÃO DE CISALHAMENTO E ADERÊNCIA

Numa seção de concreto armado, duas tensões de cisalhamento são importantes –


no nível da linha neutra ( máxima tensão de cisalhamento no concreto) e em torno das
barras de aço (tensão de aderência).
Para o cálculo de ambas, utilizaremos a conhecida fórmula da RESISTÊNCIA DOS
MATERIAIS
V ⋅Q
τ=
I ⋅t
a) Tensão no nível da L.N.

18
b.(kd ) 2
V.
V ⋅Q 2
τ LN = =
I ⋅t b(kd ) 2
( jd ) ⋅ b
2
V
que, simplificada, fica: τ LN = (24)
( jd ) ⋅ b
b) Tensão de aderência
V ⋅Q V ⋅ nAs [ d − ( kd ) ]
τa = =
I ⋅ t n ⋅ As ⋅ [ d − ( kd ) ] ⋅ ( jd ) ⋅ Σ 0
onde Σ 0 representa a soma dos perímetros das barras de aço, e que, simplificada, fica:
V
τa = (25)
( jd ) ⋅ Σ 0

Resumo das fórmulas

Es b( kd ) 2 kd 2⋅M M
jd = d − σc = σs =
n= = n ⋅ As ( d − kd ) 3 b ⋅ kd ⋅ jd A s ⋅ jd
Ec 2
(máxima)
σc 2⋅M 1
I = b⋅ j⋅k2 ⋅d3 τs =
V
τcmax =
V
k= d= j⋅ d ⋅ b
σs k ⋅b ⋅ j ⋅σ c 2 j ⋅ d ⋅ Σ0
+σc
n

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