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Unidade
Uma língua de cultura como a nossa, portadora de longa história, que serve de
matéria prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmação
mundial de diversas sociedades, não se esgota na descrição do seu sistema
linguístico: uma língua como esta vive na história, na sociedade e no mundo.
A realidade da noção de língua portuguesa, aquilo que lhe dá uma dimensão qualitativa para
além de um mero estatuto de repositório de variantes, pertence, mais do que ao domínio
linguístico, ao domínio da história, da cultura e, em última instância, da política. Na medida em
que a percepção destas realidades for variando com o decorrer dos tempos e das gerações,
será certamente de esperar, concomitantemente, que a extensão da noção de língua
portuguesa varie também.
Diversidade
O português é uma língua nascida no norte e que cresceu para sul. Tal como
aconteceu com o castelhano e com o francês, começou por ser um conjunto de
dialectos provinciais (galego-portugueses), passou a língua de uma nação e
depois a veículo de um império. Distinguem-se, neste percurso, dois ciclos
sucessivos:
1º fenómeno: palatalização dos grupos iniciais latinos pl-, kl-, fl- na africada
palatal surda tš
mala maa má
O português antigo
O português médio
O período que vai de finais do séc. XIV a inícios do séc. XVI é, devido à acção
conjugada de todos estes fenómenos de mudança, aquele em que a língua
mais rápida e radicalmente se transfigurou. Sendo um período de transição,
em que se sobrepõem os processos terminais da elaboração da língua nacional
com os esboços da sua expansão imperial, possui no entanto características
próprias, o que leva muitos autores a tratá-lo como um período autónomo.
O português extra-europeu
Dialectos portugueses
setentrionais
Dialectos transmontanos e
alto-minhotos
Dialectos baixo-minhotos-
durienses-beirões
Dialectos portugueses
centro-meridionais
Limite de região
subdialectal com
características peculiares
bem diferenciadas