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MUNICÍPIO DE PIÚMA

Estado do Espírito Santo


PROCURADORIA GERAL
PROCESSO N°: YYYY
REQUERENTE: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
ASSUNTO: POSSIBILIDADE DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DE EVENTO

Trata-se de parecer acerca de autorização para realizar evento,


comungando com o que reza o Temo de Ajustamento de Conduta firmado entre
o Município de Piúma e o Ministério Público do Estado do Espírito Santo.

Verifico que constam nos autos apenas requerimento com projeto do


carnaval e parecer do Ministério Público do Estado do Espírito Santo.

Após encaminhamento dos autos a essa Procuradoria, foi solicitado que


juntassem aos autos protocolo realizado pelo requerente renovando o
pedido de autorização em comento, informando que não funcionará boate.

É o sucinto relatório.

Inicialmente, verifico que o requerente não apresenta documentos


necessários para que o Município de Piúma possa analisar o presente
requerimento, o que de pronto converge ao INDEFERIMENTO do pedido.

No entanto, com o intuito de solucionar as questões jurídicas que


envolvem o tema, passamos a esclarecer alguns pontos:

1 – DA NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO PELA UNIÃO – PRAIA (BEM PÚBLICO DA


UNIÃO)

Analisando o projeto do carnaval 2011 constata-se que o camarote


localizar-se-á na praia de Piúma (bem público da União), assim, a
competência para autorizar a realização de eventos em bem público da
União é da própria União por intermédio do seu órgão Superintendência do
Patrimônio da União no Estado do Espírito Santo, SPU/ES.

Avenida Izaias Scherrer, nº 45 – Centro, PIÚMA/ES – CEP: 29.285–000 – Telefax (28) 3520 – 1611
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Nesse diapasão, o Município de Piúma juntamente com a União por
intermédio do seu órgão Superintendência do Patrimônio da União no Estado
do Espírito Santo firmou nos autos da ação civil pública nº
2005.50.01.011564-4 que tramita na Justiça Federal de Primeira Instância,
Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo, 1ª Vara Federal de
Cachoeiro de Itapemirim, Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta
(TAC), em anexo.

O referido TAC em sua cláusula primeira estabelece que “o Município não


concederá quaisquer autorizações para construção e/ou ocupações em sua
orla, e tampouco emitirá alvarás de funcionamento de estabelecimento na
orla, sem prévia oitiva e aprovação da União-SPU/ES”.

Continua o Termo de Ajustamento de Conduta pactuado perante a Justiça


Federal estabelecendo obrigações ao Município de Piúma quanto à
fiscalização e preservação das praias locais, é o que se extrai da
cláusula quarta e seus parágrafos.

Assim, eventos a realizar na praia ou bem público que não seja do


Município de Piúma, deverá conter autorização da entidade federativa
proprietária do imóvel, não tendo o Município de Piúma qualquer poder
para conceder qualquer autorização para realizar eventos nestes imóveis.

2 – TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA – REGULAMENTANDO


ATIVIDADES FESTIVAS NO MUNICÍPIO DE PIÚMA – PREFEITURA DE PIÚMA E O
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Em agosto de 2010 o Município de Piúma junto com o Ministério Público do


Estado do Espírito Santo acordaram Termo de Ajustamento de Conduta, TAC,
visando regular as atividades festivas nesta Municipalidade, em especial
a programação de verão, incluindo as festividades carnavalescas, assim,
justificou-se a realização deste TAC por alguns motivos:

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• Necessidade de operacionalizar o policiamento


local, visto que neste período o reforço policial é
insuficiente para atender a demanda da cidade
• A realização de eventos com trio elétrico gera
transtornos para moradores e comerciantes, com aumento
considerável da violência local

Deste modo, a cláusula terceira vedou expressamente a realização de trio


elétrico móvel em via pública.

Continua o TAC firmando que a programação de verão poderão ser realizados


em trio elétrico fixo, similar a palco de shows, ficando a cargo da
compromissária indicar o local de realização de shows durante o verão
(cláusula quarta).

O parágrafo sexto da cláusula quarta prevê que “durante o carnaval será


permitido apenas 01 trio elétrico fixo”.

Ademais “os eventos particulares deverão providenciar alvará de vistoria


quanto a segurança de toda a estrutura ao Corpo de Bombeiros (parágrafo
primeiro da cláusula sétima).

Quanto ao evento particular deverá em regra o trio elétrico permanecer


inerte, no entanto, poderá o trio elétrico deslocar em percurso
previamente determinado, desde que em áreas particulares ou áreas
públicas fechadas, o que não é o caso dos autos.

Ficando, ainda, os responsáveis pela realização do evento particular com


a obrigação de custear todas as defesas de segurança, primeiro socorros,
banheiros químicos, segurança com estacionamento, equipe de primeiro
socorros além da conservação do imóvel, caso o imóvel seja área pública.

Questão não regulamentada no TAC, mas de profunda importância para o tema


versa no imperativo do requerente em obter autorizações tanto da Polícia

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Civil, Polícia Militar e do Conselho Tutelar, assim deveria o requerente
juntar aos autos tais autorizações.

DAS CONCLUSÕES

Diante de todo o exposto, essa Procuradoria opina pelo INDEFERIMENTO do


pedido pelos motivos acima elencados.

É o parecer. S.M.J.

Piúma, 28 de fevereiro de 2011.

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