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SOROCABA
2010
ADRIANO APARECIDO MORAES – A282CA-4
bacharel em Direito.
SOROCABA
2010
EPÍGRAFE
Hans Kelsen
RESUMO
Nesta seara, este singelo trabalho tem a missão de fomentar o interesse pelo estudo
da classificação das normas constitucionais no que tange a sua eficácia e
aplicabilidade, mostrando as diversas posições doutrinárias e suas interpretações.
The rules of laws are the society´s delineators in pursuit of social peace, harmonious
relationship and justice. In the necessary hierarchy of these rules, the constitution
stands out in supremacy, because the creation and applicability of the “under
constitucional rules” are subordinated to it.
The supremacy of the constitucional rules does not guarantee, unless exceptions of
the rule itself, its efficacy and immediate applicability, because there are cases that
depends on aftermost legislation that regulares it and allows the ample exercise of
the right in the explicated.
This paper has the mission to foment the interest in the study of the constitutional
rules classification regarding its efficacy and applicability, showing the diverse
doctrinaire positions and its own interpretations.
Sumário.................................................................................................................. 6
INTRODUÇÃO..........................................................................................................7
NORMA CONSTITUCIONAL......................................................................................8
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS...............................................12
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E LIMITADA..............13
Conceito..................................................................................................15
Características.................................................................................................. 16
Natureza............................................................................................................ 18
INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho foi trazido no inicio do século passado por estudos
feitos nos Estados Unidos, com Thomas Cooley na obra “Treatise on the
constitutional limitations” abordado por vários autores.
1
DINIZ, Maria Helena. Norma Constitucional e seus Efeitos. 4. ed., atual. Rio de Janeiro: Editora
Saraiva.
que até a superveniência de legislação restritiva o direito nela contemplado será
pleno.
Ao final da classificação situam-se as normas com eficácia relativa
complementável, cuja aplicação e eficácia positiva são mediatas, pois dependem de
lei posterior que lhes desenvolva a eficácia, possibilitando o exercício do direito, sua
eficácia negativa, porém é imediata, pois paralisarão os regramentos incompatíveis,
impedindo também qualquer conduta contrária ao que estabelecerem.
Subdividem-se em normas de princípio institutivo, que necessitam de
normas posteriores para dar feições às instituições nelas previstas, e normas
programáticas, que comandam o próprio procedimento legislativo, por serem
estabelecedoras de programas constitucionais a serem desenvolvidos mediante
legislação integrativa da vontade do constituinte.
Pode-se, com isso, identificar “um gradualismo na eficácia das normas
constitucionais, por não serem idênticas quanto à produção de seus efeitos e à sua
intangibilidade ou emendabilidade.”.
A autora, em conclusão, aponta que: “Há um escalonamento na
intangibilidade e nos efeitos dos preceitos constitucionais, pois a Constituição
contém normas com eficácia absoluta, plena e relativa”.
Todas têm juridicidade, mas seria uma utopia considerar que têm a mesma
eficácia, pois o seu grau eficacia é variável. Logo, não há norma constitucional
destituída de eficácia.
Todas as disposições constitucionais têm a possibilidade de produzir, a sua
maneira, concretamente, os efeitos jurídicos por elas visados.
CLASSIFICAÇÃO
Não são todas as vezes que a simples vigência da norma baste para que ela
seja aplicável ou eficaz. Em relação aos efeitos imediatos que produzem no mundo
jurídico, as normas jurídicas podem ser de eficácia plena, reduzida ou limitada e, por
último, de eficácia contida.
2
DINIZ, Maria Helena. Norma Constitucional e seus Efeitos. 4. ed., atual. Rio de Janeiro: Editora
Saraiva.
NORMAS CONSTITUCIONAIS DE EFICÁCIA PLENA, CONTIDA E
LIMITADA.
3
MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional, 15ª edição, São Paulo: Atlas, 2004.
As normas constitucionais de eficácia plena seriam aquelas que produzissem
ou tivessem a possibilidade de produzir seus efeitos, desde a entrada da
Constituição em vigor.
São as normas constitucionais que prescindem de qualquer outra disciplina
legislativa para serem aplicáveis. Um exemplo seria a inviolabilidade do domicílio do
artigo 5º, inciso XI da Constituição da República.
Conceito
4
José Afonso da Silva, “Aplicabilidade das normas constitucionais”, pág. 101.
São aquelas que produzem a plenitude dos seus efeitos, independentemente
de complementação por norma infraconstitucional. São revestidas de todos os
elementos necessários à sua executoriedade, tornando possível sua aplicação de
maneira direta, imediata e integral.
Maria Helena Diniz entende que esta classe de normas difere das que ela
conceitua como de eficácia absoluta, pois a primeira pode ser alterada a posteriori e
a segunda está imune a esta possibilidade.
Características.
O autor conclui que não é possível definir um critério único e seguro para
distinguir as normas de eficácia plena das demais, mas poder-se-á fixar uma regra
5
Idem, bidem, pág. 98.
6
Idem, bidem, pág. 98.
geral: Será a norma que contenha todos os elementos e requisitos para sua
incidência direta. Quando essa regulamentação normativa é de tal alcance que se
pode saber com precisão qual conduta a seguir 7·, como exemplo, o artigo 44,
parágrafo único: “Cada legislatura durará 4 anos.”
Não exijam a elaboração de normas novas que lhes fixem o conteúdo, porque
já se apresentam explícitas na definição dos interesses nelas regulados.
7
Idem, bidem, pág. 99.
8
Idem, bidem, pág 101.
9
José Afonso da Silva, “Aplicabilidade das normas constitucionais”, pág. 88.
atribuições de competência da União e outras citadas pelo festejado autor na citada
obra10.
Natureza
Sobre a natureza destas normas podemos dizer que são aquelas que
estabelecem conduta jurídica positiva ou negativa com comando certo e definido,
incrustando-se predominantemente entre as regras organizativas e limitativas dos
poderes estatais.
Conceito
Ex: “O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica” (art. 37, VII da CF). O direito de greve dos servidores públicos foi
considerado pelo STF como norma limitada.
10
Idem, bidem, pág. 89.
Características
Não produzem, desde logo, todos os efeitos que dela se espera, mas
produz alguns efeitos mínimos:
11
MARQUES. Sebastião Fabiano Pinto. Aplicabilidade das Normas Constitucionais a luz
de José Afonso da Silva
O autor diferencia normas constitucionais de princípio institutivo, normas
constitucionais de princípios gerais e princípios gerais do direito constitucional.
As Normas Constitucionais de princípio institutivo ou organizativo
contém apenas o começo, o esquema geral de determinado órgão, entidade ou
instituição. A criação, estruturação ou organização fica a cargo de normatização
infraconstitucional na forma prevista pela constituição. Como exemplo cita-se art. 33
“A Lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos territórios’’
As normas constitucionais de princípios gerais ou normas-princípios
são as normas fundamentais das quais as outras são apenas desdobramentos, o
autor exemplifica com o caput do art. 1º da Carta Magna.
Os princípios gerais do direito contém toda ordem jurídica nacional. Como
por exemplo, Princípio da isonomia, da irretroatividade das leis, da legalidade entre
outros.
Analisando uma maneira mais prática de diferenciar os dois conceitos,
definimos que uma é compreender que as normas constitucionais de princípios
gerais resultam de séculos de estudo, são normas essenciais para existência do
Estado de Direito. Já as normas constitucionais de princípios gerais ou normas
princípios são escolhas políticas feitas através do legislador, as normas especificam
princípios fundamentais que informam toda ordem constitucional, o Estado de Direito
independe delas para sua existência, entendemos assim que as normas princípios
são escolhas do legislador.
As normas constitucionais de princípio programático são esquemas genéricos
que destacam programas a serem desenvolvidos posteriormente pelo legislador
(José Afonso da Silva).
Conceito
São aquelas que produzem a plenitude dos seus efeitos, mas pode ter o seu
alcance restringido. Também têm aplicabilidade direta, imediata e integral, mas o
seu alcance poderá ser reduzido em razão da existência na própria norma de uma
cláusula expressa de redutibilidade ou em razão dos princípios da proporcionalidade
e razoabilidade. Enquanto não materializado o fator de restrição, a norma tem
eficácia plena.
Ex: O artigo 5º, LVII da CF determina que ninguém será considerado culpado
até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (princípio da inocência).
José Afonso da Silva tem uma clássica definição sobre as normas da eficácia
contida: “Normas de eficácia contida”, portanto, são aquelas em que o legislador
constituinte regulou suficientemente os interesses relativos à determinada matéria,
mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do
Poder Público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais
nelas enunciados (Silva, p.115).
Para o autor, as normas de eficácia contida são aquelas que o legislador
constitucional já normatizou o suficiente sobre o assunto, no entanto, deixou o
legislador infraconstitucional com a faculdade de estabelecer restrições adicionais.
Importante lembrar que a faculdade do legislador infraconstitucional de estabelecer
restrições não é ilimitada deve observar os limites impostos pelas próprias normas
constitucionais.
CONCLUSÃO
, sendo que as outras propostas classificatórias limitam-se a três espécies, que são:
REFERÊNCIAS
DINIZ, Maria Helena. Norma Constitucional e seus Efeitos. 4. ed., atual. Rio de
Janeiro: Editora Saraiva.
SILVA. José Afonso da. “ Aplicabilidade das normas constitucionais”.
MORAES, Alexandre de, Direito Constitucional, 15ª edição,São Paulo: Atlas, 2004.
http://jus.uol.com.br/revista/texto/4731/a-efetividade-das-normas-constitucionais
http://www.clubjus.com.br/?artigos&ver=1139.16129
http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/lindemberg_toq11.pdf
http://jus.uol.com.br/revista/texto/4731/a-efetividade-das-normas-constitucionais
http://www.paralerepensar.com.br/rbarbosa.htm
http://www.unisul.netlan.net/.../NORMAS%20CONSTITUCIONAIS%20-
%20resumo.doc