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ANIMAIS

Pesquisa TRANSGÊNICOS Fotos cedidas pelos autores

Geração de animais geneticamente modificados no Centro de Desenvolvimento de Modelos Experimentais para Medicina e Biologia (CEDEME) da UNIFESP-EPM

a manutenção das linhagens já impor-


tadas, eliminando a dependência de
laboratórios do exterior.
Com esse objetivo foi que, em
1996, o então Diretor Técnico e Coor-
denador Científico do CEDEME, Prof.
Luiz Edmundo Magalhães, desenvol-
veu esforços para congregar pesquisa-
dores e técnicos interessados na pro-
dução de animais transgênicos, procu-
rando criar uma equipe capaz de rea-
lizar essa nova e importante tarefa,
Figura 1. Camundongo Vitor, o primeiro àquela época ainda completamente
camundongo transgênico gerado pela téc- inédita no Brasil. Assim, os pesquisado-
nica de microinjeção pronuclear no Brasil res da UNIFESP, Prof. João Bosco Pes-
quero, recém-chegado da Alemanha,
onde desenvolveu seu pós-doutora-
A criação do laboratório de mento na geração e caracterização de
animais transgênicos vários modelos transgênicos e o Prof.
da UNIFESP Luís Antônio Travassos, usuário de vá-
rias linhagens transgênicas importadas,
A tecnologia para a geração de mantidas pelo CEDEME, foram convi-
João Bosco Pesquero
Ph.D. Biologia Molecular
animais transgênicos, apesar de já ser dados a integrar o grupo.
Departamento de Biofísica e Centro de rotineiramente empregada em labora- A bióloga, Dra. Heloísa Allegro Bap-
Desenvolvimento de Modelos Experimen- tórios comerciais e de pesquisa em tista, já com experiência nas técnicas
tais para Medicina e Biologia (CEDEME)
Universidade Federal de São Paulo muitos países, desde as duas últimas de fertilização in vitro, integrou-se ao
São Paulo, SP décadas, ainda é incipiente no Brasil. CEDEME, tendo recebido treinamento
jbpesq@biofis.epm.br
Pesquisadores de várias áreas vêm uti- na área de geração de animais transgê-
Luiz Edmundo de Magalhães lizando esses animais com maior fre- nicos, na Argentina e na Alemanha. A
Professor Titular de Genética e Evolução qüência a cada dia, fazendo dessa tec- criação de uma vaga de docente para
Departamento de Biologia do Instituto de
Biociências nologia uma poderosa ferramenta no o CEDEME possibilitou a contratação
Universidade de São Paulo - USP desenvolvimento de novas drogas te- da Profa. Clélia Rejane Antônio, douto-
Heloisa Allegro Baptista rapêuticas, na produção de moléculas ra em Bioquímica pela Universidade
Ph.D. Biologia Molecular comercialmente importantes, na eluci- de São Paulo. Os alunos de pós-gradu-
Centro de Desenvolvimento de Modelos dação de mecanismos biológicos, en- ação Alberto Navarro e Regiane Saba-
Experimentais para Medicina e Biologia
(CEDEME) tre muitas outras aplicações. Assim tini, e os funcionários do CEDEME,
Universidade Federal de São Paulo como no resto do mundo, a tendência Satiko Okamoto e Gui Mi Ko também
São Paulo, SP
allegro@biofis.epm.br à utilização desses modelos é cada vez foram incorporados ao grupo.
maior no Brasil, o que aumenta a ne- Em fevereiro de 2000, foi aprovado
Regiane Angélica Sabatini cessidade de implantarem-se laborató- o projeto multiusuários da FAPESP in-
Departamento de Biofísica e Centro de
Desenvolvimento de Modelos Experimen- rios que dominem essa tecnologia a titulado “Implantação de laboratórios
tais para Medicina e Biologia (CEDEME) fim de fornecer modelos especiais aos para a produção e manutenção de
Universidade Federal de São Paulo
São Paulo, SP pesquisadores nacionais, bem como animais transgênicos”, sob a coordena-
regiane@biofis.epm.br dispor de biotérios capazes de realizar ção do Prof. Aron Jurkiewicz. Um ano

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e meio depois, os laboratórios de bio-
logia molecular e de produção de ani-
mais transgênicos do CEDEME já esta-
vam instalados, sendo então gerados
os primeiros embriões quiméricos de
camundongo. Finalmente, em dezem-
bro de 2001, Vitor, o primeiro animal
transgênico produzido no Brasil pela
técnica de microinjeção pronuclear foi
obtido. Esse fato representou um mar-
co na produção nacional de animais
transgênicos e iniciou definitivamente
o projeto de fornecimento desses
modelos pelo CEDEME, para pesqui-
sadores da Universidade Federal de
São Paulo, do Brasil e da América
Latina.

Histórico dos animais


transgênicos

Antes do aparecimento das técni- Figura 2. Micromanipulador acoplado ao microscópio invertido utiliza-
cas de biologia molecular aplicadas à do na microinjeção de embriões (em cima à esquerda). Detalhe das
genética, os únicos modelos animais agulhas de sucção e injeção do sistema de micromanipulação (em cima
para se estudar a regulação e função de à direita). Fotografia de um oviduto retirado de uma fêmea doadora
genes e a compreensão dos sistemas contendo massa de embriões no momento da coleta (embaixo à es-
biológicos de mamíferos eram os mu- querda, aumento de 20X). Microinjeção do DNA em um embrião con-
tantes espontâneos. Para se provar a tendo os prónucleos (embaixo à direita, aumento de 400X)
base genética da mutação, os animais
tinham que apresentar um fenótipo
alterado e transmiti-lo para seus des- ou deleção de uma seqüência de DNA rápido e atingiram um tamanho duas
cendentes e posteriormente, tentati- no seu genoma, incluindo a linhagem vezes maior que os controles não trans-
vas eram feitas com o objetivo e se de células germinativas, de tal forma gênicos. Esse resultado foi um marco
isolar os defeitos genéticos de interes- que essa alteração fosse transferida aos no desenvolvimento de animais trans-
se. Com os avanços das técnicas de seus descendentes (Fukamizu, 1993). gênicos, despertando grande atenção
biologia molecular e celular e da enge- O termo transgênico, portanto, englo- na mídia em todo o mundo, quando o
nharia genética, novas metodologias ba animais que tiveram genes adicio- camundongo “gigante” ficou famoso
passaram a ser empregadas e tornou- nados (transgênicos por adição), modi- na capa da revista científica Nature
se possível a manipulação do DNA, ficados (knockin) ou retirados (kno- (Palmiter e cols., 1982).
bem como a alteração controlada do ckout). Em 1982, a primeira linhagem O sucesso desse trabalho só foi
genoma. Dessa forma, as técnicas para de camundongos transgênicos por adi- possível graças a estudos anteriores de
a geração de modelos transgênicos ção foi produzida e caracterizada por outros pesquisadores que relatavam a
representaram uma das mais promis- Richard Palmiter, da Universidade da introdução direta de material genético
soras biotecnologias tanto para fins Pensilvânia, Ralph Brinster, da Univer- exógeno em embriões de camundon-
comerciais como para diversas áreas sidade de Washington e colaborado- go antes mesmo do aparecimento das
da pesquisa básica. res. Naquele estudo inédito, os pesqui- técnicas de DNA recombinante. Em
Pouco antes da década de setenta, sadores construíram um DNA que con- 1974, Rudolf Jaenisch e Beatriz Mintz
o termo transgênico começou a ser tinha uma cópia do gene do hormônio confirmaram a presença de DNA exó-
utilizado na literatura científica em inú- de crescimento de ratos sob o controle geno em diversos tecidos de camun-
meros estudos mostrando a introdução do promotor do gene de metalotione- dongos após a microinjeção de DNA
de fragmentos de DNA in vitro em ína-l capaz de dirigir a expressão do do vírus SV40 no interior da cavidade
células procarióticas e eucarióticas e gene para vários tecidos. Centenas de blastocística de embriões (Jaenisch e
indução da expressão de genes em cópias dessa construção de DNA foram Mintz, 1974). A integração de DNA
vários tipos celulares (Gavrilova, 1967; microinjetadas em embriões de ca- exógeno nas células germinativas foi
Loyter e cols., 1975). Mais tarde, os mundongos posteriormente transferi- detectada em estudos posteriores após
transgênicos foram conceituados como dos para mães de aluguel. Dos vinte e a exposição de embriões de camun-
animais ou organismos cujo patrimô- um camundongos nascidos, sete carre- dongos ao retrovírus da leucemia mu-
nio genético fora manipulado artificial- gavam a construção do gene exógeno, rina de Moloney (Moloney murine
mente pela introdução, modificação sendo que seis se desenvolveram mais leukemia virus, M-MuLV), que trans-
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rato e camundongo, sendo este últi-
mo o mais utilizado em pesquisas, por
apresentar notáveis vantagens como
menor tamanho, custo de manuten-
ção reduzido, embriões de boa quali-
dade para manipulação, além de ser
uma das poucas espécies cuja manu-
tenção de células-tronco indiferencia-
das em cultura é viável, o que possi-
bilita a retirada de genes por recombi-
nação homóloga e geração de mode-
los knockout (Hammer e cols., 1985;
Mullins e cols., 1990; Hammer e cols.,
1990; Wall e cols., 1991; Pursel e cols.,
1989; Hogan e cols., 1986). Outro
fato importante que aponta para o
uso cada vez maior dessa espécie é o
seqüenciamento total de seu genoma
recentemente finalizado.

Aplicações da tecnologia
transgênica

As aplicações da tecnologia trans-


gênica são inúmeras e em diferentes
campos de atuação. Em pesquisa bá-
sica, no estudo da regulação e função
de seqüências genéticas específicas.
Em pesquisa biomédica, na criação de
modelos animais de doenças huma-
nas, entre elas, doenças cardiovascu-
lares,auto-imuneseneurológicas,AIDS
e câncer. Animais com mutações que
mimetizem as principais característi-
cas de uma determinada anomalia são
um passo fundamental na pesquisa
das doenças genéticas. Tais modelos
animais permitem o exame detalha-
do da fisiopatologia da doença, além
de servirem para delinear novas for-
mas de tratamento, desenvolvimento
de testes-diagnósticos, agentes tera-
pêuticos inovadores e em terapia
gênica. Em indústria biotecnológica,
Figura 3. Esquema da geração de animais transgênicos pelo método
na produção de proteínas recombi-
de microinjeção pronuclear
nantes humanas valiosas, como enzi-
mas, hormônios e fatores de cresci-
mento, por animais domésticos que
mitiram a alteração aos seus descen- tronco só foram gerados em 1987, por funcionam como biorreatores. Um
dentes (Jaenisch, 1976 e 1977). Em dois grupos diferentes (Doetschmann exemplo bastante utilizado é a produ-
1980, Gordon e cols. Utilizaram, pela e cols, 1987; Thomas e Capecchi, ção de proteínas no leite através da
primeira vez, a microinjeção pronucle- 1987). Esses animais foram produzidos expressão dirigida às glândulas ma-
ar de uma construção viral em embri- por mutação dirigida do gene da hipo- márias. Finalmente, o aspecto mais
ões recém-fertilizados para a geração xantina fosforibosil transferase. controverso do uso dessa tecnologia
de um camundongo transgênico por Desde então, a aplicação das técni- envolve o melhoramento genético
adição (Gordon e cols., 1980). cas de transferência de genes tem de animais domésticos de interesse
Os primeiros animais transgênicos tornado possível a produção de ani- econômico em larga escala, decorren-
knockout, produzidos pela técnica de mais transgênicos de diferentes espé- te de modificação da anatomia e de
recombinação homóloga em células- cies como boi, porco, ovelha, coelho, fisiologia do animal, como, por exem-
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efeito da superexpressão geral de um
gene. Um exemplo bastante utilizado
é o promotor do gene da metalotione-
ína. No segundo caso, o promotor
dirige a expressão do transgene para
determinados tecidos ou células (Figu-
ra 4).
Para a geração do camundongo
Vitor, foi utilizado o promotor da ca-
deia leve de miosina, o qual dirigiu a
superexpressão do gene do receptor
B2 de cininas de rato especificamente
para o tecido cardíaco do animal (Figu-
ra 5). Esse modelo será utilizado para o
estudo do papel protetor das cininas
em patologias cardíacas como hiper-
tensão, hipertrofia e infarto, o que
possibilitará o desenvolvimento de
Figura 4. Esquema da construção de DNA utilizada para a geração de novas drogas e terapias.
animais transgênicos contendo região promotora, região codificadora e
cauda poli-A. Na parte inferior da figura estão mostrados alguns promoto- Perspectivas do CEDEME
res tecido-específicos. MLC = cadeia leve da miosina; GFAP = proteína
ácida fibrilar glial; GHRH = Receptor do hormônio liberador de gonado- O objetivo do laboratório de produ-
trofina; VEC = Células endoteliais vasculares; eNOS = Sintase de óxido ção de animais transgênicos do CEDE-
nítrico endotelial; MT = metalotioneína; CMV = citomegalovirus ME é ser um fornecedor de modelos
geneticamente modificados para to-
plo, aumento da massa corpórea, Microinjeção Pronuclear - dos os pesquisadores do Brasil e da
diminuição de gordura, resistência a A geração do camundongo América Latina, bem como manter as
doenças, maior produção de carne, “Vitor” linhagens transgênicas em condições
de leite, etc. isentas de patógenos específicos (SPF).
O camundongo Vítor foi o primeiro A próxima etapa a ser conquistada é a
Técnicas utilizadas para animal transgênico no Brasil gerado implantação das técnicas de cultivo e
geração de animais por microinjeção pronuclear (Figura transfecção de células-tronco, as quais
transgênicos por adição 1). Nessa técnica, centenas de cópias possibilitarão a geração de animais
do DNA exógeno são injetadas direta- knockin e knockout. Além disso, estará
Nos últimos anos, várias técnicas mente em um dos pronúcleos (mascu- disponível em pouco tempo o conge-
têm sido utilizadas para produzir ani- lino ou feminino) de embriões recém- lamento de embriões, uma ferramenta
mais transgênicos por adição, entre fertilizados coletados do oviduto de extremamente importante que possi-
elas, infecção de embriões por veto- fêmeas doadoras superovuladas. Para bilita a salvaguarda de todas as linha-
res retrovirais (Nagano e cols, 2001), tal, utiliza-se um micromanipulador gens convencionais e transgênicas
agregação de células-tronco embrio- acoplado a um microscópio invertido geradas no próprio Centro ou adquiri-
nárias geneticamente modificadas de alta resolução (Figura 2). Após a das do exterior. Essa técnica represen-
(Gossler e cols., 1986; Wood e micromanipulação, os embriões são tará ainda uma economia considerável
cols.,1993), transferência de segmen- transferidos para uma “fêmea recepto- em termos de espaço físico para a
tos de cromossomos (Richa e Lo, ra” pseudo-grávida, que levará a termo manutenção das diferentes cepas de
1989) e transferência de DNA medi- o nascimento dos animais que serão, animais presentes no Centro.
ada por espermatozóides (Lavitrano posteriormente, genotipados quanto à
e cols., 1989). Atualmente, o método presença do gene exógeno (Figura 3). Referências bibliográficas
utilizado pela maioria dos centros A construção de DNA injetada é com-
produtores de transgênicos é a mi- posta por um promotor, uma região Doetschman, T., Gregg, R.G., Maeda,
croinjeção pronuclear, a qual permi- codificadora do gene e uma região 3´ N., Hooper, M.L., Melton, D.W.,
te a introdução de seqüências de até não traduzida (Figura 4). A especifici- Thompson, S., Smithies, O. (1987)
50 kb de diferentes espécies no dade da expressão do gene integrado Targetted correction of a mutant
genoma de mamíferos. Além disso, é obtida mediante o uso de promoto- HPRT gene in mouse embryonic
pela utilização dessa técnica, são res que dirigem a expressão do gene, stem cells. Nature 330(6148):576-
geralmente obtidos altos níveis de podendo ser ubíquos ou específicos. 578.
expressão do transgene (Rulicke e No primeiro caso, a expressão do gene Fukamizu, A. (1993) Transgenic ani-
Hubscher, 2000; Niemann e Kues, acontece em uma grande variedade mals in endocrinological investiga-
2000). de tecidos e o objetivo é estudar o tion. J Endocrinol Invest 16(6):461-
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wth of mice that develop from
Figura 5. Esquema da construção de DNA utilizada para a geração do
eggs microinjected with metallo-
camundongo Vitor, contendo o promotor da cadeia leve da miosina e o
thionein-growth hormone fusion
gene do receptor B2 das cininas de rato. Na parte inferior da figura, está
genes. Biotechnology 24:429-
mostrado um Southern blot utilizado para a detecção específica do gene
433.
B2 das cininas do rato (BKB2)
Pursel, V.G., Pinkert, C.A., Miller, K.F.,
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