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THATYML
INSS
TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
LÍNGUA PORTUGUESA
RACIOCÍNIO LÓGICO
INFORMÁTICA
MATEMÁTICA
ATUALIDADES
ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO
REGIME JURÍDICO ÚNICO
PREVIDÊNCIA - CONJUNTURA E ESTRUTURA
CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES
RIO DE JANEIRO
ALCÂNTARA: Rua Manoel João Gonçalves , 414 / 2º andar * (21) 2603-8480
CINELÂNDIA: Praça Mahatma Gandhi, 2 / 2º andar * (21) 2279-8257
CENTRO: Rua da Alfândega, 80 / 2º andar * (21) 3970-1015
COPACABANA: Av. N. Sra. Copacabana, 807 / 2º andar * (21) 3816-1142
DUQUE DE CAXIAS: Av. Pres. Kennedy, 1203 / 3º andar * (21) 3659-1523
MADUREIRA: Shopping Tem-Tudo / Sobreloja 18 * (21) 3390-8887
MÉIER: Rua Manuela Barbosa , 23 / 2º andar * (21) 3296-8857
NITERÓI: Rua São Pedro, 151 / Sobreloja * (21) 3604-6234
TAQUARA: Av. Nelson Cardoso, 1141 / 3º andar * (21) 2435-2611
SÃO PAULO
ALPHAVILLE: Calçada das Rosas, 74 * (11) 4197-5000
GUARULHOS: Av. Dr. Timóteo Pentado, 714 - Vila Progresso * (11) 2447-8800
SÃO PAULO: Rua Barão de Itapetininga, 163 / 6º andar * (11) 3017-8800
SANTO ANDRÉ: Av. José Cabalero, 257 * (11) 4437-8800
SANTO AMARO: Av. Santo Amaro, 5860 * (11) 5189-8800
OSASCO: Av. Deputado Emílio Carlos, 1132 * (11) 3685-2123
EDITORA EXECUTIVA
Andréa Martins
GERENTE DE EDITORAÇÃO
Rodrigo Nascimento
DIAGRAMAÇÃO
Marcella Prata
Mariana Gomes
CAPA
Marcelo Fraga
Igor Marraschi
E-MAIL
apostilas@degraucultural.com.br
Prezado(a) candidato(a),
A equipe pedagógica da Degrau Cultural elaborou esta apostila preparatória
com o objetivo de auxiliar a todos aqueles que pretendem prestar concurso
para o cargo de Técnico do Seguro Social do INSS.
Esperamos que nosso material possa ser útil na conquista da tão sonhada
vaga e, desde já, lhe desejamos sucesso nesta empreitada.
Atenciosamente,
Os Editores
Sumário
005 Língua Portuguesa
073 Raciocínio Lógico
087 Informática
193 Matemática
233 Atualidades
263 Ética no Serviço Público
271 Regime Jurídico Único (Lei 8.112/90)
295 Previdência - Conjuntura e Estrutura
317 Conhecimentos Complementares
337 Exercícios
Língua
Portuguesa
07 Interpretação de textos e Tipologia textual
18 Fonética, ortografia e acentuação gráfica
24 Emprego das classes de palavras
34 Crase
35 Sintaxe da oração e do período
39 Pontuação
42 Concordância verbal e nominal
46 Regência verbal e nominal
48 Significação das palavras
51 Redação de correspondência oficial
65 Novo Acordo Ortográfico
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6 Degrau Cultural
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
TIPOLOGIA TEXTUAL
I. Tipologia Textual
Obs.: Às vezes, um fragmento pode apresentar características que o assemelham a uma descrição e também a uma
narração. Nesse caso, é interessante observar que em um fragmento narrativo a relação entre os fatos
relacionados é de anterioridade e posterioridade, ou seja, existe o fato que ocorre antes e aquele que ocorre
depois. Em uma narração ocorre a progressão temporal. Já na descrição a relação entre os fatos é de
simultaneidade, ou seja, os fatos relacionados são concomitantes, não ocorrendo progressão temporal.
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Do ponto de vista da composição, é correto afir- miniatura, a visão prefigurada do paraíso que san-
mar que o capítulo “Filosofia dos Epitáfios” tos e poetas imaginaram. Isso foi o que procurei e,
embora pudesse parecer bom demais para a vida
a) é predominantemente dissertativo, servindo os 20 humana, foi o que encontrei.
dados do enredo do ambiente como fundo para a Com igual paixão busquei o conhecimento.
digressão. Desejei compreender os corações dos homens.
b) é predominantemente descritivo, com a suspen- Desejei saber por que as estrelas brilham. E ten-
são do curso da história dando lugar à construção tei apreender a força pitagórica pela qual o núme-
do cenário. 25 ro se mantém acima do fluxo. Um pouco disso,
c) equilibra em harmonia narração e descrição, à não muito, encontrei.
medida que faz avançar a história e cria o cenário Amor e conhecimento, até onde foram possí-
de sua ambientação. veis, conduziram-me aos caminhos do paraíso.
d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador Mas a compaixão sempre me trouxe de volta à Ter-
evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. 30 ra. Ecos de gritos de dor reverberam em meu co-
ração. Crianças famintas, vítimas torturadas por
II. ROTEIRO PARA LEITURA DE TEXTOS opressores, velhos desprotegidos – odiosa carga
para seus filhos – e o mundo inteiro de solidão,
• ler atentamente o texto, tendo noção do conjunto pobreza e dor transformaram em arremedo o que
• compreender as relações entre as partes do texto 35 a vida humana poderia ser. Anseio ardentemente
• sublinhar momentos mais significativos aliviar o mal, mas não posso, e também sofro.
• fazer anotações à margem Isso foi a minha vida. Achei-a digna de ser vivi-
da e vivê-la-ia de novo com a maior alegria se a
III. ENTENDIMENTO DO TEXTO oportunidade me fosse oferecida.
O que deve ser observado para chegar à melhor (RUSSEL, Bertrand, Revista Mensal de Cultura,
compreensão do texto? Enciclopédia Bloch, n. 53, set.1971, p.83)
Observe o texto de Bertrand Russel, “Minha Vida”, Leia o texto abaixo para responder às questões 9 e 10.
a fim de compreender a forma como ele está cons-
truído: 1 É universalmente aceito o fato de que sai mais
cara a reparação das perdas por acidentes de tra-
1 Três paixões, simples mas irresistivelmente balho que o investimento em sua prevenção. Mas,
fortes, governaram minha vida: o desejo imenso então, por que eles ocorrem com tanta freqüência?
do amor, a procura do conhecimento e a insupor- 5 Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal
tável compaixão pelo sofrimento da humanidade. fato exige apenas o trabalho de observar obras de
5 Essas paixões, como os fortes ventos, levaram- engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por
me de um lado para outro, em caminhos capricho- ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia
sos, para além de um profundo oceano de angús- suprir as deficiências da fiscalização oficial – os
tias, chegando à beira do verdadeiro desespero. 10 sindicatos patronais ou de empregados – não o
Primeiro busquei o amor, que traz o êxtase – faz; se não for por um conformismo cruel, a tomar
10 êxtase tão grande que sacrificaria o resto de mi- por fatalidade o que é perfeitamente possível de
nha vida por umas poucas horas dessa alegria. prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organi-
Procurei-o, também, porque abranda a solidão – zação e escasso interesse pela filiação a entida-
aquela terrível solidão em que uma consciência 15 des de classe, ou por desvio dessas de seus inte-
horrorizada observa, da margem do mundo, o in- resses primordiais.
15 sondável e frio abismo sem vida. Procurei-o, final- Falta também a educação básica, prévia a
mente, porque na união do amor vi, em mística qualquer treinamento: com a baixíssima escola-
ridade do trabalhador brasileiro, não há compre-
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20 ensão suficiente da necessidade e benefício dos porte torna precários os programas governa-
equipamentos de segurança, assim como da mentais para atendimento à demanda por saú-
mais simples mensagem ou de um manual de de, educação, habitação, assistência previden-
instruções. ciária e segurança pública.
E há, enfim, o fenômeno recente da terceiriza- Quanto aos trabalhadores sem anotação em
ção, que pode estar funcionando às avessas, ao carteira, formam um colossal conjunto de excluí-
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propiciar o surgimento e a multiplicação de em- dos. Estão à margem dos benefícios sociais ga-
presas fantasmas de serviços, que contratam a rantidos pelos direitos de cidadania, entre os
primeira mão-de-obra disponível, em vez de sele- quais vale citar o acesso à aposentadoria, ao
cionar e de oferecer mão-de-obra especializada. seguro-desemprego e às indenizações repara-
(O Estado de S.Paulo – 22 de fevereiro de 1998 – doras pela despedida sem justa causa. De outro
adaptado) lado, não recolhem a contribuição previdenciária,
mas exercem fortes pressões sobre os serviços
09. Assinale a opção que apresenta as palavras-cha- públicos de assistência médico-hospitalar.
ve do texto. A reforma tributária poderá converter a expres-
a) aceitação universal – constatação – benefício – sões toleráveis a economia informal. A redução
escolaridade. fiscal incidente sobre as micro e pequenas em-
b) investimento em prevenção – deficiências – enti- presas provocará, com certeza, a regularização
dades – equipamentos. de grande parte das unidades produtivas em ação
c) falta de fiscalização – organização – benefício – clandestina. E a adoção de uma política consis-
mão-de-obra. tente para permitir o aumento do emprego e da
d) prevenção de acidentes – fiscalização – educa- renda trará de volta ao mercado formal os milhões
ção – terceirização. de empregados sem carteira assinada. É preci-
e) crescimento – conformismo – treinamento – em- so entender que o esforço em favor da inserção
presas. da economia no sistema mundial não pode pa-
gar tributo ao desemprego e à marginalização
10. Assinale a opção INCORRETA em relação aos ele- social de milhões de pessoas.
mentos do texto. (Correio Braziliense – 13.7.97)
a) O pronome “eles” (l.4) refere-se a “acidentes de
trabalho” (l.2 e 3). 1º parágrafo:
b) A expressão “tal fato” (l.5-6) retoma a idéia antece-
palavras-chave: economia informal e trabalha-
dente de “falta de fiscalização” (l.5).
dores admitidos sem carteira assinada
c) Para compreender corretamente a expressão “não
o último período do primeiro parágrafo apresenta
o faz” (l.10 e 11), é necessário retomar a idéia de
uma informação que vai nortear todo o texto: “Am-
“suprir as deficiências da fiscalização oficial” (l.9).
bas são portadoras de efeitos econômicos e soci-
d) A palavra “primordiais” vincula-se à idéia de “bási-
ais catastróficos.”
cos, principais”. (l.17)
e) “dessas” refere-se a “deficiências da fiscalização Idéia-chave: Economia informal e trabalhadores
oficial” (l.9). admitidos sem carteira assinada trazem prejuí-
zos econômicos e sociais.
2. IDÉIAS-CHAVE
2° parágrafo:
Se houver dificuldade para chegar à síntese do palavra-chave: economia informal
texto só pelas palavras-chave, deve-se buscar a efeitos econômicos - perda de receitas tributárias
idéia-chave, que deve refletir o assunto principal efeitos sociais - precariedade dos programas
de cada parágrafo, de forma sintetizada. sociais do governo
• A partir da síntese de cada parágrafo, chega-se à Idéia-chave: A perda de receitas tributárias cau-
idéia central do texto. sada pela economia informal prejudica os pro-
gramas sociais do governo.
Observe o texto:
3° parágrafo:
Existem duas formas de operação marginal: a palavra-chave: trabalhadores admitidos sem car-
que toma a classificação genérica de economia teira assinada
informal, correspondente a mais de 50% do Pro- efeitos econômicos - não recolhem contribuição
duto Interno Bruto (PIB), e a representada pelos previdenciária
trabalhadores admitidos sem carteira assinada. efeitos sociais – não têm garantia de direitos
Ambas são portadoras de efeitos econômicos e sociais
sociais catastróficos.
A atividade econômica exercida ao largo dos Idéia-chave: Trabalhadores admitidos sem car-
registros oficiais frustra a arrecadação de re- teira assinada causam prejuízos econômicos por
ceitas tributárias nunca inferiores a R$ 50 bi- não recolherem contribuição previdenciária e so-
lhões ao ano. A perda de receita fiscal de tal frem os efeitos sociais, por não terem seus direi-
tos assegurados.
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também a entender as diferenças entre as etnias d) As amostras para a pesquisa do Projeto Genoma
humanas. Chamado de Projeto Genoma Huma- Humano estão sendo colhidas em diversas par-
no, desde o seu início ele não parou de produzir tes do mundo.
15 novidades científicas. A mais importante delas é a e) O racismo não tem fundamento científico; é um
confirmação de que o homem surgiu realmente fenômeno que se forma apoiado em estruturas
sociais e culturais.
na África e se espalhou pelo resto do planeta. A
pesquisa contribuiu também para derrubar velhas
15. Indique a ordem em que as questões devem se
teorias sobre a superioridade racial e está provan- organizar no texto, de modo a preservar-lhe a coe-
20 do que o racismo não tem nenhuma base científi- são e coerência (Baseado no texto de José Onofre).
ca. É mais uma construção social e cultural. O que
( ) O País não é um velho senhor desencantado com
percebemos como diferenças raciais são apenas a vida que trata de acomodar-se.
adaptações biológicas às condições geográficas. ( ) O Brasil tem memória curta.
Originalmente o ser humano é um só. ( ) É mais como um desses milhões de jovens mal
(ISTO É – 15.1.97) nascidos cujo único dote é um ego dominante e
predador, que o impele para a frente e para cima,
13. Assinale o item em que não há correspondência impedindo que a miséria onde nasceu e cresceu
entre os dois elementos. lhe sirva de freio.
a) “tal iniciativa” (l.5) refere-se a “projeto ambicioso”. ( ) “Não lembro”, responde, “faz muito tempo”.
b) “ele” (l.14) refere-se a “Projeto Genoma Humano”. ( ) Lembra o personagem de Humphrey Bogart em
c) “delas” (l.15) refere-se a “novidades científicas”. Casablanca, quando lhe perguntaram o que fizera
d) “A pesquisa” (l.18) refere-se a “Projeto Genoma na noite anterior.
Humano”. ( ) Mas esta memória curta, de que políticos e jornalis-
e) “É mais” (l.21) refere-se a “Pesquisa”. tas reclamam tanto, não é, como no caso de Bo-
gart, uma tentativa de esquecer os lances mais
14. Marque o item que NÃO está de acordo com as penosos de seu passado, um conjunto de desilu-
idéias do texto. sões e perdas que leva ao cinismo e à indiferença.
a) O Projeto Genoma Humano tem como objetivo pri-
mordial reconhecer as diferenças entre as várias a) 1, 2, 6, 5, 4, 3.
raças do mundo. b) 2, 5, 4, 6, 3, 1.
b) O ser humano tem uma estrutura única independen- c) 2, 6, 1, 3, 5, 4.
te de etnia e as diferenças raciais provêm da neces- d) 1, 5, 4, 6, 3, 2.
sidade de adaptação às condições geográficas. e) 2, 5, 4, 1, 6, 3.
c) O código genético determina as características de
cada ser humano, e conhecer esse código levará
os cientistas a controlarem doenças.
5. CONEXÕES
Os conectivos também são elementos de coesão. Uma leitura eficiente do texto pressupõe, entre outros cuida-
dos, o de depreender as conexões estabelecidas pelos conectivos.
5.1. PRINCIPAIS CONECTIVOS
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
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CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
PRONOMES RELATIVOS
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16. A alternativa que substitui, correta e respectiva- c) Mesmo que os deputados que deponham na CPI
ente, as conjunções ou locuções grifadas nos e ajudem a elucidar os episódios obscuros do caso
períodos abaixo é: dos precatórios, a confiança na instituição não foi
I. Visto que pretende deixar-nos, preparamos uma abalada.
festa de despedida. d) O ministro reafirmou que é preciso manter a todo
II. Terá sucesso, contanto que tenha amigos influ- custo o plano de estabilização econômica, sob
entes. pena de termos a volta da inflação.
III. Casaram-se e viveram felizes, tudo como estava e) Antes de fazer ilações irresponsáveis acerca das
escrito nas estrelas. medidas econômicas, deve-se procurar conhecer
IV. Foi transferido, portanto não nos veremos com as razões que, por isso as motivaram.
muita freqüência.
a) porque, mesmo que, segundo, ainda que. As questões 20 e 21 referem-se ao texto que segue.
b) como, desde que, conforme, logo.
c) quando, caso, segundo, tão logo. Imposto
d) salvo se, a menos que, conforme, pois.
e) pois, mesmo que, segundo, entretanto. A insistência das secretarias estaduais de
Fazenda em cobrar 25% de ICMS dos provedores
17. Assinale a alternativa em que o pronome relativo de acesso à Internet deve acabar na Justiça. A paz
“onde” obedece aos princípios da língua culta atual entre os dois lados é apenas para celebrar o
escrita. fim do ano. Os provedores argumentam que não
a) Os fonemas de uma língua costumam ser repre- têm de pagar o imposto porque não são, por lei,
sentados por uma série de sinais gráficos deno- considerados empresas de telecomunicação, mas
minados letras, onde o conjunto delas forma a apenas prestadores de serviços. Com o caixa que-
palavra. brado, os Estados permanecem irredutíveis. O Mi-
b) Todos ficam aflitos no momento da apuração, onde nistério da Ciência e Tecnologia alertou formal-
será conhecida a escola campeã. mente ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, que
c) Foi discutida a pequena carga horária de aulas de a imposição da cobrança será repassada para o
Cálculo e Física, onde todos concordaram e dese- consumidor e pode prejudicar o avanço da Inter-
jam mais aulas. net no Brasil. Hoje, pagam-se em média 40 reais
d) Não se pode ferir um direito constitucional onde visa para se ligar à rede.
a garantir a educação pública e gratuita para todos. (Veja – 8/1/97, p. 17)
e) Não se descobriu o esconderijo onde os seqües-
tradores o deixaram durante esses meses todos. 20. Infere-se do texto que
a) as empresas caracterizadas como prestadoras de
18. Nos períodos abaixo, as orações sublinhadas es- serviço estão isentas do ICMS.
tabelecem relações sintáticas e de sentido com b) todas as pessoas que desejam ligar-se à Internet
outras orações. devem pagar 40 reais de ICMS.
I. Eles compunham uma grande coleção, que foi se c) os provedores de acesso à Internet estão proces-
dispersando à medida que seus filhos se casa- sando os consumidores que não pagam o ICMS.
vam, levando cada qual um lote de herança. (PRO- d) os Estados precisam cobrar mais impostos dos
PORCIONALIDADE) provedores para não serem punidos pelo Ministé-
II. Mal se sentou na cadeira presidencial, Itamar Fran- rio da Ciência e Tecnologia.
co passou a ver conspirações. (MODO) a) o desenvolvimento da Internet no Brasil está sen-
III. Nunca foi professor da UnB, mas por ela se apo- do prejudicado pela cobrança do ICMS.
sentou. (CONTRARIEDADE)
IV. Mesmo que tenham sido só esses dois, (...) já não 21. A conjunção mas no texto estabelece uma relação de
se configuraria a roubalheira (...) ? (CONCESSÃO) a) tempo.
A classificação dessas relações está correta so- b) adição.
mente nos períodos c) conseqüência.
a) I, II e III. d) causa.
b) II e IV. e) oposição.
c) I e III.
d) II, III e IV. 22. Assinale a única conjunção incorreta para com-
e) I, III e IV. pletar a lacuna do texto.
A partir do ofício enviado pelo fisco, começou-se a
19. Os princípios da coerência e da coesão não foram levantar informações sobre a sonegação de im-
violados em: posto de renda no mundo do esporte no Brasil. “O
a) O Santos foi o time que fez a melhor campanha do futebol já é o quarto maior mercado de capitais do
campeonato. Teria, no entanto, que ser o campeão mundo”, diz Ives Gandra Martins, advogado tribu-
este ano. tarista e conselheiro do São Paulo Futebol Clube,
b) Apesar da Sabesp estar tratando a água da Re- ______________ só agora a Receita começa a
presa de Guarapiranga, portanto o gosto da água prestar atenção nos jogadores.
nas regiões sul e oeste da cidade melhorou.
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Em outros países não é assim. Nos Estados Os professores sardenhos sabem que os adultos tam-
Unidos, ano passado, a contribuição fiscal do bém apresentam sintomas semelhantes e que, na re-
astro do basquete Michael Jordan chegou a 20,8 alidade, alguns chegam a morrer após urinarem uma
milhões de dólares. grande quantidade de sangue. Por vezes, aproximada-
(Exame – 27 de agosto de 1997) mente 35% dos habitantes da ilha chegam a ser aco-
a) todavia. metidos por este mal.
b) conquanto. O Dr. Marcelo Siniscalco, do Centro de Cancerologia
c) entretanto. Sloan-Kedttering, em Nova Iorque, e o Dr. Arno G. Motul-
d) não obstante. sky, da Universidade de Washington, depararam pela
e) no entanto. primeira vez com a doença em 1959, enquanto desen-
volviam um estudo sobre padrões de hereditariedade e
IV. PARÁFRASE determinaram que os sardenhos eram vítimas de ane-
Paráfrase é a reprodução explicativa de um texto ou de mia hemolítica, uma doença hereditária que faz com
que os glóbulos vermelhos do sangue se desintegrem
unidade de um texto, por meio de uma linguagem mais
no interior dos veios sangüíneos. Os pacientes urina-
longa. Na paráfrase sempre se conservam basicamen- vam sangue porque os rins filtram e expelem a hemo-
te as idéias do texto original. O que se inclui são comen- globina não aproveitada. Se o volume de destruição for
tários, idéias e impressões de quem faz a paráfrase. Na mínimo, o resultado será a letargia; se for aguda, a
escola, quando o professor, ao comentar um texto, inclui doença poderá acarretar a morte do paciente.
outras idéias, alongando-se em função do propósito de A anemia hemolítica pode ter diversas origens. Mas na
ser mais didático, faz uma paráfrase. Sardenha, as experiências indicam que praticamente
Parafrasear consiste em transcrever, com novas pala- todas as pessoas acometidas por este mal têm defici-
vras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá ência de uma única enzima, chamada deidrogenase
fazer uma leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, rea- fosfo-glucosada-6 (ou G-6-PD), que forma um elo de
firmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresen- suma importância na corrente de produção de energia
tado, acrescentando aspectos relevantes de uma opi- para as células vermelhas do sangue.
nião pessoal ou acercando-se de críticas bem funda- Mas os sardenhos ficam doentes apenas durante a
primavera, o que indica que a falta de G-6-PD da vítima
mentadas. Portanto, a paráfrase repousa sobre o tex-
não aciona por si só a doença - que há algo no meio
to-base, condensando-o de maneira direta e imperati- ambiente que tira proveito da deficiência. A deficiência
va. Consiste em um excelente exercício de redação, genética pode ser a arma, mas um fator ambiental é
uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e quem a dispara.
precisão vocabular. Acrescenta-se o fato de possibilitar Entre as plantas que desabrocham durante a primave-
um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efei- ra na Sardenha encontra-se a fava ou feijão italiano -
to estético na literatura moderna. observou o Dr. Siniscalco. Esta planta não tem uma
Como ler um texto boa reputação desde ao ano 500 a.C. , quando o filóso-
Recomendam-se duas leituras. A primeira chamaremos fo grego e reformador político Pitágoras proibiu que seus
de leitura vertical e a segunda, de leitura horizontal. seguidores a comessem, ou mesmo andassem por
Leitura horizontal é a leitura rápida que tem como finalida- entre os campos onde floresciam. Agora, o motivo de
de o contato inicial com o assunto do texto. De posse desta tal proibição tornou-se claro; apenas aquelas pessoas
que carregam o gene defeituoso e comiam favas cruas
visão geral, podemos passar para o próximo passo.
ou parcialmente cozidas (ou inspiravam o pólen de uma
Leitura vertical consiste em uma leitura mais atenta; é planta em flor) apresentavam problemas. todos os de-
o levantamento dos referenciais do texto-base para a mais eram imunes.
perfeita compreensão. É importante grifar, em cada Em dois anos, o Dr. Motusky desenvolveu um teste de
parágrafo lido, as idéias principais. Após escrever à sangue simples para medir a presença ou ausência de
parte as idéias recolhidas nos grifos, procurando dar G-6-PD. Atualmente, os cientistas têm um modo de de-
uma redação própria, independente das palavras utili- terminar com exatidão quem está predisposto à doença
zadas pelo autor do texto. A esta etapa, chamaremos e quem não está; a enzima hemolítica, os geneticistas
de levantamento textual dos referenciais. A redação fi- começaram a fazer a triagem da população da ilha. Lo-
nal é a união destes referenciais, tendo o redator o calizaram aqueles em perigo e advertiram-lhes para evi-
cuidado especial de unir idéias afins, de acordo com a tar favas de feijão durante a estação de floração. Como
identidade e evolução do texto-base. resultado, a incidência de anemia hemolítica e de estu-
dantes apáticos começou a declinar. O uso de marcado-
res genéticos como instrumento de previsão da reação
Exemplo de paráfrase
dos sardenhos à fava de feijão há 20 anos foi uma das
primeiras vezes em que os marcadores genéticos eram
Profecias de uma Revolução na Medicina empregados deste modo; foi um avanço que poderá
Há séculos, os professores de segundo grau da Sar- mudar o aspecto da medicina moderna. Os marcadores
denha vêm testemunhando um fenômenos curioso. genéticos podem prever agora a possível eclosão de
Com a chegada da primavera, em fevereiro, alguns de outras doenças e, tal como a anemia hemolítica, podem
seus alunos tornam-se apáticos. Nos três meses sub- auxiliar os médicos a prevenirem totalmente os ataques
seqüentes, sofrem uma baixa em seu rendimento es- em diversos casos. (Zsolt Harsanyi e Richard Hutton,
colar, sentem-se tontos e nauseados, e adormecem publicado no jornal O Globo).
na sala de aula. Depois, repentinamente, suas energi-
as retornam. E ficam ativos e saudáveis até o próximo
mês de fevereiro.
Degrau Cultural 15
16 Degrau Cultural
Degrau Cultural 17
É a parte da lingüística que estuda os sons da fala Ditongo: é a junção de uma vogal + uma semivogal
(fones). (ditongo decrescente), ou vice-versa (ditongo cres-
cente), na mesma sílaba.
Fonemas Ex.: noite (ditongo decrescente), quase (ditongo cres-
São as entidades capazes de estabelecer distinção cente).
entre as palavras.
Exemplos: casa/capa, muro/mudo, dia/tia Tritongo: é a junção de semivogal + vogal + semivogal,
formando uma só sílaba.
A troca de um único fonema determina o surgimen- Ex.: Paraguai, argüiu.
to de outra palavra ou um som sem sentido. O fonema
se manifesta no som produzido e é registrado pela le- Hiato: é junção de duas vogais pronunciadas separa-
tra, é representado graficamente por ela. O fonema /z/, damente formando sílabas distintas.
por exemplo, pode ser representado por várias letras: z Ex.: saída, coelho
(fazenda), x (exagerado), s (mesa).
Atenção: Não se esqueça que só as vogais /i/ e
Atenção: Os fonemas são representados entre /u/ podem funcionar como semivogais. Quando
barras. Exemplos: /m/, /o/. semivogais, serão representadas por /y/ e /w/
respectivamente.
Classificação dos fonemas
Os fonemas da língua portuguesa classificam-se Dígrafos
em vogais, semivogais e consoantes. É a união de duas letras representando um só fone-
ma. Observe que no caso dos dígrafos não há corres-
Vogais: são fonemas pronunciados sem obstáculo à pondência direta entre o número de letras e o número
passagem de ar, chegando livremente ao exterior. Exem- de fonemas.
plos: pato, bota Dígrafos que desempenham a função de consoan-
tes: ch (chuva), lh (molho), nh (unha), rr (carro) e outros.
Semivogais: são os fonemas que se juntam a uma vo- Dígrafos que desempenham a função de vogais na-
gal, formando com esta uma só sílaba. Exemplos: cou- sais: am (campo), en (bento), om (tombo) e outros.
ro, baile. Observe que só os fonemas /i/ e /u/ átonos
funcionam como semivogais. Para que não sejam con- Encontros consonantais
fundidos com as vogais i e u serão representados por Quando existe uma seqüência de duas ou mais con-
[y] e [w] e chamados respectivamente de iode e vau. soantes em uma mesma palavra, denominamos essa
seqüência de encontro consonantal.
Consoantes: são fonemas produzidos mediante a re- O encontro pode acorrer:
sistência que os órgãos bucais (língua, dentes, lábi- – na mesma sílaba: cla-ri-da-de, fri-tu-ra, am-plo.
os) opõem à passagem de ar. Exemplos: caderno, – em sílabas diferentes: af-ta, com-pul-só-rio
lâmpada.
Atenção: Nos encontros consonantais somos
Dica: Em nossa língua, a vogal é o elemento capazes de perceber o som de todas as conso-
básico, suficiente e indispensável para a forma- antes.
ção da sílaba. Você encontrará sílabas constitu-
ídas só de vogais, mas nunca formadas somen- Sílaba
te com consoantes. Exemplos: viúva, abelha. É a unidade ou grupo de fonemas emitidos num só
impulso da voz.
Classificação das vogais
1- Quanto à intensidade Classificação das palavras quanto ao número de
A intensidade está relacionada com a tonicidade da sílabas
vogal. Monossílabas - aquelas que possuem uma só sílaba:
a- tônicas: café, cama dó, mão, cruz, etc.
b- átonas: massa, bote Dissílabas - aquelas que possuem duas sílabas: sa/
pé, fo/lha, te/la, etc.
2- Quanto ao timbre Trissílabas - aquelas que possuem três sílabas: fun/
O timbre está relacionado com a abertura da boca da/ção, mé/di/co, etc.
a- abertas: (sapo), (neve), (bola) Polissílabas - aquelas que possuem mais de três síla-
b- fechadas: ê (mesa), ô (domador), i (bico), u (útero) e bas: ve/te/ra/no, na/tu/re/za, pa/la/ci/a/no, etc.
todas as nasais
Divisão silábica
Encontros vocálicos A fala é o primeiro e mais importante recurso usado
Há três tipos de encontros vocálicos: ditongo, hiato para a divisão silábica na escrita.
e tritongo.
18 Degrau Cultural
Regra geral:
Atenção: Não confunda acento tônico com acento
Toda sílaba, obrigatoriamente, possui uma vogal.
gráfico. O acento tônico está relacionado com
intensidade de som e existe em todas as pala-
Regras práticas:
vras com duas ou mais sílabas. O acento gráfico
Não se separam ditongos e tritongos. Exemplos:
existirá em apenas algumas palavras e será
mau, averigüei
usado de acordo com regras de acentuação.
Separam-se as letras que representam os hiatos.
Exemplos: sa-í-da, vô-o...
Classificação das palavras quanto ao acento tônico
Separam-se somente os dígrafos rr, ss, sc, sç, xc.
As palavras com mais de uma sílaba, conforme a
Exemplos: pas-se-a-ta, car-ro, ex-ce-to...
tonicidade, classificam-se em:
Separam-se os encontros consonantais pronunci-
ados separadamente. Exemplo: car-ta
Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última - coração,
Os elementos mórficos das palavras (prefixos, radi-
São Tomé, etc.
cais, sufixos), quando incorporados à palavra, obede-
cem às regras gerais. Exemplos: de-sa-ten-to, bi-sa-
Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima -
vô, tran-sa-tlân-ti-co...
cadeira, linha, régua, etc.
Consoante não seguida de vogal permanece na sí-
laba anterior. Quando isso ocorrer em início de palavra,
Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúl-
a consoante se anexa à sílaba seguinte. Exemplos: ad-
tima - ibérica, América, etc.
je-ti-vo, tungs-tê-nio, psi-có-lo-go, gno-mo...
Os monossílabos podem ser tônicos ou átonos:
Acento tônico / gráfico
Tônicos: são autônomos, emitidos fortemente, como
1 - Sílaba tônica - A sílaba proferida com mais intensi-
se fossem sílabas tônicas. Exemplos: ré, teu, lá, etc.
dade que as outras é a sílaba tônica. Esta possui o
Átonos: apóiam-se em outras palavras, pois não são
acento tônico, também chamado acento de intensi-
autônomos, são emitidos fracamente, como se fos-
dade ou prosódico:
sem sílabas átonas.São palavras sem sentido quando
Exemplos: cajá, caderno, lâmpada
estão isoladas: artigos, pronomes oblíquos, preposi-
2 - Sílaba subtônica - Algumas palavras geralmente
ções, junções de preposições e artigos, conjunções,
derivadas e polissílabas, além do acento tônico,
pronome relativo que. Exemplos: o, lhe, nem, etc.
possuem um acento secundário. A sílaba com acento
secundário é chamada de subtônica.
Acentuação gráfica
Exemplos: terrinha, sozinho
As palavras em Língua Portuguesa são acentuadas
3 - Sílaba átona - As sílabas que não são tônicas nem
de acordo com regras. Para que você saiba aplicá-las é
subtônicas chamam-se átonas.
preciso que tenha claros alguns conceitos como tonici-
Podem ser pretônicas (antes da tônica) ou postôni-
dade, encontros consonantais e vocálicos...
cas (depois da tônica),
Exemplos: barata (átona pretônica, tônica, átona
postônica); máquina (tônica, átona postônica, áto-
na postônica).
1º Divida-a em sílabas;
2º Classifique-a quanto à tonicidade (oxítona, paroxítona...);
3º De acordo com sua terminação, encaixe-a nos quadros abaixo.
Degrau Cultural 19
Acentuam-se:
Grupos gu, qu antes de e/i Atenção: O verbo TER, VIR e seus derivados não
Quando o u é proferido e tônico, receberá acento possuem dois EE na 3ª pessoa do plural no pre-
agudo: averigúe, apazigúe, argúis, etc. sente do indicativo: ele tem, eles têm; ele vem,
Quando o referido u é proferido e átono, receberá eles vêm; ele contém, eles contêm...
trema: freqüente, tranqüilo, etc.
Quando o u não for pronunciado, formará com q e g Sinais Gráficos
dígrafos, ou seja, duas letras representando um único Sinais gráficos ou diacríticos são certos sinais que
fonema /k/ e /g /. Não apresenta nenhum tipo de acento. se juntam às letras, geralmente para lhes dar um valor
fonético especial e permitir a correta pronúncia das
Acento diferencial palavras.
O acento diferencial (que pode ser circunflexo ou
agudo) é usado como sinal distintivo de vocábulos ho- 1. Til
mógrafos (palavras que apresentam a mesma escri- Indica nasalidade.
ta). Alguns exemplos: Exemplos: maçã, Irã, órgão...
• ás (carta de baralho, piloto exímio) - as (artigo femini- 2. Trema
no plural) Indica que o u dos grupos gue, gui, que, qui é profe-
• côa, côas (verbo coar) - coa, coas (contrações com + rido e átono.
a, com + as) Exemplos: lingüiça, tranqüilo...
• pára (verbo) - para (preposição) 3. Apóstrofo
• péla, pélas (substantivo e verbo) - pela, pelas (contra- Indica a supressão de uma vogal. Pode existir em
ções de per + a, per + as) palavras compostas, expressões e poesias.
• pêlo (substantivo) - pelo (per + o) Exemplos: caixa-d’água, pau-d’água etc.
• pólo, pólos (extremidade, jogo) - pôlo, pôlos (falcão) 4. Hífen
• pêra (fruta) - péra ou péra-fita (grande pedra antiga, Emprega-se o hífen nos seguintes casos:
fincada no chão) – em palavras compostas. Exemplos: beija-flor,
• pôr (verbo) - por (preposição) amor-perfeito...
• porquê (substantivo) - porque (conjunção) – para ligar pronomes átonos às formas verbais.
• quê (substantivo, pronome em fim de frase) - que (con- Exemplos: dar-lhe, amar-te-ia...
junção) – para separar palavras em fim de linha.
– para ligar algumas palavras precedidas de prefi-
xos. Exemplos: auto-educação, pré-escolar...
20 Degrau Cultural
Observação: o uso do hífen é regulamentado pelo Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portugue-
sa. Por se tratar de um item extremamente complexo, com regras confusas e extensas, os autores são
contraditórios quando tratam do assunto. Procuramos sintetizar em um quadro o uso do hífen com os
prefixos mais comuns.
Degrau Cultural 21
Letras E / I
Letras G / J
Letras S / Z
Atenção: O verbo catequizar é derivado da palavra catequese deveria ser escrito com “s”, mas, como é deriva-
do do grego, já veio formado para nosso vernáculo (língua do país).
MAIZENA é um substantivo próprio, marca registrada.
Letras X / CH
22 Degrau Cultural
Letras SS / Ç
Porque
• Em frases afirmativas ou negativas, quando pode
ser substituído por pois. Ex: Venha porque precisamos
de você.
• Para introduzir justificativas ou causas em frases
declarativas, no início ou no meio de respostas. Ex: Ela
não veio porque não quis.
Porquê
• Em qualquer tipo de frase, desde que antecedido
de artigo ou pronome. Ex: Não me interessa o porquê
de sua ausência.
Por que
• Quando equivale a pelo qual (e suas flexões). Ex:
Essa é a rua por que passamos.
• Quando equivale a “por que razão”. Ex: Eis por que
não te amo mais.
• No início de perguntas. Ex: Por que ela não veio?
Por quê
• No final de frases interrogativas. Ex: Ela não veio por
quê?
• Quando a expressão estiver isolada. Ex: Nunca mais
volto aqui. Por quê?
Degrau Cultural 23
Há formas verbais e nomes sem VT. Verbo-nominais: indicam as formas nominais dos ver-
Exemplo: rapaz, mato(verbo) bos (infinitivo, gerúndio e particípio).
Exemplo: beber, correndo, partido
24 Degrau Cultural
COMPOSIÇÃO
Processo de formação de palavras através do qual
novas palavras são formadas pela junção de duas ou
mais palavras já existentes.
Existem duas formas de composição:
• Justaposição
• Aglutinação
Degrau Cultural 25
Substantivo b) DIMINUTIVO:
É a palavra que dá nome aos seres, coisas e senti- ANALÍTICO: corpo minúsculo
mentos. Classificam-se em: SINTÉTICO – usando sufixos. Ex.: corpúsculo
Adjetivo
VILA VELHA
26 Degrau Cultural
Degrau Cultural 27
1. PESSOAIS
28 Degrau Cultural
5. PRONOMES INTERROGATIVOS
As palavras que, quem, qual e quanto empregadas
na formulação de perguntas são chamadas de prono-
As formas variáveis podem funcionar como pronomes mes interrogativos.
adjetivos e como pronomes substantivos: Este (PA) li- Ex.: Quem seria ele?
vro é meu. Meu livro é este (PS).
LOCUÇÕES PRONOMINAIS
4. PRONOMES RELATIVOS São grupo de palavras cujo sentido equivale ao dos
É aquele que se refere a termos já expressos e, ao pronomes indefinidos: cada um, cada qual, quem quer
mesmo tempo, introduz uma oração dependente. que, todo aquele, seja quem for, seja qual for, um ou
Ex.: Esta carta que recebi. outro, tal qual, tal e qual, etc.
Degrau Cultural 29
Do Imperativo:
Só aparece no discurso direto.
Do Indicativo:
• Presente → enuncia um fato como atual: eu falo
• Pretérito imperfeito → apresenta o fato como ante-
rior ao momento atual, mas ainda não concluído no
momento passado a que nos referimos: eu falava
• Pretérito perfeito → refere-se a um fato já concluí-
do em época passada: eu falei (forma simples) eu
tenho/hei falado (forma composta)
• Pretérito mais-que-perfeito → expressa um fato
anterior a outro fato que também é passado: eu fa-
lara (forma simples) eu tinha/havia falado (forma
composta)
• Futuro do presente → enuncia um fato que deve
realizar-se num tem vindouro em relação ao pre-
sente: eu falarei (forma simples) eu terei/haverei
30 Degrau Cultural
Lembre-se:
a) Verbo auxiliar + particípio do verbo principal = forma
composta
Vozes verbais Verbo auxiliar + gerúndio ou infinitivo = locução ver-
As vozes verbais indicam o relacionamento do su- bal os particípios regulares são empregados com
jeito com o processo verbal. São elas: os verbos auxiliares TER e HAVER: O rapaz tinha
• ATIVA → quando o sujeito é agente da ação: Ber- entregado a pizza.
nardo feriu o colega. b) os particípios irregulares são empregados com os
• PASSIVA → quando o sujeito é o paciente da ação verbos auxiliares SER e ESTAR: A pizza foi entregue
verbal: O colega foi ferido por Bernardo. pelo rapaz.
• REFLEXIVA → quando o sujeito é agente e paciente c) GANHAR, GASTAR e PAGAR são abundantes: ga-
da ação verbal: Bernardo feriu-se. nhado e ganho.
d) Obs: as formas irregulares podem ser usadas com
Formação da voz passiva os verbos SER, ESTAR, TER e HAVER.
Vimos que na voz passiva o verbo indica a ação recebida CHEGAR apresenta apenas a forma regular: CHE-
pelo sujeito, sendo este denominado, então, paciente. GADO (chego NÃO existe).
Degrau Cultural 31
Advérbio
Locução adverbial
É um conjunto de palavras podendo exercer a fun-
ção de advérbio.
Ex.: Nesse final de tarde todos saímos para passear.
Classificação do advérbio
32 Degrau Cultural
Conjunção é a palavra invariável que estabelece relação entre duas orações ou entre dois termos que exercem a
mesma função sintática.
Classificação
• Coordenativas – são classificadas de acordo com as relações que estabelecem entre termos ou orações.
• Subordinativas – ligam orações dependentes, isto é, subordinam uma oração à outra.
Interjeição
Degrau Cultural 33
CRASE
É fusão da preposição a com o artigo a ou com o a
inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela, preposição e artigo, existirá crase.
aquilo...etc. Exemplo: Voltei da Espanha./ Fui à Espanha.
Na escrita é indicada por meio do acento grave (`). Para Voltei de Tiradentes./ Fui a Tiradentes.
que ela ocorra, é necessário que haja:
a) um termo regente que exija a preposição a; b) Se o nome da cidade estiver determinado, a
b) um termo regido que seja modificado pelo artigo a crase será obrigatória.
ou por um dos pronomes demonstrativos de 3ª pessoa Exemplo: Fui à histórica Tiradentes.
mencionados acima.
c) Em expressões formadas por palavras re-
REGRA GERAL petidas (uma a uma, frente a frente, etc.)
A crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a Exemplo: Olhamo-nos cara a cara.
preposição a e o termo posterior admitir o artigo a ou as.
5) Quando o a estiver no singular diante de uma pala-
Vou a a praia.= Vou à praia. vra no plural.
Exemplo: Como posso resistir a pessoas tão en-
Dicas: Para se certificar, substitua o termo femi- cantadoras?
nino por um masculino, se a contração ao for
necessária, a crase será necessária. 6) Diante do artigo indefinido uma.
Exemplo: Vou à praia./ Vou ao clube. Exemplo: Isto me levou a uma decisão drástica.
3) Na indicação do número de horas, quando ao tro- Dica: Caso a palavra casa venha determinada
car o número de horas pela palavra meio-dia, obti- por adjunto adnominal, ocorrerá a crase.
vermos a expressão ao meio-dia. Exemplo: Não voltarei à casa de meus pais esta
Exemplo: Retornou às oito horas em ponto./ (Retor- semana.
nou ao meio-dia em ponto.)
10)Diante de pronomes que não admitem artigo: rela-
4) Nas expressões à moda de, à maneira de mesmo tivos, indefinidos, pessoais, tratamento e demons-
quando essas estiverem implícitas. trativos.
Exemplo: Farei para o jantar uma bacalhoada (à Exemplo: Dei a ela oportunidade de se redimir./ So-
moda de Portugal) à portuguesa. licito a V.Sª. a confirmação do pedido./ Convidei a
várias pessoas para a reunião.
Emprego facultativo da crase
1) Diante de pronomes possessivos femininos. 11) Diante de numerais cardinais quando estes se refe-
Vou a sua casa./ Vou à sua casa. rem a substantivos não determinados pelo artigo.
2) Diante de nomes próprios femininos. Exemplo: Daqui a duas semanas retornarei ao tra-
Não me referia a Eliana./ Não me referia à Eliana. balho.
3) Depois da preposição até.
Foi até a porta./ Foi até à porta. CRASE DA PREPOSIÇÃO A COM OS PRONOMES DE-
MONSTRATIVOS
Casos em que nunca ocorre a crase Preposição a + pronomes = à, àquilo, àquele(s),
1) Diante de palavras masculinas. àquela (s)
Exemplo: Saiu a cavalo e sofreu uma queda. Exemplo: Assistimos àquela peça teatral.
2) Diante de verbos.
Exemplo: Ele está apto a concorrer ao cargo.
3) Diante de nome de cidade (topônimo) que re- Dicas: A crase da preposição a com o pronome
pudie o artigo. demonstrativo a ocorrerá sempre antes do prono-
Exemplo: Turistas vão freqüentemente a Tiradentes. me relativo que (à que) ou da preposição de (à de).
Exemplo: Esta não é a pessoa à que me referia.
Dicas:
a) Descubra se o nome da cidade aceita artigo:
use o verbo VOLTAR . Se houver contração de
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Degrau Cultural 35
36 Degrau Cultural
Degrau Cultural 37
Adverbiais
Exemplo: É possível que eu fracasse. (oração
desenvolvida)
Orações subordinadas adverbiais:
É possível fracassar. (oração reduzida de infinitivo)
1 - Causais
Expressam a causa da conseqüência expressa na
As orações subordinadas substantivas podem ser:
oração principal.
1 - Orações subordinadas substantivas objetivas di-
Principais conjunções: porque, pois, como (= por-
retas
que), porquanto, já que, uma vez que, visto que etc.
Exercem a função de objeto direto do verbo da ora-
Exemplo: Chegou atrasado ao encontro, porque es-
ção principal.
tava em uma reunião.
Exemplo: “O professor observava que os alunos
2 - Consecutivas
eram muito dedicados.
Expressam a conseqüência, o resultado da causa
2 - Orações subordinadas substantivas objetivas in-
expressa na oração principal.
diretas
Principais conjunções: que (precedido de tal, tanto,
Exercem a função de objeto indireto do verbo da ora-
tão ou tamanho), de modo que, de forma que, de
ção principal.
sorte que etc.
Exemplo: A nova máquina necessitava de que os
Exemplo: A reunião atrasou tanto que ele se atrasou
funcionários supervisionassem mais o trabalho.
para o encontro.
3 - Orações subordinadas substantivas predicativas
3 - Proporcionais
Exercem a função de predicativo do sujeito da ora-
Expressam proporção.
ção principal.
Principais conjunções: à medida que, à proporção
Exemplo: Meu consolo era que o trabalho estava
que, ao passo que, quanto mais... mais, quanto
no fim.
mais... menos etc.
4 - Orações subordinadas substantivas subjetivas
Exemplo: À medida que a reunião avançava, ele se
Exercem a função de sujeito da oração principal.
atrasava para o encontro.
Exemplo: É difícil que ele venha.
4 - Temporais
Expressam tempo.
Dicas: O verbo da oração principal sempre esta-
Principais conjunções: quando, mal, apenas, logo
rá na 3ª pessoa do singular quando a oração
que, assim que, antes que, depois que, até que,
subordinada for subjetiva.
desde que, cada vez que, sempre que etc.
Exemplo: Logo que ele chegou, arrumou os trabalhos.
5 - Orações subordinadas substantivas completivas
5 - Finais
nominais
Expressam finalidade, objetivo.
Exercem a função de complemento nominal da ora-
Principais conjunções: porque (= para que), que (=
ção principal.
para que), para que, a fim de que etc.
Exemplo: Sua falha trágica é a dificuldade de ser
Exemplo: Professores, tenham mais argumentos
maleável em relação à realidade.
para pedir aumento salarial.
6 - Orações subordinadas substantivas apositivas
6 - Condicionais
Exercem a função de aposto de algum nome da ora-
Expressam condição, obstáculo.
ção principal.
Principais conjunções: se, caso, contanto que, desde
Exemplo: Há nas escolas uma norma: que os alu-
que, salvo se, a menos que, dado que, a não ser
nos são respeitados.
que, sem que etc.
Exemplo: Se ele partir, o projeto será cancelado.
Dicas: A oração apositiva sempre estará pontua-
7 - Comparativas
da, ou entre vírgulas ou depois de dois pontos.
Expressam comparação.
Principais conjunções: como, qual, que, do que, que
Adjetivas
(depois de mais, menos, maior, melhor, pior), bem
Podem ser:
como, assim como, que nem etc.
1 - Restritivas
Exemplo: Sua família é tão importante quanto seu
Exercem a função de adjunto adnominal da oração
trabalho.
principal, restringem o nome ao qual se referem,
8 - Concessivas
não são separadas por vírgulas.
Expressam uma concessão.
Exemplo: O trabalho que realizei ontem foi produtivo.
Principais conjunções: embora, conquanto, ainda
2 - Explicativas
que, mesmo que, posto que, se bem que, por mais
Exercem a função de aposto da oração principal,
que, apesar de que etc.
explicam o nome ao qual se referem, são sempre
Exemplo: Mesmo que trabalhe muito, não será re-
separadas por vírgulas.
compensada.
Exemplo: O computador, que é um meio rápido de
9 - Conformativas
comunicação, está conquistando todas as famílias.
Expressa um acordo, uma conformidade.
Principais conjunções: conforme, como (= confor-
Dicas: As orações subordinadas adjetivas sem-
me), segundo, consoante etc.
pre serão introduzidas por pronomes relativos.
Exemplo: Segundo havíamos combinado, a viagem
será cancelada.
38 Degrau Cultural
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são sinais gráficos empre- 5 - PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
gados na língua escrita para tentar recuperar recursos a) Após vocativo
específicos da língua falada, tais como: entonação, jogo Exemplo: “Parte, Heliel! “ ( As violetas de Nossa Sra.
de silêncio, pausas, etc... - Humberto de Campos)
Divisão e emprego dos sinais de pontuação: b) Após imperativo
Exemplo: Cale-se!
1 - PONTO ( . ) c) Após interjeição
a) indicar o final de uma frase declarativa. Exemplo: Ufa! Ai!
Exemplo: Lembro-me muito bem dele. d) Após palavras ou frases que denotem caráter emo-
b) separar períodos entre si. cional
Exemplo: Fica comigo. Não vá embora. Exemplo: Que pena!
c) nas abreviaturas
Exemplo: Av.; V. Ex.ª 6 - PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
a) Em perguntas diretas
2 - DOIS-PONTOS ( : ) Exemplo: Como você se chama?
a) iniciar a fala dos personagens: b) Às vezes, juntamente com o ponto de exclamação
Exemplo: Então o padre respondeu: Exemplo: - Quem ganhou na loteria?
- Parta agora. - Você.
b) antes de apostos ou orações apositivas, enumera- - Eu?!
ções ou seqüência de palavras que explicam, resu-
mem idéias anteriores. 7 - VÍRGULA ( , )
Exemplo: Meus amigos são poucos: Fátima, Rodri- É usada para marcar uma pausa do enunciado com a
go e Gilberto. finalidade de nos indicar que os termos por ela separa-
c) antes de citação dos, apesar de participarem da mesma frase ou ora-
Exemplo: Como já dizia Vinícius de Morais: “Que o ção, não formam uma unidade sintática.
amor não seja eterno posto que é chama, mas que Exemplo: Lúcia, esposa de João, foi a ganhadora única
seja infinito enquanto dure.” da Sena.
Degrau Cultural 39
40 Degrau Cultural
10- ASPAS ( “” )
a) isolar palavras ou expressões que fogem à norma
culta, como gírias, estrangeirismos, palavrões, ne-
ologismos, arcaísmos e expressões populares.
Exemplo: Maria ganhou um apaixonado “ósculo” do
seu admirador.
A festa na casa de Lúcio estava “chocante”.
Conversando com meu superior, dei a ele um “fee-
dback” do serviço a mim requerido.
b) indicar uma citação textual
Exemplo: “Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às
pressas, bufando, com todo o sangue na face, desfiz
e refiz a mala”. (O prazer de viajar - Eça de Queirós)
Degrau Cultural 41
42 Degrau Cultural
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos (ou quase) e 3) Verbos dar, bater e soar
estão no singular – o verbo poderá ficar no plural Quando usados na indicação de horas, têm sujeito
(concordância lógica) ou no singular (concordância (relógio, hora, horas, badaladas...) e com ele de-
atrativa). vem concordar.
Exemplo: A angústia e ansiedade não o ajudavam a Exemplo: O relógio deu duas horas.
se concentrar./ A angústia e ansiedade não o ajuda- Deram duas horas no relógio da estação.
va a se concentrar. Deu uma hora no relógio da estação.
d) Quando há gradação entre os núcleos – o verbo O sino da igreja bateu cinco badaladas.
pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
apenas com o núcleo mais próximo. Soaram dez badaladas no relógio da escola.
Exemplo: Uma palavra, um gesto, um olhar basta-
vam./ Uma palavra, um gesto, um olhar bastava. 4) Sujeito oracional
e) Quando os sujeitos forem resumidos por nada, Quando o sujeito é uma oração subordinada, o ver-
tudo, ninguém... – o verbo concorda com o aposto bo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
resumidor. Exemplo: Ainda falta/ dar os últimos retoques na
Exemplo: Os pedidos, as súplicas, o desespero, pintura.
nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões 5) Concordância com o infinitivo
um e outro, nem um nem outro... – o verbo poderá a) Infinitivo pessoal e sujeito expresso na oração:
ficar no singular ou no plural. • Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for represen-
Exemplo: Um e outro já veio./ Um e outro já vieram. tado por pronome pessoal oblíquo átono.
g) Quando os núcleos do sujeito estiverem ligados Exemplo: Esperei-as chegar.
por ou – o verbo irá para o singular quando a idéia • É facultativa a flexão do infinitivo se o sujeito não for
for de exclusão e plural quando for de inclusão. representado por pronome átono e se o verbo da
Exemplo: Pedro ou Antônio ganhará o amor de oração determinada pelo infinitivo for causativo
Maria. (exclusão)
Degrau Cultural 43
44 Degrau Cultural
Degrau Cultural 45
46 Degrau Cultural
Exemplo: Implicou o negociante no crime. b) no sentido de acarretar, exigir, obter por meio de:
c) no sentido de antipatizar: é regido pela preposição usa-se sem preposição.
com. Exemplo: O carro custou-me todas as economias.
Exemplo: Implica com ela todo o tempo. c) no sentido de ter valor de, ter o preço: usa-se sem
10 - Custar preposição.
a) no sentido de ser custoso, ser difícil: é regido pela Exemplo: Imóveis custam caro.
preposição a.
Exemplo: Custou ao aluno entender o problema.
Regência nominal
Degrau Cultural 47
48 Degrau Cultural
Degrau Cultural 49
Exemplos:
⇒ descrição (ato de descrever), discrição (ser discreto);
⇒ docente (professor), discente (aluno).
Polissemia
É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários significados.
Exemplos:
⇒ Ele ocupa um alto posto na empresa.
⇒ Abasteci meu carro no posto da esquina.
⇒ Os convites eram de graça.
⇒ Os fiéis agradecem a graça recebida.
50 Degrau Cultural
REDAÇÃO OFICIAL
Correspondência • requisição
• termo
Correspondência é qualquer forma de comunica-
ção escrita entre duas pessoas ou entidades. Isso inclui O que é o
um simples bilhete informal, despreocupado e íntimo, Manual de Redação da Presidência da República
até o ofício com suas formalidades e seu tom grave.
Em 1991, criou-se uma comissão para simplifi-
São inúmeros os tipos de correspondência, mas car, uniformizar e atualizar as normas da redação dos
podemos citar três como os mais importantes: oficial, atos e comunicações oficiais, pois eram utilizados os
comercial e particular. mesmos critérios desde de 1937. A obra, denominada
Manual de Redação da Presidência da República, divi-
Nos concursos públicos, temos questões referen- diu-se em duas partes: a primeira trata das comunica-
tes à correspondência oficial. Por isso trataremos dela ções oficiais, a segunda cuida dos atos normativos no
nesta apostila. âmbito Executivo. Os responsáveis pelas duas partes
foram, respectivamente, o diplomata Nestor Forster Jr.
Correspondência Oficial e o, então, Ministro Gilmar Mendes.
Muito freqüente entre órgãos públicos e entre pes- Em 2002, uma revisão adequou o manual aos avan-
soas ou empresas e órgãos públicos, a correspondên- ços da informática.
cia oficial tem um aspecto para o qual poucos atentam:
ela inclui textos que têm caráter documental e jurídico Esta apostila é uma síntese dos fatos mais im-
mesmo que tramitem apenas entre pessoas. É o caso portantes desse manual. É nessa obra revista que se
da declaração, da ata, do atestado, do parecer etc. baseiam os comentários aqui feitos.
Existem as mais variadas divisões sobre os tipos Caso o leitor se interesse pelo texto na íntegra,
de correspondência oficial, que podem ser vistas em deve acessar o site www.presidenciadarepublica.gov.br.
vários livros que tratam do assunto. A divisão mais didá-
tica e completa foi dada pelo Prof. Cauby de Souza em Redação Oficial
Normas sobre Correspondência, Comunicação e
Atos Oficiais (MEC-1972): Impessoalidade, uso de padrão culto da linguagem,
clareza, concisão, formalidade e uniformidade, essas são
• abaixo-assinado as características de toda redação oficial. Elas estão no
• acórdão Artigo 37 da Constituição “A administração pública direta,
• alvará indireta, ou fundacional, de qualquer dos Poderes da
• ato União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
• auto obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalida-
• boletim de, moralidade, publicidade e eficiência (...)”.
• certificado
• citação É inconcebível que uma comunicação oficial não
• comunicação: apostila, ata, aviso, certidão, circu- possa ser entendida por qualquer cidadão, assim sen-
lar, contrato, convênio, curriculum-vitae, declaração, do a publicidade citada na Constituição implica neces-
decreto, edital, ementa, exposição de motivos, informa- sariamente clareza e concisão.
ção, instrução, lei, memorando, mensagem, ofício, or-
dem de serviço ou instrução, parecer, petição, portaria, Outro aspecto importante é a interpretação do tex-
regulamento, relatório, requerimento, resolução, tele- to oficial. Ela deve ser sempre impessoal e uniforme,
grama, telex, voto. para que possa ser única; isso pressupõe o uso de
• consulta certo nível de linguagem: o padrão culto.
• convenção
• decisão A uniformidade da redação oficial é imprescindí-
• diploma vel, pois há sempre um único emissor (o Serviço Públi-
• ementa co) e dois possíveis receptores (o próprio Serviço Pú-
• estatuto blico ou os cidadãos).
• fórmula
• guia Isso não quer dizer que a redação oficial deva ser
• indicação árida e infensa à evolução da língua. A sua finalidade
• manifesto básica – comunicar com impessoalidade e máxima
• memorial clareza – impõe certos parâmetros ao uso que se faz
• moção da língua, de maneira diversa daquele da literatura, do
• norma texto jornalístico, da correspondência particular etc.
• notificação
• procuração Características da Redação Oficial
• proposição
• protocolo Impessoalidade
• provisão
• recomendação A comunicação se efetiva pela presença de três
• registro pessoas:
Degrau Cultural 51
a) alguém que comunique – emissor; Ressalte-se ainda que o jargão burocrático, como
b) algo a ser comunicado – mensagem; todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua com-
c) alguém que receba essa comunicação – receptor. preensão limitada.
52 Degrau Cultural
Degrau Cultural 53
Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reveren- República busca-se racionalizar e padronizar a reda-
díssima, em comunicações aos Cardeais. Correspon- ção das comunicações oficiais, pela atualização da lin-
de-lhe o vocativo: guagem nela empregada e uniformização das diver-
sas modalidades de expedientes; e tendo em vista que
Eminentíssimo Senhor Cardeal, ou é meta do Governo Federal modernizar a Administra-
Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal, ção, permitindo acelerar o andamento de comunica-
ções e processos e reduzir despesas.
Vossa Excelência Reverendíssima é usado em
comunicações dirigidas a Arcebispos e Bispos; Vossa RESOLVE:
Reverendíssima ou Vossa Senhoria Reverendíssima
para Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos. baixar esta Instrução Normativa com a finalidade
Vossa Reverência é empregado para sacerdotes, clé- de consolidar as regras constantes no Manual de Re-
rigos e demais religiosos. dação da Presidência da República, tornando obrigató-
ria sua observação para todas aquelas modalidades
Fechos para Comunicações de comunicação oficial comuns que compõem a Admi-
nistração Federal.
O fecho das comunicações oficiais possui, além
da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o Padrão Ofício
destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo
utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministé- Há três tipos de expedientes que se diferenciam
rio da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o avi-
Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, a Instrução so e o memorando. Com o fito de uniformizá-los, pode-
Normativa nº 4, de 6 de março de 1992, estabelece o se adotar uma diagramação única, que siga o que cha-
emprego de somente dois fechos diferentes para todas mamos de padrão ofício. As peculiaridades de cada
as modalidades de comunicação oficial: um serão tratadas adiante; por ora busquemos as suas
semelhanças.
a) para autoridades superiores, inclusive o Presi-
dente da República: Partes do documento no Padrão Ofício
54 Degrau Cultural
Degrau Cultural 55
exposição de motivos que proponha alguma medida 5. Razões que justificam a urgência (a ser preenchido
ou apresente projeto de ato normativo, segue o modelo somente se o ato proposto for medida provisória ou
descrito adiante. projeto de lei que deva tramitar em regime de urgência)
1. Síntese do problema ou da situação que reclama Dessa forma, ao atender às questões que devem
providências ser analisadas na elaboração de atos normativos no
âmbito do Poder Executivo, o texto da exposição de
2. Soluções e providências contidas no ato normativo motivos e seu anexo complementam-se e formam um
ou na medida proposta
todo coeso: no anexo, encontramos uma avaliação pro-
3. Alternativas existentes às medidas propostas funda e direta de toda a situação que está a reclamar a
adoção de certa providência ou a edição de um ato nor-
Mencionar: mativo; o problema a ser enfrentado e suas causas; a
solução que se propõe, seus efeitos e seus custos; e
• se há outro projeto do Executivo sobre a matéria; as alternativas existentes. O texto da exposição de mo-
• se há projetos sobre a matéria no Legislativo; tivos fica, assim, reservado à demonstração da neces-
• outras possibilidades de resolução do problema. sidade da providência proposta: por que deve ser ado-
tada e como resolverá o problema.
4. Custos
Nos casos em que o ato proposto for questão de
Mencionar:· pessoal (nomeação, promoção, ascensão, transferên-
cia, readaptação, reversão, aproveitamento, reintegra-
• se a despesa decorrente da medida está prevista na ção, recondução, remoção, exoneração, demissão, dis-
lei orçamentária anual; se não, quais as alternativas pensa, disponibilidade, aposentadoria), não é neces-
para custeá-la; sário o encaminhamento do formulário de anexo à ex-
• se é o caso de solicitar-se abertura de crédito extra- posição de motivos.
ordinário, especial ou suplementar;
• valor a ser despendido em moeda corrente; Ressalte-se que:
56 Degrau Cultural
– o anexo à exposição de motivos deve ter todas conjunta, mais precisamente, “na forma do regimento
as páginas rubricadas pelo(s) Ministro(s) da(s) Pasta(s) comum”. E à frente da Mesa do Congresso Nacional
proponente(s); está o Presidente do Senado Federal (Constituição, art.
– a síntese do parecer do órgão de assessora- 57, § 5o), que comanda as sessões conjuntas.
mento jurídico não dispensa o encaminhamento do
parecer completo; As mensagens aqui tratadas coroam o processo
– o tamanho dos campos do anexo à exposição desenvolvido no âmbito do Poder Executivo, que abran-
de motivos pode ser alterado de acordo com a mai- ge minucioso exame técnico, jurídico e econômico-fi-
or ou menor extensão dos comentários a serem ali nanceiro das matérias objeto das proposições por elas
incluídos. encaminhadas.
Ao elaborar uma exposição de motivos, tenha pre- Tais exames materializam-se em pareceres dos
sente que a atenção aos requisitos básicos da reda- diversos órgãos interessados no assunto das proposi-
ção oficial (clareza, concisão, impessoalidade, formali- ções, entre eles o da Advocacia-Geral da União. Mas,
dade, padronização e uso do padrão culto de lingua- na origem das propostas, as análises necessárias
gem) deve ser redobrada. A exposição de motivos é a constam da exposição de motivos do órgão onde se
principal modalidade de comunicação dirigida ao Pre- geraram – exposição que acompanhará, por cópia, a
sidente da República pelos Ministros. Além disso, pode, mensagem de encaminhamento ao Congresso.
em certos casos, ser encaminhada cópia ao Congres-
so Nacional ou ao Poder Judiciário ou, ainda, ser publi- b) encaminhamento de medida provisória.
cada no Diário Oficial da União, no todo ou em parte.
Para dar cumprimento ao disposto no art. 62 da
Mensagem Constituição, o Presidente da República encaminha
mensagem ao Congresso, dirigida a seus membros,
É o instrumento de comunicação oficial entre os com aviso para o Primeiro Secretário do Senado Fede-
Chefes dos Poderes Públicos, notadamente as men- ral, juntando cópia da medida provisória, autenticada
sagens enviadas pelo Chefe do Poder Executivo ao pela Coordenação de Documentação da Presidência
Poder Legislativo para informar sobre fato da Adminis- da República.
tração Pública; expor o plano de governo por ocasião
da abertura de sessão legislativa; submeter ao Con- c) indicação de autoridades.
gresso Nacional matérias que dependem de delibera-
ção de suas Casas; apresentar veto; enfim, fazer e agra- As mensagens que submetem ao Senado Fede-
decer comunicações de tudo quanto seja de interesse ral a indicação de pessoas para ocuparem determina-
dos poderes públicos e da Nação. dos cargos (magistrados dos Tribunais Superiores,
Ministros do TCU, Presidentes e Diretores do Banco
Minuta de mensagem pode ser encaminhada pe- Central, Procurador-Geral da República, Chefes de Mis-
los Ministérios à Presidência da República, a cujas são Diplomática etc.) têm em vista que a Constituição,
assessorias caberá a redação final. no seu art. 52, incisos III e IV, atribui àquela Casa do
Congresso Nacional competência privativa para apro-
As mensagens mais usuais do Poder Executivo var a indicação.
ao Congresso Nacional têm as seguintes finalidades:
O curriculum vitae do indicado, devidamente assi-
a) encaminhamento de projeto de lei ordinária, nado, acompanha a mensagem.
complementar ou financeira.
d) pedido de autorização para o Presidente ou o
Vice-Presidente da República se ausentarem do País
Os projetos de lei ordinária ou complementar são
por mais de 15 dias.
enviados em regime normal (Constituição, art. 61) ou
de urgência (Constituição, art. 64, §§ 1o a 4o). Cabe lem-
Trata-se de exigência constitucional (Constituição,
brar que o projeto pode ser encaminhado sob o regime
art. 49, III, e 83), e a autorização é da competência priva-
normal e mais tarde ser objeto de nova mensagem, tiva do Congresso Nacional.
com solicitação de urgência.
O Presidente da República, tradicionalmente, por
Em ambos os casos, a mensagem se dirige aos cortesia, quando a ausência é por prazo inferior a 15
Membros do Congresso Nacional, mas é encaminha- dias, faz uma comunicação a cada Casa do Congres-
da com aviso do Chefe da Casa Civil da Presidência da so, enviando-lhes mensagens idênticas.
República ao Primeiro Secretário da Câmara dos De-
putados, para que tenha início sua tramitação (Consti- e) encaminhamento de atos de concessão e reno-
tuição, art. 64, caput). vação de concessão de emissoras de rádio e TV.
Quanto aos projetos de lei financeira (que com- A obrigação de submeter tais atos à apreciação do
preendem plano plurianual, diretrizes orçamentárias, Congresso Nacional consta no inciso XII do artigo 49
orçamentos anuais e créditos adicionais), as mensa- da Constituição. Somente produzirão efeitos legais a
gens de encaminhamento dirigem-se aos Membros do outorga ou renovação da concessão após deliberação
Congresso Nacional, e os respectivos avisos são en- do Congresso Nacional (Constituição, art. 223, § 3o).
dereçados ao Primeiro Secretário do Senado Federal. A Descabe pedir na mensagem a urgência prevista no
razão é que o art. 166 da Constituição impõe a delibera- art. 64 da Constituição, porquanto o § 1o do art. 223 já
ção congressual sobre as leis financeiras em sessão define o prazo da tramitação.
Degrau Cultural 57
Além do ato de outorga ou renovação, acompanha a – pedido de autorização para declarar guerra e
mensagem o correspondente processo administrativo. decretar mobilização nacional (Constituição, art. 84, XIX);
– pedido de autorização ou referendo para cele-
f) encaminhamento das contas referentes ao exer- brar a paz (Constituição, art. 84, XX);
cício anterior. – justificativa para decretação do estado de defesa
ou de sua prorrogação (Constituição, art. 136, § 4o);
O Presidente da República tem o prazo de ses- – pedido de autorização para decretar o estado de
senta dias após a abertura da sessão legislativa para sítio (Constituição, art. 137);
enviar ao Congresso Nacional as contas referentes ao – relato das medidas praticadas na vigência do
exercício anterior (Constituição, art. 84, XXIV), para exa- estado de sítio ou de defesa (Constituição, art. 141,
me e parecer da Comissão Mista permanente (Consti- parágrafo único);
tuição, art. 166, § 1o), sob pena de a Câmara dos Depu- – proposta de modificação de projetos de leis fi-
tados realizar a tomada de contas (Constituição, art. 51, nanceiras (Constituição, art. 166, § 5o);
II), em procedimento disciplinado no art. 215 do seu – pedido de autorização para utilizar recursos que
Regimento Interno. ficarem sem despesas correspondentes, em decorrên-
cia de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orça-
g) mensagem de abertura da sessão legislativa. mentária anual (Constituição, art. 166, § 8o);
– pedido de autorização para alienar ou conceder
Ela deve conter o plano de governo, exposição terras públicas com área superior a 2.500 ha (Consti-
sobre a situação do País e solicitação de providências tuição, art. 188, § 1o); etc.
que julgar necessárias (Constituição, art. 84, XI).
As mensagens contêm:
O portador da mensagem é o Chefe da Casa Civil
da Presidência da República. Esta mensagem difere a) a indicação do tipo de expediente e de seu núme-
das demais porque vai encadernada e é distribuída a ro, horizontalmente, no início da margem esquerda:
todos os Congressistas em forma de livro.
Mensagem no
h) comunicação de sanção (com restituição de
autógrafos). b) vocativo, de acordo com o pronome de trata-
mento e o cargo do destinatário, horizontalmente, no
Esta mensagem é dirigida aos Membros do Con- início da margem esquerda;
gresso Nacional, encaminhada por Aviso ao Primeiro
Secretário da Casa onde se originaram os autógrafos. Excelentíssimo Senhor Presidente do Senado
Nela se informa o número que tomou a lei e se restitu- Federal,
em dois exemplares dos três autógrafos recebidos, nos
quais o Presidente da República terá aposto o despa- c) o texto, iniciando a 2 cm do vocativo;
cho de sanção.
d) o local e a data, verticalmente a 2 cm do final do
i) comunicação de veto. texto, e horizontalmente fazendo coincidir seu final com
a margem direita.
Dirigida ao Presidente do Senado Federal (Cons-
tituição, art. 66, § 1o), a mensagem informa sobre a A mensagem, como os demais atos assinados
decisão de vetar, se o veto é parcial, quais as disposi- pelo Presidente da República, não traz identificação de
ções vetadas e as razões do veto. Seu texto vai publica- seu signatário.
do na íntegra no Diário Oficial da União, ao contrário
das demais mensagens, cuja publicação se restringe Fax
à notícia do seu envio ao Poder Legislativo.
O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simi-
j) outras mensagens. le) é uma forma de comunicação que está sendo me-
nos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É
Também são remetidas ao Legislativo com regu- utilizado para a transmissão de mensagens urgentes
lar freqüência mensagens com: e para o envio antecipado de documentos, de cujo co-
– encaminhamento de atos internacionais que nhecimento há premência, quando não há condições
acarretam encargos ou compromissos gravosos de envio do documento por meio eletrônico. Quando
(Constituição, art. 49, I); necessário o original, ele segue posteriormente pela
– pedido de estabelecimento de alíquotas aplicá- via e na forma de praxe.
veis às operações e prestações interestaduais e de
exportação (Constituição, art. 155, § 2o, IV); Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo
– proposta de fixação de limites globais para o mon- com cópia xerox do fax e não com o próprio fax, cujo
tante da dívida consolidada (Constituição, art. 52, VI); papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.
– pedido de autorização para operações financei-
ras externas (Constituição, art. 52, V); e outros. Os documentos enviados por fax mantêm a forma
e a estrutura que lhes são inerentes.
Entre as mensagens menos comuns estão as de:
É conveniente o envio, juntamente com o docu-
– convocação extraordinária do Congresso Nacio- mento principal, de folha de rosto, isto é, de pequeno
nal (Constituição, art. 57, § 6o); formulário com os dados de identificação da mensa-
– pedido de autorização para exonerar o Procura- gem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:
dor-Geral da República (art. 52, XI, e 128, § 2o);
58 Degrau Cultural
Telegrama Ata
Com o fito de uniformizar a terminologia e sim- Documento de valor jurídico, em que se re-
plificar os procedimentos burocráticos, passa a rece- gistram ocorrências, resoluções e decisões de um
ber o título de telegrama toda comunicação oficial ex- assembléia, sessão ou reunião.
pedida por meio de telegrafia, telex, etc.
Sua estrutura se compõe de:
Por tratar-se de forma de comunicação dispen-
diosa aos cofres públicos e tecnologicamente supera- a) título;
b) data (por extenso) e local da reunião;
da, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àque-
c) finalidade da reunião;
las situações que não seja possível o uso de correio d) dirigentes: presidente e secretário;
eletrônico ou fax e que a urgência justifique sua utiliza- e) texto: narração cronológica dos assuntos trata-
ção e, também em razão de seu custo elevado, esta dos e suas decisões. A escrita é seguida, sem
forma de comunicação deve pautar-se pela concisão. rasuras, emendas ou entrelinhas. As abreviatu-
ras devem ser evitadas e os números são escri-
Não há padrão rígido, devendo-se seguir a tos por extenso;
forma e a estrutura dos formulários disponíveis nas f) encerramento e assinaturas.
agências dos Correios e em seu sítio na Internet.
Atestado
Correio Eletrônico
Documento assinado por uma ou mais pesso-
O correio eletrônico (e-mail), por seu baixo custo as a favor de outra, declarando a veracidade de um fato
e celeridade, transformou-se na principal forma de co- do qual tenha conhecimento ou quando requerido. Este
municação para transmissão de documentos. fato pode afirmar a existência ou inexistência de uma
situação de direito.
Um dos atrativos de comunicação por correio
eletrônico é sua flexibilidade. Assim, não interessa de- Sua estrutura se compõe de:
finir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-
a) título: Atestado (ou Atestado de ...);
se evitar o uso de linguagem incompatível com uma
b) texto: identificação do emissor – essa identifica-
comunicação oficial. ção pode ser dispensada no texto se for feita na
assinatura –, finalidade, o fato que se atesta e a
O campo assunto do formulário de correio ele- respeito de quem, e algumas vezes o período de
trônico mensagem deve ser preenchido de modo a fa- validade;
cilitar a organização documental tanto do destinatário c) local e data;
quanto do remetente. d) assinatura (e identificação do signatário).
Degrau Cultural 59
circulares têm objetivos básicos de emissão de al- O texto do requerimento é sempre escrito em 3a
gum esclarecimento sobre um assunto ou tópico (por pessoa.
exemplo, uma lei), divulgação de matéria de interesse
geral, recomendações, informações e esclarecimen- Relatório
tos sobre atos e fatos administrativos.
É a modalidade de comunicação pela qual se
A circular pode, pelo assunto e pela forma, apre- faz a narração ou descrição, ordenada e mais ou me-
sentar o caráter de aviso, de ofício, ou de comunicação nos minuciosa, daquilo que se viu, ouviu ou observou.
interna, não se fazendo, assim, muita distinção quanto
à estrutura entre estas correspondências, em geral uni- Sua estrutura se compõe de:
direcionais, e as circulares (multidirecionais).
a) local e data;
Portanto, as circulares visam à emissão de or- b) vocativo;
dens de serviço e são uma correspondência multidireci- c) introdução – apresentação do observador e do
onal – são redigidas a vários destinatários. Podem ser fato observado;
impressas, datilografadas, mimeografadas ou digitadas d) texto – exposição cronológica do fato observado;
e transmitidas através de telegramas ou e-mail. e) fecho;
f) assinatura (e identificação do signatário).
A circular é composta pelas seguintes partes:
Parecer
a) numeração: número do Ato e data de expedição.
b) ementa: assunto da circular. Não é obrigatória. É a forma de comunicação pela qual um especi-
c) vocativo: destinatários da circular, geralmente con- alista emite uma opinião fundamentada sobre determi-
tendo o tratamento e o cargo dos mesmos. Não é nado assunto.
parte obrigatória.
d) texto: é o conteúdo da circular, propriamente dito. Sua estrutura se compõe de:
O texto, se composto por mais de um parágrafo,
deve ser numerado com algarismos arábicos no a) vocativo;
início de cada parágrafo, exceto no primeiro. O b) identificação do especialista;
segundo parágrafo tem sua numeração valendo c) introdução – apresentação do assunto;
dois, o terceiro valendo três, e assim por diante. d) texto – exposição de opinião e seu fundamento;
e) fecho: fechamento do texto na forma de uma corte- e) local e data;
sia. Por exemplo, “Atenciosamente,”. f) assinatura (e identificação do signatário).
f) assinatura: é o nome de quem emite a circular
(normalmente uma autoridade), seguido pelo car-
go ocupado e pela função exercida.
Declaração
a) título: DECLARAÇÃO;
b) texto: nome do declarante – identificação pesso-
al ou profissional (ou ambas), residência, domi-
cílio, finalidade e exposição do assunto;
c) local e data;
d) assinatura (e identificação do signatário).
Requerimento
Modelo de Ofício
Aviso no 35/SSP-PR
[remetente: nome do órgão ou setor, endereço postal, Brasília, 17 de fevereiro de 2000.
telefone e endereço de
correio eletrônico]
A Sua Excelência o Senhor
[Nome e cargo]
Ofício no 435/2000 - SG-PR
Brasília, 30 de abril de 2000.
Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor
público.
A Sua Excelência o Senhor
Deputado [Nome] Senhor Ministro,
Câmara dos Deputados
70.160-900 – Brasília – DF Convido Vossa Excelência a participar da sessão de
abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso
Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em
Assunto: Demarcação de terras indígenas 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola
Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no
Senhor Deputado, Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.
Atenciosamente,
[nome do signatário]
[cargo do signatário]
Degrau Cultural 61
Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Aos cinco de junho de dois mil e três, às nove horas, na
sede social da empresa na Rua das Flores nº 328, Jardim
das Rosas, em São Paulo – Capital, com a presença da
O Presidente George Bush anunciou, no último dia totalidade dos membros do Conselho Administrativo da
13, significativa mudança da posição norte-americana nas Sociedade, regularmente convocados na forma do pará-
negociações que se realizam – na Conferência do Desar- grafo 1o do Art. 19 do Estatuto Social, presidida por Sr.
mamento, em Genebra – de uma convenção multilateral de Fernando Jorge Bento Pires, secretário: Carlos Alberto
proscrição total das armas químicas. Ao renunciar à ma- Libertti, de acordo com a ordem do dia, apreciou-se o
nutenção de cerca de dois por cento de seu arsenal quí- pedido de renúncia de membro do conselho, solicitado
mico até a adesão à convenção de todos os países em pelo Sr. António Neves e designou-se seu substituto, nos
condições de produzir armas químicas, os Estados Uni- termos do parágrafo 4o do Estatuto Social, o Sr. Paulo
dos reaproximaram sua postura da maioria dos quarenta Peres. Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a ses-
países participantes do processo negociador, inclusive o são com a lavratura da presente ATA que, após lida e
Brasil, abrindo possibilidades concretas de que o tratado achada de acordo, segue assinada pelos presentes.
venha a ser concluído e assinado em prazo de cerca de
um ano. (...) Fernando Jorge Bento Pires Carlos Alberto Libertti
António Neves Paulo Peres
Fernando Lima Sobrinho Derci Sousa
Respeitosamente,
ATESTADO
Modelo de Mensagem
______________________________
Brasília, 1o de abril de 2000. António Guedes
Presidente do Sindicato dos Professores
Cabreúva-PR
62 Degrau Cultural
CIRCULAR NÚMERO 55, DE 29 DE JUNHO DE 1973 Magnífico Reitor da Universidade de São Paulo
Lotário L. Skolaude,
Diretor-Geral. —————————————
Degrau Cultural 63
Modelo de Parecer
Austregésilo de Hollanda,
professor de Língua Portuguesa,
registrado no MEC sob nº 13.209
————————————
64 Degrau Cultural
Degrau Cultural 65
66 Degrau Cultural
Degrau Cultural 67
68 Degrau Cultural
Degrau Cultural 69
→ As palavras proparoxítonas cuja vogal tônica admite → Não se emprega o acento circunflexo nas 3ª pesso-
variantes (ê, é, ô, ó) admitem dupla grafia. as do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo
Ex.: cômodo ou cómodo dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados: creem,
deem, leem, veem, releem.
→ Oscilação do acento gráfico em fêmur, femur, onix
ou ônix. → Não se emprega o acento circunflexo nas paroxí-
tonas terminadas em oo (hiato): enjoo, voo (subs-
→ Não são acentuadas as palavras paroxítonas cujas tantivo e verbo).
vogais tônicas i e u são precedidas de ditongo crescente.
Ex.: baiuca, feiura → Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento da
palavra composta for bem ou mal e o segundo elemen-
→ Emprega-se o hífen nos seguintes topônimos: to começar por vogal ou h: bem-apanhado, bem-humo-
a) iniciados por grã e grão. Ex.: Grão-Pará; rado, mal-habituado, mal-estar.
b) iniciados por verbos: Ex.: Passa-Quatro;
c) cujos elementos estejam ligados por artigo: → Na translineação, ato de passar de uma linha para
outra, na escrita ou na impressão, ficando parte da pa-
Ex.: Bahia de Todos-os-Santos;
lavra na linha superior e o resto na de baixo, se a parti-
ção coincide com o fim de um dos elementos, deve-se
repetir o hífen na linha seguinte. Ex.: vice- -almirante.
Observação: Os demais topônimos compos-
tos são escritos separados e sem hífen: Ex.: → Os nomes próprios hebraicos de tradição bíblica
Cabo Verde - Exceção Guiné-Bissau podem conservar os finais ch, ph e th ou simplificá-
los: Loth ou Lot.
→ prefixos terminados em vogal e segundo elemento → Se o dígrafo for mudo, deverá ser eliminado: Joseph,
iniciado por r ou s, a consoante será duplicada. José; se, pelo uso, permitir adaptação, adiciona-se uma
vogal: Judith, Judite.
Ex.: cosseno, contrarregra.
→ Em antropônimos e topônimos de tradição bíblica,
→ prefixo terminado em vogal e segundo elemento ini- podem conservar-se ou não ser mantidas as consoan-
ciado por vogal diferente daquela em que termina o tes finais b, c, d, g e t, consagradas pelo uso, quer se-
primeiro elemento. jam pronunciadas, quer não: David, Davi.
Ex.: antiaéreo, hidroelétrico.
No mesmo caso, incluem-se: Madrid, Calecut ou Cali-
→ Facultativamente em dêmos (1ª pessoa do plural cut. Com grafia única, destaca-se a palavra Cid, em
do presente do subjuntivo), para se distinguir de de- que o d sempre é pronunciado.
mos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indi-
cativo) e em fôrma (substantivo) para se distinguir de → Sempre que possível, devem-se substituir os topôni-
forma (substantivo ou verbo no presente do indicativo mos de línguas estrangeiras por formas próprias da lín-
ou no imperativo). gua nacional (formas vernáculas), quando estas sejam
antigas e ainda vivas em português: Zurique por Zürich.
70 Degrau Cultural
Bibliografia
Instituto Antonio Houaiss – Escrevendo pela nova ortografia – Como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua Portuguesa
Ed. PubliFolha – Houaiss – 1ª edição/ 2008
Degrau Cultural 71
72 Degrau Cultural
Raciocínio
Lógico
75 Conjuntos
76 Proposição simples ou proposição atômica
77 Conectivos
78 Número de linhas de uma tabela-verdade
79 Tautologias
86 Sentenças Abertas
86 Cálculos com porcentagem
Degrau Cultural 73
74 Degrau Cultural
No diagrama:
1.4 - Caracterização
Podemos caracterizar um conjunto por:
Degrau Cultural 75
Em diagramas temos:
No diagrama temos:
D) Complementar
Então: IN ⊂ Z ⊂ Q ⊂ IR
Dados dois conjuntos A e B tais que A é subconjunto de
B, chama-se complementar de A em relação a B e indi-
1.13 - União (U)
Dados dois conjuntos A e B, chama-se união de A com ca-se por , ao conjunto dos elementos que perten-
B, o conjunto formado pelos elementos que pertencem cem a B e não pertencem a A.
a A ou a B.
A U B = {x / x ∈ A ou x ∈ B} =B –A
Ex: A = {1, 2, 3} , B = {3, 4, 5} Ex: A = { 1, 2, 3 } e B = { 1, 2, 3, 4, 5 }
A U B = {1, 2, 3, 4, 5}
= B – A = { 4, 5 }
No diagrama temos:
Estruturas Lógicas e Diagramas
Proposição é todo o conjunto de palavras, símbolos
que representam um pensamento completo.
Princípios
A lógica matemática se fundamenta em dois princípi-
os básicos:
76 Degrau Cultural
Conectivos
São palavras usadas para ligar proposições, assim
criando novas proposições.
Os Conetivos são:
p q: lê-se ou p ou q, mas não ambos
ou Carlos é engenheiro ou 5 é primo.
e) Condicional ( )
Representa a conjunção de duas proposições ligadas
através do conectivo se... então (p q). Seus valores
lógicos são:
TABELA-VERDADE
Dispositivo prático na qual figuram todos os possíveis
valores lógicos da proposição composta corresponden-
tes das proposições simples.
Degrau Cultural 77
Essa proposição será verdadeira se pelo menos uma Para a primeira proposição simples (p):
das proposições for verdadeira. Para valores Vs (verdadeiros), temos: p = 2n – 1,
José é o mais velho é falso pela (II), então Adriano é o como n = 2, fica: 22 – 1 = 21 = 2 (significa que na primeira
mais moço. coluna, teremos dois valores Vs).
Usando o mesmo raciocínio, para valores Fs (fal-
Alternativa: B sos), concluímos que, teremos, também, dois valores
Fs (falsos), na primeira coluna.
ER2. (FT_98) A negação da afirmação condicional “se Nota: os valores Vs (verdadeiros) e Fs (falsos)
estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva” é: vão se alternando de dois em dois, pois o resultado
a) se não estiver chovendo, eu levo o guarda-chuva
de 2n – 1 foi 2.
b) não está chovendo e eu levo o guarda-chuva
c) não está chovendo e eu não levo o guarda-chuva Façamos, agora, para a segunda proposição (q):
d) se estiver chovendo, eu não levo o guarda-chuva Para valores Vs (verdadeiros), temos: q = 2n – 2,
e) está chovendo e eu não levo o guarda-chuva como n = 2, fica: 22 – 2 = 20 = 1 (significa que na segunda
coluna, teremos um valor V).
Resolução: Pela mesma linha de raciocínio, para valores Fs
A negação da de uma proposição do tipo (falsos), concluímos que teremos, também, um valor F.
“Se A então B” (A → B), Nota: os valores V (verdadeiro) e F (falso) vão se
é a afirmação da primeira e negação da segunda. alternando de um em um, pois o resultado de 2n – 2 foi 1.
~ (A → B) ⇔ A ∧ → B O candidato pode perguntar por que em relação
Logo, a negação de: à primeira premissa a potência foi n – 1 e em relação à
“Se estiver chovendo, (então) eu levo o guarda-chuva”. segunda premissa a potência foi n – 2.
“Está chovendo, eu não levo o guarda-chuva”. A resposta é: fundamenta-se na fórmula 2n / 2k =
2n - k onde n são os valores lógicos e k são as premissas.
Alternativa: E Então, no nosso caso, ficamos assim:
Para a primeira premissa: 22 / 21 = 22 - 1, o 2 (po-
ER3. (FT_98_ESAF) Dizer que “Pedro não é pedreiro ou tência) é porque os valores lógicos são V e F e o 1
Paulo é paulista” é, do ponto de vista lógico, o mesmo (potência), porque é em relação à 1ª premissa.
que dizer que: Para a segunda premissa: 22 / 22 = 22 – 2, o primei-
a) se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista ro 2 (potência) é porque os valores lógicos são V e F e o
b) se Paulo é paulista, então Pedro é pedreiro segundo 2 (potência) é porque a premissa é a segunda.
c) se Pedro não é pedreiro, então Paulo é paulista Agora, vamos montar a tabela-verdade:
d) se Pedro é pedreiro, então Paulo não é paulista
e) se Pedro não é pedreiro, então Paulo não é paulista
Resolução:
Do ponto de vista da lógica, a negação da primeira ou
afirmação da segunda (~A ∨ B), é equivalente a dizer
que a afirmação da primeira implica na afirmação da
segunda (A →B). Pela tabela-verdade, vemos que na primeira coluna
~A ∨ B ⇔ A → B
existem dois Vs e dois Fs, enquanto na segunda
Logo: existe um V e um F, alternando-se, como foi compro-
“Pedro não é pedreiro ou Paulo é paulista” ⇔ vado no cálculo acima.
“se Pedro é pedreiro, então Paulo é paulista”
78 Degrau Cultural
Validade de um argumento
Um argumento P1, P2,...,Pn |----- C diz-se válido, se e
somente se a conclusão C é verdadeira todas as vezes
que premissas P1, P2,...,Pn são verdadeiras.
Um argumento não-válido recebe o nome de sofisma.
ER5. (ICMS_SP_02)
Todos os diplomatas são gordos.
p = premissas Nenhum gordo sabe nadar.
c = conclusão Segue-se que:
A explicação para a validade de um argumento é: a) Algum diplomata não é gordo
após a construção da tabela-verdade, verifica-se na b) Algum diplomata sabe nadar
coluna das premissas as linhas em que os valores c) Nenhum diplomata sabe nadar
lógicos são todos V. Se em todas essas linhas o valor d) Nenhum diplomata é gordo
lógico relativo à coluna da conclusão for, também, V, o e) Algum gordo sabe nadar
argumento é válido. Se ao menos em uma das linhas
em que os valores lógicos das premissas são Vs, se Resolução:
nessa mesma linha o valor lógico relativo à coluna da Poderemos usar a teoria dos conjuntos para a resolu-
ção do exercício.
conclusão for F, então, o argumento é não-válido.
Vamos representar cada frase por diagramas de con-
No nosso 2º exemplo, temos nas 3ª e 4ª linhas
juntos
as premissas verdadeiras, mas na terceira linha a con-
clusão é falsa, logo o argumento é não-válido.
TAUTOLOGIAS
b) e)
c)
80 Degrau Cultural
b) Carlos é mais velho do que Pedro, e Maria e Júlia ocínio por meio de proposições que são avalia-
têm a mesma idade. das (valoradas) como verdadeiras (V) ou falsas
c) Carlos e João são mais moços do que Pedro. (F), mas nunca ambos, esses operadores estão
d) Carlos é mais velho do que Pedro, e João é mais definidos, para cada valoração atribuída às letras
moço do que Pedro. proposicionais, na tabela abaixo.
e) Carlos não é mais velho do que Pedro, e Maria e
Júlia não têm a mesma idade.
Degrau Cultural 81
13. (TCU/2004) A seguinte forma de argumentação é C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma
considerada válida. Para cada x, se P(x) é verdade, boa amiga.
então Q(x) é verdade e, para x = c, se P(c) é verda-
de, então conclui-se que Q(c) é verdade. Com base A análise do encadeamento lógico dessas três afir-
nessas informações, julgue os itens a seguir. mações permite concluir que elas:
a) Considere o argumento seguinte. a) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa
Toda prestação de contas submetida ao TCU que amiga.
expresse, de forma clara e objetiva, a exatidão dos b) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa
demonstrativos contábeis, a legalidade, a legiti- amiga.
midade e a economicidade dos atos de gestão do s) implicam necessariamente que Vítor diz a verda-
responsável é julgada regular. A prestação de con- de e que Helena não é uma boa amiga.
tas da Presidência da República expressou, de d) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma
forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrati- boa amiga, quer Patrícia não seja uma boa
vos contábeis, a legalidade, a legitimidade e a eco- amiga.
nomicidade dos atos de gestão do responsável. e) são inconsistentes entre si.
Conclui-se que a prestação de contas da Presi-
dência da República foi julgada regular. 17. (MPOG/2002) M = 2x + 3y, então M = 4p + 3r. Se M
Nesse caso, o argumento não é válido. = 4p + 3r, então M = 2w - 3r. Por outro lado, M = 2x
b) Considere o seguinte argumento. + 3y, ou M = 0. Se M = 0, então M + H = 1. Ora, M +
Cada prestação de contas submetida ao TCU que H 1. Logo,
apresentar ato antieconômico é considerada irre- a) 2w -3r = 0 d) 2x + 3y 2w - 3r
gular. A prestação de contas da prefeitura de uma b) 4p + 3r 2w - 3r e) M = 2w - 3r
cidade foi considerada irregular. Conclui-se que a c) M2x + 3y
prestação de contas da prefeitura dessa cidade
apresentou ato antieconômico. 18. (MPOG/2002) Em um grupo de amigas, todas as
Nessa situação, esse argumento é válido. meninas loiras são, também, altas e magras, mas
nenhuma menina alta e magra tem olhos azuis. To-
das as meninas alegres possuem cabelos crespos,
14. (TCU/2004) Em geral, empresas públicas ou pri-
e algumas meninas de cabelos crespos têm tam-
vadas utilizam códigos para protocolar a entrada e
bém olhos azuis. Como nenhuma menina de cabe-
a saída de documentos e processos. Considere los crespos é alta e magra, e como neste grupo de
que se deseja gerar códigos cujos caracteres per- amigas não existe nenhuma menina que tenha ca-
tencem ao conjunto das 26 letras de um alfabeto, belos crespos, olhos azuis e seja alegre, então:
que possui apenas 5 vogais. Com base nessas a) pelo menos uma menina alegre tem olhos azuis.
informações, julgue os itens que se seguem. b) pelo menos uma menina loira tem olhos azuis.
a) Se os protocolos de uma empresa devem conter 4 c) todas as meninas que possuem cabelos crespos
letras, sendo permitida a repetição de caracteres, são loiras.
então podem ser gerados menos de 400.000 pro- d) todas as meninas de cabelos crespos são alegres.
tocolos distintos. e) nenhuma menina alegre é loira.
b) Se uma empresa decide não usar as 5 vogais em
seus códigos, que poderão ter 1, 2 ou 3 letras, 19. (MPOG/2002) Na formatura de Hélcio, todos os que
sendo permitida a repetição de caracteres, então foram à solenidade de colação de grau estiveram,
é possível obter mais de 11.000 códigos distintos. antes, no casamento de Hélio.- Como nem todos
c) O número total de códigos diferentes formados por os amigos de Hélcio estiveram no casamento de
3 letras distintas é superior a 15.000.
Hélio, conclui-se que, dos amigos de Hélcio:
a) todos foram à solenidade de colação de grau de
15. (TCU/2004) 20. Um baralho comum contém 52
cartas de 4 tipos (naipes) diferentes: paus (♣), Hélcio e alguns não foram ao casamento de Hélio.
espadas (♠), copas (♥) e ouros (♦). Em cada nai- b) pelo menos um não foi à solenidade de colação
pe, que consiste de 13 cartas, 3 dessas cartas de grau de Hélcio.
contêm as figuras do rei, da dama e do valete, res- c) alguns foram à solenidade de colação de grau de
pectivamente. Com base nessas informações, jul- Hélcio, mas não foram ao casamento de Hélio.
gue os itens subseqüentes. d) alguns foram à solenidade de colação de grau de
a) A probabilidade de se extrair aleatoriamente uma Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.
carta de um baralho e ela conter uma das figuras e) todos foram à solenidade de colação de grau de
Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.
citadas no texto é igual a .
20. (MPOG/2002) Um juiz de futebol possui três car-
b) Sabendo que há 4 ases em um baralho comum, tões no bolso. Um é todo amarelo, o outro é todo
sendo um de cada naipe, conclui-se que a proba- vermelho e o terceiro é vermelho de um lado e
bilidade de se extrair uma carta e ela não ser um amarelo do outro. Num determinado jogo, o juiz
retira, ao acaso, um cartão do bolso e mostra, tam-
ás de ouros é igual a . bém ao acaso, uma face do cartão a um jogador.
c) A probabilidade de se extrair uma carta e ela conter Assim, a probabilidade de a face que o juiz vê ser
vermelha e de a outra face, mostrada ao jogador,
uma figura ou ser uma carta de paus é igual a . ser amarela é igual a:
a) 1/6. d) 4/5.
b) 1/3. e) 5/6.
16. (AFTN/98) Considere as afirmações: c) 2/3.
A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;
82 Degrau Cultural
21. (MPOG/2002) Cinco amigas, Ana, Bia, Cati, Dida e 27. Se é verdade que “Alguns escritores são poetas” e
Elisa, são tias ou irmãs de Zilda. As tias de Zilda que “Nenhum Músico é poeta’’, então, também e
sempre contam a verdade e as irmãs de Zilda sem- necessariamente ver que:
pre mentem. Ana diz que Bia é tia de Zilda. Bia diz a) nenhum músico é escritar.
que Cati é irmã de Zilda. Cati diz que Dida é irmã b) algum escritor é músico.
de Zilda. Dida diz que Bia e Elisa têm diferentes c) algum músico é escritor.
graus de parentesco com Zilda, isto é: se uma é d) algum escritor não é músico.
tia a outra é irmã. Elisa diz que Ana é tia de Zilda. e) nenhum escritor é músico.
Assim, o número de irmãs de Zilda neste conjunto
de cinco amigas é dado por: 28. Se Beraldo briga com Beatriz, então Beatriz briga
a) 1. d) 4. com Bia. Se Beatriz briga com Bia, então Bia vai ao
b) 2. e) 5. bar. Se Bia vai ao bar, então Beto briga com Bia.
c) 3. Ora. Beto não briga com Bia. Logo,
a) Bia não vai ao bar e Beatriz briga com Bia.
22. Seis pessoas - A, B, C, D, E, F - devem sentar-se b) Boa vai ao bar e Beatriz ouga com Bia.
em tomo de uma mesa redonda para discutir um c) Beatriz não briga com Bia e Beraldo não briga com
contrato. Há exatamente seis cadeiras em tomo Beatriz.
da mesa, e cada pessoa senta-se de frente para o d) Beatriz briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
centro da mesa e numa posição diametralmente e) Beatriz não briga com Bia e Beraldo briga com Beatriz.
oposta à pessoa que está do outro lado da mesa.
A disposição das pessoas à mesa deve satisfazer 29. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é filha
às seguintes restrições: de Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia é filha de
F não pode sentar-se ao lado de C Elisa. Se Paula não é filha de Paulete, então Flávia
E não pode sentar-se ao lado de A é filha de Fernanda. Ora, nem Ênia é filha de Elisa
D deve sentar-se ao lado de A nem Inês é filha de Isa.
Então uma distribuição aceitável das pessoas em a) Paula é filha de Paulete e Flávia é filha de Fernanda.
tomo da mesa é: b) Paula é filha de Paulete e Ana é filha de Alice.
a) F, B, C, E, A, D. d) F, D, A, C, E, B. c) Paula não é fllna de Paulete e Ana é filha de Alice.
b) A, E, D, F, C, B. e) F, E, D, A, B, C. d) Ênia é filha de Elisa ou Flávia é filha de Fernanda.
c) A, E, F, C, D, E. e) Se Ana é filha de Alice, Flávia é filha de Fernanda.
23. Ou Celso compra um carro, ou Ana vai à Africa, ou 30. A partir das seguintes premissas:
Rui vai a Roma. Se Ana vai à África, então, Luís Premissa 1: “X é A e B, ou X é C”
compra um Livro. Se Luís compra um livro, então Premissa 2: “Se Y não é C, então X não é C”
Rui vai a Roma. Ora, Rui não vai a Roma, logo: Premissa 3: “Y não é C”
a) Celso compra um carro e Ana não vai à África. Conclui-se corretamente que X é:
b) Celso não compra um carro e Luís não compra o a) A e B.
livro. b) não A ou não C.
c) Ana não vai à África e Luís compra um livro. c) A ou B.
d) Ana vai à África ou Luís compra um livro. d) A e não B.
e) Ana vai à África e Rui não vai a Roma. e) não A e não B.
24. Dizer que é verdade que para todo x, se x é uma rã 31. Maria é magra ou Bemardo é barrigudo. Se Lúcia
e se x é verde, então x está saltando é logicamente é linda, então César não é careca. Se Bernardo é
equivalente a dizer que não é verdade que: barrigudo, então César é careca. Ora, Lúcia é lin-
a) “algumas rãs que não são verdes estão saltando”. da. Logo:
b) “algumas rãs verdes estão saltando”. a) Maria é magra e Bernardo não é barrigudo.
c) “nennuma rã verde não esta saltando”. b) Bernardo é barrigudo ou César é careca.
d) “existe uma rã verde que não está saltando”. c) César é careca e Maria é magra.
e) “algo que não seja uma rã verde está saltando”. d) Maria não é magra e Bernardo é barrigudo.
e) Lúcia é linda e César é careca.
25. Dizer que “André é artista ou Bemardo não é enge-
nheiro” é logicamente eqüivalente a dizer que: 32. As seguintes afirmações, todas elas verdadeiras,
a) André é artista se e somente se Bernardo não é foram feitas sobre a ordem de chegada dos convi-
engenheiro. dados a uma festa:
b) Se André é artista, então Bemardo não é enge- A) Gustavo chegou antes de Alberto e depois de Danilo.
nheiro. B) Gustavo chegou antes de Beto e Beto chegou an-
c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro tes de Alberto se e somente se Alberto chegou
d) Se Bemardo é engenheiro, então André é artista. depois de Danilo.
e) André não é artista e Bemardo é engenheiro. C) Carlos não chegou junto com Beto se e so-mente
se Alberto chegou junto com Gustavo. Logo.
26. Em uma comunidade, todo trabalhador é respon- a) Carlos chegou antes de Alberto e depois de Danilo.
sável. Todo artista, se não for filósofo, ou é traba- b) Gustavo chegou junto com Carlos.
lhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há c) Alberto chegou junto com Carlos e depois de Beto.
poeta que não seja responsável. Portanto, tem-se d) Alberto chegou depois de Beto e junto com Gustavo.
que, necessariamente, e) Beto chegou antes de Alberto e junto com Danilo.
a) todo responsável é artista.
b) tudo responsável é filósofo ou poeta. 33. Se Vera viajou, nem Camite nem Carla foram ao
c) todo artista é responsável. casamento. Se Carla não foi ao casamento, Van-
d) algum filósofo é poeta. derléia viajou. Se Vandertéia viajou, o navio afun-
e) algum trabalhador é filósofo. dou. Ora, o navio não afundou. Logo.
Degrau Cultural 83
a) Vera não viajou e Carla não foi ao casamento. 39. Num país há apenas dois tipos de habitantes: os
b) Camile e Carla não foram ao casamento. verds; que sempre dizem a verdade e os falcs, que
c) Carla não foi ao casamento e Vanderléia não viajou. sempre mentem. Um professor de Lógica, recém
d) Carla não foi ao casamento ou Vanderléia viajou. chegado a este país, é informado por um nativo
e) Vera e Vanderléia não viajaram. que glup e plug, na língua local, significam sim e
não mas o professor não sabe se o nativo que o
34. Em uma pequena comunidade, sabe-se que “ne- informou é verd ou falc. Então ele se aproxima de
nhum filósofo é rico” e que “alguns professores três outros nativos que estavam conversando jun-
são ricos”. Assim, pode-se afirmar, corretamente, tos e faz cada um deles duas perguntas:
que nesta comunidade: 1º Os outros dois são verds?
a) alguns filósofos são professores. 2º Os outros dois são falcs?
b) alguns professores são filósofos. A primeira pergunta é respondida com glup pelos
c) nenhum filósofo é professor. três mas à segunda pergunta os dois primeiros
d) alguns professores não são filósofos. responderam glup e o terceiro respondeu plug.
e) nenhum professor é filósofo.
Assim, o professor pode concluir que:
a) todos são verds.
35. Uma escola de arte oferece aulas de canto, dan-
ça, teatro, violão e piano. Todos os professores de b) todos são falcs.
canto são, também, professores de dança, mas c) somente um dos três últimos é falc e glup, signifi-
nenhum professor de dança é professor de teatro. ca não.
Todos os professores de violão são, também, pro- d) somente um dos três últimos é verd e glup signifi-
fessores de piano e alguns professores de piano ca sim.
são, também, professores de teatro. Sabe-se que e) há dois verds e glup significa sim.
nenhum professor de piano é professor de dança
e como as aulas de piano, violão e teatro não têm 40. (Adaptação do texto da revista seleções) Cada um
nenhum professor em comum então: dos membros dessa família tem um carro de cor
a) nennum professor de violão é professor de canto. diferente. As pessoas são Adão, Ângela, George,
b) pelo menos um professor de violão é professor de Júlia, Mila, Ronaldo e Stela. As cores dos carros
teatro. são (não necessariamente nessa ordem): preto,
c) pelo menos um professor de canto é professor de azul, marrom, verde, cinza, rosa e vermelho. Quem
teatro. é quem na árvore genealógica e qual a cor do car-
d) todos os professores de piano são professores ro de cada um?
de canto.
e) todos os professores de piano são professores
de violão.
84 Degrau Cultural
(Papiloscopista/2004) Texto para os itens 41 e 44. b) Considere que, em um pequeno grupo de pesso-
as — G — envolvidas em um acidente, haja ape-
Sejam P e Q variáveis proposicionais que podem nas dois tipos de indivíduos: aqueles que sempre
ter valorações, ou serem julgadas verdadeiras falam a verdade e os que sempre mentem. Se, do
(V) ou falsas (F). A partir dessas variáveis, podem conjunto G, o indivíduo P afirmar que o indivíduo Q
ser obtidas novas proposições, tais como: a pro- fala a verdade, e Q afirmar que P e ele são tipos
posição condicional, denotada por P Q, que será opostos de indivíduos, então, nesse caso, é corre-
F quando P for V e Q for F, ou V, nos outros casos; to concluir que P e Q mentem.
a disjunção de P e Q, denotada por P ∨ Q, que será
F somente quando P e Q forem F, ou V nas outras 43. Considere as quatro sentenças enumeradas a
situações; a conjunção de P e Q, denotada por P∧ ∧ seguir.
Q, que será V somente quando P e Q forem V, e, I - Para cada y, existe algum x, tal que x < y.
em outros casos, será F; e a negação de P, deno- II - Para cada x e para cada y, se x < y então existe
tada por ¬P, que será F se P for V e será V se P for algum z, tal que x < z e z < y.
F. Uma tabela de valorações para uma dada pro- III - Para cada x, se 0 < x, então existe algum y tal que x
posição é um conjunto de possibilidades V ou F = y × y.
associadas a essa proposição. IV - Existe algum x tal que, para cada y, x < y.
Suponha que, nessas sentenças, x, y e z sejam
41. A partir das informações do texto acima, julgue os variáveis que podem assumir valores no conjunto
itens subseqüentes. dos números naturais (IN), no dos números intei-
a) As tabelas de valorações das proposições P ∨ Q e ros (Z), no dos números racionais (Q) ou no con-
Q ¬ P são iguais. junto dos números reais (IR).
b) As proposições (P v Q) S e (PS) (QS) pos- Em cada linha da tabela a seguir, são atribuídas
suem tabelas de valorações iguais. valorações V e F, para cada uma das quatro senten-
c) O número de tabelas de valorações distintas que ças enumeradas acima, de acordo com o conjunto
podem ser obtidas para proposições com exata- no qual as variáveis x, y e z assumem valores.
mente duas variáveis proposicionais é igual a 24.
GABARITO
01. A 02. E 03. B 04. A 05. B 06. E 07. A 08. A 09. D 10. C
11. C, C, E, C 12. C, E, C, C 13. E, E 14. E, E, C 15. C, E, C
16. D 17. E 18. E 19. B 20. A 21. D 22. D 23. A 24. D 25. D
26. C 27. D 28. C 29. B 30. A 31. A 32. A 33. E 34. D 35. A
36. A 37. D 38. C 39. C 40. E, E, E, C, E 41. E, E, C 42. C, C
43. E, E 44. C, C, C, E, C
Degrau Cultural 85
Uma sentença aberta pode conter uma ou mais 06. Se num concurso feito por certo número de
variáveis. A saber: candidatos, houve 18% de aproveitamento, ou seja, 117
aproveitados e noutro, feito por 350 candidatos, houve
1º) Com uma variável: é o conjunto de todos os 22% de aproveitamento, então, o número de candidatos
que se submeteram ao primeiro concurso e o número
elementos tais que tornem a proposição verdadeira.
de aprovados no segundo foram superiores a 600 e a
70, respectivamente.
Exemplo: Seja a sentença aberta “x + 1 > 8” em
N (conjunto dos números naturais). Então, o conjunto 07. Se a um estabelecimento bancário foram dados
verdade para esta sentença é: recursos para efetuar empréstimos iguais a 15
V = {x | x ∈ N ^ x + 1 > 8} = {8, 9, 10, ...} ⊂ N. solicitantes e se a lista sofreu um acréscimo de 5
elementos, então é correto afirmar que em razão deste
2º) Com duas variáveis: dados dois conjuntos A acréscimo o auxílio sofreu uma redução de uma
porcentagem acima de 20%.
e B, chama-se sentença aberta com duas variáveis
em A x B ou apenas sentença aberta em A x B, uma 08. Admitindo-se que João pagou na caixa do Banco “X”
expressão p(x, y) tal que p(a, b) é falsa (F) ou verdadeira R$ 8.018,80 por uma ordem de pagamento a ser
(V) para todo o par ordenado (a, b) Î A x B. expedida por telegrama para a cidade “A” e que a
Exemplo: Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5}. comissão do Banco, é de 1/8%, os selos são de R$
O conjunto-verdade da sentença aberta “x <y” em A x B é: 1,80 e o custo do telegrama é de R$ 7,00, então,
V = {(x, y) ⎢x ∈ A ^ y ∈ B ^ x < y} ={(1, 3), (1, 5), (2, 3), (2, 5), podemos concluir que o valor da ordem de pagamento
é superior a R$ 7.500,00.
(3, 5), (4, 5)}⊂ A x B.
09. Se um cobrador de um clube arrecada R$ 4.800,00
Temos, ainda, sentenças abertas com N variá- e entrega à diretoria do mesmo apenas R$ 4.560,00,
veis, mas que dificilmente são cobradas em concur- então a sua taxa de comissão é superior a 5%.
sos, devido ao grau de dificuldade.
10. Se certo comerciante recebeu R$ 3.515,00 por
mercadorias vendidas com desconto de R$ 185,00,
então a taxa do referido desconto foi acima de 4,5%.
GABARITO
01. certo. 02. errado. 03. certo.
04. certo. 05. certo. 06. errado.
07. certo. 08. certo. 09. errado.
10. certo.
86 Degrau Cultural
Informática
Degrau Cultural 87
88 Degrau Cultural
INTERNET
A INTERNET E O CORREIO ELETRÔNICO Tal tipo de conexão alcança baixas velocidades
devido às restrições impostas pela linha telefônica con-
A Internet é a expressão daquilo que retrata a in- vencional. Assim, esta conexão caracteriza um acesso
serção da informática na vida das pessoas, constituin- via banda estreita. Cabe ressaltar que a medida de
do hoje um fenômeno de informação e de quantidade velocidade de transmissão de dados em redes é dada
de computadores interligados. A expressão “aldeia glo- em bits por segundo (bps). Uma conexão via linha dis-
bal” resume todo o cabedal de conhecimentos dispo- cada normalmente atinge taxas da ordem de até 56
níveis através da grande rede. kbps. Importa ressaltar que a conexão via linha discada
se utiliza da Rede Dial-up, acessório do Windows des-
Um computador que trabalhe desconectado da
tinado a permitir o estabelecimento de conexão à Inter-
Internet está fadado a se comportar como mera máqui-
net pela linha telefônica convencional.
na de escrever aprimorada, pois estará distante das
informações mais ricas e atualizadas do mundo em
que vivemos. Banda larga
Através da Internet podemos pesquisar toda sorte O acesso à Internet por meio de conexão de banda
de assuntos, bem como acessarmos as últimas notíci- larga tem como grande vantagem as elevadas taxas de
as, realizarmos compras “on-line”, dentre um universo transmissão de dados, bem acima das taxas obtidas
de outras possibilidades. As salas de “chat” (bate-papo) com a linha discada. Velocidades da ordem de 256 Kbps
estão sempre repletas de pessoas das mais variadas (kilobits por segundo) a até mais de 2Mbps (Megabites
faixas etárias e níveis de conhecimento. Muitos profis- por segundo) vêm sendo disponibilizadas para o mer-
sionais se utilizam da Internet para divulgar e vender cado domiciliar. Apresenta, ainda, como diferencial o fato
seus produtos, as probabilidades de uso são infindas. de o usuário permanecer conectado por longos perío-
dos sem a preocupação com as tarifas telefônicas.
Como tudo começou
tudo começou As conexões por banda larga, usualmente empre-
Em 1969, com o nome de ARPANET, o governo gadas em ambientes domésticos e de pequenos es-
norte-americano experimentou a possibilidade de se critórios, envolvem a utilização de “cable modem” para
construir uma rede de computadores que teriam como as conexões por meio de cabos das TV por assinatura,
meta principal a demonstração da potencialidade de “modems ADSL” para as conexões de alta velocidade
se estabelecer comunicação entre computadores que
utilizando-se a linha telefônica e, ainda, conexões por
estariam espaçados fisicamente entre si numa larga
meio de ondas de rádio.
área geográfica. A experiência foi bem sucedida e em
1973, cerca de 50 universidades e instituições mili-
tares possuíam conexões através daquela novidade Acesso sem fio – conexões “wireless”
tecnológica.
O acesso à Internet sem fio não é mais um projeto
Nos dias atuais a Internet ganhou terreno através do futuro. Ao contrário, a cada dia a chamada computa-
da mola de estímulo comercial e espargiu-se pelo ção móvel chega mais perto do ambiente doméstico.
mundo em tamanha grandeza que não se pode preci- Existem diversas tecnologias que utilizam as ondas de
sar a quantidade de computadores que lhe estão liga- rádio para acesso à Internet. Umas com pequeno al-
dos. É uma organização sem proprietários mantida por cance; outras com alcances bem maiores.
alguns grupos autônomos. E, como resultante da tec-
nologia da Internet, passamos a contar com o desen- Bluetooth - é uma tecnologia de transmissão de
volvimento e amplo uso das Intranets. Estas, são re- dados via sinais de rádio de alta freqüência, entre
des que em tudo se assemelham à Internet. De varia- dispositivos eletrônicos próximos (PC e seus pe-
dos tamanhos, diferem da Internet basicamente por riféricos por exemplo). A distância ideal é de no
serem organizações privadas e não públicas. Bancos, máximo 10 metros e a distância máxima é de 100
órgãos governamentais, etc., dispõe de suas Intranets. metros.
s dá a conexão
Como se dá a conexão Wi-Fi - é a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fideli-
dade sem fios) e é utilizado para descrever produ-
Linha Discada tos que respeitam o conjunto de normas 802.11 cri-
ado pelo Institute of Electrical and Electronic Engi-
Através de uma linha telefônica e um dispositivo neers (IEEE). As mais conhecidas são as 802.11b
conhecido como modem, qualquer pessoa que pos- por utilizarem banda de 2,4 Ghz (próxima da freqüên-
sua um computador pode se interligar à Internet usan- cia usada por um microondas ou por um telefone
do para isso um provedor de acesso. Este provedor, sem fios) e porque podem transferir dados a uma
geralmente de caráter comercial, estabelece uma liga- velocidade de 11 megabits por segundo (mbps). O
ção semelhante à companhia telefônica e nos faculta o novo standard 802.11a trabalha na banda de 5 Ghz
acesso. Este tipo de conexão também é conhecido como e consegue transferir dados a até 54 Mbps. A tecno-
conexão por meio de linha discada, numa alusão aos logia Wi-FI também tem restrições de alcance e di-
aparelhos telefônicos antigos que se utilizavam de um ficuldades de transmissão devido a obstáculos in-
disco para efetuar a chamada. terpostos entre as antenas.
Degrau Cultural 89
Na realidade são dois tipos de protocolo que tra- Listas de Discussão: permite a troca de opiniões
balham em conjunto. O TCP divide a informação em e conhecimentos através de um fórum público de
pacotes e os reúne quando chegam ao destino. O IP é discussão. Esta modalidade de comunicação in-
responsável pelo endereçamento dessas informações. tensifica o padrão cognitivo de seus participan-
tes, sendo cada vez mais adotado pelas empre-
Outros protocolos importantes sas preocupadas com o desenvolvimento de seus
recursos humanos.
FTP (File Transfer Protocol): protocolo utilizado para
transferência de arquivos. (Download e Upload) Principais vantagens na utilização
de redes internas Intranet
HTTP (Hyper Text Transfer Protocol): protocolo para
transferência de hipertextos. Compartilhar, de maneira mais eficiente, os dados
entre diversos computadores de uma mesma em-
WAP (Wireless Application Protocol): protocolo para presa ou até na casa do usuário.
aplicações sem fio.
90 Degrau Cultural
Degrau Cultural 91
FERRAMENTAS DE NAVEGAÇÃO
Este browser (ou navegador) é fornecido pela Microsoft e integra-se naturalmente ao Windows, mais utilizado
sistema operacional da atualidade. Além das identificações usuais das janelas, como barra de títulos, de ferramen-
tas e menus, ele apresenta uma caixa de diálogo de endereços, a partir da qual deveremos digitar diretamente a
localização dos sites desejados. A navegação é intuitiva e realizada totalmente com o uso do mouse.
Um endereço completo digitado na caixa de diálogo, conduzirá o navegador para aquela página. Convém obser-
var que a parte iniciada por http:// pode ser omitida na digitação, pois o Explorer já a subentende; neste caso, por
exemplo, bastaria digitarmos www.degraucultural.com.br. Um endereço é também designado pela sigla URL, que
significa Uniform Resource Locator - Localizador Uniforme de Recursos. Quando a URL apresenta a letra “s” e a barra
de status do IE apresenta um cadeado estamos navegando em um site seguro. Observe nas figuras a seguir:
92 Degrau Cultural
Depois de aberta a página o usuário poderá navegar através da barra de ferramentas do IE usando algumas
funções que podem ser úteis, no momento em que se estiver visitando determinado endereço, como pode ser
observado abaixo:
- Voltar – Volta à página anterior que você visitou. Enviar página - abre a caixa de envio de mensagens do
Outlook Express, com a página que está na tela do
2 - Avançar – Somente após voltar, você poderá avançar Internet Explorer, para que você possa enviar esta pági-
na por e-mail.
3 - Parar – Pára o carregamento da página.
10 - Imprimir – O botão Imprimir permite imprimir pági-
4 - Atualizar – Atualiza (dá um Refresh) na tela. Recar- nas da Web. Ele imprimirá todo o conteúdo da pági-
rega a página. na. Para imprimir somente uma parte da página,
uma imagem ou uma parte do texto, selecione o
5 - Página Inicial – Carrega a página que foi configura- que você quer imprimir e clique no Menu Arquivo /
da como inicial no Internet Explorer Imprimir, clique na opção Seleção. Clique ok.
6 - Pesquisar – permite pesquisar assuntos na Internet. 11 - Editar – permite editar a página que está sendo
visualizada com um programa qualquer. A seta ao
7 - Favoritos - Abre do lado esquerdo da tela uma lista lado do botão indica que desce um menu com ou-
dos sites que foram escolhidos pelo usuário como tras opções de programas. Este ícone está indican-
favoritos. do o programa Word, mas poderia estar indicando
por exemplo o bloco de notas. Permitirá fazer altera-
8 - Histórico – Lista os locais que o usuário visitou. ções no arquivo da página Web e criar uma nova
página com base na que você editou.
9 - Correio – abre a caixa de mensagem do Outlook
Express diretamente no navegador Internet Explo- 12 - Discussão – permite configurar um grupo de
rer. Permite enviar uma página da Internet. discussão.
Degrau Cultural 93
Histórico - Esta pasta armazena apenas os links A guia Privacidade - permite bloquear cookies e
para as páginas visitadas recentemente. O número pop-up´s.
de dias de armazenamento também é configurado
pelo usuário no item Número de dias das páginas
no Histórico. E, para Limpar o Histórico, é suficiente
clicar no botão Limpar Histórico.
94 Degrau Cultural
Degrau Cultural 95
O serviço de correio eletrônico talvez seja a mais poderosa ferramenta utilizada pelos usuários da Internet, no
que diz respeito à comunicação à distância. O Outlook Express é o mais utilizado gerenciador de e-mails por estar
incorporado ao Windows. Entretanto existem outros mecanismos de igual eficiência, como o Netscape, o Eudora, o
Mozzila e outros; mas tudo acaba sendo uma questão de gosto pessoal pois, em essência, todos permitem o tráfego
de mensagens eletrônicas com igual teor de velocidade e precisão.
O ambiente de navegação é intuitivo e fácil de ser compreendido. À esquerda encontramos uma lista de pastas,
algumas já existentes por padrão e outras criadas pelo próprio usuário. Estas pastas funcionam de maneira seme-
lhante ao Windows Explorer, onde na tela da direita teremos os seus conteúdos mostrados de forma organizada.
Para escrevermos uma nova mensagem basta clicar no item correspondente na barra de ferramentas ou diretamente
no link apresentado na página de boas-vindas (acima). É conveniente ressaltar que os procedimentos com o Outlook
independem do usuário estar conectado à Internet. Diferentemente da utilização dos Webmails, disponibilizados
pela maioria dos provedores, o Out-look permite que os e-mails sejam lidos e terem suas respostas preparadas no
modo “off-line”.
96 Degrau Cultural
Excluir - exclui a mensagem selecionada. Ela irá para a pasta Itens Excluídos.
Enviar e receber - envia e recebe automaticamente emails. Se houver mais de uma conta cadastrada para a atual
identidade, pode-se selecionar a conta que se deseja baixar os emails.
Endereços - abre o Catálogo de endereços, onde o usuário atual armazena os dados de seus contatos.
Localizar - permite localizar, por diversos critérios, uma mensagem nas pastas do Outlook ou localiza um contato
armazenado no catálogo de endereços.
Caixa de entrada - local onde são armazenadas as mensagens recebidas. O número à direita indica as mensa-
gens ainda não lidas. A mesma informação pode ser obtida na Barra de status (abaixo da janela)
Caixa de saída - armazena as mensagens até seu efetivo envio pelo Outlook.
Convém ressaltar que o usuário poderá criar novas pastas de modo a facilitar o gerenciamento de mensagens
armazenadas.
Degrau Cultural 97
98 Degrau Cultural
http:// (HyperText Transfer Protocol) Protocolo de trans- edu: indica que o Website é de uma organização
ferência de Hipertexto. O protocolo é uma espécie de educacional
linguagem utilizada pelo computador para estabelecer
comunicação com outras máquinas através da rede. gov: indica que o Website é de uma organização
Na maioria das vezes que navegamos, estamos nos governamental.
utilizando deste protocolo. Basta observar que todos
os endereços da Internet o mostram no início. com: indica que o Website é de uma organização
comercial.
www: A parte gráfica da Internet, ou seja, onde navega-
mos através de imagens e cliques do mouse. A www mil: indica que o Website é de uma organização mi-
hoje propicia inúmeros recursos multimídia a seus litar.
usuários, tais como sons imagens e animações que
interagem com o visitante daquele site. br: indica que o Website está hospedado em um
provedor no Brasil, assim como na França é “.fr” e
org: indica que o Website é de uma organização EUA “.us”, ou simplesmente “.com”, sem termina-
não governamental. ção de país.
Endereços de E-mail
Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido a
esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.
Dentre outras tarefas permite: O atalho para Calendário permite gerenciar as ativida-
des assinaladas como compromissos do usuário.
Enviar e ler mensagens do usuário de diversas con-
tas ou provedores. O atalho para Tarefas permite agendar e gerenciar
tarefas individuais ou em grupo no ambiente de uma
Gerenciar os contatos do usuário. Intranet de uma empresa.
Organizar e agendar tarefas com o Calendário dis-
ponível. O atalho para Mensagens permite o acesso às
mensagens na Caixa de Entrada.
Agendar reuniões on-line no ambiente da rede
interna.
Degrau Cultural 99
Endereços de E-mail
Os endereços de e-mail também seguem um padrão que assegura a sua unidade dentro da internet. Devido
a esta estrutura, jamais existirão dois endereços iguais em todo o mundo.
Anotações: assemelha-se a um bloco de lembre- Este último é também um software que previne a
tes para o usuário. invasão de um cracker e, ainda, impede que um “es-
pião” plantado na máquina possa acessar a Internet
sem conhecimento e permissão do usuário. Em am-
bos os casos, é essencial a periódica atualização dos
softwares e, no caso do anti-vírus, varreduras periódi-
cas dos drives de armazenamento.
AS AMEAÇAS NA INTERNET
Modem Plug-in
É o equipamento que conecta o computador à Inter- Um “Plug-in” é um pequeno programa que você car-
net. Ele transforma sinais digitas em sinais sonoros rega e instala para adicionar uma característica es-
e vice-versa. pecífica ao seu navegador. Essas características
podem incluir capacidade multimídia como vídeo e
Net som. Ou seja, certos sites para se apresentarem
A tradução literal do inglês é “rede”. Na informática o adequadamente solicitam que você autorize a ins-
termo é usado como sinônimo de Internet. talação de um plug-in.
PPP Upload
A sigla significa Point-to-Point Protocol. É Um dos Fazer um upload é transmitir um arquivo do seu micro
protocolos usados para fazer a conexão IP por via para a rede. A operação inversa é o download.
de uma linha telefônica. O PPP é muito útil para
navegadores gráficos.
USB
USB é a sigla para Universal Serial Bus, barramen-
Programa-cliente
O funcionamento da Internet se baseia em relações to com um tipo único de combinação porta/conector,
cliente/servidor. Os programas clientes são os na- usado para ligar ao computador sem nenhum gran-
vegadores e os servidores verificam autorizações e de esforço várias categorias de dispositivos como
armazenam dados. teclados, mouses, acessórios para games, moni-
tores, scanner, câmeras e outros. O USB obedece
Protocolo ao padrão Plug and Play e visa diminuir drastica-
Um padrão de comunicação a ser usado na Inter- mente o transtorno na instalação e configuração dos
net, o mais básico é o TCP/IP. mais diversos periféricos ao computador. Além da
facilidade de uso proporcionada pelo padrão Plug
Roteador and Play, o USB é “hot swappable”, ou seja, é possí-
Um roteador distribui pacotes de informação dentro vel conectar ou desconectar um novo dispositivo no
de uma rede ou entre várias redes. computador com ele ligado e usá-lo imediatamen-
te. O USB também permite a conexão de periféricos
RFID (Identificação por radiofreqüência) em cascata. Por exemplo: o Internet Keyboard Pro,
Tecnologia de Identificação que utiliza a radiofre- teclado da Microsoft, vem com duas entradas USB
qüência para capturar os dados e não a luz como é extras e se o teclado estiver ligado ao computador
utilizado na leitura de códigos de barra. São utiliza- pelo USB, essas duas portas podem ser usadas
dos, basicamente, dois componentes: o transpon- para conectar um mouse e um game pad.
der ou RF Tag (ou simplesmente Tag) e um leitor
com antena. Quando aproximamos um Tag do lei-
WAP
tor, o campo do leitor alimenta o Tag e este transmi-
te dados da sua memória para o leitor. Pense no Wireless Application Protocol ou, em português, pro-
pedágio quando você passa pela via expressa. Seu tocolo para aplicações sem fio. É um protocolo (lin-
carro tem um TAG. É aquela caixinha de PVC fixada guagem comum) mundial que torna possível o aces-
no vidro. so à Internet por meio de dispositivos móveis sem
fio - como micros de mão e celulares. Com WAP, é
Shareware / Freeware possível acessar páginas no padrão WML (Wireless
Shareware é um software disponível em muitos lo- Markup Language, uma espécie de linguagem
cais da INTERNET. Inicialmente, o software é grátis, HTML) criadas para a tela do celular ou de um com-
mas os autores esperam que o pagamento seja putador de mão. Essas páginas trazem links que
enviado depois de um período inicial de testes. Nor- levam a outras, igualzinho aos sites da Internet, só
malmente, os preços são baixos. É uma espécie de que com menos recursos, devido às limitações das
“teste antes e pague depois”. Já o Freeware é grátis telas dos aparelhos.
mesmo.
Wi-Fi e Wi-Max
Servidor É a abreviatura de “Wireless Fidelity” (fidelidade sem
É o programa que atende ao cliente e provê a ele os fios) e é utilizado para descrever produtos que res-
serviços solicitados. O servidor oferece vários recur- peitam o conjunto de normas 802.11 criado pelo Ins-
sos, entre eles: armazenamento de dados, acesso à titute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE).
Internet, etc.
As mais conhecidas são as 802.11b por utilizarem
banda de 2,4 Ghz (próxima da freqüência usada por
TCP/IP
Transmission Control Protocol/Internet Protocol. Con- um microondas ou por um telefone sem fios) e por-
junto de protocolos utilizado pela INTERNET a fim de que podem transferir dados a uma velocidade de 11
permitir que os computadores se comuniquem. megabits por segundo (mbps). O novo standard
802.11a trabalha na banda de 5 Ghz e consegue
URL transferir dados a até 54 Mbps. A tecnologia Wi-Fi
Uniform Resource Locator. É o sistema de endereça- apresenta um curto alcance. No entanto já temos a
mento utilizado pelo WWW e um padrão de endere- tecnologia WiMax em desenvolvimento. Esta alcan-
çamento proposto para toda a INTERNET. Trocando çará distâncias bem maiores que a Wi-Fi.
em miúdos: aquele endereço que você digita na bar-
ra de endereços do tipo www.qualquercoisa.com.br
O INTERNET EXPLORER 7
Permite fazer buscas, localizar na página, alterar pa- HOME (PÁGINA INICIAL) - permite adicionar páginas para
drões de pesquisa, etc. que sejam as iniciais do Browser.
Configurações de Página Inicial, Histórico, permite alterar padrões de pesquisa, configurações de guias e Aparência.
HARDWARE E SOFTWARE
1. Origem do Computador¹ Os melhoramentos significativos alcançados na progra-
mação facilitaram a utilização do computador e o tornou
Tudo se inicia com a criação das máquinas de cartões mais acessível às necessidades específicas.
perfurados que foram desenvolvidas originalmente por Her- Em 1973, a unidade de disco IBM 3340, apresentou a
man Hollerith e que foram inicialmente usadas no recense- indústria uma avançada tecnologia de discos conheci-
amento dos Estados Unidos em 1980 e mais tarde utiliza- da como Winchester, nome do projeto interno da IBM.
das em diferentes outros setores no mundo dos negócios.
Estes cartões eram o meio de armaze-namento de dados. 2. Conceituando Hardware e Software
O surgimento das impressoras rotativas é decorrente da
crescente necessidade do fornecimento destes cartões. Hardware: É um termo coletivo e não inclui apenas o
computador propriamente dito, mas também cabos, co-
Em resposta às necessidades da indústria radiofôni- nectores, unidades de força e periféricos como o tecla-
ca surgem as válvulas e nasce o computador. do, mouse, auto-falantes e impressoras. Este termo pode
referir-se aos aspectos físicos da infra-estrutura de rede
O invento do transistor nos laboratórios Bell em 1947 de telefonia e telecomunicações.
iniciaria uma nova geração de tecnologia de computado-
res. Substituindo a válvula, o pequeno transistor reduziu o Software: É a parte lógica do computador que é cons-
tempo que era necessário para que um impulso elétrico tituída por programas, linguagens, sistemas, ou seja,
fechasse um circuito. Gerava menos calor, era de maior são as instruções entendidas pelo hardware.
confiabilidade e diminuía os custos de produção. A fun-
ção básica do transistor num computador é a de um inter- 3. Tipos de Arquiteturas de Construção
ruptor eletrônico para executar operações lógicas.
Arquitetura CISC (Complex Instruction Set Computer) -
O armazenamento magnético surge como uma evo- Computador com Conjunto de Instrução Complexa.
lução para arquivar grandes volumes de dados. Com o
disco magnético o acesso poderia ser obtido em me- Refere-se a computadores projetados com um con-
nos de um segundo. junto completo de instruções computacionais com a fi-
nalidade de prover capacidades necessárias da forma
Em 1957 surge o primeiro computador com sistema mais eficiente. Posteriormente descobriu-se que redu-
de armazenamento em disco, o IBM 305 RAMAC. Com zindo o conjunto completo a apenas as instruções mais
um braço de acesso aleatório ele era capaz de acessar freqüentemente usadas, o computador realizaria mais
em menos de um segundo dados armazenados em trabalho em um tempo menor para a maioria das aplica-
qualquer um de seus 50 discos. A mesma IBM lança em ções. Com isso foi chamado de conjunto reduzido de
1962 a primeira unidade de armazenamento equipada instruções (RISC); havia agora a necessidade de algo
com disco removível. Agora, facilmente, os usuários po- pelo qual chamar computadores com conjunto comple-
diam trocar informações para diferentes finalidades. to de instruções – daí o termo CISC. Usada nos mode-
los de chip da empresa Intel e garantem um ótimo de-
Os programadores IBM foram os primeiros a criar, para sempenho na resolução de problemas complicados,
fornecer aos usuários, programas previamente elabora- apesar de reduzirem a velocidade de execução.
dos. Estes Softwares incluíam instruções para separar e
intercalar dados, o controle das operações de entrada e Arquitetura RISC (Reduced Instruction Set Computer) -
saída de dados e a facilidade de criação de listagens. Computador com Conjunto Reduzido de Instruções.
Durante os anos 60, o poder de armazenamento dos É um microprocessador planejado para realizar um me-
computadores aumentou em capacidade e velocidade. As nor número de tipos de instruções para o computador, de
atenções incidiram principalmente sobre os sistemas de modo que ele possa operar em uma velocidade maior
software. Ainda em busca de melhores soluções, foi intro- (realizar mais instruções por segundo ou milhões de ins-
duzido o uso intensivo da tecnologia de circuitos integra- truções por segundo). Uma vez que cada tipo de instru-
dos monolíticos nos anos 70. Esta tecnologia condensa ção que um computador precisa realizar requer transisto-
muitos circuitos em pequeníssimos chips de silício. res adicionais e circuitos, uma grande lista ou grupo de
instruções para o computador, tende a deixar o micropro-
A utilização de uma tecnologia com grande integração cessador mais complicado e lento na operação. Inventa-
e densidade de memória e de lógica melhorou conside- da na década de 70 pelo pesquisador da IBM John Coke,
ravelmente a sua velocidade, capacidade e eficiência. O esta arquitetura provê o chip com uma “inteligência” bem
primeiro disco magnético flexível, ou disquete, da in- mais limitada, porém com uma rapidez sem preceden-
dústria, foi apresentado pela IBM em 1971. Estes discos tes. Enquanto o chip CISC leva vários ciclos de máquina2
flexíveis (floppy disk) melhoravam consideravelmente o para executar uma única instrução, o chip RISC faz várias
manuseamento dos dados. delas em apenas um ciclo (conceito de chip superesca-
lar - que executa mais do que uma instrução por ciclo).
Memórias de silício e circuitos lógicos foram cada vez
mais miniaturizados em todos os tipos de computadores.
2
Ciclo de máquina: tempo gasto pelo computador para pro-
cessar cada instrução; é medido por um circuito chamado clock
¹ Origem do Computador: Os concursos, em geral, não têm (relógio), que emite pulsos a uma freqüência constante. Se o
mais se ocupado com questões relativas à história da informática, clock “pulsa” 58 milhões de vezes por segundo, por exemplo, a
entretanto, convém ir às provas lembrando-se pelo menos do freqüência de processamento dessa máquina é de 58 Mhz
ENIAC, pois ele já se figurou em algumas delas como represen- (MegaHertz). É o espaço de tempo entre um pulso e outro, ou
tante legítimo daquele que seria o primeiro computador da histó- seja, o ciclo de máquina.
É a caixa que abriga toda a es- Existem as placas-mãe Onboard, também chamadas de
trutura física interna de um com- superintegradas, que agregam em seus circuitos, além das
putador. É normalmente dividido interfaces já tradicionalmente incorporadas, outros recur-
em baias onde serão instalados sos como áudio, vídeo, modem e rede – quando não as
os dispositivos. Exige boas con- memórias e até o processador. E, as placas-mãe Offboard
dições de ventilação interna con- que vêm “peladas” ou seja, fica a cargo de quem se propõe
siderando que muitos dos com- a montar o computador decidir quais funções irá implemen-
ponentes que serão ali instalados tar, a marca e o modelo dos dispositivos que as proverão.
trabalham em elevadas freqüên-
cias e por isso geram grande quantidade de calor. Processador
Existem os modelos desktop ou torre, como são res- Nas provas, os examinadores, po-
pectivamente conhecidos os gabinetes horizontais e ver- dem referir-se ao processador como
ticais. É possível que o examinador refira-se ao compu- o microprocessador ou como unida-
tador apenas como máquina ou PC. de central de processamento (CPU –
Nota: É comum chamarmos o gabinete de CPU, porém Central Processing Unit) e até como
o gabinete, como já vimos, é apenas um “armário” onde processor.
são guardados o HD, as placas, a memória, os drives e
outros componentes. Como o próprio nome sugere, é a parte do computa-
dor que controla o processamento de dados, desde a
Fonte de Alimentação sua entrada até a saída. Quando um processamento
começa, é a CPU que busca a instrução no disco; faz a
A fonte de alimentação se encon- decodificação desta instrução; associa a instrução de-
tra, normalmente, na traseira do codificada ao dado que será processado e, por fim, exe-
gabinete e serve para fornecer as cuta cada instrução do programa. Ele também controla
tensões para alimentar os diver- os periféricos de entrada e saída, faz os cálculos e mo-
sos circuitos e componentes do vimentações exigidas pelo programa e gerencia todas
PC. Todas as fontes de alimenta- as unidades para que trabalhem em harmonia. Eles são
ção partem do princípio básico de montados em um único chip ou circuito integrado.
transformar a tensão alternada elétrica (110V ou 220V)
em tensões contínuas (5V ou 12V). A CPU é a única responsável pela interpretação dos
O ventilador interno (cooler) da fonte serve para esfriar a programas, tomando decisões lógicas, fazendo contas
própria fonte e também retirar o ar de dentro do gabinete. e encaminhando ordens, tudo isso muito rapidamente.
Para se ter uma idéia, um processador como um Pen-
Placa-mãe tium 4 ou Athlon é capaz de fazer mais de um bilhão de
multiplicações por segundo.
A Motherboard (placa-mãe)
é um arranjo físico que con- A velocidade de processamento é fruto da criatividade
e experiência dos engenheiros que projetam as Unida-
tém os circuitos e compo-
des de Execução. Devemos mencionar 4 importantes
nentes básicos de um com-
unidades: A lógica e aritmética (ULA), a de ponto flutuan-
putador. Em uma placa-mãe
te (FPU), a de instruções (SIMD – Single Instruction Mul-
comum, os circuitos são im-
tiple Data – Instrução única, múltiplos dados) e uma uti-
pressos ou afixados a uma
lizada somente para fazer cálculos de endereços de
superfície plana firme e nor-
memória. Cada unidade é especializada em determina-
malmente produzida em um
dos tipos de operações lógicas e matemáticas.
único passo. O planejamento mais comum de placas-
mãe em computadores desktop de hoje em dia é o AT,
O performance das aplicações está diretamente ligado
baseado nas placas mãe AT da IBM. Uma especificação com o das unidades de execução. Por exemplo, editores
mais recente de placa-mãe ATX melhora o estilo AT. Tan- de texto usam mais a ULA do que qualquer das outras,
to nos modos AT, como no ATX, os componentes no com-
putador incluídos na placa-mãe são os seguintes: 3
Slot: Nome que se dá às “tomadas” ou soquetes que, no com-
putador, permitem a conexão dos periféricos. Os slots de ex-
• Microprocessador (CPU);
pansão estão preparados para receber as placas de expansão
• Memória;
de memória ou de disco rígido.
• Sistema básico de Input/output (BIOS); 4
Barramento: O barramento é a via de informação entre a CPU e
• Slot3 de Expansão; demais dispositivos de I/O; é como se fossem estradas com várias
• Circuitos de interconexão. pistas, quanto mais pistas, maior o fluxo de automóveis.
enquanto que jogos e decodificadores de DVD-video mos- agrega diversos circuitos destinados a dar funcionabili-
tram dependência muito maior da FPU e das unidades SIMD. dade ao PC e determina, entre outras coisas:
• Quais processadores poderão ser utilizados;
Qual seria o critério para classificar uma CPU como • O tipo e a quantidade máxima de memória que poderá
sendo de 32 ou 64 bits? O tamanho dos registradores5 e ser instalada;
consequentemente o tamanho dos dutos de entrada das • As freqüências de barramento suportadas;
unidades de execução são cruciais para determinar se • A quantidade de slots de expansão disponíveis, de HD’s;
uma CPU é de 32, 64 ou 128 bits. Quanto maior o tama- de periféricos, como leitora e gravadores de CD e a taxa
nho dos registradores, mais viável é o aumento da preci- máxima de transferência de dados entre eles e as contro-
são de operações matemáticas (principalmente finan- ladoras IDE.7
ceiras e científicas), maior o módulo dos números que
podem ser armazenados e maior a quantidade de com- O chipset é ultraintegrado quando constituído por única
binações lógicas que podem ser avaliadas. peça, mas normalmente é dividido em duas, fisicamente
distintas, conquanto interdependentes: Ponte Norte (Nor-
As instruções em linguagem de máquina são muito pri- thbridge) e Ponte Sul (Southbridge).
mitivas. Por exemplo: Ler (copiar) conteúdo de um endereço
de memória no registrador do processador central; compa- Cabe a Ponte Norte gerenciar a comunicação entre os
rar duas informações; adicionar, subtrair dois números; es- mais diversos elementos, especialmente conectar o pro-
crever palavra na memória ou dispositivo de saída. Estas cessador ao barramento de memória e de vídeo.
etapas compõem o que se denomina Cabe a Ponte Sul responsabilidades pelas atividades
ciclo de instrução. Este ciclo se repete menos nobres como comandar a controladora de dis-
indefinidamente até que o sistema cos, interfaces de entrada e saída (portas seriais, parale-
seja desligado, ou ocorra algum tipo las e USB), além da comunicação com outras interfaces
de erro, ou seja, encontrada uma ins- como som, rede etc.
trução de parada.
Compete ao chipset definir o Clock8 – freqüência de
Antes de finalizar este tópico, con- barramento – sinal responsável pela transmissão dos
vém chamar a atenção para um per- dados entre os periféricos. Dependendo de sua freqüên-
sonagem muitas vezes negligenciado pelo aluno, porém cia, um certo processador poderá ou não ser suportado
de grande relevância, a refrigeração do processador. Essa por uma determinada placa.
refrigeração é um papel desempenhado pelo Cooler6
Memórias
Para explicar de uma forma As memórias são classificadas como voláteis, quando
simples, o chipset é o conjunto os dados que estão armazenando internamente são per-
de componentes que estabele- didos devido à interrupção do fornecimento de energia
cem a interface entre o processador (mais propriamente para a memória. Toda vez que o computador é desligado,
o seu barramento local) e os barramentos/componentes, os dados armazenados na memória principal são perdi-
desde as memórias aos controladores de periféricos. dos. Já as memórias do tipo não volátil não perdem os
Como se pode concluir, a função do chipset é bastante seus dados, mesmo quando a alimentação de energia é
importante no desempenho do sistema, portanto é acon- interrompida.
selhável conhecer alguns dos detalhes associados à
definição da respectiva arquitetura. Para comparar: se os
7
grandes componentes como o processador, a memória, Integrated Drive Eletronics: É uma interface eletrônica padrão
e os controladores de I/O fossem representados por edi- utilizada entre os caminhos de dados ou barramentos de uma placa-
fícios, o chipset representaria toda a infra-estrutura rodo- mãe e os dispositivos de armazenagem em disco de um computador.
8
viária necessária para interligar aqueles edifícios. Ele O clock tem como finalidade gerar “pulsos de clock”. É um
dispositivo gerador de pulsos cuja duração é chamada de ciclo. A
quantidade de vezes em que este pulso básico se repete em um
5
Registradores: Nome dado a alguns conjuntos de bits de alta segundo define a unidade de medida do relógio, denominada fre-
velocidade que existem dentro da CPU. A função primordial dos qüência, a qual também usamos para definir velocidade na CPU. A
registradores é o endereçamento de memória, ou seja, é nos regis- unidade de medida usual para a freqüência dos relógios de CPU é
tradores que fica armazenado o endereço fornecido que está o Hertz (Hz), que significa 1 ciclo por segundo. Como se tratam de
sendo tratado na memória naquele momento. O resultado de uma freqüências elevadas abreviam-se os valores usando-se milhões
operação aritmética ou lógica realizada na ULA deve ser armaze- de Hertz, ou de ciclos por segundo (MegaHertz ou simplesmente,
nado temporariamente, de modo que possa ser utilizado mais adi- MHz). Assim, por exemplo, se um determinado processador fun-
ante ou apenas para ser, em seguida, transferido para a memória. ciona como seu relógio oscilando 25 milhões de vezes por segun-
6
Cooler: Popularmente conhecida por ventoinha. Responsável do, sua freqüência de operação é de 25 MHz. E como a duração
pelo zumbido característico do computador. É um pequeno venti- de um ciclo, seu período, é o inverso da freqüência, então cada
lador que, embutido no gabinete ou diretamente no processador ciclo, neste exemplo, será igual ao inverso de 25.000.000 ou 1/
tem a função de resfriá-lo. 25.000.000 = 0,00000004 ou 40 nanossegundos.
RAM (Random Access Memory – Memória de Acesso O acesso é randômico porque qualquer local de ar-
Aleatório) – Memória Principal/ Primária mazenamento pode ser acessado diretamente. Talvez
ela devesse ser chamada de memória não seqüencial,
É o local onde o sistema operacional, os programas pois o acesso à RAM é altamente randômico. RAM é
aplicativos e os dados em uso são colocados, de modo organizada e controlada de um modo que permite que
que possam ser rapidamente acessados pelo proces- os dados sejam armazenados e atualizados diretamen-
sador. Porém, os dados da RAM ficam lá somente en- te em locais específicos. Outras formas de armazena-
quanto o computador está funcionando. Quando se des- mento como o disco rígido e o CD-ROM também são
liga o computador perde-se todo conteúdo. Deste modo, acessados diretamente (ou randomicamente), mas o
quando se liga novamente o computador, o sistema ope- termo acesso randômico não pode ser aplicado a es-
racional e outros arquivos mais uma vez terão que ser sas formas de armazenamento.
carregados pela RAM, o que é feito normalmente a partir
do Disco Rígido. Tipos de Memória RAM
A RAM pode ser comparada à memória de curto prazo DRAM (Dinamic RAM): Memória dinâmica de acesso
de uma pessoa, e o disco rígido à memória de longo aleatório. É o tipo mais comum de memória de acesso
prazo. A memória de curto prazo dá destaque ao trabalho aleatório (RAM). É dinâmica no sentido que precisa ter
das mãos, mas pode recorrer a fatos da memória de suas células de armazenamento renovadas ou recebe-
longo prazo. Um computador, também funciona deste rem uma nova carga eletrônica a cada poucos milisse-
modo. Se a RAM ficar cheia, o computador precisará ir gundos. Formada por circuitos que armazenam os bits
continuamente ao disco rígido para cobrir velhos dados de informações através de pequenos capacitores. Quan-
da RAM com novos. Isso diminui a velocidade do compu- do tem algum dado representa “1” e, quando não, repre-
tador. A não ser que o disco rígido fique completamente senta “0”. Não se trata de uma memória rápida. O gran-
cheio de dados de modo que ele não possa aceitar ne- de problema desta memória é que ela perde sua carga,
nhum mais, a RAM transbordará da memória. Ela conti- por isso precisa continuamente da renovação de carga
nua funcionando, mas muito mais lentamente. O que (refresh). Características:
ocorre é que o processador transfere o conteúdo atual da • barata;
memória RAM para um arquivo do disco rígido, chamado • fácil integração;
arquivo de troca, liberando espaço na memória RAM. O • baixo consumo;
conteúdo do arquivo de troca é colocado de volta na me- • lenta (em função do refresh).
mória RAM quando for solicitado algum dado que lá este-
ja armazenado. Este processo é conhecido como Memó- SRAM (Static RAM): Memória estática de acesso alea-
ria Virtual. Quanto mais memória RAM o micro tiver, me- tório. Bem mais rápida e em vez de capacitores, utilizam
nor a probabilidade de a me- circuitos digitais chamados de flip-flop para armazena-
mória RAM acabar e, com mento de cada “0” ou “1”, ou seja, este tipo de circuito
isso, menos trocas com o não necessita do círculo de refresh. Tem como caracte-
arquivo de troca do disco rí- rística principal o sincronismo com o processador nos
gido serão necessárias. acessos de leitura e gravação. Sua velocidade trabalha
Toda vez que uma troca é na ordem de 20 nanossegundos (20 x 10-9 segundos).
feita o usuário percebe a Normalmente, este tipo de chip de memória é aplicado
lentidão no micro, pois o nas memórias do tipo cache. Características:
acesso ao disco rígido é bem mais lento do que o acesso • cara;
direto à memória RAM, por ser um sistema mecânico e • difícil integração (pouca capacidade em muito espaço);
não eletrônico. • alto consumo;
• rápida.
A RAM é pequena, tanto no espaço físico (ela é arma-
zenada em microchips) quanto na quantidade de dados ROM (Read Only Memory – Memória Somente para
que ela pode armazenar. Ela é muito menor do que o Leitura)
disco rígido. Um computador típico costuma vir com 128
milhões de bytes em RAM e com disco rígido que pode Trata-se de um termo genérico utilizado para desig-
armazenar 40 bilhões de bytes. RAM vem na forma de nar os circuitos de memória ROM. Só permitem a leitu-
microchips discretos (no sentido de separados) e tam- ra, mas em compensação, não perdem o conteúdo
bém na forma de módulos e ligam-se em buracos na quando são desligados. São mais lentas que a memó-
placa-mãe do computador. Estes buracos se conectam ria RAM.
ao processador por meio de um barramento ou grupo
de condutores elétricos. O disco rígido, por outro lado,
Para o processador, não há passa o controle para o BIOS. Ele determina se todos os
diferença entre acessar uma anexos estão instalados e operantes; em seguida, carre-
memória RAM ou ROM – a não ga o sistema operacional na memória de acesso aleató-
ser a velocidade. Quando o mi- rio (RAM) a partir do disco rígido ou unidade de disquete.
cro é ligado, um programa gra- Com o BIOS o sistema operacional e aplicações são li-
vado na memória ROM da pla- berados de terem que compreender detalhes exatos
ca-mãe, chamado POST en- (como endereços de hardware) sobre os dispositivos
tra em ação inicializando os circuitos da placa-mãe, o ví- anexos de entrada/saída. Quando detalhes do dispositi-
deo e executando testes, como o teste de memória. O vo mudam, apenas o programa BIOS precisa ser altera-
último passo do POST é carregar o sistema operacional do. Às vezes, essa mudança pode ser feita durante a con-
de algum disco para a memória RAM. figuração do sistema. Embora o BIOS seja, teoricamente,
sempre o intermediário entre o processador e as infor-
Estes tipos de circuito podem ser construídos utilizan- mações de controle do dispositivo de entrada/saída e o
do uma das seguintes tecnologias básicas: fluxo de dados, em alguns casos, o BIOS pode dar um
jeito para que os dados fluam diretamente para a memó-
Mask-ROM: Gravado na fábrica do circuito integrado e ria a partir de dispositivos que exigem um fluxo de dados
não há como apagar ou regravar o seu conteúdo, ou mais rápido para serem eficazes.
seja, fabricado com o conteúdo predefinido.
2. POST (Power On-Self Test – Auto Teste ao Ligar):
PROM (Programable ROM): É uma memória que pode Teste de diagnóstico que o Sistema Básico de Entrada e
ser modificada uma vez pelo usuário. Essa memória é Saída (BIOS) roda para determinar se o teclado, Memó-
vendida virgem e o fabricante do dispositivo que utilizará ria RAM, discos e outros itens de hardware estão funcio-
este circuito se encarrega de fazer a gravação de seu con- nando corretamente. Se tudo é encontrado e está funci-
teúdo. No entanto, uma vez gravada, não há como apagar onando corretamente, o computador começa o boot.9
ou reprogramar o seu conteúdo. A diferença entre este cir- Se o hardware não for encontrado ou estiver com proble-
cuito e o Mask-ROM é o local da gravação. Enquanto a mas, o BIOS mostra uma mensagem de erro que pode
Mask-ROM é fabricada já com um conteúdo predefinido, a ser um texto na tela ou uma série de bipes, dependen-
PROM é gravada pelo fabricante do periférico que utilizará do da natureza do problema. Como o POST roda antes
o circuito. da ativação da placa de vídeo, não é possível ver o pro-
gresso na tela. Um erro encontrado no POST é geral-
EPROM (Erasable Programable ROM): Trata-se de uma mente fatal (isto é, causa o travamento do programa
memória exclusiva de leitura que pode ser apagada e que está rodando) e vai parar o processo de boot, pois
reaproveitada. Da mesma forma que a PROM, a EPROM o hardware checado é essencial para as funções do
é vendida virgem e deve ser gravada pelo fabricante do computador. Executa as seguintes rotinas sempre que
dispositivo que a utilizará. Ao contrário dos outros dois o micro é ligado:
tipos, o seu conteúdo pode ser apagado, o que é feito
colocando-se o circuito integrado exposto à luz ultraviole- • Identifica a configuração instalada
ta (ele tem uma janela transparente para que o apaga- • Inicializa todos os circuitos periféricos de apoio (chip-
mento possa ser feito). Deste modo o circuito pode ser set) da placa-mãe
regravado. • Inicializa o vídeo
• Testa a memória
EEPROM (Electric Erasable Programable ROM): O apa- • Testa o teclado
gamento não é feito através de luz, mas sim através de • Carrega o sistema operacional para a memória (RAM)
impulsos elétricos. Os chips de EEPROM, ao contrário • Entrega o controle do processador ao sistema ope-
do que ocorre com os chips EPROM, não precisam ser racional
removidos do computador para serem modificados.
3. SETUP (Configuração): Programa de configuração
Flash-ROM: É uma EEPROM que utiliza baixas ten- de hardware do computador; normalmente chamamos
sões de apagamento e este é feito em um tempo bem esse programa apertando um conjunto de teclas duran-
menor. Hoje em dia, a memória ROM da maioria das te o POST (geralmente basta pressionar a tecla DEL
placas-mãe é formada por um circuito de Flash-ROM, durante a contagem da memória; esse procedimento,
permitindo a reprogramação do seu conteúdo via sof- contudo, pode variar de acordo com o fabricante da pla-
tware. Diferença entre uma EEPROM e uma Flash-ROM? ca-mãe – Esc, Ctrl-Esc, Ctrl-Alt-Esc ou F1)
O apagamento da Flash-ROM é extremamente rápido e
não é possível reprogramar um único endereço, isto é, Estes três programas são completamente diferentes,
quando a memória é apagada, todos os seus endere- embora fisicamente armazenados dentro do mesmo cir-
ços são zerados. Às vezes chamado de RAM-Flash. cuito integrado. Muita gente confunde estes conceitos, cha-
mando o SETUP de BIOS. Alguns técnicos, sem o devido
Programas Contidos na ROM: conhecimento, dizem que alteram o conteúdo do BIOS ou
configuram o BIOS quando, na verdade, entram no SETUP uma cópia dos dados mais recentemente acessados e
da Placa-mãe. Como o BIOS está em uma memória do prováveis de serem acessados que ficam ali armazena-
tipo ROM, seu conteúdo não pode ser alterado ( a não ser dos para acesso rápido.
que fosse um circuito do tipo FLASH-ROM.
O cache de disco é um mecanismo para melhorar o
Quando se entra no SETUP, as alterações são arma- tempo de leitura ou gravação no disco rígido. Hoje em
zenadas na memória de configuração da placa-mãe, tam- dia o cache de disco é normalmente incluído como parte
bém chamada de CMOS10. A memória de configuração é do disco rígido ou pode também ser uma porção espe-
uma memória do tipo RAM e, por isso, seu conteúdo é cífica da memória de acesso aleatório (RAM). O cache
apagado quando sua alimentação é cortada. Para que de disco guarda dados lidos recentemente e, em al-
isso não ocorra as placas-mãe têm uma bateria que guns casos, áreas adjacentes de dados prováveis de
alimenta essa memória, para que as informações não serem acessadas em seguida.
sejam perdidas quando o computador é desligado.
Assim, quando é pressionada a tecla DEL durante a Memória de Massa - (Memória Secundária)
contagem de memória (ou seja, durante a execução do
POST), acessamos o SETUP (e não a BIOS). As altera- Na memória RAM temos um conteúdo que se perde
ções efetuadas no SETUP são armazenadas na memó- quando desligamos o computador. A ROM mantém o
ria de configuração (CMOS). O conteúdo da memória de conteúdo mesmo na falta de energia porém, é uma
configuração é usado pelo BIOS para saber qual é a con- memória somente para leitura e não permite guardar
figuração da máquina e, durante o POST, para programar nossos dados e/ou programas. Esses dados e progra-
os circuitos da placa-mãe. Atualmente a memória de con- mas devem ser armazenados em outro meio que não o
figuração está embutida no chipset da placa-mãe, mais elétrico. Neste caso o que normalmente se usa é um
especificamente em um circuito chamado Ponte Sul. meio magnético: disquetes e discos rígidos. Uma outra
alternativa seria a mídia óptica disponível em CD-R, CD-
Cache RW ou DVD-R... Nestas condições o meio utilizado é
não volátil o que permite acessar a informação quando
Podemos entender memória cache como um lugar for necessário.
para armazenar alguma coisa mais ou menos tempora-
riamente. Páginas web solicitadas, por exemplo, são Disquete (disco flexível ou floppy disk)
armazenadas no diretório cache do navegador no disco
rígido. Assim quando retornamos a uma página exami- O disquete é um meio removível de arma-
nada recentemente, o browser pode obtê-la a partir do zenamento de dados de acesso aleatório que
cache em vez de a partir do servidor original, poupando pode ser utilizado em computadores pesso-
tempo e a rede do trabalho de tráfego adicional. ais. O termo disquete normalmente refere-se
a um meio magnético acondicionado em um
A memória cache é memória de acesso aleatório que cartucho de plástico rígido medindo 3,5 polegadas de
pode ser mais rapidamente acessada pelo processa- diâmetro e 2 milímetros de espessura que pode armaze-
dor do que a RAM normal. À medida que o processador nar até 1,44 MB de dados. Embora, hoje em dia, a maioria
processa dados, ele primeira- dos computadores pessoais venha com uma unidade de
mente verifica a memória cache disquete11 (drive) de 3,5 polegadas pré-instalada, alguns
e, se encontrar os dados ali (de computadores não as fornecem mais. Eles são conveni-
uma leitura de dados anterior), entes para armazenamento individual de arquivos e pro-
não precisará mais fazer uma ou- gramas pequenos. Quem lê e grava as informações no
tra leitura de dados consumidora disquete é a cabeça da unidade de disquete. Essa cabe-
de tempo na memória. ça12 é formada por duas bobinas e as informações são
lidas, escritas e apagadas como em uma fita cassete
Memória cache é às vezes es- dentro de um toca-fitas, através de magnetização e des-
crita em níveis de proximidade e de acessibilidade ao magnetização da camada magnética do disco. São gra-
processador. Um cache L1 está no mesmo chip do pro- vadas magneticamente, ou seja, se o bit 0 é representa-
cessador. ( Por exemplo, o processador PowerPC 601 do pela magnetização positiva, o bit 1 será a negativa, e
possui um cache de nível 1 de 32KB embutido em seu vice-versa.
chip) L2 é geralmente um chip de RAM estático (SRAM)
separado. O RAM principal é geralmente um chip de RAM Na formatação, o disco magnético é dividido em tri-
dinâmico (DRAM). lhas e setores. As trilhas são regiões circulares concên-
tricas e os setores são regiões do disco delimitadas por
Além da memória cache, pode-se pensar na própria raios. Em um disquete de 31/2”, por exemplo, existem
RAM como um cache de memória para armazenamento 80 trilhas de cada lado, divididas em nove setores cada.
em disco rígido, pois todo o conteúdo da RAM vem inici-
almente do disco rígido ao ligarmos o computador e Uma pequena janela em um dos cantos superiores
carregarmos o sistema operacional e, mais tarde, ao pode ser aberta ou fechada. Quando aberta não é per-
iniciarmos novas aplicações e acessarmos novos da- mitida a gravação.
dos. A RAM também pode conter uma área especial de-
nominada disk cache que possui todos os dados mais
11
recentemente lidos a partir do disco rígido. A unidade de disquete: é o elemento responsável pela
leitura/gravação em um disquete. Como existem diversos tipos
de disquete com capacidades de formatação diferentes, haverá
O Disk Cache (cache de disco), ou uma área reserva- unidades de disquetes diferentes para cada tipo.
da do RAM ou um cache especial de disco rígido, tem 12
Algo como um braço do “pré-histórico” toca-discos de vinil,
porém em posição relativamente fixa.
São disquetes especiais que necessitam, portanto, DVD-R: É equivalente ao CD-R. Sua
de drives compatíveis. Estes disquetes possu- capacidade depende da mídia em
em a capacidade de armazena- uso. As primeiras mídias de uma face
mento para 100MB, cerca de 70 armazenavam até 3,68 GB, as mídi-
vezes mais dados que os seus ir- as atuais já possuem 4,7 GB. As de
mãos de 1.44MB. Existem outros dupla antiga armazenavam 7,38 GB,
modelos de ZIP-DRIVE que traba- e as atuais, 9,4 GB.
lham com disquetes de 250MB e DVD-RW ou DVD-ER (DVD enable):
750MB. criado pela Pionner, tem capacidade de 4,7 GB. Pode
ser lido em praticamente qualquer unidade de DVD.
Disco Rígido DVD+W: é concorrente do anterior, desenvolvido pela Phi-
lips, Sony, HP e outros. Por causa de sua taxa de refle-
O disco rígido faz parte de uma unidade, normalmente xão, este disco não pode ser lido por todas unidades de
chamada de disk drive, hard drive ou hard disk drive, que DVDs. Armazena de 2,8 GB a 4,7 GB.
armazena e oferece acesso relativamente rápido a gran- DVD-RAM: Este tipo de mídia é encontrado em quatro
de quantidade de dados em uma superfície carregada capacidades: 2,6 GB, 4,7 GB, 5,2 GB e 9,4 GB. Esta mí-
eletromagneticamente ou em um conjunto de superfícies dia é regravável, isto é, funciona de maneira similar a
e tudo isso vem acondicionado um CD-RW. Estima-se que o DVD-RAM pode ser regra-
dentro de uma caixa blindada. vado 100.000 vezes, enquanto estima-se que o DVD-
Nas provas podem referir-se a RW só pode ser regravado 1.000 vezes.O disco DVD-
ele como Hard Disk, Winches- RAM necessita de um gravador de DVD-RAM tanto para
ter ou simplesmente HD. Os ser gravado quanto para ser lido. O disco DVD-RAM nor-
computadores atuais vêm malmente está acondicionado dentro de uma caixa cha-
acompanhados, normalmente mada caddy. Esta mídia não é compatível com unidades
de disco rígido com capacida- de DVD-ROM nem com DVD players comerciais.
de de armazenamento na or-
dem dos GB. Barramentos
Ele pode ser composto de conjunto de discos empi- Um barramento (bus) é uma rota de transmissão na
lhados, apresentando cada um em círculos concêntri- qual os sinais são emitidos ou captados em cada dis-
cos ou faixas de disco. Uma cabeça grava ou lê as infor- positivo anexado à linha. Apenas os dispositivos que
mações nas faixas. Para cada leitura ou gravação é ne- forem dirigidos pelos sinais prestam atenção a eles; os
cessário que os dados sejam localizados, que é uma outros desconsideram os sinais. O termo deriva-se de
operação chamada de busca. sua semelhança com um ônibus que pára em toda qua-
dra para deixar e pegar passageiros. Trata-se da rota
Convém mencionarmos os thin clients, que oferecem dos dados no computador que interconecta o processa-
aos usuários uma solução de estação de trabalho, que dor com os anexos à placa-mãe em slots de expansão,
reduz os custos operacionais, de manutenção e de atu- como unidades de disco rígido, unidades de CD-ROM e
alização tecnológica, em comparação com os ambien- adaptadores gráficos.
tes tradicionais com PC’s “fat” client. Os thin clients são
pequenos dispositivos de computação que não contam Genericamente falando é um caminho para a troca de
com disco rígido, nem necessitam de gerenciamento
dados entre dois ou mais circuitos. Em geral podem ser
complexo. Essa característica permite que os equipa-
divididos em três grupos:
mentos sejam implantados rapidamente - responden-
do por baixíssimos gastos com Tecnologia da Informa-
ção - com mais confiabilidade e segurança do que os • Dados (Data Bus) – Todos os dados, tais como instru-
PCs convencionais. ções e dados, que serão manipulados internamente pelo
processador, utilizam o barramento de dados para se-
CD e DVD rem transferidos dos periféricos do sistema para o pro-
cessador. Quando as informações já foram processa-
CD-ROM (Compact-Disk - das e os resultados estão disponíveis, eles retornam
Read - Only Memory): apenas para os periféricos do sistema, utilizando-se do mesmo
leitura. barramento de dados que foi utilizado para a entrada
CD-R: permite a gravação ape- das informações. Em um determinado instante estas
nas uma vez. vias são usadas como barramento de entrada e em ou-
CD-RW: é regravável, ou seja, tro instante opera como saída de dados e assim suces-
permite a gravação mais de sivamente.
uma vez. Isto é feito por causa
da tintura especial índio antimônio e telúrio. Quando o Fisicamente é formado por vias, ou seja, um conjunto
feixe laser eleva temperatura de 500º C a 700º C sua de vias forma o barramento de dados. Cada via transmi-
superfície perde sua reflexão que em seguida será en- te um bit, portanto um barramento de 16 vias possui 16
tendido como informação pelos leitores. Quando o mes- bits de largura. Essa largura varia de acordo com o pro-
mo ponto for utilizado por outro feixe de laser com uma cessador utilizado no sistema.
temperatura mais baixa a tintura recupera sua caracte-
rística reflexiva que poderá ser gravada novamente. • Endereços (Address Bus) – É utilizado pelo processa-
dor para fazer o endereçamento de todos os periféricos
do sistema, tais como: Memória RAM, controladores de
vídeo, disco, rede, entre outros.
Esse barramento é do tipo unidirecional, pois o processa- Detalhadamente podemos citar alguns movimentos bá-
dor utiliza-o para apontar um determinado endereço em sicos deste periférico de entrada:
um determinado instante. No próximo instante, esse bar-
ramento será utilizado, novamente, para apontar um ende- • Apontar – Mover o ponteiro do mouse para que seja
reço e assim sucessivamente. Portanto, o tráfego de bits posicionado sobre alguma parte específica da tela. Exem-
no barramento de endereços será sempre do processa- plo: Caso o examinador afirme: “aponte para o botão inici-
dor para os periféricos do sistema, ou seja, unidirecional. ar”, isso significa que o ponteiro do mouse deve ser mo-
vido sobre o botão iniciar da barra de tarefas no Windows.
Todos os dados e instruções que entram ou saem • Clicar – Pressionar e imediatamente liberar o botão
do processador utilizam o barramento de dados. Po- esquerdo do mouse para iniciar algum tipo de ação.
rém, é por meio do barramento de endereços que o Nas provas, normalmente, estará especificado que o
processador fornece endereços em que os dados e as mouse usado estará com a configuração padrão, ou
instruções, que serão utilizados para o processamen- seja, o botão esquerdo é o responsável por iniciar uma
to, estão armazenados. Este procedimento é conheci- ação. Este botão também pode ser chamado de botão
do como leitura, ou seja, o processador determina por principal.
meio do barramento de endereços quais endereços • Clique Duplo – Pressionar e liberar o botão principal
devem ser lidos para que os dados e as instruções do mouse duas vezes, um pressionamento após o ou-
possam ser transferidos para o processador, por meio tro (deve haver pouco espaço de tempo entre cada pres-
do barramento de dados. sionamento). Vamos perceber que algumas coisas exi-
Após o processamento das informações, o resultado gem um simples clique para iniciar algum tipo de ação e
deverá ser armazenado em alguma posição de memó- outras exigem um duplo clique.
ria ou transferido para algum dispositivo de I/O (entrada • Clique Triplo – Pressionar e liberar o botão principal
ou saída), portanto o processador fornece, por meio do do mouse três vezes (deve haver pouco espaço de tem-
barramento de endereços, o endereço da memória ou po entre cada pressionamento). Com este tipo de ação
dispositivo de I/O, em que o resultado será armazenado. pode-se selecionar todo um parágrafo no Word, quando
Este procedimento é conhecido como escrita. clicamos sobre ele, ou todo o arquivo, quando clicamos
à margem do texto.
Assim como o barramento de dados, o barramento de • Clicar com o Botão Direito – Pressionar e imediata-
endereços também é composto por vias. Um barramen- mente soltar o botão direito do mouse é usado para
to com 16 vias é o mesmo que dizer que a largura do exibir o menu de atalhos ou , em algumas provas, menu
barramento de endereços é de 16 bits. Essa largura de contexto. Este menu vai variar de acordo com a posi-
depende exclusivamente do processador. ção na qual estiver posicionado o ponteiro do mouse.
• Arrastar – Apontar para algum objeto, pressionar e
• Controle (Control Bus) – Por meio do barramento de manter pressionado o botão principal do mouse, mover
controle o processador recebe ou envia sinais de con- o que se pretende e então soltar o botão.
trole para todos os dispositivos do sistema. Como nes- • Paginar – Girar a pequena roda (Roda de Scroll)13 que
te barramento trafegam sinais de controle nos dois sen- fica entre o botão principal e o direito do mouse, nos
tidos, ele é do tipo bidirecional. Entretanto, existem vias programas que suportam a rolagem permite mover para
desse barramento que só enviam sinais, como, por cima e para baixo um documento. A roda é uma inovação
exemplo, a via de R/W (Leitura/Escrita), e outras vias que relativamente recente.
só recebem, por exemplo, a via CLK (clock – relógio). O ponteiro do mouse fica, na maior parte do tempo,
Mas como o conceito se refere ao conjunto de vias, ou com a aparência de uma seta. Porém, ele pode mudar
seja, ao barramento, este é considerado bidirecional. de forma dependendo de sua posição na tela ou aplica-
tivo no qual estiver sendo utilizado. Ele também pode
Ao contrário dos barramentos de dados e endereços mudar a partir de certos comandos a sua escolha. Cada
que executam apenas um tipo de evento, a transferência um dos formatos indica o que o Windows está proces-
de dados ou de endereços, o barramento de controle sando naquele momento; neste caso o chamamos de
possui vários eventos distintos de controle. apontador de mouse. O padrão básico para os aponta-
dores de mouse é o seguinte:
Mouse
O mouse consiste de uma capa de metal Seleção Normal – Indica um objeto na tela.
ou plástico, uma esfera de borracha na par-
te de baixo da capa e que rola deslizando Ajuda – Seleção de ajuda.
em uma superfície (mouse pad), um ou mais
bastões na parte de cima da capa e um cabo que conecta Ampulheta – Ocupado (processando).
o mouse ao computador. Como a bola desliza em qual-
quer direção, um sensor envia impulsos ao computador Processamento – Trabalhando em segundo plano.
que faz com que o programa de resposta do mouse repo-
sicione um indicador visível (cursor) na tela. O posiciona- Seleção Gráfica – Precisão.
mento é relativo ao local inicial. Visualizando a posição
presente do cursor, o usuário pode reajustar a posição Viga – Seleção de texto.
movendo o ponteiro do mouse.
Proibido – Indica impossibilidade de realizar operação.
O Mouse Óptico não requer o uso da esfera de borra-
cha, pois ele utiliza um sensor óptico (que é muito mais 13
Alguns mouses possuem uma pequena roda entre os dois
preciso) em seu lugar. Esse tipo de mouse tem vanta- botões principais que é usada para deslizar para cima ou para
gens de maior precisão e agilidade no seu manuseio. baixo em documentos ou páginas na web muito longos.
Seta Dupla Diagonal Direita – Usado para redimen- A tecnologia de jato de tinta
tem evoluído continuamente. Cada novo modelo que che-
sionamento diagonal. ga ao mercado produz imagens um pouco mais próximo
da qualidade fotográfica e com rapidez cada vez maior. E
Seta em Cruz – Move objeto selecionado. o melhor é que não se paga mais por isso – o preço
dessas máquinas até se reduziu ao longo desses anos.
Seta para Cima – Seleção alternativa. Ao mesmo tempo, a cor, que era um item opcional ou
inexistente em muitos modelos, tornou-se uma caracte-
Seleção de Link - Informa que uma ligação pode rística básica dessas impressoras.
ser clicada. Velocidade de impressora se mede em PPM (páginas
por minuto) e CPS (caracteres por segundos).
Resolução (qualidade) se mede em DPI (pontos por
Modems polegadas).
2. Um motor move a cabe- Telas de Cristal Líquido (Liquid Crystal Display - LCD):
ça de varredura situada Mais finos e leves, os LCDs gastam cerca de quatro
abaixo da página. O movi- vezes menos energia do que o monitor de tubo, não
mento permite que a ca- cintilam, não geram radiações perigosas. Mas, tudo isso
beça de varredura capture tem um preço, e ainda muito alto. Aplicados em situa-
a luz que rebate de áreas ções onde a disponibilidade de espaço seja limitada,
da página com cerca de proporciona maior contraste e têm visível a área efetiva-
milhares de polegadas mente declarada em polegadas.
quadradas de cada uma. Pixel: É uma unidade básica de programação de cor
3. A luz proveniente da página é refletida através de um em uma imagem. É uma unidade lógica e não física,
sistema de espelhos constantemente ajustados para depende da resolução da tela. Para a resolução máxi-
que os feixes de luz fiquem alinhados com lentes. ma, o tamanho físico do pixel é igual ao tamanho do
4. As lentes focalizam os feixes de luz diodos fotossen- dot-pitch do monitor. A cor específica de um pixel des-
síveis que convertem as intensidades da luz em cor- creve a mistura dos três componentes do espectro de
rente. Quanto maior for a luz refletida, maior a tensão cores (RGB). A definição da imagem na tela é às vezes
da corrente. expressada por pontos por polegada (Dots per inch –
5. Um conversor analógico digital (A-D) armazena cada dpi). Uma imagem vai ter menos definição em um mo-
leitura analógica da tensão com um pixel digital, repre- nitor maior, pois a mesma quantidade de dados é mos-
sentado por uma área preta ou branca numa linha que trada em uma área física maior. Em uma tela do mes-
contém cerca de 300 pixeis por polegadas. Se os Scan- mo tamanho, uma imagem vai ter menor resolução se
ners trabalharem com imagens coloridas, a cabeça de a definição é configurada para baixo, por exemplo de
varredura passa três vezes pela imagem, em cada pas- 800X600 para 640X480 pixels.
sagem a luz é direcionada para um filtro vermelho, verde
e azul, antes de atingir a imagem original. Monitores de vídeo Touch Screen são tipos de monito-
6. A informação digital é enviada ao programa instalado res que têm um gerador de campo eletromagnético que
no computador, no qual os dados são armazenados num são sensíveis ao toque sobre tela. Normalmente, são
formato compatível com o programa gráfico ou progra- utilizados nos caixas eletrônicos de alguns bancos ou
ma de reconhecimento óptico de caractere (ORC ou ICR). terminais dos shoppings.
Monitores Teclado
PROCESSADOR DE TEXTO
No menu Menu Caractere - Altera o tipo de Fonte (negri- Barra de Ferramentas Padrão.
to e itálico), tamanho da letra, Efeitos de fonte (subli-
nhado - estilo e cor, tachado, tachado duplo, cor da - Tabelas e tabulação
fonte, piscante, sombra, contorno, relevo - alto e baixo Neste Menu foram reunidas todas as opções que per-
relevo, maiúsculas, minúsculas, título, Caixa alta (VER- mitirão ao usuário trabalhar com Tabelas inseridas no
SALETE), texto oculto (o texto desaparece), permite alte- documento.
rar a Posição do texto (sobrescrito sobrescrito), rotação (per- Para criar uma tabela nova utiliza-se o Menu Tabela /Inse-
mite rotacionar o texto), espaçamento, criar Hiperlink rir / tabela. Desta forma é habilitada a caixa de diálogo
no texto, Plano de fundo; “inserir tabela” como exemplificado na imagem a seguir:
- Configurar página
Em Página pode-se alterar o nome e estilo do arquivo;
Formato do papel e margens; Cor do plano de fundo;
Criar e editar cabeçalhos e Rodapés; Bordas e Colunas.
- Cabeçalho e rodapé
Esta opção permite que seja definido o cabeçalho que será
adicionado a todas as páginas do documento que está sen-
do editado. A partir da versão 2.0 o BrOffice.Org permite que
sejam definidos diferentes tipos de cabeçalhos:
1 - Tipo de Papel: Carta, A4, Ofício, etc; – Padrão: Tipo de Cabeçalho que será incluído em TO-
2 - Largura: aplicado quando o tamanho do papel é DAS AS PÁGINAS do documento.
personalizado; – Primeira Página: Tipo de Cabeçalho que será incluí-
3 - Altura: aplicado quando o tamanho do papel é perso- do apenas na PRIMEIRA página do documento possi-
nalizado; bilitando que seja definida uma melhor formatação e
apresentação para esse documentos
Barra de
ferramentas
desenho
– Barra de Títulos - Exibe Microsoft Word e o nome Também é possível salvar todos os documentos
do documento ativo abertos ao mesmo tempo. E, ainda, salvar uma cópia
– Botões de Controle da Janela: Minimizar, Maximi- do documento ativo com um nome diferente ou em um
zar, Restaurar e Fechar; local diferente.
– Barra de Menus de Comando - Também conhecido Se desejar reutilizar um texto ou formatação em
como Barra de Menu. É onde iremos solicitar ações outros documentos criados, você poderá salvar um do-
tais como: imprimir, gravar, copiar, visualizar etc. cumento como um modelo do Word.
– Barra de Ferramentas Padrão: Apresenta os bo-
tões para acessar os comandos básicos do Word, Para acelerar o salvamento de um arquivo:
[abrir, salvar, cortar, copiar, colar, etc]; 1. No menu Ferramentas, clique em Opções e, em se-
– Barra de Ferramenta Formatação: contem os bo- guida, clique na guia Salvar.
tões para acesso rápido aos comandos de edição 2. Para salvar apenas as alterações em um arquivo,
de texto, [tipo e tamanho de letras, estilos de pará- marque a caixa de seleção Permitir salvamentos rápi-
grafos, etc]; dos e continue a salvar enquanto trabalha no arquivo.
– Barra de Status: Apresenta informações para ori- 3. Para salvar um arquivo completo, desmarque a caixa
entação do usuário tais como o número da pági- de seleção Permitir salvamentos rápidos quando ter-
na, zoom, tipo de texto etc; minar de trabalhar em um arquivo e depois salve-o uma
– Botões de Visualização de Documento: Apresen- última vez. Ocorre um salvamento total quando esta caixa
ta as formas que o documento pode ser exibido de seleção não está marcada.
[layout da web, layout de impressão,rascunho e
estrutura de tópicos] - Abrir (Ctrl + A)
– Régua: facilidade utilizada para efetuar medições Tanto clicando no comando Abrir... , como no bo-
e configurar tabulações e recuos;
tão na barra de ferramentas , permite localizar e
– Barras de Rolagem: utilizadas para mover e visu-
alizar trechos do seu texto. abrir um arquivo. Determina onde se quer examinar um
possível arquivo para ser aberto, clique sobre ele e pres-
– Novo documento (Ctrl + N) sione o botão abrir. Com um duplo clique sobre o arqui-
Para obter um novo documento vá até o Menu Ar- vo iremos obter o mesmo resultado.
quivo ao clicar sobre a opção Novo abrirá um painel de
tarefas que permite abrir um novo modelos ou um novo
documentos.
O ícone barra de ferramentas, abre um novo
documento em branco.
- Salvar (Ctrl + B)
Há diversas maneiras de salvar documentos no
Word. Você pode salvar o documento ativo no qual está
trabalhando, seja ele novo ou não.
Para o documento novo utiliza-se a opção salvar
Mostra o que estava sendo visualizado anterior-
como ou o ícone na barra de ferramentas. Neste mente.
caso ele abrirá a caixa de diálogo para que seja espe-
Mostra um nível acima do que está sendo visua-
cificado nome local que será salvo e tipo e extensão:
lizado.
- Impressão (Ctrl + P)
A opção de impressão de arquivo localiza-se no menu
arquivo, onde abre a caixa de diálogo para altera-
ções como número de cópias, papel, como na figura
a seguir:
- Menu Tabelas
Oferece recursos para operações com tabelas:
E também pelos ícones da Barra de Ferrameta Formatar:
- Configurar página
Altera as margens, a origem e o tamanho do papel, além
Excluir – Permite excluir células, linhas ou colunas se-
da orientação da página para o documento inteiro ou para
lecionadas ou a própria tabela;
as seções selecionadas;
Mesclar Células - Juntar células adjacentes em uma
única célula; - Mala direta
Auto Formatação da Tabela – Permite formatar a tabe- Produz cartas modelos, etiquetas de endereçamento,
la, através de uma caixa de diálogo com formatos pré- envelopes, catálogos e outros tipos de documentos
definidos; mesclados. Um documento de mala direta é compos-
Auto Ajuste – Permite ajustar a tabela conforme o con- to pela mesclagem de dois arquivos (um modelo a se-
teúdo, a largura da janela, determina uma largura fixa guir e um banco de dados).
da coluna e distribui linhas e colunas uniformemente; A Mala Direta é o recurso do Word que permite a
Converter - Transforma um texto em uma tabela ou composição de cartas modelo, etiquetas, envelopes ou
uma tabela em texto; e-mails para diversos destinatários. O Documento Prin-
cipal é o documento propriamente dito.
Uma carta, por exemplo, endereçada a inúmeros clien- É ali que vamos inserir um campo para receber os
tes de uma empresa. A Origem de dados é o arquivo nomes dos destinatários. (atenção: a cor cinza é ape-
que contém os diversos destinatários. Pode ser uma nas uma ilustração. Ela não aparece durante esta
relação digitada no próprio Word, uma planilha do MS operação)
Excel , uma tabela em um Banco de dados e, até mes-
mo um arquivo texto.
Criação usando uma tabela no Word como Origem No nosso estudo vamos criá-la agora. Quando
dos dados pronta, salve-a como Origem.doc. Observe que nossa
Cria uma tabela no Word semelhante a esta. tabela tem cabeçalho, ou seja, Cliente e Endereço. Você
se lembra que, quando inserimos o campo, demos a
ele o nome de Cliente? Foi por causa disso. O nome do
campo corresponde ao nome do cabeçalho na origem
dos dados.
Obs.: A barra de ferramentas padrão do Word XP, não consta a opção como no Word 2003.
Menu Arquivo - O menu Arquivo do Word XP, não consta a opção “Permissão”.
Menu Exibir - O menu Exibir do Word XP não consta as opções “Layout de Leitura” e “Miniaturas” do Word 2003
Menu Formatar - O menu Formatar do Word XP, se dife- Menu Ferramentas - O Word XP, no menu Ferramen-
rencia pelas opções “Direção do texto...”, “Molduras” e tas, as opções “Pesquisar”, “Espaço de Trabalho Com-
“Figura...”. partilhado...” e “ Ferramentas personalizar adicionar ata-
lho menu Alt + Ctrl + =” estão ausentes em relação ao
Word 2003.
PLANILHA ELETRÔNICA
Planilha eletrônica, ou folha de cálculo, é um tipo de programa que utiliza tabelas para realização de cálculos
ou apresentação de dados de forma organizada. Cada tabela é formada por uma grade composta de linhas e
colunas.
As planilhas são utilizadas principalmente para aplicações financeiras e pequenos bancos de dados.
Neste capítulo iremos evidenciar os principais aplicativos de planilha eletrônica, iniciando com o BrOffice Calç.
BrOffice Calc
O Calc é um editor de planilhas eletrônicas, com um visual claro que possibilita ao usuário criar cálculos
simples e complexos, e apresentar seus dados de maneira simplificada em tabelas e gráficos.
Quando iniciamos o Calc, é apresentada a janela abaixo contendo uma nova Pasta de Trabalho com uma de
suas planilhas aberta para edição, como podemos observar abaixo:
A planilha eletrônica é um conjunto de células organizadas em linhas e colunas. Atualmente o Calc 2.3.1
disponibiliza ao usuário um total de 256 colunas identificadas por letras, e 65.536 linhas identificadas por números.
Sua unidade básica, a Célula, é identificada pela junção de sua coluna e linha.
- Nova Planilha
Para criar uma nova planilha utiliza-se o menu Ar-
quivo, na opção Novo. Está opção permite a criação de
um novo documento, cujo tipo (texto, planilha, apresen-
tação, desenho, base de dados) deverá ser seleciona-
do a partir de um sub-menu. Como é ilustrado na ima-
gem abaixo:
- Abrir
Para abrir planilhas eletrônicas, utilizaremos o
menu arquivo, e escolheremos a opção Abrir. Quando
selecionada ira abrir uma caixa de diálogo onde deve-
remos localizar o caminho onde o arquivo se encontra.
Tambem podemos utilizar a tecla de atalho Ctrl+O ou
pelo ícone na Barra de Ferramentas Padrão.
- Formatando Números
Formata o número na célula da seguinte forma:
- Barra de Fórmulas
Soma: Insere a soma de um intervalo de células na célula atual, ou insere valores somados nas células
selecionadas. Clique numa célula, clique neste ícone e opcionalmente ajuste o intervalo de células. Ou selecione
algumas células nas quais os valores somados serão inseridos, e clique no ícone. Ex: =SOMA(B2:B5), a célula com
está fórmula irá mostrar a soma das células B2+B3+B4+B5.
Função: Permite ao usuário, a criar sua própria fórmula sem a ajuda de um assistente, conforme visto anterior-
mente na opção Assistente de funções.
- Gráfico
Para inserir um gáfico basta selecionar as células com dados, acessar o menu Inserir e escolher a opção Gráficos,
ou utilizar o ícone na barra de ferramentas. Ira abrir a caixa de diálogo do assistente de gráfico
Tipo de Gráfico: Lista vários modelos de gráficos. Pos- Ao encontrar uma palavra escrita errada ou não
sibilitando ainda a opção de aparência 3D. identificada, o corretor ortográfico irá sugerir a correção
Intervalo de dados: Valores selecionados para elabo- adequada, cabendo ao usuário alterar ou ignorar.
ração do gráfico.
Série de Dados: Lista de todas as séries de dados
no gráfico atual. Podendo adicionar ou excluir célu-
las da serie.
Elementos do Gráfico: Permite inserir titulo ao gráfico,
nomear o eixo X e Y, e a opção de exibir ou não a legen-
da do gráfico.
- Corretor ortográfico
No Menu Ferramentas está opção permite que o
usuário verifique se há erros de grafia na planilha ou
em parte das células selecionadas. A verificação é feita
a partir da célula selecionada. Pode ser acessado tam-
No momento que o Excel é carregado, é exibida a sua janela contendo uma Pasta de Trabalho com uma de suas
planilhas aberta para edição.
Barra de Títulos - Contém o nome do Aplicativo e do documento ativo, ícone de Controle e botões de Controle da
Janela do Excel.
Barra de Menus de Comando - Localizada abaixo da Barra de Título, contém as opções de menu de controle do
documento ativo. Cada menu contém uma série de comandos que também podem ser acionados através dos botões
nas Barras de Ferramentas, teclas de atalho e com o botão direito do mouse.
Barra de Status - Exibe informações sobre comandos selecionados ou procedimentos.
A barra de status, que é uma área horizontal na parte inferior da janela da pasta no Microsoft Excel, fornece infor-
mações sobre o estado atual do que está sendo exibido na janela e quaisquer outras informações contextuais.
Guia de Planilhas - Cada pasta contém uma guia de planilhas que deve ser clicada quando se pretende mover-se de
uma planilha para outra. Atalho: Ctrl + Page + Up ou Ctrl + Page + Down. Pode-se renomear as planilhas para lembrar
mais facilmente o que cada uma delas contém, clicando com o botão direito do mouse e escolhendo a opção
renomear.
Caixa de Nome/Barra de Fórmula - O endereço da célula selecionada no momento (ou ativa) aparece na caixa de
nome da célula. Cada célula tem um endereço único determinado pela letra da coluna e pelo número da linha. Por
exemplo, a célula B2 é a interseção da coluna B com a linha 2. Poderíamos selecionar a caixa de nome, clicando
sobre ela e adotarmos outro nome para a célula ou uma região (área retangular na planilha). Esse nome não poderia
ser maior que 256 caracteres ou iniciar com um número e ainda, sem espaço entre palavras.
- Abrir (Ctrl + A)
Tanto clicando no comando Abrir... , como no
Salvar área de trabalho – Um arquivo do espaço de Formatar, na opção formatar célula como exposto na
trabalho salva a exibição de informações sobre pastas caixa de diálogo abaixo:
de trabalho abertas, para que posteriormente você pos-
sa retomar o trabalho com os mesmos tamanhos de
janela, áreas de impressão, ampliação de tela e confi-
gurações de exibição. O arquivo de espaço de trabalho
não contém as pastas de trabalho propriamente ditas.
- Digitação – Editando
Algumas das principais ferramentas de edição es-
tão na Barra de Ferramentas Formatação:
Estilo - Define ou aplica na seleção uma combinação Ignorar em branco - Evita substituir valores na sua área
de formatos. de colagem quando houver células em branco na área
de cópia.
Transpor - Altera colunas de dados copiados para li-
nhas e vice-versa.
Colar Vínculo - Vincula os dados colados à planilha ativa.
- Impressão
A impressão é o modo de dar saída ao nosso traba-
lho com o computador. O processo de impressão é sim-
ples e eficiente.
O Excel permite tratar a impressão com toda a sua
versatilidade característica, colocando-nos opções fá-
ceis e simples de serem executadas.
Ao acessar o menu arquivo, comando imprimir, abre
a caixa de diálogo Imprimir.
POWER POINT
A TELA DO POWER POINT 2003
Quando iniciamos o PowerPoint, é apresentada a janela abaixo contendo um novo documento em branco, e os
elementos a seguir:
O Microsoft PowerPoint possui três modos de de Tópicos (você vê o texto dos slides) e a guia Slides
exibição: normal, classificação de slides e apresenta- (os slides são exibidos como miniaturas); ao centro, o
ção de slides, representados por ícones de atalho na painel de slides exibe a apresentação e é onde você
tela acima. São eles: trabalha a apresentação (permite adicionar texto, inse-
rir imagens, tabelas, gráficos, objetos de desenho, au-
toformas, caixas de texto, filmes, sons, criar e inserir
hiperlinks no texto e animações, etc.); e na parte inferi-
or, o painel de anotações (onde você pode fazer anota-
ções relativas ao conteúdo de cada slide e imprimir
Na seqüência: normal, classificação de slides para usar como referência durante a apresentação, ou
e apresentação de slides. para distribuir ao público na forma impressa, como re-
ferência à sua apresentação).À direita temos o Painel
Modo de exibição normal de Tarefas.
Apresenta os slides em forma de miniaturas. Permite uma visão geral da apresentação, facilitando a visualização
dos efeitos de transição e animação.
Analisando os detalhes deste modo de exibição na figura abaixo, você observa que foram criados intervalos
para a transição dos slides, assim como a numeração dos slides (como se fosse numeração de página no Word), e
que há um slide marcado como oculto (slide 2 - com um risco sobre o número).
Pode ser que quando você for fazer a exibição de Você pode começar a criar a partir de uma apre-
sua apresentação, você perceba que o tempo disponí- sentação pré-definida, ou pode criar a partir de uma
vel não é suficiente para apresentar todos os slides. apresentação em branco. A figura mostra também que
Assim, você tem a opção de ocultar alguns slides, já você pode criar uma apresentação com base em
que passá-los na tela rapidamente em uma palestra, Modelos.
por exemplo, sem explicá-los pode não ser muito agra-
dável, nem para quem está assistindo, nem pra você.
Na barra de ferramentas padrão, encontramos os se- O modo expandido do botão Expandir Tudo
guintes botões exclusivos do Power Point:
Ir Para propriedade - Permite ir para as proprieda- Classificação de Slides – Exibe os slides em minia-
des do arquivo; turas na tela, permitindo uma visão geral da apre-
sentação;
Vínculos - Exibe e modifica os vínculos em um do-
Apresentação de Slides - Permite executar a apre-
cumento do Power Point;
sentação na tela, slide por slide; Atalho: F5;
Objeto - Abre o aplicativo no qual o objeto incorpora- Anotações - Permite fazer anotações dos slides.
do ou vinculado selecionado foi criado e exibe o ob-
jeto para que seja possível editá-lo no Power Point. Mestre - Permite exibir o Slide Mestre, Folheto Mes-
Menu Exibir tre ou Anotações Mestras. Os slides aplicados ao
MENU EXIBIR slide mestre serão seguidos por todos os slides da
apresentação;
Além de habilitar ou desabilitar a exibição das
barras de ferramentas, este menu oferece os seguin- Cor / escala de cinza - Abre um menu com as
tes recursos: opções de exibição dos slides em Cor, Escala de
Cinza e Preto e Branco Puro;
Novo Slide - Permite inserir um novo slide à apre- Hyperlink - Como em um documento HTML na web,
sentação. O painel de tarefas se apresenta com a um hyperlink no Power Point localiza e transporta a
guia Layout do Slide; tela para um indicador no próprio documento, para
outro documento do Word, do Excel, ou um arquivo,
Duplicar Slide - Permite fazer uma cópia do slide para um endereço de e-mail, ou para uma página
selecionado; de Web na Internet, desde que haja uma conexão à
Internet disponível.
Número do Slide - Permite inserir números de sli-
des, como se fossem números de páginas no Word.
Suplementos - abre uma caixa de diálogo com a Botões de ação - permite inserir botões nos slides e
lista de suplementos disponíveis para acrescentar configurar uma ação para eles, criando links;
à apresentação;
Configuraração - permite configurar ação para os
Opções de Autocorreção - Abre um quadro com botões;
opções de Autocorreção, Autoformatação ao Digitar
e Marcas Inteligentes, etc. Esquemas de animação - permite criar animações
para os slides. Abre a guia Design do slide no Pai-
Personalizar - Personaliza os botões da Barra de nel de Tarefas;
Ferramentas, Comando de menu e as atribuições
de teclas de atalho;
MENU EXIBIR
Transição de slides – abre uma guia no Painel de Personalizar apresentações – para criar apresenta-
Tarefas que permite criar efeitos de transição entre ções personalizadas.
os slides, permite alterar a velocidade da transição,
MENU JANELA
escolher um som para a transição. Permite tam-
bém que a transição seja manual ou automática, Permite controlar a exibição das apresentações no
definindo-se um tempo para transição automática monitor:
de um slide para outro;
Comandos do Menu Janela
Em Cascata
MENU INSERIR
– Exibe as janelas das apresentações
em formato de cascata;
WINDOWS
SISTEMA OPERACIONAL WINDOWS
Meu Computador
Sistema Operacional (SO) é um software que ge-
Acessado com um duplo clique em seu ícone, per-
rencia os recursos da máquina, seu hardware e todos
mite que se navegue pelos drives (A:, C:, etc.). Por ele um
os programas instalados, através de comandos espe-
drive, uma pasta um programa ou arquivo (documento)
cíficos. A função principal de um Sistema Operacional é
podem ser abertos, clicando-se duas vezes sobre eles.
servir de interface entre o usuário e a máquina.
Lixeira
Dentre as várias versões do Sistema Operacional
Windows, temos: Windows 98, Me (Millenium), 2000, NT, Armazena arquivos excluídos, dando a chance de
XP e Vista. Falaremos aqui sobre o Windows 2000 e XP. recuperar um arquivo que foi excluído por engano. Esta
operação é denominada Restaurar.
O Windows (que significa janelas, em inglês) em
suas várias versões, possui características como a A capacidade padrão da Lixeira é de 10% do HD,
Multitarefa, que permite abrir várias janelas de aplica- mas você pode alterá-la, clicando-se na área da janela
tivos e intercalar entre o uso deles, através do comando da Lixeira com o botão direito do mouse e clicando-se
de teclado Alt + Tab, por exemplo; e a função Plug-and- em Propriedades.
Play, que permite ao Sistema Operacional reconhecer
automaticamente e instalar um novo hardware conec- Ícones
tado à máquina. Isso é possível porque o S.O. possui
uma lista de drivers (programa específico que faz com São atalhos para abrir programas, pastas e arqui-
que o hardware possa funcionar). Caso o S.O. tenha o vos. Se o ícone já se apresenta automaticamente na
driver para o hardware conectado, ele será instalado Desktop após a instalação do Windows, dizemos que
automaticamente. ele é um ícone nativo (Ex.: ícone da Lixeira, Meus Docu-
mentos, Meus Locais de Rede, Internet Explorer, etc.).
Se o ícone é colocado na Desktop pelo usuário para
ATENÇÃO: Não confunda facilitar o seu acesso ao programa, dizemos que este é
DRIVER com DRIVE. um ícone de atalho. Estes ícones geralmente apresen-
tam uma setinha.
Menu iniciar
Selecionando itens na Área de Trabalho Sempre Visível - Faz com que a Barra de Tarefas
seja mostrada na frente das outras janelas
Para selecionar um item na Área de Trabalho exe-
cutamos um clique sobre seu ícone. Ocultar automaticamente - Faz com que a Barra de
Tarefas se transforme numa linha fina na base da
Organizando a Área de Trabalho tela. Quando você passar o cursor sobre ela, a Bar-
ra de Tarefas ficará visível.
A Área de Trabalho ocupa toda a tela, e é nela que
trabalhamos todo o tempo. Quando abrimos um apli- Usar menus personalizados – Faz com que os me-
cativo, sua janela pode ocupar toda a área de trabalho nus dos aplicativos apresentem apenas os itens
(Maximizar), ou ficar sobre a área de trabalho, deixan- mais período de tempo ou clicando-se na seta du-
do-a visível (Restaurar). pla na parte inferior do menu, este se apresentará
de forma completa
Mudando a Posição dos Itens
Como Fechar um Programa
e da Barra de Tarefas
Há várias maneiras de fechar um programa.
Podemos levar um ícone de Atalho ou a Barra de
Tarefas de um local para outro qualquer dentro da Área 1ª. Através do botão fechar da janela.
de Trabalho. 2ª. Através do comando do teclado Alt + F4.
Para isso devemos clicar no ícone ou na Barra de
Tarefas e arrastá-lo para outro local.
PRINCIPAIS OPÇÕES DO
Configurações do monitor de vídeo (no 2000) ITEM FERRAMENTAS DE SISTEMA
Configuração Configuração
das cores da área de tela
Desfragmentador de Disco
Criando um backup
O primeiro passo é selecionar os arquivos ou pas-
tas que se deseja criar como backup, clicando-se
nas caixas de seleção correspondentes (ao lado do
drive ou pasta). Selecionando-se Meu computador
todos os dados serão armazenados.
O campo Destino do backup só fica disponível se a O backup dos dados que utiliza uma combinação
máquina dispuser de uma unidade de armazena- de backups normal e incremental exige menos es-
mento tipo fita. Nesse caso os dados podem ser paço de armazenamento e é o método mais rápido.
salvos na unidade de fita. No entanto, a recuperação de arquivos pode ser di-
fícil e lenta, porque o conjunto de backup pode ser
A seguir, no campo Mídia de backup ou nome do armazenado em vários discos ou fitas.
arquivo, digitamos o nome que atribuiremos ao ar-
quivo de backup. O backup dos dados que utiliza uma combinação
dos backups normal e diferencial é mais longo, prin-
Pode-se, ainda, selecionar o tipo de backup dese-
jado. Para isto selecionamos, no Menu Ferramen- cipalmente se os dados forem alterados com fre-
tas, Opções, na aba Tipo de Backup uma das op- qüência, mas facilita a restauração de dados, por-
ções a seguir: que o conjunto de backup geralmente é armazena-
do apenas em alguns discos ou fitas.
Tipos de Backup Finalmente, clicamos no botão Iniciar Backup. O apli-
O utilitário de backup oferece suporte a cinco méto- cativo solicitará um nome para esta operação e ofe-
dos para backup de dados no computador ou na recerá as opções de Acrescentar ou Substituir os
rede. dados de backup existentes. É possível, ainda, Agen-
dar a tarefa para outro horário ou torná-la periódica
Backup de cópia (diariamente, semanalmente, mensalmente, na ini-
Um backup de cópia copia todos os arquivos sele- cialização ou quando a máquina estiver ociosa).
cionados, mas não os marca como arquivos que
passaram por backup (o atributo de arquivo não é
Restaurando um backup
desmarcado). A cópia é útil caso você queira fazer
A opção de Restauração equivale a abrir o arquivo
backup de arquivos entre os backups normal e in-
único criado como backup nos diversos arquivos
cremental, pois ela não afeta essas outras opera-
que lhe deram origem.
ções de backup.
Na janela do utilitário de backup, seleciona-se a aba
Backup diário
Restaurar.
Um backup diário copia todos os arquivos selecio-
A seguir localiza-se a pasta ou a mídia onde o arqui-
nados que foram alterados no dia de execução do
vo de Backup foi armazenado.
backup diário. Os arquivos não são marcados como
arquivos que passaram por backup (o atributo de
Finalmente, marca-se os itens que se deseja res-
arquivo não é desmarcado).
taurar, caso não se queira restaurar tudo, e clica-se
sobre o botão Iniciar restauração.
Backup diferencial
Um backup diferencial copia arquivos criados ou al-
Informações sobre o sistema
terados desde o último backup normal ou incremen-
tal. Não marca os arquivos como arquivos que pas-
Essa opção apresenta as configurações do com-
saram por backup (o atributo de arquivo não é des-
putador, dentre elas, o Sistema Operacional usado, o
marcado). Se você estiver executando uma combi-
tipo do processador e o tamanho da memória RAM dis-
nação dos backups normal e diferencial, a restau-
ponível.
ração de arquivos e pastas exigirá o último backup
normal e o último backup diferencial.
Backup incremental
Um backup incremental copia somente os arquivos
criados ou alterados desde o último backup normal
ou incremental e os marca como arquivos que pas-
saram por backup (o atributo de arquivo é desmar-
cado). Se você utilizar uma combinação dos ba-
ckups normal e incremental, precisará do último
conjunto de backup normal e de todos os conjuntos
de backups incrementais para restaurar os dados.
Backup normal
Um backup normal copia todos os arquivos seleci-
onados e os marca como arquivos que passaram
por backup (o atributo de arquivo é desmarcado).
Com backups normais, você só precisa da cópia
mais recente do arquivo ou da fita de backup para Mapa de caracteres
restaurar todos os arquivos. Geralmente, o backup
A finalidade do mapa de caracteres é permitir a
normal é executado quando você cria um conjunto
utilização de símbolos gráficos não disponíveis no te-
de backup pela primeira vez. clado.
Limpeza de disco
O Windows Explorer é uma ferramenta para gerenciar e organizar arquivos e pastas, basicamente. Através do
Explorer podemos navegar e acessar, as unidades de disco, pastas e arquivos, assim como navegar na Internet,
através de sua barra de Endereços, desde que conectado. Copiar, colar, criar um atalho, mover, excluir, alterar
propriedades, renomear e abrir pastas e arquivos, são tarefas fáceis de serem executadas dentro do Windows
Explorer.
Menu Exibir
Criar Atalho - Cria atalho para itens selecionados Miniaturas – Apresenta os arquivos sob a forma de
miniaturas.
Excluir - Exclui pastas arquivos ou atalhos selecio-
nados Escolher colunas – Seleciona quais os tipos de co-
lunas serão apresentados no painel esquerdo.
Renomear - Muda os nomes das pastas arquivos
ou atalhos selecionados. Pode-se utilizar a tecla F2 Personalizar esta pasta – Configura as formas de
para isso. apresentação das pastas.
Fechar - Sai do Windows Explorer. Mapear unidade de rede – Conecta seu computa-
dor a uma pasta ou drive da rede atribuindo-lhe uma
Menu Editar nova letra.
Desfazer - Desfaz a última ação realizada pelo usu- Desconectar unidade de rede – Desconecta a uni-
ário. Teclas de atalho: Ctrl+Z. dade que tenha sido mapeada.
Endereços
Desfazer
Voltar e Avançar
Desfaz uma a uma as últimas ações realizadas
Volta ou Avança a um local anteriormente explorado.
Modos de exibição
Um nível acima
Define a forma de apresentação dos ícones
Sobe um nível de pasta a cada clique.
Pesquisar
Pesquisa arquivos ou pastas no computador,
pessoas, computadores, palavras e endereços na In-
ternet.
Pastas
Apresenta o painel da esquerda com os drives e Podemos também usar o mouse para acessar
pastas. menus referentes aos arquivos e pastas selecionadas.
Atualizações automáticas
Desejando-se Restaurar o arquivo ou pasta, cli- Apresenta o status das conexões da rede em que
camos com o botão da direita sobre o ícone da Lixeira, o computador esteja integrado e das conexões por meio
selecionamos Abrir, e na tela que se apresenta, seleci- de linha discada (banda estreita). Aqui também se cri-
onamos o arquivo desejado. A seguir, no menu Arquivo, am novas conexões.
selecionamos Restaurar. Isso fará com que o arquivo
volte ao seu local de origem. Fontes
É importante saber que ao selecionarmos um ar-
Lista as fontes instaladas e permite a instalação e
quivo e pressionarmos a combinação de teclas
Shift+Delete o arquivo não irá para a Lixeira e, portanto, remoção de fontes no seu computador.
não poderá ser restaurado. E qualquer arquivo excluído
de um disquete não vai para a Lixeira. Impressoras
Mouse
Opões da Internet
PRINCIPAIS
Copiar – CTRL+C
Recortar – CTRL+X
Colar – CTRL+V
Excluir – DELETE
Desfazer – CTRL+Z
WINDOWS XP
Apresenta mais recursos, níveis mais altos de A conta Convidado é usada por pessoas que não
performance, produtividade e segurança. É a melhor possuem uma. Um usuário cuja conta está desabilita-
escolha para usuários empresariais e para usuários da (mas não excluída) também pode usar a conta Convi-
caseiros que exigem o máximo de seu sistema. dado. Não é necessário ter senha para essa conta. O
Administrador pode definir direitos e permissões para a
Windows XP 64-Bits Edition conta Convidado, exatamente como para qualquer conta
de usuário. A conta Convidado é desabilitada por padrão
Desenvolvido para usuários de estações de tra- e é recomendável que permaneça desabilitada.
balho e técnicos.
Recurso da troca rápida de usuário
PRINCIPAIS RECURSOS DO WINDOWS XP
Quando um mesmo computador é dividido por mais
Contas de usuário de um usuário, é possível cada um acessar sua conta
sem fechar os aplicativos dos outros usuários e nem
São três tipos de contas de usuário no XP. Essas mesmo reinicializar o computador. Esta opção deve ser
devem ser configuradas no Painel de Controle, no íco- ativada pelo Administrador no Painel de Controle – Con-
ne Contas de Usuário. tas de Usuário – Alterar a maneira como os usuários
fazem logon ou logoff.
Restauração do Sistema
No alto da janela, à esquerda, no menu Painel de Meus Documentos - pasta nativa do Windows que su-
Controle, selecione Alternar para o modo de exibição gere ao usuário que ele deve gravar seus documentos
clássico. nela.
Adicionar hardware - permite instalar placas ou perifé- Fontes – arquivos de fontes do Windows, permite re-
ricos novos conectados ao computador. mover ou incluir fontes, através do menu Arquivo / Insta-
lar nova fonte.
Adicionar ou remover programas - através do ícone
“Adicionar ou Remover Programas” Vê-se quais aplica- Impressoras e aparelhos de Fax – propriedades do
tivos foram instalados, podendo-se instalar outros ou fax, folha de rosto, informações do usuário. Mostra im-
removê-los. pressoras instaladas, permite instalação, desinstala-
ção, configuração de impressoras.
Atualizações automáticas - permite atualizar o Windo-
Mouse – permite configurar o mouse, botões (destro/
ws através do site da Microsoft.
canhoto, velocidade do duplo clique), ponteiros, movi-
mentação, etc.
Conexões de rede - configurações, identificação e con-
trole de acesso. Opções da Internet – Permite configurar a Página Inici-
al, Arquivos Temporários, Histórico, Segurança (de da-
Contas de usuário – permite criar logon e personalizar dos); Conteúdo (Supervisor de Conteúdo e Certificação),
o sistema para vários usuários. Conexão e Programas (Correio, News e Meeting), etc.
Controladores de Jogo – para configurar Joystick que é Opções de Acessibilidade – configuração do teclado
um periférico usado para jogar no computador. para pessoas com alguma deficiência, como por exem-
plo, controle motor. As teclas de filtragem fazem com que
Correio – configura perfis para o correio eletrônico no o Windows ignore teclas pressionadas repetidamente.
programa Outlook Express. Avisos visuais quando o sistema emite um som. Con-
Data e Hora – configura data e hora do sistema. traste maior para facilitar a leitura na tela, etc. Teclas de
alternância (emitem som quando as teclas Caps Lock e
Fala – permite digitar um texto e o computador o repro- Num Lock são pressionadas).
duz em voz. Utilizado para fazer um teste de áudio.
Opções de Energia – recursos para economizar ener-
Ferramentas Administrativas – define configurações de gia. Existem esquemas de energia que podem ser es-
administração do computador (segurança, serviços, etc). colhidos. A opção Em espera desliga o monitor e o HD
para economia de energia. Essas configurações de-
pendem do padrão de hardware dos periféricos, como
placa mãe, HD, Monitor etc.
Opções de Pasta – personaliza as opções de exibição Tarefas Agendadas – agenda tarefas no computador
das pastas no Windows Explorer. para execução automática. Você configura um progra-
ma para que ele abra em determinada data e hora agen-
Opções de Telefone e de Modem – configura as propri- dadas.
edades de discagem e do modem.
Teclado – permite alterar configurações como veloci-
Opções Regionais e de Idioma – Configurações para o
País, Número, Moeda, Hora e Data e Idioma (este influ- dade da taxa de repetição do cursor e dos caracteres
enciará na configuração do teclado, que se possuir o ç digitados. Mostra o perfil do hardware.
deverá ser configurado como Português ABNT-2.).
Vídeo – Temas (plano de fundo, grupos de sons, íco-
Scanners e Câmeras – para instalação de scanners e nes e outros elementos), Área de Trabalho para definir
câmeras. o plano de fundo ou papel de parede da Desktop
Sistema – informações gerais, gerenciador de dispo- Proteção de tela (animação que roda quando seu com-
sitivos, perfil de hardware, tais como quantidade de putador está ocioso), Aparência (esquema de cores
memória e desempenho.
das janelas do Windows – cor da barra de título, do
Sons e Dispositivos de Audio – áudio e vídeo. Esque- fundo, etc.), Configurações (exibe o padrão de vídeo
mas de sons associados à eventos do Windows (abrir instalado, número de cores, resolução de tela, placa de
e fechar janela, executar programas, parada crítica, etc.). vídeo e monitor).
Controle dos dispositivos de multimídia instalados.
O Grupo Acessórios
Ao clicar no Menu Iniciar, clicar em Programas e em Acessórios, aparecerá uma lista com vários programas que
vêm com o Windows em sua instalação. São os listados a seguir:
Bloco de Notas - Editor de textos simples. Permite a Paint - Programa para desenhar e trabalhar com
edição de texto puro. Não possui recursos de imagens. Extensão padrão é .bmp.
formatação. Sua extensão padrão é .txt. Usado também
para criar páginas da internet, pois permite salvar em
.html.
Windows Explorer - Gerenciador de Arquivos e Pastas do Windows. Com ele é possível selecionar arquivos e
pastas, apagar, mover, copiar, renomear, etc. A janela abaixo mostra a tela do Windows Explorer XP. Do lado esquerdo
da tela é possível visualizar pastas, subpastas, drives (A:, C:, D:, E:, etc.) e ícones da Desktop. Do lado direito são
visualizadas pastas, subpastas e arquivos. Assim como no Windows 2000, as funções do Windows Explorer no
Windows XP são as mesmas. O que muda é o desenho dos botões, alguma disposição nos menus e os modos de
exibição.
\/ :*?“<>|
Caracteres Curingas
ATENÇÃO!
Ao copiar ou mover arquivos para disquetes, esteja
atento para a capacidade de armazenamento do disco.
Ocorre que a capacidade total do disquete é de 1.44
MB, mas, como já foi dito no capítulo de Hardware, o
usuário só pode gravar aproximadamente 1.38 MB.
Caso o arquivo que você esteja tentando copiar te-
nha, por exemplo, 3.6 MB, o sistema lhe dará a seguin-
te mensagem:
“O arquivo que você está tentando copiar é maior do
que a capacidade do disco. Insira um disco de maior
capacidade”.
Caso você esteja tentando copiar vários arquivos,
sendo que cada um deles tem, por exemplo, 800 KB,
950 KB e 720 KB o sistema iniciará a cópia, mas não
cabem todos em um disquete, então ele copiará o pri-
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE SELECIONAR,
meiro arquivo e lhe dará a seguinte mensagem:
COPIAR E MOVER ARQUIVOS E PASTAS “O disco está cheio. Insira outro disco para continuar”.
Para selecionar vários arquivos e/ou pastas:
A Lixeira do Windows XP
1 - Em seqüência:
1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que
deseja selecionar.
1.2 - Pressione a tecla SHIFT e, mantendo-a pres-
sionada, clique no último arquivo que deseja selecio-
nar. Solte o Shift. Os arquivos serão selecionados em
seqüência.
2 - Alternadamente:
1.1 - Clique no primeiro arquivo ou pasta que
deseja selecionar.
1.2 - Pressione a tecla Ctrl e, mantendo-a pres-
sionada, vá clicando nos outros arquivos que deseja
selecionar, alternadamente. Solte o Ctrl.
Idem ao item Lixeira do Windows, já visto nesta aposti- PRINCIPAIS ITENS DO GRUPO
la, na versão do Windows 2000. Vale acrescentar que a FERRAMENTAS DE SISTEMA
capacidade padrão da Lixeira é ocupar 10% do HD.
Esta configuração pode ser alterada clicando-se com o Menu Iniciar / Programas / Acessórios / Ferramentas
botão direito do mouse sobre o ícone da Lixeira na de Sistema
Desktop e, clicando-se em Propriedades. Na guia Glo-
bal, mova o controle deslizante.
Desfragmentador de Discos
Clique em Avançar.
Mapa de Caracteres
LINUX
Conceitos de Utilização Algumas distribuições incluem ferramentas de configu-
O Linux é um sistema operacional derivado do Unix feito ração que facilitam a vida do administrador do sistema.
para rodar em computadores pessoais. Faz tudo o que
se pode esperar de um Unix moderno e completo. Su- Visão geral do sistema operacional Linux
porta multitarefa real, memória virtual, bibliotecas dinâ- O sistema operacional Linux é composto por três partes:
micas, redes TCP/IP, nomes de arquivos com até 255 · Kernel.
caracteres e proteção entre processos (crash protecti- · Aplicações de Sistema.
on), além de muitas outras funcionalidades. · Aplicações de Usuário.
Um grande atrativo que o Linux oferece é o fato de poder
trabalhar tanto como servidor de aplicações quanto como O kernel do Linux
estação de trabalho sem que haja necessidade de gran- Embora o kernel seja uma parte importante do Linux, ele
des modificações no seu sistema. sozinho não constitui o sistema GNU/Linux. O kernel é o
“núcleo” do sistema e é responsável pelas funções de mais
Como surgiu o Linux? baixo nível, como o gerenciamento de memória, gerencia-
O Linux foi originalmente desenvolvido por Linus Torvalds. mento de processos e da CPU. O kernel também é o res-
Ele queria um sistema operacional que fosse semelhante ponsável pelo suporte aos sistemas de arquivos, dispositi-
a um Unix, com todas as suas funcionalidades e que pu- vos e periféricos conectados ao computador, como placas
desse ser utilizado num PC. A partir dessa idéia, Linus SCSI, placas de rede, de som, portas seriais, etc. Chama-
começou o desenvolvimento do que seria o futuro kernel se Linux o conjunto do kernel e demais programas, como
(núcleo) do sistema operacional que hoje é chamado de shells, compiladores, bibliotecas de funções, etc. Sua in-
Linux. Isso tudo aconteceu em meados de 1991, quando terface básica é de texto, seu prompt de comando (#) é
Linus cursava a faculdade de Computação na Finlândia. semelhante ao prompt de comando (c:\>) do MS-DOS.
Em 5 de outubro de 1991 a seguinte mensagem circulou Alguns cuidados devem ser tomados ao se verificar qual
na usenet: versão de Linux está sendo utilizada, porque o kernel pos-
“...Como eu mencionei há um mês, estou trabalhando sui um número de versão e a sua distribuição pode pos-
em uma versão free de um sistema semelhante ao Minix suir outro. O número que identifica a versão da distribui-
para computadores AT-386. Ele já alcançou o estágio de ção é decidido pela empresa responsável pela versão, de
ser usável (embora possa não ser, dependendo do que acordo com padrões próprios. Já o kernel possui um nú-
você quer fazer), e pretendo distribuir o código fonte. É mero de versão composto por 3 partes: um número maior,
apenas a versão 0.02... mas já consegui rodar nele o um número menor e um número de release, e este núme-
bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compress, etc.” ro é dado pelo grupo de programadores que cuidam do
desenvolvimento do kernel. O número de série do seu
Esta mensagem era assinada por Linus Torvalds, e nin- kernel pode ser facilmente identificado digitando-se no
guém adivinharia que ela estaria marcando o início de prompt o comando uname -r, como no exemplo abaixo:
um movimento que, menos de dez anos depois, já tem
mais de trinta milhões de seguidores.
Assim surgiu o que seria o primeiro kernel utilizável do
Linux. O kernel é o núcleo do sistema operacional, é a O exemplo diz que este kernel pertence a quarta release
parte que controla diretamente o hardware da máquina. da série 2.6. Em alguns casos é adicionado também um
Assemelha-se ao antigo DOS, com prompt de comando número que identifica uma compilação feita por uma de-
e interface para comandos de texto. Quando se fala de terminada distribuição (52200cl no exemplo, ou seja
Linux, refere-se somente ao kernel do sistema. Tudo que 48932ª compilação da distribuição Conectiva Linux). O
existe ao redor do kernel são aplicativos que compõem número menor é particularmente importante, pois núme-
uma distribuição do Linux. ros pares identificam versões de kernel testadas e con-
Como o Linux é um software de livre distribuição, muitas sideradas estáveis, enquanto que números ímpares iden-
pessoas, e até mesmo empresas, se empenham em or- tificam versões de desenvolvimento, onde novos recur-
ganizar o kernel e mais uma série de aplicativos e ma- sos estão sendo testados.
nuais para que o sistema fique cada vez mais amigável. O kernel do Linux pode ser compilado para se adequar
A esse conjunto de aplicativos, mais o kernel, dá-se o melhor ao tipo de máquina e ao tipo de tarefa que essa
nome de distribuição Linux. Algumas distribuições Linux máquina vai executar. Por exemplo, se o servidor preci-
são maiores que outras, dependendo da quantidade de sa se comunicar com outras máquinas usando o proto-
aplicativos e a finalidade a que se propõem. Existem colo IPX, o administrador poderá compilar o kernel com
desde distribuições que cabem num disquete de 1.44 suporte a esse protocolo, ou, se não houver necessida-
MB até distribuições que ocupam vários CDs. de de usar um determinado tipo de placa de rede, é pos-
Cada uma delas tem seu público alvo e finalidades es- sível compilar o kernel sem suporte a essa placa, resul-
pecíficas. As mini-distribuições têm como objetivo des- tando assim em um kernel de menor tamanho.
de a recuperação de um sistema danificado até o moni- O kernel do Conectiva Linux foi compilado para atender
toramento de uma rede de computadores. os mais diversos tipos de necessidades e de máquinas,
Entre as “grandes” distribuições podemos citar: Conecti- além do mais, é possível incluir novos recursos sem a
va, SuSE, Debian e Red Hat. O que diferencia uma dis- necessidade de compilar novamente o kernel, através
tribuição de outra é a maneira como são organizados e do uso de módulos. O processo de compilação de um
pré-configurados os aplicativos que cada uma contém. kernel não é muito simples e é recomendado apenas a
Um exemplo: o Conectiva Linux tem quase a totalidade administradores de sistemas mais experientes.
de seus aplicativos traduzidos para o português, espa- Aplicações do Sistema
nhol e inglês, tendo o português como sua base, facili- O kernel faz muito pouco sozinho, uma vez que ele só
tando a integração com o usuário brasileiro. O que não provê os recursos que são necessários para que outros
quer dizer que esses aplicativos não estejam disponí- programas sejam executados. Assim, é preciso utilizar
veis em inglês também. outros programas para implementar os vários serviços
necessários ao sistema operacional.
Do “ponto de vista” do kernel, as aplicações do sistema, diferente. Para que um software seja livre, ele deve pos-
bem como qualquer outro programa, rodam no que é suir os seguintes itens:
chamado “modo usuário”, logo, a diferença entre aplica- 1. Liberdade para executar o software, seja qual for a
ções de sistema e aplicações do usuário se dá pelo pro- sua finalidade.
pósito de cada aplicação. Aplicações do sistema são 2. Liberdade para acessar o código-fonte do programa e
necessárias para fazer o sistema funcionar, enquanto as modificá-lo conforme sua necessidade.
aplicações do usuário são todos os programas utiliza- 3. Liberdade para fazer cópias e distribuí-las para quem
dos pelo usuário para realizar uma determinada tarefa desejar.
(como um processador de texto, por exemplo). 4. Liberdade para melhorar o programa e distribuir suas
Entre as aplicações de sistema pode-se citar o init, o melhorias ao público, de modo que elas fiquem disponí-
getty e o syslog. veis para a comunidade.
O init é o primeiro processo lançado após o carregamento Com isso é definido qual o principal objetivo da Funda-
do kernel na memória, e é ele o responsável por continu- ção do Software Livre (Free Software Foundation): pro-
ar o processo de boot lançando os outros programas. É o mover a disseminação do software livre no mundo da
init o responsável, também, por garantir que o getty esteja Informática, eliminar restrições de cópias e distribuição
sendo executado (para que os usuários possam entrar no de programas, entre outros pontos.
sistema) e por adotar processos órfãos (processos filhos As licenças de software livre podem ser divididas, de
no qual o pai morreu), pois no Linux todos os processos modo geral, em dois grupos: licenças de documentação
devem estar em uma mesma árvore, e possuírem um pai e licenças de software. A licença GNU GPL é uma das
(excluindo o processo init, que não tem pai). mais conhecidas, e talvez uma das mais utilizadas como
O getty provê o serviço responsável pelo login dos usu- licença de software. A licença GPL foi criada para garan-
ários em terminais textos (virtuais ou não). É ele que lê o tir que cópias de softwares livres possam ser distribuí-
nome do usuário e a senha e chama o programa login das, alteradas ou utilizadas (na sua totalidade ou em
para validá-los. Caso estejam corretos é lançado um parte) por novos programas. Um outro exemplo de licen-
shell, caso contrário o processo todo é reiniciado. ça é a GNU FDL, que segue a mesma linha da GPL, mas
O syslog é responsável por capturar as mensagens de utilizada para a documentação. Existem muitas outras
erro geradas pelo kernel ou por outras aplicações de sis- licenças, e o escopo destas pode variar muito.
tema, e por mostrá-las posteriormente quando o admi-
nistrador do sistema solicitá-las. Comandos Básicos
ls = Lista os arquivos, igual ao comando dir do MS-DOS
Aplicações do usuário Atributos comuns: -a = mostra arquivos ocultos
As aplicações do usuário são todas aquelas utilizadas -l = mostra bytes, permissões, diretório, etc.
pelo usuário para executar uma determinada tarefa. Edi- Obs: no ls os nomes de arquivos nos sistemas *X (Unix,
tores de texto, editores de imagens, navegadores e lei- Linux, etc) não precisam ter só 8 letras. Portanto, se você
tores de e-mail se encaixam nessa categoria. quiser listar os arquivos começados com u, por exem-
plo, peca ls u* e veja o resultado.
O ambiente gráfico * substitui qualquer conjunto de caracteres
No Linux, a responsabilidade pelo ambiente gráfico não ? substitui caracteres isolados
é do kernel e sim de um programa especial, o XFree86. —————
No entanto, este programa provê apenas as funções de rm = remove arquivos, no formato: rm (arquivo1) (arqui-
desenho de elementos gráficos e interação com a placa vo2) (arquivo3)
de vídeo. A interação final do usuário com a interface Exemplo: rm eu.doc / rm leiame.txt manual.html
gráfica se dá através de programas gerenciadores de win95.w95
janelas, como o KDE, o WindowMaker e o GNOME, e —————
são eles os responsáveis pela “aparência” do seu Linux. cp = copia arquivos, no formato: cp (arquivo1) (diretorio)
A separação do ambiente gráfico do resto do sistema apre- Exemplo: cp manual.txt /home/manual
senta muitas vantagens. Como o ambiente gráfico conso- —————
me recursos do sistema, é possível desativá-lo, principal- cat = mostra o conteúdo do arquivo, mesmo que o ‘type’
mente em servidores, resultando assim em um melhor de- no DOS
sempenho de outras aplicações, uma vez que a quantida- —————
de de processamento da CPU que seria utilizado para o more = exibe o conteúdo de um arquivo pagina a pagina,
XFree86, poderá ser utilizado para essas aplicações. Além mesmo q no DOS
do mais, o desenvolvimento do ambiente gráfico pode Exemplo: ls|more
ocorrer de maneira independente ao do kernel. —————
O Linux também pode funcionar em modo texto. Nesse pwd = exibe o diretório atual (o que vc esta)
caso a interação com o usuário se dá por meio de um —————
shell, como o Bash, que é capaz de interpretar e execu- rmdir = apaga diretório
tar comandos digitados pelo usuário. Exemplo: rmdir /diretório
se o diretório estiver cheio, use o rm com o atributo -r
As Licenças no Mundo Linux —————
Antes de se definir em quais licenças e condições o Co- mkdir = cria diretório
nectiva Linux se encaixa, serão vistas as principais licen- Exemplo: mkdir /diretório
ças utilizadas atualmente para os softwares em geral. —————
As licenças no mundo da Informática podem ser dividi- clear = limpa a tela, mesmo que ‘cls’ no DOS
das, de um modo geral, em licenças de software propri- —————
etário e licenças de software livre. As licenças em sof- who = mostra quem está na máquina no momento
twares proprietários são geralmente comerciais e não —————
permitem a cópia, modificação ou distribuição do sof- whoami = mostra quem você é - útil quando você esque-
tware em questão. ce com qual login entrou... ;)
O software livre é utilizado de um modo completamente —————
Algumas imagens das telas da interface gráfica KDE. Reparem a semelhança com a interface do Windows.
Matemática
e) Potenciação
Comparação Potenciação é um produto de fatores iguais à base,
⇒ ( > ) Maior que; ( < ) Menor que sendo tomados tantos fatores quanto for o expoente.
a) O zero é o menor de qualquer número positivo e o expoente
maior que qualquer número negativo. 2 . 2 . 2 . 2 . 2 = 25 = 32 potência
Ex.: 0 < +4; 0 < +1; 0 > -2; 0 > -5. base
b) Todo número negativo é menor que qualquer nú- 5 fatores
mero positivo. Ex.: 3 . 3 . 3 = 33 = 27; 5 . 5 = 52 = 25
Ex.: -7 < +1; -5 < +5; -3 < +2.
c) Todo número positivo é maior que qualquer núme- Obs.:
ro negativo. a) quando a base é positiva, a potência é positiva.
Ex.: +1 > -1; +4 > -5; +10 > -20. b) quando a base é negativa, o sinal da potência de-
d) Entre números positivos, o menor é aquele que pende do expoente:
possui menor valor absoluto. - base negativa e expoente par - potência positiva
Ex.: +2 < +4; +5 < +6; +9 < +11. Ex.: (-5)2 = (-5) x (-5) = +25
e) Entre números negativos, o menor é aquele que - base negativa e expoente ímpar - potência negativa
possui maior valor absoluto. Ex.: (-5)3 = (-5) x (-5) x (-5) = (+25) x (-5) = -125
Ex.: -5 < -3; -10 < -2; -3 < -1.
PROPRIEDADES DA POTENCIAÇÃO
OPERAÇÕES I - Para multiplicar-se potências de mesma base, con-
a) Adição serva-se a base, e somam-se os expoentes.
1º caso: adição de números positivos: am . an = am+n
É um número positivo, cujo valor absoluto é igual à Ex.: (-2)2 . (-2)3 = (-2)5 = -32
soma dos valores absolutos das parcelas. II - Para dividir potências de mesma base, conserva-
Ex.: (+4) + (+6) = +10; (+3) + (+5) = +8 se a base, e subtraem-se os expoentes.
am : an = am-n
2º caso: adição de números negativos: Ex.: (5)5 : (5)3 = (5)2 = 25
É um número negativo, cujo valor absoluto é igual à III - Para elevar-se uma potência a um novo expoente,
soma dos valores absolutos das parcelas. conserva-se a base, e multiplicam-se os expoentes.
Ex.: (-3) + (-2) = -5; (-5) + (-2) = -7 (am)n = am.n
3º caso adição de números relativos de sinais Ex.: [(+3)4]2 = (+3)4.2 = (+3)8
contrários:
EXERCÍCIOS
EXPRESSÕES
Efetua-se, primeiramente, as operações entre parên-
teses ( ) , a seguir as que estão entre colchetes [ ]
e finalmente as que estão dentro das chaves { }
Ex. 2)
PROPRIEDADES
1) Para multiplicarmos potências de mesma base,
conservamos a base e somamos os expoentes.
Soma algébrica
É a indicação de uma soma sem o sinal de opera-
ção.
c) Multiplicação
A operação de multiplicação entre dois números ra-
cionais pode ser realizada da seguinte forma: 2) Para dividirmos potências de mesma base, nós
a) damos ao produto o sinal + se os fatores tiverem conservamos a base e subtraímos os expoentes.
sinais iguais ou damos ao produto o sinal – se os
fatores tiverem sinais contrários.
b) multiplicamos os numeradores das frações da-
das, obtendo o numerador do produto.
c) multiplicamos os denominadores das frações da-
das, obtendo o denominador do produto.
Ex.:
Ex.:
EXERCÍCIOS
06. Assinale a afirmação verdadeira:
01. O numeral decimal 0,0725 pode ser escrito na
forma de fração como: a)
a)
b)
b)
c)
c)
d)
d)
a)
b) a)
c) b)
d)
c)
a) c)
b) d)
a) c)
b) d)
número racional:
a) menor que -8 GABARITO
b) maior que -8 e menor que -5
c) maior que -5 e menor que -2 01. B 02. A 03. B 04. C
d) maior que -2 05. C 06. D 07. C
OPERAÇÕES EM R:
As propriedades das operações de adição, subtra-
ção, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação
com os números reais são semelhantes às opera-
ções com os números racionais.
EXERCÍCIOS
a) d) 2
b) 6 e) 3
c) 1
I- é um número real ( )
II - é um número real ( )
III - é um número real( )
Associando V ou F às afirmações, temos:
a) V, V, V d) V, F, V
b) F, F, F e) F, F, V
c) V, F, F
GABARITO
01. B 02. A 03. E 04. A 05. D
Ex.: Transformar:
a) 3a em ca
3a = 300 ca
A vírgula desloca-se duas casas à direita.
b) 32,8 a em ha
32,8 a = 0,328 ha
A vírgula desloca-se duas casas à esquerda.
UNIDADES DE VOLUME
Chamamos de volume a medida do espaço ocupado
por um sólido, em certa unidade.
Unidade-padrão: metro cúbico - m3
Obs.: O metro cúbico é o espaço ocupado por um cubo
UNIDADES DE SUPERFÍCIE (área) de 1 m de aresta.
Área é a medida de uma superfície, em uma certa uni-
dade.
Múltiplos e submúltiplos:
Unidade-padrão: metro quadrado - m2
Quilômetro cúbico = km3
Metro quadrado é a área de um quadrado de 1 m de
Hectômetro cúbico = hm3
lado.
Decâmetro cúbico = dam3
Metro cúbico = m3
Múltiplos e submúltiplos do metro quadrado:
Decímetro cúbico = dm3
Quilômetro quadrado = km2 = 1.000.000 m2
Centímetro cúbico = cm3
Hectômetro quadrado = hm2 = 10.000 m2
Milímetro cúbico = mm3
Decâmetro quadrado = dam2 = 100 m2
Obs.: Uma unidade de volume é 1.000 vezes maior que
METRO quadrado = m2 = 1 m2
a unidade imediatamente inferior, e 1.000 vezes menor
Decímetro quadrado = dm2 = 0,01 m2
VCUBO = a x a x a = a3
Ex.: Calcule o volume do cubo cujas arestas medem:
a) 1 cm V = 1 cm x 1 cm x 1 cm = 1 cm3
b) 3 cm V = 3 x 3 x 3 = 27 cm3
UNIDADE DE CAPACIDADE
Unidade-padrão: litro - l
Múltiplos e submúltiplos
Quilolitro = kl
Hectolitro = hl
Decalitro = dal
Litro = l
Decilitro = dl
Centilitro = cl
Mililitro = ml
Cada unidade de capacidade é 10 vezes maior que a
unidade imediatamente inferior e 10 vezes menor que
a unidade imediatamente superior.
RAZÕES E PROPORÇÕES
RAZÃO 05. Qual é a razão entre 2 dias e uma semana?
Dados dois números a e b, sendo b ≠ 0, chama-se
1 semana = 7 dias → Razão =
razão de a para b o quociente ou a : b.
Na razão a : b, a é o primeiro termo, ou antecedente, e 06. Qual a razão entre 1,5 hl e 9 hl?
b é o segundo termo, ou conseqüente. 1,5 hl = 15 hl → Razão:
Na razão ou a : b, lemos a está para b.
07. Qual é a razão entre 1,2 e 2 ?
Obs.: Uma razão é representada por uma fração.
Portanto, todas as propriedades das frações valem
para as razões.
EXERCÍCIO RESOLVIDO:
04. Em uma classe mista o nº de rapazes é 20 e o de
moças é 16. Calcule a razão do nº de rapazes para nº
de moças: Dada a proporção: . Calcular o valor de x,
aplicando a propriedade fundamental:
Quociente: , isto é, 5 para 4 ou 5 está para 4.
Podemos também expressar a razão do seguinte modo 2 (2x + 1) = 3 × 6
→ 20:16 ou 5:4. 4x + 2 = 18
De um modo geral a razão entre dois nºs a e b se 4x = 16 ∴ x = 4
indica por a : b ou de a para b” ou “razão entre a e b”
Resp.: x é igual a 4.
ou indica, por “a está para b”.
Resposta: a = 15
ESCALA
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Na vida prática, utiliza-se a ESCALA, porque nem
sempre é possível desenhar os objetos em tamanho
natural.
01. Exemplo : Escala é a relação que existe entre as dimensões dos
objetos reais e as de sua representação.
Os nºs 6, 8, 9 e 12 são chamados termos da proporção; A escala natural: o desenho tem as mesmas
o 6 e o 12 são chamados extremos; o 8 e o 9 são dimensões do objeto real. 1 : 1 (1 para 1)
chamados meios. 1 cm normal do desenho é igual a 1 cm do objeto.
Escala de redução: a representação gráfica é menor
Assim na proporção: ⇒ 3 e 4 são os extremos que a dimensão do objeto. 1 : 2 (1 para 2)
1 cm normal do desenho equivale a 2 cm do objeto.
e 2 e 6 são os meios Escala de aumento: a representação gráfica de uma
dimensão é maior que a do objeto. 2 : 1 (2 para 1)
02. Calcular o valor do termo desconhecido nas 2 cm do desenho equivalem a 1 cm do objeto.
proporções. ESCALA ⇒ 1 : n
Resposta: x = 8
b) 5 : 10 = 7 : x
extremos: 5 e x
meios: 10 e 7
Resposta: x = 14
REGRA DE TRÊS
SIMPLES - quando envolve, apenas, duas grande- 01. Em 6 dias, aprontar-se-iam 720 uniformes esco-
zas lares, em 16 máquinas de costura. Em quantos dias
poderiam ficar prontos 2.160 uniformes iguais, se fo-
a) Direta - quando as grandezas variam no mesmo ram utilizadas só 12 máquinas?
sentido (diretamente proporcionais)
- Grandezas diretamente proporcionais: duas grande-
6 dias 720 unif. 16 máquinas
zas são diretamente proporcionais se, ao aumentarmos
os valores de uma delas, os valores correspondentes x 2.160 unif. 12 máquinas
da outra aumentarem na mesma razão.
Ex.: Para estabelecer o sentido das setas, consideram-se
1) Número de pessoas e quantidade de alimentos ne- as grandezas número de uniformes e número de má-
cessária para alimentá-las; quinas, cada uma em separado, com o número de dias.
2) Quantidade de tecido e quantidade de tinta usada
para tingi-lo. dias uniformes
dias máquinas
b) Inversa - quando as grandezas variam em sentidos
opostos (inversamente proporcionais)
Colocam-se, a seguir, todas as setas no mesmo senti-
- Grandezas inversamente proporcionais: duas gran-
do; para isso, invertem-se os valores correspondentes
dezas são inversamente proporcionais se, ao aumen-
da terceira grandeza:
tarmos os valores de uma delas, os valores correspon-
dentes da outra diminuem na mesma razão.
Ex.: 6 720 12
1) Número de operários e número de dias em que se x 2.160 16
faz um certo trabalho;
2) Número de torneiras que enchem um reservatório e
tempo gasto para enchê-lo.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS:
AUMENTOU 06 bolas 840 AUMENTA 02. Para alimentar 15 cavalos, durante 11 dias, são
10 bolas x TAMBÉM necessários 2.200 kg de alfafa. Perdendo-se 7 cava-
los, em quanto tempo serão consumidos 1.280 kg de
alfafa?
Como são grandezas diretamente proporcionais,
.
Resp.: 12 máquinas realizarão o aterro em 4 dias.
COMPOSTA
Obs.: Se uma grandeza é diretamente proporcional a
várias outras, então os valores que exprimem sua me-
dida são diretamente proporcionais aos produtos dos
valores correspondentes das outras.
No caso do problema envolver três ou mais grandezas,
então é a da regra de três composta.
Veja os exemplos:
PORCENTAGEM
Porcentagem ou percentagem é qualquer razão cujo 05. Certa mercadoria foi vendida por um comerciante
conseqüente é 100, ou uma fração decimal cujo deno- por R$ 3.000,00 obtendo assim um lucro de 25%
minador é 100. Símbolo - % sobre o preço de custo. Calcular o custo da mer-
cadoria para o comerciante.
O custo (C) é igual ao preço de venda (3.000) me-
nos o lucro (L):
C = 3000 - L (equação 1)
Fração centesimal – chamamos de fração centesimal O lucro (L) é igual 25% sobre o preço de custo:
a fração cujo denominador é igual a 100. L = 0,25 . C (equação 2)
Substituindo o L da equação 1 pelo membro direi-
Exemplos: to da equação 2, obtemos o seguinte:
C = 3 000 - 0,25 . C
Toda fração centesimal pode ser representada por um Passando - 0,25C para o primeiro membro,
número decimal.
C + 0,25C = 3000
Por exemplo, as frações anteriores podem ser assim
representadas: 0,09; 0,23; 0,40; 1,21.
Entretanto, existe uma outra forma de representar as 1,25C = 3000 →
frações centesimais que é a seguinte:
Resposta: o preço de custo será igual a R$ 2400,00
Credores Líquido
2.5000.000 950.000
500.000 x
Venda Custo
105 100
262.500 x
Venda Prejuízo
100 20
14.000 x
EQUAÇÕES DO 1º GRAU
Equações ⇒ sentenças matemáticas abertas, expres- Nota: A equação do 1º grau admite uma única solução.
sas por uma igualdade.
EQUAÇÕES EQUIVALENTES
EQUAÇÃO DO 1º GRAU
É a igualdade entre duas expressões numéricas, com
o expoente da variável igual a um.
Ex.: x + 4 = 3x + 8; y - 1 = 5
2) 4x + 5 = 6x + 15
4x - 6x = 15 - 5
-2x = 10 x (-1)
2x = -10 x = x = -5
3) 7x - 3 (4x - 1) = 9 - 2 (3 - 3x)
7x - 12x + 3 = 9 - 6 + 6x
INEQUAÇÃO DO 1º GRAU
7x - 12x - 6x = 9 - 6 - 3
-11x = 0 x (-1) Inequação é uma sentença aberta que exprime a de-
sigualdade entre duas expressões numéricas.
11x = 0 x= x=0 O sinal de desigualdade, que pode ser: < (menor que);
≤ (menor ou igual); > (maior que); ≥ (maior ou igual),
4) divide a desigualdade em duas partes chamadas
membros.
Ex.: x < 3 (x é menor que três);
V={x R/3<x<5}
aberto em 5 (não é igual a 5)
Interpretação gráfica
2) 3x - 8 ≤ 5x - 4
3x - 5x ≤ -4 + 8
-2x ≤ 4 x (-1)
2x ≥ -4 ⇒ x = ⇒ x ≥ -2
V = { x ∈ R ⏐ 3 ≤ x ≤ 10 } = tal que
V = conjunto dos valores de x que pertencem ao conjun-
to do reais, tal que x seja maior ou igual a 3 e menor ou
igual a 10. (x pertence aos reais, tal que x é maior ou
igual a 3 e x é menor ou igual a 10)
Nota: Nas inequações, temos várias soluções; admi-
tem vários valores para a incógnita.
Sistema de inequações do 1º grau é qualquer conjunto
de inequações. A solução do sistema é a solução co-
mum a todas as inequações do sistema.
EQUAÇÕES DO 2º GRAU
As equações do 2º grau dividem-se em: INCOMPLETAS Ex.: x2 - 8x + 12 = 0, onde a = 1, b = -8, c = 12
E COMPLETAS. ∆ = b2 - 4ac
Equações do 2º grau são todas as equações da forma ∆ = (-8)2 - 4 (1) (12)
ax2 + bx + c = 0, onde a ≠ 0, b e c são números quais- ∆ = 64 - 48 = 16
quer, e x é a incógnita ou variável.
Os valores de x que satisfazem a equação
ax2 + bx + c = 0, são chamados de raízes.
a ⇒ coeficiente de x2, ou do termo do 2º grau.
b ⇒ coeficiente de x, ou do termo do 1º grau.
c ⇒ coeficiente do termo do grau zero, ou do termo
independente de x.
Ex.: 3x2 + 4x + 6 = 0, onde a = 3; b = 4; c = 6
ax2 + c = 0 ⇒ ax2 = -c ∴ x2 = ou x =
m.m.c. (x + 1, x - 1) = x2 - 1
(x - 2) (x - 1) + (x - 3) (x + 1) = x2 - 1
x2 - x - 2x + 2 + x2 + x - 3x - 3 - x2 + 1 = 0
x2 - 5x = 0
x (x - 5) = 0
x=0
x-5=0⇒x=5
V = { 0, 5 }
FUNÇÕES E GRÁFICOS
Exemplo:
Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1:
Solução:
Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus
pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua:
a) Para x = 0, temos y = 3 . 0 - 1 = -1; portanto, um
ponto é (0, -1).
2. Função do 1º Grau
Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é
Definição
uma reta.
O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente an-
Chama-se função do 1º grau, ou função afim,
gular da reta e está ligado à inclinação da reta em
qualquer função dada por uma lei da forma:
relação ao eixo Ox.
O termo constante, b, é chamado coeficiente li-
f (x) = ax + b
near da reta. Para x = 0, temos y = a . 0 + b = b.
Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto
onde a e b são números reais dados e a ≠ 0.
em que a reta corta o eixo Oy.
Na função f (x) = ax + b, o número a é chamado de
coeficiente de x e o número b é chamado termo
Raiz de uma Função do 1º grau
constante.
Veja alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau: Chama-se zero ou raiz da função do 1º grau f (x) = ax
f (x) = 5x - 3, onde a = 5 e b = - 3 + b, a ≠ 0, o número real x tal que f (x) = 0.
f (x) = -2x - 7, onde a = -2 e b = - 7
f (x) = 11x, onde a = 11 e b = 0
y aumenta
Notemos que, quando aumentamos os valores de x, os
correspondentes valores de y também aumentam. Di-
zemos, então, que a função y = 3x - 1 é crescente.
Regra geral:
a função do 1º grau f (x) = ax + b é crescente O conjunto dos pares ordenados determinados é
quando o coeficiente de x é positivo (a > 0); f = {(-2,3),(-1,2),(0,1),(1,0),(2,-1)}
Solução:
Podemos escrever: Note que o gráfico da função y = -x + 1, interceptará
f (2) = 5 ⇒ 5 = 2 . a + b (I) (cortará) o eixo x em 1, que é a raiz da função.
f (3) = - 10 ⇒ - 10 = 3.a + b (II)
3. Inequações do Primeiro Grau
Subtraindo membro a membro as duas equações,
tem-se: Chama-se de inequação do primeiro grau, na incóg-
5 - (- 10) = 2 . a + b - (3 . a + b) nita x, qualquer sentença que pode ser expressa
5 + 15 = 2a + b - 3a - b ⇒ 15 = - a ⇒ a = -15. numa das seguintes formas:
ax + b > 0
Substituindo o valor de a na equação (I) (poderia ser ax + b ≥ 0
na (II), fica:
ax + b < 0
5 = 2 . (- 15) + b ⇒ b = 35.
ax + b ≤ 0
Logo, a função procurada é: y = - 15x + 35. onde a e b são constantes reais, com a ≠ 0.
4) Considere a função dada pela equação y = x +1, Para resolver uma inequação do primeiro grau, deve-
determine a raiz desta função. mos lembrar de duas propriedades:
Solução: Basta determinar o valor de x para termos a) Quando multiplicamos todos os termos de uma
y=0 inequação por um número positivo, devemos man-
ter o sentido da desigualdade.
Então, x +1= 0 ⇒ x = -1
Exemplo:
Dizemos que -1 é a raiz ou zero da função.
- 3x > 15
Gráfico:
Gráfico:
Resumindo:
01. Definição
É um conjunto ordenado de elementos.
3 + 15 = 5 + 13 = 7 + 11
Exemplos:
1. (janeiro, fevereiro, ..., dezembro)
Termo Geral da P.A.
2. (3, 7, 11, ...)
Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )
Obs.: A seqüência do exemplo 2 é uma seqüência nu-
Sabemos que:
mérica.
a2 = a1 + r
a3 = a2 + r = a1 + r + r = a1 + 2r
02. Termos de uma Sucessão
a4 = a3 + r = a1 + 2r + r = a1 + 3r
Abreviadamente, numa sucessão, representamos:
............................................................
a1 → o 1º termo (a índice 1)
an = a1 + ( n - 1) r
a2 → o 2º termo (a índice 2)
an → o enésimo termo (a índice n), para indicar a posi-
ção do termo na sucessão. Exemplo:
Calcular o 14º termo da P.A. ( 5 , 2 , -1 , ... )
03. Lei de Formação de uma Seqüência Solução:
As seqüências matemáticas que obedecem a uma lei a1 = 5 ; n = 14 ; r = 2 - 5 = -3
de formação são muito importantes. Podemos, por meio an = a1 + (n - 1) r
dela, encontrar qualquer um de seus termos. a14 = 5 + (14 - 1) . (-3) = 5 + 13 (-3) = 5 - 39 = -34
Exemplos: Escrever a seqüência sabendo-se que an =
2n+1
Soma dos termos da P.A.
Solução:
Seja a P.A. ( a1 , a2 , a3 , ... , an-1 , an )
n = 1→ a1 = 2 . 1 + 1 = 3
Já vimos que a2 + an-1 = a1 + an
n = 2→ a2 = 2 . 2 + 1 = 5
n = 3→ a3 = 2 . 3 + 1 = 7 a3 + an-2 = a1 + an
(3 , 5 , 7 , ... , 2n + 1) Então:
1 - sn = a1 + a2 + a3 + ... + an-2 + an-1 + an
OU
04. PROGRESSÃO ARITMÉTICA 2 - sn = an + an-1 + an-2 + ..., + an-3 + a2 + a1
Definição: Uma seqüência é uma P.A. se, e somente
se, cada termo (a partir do segundo) for igual ao anteri- Somando 1 e 2, obtemos:
or somando com uma constante chamada razão (r). 2sn = (a1 + an) + (a2 + an-1) + (a3 + an-2) + ... + (an-2 + a3) +
Exemplos: (an-1 + a2) + (an + a1)
01. ( 3 , 5 , 7 , ... ) a1 = 3 2sn = ( a1 + an ) + ( a1 + an )+ ... +( a1 + an ) = ( a1 + an ) n
r = 5 – 3 = 2 P.A. crescente
Sn =
02. ( 7 , 4 , 1 , ... ) a1 = 7
05. PROGRESSÃO GEOMÉTRICA
r = 4 - 7 = -3 P.A. decrescente
Definição: Uma seqüência de números não nulos é
Obs.: uma P.G. se, e somente se, cada termo (a partir do se-
I. r > 0 → a P.A. é crescente gundo) for igual ao anterior multiplicado pela razão (q).
r < 0 → a P.A. é decrescente Exemplos:
II. r = a2 - a1 = a3 - a2 = an - an-1
01. (8, 16, 32, 64, ...) → a1 = 8 → q = =2
03. Tomando-se três termos consecutivos, o do meio é
a média aritmética dos outros dois. 02. (64, 32, 16, 8, ...) → q = 64 → q =
( 3 , 5 , 7 , 9 , ... )
Obs.:
04. A soma dos extremos de P.A. finita, é igual à soma I. a1 > 0 e q > 1 ou a1 < 0 e 0 < q < 1 a P.G. é crescente
de dois termos eqüidistantes dos extremos. a1 < 0 e 0 < q < 1 ou a1 > 0 e q > 1 a P.G. é decrescente
II. q =
16 x 64 = 32 x 32 = 8 x 128
Exemplo:
Calcular o sexto termo da P.G. ( 3, -6 , 12 , -24 , ... )
Solução:
a1 = 3 ; n = 6 ; q = = -2 ; an = a1qn-1
a6 = 3 (-2)6-1 = 3 (-2)5 = 3 (-32) = -96
Sn ( q-1) = a1 ( qn –1) → Sn =
por: S =
Exemplo: Determinar a soma dos termos da P.G.
JUROS SIMPLES
SOLUÇÃO:
Verifique que o prazo é anual e a taxa é trimestral.
Para que possamos calcular os juros é necessá-
rio que adotemos a mesma unidade de tempo
para a taxa de juros e para o prazo. Iremos con-
verter o prazo, portanto, em trimestres.
M=?
C = 10.000
t = 3 anos = 12 trimestres (pois cada ano tem 4
trimestres) ⇒ n = 12
i = 5% a.t. = 0,05 a.t.
M = C (1 + in)
M = 10.000 (1 + 0,05 . 12) = 10.000 (1 + 0,6)
M = 16.000
Existe uma outra possibilidade: poderíamos, tam-
bém, converter a taxa trimestral em anual, e man-
teríamos o prazo em anos. Neste caso, n ficaria
sendo igual a 3 e a taxa i seria dada por: i = 5% a.t.
= 20% a.a. (se em um trimestre a aplicação rende
5%, em um ano, que são quatro trimestres, ren-
derá 4 vezes mais, ou seja: 20%). Poderíamos,
então, escrever:
M = C (1 + in) = 10 000 (1 + 0,20 . 3) = 10 000 (1,6)
= 16 000
SOLUÇÃO:
O prazo é de 5 anos. Como o problema pergunta
sobre a taxa anual, não precisamos fazer nenhu-
ma transformação e n = 5. Se o capital aumentou
de 50% (metade), então o montante é uma vez e
meia o capital inicial: M = 1,5 C
O montante, entretanto, é dado pela fórmula:
M = C (1 + in) ou C (1 + in) = M
Considerando-se que M = 1,5 C, decorre que
C (1 + in) = 1,5 C
Simplificando C dos dois lados, vem
1 + in = 1,5 → in = 1,5 - 1
in = 0,5
Como n = 5, i.5 = 0,5
i = 0,1 = 0,10 = 10% ao ano (claro! se o capital
aumentou 50% em 5 anos, então em cada ano
ele aumentou 10%, ou seja, a taxa anual é 10%)
JUROS COMPOSTOS
Conceito M3 = 1 061,21
Antes de começarmos a estudar juros compostos, a Verifique que o montante do primeiro período foi utilizado
título de comparação faremos uma pequena revisão do para o cálculo do juro do segundo período e assim
regime de capitalização simples. Nos capítulos anteri- sucessivamente.
ores, vimos que os juros simples apresentam as se-
guintes características: Fórmula do Montante a Juros Compostos
Vamos supor a aplicação de um capital C, durante n
1. são calculados sobre o capital inicial; períodos, a uma taxa de juros compostos i ao período.
2. são diretamente proporcionais ao prazo (ou número Calculemos o montante M n no final dos n períodos
de períodos), ao capital aplicado e à taxa de juros da utilizando o mesmo processo do exemplo anterior, ou
aplicação; seja, período a período.
Em suma,
Js = C.i.n
Ms = C (1+in)
Mn = C (1 + i)n
Então, o montante M1 no final do primeiro período será A fórmula dos juros compostos acumulados ao final do
dado por: prazo é obtida a partir da fórmula geral de juros, confor-
M1 = 1 000 (1 + 0,02) me segue:
M1 = 1 000 . 1,02 J=M-C
M1 = 1 020
O montante M2 no final do segundo período será dado por: J = C (1 + i )n - C
Essa dúvida é freqüente quando iniciamos o estudo da facilmente encontrado no cruzamento da coluna i =
matemática financeira. 5% com a linha n = 11:
Existem determinadas expressões que indicam o regi- TABELA DE JUROS COMPOSTOS
me de capitalização composta, tais como:
• juros compostos
valores de an = (1 + i)n
• capitalização composta
• montante composto
• taxa composta de X% a.a. (indica juros compostos
com capitalização anual)
• taxa de X% a.m. capitalizados bimestralmente (indica
juros compostos com capitalização a cada bimestre)
Se não houver nenhuma indicação de como a taxa deva Este exemplo traz uma novidade importantíssima. Como
ser capitalizada ou nenhuma referência a regime já dissemos anteriormente, em juros compostos é fun-
composto, presumimos que o regime de capitalização damental que se diga qual o período de capitalização
dos juros. Vimos, também, que nem sempre ele coinci-
seja simples. de com a periodicidade da taxa. Neste exercício, por
exemplo, a taxa é anual mas a capitalização é mensal.
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Precisamos determinar, a partir da taxa dada, uma ou-
tra taxa que tenha periodicidade idêntica ao período da
01. Uma pessoa faz uma aplicação no valor de 10 000 capitalização, e fazemos isto, como já foi dito, utilizando
durante 11 meses, a uma taxa de juros de 5% a.m. o conceito de TAXAS PROPORCIONAIS.
capitalizados mensalmente. Calcular o montante
no final do prazo. Exemplo: se o examinador der uma taxa nominal de
RESOLUÇÃO: 36% a.a. e disser que deve ser capitalizada mensal-
C = 10.000 mente, devemos determinar a taxa mensal proporcional
prazo (t) = 11 meses; como a capitalização é à taxa de 36% a.a., ou seja, 3% a.m. – é este valor que
mensal, n = 11 utilizaremos na fórmula do montante composto. Se ele
i = 5% a.m. = 0,05 a.m. der a mesma taxa nominal de 36% a.a., mas disser
que deve ser capitalizada semestralmente, deveremos
agora calcular a taxa semestral proporcional à taxa de
M = C (1 + i)n 36% a.a., isto é, 18% a.s.
M = 10 000 (1 + 0,05)11
No nosso exemplo, a taxa é de 60% a.a. , com capitaliza-
O problema está em calcular o fator de acumulação ção mensal; logo, considerando que um ano tem doze
do capital. Não se desespere, esse valor é dado meses, a taxa proporcional mensal será um doze avos da
pelo examinador: taxa nominal, ou seja: i = 60% a.a. = 5% a.m. = 0,05 a.m.
a) no início da prova; exemplo: (1,05)11 = 1,7103; ou
b) por meio de uma tabela financeira, semelhante ao Neste caso, dizemos que a taxa de juros de 60% a.a.
modelo a seguir; nessa tabela, o valor do fator de fornecida é uma TAXA NOMINAL.
acumulação de capital que procuramos pode ser
TAXA NOMINAL b) Veja que, apesar de a taxa nominal ser igual a 60%
a.a., o capital, em um ano, aumentou de 79,59%, pois
A taxa nominal tem a desvantagem de não poder ser in- passou de 100,00 para 179,59. Daí se conclui que a
troduzida diretamente na fórmula do montante composto taxa nominal (60% a.a.) é apenas uma taxa de referên-
pois possui período diferente do da capitalização. cia. Deve ser capitalizada de acordo com o período de-
terminado pelo problema.
Outro cuidado que você deve tomar é com o prazo. Da
mesma forma que a periodicidade da taxa, o prazo de A taxa produzida na capitalização da taxa nominal é cha-
aplicação também deve estar expresso na mesma uni- mada de TAXA EFETIVA DE JUROS. Portanto uma taxa
dade de medida de tempo do período de capitalização. nominal de 60% a.a., capitalizada mensalmente, pro-
Assim, se a capitalização é mensal, o prazo tem que ser duz uma taxa efetiva anual de 79,59%.
expresso em meses, se a capitalização é trimestral, o
prazo tem que ser expresso em trimestres etc. c) Outra coisa importante é que, para uma mesma taxa
nominal, se mudarmos o período de capitalização, a
No prazo de um ano fornecido no enunciado do exercí- taxa efetiva também mudará.
cio, temos 12 períodos mensais, logo n = 12.
Imagine que, no nosso exemplo, a taxa continue a ser
Aparadas todas estas arestas, podemos agora calcu- de 60% a.a., mas com capitalização trimestral. Neste
lar o montante: caso, considerando-se que em um ano temos quatro
M = C (1 + i)n trimestres, escreveremos que:
M = 100 (1 + 0,05)12 i = 15% a.t. = 0,15 a.t.
Devemos ir à tabela fornecida anteriormente, onde ire- n=4
mos verificar que, para i = 5% e n = 12,
(1 + 0,05)12 = 1,795856 O montante composto será dado por:
Logo, M = C (1 + i)n
M = 100 . 1,795856 M = 100 (1 + 0,15)4
M = R$ 179,59 M = 100 x 1,749006
M = R$ 174,90
Após ter certeza de que compreendeu os exemplos ante-
riores, leia as observações abaixo e reflita sobre elas. O montante foi menor porque diminuímos o número de
a) Se em vez de juros compostos, o problema anterior capitalizações (antes elas estavam sendo feitas a cada
fosse de juros simples, de quanto seria o montante? mês; agora, de três em três meses). A taxa efetiva nes-
Resposta: seria de R$ 160,00. se caso será igual a 74,90% a.a.
TAXA REAL
Vamos encontrar uma relação entre as taxas de juros “As taxas reais diferenciam-se das taxas aparentes pela
nominal e real. Para isto, suponha que um determina- depuração destas dos efeitos da alta geral de preços.”
do capital P é aplicado por um período de tempo unitá-
rio, a uma certa taxa nominal in. O montante S1 ao final “A taxa real é o rendimento ou custo de uma operação,
do período será dado por S1 = P(1 + in). seja de aplicação ou captação, calculado após serem
expurgados os efeitos inflacionais.”
Consideremos agora que durante o mesmo período, a
taxa de inflação (desvalorização da moeda) foi igual a j. “As taxas aparente e real relacionam-se da seguinte
O capital corrigido por esta taxa acarretaria um montante forma: (1 + i) = (1 + ir) x (1+ I)
S2 = P (1 + j).
Onde: i = taxa aparente ; ir = taxa real, I = taxa de inflação.”
A taxa real de juros, indicada por r, será aquela que
aplicada ao montante S2 , produzirá o montante S1. Po- O fator (1 + i)n é chamado fator de valor futuro ou fator de
deremos então escrever: S1 = S2 (1 + r) capitalização, sendo encontrado em tabelas financeiras.
Substituindo S1 e S2 , vem:
TÁBUA I
FATOR un ou (1 + i)n
P(1 + in) = (1+r). P (1 + j)
Então: (1 + in) = (1+r). (1 + j), onde: A taxa de juros deve ser sempre referida à mesma uni-
in = taxa de juros nominal dade de tempo do período financeiro.
j = taxa de inflação no período O ato de se juntar o juro produzido ao capital que o
produziu chama-se CAPITALIZAÇÃO.
r = taxa real de juros
Observe que se a taxa de inflação for nula no período, CÁLCULO DO MONTANTE
isto é, j = 0, teremos que as taxas nominal e real são CÁLCULO DO MONTANTE PARA n INTEIRO
coincidentes.
A tabela financeira, de dupla entrada, fornece os valo-
Veja o exemplo a seguir: res do fator de capitalização, de acordo com os valores
de i e n, prevendo 4 casos possíveis:
Numa operação financeira com taxas pré-fixadas, um
banco empresta $120.000,00 para ser pago em um ano 01. i e n encontramos na tabela:
com $150.000,00. Sendo a inflação durante o período Seja calcular o montante de R$ 10.000, aplicado a ju-
do empréstimo igual a 10%, pede-se calcular as taxas ros compostos a 5% a.m., durante 1 ano e 5 meses,
nominal e real deste empréstimo. com capitalização mensal.
C = 10.000
Teremos que a taxa nominal será igual a: r = 5% a.m.
i = 0,05
in = (150.000 – 120.000)/120.000 = 30.000/120.000 = n = 17 meses
0,25 = 25% Cn = C (1 + i) n
Portanto in = 25% Cn = 10.000 ( 1 + 0,05)17
Cn = 10.000 x 2,292018
Como a taxa de inflação no período é igual a j = 10% =
Cn = 22.920,18
0,10, substituindo na fórmula anterior, vem:
(1 + in) = (1+r). (1 + j) 02. i encontrado na tabela e n acima do limite de
(1 + 0,25) = (1 + r).(1 + 0,10) tábua:
1,25 = (1 + r).1,10 Nesse caso é sempre possível desdobrar n numa soma
de parcelas, todas inferiores ao limite da tabela.
1 + r = 1,25/1,10 = 1,1364 Seja, por exemplo, calcular o montante de R$ 8.000 a
Portanto, r = 1,1364 – 1 = 0,1364 = 13,64% juros compostos de 4% ao trimestre, durante 20 anos e
6 meses, sendo a capitalização semestral.
C = 8.000
EXERCÍCIO: r = 4% a t = 8% a. s.
i = 0,08
$100.000,00 foi emprestado para ser quitado por n = 20a e 6m
$150.000,00 ao final de um ano. Se a inflação no perío- n = 41 semestres
do foi de 20%, qual a taxa real do empréstimo? É fundamental, sempre a adaptação do tempo e taxa
RESPOSTA : 25% ao período de capitalização.
Cn = 8.000 (1 + 0,08) 41
TAXA APARENTE Como o limite da tabela é 24 períodos:
Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 + 17
Segundo Carlos Patrício Samanez1, “a taxa aparente Cn = 8.000 (1 + 0,08) 24 x (1 + 0,08) 17
(chamada nominal nas transações financeiras e co- Cn = 8.000 x 6,341180 x 3,700018
merciais) é aquela que vigora nas operações corren- Cn = 187.669,84
tes. Usaremos a expressão taxa aparente para diferen-
ciá-la da taxa nominal (taxa com mais de uma capitali- 03. n encontrado na tabela e i, fracionário, não encon-
zação por período referencial).” trado:
1
Nesse caso o fator de capitalização é calculado por
Carlos Patrício Samanez – Matemática Financeira – Makron
Books - página 189-190 interpolação linear, na própria tabela financeira.
r = 6,4 % a. t.
i = 0,0064
n = 1 ano
4 trimestres
Cn = 200.000 (1 + 0,064)4
01. Cálculo de C:
Dados:
Cn = 12.000;
r = 8% a. m;
n = 5m;
x = 0,019192 C = ? (cap. mensal)
0,019192 Cn = C (1 + i)n
1,262476 + 12.000 = C (1 + 0,08)5
1,281668 → (1 + 0,064)4
Cc = 200.000 x 1,281668 C=
Cn = 256.333,60
(1 + i)5 =
(1 + i)5 = 1,469330
Consultando a T.F.I. na linha correspondente a 5 perío-
dos, encontra-se o fator 1,469.329, cuja taxa é 8%. En-
tão: r = 8% a. m.
03. Cálculo de n:
Dados:
Cn = 12.000;
C = 8.166,99;
r = 8% a. m.;
n = ? (cap. mensal)
Cn = C (1 + i)n ( 1 + 0,08)n =
(1 + 0,08)n = 1,469330
Consultando a T.F.I. na coluna correspondente a 8%,
encontra-se o fator 1,469329, cujo número de períodos
é 5. Então n = 5 meses.
Cn = 39.629,48
Atualidades
235 Atualidades
ATUALIDADES
Internacional tante do Partido Democrata, Obama teve como concor-
rente John Maccain, do Partido Republicano. Seu vice foi
Globalização John ou Joe Biden, seu opositor teve como vice Sarah
Palin, a polêmica e hoje muito popular ex-governadora do
A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1945), o desen- estado do Alasca. Assim que tomou posse, Obama con-
volvimento capitalista acelerou-se progressivamente. O ge- seguiu a aprovação de um plano de intervenção econô-
ógrafo Milton Santos chamou este processo de aceleração mica para amenizar a grave crise financeira que atinge os
contemporânea. Outros identificam neste momento uma EUA. Em relação à política externa e interna, eis os princi-
Terceira Revolução Industrial com a espantosa expansão pais feitos:
dos setores de alta tecnologia, onde a ciência e a informa- - retirada dos soldados americanos no Iraque com pra-
ção são fundamentais para a reprodução do capital. zo até 2011;
Especialmente a partir da década de 1990, o processo - envio de mais 30 mil soldados para ao Afeganistão para
de globalização ficou cada vez mais em evidência. A glo- combater a guerrilha fundamentalista sunita Taleban;
balização constitui uma nova fase de expansão do capita- - desativar futuramente a prisão da base militar de
lismo financeiro e monopolista no espaço geográfico Guantánamo, onde prisioneiros acusados de terroris-
mundial. mo são mantidos sem julgamento adequado, consti-
Os principais agentes da globalização são as empresas tuindo desrespeito aos direitos humanos;
transnacionais, os grandes bancos internacionais, os - desistência de um Escudo Antimísseis que seria insta-
governos dos principais países desenvolvidos e emer- lado no Leste Europeu (Polônia e República Checa), o
gentes, as instituições internacionais (FMI, Banco Mundi- argumento de Bush era que o escudo era necessário
al, OMC, OCDE, entre outras) e os blocos econômicos para proteger a Europa da ameaça nuclear iraniana;
(União Europeia, NAFTA, APEC, Mercosul, entre outros). - melhora das relações com a Rússia devido ao can-
celamento do escudo antimísseis e proposta de um
Crise Financeira Internacional (2007-2010) novo plano de desarmamento nuclear a partir do
término do Start.
A crise econômica nos Estados Unidos, que atingiu o mun- - recebimento do prêmio Nobel da Paz em Oslo (Noruega);
do como um todo, teve início em 2007. A origem foi a inadim- - envio para o Congresso de plano para aumentar a
plência no setor imobiliário. Em 2001, o Federal Reserve regulação no sistema financeiro para prevenir novas
(FED: banco central dos EUA) reduziu a taxa de juros, vi- crises, proposta para limitar ganhos de executivos dos
sando baratear os empréstimos. Em 2003, o setor imobi- bancos e proposta de imposto sobre responsabilida-
liário norte-americano passou a se aproveitar dessa situa- de da crise financeira;
ção de juros baixos: a procura por imóveis e por emprésti- - envio para o Congresso de reforma na saúde com
mos para financiá-los cresceu aceleradamente. Principal- plano público mais barato para atender quase 50 mi-
mente a partir de 2007, essa realidade começou a mudar: lhões de americanos que não tem plano privado.
a alta na taxa de juros encareceu os empréstimos, afastou
investidores, elevou o número de inadimplentes, fez a oferta Estados Unidos: tentativa de atentado terrorista (2009)
superar a procura, desvalorizou os imóveis acarretando
uma forte crise no setor imobiliário. No dia 25 de dezembro de 2009, Umar Farouk Abdulmu-
tallab, de nacionalidade nigeriana, tentou detonar explo-
Muitos bancos e financeiras do país, envolvidos com finan- sivos durante um voo da Northwest Airlines entre Amster-
ciamentos da casa própria e com venda e compra de títu- dã (Holanda) e Detroit (EUA). A tragédia só não ocorreu
los do setor amargaram prejuízos, obrigando o governo, porque houve falha no momento da detonação da bomba
primeiro Bush, e agora Obama a tentar a aprovação de e o terrorista acabou sendo contido pelos passageiros.
pacotes econômicos, com ênfase na liberação de dinhei- Diante dessa nova tentativa de atentado, a segurança em
ro, para ser injetado no mercado. Essa ajuda financeira vários aeroportos, principalmente nos EUA, foi reforçada.
visa salvar bancos, financeiras, empresas e também a O episódio revelou a ineficiência dos EUA quanto aos
geração de empregos. Grandes grupos financeiros pedi- organismos de segurança e espionagem. Osama Bin
ram concordata, o banco Lehman Brothers, até então um Laden, em “suposta” mensagem para a mídia, assumiu
dos mais respeitados do país, foi a falência. A Fannie Mae a tentativa de atentado. O jovem nigeriano recebeu treina-
e Freddie Mac foram salvas pelo governo. A Merrill Lynch foi mento pelo grupo terrorista da Al Qaeda na Península
comprada pelo Bank of América e o Wachovia pelo Citi- Arábica, no Iêmen.
group. Em 2009, os EUA entraram em recessão econômi-
ca e a taxa de desemprego superou os 10% da PEA. Al- Conselho de Segurança da ONU: Brasil é membro rota-
guns setores tiveram modesta recuperação em 2010. tivo (2009/2010)
Estados Unidos: o governo de Barack Obama (2008/2009/ O Brasil foi eleito pela décima vez, membro rotativo do
2010) Conselho de Segurança da ONU. Esse conselho é
composto de 15 países, sendo 5 permanentes (Rús-
No dia 4 de novembro de 2008 foi eleito presidente dos sia, China, França, Reino Unido e EUA), com poder de
Estados Unidos, Barack Hussein Obama. Obama tem 47 veto e voto.
anos, sendo o primeiro presidente negro e o 44º presi- Além desses, estão os 10 rotativos, com poder apenas
dente dos EUA. de voto, sendo que cada membro permanece por apenas
Filho de um queniano, também chamado de Barack Oba- 2 anos, sendo substituído por um novo membro. O Brasil
ma e de uma norte-americana (branca), Ann Dunham, o recebeu 182 votos, de um total de 190 membros que
atual presidente dos EUA nasceu em 1961. Represen- participaram da votação. O cargo passou a ser ocupado
pelo Brasil em janeiro de 2010, substituindo a Costa Rica. - grande extensão territorial com expressiva quantidade
Vale ressaltar que o Conselho de Segurança tem por fi- e diversidade de recursos naturais;
nalidades a segurança mundial e autorizar intervenções - nações populosas e com mercados consumidores
militares como o envio de tropas de paz para países em emergentes (forte crescimento das classes médias e
conflito. Já há algum tempo, o G4 (Brasil, Alemanha, Índia redução da pobreza);
e Japão) almejam uma cadeira permanente no Conse- - grandes PIBs e economias diversificadas;
lho de Segurança da ONU. - graves problemas sociais e regionais internos;
- problemas políticos como altos níveis de corrupção e,
G8 no caso chinês, autoritarismo político.
A previsão é que em 2040, a soma do PIBs dos BRICs
O G8 (Grupo dos Oito) constitui um fórum que reúne os vão superar a soma dos PIBs das 6 maiores economias
sete países capitalistas desenvolvidos com maior PIB do desenvolvidas (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, Fran-
planeta, somados a um país emergente, a Rússia. O gru- ça e Itália). O sucesso da sigla na comunidade internaci-
po foi criado em 1975. O grupo realiza uma reunião anual onal fez com que os quadro países se aproximassem
dos presidentes e primeiros ministros para debater os dando origem a um fórum de cooperação diplomática e
rumos da economia mundial e questões geopolíticas. econômica BRIC, cuja primeira reunião de cúpula acon-
O grupo é integrado por Estados Unidos, Japão, Alema- teceu em Ecatenimburgo (Rússia) em 2009. Em 2010, a
nha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia. A Rús- sede é Brasília.
sia foi convidada a participar na década de 1990 em vista
de seu poderio geopolítico e militar. Nos últimos anos,
países emergentes são convidados a participar da reu-
nião. Estes países integram o G5, integrado por China,
Índia, Brasil, México e África do Sul. Em 2009, a reunião
de cúpula aconteceu em L’Áquila, Itália.
comerciais e diplomáticas em diversas frentes: Ásia Central, O G20 reivindica a maior abertura dos mercados dos pa-
América Latina e África. No continente africano, fechou íses desenvolvidos para a entrada de produtos do agro-
acordos comerciais com a maioria dos países. negócio provenientes dos países subdesenvolvidos e
Apesar de ter sido afetada pela crise mundial, em 2009, a emergentes. Os países desenvolvidos relutam em abrir
economia cresceu 8,7%, mesmo com a queda nas seus mercados, fazendo ofertas pouco expressivas. O
exportações, um resultado surpreendente. Assim, a G20 é contrário ao protecionismo e subsídios que bene-
China, que já é a 2ª maior economia do mundo (PIB-PPC- ficiam os agricultores dos países ricos.
paridade de poder de compra), em 2010 torna-se também Por sua vez, os Estados Unidos e países da União Euro-
a 2ª economia do mundo com PIB em dólares. Um fator peia reivindicam que os países emergentes e periféricos
que muito contribuiu para que a China superasse os abram mais seus mercados para produtos industrializa-
efeitos da crise mundial foi o pacote elaborado pelo dos e serviços vindos os países desenvolvidos. O resul-
governo, estimulando investimentos de infraestrutura e tado tem sido o impasse nas negociações, visto que
de crescimento do mercado interno. Apesar da ambos os lados cedem pouco.
prosperidade econômica que o país vem apresentando,
há mais de uma década, o governo reconhece que o país OMC autoriza Brasil a retaliar os EUA devido a produção
ainda enfrenta dificuldades a serem superadas, como de algodão (2010)
por exemplo, o aumento da desigualdade social e a forte
degradação do meio ambiente. A Organização Mundial do Comércio (OMC) autorizou o
O país é potência econômica, financeira e com fortes Brasil a impor retaliações sobre o governo americano em
investimentos no campo aeroespacial, militar e nuclear. resposta aos subsídios ilegais que a Casa Branca distribui
No campo aeroespacial, os chineses já detém tecnologia aos produtos de algodão. Mas o órgão frustra o Brasil no
de satélites de sensoriamento remoto (CBERS em valor da retaliação contra os Estados Unidos. Dados
parceria com o Brasil), já enviaram uma missão tripulada preliminares da decisão da entidade apontam que o Brasil
ao espaço e tem planos para aportar na Lua. teria o direito de retaliar os EUA em cerca de US$ 300
milhões, valor muito inferior aos US$ 2,5 bilhões pleiteados
Uma das principais críticas à China é o regime autoritário pelo Brasil. O valor variaria, dependendo do ano, e estaria
e de partido único. O país reprime opositores e censura ligado ao volume de subsídios que os Estados Unidos
os meios de comunicação. A Internet é o alvo nos últimos
dariam ao algodão em cada ano. Pelos cálculos
anos, uma vez que a China tornou-se o país com maior
preliminares o valor da retaliação não chegaria nem US$ 1
número de usuários de internet do mundo. Em 2010, o
bilhão em nenhum dos anos. Os americanos indicaram
Google sofreu um ataque de hackers chineses,
que somente aceitariam ser retaliados em 1,5% do valor
desagradando os EUA. A empresa ameaçou cancelar
suas atividades no país. A China também tem reprimido pedido para o Brasil. Mesmo assim, a retaliação autorizada
suas minorias étnicas. Em 2008, houve repressão contra pela OMC é a segunda maior já dada pela entidade a um
manifestações de monges do Tibete e a China considera país. A maior retaliação também havia sido contra os EUA.
o Dalai Lama, um “líder separatista”. Em 2009, A OMC atende parcialmente o pedido brasileiro e autorizou
aconteceram graves conflitos étnicos entre chineses han que, em certas circunstâncias, retaliações fossem
e os uigures (muçulmanos) em Urumqi, capital da aplicadas sobre patentes de produtos americanos. Essa
província de Xinjiang. A China também classifica os é a primeira vez que a OMC autoriza tais medidas para o
líderes da minoria uigur, a exemplo de Rediya Kadeer (no Brasil. Mas para que a retaliação em patentes entre em
exílio), como “terroristas e separatistas”. vigor, um determinado nível de retaliação precisa ser
atingido. Se o valor da sanção em um ano for acima de um
OMC, Rodada de Doha e G20 (subdesenvolvidos e certo montante, o Brasil então teria o direito de suspender
emergentes) patentes. A disputa entre Brasil e Estados Unidos já dura
sete anos e apesar de várias condenações, o governo
Na década de 2000, a OMC (sede em Genebra, Suíça) americano jamais cumpriu a determinação da OMC de
organizou diversas cúpulas de países no intuito de retirar os subsídios ilegais ao algodão. O governo brasileiro
destravar o comércio mundial. Porém, prevaleceram as ameaçou aumentar a tarifa de importação de vários
divergências. Alguns países não aceitam abrir mais os produtos provenientes dos EUA e espera uma negociação
seus mercados internos para mercadorias importadas, com os norte-americanos para resolver o impasse.
ou seja, praticam o protecionismo com a finalidade de
proteger os produtores nacionais. Mercosul
A maior negociação comercial em curso na OMC é a
Rodada Doha, iniciada em 2001 em Doha, capital do Catar,
país do Golfo Pérsico. Ao longo das negociações
formaram-se dois grupos de países. De um lado, os
Estados Unidos e a União Europeia. Do outro, o G20, um
grupo de países subdesenvolvidos, incluindo os
principais emergentes.
O G20 é um grupo de países subdesenvolvidos, incluindo
os principais emergentes, fundado no ano de 2003 numa
reunião da Rodada de Doha, em Cancún, no México. O
G20 é formado por 24 países e cuja liderança cabe à
Índia e ao Brasil. Os demais países membros são: Com a democratização da maioria dos países da Améri-
Filipinas, China, Indonésia, Paquistão, Tailândia, África ca Latina, as possibilidades de integração renasceram
do Sul, Egito, Tanzânia, Zimbábue, Nigéria, Turquia, na década de 1990. Na América do Sul, foi criado o Mer-
República Checa, Hungria, Argentina, Bolívia, Chile, cosul (Mercado Comum do Sul) através da assinatura
Paraguai, Uruguai, Venezuela, México, Guatemala e Cuba. do Tratado de Assunção em 1991.
O bloco é integrado por quatro membros plenos: Brasil, medidas para aprofundar sua interdependência no cam-
Argentina, Uruguai e Paraguai. O Chile, Bolívia, Peru, po econômico e financeiro. Com a assinatura do Tratado
Venezuela, Equador e Colômbia são membros associa- de Maastricht (1992), os países sócios comprometeram-
dos, isto é, fizeram acordos comerciais com o Mercosul, se a padronizar seus indicadores econômicos internos
no entanto, não apresentam o mesmo grau de integra- com a finalidade de viabilizar uma futura unificação mo-
ção atingido pelos membros plenos. A Venezuela é can- netária. O ajuste econômico foi rigoroso e visava reduzir
didata a membro pleno, mas precisa da aprovação dos as taxas de inflação, as taxas de juros, controlar as flutu-
parlamentos dos 4 atuais membros plenos. A câmara e ações cambiais e os déficits públicos. O bloco também
o senado brasileiros aprovaram a entrada da Venezuela passou a denominar-se UE (União Europeia). Em 1995, o
em 2009, assim como o Uruguai e a Argentina. Portanto, bloco contou com a adesão da Áustria, Suécia e Finlân-
resta apenas o Paraguai. dia. A unificação monetária avançou com a criação de um
A criação do Mercosul intensificou as relações comerci- Banco Central para a União Europeia em Frankfurt, Ale-
ais entre os países sócios a partir da década de 1990. Na manha, em 1998.
atualidade, a maior parte das mercadorias circula sem Em 2004, aconteceu a primeira grande expansão da
tarifas de importação. O Mercosul pode ser considerado União Europeia em direção ao Leste Europeu e ao Medi-
uma união aduaneira parcial, seu mecanismo é a TEC terrâneo. Entraram dez novos integrantes: Estônia, Letô-
(Tarifa Externa Comum) adotada pelos membros plenos. nia, Lituânia, Polônia, República Checa, Eslováquia, Hun-
Os principais problemas do Mercosul são: gria, Eslovênia, Malta e Chipre. Em 2007, ingressaram a
- as divergências comerciais entre os membros, a exem- Bulgária e a Romênia. Alguns analistas afirmam que o
plo dos frequentes conflitos comerciais entre o Brasil ingresso dos países do Leste Europeu poderia facilitar
e a Argentina; ainda mais a entrada de trabalhadores do leste nos paí-
- a assimetria econômica entre os membros, uma vez ses da Europa Ocidental. Haveria um aumento da con-
que o Brasil apresenta um PIB muito maior em rela- corrência com a mão-de-obra local e um eventual rebai-
ção aos outros sócios; xamento dos salários nos países mais avançados. O
- as eventuais crises financeiras e políticas nos países deslocamento de empresas rumo ao leste em busca de
sócios. mão-de-obra barata e incentivos fiscais, poderia elevar o
desemprego em países como a França e Alemanha.
A integração econômica também requer investimentos
em infraestrutura que integrem os países. Ao longo de Entre os atuais candidatos a ingressar na União Euro-
décadas, pouco foi feito para integrar o Brasil com os peia estão a Macedônia, Croácia, Montenegro e Turquia.
países andinos e platinos. Desse modo, a construção de No entanto, existe grande resistência à entrada da Tur-
rodovias, pontes e ferrovias é fundamental. Um dos prin- quia no bloco. Os principais motivos são:
cipais exemplos é a construção da rodovia Transoceâni- - problemas econômicos e financeiros do país, a exem-
ca entre o Brasil (a partir do AC) e o Peru passando por plo da alta taxa de juros;
trechos da Amazônia, Andes e atingindo o litoral do Pací- - preconceito contra um país cuja maioria da população
fico. A obra vai permitir que produtos brasileiros cheguem é muçulmana, apesar do país ter um governo laico;
até portos peruanos no Pacífico de modo a facilitar o co- - temor da facilitação da entrada de grupos fundamen-
mércio com os países andinos e com os países da Oce- talistas e terroristas islâmicos no bloco através do ter-
ania e Ásia. Por sua vez, aumentará o fluxo de mercadori- ritório turco;
as peruanas para o mercado brasileiro. - as relações tensas da Turquia com o Chipre, país que
aderiu à União Europeia, e que internamente é dividi-
União Europeia do entre duas etnias rivais, grega e turca;
- o desrespeito aos direitos humanos (repressão políti-
Dado o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ca, problemas no sistema prisional e repressão à mi-
os países da Europa Ocidental, muitos arruinados pelo noria curda).
conflito, começaram a se organizar para minimizar a de- A moeda única, o euro, foi implantada de modo gradual a
pendência econômica perante os EUA. Na Europa, a partir de 1999, convivendo com as moedas de cerca de
primeira experiência de cooperação econômica foi o BE- onze países inicialmente. A partir de 2002, as moedas
NELUX em 1948, integrando Bélgica, Holanda e Luxem- locais de cada país foram eliminadas e o euro tornou-se
burgo. Com a assinatura do Tratado de Paris em 1951, a moeda única.
foi criada a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Os países da União Europeia onde o euro substituiu as
Aço), instituição que estimulou a livre circulação de maté- moedas locais integram a zona do euro: Alemanha, Fran-
rias-primas e mercadorias vinculadas à indústria side- ça, Itália, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Espanha,
rúrgica, tais como carvão mineral, minério de ferro e aço. Portugal, Grécia, Áustria, Finlândia, Irlanda, Eslovênia,
A CECA era integrada por Bélgica, Países Baixos, Luxem- Chipre e Malta.
burgo, Alemanha Ocidental, França e Itália.
Países desenvolvidos como Reino Unido, Dinamarca e
Com o sucesso da CECA, a iniciativa seguinte foi de es- Suécia não aderiram ao euro. A resistência à moeda úni-
tender a cooperação para outros setores. Nesse intuito, ca em alguns países dá-se por motivação econômica e
foi assinado o Tratado de Roma (1957) que fundou a CEE até por nacionalismo, uma vez que a moeda é um impor-
(Comunidade Econômica Europeia). No início, eram seis tante símbolo da únidade nacional.
países: Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Ho-
landa e Luxemburgo. Cabe salientar que o processo de adesão de um país à
União Europeia ou a adoção do euro é democrático. Isto
Em 1973, a CEE foi ampliada, com a adesão de três é, passa por plebiscito popular e aprovação dos parla-
novos sócios: Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. mentos de cada país. Alguns países ricos da Europa Oci-
Na década de 1980, entraram a Grécia (1981), Espanha dental rejeitaram até a adesão à União Europeia, é o
e Portugal (1986). Na década de 1990, o bloco dá início a caso da Islândia, Suíça e Noruega.
A sede executiva da União Europeia está localizada em Entretanto, é necessário ser portador de um documento
Bruxelas, capital da Bélgica. O funcionamento da União legal como, por exemplo, o bilhete de identidade. Al-
Europeia depende de várias instituições e tratados: guns países do bloco e outros europeus aguardam
- Parlamento Europeu. Assembleia parlamentar eleita implementação: Bulgária, Romênia, Chipre, Islândia,
pelo voto direto pelos cidadãos da União Europeia com Noruega, Suíça e Liechenstein.
sede em Estrasburgo, França. - Tratado de Nice. Foi acertado em 2000 e entrou em
- Conselho da União Europeia. Principal órgão legislati- vigor em 2003. Seu objetivo foi definir as regras de
vo e de tomada de decisão na União Europeia. Repre- adaptação das instituições europeias para a inclusão
senta os governos dos estados-membros. dos novos membros a partir de 2004.
- Comissão Europeia. Instituição que representa e de- - Tratado de Lisboa. Foi firmado em 2007 e também é
fende os interesses da União como um todo através denominado de “tratado reformador da constituição
de propostas de legislação, ações e é responsável europeia”. O bloco passa a ter um alto representante
pela execução das decisões do parlamento europeu. para a política exterior, um presidente e haverá um for-
É o órgão com poder executivo. talecimento dos parlamentos. Em 2009, a Irlanda che-
- Acordo de Schengen. Firmado em 1985. O objetivo gou a rejeitar o tratado por plebiscito, mas o problema
foi criar o “espaço Schengen” que permite a livre cir- foi superado. O Tratado de Lisboa entrou em vigor em
culação de pessoas dentro dos países signatários, 2010 com a aprovação dos parlamentos dos países-
sem a necessidade de apresentação de passaporte membros.
nas fronteiras.
PIIGS (Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha) não cas. Com déficit fiscal elevado, de 11,4%, o país tem sal-
estão no mesmo atoleiro, mas Grécia dita rumo do gru- do negativo em conta corrente menos intenso, de 6,1%, e
po (2010) a dívida pública está hoje em 55% do PIB, bem abaixo do
que na Grécia (113%).
Os Piigs não estão todos no mesmo atoleiro, mas o des- Quem surpreendeu positivamente os analistas foi a Itá-
fecho do caso da Grécia deve ditar a extensão do contágio lia. “O país está se comportando relativamente bem na
no grupo. Analistas na Europa diferenciam a situação eco- crise, com maior eficiência do setor público e é um dos
nômica de cada integrante, já que Grécia e Portugal en- poucos da zona do euro com superávit primário”, afirmou
frentam problemas mais delicados do que Irlanda, Itália e Ana, do Itaú Europa. Para Annunziata, do UniCredit, o acrô-
Espanha. Fica, no entanto, o alerta de que uma possível nimo deveria se resumir a Pigs e excluir a Itália, hoje em
contaminação da turbulência traria novo freio para a ain- posição mais forte pela combinação de poupança inter-
da frágil recuperação europeia. na e administração fiscal mais prudente.
No olho do furacão, a Grécia passa atualmente pela mai- A recente turbulência em membros da zona do euro já traz
or dificuldade do bloco. Há ceticismo sobre a implanta- questionamentos sobre o desempenho econômico da
ção do plano de contenção aprovado nesta semana pela região, que ainda engatinha após a forte crise financeira.
União Europeia.
“Agora que os mercados estão ditando a velocidade do
Os especialistas reclamam da falta de detalhes da pro- aperto fiscal, há um grande risco de que os ajustes em-
posta do governo grego, que se comprometeu a reduzir o purrem os países de volta à recessão”, avalia Annunzia-
déficit dos atuais 12,7% para 3% em 2012. Conforme cál- ta. Para o Goldman Sachs, se o contágio da Grécia se
culos do Goldman Sachs, a necessidade de financiamen- infiltrar em outros países, entre 20% e 30% do PIB da
to da Grécia neste ano é de 55 bilhões de euros, sendo a região estará sob forte estresse.
metade até maio, incluindo 17 bilhões de euros de amor-
tização de dívidas de longo prazo. IDH
Prevalece a avaliação de que o país acabará precisando
de ajuda externa para resolver seus problemas. Para o O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) foi criado
economista-chefe para a Europa do Goldman Sachs, Erik em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq.
Nielsen, a maior probabilidade é de que o suporte venha Desde 1993, o PNUD (Programa das Nações Unidas
de empréstimos bilaterais de outros membros da zona para o Desenvolvimento) utiliza o IDH como principal in-
do euro. “O envolvimento do Fundo Monetário Internacio- dicador comparativo de qualidade de vida entre os paí-
nal (FMI) não pode ser descartado, mas as chances dis- ses. O índice também pode ser utilizado em outras esca-
so acontecer continuam baixas.” las geográficas, a exemplo de estados e municípios. Eis
O fato é que do destino da Grécia depende o sentimento os indicadores componentes do IDH:
para o restante do grupo, formado por países que obtive- - Renda per capita (PIB-PPC pela população absoluta);
ram crescimento econômico forte nos últimos anos, esti- - Expectativa de vida ou longevidade (em anos);
mulados pelo crédito farto e barato na União Europeia. - Alfabetização (população alfabetizada acima de 15
Aliás, o acrônimo Piigs pegou e já não há mais constran- anos de idade) e Taxa de matrícula (taxa de matrícula
gimento em usá-lo. O economista-chefe do UniCredit, bruta nos três níveis de ensino — relação entre a popu-
Marco Annunziata, acredita que, quanto mais a solução lação em idade escolar e o número de pessoas matri-
se parecer com um resgate, menos provável fica o contá- culadas no ensino fundamental, médio e superior).
gio na região. “Quanto mais a Grécia tiver de sair da crise O índice varia entre 0 e 1, quanto mais próximo de 1,
com as suas próprias pernas, mas os investidores se melhor o nível de desenvolvimento humano. Observe a
perguntarão quem conseguirá superar a crise sozinho. seguir, a classificação do IDH:
Todos os Piigs acumulam déficits fiscais e de conta cor- IDH muito elevado (índice de 0,900 até 1). Neste grupo se
rente. No entanto, Grécia e Portugal registram as piores encontram todos os países desenvolvidos, a exemplo da
combinações. O buraco fiscal grego é o mais elevado do Islândia, França, Canadá, Austrália, Japão e EUA. Tam-
grupo, de 12,7% do PIB, com déficit em conta corrente de bém entram alguns países emergentes como Coreia do
11,9%. Em Portugal, os números são de 9,3% e 10,1%, Sul, Cingapura, República Checa e alguns exportadores
respectivamente, conforme levantamento do Goldman Sa- de petróleo como os Emirados Árabes Unidos. No IDH
chs. “A dívida interna é mais fácil de financiar, mas esses 2009, a Noruega ficou na 1ª posição com nota 0,971.
países têm problemas também no lado externo”, disse a
chefe de pesquisas do Itaú Europa, Ana Esteves. Portugal IDH elevado (entre 0,8 e 0,899). Neste grupo, encontra-
já apresentou um orçamento, que prevê inclusive a taxa- se a maioria dos países subdesenvolvidos emergentes
ção dos bônus de executivos em 50%, como fez o Reino e alguns exportadores de commodities. São exemplos:
Unido. Mas analistas acreditam que novas iniciativas para Colômbia, Rússia, Malásia e Turquia. Nos anos 2000, o
conter gastos e elevar receitas serão necessárias. Brasil melhorou sua classificação de IDH médio para
IDH elevado, entretanto, no ranquing está atrás de na-
A Irlanda possui um rombo orçamentário de 11,6%, mas ções mais pobres do ponto de vista econômico, a exem-
o déficit em transações correntes é bem menor, de 3%. plo de países latino-americanos e caribenhos como: Ar-
Além disso, o país anunciou um ajuste bastante dolorido, gentina, Chile, Uruguai, Venezuela, Cuba, Costa Rica e
inclusive com corte na folha de pagamento do funciona- México. O Brasil ficou na 75ª posição com nota 0,813.
lismo público, que convenceu os investidores. O próprio
presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Tri- IDH médio (entre 0,500 e 0,799). Entre os países com IDH
chet, vem elogiando publicamente a Irlanda pelas medi- médio estão países subdesenvolvidos, alguns deles emer-
das tomadas. Apesar das dificuldades, também existe gentes: China, Índia, África do Sul, Angola, Bolívia, Indoné-
maior confiança nos planos da Espanha, que apresentou sia, Irã e Territórios Palestinos (Gaza e Cisjordânia).
recentemente proposta para melhorar as finanças públi-
Ainda assim, a situação continua tensa no Afeganistão. A O Irã também investe no setor aeroespacial com o lança-
milícia Talebam, ligada à Al Qaeda, promove atentados mento de foguetes e satélites. Em 2010, houve o lança-
contra a OTAN e o atual governo afegão. Em 2010, chega- mento de um modelo avançado de seu foguete Kavosh-
ram a atacar a capital, Cabul. O presidente afegão é Hamid gar (Explorador), equipado com uma cápsula especial na
Karzai, reeleito após a desistência do candidato de oposi- qual viajam seres vivos.
ção, Abdulah Abdulah no segundo turno das eleições pre-
sidenciais. Abdulah tinha denunciado fraudes eleitorais. Coreia do Norte: o novo teste nuclear (2009)
em reunião em Caracas (Venezuela), anunciou o presi- um fortalecimento do Partido Socialista Unido da Vene-
dente do México, Felipe Calderón. zuela (PSUV), fundado por Chavez. Em 2010, vão aconte-
cer eleições parlamentares em meio a uma queda de
O grupo, considerado uma versão B da OEA (Organização
popularidade do presidente devido a crise econômica e
dos Estados Americanos), “deverá, prioritariamente, im-
política em curso.
pulsionar a integração regional com o objetivo de promo-
ver nosso desenvolvimento sustentável, de impulsionar a Entre 2009 e 2010, a Venezuela tem atravessado várias
agenda regional em fóruns globais, e de ter um posiciona- crises, cujas causas são:
mento melhor frente aos acontecimentos relevantes mun- - crise no abastecimento de água e energia. A seca no país
diais”, disse Calderón ao ler parte da declaração final. reduziu a capacidade das hidrelétricas, principalmente a
Calderón inclui ainda na lista de tarefas do novo grupo de Guri, que responde por 70% da energia, a oposição
defender os direitos humanos e a democracia e ampliar a acusa Chavez de não ter investido em termelétricas que
cooperação entre a América Latina e os países do Caribe. poderiam utilizar petróleo e gás natural;
A criação do novo bloco “é de transcendência histórica”, - aumento da inflação;
completou o presidente cubano, Raúl Castro, durante a - Congresso também aprovou uma polêmica lei de dou-
sua participação na Calc (Cúpula da Unidade da América trinação socialista nas escolas, gerando resistências
Latina e Caribe). “Cuba considera que estão dadas as entre lideranças estudantis e muitos professores;
condições para se avançar com rapidez na constituição - tensão com os meios de comunicação. O governo não
de uma organização regional puramente latino-america- renovou a concessão de várias emissoras de rádio e
na e caribenha”. O grupo foi criado para que a região de televisão. Um dos alvos é a RCTV (Rádio Caracas
tenha uma voz uníssona nos fóruns multilaterais. O mai- Televisão), banida a TV aberta em 2007 e ameaçada
or apoio à iniciativa vem dos presidentes de esquerda da na TV a cabo);
região, como o venezuelano Hugo Chávez e o boliviano - crescente tensão com a Colômbia, país governado
pelo presidente de direita Álvaro Uribe, que fez um acor-
Evo Morales, que defendem o novo organismo como uma
do na qual os EUA poderão utilizar 6 bases militares
opção ao “imperialismo” dos Estados Unidos.
colombianas. Nas reuniões da UNASUL (União das
A ideia é que o novo organismo reúna o Grupo do Rio e a Nações Sul Americanas), várias países sul america-
Comunidade do Caribe (Caricom), funcionando paralela- nos criticaram o acordo. Em 2009, garimpeiros colom-
mente à OEA, criticada no seu papel de guardiã da demo- bianos e brasileiros foram presos pelo governo vene-
cracia regional depois dos seus infrutíferos esforços para zuelano na região de fronteira com a Colômbia.
reverter o golpe de Estado de junho de 2009 em Honduras.
Aos olhos dos especialistas, a OEA não conseguiu por com- Bolívia: nova Constituição e reeleição de Morales (2009)
pleto integrar uma região dividida entre esquerda e direita.
Cuba se nega a reintegrar o organismo, depois de uma Em 2009, a nova Carta Constitucional boliviana é compos-
suspensão de quase meio século por pressões dos EUA. ta por 411 artigos, dos quais mais de 80 tratam das ques-
tões indígenas. O país conta com 36 povos originários,
Um total de 25 chefes de Estado e de governo participam
isto é, aqueles que já se encontravam no território, antes
da cúpula, com sete chanceleres. Honduras, que estava
da chegada dos espanhóis. As comunidades indígenas
na lista de 33 países que deveriam participar do encon- passam a ter, cada uma, seu próprio tribunal, com juízes
tro, foi excluído por estar suspenso da OEA (Organização eleitos pelos moradores; esse artigo estabelece a equiva-
dos Estados Americanos) desde o golpe de Estado de lência entre a justiça tradicional indígena. Também ficou
junho de 2009 que tirou Manuel Zelaya do poder. determinado, em outro artigo, que os povos indígenas pas-
Segundo o presidente mexicano, o nome Comunidade de sarão a ter direito de propriedade exclusiva sobre os recur-
Estados Latino-americanos e Caribenhos ainda não é sos florestais, hídricos e da terra em suas comunidades.
definitivo e deve ser definido ao longo do processo de cons- No que diz respeito à política, a nova Constituição estabe-
tituição que começou nesta terça-feira e deve culminar com lece o direito de reeleição presidencial. Em 2009, Evo
as reuniões na Venezuela, em 2011, e no Chile, em 2012. Morales foi reeleito presidente. Quanto aos recursos na-
“Me parece que, como disse Raúl Castro, que o nome não turais passaram a ser propriedade dos bolivianos, e sua
tem que ser o primordial”, disse Calderón, ao afirmar que exploração administrada pelo Estado, levando-se em
nos próximos encontros da Calc e do Grupo do Rio talvez conta o interesse público. O gás natural e os recursos
surja uma opção definitiva. Calderón explicou ainda que, hídricos não podem ser privatizados, estes só podem ser
enquanto os trâmites para a criação não sejam concluí- explorados pelo Estado.
dos, a Calc e o Grupo do Rio manterão suas agendas,
métodos de trabalho, práticas e procedimentos “a fim de Argentina: Cristina Kirchner e a crise política (2009-2010)
assegurar o cumprimento de seus mandatos”.
A presidente Cristina Kirchner foi derrotada nas eleições
Venezuela: governo Chavez, crise econômica e política legislativas, ocorridas em junho de 2009. O partido gover-
(2009-2010) nista liderado por Nestor Kirchner sofreu dura derrota, o
que poderá deixá-lo fora da corrida presidencial de 2011.
O referendo realizado na Venezuela, em fevereiro de A crise econômica que assola o país e o desgaste de
2009 deu a vitória ao “sim”, que recebeu 54,36% dos Cristina, no confronto recente com agricultores na tentati-
votos, contra os 45,63% dados ao “não”. Com isso, foi va de aumentar impostos (2008) foram decisivos para a
aprovada a emenda constitucional que elimina a limi- derrota do partido peronista.
tação de uma só reeleição para cargos eletivos, entre Em 2009, a Receita Federal invadiu o grupo de mídia O
eles o de presidente. Clarín, de tinha divulgado informações sobre o
Assim, Hugo Chavez poderá participar das eleições pre- enriquecimento do casal Kirchner. O episódio foi considerado
sidenciais de 2012. Nas eleições regionais realizadas uma medida de intimidação dos meios de comunicação.
em 2008, os candidatos pró-Chavez venceram 17 das 22
disputas de governos estaduais. Naquele período, houve
Em 2010, houve outra crise devido a tentativa de demis- Localizado na zona de convergência entre as placas tec-
são do presidente do Banco Central, Martín Redrado, que tônicas de Nazca e da América do Sul, o Chile, foi abalado
não desejava usar recursos das reservas do país para o por um violento de terremoto de 8,8º na escala Richter em
pagamento de dívidas. O presidente do BC argentino foi área recoberta pelo mar. O tremor causou graves danos à
reintegrado ao cargo pela justiça. Pressionado, Redrado infraestrutura e fez centenas de mortos. Um tsunami atin-
renunciou, sendo substituído por Mercedes Marcó del giu o litoral do país, fez muitas vítimas, e depois propa-
Pont. A nova presidente do Banco Central argentino, afir- gou-se pelo Oceano Pacífico.
mou que levará adiante políticas monetárias razoáveis e A porção central do país foi a mais atingida. Um prédio de
estabilizadoras, e também colaborará com um aprofun- 15 andares desmoronou e deixou mais de 100 pessoas
damento do modelo econômico do governo. sob os escombros em Concepción, a maior cidade mais
próxima do epicentro do tremor e que possui cerca de
Argentina X Reino Unido: Malvinas (2010) 670 mil habitantes. Carros foram virados e soterrados
por uma ponte que caiu na capital Santiago. Linhas de
As ilhas Malvinas foram colonizadas pelos britânicos em telefonia e de energia caíram, tornando difícil identificar o
1833, que as chamam de Falklands. Desde então, a Argen- tamanho do estrago e das perdas de vidas causados
tina reivindica as ilhas. Em 1982, a ditadura militar argentina pelo terremoto.
tentou reaver as ilhas, mas foi derrotada militarmente pelo
A capital Santiago, a cerca de 320 quilômetros do epicen-
Reino Unido, no episódio da “Guerra das Malvinas”.
tro, foi atingida duramente pelo sismo. O aeroporto inter-
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou a nacional ficou fechado por pelo menos 24 horas uma vez
petrolífera inglesa Desire Petroleum de violar resoluções que o terremoto destruiu calçadas e quebrou vidros de
da Organização das Nações Unidas (ONU) durante dis- portas e janelas. O metrô da capital foi fechado e os trans-
curso na cúpula dos presidentes dos países da América portes ficaram limitados por causa das centenas de ôni-
Latina e Caribe, em Cancún (México). A presidente reite- bus que ficaram presos devido a uma ponte que foi dani-
rou que a Argentina vai insistir em sua reivindicação pela ficada pelo tremor. Em várias cidades aconteceram sa-
soberania sobre as Ilhas Malvinas. ques. O país recebeu ajuda principalmente dos países
latino-americanos. O presidente Lula e a secretária de
Segundo o jornal Clarín, diferentemente de declarações
Estado dos EUA, Hilary Clinton, visitaram o país.
anteriores, o texto vai especificar que a disputa sobre a
soberania, envolvendo, além das Malvinas, duas outras
Uruguai: ex-guerrilheiro José Mujica é eleito presidente
ilhas governadas pelo Reino Unido, Geórgia do Sul e San-
(2010)
dwich, inclui “os espaços marítimos circundantes”. Para a
diplomacia argentina, esse detalhe é fundamental porque
O ex-guerrilheiro e ex-ministro de Agropecuária José
se refere à área que começou a ser explorada pela Desire
“Pepe” Mujica, de 74 anos, foi eleito presidente do Uru-
Petroleum. Outro gesto importante, segundo a chancelaria
guai. No discurso da vitória, em Montevidéu, Mujica de-
argentina, é que os países do Caribe, que já foram colôni-
fendeu a “unidade” do país. Ele agradeceu ao atual presi-
as britânicas, também estariam dispostos a assinar o
dente Tabaré Vázquez, do qual foi ministro, e que registra
documento de protesto contra o avanço do Reino Unido na
altos índices de apoio popular. “Obrigado, Tabaré, porque
exploração de petróleo nas águas das Malvinas.
ganhamos pela honra deste governo”.
Pouco antes do discurso de Mujica, o candidato da oposi-
Chile: o novo presidente (2010)
ção, Lacalle, reconheceu a derrota e pediu a seus apoia-
dores “respeito” aos resultados. “Queremos parabenizar o
Depois de manter a hegemonia política de 20 anos, a
senhor Mujica.” “Temos que festejar esta demonstração
coalizão de centro-esquerda Concertación foi derrota-
de respeito e tolerância que vivemos aqui no Uruguai”.
da nas eleições presidenciais de 17/01/2010, apesar
Mujica é o primeiro ex-guerrilheiro de esquerda a chegar à
da popularidade da presidente Michelle Bachellet. O
presidência do Uruguai. Ele foi do grupo guerrilheiro MNL-
empresário e candidato de direita, Miguel Juan Se-
Tupamaros e ficou preso durante 14 anos, antes e durante
bastián Piñera, venceu as eleições presidenciais chi-
o regime militar no país (1973-1985). Ele vai liderar o se-
lenas com 51,61% dos votos. A vitória de Piñera re-
gundo governo da Frente Ampla, que chegou ao poder em
presentou o retorno da direita ao poder, via democrá-
2004, na eleição de Tabaré Vázquez, após 167 anos de
tica, após 52 anos. Piñera venceu o candidato gover-
alternância entre os Partidos Blanco e Colorado. Mujica e
nista Eduardo Frei, que conquistou 48,38% dos votos.
Astori. A posse é em março de 2010.
Chile: terremoto (2010)
Suriname: garimpeiros brasileiros são atacados (2009)
Honduras: presidente Manuel Zelaya é deposto (2009) Preso desde março de 2003, realizou uma prolongada
greve de fome, em protesto pelas condições carcerári-
Manuel Zelaya foi deposto da presidência de Honduras as, que deterioraram sua saúde, afirmava.
por um golpe envolvendo o Judiciário, o Congresso Naci- Segundo a CCDHRN ele é o primeiro preso político cuba-
onal e executado por um grupo de militares. Os golpistas no a morrer na prisão desde a década de 70. Zapata, um
expulsaram Zelaya para a Costa Rica e, em seu lugar dos 65 cubanos considerados presos de consciência
assumiu o presidente interino Roberto Micheletti, presi- pela Anistia Internacional, havia sido inicialmente seten-
dente do Parlamento e pertencente ao mesmo partido ciado a três anos de prisão, mas sucessivas condena-
que Zelaya, o Partido Liberal (PL). ções, por outros motivos, elevaram a pena a mais de 25
O motivo alegado para o golpe foi a proposta de Zelaya de anos, disseram fontes da dissidência. O Governo cuba-
uma consulta popular sobre uma reforma constitucional, no não reconhece a existência de presos políticos no
permitindo a reeleição presidencial, declarada ilegal e país - uns 200, segundo a dissidência - pois os conside-
inconstitucional pelo Parlamento e pela Suprema Corte. A ra “mercenários” a serviço dos Estados Unidos. O presi-
elite hondurenha enveredou pelo golpe para conter o pro- dente Lula, que visitou Cuba no período da morte de Za-
cesso de “esquerdização” do país, que tinha se aproxi- pata, foi criticado por se manifestar de maneira “tímida”
mado da Venezuela e entrado na ALBA (Alternativa Boliva- em relação a violação de direitos humanos em Cuba.
riana para as Américas).
O golpe contra Zelaya foi fortemente criticado pelos Angola: atentado da FLEC atinge seleção de futebol do
go-ver-nan-tes de países americanos, pela OEA (Organi- Togo (2010)
zação dos Estados Americanos) e pela ONU. Mesmo as-
sim, não se conseguiu reverter a situação. Zelaya retor- O ônibus que transportava a seleção do Togo, que partici-
nou para Honduras e recebeu abrigo na embaixada do paria da Copa Africana de Nações foi atacado na fronteira
Brasil. Porém, o Congresso hondurenho impediu seu do Congo com Angola. O primeiro a assumir a autoria do
retorno ao poder. Em novembro de 2009, ocorreram elei- atentado foi Rodrigues Mingas, líder das Forças de Liber-
ções e Porfírio Lobo (de direita) foi eleito o novo presiden- tação do Estado de Cabina - Posição Militar (Flec-PM). No
te de Honduras. dia 12/01/10, outro grupo separatista, a Frente de Liber-
tação do Enclave de Cabina – Forças Armadas de Cabi-
na (Flec-Fac), assumiu a autoria do atentado, dizendo
Haiti: terremoto causa tragédia (2010) que o objetivo era atingir policiais angolanos que escolta-
vam o comboio da seleção de futebol do Togo. No atenta-
Um terremoto de grande intensidade (7º na escala Ri- do foram mortos o motorista, um assessor de imprensa
chter) destruiu cerca de 80% das habitações em Porto e um membro da Comissão Técnica de Togo. A seleção
Príncipe, capital do Haiti, além de várias localidades no de Togo retornou ao seu país, abandonando a copa Afri-
interior do país. O Haiti fica numa região geológica instá- cana de Nações.
vel, na microplaca tectônica Gonave, pressionada pelas
placas da América do Norte e do Caribe. O impacto do Somália
terremoto foi equivalente à explosão de 30 bombas atô-
micas, atingindo 30% da população, que é de 10 milhões Na Somália (ex-colônia italiana) existe apenas um grupo
de pessoas, sendo que 2 milhões vivem na capital. Entre étnico, os somalis. Porém, devido à delimitação arbitrária
os mortos no Haiti, muitos brasileiros, militares e civis, das fronteiras no período colonial, parte da etnia somali
entre eles, a médica e fundadora da Pastoral da Criança, ficou distribuída pelos países vizinhos como o Dijibuti,
Zilda Arns. O total de mortes no Haiti chega a 230 mil e o Quênia e Etiópia.
país vai precisar de auxílio financeiro e humanitário inter-
nacional (países, organizações internacionais e ONGs) Após a queda do ditador Mohamed Said Barre (apoiado
para a reconstrução. pelos EUA durante a Guerra Fria), prevaleceu a guerra
civil entre vários clãs ligados a grupos guerrilheiros. A
O Haiti é o país com menor IDH da América, onde a ex- intervenção militar norte-americana no início da década
pectativa de vida é de 60 anos, 47% da população é anal- de 1990 surtiu poucos resultados positivos e a situação
fabeta, 8 em cada 10 habitantes vivem abaixo da linha da do país continua conturbada.
pobreza e a economia é baseada na agricultura. Desde
2004, soldados brasileiros atuam no Haiti liderando tro- Nos anos 2000, a Somália mantém-se em situação
pas de paz da ONU (Minustah), cujo objetivo consiste em política caótica, pois o atual governo não detém o con-
pacificar o país após a derrubada do presidente Jean trole sobre o território do país. Ao norte, opositores che-
Bertrand Aristide, acusado de atos de corrupção. O atual garam a declarar a “independência da Somalilândia”.
presidente haitiano é René Preval. Também cresceu a atividade de grupos fundamenta-
listas islâmicos.
Na costa somali, atuam piratas que atacam navios es-
Cuba: direitos humanos e a morte de Orlando Zapata trangeiros no Oceano Índico (importante rota de navega-
(2010) ção, inclusive com o trânsito de petroleiros), costumam
sequestrar as cargas e suas tribulações em troca de di-
O preso político cubano Orlando Zapata Tamayo mor- nheiro e armamentos.
reu no hospital Hermanos Ameijeiras, da capital, onde
estava internado, informou uma funcionária do centro África do Sul
médico. Zapata, de 42 anos, havia sido trasladado na
noite de segunda-feira do hospital do presídio Combi- A África do Sul é a principal potência econômica e militar
nado del Este, de Havana, ao Hermanos Ameijeiras, do continente africano. É o país mais industrializado da
devido a seu estado de saúde “muito grave”, segundo África e riquíssimo em commodities minerais. O país é
a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconci- grande exportador de ferro, manganês, ouro, diamantes,
liação Nacional (CCDHRN). carvão mineral e urânio.
O país foi ocupado por holandeses (boeres) a partir do - alto índice de desemprego atinge principalmente a
século XVII e pelos britânicos no século XIX. Os colonos população negra;
europeus organizaram um sistema de dominação políti- - altos índices de criminalidade, principalmente nas áre-
ca e econômica sobre a maioria da população do país, as urbanas.
composta por negros, mestiços e asiáticos. O poder da
minoria branca na África do Sul era mantido por meio do Nigéria
controle dos meios de repressão, isto é, a polícia e as
forças armadas. Em 1948, o Partido Nacional, comanda- Em meio a uma grave crise política que já afeta a explora-
do pelos mais conservadores da minoria branca, assu- ção de suas ricas reservas de petróleo, a Nigéria foi palco
miu o poder e começou a institucionalizar nas leis do em março de 2010, de um massacre de cristãos de aldei-
país a desigualdade social e racial através do apartheid. as próximas à cidade de Jos, no centro do país. A violência,
atribuída pelo governo a muçulmanos, tem origem numa
Os principais líderes negros que lutavam contra o regime profunda divisão étnica e religiosa: a população nigeriana
foram brutalmente perseguidos. Nelson Mandela, princi- é formada 50% por muçulmanos (localizados mais ao
pal líder negro do CNA (Congresso Nacional Africano), foi norte) e 40% por cristãos (predominantes no sul do país).
preso, ficando na cadeia entre 1962 e 1990. Na década Jos está localizada numa região conhecida como “cintu-
de 1980, as pressões internacionais e a luta das organi- rão do meio”, repleta de minas e outros recursos naturais,
zações de oposição internas, lideradas pelo CNA (Con- quedas d’água, assim como vida selvagem, sendo o prin-
gresso Nacional Africano), começaram a abalar o regime cipal polo turístico da Nigéria. No entanto, ali também de-
do apartheid. zenas de grupos étnicos seguidores das duas religiões
A África do Sul sofreu severas sanções econômicas e foi disputam essa riqueza.
banida até de competições esportivas. Os conflitos entre Os muçulmanos da corrente fulani, predominantes na
as forças de repressão e a maioria negra se intensifica- área, reclamam do governo dominado pelos cristãos no
ram. No final da década de 1980, ascendeu ao poder, o estado de Plateau, cuja capital é Jos, que, segundo eles,
líder Frederik de Klerk, do Partido Nacional. A minoria bran- não lhes dá as mesmas oportunidades de trabalho. Se-
ca, pressionada, foi obrigada a dar início ao desmantela- gundo balanço informado pelo porta-voz do governo do
mento do apartheid. Nelson Mandela foi libertado em 1990, Estado de Plateau, Gregory Yenlong, a situação em Jos e
após quase três décadas de cativeiro, e negociou com a arredores é de caos: com medo da violência, milhares de
minoria branca a pacificação do país e a implantação da cristãos abandonaram suas casas. Armados com revól-
democracia pluripartidária. veres, metralhadoras e machados, pastores fulani inva-
diram casas e mataram todos que encontraram pela fren-
Em 1994, aconteceram as primeiras eleições livres na te. Em apenas três horas, muitas pessoas, entre elas
África do Sul. Nelson Mandela, do CNA, foi eleito presi- muitas mulheres, crianças e até bebês, foram mortas e
dente. Entre 1994 e 1999, Mandela promoveu um gover- queimadas, segundo testemunhas, que descrevem ce-
no de conciliação nacional e obteve grande êxito. A nova nas de horror.
administração investiu no combate à pobreza entre a
Segundo as autoridades e agências de ajuda humanitá-
maioria negra e mestiça, intensificando as ações na área
ria, os novos ataques representam uma retaliação à vio-
de saúde, educação e reforma agrária.
lência imprimida por cristãos contra muçulmanos em ja-
No entanto, Mandela herdou um país com profunda desi- neiro de 2009, que deixou mais de 300 pessoas mortas
gualdade étnica e social. A minoria branca apresenta um na mesma região nigeriana.
padrão de vida mais elevado e controla boa parte das O governo de Plateau anunciou um funeral coletivo para
atividades econômicas. Mandela deixou o poder em 1999. as vítimas, enterradas em valas comuns. O presidente
Novas eleições levaram Thabo Mkebi, o vice de Mandela interino da Nigéria, Goodluck Jonathan, afirmou que os
ao poder. Em 2009, o CNA vence novamente as eleições soldados estão em alerta vermelho e tropas extras foram
e Jacob Zuma, da etnia zulu, é eleito presidente. O CNA enviadas à região. Umar Yar’Adua, eleito presidente em
praticamente domina a política do país e os partidos de 2007, está afastado do poder desde 23 novembro passa-
oposição, embora tenham avançado, ainda apresentam do, quando foi levado a um hospital na Arábia Saudita
um desempenho eleitoral modesto. Em 2009, trabalha- para se tratar de uma doença no coração. Ele teria retor-
dores da construção civil e transportes fizeram greves por nado à sua casa, em Lagos, no fim de fevereiro mas
melhores salários. Em 2010, o país comemora os 20 desde então, alegando saúde frágil, não aparece em pú-
anos de libertação de Nelson Mandela e também será a blico. O vácuo de poder só piora uma outra crise que vive
sede da Copa do Mundo de Futebol. a Nigéria pelo controle de suas ricas reservas de petró-
Na atualidade, a África do Sul enfrenta grandes desafios. leo, a maioria localizada no delta do rio Níger. Nesta re-
Uma das principais transformações foi a formação de gião atua um movimento separatista radical, o Movimen-
uma classe média negra. Porém, ainda grande partes to de Emancipação do Delta do Níger (MEND) que che-
gou a atacar as instalações petrolíferas.
dos negros encontra-se em situação de pobreza. Outros
problemas são:
- a disseminação da epidemia de HIV-Aids. Cerca de 4
milhões de sul africanos estão infectados pelo vírus,
uma vez que o governo foi muito ineficiente nas políti-
cas de prevenção e distribuição de medicamentos.
Na atualidade, existe uma rede de metrópoles globais Guarulhos, Barueri, Santo André, Osasco, Cotia, entre
ou cidades mundiais, que exercem influência internaci- outras, formando a Grande São Paulo. No Brasil, as regi-
onal ou que são pontos privilegiados de conexão com o ões metropolitanas foram oficializadas por leis em 1974
mundo, a exemplo de São Paulo. A intensa urbanização e 1975. A administração e o planejamento governamental
faz com que as cidades tenham um crescimento hori- devem, a partir daí, considerar a área metropolitana como
zontal, espalhando-se por imensas áreas. Esse cresci- um todo. Ou seja, problemas comuns deveriam apresen-
mento leva à conurbação, isto é, à formação de gran- tar soluções integradas, visto que medidas tomadas em
des manchas urbanas integradas por cidades de muni- um município podem atingir os municípios vizinhos. Na
cípios diferentes. Dessa maneira, formam-se aglome- tabela a seguir, as 10 mais populosas regiões metropo-
rados urbanos integrados e interdependentes, que com- litanas do país.
partilham infraestrutura e serviços públicos e privados.
A conurbação leva à formação de regiões metropolitanas.
Uma região metropolitana é polarizada por uma metró-
pole, mais importante do ponto de vista demográfico e
econômico-cultural, e que polariza as cidades vizinhas.
Por exemplo, São Paulo polariza as cidades vizinhas:
As demais regiões metropolitanas são: Santos/Baixada O Brasil apresenta uma rede e hierarquia urbana. As
Santista (SP), Vitória (ES), Ipatinga/Vale do Aço (MG), Lon- pequenas cidades são subordinadas às de porte médio,
drina (PR), Maringá (PR), Belém (PA), Manaus (AM), Ma- que por sua vez são polarizadas pelas metrópoles. A hie-
capá (AP), São Luís (MA), Maceió (AL), Aracaju (SE), Na- rarquização é definida pelos equipamentos e serviços
tal (RN), Terezina (PI/MA), Petrolina/Juazeiro (PE/BA) e oferecidos pela cidade: saúde, sistema financeiro, co-
Goiânia (GO). mércio e atividades culturais. No Brasil, temos a seguinte
As megalópoles são formadas por duas ou mais regiões hierarquia urbana:
metropolitanas, constituindo um imenso espaço com pro- - Metrópoles globais. O Brasil apresenta duas, São
funda interação socioeconômica. Essas regiões concen- Paulo e Rio de Janeiro. São Paulo é a principal, uma
tram grande parte da população, além das atividades in- vez que é mais populosa e cosmopolita (diversas etni-
dustriais e financeiras, em uma pequena parcela de terri- as, religiões e imigrantes). Constitui o centro financei-
tório de um país. A megalópole pode apresentar amplos ro do Brasil, uma vez que apresenta os principais ban-
espaços conurbados, mas também ocorrem áreas su- cos e a bolsa de valores. Também oferece serviços e
burbanas com características rurais, algumas delas são comércio diversificados e infraestrutura moderna de
unidades de conservação ambiental, outras são utiliza- telecomunicações, transportes (aeroporto internacio-
das para a produção de gêneros agrícolas como os hor- nal) e informática, sendo a principal conexão do Brasil
tifrutigranjeiros. A megalópole brasileira é formada pelas com o mundo.
regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, São Paulo, - Metrópoles nacionais. São metrópoles que apresen-
Campinas e Baixada Santista, incluindo o Vale do Paraí- tam importante influência sobre o território brasileiro:
ba do Sul e Sorocaba. Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Fortale-
za, Recife e Salvador.
- Metrópoles regionais. São metrópoles que apresen- - Condomínios fechados. Aconteceu a proliferação de
tam influência sobretudo nas suas regiões: Campi- condomínios fechados de alto padrão na periferia das
nas, Vitória, Manaus, Belém e Goiânia. regiões metropolitanas, a exemplo de Alphaville, loca-
- Centros regionais. São cidades relevantes do ponto lizado entre os municípios de Barueri e Santana do
de vista econômico, porém com influência em seus Parnaíba em São Paulo. À medida que os problemas
estados: Ribeirão Preto, Santos, São José dos Cam- urbanos foram se agravando (violência, pobreza, tra-
pos, Porto Velho, Rio Branco, Florianópolis, Campo balho informal etc), parte das populações de alta ren-
Grande, Cuiabá, Natal, São Luís, João Pessoa, Terezi- da se deslocou para condomínios que passaram a
na, Aracaju e Maceió. oferecer segurança privada e um ambiente social mais
No Brasil, a urbanização foi acelerada, desordenada, care- homogêneo.
ceu de planejamento adequado e gerou numerosos pro- - Cortiços. Os cortiços ocorrem em parcelas dos bair-
blemas socioambientais. A especulação imobiliária aten- ros antigos históricos das cidades que sofreram uma
deu aos interesses de grandes proprietários, empreitei- desvalorização ao longo do tempo. Os imóveis são
ras e incorporadoras imobiliárias. Induzem a ocupação prédios e casarões deteriorados ocupados por mui-
das regiões periféricas das cidades. Por vezes, o tamanho tas famílias, havendo condições sanitárias e de infra-
da cidade é bem maior do que deveria, uma vez que mui- estrutura precárias. Esses bairros também são áreas
tas empresas forçaram a expansão de loteamentos na de concentração de prostituição e narcotráfico.
periferia. Entre os loteamentos foram deixados imensos - Favelas. Constituem a moradia das camadas sociais
espaços vazios que foram apropriados pelas empresas. mais pobres que, em sua maioria, não têm condições
Os lotes periféricos costumam ser ocupados por popula- de acesso às moradias populares. Porém, devido aos
ções de baixa renda. O Estado é responsável por levar a parcos investimentos em moradia, parte da classe
infraestrutura básica (pavimentação, água, rede de esgo- média baixa no Brasil é moradora de favelas. As fave-
to, energia elétrica, iluminação pública, escolas e creches) las são formadas por habitações precárias construí-
até essas áreas. Portanto, com a chegada da infraestrutu- das com materiais alternativos, como madeira, ferro-
ra, os espaços vazios são valorizados, aumentando os velho e plásticos. Na atualidade, muitas delas são de
lucros dos proprietários. alvenaria como é o caso da Rocinha no Rio de Janeiro
e Paraisópolis em São Paulo. As favelas brasileiras
A expansão periférica desordenada, sem planejamento e são encontradas nos mais diferentes sítios urbanos
dominada pelos interesses econômicos, dificultou a vida (tipos de relevo), muitas vezes em áreas de risco como
dos moradores da periferia e causa diversos problemas. várzeas e encostas.
Por outro lado, enormes espaços ficaram subutilizados
no centro das cidades. O processo de difusão da infraes- Nas metrópoles brasileiras, grande parte da população
trutura e dos serviços é lento e o enorme tamanho das vive em favelas. Em São Paulo, calcula-se que 10% da
cidades faz com que as distâncias entre a periferia e o população é favelada. Para uma população de 11 mi-
centro sejam imensas, aumentando o desperdício de lhões de habitantes, cerca de 1,1 milhão de habitantes. O
tempo do fluxo dos trabalhadores por meio dos movi- porcentual aumenta nas metrópoles das regiões mais
mentos pendulares. pobres como o Nordeste. As cidades com maior número
O Brasil vive um grave déficit habitacional, isto é, faltam de favelas são: São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Gua-
moradias para a população de baixa renda, principalmen- rulhos e Curitiba. O processo de ocupação dos terrenos
te nos centros urbanos. Em 2009, o governo federal lan- é marcado pela ilegalidade, ocorrendo principalmente em
çou o programa Minha Casa Minha Vida no intuito de terrenos públicos e em sítios desprezados pelas lotea-
estimular a construção de moradias populares para a doras. De modo geral, as condições sanitárias, de aces-
população mais pobre, com renda familiar até R$ 4.650. so à infraestrutura e serviços públicos é precária. Embo-
O programa conta com financiamento de bancos como a ra as favelas se concentrem nos bairros mais pobres,
Caixa Econômica Federal. O objetivo inicial do programa algumas delas situam-se também nas proximidades dos
é construir 1 milhão de moradias, com um investimento locais de trabalho dos moradores, sendo limítrofes a bair-
de R$ 34 bilhões. A família poderá utilizar recursos do ros ricos.
FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para o
financiamento de casas e apartamentos. No Brasil, a
questão urbana na escala federal é responsabilidade do
Ministério das Cidades comandado pelo ministro Márcio
Fortes de Almeida (PP-RJ).
Em muitas das grandes metrópoles dos países subde- Aconteceram grandes enchentes na região metropolita-
senvolvidos, o trânsito é caótico. No Brasil, o investimento na de São Paulo, São Luiz do Paraitinga (município do
do Estado em transporte coletivo (ônibus, trens e metrô) foi Vale do Paraíba, com destruição do patrimônio histórico e
insuficiente. A mobilidade espacial na metrópole é dificul- arquitetônico), Baixada Fluminense e interior do Rio Gran-
tada para o conjunto da população e, em especial, para os de do Sul (inclusive com a destruição de uma ponte so-
mais pobres. Por vezes, o poder público, ao invés de inves- bre o rio Jacuí na região de Agudo).
tir em transportes coletivos, atém-se a grandes obras viá- Também aconteceram deslizamentos de terra catastró-
rias, como avenidas, viadutos, pontes e túneis, que bene- ficos em Angra dos Reis (RJ), tanto na área urbana quan-
ficiam o transporte particular, utilizado pelas camadas mais to na ilha Grande (deslizamento natural que atingiu pou-
ricas da população. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as sadas no sopé da encosta) e na região metropolitana de
cidades mais populosas do país, o metrô apresenta pou- São Paulo, a exemplo dos ocorridos no bairro do Grajaú,
cas linhas e não atende a cidade como um todo. Em São na capital, e em Carapicuíba. As escarpas de falha da
Paulo, o governo do estado acelerou as obras nas linhas Serra do Mar e o domínio dos mares de morros apresen-
verde, amarela e lilás do metro como parte do programa tam propensão natural para os deslizamentos devido a
Expansão SP. alta declividade e elevados índices de chuva, inclusive
orográfica na zona serrana. A ocupação urbana irregular
torna as áreas ainda mais frágeis.
Mundo – mortes violentas Na escala municipal, nos anos 2000, os municípios mais
violentos do Brasil localizam-se na Amazônia Legal e no
Centro-Oeste, a exemplo de Coronel Sapucaia (MS). Nes-
tas localidades, os homicídios estão relacionados aos
conflitos pela posse da terra.
(Fonte: Seade)
O valor médio do IHA para os 267 municípios estudados Em 2009, o presidente e o ministro da Defesa, Nelson
é de 2,03 jovens mortos por homicídio antes de comple- Jobim (PMDB-RS) manifestaram-se a favor da compra
tar os 19 anos, para cada grupo de 1.000 adolescentes do caça francês Rafale. Depois, disse o presidente, que
de 12 anos. Mas há localidades onde o índice é extrema- tudo ainda estaria em fase de análises técnicas entre o
mente elevado se comparado com essa média. A cidade Brasil e as empresas concorrentes. Os militares chega-
de Foz do Iguaçu, no Paraná, lidera o ranking de homicídi- ram a divulgar um relatório com preferência técnica pelo
os entre as cidades brasileiras com mais de 100 mil caça sueco. O relatório final, por parte do Brasil, deverá
habitantes, com 9,7 mortes para cada grupo de 1.000 ser apresentado pela Força Aérea Brasileira (FAB). Os
adolescentes entre 12 e 18 anos. Em seguida, aparecem países que disputam a venda de aviões caças para o
os municípios de Governador Valadares (MG), com 8,5, e Brasil são: EUA (F18), Suécia (Gripen) e França (Rafale
Cariacica (ES), com 7,3. da empresa Dassault, o candidato favorito).
Nos últimos quatorze anos, foram publicados mais de Oito dos 24 deputados e dois suplentes da Câmara Le-
500 atos secretos, utilizados para nomear e aumentar gislativa (CLDF) são citados no inquérito como beneficiá-
salários de pessoas ligadas ao comando do Senado. rios do suposto esquema de corrupção. Eurides Brito
José Sarney teve duas sobrinhas nomeadas por ato se- (PMDB), Júnior Brunelli (PP) e Leonardo Prudente (depu-
creto, uma nomeada para o gabinete de sua filha, Rose- tado filmado com dinheiro nas meias, posteriormente
ana Sarney (Maria do Carmo de Castro Macieira) e outra, pediu desfiliação do DEM) aparecem em vídeo receben-
nomeada para o gabinete do senador Delcídio Amaral do dinheiro das mãos de Durval Barbosa.
(PT-MS), em Campo Grande (Vera Portela Macieira Bor- O vice-governador Paulo Octávio, o secretário de Planeja-
ges). As denúncias contra Sarney foram arquivadas pelo mento, Ricardo Penna, e o corregedor e secretário de
Conselho de Ética do senado. Ordem Pública, Roberto Giffoni, são mencionados na
O presidente do Senado José Sarney sofre dura pressão conversa como tendo recebido dinheiro. Os três negam
da opinião pública, da imprensa e da oposição (PSDB, qualquer participação no caso. A Câmara Legislativa abre
DEM e PSOL) para que renuncie ao cargo. A crise do Sena- processo para apurar a quebra de decoro parlamentar
do já provocou o afastamento de dois de seus diretores: dos deputados citados no suposto esquema de propina
Agaciel Maia (diretor-geral da Casa), após revelação do apontado pela PF. Os distritais Júnior Brunelli e Leonardo
jornal Folha de São Paulo, que ele não teria registrado Prudente aparecem em vídeo rezando em agradecimen-
uma casa avaliada em R$ 5 milhões; João Carlos Zoghbi to pela vida de Durval Barbosa. A cena fica conhecida
(diretor de Recursos Humanos do Senado), acusado de como a “oração da propina”.
ter cedido um apartamento funcional para parente que não Em dezembro, em entrevista ao Correio Brasiliense, Arru-
fazia parte do Congresso Nacional. Entre os demais es- da afirma sua inocência e diz que tudo o que quer é “en-
cândalos de 2009: os “181 diretores” do senado, farra das frentar Roriz nas urnas”. Leonardo Prudente se afasta da
passagens aéreas e a absolvição do deputado do “caste- presidência da Câmara. Estudantes, integrantes de enti-
lo” Edmar Moreira (ex-DEM, atual PR-MG). dades sindicais e partidos políticos de oposição ocupam
o plenário da Câmara Legislativa exigindo o afastamento
Mensalão do Democratas do Distrito Federal (2009/2010) de Arruda. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção DF,
protocola na Câmara dois pedidos de impeachment: um
de Arruda e outro de Paulo Octávio. Cerca de 2,5 mil pes-
soas fazem protesto no Eixo Monumental contra Arruda.
Com ordem para desocupar as vias, PMs a cavalo par-
tem para cima dos jovens (foto) e transformam a área do
Buriti em praça de guerra.
O pedido de liminar apresentado por Arruda é negado e
ele anuncia sua desfiliação do DEM. Com isso, não pode
concorrer nas próximas eleições. Distritais entram em
férias e anunciaram a autoconvocação para 11 de janeiro
de 2010, adiando a votação dos pedidos de impeach-
ment de Arruda e a análise dos processos de quebra de
decoro parlamentar contra os deputados citados nas de-
núncias. O STJ autoriza a quebra dos sigilos fiscais e
bancários de Arruda e de sete envolvidos nas denúncias
de suposto esquema de corrupção.
Depois dos mensalões do PT e do PSDB, chegou a vez do
Mensalão do Democratas (o antigo PFL) para os adversá- Arruda pede perdão à sociedade: “Eu quero dizer a vocês,
rios, os “demos”. Em novembro de 2009, a Polícia Federal de coração mesmo, que eu já perdoei todos os que me
deflagra a Operação Caixa de Pandora. São cumpridos agrediram. Eu perdoo a cada dia os que me insultaram.
29 mandados de busca e apreensão em 16 endereços, Entendo as suas indignações pela força das imagens”. A
incluindo a Câmara Legislativa e a Residência Oficial do CPI da Corrupção é instalada na Câmara Legislativa. Alírio
governador José Roberto Arruda, em Águas Claras. A PF Neto (PPS) é escolhido presidente e Raimundo Ribeiro,
investiga o suposto esquema de propina do GDF para a um dos mais leais aliados de Arruda, é eleito relator da
base de deputados aliados, com dinheiro repassado por comissão. A Justiça determina o afastamento de Leonar-
empresas privadas — muitas delas mantinham contratos do Prudente da presidência da Câmara Legislativa. Tribu-
com o executivo local. Durval Barbosa, até então secretário nal de Justiça nega recurso de Prudente contra liminar que
de relações institucionais do governo Arruda, foi quem de- determinou seu afastamento do comando do Legislativo.
nunciou o esquema à PF. Presidente da Companhia de O TJ decide que os oito distritais e os dois suplementes
Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) na adminis- citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora não
tração de Joaquim Roriz, ele gravou diversos políticos do podem participar de nenhuma etapa da tramitação dos
DF. Fez acordo de delação premiada com a Justiça e a PF pedidos de impeachment do governador. A base governis-
para reduzir a própria pena em 37 processos a que res- ta põe fim à CPI. Para os aliados de Arruda, o fato de a
ponde. O inquérito sobre o caso está no Superior Tribunal Justiça ter afastado os distritais investigados invalidaria o
de Justiça (STJ). Quando as denúncias vieram à tona, Durval ato de criação da comissão parlamentar de inquérito.
foi exonerado.
Agentes da PF prendem Antônio Bento da Silva logo após
Foi divulgado vídeo de um encontro entre Arruda e Durval ele entregar sacola com R$ 200 mil ao jornalista Edmil-
Barbosa durante a campanha eleitoral de 2006. Nas ima- son Edson dos Santos, o Sombra. Na versão de Sombra,
gens, o então candidato recebe dinheiro de Durval. Os advo- o dinheiro seria um suborno para o jornalista afirmar em
gados de Arruda afirmam se tratar de doação para a compra depoimento que os vídeos nos quais políticos recebem
de panetones que seriam doados a famílias carentes. dinheiro de Durval Barbosa.
A OAB-DF entra com ação para bloquear os bens do go- - Os medicamentos zanamivir e oseltamivir apresen-
vernador Arruda, de 10 distritais e de secretários citados tam alguma eficácia no combate à doença.
no relatório da PF. Chefe da Agência de Comunicação do
GDF, Weligton Moraes sai do governo. Ele foi gravado por No Brasil, a vacina contra a nova gripe está sendo produ-
Sombra supostamente negociando a tentativa de subor- zida pelo Instituto Butantã (SP). Segundo o Ministério da
no. Geraldo Naves, o distrital que entregou suposto bilhe- Saúde, a vacinação em 2010 vai priorizar: profissionais
te de Arruda a Sombra, deixa a Câmara Legislativa. Rodri- da saúde, gestantes, crianças pequenas, terceira idade,
go Arantes, secretário particular de Arruda, é apontado pessoas com doenças crônicas e pessoas entre 20 e 29
pelo denunciante como o homem que repassou os R$ anos. Posteriormente, a faixa etária de 30 até 39 anos foi
200 mil a Antônio Bento. incluída na vacinação.
A Polícia Civil do DF confirma a prisão de dois agentes da
polícia civil goiana por suposta arapongagem na Câmara Raposa/Serra do Sol
Legislativa. A detenção ocorreu no dia 4. Presidente da
OAB nacional, Ophir Cavalcante, pede à Procuradoria-Ge-
ral da República o desligamento de Arruda da chefia do
Executivo ou sua prisão preventiva. O procurador-regional
eleitoral, Renato Brill, quer que Arruda e Leonardo Pruden-
te percam os mandatos por infidelidade partidária.
O STJ decreta a prisão preventiva de Arruda, Weligton
Moraes, Geraldo Naves, Rodrigo Arantes, Antônio Bento
(que já estava na Papuda) e Haroaldo de Carvalho, ex-
diretor da CEB. Segundo depoimento de Bento à PF, Ha- Em 2009, o STF (Supremo Tribunal Federal) finalmente
roaldo teria entrado em contato com Sombra para lhe decidiu o destino da Reserva Indígena Raposa Serra do
entregar o suposto suborno. O procurador-geral da Re- Sol. O tribunal confirmou a demarcação contínua da área
pública, Roberto Gurgel, protocola no Supremo Tribunal e a saída de todos os não índios da reserva. O único voto
Federal (STF) pedido de intervenção federal no DF. Arruda a favor da manutenção dos arrozeiros na área, ou seja,
foi o primeiro governador eleito em exercício a ser preso demarcação descontínua, foi do ministro Marco Aurélio
no Brasil por interferir nas investigações da justiça e da Mello apresenta seu voto, que deve ser contrário à de-
polícia para se beneficiar. marcação contínua. Mello deve questionar o nível de “acul-
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, nega pedido de turamento” dos índios, alegando que eles já vivem sob
habeas corpus para o governador Arruda. Com isso, ele forte influência da cultura dos não indígenas.
continua preso em uma sala especial no Complexo da Homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da
PF. A Polícia Federal cumpre vários mandados de busca Silva, a Raposa/Serra do Sol, no extremo norte de Rorai-
e apreensão nas casas de investigados nas denúncias ma, nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana, é habitada
de corrupção. por cerca de 18 mil índios de cinco diferentes etnias. A
Com o governador preso, o governo do DF ficou momen- reserva, de 1,7 milhão de hectares, tem superfície sufici-
taneamente com o vice, Paulo Octávio (ex-DEM). Sem ente para agrupar 11 cidades de São Paulo. A decisão
apoio, Octávio renunciou. Assim, o governo passou a ser sobre a demarcação tornou a reserva um foco de conflito e
exercido pelo presidente da câmara distrital, Wilson Lima tensão envolvendo governo federal, governo estadual, igre-
(PR –Partido da República). Em março, aumentou a pres- ja, indígenas e ONGs (organizações não governamentais).
são para o impeachment do governador Arruda. Encerrada essa questão no Supremo, começará a ba-
talha pelas indenizações: para os rizicultores, a ocupa-
Gripe Suína: Influenza A H1N1 (2009/2010) ção da área foi legal e as benfeitorias nas fazendas
foram muitas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a
nova gripe A (H1N1) já é considerada pandemia, devido ao Algumas das propriedades têm até hangar para abaste-
número de países e continentes afetados. O vírus da nova cer monomotores. Para a Funai, no entanto, os fazendei-
gripe A (H1N1), também conhecida como gripe suína, foi ros não poderiam estar na área e, por isso, o órgão não
detectado primeiramente no México em 2009. Os países pretende levar em consideração as benfeitorias no cálcu-
mais atingidos são Estados Unidos, México, Canadá, Aus- lo das indenizações.
trália, Espanha, Japão, Reino Unido, Chile e Argentina. No A Funai iniciou as reparações em 2002. Até agora, foram
Brasil, a nova gripe foi detectada em vários estados e nu- indenizadas 285 propriedades de não índios dentro da
merosas mortes. Um dos problemas para diagnosticar a Raposa – há em andamento 24 processos (com docu-
nova gripe é que ela apresenta sintomas de uma gripe mentos pendentes) que resultam em indenizações de
comum. Eis algumas características da nova gripe: R$ 327 mil.
- A mutação do vírus fez com que ela afetasse humanos; O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior (PSDB),
- O contágio inicial ocorre quando as pessoas têm con- afirmou que vai ajudar a realocar os fazendeiros. O cultivo
tato com porcos; de arroz responde por 6% da economia de Roraima.
- A atual versão do vírus já transmite de pessoa para
pessoa; O caso Sean Goldman
- O consumo de carne de porco não transmite a doen-
ça, pois ao ser cozida a carne, o vírus é eliminado; A Justiça brasileira autorizou que o menino Sean Gold-
- A nova gripe apresenta vários sintomas como febre, man, de oito anos, volte para os Estados Unidos com seu
letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas tam- pai biológico, o americano David Goldman. A decisão fi-
bém apresentaram coriza, garganta seca, náusea, vô- nal foi tomada pelo STF através de seu presidente Gilmar
mito e diarreia. Mendes. A guarda de Sean Goldman foi disputada pelo
pai biológico e pelo padrasto, o advogado João Paulo Plano Nacional de Direitos Humanos racha o governo
Lins e Silva, que tinha a guarda provisória do garoto des- (2010)
de a morte da mãe dele. Em sua sentença, Pereira Pinto
determina o “retorno imediato” de Sean para os EUA. Numa tentativa de contornar a divisão no próprio governo,
Sean Goldman nasceu nos Estados Unidos, mas vive a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) da
desde os quatro anos no Rio de Janeiro. Sua mãe, Bruna Presidência da República se defendeu das críticas ao
Bianchi, separou-se de David, trouxe o menino para o Plano Nacional de Direitos Humanos feitas pelo ministro
Brasil e aqui conseguiu a guarda dele. Casou-se com da Defesa, Nelson Jobim, de setores da Igreja Católica,
João Paulo Lins e Silva. No final do ano passado, morreu de parlamentares ruralistas e do ministro da Agricultura,
e João Paulo conseguiu na Justiça a guarda do menino. Reinhold Stephanes. O órgão afirma ter apoio maciço à
Sean, agora, voltará para a casa do pai biológico, o ame- proposta na Esplanada dos Ministérios, com assinatura
ricano David Goldman. Os EUA pressionaram o Brasil, de 31 das 37 pastas.
pois o país estaria violando as convenções internacio- De acordo com o documento divulgado nesta sexta, a
nais, inclusive a de Haia. participação social na elaboração do programa ocorreu
por meio de conferências realizadas em todos os Esta-
O caso Cesare Battisti (2009/2010) dos durante o ano de 2008 e envolveu a participação de
14 mil pessoas. A nota cita ainda que “a política de Direi-
Caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidir se tos Humanos deve ser uma política de Estado, que res-
extradita ou não o extremista de esquerda italiano Cesa- peite o pacto federativo e as competências dos diferentes
re Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália pelo Poderes da República”.
assassinato de quatro pessoas entre os anos de 1977 e No final do dia, o ministro do Desenvolvimento Agrário,
1979. Em sessão nesta quarta-feira, os ministros Guilherme Cassel, rebateu críticas feitas por Stephanes,
do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pela extradi- que reclamou não ter participado da elaboração do pro-
ção do italiano, mas acabaram decidindo que o grama. O ministro da Agricultura argumentou que as me-
presidente tem autonomia para deliberar em última ins- didas propostas aumentam a insegurança jurídica no
tância sobre o caso. campo e fortificam determinadas organizações, como o
O julgamento da extradição terminou com um placar Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
de cinco votos favoráveis e quatro contrários. O voto de Cassel discorda.
desempate coube ao presidente do STF, ministro Gilmar “Até onde eu estou informado, todos os ministérios parti-
Mendes. Ele acatou o pedido do governo italiano, argu- ciparam”. E completa: “o plano busca criar um ambiente
mentando que Battisti deve ser extraditado porque foi con- de paz no meio rural. Ele busca, por meio do diálogo, criar
denado por crimes comuns, e não políticos. o que eu chamei de um ambiente de paz de produção. De
Também por cinco votos a quatro, os ministros decidiram fato, o plano busca criar no meio rural um ambiente dife-
que cabe a Lula a ação final. A maioria da Corte entendeu renciado, que supere essas questões. Tem pessoas que
que o presidente tem respaldo constitucional para deci- se incomodam com isso”, argumentou o ministro do De-
dir a questão porque ela envolve as relações diplomáti- senvolvimento Agrário à Agência Brasil. Para ele, o ponto
cas do país. Votaram assim os ministros Cármen Lúcia, fundamental de divergência sobre o programa não é o
Eros Grau, Carlos Ayres Britto, Joaquim Barbosa e Marco conflito no campo e sim a resistência de grupos à cha-
Aurélio Mello. Já Cezar Peluso, Gilmar Mendes, Ricardo mada Comissão da Verdade, criada para apurar crimes
Lewandowski e Ellen Gracie discordaram da decisão. que teriam ocorrido durante o período da ditadura militar
(1964-1985).
“Imagine o absurdo dizer agora que o presidente está
livre para, deferida a extradição, não executá-la. Temos Foi justamente este o tema de um conflito anterior, entre
uma situação de crise, de não solução. Vejam, senhores, Nelson Jobim e o ministro Paulo Vannuchi da SEDH.
que tipo de construção arriscada do ponto de vista da Para Jobim, a proposta vai de encontro à Lei de Anistia,
coerência e da consistência política”, disse Mendes. que vigora desde 1979, o que pode levar à condenação
de oficiais da época. Outra reação mais dura partiu dos
O presidente do STF pretendia dar o caso por encerrado presidentes dos clubes que representam as reservas
logo depois de ler seu voto sobre a extradição. Conclui- das Forças Armadas. Por meio de nota nesta sexta, os
ria que os quatro colegas que concordaram com a ma- presidentes dos clubes da Aeronáutica, Militar e Naval
nifestação do relator do caso, Cezar Peluso, automati- condenaram a decisão do governo de criar a Comissão
camente acolheram a tese de que o presidente Lula da Verdade, que poderá reabrir as investigações contra
seria obrigado a extraditar Battisti. Mas, alguns minis- agentes do Estado que torturaram e cometeram crimes
tros consideram que esse tema deveria ser debatido hediondos na ditadura. O vice-almirante Ricardo Veiga
em separado. Cabral (Marinha), o general Gilberto Barbosa de Figuei-
A interpretação, exposta pelo ministro Marco Aurélio Mello redo (Exército) e o tenente-brigadeiro do ar Carlos de
em sessão, é de que o que está em jogo é uma questão Almeida Baptista (Aeronáutica) advertem na nota que a
de política externa, o que, pela Constituição, é atributo democracia correrá riscos, e sequelas do passado “po-
presidencial. Na abertura do julgamento, Marco Aurélio, dem vir à tona”, se prevalecer “o revanchismo e a mes-
votou contra a extradição. quinharia” em setores do governo.
Até agora, Battisti, preso em Brasília, foi apenas conde- Já um grupo de bispos, padres e católicos ligados ao
nado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro por entrar no movimento pró-vida da Igreja Católica são contrários ao
país com passaporte falso. A pena é de 2 anos em regi- apoio do governo ao projeto de lei que descriminaliza o
me aberto e com multa. aborto, a mecanismos para impedir a ostentação de sím-
bolos religiosos em estabelecimentos públicos, à união
civil entre pessoas do mesmo sexo, e ao direito de ado-
ção por casais homossexuais.
“Daqui a pouco vamos ter que demolir a estátua do Cristo Em 2008, iniciou-se um debate no Brasil sobre o que o
Redentor”, protestou o secretário-geral da Conferência país “faria com o lucro” advindo da exploração do petróleo
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara pré-sal no futuro. Em 2009, foram enviados 4 projetos do
Resende, para quem há intolerância num programa que pré-sal para o Congresso, prevendo a criação de uma
deveria promover a livre manifestação religiosa. nova estatal para a gestão, prioridade para a Petrobras
na exploração (no mínimo 30% em cada bloco, assim, a
Fusões e aquisições de empresas (2009) participação de empresas particulares é complementar),
a criação de um Fundo Social (recursos destinados a
As fusões e aquisições recentes são preocupantes para os educação, ciência, tecnologia, meio ambiente, combate
consumidores e podem levar a concorrência desleal. Em à pobreza e saúde). A repartição dos royalties entre os
2009, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econô- estados é um assunto polêmico. Os estados produtores,
mica) multou a Ambev por tentar monopolizar o mercado de ES, RJ e SP, desejam uma participação maior em contra-
cervejas. Também houve a fusão Perdigão-Sadia dando posição aos estados não produtores.
origem a BR Foods e a compra da vinícola Almadén pela
Miolo. No setor bancário, a fusão Itaú-Unibanco e a aquisi-
ção da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil.
A fusão entre a Casas Bahia e o Grupo Pão de Açúcar deve
criar uma empresa com faturamento de quase R$ 40 bi-
lhões, segundo dados dos balanços de ambas referentes
a 2008. No ano passado, o faturamento bruto do Pão de
Açúcar foi de R$ 25,7 bilhões, enquanto o da Casas Bahia
foi de R$ 13,9 bilhões, totalizando R$ 39,6 bilhões. O negó-
cio é um dos maiores do ano no país e aponta mudanças
no setor varejista. A Folha Online apurou que o processo de
fusão será de “longo prazo”. Segundo fato relevante do Gru-
po Pão de Açúcar, a integração valerá para Casas Bahia,
Ponto Frio (adquirido pelo Pão de Açúcar em junho) e Extra
Eletro, e prioriza o segmento de eletrônicos e bens durá-
veis, nas lojas e no comércio eletrônico.
Ainda não há informações sobre cenários do desdobra-
mento do processo, uma “fusão operacional”. Os grupos
convocaram coletiva de imprensa para as 11h, a fim de Aneel aprova mudança no cálculo de reajuste da conta
detalhar o negócio. Em junho, o Grupo Pão de Açúcar de luz após cobrança indevida (2010)
anunciou a compra da Globex Utilidades, dona da rede
Ponto Frio, que era, até então, a segunda maior no seg- O conselho diretor da Aneel (Agência Nacional de Ener-
mento de eletroeletrônicos do país, atrás apenas da Ca- gia Elétrica) votou a favor da mudança nos procedimen-
sas Bahia. Com a aquisição, o grupo Pão de Açúcar, que tos de cálculo dos reajustes das tarifas de energia elétri-
inclui a bandeira de mesmo nome, além de Extra, Com- ca, nesta terça-feira. A adequação passará a valer desde
preBem, Sendas e Assai, recuperou a liderança no varejo já, por meio de aditivo nos contratos de concessão com
brasileiro, que era ocupada pelo Carrefour. as distribuidoras de energia. Segundo Nelson Hubner,
diretor-geral da Aneel, a proposta do aditivo já está acor-
O pré-sal (2007-2010) dada com as distribuidoras. “Havia a colocação de que
desde o primeiro reajuste do ano teríamos corrigido essa
Em 2007, o Brasil anunciou a descoberta de imensas questão tão discutida”, afirmou. De acordo com a agên-
reservas de petróleo em grandes profundidades em ba- cia, os sete reajustes que acontecerão em fevereiro já
cias sedimentares recobertas pelo mar. A profundidade seguirão o novo método de cálculo. Se alguma distribui-
varia entre 4 e 7 mil metros e o petróleo encontra-se abai- dora não concordar com o aditivo no contrato, terá dez
xo de uma espessa camada de sal, daí o nome “pré-sal”. dias para recorrer. Cerca de 600 mil casas são atendidas
Este petróleo formou-se a partir da Era Mesozoica (“dos pelas distribuidoras que passarão pela mudança neste
dinossauros”), a partir da decomposição de matéria or- mês. A distorção do cálculo acontecia porque a metodolo-
gânica vegetal e animal no período em que a América do gia adotada não levava em conta o comportamento do
Sul estava se separando da África. mercado. Os encargos que as distribuidoras pagavam
A descoberta fez elevar o valor de mercado da Petrobras, ao governo não variavam, mesmo com aumento da recei-
aumentou substancialmente as reservas brasileiras e ta das empresas. Por causa da distorção, houve uma
poderá tornar o país um grande exportador de petróleo e cobrança indevida nas contas de luz de R$1 bilhão por
produtos petroquímicos no futuro. A exploração do pré- ano, desde 2002.
sal em larga escala depende de vários fatores, entre os
quais, a instabilidade dos preços do petróleo e a dispo- A alta do etanol (2010)
nibilidade de capital nacional e estrangeiro para realizar
os investimentos. Fatores climáticos (excesso de chuva), entressafra, au-
O pré-sal distribui-se pelas bacias sedimentares do Es- mento do consumo interno e crescimento das exporta-
pírito Santo, Campos e Santos numa faixa que se esten- ções de etanol e de açúcar, elevaram os preços do etanol
de da altura dos litorais do ES, RJ, SP, PR e SC. Na bacia no Brasil entre 2009 e 2010, sendo um componente pre-
de Santos, os principais campos anunciados foram: Tupi, ocupante de pressão inflacionária. A alta do preço do eta-
Iara, Carioca e Bem te vi. A exploração experimental foi nol, a redução do percentual de álcool anidro na gasolina
iniciada nos campos Jubarte (ES) e Tupi (SP). (de 25% para 20%) e a prioridade dada pela Petrobras à
produção de óleo diesel em suas refinarias vão fazer com O encontro teve por finalidade a diminuição das emissões
que o Brasil importe este ano uma quantidade de gasolina de gases causadores do aquecimento global. Apesar da
sem precedentes pelo menos nos últimos dez anos. A importância, em relação ao tema central do encontro e da
primeira partida, de 2 milhões de barris, foi comprada este participação da maioria absoluta dos países, o encontro
mês na Venezuela. O diretor de Abastecimento da Petro- não apresentou quase nada de concreto: Estados Unidos
bras, Paulo Roberto Costa, disse que as importações de- e China, os maiores emissores de GEE (gases de efeito
vem se estender pelo menos até maio. Segundo ele, “é estufa), em quase nada cederam.
mais negócio importar gasolina do que óleo diesel”. O Brasil, por sua vez, apresentou de concreto, como con-
“Compramos um volume inicial e vamos acompanhar o tribuição para reduzir a emissão de poluentes, os investi-
mercado”, disse Costa. Ele não quis especificar quando mentos em energia limpa, natural, renovável e menos
e qual a quantidade que será comprada nos próximos poluente, como o etanol da cana-de-açúcar, o biodiesel,
meses. A definição de maio como limite para o prosse- a bioma, o biogás, as hidroelétricas, as energias eólica e
guimento das importações tem duas razões, ambas re- solar. O Brasil prometeu reduzir suas emissões entre 36
lacionadas com a entrada da safra de etanol de 2010 das e 39% até 2020 com base em 2005. Também prometeu
regiões Sudeste e Centro-Oeste: a volta do percentual de reduzir o desmatamento na Amazônia em 80% até 2020
anidro a 25% está prevista para 1º de maio e a queda no com base em 2005.
preço do etanol na bomba que, se espera, ocorra com a Durante a COP-15, o G-77, grupo reunindo países pobres
chegada da safra, tornando novamente vantajoso o seu e emergentes, da Ásia e da África, ameaçados de inunda-
uso pelo consumidor. ções e secas prolongadas, em decorrência do aqueci-
Hoje, cerca de 35% do produto do refino de petróleo no mento global. Representantes desses países fizeram for-
Brasil é de óleo diesel, diante de cerca de 19% de gaso- te apelo aos principais líderes mundiais, para que tomem
lina, de acordo com o executivo. Segundo dados contidos iniciativas imediatas para a redução da emissão de gases
no site da BR Distribuidora, na maioria dos países do poluentes, do contrário estes países estarão condenados
mundo a participação do diesel no mix de refino fica entre a uma tragédia de dimensões imensuráveis.
15% e 25% do total. Costa disse que nas novas refinarias A União Europeia desejava um acordo mais ousado, mas
que a Petrobras está construindo ou planejando cons- encontrou resistência nos EUA e alguns países emer-
truir, a participação do diesel vai chegar a até 60%. No gentes. Foi firmado um acordo sem poder de lei entre
ano passado, o consumo de combustíveis no país regis- EUA, China, Índia, Brasil e África do Sul com os seguintes
trou queda de 1,2%, segundo os dados da Petrobras. princípios:
A primeira partida importada este ano custou US$ 140 - a temperatura global não pode aumentar além de 2º C.
milhões. Costa, da Petrobras, disse que no ano passa- - precisam ser criados incentivos financeiros para pro-
do, tão logo começou a subir o preço do etanol, a Petro- jetos de REED (Redução de Emissões por Desmata-
bras decidiu suspender as exportações de gasolina. A mento e Degradação).
redução começou em novembro e chegou a zero em ja- - cortes ambiciosos nas emissões de gases de efeito
neiro deste ano, de acordo com o executivo. No fim da estufa são necessários, e os países devem fornecer
tarde de ontem a Petrobras divulgou nota afirmando que informações sobre a implementação de suas ações.
vem aproveitando “oportunidades de preço, prazo e qua-
lidade de vários mercados supridores para garantir o for- A seguir, os termos relacionados ao aquecimento global
necimento de gasolina em todo o território nacional em e COP15:
função do aumento da demanda pelo combustível”.
- GEEs - Gases de Efeito Estufa, os responsáveis pelo
efeito estufa. Dentro das negociações internacionais
Amazônia: o ritmo de desmatamento (2009) de clima e de projetos de carbono, seis grupos de ga-
ses são considerados: dióxido de carbono (CO2), Me-
No caso do Brasil, houve uma queda no desmatamento tano (CH4), Óxido Nitroso (N2O), Hidrofluorcarbonos
na Amazônia entre Agosto de 2008 e Agosto de 2009, (HFCs), Perfluorcarbonos (PFCs) e Hexafluoreta de
período de monitoramento realizado pelo INPE através Enxofre (SF6). Para facilitar os cálculos dos impactos
de imagens de satélite. A queda deve-se a melhora da climáticos de cada setor, empresa, país ou indivíduo,
fiscalização na região que conta, inclusive, com o apoio a todos os gases são expressos em termos de CO2-
Polícia Federal (Operação Arco de Fogo). O principal fator equivalente. É por causa da emissão em excesso des-
responsável pelo desmatamento foi a pecuária bovina, ses gases que acontecem as mudanças climáticas.
seguido do plantio da soja, exploração de madeira e mi- - CO2-equivalente - Unidade de medida do impacto das
neração. Os estados líderes em desmatamento foram: emissões sobre o clima do planeta. Todos os gases
PA (líder), MT e RO. são transformados em CO2-equivalente, de acordo
O relatório emitido pelo Pnuma (Programa das Nações com um fator de conversão. Assim, por exemplo, uma
Unidas para o Meio Ambiente) alerta que além do desma- tonelada de metano (CH4), por possuir um efeito 21
tamento, a Floresta Amazônica também sofre as conse- vezes superior ao dióxido de carbono, equivale a 21
quências do aquecimento global, que entre outros fato- toneladas de CO2-equivalente.
res, reduz a ocorrência de chuvas na região. Segundo o - IPCC - Painel Intergovernamental de Mudanças do Cli-
relatório, a Floresta Amazônica poderá se transformar ma. Criado em 1988, constitui uma instituição científi-
parcialmente em savana ainda neste século. ca ligada às Nações Unidas que reúne todo o conhe-
cimento científico em relação às mudanças climáti-
Aquecimento Global e COP 15 (2009) cas. O IPCC não faz pesquisa e sim condensa todas
as informações coletados pela humanidade sobre as
Em dezembro de 2009, ocorreu em Copenhague, Dinamar- alterações climáticas em três relatórios sobre ciência
ca, o décimo quinto encontro (COP-15), que reuniu 192 paí- climática, impactos e soluções.
ses signatários da Convenção sobre Mudanças Climáticas.
uma jovem negra. Contrariando as expectativas, o ale- Formação e Criação: Key Zetta & Cia (pelo conjunto dos
mão “A Fita Branca”, já tido como vencedor e, para muitos, trabalhos em 2009)
o melhor filme do ano, desapontou, e deixou a estatueta Concepção: Luis Ferron (por Sapatos Brancos)
para o argentino “O Segredo do Seus Olhos”. O prêmio
de animação, porém, não surpreendeu. O inteligente “Up! Literatura
– Altas Aventuras” levou, como todos nós já sabíamos. Romance: Rei do Cheiro de João Silvério Trevisan- Ed.
Record
Festa Literária Internacional de Paraty Ensaio/Crítica: Lições de Kafka - Modesto Carone, Cia.
das Letras
Foi aberta em 1º de julho de 2009 a Festa Literária Interna-
Infanto Juvenil: Pivetin -Décio Teobaldo-Edições S.M.
cional de Paraty, desta vez homenageando o poeta Manuel
Poesia: Entre Milênios - Haroldo de Campos,
Bandeira, um dos ícones do Modernismo brasileiro. A aber-
Ed.Perspectiva
tura do encontro foi feita pelo autor Davi Arrigucci, respon-
sável pela elaboração de importantes ensaios sobre a Contos/Crônicas/Reportagens: Cine Privê - Antonio Car-
poética de Manuel Bandeira. Outro acontecimento muito los Viana, Ed. Cia das Letras
esperado pelo público foi a presença do cantor, composi- Biografia/Auto-biografia: Cabeza de Vaca de Paulo Ma-
tor e escritor Chico Buarque de Holanda. rkun , Cia das Letras
Tradução: Poemas estalactites de Augusto Stramm, Tra-
Incêndio destrói obras de Hélio Oiticica dução Augusto de Campos,
Perspectiva. Cia das Letras
Grande parte das obras do artista, Hélio Oiticica (1937/
1980) foi destruída por um incêndio ocorrido entre a noite Música popular
de sexta-feira (16) e sábado (18) de outubro de 2009. As Disco: Aline Calixto (sem título)
obras estavam guardadas na casa de seu irmão, César Cantora: Céu (pelo disco “Vacarosa”)
Oiticica, localizada no jardim Botânico, zona sul do Rio de Compositor: Lenine
Janeiro. Segundo informações, o incêndio destruiu cerca Show: Ney Matogrosso (pelos trabalhos “Os Inclassificá-
de 90% das obras, entre pinturas e esculturas. Estima-se veis” e “Beijo Bandido”)
que a perda seja de aproximadamente US$ 200 milhões. Grupo: Paralamas do Sucesso
Revelação: Maria Gadú
Vencedores da APCA (Associação Paulista dos Críticos Homenagem póstuma: Zé Rodrix
de Arte) em 2009
Em assembleia realizada na noite desta segunda-feira- Música erudita
feira, 07 de dezembro, no Sindicato dos Jornalistas do Grande Prêmio da Crítica:Heitor Villa-Lobos – Homena-
Estado de S. Paulo, a APCA (Associação Paulista dos gem no cinquentenário da morte - in Memorian
Críticos de Arte) escolheu os melhores de 2009 em vári- Composição Vocal: Alelluia – Villani-Côrtes
as Categorias. A cerimônia de entrega dos prêmios acon- Obra Experimental: Música sobre o filme: “Estudos sobre
tecerá em 6 de abril de 2010, no Teatro Sesc Pinheiros, Paris” – Almeida Prado
em São Paulo. Segue a relação dos premiados: Prêmio Especial pelo Conjunto da Carreira: Ernst Mahle
(Mahle)
Artes Visuais CD: Música Romântica Brasileira - pianista Claudio de Brito
Exposição Internacional – Virada Russa – CCBB Regente: Benito Juarez
Exposição: Os Gêmeos (MAB-FAAP) Prêmio Especial de Composição: Ópera “O Pagador de
Obra Gráfica: Rico Lins (Instituto Tomie Ohtake) Promessas” ,de Eduardo Escalante
Fotografia: Walker Evans (Masp)
Retrospectiva: Burle Marx 100 anos – A Permanência do Rádio
Estável (MAM) Grande Prêmio da Crítica: Antonio Augusto Amaral de
Revelação: Stephan Doitchsnoff (Masp) Carvalho, o Tuta, pelo livro: Ninguém faz Sucesso Sozinho
Iniciativa Cultural: Museu Afrobrasil Prêmio Especial do Júri: Radar Cultura – Rádio Cultura Brasil
Cinema Humor: Galera Gol – Transamérica Pop
Filme de Ficção: A Festa da Menina Morta Programa Infantil: Rádio Pipoca, Rádio USP
Diretora: Anna Muylaert (É Proibido Fumar) Programa de Variedades – Rádio Sucupira – CBN
Fotografia: Lula Carvalho (A Festa da Menina Morta) Internet – Garagem – ShowLivre.com
Roteiro: Juventude (Domingos de Oliveira) Revelação: Devaneio – Band News FM
Documentário: Cidadão Boilesen.
Ator: Gero Camilo (Hotel Atlântico) Teatro
Atriz: Glória Pires (É Proibido Fumar) Autor: Fábio Mendes – The Cachorro Manco Show
Espetáculo – Memória da Cana
Dança
Atriz: Rosaly Papadopol – Hilda Hilst – O Espírito da Coisa
Pesquisa: Antônio Nóbrega (Naturalmente. Teoria e Jogo
Ator: Elias Andreato - Doido
de uma Dança Brasileira)
Diretor: Márcio Aurélio – Anatomia Frozen
Elenco: Balé da Cidade de São Paulo
Prêmio Especial: Oswaldo Mendes, pela pesquisa e au-
Percurso: Ballet Stagium (por haver modificado a história
da dança no Brasil) toria do livro “Bendito Maldito – Uma biografia de
Iniciativa: site Conectedance – jornalista Ana Francisca Plínio Marcos
Ponzio Grande Prêmio da Crítica: Charles Moeller e Cláudio Bo-
Criadora/Intérprete: Diane Ichimaru – Confraria da Dança telho pela contribuição ao teatro musical brasileiro
(por “Adverso”)
Teatro infantil
Espetáculo: BUUU!!! A Casa do Bichão
Direção: Ilo Krugli, Por O Mistério Do Fundo Do Pote Ou
Como Nasceu A Fome
Texto: Com o Rei na Barriga, de Amauri Falseti
Figurino: J.C. Serroni e Telumi Helen, por Colecionador
de Crepúsculos
Cenografia: Beto Andretta, por Filhotes da Amazônia
Música: André Abujamra, por A Bruxinha Atrapalhada
Elenco: A Odisseia de Arlequino
Televisão
Grande Prêmio da Crítica: Capitu (final de 2008)
Minissérie: Som & Fúria (TV Globo/02)
Ator: Felipe Camargo (Som & Fúria)
Atriz: Larissa Maciel (Maysa)
Apresentador: Tiago Leifert - (Globo Esporte/TV Globo)
Infantil: Peixonauta - Discovery Kids/TV Pinguim
Humor: Larica Total - (Canal Brasil)
Ética no
Serviço Público
XVII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) § 1o A atuação no âmbito da CEP não enseja qualquer
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos orga- remuneração para seus membros e os trabalhos nela
nismos encarregados da execução do quadro de car- desenvolvidos são considerados prestação de relevante
reira dos servidores, os registros sobre sua conduta serviço público.
Ética, para o efeito de instruir e fundamentar promo- § 2o O Presidente terá o voto de qualidade nas delibe-
ções e para todos os demais procedimentos próprios rações da Comissão.
da carreira do servidor público. § 3 o Os mandatos dos primeiros membros serão de
XIX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) um, dois e três anos, estabelecidos no decreto de de-
XX - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) signação.
XXI - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) Art. 4o À CEP compete:
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comis- I - atuar como instância consultiva do Presidente da
são de Ética é a de censura e sua fundamentação cons- República e Ministros de Estado em matéria de ética
tará do respectivo parecer, assinado por todos os seus pública;
integrantes, com ciência do faltoso. II - administrar a aplicação do Código de Conduta da
XXIII - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) Alta Administração Federal, devendo:
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento éti- a) submeter ao Presidente da República medidas para
co, entende-se por servidor público todo aquele que, seu aprimoramento;
por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico, b) dirimir dúvidas a respeito de interpretação de suas
preste serviços de natureza permanente, temporária ou normas, deliberando sobre casos omissos;
excepcional, ainda que sem retribuição financeira, des- c) apurar, mediante denúncia, ou de ofício, condutas
de que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão em desacordo com as normas nele previstas, quando
do poder estatal, como as autarquias, as fundações praticadas pelas autoridades a ele submetidas;
públicas, as entidades paraestatais, as empresas pú- III - dirimir dúvidas de interpretação sobre as normas
blicas e as sociedades de economia mista, ou em qual- do Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci-
quer setor onde prevaleça o interesse do Estado. vil do Poder Executivo Federal de que trata o Decreto no
XXV - (revogado pelo Decreto n. 6.209/2007) 1.171, de 1994;
IV - coordenar, avaliar e supervisionar o Sistema de
Gestão da Ética Pública do Poder Executivo Federal;
DECRETO Nº 6.029, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2007 V - aprovar o seu regimento interno; e
Institui Sistema de Gestão da Ética do Poder Executivo VI - escolher o seu Presidente.
Federal, e dá outras providências. Parágrafo único. A CEP contará com uma Secretaria-
Executiva, vinculada à Casa Civil da Presidência da Re-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição pública, à qual competirá prestar o apoio técnico e ad-
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da ministrativo aos trabalhos da Comissão.
Constituição, Art. 5º Cada Comissão de Ética de que trata o Decreto
no 1171, de 1994, será integrada por três membros
DECRETA: titulares e três suplentes, escolhidos entre servidores
Art. 1o Fica instituído o Sistema de Gestão da Ética do e empregados do seu quadro permanente, e designa-
Poder Executivo Federal com a finalidade de promover dos pelo dirigente máximo da respectiva entidade ou
atividades que dispõem sobre a conduta ética no âmbi- órgão, para mandatos não coincidentes de três anos.
to do Executivo Federal, competindo-lhe: Art. 6o É dever do titular de entidade ou órgão da Admi-
I - integrar os órgãos, programas e ações relacionadas nistração Pública Federal, direta e indireta:
com a ética pública; I - assegurar as condições de trabalho para que as Co-
II - contribuir para a implementação de políticas públi- missões de Ética cumpram suas funções, inclusive para
cas tendo a transparência e o acesso à informação que do exercício das atribuições de seus integrantes
como instrumentos fundamentais para o exercício de não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano;
gestão da ética pública; II - conduzir em seu âmbito a avaliação da gestão da
III - promover, com apoio dos segmentos pertinentes, a ética conforme processo coordenado pela Comissão
compatibilização e interação de normas, procedimen- de Ética Pública.
tos técnicos e de gestão relativos à ética pública; Art. 7o Compete às Comissões de Ética de que tratam
IV - articular ações com vistas a estabelecer e efetivar os incisos II e III do art. 2o:
procedimentos de incentivo e incremento ao desempe- I - atuar como instância consultiva de dirigentes e servi-
nho institucional na gestão da ética pública do Estado dores no âmbito de seu respectivo órgão ou entidade;
brasileiro. II - aplicar o Código de Ética Profissional do Servidor
Art. 2o Integram o Sistema de Gestão da Ética do Po- Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
der Executivo Federal: Decreto 1.171, de 1994, devendo:
I - a Comissão de Ética Pública - CEP, instituída pelo a) submeter à Comissão de Ética Pública propostas
Decreto de 26 de maio de 1999; para seu aperfeiçoamento;
II - as Comissões de Ética de que trata o Decreto no b) dirimir dúvidas a respeito da interpretação de suas
1.171, de 22 de junho de 1994; e normas e deliberar sobre casos omissos;
III - as demais Comissões de Ética e equivalentes nas c) apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em
entidades e órgãos do Poder Executivo Federal. desacordo com as normas éticas pertinentes; e
Art. 3o A CEP será integrada por sete brasileiros que d) recomendar, acompanhar e avaliar, no âmbito do ór-
preencham os requisitos de idoneidade moral, reputa- gão ou entidade a que estiver vinculada, o desenvolvi-
ção ilibada e notória experiência em administração pú- mento de ações objetivando a disseminação, capacita-
blica, designados pelo Presidente da República, para ção e treinamento sobre as normas de ética e disciplina;
mandatos de três anos, não coincidentes, permitida III - representar a respectiva entidade ou órgão na Rede de
uma única recondução. Ética do Poder Executivo Federal a que se refere o art. 9o; e
Art. 16. As Comissões de Ética não poderão escusar- do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e
se de proferir decisão sobre matéria de sua competên- do Código de Ética do órgão ou entidade aplicam-se,
cia alegando omissão do Código de Conduta da Alta no que couber, às autoridades e agentes públicos ne-
Administração Federal, do Código de Ética Profissional les referidos, mesmo quando em gozo de licença.
do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal ou Art. 25. Ficam revogados os incisos XVII, XIX, XX, XXI,
do Código de Ética do órgão ou entidade, que, se exis- XXIII e XXV do Código de Ética Profissional do Servidor
tente, será suprida pela analogia e invocação aos prin- Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo
cípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, pu- Decreto no 1.171, de 22 de junho de 1994, os arts. 2o e
blicidade e eficiência. 3o do Decreto de 26 de maio de 1999, que cria a Comis-
§ 1o Havendo dúvida quanto à legalidade, a Comissão são de Ética Pública, e os Decretos de 30 de agosto de
de Ética competente deverá ouvir previamente a área 2000 e de 18 de maio de 2001, que dispõem sobre a
jurídica do órgão ou entidade. Comissão de Ética Pública.
§ 2o Cumpre à CEP responder a consultas sobre as- Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data da sua
pectos éticos que lhe forem dirigidas pelas demais Co- publicação.
missões de Ética e pelos órgãos e entidades que inte-
gram o Executivo Federal, bem como pelos cidadãos e Brasília, 1º de fevereiro de 2007;
servidores que venham a ser indicados para ocupar 186o da Independência e 119o da República.
cargo ou função abrangida pelo Código de Conduta da LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Alta Administração Federal. Dilma Rousseff
Art. 17. As Comissões de Ética, sempre que constata-
rem a possível ocorrência de ilícitos penais, civis, de
improbidade administrativa ou de infração disciplinar,
encaminharão cópia dos autos às autoridades compe-
tentes para apuração de tais fatos, sem prejuízo das
medidas de sua competência.
Art. 18. As decisões das Comissões de Ética, na aná-
lise de qualquer fato ou ato submetido à sua aprecia-
ção ou por ela levantado, serão resumidas em ementa
e, com a omissão dos nomes dos investigados, divul-
gadas no sítio do próprio órgão, bem como remetidas à
Comissão de Ética Pública.
Art. 19. Os trabalhos nas Comissões de Ética de que
tratam os incisos II e III do art. 2o são considerados
relevantes e têm prioridade sobre as atribuições pró-
prias dos cargos dos seus membros, quando estes
não atuarem com exclusividade na Comissão.
Art. 20. Os órgãos e entidades da Administração Pú-
blica Federal darão tratamento prioritário às solicita-
ções de documentos necessários à instrução dos pro-
cedimentos de investigação instaurados pelas Comis-
sões de Ética.
§ 1o Na hipótese de haver inobservância do dever fun-
cional previsto no caput, a Comissão de Ética adotará
as providências previstas no inciso III do § 5o do art. 12.
§ 2o As autoridades competentes não poderão alegar
sigilo para deixar de prestar informação solicitada pe-
las Comissões de Ética.
Art. 21. A infração de natureza ética cometida por mem-
bro de Comissão de Ética de que tratam os incisos II e III
do art. 2o será apurada pela Comissão de Ética Pública.
Art. 22. A Comissão de Ética Pública manterá banco
de dados de sanções aplicadas pelas Comissões de
Ética de que tratam os incisos II e III do art. 2o e de suas
próprias sanções, para fins de consulta pelos órgãos
ou entidades da administração pública federal, em ca-
sos de nomeação para cargo em comissão ou de alta
relevância pública.
Parágrafo único. O banco de dados referido neste ar-
tigo engloba as sanções aplicadas a qualquer dos agen-
tes públicos mencionados no parágrafo único do art. 11
deste Decreto.
Art. 23. Os representantes das Comissões de Ética
de que tratam os incisos II e III do art. 2o atuarão como
elementos de ligação com a CEP, que disporá em Re-
solução própria sobre as atividades que deverão de-
senvolver para o cumprimento desse mister.
Art. 24. As normas do Código de Conduta da Alta Ad-
ministração Federal, do Código de Ética Profissional
Regime
Jurídico Único
nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fi-
dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X xada em razão das atribuições pertinentes aos respecti-
do art. 102, o prazo será contado do término do impedi- vos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho
mento. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) semanal de quarenta horas e observados os limites mí-
§ 3o A posse poderá dar-se mediante procuração espe- nimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, res-
cífica. pectivamente. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de
§ 4o Só haverá posse nos casos de provimento de cargo 17.12.91)
por nomeação. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de § 1o O ocupante de cargo em comissão ou função de
10.12.97) confiança submete-se a regime de integral dedicação
§ 5o No ato da posse, o servidor apresentará declaração ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo
de bens e valores que constituem seu patrimônio e de- ser convocado sempre que houver interesse da Admi-
claração quanto ao exercício ou não de outro cargo, nistração. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
emprego ou função pública. § 2o O disposto neste artigo não se aplica a duração de
§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a trabalho estabelecida em leis especiais. (Parágrafo in-
posse não ocorrer no prazo previsto no § 1o deste artigo. cluído pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para
inspeção médica oficial. cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, du-
for julgado apto física e mentalmente para o exercício do rante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de
cargo. avaliação para o desempenho do cargo, observados os
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribui- seguinte fatores: (vide EMC nº 19)
ções do cargo público ou da função de confiança. (Re- I - assiduidade;
dação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) II - disciplina;
§ 1o É de quinze dias o prazo para o servidor empossado III - capacidade de iniciativa;
em cargo público entrar em exercício, contados da data IV - produtividade;
da posse. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) V- responsabilidade.
§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado § 1o 4 (quatro) meses antes de findo o período do está-
sem efeito o ato de sua designação para função de con- gio probatório, será submetida à homologação da auto-
fiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos ridade competente a avaliação do desempenho do ser-
neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redação vidor, realizada por comissão constituída para essa fina-
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) lidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regula-
§ 3o À autoridade competente do órgão ou entidade para mento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da
onde for nomeado ou designado o servidor compete dar- continuidade de apuração dos fatores enumerados nos
lhe exercício. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela
10.12.97) Lei nº 11.784, de 2008)
§ 4o O início do exercício de função de confiança coinci- § 2o O servidor não aprovado no estágio probatório será
dirá com a data de publicação do ato de designação, exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteri-
salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado ormente ocupado, observado o disposto no
por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá parágrafo único do art. 29.
no primeiro dia útil após o término do impedimento, que § 3o O servidor em estágio probatório poderá exercer
não poderá exceder a trinta dias da publicação. (Pará- quaisquer cargos de provimento em comissão ou fun-
grafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ções de direção, chefia ou assessoramento no órgão
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício ou entidade de lotação, e somente poderá ser cedido a
do exercício serão registrados no assentamento indivi- outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza
dual do servidor. Especial, cargos de provimento em comissão do Gru-
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apre- po-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de ní-
sentará ao órgão competente os elementos necessári- veis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Parágrafo incluído pela
os ao seu assentamento individual. Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercí- § 4o Ao servidor em estágio probatório somente pode-
cio, que é contado no novo posicionamento na carreira a rão ser concedidas as licenças e os afastamentos pre-
partir da data de publicação do ato que promover o ser- vistos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim
vidor. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) afastamento para participar de curso de formação de-
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro muni- corrente de aprovação em concurso para outro cargo na
cípio em razão de ter sido removido, redistribuído, requi- Administração Pública Federal. (Parágrafo incluído pela
sitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no Lei n. 9.527, de 10.12.97)
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados § 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as li-
da publicação do ato, para a retomada do efetivo de- cenças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, §
sempenho das atribuições do cargo, incluído nesse pra- 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
zo o tempo necessário para o deslocamento para a nova curso de formação, e será retomado a partir do término
sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do impedimento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527,
§ 1o Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença de 10.12.97)
ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este
artigo será contado a partir do término do impedimento. Seção V
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de Da Estabilidade
10.12.97) Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e
§ 2o É facultado ao servidor declinar dos prazos estabe- empossado em cargo de provimento efetivo adquirirá
lecidos no caput. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois)
de 10.12.97)
anos de efetivo exercício. (Prazo: 3 anos - vide EMC n. 19) fo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude 4.9.2001)
de sentença judicial transitada em julgado ou de pro- § 6o O Poder Executivo regulamentará o disposto neste
cesso administrativo disciplinar no qual lhe seja asse- artigo. (Parágrafo incluído pela Medida Provisória n.
gurada ampla defesa. 2.225-45, de 4.9.2001)
Art. 26. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45,
Seção VI de 4.9.2001)
Da Transferência Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver
Art. 23. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) completado 70 (setenta) anos de idade.
Seção IX
Seção VII Da Reintegração
Da Readaptação Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor es-
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em car- tável no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo re-
go de atribuições e responsabilidades compatíveis com sultante de sua transformação, quando invalidada a sua
a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física demissão por decisão administrativa ou judicial, com
ou mental verificada em inspeção médica. ressarcimento de todas as vantagens.
§ 1 o Se julgado incapaz para o serviço público, o § 1o Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor
readaptando será aposentado. ficará em disponibilidade, observado o disposto nos arts.
§ 2o A readaptação será efetivada em cargo de atribui- 30 e 31.
ções afins, respeitada a habilitação exigida, nível de es- § 2o Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocu-
colaridade e equivalência de vencimentos e, na hipóte- pante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito
se de inexistência de cargo vago, o servidor exercerá à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda,
suas atribuições como excedente, até a ocorrência de posto em disponibilidade.
vaga.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção X
Seção VIII Da Recondução
Da Reversão Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:
aposentado: (Redação dada pela Medida Provisória n. I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
2.225-45, de 4.9.2001) II - reintegração do anterior ocupante.
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de ori-
insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou (Inciso gem, o servidor será aproveitado em outro, observado o
incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) disposto no art. 30.
II - no interesse da administração, desde que: (Inciso
incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Seção XI
a) tenha solicitado a reversão; (Alínea incluída pela Me- Da Disponibilidade e do Aproveitamento
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibili-
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; (Alínea incluí- dade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em
da pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o
c) estável quando na atividade; (Alínea incluída pela Me- anteriormente ocupado.
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil de-
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos ante- terminará o imediato aproveitamento de servidor em dis-
riores à solicitação; (Alínea incluída pela Medida Provi- ponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) entidades da Administração Pública Federal.
e) haja cargo vago. (Alínea incluída pela Medida Provi- Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3o do art.
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) 37, o servidor posto em disponibilidade poderá ser man-
§ 1o A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo tido sob responsabilidade do órgão central do Sistema
resultante de sua transformação. (Parágrafo incluído pela de Pessoal Civil da Administração Federal - SIPEC, até o
Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) seu adequado aproveitamento em outro órgão ou enti-
§ 2o O tempo em que o servidor estiver em exercício será dade. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
considerado para concessão da aposentadoria. (Pará- Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cas-
grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de sada a disponibilidade se o servidor não entrar em exer-
4.9.2001) cício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta
§ 3o No caso do inciso I, encontrando-se provido o car- médica oficial.
go, o servidor exercerá suas atribuições como exceden-
te, até a ocorrência de vaga. (Parágrafo incluído pela Capítulo II
Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Da Vacância
§ 4o O servidor que retornar à atividade por interesse da Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:
administração perceberá, em substituição aos proventos I - exoneração;
da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a II - demissão;
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pesso- III - promoção;
al que percebia anteriormente à aposentadoria. (Pará- IV - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
grafo incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de V - (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
4.9.2001) VI - readaptação;
§ 5o O servidor de que trata o inciso II somente terá os VII - aposentadoria;
proventos calculados com base nas regras atuais se VIII - posse em outro cargo inacumulável;
permanecer pelo menos cinco anos no cargo. (Parágra- IX - falecimento.
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido ção ou criação de órgão ou entidade. (Incluído pela Lei
do servidor, ou de ofício. nº 9.527, de 10.12.97)
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: § 2o A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará
I - quando não satisfeitas as condições do estágio mediante ato conjunto entre o órgão central do SI-
probatório; PEC e os órgãos e entidades da Administração Pú-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar blica Federal envolvidos. (Incluído pela Lei nº 9.527,
em exercício no prazo estabelecido. de 10.12.97)
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dis- § 3o Nos casos de reorganização ou extinção de órgão
pensa de função de confiança dar-se-á: (Redação dada ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desne-
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) cessidade no órgão ou entidade, o servidor estável
I - a juízo da autoridade competente; que não for redistribuído será colocado em disponibi-
II - a pedido do próprio servidor. lidade, até seu aproveitamento na forma dos arts. 30
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de e 31. (Parágrafo renumerado e alterado pela Lei nº
10.12.97) 9.527, de 10.12.97)
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedi- § 4o O servidor que não for redistribuído ou colocado em
do ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou disponibilidade poderá ser mantido sob responsabili-
sem mudança de sede. dade do órgão central do SIPEC, e ter exercício provisó-
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, en- rio, em outro órgão ou entidade, até seu adequado apro-
tende-se por modalidades de remoção: (Redação dada veitamento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
I - de ofício, no interesse da Administração; (Incluído pela Capítulo IV
Lei nº 9.527, de 10.12.97) Da Substituição
II - a pedido, a critério da Administração; (Incluído pela Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de
Lei nº 9.527, de 10.12.97) direção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza
III - a pedido, para outra localidade, independentemente Especial terão substitutos indicados no regimento inter-
do interesse da Administração: (Incluído pela Lei nº 9.527, no ou, no caso de omissão, previamente designados
de 10.12.97) pelo dirigente máximo do órgão ou entidade. (Redação
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
servidor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes § 1o O substituto assumirá automática e cumulativamen-
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- te, sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do car-
pios, que foi deslocado no interesse da Administração; go ou função de direção ou chefia e os de Natureza Es-
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) pecial, nos afastamentos, impedimentos legais ou re-
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companhei- gulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóte-
ro ou dependente que viva às suas expensas e conste ses em que deverá optar pela remuneração de um de-
do seu assentamento funcional, condicionada à com- les durante o respectivo período. (Redação dada pela
provação por junta médica oficial; (Incluído pela Lei nº Lei nº 9.527, de 10.12.97)
9.527, de 10.12.97) § 2o O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipóte- cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de
se em que o número de interessados for superior ao Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou im-
número de vagas, de acordo com normas preestabeleci- pedimentos legais do titular, superiores a trinta dias con-
das pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam secutivos, paga na proporção dos dias de efetiva subs-
lotados.(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) tituição, que excederem o referido período. (Redação
dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Seção II Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titula-
Da Redistribuição res de unidades administrativas organizadas em nível
Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de de assessoria.
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do qua-
dro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do Título III
mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central Dos Direitos e Vantagens
do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Reda- Capítulo I
ção dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Do Vencimento e da Remuneração
I - interesse da administração; (Incluído pela Lei nº 9.527, Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exer-
de 10.12.97) cício de cargo público, com valor fixado em lei.
II - equivalência de vencimentos; (Incluído pela Lei nº Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 11.784, de
9.527, de 10.12.97) 2008).
III - manutenção da essência das atribuições do cargo; Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
(Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) acrescido das vantagens pecuniárias permanentes
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e estabelecidas em lei.
complexidade das atividades; (Incluído pela Lei nº 9.527, § 1o A remuneração do servidor investido em função ou
de 10.12.97) cargo em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habili- § 2o O servidor investido em cargo em comissão de ór-
tação profissional; (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) gão ou entidade diversa da de sua lotação receberá
VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as a remuneração de acordo com o estabelecido no § 1o
finalidades institucionais do órgão ou entidade. (Incluí- do art. 93.
do pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 3o O vencimento do cargo efetivo, acrescido das van-
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento tagens de caráter permanente, é irredutível.
de lotação e da força de trabalho às necessidades dos § 4o É assegurada a isonomia de vencimentos para car-
serviços, inclusive nos casos de reorganização, extin- gos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo
Poder, ou entre servidores dos três Poderes, ressalva- Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo pre-
das as vantagens de caráter individual e as relativas à visto implicará sua inscrição em dívida ativa. (Redação
natureza ou ao local de trabalho. dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
§ 5o Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não
salário mínimo. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmen- nos casos de prestação de alimentos resultante de de-
te, a título de remuneração, importância superior à soma cisão judicial.
dos valores percebidos como remuneração, em espécie, Capítulo II
a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes, pe- Das Vantagens
los Ministros de Estado, por membros do Congresso Na- Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao ser-
cional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. vidor as seguintes vantagens:
Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração I - indenizações;
as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. II - gratificações;
Art. 43. (Revogado pela Lei n. 9.624, de 2.4.98) (*) Nota: III - adicionais.
O menor e o maior valor da remuneração do servidor § 1o As indenizações não se incorporam ao vencimento
está, agora, estabelecido no art. 18 da Lei n. 9.624, de ou provento para qualquer efeito.
02.04.98: o fator é de 25,641 , o menor é R$ 312,00 e o § 2o As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
maior é de R$ 8.000,00. vencimento ou provento, nos casos e condições indica-
Art. 44. O servidor perderá: dos em lei.
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computa-
motivo justificado; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de das, nem acumuladas, para efeito de concessão de
10.12.97) quaisquer outros acréscimos pecuniários ulteriores, sob
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos o mesmo título ou idêntico fundamento.
atrasos, ausências justificadas, ressalvadas as conces-
sões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo Seção I
na hipótese de compensação de horário, até o mês sub- Das Indenizações
seqüente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela che- Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
fia imediata. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de I - ajuda de custo;
10.12.97) II - diárias;
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de III - transporte.
caso fortuito ou de força maior poderão ser compensa- IV - auxílio-moradia.(Incluído pela Lei nº 11.355, de 2006)
das a critério da chefia imediata, sendo assim conside- Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos
radas como efetivo exercício. (Parágrafo incluído pela incisos I a III do art. 51, assim como as condições para a
Lei n. 9.527, de 10.12.97) sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, (Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006)
nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou
provento. (Regulamento) Subseção I
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, po- Da Ajuda de Custo
derá haver consignação em folha de pagamento a favor Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as des-
de terceiros, a critério da administração e com reposi- pesas de instalação do servidor que, no interesse do
ção de custos, na forma definida em regulamento. serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mu-
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, dança de domicílio em caráter permanente, vedado o
atualizadas até 30 de junho de 1994, serão previamente duplo pagamento de indenização, a qualquer tempo, no
comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pen- caso de o cônjuge ou companheiro que detenha tam-
sionista, para pagamento, no prazo máximo de trinta dias, bém a condição de servidor, vier a ter exercício na mes-
podendo ser parceladas, a pedido do interessado. (Re- ma sede. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
dação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de § 1o Correm por conta da administração as despesas
4.9.2001) de transporte do servidor e de sua família, compreen-
§ 1o O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao dendo passagem, bagagem e bens pessoais.
correspondente a dez por cento da remuneração, § 2o À família do servidor que falecer na nova sede são as-
provento ou pensão. (Redação dada pela Medida Provi- segurados ajuda de custo e transporte para a localidade de
sória n. 2.225-45, de 4.9.2001) origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
§ 2o Quando o pagamento indevido houver ocorrido no Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remunera-
mês anterior ao do processamento da folha, a reposi- ção do servidor, conforme se dispuser em regulamento,
ção será feita imediatamente, em uma única parcela. não podendo exceder a importância correspondente a 3
(Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de (três) meses.
4.9.2001) Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor
§ 3o Na hipótese de valores recebidos em decorrência que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de
de cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada mandato eletivo.
ou a sentença que venha a ser revogada ou rescindida, Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não
serão eles atualizados até a data da reposição. (Reda- sendo servidor da União, for nomeado para cargo em
ção dada pela Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) comissão, com mudança de domicílio.
Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demi- Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do
tido, exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou dis- art. 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário,
ponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quando cabível.
quitar o débito. (Redação dada pela Medida Provisória n. Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de
2.225-45, de 4.9.2001) custo quando, injustificadamente, não se apresentar na
nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
VI - adicional noturno; Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de ser-
VII - adicional de férias; vidores em operações ou locais considerados penosos,
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. insalubres ou perigosos.
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. (Re- Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será
dação dada pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006) afastada, enquanto durar a gestação e a lactação, das
operações e locais previstos neste artigo, exercendo
Subseção I suas atividades em local salubre e em serviço não pe-
Da Retribuição pelo Exercício de Função de Direção, noso e não perigoso.
Chefia e Assessoramento Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades pe-
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) nosas, de insalubridade e de periculosidade, serão ob-
Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido servadas as situações estabelecidas em legislação
em função de direção, chefia ou assessoramento, car- específica.
go de provimento em comissão ou de Natureza Especi- Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos
al é devida retribuição pelo seu exercício.(Redação dada servidores em exercício em zonas de fronteira ou em
pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) localidades cujas condições de vida o justifiquem, nos
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remune- termos, condições e limites fixados em regulamento.
ração dos cargos em comissão de que trata o inciso II Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que ope-
do art. 9o.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) ram com Raios X ou substâncias radioativas serão man-
Art. 62-A. Fica transformada em Vantagem Pessoal No- tidos sob controle permanente, de modo que as doses
minalmente Identificada - VPNI a incorporação da retri- de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo
buição pelo exercício de função de direção, chefia ou previsto na legislação própria.
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou Parágrafo único. Os servidores a que se refere este ar-
de Natureza Especial a que se referem os arts. 3o e 10 tigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis)
da Lei no 8.911, de 11 de julho de 1994, e o art. 3o da Lei meses.
no 9.624, de 2 de abril de 1998. (Artigo incluído pela Me-
dida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001) Subseção V
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste arti- Do Adicional por Serviço Extraordinário
go somente estará sujeita às revisões gerais de remu- Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com
neração dos servidores públicos federais. (Parágrafo úni- acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) em relação à
co incluído pela Medida Provisória n. 2.225-45, de hora normal de trabalho.
4.9.2001) Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário
para atender a situações excepcionais e temporárias, res-
Seção II peitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Da Gratificação Natalina
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze Subseção VI
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de Do Adicional Noturno
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compre-
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 endido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cin-
(quinze) dias será considerada como mês integral. co) horas do dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora
mês de dezembro de cada ano. como cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.
Parágrafo único. (VETADO). Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordi-
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nário, o acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, cal- a remuneração prevista no art. 73.
culada sobre a remuneração do mês da exoneração.
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para Subseção VII
cálculo de qualquer vantagem pecuniária. Do Adicional de Férias
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago
Subseção III ao servidor, por ocasião das férias, um adicional corres-
Do Adicional por Tempo de Serviço pondente a 1/3 (um terço) da remuneração do período
Art. 67. (Revogado pela Medida Provisória n. 2.225-45, das férias.
de 4.9.2001) Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função
Parágrafo único. (Revogado pela Medida Provisória n. de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo
2.225-45, de 4.9.2001) em comissão, a respectiva vantagem será considerada
no cálculo do adicional de que trata este artigo.
Subseção IV
Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Subseção VIII
Atividades Penosas Da Gratificação por Encargo de
Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade Curso ou Concurso
em locais insalubres ou em contato permanente com (Incluído pela Lei n. 11.314, de 3.07.2006)
substâncias tóxicas, radioativas ou com risco de vida, Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Con-
fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo curso é devida ao servidor que, em caráter eventual:
efetivo. I - atuar como instrutor em curso de formação, de desen-
§ 1o O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubri- volvimento ou de treinamento regularmente instituído no
dade e de periculosidade deverá optar por um deles. âmbito da administração pública federal;
§ 2 o O direito ao adicional de insalubridade ou II - participar de banca examinadora ou de comissão
periculosidade cessa com a eliminação das condições para exames orais, para análise curricular, para corre-
ção de provas discursivas, para elaboração de ques- § 3o O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em co-
tões de provas ou para julgamento de recursos intenta- missão, perceberá indenização relativa ao período das
dos por candidatos; férias a que tiver direito e ao incompleto, na proporção
III - participar da logística de preparação e de realização de um doze avos por mês de efetivo exercício, ou fração
de concurso público envolvendo atividades de planeja- superior a quatorze dias. (Parágrafo incluído pela Lei n.
mento, coordenação, supervisão, execução e avaliação 8.216, de 13.8.91)
de resultado, quando tais atividades não estiverem in- § 4o A indenização será calculada com base na remune-
cluídas entre as suas atribuições permanentes; ração do mês em que for publicado o ato
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exoneratório. (Parágrafo incluído pela Lei n. 8.216, de
exame vestibular ou de concurso público ou supervisio- 13.8.91)
nar essas atividades. § 5o Em caso de parcelamento, o servidor receberá o
§ 1o Os critérios de concessão e os limites da gratifica- valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7o da Cons-
ção de que trata este artigo serão fixados em regula- tituição Federal quando da utilização do primeiro perío-
mento, observados os seguintes parâmetros: do. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.525, de 3.12.97)
I - o valor da gratificação será calculado em horas, ob- Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente
servadas a natureza e a complexidade da atividade com Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte)
exercida; dias consecutivos de férias, por semestre de atividade pro-
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente fissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.
a 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalva- Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de
da situação de excepcionalidade, devidamente justificada 10.12.97)
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas
e previamente aprovada pela autoridade máxima do ór-
por motivo de calamidade pública, comoção interna, con-
gão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de
vocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por ne-
até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; cessidade do serviço declarada pela autoridade máxi-
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá ma do órgão ou entidade. (Redação dada pela Lei n.
aos seguintes percentuais, incidentes sobre o maior ven- 9.527, de 10.12.97)
cimento básico da administração pública federal: Parágrafo único. O restante do período interrompido
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se será gozado de uma só vez, observado o disposto no art.
tratando de atividades previstas nos incisos I e II do 77. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 11.501,
de 2007) Capítulo IV
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se Das Licenças
tratando de atividade prevista nos incisos III e IV do caput Seção I
deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) Disposições Gerais
§ 2o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
somente será paga se as atividades referidas nos I - por motivo de doença em pessoa da família;
incisos do caput deste artigo forem exercidas sem pre- II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
juízo das atribuições do cargo de que o servidor for titu- III - para o serviço militar;
lar, devendo ser objeto de compensação de carga horá- IV - para atividade política;
ria quando desempenhadas durante a jornada de traba- V - para capacitação; (Redação dada pela Lei n. 9.527,
lho, na forma do § 4o do art. 98 desta Lei. de 10.12.97)
§ 3o A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso VI - para tratar de interesses particulares;
não se incorpora ao vencimento ou salário do servidor VII - para desempenho de mandato classista.
para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como § 1o A licença prevista no inciso I do caput deste artigo
base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclu- bem como cada uma de suas prorrogações serão
sive para fins de cálculo dos proventos da aposentado- precedidas de exame por perícia médica oficial,
ria e das pensões. observado o disposto no art. 204 desta Lei. (Redação
dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Capítulo III § 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Das Férias § 3o É vedado o exercício de atividade remunerada duran-
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que te o período da licença prevista no inciso I deste artigo.
podem ser acumuladas, até o máximo de dois perío- Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias
dos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas do término de outra da mesma espécie será considera-
as hipóteses em que haja legislação específica. (Reda- da como prorrogação.
ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Seção II
§ 1o Para o primeiro período aquisitivo de férias serão Da Licença por Motivo de Doença em Pessoa da
exigidos 12 (doze) meses de exercício. Família
§ 2o É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por
serviço. motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais,
§ 3o As férias poderão ser parceladas em até três eta- dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou depen-
pas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no dente que viva a suas expensas e conste do seu assen-
interesse da administração pública. (Parágrafo incluído tamento funcional, mediante comprovação por perícia mé-
pela Lei n. 9.525, de 3.12.97) dica oficial. (Redação dada pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será § 1o A licença somente será deferida se a assistência dire-
efetuado até 2 (dois) dias antes do início do respectivo ta do servidor for indispensável e não puder ser prestada
período, observando-se o disposto no § 1o deste artigo. simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante
§ 1o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) compensação de horário, na forma do disposto no inciso II
§ 2o (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) do art. 44. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorroga- vidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se
ções, poderá ser concedida a cada período de doze do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remune-
meses nas seguintes condições: (Redação dada pela ração, por até três meses, para participar de curso de
Lei nº 12.269, de 2010) capacitação profissional. (Redação dada pela Lei n.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, 9.527, de 10.12.97)
mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o
nº 12.269, de 2010) caput não são acumuláveis. (Redação dada pela Lei n.
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem 9.527, de 10.12.97)
remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) Art. 88. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será con- Art. 89. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
tado a partir da data do deferimento da primeira licença Art. 90. (VETADO).
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças Seção VII
não remuneradas, incluídas as respectivas prorroga- Da Licença para Tratar de Interesses Particulares
ções, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) Art. 91. A critério da Administração, poderão ser conce-
meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultra- didas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que
passar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. não esteja em estágio probatório, licenças para o trato
(Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010) de assuntos particulares pelo prazo de até três anos
consecutivos, sem remuneração. (Redação dada pela
Seção III Medida Provisória n. 2.225-45, de 4.9.2001)
Da Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do
acompanhar cônjuge ou companheiro que foi desloca- serviço. (Redação dada pela Medida Provisória n. 2.225-
do para outro ponto do território nacional, para o exterior 45, de 4.9.2001)
ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe-
cutivo e Legislativo. Seção VIII
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem re- Da Licença para o Desempenho de Mandato
muneração. Classista
§ 2o No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou com- Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem
panheiro também seja servidor público, civil ou militar, remuneração para o desempenho de mandato em con-
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do federação, federação, associação de classe de âmbito
Distrito Federal e dos Municípios, poderá haver exercício nacional, sindicato representativo da categoria ou enti-
provisório em órgão ou entidade da Administração Fe- dade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para partici-
deral direta, autárquica ou fundacional, desde que para par de gerência ou administração em sociedade coope-
o exercício de atividade compatível com o seu cargo. rativa constituída por servidores públicos para prestar
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) serviços a seus membros, observado o disposto na alí-
nea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme dis-
Seção IV posto em regulamento e observados os seguintes limi-
Da Licença para o Serviço Militar tes: (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será I - para entidades com até 5.000 associados, um servi-
concedida licença, na forma e condições previstas na dor; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
legislação específica. II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor servidores; (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir III - para entidades com mais de 30.000 associados, três
o exercício do cargo. servidores. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção V § 1o Somente poderão ser licenciados servidores elei-
Da Licença para Atividade Política tos para cargos de direção ou representação nas referi-
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remunera- das entidades, desde que cadastradas no Ministério da
ção, durante o período que mediar entre a sua escolha Administração Federal e Reforma do Estado. (Redação
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
e a véspera do registro de sua candidatura perante a § 2o A licença terá duração igual à do mandato, podendo
Justiça Eleitoral. ser prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.
§ 1o O servidor candidato a cargo eletivo na localidade
onde desempenha suas funções e que exerça cargo de Capítulo V
direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fisca- Dos Afastamentos
lização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao Seção I
do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleito- Do Afastamento para Servir a Outro Órgão ou
ral, até o décimo dia seguinte ao do pleito. (Redação Entidade
dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
§ 2o A partir do registro da candidatura e até o décimo dia outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Esta-
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, as- dos, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
segurados os vencimentos do cargo efetivo, somente hipóteses: (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
pelo período de três meses. (Redação dada pela Lei n. (Regulamento) (Vide Decreto n. 4.493, de 3.12.2002)
9.527, de 10.12.97) I - para exercício de cargo em comissão ou função de
confiança; (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
Seção VI II - em casos previstos em leis específicas.(Redação
Da Licença para Capacitação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91)
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) § 1o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos
Art. 87. Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o ser- ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Mu-
nicípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entida- te da República, Presidente dos Órgãos do Poder
de cessionária, mantido o ônus para o cedente nos de- Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
mais casos. (Redação dada pela Lei n. 8.270, de 17.12.91) § 1o A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública missão ou estudo, somente decorrido igual período, será
ou sociedade de economia mista, nos termos das permitida nova ausência.
respectivas normas, optar pela remuneração do cargo § 2o Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo
efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida não será concedida exoneração ou licença para tratar
de percentual da retribuição do cargo em comissão, a de interesse particular antes de decorrido período igual
entidade cessionária efetuará o reembolso das ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarci-
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. mento da despesa havida com seu afastamento.
(Redação dada pela Lei nº 11.355, de 2006) § 3o O disposto neste artigo não se aplica aos servido-
§ 3o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no res da carreira diplomática.
Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei n. 8.270, § 4o As hipóteses, condições e formas para a autoriza-
de 17.12.91) ção de que trata este artigo, inclusive no que se refere à
§ 4o Mediante autorização expressa do Presidente da remuneração do servidor, serão disciplinadas em regu-
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exer- lamento. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de
cício em outro órgão da Administração Federal direta 10.12.97).
que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim de- Art. 96. O afastamento de servidor para servir em orga-
terminado e a prazo certo. (Parágrafo incluído pela Lei n. nismo internacional de que o Brasil participe ou com o
8.270, de 17.12.91) qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
§ 5o Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
servidor por ela requisitado, as disposições dos §§ 1o e Seção IV
2o deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 10.470, de (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
25.6.2002) Do Afastamento para Participação em Programa de
§ 6o As cessões de empregados de empresa pública ou Pós-Graduação Stricto Sensu no País
de sociedade de economia mista, que receba recursos Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da
de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da Administração, e desde que a participação não possa
sua folha de pagamento de pessoal, independem das ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou
disposições contidas nos incisos I e II e §§ 1o e 2o deste mediante compensação de horário, afastar-se do
artigo, ficando o exercício do empregado cedido condici- exercício do cargo efetivo, com a respectiva
onado a autorização específica do Ministério do Planeja- remuneração, para participar em programa de pós-
mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocu- graduação stricto sensu em instituição de ensino
pação de cargo em comissão ou função gratificada. (Pa- superior no País. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
rágrafo incluído pela Lei n. 10.470, de 25.6.2002) § 1 o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade
§ 7o O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, definirá, em conformidade com a legislação vigente, os
com a finalidade de promover a composição da força de programas de capacitação e os critérios para
trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pú- participação em programas de pós-graduação no País,
blica Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício com ou sem afastamento do servidor, que serão
de empregado ou servidor, independentemente da ob- avaliados por um comitê constituído para este fim.
servância do constante no inciso I e nos §§ 1o e 2o deste (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
artigo. (Incluído pela Lei nº 10.470, de 25.6.2002) § 2o Os afastamentos para realização de programas de
mestrado e doutorado somente serão concedidos aos
Seção II servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão
Do Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo apli- e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de
cam-se as seguintes disposições: estágio probatório, que não tenham se afastado por
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, licença para tratar de assuntos particulares para gozo
ficará afastado do cargo; de licença capacitação ou com fundamento neste artigo
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
III - investido no mandato de vereador: § 3o Os afastamentos para realização de programas de
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as van- pós-doutorado somente serão concedidos aos servido-
tagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do res titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou
cargo eletivo; entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período
b) não havendo compatibilidade de horário, será afas- de estágio probatório, e que não tenham se afastado
tado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua por licença para tratar de assuntos particulares ou com
remuneração. fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à
§ 1o No caso de afastamento do cargo, o servidor contri- data da solicitação de afastamento. (Redação dada pela
buirá para a seguridade social como se em exercício Lei nº 12.269, de 2010)
estivesse. § 4 o Os servidores beneficiados pelos afastamentos
§ 2o O servidor investido em mandato eletivo ou classista previstos nos §§ 1 o, 2 o e 3 o deste artigo terão que
não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para permanecer no exercício de suas funções após o seu
localidade diversa daquela onde exerce o mandato. retorno por um período igual ao do afastamento
concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Seção III § 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo
Do Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior ou aposentadoria, antes de cumprido o período de
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir
estudo ou missão oficial, sem autorização do Presiden- o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de
11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no
aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009) art. 97, são considerados como de efetivo exercício os
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que afastamentos em virtude de:
justificou seu afastamento no período previsto, aplica- I - férias;
se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados,
do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído Municípios e Distrito Federal;
pela Lei nº 11.907, de 2009) III - exercício de cargo ou função de governo ou adminis-
§ 7 o Aplica-se à participação em programa de pós- tração, em qualquer parte do território nacional, por no-
graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 meação do Presidente da República;
desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído IV - participação em programa de treinamento regular-
pela Lei nº 11.907, de 2009) mente instituído, ou em programa de pós-graduação
stricto sensu no país, conforme dispuser o regulamen-
Capítulo VI to; (Redação dada pela Lei n. 11.907, de 2009)
Das Concessões V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausen- municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção
tar-se do serviço: por merecimento;
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Reda-
a) casamento; ção dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madras- VIII - licença:
ta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou a) à gestante, à adotante e à paternidade;
tutela e irmãos. b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor es- e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servi-
tudante, quando comprovada a incompatibilidade entre ço público prestado à União, em cargo de provimento
o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exer- efetivo; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
cício do cargo. c) para o desempenho de mandato classista ou partici-
§ 1o Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a pação de gerência ou administração em sociedade coo-
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver perativa constituída por servidores para prestar serviços
exercício, respeitada a duração semanal do trabalho. a seus membros, exceto para efeito de promoção por
(Parágrafo renumerado e alterado pela Lei n. 9.527, de merecimento; (Redação dada pela Lei nº 11.094, de 2005)
10.12.97) d) por motivo de acidente em serviço ou doença pro-
§ 2o Também será concedido horário especial ao servi- fissional;
dor portador de deficiência, quando comprovada a ne- e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
cessidade por junta médica oficial, independentemente (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
de compensação de horário. (Parágrafo incluído pela f) por convocação para o serviço militar;
Lei n. 9.527, de 10.12.97) IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
§ 3o As disposições do parágrafo anterior são extensi- X - participação em competição desportiva nacional ou
vas ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente convocação para integrar representação desportiva na-
portador de deficiência física, exigindo-se, porém, neste cional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
caso, compensação de horário na forma do inciso II do específica;
art. 44. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) XI - afastamento para servir em organismo internacional
§ 4 o Será igualmente concedido horário especial, de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Inciso
vinculado à compensação de horário a ser efetivada no incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposenta-
atividade prevista nos incisos I e II do caput do art. 76-A doria e disponibilidade:
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.501, de 2007) I - o tempo de serviço público prestado aos Estados,
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no Municípios e Distrito Federal;
interesse da administração é assegurada, na localida- II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da
de da nova residência ou na mais próxima, matrícula em família do servidor, com remuneração, que exceder a 30
instituição de ensino congênere, em qualquer época, (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. (Redação
independentemente de vaga. dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2o;
cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do IV - o tempo correspondente ao desempenho de man-
servidor que vivam na sua companhia, bem como aos dato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, an-
menores sob sua guarda, com autorização judicial. terior ao ingresso no serviço público federal;
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à
Capítulo VII Previdência Social;
Do Tempo de Serviço VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de VII - o tempo de licença para tratamento da própria saú-
serviço público federal, inclusive o prestado às Forças de que exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do
Armadas. inciso VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527,
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em de 10.12.97)
dias, que serão convertidos em anos, considerado o § 1o O tempo em que o servidor esteve aposentado será
ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. contado apenas para nova aposentadoria.
Parágrafo único. (Revogado pela Lei n. 9.527, de § 2o Será contado em dobro o tempo de serviço presta-
10.12.97) do às Forças Armadas em operações de guerra.
§ 3o É vedada a contagem cumulativa de tempo de servi- I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
ço prestado concomitantemente em mais de um cargo II - ser leal às instituições a que servir;
ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, III - observar as normas legais e regulamentares;
Estado, Distrito Federal e Município, autarquia, fundação IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando mani-
pública, sociedade de economia mista e empresa pública. festamente ilegais;
V - atender com presteza:
Capítulo VIII a) ao público em geral, prestando as informações
Do Direito de Petição requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direi-
aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou interes- to ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;
se legítimo. c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe- VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as ir-
tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela regularidades de que tiver ciência em razão do cargo;
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. VII - zelar pela economia do material e a conservação do
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade patrimônio público;
que houver expedido o ato ou proferido a primeira deci- VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
são, não podendo ser renovado. IX - manter conduta compatível com a moralidade admi-
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de nistrativa;
reconsideração de que tratam os artigos anteriores de- X - ser assíduo e pontual ao serviço;
verão ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e de- XI - tratar com urbanidade as pessoas;
cididos dentro de 30 (trinta) dias. XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso
Art. 107. Caberá recurso: de poder.
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; Parágrafo único. A representação de que trata o inciso
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente in- XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada
terpostos. pela autoridade superior àquela contra a qual é formula-
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade imediatamente da, assegurando-se ao representando ampla defesa.
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a deci-
são, e, sucessivamente, em escala ascendente, às de- Capítulo II
mais autoridades. Das Proibições
§ 2o O recurso será encaminhado por intermédio da au- Art. 117. Ao servidor é proibido:
toridade a que estiver imediatamente subordinado o re- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem pré-
querente. via autorização do chefe imediato;
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de II - retirar, sem prévia anuência da autoridade compe-
reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a tente, qualquer documento ou objeto da repartição;
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da III - recusar fé a documentos públicos;
decisão recorrida. IV - opor resistência injustificada ao andamento de do-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito cumento e processo ou execução de serviço;
suspensivo, a juízo da autoridade competente. V - promover manifestação de apreço ou desapreço no
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recinto da repartição;
reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos
retroagirão à data do ato impugnado. casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que
Art. 110. O direito de requerer prescreve: seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se
cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou que a associação profissional ou sindical, ou a partido político;
afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou fun-
relações de trabalho; ção de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo o segundo grau civil;
quando outro prazo for fixado em lei. IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da outrem, em detrimento da dignidade da função pública;
data da publicação do ato impugnado ou da data da ciên- X - participar de gerência ou administração de socieda-
cia pelo interessado, quando o ato não for publicado. de privada, personificada ou não personificada, exercer
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quan- o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
do cabíveis, interrompem a prescrição. comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a re-
ser relevada pela administração. partições públicas, salvo quando se tratar de benefícios
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é asse- previdenciários ou assistenciais de parentes até o se-
gurada vista do processo ou documento, na repartição, gundo grau, e de cônjuge ou companheiro;
ao servidor ou a procurador por ele constituído. XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qual- de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
quer tempo, quando eivados de ilegalidade. XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabe- estrangeiro;
lecidos neste Capítulo, salvo motivo de força maior. XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV - proceder de forma desidiosa;
Título IV
XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da reparti-
Do Regime Disciplinar
ção em serviços ou atividades particulares;
Capítulo I
XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao
Dos Deveres
cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e
Art. 116. São deveres do servidor:
transitórias;
XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incom- 46, na falta de outros bens que assegurem a execução
patíveis com o exercício do cargo ou função e com o do débito pela via judicial.
horário de trabalho; § 2o Tratando-se de dano causado a terceiros, respon-
XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quan- derá o servidor perante a Fazenda Pública, em ação
do solicitado. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de regressiva.
10.12.97) § 3o A obrigação de reparar o dano estende-se aos su-
Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do cessores e contra eles será executada, até o limite do
caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: valor da herança recebida.
(Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e
I - participação nos conselhos de administração e fiscal contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
de empresas ou entidades em que a União detenha, Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta
direta ou indiretamente, participação no capital social ou de ato omissivo ou comissivo praticado no desempe-
em sociedade cooperativa constituída para prestar serviços nho do cargo ou função.
a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008). Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas po-
II - gozo de licença para o trato de interesses particula- derão cumular-se, sendo independentes entre si.
res, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legisla- Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor
ção sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº será afastada no caso de absolvição criminal que ne-
11.784, de 2008). gue a existência do fato ou sua autoria.
para julgamento. (Inciso incluído pela Lei n. 9.527, de III - instauração de processo disciplinar.
10.12.97) Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das por igual período, a critério da autoridade superior.
Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor
pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar ensejar a imposição de penalidade de suspensão por
de demissão e cassação de aposentadoria ou disponi- mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de apo-
bilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, ór- sentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo
gão, ou entidade; em comissão, será obrigatória a instauração de proces-
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia ime- so disciplinar.
diatamente inferior àquelas mencionadas no inciso
anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 Capítulo II
(trinta) dias; Do Afastamento Preventivo
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na for- Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servi-
ma dos respectivos regimentos ou regulamentos, nos dor não venha a influir na apuração da irregularidade, a
casos de advertência ou de suspensão de até 30 autoridade instauradora do processo disciplinar pode-
(trinta) dias; rá determinar o seu afastamento do exercício do cargo,
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quan- pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da
do se tratar de destituição de cargo em comissão. remuneração.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos,
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibili- ainda que não concluído o processo.
dade e destituição de cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; Capítulo III
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência. Do Processo Disciplinar
§ 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento desti-
que o fato se tornou conhecido. nado a apurar responsabilidade de servidor por infração
§ 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal apli- praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha
cam-se às infrações disciplinares capituladas também relação com as atribuições do cargo em que se encon-
como crime. tre investido.
§ 3o A abertura de sindicância ou a instauração de pro- Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por co-
cesso disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão missão composta de três servidores estáveis designa-
final proferida por autoridade competente. dos pela autoridade competente, observado o disposto
§ 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo come- no § 3o do art. 143, que indicará, dentre eles, o seu pre-
çará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. sidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo supe-
rior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual
Título V ou superior ao do indiciado. (Redação dada pela Lei n.
Do Processo Administrativo Disciplinar 9.527, de 10.12.97)
Capítulo I § 1o A Comissão terá como secretário servidor designa-
Disposições Gerais do pelo seu presidente, podendo a indicação recair em
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade um de seus membros.
no serviço público é obrigada a promover a sua apuração § 2o Não poderá participar de comissão de sindicância
imediata, mediante sindicância ou processo administra- ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do
tivo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa. acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou
§ 1o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005) colateral, até o terceiro grau.
§ 2o (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005) Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com in-
§ 3o A apuração de que trata o caput, por solicitação da dependência e imparcialidade, assegurado o sigilo ne-
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por auto- cessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse
ridade de órgão ou entidade diverso daquele em que te- da administração.
nha ocorrido a irregularidade, mediante competência es- Parágrafo único. As reuniões e as audiências das co-
pecífica para tal finalidade, delegada em caráter perma- missões terão caráter reservado.
nente ou temporário pelo Presidente da República, pelos Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas se-
presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribu- guintes fases:
nais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no I - instauração, com a publicação do ato que constituir a
âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preserva- comissão;
das as competências para o julgamento que se seguir à II - inquérito administrativo, que compreende instrução,
apuração. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) defesa e relatório;
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão ob- III - julgamento.
jeto de apuração, desde que contenham a identificação Art. 152. O prazo para a conclusão do processo discipli-
e o endereço do denunciante e sejam formuladas por nar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da data
escrito, confirmada a autenticidade. de publicação do ato que constituir a comissão, admiti-
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar da a sua prorrogação por igual prazo, quando as cir-
evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia cunstâncias o exigirem.
será arquivada, por falta de objeto. § 1o Sempre que necessário, a comissão dedicará tem-
Art. 145. Da sindicância poderá resultar: po integral aos seus trabalhos, ficando seus membros
I - arquivamento do processo; dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspen- § 2o As reuniões da comissão serão registradas em atas
são de até 30 (trinta) dias; que deverão detalhar as deliberações adotadas.
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão con- Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias
trariar as provas dos autos, a autoridade julgadora po- para a conclusão dos trabalhos.
derá, motivadamente, agravar a penalidade proposta, Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora,
abrandá-la ou isentar o servidor de responsabilidade. no que couber, as normas e procedimentos próprios da
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a comissão do processo disciplinar.
autoridade que determinou a instauração do processo Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou
ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulida- a penalidade, nos termos do art. 141.
de, total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a cons- Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20
tituição de outra comissão para instauração de novo (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no
processo.(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar
§ 1o O julgamento fora do prazo legal não implica nulida- diligências.
de do processo. Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada
§ 2o A autoridade julgadora que der causa à prescrição sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se
de que trata o art. 142, § 2o, será responsabilizada na todos os direitos do servidor, exceto em relação à desti-
forma do Capítulo IV do Título IV. tuição do cargo em comissão, que será convertida em
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autori- exoneração.
dade julgadora determinará o registro do fato nos as- Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá
sentamentos individuais do servidor. resultar agravamento de penalidade.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como cri-
me, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Título VI
Público para instauração da ação penal, ficando trasla- Da Seguridade Social do Servidor
dado na repartição. Capítulo I
Art. 172. O servidor que responder a processo discipli- Disposições Gerais
nar só poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social
voluntariamente, após a conclusão do processo e o para o servidor e sua família. (Parágrafo incluído pela
cumprimento da penalidade, acaso aplicada. Lei n. 8.647, de 13 de abril de 1993)
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o § 1o O servidor ocupante de cargo em comissão que não
parágrafo único, inciso I do art. 34, o ato será convertido seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego
em demissão, se for o caso. efetivo na administração pública direta, autárquica e
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias: fundacional não terá direito aos benefícios do Plano de
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora Seguridade Social, com exceção da assistência à saú-
da sede de sua repartição, na condição de testemunha, de. (Redação dada pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
denunciado ou indiciado; § 2o O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo,
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri- sem direito à remuneração, inclusive para servir em or-
gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a reali- ganismo oficial internacional do qual o Brasil seja mem-
zação de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. bro efetivo ou com o qual coopere, ainda que contribua
para regime de previdência social no exterior, terá
Seção III suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de
Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar o
Da Revisão do Processo
afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a
período, os benefícios do mencionado regime de previ-
qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se
dência. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de
§ 3o Será assegurada ao servidor licenciado ou afasta-
justificar a inocência do punido ou a inadequação da do sem remuneração a manutenção da vinculação ao
penalidade aplicada. regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Pú-
§ 1o Em caso de falecimento, ausência ou desapareci- blico, mediante o recolhimento mensal da respectiva con-
mento do servidor, qualquer pessoa da família poderá tribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores
requerer a revisão do processo. em atividade, incidente sobre a remuneração total do
§ 2o No caso de incapacidade mental do servidor, a revi- cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições,
são será requerida pelo respectivo curador. computando-se, para esse efeito, inclusive, as vanta-
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe gens pessoais. (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
ao requerente. § 4o O recolhimento de que trata o § 3o deve ser efetuado
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penali- até o segundo dia útil após a data do pagamento das
dade não constitui fundamento para a revisão, que remunerações dos servidores públicos, aplicando-se os
requer elementos novos, ainda não apreciados no procedimentos de cobrança e execução dos tributos fe-
processo originário. derais quando não recolhidas na data de vencimento.
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será (Incluído pela Lei n. 10.667, de 14.5.2003)
dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade equivalen- Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cober-
te, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao tura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua
dirigente do órgão ou entidade onde se originou o pro- família, e compreende um conjunto de benefícios e ações
cesso disciplinar. que atendam às seguintes finalidades:
Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade com- I - garantir meios de subsistência nos eventos de doen-
petente providenciará a constituição de comissão, na ça, invalidez, velhice, acidente em serviço, inatividade,
forma do art. 149. falecimento e reclusão;
Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
originário. III - assistência à saúde.
Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos
dia e hora para a produção de provas e inquirição das termos e condições definidos em regulamento, obser-
testemunhas que arrolar. vadas as disposições desta Lei.
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática,
do servidor compreendem: e declarada por ato, com vigência a partir do dia imedia-
I - quanto ao servidor: to àquele em que o servidor atingir a idade-limite de
a) aposentadoria; permanência no serviço ativo.
b) auxílio-natalidade; Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vi-
c) salário-família; gorará a partir da data da publicação do respectivo ato.
d) licença para tratamento de saúde; § 1o A aposentadoria por invalidez será precedida de li-
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; cença para tratamento de saúde, por período não exce-
f) licença por acidente em serviço; dente a 24 (vinte e quatro) meses.
g) assistência à saúde; § 2o Expirado o período de licença e não estando em
h) garantia de condições individuais e ambientais de tra- condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado,
balho satisfatórias; o servidor será aposentado.
II - quanto ao dependente: § 3o O lapso de tempo compreendido entre o término da
a) pensão vitalícia e temporária; licença e a publicação do ato da aposentadoria será
b) auxílio-funeral; considerado como de prorrogação da licença.
c) auxílio-reclusão; § 4o Para os fins do disposto no § 1o deste artigo, serão
d) assistência à saúde. consideradas apenas as licenças motivadas pela en-
§ 1 o As aposentadorias e pensões serão concedidas fermidade ensejadora da invalidez ou doenças
e mantidas pelos órgãos ou entidades aos quais se correlacionadas. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
encontram vinculados os servidores, observado o dis- § 5o A critério da Administração, o servidor em licença
posto nos arts. 189 e 224. para tratamento de saúde ou aposentado por invalidez
§ 2o O recebimento indevido de benefícios havidos por poderá ser convocado a qualquer momento, para avali-
fraude, dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do ação das condições que ensejaram o afastamento ou
total auferido, sem prejuízo da ação penal cabível. a aposentadoria. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado
Capítulo II com observância do disposto no § 3o do art. 41, e revisto
Dos Benefícios na mesma data e proporção, sempre que se modificar a
Seção I remuneração dos servidores em atividade.
Da Aposentadoria Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer
Art. 186. O servidor será aposentado: (Vide art. 40 da benefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos
Constituição) servidores em atividade, inclusive quando decorrentes
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais de transformação ou reclassificação do cargo ou função
quando decorrente de acidente em serviço, moléstia pro- em que se deu a aposentadoria.
fissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, Art. 190. O servidor aposentado com provento proporci-
especificada em lei, e proporcionais nos demais casos; onal ao tempo de serviço se acometido de qualquer
II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com das moléstias especificadas no § 1o do art. 186 desta
proventos proporcionais ao tempo de serviço; Lei e, por esse motivo, for considerado inválido por jun-
III - voluntariamente: ta médica oficial passará a perceber provento integral,
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e calculado com base no fundamento legal de conces-
aos 30 (trinta) se mulher, com proventos integrais; são da aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções 11.907, de 2009)
de magistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se pro- Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o
fessora, com proventos integrais; provento não será inferior a 1/3 (um terço) da remunera-
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 ção da atividade.
(vinte e cinco) se mulher, com proventos proporcionais a Art. 192. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
esse tempo; Art. 193. (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratifica-
e aos 60 (sessenta) se mulher, com proventos proporci- ção natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, em
onais ao tempo de serviço. valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adi-
§ 1o Consideram-se doenças graves, contagiosas ou in- antamento recebido.
curáveis, a que se refere o inciso I deste artigo, tubercu- Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente par-
lose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, ticipado de operações bélicas, durante a Segunda Guerra
neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no Mundial, nos termos da Lei n. 5.315, de 12 de setembro
serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de 1967, será concedida aposentadoria com provento
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, integral, aos 25 (vinte e cinco) anos de serviço efetivo.
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, esta-
dos avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Seção II
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras Do Auxílio-Natalidade
que a lei indicar, com base na medicina especializada. Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por
§ 2o Nos casos de exercício de atividades consideradas motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente
insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses pre- ao menor vencimento do serviço público, inclusive no
vistas no art. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, caso de natimorto.
“a” e “c”, observará o disposto em lei específica. § 1o Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acresci-
§ 3o Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à do de 50% (cinqüenta por cento), por nascituro.
junta médica oficial, que atestará a invalidez quando carac- § 2o O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro ser-
terizada a incapacidade para o desempenho das atribui- vidor público, quando a parturiente não for servidora.
ções do cargo ou a impossibilidade de se aplicar o disposto
no art. 24. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
Seção VII Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte
Da Pensão presumida do servidor, nos seguintes casos:
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária
jus a uma pensão mensal de valor correspondente ao competente;
da respectiva remuneração ou provento, a partir da data II - desaparecimento em desabamento, inundação, in-
do óbito, observado o limite estabelecido no art. 42. cêndio ou acidente não caracterizado como em serviço;
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, III - desaparecimento no desempenho das atribuições
em vitalícias e temporárias. do cargo ou em missão de segurança.
§ 1o A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas per- Parágrafo único. A pensão provisória será transforma-
manentes, que somente se extinguem ou revertem com da em vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorri-
a morte de seus beneficiários. dos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventu-
§ 2o A pensão temporária é composta de cota ou cotas al reaparecimento do servidor, hipótese em que o bene-
que podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, fício será automaticamente cancelado.
cessação de invalidez ou maioridade do beneficiário. Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
Art. 217. São beneficiários das pensões: I - o seu falecimento;
I - vitalícia: II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer
a) o cônjuge; após a concessão da pensão ao cônjuge;
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou di- III - a cessação de invalidez, em se tratando de
vorciada, com percepção de pensão alimentícia; beneficiário inválido;
c) o companheiro ou companheira designado que com- IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa desig-
prove união estável como entidade familiar; nada, aos 21 (vinte e um) anos de idade;
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econô- V - a acumulação de pensão na forma do art. 225;
mica do servidor; VI - a renúncia expressa.
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e Parágrafo único. A critério da Administração, o benefi-
a pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a de- ciário de pensão temporária motivada por invalidez po-
pendência econômica do servidor; derá ser convocado a qualquer momento para avalia-
II - temporária: ção das condições que ensejaram a concessão do be-
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de nefício. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário,
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos a respectiva cota reverterá:
de idade; I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pen-
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, são ou para os titulares da pensão temporária, se não
enquanto durar a invalidez, que comprovem dependên- houver pensionista remanescente da pensão vitalícia;
cia econômica do servidor; II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou,
d) a pessoa designada que viva na dependência econô- na falta destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
mica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inváli- Art. 224. As pensões serão automaticamente
da, enquanto durar a invalidez. atualizadas na mesma data e na mesma proporção dos
§ 1o A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-
de que tratam as alíneas “a” e “c” do inciso I deste artigo se o disposto no parágrafo único do art. 189.
exclui desse direito os demais beneficiários referidos Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a per-
nas alíneas “d” e “e”. cepção cumulativa de mais de duas pensões.
§ 2o A concessão da pensão temporária aos beneficiários
de que tratam as alíneas “a” e “b” do inciso II deste artigo Seção VIII
exclui desse direito os demais beneficiários referidos Do Auxílio-Funeral
nas alíneas “c” e “d”. Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titu- falecido na atividade ou aposentado, em valor equiva-
lar da pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários lente a um mês da remuneração ou provento.
da pensão temporária. § 1o No caso de acumulação legal de cargos, o auxí-
§ 1o Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão lio será pago somente em razão do cargo de maior
vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais remuneração.
entre os beneficiários habilitados. § 2o (VETADO).
§ 2o Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e tem- § 3o O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito)
porária, metade do valor caberá ao titular ou titulares da horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pes-
pensão vitalícia, sendo a outra metade rateada em par- soa da família que houver custeado o funeral.
tes iguais, entre os titulares da pensão temporária. Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será
§ 3o Ocorrendo habilitação somente à pensão temporá- indenizado, observado o disposto no artigo anterior.
ria, o valor integral da pensão será rateado, em partes Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em servi-
iguais, entre os que se habilitarem. ço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, as des-
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tem- pesas de transporte do corpo correrão à conta de recur-
po, prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis sos da União, autarquia ou fundação pública.
há mais de 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova Seção IX
posterior ou habilitação tardia que implique exclusão de Do Auxílio-Reclusão
beneficiário ou redução de pensão só produzirá efeitos Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-
a partir da data em que for oferecida. reclusão, nos seguintes valores:
Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado I - dois terços da remuneração, quando afastado por mo-
pela prática de crime doloso de que tenha resultado a tivo de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada
morte do servidor. pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em III - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
virtude de condenação, por sentença definitiva, a pena § 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.302 de 2006)
que não determine a perda de cargo. § 5 o O valor do ressarcimento fica limitado ao total
§ 1o Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servi- despendido pelo servidor ou pensionista civil com plano
dor terá direito à integralização da remuneração, desde ou seguro privado de assistência à saúde. (Incluído pela
que absolvido. Lei nº 11.302 de 2006)
§ 2o O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir
do dia imediato àquele em que o servidor for posto em Capítulo IV
liberdade, ainda que condicional. Do Custeio
Art. 231. (Revogado pela Lei n. 9.783, de 28.01.99)
Capítulo III
Da Assistência à Saúde Título VII
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou ina- Capítulo Único
tivo, e de sua família compreende assistência médica, Da Contratação Temporária
hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, terá de Excepcional Interesse Público
como diretriz básica o implemento de ações preventivas Art. 232. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
voltadas para a promoção da saúde e será prestada Art. 233. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo Art. 234. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor, Art. 235. (Revogado pela Lei n. 8.745, de 9.12.93)
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de
auxílio, mediante ressarcimento parcial do valor Título VIII
despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus depen- Capítulo Único
dentes ou pensionistas com planos ou seguros priva- Das Disposições Gerais
dos de assistência à saúde, na forma estabelecida em Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 11.302 de 2006). vinte e oito de outubro.
§ 1 o Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Pode-
exigida perícia, avaliação ou inspeção médica, na au- res Executivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes in-
sência de médico ou junta médica oficial, para a sua centivos funcionais, além daqueles já previstos nos res-
realização o órgão ou entidade celebrará, preferencial- pectivos planos de carreira:
mente, convênio com unidades de atendimento do sis- I - prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou tra-
tema público de saúde, entidades sem fins lucrativos balhos que favoreçam o aumento de produtividade e a
declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Naci- redução dos custos operacionais;
onal do Seguro Social - INSS. (Parágrafo incluído pela II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mé-
Lei n. 9.527, de 10.12.97) rito, condecoração e elogio.
§ 2o Na impossibilidade, devidamente justificada, da apli- Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados
cação do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou enti- em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e inclu-
dade promoverá a contratação da prestação de serviços indo-se o do vencimento, ficando prorrogado, para o pri-
por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especi- meiro dia útil seguinte, o prazo vencido em dia em que
ficamente para esses fins, indicando os nomes e especi- não haja expediente.
alidades dos seus integrantes, com a comprovação de Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção
suas habilitações e de que não estejam respondendo a filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado
processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora da pro- de quaisquer dos seus direitos, sofrer discriminação
fissão. (Parágrafo incluído pela Lei n. 9.527, de 10.12.97) em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento
§ 3o Para os fins do disposto no caput deste artigo, fi- de seus deveres.
cam a União e suas entidades autárquicas e Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos ter-
fundacionais autorizadas a: (Incluído pela Lei nº 11.302 mos da Constituição Federal, o direito à livre associa-
de 2006) ção sindical e os seguintes direitos, entre outros, dela
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação decorrentes:
de serviços de assistência à saúde para os seus servi- a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como
dores ou empregados ativos, aposentados, pensionis- substituto processual;
tas, bem como para seus respectivos grupos familiares b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano
definidos, com entidades de autogestão por elas patro- após o final do mandato, exceto se a pedido;
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sin-
cinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamen-
dical a que for filiado, o valor das mensalidades e contri-
te celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e
buições definidas em assembléia geral da categoria.
que possuam autorização de funcionamento do órgão
d) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
regulador, sendo certo que os convênios celebrados
e) (Revogado pela Lei n. 9.527, de 10.12.97)
depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do
regulamentação específica sobre patrocínio de cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas
autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regu- expensas e constem do seu assentamento individual.
lador, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias da vigência Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companhei-
desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convê- ra ou companheiro, que comprove união estável como
nios existentes até 12 de fevereiro de 2006; (Incluído entidade familiar.
pela Lei nº 11.302 de 2006) Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, município onde a repartição estiver instalada e onde o
de 21 de junho de 1993, operadoras de planos e segu- servidor tiver exercício, em caráter permanente.
ros privados de assistência à saúde que possuam au-
torização de funcionamento do órgão regulador; (Incluí-
do pela Lei nº 11.302 de 2006)
Previdência
do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído, de 1970, causada por dois choques sucessivos nos
em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri- preços mundiais do petróleo - o que acabou por tornar
queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman, evidente que seria impossível sustentar a conversibili-
os investimentos não estariam sendo mais realizados dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordo
tomando como parâmetro principal a eficiência econô- de Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo a
mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur- que se submeteram os países subdesenvolvidos em
sos destinavam-se aos setores mais influentes politi- seu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas de
camente, que traziam maior popularidade ao governan- lucratividade continuamente decrescentes e um mer-
te, independentemente de seu valor produtivo para a cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-
sociedade, alegava ele. ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-
Friedman era contra qualquer regulamentação que ini- senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento de
bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa- um forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-
lário mínimo que, segundo as teorias que defendia, gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mão
além de não conseguir aumentar o valor real da renda, invisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria
excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercado (com vantagem, segundo os neoliberais) os controles
de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá- governamentais até então existentes e as restrições ao
rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe- livre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-
las categorias sindicais ou outro órgão de interesse mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-
social, pois estes pisos, conforme ele argumentava, co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-
distorceriam os custos de produção, e causariam o dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-
aumento do desemprego, baixando a produção e a ri- tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.
queza e, consequentemente, aumentando a pobreza A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-
da sociedade. Friedman defendeu a teoria econômica ”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maior
que ficou conhecida como “monetarista” ou da “escola parte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”
de Chicago” [6] neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-
ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elites
Queda do liberalismo clássico político-econômicas mundiais, especialmente as dos
O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Estados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditarem
século XIX quando começou a declinar lentamente. Com que esse processo melhor atenderia a seus interes-
a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e ses econômicos do momento turbulento que atraves-
a subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi- sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalização
nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo que neoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-
ganharam força teorias de intervenção do Estado na lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,
economia, notadamente as idéias de Keynes, aplica- em não havendo intervenção econômica governamen-
das, quase simultaneamente, pelo plano do New Deal tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto a
do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e economia mundial operará de forma eficiente, confor-
pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi- me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-
tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal- titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-
mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquanto mia. [14]
o resto do mundo se afundava ainda mais na reces- Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou à
são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema- pauta, com a alcunha de neoliberalismo. Após alguns
nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi- anos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelos
cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale- Chicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-
mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le- ge com força e toma sua presente forma no final da déca-
gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.
von Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas do Os neoliberais, liderados por economistas adeptos do
New Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou sua laissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,
obra magna The General Theory of Employment, Inte- como Milton Friedman, denunciaram a inflação como
rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico a sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-
esse tipo de intervenção governamental na economia, los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos
a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou- “elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente com
cos anos antes da publicação do livro de Keynes. a regulamentação das atividades econômicas, como
Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret- sendo os culpados pela queda da produção e do au-
ton Woods e estabeleceram regras intervencionistas mento da inflação.[6]
para a economia mundial. Entre outras medidas, sur- A solução que propunham para a crise seria a redução
giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos de gradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-
Bretton Woods e a adoção de políticas keynesianas, ralizada de tributos, a privatização [15] das empresas
os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nos estatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-
países europeus e no Japão, que viveram sua Era de rizar” preços.
Ouro. A Europa renascia, devido ao financiamento con- Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,
seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o haveria novas perspectivas de emprego e investimen-
período de maior progresso de sua história. O período to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair os
de pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os capitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-
“anos dourados” da economias capitalistas. prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-
plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-
Neoliberalismo em prática am da idéia de que a economia mundial voltaria a se
A instabilidade econômica começa a se manifestar no equilibrar tão logo os governos deixassem de nela
fim da década de 1960 e irrompe com força na década interferir.
O primeiro governo democrático a se inspirar em tais era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erro
princípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, a residia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-
partir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino- tos intermediários entre os vários estágios da produ-
chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca- ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-
da de 1970). ção e o consumo eram instantâneos, por definição).
Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide- Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-
ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitos derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-
privilégios até então concedidos aos sindicatos, privati- mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou a
zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda. escola austríaca [21].
Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo- Estudos mais recentes no campo da teoria econômica
liberalismo então em voga que seu governo acabou tendem a desautorizar as posições até então defendi-
por criar uma tributação regressiva, também chamada das por Friedman:
de Poll tax ou imposto comunitário.
A população britânica se opôs vigorosamente à implan- Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-
tação desse imposto, que acabou se tornando a princi- ção imperfeita e incompleta, os defensores de livre
pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei- mercado da Escola de Chicago não podem mais
ra-Ministra e sua substituição por John Major. sustentar suas teorias da Eficiência de Pareto no
O governo conservador de Thatcher serviu de modelo mundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-
para muitos dos governos neoliberais do período pós- glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativas
anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”. racionais para obter uma compreensão mais rea-
O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga- lista do capitalismo do que a comunmente obtida
nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea- pelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-
gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam a onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que o
riqueza, o poder e a oportunidade para os que já eram capitalismo se desvia do modelo de tal maneira que
ricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16]. justificaria a intervenção estatal — socialismo —
Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li- como remédio.[20]
teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-
tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex- A teoria econômica têm, em vários casos específicos,
ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir- demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-
ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias dades não devem contar com as forças do mercado
“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo- para proteger o ambiente ou fornecer um sistema de
rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentemente saúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmou
demonstrou que “sempre que os mercados são incom- nesta segunda-feira um dos três vencedores do Prêmio
pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre em Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-
virtualmente todas as economias do mundo) a aloca- cados trabalham aceitavelmente com bens chamados
ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa- por economistas de bens privados, como carros e ou-
riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre- tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,
tação desse estudo é que o campo de atuação para as frequentemente importantes, que não são bem forneci-
intervenções governamentais é muito mais amplo do dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçados
que era aceito pelos que acreditavam que a interven- por bens públicos (...)[22] [23] [24]
ção governamental na economia só deveria ser utiliza-
da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18] Críticas à doutrina neoliberal
Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter- O neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,
venção governamental para induzir a um resultado que a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico que
provoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtida havia sido deixado de lado no mundo e outras formas
pelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem- de intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-
bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa- res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-
ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’ rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-
poderia atingir um maior nível de eficiência adminis- guir o liberalismo clássico. [6]
trando diretamente uma empresa estatal do que priva- Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,
tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20]. e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-
mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-
Críticas e controvérsias pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo de
crescimento. Entretanto, na história da economia mun-
Opositores à doutrina de Friedman
dial, apenas dois países experimentaram este tipo de
Por outro lado vários outros economistas, tais como
espetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, no
Gunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),
século XX, os Estados Unidos. Todos os outros países
e o professor James Tobin da Universidade de Yale,
do mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-
Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severas
mos derivados de composições e articulações entre
críticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-
classes capitalistas locais e internacionais, com a pre-
das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-
sença e intervenção do Estado, como ocorreu casos
mentalismo de livre mercado” defendiam a intervenção
japonês, alemão e coreano. Na política econômica bra-
governamental nas economias nacionais.[16]
sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscal
Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-
toma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresas
nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-
produtivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-
dman considerava que as teorias do ciclo econômico
re para os possuidores de títulos da dívida pública; o
da escola austríaca não teriam passado pelo teste es-
fato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicas
tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade
está aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da
economia a demanda que impulsionaria o crescimen- eficientes na área comercial, esquemas regulatórios e
to e os que recebem o pagamento de juros, que são procedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou na
pagos com os impostos que todos clamam ser altos prática com esses estudos. Na recente licitação para a
demais, continuam fazendo aplicações financeiras - concessão de rodovias federais, em que foi adotado o
muitas delas isentas de imposto de renda - porque não procedimento de decisão social na elaboração do edi-
têm interesse em fazer investimentos de risco. tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-
Os opositores dos neoliberais questionam suas pre- sas na licitação ofereceram-se para administrar as
missas, que consideram simplistas. Uma crítica posta estradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-
é que os princípios liberais seriam válidos quando uma metro, o que representa um custo médio seis vezes
transação envolve duas (e só duas) partes - cada um inferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-
decidindo o que é melhor para si - mas que não se as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas na
sustentaria quando, em virtude de uma transação rea- década anterior, quando ainda prevaleciam os critérios
lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par- neoliberais de fundamentalismo de livre mercado. O
ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomeno emprego desses novos critérios licitatórios, que usa-
é chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li- ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaram
berais apontam que o professor Ronald Coase ganhou numa Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-
o Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba- nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, de
lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza- livre mercado absoluto. A economia obtida pela adoção
do para tratar alguns casos de externalidades. Com dessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos de
base nas idéias de Coase foi instituído o Tratado de competitividade para toda a economia brasileira. [26]
Kyoto e seu sistema de comercialização de Créditos de Em outro exemplo de simplificação da realidade que
Carbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin- consideram excessiva, opositores discutem a decisão
do globalmente a poluição e a emissão de gases cau- de um jovem sobre contribuir ou não, desde o início de
sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo Eric sua carreira, para sua seguridade social. Na doutrina
Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de liberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-
Economia de 2007, “Sociedades não devem contar com sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-
as forças do mercado para proteger o ambiente ou for- cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-
necer um sistema de saúde de qualidade para todos os der decidir ele precisa ter um emprego com salário que
cidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan- possa em alguma medida poupar, e que em muitos
do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui- casos esse emprego não existe, ou o salário não é
sas mais atualizadas no campo da teoria econômica, suficiente para poupar.
como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí- A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-
vel, que asseguraria que os recursos fossem alocados culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seu
com a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun- país (Prússia) exatamente o oposto do que pregavam
ciona em determinadas condições ideais. Como a com- os liberais de então, alegando que tais políticas só se-
petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta e riam benéficas para nações já adiantadas, o que não
demanda gera efeitos sociais que não são resolvidos era o caso da Prússia de meados do século XIX.
naturalmente pela dinâmica da economia de mercado. Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-
Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, Eric tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-
Maskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o Prêmio do necessário que o poder público, em nome da pro-
Nobel de Economia por criarem as bases de uma teo- moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda a
ria que determina quando os mercados estão funcio- nação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-
nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de Adam dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-
Smith sobre a mão invisível refere-se a como o merca- estrutura local de produção e ao fomento à industriali-
do, sob condições ideais, garante uma alocação efici- zação. [27]
ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi- O professor de Yale James Tobin, Prêmio de Ciências
ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com- Econômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-
petição não é completamente livre, os consumidores rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmio
não são perfeitamente informados e a produção e o de Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, ao
consumo desejáveis privadamente podem gerar cus- contrário de Friedman, a intervenção governamental nas
tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade- economias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-
mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui que rava a favor da globalização e do livre mercado como a
esse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger melhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-
Myerson não se choca com as ideias anteriores de ses em desenvolvimento[16].
Ronald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas para
que se projete um mecanismo de regulamentação go- Movimentos antineoliberalismo
vernamental que permita ao mercado funcionar com Como contraponto ao ressurgimento do liberalismo,
eficiência em relação a bens públicos. tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-
Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin- giram movimentos antiliberalismo, que por vezes se
caram “as bases da teoria do desenho de mecanis- confundem com movimentos antiglobalização.
mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô- Na América Latina, a ascensão ao poder de políticos
mica estuda a elaboração do procedimento de decisão populares, rotulados por seus opositores de “populis-
social em situações em que os agentes econômicos tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-
têm informação privada e a utilizam de forma estratégi- les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,
ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas- (Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória de
cido em 1917 em Moscou e que se mudou para os Rafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-
Estados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dos vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com
três americanos ajudaram a identificar mecanismos 60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido
Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis- do que a renda dos que estavam no decil inferior; a
curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé- desigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,
culo XX, agora readaptado para os dias atuais com a o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-se
denominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vista substancial e continuamente durante todo o governo
por alguns analistas como sendo indicativa de um es- Thatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em
gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula, 1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gini
em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 em não pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-
Belém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte- cederam. [42]
ceu na América Latina é um fenômeno político que Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-
possivelmente os sociólogos levarão um tempo para anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-
compreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Há sempenho dentre os países desenvolvidos - índice que
um mapa exatamante antagônico ao mapa que existiu continuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-
de 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo 96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]
“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo pelo
que tinha de mais avançado em políticas sociais” [32] “Ao mesmo tempo em que é considerada a res-
A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada pelo ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-
Instituto Zogby International, com ajuda da Universida- garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-
de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos, dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-
empresários, funcionários de governo, intelectuais e ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]
jornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-
deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide- O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigir
rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata- essa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-
mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendente ção keynesiana, tais como o restabelecimento de um
maioria de 53% dos entrevistados considerou que a salário mínimo, a criação de um programa pré-escolar
América Latina está no bom caminho.[33]. para as crianças pequenas e aumento dos créditos
fiscais (isenções) para a classe trabalhadora (uma
Governos neoliberais medida de “transferência indireta de renda”). A propor-
O Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe- ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiu
ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram do pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% no
anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, ano fiscal de 2005.[43] [44]
quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já
assumiu com um plano econômico debaixo do braço “Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-
[34]
. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e ção a primeira a erradicar a pobreza infantil para
fora elaborado, secretamente, pelos economistas opo- sempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-
sitores do governo da Unidade Popular poucos meses são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-
antes do golpe de estado de 11 de setembro e estava prida. Tony Blair.[45]
nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no
dia 12 de setembro de 1973 [35]. Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-
O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-
e na estreita colaboração de economistas chilenos, quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-
principalmente os graduados na Universidade de Chi- pendência da população no Estado. Os adversários
cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos
sua reforma da economia. [34] [36] [37] [38] estudos que demonstram, por exemplo, que o custo -
em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-
Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno nomia britânica - provocado pela existência de crianças
abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica
Os outros principais governos que adotaram as políti- em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40
cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, o
(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas que próprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, em
ficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”. termos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-
A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi- dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhista
cou conhecida como Supply-side economics. [39] próximo a Blair declarou, em 2002:
“A globalização pune com força qualquer país que ten-
O governo Thatcher te administrar sua economia ignorando as realidades
Thatcher obteve grande sucesso na estabilização da do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-
libra esterlina, na dinamização da economia britânica e se estrito sentido específico, e devido à necessidade
na redução drástica da carga tributária, levando, por urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade
conseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar- ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje
gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983 todos tatcheristas.” [47]
e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-
sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs- Considerações
tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre É importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-
1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais visto cos” é uma atitude mal colocada na análise do tema
no mundo industrializado e , o custo social das políti- neoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-
cas adotadas por seu governo foi considerado demasi- nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitia
adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40]. a sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tipo
Durante o governo Thatcher a renda dos que estavam neoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-
no decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais cas de inspiração nitidamente keynesiana.
Embora seja possível afirmar com segurança que um exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-
determinado economista, como, por exemplo, Milton vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-
Friedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmo aplicar localmente parte do dinheiro que captam na
com a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam, comunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressões
em seus governos, uma mistura de práticas indicadas para “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-
por várias escolas de pensamento econômico, simul- pança da população alemã está em caixas municipais,
taneamente. que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-
tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-
Debate sobre resultados obtidos no mundo ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-
A mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada
como “neoliberalismo”, teve seu início com a queda do só pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-
muro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente o qüentemente submetidos a graves crises causadas por
mundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe- sua vulnerabilidade às violentas movimentações es-
rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago e peculativas mundiais.[51]
por fundamentalistas de livre mercado, entre outros, Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-
sendo por eles apregoada como a solução que resol- ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-
veria os problemas econômicos mundias, reduzindo a cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autor
pobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48] do “best-seller” In Defense of Global Capitalism que
Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe- “atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-
rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau, tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-
por um grande número de países - entre os quais se mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobre
inclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultados a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas
obtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medir áreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-
seus efeitos nas populações dos países onde as prá- ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.
ticas neoliberais estão sendo adotadas. De maneira geral “a repartição da riqueza mundial piorou
Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“Um e os índices de pobreza se mantiveram sem mudanças
Mundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre), entre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.
foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-
junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Opinião pública no Brasil, 2007
Jacques Baudot, economista especializado em temas Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-
de globalização, analisou essas questões e está des- ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-
pertando grande interesse. Nesse livro seus autores zações pioraram os serviços prestados à população nos
concluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, como setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e
motores do crescimento econômico e o desenvolvimen- esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no
to dos países, não reduziram as desigualdades e a po- segmento de nível superior e nas classes A e B” [53].
breza nas últimas décadas”.[50]
A segunda parte do livro analisa as tendências das de- REFERÊNCIAS
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África, na África sub-saariana, Índia e China. 2. ↑ 2,0 2,1 2,2 SOTO, Jesús Huerta de.Escola Austríaca:
As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhos Mercado e criatividade empresarial. Lisboa: Espí-
significativos para a melhoria da distribuição de renda, rito das Leis, 2005.
pelo contrário: “A desigualdade na renda per capita 3. ↑ Friedrich August von Hayek, 1889-1992
aumentou em vários países da OCDE (Organização 4. ↑ 4,0 4,1 PRUNES, Cândido Mont Pèlerin 2005. Rio
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de Janeiro: Especial para o “Instituto Liberal”, 19/
durante essas duas décadas, o que sugere que a des- 8/2005
regulação dos mercados teve como resultado uma 5. ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países
maior concentração do poder econômico.” [50] ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita
Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi- para fazer esse processo funcionar é usar o cha-
tais financeiros internacionais, que era apontada como mado “modelo escandinavo” . Economia & Negó-
uma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dos cios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006
países ricos para irem irrigar as economias dos paí- 6. ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 Short History and Statement of
ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente ao Aims. Mont Pelerin Society
contrário. 7. ↑ 7,0 7,1 Hitler Takes Power: Hitler Appointed Chan-
O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiram cellor: Germany Recovers from the Depression. Ma-
dos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou- croHistory.
ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa- 8. ↑ WEITZ, John. The Mpney Man Behind The Naziz:
va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po- Hitler’s Banker. Business Week, Archives, 17/11/1997
bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram. 9. ↑ KEYNES, John Maynard. Teoria geral do empre-
“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen- go, do juro e da moeda (General theory of employ-
tos dos países em desenvolvimento, concretamente nos ment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário
bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50] Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN
Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi- 9788522414574
nanceiros é muito assimétrica. Os países que mais 10. ↑ Hjalmar Horace Greeley Schacht
defendem a liberalização total dos fluxos de capitais 11. ↑ KEYNES, John Maynard. General Theory of Em-
não a praticam dentro de suas fronteiras. Os Estados ployment, Interest and Money, The. London: Mac-
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A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi- adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-
as e posições quanto ao estatuto da economia da zona. nal básica e estabelece um área de livre comércio.
Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida • Em junho de 1992, se estabeleceu o cronograma
Argentina para uma reunião semelhante, em Itaipava definitivo da constituição do mercado comum.
também em uma residência particular. Esse foi o sinal • No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-
de aceitação da iniciativa Argentina e então começava a colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidade
formação do acordo, com objetivo de promover o de- jurídica ao bloco.
senvolvimento econômico de ambos os países e inte-
grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração na 1996-2005
América do Sul parecia mais uma abstração, devido as • Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre
várias experiências não bem sucedidas no passado, os países membros a Declaração presidencial
entretanto essa foi diferente. sobre a Consulta e Concentração Política dos Es-
tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-
Tratado de Assunção via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-
so Democrático no Mercosul. Estes instrumentos
Ver artigo principal: Tratado de Assunção se relacionam com as tentativas de golpe de esta-
do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgado
Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan- pelo Mercosul para evitá-lo.
do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram a • Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-
Ata de Buenos Aires[10] de integração econômica entre bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo de
os dois países e em complemento a este, em 1991 foi Ushuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.
assinado o Tratado de Assunção, com a entrada do • Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-
Uruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul. tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-
O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 sul [14].
de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e • Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisões
Uruguai, com o objetivo de estabelecer um mercado referidas ao relançamento do Mercosul.
comum entre os países acordados, formando então o • Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolo
popularmente conhecido Mercosul, Mercado comum do de Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-
sul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Mais são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunção
tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado desde 2004.
como um complemento do Tratado, estabelecendo que • O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelo
o Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica e colapso da economia argentina em 2002, com
internacionalmente como uma organização. isso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-
gentina uma vez que esse país latino-americano
Cronologia do Mercosul não transmitia suficiente confiança aos mercados
internacionais, deixando de honrar seus compro-
1985-1990 missos financeiros em diversas ocasiões[16].
• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da • Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se a
Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Foz Comissão de Representantes Permanentes do
de Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de Mercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-
2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen- dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]
te que no dia 30 de novembro se comemorará o e o CMC podem estender o mandato por mais um
Dia da Amizade argentino-brasileira [11]; ano[18].
• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte- • A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada de
gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru- negociações. Entre outros tópicos, discutiu-se a
mento estabeleceu-se o Programa de Integração entrada do México no grupo[19]. Como resultado,
e Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun- em 8 de dezembro de 2004 os países membros
dado nos princípios de gradualidade, flexibilida- assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as
de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencial bases da Comunidade Sul-Americana de Nações,
frente a outros mercados, harmonização progres- entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andino
siva de políticas e participação do setor empresa- em uma zona de livre comércio continental[20].
rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori- • Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentes
ais em setores chaves; de Ouro Preto:
• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,
mediante a qual Uruguai se junta ao processo de o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-
integração regional; gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)
• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado de (Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-
Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre ar programas de convergência estrutural,
Argentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10 competividade, coesão social e infra-es-
anos para a eliminação gradual das assimetrias; trutura institucional;
• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração de o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) para
Buenos Aires, acelerando o cronograma de inte- a formulação de uma Estratégia MERCO-
gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994 SUL de Crescimento de Emprego;
para alcançar o mercado comum. o Encomendou-se a Comissão Parlamentar
Conjunta a redação de uma proposta de
1991-1995 Protocolo Constitutivo do Parlamento do
• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para- Mercosul.
guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que
petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking, Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-
com 10,95% das compras brasileiras. anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-
Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto pelo sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade de
Brasil a redução da TEC (tarifa externa comum) para importar matérias primas e bens de capital do Merco-
estes países. Tal proposta está em análise. sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-
do no Tratado de Livre Comércio.
Acordos com outros blocos
Existe um acordo com a Comunidade Andina, estabele- Tratado de Livre Comércio com Israel
cido no Acordo de Complementação Econômica firma- No dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-
do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além da nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estados
cooperação econômica também existe um diálogo polí- associados realizada em Montevidéu, os presidentes
tico que abre possibilidades de negociação com todo os dos países membros do Mercosul assinaram um Tra-
membros do bloco Andino. tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi o
Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi- primeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-
cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco- ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxo
sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite a comercial, com um cronograma de quatro fases para
este páis implantar instrumentos de proteção a agricul- remoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-
tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtos vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul e
Colombianos, que aumenta o peso político da Colôm- Israel fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-
bia nas negociações de livre comércio que estão sendo cipais produtos de exportação do Mercosul são com-
tratadas atualmente com os Estados Unidos. modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exporta
Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombiano software, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.
Álvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de uma O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra em
zona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o processo de conversão em membro pleno.
Idiomas
Os idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos de
trabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.
Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estados
membros, exceto o Brasil.
Atualmente está prevista não só a implantação de pro- A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-
gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa- ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-
nhol e português como segunda língua, mas também tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-
a realização de um programa de ensino dos idiomas catos do Mercosul representados pela Coordenadoria
oficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu- de Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativo
cacionais dos países com o objetivo de inclusão nos dos ministérios do Trabalho, e um considerável setor
currículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento de das organizações de empregadores, promulgaram em
planos e programas de formação de professores de criar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-
espanhol e português em cada país-membro. gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidir
Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, a mediante o diálogo social-regional, o impacto que a
pedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio- integração teria sobre os mercados de trabalho e as
ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da condições socio-laborais.
23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Rio Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-
de Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, e se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-
igualou o guarani em condições com o português e rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-
castelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta- mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-
tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagação mente como SGT10. O SGT10 se organizou com um
no mesmo. âmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadores
e sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de
Mercosul Sócio-laboral “uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera cultura
Iguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul: subregional de diálogo social que originou o que hoje
Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín. se conhece como Mercosul Sócio-laboral.
A partir dos acordos derivados do diálogo social no • Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-
SGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru- nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pela
mentos socio-laborais. gestão escolar, nas comunidades educacionais e
En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social no conjunto da sociedade;
(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integrado • Favorecer a circulação do conhecimento: manter
pelas organizações de empregadores, trabalhadores atualizada a informação promovida pelo órgão e
e a sociedade civil, em “representação dos setores eco- usar os espaços de comunicação e difusão para o
nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva- setor educacional;
mente em 1996. • Fortalecer os laços nacionais do SIC;
Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio- • Contar com políticas de informação, comunicação
laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida- e gestão do conhecimento, no âmbito educacional
de Social do Mercado Comum do Sul (que demorou regional.
anos para ser ratificado) e cria-se o Observatório do
Mercado de Trabalho, dependente do SGT10. REFERÊNCIAS
Em 1998 os quatro presidentes firmam a Declaração
Sociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez cria 1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partir
a Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar- de 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-
te, com o fim de seguir a aplicação da DSL. nião extraordinária em Caracas, Venezuela.
Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamam 2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina
a Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social. 3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-
Em 2001, como consequência direta dos acordos tri- vimento entre o Governo do Brasil e Argentina
partes alcançados em matéria de formação profissio- 4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados
nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso- Partes decidem constituir um Mercado Comum,
lução socio-laboral de aplicação direta aos países que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro
membros (sem necessidade de ratificação), a Resolu- de 1994, e que se denominará “Mercado Comum
ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC do Sul”.”
(Resolução 59/91). 5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia e
Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre- o Chile são Estados-associados, conforme Art.4
mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral 6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivo
(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable- de solucionar controvérsias e de minimizar as suas
cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobre diferenças.
Formação Profissional. No mesmo ano a CMC convoca 7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-
a Primeira Conferência Regional de Emprego que rea- sul pelo site Mercosul Educacional
liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi- 8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-
nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina- los do Mercosul.
liza com uma importante recomendação dos Ministros 9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina
do Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para a 10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra
criação de empregos. Em dezembro de 2004 decide- 11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-
se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração de ço de 2004
uma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento do 12. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra
emprego. 13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o
Protocolo de Ushuaia
Educação 14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra
O Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par- 15. ↑ Protocolo de Olivos
tir da assinatura do protocolo de intenções por parte 16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados
dos ministros da Educação. Desde sua criação reco- Unidos pelo site da BBC Brasil.
nheceu-se a importância da educação como estratégia 17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site
para o desenvolvimento da integração econômica e oficial do Mercosul
cultural do Mercosul e o peso da informação para se 18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-
alcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri- mum (CMC)
ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema de 19. ↑ México, em processo de conversão para estado
Informação e Comunicação. associado pelo jornal Bilaterals.org
20. ↑ Declaração de Cuzco.
De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEM 21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul
as principais linhas de ação do SIC são: a partir de 04 de Julho de 2006
• Criação e atualização dos espaços virtuais para 22. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º
publicar os materiais e produtos surgidos nos di- do CMC 11/06
ferentes encontros e seminários; 23. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para
• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló- nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolívia
gica pertinentes e, incorporação à publicação do e Chile.
sistema de Indicadores do Mercosul Educacional; 24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo site
• Publicação dos Indicadores de Educação Básica, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Média e Educação Superior; 25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra
• Elaboração de um Glossário relativo à Educação 26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-
Técnica e a Educação Tecnológica; base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.
• Difusão dos programas de intercâmbio existentes 27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das
e as equivalências e protocolos acordados; Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).
28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.
a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in- Responsabilidade social pode ser definida como
vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica. o compromisso que uma organização deve ter
Este artigo evidencia a importância de conduzir análi- para com a sociedade, expresso por meio de atos
ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, que e atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-
levam em conta as implicações estratégicas dos rela- do proativamente e coerentemente no que tange
cionamentos e redes formadas por estes nos quais a a seu papel específico na sociedade e a sua pres-
organização atua, e mostrar que essa ótica, no caso de tação de contas para com ela. A organização (...)
empresas orientadas para a responsabilidade socio- assume obrigações de caráter moral, além das
ambiental que operam em alianças/redes estratégicas, estabelecidas em lei, mesmo que não direta-
mente vinculadas a suas atividades, mas que
agrega valor com novos insights valiosos para sua to-
possam contribuir para o desenvolvimento sus-
mada de decisão estratégica.
tentável dos povos.
Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-
des transformações têm ocorrido no sentido de estrei- Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-
tar as relações entre os vários atores, com uma preo- ponsabilidade social assumiu recentemente novas
cupação grande com a responsabilidade socioambi- características e engloba, além dos públicos internos e
ental, devido às características específicas desse se- externos, a preservação do meio ambiente, como veto-
tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras para res que direcionam o investimento das empresas em
avaliar a adequação estratégica de empresas em re- responsabilidade social.
des voltadas para a responsabilidade socioambiental. Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação do
Em função da crescente importância da questão socio- meio ambiente não deve ser vista como uma questão
ambiental para a sustentação da vantagem competitiva de responsabilidade social. Para o autor, o investimen-
da Petrobras, é imperativo que essa dimensão seja to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-
aplicada de forma adequada nas alianças estratégicas tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variável
da empresa. no campo da responsabilidade social levaria a empre-
Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei- sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dos
ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explica problemas ambientais.
a sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-se O conceito de responsabilidade social corporativa
os resultados obtidos da avaliação da adequação da (CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto à
estratégia atual da empresa sob estudo, limitando-se sua capacidade de operacionalização e mensuração,
à ótica relacional. Na terceira parte, esses resultados subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-
são discutidos para fazer recomendações para melho- ponsividade social corporativa (CSR2), retitude social
rar a adequação da estratégia em questão. Na última corporativa (CSR3) e performance social corporativa
parte levantam-se questões para futuras pesquisas. (CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-
ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava um
2. Referencial teórico enfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-
to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-
Responsabilidade socioambiental cadas nas organizações. A retitude social corporativa
A partir da década de 1970, a convergência de várias (CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativa
forças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa- para que a responsabilidade social corporativa possa
minarem a noção de “responsabilidade social corpora- vigorar na prática. Finalmente, a performance social
tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio da corporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,
caridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri- com foco no impacto dos negócios para a sociedade.
cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen- Com relação à responsabilidade socioambiental e per-
te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apud formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-
Stoner e Freeman, 1985). presas precisam criar uma visão de economia global
Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida- sustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-
de social corporativa podem ser classificados na linha tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmo
ética e instrumental. Os argumentos éticos conside- tempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-
ram dever das empresas praticar ações sociais por ser nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).
uma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen- Na próxima década, o desenvolvimento sustentável será
tal defende a responsabilidade social corporativa como uma das maiores oportunidades da história dos negó-
forma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo- cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-
nes, 1996). gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-
Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõe pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-
uma visão mais abrangente, que inclui a cidadania sumidores por produtos e serviços consistentes com a
empresarial. Ele define quatro dimensões da respon- questão da sustentabilidade.
sabilidade social corporativa: econômica, legal, ética
e filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá- Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-
vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer às ental
leis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividade Como já evidenciado, as práticas de responsabilidade
de filantropia. social assumem cada vez mais importância nas em-
Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa- presas, como forma de criar valor para todos os
bilidade social, autores contemporâneos consideram stakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-
que transformações no papel da empresa, governo e, presas de diferentes setores, em especial entre gran-
em especial, da sociedade, proporcionaram uma nova des organizações e empresas sem fins lucrativos, são
visão da questão. Para Ashley (2002:6): uma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-
cial e o ambiental na estratégia corporativa.
Pode-se definir alianças socioambientais como formas • um grupo ambiental pode ser um grande aliado
de relacionamento entre empresas envolvendo troca, no desenvolvimento de estratégias de responsa-
compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-
tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementar edade e instituições que fornecem recursos críti-
políticas e atividades que incluem pelo menos um par- cos para a performance da empresa;
ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos, • alianças ambientais podem ajudar a empresa a
isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estar estar de acordo com a legislação e questões am-
social e para a preservação do meio ambiente (Berger, bientais, antes que normas rígidas do governo
Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford, ameacem a sua posição no mercado;
1998; Gulati, 1998). • programas de responsabilidade ambiental podem
Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivos melhorar a eficiência operacional da empresa, pela
que justificam uma aliança socioambiental, em espe- redução de custos;
cial com organizações sem fins lucrativos: • alianças ambientais podem gerar novas oportuni-
dades para produtos e tecnologias “verdes”.
Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-
ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral na
qual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produção
conjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam por
esse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).
Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.
Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,
o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às de
uma aliança comum.
Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacional
Em função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,
adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares
(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Esse
modelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-
Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-
mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,
1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internas
à empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-
nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).
O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadores
relevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui os
seguintes componentes:
• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;
• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a
essas avaliações;
• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.
Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rede
dessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações
estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),
para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suas
alianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valor
maior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais a
empresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,
os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelo
para evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.
Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer
(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estrutura
da rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).
Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), no • passo 3 — identificação das características da
nível da empresa, cada uma dessas características ego-rede e a análise das suas implicações nos
pode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For- níveis da indústria e da empresa, em termos de
ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi- constituírem, respectivamente, oportunidades e
cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor- ameaças, forças e fraquezas;
macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas são • passo 4 — avaliação da consistência dessas im-
ativos indesejáveis que acompanham o relacionamen- plicações com a estratégia, à luz do desempenho
to ou condições que dificultam sua implementação ou da empresa, de acordo com o conceito de ade-
sua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para a quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-
qual consideram-se as três primeiras dimensões, as ser, 2000);
implicações da rede se apresentam como oportunida- • passo 5 — definição de eventuais mudanças nos
des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002). fatores relacionais ou organizacionais para me-
A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes- lhorar ou criar as condições necessárias à ade-
te artigo à análise relacional, envolve os seis passos a quação estratégica dinâmica;
seguir: • passo 6 — tomada de decisão estratégica.
• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando- Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-
se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen- rando todos os stakeholders e a importância de
tando-a com os construtos de Fahey e Randall sustentar um desempenho superior.
(1998); Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-
• passo 2 — identificação e classificação das alian- lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seus
ças que constituem a rede estratégica da empre- resultados são apresentados na seção “Discussão”
sa, chamada de “ego-rede”; para fins de comparação com os relacionais.
Conhecimentos
Complementares
Planejamento – é a função administrativa que permite A Direção pode dar-se em três níveis distintos:
antecipar quais os objetivos e metas que devem ser a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na sua
alcançados, e a metodologia que será utilizada para totalidade (diretoria);
alcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento é b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-
meramente um modelo teórico para as ações futuras a partamento da empresa (gerência);
serem realizadas. c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo de
pessoas ou tarefas (supervisão).
Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-
ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa- Controle - é a parte do processo administrativo que
ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago- terá a função de verificar tudo o que foi estipulado nas
ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre- fases anteriores, assim sendo, o controle pode definir
tendemos chegar”. os padrões de desempenho, a partir desta definição,
iniciar o processo de monitoramento, comparando o
Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní- desempenho apresentado com os padrões definidos
veis que são: previamente, e conseqüentemente realizar as medidas
corretivas que se fizerem necessárias.
Planejamento Estratégico – é um planejamento que
possui uma forma genérica, tem uma forma sintética e O controle é um processo cíclico composto por quatro
abrangente. É traçado para Longo Prazo e tem uma fases, que são:
amplitude que aborda a empresa como um todo. 1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;
2) Observar os desempenhos;
Planejamento Tático – é um pouco menos genérico 3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-
que o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçado belecidos;
para médio prazo e aborda cada unidade da empresa 4) Ação corretiva
de forma separada.
Ética e Cidadania nas Organizações
Planejamento Operacional – é um planejamento deta-
lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado para Como podemos observar no mundo contemporâneo,
curto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa. exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-
ções um comportamento ético para como todos os
Organização – também é parte integrante do processo “stakeholders”. O comportamento ético está baseado
administrativo, e tem como premissa básica, organi- numa espécie de teoria sobre a prática moral.
zar, estruturar e integrar os recursos à disposição de
sua administração. Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vez
mais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-
Podemos dizer que à organização compete dividir o de de seus negócios, afirmamos que as empresas que
trabalho, agrupar as atividades a serem realizadas, não possuem um comportamento ético para com seus
determinar quem executará, disponibilizar os recursos parceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,
necessários para o desenvolvimento do que foi traça- governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente que
do no planejamento e coordenar todos os esforços. visa cobrar mais sobre as questões de conservação,
cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-
A organização pode ser analisada com base em três tentável) e outros, mas principalmente comportamento
níveis que são: o que chamamos de comportamento ético, com o qual
a) Organização em nível global, também denominado podemos classifica as empresas em:
de Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or- 1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seus
ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza- funcionários (colaboradores) como meras unidades
ção Linha-Staff; econômicas de produção;
b) Organização no nível departamental, também deno- 2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-
minado Desenho Departamental ou simplesmente cas para evitar problemas legais;
departamentalização; 3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-
niente e não porque é correto;
Degrau Cultural 319
4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con- Uma definição de caráter mais processual e dinâmico
trato social entre os negócios e a sociedade, passando é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que
esta atitude para toda a corporação; define comunicação como sendo um processo relacio-
5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e ética nal em que um emissor, manipulando um determina-
que recompensa seus funcionários por se afastarem do código, elabora uma mensagem acerca de um de-
de ações comprometedoras, tem práticas educacionais terminado contexto, que é transmitida, por meio de um
voltadas para problemas éticos e dispõe de mentores canal específico, a um ou mais receptor(es).
para dar orientação moral aos novos empregados.
Constitui-se assim um processo caracterizado pela
Para que este aspecto ético seja implementado e con- presença de seis elementos:
siderado em todas as relações, se faz necessário que 1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-
haja o comprometimento primeiramente da Direção, mete a mensagem a outro;
sendo passado e assumido como parte ativa da políti- 2. Código – a combinação de linguagens e signos que
ca da empresa. serão usados na elaboração da mensagem;
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;
Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental 4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a
mensagem se refere;
A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên- 5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a
cia dos negócios. Este processo não se realiza por meio transmissão da mensagem;
de ações isoladas, desvinculadas da operação empre- 6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem
sarial, mas envolve atividades e decisões intimamente é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-
associadas à forma como a empresa interage com a mente) e a interpretar.
sociedade em que está inserida.
Mais do que um compromisso negocial, as empresas Observe que, nos processos de comunicação estabe-
assumem um compromisso com o futuro. E o futuro lecidos entre organização e clientes, as posições de
deve ser construído hoje, de forma consciente e positi- emissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-
va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas as ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-
atividades devem envolver um grande cuidado com o mitindo uma informação, fixando metas e oferecendo
meio ambiente, funcionários, comunidades, clientes, incentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem
fornecedores e consumidores. “fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,
Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper- avaliando serviços, cobrando atitudes.
feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-
nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais e Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se
promovendo o bem estar das comunidades. alternam nas posições de emissor e receptor, não deve
no entanto ser confundido com o feedback, que é o
De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci- retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
oambiental vem substituir a Responsabilidade Social, que a mensagem foi devidamente recebida.
que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-
dade Sócioambiental pode ser vista como sendo um Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-
processo contínuo e progressivo de envolvimento e nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-
desenvolvimento de competências cidadãs da empre- ganização nas várias circunstâncias em que se realiza
sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques- esse processo.
tões sociais e ambientais relacionadas a todos.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos
A pressão das comunidades tem sido fator decisivo na diferentes sujeitos com quem a organização se relaci-
mudança de comportamento das empresas, para as ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-
mesmas respondam por questões socioambientais e ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ainda há cobrança pelos princípios fundamentais de ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-
coerência, justiça e respeito aos direitos humanos e ao gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-
ambiente em que vive. dos organizacionais), os clientes externos e internos
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-
As empresas devem estar voltadas para mudar o com- tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos
portamento, voltando-se para as preocupações sócio- de públicos: internos e externos.
ambientais, no que tange aos impactos ambientais, e
somente através de um projeto de educação, treina- Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
mento e capacitação profissional será possível come- entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
çar a busca da qualidade socioambiental. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
comunicação é o princípio que organiza a relação entre aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando cionamento específicas, em razão de os interesses
o contato e as trocas operadas entre ambos. recíprocos serem particulares em cada caso.
É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente
os diferentes públicos internos, definir as políticas de
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
eficientes de controle de qualidade e segurança de pro- outros decorrentes de tratados ou convenções interna-
dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna- cionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
tivos de solução de conflitos de consumo; interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos autoridades administrativas competentes, bem como
praticados no mercado de consumo, inclusive a con- dos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-
corrência desleal e utilização indevida de inventos e logia, costumes e eqüidade.
criações industriais das marcas e nomes comerciais e Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-
signos distintivos, que possam causar prejuízos aos dos responderão solidariamente pela reparação dos
consumidores; danos previstos nas normas de consumo.
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado CAPÍTULO IV
de consumo. Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela- e da Reparação dos Danos
ções de Consumo, contará o poder público com os se-
guintes instrumentos, entre outros: SEÇÃO I
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui- Da Proteção à Saúde e Segurança
ta para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-
III - criação de delegacias de polícia especializadas no rança dos consumidores, exceto os considerados nor-
atendimento de consumidores vítimas de infrações mais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
penais de consumo; fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- hipótese, a dar as informações necessárias e adequa-
sas e Varas Especializadas para a solução de litígios das a seu respeito.
de consumo; Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen- ao fabricante cabe prestar as informações a que se
to das Associações de Defesa do Consumidor. refere este artigo, através de impressos apropriados
§ 1° (Vetado). que devam acompanhar o produto.
§ 2º (Vetado). Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-
mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança
CAPÍTULO III deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a
Dos Direitos Básicos do Consumidor respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-
juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: caso concreto.
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado
riscos provocados por práticas no fornecimento de pro- de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos; saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa- dade à saúde ou segurança.
do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-
de escolha e a igualdade nas contratações; ormente à sua introdução no mercado de consumo,
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,
produtos e serviços, com especificação correta de quan- deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades
tidade, características, composição, qualidade e preço, competentes e aos consumidores, mediante anúncios
bem como sobre os riscos que apresentem; publicitários.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi- § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-
va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impos- televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
tas no fornecimento de produtos e serviços; serviço.
V - a modificação das cláusulas contratuais que esta- § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança
em razão de fatos supervenientes que as tornem ex- dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-
cessivamente onerosas; deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo- Art. 11. (Vetado).
niais e morais, individuais, coletivos e difusos; SEÇÃO II
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos Da Responsabilidade pelo
com vistas à prevenção ou reparação de danos patri- Fato do Produto e do Serviço
moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-
segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
aos necessitados; estrangeiro, e o importador respondem, independente-
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive mente da existência de culpa, pela reparação dos danos
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro- causados aos consumidores por defeitos decorrentes
cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo manipulação, apresentação ou acondicionamento de
as regras ordinárias de experiências; seus produtos, bem como por informações insuficientes
IX - (Vetado); ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi- § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-
cos em geral. rança que dele legitimamente se espera, levando-se em
consideração as circunstâncias relevantes, entre as § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
quais: trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente
I - sua apresentação; e à sua escolha:
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; I - a substituição do produto por outro da mesma espé-
III - a época em que foi colocado em circulação. cie, em perfeitas condições de uso;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador danos;
só não será responsabilizado quando provar: III - o abatimento proporcional do preço.
I - que não colocou o produto no mercado; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
defeito inexiste; podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos zo deverá ser convencionada em separado, por meio
termos do artigo anterior, quando: de manifestação expressa do consumidor.
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-
não puderem ser identificados; nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
II - o produto for fornecido sem identificação clara do extensão do vício, a substituição das partes viciadas
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; puder comprometer a qualidade ou características do
III - não conservar adequadamente os produtos pere- produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-
cíveis. sencial.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a
os demais responsáveis, segundo sua participação na substituição do bem, poderá haver substituição por outro
causação do evento danoso. de espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen- plementação ou restituição de eventual diferença de
temente da existência de culpa, pela reparação dos da- preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
nos causados aos consumidores por defeitos relativos à 1° deste artigo.
prestação dos serviços, bem como por informações insu- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. será responsável perante o consumidor o fornecedor
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu- imediato, exceto quando identificado claramente seu
rança que o consumidor dele pode esperar, levando-se produtor.
em consideração as circunstâncias relevantes, entre § 6° São impróprios ao uso e consumo:
as quais: I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-
I - o modo de seu fornecimento; dos;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,
esperam; avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-
III - a época em que foi fornecido. vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado- desacordo com as normas regulamentares de fabrica-
ção de novas técnicas. ção, distribuição ou apresentação;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi- III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
lizado quando provar: inadequados ao fim a que se destinam.
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. pelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu
rais será apurada mediante a verificação de culpa. conteúdo líquido for inferior às indicações constantes
Art. 15. (Vetado). do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
Art. 16. (Vetado). gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos tivamente e à sua escolha:
consumidores todas as vítimas do evento. I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma es-
pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
SEÇÃO III IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
Da Responsabilidade por Vício mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
do Produto e do Serviço danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du- anterior.
ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe- § 2° O fornecedor imediato será responsável quando
los vícios de qualidade ou quantidade que os tornem fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado
impróprios ou inadequados ao consumo a que se des- não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque- Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios
les decorrentes da disparidade, com a indicações cons- de qualidade que os tornem impróprios ao consumo
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
mensagem publicitária, respeitadas as variações de- decorrentes da disparidade com as indicações cons-
correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi- tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
gir a substituição das partes viciadas. consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-
quando cabível; ção pelos danos causados por fato do produto ou do
II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria- serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-
mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
danos; dano e de sua autoria.
III - o abatimento proporcional do preço. Parágrafo único. (Vetado).
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco SEÇÃO V
do fornecedor. Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-
dequados para os fins que razoavelmente deles se Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
esperam, bem como aqueles que não atendam as nor- jurídica da sociedade quando, em detrimento do con-
mas regulamentares de prestabilidade. sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-
objetivo a reparação de qualquer produto considerar- tos ou contrato social. A desconsideração também será
se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar efetivada quando houver falência, estado de insolvên-
componentes de reposição originais adequados e no- cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-
vos, ou que mantenham as especificações técnicas do vocados por má administração.
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 1° (Vetado).
em contrário do consumidor. § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
outra forma de empreendimento, são obrigados a for- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-
necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-
rar os danos causados, na forma prevista neste código. dos aos consumidores.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços CAPÍTULO V
não o exime de responsabilidade. Das Práticas Comerciais
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou SEÇÃO I
serviço independe de termo expresso, vedada a exone- Das Disposições Gerais
ração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-
que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de param-se aos consumidores todas as pessoas deter-
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação
do dano, todos responderão solidariamente pela repa- SEÇÃO II
ração prevista nesta e nas seções anteriores. Da Oferta
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
solidários seu fabricante, construtor ou importador e o precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-
que realizou a incorporação. cação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou
SEÇÃO IV dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Da Decadência e da Prescrição Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, preci-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
de fácil constatação caduca em: características, qualidades, quantidade, composição,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-
de produtos não duráveis; tros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi- à saúde e segurança dos consumidores.
ço e de produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este arti-
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-
da entrega efetiva do produto ou do término da execu- dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela
ção dos serviços. Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con- a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
sumidor perante o fornecedor de produtos e serviços não cessar a fabricação ou importação do produto.
até a resposta negativa correspondente, que deve ser Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,
transmitida de forma inequívoca; a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-
II - (Vetado). po, na forma da lei.
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini- reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. endereço na embalagem, publicidade e em todos os
impressos utilizados na transação comercial.
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-
serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
de 2008). VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria- praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
mente responsável pelos atos de seus prepostos ou VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-
representantes autônomos. to ou serviço em desacordo com as normas expedidas
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con- pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira de
sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter- Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
mos da oferta, apresentação ou publicidade; lidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan- ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali- mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
zada, e a perdas e danos. intermediação regulados em leis especiais; (Redação
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO III X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-
Da Publicidade viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor- obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc- exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
nicos e científicos que dão sustentação à mensagem. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
respeito da natureza, características, qualidade, quan- inexistindo obrigação de pagamento.
tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-
dados sobre produtos e serviços. gar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina- valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a
tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex- serem empregados, as condições de pagamento, bem
plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici- como as datas de início e término dos serviços.
ência de julgamento e experiência da criança, desres- § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou mento pelo consumidor.
perigosa à sua saúde ou segurança. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, o orçamento
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga- obriga os contraentes e somente pode ser alterado
nosa por omissão quando deixar de informar sobre mediante livre negociação das partes.
dado essencial do produto ou serviço. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus
§ 4° (Vetado). ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da de terceiros não previstos no orçamento prévio.
informação ou comunicação publicitária cabe a quem Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de
as patrocina. serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-
mento de preços, os fornecedores deverão respeitar
SEÇÃO IV os limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-
Das Práticas Abusivas derem pela restituição da quantia recebida em exces-
so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi- dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,
ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO V
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
Da Cobrança de Dívidas
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
II - recusar atendimento às demandas dos consumido- plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto- do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi- engano justificável.
ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex- bitos apresentados ao consumidor, deverão constar o
cessiva; nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito
Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser- de arrependimento previsto neste artigo, os valores
viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009) eventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-
zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-
SEÇÃO VI tariamente atualizados.
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e
será conferida mediante termo escrito.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente
86, terá acesso às informações existentes em cadas- deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-
tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo quada em que consiste a mesma garantia, bem como
arquivados sobre ele, bem como sobre as suas res- a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e
pectivas fontes. os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de do fornecimento, acompanhado de manual de instru-
fácil compreensão, não podendo conter informações ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-
negativas referentes a período superior a cinco anos. dática, com ilustrações.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-
soais e de consumo deverá ser comunicada por escri- SEÇÃO II
to ao consumidor, quando não solicitada por ele. Das Cláusulas Abusivas
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-
nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia- usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-
ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco tos e serviços que:
dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-
natários das informações incorretas. bilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu- dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-
midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne- posição de direitos. Nas relações de consumo entre o
res são considerados entidades de caráter público. fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais- quantia já paga, nos casos previstos neste código;
quer informações que possam impedir ou dificultar novo III - transfiram responsabilidades a terceiros;
acesso ao crédito junto aos fornecedores. IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-
manterão cadastros atualizados de reclamações fun- gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
damentadas contra fornecedores de produtos e servi- ou a eqüidade;
ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul- V - (Vetado);
gação indicará se a reclamação foi atendida ou não VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-
pelo fornecedor. zo do consumidor;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
para orientação e consulta por qualquer interessado. VIII - imponham representante para concluir ou realizar
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes- outro negócio jurídico pelo consumidor;
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará- IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
grafo único do art. 22 deste código. contrato, embora obrigando o consumidor;
Art. 45. (Vetado). X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral;
CAPÍTULO VI XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Da Proteção Contratual mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
SEÇÃO I XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
Disposições Gerais cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-
sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de celebração;
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo- XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
rem redigidos de modo a dificultar a compreensão de ambientais;
seu sentido e alcance. XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas ao consumidor;
de maneira mais favorável ao consumidor. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos por benfeitorias necessárias.
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive tade que:
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra- co a que pertence;
zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
recebimento do produto ou serviço, sempre que a con- rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor- seu objeto ou equilíbrio contratual;
rer fora do estabelecimento comercial, especialmente III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-
por telefone ou a domicílio. dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,
ou permissão de uso serão aplicadas pela administra- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
ção, mediante procedimento administrativo, assegura- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
da ampla defesa, quando forem constatados vícios de oferta.
quantidade ou de qualidade por inadequação ou inse- § 2º Se o crime é culposo;
gurança do produto ou serviço. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem deveria saber ser enganosa ou abusiva:
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
mediante procedimento administrativo, assegurada Parágrafo único. (Vetado).
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
das infrações de maior gravidade previstas neste códi- deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
go e na legislação de consumo. comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à de ou segurança:
concessionária de serviço público, quando violar obri- Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
gação legal ou contratual. Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
sempre que as circunstâncias de fato desaconselha- científicos que dão base à publicidade:
rem a cassação de licença, a interdição ou suspensão Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
da atividade. Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo- componentes de reposição usados, sem autorização
sição de penalidade administrativa, não haverá reinci- do consumidor:
dência até o trânsito em julgado da sentença. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi- coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. procedimento que exponha o consumidor, injustifica-
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá- damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-
vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe- canso ou lazer:
rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici- Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
dade enganosa ou abusiva. às informações que sobre ele constem em cadastros,
§ 2° (Vetado) banco de dados, fichas e registros:
§ 3° (Vetado). Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
TÍTULO II sobre consumidor constante de cadastro, banco de
Das Infrações Penais dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con- ser inexata:
sumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
no Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica- Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
das nos artigos seguintes. garantia adequadamente preenchido e com especifi-
Art. 62. (Vetado). cação clara de seu conteúdo;
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
cividade ou periculosidade de produtos, nas embala- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: crimes referidos neste código, incide as penas a es-
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler- como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so- jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
bre a periculosidade do serviço a ser prestado. aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
§ 2° Se o crime é culposo: manutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade ficados neste código:
de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua I - serem cometidos em época de grave crise econômi-
colocação no mercado: ca ou por ocasião de calamidade;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando IV - quando cometidos:
determinado pela autoridade competente, os produtos a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
contrariando determinação de autoridade competente: dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem V - serem praticados em operações que envolvam ali-
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir ou serviços essenciais .
informação relevante sobre a natureza, característica, Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du- fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: e ao máximo de dias de duração da pena privativa
Parágrafo único. (Vetado). cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-
é competente para a causa a justiça local: rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
quando de âmbito local; caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede- diretamente contra o segurador, vedada a denunciação
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli- da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-
cando-se as regras do Código de Processo Civil aos do o litisconsórcio obrigatório com este.
casos de competência concorrente. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór- poderão propor ação visando compelir o Poder Público
gão oficial, a fim de que os interessados possam inter- competente a proibir, em todo o território nacional, a
vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de produção, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-
ampla divulgação pelos meios de comunicação social minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
por parte dos órgãos de defesa do consumidor. acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena- regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e
ção será genérica, fixando a responsabilidade do réu à incolumidade pessoal.
pelos danos causados. § 1° (Vetado).
Art. 96. (Vetado). § 2° (Vetado)
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim CAPÍTULO IV
como pelos legitimados de que trata o art. 82. Da Coisa Julgada
Parágrafo único. (Vetado). Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi- a sentença fará coisa julgada:
da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-
as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-
em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-
de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese
de 21.3.1995) do inciso I do parágrafo único do art. 81;
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
ocorrência ou não do trânsito em julgado. nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-
§ 2° É competente para a execução o juízo: se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-
no caso de execução individual; do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho não prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-
de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-
ferência no pagamento. cedência do pedido, os interessados que não tiverem
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a intervindo no processo como litisconsortes poderão pro-
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela por ação de indenização a título individual.
Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
quanto pendentes de decisão de segundo grau as ações combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte- de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por
se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici- danos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-
ente para responder pela integralidade das dívidas. te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
de interessados em número compatível com a gravida- que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo- termos dos arts. 96 a 99.
ver a liquidação e execução da indenização devida. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-
Parágrafo único. O produto da indenização devida re- ça penal condenatória.
verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e
julho de 1985. do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-
cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
CAPÍTULO III julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os
Das Ações de Responsabilidade incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-
do Fornecedor de Produtos e Serviços res das ações individuais, se não for requerida sua sus-
pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece- autos do ajuizamento da ação coletiva.
dor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto
nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as TÍTULO IV
seguintes normas: Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabili- Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
dade poderá chamar ao processo o segurador, vedada Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,
a integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu- do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-
ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro- das de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con- “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de
(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis- julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
mo de coordenação da política do Sistema Nacional de “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou
lítica nacional de proteção ao consumidor; a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades de 1985, passa a ter a seguinte redação:
representativas ou pessoas jurídicas de direito público “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono
ou privado; da ação por associação legitimada, o Ministério Públi-
III - prestar aos consumidores orientação permanente co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.
sobre seus direitos e garantias; Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra- art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
vés dos diferentes meios de comunicação; “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri- sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social
to policial para a apreciação de delito contra os consu- evidenciado pela dimensão ou característica do dano,
midores, nos termos da legislação vigente; ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
VI - representar ao Ministério Público competente para § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
fins de adoção de medidas processuais no âmbito de Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
suas atribuições; Estados na defesa dos interesses e direitos de que
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
infrações de ordem administrativa que violarem os in- 222582 /MG - STJ)
teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
midores; dos interessados compromisso de ajustamento de sua
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, conduta às exigências legais, mediante combinações,
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (Vide
auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan- Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
tidade e segurança de bens e serviços; Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou- 1985, passa a ter a seguinte redação:
tros programas especiais, a formação de entidades de “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-
defesa do consumidor pela população e pelos órgãos do da sentença condenatória, sem que a associação
públicos estaduais e municipais; autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-
X - (Vetado). tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-
XI - (Vetado). timados”.
XII - (Vetado) Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a
suas finalidades. constituir o caput, com a seguinte redação:
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-
o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-
poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de situra da ação serão solidariamente condenados em
notória especialização técnico-científica. honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
TÍTULO V Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°
Da Convenção Coletiva de Consumo 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as- “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
sociações de fornecedores ou sindicatos de categoria adiantamento de custas, emolumentos, honorários
econômica podem regular, por convenção escrita, rela- periciais e quaisquer outras despesas, nem condena-
ções de consumo que tenham por objeto estabelecer ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,
condições relativas ao preço, à qualidade, à quantida- em honorários de advogado, custas e despesas pro-
de, à garantia e características de produtos e serviços, cessuais”.
bem como à reclamação e composição do conflito de Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
consumo. 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis- guintes:
tro do instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti- difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dades signatárias. dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor Defesa do Consumidor”.
que se desligar da entidade em data posterior ao regis- Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
tro do instrumento. oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 108. (Vetado). Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-
TÍTULO VI cia e 102° da República.
Disposições Finais
FERNANDO COLLOR
Art. 109. (Vetado). Bernardo Cabral
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Zélia M. Cardoso de Mello
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985: Ozires Silva
Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MARE “O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade de
elaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretor definir e implementar políticas públicas. Através da libe-
da Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta- ralização comercial, o Estado abandona a estratégia
belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais: protecionista da substituição de importações. O progra-
ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-
“A atribuição do Ministério da Administração Federal dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-
e Reforma do Estado é estabelecer as condições para dade do Estado de promover poupança forçada através
que o governo possa aumentar sua governança. Para das empresas estatais. Através desse programa, trans-
isso, sua missão específica é a de orientar e instru- fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,
mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter- em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-
mos definidos pela Presidência através deste Plano mente, através de um programa de publicização, trans-
Diretor” (grifos nossos). fere-se para o setor público não-estatal a produção dos
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-
Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estado tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e
brasileiro, sob a liderança do MARE e as diretrizes do sociedade para seu financiamento e controle.
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e
foi essa iniciativa que deu início ao processo de trans- Deste modo, o Estado reduz seu papel de executor
formações ainda hoje vivido pela Administração Públi- ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-
ca no Brasil. to no papel de regulador e provedor ou promotor des-
É no Plano Diretor que se define objetivamente o tes, principalmente dos serviços sociais como educação
que pode ser entendido como “reforma do aparelho do e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na
Estado brasileiro”: medida em que envolvem investimento em capital huma-
no; para a democracia, na medida em que promovem
“Entende-se por aparelho do Estado a administra- cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,
ção pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito
organizacional do Estado, em seus três poderes (Exe- superior à demanda de mão-de-obra não-especializada.
cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Como promotor desses serviços o Estado continuará a
Estados-membros e Municípios). O aparelho do Esta- subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle
do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri- social direto e a participação da sociedade.
gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,
e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abran- Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimen-
gente que o aparelho, porque compreende adicional- to das funções de regulação e de coordenação do
mente o sistema constitucional-legal, que regula a Estado, particularmente no nível federal, e a progressi-
população nos limites de um território. O Estado é a va descentralização vertical, para os níveis estadual
organização burocrática que tem o monopólio da vio- e municipal, das funções executivas no campo da pres-
lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tação de serviços sociais e de infra-estrutura.
tributar a população de um determinado território.
Considerando esta tendência, pretende-se refor-
Estes conceitos permitem distinguir a reforma do çar a governança - a capacidade de governo do Esta-
Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do do - através da transição programada de um tipo de
Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias administração pública burocrática, rígida e inefici-
áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade ente, voltada para si própria e para o controle inter-
brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta- no, para uma administração pública gerencial, flexí-
do tem um escopo mais restrito: está orientada para vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-
tornar a administração pública mais eficiente e mais dão. O governo brasileiro não carece de ‘governabili-
voltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza sua dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-
atenção na administração pública federal, mas muitas timidade democrática e o apoio com que conta na so-
das suas diretrizes e propostas podem também ser ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de
aplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos). governança, na medida em que sua capacidade de
implementar as políticas públicas é limitada pela rigi-
Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – são dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifos
justificadas pela chamada “crise do Estado”, definida nossos).
nos seguintes termos:
“1. como uma crise fiscal, caracterizada pela cres- Como já foi dito, é ao contexto de transformações e
cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou- reformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-
pança pública que se torna negativa; tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos
temas específicos deste trabalho. Será, portanto, com Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
base neste documento (e muitas vezes por meio dele) entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
que se desenvolverão as seções seguintes. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
E GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja cionamento específicas, em razão de os interesses
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a recíprocos serem particulares em cada caso.
comunicação é o princípio que organiza a relação entre
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente os
o contato e as trocas operadas entre ambos. diferentes públicos internos, definir as políticas de re-
lacionamento específicas para cada um deles (base-
Uma definição de caráter mais processual e dinâmico ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)
é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas e
define comunicação como sendo um processo relacio- programas de comunicação interna.
nal em que um emissor, manipulando um determina-
do código, elabora uma mensagem acerca de um de- Lembre-se porém de que a necessidade acima deve
terminado contexto, que é transmitida, por meio de um ser considerada cuidadosamente, não podendo haver
canal específico, a um ou mais receptor(es). contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa,
Constitui-se assim um processo caracterizado pela isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,
presença de seis elementos: uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re- forma desarmônica, desarticulada e desproporcional
mete a mensagem a outro; os diferentes públicos.
2. Código – a combinação de linguagens e signos que
serão usados na elaboração da mensagem; É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con- cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor; ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-
4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a tor de integração, não de divisão interna.
mensagem se refere;
5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a Essa integração implica um conjunto de valores, princí-
transmissão da mensagem; pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-
6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem entar todos os processos de comunicação interna.
é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva- Além disso, é fundamental que haja uma identidade
mente) e a interpretar. também na maneira como a empresa se apresenta
Observe que, nos processos de comunicação estabele- aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É
cidos entre organização e clientes, as posições de emis- importante a padronização de mídias, elementos de
sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quem identificação visual, layout, além da manutenção de uma
toma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindo coerência discursiva que perpasse todas os progra-
uma informação, fixando metas e oferecendo incentivos, mas e peças de comunicação.
por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-
nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian- Finalmente, é necessário ainda salientar a importância
do serviços, cobrando atitudes. de se adotar canais, fluxos e processos de comunica-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e
Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
alternam nas posições de emissor e receptor, não deve busca e a formação de consensos, a gestão adequada
no entanto ser confundido com o feedback, que é o de conflitos e divergências.
retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
que a mensagem foi devidamente recebida. É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
Gerenciar a comunicação organizacional implica admi- organização e seus públicos internos, seja da pers-
nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or- pectiva de cada instância organizacional específica com
ganização nas várias circunstâncias em que se realiza seus respectivos públicos) o elemento que torna pos-
esse processo. sível a integração organizacional.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
diferentes sujeitos com quem a organização se relaci- ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-
ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol- sentado a seguir:
ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al- “Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-
gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta- ções entre os órgãos da Administração Pública e os
dos organizacionais), os clientes externos e internos cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen- atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,
tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos de localização das ações nas necessidades do cida-
de públicos: internos e externos. dão, atuando nas seguintes áreas:
Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta, Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-
existe uma relação cada vez mais estreita entre a co- nhecido conceito de e-government, ou governo eletrô-
municação organizacional no âmbito da gestão públi- nico, que inclui, além das três aplicações mencionadas,
ca e as questões referentes à tecnologia da informa- mecanismos de fiscalização e prestação de contas do
ção, organização e cidadania, decorrente da incorpo- gestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-
ração progressiva e intensa da tecnologia da infor- bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.
mação aos processos comunicacionais e relacionais
que se estabelecem entre as organizações públicas Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-
e seus clientes internos e externos. nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundial
É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento das sobre a Sociedade da Informação, assim relatada em
chamadas redes organizacionais, que podem ser es- termos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:
tabelecidas entre:
a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesma “Em 2003, com a participação de representantes de
organização (pessoas em um mesmo órgão ou setor, 176 países, a Cúpula discutiu não somente o papel
ou órgãos de uma mesma organização); das tecnologias como ferramentas na Sociedade da
b) organizações e seus diferentes clientes externos, Informação, mas também a dimensão humana que
que no âmbito público caracteriza a chamada comunica- pode ser explorada com base no aproveitamento das
ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos); TIC. Os resultados das discussões – com temas con-
c) diferentes organizações públicas, no sentido da co- troversos como a governança mundial da Internet – fo-
municação colaborativa conhecida como comunicação ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-
G2G (comunicação entre governos). cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-
cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-
Tais redes organizacionais são estabelecidas por meio bre a Sociedade da Informação, 2004)”.
das conexões em rede entre computadores, seja em
nível interno (caso das chamadas intranets), seja em Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-
nível externo (internet). do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, um
Grupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de Traba-
Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela- lho em Tecnologia da Informação – GTTI), com a finali-
cionados a esse “novo patamar de qualidade públi- dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-
ca”, no âmbito da comunicação organizacional e da mas relacionadas com as novas formas eletrônicas
tecnologia da informação, diz respeito à utilização da de interação, no contexto da política do governo para
rede mundial de computadores, a internet, a serviço lançar as bases da criação de uma sociedade digital
da cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-
grama Sociedade da Informação, assim apresentado
por SILVEIRA01:
02
MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás de
01
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistema Aquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação ao
de informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser- contexto mundial. IN: Revista do Serviço Público, Ano 55, n. 1
viço Público, Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002. e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.
Exercícios
LINGUA PORTUGUESA
POLÍCIA FEDERAL Essa realidade transportou-se para o mercado de
AGENTE ADMINISTRATIVO 2004 - CESPE/UNB trabalho, como demonstra a igualdade de salários
pagos a cidadãos de diferentes raças.
Nas questões a seguir, marque C, caso julgue o item
Certo e E, caso julgue o item Errado. 03. A idéia principal do texto pode assim ser expressa:
O amor à pátria é mais forte quando se está longe
dela e a dor do escravo é sentida como se fosse
própria.
1 Já existe, felizmente, em nosso país, uma cons-
ciência nacional — em formação, é certo —, que vai 04. O autor do texto sugere que não teme as divergên-
introduzindo o elemento da dignidade humana em cias políticas das duas correntes que formam a
nossa legislação e para a qual a escravidão, apesar consciência nacional, porque conta com a recepti-
5 de hereditária, é uma verdadeira mancha de Caim vidade da maioria dos compatriotas, contrários à
que o Brasil traz na fronte. Essa consciência, que escravidão.
está temperando a nossa alma e, por fim, há de
humanizá-la, resulta da mistura de duas correntes 05. No texto, o termo “para a qual” (L.4) tem o sentido
de para essa dignidade humana.
diversas: o arrependimento dos descendentes de
10 senhores e a afinidade de sofrimento dos herdeiros
06. No contexto em que está empregada, a palavra
de escravos.
“hereditária” (L.5) reforça a idéia de que a escravi-
Não tenho, portanto, medo de não encontrar o
dão é uma questão genética.
acolhimento por parte de um número bastante con-
siderável de compatriotas meus, a saber: os que 07. Nos trechos “é uma verdadeira mancha de Caim
15 sentem a dor do escravo como se fora própria, e que o Brasil traz na fronte” (L.5-6) e “uma boa co-
ainda mais, como parte de uma dor maior — a do lheita no solo ainda virgem da nova geração” (L.37-
Brasil, ultrajado e humilhado; os que têm a altivez 38), foi utilizada linguagem figurada.
de pensar — e a coragem de aceitar as conseqü-
ências desse pensamento — que a pátria, como a 08. Em “humanizá-la” (L.8), o pronome, cujo emprego
20 mãe, quando não existe para os filhos mais infeli- é um recurso de coesão textual, refere-se ao vocá-
zes, não existe para os mais dignos; aqueles para bulo “consciência” (L.6).
quem a escravidão, degradação sistemática da
natureza humana por interesses mercenários e 09. Nas linhas 13 e 14, será mantida a correção gra-
egoístas, se não é infamante para o homem edu- matical se a expressão “por parte de (...) meus” for
25 cado e feliz que a inflige, não pode sê-lo para o assim reescrita: por parte de bastantes compatri-
ente desfigurado e oprimido que a sofre; por fim, otas meus.
os que conhecem as influências sobre o nosso
país daquela instituição no passado e, no presen- 10. Sem prejuízo para os sentidos do texto, a forma
te, o seu custo ruinoso, e prevêem os efeitos da verbal “inflige” (L.25) poderia ser substituída por
30 sua continuação indefinida. suporta.
Possa ser bem aceita por eles esta lembran-
ça de um correligionário ausente, mandada do 11. A expressão “o seu custo ruinoso” (L.29) exerce a
exterior, donde se ama ainda mais a pátria do que função de aposto, o que justifica a sua colocação
no próprio país. entre vírgulas.
35 Quanto a mim, julgar-me-ei mais do que re-
compensado, se as sementes de liberdade, direi- Os atentados terroristas a Nova Iorque e Wa-
to e justiça derem uma boa colheita no solo ainda shington são a evidência de que o atual modelo de
virgem da nova geração. (Londres, 8 de abril de 1 globalização afeta os esforços de implantação mun-
1883) dial dos direitos humanos. Graças ao avanço da
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. tecnologia de comunicações — dos meios de trans-
In: Intérpretes do Brasil, vol. I, Rio de Janeiro: Nova porte à Internet —, o Planeta tornou-se, de fato, uma
Aguilar, 2000, p. 21 (com adaptações). 5 grande aldeia. Somos todos vizinhos uns dos ou-
tros e podemos assistir, em tempo real, ao que se
Em relação ao texto acima e ao tema nele abordado, passa no hemisfério oposto ao que habitamos.
julgue os itens a seguir. Frei Betto. Internet:
<www.dhnet.org.br/denunciar>(com adaptações).
01. O que Joaquim Nabuco escrevia em sua época vai
ganhando densidade nos dias de hoje. Prova dis- Com base no texto acima e considerando as múltiplas
so é o atual debate a respeito da política afirmati- implicações do tema que ele focaliza, julgue os itens
va, a qual, envolvendo, inclusive, a adoção de co- seguintes.
tas, tem por objetivo reduzir as enormes desigual-
dades sociais geradas pela escravidão.
12. Nos recentes episódios do Oriente Médio, a atua-
02. A expansão do sistema educacional brasileiro, es- ção de uma rede de televisão árabe — Al Jazeera
pecialmente nas redes escolares públicas, resultou — funciona como uma espécie de contraponto ao
na eliminação quase total das diferenças quanto a quase monopólio da informação, que, até bem
acesso e permanência nas escolas e desempenho pouco tempo, pertencia à mídia ocidental.
escolar de brancos, negros e pardos.
14. A globalização não se restringe aos aspectos eco- 24. A oração “que justifique a intervenção das tropas
nômicos, conquanto eles sejam fundamentais. Da globocolonizadas” (L.11-12) não está antecedida
mesma forma que as inovações tecnológicas atin- por vírgula porque expressa restrição.
gem diretamente o sistema produtivo, ampliando-
lhe a capacidade e mundializando os mercados, 25. Depreende-se das idéias do texto que somen-
elas também facilitam a circulação de pessoas, te haverá intervenção estrangeira para impedir
idéias e culturas, tornando o mundo menor tam- ou atenuar guerras nos países e regiões onde
bém sob esse prisma. existam riquezas que possam interessar outros
países.
15. O autor do texto aponta a utilização de sofisticada
tecnologia de comunicações como a principal cau-
sa da prevalência do modelo de globalização eco-
nômica, que atenta contra os direitos humanos.
RACIOCÍNIO LÓGICO
01. Para ter acesso a um certo arquivo de um micro- 11. Para ir da cidade A até a cidade C, obrigatoriamente
computador, o usuário deve realizar duas opera- passamos pela cidade B. Três companhias de ôni-
ções: digitar uma senha composta de três algaris- bus cobrem o percurso entre A e B e 2 companhias
mos distintos e, se for aceita, digitar uma segunda de aviação ligam B e C. Desta forma, é correto afir-
senha composta de duas letras distintas escolhi- mar que para viajar de A para C, possuímos, pelo
das do alfabeto de 26 letras. Quem não conhece as menos, 5 maneiras diferentes.
senhas pode fazer as tentativas. Sendo assim, o
número máximo de tentativas necessárias para ter 12. O grêmio estudantil de uma escola realiza eleições
acesso ao arquivo é inferior a 1.300. para preenchimento das vagas de sua diretoria.
Para presidente apresentam-se cinco candidatos;
02. Chama-se tautologia toda a proposição composta para vice-presidente, oito candidatos; e para secre-
cuja última coluna da sua tabela-verdade encerra tário, seis candidatos. Desta forma, é correto afir-
somente a letra V (verdade). mar que podemos formar exatamente 250 chapas.
Em outros termos, tautologia é toda proposição
composta P(p, q, r,...) cujo valor lógico é sempre V 13. Em um sistema de placas de veículos, cada placa
(verdade), quaisquer que sejam os valores lógicos é formada de 3 letras (de um total de 26) e 4 alga-
das proposições simples componentes p, q, r, …. rismos (de 0 a 9). Através destas informações é
As tautologias são também denominadas proposições correto afirmar que podem ser emplacados exata-
tautológicas ou proposições logicamente verdadeiras. mente 262 x 104 veículos.
É imediato que as proposições p → p e p ↔ p são 14. Num acidente automobilístico, após ouvir várias
tautológicas (Princípio de identidade para as pro- testemunhas, concluiu-se que o motorista culpado
posições). do acidente dirigia um veículo cuja placa era cons-
De posse destas informações, é correto afirmar que tituída de 2 vogais distintas e 4 algarismos diferen-
a proposição “¬ (p ∧ ¬ p)”, que é o Princípio da não-
tes, sendo que o algarismo das unidades era o
contradição, é uma tautologia.
dígito 2. Sendo assim, o número de veículos sus-
03. É correto afirmar que com os 10 primeiros núme- peitos é acima de 10.000.
ros naturais podemos formar, exatamente, 648 nú-
15. Dentre os anagramas distintos que podemos for-
meros de 3 algarismos distintos.
mar com n letras, das quais somente 2 são iguais,
04. Se a diretoria de uma firma é constituída de 7 dire- 120 apresentam essas duas letras iguais juntas.
tores brasileiros e 4 japoneses, é correto afirmar Nesta situação, o valor de n é superior a 6.
que podemos formar, menos de 140 comissões
16. Chamamos de Equivalência Lógica quando uma
compostas de 3 brasileiros e 3 japoneses.
proposição P (p, q, r,...) é logicamente equivalente
05. Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 4. ou apenas equivalente a uma proposição Q (p, q,
Então, é correto afirmar que o número de subcon- r,...), se as tabelas-verdade destas duas proposi-
juntos de A com 4 elementos é 4! ções são idênticas.
Sendo assim, é correto afirmar que a proposição
06. Se eu possuo 2 livros de Matemática, 3 de Portugu- “¬ ¬ p” e “p” são equivalentes.
ês e 4 de Física, é correto afirmar que posso arru-
má-los de 72 modos diferentes, de modo que os 17. É correto afirmar que um grupo de 10 pessoas pode
livros de uma mesma matéria fiquem sempre jun- ser dividido em 3 grupos de 5, 3 e 2 pessoas de
tos e, além disso, os de Física, entre si, fiquem 2.520 maneiras diferentes.
sempre na mesma ordem.
18. Sabendo que um salão tem cinco portas, é correto
07. Se uso os números 1, 2, 3, cada um uma vez, e 6 afirmar que temos mais de 20 maneiras de entrar
zeros, é correto afirmar que posso construir menos nele e sair dele sem usar a mesma porta.
de 504 matrizes quadradas de ordem três com estes
19. Existem 625 números de quatro algarismos forma-
números.
dos somente por algarismos ímpares.
08. Marcam-se 10 pontos sobre uma reta r e sobre
20. Sobre uma circunferência, marcam-se 6 pontos dis-
uma paralela s marcam-se 8 pontos. Sendo as-
tintos. Então, é correto afirmar que podemos for-
sim, é correto afirmar que podemos formar exata-
mar mais de 15 quadriláteros convexos com vérti-
mente 640 triângulos unindo três quaisquer des-
ces nestes pontos.
ses 18 pontos.
09. Com as letras a, b e c, podemos formar mais de 5
pares ordenados com elementos distintos.
GABARITO
10. Uma turma da Escola “x”, composta de 20 alunos,
deseja constituir uma comissão de 4 elementos 01. E 02. C 03. C 04. E 05. E
para fazer uma reivindicação sobre um determina- 06. C 07. E 08. C 09. C 10. C
do tipo de atividade esportiva dentro da mesma. 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E
Sendo assim, é correto afirmar que o número de 16. C 17. C 18. E 19. C 20. E
comissões é acima de 4.500.
INFORMÁTICA
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO 07. Enquanto o Internet Explorer é um navegador da
DO AMAZONAS (MPE/AM) – 2008 Web, o programa denominado Mozilla Firefox é um
programa exclusivo para o acesso a correio ele-
Com relação aos conceitos de Internet, intranet e à World trônico, não permitindo o acesso a páginas da
Wide Web (WWW), julgue os itens que se seguem. Web, como a mostrada na figura.
01. Na Internet, qualquer informação transmitida de Com relação a correio eletrônico, julgue os itens a seguir.
um computador a outro passa, necessariamente,
por um computador central, localizado na Suíça, 08. Nos atuais serviços de correio eletrônico, há se-
que pertence à instituição internacional que con- gurança absoluta com relação à confidencialidade
trola a rede mundial. das mensagens.
Atualmente, quando um usuário envia uma men-
02. Para garantir a segurança da informação que cir- sagem de e-mail, não existe a possibilidade de
cula em uma intranet, esse tipo de rede permite que usuários tenham acesso não-autorizado ao
apenas o envio de mensagens de correio eletrôni- conteúdo da mensagem, mesmo sem o uso de
co entre computadores a ela conectados, não per- recurso de criptografia.
mitindo a transferência de arquivos para computa-
dores que não pertençam a ela, nem a navegação 09. Ao se enviar uma mensagem de e-mail, é possível
em páginas da WWW. enviar diversas cópias dessa mensagem para
usuários diferentes.
05. A observação da figura permite afirmar, com certe- 11. Ao se alterar o número 120%, em , para
za, que a página da Web não possui hyperlinks. 240%, apenas a palavra selecionada — “exemplo”
— será exibida com o dobro do tamanho com o
06. Ao se substituir a seqüência de caracteres http:// qual ela está sendo exibida antes dessa alteração.
pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas por um outro en-
dereço válido de página da Web, e se clicar o bo- 12. Ao se clicar o botão , apenas a palavra “exemplo”
tão , usualmente é iniciado o download da pá- será apagada, e o restante do texto permanecerá
inalterado.
gina da Web do endereço digitado.
16. Ao se clicar a célula C5, clicar e teclar , clicar na célula C10; clicar em
aparecerá, na célula C5, o número 4700.
21. Para se calcular a média aritmética do número de
17. Ao se selecionar a célula C4 e se clicar duas ve- vítimas fatais de acidentes de trânsito na região
zes o botão , o número 700 será substituído Sudeste nos seis meses mostrados, pondo o re-
sultado na célula D10, é suficiente clicar na célula
por 700,00.
E10, digitar =(D4:D9/6) e, em seguida, teclar
18. Ao se selecionar o grupo de células formado pe-
las células B1 e C1, e se clicar o botão , todas 22. Para se obter o percentual de aumento no número
as células contidas nas colunas B e C serão mes- de vítimas fatais de acidentes de trânsito na região
cladas, formando uma nova coluna com largura Sul, do mês de abril para o mês de maio, pondo o
equivalente à soma das larguras das colunas que resultado na célula E10, é 4 suficiente clicar nessa
foram mescladas, e o conteúdo da nova coluna célula, digitar =(E8-E7)/E8 e teclar .
será igual ao conteúdo da antiga coluna B.
MATEMÁTICA
01. (SETEPS-PARÁ-2004-CESPE) Do total de vítimas assistidas, a fração que repre-
senta a quantidade de pessoas que não sofreram
queimaduras nem intoxicação é igual a:
a) 1/4.
b) 1/3.
c) 1/2.
d) 3/5.
e) 2/3.
05. (GOV.PARÁ-2004-CESPE)
Acerca dessa distribuição, julgue os itens subseqüentes. Considere que a evolução anual da quantidade de
I - Flávio recebeu a maior quantia. presente na atmosfera, em ppm, seja descrita pela
II - Gabriel recebeu o triplo do que Hailton recebeu.
III - Gabriel e Hailton, juntos, receberam o triplo da quan- função quadrática , em que x
tia que Flávio recebeu. representa o tempo, em anos, transcorrido desde
IV - A diferença entre o valor recebido por Gabriel e o 1900, e a e b são constantes reais. Sabendo que a
valor recebido por Hailton é igual ao dobro do que quantidade de na atmosfera em 1950 era de 300
Flávio recebeu. ppm e, em 2000, de 380 ppm, e levando em conta o
V - A quantia distribuída é superior a R$ 1.600,00. texto acima, julgue os itens a seguir.
I - De acordo com o modelo estabelecido, o nível, em
10. (HEMOPA-PARÁ-2004-CESPE) Quatro caminhões ppm, de presente na atmosfera em 1900 era igual
— A, B, C e D — devem transportar 210 toneladas a ¾ do atual.
II - Sabendo que o protocolo de Kyoto considera o ní-
de carga. O caminhão A vai transportar 8/21 da car-
vel de presente na atmosfera no ano de 1990
ga. O caminhão B, 3/10; o caminhão C, 1/7 e o ca- como o satisfatório para o planeta, conclui-se, com
minhão D, o restante da carga. base no modelo proposto, que esse nível é inferi-
É correto afirmar que o caminhão: or a 350 ppm.
I- A transportará menos de 90 toneladas da carga. III - Com base no modelo estabelecido, o nível de na
II - B transportará mais de 60 toneladas da carga. atmosfera previsto no último período do texto será
atingido na segunda década deste século.
III - C transportará 40 toneladas da carga.
IV - D transportará 47 toneladas da carga. 14. (MMA-2003-CESPE) Uma empresa fabrica 1.000x
unidades de determinado produto por mês, oten-
11. (COHAB-BAURU-2004-ASSIST.ADM.-CESPE) Na do um lucro mensal, com a venda desses produ-
venda de 100x unidades de um produto, uma em- tos, em reais, de 10.000 L(x), em que L(x) = -x2 +
presa lucra, em reais . Para os valores de x tais que 12x - 32. Com base nesses dados, julgue os itens
L(x) < 0 a empresa teve prejuízo. Com base nessas abaixo.
informações, julgue os itens que se seguem. I - Se a empresa fabricar menos de 1.000 unidades
I - Se a empresa vender menos que 300 unidades do produto, então ela terá prejuízo.
desse produto, ela terá prejuízo. II - Para que a empresa tenha um lucro mensal supe-
rior a R$ 30.000,00, ela deverá fabricar mais de
II - O lucro da empresa será máximo para algum valor
8.000 unidades do produto.
de x maior que 6.
15. (OPER.PETROBRÁS-2003-CESPE) Na Matemática,
12. (GM-ARARACAJÚ-2004-CESPE) O número de ocor- o conceito de função é freqüentemente utilizado para
rências policiais no dia x do mês é dado pelo valor a modelagem de situações-problema reais. Com
da função , e os dias em que ocorrências foram respeito a funções tradicionais e bem conhecidas,
registradas são aqueles em que f(x ) ≥ 0. julgue o item subseqüente.
Com base nessas informações, julgue os itens I - Para pavimentar e cercar uma área quadrada que
abaixo. mede x m de lado, uma empresa ofereceu os se-
I - O número de dias em que foram registradas ocor- guintes preços:
rências é superior a 9. • piso: 20 reais por m2 ;
II - O maior número de ocorrências em um único dia • cerca: 12 reais por m (linear);
foi inferior a 10. • taxa de serviços: 180 reais.
III - Do dia 3 ao dia 5, a cada dia que passa, o número O preço total da obra — P —, apresentado pela em-
de ocorrências registradas vai aumentando. presa, pode ser calculado pela função quadrática:
P(x) = 20x2 + 48x + 180.
13. (IBAMA-NA.AMB.-2002-CESPE) Cerca de 70% da
superfície do globo poderá ser afetada pelo impac- 16. (OPERADOR-PETROBRÁS-2001-CESPE) Um cer-
to de mineração, estradas e cidades em 2032 se a to produto é fabricado ao custo de R$ 2,00 a unida-
humanidade não tomar providências urgentes. A de. Ao preço de R$ 5,00 a unidade, 4.000 unida-
conclusão é de um relatório da ONU divulgado hoje, des desse produto são vendidas mensalmente. O
no qual trabalharam mais de mil cientistas. O estu- fabricante do produto pretende elevar o seu preço
do, conhecido como Geo-3, foi preparado pelo Pro- de venda e estima que, para cada R$ 1,00 de au-
grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente mento no preço, 400 unidades a menos serão ven-
(PNUMA) para servir como indicador da saúde am- didas por mês. Considerando apenas a receita
biental da Terra às vésperas da Rio+10, a confe- proveniente das vendas e o custo correspondente
rência mundial sobre ambiente e desenvolvimento à fabricação, o lucro máximo mensal que pode ser
sustentável que acontecerá no fim de agosto na
obtido pelo fabricante será:
África do Sul. Cerca de 40% da humanidade já en-
a) menor que R$ 12.500,00.
frenta escassez de água, especialmente para a
b) maior que R$ 12.500,00 e menor que R$ 14.000,00.
agricultura, e as concentrações de dióxido de car-
c) maior que R$ 14.000,00 e menor que R$ 15.500,00.
bono na atmosfera chegarão à casa de 450 partes
d) maior que R$ 15.500,00 e menor que R$ 17.000,00.
por milhão (ppm) — contra 380 ppm hoje — nas
e) maior que R$ 17.000,00.
próximas décadas.
GABARITO
01. E, C, E 02. E, C
03. C 04. C
05. E, C 06. C
07. C, E, C 08. E
09. E, E,C, E, E 10. C, C, E, E
11. C, C 12. E, C, C
13. E, E, E 14. C, E
15. C 16. D
17. E, C, C, E, E 18. C, C, E
19. E, C 20. E, C, E, E, E
21. C
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
ATUALIDADES
INTERNACIONAL dores emergentes.
b) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): grandes territórios, eleva-
da renda per capita e mercados consumidores emergentes.
c) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): extensos territórios,
grande PIB, populosos, mercados consumidores emer-
gentes e com grandes desigualdades sociais internas.
01. A respeito das medidas tomadas pelo governo do d) IBAS (Índia, Brasil e África do Sul): territórios médios, pequeno
novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a PIB, pouco populosos e retração dos mercados consumidores.
partir de 2009, assinale a alternativa incorreta. e) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): grandes territórios, alta
renda per capita, populosos, mercados consumidores emer-
gentes e com expressivas desigualdades sociais internas.
a) BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China): pequenos territó- EM PROTESTO em Genebra, manifestantes
antiglobalização seguram velas com os
rios, grande PIB, muito povoados e mercados consumi-
dizeres “abaixo a OMC”
Dentre os alvos dos protestos, destaca-se a seguinte c) 1º Canadá (elevado), 69º Brasil (médio) e 175º Níger (baixo).
diretriz da Rodada de Doha d) 1º Islândia (muito elevado), 75º Brasil (médio) e 175º
a) fragilização do comércio multilateral. Níger (baixo).
b) a aceitação das posições do G20 (países em desenvolvimento). e) 1º Noruega (muito elevado), 75º Brasil (elevado) e
c) liberalização do comércio mundial. 182º Níger (baixo).
d) aprofundamento da estatização do comércio.
e) expansão dos subsídios econômicos domésticos. 14. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir.
No final de 2009, os EUA foram surpreendidos por uma
09. A respeito do Fórum Econômico Mundial realizado em ja- tentativa de atentado terrorista em um voo que partiu da
neiro de 2010. Julgue os itens como C (certos) ou E (errados). Holanda em direção aos EUA. O protagonista foi um jovem
1. ( ) O fórum é realizado anualmente em Davos, Áustria. nigeriano de 23 anos, Umar Farouk Abdulmutallab, treinado
2. ( ) Conta com a participação de empresários, banquei- a) no Iêmen pelo grupo Al Qaeda na Península Arábica.
ros e alguns chefes de governo. b) no Irã pelo grupo xiita Hizbolah.
3. ( ) Em contraposição, costuma acontecer desde 2001 o Fó- c) na Cisjordânia pelo grupo fundamentalista Hamas.
rum Social Mundial, antiglobalização, em Porto Alegre (Brasil). d) no Afeganistão pelo grupo fundamentalista Taleban.
4. ( ) Em 2010, o fórum premiou Lula como “Estadista e) treinado no Iêmen pelo grupo extremista Taleban.
Global”. Devido a problemas de saúde (crise hipertensiva),
o presidente brasileiro foi representado no encontro pelo 15. Selecione a alternativa que completa a notícia.
ministro das relações exteriores, Celso Amorim. Em 2009, um atentado terrorista promovido pelo gru-
5. ( ) O Fórum Econômico Mundial chegou ao fim com a po Jemaah Islamiah, ligado a AL QAEDA, atingiu hotéis
constatação de que a crise internacional a partir de 2008 cau- na cidade de Jacarta, capital
sou estragos profundos, a exemplo do agravamento do de- a) da Índia. b) do Paquistão.
semprego. Uma das maneiras de enfrentar a crise é liberalizar c) do Iraque. d) da Indonésia.
o fluxo do capital financeiro e o aumentar dos bônus pagos e) do Afeganistão.
para os executivos de bancos, medida defendida pelo G20 e já
pensada em países como EUA, Reino Unido e Brasil. 16. Sobre o Afeganistão, marque a alternativa certa.
a) Sua capital é Islamabad.
10. A crise financeira internacional teve origem nos b) Hamid Karzai foi confirmado presidente após a desis-
Estados Unidos a partir de 2008 e teve como causas: tência de Abdulah Abdulah em participar do segundo turno
a) a instabilidade política vinculada à disputa eleitoral das eleições. O candidato da oposição denunciou fraudes.
entre Obama (partido democrata) e Mccain (partido re- c) Seu território é dominado por planícies.
publicano) e falência da AIG. d) Apresenta portos no Oceano Índico.
b) superávit na balança comercial, falência do Banco e) É grande produtor de cocaína.
Lehman Brothers, crise na indústria automobilística (GM)
e retração no consumo. 17. Nos últimos anos, é um país que atravessou forte
c) superávit público, déficit na balança comercial, aos instabilidade política. Um dos exemplos foi o atentado
créditos concedidos aos clientes “subprime”. que vitimou a ex-primeira ministra Benazir Butho, líder
d) inadimplência no setor de crédito imobiliário, desre- da oposição, em 2007. Em 2009, cresceram os con-
gulação do sistema financeiro, prejuízos dos bancos e frontos entre extremistas islâmicos do Taleban local e
queda no valor das ações. o exército no Vale do Swat e no Waziristão.
e) elevação dos preços do petróleo, déficit na balança O país mencionado é
comercial e imposição de um imposto sobre responsa- a) o Irã. b) a Coreia do Norte.
bilidade da crise financeira. c) o Líbano. d) a Síria.
e) o Paquistão.
11. Marque o território do Oriente Médio que anunciou
recentemente a moratória de sua dívida externa 18. A partir de seus conhecimentos sobre o Iraque,
a) Dubai, emirado que integra a Arábia Saudita. assinale a alternativa incorreta.
b) Abu Dhabi, sultanato que integra os Emirados Árabes Unidos. a) o Iraque é caracterizado pela presença dos rios Tigre e Eufrates.
c) Abu Dhabi, província que integra o Catar. b) o norte do país é habitado pelos curdos, grupo étnico
d) Dubai, província que integra o Kuwait. que tinha tradição separatista.
e) Dubai, emirado que integra os Emirados Árabes Unidos. c) os árabes xiitas são o maior grupo étnico e religioso do país.
d) em 2009, um atentado promovido pelo grupo Estado Islâmico
12. O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um do Iraque, ligado à AL QAEDA, atingiu o centro de Bagdá, inclu-
indicador social divulgado pela ONU. Assim, selecione sive prédios do governo como o Ministério da Justiça.
a opção com os dados que integram o IDH. e) os conflitos entre sunitas e xiitas são pouco frequentes no Iraque.
I- Renda per capita.
II- Mortalidade infantil. 19. A respeito da política interna e externa do Irã, jul-
III- Alfabetização e taxa de matrícula. gue os itens como C (certos) ou E (errados).
IV- PIB (Produto Interno Bruto). 1. ( ) Em 2009, a oposição, liderada pelo candidato Mir
V- Expectativa de vida. Hussein Mousavi, acusou o governo de fraude nas elei-
VI- Homicídios a cada 100 mil habitantes. ções, vencidas pelo presidente conservador Mahmoud
a) I, II, III e V. b) II, IV e VI. c) II, III e VI. Ahmadinejad. Forças do governo reprimiram manifestan-
d) I, III e V. e) II, III e V. tes, resultando na morte da jovem Neda Agha-Soltan, que
se tornou um mártir pela democracia no país. A tecnologia
13. Conforme os dados do IDH de 2009, assinale a al- da informação (Celular/Internet/Twitter) está sendo utili-
ternativa com a posição certa dos países. zada nestes casos para denunciar o desrespeito aos di-
a) 1º Islândia (elevado), 75º Brasil (elevado) e 175º Serra reitos humanos com maior rapidez, burlando a censura.
Leoa (baixo). 2. ( ) Ahmadinejad também fez declarações polêmicas
b) 1º Noruega (muito elevado), 69º Brasil (médio) e 182º contra homossexuais e negando o holocausto dos ju-
Afeganistão (baixo). deus na 2ª Guerra Mundial.
3. ( ) O grupo insurgente sunita Jundallah (Soldados de Deus) 23. A respeito da China, leia os itens a seguir:
reivindicou a autoria do atentado suicida que matou coman- I- País populoso, com baixa densidade demográfica e
dantes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regi- política do filho único.
me xiita do país. O atentado foi na província do Sistão e II- Exportações de bens de consumo como eletrôni-
Baluquistão. O governo do Irã acusou rebeldes do vizinho cos, computadores, calçados e roupas.
Paquistão e até o Reino Unido por envolvimento no caso. III- Importações de commodities como petróleo, ferro e soja.
4. ( ) É a nação mais populosa do Oriente Médio, ocorre IV- Democracia com diversos partidos políticos e elei-
a prevalência do islamismo sunita e os líderes religio- ções regulares.
sos são denominados de aiatolás. O líder religioso su- V- Potência militar, nuclear e aeroespacial.
premo do Irã é o aiatolá Ali Khamenei. VI- A China apresenta censura em relação aos meios de
5. ( ) Na atualidade, o país desenvolve um polêmico programa comunicação e procura controlar a Internet. Em 2010, os
nuclear e anunciou a segunda usina de enriquecimento de urâ- EUA protestaram contra um ataque hackers contra o Google.
nio. Na visita de Ahmadinejad ao Brasil em 2009, o presidente A empresa ameaçou cancelar suas operações no país.
Lula defendeu o direito do Irã desenvolver armas nucleares. Estão certos os itens:
6. ( ) Na ONU, a agência responsável por vistoriar os progra- a) IV, V e VI. b) I e IV. c) I, II, III, V e VI.
mas nucleares dos países no cumprimento do TNP é a AIEA. d) II, III, IV e VI e) II, III, V e VI.
20. Assinale a alternativa que completa o texto a seguir. 24. Sobre a Índia, leia as afirmações.
Em 2009, Israel promoveu um violento ataque militar I- Na Índia, a maioria da população é hinduísta e o sistema de
contra ....................... que resultou em muitas vítimas civis castas apresenta influência na organização da sociedade.
e na destruição de parte da infraestrutura. O argumento Os dalits são a parcela mais vulnerável à exclusão social.
de Israel foi o combate ao grupo palestino HAMAS. O II- Despontam no mundo multinacionais indianas como o gru-
atual primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu po Tata que atua em áreas como a siderurgia e automóveis.
(partido Likud) promoveu a construção de novos assen- III- A porção sul do país, especialmente Bangalore e Chennai,
tamentos judeus em outro território palestino, desagra- concentra a produção de softwares para computadores.
dando o presidente palestino Mahmoud Abbas. IV- A porção norte, região da Caxemira, é de maioria
muçulmana, é foco de disputa com o Paquistão.
a) a Cisjordânia. b) as Colinas de Golã. V- No final de 2008 aconteceu um atentado terrorista
c) a Faixa de Gaza. d) o Sinai. contra hotéis em Mumbai praticado por um grupo ex-
e) Jerusalém. tremista islâmico com participação de paquistaneses.
São corretas as afirmações:
21. A respeito do Japão contemporâneo, é possível a) I, II e V. b) III e IV. c) I, II, III e IV.
afirmar que d) I, II, III, IV e V. e) II e IV.
a) É importante exportador de produtos agrícolas e re-
cursos minerais. 25. Um país asiático que gerou apreensão na comunidade
b) Empreendeu a política do filho único como o objetivo de internacional em 2009. Identifique, respectivamente, o país,
reduzir o crescimento populacional do país e reduzir a den- seu líder, o sistema político e o motivo da apreensão.
sidade demográfica que supera os 300 habitantes por Km2. a) China; Hu Jintao; socialismo autoritário; desenvolvi-
c) O país implantou uma política de abertura para a en- mento de mísseis balísticos.
trada de produtos agrícolas importados, incluindo o ar- b) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo autoritário;
roz, alinhando-se com o G20 na OMC. teste nuclear subterrâneo.
d) Em 2009, o partido que detinha o poder praticamente des- c) Japão; Taro Aso; capitalismo com democracia; inves-
de o término da Segunda Guerra Mundial, o PLJ, perdeu as timento em energia nuclear.
eleições parlamentares para o partido de oposição, o PDJ d) Coreia do Norte; Kim Jong Il; socialismo democrático;
(Partido Democrático do Japão), liderado por Yukio Hatoyama. testes com mísseis nucleares.
e) Nas décadas de 1990 e 2000, o Japão teve alto cres-
e) Coreia do Sul; Kim Dae Jung; socialismo autoritário;
cimento econômico e queda no desemprego.
teste com mísseis.
22. Em 2009, aconteceram graves conflitos étnicos opon-
26. Em 2009, na Cúpula das Américas, realizada em
do os chineses han e o grupo étnico uigur (muçulmanos),
Trinidad & Tobago, uma dos assuntos em pauta foi
na região autônoma de Xinjiang, cuja capital é Urumqi. O
a) o possível retorno de Cuba à OEA (Organização dos Estados
governo central chinês tem reprimido com violência os Americanos), tendo em vista a flexibilização da política dos EUA
uigures, que reivindicam maior autonomia e apresentam em relação à ilha, apoiada por vários países da América Latina.
pretensões separatistas. Assinale a alternativa com o b) a exclusão da Venezuela da OEA, devido ao regime
mapa que destaca corretamente a região de Xinjiang. ditatorial imposto por Hugo Chávez.
c) o repúdio à intervenção militar do Equador no território da
Colômbia (2008) para combater a narcoguerrilha de direita FARC.
d) A exclusão de Cuba da OEA, uma vez que o país apre-
senta casos de desrespeito aos direitos humanos.
e) O envio de tropas de paz da OEA para o Haiti no intuito de
auxiliar as tropas brasileiras que estão no país desde 2004.
37. O ano de 2010 marca os 20 anos da reunificação da 41. Em 2009, o governo deste país da costa atlântica da
Alemanha que significou a incorporação da África reprimiu manifestantes que exigiam maior demo-
a) Alemanha Ocidental socialista pela Alemanha Orien- cracia. Dezenas de pessoas foram massacradas no es-
tal capitalista. tádio de futebol da capital, Conacri. O país em questão foi
b) Alemanha Oriental capitalista pela Alemanha comu- a) Somália. b) Líbia. c) Angola.
nista após a queda do muro de Berlim. d) Guiné. e) Serra Leoa.
c) União Soviética pela CEI (Comunidade dos Estados
Independentes). 42. Em um território localizado ao norte de Angola, houve
d) Alemanha Oriental socialista pela Alemanha Ociden- um recente atentado contra a comitiva da seleção de fute-
tal capitalista. bol do Togo que se deslocava para participar da Copa Afri-
e) República Democrática da Alemanha capitalista pela cana de Nações em 2010. O atentado foi cometido pela
República Federal da Alemanha socialista. a) MPLA (Movimento pela Libertação de Angola).
b) UNITA (União Nacional pela Libertação Total de Angola).
38. A respeito da África do Sul, marque a alternativa falsa. c) FLEC (Frente de Libertação do Enclave de Cabinda).
a) As desigualdades sociais e raciais da África do Sul d) Al QAEDA.
são herança do sistema de apartheid que existiu na le- e) FIS (Frente Islâmica de Salvação).
gislação do país entre 1948 e 1990.
b) Com o término do apartheid, o país tornou-se uma
democracia e o poder político está concentrado no CNA
(Congresso Nacional Africano) que elegeu em 2009, o Sociedade Brasileira
atual presidente Jacob Zuma, da etnia zulu. 01. A respeito dos indicadores atuais da população
c) Em 2009, o país foi sede de Copa das Confederações brasileira, avalie os itens:
e em 2010 será sede da Copa do Mundo de futebol. I- A expectativa de vida é de 72,8 anos, sendo maior
d) Os brancos, por representarem aproximadamente 50% para as mulheres, 76 anos.
da população sul africana, concentram grande parte da II- Em 2010, o IBGE estima que a população absoluta do
riqueza nacional. Brasil atingiu 192 milhões de habitantes. Os estados mais
e) No cinema, o ator Morgan Freeman, indicado para o populosos são: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Oscar, fez o papel de Nelson Mandela no filme Invictus,
III- Houve queda no trabalho infantil para 10,2% (entre 5
dirigido por Clint Eastwood. O filme retrata o início do
e 17 anos), porém o problema persiste.
governo Mandela e a tentativa de diminuir as diferenças
IV- Nos anos 2000, houve melhora na distribuição de
étnicas através do esporte, no caso o rugby.
renda devido ao maior crescimento econômico, redu-
ção do desemprego, aumento do salário mínimo e pro-
39. Escolha a alternativa com a palavra que preenche
gramas como o Bolsa Família.
corretamente o texto a seguir.
V- O índice FIRJAN de desenvolvimento municipal apon-
“No maior país da África em área territorial, I , eclodiu
tou em 2009, São Caetano do Sul como o melhor muni-
um gravíssimo conflito que opõe uma etnia de pastores apoi-
ada pelo governo a uma etnia de agricultores na região de II cípio do país nos indicadores sociais e econômicos.
na parte oeste. Milhares de refugiados fugiram para o vizi- Estão corretos os itens:
nho III e o número de mortos já passa de 400 mil. O país a) I, II, III, IV e V. b) I, II, III e IV. c) II, III e IV.
permitiu a entrada de tropas de paz da ONU em 2009”. d) I, IV e V. e) II, III e V.
04. A partir de 2009, houve rápida expansão da gripe 4. ( ) Em 2009, o STF definiu a reserva como totalmente
suína. Sobre a nova gripe, marque a alternativa incorreta. indígena e os não-índios e arrozeiros saíram da reserva.
a) Foi nomeada de Influenza A (H1N1). 5. ( ) A região apresenta planícies recobertas por flores-
b) O foco inicial foi o Canadá. Na América do Sul, o maior número ta amazônica e clima tropical.
de casos é observado em países como Argentina, Chile e Brasil.
c) Entre os sintomas: febre acima dos 39º, muito cansaço, 08. A respeito da questão agrária, fundiária e ambiental
calafrios frequentes, intensa dor de cabeça e muscular. na Amazônia Legal, assinale a opção falsa.
d) Em 2010, o Ministério da Saúde anunciou a vacinação a) Houve declínio no desmatamento no período 2008-2009
dos grupos de maior risco nas seguintes etapas: profis- e a pecuária bovina foi o principal fator de devastação.
sionais da saúde/indígenas, gestantes, doentes crôni- b) Os estados líderes em desmatamento são PA, MT e RO.
c) A região apresenta inúmeros conflitos pela posse da terra
cos/crianças de 6 meses até 2 anos, adultos entre 20 e
envolvendo latifundiários, grileiros, posseiros, garimpeiros,
29 anos e idosos com doenças crônicas.
madeireiros e indígenas. A Terra do Meio (PA), onde foi assas-
e) A nova gripe já se configura como uma pandemia, sinada a irmã Dorothy Stang é uma das áreas mais violentas.
uma vez que se disseminou por vários continentes. d) Em 2009, a medida provisória 458 regularizou terras
ocupadas por posseiros e grileiros na Amazônia. Os
05. Sobre a situação da educação no Brasil, marque a ambientalistas temem que a medida acelere o desma-
alternativa incorreta tamento nos próximos anos.
a) em pesquisa divulgada pela OCDE em 2009, o Brasil é e) Segundo dados do INPE, a exploração de madeira é o prin-
o país onde o professor perde mais tempo (17%) com a cipal fator de desmatamento na Amazônia nos últimos anos.
disciplina dos alunos em relação ao tempo de aula efetivo.
b) a taxa de analfabetismo é de cerca de 10% e está em 09. O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
declínio lento. Terra) ocupou a fazenda Capim, que abrange parte dos
c) a escolaridade média do brasileiro é superior a 12 anos. municípios de Iaras, Lençóis Paulista e Borebi, no oeste
d) o vazamento da prova do Enem devido a uma falha de paulista. Lá destruíram parte de uma plantação de laran-
segurança no Consórcio Connasel prejudicou mais de ja. Trata-se de uma área de terras devolutas que está
4 milhões de alunos, a prova foi adiada para Dezembro. sendo disputada na justiça entre o INCRA e a empresa
e) o país obteve melhoria em indicadores quantitativos como a a) Maguari. b) BR Foods. c) Unilever.
queda do analfabetismo geral e aumento da taxa de matrícula. d) Citrosuco. e) Cutrale.
07. No que se refere a Reserva Indígena Raposa/Serra 12. Em 2009, o principal conflito diplomático entre Brasil e Itália
do Sol, destacada no mapa a seguir, julgue os itens foi o caso Cesare Battisti. A questão foi encaminhada para o
como C (certo) e E (errado) STF. O governo brasileiro concedeu asilo político a Cesare,
mas a Itália deseja sua extradição, pois foi condenado por
a) pertencer ao partido comunista italiano.
b) pertencer a uma organização de extrema direita.
c) quatro homicídios em 1978 e 1979
d) estar envolvido com o terrorismo islâmico.
e) ser aliado do primeiro ministro Silvio Berlusconi.
13. Entre 2009 e 2010, houve grande polêmica em rela-
ção a um plano lançado pela secretaria nacional lide-
rada por Paulo Vanuchi. A principal controvérsia no
Plano Nacional de Direitos Humanos foi
a) a defesa do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, defendida pela CNBB.
1. ( ) O estado de Roraima localiza-se na região Norte b) a revisão dos crimes cometidos pela ditadura militar,
do Brasil, enquanto a reserva indígena situa-se no nor- medida que violaria a Lei de Anistia de 1979.
deste de Roraima. c) a criminalização dos movimentos sociais no campo
2. ( ) A preocupação dos militares com a delimitação de como o MST em benefício do agronegócio.
uma área de grande dimensão para comunidades indí- d) a criação da comissão da verdade sobre os crimes
genas não é justificável, porque não se trata de uma cometidos pela ditadura militar e por guerrilheiros de
zona limítrofe com outros países. esquerda, violando a constituição de 1988.
3. ( ) Os conflitos na reserva Raposa/Serra do Sol opu- e) a criminalização do aborto, visto que é uma questão
seram dois grupos, o primeiro formado por latifundiári- de saúde pública.
os rizicultores, trabalhadores e indígenas aculturados.
O segundo foi integrado por indígenas menos acultu-
rados e organizações não governamentais.
354 Degrau Cultural
e) pré-sal, localizadas na Bacia de Santos, Tupi, Iara e 28. Em 2009, o presidente Lula pressionou uma importante
Carioca. O governo defende a gestão e operação pela empresa para aumentar os investimentos no Brasil e agre-
Petrobrás, além da distribuição por igual dos royalties gar valor aos produtos exportados. Assinale a alternativa
entre as unidades da federação. certa quanto aos produtos exportados através das ferrovi-
as I e II, os portos especializados, os principais mercados
24. Leia os itens sobre fontes alternativas de energia consumidores e a empresa pressionada pelo governo.
utilizadas no Brasil.
1. ( ) A energia eólica é uma fonte em expansão no país,
são exemplos os parques eólicos de SP, MG e AM.
2. ( ) O semiárido nordestino é uma áreas com maior poten-
cialidade para a energia solar devido a acentuada insolação.
3. ( ) No interior de São Paulo, existem usinas termelétricas
que funcionam a partir da queima do bagaço de cana.
4. ( ) Cresce a utilização do biodiesel em veículos, óleo
que pode ser produzido a partir de mamona, babaçu,
soja, dendê ou girassol.
5. ( ) O biogás constitui o aproveitamento do gás metano,
proveniente da decomposição do lixo, em termelétricas.
Um exemplo é a usina que funciona no aterro Bandei-
rantes em São Paulo.
6. ( ) A primeira usina que utiliza energia das marés foi
instalada no litoral do Ceará em 2007.
BRASIL
01. A 02. D 03. E
04. B 05. C 06. E
07. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-E)
08. E 09. E 10. C 11. C
12. C 13. B 14. E 15. D
16. E 17. C 18. B 19. C
20. E 21. E 22. E 23. A
24. (1-E, 2-C, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C)
25. A 26. D 27. E 28. D
29. A 30. E 31. C
32. (1-C, 2-E, 3-C, 4-C, 5-C, 6-C, 7-E, 8-E)
33. D
34- (1-C, 2-C, 3-E, 4-C, 5-C e 6-C)
35. B 36. E 37. B
38. D 39. E 40. E
03. A constituição da Comissão de Ética será comuni- 14. O servidor deve prestar toda a sua atenção às or-
cada à Secretaria da Administração Federal da dens legais de seus superiores
Presidência da República
15. Os repetidos erros, o descaso e o acúmulo de
04. São primados maiores que devem nortear o servi- desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e
dor público, seja no exercício do cargo ou função, caracterizam até mesmo imprudência no desem-
ou fora dele dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia penho da função pública
e a consciência dos princípios morais
16 . É fator de desmoralização do serviço público, o
05. Seus atos, comportamentos e atitudes serão dire- que quase sempre conduz à desordem nas rela-
cionados para a preservação da honra e da tradi- ções humanas toda ausência justificada do servi-
ção dos serviços privados e públicos dor de seu local de trabalho
06. O servidor público não poderá jamais desprezar o 17. São deveres fundamentais do servidor público exer-
elemento ético de sua conduta cer suas atribuições com rapidez, perfeição e ren-
dimento, pondo fim ou procurando prioritariamen-
07. Não se limita à distinção entre o bem e o mal, te resolver situações procrastinatórias, principal-
devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sem- mente diante de filas ou de qualquer outra espé-
pre o bem comum: a moralidade da Administração cie de atraso na prestação dos serviços pelo setor
Pública em que exerça suas atribuições, com o fim de evi-
tar dano moral ao usuário;
08. É custeada pelos tributos pagos direta ou indireta-
mente por todos, até por ele próprio, e por isso se 18. E vedado ao servidor público usar de artifícios para
exige, como contrapartida, que a moralidade ad- procrastinar ou dificultar o exercício regular de di-
ministrativa se integre no Direito, como elemento reito por qualquer pessoa, causando-lhe dano
indissociável de sua aplicação e de sua finalida- moral ou material;
de, erigindo-se, como conseqüência, em fator de
legalidade o equilíbrio entre a legalidade e a fina- 19. Em todos os órgãos e entidades da Administração
lidade, na conduta do servidor público Pública Federal direta, indireta autárquica e funda-
cional, ou em qualquer órgão ou entidade que exer-
09. Investigações policiais ou interesse superior do ça atribuições delegadas pelo poder público, de-
Estado e da Administração Pública, a serem pre- verá ser criada uma Central de atendimento
servados em processo previamente declarado si-
giloso, nos termos da lei, a publicidade de qual- 20. A Comissão de Ética, é encarregada de orientar e
quer ato administrativo constitui requisito de eficá- aconselhar sobre a ética profissional do servidor,
cia e moralidade, ensejando sua omissão compro- no tratamento com as pessoas e com o patrimô-
metimento ético contra o bem comum, imputável a nio público, competindo-lhe conhecer concreta-
quem a negar sempre que se achar necessário mente de imputação ou de procedimento suscep-
tível de censura.
10. Toda pessoa tem direito a uma vaga em um órgão
público
12. A assiduidade, a boa vontade, o cuidado e o tempo 01. C 02. C 03. C 04. C 05. E
dedicados ao serviço público caracterizam o es- 06. C 07. C 08. E 09. E 10. E
forço pela disciplina 11. C 12. E 13. C 14. C 15. C
16. E 17. C 18. C 19. E 20. C
LEI Nº 8.112/90
01. (CESPE) O Superior Tribunal de Justiça entende que 14. (CESPE) Detectada a qualquer tempo a acumula-
o candidato aprovado em concurso público dentro ção ilegal de cargos, empregos ou funções públi-
do limite das vagas previstas em edital tem direito à cas, a opção pelo servidor até o último dia de prazo
nomeação. para defesa configurará sua boa-fé, convertendo-
se, automaticamente, em pedido de exoneração do
02. (CESPE) O preenchimento dos requisitos para per- outro cargo.
cepção de pensão por morte tem como data de afe-
rição o dia do óbito do autor da herança. 15. (CESPE) A abertura de sindicância ou a instauração
de processo disciplinar não interrompem a prescri-
03. (CESPE) As faltas justificadas decorrentes de caso ção, mas tão somente a decisão final proferida pela
fortuito podem ser compensadas a critério da chefia autoridade competente.
imediata e, então, são consideradas como efetivo
exercício. 16. (CESPE) O servidor público será aposentado com-
pulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro-
04. (CESPE) O servidor reprovado no estágio probatório ventos integrais.
é demitido.
17. (CESPE) Será licenciado com remuneração integral
05. (CESPE) A ascensão é forma de provimento de car- o servidor acidentado no percurso da residência para
go público. o trabalho e viceversa, posto que essa situação equi-
para-se ao acidente em serviço.
06. (CESPE) É obrigatório o comparecimento do servi-
dor no ato de posse, não sendo permitida a posse
mediante procuração específica.
GABARITO
CÓD.: 0863
GABARITO INSS - Técnico do Seguro Social
ESP.: SÉRIE CONCURSOS
01. C 02. E 03. C 04. E 05. E 09/10
COMPLEMENTO
(CÓDIGO 0863 - 1ª e 2ª Edições)
INSS
(TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL)
Degrau Cultural 1
Prezado(a) Candidato(a),
Este complemento é parte integrante da apostila de INSS (Cód. 0863 - 1ª e 2ª edições) e contém
os tópicos da Retificação do edital republicado em 10/01/2008. Nele, constam as partes de
“Previdência - Conjuntura e Estrutura” e “Conhecimentos Complementares”. Além da atualização
de alguns artigos da Lei 8.112/90.
Atenciosamente,
Os Editores.
SUMÁRIO
ATUALIZAÇÃO
Lei 8.112/90
• Página 387
Art. 83.
(...)
§ 2o A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas
seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
I. por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e (Incluído pela Lei nº 12.269,
de 2010)
II. por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 3o O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença
concedida. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações,
concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os
limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o. (Incluído pela Lei nº 12.269, de 2010)
• Página 389
Art. 103
(...)
II. a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta)
dias em período de 12 (doze) meses. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
2 Degrau Cultural
Degrau Cultural 3
do Friedman, os desperdiçavam, o que teria diminuído, de 1970, causada por dois choques sucessivos nos
em conseqüencia, a eficiência, a produtividade e a ri- preços mundiais do petróleo - o que acabou por tornar
queza da sociedade. Em resumo, segundo Friedman, evidente que seria impossível sustentar a conversibili-
os investimentos não estariam sendo mais realizados dade do dólar em ouro (e provocou o colapso do acordo
tomando como parâmetro principal a eficiência econô- de Bretton Woods) - e pelo endividamento excessivo a
mica, mas, ao contrário, a eficiência política; os recur- que se submeteram os países subdesenvolvidos em
sos destinavam-se aos setores mais influentes politi- seu afã de tentar superar a crise petrolífera. Taxas de
camente, que traziam maior popularidade ao governan- lucratividade continuamente decrescentes e um mer-
te, independentemente de seu valor produtivo para a cado de ações moribundo nos Estados Unidos, asso-
sociedade, alegava ele. ciados a uma alta contínua da inflação nos países de-
Friedman era contra qualquer regulamentação que ini- senvolvidos ( “estagflação” ) levou ao surgimento de
bisse a ação das empresas, como, por exemplo, o sa- um forte movimento, no sentido de reduzir o poder re-
lário mínimo que, segundo as teorias que defendia, gulatório dos Estados nacionais na economia. A “mão
além de não conseguir aumentar o valor real da renda, invisível” [12] mencionada por Adam Smith substituiria
excluiria a mão-de-obra pouco qualificada do mercado (com vantagem, segundo os neoliberais) os controles
de trabalho. Opunha-se, consequentemente, ao salá- governamentais até então existentes e as restrições ao
rio mínimo e a qualquer tipo de piso salarial fixado pe- livre fluxo de mercadorias, criando assim uma econo-
las categorias sindicais ou outro órgão de interesse mia globalmente liberalizada. A esse projeto econômi-
social, pois estes pisos, conforme ele argumentava, co-político, que foi liderado pelos países desenvolvi-
distorceriam os custos de produção, e causariam o dos, especialmente pelos Estados Unidos e Grã-Bre-
aumento do desemprego, baixando a produção e a ri- tanha, chamou-se de neoliberalismo globalizante.
queza e, consequentemente, aumentando a pobreza A mudança do sistema intervencionista “keynesiano”-
da sociedade. Friedman defendeu a teoria econômica ”desenvolvimentista”, que vigia anteriormente na maior
que ficou conhecida como “monetarista” ou da “escola parte do mundo capitalista, para esse “novo sistema”
de Chicago” [6] neoliberal não era inevitável; ao contrário, a globaliza-
ção neoliberal foi um processo escolhido pelas elites
Queda do liberalismo clássico político-econômicas mundiais, especialmente as dos
O declínio do liberalismo clássico remonta ao final do Estados Unidos e Grã-Bretanha, por estas acreditarem
século XIX quando começou a declinar lentamente. Com que esse processo melhor atenderia a seus interes-
a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e ses econômicos do momento turbulento que atraves-
a subsequente Grande Depressão, a queda foi vertigi- sam (Crotty 2002). [13] Os defensores da globalização
nosa. A partir daí, caiu em descrédito, ao passo que neoliberal usaram em seu discurso “globalista-libera-
ganharam força teorias de intervenção do Estado na lizante” a teoria econômica “neoclássica”, que reza que,
economia, notadamente as idéias de Keynes, aplica- em não havendo intervenção econômica governamen-
das, quase simultaneamente, pelo plano do New Deal tal excessiva, tanto as economias nacionais quanto a
do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e economia mundial operará de forma eficiente, confor-
pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hi- me os modelos dos mercados “perfeitamente compe-
tler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjal- titivos” constantes dos livros-texto escolares de econo-
mar Schacht [7] (1934–37), nesses três anos, enquanto mia. [14]
o resto do mundo se afundava ainda mais na reces- Assim o liberalismo econômico gradativamente voltou à
são, conseguiu acabar com o desemprego na Alema- pauta, com a alcunha de neoliberalismo. Após alguns
nha Nazista, sem provocar inflação, adotando um défi- anos de experiências e diagnósticos, iniciadas pelos
cit orçamentário que chegou a atingir 5% do PIB ale- Chicago Boys no Chile de Pinochet, o neoliberalismo sur-
mão. Estas políticas já tinham sido incorporadas à le- ge com força e toma sua presente forma no final da déca-
gislação alemã no final de 1932 pelo governo de Kurt da de 1970 com o “Thatcherismo” e o “Reaganismo”.
von Schleicher [10] e tiveram influência nas políticas do Os neoliberais, liderados por economistas adeptos do
New Deal de Roosevelt. Em 1936 Keynes publicou sua laissez-faire e do fundamentalismo de livre mercado,
obra magna The General Theory of Employment, Inte- como Milton Friedman, denunciaram a inflação como
rest and Money [11] que veio a dar o suporte teórico a sendo o resultado do aumento da oferta de moeda pe-
esse tipo de intervenção governamental na economia, los bancos centrais. Responsabilizaram os impostos
a qual já vinha sendo adotada, intuitivamente, uns pou- “elevados” e os tributos “excessivos”, juntamente com
cos anos antes da publicação do livro de Keynes. a regulamentação das atividades econômicas, como
Em 1944, os países ricos criaram os acordos de Bret- sendo os culpados pela queda da produção e do au-
ton Woods e estabeleceram regras intervencionistas mento da inflação.[6]
para a economia mundial. Entre outras medidas, sur- A solução que propunham para a crise seria a redução
giu o FMI. Com a adoção das metas dos acordos de gradativa do poder do Estado, com a diminuição gene-
Bretton Woods e a adoção de políticas keynesianas, ralizada de tributos, a privatização [15] das empresas
os 30 anos seguintes foram de rápido crescimento nos estatais e redução do poder do Estado de fixar ou “auto-
países europeus e no Japão, que viveram sua Era de rizar” preços.
Ouro. A Europa renascia, devido ao financiamento con- Diminuindo ou neutralizando a força dos sindicatos,
seguido por meio do Plano Marshall, e o Japão teve o haveria novas perspectivas de emprego e investimen-
período de maior progresso de sua história. O período to, o que (segundo ensinara Say), deveria atrair os
de pós-guerra, até o início da década de 1960 foram os capitalistas de volta ao mercado e reduzir o desem-
“anos dourados” da economias capitalistas. prego. Seguindo a Lei de Say (em termos muito sim-
plificados: a oferta cria sua própria demanda), parti-
Neoliberalismo em prática am da idéia de que a economia mundial voltaria a se
A instabilidade econômica começa a se manifestar no equilibrar tão logo os governos deixassem de nela
fim da década de 1960 e irrompe com força na década interferir.
4 Degrau Cultural
O primeiro governo democrático a se inspirar em tais era Friedman que estava errado, diziam eles. Seu erro
princípios foi o de Margaret Thatcher na Inglaterra, a residia em utilizar dados do PNB que omitiam os gas-
partir de 1980 (no que foi precedida apenas por Pino- tos intermediários entre os vários estágios da produ-
chet e seus Chicago Boys, no Chile, no início da déca- ção (nos modelos matemáticos de Friedman a produ-
da de 1970). ção e o consumo eram instantâneos, por definição).
Persuadindo o Parlamento Britânico da eficácia dos ide- Em outras palavras, a postura de Friedman desconsi-
ais neoliberais, fez aprovar leis que revogavam muitos derava, em sua análise, um dos mais importantes ele-
privilégios até então concedidos aos sindicatos, privati- mentos do ciclo de produção, conforme demonstrou a
zou empresas estatais, além de estabilizar a moeda. escola austríaca [21].
Tal foi o entusiasmo de Thatcher pelo discurso do neo- Estudos mais recentes no campo da teoria econômica
liberalismo então em voga que seu governo acabou tendem a desautorizar as posições até então defendi-
por criar uma tributação regressiva, também chamada das por Friedman:
de Poll tax ou imposto comunitário.
A população britânica se opôs vigorosamente à implan- Uma vez que foi introduzido o conceito de informa-
tação desse imposto, que acabou se tornando a princi- ção imperfeita e incompleta, os defensores de livre
pal razão da queda de Margaret Thatcher como Primei- mercado da Escola de Chicago não podem mais
ra-Ministra e sua substituição por John Major. sustentar suas teorias da Eficiência de Pareto no
O governo conservador de Thatcher serviu de modelo mundo real. Desta maneira, a utilização, por Sti-
para muitos dos governos neoliberais do período pós- glitz, das hipóteses de equilíbrio de expectativas
anos 1980. inclusive para o “Reaganismo”. racionais para obter uma compreensão mais rea-
O professor James Tobin foi um forte crítico do “reaga- lista do capitalismo do que a comunmente obtida
nismo” e do monetarismo, adotados no governo Rea- pelos os teóricos tradicionais das expectativas raci-
gan, prevendo que essas políticas: “redistribuiriam a onais conduz, paradoxalmente, à conclusão que o
riqueza, o poder e a oportunidade para os que já eram capitalismo se desvia do modelo de tal maneira que
ricos e poderosos, e para seus herdeiros” [16]. justificaria a intervenção estatal — socialismo —
Exitem, dentre muitas, duas correntes principais na li- como remédio.[20]
teratura econômica: uma, a walrasiana, parte da hipó-
tese de que os mercados são sempre “eficientes” (ex- A teoria econômica têm, em vários casos específicos,
ceto em alguns casos muito específicos) e a outra afir- demonstrado que a mão invisível não funciona: “Socie-
ma o contrário, ou seja, que apenas em circunstâncias dades não devem contar com as forças do mercado
“excepcionais” os mercados seriam “eficientes”. O teo- para proteger o ambiente ou fornecer um sistema de
rema de Greenwald-Stiglitz (1986) [17] recentemente saúde de qualidade para todos os cidadãos, afirmou
demonstrou que “sempre que os mercados são incom- nesta segunda-feira um dos três vencedores do Prêmio
pletos e/ou a informação é imperfeita (o que ocorre em Nobel de Economia de 2007, Eric Maskin. (...)Os mer-
virtualmente todas as economias do mundo) a aloca- cados trabalham aceitavelmente com bens chamados
ção, mesmo em mercado competitivos, não é necessa- por economistas de bens privados, como carros e ou-
riamente “Pareto-otimizada” [17]. Uma possível interpre- tros objetos duráveis (...)há muitos outros tipos de bens,
tação desse estudo é que o campo de atuação para as frequentemente importantes, que não são bem forneci-
intervenções governamentais é muito mais amplo do dos pelo mercado. Frequentemente, são encabeçados
que era aceito pelos que acreditavam que a interven- por bens públicos (...)[22] [23] [24]
ção governamental na economia só deveria ser utiliza-
da em casos evidentes de “falhas dos mercados”. [18] Críticas à doutrina neoliberal
Dessa forma, existiriam esquemas possíveis de inter- O neoliberalismo pode ser visto como uma retomada,
venção governamental para induzir a um resultado que a partir dos anos 1970, do liberalismo clássico que
provoque uma “eficiência de Pareto” superior à obtida havia sido deixado de lado no mundo e outras formas
pelo livre-mercado, o que beneficiaria a todos os mem- de intervencionismo econômico. Muitos dos defenso-
bros de uma sociedade. [17] Em 1986 o teorema de Sa- res de tal doutrina rejeitam o termo neoliberal, e prefe-
ppington-Stiglitz “demonstrou que um governo ‘ideal’ rem simplesmente o termo liberal, pois pretendem se-
poderia atingir um maior nível de eficiência adminis- guir o liberalismo clássico. [6]
trando diretamente uma empresa estatal do que priva- Na visão neoliberal bastaria estancar o déficit público,
tizando-a.” [19] (Stiglitz 1994, 179) [20]. e colocar a inflação sob controle, para que o capitalis-
mo, esse animal adormecido, despertasse por sua pró-
Críticas e controvérsias pria conta, e a mão invisível iniciasse um espetáculo de
crescimento. Entretanto, na história da economia mun-
Opositores à doutrina de Friedman
dial, apenas dois países experimentaram este tipo de
Por outro lado vários outros economistas, tais como
espetáculo: a Inglaterra da Revolução Industrial e, no
Gunnar Myrdal, Prêmio de Ciência Econômicas (1974),
século XX, os Estados Unidos. Todos os outros países
e o professor James Tobin da Universidade de Yale,
do mundo que se desenvolveram adotaram mecanis-
Prêmio de Ciência Econômicas (1981), faziam severas
mos derivados de composições e articulações entre
críticas à ideologia e às teorias econômicas defendi-
classes capitalistas locais e internacionais, com a pre-
das por Friedman, como o monetarismo, e o “funda-
sença e intervenção do Estado, como ocorreu casos
mentalismo de livre mercado” defendiam a intervenção
japonês, alemão e coreano. Na política econômica bra-
governamental nas economias nacionais.[16]
sileira atualmente adotada (2007), o superávit fiscal
Alegam os críticos do monetarismo e das teorias eco-
toma entre 8% e 10% do PIB das mãos das empresas
nômicas defendidas pela escola de Chicago que Frie-
produtivas, e das pessoas consumidoras, e os transfe-
dman considerava que as teorias do ciclo econômico
re para os possuidores de títulos da dívida pública; o
da escola austríaca não teriam passado pelo teste es-
fato é que a riqueza das pessoas físicas e jurídicas
tatístico, e seriam portanto, falsas. Mas na realidade
está aplicada em títulos públicos. Nós subtraímos da
Degrau Cultural 5
economia a demanda que impulsionaria o crescimen- eficientes na área comercial, esquemas regulatórios e
to e os que recebem o pagamento de juros, que são procedimentos de votação. O Brasil já se beneficiou na
pagos com os impostos que todos clamam ser altos prática com esses estudos. Na recente licitação para a
demais, continuam fazendo aplicações financeiras - concessão de rodovias federais, em que foi adotado o
muitas delas isentas de imposto de renda - porque não procedimento de decisão social na elaboração do edi-
têm interesse em fazer investimentos de risco. tal de concessão, as empresas que se saíram vitorio-
Os opositores dos neoliberais questionam suas pre- sas na licitação ofereceram-se para administrar as
missas, que consideram simplistas. Uma crítica posta estradas por um pedágio médio de R$ 0,02 por quilo-
é que os princípios liberais seriam válidos quando uma metro, o que representa um custo médio seis vezes
transação envolve duas (e só duas) partes - cada um inferior ao custo médio cobrado no pedágio das rodovi-
decidindo o que é melhor para si - mas que não se as Anhanguera/Imigrantes, que foram privatizadas na
sustentaria quando, em virtude de uma transação rea- década anterior, quando ainda prevaleciam os critérios
lizada entre duas partes, um terceiro, que dela não par- neoliberais de fundamentalismo de livre mercado. O
ticipou, é prejudicado (ou beneficiado). Esse fenomeno emprego desses novos critérios licitatórios, que usa-
é chamado, em Economia, de externalidade [22]. Os li- ram a teoria do desenho de mecanismos, resultaram
berais apontam que o professor Ronald Coase ganhou numa Eficiência de Pareto muito superior à obtida ape-
o Prêmio Nobel de Economia de 1991 com seu traba- nas pelo critério simplista, adotado anteriormente, de
lho que descreve como o livre mercado pode ser utiliza- livre mercado absoluto. A economia obtida pela adoção
do para tratar alguns casos de externalidades. Com dessa moderna tecnologia se refletirá em ganhos de
base nas idéias de Coase foi instituído o Tratado de competitividade para toda a economia brasileira. [26]
Kyoto e seu sistema de comercialização de Créditos de Em outro exemplo de simplificação da realidade que
Carbono, sob os auspícios da ONU, com isso reduzin- consideram excessiva, opositores discutem a decisão
do globalmente a poluição e a emissão de gases cau- de um jovem sobre contribuir ou não, desde o início de
sadores do efeito estufa. Entretanto, segundo Eric sua carreira, para sua seguridade social. Na doutrina
Maskin, um dos três vencedores do Prêmio Nobel de liberal, a opção de decidir se poupa ou não para a apo-
Economia de 2007, “Sociedades não devem contar com sentadoria futura caberia ao próprio indivíduo. Os críti-
as forças do mercado para proteger o ambiente ou for- cos dessa visão argumentam que antes do jovem po-
necer um sistema de saúde de qualidade para todos os der decidir ele precisa ter um emprego com salário que
cidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quan- possa em alguma medida poupar, e que em muitos
do se trata de bens públicos”, disse Maskin [22]. Pesqui- casos esse emprego não existe, ou o salário não é
sas mais atualizadas no campo da teoria econômica, suficiente para poupar.
como as de Stiglitz, já deixaram claro que a mão invisí- A aplicação de preceitos liberais foi contestada no sé-
vel, que asseguraria que os recursos fossem alocados culo XIX por Friedrich List [27], que defendia para seu
com a Eficiência de Pareto no sistema produtivo só fun- país (Prússia) exatamente o oposto do que pregavam
ciona em determinadas condições ideais. Como a com- os liberais de então, alegando que tais políticas só se-
petição nunca é totalmente livre, a relação de oferta e riam benéficas para nações já adiantadas, o que não
demanda gera efeitos sociais que não são resolvidos era o caso da Prússia de meados do século XIX.
naturalmente pela dinâmica da economia de mercado. Friedrich List achava que não caberia ao Estado assis-
Os economistas norte-americanos Leonid Hurwicz, Eric tir passivamente ao desenrolar do livre-comércio, sen-
Maskin e Roger Myerson ganharam em 2007 o Prêmio do necessário que o poder público, em nome da pro-
Nobel de Economia por criarem as bases de uma teo- moção do desenvolvimento e do bem-estar de toda a
ria que determina quando os mercados estão funcio- nação, interferisse ativamente nos assuntos relaciona-
nando de forma eficaz. “A clássica metáfora de Adam dos ao comércio exterior, à construção de uma infra-
Smith sobre a mão invisível refere-se a como o merca- estrutura local de produção e ao fomento à industriali-
do, sob condições ideais, garante uma alocação efici- zação. [27]
ente de recursos escassos. Mas, na prática, as condi- O professor de Yale James Tobin, Prêmio de Ciências
ções normalmente não são ideais. Por exemplo, a com- Econômicas em 1981 foi um severo crítico do moneta-
petição não é completamente livre, os consumidores rismo do economista liberal Milton Friedman, Prêmio
não são perfeitamente informados e a produção e o de Ciências Econômicas em 1965. Tobin defendia, ao
consumo desejáveis privadamente podem gerar cus- contrário de Friedman, a intervenção governamental nas
tos e benefícios sociais”, explicou a nota da Real Acade- economias nacionais [16]. Apesar disso Tobin se decla-
mia Sueca de Ciências [25] Importante ressaltar aqui que rava a favor da globalização e do livre mercado como a
esse trabalho de Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger melhor maneira de aumentar a prosperidade nos paí-
Myerson não se choca com as ideias anteriores de ses em desenvolvimento[16].
Ronald Coase, completa-as. Dá as bases teóricas para
que se projete um mecanismo de regulamentação go- Movimentos antineoliberalismo
vernamental que permita ao mercado funcionar com Como contraponto ao ressurgimento do liberalismo,
eficiência em relação a bens públicos. tanto em países ricos quanto em desenvolvimento, sur-
Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin e Roger B. Myerson fin- giram movimentos antiliberalismo, que por vezes se
caram “as bases da teoria do desenho de mecanis- confundem com movimentos antiglobalização.
mos” nos mercados [23] [24]. Esta moderna teoria econô- Na América Latina, a ascensão ao poder de políticos
mica estuda a elaboração do procedimento de decisão populares, rotulados por seus opositores de “populis-
social em situações em que os agentes econômicos tas”, tais como Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Mora-
têm informação privada e a utilizam de forma estratégi- les (Bolívia), e mais recentemente, Michelle Bachelet,
ca. O primeiro a formalizar esta teoria foi Hurwicz, nas- (Chile), a volta de Daniel Ortega (Nicarágua), a vitória de
cido em 1917 em Moscou e que se mudou para os Rafael Correa (Equador), a ampla vitória de Hugo Chá-
Estados Unidos na década de 1940. Os trabalhos dos vez (Venezuela), a reeleição de Lula (Brasil) [28], com
três americanos ajudaram a identificar mecanismos 60,83%% dos votos [29], e até mesmo a vitória do Partido
6 Degrau Cultural
Democrata na Congresso dos EUA, que renovam o dis- do que a renda dos que estavam no decil inferior; a
curso nacional-desenvolvimentista de meados do sé- desigualdade cresceu em um terço [41] Refletindo isso,
culo XX, agora readaptado para os dias atuais com a o Coeficiente de Gini da Grã-Bretanha deteriorou-se
denominação de “novo desenvolvimentismo” [30], é vista substancial e continuamente durante todo o governo
por alguns analistas como sendo indicativa de um es- Thatcher, passando de 0,25 em 1979 para 0,34 em
gotamento do “modelo neoliberal” [31]. O presidente Lula, 1990. Esta siginificativa piora no Coeficiente de Gini
em discurso proferido dia 6 de dezembro de 2007 em não pôde ainda ser corrigida pelos governos que a su-
Belém, abordou esse tema dizendo: “ (...) o que aconte- cederam. [42]
ceu na América Latina é um fenômeno político que Quando Thatcher foi derrotada, em 1990, 28% das cri-
possivelmente os sociólogos levarão um tempo para anças inglesas eram consideradas pobres - o pior de-
compreender, porque foi tão rápida a mudança”. (...)”Há sempenho dentre os países desenvolvidos - índice que
um mapa exatamante antagônico ao mapa que existiu continuou subindo (até atingir um pico de 34%, em 1995-
de 1980 a 1990 ou ao ano 2000.”. Segundo Lula, o povo 96, quando iniciou sua trajetória descendente). [43] [44]
“fez uma guinada completa, trocou o neoliberalismo pelo
que tinha de mais avançado em políticas sociais” [32] “Ao mesmo tempo em que é considerada a res-
A Newsweek promoveu uma pesquisa, realizada pelo ponsável por reavivar a economia britânica, Mar-
Instituto Zogby International, com ajuda da Universida- garet Thatcher é acusada de ter dobrado seus ín-
de de Miami que entrevistou 603 importantes políticos, dices de pobreza. O índice de pobreza das crian-
empresários, funcionários de governo, intelectuais e ças britânicas, em 1997, era o pior da Europa.” [44]
jornalistas latino-americanos. Os entrevistados consi-
deraram Michelle Bachelet o melhor modelo de lide- O governo Tony Blair (trabalhista) adotou, para corrigir
rança, com 28% dos votos, posição que foi imediata- essa distorção, a partir de 1997, medidas de inspira-
mente seguida por Lula, com 23%. Uma supreendente ção keynesiana, tais como o restabelecimento de um
maioria de 53% dos entrevistados considerou que a salário mínimo, a criação de um programa pré-escolar
América Latina está no bom caminho.[33]. para as crianças pequenas e aumento dos créditos
fiscais (isenções) para a classe trabalhadora (uma
Governos neoliberais medida de “transferência indireta de renda”). A propor-
O Chile foi o primeiro país do mundo a adotar o neolibe- ção de crianças britânicas que vivem na pobreza caiu
ralismo. As privatizações no Chile de Pinochet foram do pico de cerca de 34% em 1996-97, atingindo 11% no
anteriores às da Grã-Bretanha de Thatcher Em 1973, ano fiscal de 2005.[43] [44]
quando o golpe militar derrubou Allende, o governo já
assumiu com um plano econômico debaixo do braço “Nosso objetivo histórico será tornar nossa gera-
[34]
. Esse documento era conhecido como “El ladrillo” e ção a primeira a erradicar a pobreza infantil para
fora elaborado, secretamente, pelos economistas opo- sempre, e isso vai levar uma geração. É uma mis-
sitores do governo da Unidade Popular poucos meses são para 20 anos, mas acredito que possa ser cum-
antes do golpe de estado de 11 de setembro e estava prida. Tony Blair.[45]
nos gabinetes dos Generais golpistas vitoriosos, já no
dia 12 de setembro de 1973 [35]. Os partidos de oposição a Blair, e seus críticos, o acu-
O General Augusto Pinochet se baseou em “El ladrillo” sam de estar sendo “assistencialista”, de estar dese-
e na estreita colaboração de economistas chilenos, quilibrando o orçamento, e de estar aumentando a de-
principalmente os graduados na Universidade de Chi- pendência da população no Estado. Os adversários
cago, os chamados Chicago Boys, para levar adiante políticos dos trabalhistas fazem vistas grossas aos
sua reforma da economia. [34] [36] [37] [38] estudos que demonstram, por exemplo, que o custo -
em prejuízos indiretos causados ao agregado da eco-
Ver artigo principal: Neoliberalismo chileno nomia britânica - provocado pela existência de crianças
abaixo da linha de pobreza onera a sociedade britânica
Os outros principais governos que adotaram as políti- em cerca de 600 libras por habitante; ou cerca de 40
cas neoliberais no mundo foram o de Margaret Thatcher bilhões de libras por ano no total (2005) [46]. Todavia, o
(Inglaterra) e Ronald Reagan (EUA), políticas essas que próprio Partido Trabalhista do Reino Unido aceitou, em
ficaram conhecidas como “thatcherismo” e “reaganismo”. termos macroeconômicos, certos princípios enfatiza-
A política de Reagan, nos Estados Unidos, também fi- dos por Thatcher. Peter Mandelson, político trabalhista
cou conhecida como Supply-side economics. [39] próximo a Blair declarou, em 2002:
“A globalização pune com força qualquer país que ten-
O governo Thatcher te administrar sua economia ignorando as realidades
Thatcher obteve grande sucesso na estabilização da do mercado ou a prudência nas finanças públicas. Nes-
libra esterlina, na dinamização da economia britânica e se estrito sentido específico, e devido à necessidade
na redução drástica da carga tributária, levando, por urgente de remover rigidezas e incorporar flexibilidade
conseguinte, o Partido Conservador a obter larga mar- ao mercados de capitais, bens e trabalho, somos hoje
gem de vantagem nas eleições parlamentares de 1983 todos tatcheristas.” [47]
e 1987 - tornando-se assim ícone mundial dos defen-
sores das políticas econômicas neoliberais. Não obs- Considerações
tante a pobreza infantil no Reino Unido triplicou entre É importante ressaltar que a tentativa de “rotular políti-
1979 e 1995 - um dos maiores aumentos jamais visto cos” é uma atitude mal colocada na análise do tema
no mundo industrializado e , o custo social das políti- neoliberalismo econômico. Nem mesmo Augusto Pi-
cas adotadas por seu governo foi considerado demasi- nochet, com toda a amplitude de ação que lhe permitia
adamente grande pelos críticos ao neoliberalismo [40]. a sua ditadura, praticou exclusivamente ações de tipo
Durante o governo Thatcher a renda dos que estavam neoliberal - adotou, com Hernán Büchi, algumas políti-
no decil superior cresceu pelo menos cinco vezes mais cas de inspiração nitidamente keynesiana.
Degrau Cultural 7
Embora seja possível afirmar com segurança que um exemplo, a “Community Reinvestment Act” (Lei do Rein-
determinado economista, como, por exemplo, Milton vestimento Comunitário) que obriga seus bancos a re-
Friedman, é um neoliberal, não se pode fazer o mesmo aplicar localmente parte do dinheiro que captam na
com a maioria dos políticos, uma vez que eles adotam, comunidade. A Alemanha resistiu a todas as pressões
em seus governos, uma mistura de práticas indicadas para “internacionalizar” seus capitais; hoje 60% da pou-
por várias escolas de pensamento econômico, simul- pança da população alemã está em caixas municipais,
taneamente. que financiam pequenas empresas, escolas e hospi-
tais. A França criou um movimento chamado de “Opera-
Debate sobre resultados obtidos no mundo ções Financeiras Éticas”. A apregoada liberdade irres-
A mais recente onda liberalizante, que ficou conhecida trita para os fluxos de capitais parece ter sido adotada
como “neoliberalismo”, teve seu início com a queda do só pelos países sub-desenvolvidos, que se vêem fre-
muro de Berlim em 1989 e contagiou rapidamente o qüentemente submetidos a graves crises causadas por
mundo Foi promovida pelo FMI, por economistas libe- sua vulnerabilidade às violentas movimentações es-
rais como Milton Friedman, pela Escola de Chicago e peculativas mundiais.[51]
por fundamentalistas de livre mercado, entre outros, Essa diferença entre o discurso liberalizante dos paí-
sendo por eles apregoada como a solução que resol- ses desenvolvidos e suas ações práticas foi reconhe-
veria os problemas econômicos mundias, reduzindo a cida até por Johan Norberg [52], o jornalista suéco autor
pobreza e acelerando o desenvolvimento global.[48] do “best-seller” In Defense of Global Capitalism que
Agora, já passados 28 anos que as “receitas neolibe- “atira coqueteis Molotov retóricos nas potências ociden-
rais” vêm sendo aplicadas, em maior ou menor grau, tais cujo discurso em prol dos livre-mercados é grande-
por um grande número de países - entre os quais se mente prejudicado por suas tarifas draconianas sobre
inclui o Brasil - a ONU resolveu analisar os resultados a importação de produtos têxteis e agrícolas, as duas
obtidos por esses fortes ventos liberalizantes, e medir áreas onde os países sub-desenvolvidos teriam condi-
seus efeitos nas populações dos países onde as prá- ções de competir”. Le Monde, 12/2/2004.
ticas neoliberais estão sendo adotadas. De maneira geral “a repartição da riqueza mundial piorou
Um livro denominado “Flat World, Big Gaps” [49] (“Um e os índices de pobreza se mantiveram sem mudanças
Mundo Plano, Grandes Disparidades” - tradução livre), entre 1980 e 2000” [50], como já previra Tobin em 1981.
foi editado por Jomo Sundaram, secretário-geral ad-
junto da ONU para o Desenvolvimento Econômico, e Opinião pública no Brasil, 2007
Jacques Baudot, economista especializado em temas Pesquisas de opinião pública, realizadas em 2007, indica-
de globalização, analisou essas questões e está des- ram que “(...) a percepção dos brasileiros é que as privati-
pertando grande interesse. Nesse livro seus autores zações pioraram os serviços prestados à população nos
concluem que: “A ‘globalização’ e ‘liberalização’, como setores de telefonia, estradas, energia elétrica e água e
motores do crescimento econômico e o desenvolvimen- esgoto. As mais altas taxas de rejeição (73%) estão no
to dos países, não reduziram as desigualdades e a po- segmento de nível superior e nas classes A e B” [53].
breza nas últimas décadas”.[50]
A segunda parte do livro analisa as tendências das de- REFERÊNCIAS
sigualdes econômicas que vêm ocorrendo em várias 1. ↑ HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Lín-
partes do mundo, inclusive na OECD, nos Estados gua Portuguesa, São Paulo: Editora Objetiva, ISBN
Unidos, na América Latina, no Oriente Médio e norte da 857302383X.
África, na África sub-saariana, Índia e China. 2. ↑ 2,0 2,1 2,2 SOTO, Jesús Huerta de.Escola Austríaca:
As políticas liberais adotadas não trouxeram ganhos Mercado e criatividade empresarial. Lisboa: Espí-
significativos para a melhoria da distribuição de renda, rito das Leis, 2005.
pelo contrário: “A desigualdade na renda per capita 3. ↑ Friedrich August von Hayek, 1889-1992
aumentou em vários países da OCDE (Organização 4. ↑ 4,0 4,1 PRUNES, Cândido Mont Pèlerin 2005. Rio
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) de Janeiro: Especial para o “Instituto Liberal”, 19/
durante essas duas décadas, o que sugere que a des- 8/2005
regulação dos mercados teve como resultado uma 5. ↑ GARDELS, Nathan.Globalização produz países
maior concentração do poder econômico.” [50] ricos com pessoas pobres: Para Stiglitz, a receita
Supreendentemente, a liberalização do fluxo de capi- para fazer esse processo funcionar é usar o cha-
tais financeiros internacionais, que era apontada como mado “modelo escandinavo” . Economia & Negó-
uma maneira segura de fazer os capitais jorrarem dos cios, O Estado de S. Paulo, 27/09/2006
países ricos para irem irrigar as economias dos paí- 6. ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 6,7 Short History and Statement of
ses pobres, deles sedentos, funcionou exatamente ao Aims. Mont Pelerin Society
contrário. 7. ↑ 7,0 7,1 Hitler Takes Power: Hitler Appointed Chan-
O fluxo de dinheiro inverteu-se, e os capitais fugiram cellor: Germany Recovers from the Depression. Ma-
dos países mais pobres, indo para os mais ricos: “Hou- croHistory.
ve uma tremenda liberalização financeira e se pensa- 8. ↑ WEITZ, John. The Mpney Man Behind The Naziz:
va que o fluxo de capital iria dos países ricos aos po- Hitler’s Banker. Business Week, Archives, 17/11/1997
bres, mas ocorreu o contrário”, anotou Sundaram. 9. ↑ KEYNES, John Maynard. Teoria geral do empre-
“Como exemplo, citou que os EUA recebem investimen- go, do juro e da moeda (General theory of employ-
tos dos países em desenvolvimento, concretamente nos ment, interest and money). Tradutor: CRUZ, Mário
bônus e obrigações do Tesouro, e em outros setores”. [50] Ribeiro da. São Paulo: Editora Atlas, 1992. ISBN
Cumpre ressaltar que essa “liberalização” de fluxos fi- 9788522414574
nanceiros é muito assimétrica. Os países que mais 10. ↑ Hjalmar Horace Greeley Schacht
defendem a liberalização total dos fluxos de capitais 11. ↑ KEYNES, John Maynard. General Theory of Em-
não a praticam dentro de suas fronteiras. Os Estados ployment, Interest and Money, The. London: Mac-
Unidos, com seu forte discurso liberalizante criou, por millan Press; New York: St. Martin’s Press; 1936
8 Degrau Cultural
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Degrau Cultural 9
10 Degrau Cultural
A discussãodura dois dias e é em clima de troca de idéi- adota o nome Mercosul, e uma estrutura institucio-
as e posições quanto ao estatuto da economia da zona. nal básica e estabelece um área de livre comércio.
Depois de poucas semanas, é o Brasil que convida • Em junho de 1992, se estabeleceu o cronograma
Argentina para uma reunião semelhante, em Itaipava definitivo da constituição do mercado comum.
também em uma residência particular. Esse foi o sinal • No dia 17 de Dezembro de 1994 se firmou o Proto-
de aceitação da iniciativa Argentina e então começava a colo de Ouro Preto[12], que conferiu personalidade
formação do acordo, com objetivo de promover o de- jurídica ao bloco.
senvolvimento econômico de ambos os países e inte-
grá-los ao mundo. Para muitos a idéia de integração na 1996-2005
América do Sul parecia mais uma abstração, devido as • Na data de 25 de junho de 1996, se firmou entre
várias experiências não bem sucedidas no passado, os países membros a Declaração presidencial
entretanto essa foi diferente. sobre a Consulta e Concentração Política dos Es-
tados Partes do Mercosul, e junto ao Chile e Bolí-
Tratado de Assunção via, a Declaração Presidencial sobre Compromis-
so Democrático no Mercosul. Estes instrumentos
Ver artigo principal: Tratado de Assunção se relacionam com as tentativas de golpe de esta-
do em abril no Paraguai e o decisivo rol julgado
Em 6 de julho de 1990, o presidente do Brasil, Fernan- pelo Mercosul para evitá-lo.
do Collor, e o da Argentina, Carlos Menem, assinaram a • Em 24 de julho de 1998 os quatro países mem-
Ata de Buenos Aires[10] de integração econômica entre bros junto a Bolívia e Chile firmam o Protocolo de
os dois países e em complemento a este, em 1991 foi Ushuaia[13] sobre o Compromisso Democrático.
assinado o Tratado de Assunção, com a entrada do • Em 10 de dezembro de 1998 os quatro presiden-
Uruguai e Paraguai, para a constituição do Mercosul. tes firmam a Declaração Sociolaboral do Merco-
O Tratado de Assunção foi um tratado assinado em 26 sul [14].
de março de 1991, entre a Argentina, Brasil, Paraguai e • Em 29 de junho de 2000 se aprovam as Decisões
Uruguai, com o objetivo de estabelecer um mercado referidas ao relançamento do Mercosul.
comum entre os países acordados, formando então o • Em 18 de fevereiro de 2002, mediante o Protocolo
popularmente conhecido Mercosul, Mercado comum do de Olivos se cria o Tribunal Permanente de Revi-
sul, ou em castelhano, Mercado común del sur. Mais são do Mercosul[15]. Este tem sede em Assunção
tarde, em 1994, o Protocolo de Ouro Preto foi assinado desde 2004.
como um complemento do Tratado, estabelecendo que • O Mercosul foi significativamente enfraquecido pelo
o Tratado de Assunção fosse reconhecido jurídica e colapso da economia argentina em 2002, com
internacionalmente como uma organização. isso, os Estados Unidos deixaram de ajudar a Ar-
gentina uma vez que esse país latino-americano
Cronologia do Mercosul não transmitia suficiente confiança aos mercados
internacionais, deixando de honrar seus compro-
1985-1990 missos financeiros em diversas ocasiões[16].
• Em 30 de novembro de 1985, os presidentes da • Em 2003, pela Decisão CMC Nº 11/03, cria-se a
Argentina e Brasil assinaram a Declaração de Foz Comissão de Representantes Permanentes do
de Iguaçu, pedra base do Mercosul. No ano de Mercosul (CRPM) com seu Presidente. O Presi-
2004, Argentina e Brasil resolveram conjuntamen- dente da CRPM permanece dois anos no cargo[17]
te que no dia 30 de novembro se comemorará o e o CMC podem estender o mandato por mais um
Dia da Amizade argentino-brasileira [11]; ano[18].
• Em 29 de julho de 1986 se firma a Ata para a Inte- • A partir de Julho de 2004 teve uma nova rodada de
gração Argentino-Brasileira. Mediante este instru- negociações. Entre outros tópicos, discutiu-se a
mento estabeleceu-se o Programa de Integração entrada do México no grupo[19]. Como resultado,
e Cooperação entre Argentina e Brasil (PICAB) fun- em 8 de dezembro de 2004 os países membros
dado nos princípios de gradualidade, flexibilida- assinaram a Declaração de Cuzco, que lançou as
de, simetria, equilíbrio, tratamento preferencial bases da Comunidade Sul-Americana de Nações,
frente a outros mercados, harmonização progres- entidade que unirá o Mercosul e o Pacto Andino
siva de políticas e participação do setor empresa- em uma zona de livre comércio continental[20].
rial. O núcleo do PICAB foram os protocolos setori- • Em dezembro de 2004, na Cúpula de Presidentes
ais em setores chaves; de Ouro Preto:
• Em 6 de abril de 1988 se firma a Ata do Alvorada,
mediante a qual Uruguai se junta ao processo de o estabeleceu-se o Fundo para a Conver-
integração regional; gência Estrutural do Mercosul (FOCEM)
• Em 29 de novembro de 1988 se celebra o Tratado de (Decisão CMC Nº 45/04), a fim de financi-
Integração, Cooperação e Desenvolvimento entre ar programas de convergência estrutural,
Argentina e Brasil, pelo qual se fixou um prazo de 10 competividade, coesão social e infra-es-
anos para a eliminação gradual das assimetrias; trutura institucional;
• Em 6 de julho de 1990 se firmou a Declaração de o criou-se o Grupo de Alto Nível (GAN) para
Buenos Aires, acelerando o cronograma de inte- a formulação de uma Estratégia MERCO-
gração e fixando a data de 31 de dezembro de 1994 SUL de Crescimento de Emprego;
para alcançar o mercado comum. o Encomendou-se a Comissão Parlamentar
Conjunta a redação de uma proposta de
1991-1995 Protocolo Constitutivo do Parlamento do
• Em 26 de março de 1991, Argentina, Brasil, Para- Mercosul.
guai e Uruguai firmam o Tratado de Assunção, que
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petroquímica. Óleo diesel vem em terceiro no ranking, Mercosul. Com este novo acordo, os produtos colombi-
com 10,95% das compras brasileiras. anos conseguiram um acesso preferencial ao Merco-
Durante a XXXII cúpula do Mercosul foi proposto pelo sul, uma vez que a Colômbia obteve a oportunidade de
Brasil a redução da TEC (tarifa externa comum) para importar matérias primas e bens de capital do Merco-
estes países. Tal proposta está em análise. sul a custos mais baixos, segundo o custo estabeleci-
do no Tratado de Livre Comércio.
Acordos com outros blocos
Existe um acordo com a Comunidade Andina, estabele- Tratado de Livre Comércio com Israel
cido no Acordo de Complementação Econômica firma- No dia 17 de dezembro de 2007, durante a XXXIV reu-
do entre a Comunidade Andina e o Mercosul[29]. Além da nião de cúpula do Mercado Comum do Sul e estados
cooperação econômica também existe um diálogo polí- associados realizada em Montevidéu, os presidentes
tico que abre possibilidades de negociação com todo os dos países membros do Mercosul assinaram um Tra-
membros do bloco Andino. tado de Livre Comércio (TLC) com Israel[30]. Este foi o
Em novembro de 2005 o Congresso Colombiano ratifi- primeiro TCL do Bloco desde sua fundação, e foi nego-
cou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com o Merco- ciado durante dois anos. O tratado cobre 90% do fluxo
sul. O tratado é favorável a Colômbia, já que permite a comercial, com um cronograma de quatro fases para
este páis implantar instrumentos de proteção a agricul- remoção de restrições (imediata, 4, 8 e 10 anos). Pre-
tura local. Além do acesso ao Mercosul para os produtos vê-se que o intercâmbio comercial entre o Mercosul e
Colombianos, que aumenta o peso político da Colôm- Israel fique em torno de 47 milhões de dolares. Os prin-
bia nas negociações de livre comércio que estão sendo cipais produtos de exportação do Mercosul são com-
tratadas atualmente com os Estados Unidos. modities, grãos, calçados e aviões, já Israel exporta
Em 30 de dezembro de 2005, o presidente colombiano software, agroquímicos e produtos de alta tecnologia.
Álvaro Uribe firma a Lei 1.000, para a criação de uma O acordo não inclui a Venezuela, que se encontra em
zona de livre comércio entre a Comunidade Andina e o processo de conversão em membro pleno.
Idiomas
Os idiomas oficiais do Mercosul são o português, o castelhano e o guarani. A versão oficial dos documentos de
trabalho tem a do idioma do país sede de cada reunião.
Hoje o Português é o idioma mais falado no Mercosul, entretanto o castelhano é falado em todos os estados
membros, exceto o Brasil.
Atualmente está prevista não só a implantação de pro- A concepção original do Mercosul (Tratado de Assun-
gramas de trabalho para o fomento do ensino de espa- ção) não contemplava nenhum âmbito em tratar ques-
nhol e português como segunda língua, mas também tões socio-laborais, entretanto, desde o inicío, os sindi-
a realização de um programa de ensino dos idiomas catos do Mercosul representados pela Coordenadoria
oficiais do Mercosul, incorporados às propostas edu- de Sindicatos Centrais do Cone Sul, com o apoio ativo
cacionais dos países com o objetivo de inclusão nos dos ministérios do Trabalho, e um considerável setor
currículos. O plano prevê, ainda, o funcionamento de das organizações de empregadores, promulgaram em
planos e programas de formação de professores de criar espaços tripartes (ministérios de trabalho, empre-
espanhol e português em cada país-membro. gadores e sindicatos) para analisar, debater e decidir
Os ministérios de Cultura do Mercosul aprovaram, a mediante o diálogo social-regional, o impacto que a
pedido do Paraguai, a inclusão do guarani como idio- integração teria sobre os mercados de trabalho e as
ma oficial do bloco. A decisão foi um dos resultados da condições socio-laborais.
23ª Reunião de Ministros do Mercosul Cultural, no Rio Deste modo um ano depois de fundado o Mercosul cria-
de Janeiro, sancionada na XXXII cúpula do Mercosul, e se o Subgrupo de Trabalho para Assuntos Sociolabo-
igualou o guarani em condições com o português e rais, dependente do GMC, que no início recebia o nú-
castelhano. Contudo o guarani, ainda que goze do sta- mero “11”, mas a partir de 1995 foi nomeado defenitiva-
tus de língua oficial do bloco[31], carece de propagação mente como SGT10. O SGT10 se organizou com um
no mesmo. âmbito triparte (ministérios de trabalho, empregadores
e sindicatos) e há quem diga que tomou a forma de
Mercosul Sócio-laboral “uma OIT em miniatura”. Gerou uma frutífera cultura
Iguaçu, 30 de novembro de 2005, 20 anos de Mercosul: subregional de diálogo social que originou o que hoje
Lula, Sarney, Kirchner, Alfonsín. se conhece como Mercosul Sócio-laboral.
Degrau Cultural 15
A partir dos acordos derivados do diálogo social no • Difundir as ações do SEM nos sistemas educacio-
SGT10, o Mercosul foi adotando organismos e instru- nais nacionais, nas jurisdições responsáveis pela
mentos socio-laborais. gestão escolar, nas comunidades educacionais e
En 1994 cria-se o Foro Consultivo Econômico Social no conjunto da sociedade;
(FCES), mediante o Protocolo de Ouro Preto, integrado • Favorecer a circulação do conhecimento: manter
pelas organizações de empregadores, trabalhadores atualizada a informação promovida pelo órgão e
e a sociedade civil, em “representação dos setores eco- usar os espaços de comunicação e difusão para o
nômicos e sociais”; porém começa a funcionar efetiva- setor educacional;
mente em 1996. • Fortalecer os laços nacionais do SIC;
Em 1997 firma-se a primera norma de conteúdo socio- • Contar com políticas de informação, comunicação
laboral do Mercosul, o Acordo Multilateral de Segurida- e gestão do conhecimento, no âmbito educacional
de Social do Mercado Comum do Sul (que demorou regional.
anos para ser ratificado) e cria-se o Observatório do
Mercado de Trabalho, dependente do SGT10. REFERÊNCIAS
Em 1998 os quatro presidentes firmam a Declaração
Sociolaboral do Mercosul (DSL) [32], que em sua vez cria 1. ↑ Venezuela é Estado-Membro do Mercosul a partir
a Comissão Sociolaboral (CSL), de composição tripar- de 04 de Julho de 2006, acordo assinado em reu-
te, com o fim de seguir a aplicação da DSL. nião extraordinária em Caracas, Venezuela.
Em 2000 o Mercosul, junto à Bolívia e Chile, proclamam 2. ↑ Declaração de Iguaçú entre Brasil e Argentina
a Carta de Buenos Aires sobre Compromisso Social. 3. ↑ Tratado de Integração, Cooperação e Desenvol-
Em 2001, como consequência direta dos acordos tri- vimento entre o Governo do Brasil e Argentina
partes alcançados em matéria de formação profissio- 4. ↑ Artigo 1º do Tratado de Assunção: “Os Estados
nal na primera reunião da CSL, dita-se a primeira reso- Partes decidem constituir um Mercado Comum,
lução socio-laboral de aplicação direta aos países que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro
membros (sem necessidade de ratificação), a Resolu- de 1994, e que se denominará “Mercado Comum
ção sobre Formacão Profissional que sanciona o GMC do Sul”.”
(Resolução 59/91). 5. ↑ O Conselho do Mercosul decidiu que a Bolívia e
Em 2003, pela primeira vez a CMC (organismo supre- o Chile são Estados-associados, conforme Art.4
mo do Mercosul), sanciona uma norma sócio-laboral 6. ↑ Assinatura do Protocolo de Olivos com o objetivo
(de aplicação direta), a Recomendação 01/03 estable- de solucionar controvérsias e de minimizar as suas
cendo o Repertório de Recomendações Práticas sobre diferenças.
Formação Profissional. No mesmo ano a CMC convoca 7. ↑ Itaipu pode ser sede da Universidade do Merco-
a Primeira Conferência Regional de Emprego que rea- sul pelo site Mercosul Educacional
liza-se em abril de 2004 com composição triparte (mi- 8. ↑ Artigo 1º do Decreto Nº 17/02 do CMC Os símbo-
nistros do trabalho, empregadores e sindicatos) e fina- los do Mercosul.
liza com uma importante recomendação dos Ministros 9. ↑ Declaração de Iguaçu entre Brasil e Argentina
do Trabalho sobre uma Estratégia do Mercosul para a 10. ↑ Ata de Buenos Aires na íntegra
criação de empregos. Em dezembro de 2004 decide- 11. ↑ Acordado pela Ata de Copacabana de 16 de mar-
se criar o Grupo de Alto Nível para a elaboração de ço de 2004
uma estratégia MERCOSUL dirigida ao crescimento do 12. ↑ Protocolo de Ouro Preto na íntegra
emprego. 13. ↑ Os Estados-Membros, Chile e Bolívia assinam o
Protocolo de Ushuaia
Educação 14. ↑ Declaração Sociolaboral na íntegra
O Setor Educacional do Mercosul (SEM) foi criado a par- 15. ↑ Protocolo de Olivos
tir da assinatura do protocolo de intenções por parte 16. ↑ Argentina busca apoio financeiro nos Estados
dos ministros da Educação. Desde sua criação reco- Unidos pelo site da BBC Brasil.
nheceu-se a importância da educação como estratégia 17. ↑ Sobre as responsabilidades do CRPM pelo site
para o desenvolvimento da integração econômica e oficial do Mercosul
cultural do Mercosul e o peso da informação para se 18. ↑ Atas das reuniões do Conselho do Mercado Co-
alcançarem esses objetivos, o que culminou com a cri- mum (CMC)
ação do Comitê Coordenador Técnico do Sistema de 19. ↑ México, em processo de conversão para estado
Informação e Comunicação. associado pelo jornal Bilaterals.org
20. ↑ Declaração de Cuzco.
De acordo com o Plano Estratégico 2006-2010 do SEM 21. ↑ Venezuela se torna Estado-Membro do Mercosul
as principais linhas de ação do SIC são: a partir de 04 de Julho de 2006
• Criação e atualização dos espaços virtuais para 22. ↑ Sede permanente do Mercosul Cultural: Artigo 1º
publicar os materiais e produtos surgidos nos di- do CMC 11/06
ferentes encontros e seminários; 23. ↑ Projeto de Acordo Nº 14/02: Sobre residência para
• Elaboração de indicadores de Educação Tecnoló- nacionais ods Estados Parte do Mercosul, Bolívia
gica pertinentes e, incorporação à publicação do e Chile.
sistema de Indicadores do Mercosul Educacional; 24. ↑ Organograma da Estrutura do Mercosul pelo site
• Publicação dos Indicadores de Educação Básica, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
Média e Educação Superior; 25. ↑Protocolo de Ouro Preto na íntegra
• Elaboração de um Glossário relativo à Educação 26. ↑ Banco Mundial, World Economic Outlook Data-
Técnica e a Educação Tecnológica; base, Outubro de 2007, para o ano de 2006.
• Difusão dos programas de intercâmbio existentes 27. ↑ Human Development Report 2007. Programa das
e as equivalências e protocolos acordados; Nações Unidas para o Desenvolvimento (2007).
28. ↑ CIA World Factbook 2004, IMF WEO Database.
16 Degrau Cultural
Degrau Cultural 17
a responsabilidade socioambiental tem sido pouco in- Responsabilidade social pode ser definida como
vestigada pelos estudiosos em gestão estratégica. o compromisso que uma organização deve ter
Este artigo evidencia a importância de conduzir análi- para com a sociedade, expresso por meio de atos
ses estratégicas sob a ótica relacional, ou seja, que e atitudes que a afetem positivamente, (...), agin-
levam em conta as implicações estratégicas dos rela- do proativamente e coerentemente no que tange
cionamentos e redes formadas por estes nos quais a a seu papel específico na sociedade e a sua pres-
organização atua, e mostrar que essa ótica, no caso de tação de contas para com ela. A organização (...)
empresas orientadas para a responsabilidade socio- assume obrigações de caráter moral, além das
ambiental que operam em alianças/redes estratégicas, estabelecidas em lei, mesmo que não direta-
mente vinculadas a suas atividades, mas que
agrega valor com novos insights valiosos para sua to-
possam contribuir para o desenvolvimento sus-
mada de decisão estratégica.
tentável dos povos.
Na indústria de energia, modificações estruturais e gran-
des transformações têm ocorrido no sentido de estrei- Para Ashley (2002) e Melo Neto e Froes (1999), a res-
tar as relações entre os vários atores, com uma preo- ponsabilidade social assumiu recentemente novas
cupação grande com a responsabilidade socioambi- características e engloba, além dos públicos internos e
ental, devido às características específicas desse se- externos, a preservação do meio ambiente, como veto-
tor. Por isso, escolheu-se o caso da Petrobras para res que direcionam o investimento das empresas em
avaliar a adequação estratégica de empresas em re- responsabilidade social.
des voltadas para a responsabilidade socioambiental. Já Reinhardt (1999) argumenta que a preservação do
Em função da crescente importância da questão socio- meio ambiente não deve ser vista como uma questão
ambiental para a sustentação da vantagem competitiva de responsabilidade social. Para o autor, o investimen-
da Petrobras, é imperativo que essa dimensão seja to ambiental está intrinsecamente relacionado à sus-
aplicada de forma adequada nas alianças estratégicas tentabilidade do negócio; portanto, incluir essa variável
da empresa. no campo da responsabilidade social levaria a empre-
Este artigo está estruturado em quatro partes. A primei- sa a ignorar oportunidades e riscos resultantes dos
ra apresenta o referencial teórico da pesquisa e explica problemas ambientais.
a sua metodologia. Na segunda parte, descrevem-se O conceito de responsabilidade social corporativa
os resultados obtidos da avaliação da adequação da (CSR1) vem sofrendo ainda várias transições quanto à
estratégia atual da empresa sob estudo, limitando-se sua capacidade de operacionalização e mensuração,
à ótica relacional. Na terceira parte, esses resultados subdividindo-se em vertentes do conhecimento: res-
são discutidos para fazer recomendações para melho- ponsividade social corporativa (CSR2), retitude social
rar a adequação da estratégia em questão. Na última corporativa (CSR3) e performance social corporativa
parte levantam-se questões para futuras pesquisas. (CSP). Segundo Frederick (1994), o conceito de res-
ponsividade social corporativa (CSR2) apresentava um
2. Referencial teórico enfoque mais gerencial, implicando o desenvolvimen-
to de ferramentas que pudessem ser testadas e apli-
Responsabilidade socioambiental cadas nas organizações. A retitude social corporativa
A partir da década de 1970, a convergência de várias (CSR3) inclui a necessidade de uma ética normativa
forças econômicas levou alguns acadêmicos a reexa- para que a responsabilidade social corporativa possa
minarem a noção de “responsabilidade social corpora- vigorar na prática. Finalmente, a performance social
tiva”, definida nos seus primórdios pelo princípio da corporativa (CSP) é mais voltada para os resultados,
caridade, que exigia um auxílio dos indivíduos mais ri- com foco no impacto dos negócios para a sociedade.
cos aos menos afortunados da sociedade, diretamen- Com relação à responsabilidade socioambiental e per-
te ou com igrejas e fundos comunitários (Carnegie, apud formance da empresa, Hart (1997) afirma que as em-
Stoner e Freeman, 1985). presas precisam criar uma visão de economia global
Atualmente, os argumentos a favor da responsabilida- sustentável, ou seja, desenvolver estratégias e compe-
de social corporativa podem ser classificados na linha tências integradas com o meio ambiente, e, ao mesmo
ética e instrumental. Os argumentos éticos conside- tempo, coerentes com os problemas das diferentes eco-
ram dever das empresas praticar ações sociais por ser nomias (de mercado, de sobrevivência e da natureza).
uma atitude moralmente correta. Já a linha instrumen- Na próxima década, o desenvolvimento sustentável será
tal defende a responsabilidade social corporativa como uma das maiores oportunidades da história dos negó-
forma de trazer vantagem competitiva às empresas (Jo- cios e cabe aos executivos liderar este caminho. Se-
nes, 1996). gundo Hart (1997), as empresas devem assumir o pa-
Evoluindo na linha instrumental, Carroll (1999) propõe pel de educadoras, direcionando a preferência dos con-
uma visão mais abrangente, que inclui a cidadania sumidores por produtos e serviços consistentes com a
empresarial. Ele define quatro dimensões da respon- questão da sustentabilidade.
sabilidade social corporativa: econômica, legal, ética
e filantrópica. Assim, para ser socialmente responsá- Alianças estratégicas e responsabilidade socioambi-
vel, a organização deveria ser lucrativa, obedecer às ental
leis, ter uma atitude ética e, ainda, praticar atividade Como já evidenciado, as práticas de responsabilidade
de filantropia. social assumem cada vez mais importância nas em-
Apesar da divergência quanto ao mérito da responsa- presas, como forma de criar valor para todos os
bilidade social, autores contemporâneos consideram stakeholders. Nesse contexto, as alianças entre em-
que transformações no papel da empresa, governo e, presas de diferentes setores, em especial entre gran-
em especial, da sociedade, proporcionaram uma nova des organizações e empresas sem fins lucrativos, são
visão da questão. Para Ashley (2002:6): uma ferramenta crucial para incorporar o elemento so-
cial e o ambiental na estratégia corporativa.
18 Degrau Cultural
Pode-se definir alianças socioambientais como formas • um grupo ambiental pode ser um grande aliado
de relacionamento entre empresas envolvendo troca, no desenvolvimento de estratégias de responsa-
compartilhamento ou co-desenvolvimento de produtos, bilidade ambiental, fortalecendo laços com a soci-
tecnologia ou serviços, com o objetivo de implementar edade e instituições que fornecem recursos críti-
políticas e atividades que incluem pelo menos um par- cos para a performance da empresa;
ceiro sem fins lucrativos e objetivos não-econômicos, • alianças ambientais podem ajudar a empresa a
isto é, objetivos voltados para a melhoria do bem-estar estar de acordo com a legislação e questões am-
social e para a preservação do meio ambiente (Berger, bientais, antes que normas rígidas do governo
Cunningham e Drumwright, 2004; Hartman e Stafford, ameacem a sua posição no mercado;
1998; Gulati, 1998). • programas de responsabilidade ambiental podem
Hartman e Stafford (1998) citam ainda outros motivos melhorar a eficiência operacional da empresa, pela
que justificam uma aliança socioambiental, em espe- redução de custos;
cial com organizações sem fins lucrativos: • alianças ambientais podem gerar novas oportuni-
dades para produtos e tecnologias “verdes”.
Analisando a natureza das parcerias estratégicas, Austin (2000) classifica as alianças entre empresas e organiza-
ções sem fins lucrativos em três categorias: filantrópica (de caráter assistencial), transacional (relação bilateral na
qual o fluxo de valor tende a ir nas duas direções) e integrativa (na qual a relação se estrutura em torno da produção
conjunta de um bem ou serviço, numa cadeia comum de valor). À medida que a empresa e sua parceira avançam por
esse contínuo, cresce a complexidade, mas também a geração de valor para ambas as partes (quadro 1).
Rondinelli e London (2003) sugerem uma atenção redobrada para alianças voltadas para a área ambiental e social.
Como essas alianças são relativamente novas, ambos os parceiros têm pouca experiência no seu gerenciamento,
o que gera mais dificuldades em aspectos como confiança e compatibilidade de objetivos, em comparação às de
uma aliança comum.
Modelo strategic network analysis (SNA) para análise de adequação estratégica na ótica relacional
Em função da crescente importância de ter uma perspectiva, ao mesmo tempo, sistêmica, integrativa e relacional,
adotou-se como modelo conceitual nesta pesquisa o modelo strategic network analysis (SNA), de Macedo-Soares
(2002), para análises estratégicas na ótica relacional, no caso de empresas que atuam em alianças e redes. Esse
modelo foi construído a partir de uma série de arcabouços anteriores (Macedo-Soares e Chamone, 1994; Macedo-
Soares e Lucas, 1996), inspirados, inicialmente, na escola sociotécnica (Cherns, 1976) e, incorporando, posterior-
mente, alguns construtos de Austin (1990), de Porter (1980) e da escola baseada em recursos — RBV (Wernerfelt,
1984). Resultou, primeiro, em um modelo genérico integrativo (Modelo GI) para analisar as variáveis críticas internas
à empresa, em interação com as externas mais relevantes para avaliar sua adequação estratégica na ótica tradicio-
nal, ou seja, sem contemplar relacionamentos, tipo alianças e as redes formadas por elas (Macedo-Soares, 2000).
O modelo SNA evoluiu do Modelo GI ao incluir construtos pertinentes à análise relacional, notadamente, indicadores
relevantes para avaliar as implicações estratégicas das alianças e redes. Faz parte do ferramental SNA que inclui os
seguintes componentes:
• metodologia de análise — passos para realizar avaliações de adequação estratégica na ótica relacional;
• listas de referências — conjunto de construtos e indicadores para capturar e analisar os dados necessários a
essas avaliações;
• modelo SNA — arcabouço para auxiliar o mapeamento e a análise da rede estratégica da empresa.
Como a preocupação do modelo SNA é por definição com a rede, e o nível de análise é a empresa, ele foca a ego-rede
dessa empresa, auxiliando na concentração da análise nas características relacionais que têm as implicações
Degrau Cultural 19
estratégicas mais significativas para ela. O conceito de ego-rede foi adaptado da rede egocêntrica de Knoke (2001),
para análise no caso de uma empresa específica — focal. Refere-se à rede constituída pela empresa focal, por suas
alianças estratégicas principais e pelos laços significativos entre seus parceiros, no contexto de uma rede de valor
maior. Isso explica por que os atores que fazem parte dessa rede de valor, mas não são aqueles com os quais a
empresa tenha estabelecido alianças estratégicas, são chamados de outros atores estratégicos. Da mesma forma,
os fatores organizacionais e ambientais, relevantes para análises tradicionais, não são nomeados nesse modelo
para evitar tirar a atenção das dimensões relacionais.
Vale destacar que os construtos do ferramental SNA fundamentam-se nos trabalhos de Gulati, Nohria e Zaheer
(2000), Galaskiewicz e Zaheer (1999) e Knoke (2001) e contemplam as seguintes categorias de variáveis: estrutura
da rede, composição da rede, tipo de laço e gerenciamento da rede (quadro 2).
Conforme sugerem Gulati, Nohria e Zaheer (2000), no • passo 3 — identificação das características da
nível da empresa, cada uma dessas características ego-rede e a análise das suas implicações nos
pode ser considerada uma força ou uma fraqueza. For- níveis da indústria e da empresa, em termos de
ças são associadas a recursos únicos, valiosos, e difi- constituírem, respectivamente, oportunidades e
cilmente imitáveis sob a forma de capital social e infor- ameaças, forças e fraquezas;
macional que a rede pode proporcionar. Fraquezas são • passo 4 — avaliação da consistência dessas im-
ativos indesejáveis que acompanham o relacionamen- plicações com a estratégia, à luz do desempenho
to ou condições que dificultam sua implementação ou da empresa, de acordo com o conceito de ade-
sua gestão bem-sucedida. No nível da indústria, para a quação estratégica dinâmica (Zajac, Kraatz e Bres-
qual consideram-se as três primeiras dimensões, as ser, 2000);
implicações da rede se apresentam como oportunida- • passo 5 — definição de eventuais mudanças nos
des e ameaças (Macedo-Soares e Tauhata, 2002). fatores relacionais ou organizacionais para me-
A metodologia de análise estratégica SNA, restrita nes- lhorar ou criar as condições necessárias à ade-
te artigo à análise relacional, envolve os seis passos a quação estratégica dinâmica;
seguir: • passo 6 — tomada de decisão estratégica.
• passo 1 — caracterização da estratégia utilizando- Ajustes ou adoção de nova estratégia, conside-
se da tipologia de Mintzberg (1998), complemen- rando todos os stakeholders e a importância de
tando-a com os construtos de Fahey e Randall sustentar um desempenho superior.
(1998); Note que na pesquisa também foi conduzida uma aná-
• passo 2 — identificação e classificação das alian- lise “tradicional”. No artigo, apenas alguns dos seus
ças que constituem a rede estratégica da empre- resultados são apresentados na seção “Discussão”
sa, chamada de “ego-rede”; para fins de comparação com os relacionais.
20 Degrau Cultural
Degrau Cultural 21
22 Degrau Cultural
Planejamento – é a função administrativa que permite A Direção pode dar-se em três níveis distintos:
antecipar quais os objetivos e metas que devem ser a) Direção no Nível Global – abrange a empresa na sua
alcançados, e a metodologia que será utilizada para totalidade (diretoria);
alcançá-los. Fica caracterizado que o Planejamento é b) Direção no Nível Departamental – abrange cada de-
meramente um modelo teórico para as ações futuras a partamento da empresa (gerência);
serem realizadas. c) Direção no Nível Operacional – abrange grupo de
pessoas ou tarefas (supervisão).
Dizemos que o Planejamento é forma pela qual identi-
ficamos a “situação presente” e projetamos a “situa- Controle - é a parte do processo administrativo que
ção futura”, temos a informação de “onde estamos ago- terá a função de verificar tudo o que foi estipulado nas
ra” e traçamos os objetivos pretendidos de “onde pre- fases anteriores, assim sendo, o controle pode definir
tendemos chegar”. os padrões de desempenho, a partir desta definição,
iniciar o processo de monitoramento, comparando o
Podemos ainda dizer que o Planejamento tem três ní- desempenho apresentado com os padrões definidos
veis que são: previamente, e conseqüentemente realizar as medidas
corretivas que se fizerem necessárias.
Planejamento Estratégico – é um planejamento que
possui uma forma genérica, tem uma forma sintética e O controle é um processo cíclico composto por quatro
abrangente. É traçado para Longo Prazo e tem uma fases, que são:
amplitude que aborda a empresa como um todo. 1) Estabelecer os padrões e/ou critérios;
2) Observar os desempenhos;
Planejamento Tático – é um pouco menos genérico 3) Comparação entre desempenho e os padrões esta-
que o estratégico, é mais detalhado, sendo ele traçado belecidos;
para médio prazo e aborda cada unidade da empresa 4) Ação corretiva
de forma separada.
Ética e Cidadania nas Organizações
Planejamento Operacional – é um planejamento deta-
lhado, específico e analítico, tem objetivos traçado para Como podemos observar no mundo contemporâneo,
curto prazo e aborda apenas cada operação ou tarefa. exigisse cada vez mais das pessoas e das organiza-
ções um comportamento ético para como todos os
Organização – também é parte integrante do processo “stakeholders”. O comportamento ético está baseado
administrativo, e tem como premissa básica, organi- numa espécie de teoria sobre a prática moral.
zar, estruturar e integrar os recursos à disposição de
sua administração. Nesse contexto, as empresas vem assumindo cada vez
mais seu papel junto a sociedade, visando a longevida-
Podemos dizer que à organização compete dividir o de de seus negócios, afirmamos que as empresas que
trabalho, agrupar as atividades a serem realizadas, não possuem um comportamento ético para com seus
determinar quem executará, disponibilizar os recursos parceiros (sócios, clientes, funcionários, fornecedores,
necessários para o desenvolvimento do que foi traça- governo etc) tem vida curta. Há um forte corrente que
do no planejamento e coordenar todos os esforços. visa cobrar mais sobre as questões de conservação,
cooperação, temas ambientais (desenvolvimento sus-
A organização pode ser analisada com base em três tentável) e outros, mas principalmente comportamento
níveis que são: o que chamamos de comportamento ético, com o qual
a) Organização em nível global, também denominado podemos classifica as empresas em:
de Desenho Organizacional, que pode ser do tipo Or- 1) Amoral – busca os lucros a qualquer preço e vê seus
ganização Linear, Organização Funcional ou Organiza- funcionários (colaboradores) como meras unidades
ção Linha-Staff; econômicas de produção;
b) Organização no nível departamental, também deno- 2) Legalista – apegadas a Lei, só adotam posturas éti-
minado Desenho Departamental ou simplesmente cas para evitar problemas legais;
departamentalização; 3) Receptiva – mostra-se responsável porque é conve-
niente e não porque é correto;
Degrau Cultural 23
4) Ética que Aflora – reconhece a existência de um con- Uma definição de caráter mais processual e dinâmico
trato social entre os negócios e a sociedade, passando é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que
esta atitude para toda a corporação; define comunicação como sendo um processo relacio-
5) Ética – harmoniza tão perfeitamente lucros e ética nal em que um emissor, manipulando um determina-
que recompensa seus funcionários por se afastarem do código, elabora uma mensagem acerca de um de-
de ações comprometedoras, tem práticas educacionais terminado contexto, que é transmitida, por meio de um
voltadas para problemas éticos e dispõe de mentores canal específico, a um ou mais receptor(es).
para dar orientação moral aos novos empregados.
Constitui-se assim um processo caracterizado pela
Para que este aspecto ético seja implementado e con- presença de seis elementos:
siderado em todas as relações, se faz necessário que 1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re-
haja o comprometimento primeiramente da Direção, mete a mensagem a outro;
sendo passado e assumido como parte ativa da políti- 2. Código – a combinação de linguagens e signos que
ca da empresa. serão usados na elaboração da mensagem;
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor;
Princípios de Responsabilidade Sócio-ambiental 4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a
mensagem se refere;
A Responsabilidade Socioambiental deve ser a essên- 5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a
cia dos negócios. Este processo não se realiza por meio transmissão da mensagem;
de ações isoladas, desvinculadas da operação empre- 6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem
sarial, mas envolve atividades e decisões intimamente é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva-
associadas à forma como a empresa interage com a mente) e a interpretar.
sociedade em que está inserida.
Mais do que um compromisso negocial, as empresas Observe que, nos processos de comunicação estabe-
assumem um compromisso com o futuro. E o futuro lecidos entre organização e clientes, as posições de
deve ser construído hoje, de forma consciente e positi- emissor e receptor são permutáveis: ora é a organiza-
va (desenvolvimento sustentável). Por isso, todas as ção quem toma a “palavra”, propondo uma compra, trans-
atividades devem envolver um grande cuidado com o mitindo uma informação, fixando metas e oferecendo
meio ambiente, funcionários, comunidades, clientes, incentivos, por exemplo; ora é um ou outro cliente quem
fornecedores e consumidores. “fala”, manifestando expectativas, reivindicando direitos,
Por meio da Responsabilidade Socioambiental, o aper- avaliando serviços, cobrando atitudes.
feiçoamento dos produtos e processos deve ser contí-
nuo, diminuindo os possíveis impactos ambientais e Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se
promovendo o bem estar das comunidades. alternam nas posições de emissor e receptor, não deve
no entanto ser confundido com o feedback, que é o
De um modo mais completo a Responsabilidade Sóci- retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
oambiental vem substituir a Responsabilidade Social, que a mensagem foi devidamente recebida.
que tinha um universo mais limitado. A Responsabili-
dade Sócioambiental pode ser vista como sendo um Gerenciar a comunicação organizacional implica admi-
processo contínuo e progressivo de envolvimento e nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or-
desenvolvimento de competências cidadãs da empre- ganização nas várias circunstâncias em que se realiza
sa, com a assunção de responsabilidades sobre ques- esse processo.
tões sociais e ambientais relacionadas a todos.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos
A pressão das comunidades tem sido fator decisivo na diferentes sujeitos com quem a organização se relaci-
mudança de comportamento das empresas, para as ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol-
mesmas respondam por questões socioambientais e ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ainda há cobrança pelos princípios fundamentais de ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al-
coerência, justiça e respeito aos direitos humanos e ao gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta-
ambiente em que vive. dos organizacionais), os clientes externos e internos
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen-
As empresas devem estar voltadas para mudar o com- tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos
portamento, voltando-se para as preocupações sócio- de públicos: internos e externos.
ambientais, no que tange aos impactos ambientais, e
somente através de um projeto de educação, treina- Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
mento e capacitação profissional será possível come- entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
çar a busca da qualidade socioambiental. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
comunicação é o princípio que organiza a relação entre aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando cionamento específicas, em razão de os interesses
o contato e as trocas operadas entre ambos. recíprocos serem particulares em cada caso.
É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente
os diferentes públicos internos, definir as políticas de
24 Degrau Cultural
Degrau Cultural 25
26 Degrau Cultural
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem
eficientes de controle de qualidade e segurança de pro- outros decorrentes de tratados ou convenções interna-
dutos e serviços, assim como de mecanismos alterna- cionais de que o Brasil seja signatário, da legislação
tivos de solução de conflitos de consumo; interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos autoridades administrativas competentes, bem como
praticados no mercado de consumo, inclusive a con- dos que derivem dos princípios gerais do direito, ana-
corrência desleal e utilização indevida de inventos e logia, costumes e eqüidade.
criações industriais das marcas e nomes comerciais e Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, to-
signos distintivos, que possam causar prejuízos aos dos responderão solidariamente pela reparação dos
consumidores; danos previstos nas normas de consumo.
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado CAPÍTULO IV
de consumo. Da Qualidade de Produtos e Serviços, da Prevenção
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Rela- e da Reparação dos Danos
ções de Consumo, contará o poder público com os se-
guintes instrumentos, entre outros: SEÇÃO I
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratui- Da Proteção à Saúde e Segurança
ta para o consumidor carente;
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segu-
III - criação de delegacias de polícia especializadas no rança dos consumidores, exceto os considerados nor-
atendimento de consumidores vítimas de infrações mais e previsíveis em decorrência de sua natureza e
penais de consumo; fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer
IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Cau- hipótese, a dar as informações necessárias e adequa-
sas e Varas Especializadas para a solução de litígios das a seu respeito.
de consumo; Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial,
V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimen- ao fabricante cabe prestar as informações a que se
to das Associações de Defesa do Consumidor. refere este artigo, através de impressos apropriados
§ 1° (V etado). que devam acompanhar o produto.
§ 2º (Vetado). Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencial-
mente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança
CAPÍTULO III deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a
Dos Direitos Básicos do Consumidor respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem pre-
juízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: caso concreto.
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado
riscos provocados por práticas no fornecimento de pro- de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria
dutos e serviços considerados perigosos ou nocivos; saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosi-
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequa- dade à saúde ou segurança.
do dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteri-
de escolha e a igualdade nas contratações; ormente à sua introdução no mercado de consumo,
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes tiver conhecimento da periculosidade que apresentem,
produtos e serviços, com especificação correta de quan- deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades
tidade, características, composição, qualidade e preço, competentes e aos consumidores, mediante anúncios
bem como sobre os riscos que apresentem; publicitários.
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusi- § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o pará-
va, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem grafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e
como contra práticas e cláusulas abusivas ou impos- televisão, às expensas do fornecedor do produto ou
tas no fornecimento de produtos e serviços; serviço.
V - a modificação das cláusulas contratuais que esta- § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosi-
beleçam prestações desproporcionais ou sua revisão dade de produtos ou serviços à saúde ou segurança
em razão de fatos supervenientes que as tornem ex- dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Fe-
cessivamente onerosas; deral e os Municípios deverão informá-los a respeito.
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimo- Art. 11. (Vetado).
niais e morais, individuais, coletivos e difusos; SEÇÃO II
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos Da Responsabilidade pelo
com vistas à prevenção ou reparação de danos patri- Fato do Produto e do Serviço
moniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, as-
segurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
aos necessitados; estrangeiro, e o importador respondem, independente-
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive mente da existência de culpa, pela reparação dos danos
com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no pro- causados aos consumidores por defeitos decorrentes
cesso civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo manipulação, apresentação ou acondicionamento de
as regras ordinárias de experiências; seus produtos, bem como por informações insuficientes
IX - (Vetado); ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públi- § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segu-
cos em geral. rança que dele legitimamente se espera, levando-se em
Degrau Cultural 27
consideração as circunstâncias relevantes, entre as § 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de
quais: trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente
I - sua apresentação; e à sua escolha:
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; I - a substituição do produto por outro da mesma espé-
III - a época em que foi colocado em circulação. cie, em perfeitas condições de uso;
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado. mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
§ 3° O fabricante, o construtor , o produtor ou importador danos;
só não será responsabilizado quando provar: III - o abatimento proporcional do preço.
I - que não colocou o produto no mercado; § 2° Poderão as partes convencionar a redução ou
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não
defeito inexiste; podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oi-
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. tenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de pra-
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos zo deverá ser convencionada em separado, por meio
termos do artigo anterior, quando: de manifestação expressa do consumidor.
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador § 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alter-
não puderem ser identificados; nativas do § 1° deste artigo sempre que, em razão da
II - o produto for fornecido sem identificação clara do extensão do vício, a substituição das partes viciadas
seu fabricante, produtor, construtor ou importador; puder comprometer a qualidade ou características do
III - não conservar adequadamente os produtos pere- produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto es-
cíveis. sencial.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao § 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do
prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra inciso I do § 1° deste artigo, e não sendo possível a
os demais responsáveis, segundo sua participação na substituição do bem, poderá haver substituição por outro
causação do evento danoso. de espécie, marca ou modelo diversos, mediante com-
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independen- plementação ou restituição de eventual diferença de
temente da existência de culpa, pela reparação dos da- preço, sem prejuízo do disposto nos incisos II e III do §
nos causados aos consumidores por defeitos relativos à 1° deste artigo.
prestação dos serviços, bem como por informações insu- § 5° No caso de fornecimento de produtos in natura,
ficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. será responsável perante o consumidor o fornecedor
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segu- imediato, exceto quando identificado claramente seu
rança que o consumidor dele pode esperar, levando-se produtor.
em consideração as circunstâncias relevantes, entre § 6° São impróprios ao uso e consumo:
as quais: I - os produtos cujos prazos de validade estejam venci-
I - o modo de seu fornecimento; dos;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados,
esperam; avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, noci-
III - a época em que foi fornecido. vos à vida ou à saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela ado- desacordo com as normas regulamentares de fabrica-
ção de novas técnicas. ção, distribuição ou apresentação;
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabi- III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem
lizado quando provar: inadequados ao fim a que se destinam.
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. pelos vícios de quantidade do produto sempre que, res-
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais libe- peitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu
rais será apurada mediante a verificação de culpa. conteúdo líquido for inferior às indicações constantes
Art. 15. (Vetado). do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensa-
Art. 16. (Vetado). gem publicitária, podendo o consumidor exigir, alterna-
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos tivamente e à sua escolha:
consumidores todas as vítimas do evento. I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma es-
pécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;
SEÇÃO III IV - a restituição imediata da quantia paga, monetaria-
Da Responsabilidade por Vício mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e
do Produto e do Serviço danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo du- anterior.
ráveis ou não duráveis respondem solidariamente pe- § 2° O fornecedor imediato será responsável quando
los vícios de qualidade ou quantidade que os tornem fizer a pesagem ou a medição e o instrumento utilizado
impróprios ou inadequados ao consumo a que se des- não estiver aferido segundo os padrões oficiais.
tinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aque- Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios
les decorrentes da disparidade, com a indicações cons- de qualidade que os tornem impróprios ao consumo
tantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles
mensagem publicitária, respeitadas as variações de- decorrentes da disparidade com as indicações cons-
correntes de sua natureza, podendo o consumidor exi- tantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o
gir a substituição das partes viciadas. consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
28 Degrau Cultural
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à repara-
quando cabível; ção pelos danos causados por fato do produto ou do
II - a restituição imediata da quantia paga, monetaria- serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-
mente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e se a contagem do prazo a partir do conhecimento do
danos; dano e de sua autoria.
III - o abatimento proporcional do preço. Parágrafo único. (Vetado).
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a
terceiros devidamente capacitados, por conta e risco SEÇÃO V
do fornecedor. Da Desconsideração da Personalidade Jurídica
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem ina-
dequados para os fins que razoavelmente deles se Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade
esperam, bem como aqueles que não atendam as nor- jurídica da sociedade quando, em detrimento do con-
mas regulamentares de prestabilidade. sumidor, houver abuso de direito, excesso de poder,
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatu-
objetivo a reparação de qualquer produto considerar- tos ou contrato social. A desconsideração também será
se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar efetivada quando houver falência, estado de insolvên-
componentes de reposição originais adequados e no- cia, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica pro-
vos, ou que mantenham as especificações técnicas do vocados por má administração.
fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização § 1° (V etado).
em contrário do consumidor. § 2° As sociedades integrantes dos grupos societários e
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, as sociedades controladas, são subsidiariamente res-
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
outra forma de empreendimento, são obrigados a for- § 3° As sociedades consorciadas são solidariamente res-
necer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto ponsáveis pelas obrigações decorrentes deste código.
aos essenciais, contínuos. § 4° As sociedades coligadas só responderão por culpa.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa
ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma
as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a repa- forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causa-
rar os danos causados, na forma prevista neste código. dos aos consumidores.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços CAPÍTULO V
não o exime de responsabilidade. Das Práticas Comerciais
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou SEÇÃO I
serviço independe de termo expresso, vedada a exone- Das Disposições Gerais
ração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equi-
que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de param-se aos consumidores todas as pessoas deter-
indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. mináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação
do dano, todos responderão solidariamente pela repa- SEÇÃO II
ração prevista nesta e nas seções anteriores. Da Oferta
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça
incorporada ao produto ou serviço, são responsáveis Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente
solidários seu fabricante, construtor ou importador e o precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comuni-
que realizou a incorporação. cação com relação a produtos e serviços oferecidos ou
apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou
SEÇÃO IV dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
Da Decadência e da Prescrição Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços
devem assegurar informações corretas, claras, preci-
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou sas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas
de fácil constatação caduca em: características, qualidades, quantidade, composição,
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e preço, garantia, prazos de validade e origem, entre ou-
de produtos não duráveis; tros dados, bem como sobre os riscos que apresentam
II - noventa dias, tratando-se de fornecimento de servi- à saúde e segurança dos consumidores.
ço e de produtos duráveis. Parágrafo único. As informações de que trata este arti-
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir go, nos produtos refrigerados oferecidos ao consumi-
da entrega efetiva do produto ou do término da execu- dor, serão gravadas de forma indelével. (Incluído pela
ção dos serviços. Lei nº 11.989, de 2009)
§ 2° Obstam a decadência: Art. 32. Os fabricantes e importadores deverão assegurar
I - a reclamação comprovadamente formulada pelo con- a oferta de componentes e peças de reposição enquanto
sumidor perante o fornecedor de produtos e serviços não cessar a fabricação ou importação do produto.
até a resposta negativa correspondente, que deve ser Parágrafo único. Cessadas a produção ou importação,
transmitida de forma inequívoca; a oferta deverá ser mantida por período razoável de tem-
II - (Vetado). po, na forma da lei.
III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento. Art. 33. Em caso de oferta ou venda por telefone ou
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial ini- reembolso postal, deve constar o nome do fabricante e
cia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. endereço na embalagem, publicidade e em todos os
impressos utilizados na transação comercial.
Degrau Cultural 29
Parágrafo único. É proibida a publicidade de bens e VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orça-
serviços por telefone, quando a chamada for onerosa ao mento e autorização expressa do consumidor, ressalva-
consumidor que a origina. (Incluído pela Lei nº 11.800, das as decorrentes de práticas anteriores entre as partes;
de 2008). VII - repassar informação depreciativa, referente a ato
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidaria- praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;
mente responsável pelos atos de seus prepostos ou VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produ-
representantes autônomos. to ou serviço em desacordo com as normas expedidas
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas es-
cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o con- pecíficas não existirem, pela Associação Brasileira de
sumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos ter- Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua-
mos da oferta, apresentação ou publicidade; lidade Industrial (Conmetro);
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; IX - recusar a venda de bens ou a prestação de servi-
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quan- ços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los
tia eventualmente antecipada, monetariamente atuali- mediante pronto pagamento, ressalvados os casos de
zada, e a perdas e danos. intermediação regulados em leis especiais; (Redação
dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO III X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou ser-
Da Publicidade viços. (Incluído pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da
consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal. converão na Lei nº 9.870, de 23.11.1999
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua
produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para infor- obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu
mação dos legítimos interessados, os dados fáticos, téc- exclusivo critério.(Incluído pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
nicos e científicos que dão sustentação à mensagem. XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. legal ou contratualmente estabelecido. (Incluído pela
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação Lei nº 9.870, de 23.11.1999)
ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parci- Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos
almente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese
por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
respeito da natureza, características, qualidade, quan- inexistindo obrigação de pagamento.
tidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros Art. 40. O fornecedor de serviço será obrigado a entre-
dados sobre produtos e serviços. gar ao consumidor orçamento prévio discriminando o
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discrimina- valor da mão-de-obra, dos materiais e equipamentos a
tória de qualquer natureza, a que incite à violência, ex- serem empregados, as condições de pagamento, bem
plore o medo ou a superstição, se aproveite da defici- como as datas de início e término dos serviços.
ência de julgamento e experiência da criança, desres- § 1º Salvo estipulação em contrário, o valor orçado terá
peita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir validade pelo prazo de dez dias, contado de seu recebi-
o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou mento pelo consumidor.
perigosa à sua saúde ou segurança. § 2° Uma vez aprovado pelo consumidor , o orçamento
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enga- obriga os contraentes e somente pode ser alterado
nosa por omissão quando deixar de informar sobre mediante livre negociação das partes.
dado essencial do produto ou serviço. § 3° O consumidor não responde por quaisquer ônus
§ 4° (V etado). ou acréscimos decorrentes da contratação de serviços
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da de terceiros não previstos no orçamento prévio.
informação ou comunicação publicitária cabe a quem Art. 41. No caso de fornecimento de produtos ou de
as patrocina. serviços sujeitos ao regime de controle ou de tabela-
mento de preços, os fornecedores deverão respeitar
SEÇÃO IV os limites oficiais sob pena de não o fazendo, respon-
Das Práticas Abusivas derem pela restituição da quantia recebida em exces-
so, monetariamente atualizada, podendo o consumi-
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou servi- dor exigir à sua escolha, o desfazimento do negócio,
ços, dentre outras práticas abusivas: (Redação dada sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
SEÇÃO V
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço
Da Cobrança de Dívidas
ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como,
sem justa causa, a limites quantitativos; Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadim-
II - recusar atendimento às demandas dos consumido- plente não será exposto a ridículo, nem será submeti-
res, na exata medida de suas disponibilidades de esto- do a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.
que, e, ainda, de conformidade com os usos e costumes; Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação indevida tem direito à repetição do indébito, por valor
prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condi- engano justificável.
ção social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços; Art. 42-A. Em todos os documentos de cobrança de dé-
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente ex- bitos apresentados ao consumidor, deverão constar o
cessiva; nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro
30 Degrau Cultural
de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito
Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou ser- de arrependimento previsto neste artigo, os valores
viço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009) eventualmente pagos, a qualquer título, durante o pra-
zo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, mone-
SEÇÃO VI tariamente atualizados.
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e
será conferida mediante termo escrito.
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente
86, terá acesso às informações existentes em cadas- deve ser padronizado e esclarecer, de maneira ade-
tros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo quada em que consiste a mesma garantia, bem como
arquivados sobre ele, bem como sobre as suas res- a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e
pectivas fontes. os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entre-
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem gue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato
ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de do fornecimento, acompanhado de manual de instru-
fácil compreensão, não podendo conter informações ção, de instalação e uso do produto em linguagem di-
negativas referentes a período superior a cinco anos. dática, com ilustrações.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pes-
soais e de consumo deverá ser comunicada por escri- SEÇÃO II
to ao consumidor, quando não solicitada por ele. Das Cláusulas Abusivas
§ 3° O consumidor , sempre que encontrar inexatidão Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as clá-
nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imedia- usulas contratuais relativas ao fornecimento de produ-
ta correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco tos e serviços que:
dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais desti- I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsa-
natários das informações incorretas. bilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza
§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consu- dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou dis-
midores, os serviços de proteção ao crédito e congêne- posição de direitos. Nas relações de consumo entre o
res são considerados entidades de caráter público. fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indeniza-
§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de ção poderá ser limitada, em situações justificáveis;
débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da
respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quais- quantia já paga, nos casos previstos neste código;
quer informações que possam impedir ou dificultar novo III - transfiram responsabilidades a terceiros;
acesso ao crédito junto aos fornecedores. IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,
Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor abusivas, que coloquem o consumidor em desvanta-
manterão cadastros atualizados de reclamações fun- gem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé
damentadas contra fornecedores de produtos e servi- ou a eqüidade;
ços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divul- V - (Vetado);
gação indicará se a reclamação foi atendida ou não VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuí-
pelo fornecedor. zo do consumidor;
§ 1° É facultado o acesso às informações lá constantes VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem;
para orientação e consulta por qualquer interessado. VIII - imponham representante para concluir ou realizar
§ 2° Aplicam-se a este artigo, no que couber, as mes- outro negócio jurídico pelo consumidor;
mas regras enunciadas no artigo anterior e as do pará- IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o
grafo único do art. 22 deste código. contrato, embora obrigando o consumidor;
Art. 45. (Vetado). X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente,
variação do preço de maneira unilateral;
CAPÍTULO VI XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateral-
Da Proteção Contratual mente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor;
SEÇÃO I XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de
Disposições Gerais cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe
seja conferido contra o fornecedor;
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de con- XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmen-
sumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for te o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua
dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de celebração;
seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos fo- XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas
rem redigidos de modo a dificultar a compreensão de ambientais;
seu sentido e alcance. XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas ao consumidor;
de maneira mais favorável ao consumidor. XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos por benfeitorias necessárias.
particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações § 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a von-
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive tade que:
execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos. I - ofende os princípios fundamentais do sistema jurídi-
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no pra- co a que pertence;
zo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de II - restringe direitos ou obrigações fundamentais ine-
recebimento do produto ou serviço, sempre que a con- rentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
tratação de fornecimento de produtos e serviços ocor- seu objeto ou equilíbrio contratual;
rer fora do estabelecimento comercial, especialmente III - se mostra excessivamente onerosa para o consumi-
por telefone ou a domicílio. dor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato,
Degrau Cultural 31
32 Degrau Cultural
ou permissão de uso serão aplicadas pela administra- Pena - Detenção de três meses a um ano e multa.
ção, mediante procedimento administrativo, assegura- § 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a
da ampla defesa, quando forem constatados vícios de oferta.
quantidade ou de qualidade por inadequação ou inse- § 2º Se o crime é culposo;
gurança do produto ou serviço. Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
interdição e de suspensão temporária da atividade, bem deveria saber ser enganosa ou abusiva:
como a de intervenção administrativa, serão aplicadas Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
mediante procedimento administrativo, assegurada Parágrafo único. (Vetado).
ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou
das infrações de maior gravidade previstas neste códi- deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se
go e na legislação de consumo. comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saú-
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à de ou segurança:
concessionária de serviço público, quando violar obri- Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa:
gação legal ou contratual. Parágrafo único. (Vetado).
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e
sempre que as circunstâncias de fato desaconselha- científicos que dão base à publicidade:
rem a cassação de licença, a interdição ou suspensão Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
da atividade. Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a impo- componentes de reposição usados, sem autorização
sição de penalidade administrativa, não haverá reinci- do consumidor:
dência até o trânsito em julgado da sentença. Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
Art. 60. A imposição de contrapropaganda será comi- Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,
nada quando o fornecedor incorrer na prática de publi- coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
cidade enganosa ou abusiva, nos termos do art. 36 e falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro
seus parágrafos, sempre às expensas do infrator. procedimento que exponha o consumidor, injustifica-
§ 1º A contrapropaganda será divulgada pelo responsá- damente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, des-
vel da mesma forma, freqüência e dimensão e, prefe- canso ou lazer:
rencialmente no mesmo veículo, local, espaço e horá- Pena Detenção de três meses a um ano e multa.
rio, de forma capaz de desfazer o malefício da publici- Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor
dade enganosa ou abusiva. às informações que sobre ele constem em cadastros,
§ 2° (V etado) banco de dados, fichas e registros:
§ 3° (V etado). Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa.
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação
TÍTULO II sobre consumidor constante de cadastro, banco de
Das Infrações Penais dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de con- ser inexata:
sumo previstas neste código, sem prejuízo do disposto Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
no Código Penal e leis especiais, as condutas tipifica- Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de
das nos artigos seguintes. garantia adequadamente preenchido e com especifi-
Art. 62. (Vetado). cação clara de seu conteúdo;
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a no- Pena Detenção de um a seis meses ou multa.
cividade ou periculosidade de produtos, nas embala- Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os
gens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: crimes referidos neste código, incide as penas a es-
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. ses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem
§ 1° Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de aler- como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
tar, mediante recomendações escritas ostensivas, so- jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo
bre a periculosidade do serviço a ser prestado. aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou
§ 2° Se o crime é culposo: manutenção em depósito de produtos ou a oferta e pres-
Pena Detenção de um a seis meses ou multa. tação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipi-
e aos consumidores a nocividade ou periculosidade ficados neste código:
de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua I - serem cometidos em época de grave crise econômi-
colocação no mercado: ca ou por ocasião de calamidade;
Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
deixar de retirar do mercado, imediatamente quando IV - quando cometidos:
determinado pela autoridade competente, os produtos a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição eco-
nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. nômico-social seja manifestamente superior à da vítima;
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de
contrariando determinação de autoridade competente: dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas por-
Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. tadoras de deficiência mental interditadas ou não;
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem V - serem praticados em operações que envolvam ali-
prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. mentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir ou serviços essenciais .
informação relevante sobre a natureza, característica, Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, du- fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
rabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: e ao máximo de dias de duração da pena privativa
Degrau Cultural 33
34 Degrau Cultural
Parágrafo único. (Vetado). cedente o pedido condenará o réu nos termos do art. 80
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido decla-
é competente para a causa a justiça local: rado falido, o síndico será intimado a informar a existên-
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, cia de seguro de responsabilidade, facultando-se, em
quando de âmbito local; caso afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Fede- diretamente contra o segurador, vedada a denunciação
ral, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli- da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensa-
cando-se as regras do Código de Processo Civil aos do o litisconsórcio obrigatório com este.
casos de competência concorrente. Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no ór- poderão propor ação visando compelir o Poder Público
gão oficial, a fim de que os interessados possam inter- competente a proibir, em todo o território nacional, a
vir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de produção, divulgação distribuição ou venda, ou a deter-
ampla divulgação pelos meios de comunicação social minar a alteração na composição, estrutura, fórmula ou
por parte dos órgãos de defesa do consumidor. acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condena- regular se revele nocivo ou perigoso à saúde pública e
ção será genérica, fixando a responsabilidade do réu à incolumidade pessoal.
pelos danos causados. § 1° (V etado).
Art. 96. (Vetado). § 2° (V etado)
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão
ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim CAPÍTULO IV
como pelos legitimados de que trata o art. 82. Da Coisa Julgada
Parágrafo único. (Vetado). Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código,
Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovi- a sentença fará coisa julgada:
da pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improce-
as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas dente por insuficiência de provas, hipótese em que qual-
em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento quer legitimado poderá intentar outra ação, com idênti-
de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, co fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese
de 21.3.1995) do inciso I do parágrafo único do art. 81;
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou
das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
ocorrência ou não do trânsito em julgado. nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipóte-
§ 2° É competente para a execução o juízo: se prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedi-
no caso de execução individual; do, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores,
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II
de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho não prejudicarão interesses e direitos individuais dos inte-
de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais grantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
resultantes do mesmo evento danoso, estas terão pre- § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de impro-
ferência no pagamento. cedência do pedido, os interessados que não tiverem
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a intervindo no processo como litisconsortes poderão pro-
destinação da importância recolhida ao fundo criado pela por ação de indenização a título individual.
Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada en- § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16,
quanto pendentes de decisão de segundo grau as ações combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho
de indenização pelos danos individuais, salvo na hipóte- de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por
se de o patrimônio do devedor ser manifestamente sufici- danos pessoalmente sofridos, propostas individualmen-
ente para responder pela integralidade das dívidas. te ou na forma prevista neste código, mas, se proceden-
Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação te o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores,
de interessados em número compatível com a gravida- que poderão proceder à liquidação e à execução, nos
de do dano, poderão os legitimados do art. 82 promo- termos dos arts. 96 a 99.
ver a liquidação e execução da indenização devida. § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à senten-
Parágrafo único. O produto da indenização devida re- ça penal condenatória.
verterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e
julho de 1985. do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendên-
cia para as ações individuais, mas os efeitos da coisa
CAPÍTULO III julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os
Das Ações de Responsabilidade incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os auto-
do Fornecedor de Produtos e Serviços res das ações individuais, se não for requerida sua sus-
pensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornece- autos do ajuizamento da ação coletiva.
dor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto
nos Capítulos I e II deste título, serão observadas as TÍTULO IV
seguintes normas: Do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabili- Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do
dade poderá chamar ao processo o segurador, vedada Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais,
a integração do contraditório pelo Instituto de Ressegu- do Distrito Federal e municipais e as entidades priva-
ros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar pro- das de defesa do consumidor.
Degrau Cultural 35
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Con- “IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
sumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico Art. 111. O inciso II do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de
(MJ), ou órgão federal que venha substituí-lo, é organis- julho de 1985, passa a ter a seguinte redação:
mo de coordenação da política do Sistema Nacional de “II - inclua, entre suas finalidades institucionais, a pro-
Defesa do Consumidor, cabendo-lhe: teção ao meio ambiente, ao consumidor, ao patrimônio
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a po- artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, ou
lítica nacional de proteção ao consumidor; a qualquer outro interesse difuso ou coletivo”.
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, Art. 112. O § 3° do art. 5° da Lei n° 7.347, de 24 de julho
denúncias ou sugestões apresentadas por entidades de 1985, passa a ter a seguinte redação:
representativas ou pessoas jurídicas de direito público “§ 3° Em caso de desistência infundada ou abandono
ou privado; da ação por associação legitimada, o Ministério Públi-
III - prestar aos consumidores orientação permanente co ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa”.
sobre seus direitos e garantias; Art. 113. Acrescente-se os seguintes §§ 4°, 5° e 6° ao
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor atra- art. 5º. da Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985:
vés dos diferentes meios de comunicação; “§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen-
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquéri- sado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social
to policial para a apreciação de delito contra os consu- evidenciado pela dimensão ou característica do dano,
midores, nos termos da legislação vigente; ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
VI - representar ao Ministério Público competente para § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os
fins de adoção de medidas processuais no âmbito de Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos
suas atribuições; Estados na defesa dos interesses e direitos de que
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as cuida esta lei. (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp
infrações de ordem administrativa que violarem os in- 222582 /MG - STJ)
teresses difusos, coletivos, ou individuais dos consu- § 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar
midores; dos interessados compromisso de ajustamento de sua
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, conduta às exigências legais, mediante combinações,
Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como que terá eficácia de título executivo extrajudicial”. (Vide
auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quan- Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
tidade e segurança de bens e serviços; Art. 114. O art. 15 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e ou- 1985, passa a ter a seguinte redação:
tros programas especiais, a formação de entidades de “Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julga-
defesa do consumidor pela população e pelos órgãos do da sentença condenatória, sem que a associação
públicos estaduais e municipais; autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Minis-
X - (Vetado). tério Público, facultada igual iniciativa aos demais legi-
XI - (Vetado). timados”.
XII - (Vetado) Art. 115. Suprima-se o caput do art. 17 da Lei n° 7.347,
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com de 24 de julho de 1985, passando o parágrafo único a
suas finalidades. constituir o caput, com a seguinte redação:
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, “Art. 17. “Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a asso-
o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor ciação autora e os diretores responsáveis pela propo-
poderá solicitar o concurso de órgãos e entidades de situra da ação serão solidariamente condenados em
notória especialização técnico-científica. honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem
prejuízo da responsabilidade por perdas e danos”.
TÍTULO V Art. 116. Dê-se a seguinte redação ao art. 18 da Lei n°
Da Convenção Coletiva de Consumo 7.347, de 24 de julho de 1985:
Art. 107. As entidades civis de consumidores e as as- “Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá
sociações de fornecedores ou sindicatos de categoria adiantamento de custas, emolumentos, honorários
econômica podem regular, por convenção escrita, rela- periciais e quaisquer outras despesas, nem condena-
ções de consumo que tenham por objeto estabelecer ção da associação autora, salvo comprovada má-fé,
condições relativas ao preço, à qualidade, à quantida- em honorários de advogado, custas e despesas pro-
de, à garantia e características de produtos e serviços, cessuais”.
bem como à reclamação e composição do conflito de Art. 117. Acrescente-se à Lei n° 7.347, de 24 de julho de
consumo. 1985, o seguinte dispositivo, renumerando-se os se-
§ 1° A convenção tornar-se-á obrigatória a partir do regis- guintes:
tro do instrumento no cartório de títulos e documentos. “Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses
§ 2° A convenção somente obrigará os filiados às enti- difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os
dades signatárias. dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de
§ 3° Não se exime de cumprir a convenção o fornecedor Defesa do Consumidor”.
que se desligar da entidade em data posterior ao regis- Art. 118. Este código entrará em vigor dentro de cento e
tro do instrumento. oitenta dias a contar de sua publicação.
Art. 108. (Vetado). Art. 119. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 11 de setembro de 1990; 169° da Independên-
TÍTULO VI cia e 102° da República.
Disposições Finais
FERNANDO COLLOR
Art. 109. (Vetado). Bernardo Cabral
Art. 110. Acrescente-se o seguinte inciso IV ao art. 1° da Zélia M. Cardoso de Mello
Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985: Ozires Silva
36 Degrau Cultural
Sob a direção do ministro Bresser Pereira, o MARE “O ajuste fiscal devolve ao Estado a capacidade de
elaborou e apresentou (ainda em 1995) o Plano Diretor definir e implementar políticas públicas. Através da libe-
da Reforma do Aparelho do Estado, em que são esta- ralização comercial, o Estado abandona a estratégia
belecidas, entre outras, as seguintes diretrizes gerais: protecionista da substituição de importações. O progra-
ma de privatizações reflete a conscientização da gravi-
“A atribuição do Ministério da Administração Federal dade da crise fiscal e da correlata limitação da capaci-
e Reforma do Estado é estabelecer as condições para dade do Estado de promover poupança forçada através
que o governo possa aumentar sua governança. Para das empresas estatais. Através desse programa, trans-
isso, sua missão específica é a de orientar e instru- fere-se para o setor privado a tarefa da produção que,
mentalizar a reforma do aparelho do Estado, nos ter- em princípio, este realiza de forma mais eficiente. Final-
mos definidos pela Presidência através deste Plano mente, através de um programa de publicização, trans-
Diretor” (grifos nossos). fere-se para o setor público não-estatal a produção dos
serviços competitivos ou não-exclusivos de Estado, es-
Iniciou-se assim a reforma do aparelho do Estado tabelecendo-se um sistema de parceria entre Estado e
brasileiro, sob a liderança do MARE e as diretrizes do sociedade para seu financiamento e controle.
Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, e
foi essa iniciativa que deu início ao processo de trans- Deste modo, o Estado reduz seu papel de executor
formações ainda hoje vivido pela Administração Públi- ou prestador direto de serviços, mantendo-se entretan-
ca no Brasil. to no papel de regulador e provedor ou promotor des-
É no Plano Diretor que se define objetivamente o tes, principalmente dos serviços sociais como educação
que pode ser entendido como “reforma do aparelho do e saúde, que são essenciais para o desenvolvimento, na
Estado brasileiro”: medida em que envolvem investimento em capital huma-
no; para a democracia, na medida em que promovem
“Entende-se por aparelho do Estado a administra- cidadãos; e para uma distribuição de renda mais justa,
ção pública em sentido amplo, ou seja, a estrutura que o mercado é incapaz de garantir, dada a oferta muito
organizacional do Estado, em seus três poderes (Exe- superior à demanda de mão-de-obra não-especializada.
cutivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Como promotor desses serviços o Estado continuará a
Estados-membros e Municípios). O aparelho do Esta- subsidiá-los, buscando, ao mesmo tempo, o controle
do é constituído pelo governo, isto é, pela cúpula diri- social direto e a participação da sociedade.
gente nos Três Poderes, por um corpo de funcionários,
e pela força militar. O Estado, por sua vez, é mais abran- Nesta nova perspectiva, busca-se o fortalecimen-
gente que o aparelho, porque compreende adicional- to das funções de regulação e de coordenação do
mente o sistema constitucional-legal, que regula a Estado, particularmente no nível federal, e a progressi-
população nos limites de um território. O Estado é a va descentralização vertical, para os níveis estadual
organização burocrática que tem o monopólio da vio- e municipal, das funções executivas no campo da pres-
lência legal, é o aparelho que tem o poder de legislar e tação de serviços sociais e de infra-estrutura.
tributar a população de um determinado território.
Considerando esta tendência, pretende-se refor-
Estes conceitos permitem distinguir a reforma do çar a governança - a capacidade de governo do Esta-
Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do do - através da transição programada de um tipo de
Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias administração pública burocrática, rígida e inefici-
áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade ente, voltada para si própria e para o controle inter-
brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Esta- no, para uma administração pública gerencial, flexí-
do tem um escopo mais restrito: está orientada para vel e eficiente, voltada para o atendimento do cida-
tornar a administração pública mais eficiente e mais dão. O governo brasileiro não carece de ‘governabili-
voltada para a cidadania. Este Plano Diretor focaliza sua dade’, ou seja, de poder para governar, dada sua legi-
atenção na administração pública federal, mas muitas timidade democrática e o apoio com que conta na so-
das suas diretrizes e propostas podem também ser ciedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de
aplicadas no nível estadual e municipal” (grifos nossos). governança, na medida em que sua capacidade de
implementar as políticas públicas é limitada pela rigi-
Tais reformas – do Estado e de seu aparelho – são dez e ineficiência da máquina administrativa” (grifos
justificadas pela chamada “crise do Estado”, definida nossos).
nos seguintes termos:
“1. como uma crise fiscal, caracterizada pela cres- Como já foi dito, é ao contexto de transformações e
cente perda do crédito por parte do Estado e pela pou- reformas que o Plano Diretor desencadeou na Adminis-
pança pública que se torna negativa; tração Pública brasileira que se relaciona cada um dos
Degrau Cultural 37
temas específicos deste trabalho. Será, portanto, com Os públicos internos correspondem aos diferentes cli-
base neste documento (e muitas vezes por meio dele) entes internos já mencionados aqui, isto é, aos diferen-
que se desenvolverão as seções seguintes. tes sujeitos que integram a organização, e será a eles
que se dirigirão os esforços de comunicação interna.
ATENDIMENTO NO SERVIÇO PÚBLICO
É importante lembrar que esses públicos não são ho-
COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA mogêneos. Entre eles estão diretores, associados, fun-
E GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS cionários de diferentes níveis hierárquicos, em relação
aos quais é comum a organização ter políticas de rela-
Comecemos esta seção por uma definição do que seja cionamento específicas, em razão de os interesses
comunicação. Em termos gerais, pode-se dizer que a recíprocos serem particulares em cada caso.
comunicação é o princípio que organiza a relação entre
dois sujeitos, que torna possível tal relação, mediando É necessário, portanto, discriminar cuidadosamente os
o contato e as trocas operadas entre ambos. diferentes públicos internos, definir as políticas de re-
lacionamento específicas para cada um deles (base-
Uma definição de caráter mais processual e dinâmico ando-se, claro, no interesses envolvidos em cada caso)
é fornecida pelo lingüista russo Roman Jackobson, que e, a partir daí, definir diferentes objetivos, políticas e
define comunicação como sendo um processo relacio- programas de comunicação interna.
nal em que um emissor, manipulando um determina-
do código, elabora uma mensagem acerca de um de- Lembre-se porém de que a necessidade acima deve
terminado contexto, que é transmitida, por meio de um ser considerada cuidadosamente, não podendo haver
canal específico, a um ou mais receptor(es). contradições em relação a um princípio fundamental: a
comunicação interna deve ser integrada e integrativa,
Constitui-se assim um processo caracterizado pela isto é, não pode ser uma espécie de “Frankenstein”,
presença de seis elementos: uma massa informe e indefinida de ações, que trate de
1. Emissor – o sujeito que elabora e “emite”, envia, re- forma desarmônica, desarticulada e desproporcional
mete a mensagem a outro; os diferentes públicos.
2. Código – a combinação de linguagens e signos que
serão usados na elaboração da mensagem; É preciso que haja uma gestão integrada da comuni-
3. Mensagem – o “texto”, o conjunto de expressões e con- cação, de modo a, mesmo considerando as diferen-
teúdos que serão produzidos e remetidos ao receptor; ças e especificidades de cada público, ela seja um fa-
4. Contexto – o “referente”, o tema, o assunto ao qual a tor de integração, não de divisão interna.
mensagem se refere;
5. Canal – o meio, a “mídia” que o emissor utiliza para a Essa integração implica um conjunto de valores, princí-
transmissão da mensagem; pios, posturas e atitudes fundamentais que devem ori-
6. Receptor(es) – o(s) sujeito(s) a quem a mensagem entar todos os processos de comunicação interna.
é enviada, a quem cabe recebê-la (física e cognitiva- Além disso, é fundamental que haja uma identidade
mente) e a interpretar. também na maneira como a empresa se apresenta
Observe que, nos processos de comunicação estabele- aos seus públicos, nas diferentes mídias que utiliza. É
cidos entre organização e clientes, as posições de emis- importante a padronização de mídias, elementos de
sor e receptor são permutáveis: ora é a organização quem identificação visual, layout, além da manutenção de uma
toma a “palavra”, propondo uma compra, transmitindo coerência discursiva que perpasse todas os progra-
uma informação, fixando metas e oferecendo incentivos, mas e peças de comunicação.
por exemplo; ora é um ou outro cliente quem “fala”, ma-
nifestando expectativas, reivindicando direitos, avalian- Finalmente, é necessário ainda salientar a importância
do serviços, cobrando atitudes. de se adotar canais, fluxos e processos de comunica-
ção que estimulem o diálogo, a interlocução com (e
Esta “reversibilidade” de papéis, em que os sujeitos se entre) os diferentes públicos internos, que permitam a
alternam nas posições de emissor e receptor, não deve busca e a formação de consensos, a gestão adequada
no entanto ser confundido com o feedback, que é o de conflitos e divergências.
retorno, o sinal, dado ao emissor pelo receptor, de
que a mensagem foi devidamente recebida. É a gestão integrada de tais canais, fluxos e processos
comunicacionais (seja do ponto de vista mais geral da
Gerenciar a comunicação organizacional implica admi- organização e seus públicos internos, seja da pers-
nistrar os diferentes posicionamentos e ações da or- pectiva de cada instância organizacional específica com
ganização nas várias circunstâncias em que se realiza seus respectivos públicos) o elemento que torna pos-
esse processo. sível a integração organizacional.
O primeiro passo neste sentido é a identificação dos Um dos projetos constantes no Plano Diretor da Refor-
diferentes sujeitos com quem a organização se relaci- ma do Aparelho do Estado é o Projeto Cidadão, apre-
ona (ou deve se relacionar). Estes são os stakehol- sentado a seguir:
ders (definidos como o conjunto de sujeitos, individu-
ais ou coletivos, naturais ou jurídicos, que tenham al- “Esse projeto tem como objetivo aperfeiçoar as rela-
gum interesse em quaisquer processos e/ou resulta- ções entre os órgãos da Administração Pública e os
dos organizacionais), os clientes externos e internos cidadãos, no âmbito de suas atribuições institucionais,
com quem são estabelecidos quaisquer relacionamen- atendendo à diretriz do Projeto de Reforma do Estado,
tos de valor e que serão agrupados em dois conjuntos de localização das ações nas necessidades do cida-
de públicos: internos e externos. dão, atuando nas seguintes áreas:
38 Degrau Cultural
Como já foi dito na seção imediatamente anterior a esta, Trata-se, como se pode perceber, do relativamente co-
existe uma relação cada vez mais estreita entre a co- nhecido conceito de e-government, ou governo eletrô-
municação organizacional no âmbito da gestão públi- nico, que inclui, além das três aplicações mencionadas,
ca e as questões referentes à tecnologia da informa- mecanismos de fiscalização e prestação de contas do
ção, organização e cidadania, decorrente da incorpo- gestor público aos cidadãos, como é o caso da disponi-
ração progressiva e intensa da tecnologia da infor- bilização de dados orçamentários em sítios eletrônicos.
mação aos processos comunicacionais e relacionais
que se estabelecem entre as organizações públicas Neste sentido, realizou-se em 2003, na cidade de Ge-
e seus clientes internos e externos. nebra (Suíça) a primeira reunião da Cúpula Mundial
É tal incorporação que ocasiona o desenvolvimento das sobre a Sociedade da Informação, assim relatada em
chamadas redes organizacionais, que podem ser es- termos gerais por MEDEIROS & GUIMARÃES02:
tabelecidas entre:
a) diferentes pessoas e/ou instâncias de uma mesma “Em 2003, com a participação de representantes de
organização (pessoas em um mesmo órgão ou setor, 176 países, a Cúpula discutiu não somente o papel
ou órgãos de uma mesma organização); das tecnologias como ferramentas na Sociedade da
b) organizações e seus diferentes clientes externos, Informação, mas também a dimensão humana que
que no âmbito público caracteriza a chamada comunica- pode ser explorada com base no aproveitamento das
ção G2C (comunicação entre governo e clientes/cidadãos); TIC. Os resultados das discussões – com temas con-
c) diferentes organizações públicas, no sentido da co- troversos como a governança mundial da Internet – fo-
municação colaborativa conhecida como comunicação ram explicitados por meio de uma Declaração de Prin-
G2G (comunicação entre governos). cípios e um Plano de Ação com objetivos a serem al-
cançados pelos países até 2015 (Cúpula Mundial so-
Tais redes organizacionais são estabelecidas por meio bre a Sociedade da Informação, 2004)”.
das conexões em rede entre computadores, seja em
nível interno (caso das chamadas intranets), seja em Os mesmos autores relatam que no Brasil foi instituí-
nível externo (internet). do, por Decreto Presidencial de 03 de abril de 2000, um
Grupo de Trabalho Interministerial (o Grupo de Traba-
Vê-se portanto que um dos temas fundamentais rela- lho em Tecnologia da Informação – GTTI), com a finali-
cionados a esse “novo patamar de qualidade públi- dade de examinar e propor políticas, diretrizes e nor-
ca”, no âmbito da comunicação organizacional e da mas relacionadas com as novas formas eletrônicas
tecnologia da informação, diz respeito à utilização da de interação, no contexto da política do governo para
rede mundial de computadores, a internet, a serviço lançar as bases da criação de uma sociedade digital
da cidadania. Neste sentido, merece destaque o pro-
grama Sociedade da Informação, assim apresentado
por SILVEIRA01:
02
MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos & GUIMARÃES, Tomás de
01
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Governo e sistema Aquino. O estágio do governo eletrônico no Brasil em relação ao
de informação: de arquipélago a continente. IN: Revista do Ser- contexto mundial. IN: Revista do Serviço Público, Ano 55, n. 1
viço Público, Ano 53, n. 2, abr-jun/2002. Brasília: ENAP, 2002. e 2 (Jan-Jun/2004). Brasília: ENAP, 2004.
Degrau Cultural 39
CÓD.: 0863
INSS - TÉCNICO DO SEGURO SOCIAL
ESP.: COMPLEMENTO
09/10
40 Degrau Cultural