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A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA NO CONTEXTO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

RESUMO
Ao apresentar a síntese acerca da contemporaneidade da História buscamos uma
retrospectiva do processo evolutivo da historiografia, partindo das primeiras tentativas de
estruturação da História como Ciência. A façanha inicial foi provocar a refração entre a
História mítica e os fatos ocorridos e, pertinentes. Mais tarde a História passa a focar
distintos objetos de estudo, dos fatos aos personagens isolados. Quando finalmente se
instala como ciência investigativa sofre grande influência do cristianismo e se torna
justificativa para o Teocentrismo. Já no século XIX surge a análise da História sob os
aspectos econômico e social. E finalmente no século XX nasce a visão holística do estudo
da História que agrega todos os fatores envolvidos em um mesmo grau de importância,
onde todos são atores do momento histórico.
Palavras – chaves: História; Processos; Atores.
1 INTRODUÇÃO
A Historiografia como ciência apresenta um papel relevante para as sociedades, pois
através dela podemos centralizar e planejar nossas ações no presente, bem como no
futuro. A descrição que se segue tenta traçar o caminho percorrido pela História até a
chegada do cientificismo e deste até o século vinte. É a partir de Heródoto, o "pai da
História", que partimos nesta tentativa de demonstrar de forma simplificada e didática a
trajetória percorrida, dos tempos míticos e religiosos até o ceticismo contemporâneo. É
bem verdade que o historiador deveria ser isento de parcialidade na descrição dos fatos
ocorridos, mas é sabido que a história é descrita pelos vencedores e / ou sobreviventes,
portanto, a parcialidade faz parte do sintomatismo humano que pode ser motivado por
pressões, perseguições, interesse financeiro, enaltecimento do ego ou mesmo pela
emoção mais primitiva da humanidade - a paixão.
O amparo para o trabalho monográfico ficará centralizado na web-bibliografia, em
bibliografias e apostilas. Como o espaço histórico ocupado na descrição será vasto, as
principais correntes históricas e seus representantes passarão por uma condensada
análise. Através desta cronologia evolutiva do processo historiográfico passaremos o
compreender as características das sociedades, nossas concepções e certezas acerca do
pensamento ocidental.
A forma mais aceita e comumente usada apresenta a historiografia dividida em três fases
distintas como mostra o Processus histórico: a fase pré-científica que engloba as
historiografias Grega, Romana, Cristã - medieval e Renascentista; a fase de transição, em
que se destacam as historiografias Racionalista ou Iluminista, Liberal e Romântica e,
finalmente; a fase científica em que temos o Positivismo, o Historicismo, o Materialismo
Histórico no século XIX, a escola dos Annales e a História Nova em pleno século XX.
2 GÊNESE DA HISTORIOGRAFIA
O processo histórico tem início na Grécia com Heródoto de Halicarnasso que em pleno
século V a.C, realiza as primeiras tentativas de investigação do passado, eliminando tanto
quanto possível, o aspecto mitológico. A história começa a abandonar o estudo das
"coisas divinas" e começa a preocupar-se com as "coisas humanas". Heródoto procurou,
além disso, estabelecer uma causalidade entre os fatos históricos e os motivos que os
determinam. Além de Heródoto, a historiografia grega contou com outros personagens
importantes dentre eles destacam-se Xenofontes, Ctéssia, Teopompo, Filisto, Timeu e
Tucídides (ouvinte / espectador de Heródoto). Tucídides destaca–se pela maneira como
afronta os métodos de Heródoto, exigindo maior imparcialidade e fidelidade aos fatos
históricos narrados por ele.
Com a influência do maior império já visto, o Romano, destacam – se especialmente, Tito
Lívio, Tácito, Suetônio, Sêneca e Júlio César (descrições de campanhas militares e
aspectos culturais de povos sub-julgados), porém o modelo a ser seguido permaneceu o
grego. Devemos mencionar ainda que os estudiosos romanos ativeram-se mais aos
aspectos do império, deixando claro sua parcialidade e preconceito. Numa análise geral,
podemos afirmar que a historiografia Greco-Romana se caracteriza por um sentido
pragmático, didático e principalmente com os Romanos, pelo surgimento de um espírito de
exaltação nacional.
Com o advento da Idade Média a historiografia sofre um retrocesso e passa a apresentar
relações teológicas que lhe imprimem um caráter providencialista, apocalíptico e
pessimista. Deus passa a estar no centro das preocupações humanas. É o Teocentrismo.
A preocupação do historiador passa a ser a justificação da vinda do filho de Deus ao
Mundo, e depois desse evento, analisar as suas repercussões.
A chegada do Renascimento introduz grandes alterações na historiografia, tornando-se de
novo o homem o objeto de estudo. Assiste-se a um ressurgimento da herança cultural da
Antiguidade Clássica, acompanhado de um desenvolvimento muito sensível das ciências
auxiliares da História, como, por exemplo, a Antropologia, a Arqueologia, a Paleontologia,
etc. É o tempo do Antropocentrismo.
O período que antecede e acompanha a Revolução Francesa vai ser caracterizado por
grandes filósofos, tais como Voltaire, Montesquieu e Jean Jacques Rosseau, que irão
lançar as bases filosóficas de um novo Mundo. Como é óbvio isto irá refletir-se no estudo
da História e dá-se uma nova orientação do sentido de estudo, atribuindo-se mais
importância ao estudo das sociedades do que propriamente das grandes personalidades.
A historiografia Liberal e Romântica que surgiria na seqüência do movimento liberal que
"invadiu" a Europa em pleno século XIX, irá debruçar-se sobre o Homem e as sociedades.
É uma História eminentemente regionalista, com grande simpatia pela Idade Média
(advento das nacionalidades) e que introduz subjetividade na narrativa. É um período de
grande divulgação cultural, há um alargamento de público. Segundo Silva (2005):
Com Auguste Comte são lançadas às bases do Positivismo, é a aplicação da filosofia às
ciências da Natureza. Institui-se um método que ainda hoje é, na sua essência, utilizado e
a fim de contrariar a subjectividade romântica, o papel do historiador passa a traduzir-se
na pesquisa dos factos (pesquisa particularmente cuidada) e na sua subsequente
organização, fazendo a sua exposição através de uma narrativa tão impessoal quanto
possível.
Surge decorrente do Positivismo o termo Historicista que apregoa aspectos subjetivos e
interpretativos acerca dos fatos históricos. A partir do Positivismo, somando as análises
subjetivas dos aspectos econômicos como processos evolutivos das sociedades que surge
mais tarde o que conhecemos hoje por materialismo Histórico, proposto por Marx e
Engels. A evidência desta influência econômica é explicito quando usamos termos como
luta de classes e identificamos o capital como mola mestra neste desenvolvimento social.
Os tecidos sociais descritos hoje são constituídos, reorganizados e afrontam-se devido à
exigência de mercado e este por sua vez depende dos aspectos economicistas. Outro
aspecto de inconvergência é o próprio homem que deixa mais uma vez de ser ator e passa
a ser estudado como componente de massa. Vários são os aspectos contributivos do
Marxismo para o processo histórico e por conseqüente para a Histografia. A própria escola
dos Annales herda grandes contribuições do Marxismo, fica evidente esta influência na
descrição proposta por Souza (2006, p. 55):
A escola dos Annales tinha o desejo de formular uma síntese histórica global, que
problematizasse as mentalidades, as técnicas e a economia. Essa escola historiográfica
desacreditava o estudo de fatos e personagens isolados, em função da sua intenção de
problematizar a demografia, a mentalidade e a economia.
Já no século vinte apontamos com a História Nova, uma corrente historiográfica que prima
pelos vários aspectos que devem ser observados pelo historiador. Ignorar ou potencializar
aspectos como os políticos, culturais, econômicos, religiosos ou qualquer outra fonte de
análise, significa ser segmentado e retornar ou manter-se atado aos paradigmas dos
modelos tradicionalistas. O que tornou a História Nova uma coqueluche mundial dentro
das principais universidades é sua capacidade de interação, pois a mesma passa a
problematizar o processo histórico, passando os segmentos da sociedade de meros
coadjuvantes a atores sociais.
3 CONCLUSÃO
Para percebermos a magnitude da história na contemporaneidade foi preciso acompanhar
os traços evolutivos dos processos históricos, suas mais distintas correntes e
principalmente situá-las no contexto histórico. Outro aspecto imensamente relevante são
os objetivos focados e a análise descrita dos mesmos nos distintos períodos. Podemos
citar um dos fatores, os olhos postos sobre o homem, nos primórdios da historiografia ele
passa a ser secundário, a visão partia da perspectiva teológica, reinava a figura do Deus
ou Deuses. Mais tarde passa a ser personificada, são as figuras humanas que ocupam o
lugar central das descrições.
Antes de completarmos a análise gênica da História é bom lembrar que a mesma admite
avanços em suas interpretações, bem como, retrocesso. Este retrocesso pode ser
evidenciado na Idade média quando a religião permeia a maioria dos historiadores e por
conseqüente os seus estudos históricos passam a ser Teocêntricos, porém com
predomínio do monoteísmo e da impregnação cristã da história.
É graças à escola dos Annales e a História Nova que passamos a interpretar a História de
uma forma integrada e interacionista, onde não mais um personagem ou fato isolado atua
como verdade única e absoluta sobre toda uma época ou período. Percebemos hoje que a
História tem um papel importantíssimo na interpretação da evolução das sociedades e do
pensamento ocidental, fica claro que boa parte de nossas mazelas são conseqüências de
uma carga histórica herdada e que não podemos compreender nossas características se
não conhecemos a gênese das nossas instituições.
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