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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

LICENCIATURA EM QUÍMICA APLICADA


Capítulo 1 – Interface com a Indústria

C. A. BERNARDO

Minho University Department of Polymer Engineering


Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

● Programa da disciplina
Capítulo 1. Introdução
1.1 A disciplina Higiene e Segurança dos Plásticos
Objectivos e metodologia da disciplina. Método de avaliação.
Bibliografia recomendada. História da Saúde e Segurança no trabalho
1.2 Ferramentas de apoio à decisão
Análise de risco. Conceito de risco. Isolinhas de risco. Medidas de
protecção e de prevenção. Determinação de um nível de risco social e
economicamente aceitável. Análise de Ciclo de Vida (LCA)
Capítulo 2. Interface com a indústria
2.1 Incêndios
O fogo. Incêndios. Fases de desenvolvimento de um incêndio. Fumo e
produtos de combustão. Implementação de uma política de segurança
contra incêndios. Equipamento de segurança.

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● Programa da disciplina (cont./)


2.2 Poeiras
Definições. Tempo de permanência e velocidade de assentamento.
Características das poeiras. Poeiras respiráveis de maior
importância na saúde ocupacional. Métodos para reduzir a produção
de poeiras. Ventilação forçada localizada
2.3 Ruído
Definições. Níveis e frequências sonoros típicos. Medição de níveis
sonoros. Determinação do nível sonoro combinado correspondente
a emissões de fontes sonoras simultâneos. Definição e medição de
Nível Sonoro Contínuo Equivalente, Leq. Testes audiométricos.
Sonotraumatismo. Correcção para a idade dos sujeitos testados.
Controlo do ruído. Actuação na origem, na propagação e no
receptor. Isolamentos

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● Programa da disciplina (cont./)


Capítulo 3. Interface com o Ambiente
3.1 O impacto dos plásticos no ambiente
O impacto visual dos plásticos. Os plásticos e o lixo. A recolha e
tratamento de lixos: aterros sanitários, compostagem, pirólise e
incineração
3.2 A reciclagem de plásticos
Níveis de reciclagem. Reciclagem primária (reprocessamento)
dos desperdícios gerados no processamento. Reciclagem
secundária (material) de plásticos a pós-consumo para produzir
novos produtos. Reciclagem terciária (pirólise) para obter
reagentes e combustíveis. Reciclagem quaternária (incineração)
para produzir energia. Comparação dos diferentes niveis de
reciclagem

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● Programa da disciplina (cont./)


Capítulo 4. Interface com o consumidor
4.1 A segurança do consumidor
A posição do problema. A importância de listas positivas de
polímeros e aditivos. Os plásticos na embalagem alimentar.
4.2 A legislação internacional e nacional
A legislação nos países da União Europeia. A normalização
portuguesa sobre Higiene a Segurança de Plásticos. Métodos de
ensaio.
4.3 Casos de aplicação
A electricidade estática gerada pelos plásticos. Os plásticos na
construção civil. O poliestireno e o poli(cloreto de vinilo) na
embalagem alimentar

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● Objectivos e metodologia e avaliação da disciplina


● Objectivo - Transmitir justificadamente a filosofia básica da S&S:
¾ encontrar um nível de risco que seja social e eticamente aceitável
e, ao mesmo tempo, economicamente suportável pela indústria
(de plásticos e conexa)
● Metodologia – Aulas teóricas, teórico-práticas e práticas (determinação
de níveis sonoros), folhas de problemas para resolução individual,
monografias para elaboração e apresentação em grupo
● A avaliação da disciplina é feita de acordo com a fórmula:
N = 0.1xC + 0.4xT + 0.5xE
onde:
C - é a nota relativa à avaliação contínua, com base nos exercícios resolvidos
T - é a nota da monografia, a qual deve ser entregue até à data do exame final
E - é a nota do exame, a qual deve ser igual ou superior a 9 valores
N - é a nota final (o aluno é aprovado se tiver nota final ≥ a 9.5 valores )

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● Bibliografia recomendada
1º e 2º capítulos
– Saúde e Segurança na Industria de Plásticos, C.A. Bernardo, J. A.
Covas, edição APIP/IAPMEI (1982)
- Introdução à Gestão Ambiental: a Avaliação do Ciclo de Vida de
Produtos, Paulo Cadete Ferrão, IST Press, Lisboa, 1998:

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● Bibliografia recomendada (cont.)


1º e 2º capítulos (cont.)
- Manual de Higiene e Segurança do Trabalho, A. Sérgio Miguel,
Porto Editora, 5ª Edição (2000)
3º capítulo
– Frontiers in the Science and Technology of Polymer Recycling, G.
Akovali et al. (editores), NATO ASI Series, vol. 351, Kluwer
Academic Publishers, Dordrecht (1998)
4º capítulo
– Compatibilidade de Embalagens de Plástico e Alimentos, Isilda
Andrade (1988)
- Normas diversas

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Tópicos Programáticos Notas Data


1 – Introdução
1.1 – A disciplina de HSP 1ª aula 11/09/06
1.2 – Ferramentas de apoio à decisão 2ª aula 11/09/06
1.3 - Análise de Ciclo de Vida 2ª aula 1909/06
2- Interface com a industria
2.1 – Incêndios 2ª aula 19/09/06
2.2 – Poeiras 3ª aula 21/09/06
2.3 – Ruído 4ª aula 27/09/06
* 5ª aula (TP/P) 02/10/06
Apresentação e selecção de monografias 5 ª aula 02/10/06 * Aula prática e teórico-prática
3 – Interface com o ambiente sobre medição de ruído e
audiometria
3.1 – Impacto dos plásticos no ambiente 6 ª aula 03/10/06
** Aula teórico-prática sobre
3.2 – Reciclagem 7 ª aula 03/10/06
algoritmos de previsão de
3.3 – Reprocessamento 7 ª aula 09/10/06 propriedades
** 8 ª aula (T/TP) 10/10/06 *** Tempo atribuído a aulas deve
4 – Interface com o consumidor ser para usado para preparar as
4.1 – A segurança do consumidor 9 ª aula 16/10/06 monografias, com eventual ajuda do
professor, presente nos tempos
4.2 – A legislação nacional e internacional 9ª aula 16/10/06
lectivos
4.3 - Casos de aplicação 10ª aula 17/10/06
# Aula teórico-prática de
Elaboração das monografias*** 11ª a 26ªaulas 17/10 a 18/12/06 apresentação e discussão das
Apresentação pública de monografias# 27ª aula 19/12/06 monografias

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● Visão Global
CAPÍTULOS
NÍVEIS TÓPICOS

INTERFACE COM O PESSOAL NOS • Problemas decorrentes dos materiais ~10-15%


A INDÚSTRIA

Geral
LOCAIS DE TRABALHO • Problemas decorrentes do equipamento de
transformação específico ≤ 20%

Específico
Problemas gerais da indústria transformadora
(incêndios, ruído, etc.) ~65-70%
• Treino de pessoal para a S&S

INTERFACE COM O AMBIENTE* • IMPACTO DA INDÚSTRIA NO MEIO


AMBIENTE:
- Consumo de recursos energéticos √
- Poluição atmosférica √
- Poluição hídrica √
- Resíduos sólidos. Recuperação. Reciclagem √

INTERFACE COM A SOCIEDADE* • RESPONSABILIDADE DA INDÚSTRIA
COM A SOCIEDADE EM GERAL E OS
CONSUMIDORES EM PARTICULAR

* Principais Problemas

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FERRAMENTAS DE APOIO À DECISÃO

Análise de Riscos, Análise de Ciclo de Vida

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● O conceito de risco
Pode definir-se risco como o produto da probabilidade de um
acontecimento pela gravidade das suas consequências
Num diagrama cujos eixos quantificam essa probabilidade e
gravidade, as linhas referentes a um risco constante -
isolinhas de risco - serão hipérboles equiláteras

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O conceito de risco (cont./)


● As isolinhas de risco dividem o plano do diagrama em duas
regiões, uma correspondente ao risco admissível e outra ao
não admissível
● Para cada acontecimento a localização da isolinha é
determinada, explícita ou implicitamente, pela sociedade, de
acordo com o seu grau de desenvolvimento
● As medidas de prevenção diminuem a probabilidade de um
acontecimento ocorrer (translação segundo o eixo das
ordenadas) e as medidas de protecção diminuem a
gravidade das suas consequências (translação segundo o
eixo das abcissas)

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O conceito de risco (cont./)


►E riscos, como o das centrais nucleares, são aceitáveis?
● A sociedade convive hoje, aparentemente sem grandes
problemas, consciente ou inconscientemente, com
materiais, tecnologias e comportamentos que implicam
níveis de risco significativamente maiores (o tabaco, o
tráfico automóvel, o consumo continuado de combustíveis
fósseis)
● Se considerarmos a perda da vida como o nível de risco
máximo (isto é, a consequência negativa com maior
ponderação) então viver é a actividade de maior risco, dado
que a probabilidade da morte ‘é absoluta (100%)

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O conceito de risco (cont./)


• Devido ao envelhecimento e consequente perda de
vibratilidade da membrana do tímpano, o risco de perda de
audição por sonotraumatismo (causas acidentais) diminui a
partir de um dado número de anos
Nível
sonoro Anos de exposição
cont. equiv.
[dB(A)] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Quanto menor é a
<80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
85 0 1 3 5 6 7 8 9 10 7
capacidade auditiva
90 0 4 10 14 16 16 18 20 21 15
menor a probabilidade
95 0 7 17 24 28 29 31 32 29 23 da sua perda por
100 0 12 29 37 42 43 44 44 41 33 causas acidentais
105 0 18 42 53 59 60 62 61 54 41
110 0 26 55 71 73 78 77 72 62 45
115 0 36 71 80 87 84 81 75 64 47
Risco de perda acidental de audição (%)

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

•Análise de Ciclo de Vida (ACV)


• A ACV avalia as cargas ambientais associadas a um
dado produto, processo ou actividade, identificando
e quantificando o uso de energia, matéria e de
emissões ambientais e o respectivo impacto,
incluindo a determinação de oportunidades e de
melhorias ambientais
• A avaliação inclui todo o ciclo de vida do produto,
processo ou actividade, envolvendo a extracção e
processamento de matérias-primas, a fabricação, o
transporte e distribuição, o uso/ reutilização/
manutenção e a disposição final

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• Metodologia geral da ACV


Todos os fluxos (materiais, energia, emissões gasosas,
líquidas, sólidas, etc.) que atravessam a fronteira do
sistema em análise são contabilizadas para todo o ciclo
de vida do processo/produto (“do berço à sepultura”)
• Para se poderem manipular e interpretar, agrupam-se os
dados numéricos (através de factores de equivalência
adequados) em cargas ambientais, também chamadas
categorias de impacto (e.g., aquecimento global,
diminuição da camada de ozono, perda de energia, etc.)
• A especificação técnica desta metodologia está descrita
nas normas ISO (ISO 14040:1997, ISO 14041:1998, ISO
14042:2000 e ISO 14043:2000)

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

• Definição da fronteira do sistema em análise

Fonte: A. G. Brito

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• O ciclo de vida dos materiais plásticos


MATÉRIAS-PRIMAS PRODUTOS - Se o custo (ambiental,
4 - Transformação
económico, etc...) 1+2 > 6:

2 - Refinação, polimerização ...


6
reciclagem material
-R
ec
- Se o custo (ambiental,

5 - Utilização
ic
la
ge
m económico, etc...) 1+2 < 6:
m
at
er incineração
ia
l
O impacto ambiental, económico,
PETRÓLEO
etc. da incineração é, de facto:
RESÍDUOS

1–Extracção, transporte
[7 – (1+3)] e não apenas 7
o - Assim: Se (1 + 3) >7, o impacto
3 - Queima

açã
er da incineração será < 0, isto é,
cin
n
-I será favorável
7

¾ O custo do petróleo define normalmente o ponto de


“break-even”, mas só uma análise caso a caso permite
tirar conclusões rigorosas
ENERGIA

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INTERFACE COM O PESSOAL NOS


LOCAIS DE TRABALHO

Incêndios, Poeiras e Ruído


Incêndios, Poeiras e Ruído

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►FOGO

O fogo é uma forma de combustão, um processo químico em que se combinam


chamas com a libertação de uma quantidade significativa de calor resultante do
processo de oxidação exotérmica dos gases ejectados de um combustível

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►FOGO
● O início do fogo dá-se quando um combustível é sujeito a um fluxo de
calor (ignição) na presença de oxigénio, ou de uma substância facilmente
oxidante, e termina quando se esgota um dos reagentes, normalmente o
combustível
● A combustão é uma reacção exotérmica entre um combustível,
frequentemente um composto cuja estrutura contem átomos de carbono,
e um gás (em princípio oxigénio) que, quando é completa, tem como
produtos CO2 e vapôr de água; por exemplo, no caso do metano:
CH4 + 2O2 CO2 + 2H2O + Δ (calor)
Δ

● Como a exotermicidade é elevada o balanço energético é negativo,


isto é, liberta-se globalmente calor para o ambiente, o que garante a
auto-sustentabilidade do processo
● Frequentemente a reacção não é completa, libertando-se gases ou
materiais combustíveis que, ao inflamar-se, dão origem às chamas

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►INCÊNDIOS
● Define-se como incêndio um fogo descontrolado e destrutivo, que pode
pôr em risco edifícios ou grandes áreas de terreno

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• Fases do desenvolvimento de um incêndio num compartimento fechado

Fases: Crescimento Flashover Incêndio maduro Decaimento


Temperaturas: 20 ºC a 400 ºC » 400 °C 1100–1200 °C a 700 ºC 700 a 20ºC

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

Fase de pré-ignição Heating of potential fuel is taking place through a variety of


combustion processes such as smoldering, flaming or radiant
Ignition is the beginning of fire development; at the initial growth phase the
fire will normally be small and localized in a compartment; an accumulation
of smoke and combustion products in a layer beneath the ceiling will
Fase de crescimento gradually form a hotter upper layer, with a relatively cooler and cleaner layer
at the bottom. With sufficient supply of fuel and oxygen and without fire
fighting, the fire will grow larger and release more hot gases to the smoke
layer, which descends as it becomes thicker
Flashover When fire develops into flashover, the radiation from the
[a temperatura da burning flame and the hot smoke layer may lead to an instant
camada superior ignition of unburned materials in the compartment that will be
~600 ºC] completely engulfed in fire and smoke
Incêndio maduro The fire enters a fully developed stage with the rate of heat
[a temperatura do release reaching maximum and the burning rate remaining
compartimento entre substantially steady. The fire may be ventilation or fuel
controlled. Normally, this is the most critical stage where
700 –1200 ºC] structural damage and fire spread (long distance effects) occur
After a period of sustained burning, the rate of burning
Fase de decaimento decreases as the combustible materials is consumed and the
fire now enters the decay phase
Extinção The fire will eventually cease when all combustible materials have
been consumed and no more energy is being released

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►INCÊNDIOS
● Os incêndios em instalações fabris são actualmente os principais
riscos ambientais internos da indústria transformadora
● Face à sequência do desenvolvimento dos incêndios a única forma de
os combater eficazmente é actuar na fase de pré-ignição ou no início da
fase de crescimento, quando ainda estão confinados espacialmente e a
quantidade de material e energia envolvidos são mínimos
● Nestas fases, a intervenção individual, com os meios normalmente
disponíveis (extintores, por exemplo), pode ainda ser eficaz; a partir aí a
única solução possível é a intervenção dos bombeiros
● A detecção precoce de um incêndio implica a existência de um sistema
de detectores de calor ou de fumo, ligados a uma central (que dá o
alarme e identifica a zona de acidente) e eventualmente aos bombeiros
● Em sistemas mais sofisticados, os detectores podem estar ligados a
uma rede de chuveiros (ou de gases abafantes) que disparam
automaticamente numa situação de emergência

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►INCÊNDIOS
● Os chuveiros de incêndios espalham água nos compartimento a partir
do tecto quando um fluxo de calor pre-determinado atinge um bolbo com
um líquido (a vermelho na figura) que dilata e o faz quebrar disparando
automaticamente o sistema; assim, a acção dos aspersores é individual,
isto é, compartimento a compartimento

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS
● Poeira é a designação genérica dada a partículas sólidas de
dimensões muito pequenas, típicamente inferiores a 500 μm;
abaixo de um determinado diâmetro, estas partículas podem ser
facilmente dispersas e transportadas na atmosfera
● O tempo de permanência na atmosfera depende do diâmetro (ø)
e da densidade das partículas e também da turbulência do ar;
partículas com ø > 100 µm têm velocidades de assentamento de
≈ 0,4 m/s e não causam problemas - a experiência mostra que
para uma velocidade do vento média de 16 m/s estas partículas
assentam entre 6 a 9 metros do ponto de emissão
● As partículas com menores ø, isto é, com velocidades de
assentamento menores, têm maiores tempos de permanência
na atmosfera e podem ser transportadas a distâncias
consideráveis do ponto de emissão

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

Tempestade de poeira no Texas em 1935

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
● Para além da poeira o ar pode transportar outra matéria particulada, sólida
ou líquida, como fumos, humidade, e bioaerossóis
● O fumo consiste em partículas de carvão ou carbono ou gotículas de
alcatrão com ø < 0,1 µm, que resultam da combustão incompleta de
materiais carbonáceos como a madeira, o carvão ou o petróleo
● Se a poeira aerotransportada tiver ø < 10 µm pode ter acesso aos
pulmões; a inalação de poeira é a principal causa de doenças pulmonares
conhecidas por Pneumoconiosis, que incluem uma doença ocupacional
que ocorria com frequência nos trabalhadores das minas de carvão
(conhecida por doença dos pulmões negros)
● Acredita-se que há 4 factores críticos e interrelacionados que podem
influenciar o impacto da poeira aerotransportada na saúde, a sua natureza
química, a dimensão, o tempo de exposição e a concentração na zona de
respiração da pessoa exposta

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

● Analisaremos só 2 destes factores, a natureza e a dimensão das poeiras

1. Natureza química Poeiras

Poeiras inorgânicas Poeiras orgânicas

Metálicas Não-Metálicas Sintéticas Naturais

Com Sílica Animais Vegetais

Sílica combinada Sílica livre

Cristalina Amorfa
Adaptado da Circular 8503 do US Bureau of Mines, Fevereiro de 1971

Exemplos são a areia (inorgânica, não-metálica, sílica livre, cristalina), o


algodão (orgânico, natural, vegetal) e o asbesto (inorgânico, não-metálico)

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
Para se poderem entender os efeitos na saúde da dimensão das poeiras
é necessário ter uma ideia da constituição dos pulmões

pulmão direito
traqueia

brônquio esquerdo
principal

bronquíolos

região alveolar

Estrutura básica dos pulmões

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►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
● O tamanho das partículas determina a possibilidade de se
fixarem nos pulmões e o local onde essa fixação pode ocorrer;
as partículas com ø > 10 – 20 µm tendem a ficar retidas no nariz,
boca ou garganta
● Independentemente da localização, desde que a poeira se
deposite no sistema respiratório, constituindo um risco para a
saúde diz-se inalável
● Deve notar-se que o tamanho não é um critério absoluto, já que
partículas com certas geometrias, por exemplo, plaquetas finas
ou fibras com comprimento maior que 10 μm, podem aceder
aos pulmões dadas as suas propriedades aerodinâmicas

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
● As partículas com 7 < ø < 10 µm, tendem a ficar retidas nos brônquios
ou nos bronquíolos e a não penetrar na região alveolar, e designam-se
por inspiráveis
● As partículas de ainda menores dimensões, com 0,5 < ø <7 μm, que
podem penetrar nos alvéolos, a zona de permuta gasosa dos pulmões,
designam-se por respiráveis
● As partículas ainda mais pequenas, com 0,5 < ø não assentam nos
pulmões, já que a sua velocidade terminal é demasiado baixa para terem
tempo de se depositar nos alvéolos antes de serem exaladas numa das
expirações seguintes
● Assim, os problemas de saúde ocupacional colocam-se sobretudo para
as poeiras respiráveis às quais se tem dirigido o essencial da legislação

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
● A dimensão das poeiras pode exprimir-se em termos do diâmetro
“equivalente” (ou “aerodinâmico”) de uma partícula esférica de densidade
unitária com a mesma velocidade de assentamento terminal
● Pode ligar-se este diâmetro com os conceitos anteriores pelas chamadas
curvas de penetração que o relacionam com a % de“respirabilidade”
% de respirabilidade

Diâmetro aerodinâmico equivalente (μm)


Curva de penetração com ponto de corte a 50% correspondente a 5 μm

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
● Em ambientes onde se produzam ou manipulem poeiras respiráveis
devem usar-se soluções preventivas, que terão de ser optimizadas
conforme as situações concretas como se mostra na figura seguinte
Aspiração geral
da oficina

Arrastamento
por água

Ventilação Forçada
Localizada

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

►POEIRAS (cont.)
● A ventilação forçada localizada apresenta sobre a aspiração geral de
toda a oficina as vantagens de evitar a contaminação dos outros
postos de trabalho, de não ser necessário usar equipamento
respiratório protectivo e de diminuir em cerca de uma ordem de
grandeza o volume do ar deslocado
● Para além disso, como a velocidade de sucção do ar diminui muito
rapidamente com a distância ao ponto de aspiração, a energia
necessária para eliminar a mesma quantidade de poeira é muito menor
● Outras soluções passam pela diminuição ou eliminação da geração de
poeiras na fonte, utilizando matérias-primas alternativas, como os
masterbatches na industria dos plásticos, ou por soluções operativas
adequadas, como a utilização de sistemas automáticos de ensacagem
e pesagem, a diminuição da altura das descargas, ou a redução da
velocidade das correias transportadoras

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● O som é uma forma de energia emitida por uma fonte em vibração
que, comprimindo o ar, se propaga através dele de forma simétrica
(esférica); quando é desagradável e indesejável é, em geral,
designado por ruído
● O ruído é possivelmente o maior problema ambiental interno da
indústria moderna
● O som é caracterizado pela sua amplitude (traduzido no nível de
pressão sonora, SPL ) e frequência de vibração; o ouvido humano
consegue apreender sons com frequências entre 20 Hz e 20 kHz
(ciclos por segundo) e intensidade de 0 a 140 dB (decibéis)
SPLi (dB) = 20 log (Pi/P0)
● P0, limite inferior de pressão sonora audível é = 20 µPa (0 dB); o
limite superior é 2 x108 µPa (140 dB)

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO PRESSÃO SONORA


NIVEL DE PRESSÃO
SONORA, SPL

Limiar de
segurança

Limiar de
conforto

Ruído

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● O nosso aparelho auditivo é mais sensível a sons intensos e de altas
frequências e pode sofrer lesões mais ou menos irreversíveis, em função
da intensidade e do tempo de exposição

SPL, dB

A legislação limita a
intensidade de
segurança a 85 dB,
sendo 80 dB um valor
desejável e 90 dB um
limite a não ultrapassar
em absoluto
Frequência, Hz

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● Para monitorar o nível de pressão sonora num ambiente de trabalho,
usam-se aparelhos electro-acústicos, ditos sonómetros, que podem fazer
medidas directas da intensidade do som em função da frequência

Sonómetro Brüel & Kjaer modelo 2250

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● O microfone do sonómetro converte o som recebido numa voltagem
eléctrica; depois de pré-amplificado o sinal passa por um rede de
ponderação A, B ou C, que simula electronicamente a resposta do ouvido
humano
● O sinal resultante alimenta um detector rms, que o converte num valor
directamente relacionado com a quantidade de energia sonora medida;
esse valor aparece como um número em decibéis no mostrador do
sonómetro
● Para simular as características do ouvido humano, que não é igualmente
sensível a todas as frequências, os sonómetros têm a possibilidade de
introduz redes de ponderação nas medições; estas redes são circuitos
electrónicos cuja sensitividade varia com a frequência, de forma
semelhante aquela como o ouvido humano percebe os sons
● Existem 3 redes de ponderação principais, designadas por A, B e C, cujo
espectro está representado na figura seguinte

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO

Factores de ponderação (dB)

Frequência
Redes de ponderação usadas em sonometria
Como a rede A mostrou, na prática, reflectir melhor a resposta do ouvido
humano é a mais usada e normalmente referida nas normas de segurança

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● Quando as medições mostram que o SPL no ambiente laboral é excessivo,
devem tomar-se medidas correctivas, sob pena dos trabalhadores
desenvolverem a prazo lesões sonotraumáticas, com a concomitante perda
de audição; esta perda é função do valor do SPL e do empo de exposição:
Nível
sonoro Anos de exposição
cont. equiv.
[dB(A)] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
<80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
85 0 1 3 5 6 7 8 9 10 7
90 0 4 10 14 16 16 18 20 21 15
95 0 7 17 24 28 29 31 32 29 23
100 0 12 29 37 42 43 44 44 41 33
O risco de surdez
sonotraumática
105 0 18 42 53 59 60 62 61 54 41
diminui com a perda
110 0 26 55 71 73 78 77 72 62 45
115 0 36 71 80 87 84 81 75 64 47
de audição natural
Risco de perda acidental de audição (%)

● A este processo sobrepõe-se a perda de audição natural por diminuição


de vibratilidade da membrana do tímpano resultante do envelhecimento

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► O RUÍDO
● Para seguir a perda de audição devem fazer-se regularmente testes de
audiometria cujos audiogramas nos dão os limiares de audibilidade
Frequência (Hz)

Perda de audição (dB)

Ouvido esquerdo
Ouvido direito

Lesão
causada pelo
ruído

Num audiograma 0 dB definem o limite de audição normal a uma dada frequência;


pontos < 0 denotam perda de audição e acima (dB negativos) representam níveis a
que, devido às diferenças individuais, certas pessoas conseguem ouvir

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► O RUÍDO
● As medidas correctivas ou preventivas podem ser de várias naturezas:
i - Redução do ruído na fonte/ optimização da posição dos equipamentos;
ii - Isolamento da fonte de ruído;
iii - Rotação dos postos de trabalho;
iv - Tratamento acústico do edifício
● Os custos aumentam e a eficácia diminui, em princípio , de i para iv
● A redução de ruído na fonte/ optimização da posição dos equipamentos
obedecem a procedimentos específicos e são seguramente as melhores
soluções quando podem ser aplicadas, designadamente na fase de
planificação e instalação
● Pode também implementar-se a rotatividade dos postos de trabalho de
modo a limitar o tempo em que os operários estão expostos a níveis e
frequências de ruído preocupantes
● Se tudo isto for insuficiente, então ter-se-á que proceder ao isolamento do
ruído na fonte, introduzindo barreiras acústicas, totais ou parciais

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
Exemplo de protecção acústica total de um equipamento

● Esta solução, alternativa a colocar o equipamento numa sala isolada,


permite reduzir o nível sonoro que incide nos operadores de 25 a 30 db(A),
consoante o material utilizado, mas implica limitação do acesso e só se
pode usar em casos específicos, por exemplo em compressores

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
Exemplos de protecções acústicas parciais

PLACAS CORTINAS ACÚSTICAS [-15 dB(A)]

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Ano lectivo 2006/07 Disciplina de Higiene e Segurança dos Plásticos

► O RUÍDO
● Se todas estas medidas não forem suficientes, e se for viável,
poder-se-á fazer o tratamento acústico do edifício
● Este tratamento, que deve ser sempre feito aquando da construção,
permite reduzir o nível sonoro médio transmitido pelas paredes e
tectos entre 3 e 10 dB(A), mas não afecta minimamente o som
transmitido directamente da fonte para o ouvido no seu interior
● Em limite, os trabalhadores terão de usar protectores auditivos

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