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C. A. BERNARDO
● Programa da disciplina
Capítulo 1. Introdução
1.1 A disciplina Higiene e Segurança dos Plásticos
Objectivos e metodologia da disciplina. Método de avaliação.
Bibliografia recomendada. História da Saúde e Segurança no trabalho
1.2 Ferramentas de apoio à decisão
Análise de risco. Conceito de risco. Isolinhas de risco. Medidas de
protecção e de prevenção. Determinação de um nível de risco social e
economicamente aceitável. Análise de Ciclo de Vida (LCA)
Capítulo 2. Interface com a indústria
2.1 Incêndios
O fogo. Incêndios. Fases de desenvolvimento de um incêndio. Fumo e
produtos de combustão. Implementação de uma política de segurança
contra incêndios. Equipamento de segurança.
● Bibliografia recomendada
1º e 2º capítulos
– Saúde e Segurança na Industria de Plásticos, C.A. Bernardo, J. A.
Covas, edição APIP/IAPMEI (1982)
- Introdução à Gestão Ambiental: a Avaliação do Ciclo de Vida de
Produtos, Paulo Cadete Ferrão, IST Press, Lisboa, 1998:
● Visão Global
CAPÍTULOS
NÍVEIS TÓPICOS
Geral
LOCAIS DE TRABALHO • Problemas decorrentes do equipamento de
transformação específico ≤ 20%
•
Específico
Problemas gerais da indústria transformadora
(incêndios, ruído, etc.) ~65-70%
• Treino de pessoal para a S&S
* Principais Problemas
● O conceito de risco
Pode definir-se risco como o produto da probabilidade de um
acontecimento pela gravidade das suas consequências
Num diagrama cujos eixos quantificam essa probabilidade e
gravidade, as linhas referentes a um risco constante -
isolinhas de risco - serão hipérboles equiláteras
Fonte: A. G. Brito
5 - Utilização
ic
la
ge
m económico, etc...) 1+2 < 6:
m
at
er incineração
ia
l
O impacto ambiental, económico,
PETRÓLEO
etc. da incineração é, de facto:
RESÍDUOS
1–Extracção, transporte
[7 – (1+3)] e não apenas 7
o - Assim: Se (1 + 3) >7, o impacto
3 - Queima
açã
er da incineração será < 0, isto é,
cin
n
-I será favorável
7
►FOGO
►FOGO
● O início do fogo dá-se quando um combustível é sujeito a um fluxo de
calor (ignição) na presença de oxigénio, ou de uma substância facilmente
oxidante, e termina quando se esgota um dos reagentes, normalmente o
combustível
● A combustão é uma reacção exotérmica entre um combustível,
frequentemente um composto cuja estrutura contem átomos de carbono,
e um gás (em princípio oxigénio) que, quando é completa, tem como
produtos CO2 e vapôr de água; por exemplo, no caso do metano:
CH4 + 2O2 CO2 + 2H2O + Δ (calor)
Δ
►INCÊNDIOS
● Define-se como incêndio um fogo descontrolado e destrutivo, que pode
pôr em risco edifícios ou grandes áreas de terreno
►INCÊNDIOS
● Os incêndios em instalações fabris são actualmente os principais
riscos ambientais internos da indústria transformadora
● Face à sequência do desenvolvimento dos incêndios a única forma de
os combater eficazmente é actuar na fase de pré-ignição ou no início da
fase de crescimento, quando ainda estão confinados espacialmente e a
quantidade de material e energia envolvidos são mínimos
● Nestas fases, a intervenção individual, com os meios normalmente
disponíveis (extintores, por exemplo), pode ainda ser eficaz; a partir aí a
única solução possível é a intervenção dos bombeiros
● A detecção precoce de um incêndio implica a existência de um sistema
de detectores de calor ou de fumo, ligados a uma central (que dá o
alarme e identifica a zona de acidente) e eventualmente aos bombeiros
● Em sistemas mais sofisticados, os detectores podem estar ligados a
uma rede de chuveiros (ou de gases abafantes) que disparam
automaticamente numa situação de emergência
►INCÊNDIOS
● Os chuveiros de incêndios espalham água nos compartimento a partir
do tecto quando um fluxo de calor pre-determinado atinge um bolbo com
um líquido (a vermelho na figura) que dilata e o faz quebrar disparando
automaticamente o sistema; assim, a acção dos aspersores é individual,
isto é, compartimento a compartimento
►POEIRAS
● Poeira é a designação genérica dada a partículas sólidas de
dimensões muito pequenas, típicamente inferiores a 500 μm;
abaixo de um determinado diâmetro, estas partículas podem ser
facilmente dispersas e transportadas na atmosfera
● O tempo de permanência na atmosfera depende do diâmetro (ø)
e da densidade das partículas e também da turbulência do ar;
partículas com ø > 100 µm têm velocidades de assentamento de
≈ 0,4 m/s e não causam problemas - a experiência mostra que
para uma velocidade do vento média de 16 m/s estas partículas
assentam entre 6 a 9 metros do ponto de emissão
● As partículas com menores ø, isto é, com velocidades de
assentamento menores, têm maiores tempos de permanência
na atmosfera e podem ser transportadas a distâncias
consideráveis do ponto de emissão
►POEIRAS (cont.)
● Para além da poeira o ar pode transportar outra matéria particulada, sólida
ou líquida, como fumos, humidade, e bioaerossóis
● O fumo consiste em partículas de carvão ou carbono ou gotículas de
alcatrão com ø < 0,1 µm, que resultam da combustão incompleta de
materiais carbonáceos como a madeira, o carvão ou o petróleo
● Se a poeira aerotransportada tiver ø < 10 µm pode ter acesso aos
pulmões; a inalação de poeira é a principal causa de doenças pulmonares
conhecidas por Pneumoconiosis, que incluem uma doença ocupacional
que ocorria com frequência nos trabalhadores das minas de carvão
(conhecida por doença dos pulmões negros)
● Acredita-se que há 4 factores críticos e interrelacionados que podem
influenciar o impacto da poeira aerotransportada na saúde, a sua natureza
química, a dimensão, o tempo de exposição e a concentração na zona de
respiração da pessoa exposta
Cristalina Amorfa
Adaptado da Circular 8503 do US Bureau of Mines, Fevereiro de 1971
►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
Para se poderem entender os efeitos na saúde da dimensão das poeiras
é necessário ter uma ideia da constituição dos pulmões
pulmão direito
traqueia
brônquio esquerdo
principal
bronquíolos
região alveolar
►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
● O tamanho das partículas determina a possibilidade de se
fixarem nos pulmões e o local onde essa fixação pode ocorrer;
as partículas com ø > 10 – 20 µm tendem a ficar retidas no nariz,
boca ou garganta
● Independentemente da localização, desde que a poeira se
deposite no sistema respiratório, constituindo um risco para a
saúde diz-se inalável
● Deve notar-se que o tamanho não é um critério absoluto, já que
partículas com certas geometrias, por exemplo, plaquetas finas
ou fibras com comprimento maior que 10 μm, podem aceder
aos pulmões dadas as suas propriedades aerodinâmicas
►POEIRAS (cont.)
2. Dimensão das poeiras
● As partículas com 7 < ø < 10 µm, tendem a ficar retidas nos brônquios
ou nos bronquíolos e a não penetrar na região alveolar, e designam-se
por inspiráveis
● As partículas de ainda menores dimensões, com 0,5 < ø <7 μm, que
podem penetrar nos alvéolos, a zona de permuta gasosa dos pulmões,
designam-se por respiráveis
● As partículas ainda mais pequenas, com 0,5 < ø não assentam nos
pulmões, já que a sua velocidade terminal é demasiado baixa para terem
tempo de se depositar nos alvéolos antes de serem exaladas numa das
expirações seguintes
● Assim, os problemas de saúde ocupacional colocam-se sobretudo para
as poeiras respiráveis às quais se tem dirigido o essencial da legislação
►POEIRAS (cont.)
● A dimensão das poeiras pode exprimir-se em termos do diâmetro
“equivalente” (ou “aerodinâmico”) de uma partícula esférica de densidade
unitária com a mesma velocidade de assentamento terminal
● Pode ligar-se este diâmetro com os conceitos anteriores pelas chamadas
curvas de penetração que o relacionam com a % de“respirabilidade”
% de respirabilidade
►POEIRAS (cont.)
● Em ambientes onde se produzam ou manipulem poeiras respiráveis
devem usar-se soluções preventivas, que terão de ser optimizadas
conforme as situações concretas como se mostra na figura seguinte
Aspiração geral
da oficina
Arrastamento
por água
Ventilação Forçada
Localizada
►POEIRAS (cont.)
● A ventilação forçada localizada apresenta sobre a aspiração geral de
toda a oficina as vantagens de evitar a contaminação dos outros
postos de trabalho, de não ser necessário usar equipamento
respiratório protectivo e de diminuir em cerca de uma ordem de
grandeza o volume do ar deslocado
● Para além disso, como a velocidade de sucção do ar diminui muito
rapidamente com a distância ao ponto de aspiração, a energia
necessária para eliminar a mesma quantidade de poeira é muito menor
● Outras soluções passam pela diminuição ou eliminação da geração de
poeiras na fonte, utilizando matérias-primas alternativas, como os
masterbatches na industria dos plásticos, ou por soluções operativas
adequadas, como a utilização de sistemas automáticos de ensacagem
e pesagem, a diminuição da altura das descargas, ou a redução da
velocidade das correias transportadoras
► O RUÍDO
● O som é uma forma de energia emitida por uma fonte em vibração
que, comprimindo o ar, se propaga através dele de forma simétrica
(esférica); quando é desagradável e indesejável é, em geral,
designado por ruído
● O ruído é possivelmente o maior problema ambiental interno da
indústria moderna
● O som é caracterizado pela sua amplitude (traduzido no nível de
pressão sonora, SPL ) e frequência de vibração; o ouvido humano
consegue apreender sons com frequências entre 20 Hz e 20 kHz
(ciclos por segundo) e intensidade de 0 a 140 dB (decibéis)
SPLi (dB) = 20 log (Pi/P0)
● P0, limite inferior de pressão sonora audível é = 20 µPa (0 dB); o
limite superior é 2 x108 µPa (140 dB)
Limiar de
segurança
Limiar de
conforto
Ruído
► O RUÍDO
● O nosso aparelho auditivo é mais sensível a sons intensos e de altas
frequências e pode sofrer lesões mais ou menos irreversíveis, em função
da intensidade e do tempo de exposição
SPL, dB
A legislação limita a
intensidade de
segurança a 85 dB,
sendo 80 dB um valor
desejável e 90 dB um
limite a não ultrapassar
em absoluto
Frequência, Hz
► O RUÍDO
● Para monitorar o nível de pressão sonora num ambiente de trabalho,
usam-se aparelhos electro-acústicos, ditos sonómetros, que podem fazer
medidas directas da intensidade do som em função da frequência
► O RUÍDO
● O microfone do sonómetro converte o som recebido numa voltagem
eléctrica; depois de pré-amplificado o sinal passa por um rede de
ponderação A, B ou C, que simula electronicamente a resposta do ouvido
humano
● O sinal resultante alimenta um detector rms, que o converte num valor
directamente relacionado com a quantidade de energia sonora medida;
esse valor aparece como um número em decibéis no mostrador do
sonómetro
● Para simular as características do ouvido humano, que não é igualmente
sensível a todas as frequências, os sonómetros têm a possibilidade de
introduz redes de ponderação nas medições; estas redes são circuitos
electrónicos cuja sensitividade varia com a frequência, de forma
semelhante aquela como o ouvido humano percebe os sons
● Existem 3 redes de ponderação principais, designadas por A, B e C, cujo
espectro está representado na figura seguinte
► O RUÍDO
Frequência
Redes de ponderação usadas em sonometria
Como a rede A mostrou, na prática, reflectir melhor a resposta do ouvido
humano é a mais usada e normalmente referida nas normas de segurança
► O RUÍDO
● Quando as medições mostram que o SPL no ambiente laboral é excessivo,
devem tomar-se medidas correctivas, sob pena dos trabalhadores
desenvolverem a prazo lesões sonotraumáticas, com a concomitante perda
de audição; esta perda é função do valor do SPL e do empo de exposição:
Nível
sonoro Anos de exposição
cont. equiv.
[dB(A)] 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
<80 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
85 0 1 3 5 6 7 8 9 10 7
90 0 4 10 14 16 16 18 20 21 15
95 0 7 17 24 28 29 31 32 29 23
100 0 12 29 37 42 43 44 44 41 33
O risco de surdez
sonotraumática
105 0 18 42 53 59 60 62 61 54 41
diminui com a perda
110 0 26 55 71 73 78 77 72 62 45
115 0 36 71 80 87 84 81 75 64 47
de audição natural
Risco de perda acidental de audição (%)
► O RUÍDO
● Para seguir a perda de audição devem fazer-se regularmente testes de
audiometria cujos audiogramas nos dão os limiares de audibilidade
Frequência (Hz)
Ouvido esquerdo
Ouvido direito
Lesão
causada pelo
ruído
► O RUÍDO
● As medidas correctivas ou preventivas podem ser de várias naturezas:
i - Redução do ruído na fonte/ optimização da posição dos equipamentos;
ii - Isolamento da fonte de ruído;
iii - Rotação dos postos de trabalho;
iv - Tratamento acústico do edifício
● Os custos aumentam e a eficácia diminui, em princípio , de i para iv
● A redução de ruído na fonte/ optimização da posição dos equipamentos
obedecem a procedimentos específicos e são seguramente as melhores
soluções quando podem ser aplicadas, designadamente na fase de
planificação e instalação
● Pode também implementar-se a rotatividade dos postos de trabalho de
modo a limitar o tempo em que os operários estão expostos a níveis e
frequências de ruído preocupantes
● Se tudo isto for insuficiente, então ter-se-á que proceder ao isolamento do
ruído na fonte, introduzindo barreiras acústicas, totais ou parciais
► O RUÍDO
Exemplo de protecção acústica total de um equipamento
► O RUÍDO
Exemplos de protecções acústicas parciais
► O RUÍDO
● Se todas estas medidas não forem suficientes, e se for viável,
poder-se-á fazer o tratamento acústico do edifício
● Este tratamento, que deve ser sempre feito aquando da construção,
permite reduzir o nível sonoro médio transmitido pelas paredes e
tectos entre 3 e 10 dB(A), mas não afecta minimamente o som
transmitido directamente da fonte para o ouvido no seu interior
● Em limite, os trabalhadores terão de usar protectores auditivos