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Macapá – AP.
Agosto de 1997.
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ.
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL APLICADO.
Macapá – AP.
Agosto de 1997.
Dedicatória
À minha esposa Altanedes Feitosa
Mendes pela colaboração na realização
deste trabalho.
SUMÁRIO.
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 03
I - Panorama do Pensamento Filosófico..................................................................... 05
II- Os Pré-Socráticos................................................................................................. 07
III- Sócrates e os Sofistas........................................................................................... 12
IV - A Moral Socrática............................................................................................... 14
V- Platão.................................................................................................................... 17
VI- Aristóteles............................................................................................................. 21
CONCLUSÃO............................................................................................................. 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 26
INTRODUÇÃO.
A história da Filosofia Ocidental tem seu início considerado com a Escola Jônica nas
colônias gregas da Ásia Menor, cujo fundador é Tales de Mileto em fins do séc. VII A.C. e
cujos nomes principais dessa Escola são: Anaxemandro e Anaximas. Todos de Mileto.
Também chamada Escola de Mileto.
Antônio Xavier Teles, assim nos explica esta escola:
“Foi a primeira escola filosófica grega. Deparou-se logo aos primeiros pensadores gregos
da Jônia o seguinte problema: era necessário descobrir um princípio (gr.: um arqué) de
tal maneira que dele se pudessem tirar, como conseqüências racionais ou lógicas, as
explicações para os fenômenos restantes da natureza. Este princípio poderia ser de um
ponto de vista lógico ou mental, uma proposição extremamente geral, a partir da qual
fosse possível extrair conclusões válidas. Poderia ser também no campo físico alguma
coisa material que por força de transformações e mutações, desse origem a todas as coisas
e a todos os acontecimentos. Não deve ter sido fácil aos primeiros filósofos chegar a esse
princípio. Sua descoberta provavelmente exigiu longa meditação. É bom lembrá-lo para
que se possa revelar certa ingenuidade de algumas destas primeiras explicações racionais
ou teorias filosóficas.” (Introdução ao Estudo de Filosofia, 1974, p. 24).
II - OS PRÉ-SOCRÁTICOS.
A Escola Jônica.
Segundo Aristóteles (Metafísica 1.3) - livro onde fala no Tales de Mileto número
indicando o trecho. A maioria dos escritos deles se perdeu, alguns têm apenas fragmentos.
Segundo Aristóteles, Tales teria pesquisado o princípio de todas as coisas ARKÉ - o
problema gira em torno de achar o princípio primordial de todas as coisas e a sua substância
primordial seria a água em estado de umidade. Esta afirmativa é justificada por Tales que a
água está presente em todos os objetos, nos alimentos, nos animais, etc.
É atribuído a Tales um fragmento em que ele diz que tudo está cheio de deuses chama-
se a isso Hilozoismo, animificação da matéria.
O que há de importante em Tales é o fato em que ele foi o primeiro a considerar a
totalidade das coisas.
Sucedeu a Tales na direção da Escola de Mileto. Escreveu uma obra cujo título é o
mesmo que foi dado a maioria dos escritos pré-socráticos “sobre a natureza”.
A maioria dos autores concorda que Anaximandro teria sido o 1º a usar o termo arké _
origem, princípio.
Um fragmento seu refere-se a uma unidade primordial a todas as coisas a que ele
denomina apeiron = grandioso, ilimitado.
Para ele um princípio primordial a todas as coisas não poderia ser uma substância
limitada como a água teria que ser algo preexistente e que permita compreender tudo o que é
limitado. As gêneses das coisas a partir do ilimitado (apeiron) são explicadas pela separação
dos contrários em conseqüência do movimento eterno siclicamente o que está separado volta
a integrar-se a unidade primordial.
Escola Pitagórica.
Escola Eleática.
E acrescenta.
Os sofistas pretendiam saber tudo e não criam na verdade; Sócrates faz profissão de
ignorância e ensina aos seus ouvintes a procurar somente a verdade. Sua obra foi de
conversão. Mostrou a razão orientando-a para a verdade, isto é, para aquilo para o qual ela foi
feita. Grande poder de contemplação filosófica. Absorvia-se na meditação.
Os atenienses desciam retribuir com a cicuta oferecendo ao velho Sócrates, a mais
bela morte que a sabedoria puramente humana pode condicionar.
Método Socrático: não consistia em anunciar teorias e sim em fazer perguntas e
analisar as respostas de maneira sucessiva até chegar a verdade, ou a contradição do
enunciado. Chamava isto de maiênctica, que em grego (parto das idéias).
Na moral socrática é que se originaram todas as escolas éticas que encheram a Grécia
e o império após Sócrates.
1- Cínicos.
2- Cirenaicos.
3- Megáricos.
Moral: é uma constante na Filosofia cabe questionar até que ponto ela é inerente. As
normas variam de sociedade para sociedade, de cultura para cultura, mas é uma característica
do ser humano.
Moral de Sócrates - identifica a racionalidade com eticidade. Fundador da ciência
moral mediante a doutrina que identifica eticidade com racionalidade, ação racional. Virtude
e inteligência, razão, ciência.
Gnosiologia Socrática.
IV - A MORAL SOCRÁTICA.
É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates ensina a bem pensar para bem viver. O
meio único de alcançar a felicidade ou semelhança com Deus, fim supremo do homem, é a
prática da virtude. A virtude adquiri-se com a sabedoria ou, antes com ela se identifica. Esta
doutrina uma das mais características da moral socrática, conseqüência natural do erro
psicológico de não distinguir a vontade da inteligência. A virtude é disposição última e
radical do homem. Esta virtude é ciência. O homem é mau por ignorância, é necessário que
cada um conheça a sua areté (virtude) o sentido imperativo de Sócrates, é “Conhece-te a ti
mesmo” (o homem deve conhecer seu interior) por meio do saber.
Sócrates reconhece também acima das leis mutáveis e escritas, a existência de
uma lei natural independente do arbítrio humano, universal, fonte primordial de todo direito
positivo, expressão da vontade divina promulgada pela voz interna da consciência.
Sublime nos lineamentos gerais da ética, Sócrates em prática, sugere quase
sempre a utilidade como motivo e estímulo da virtude. Esta feição utilitarista empana-lhe a
beleza moral do sistema.
Sócrates foi o primeiro filósofo a considerar a moral como uma doutrina ética
significando ação racional. Para Sócrates, virtude é inteligência, razão, ciência, não
sentimento, rotina, costume, tradição, lei positiva, opinião comum. Ele identificava
conhecimento e virtude. O homem teria que agir de acordo com a sua razão. Identificava
também ignorância e vício.
Etnicamente falando Virtude seria ações repetidas que levam ao bem e o Vício ações
repetidas que levam ao mal.
Sócrates não sabe nem pode precisar este bem, esta felicidade, precisamente porque
lhe falta uma metafísica. Sócrates traça o caminho que será percorrido mais tarde por Platão e
Aristóteles. Entretanto não sabe indicar em que consiste o bem do homem.
Moral Socrática.
V - PLATÃO - 428-347 A. C.
Morreu em Atenas. Cognome - Segundo alguns livros, testa e ombros largos: Platão.
Nome: Arístocles, discípulo de Sócrates - continuador da doutrina socrática, espécie
de biógrafo de Sócrates. Platão mistura a Filosofia sua com a do Sócrates.
Escreveu 13 cartas e 36 diálogos.
A expressão literária de Platão se desenvolve mais na forma de diálogos e cartas.
Metafísica Platônica.
Teoria do Ser.
Psicologia Platônica.
Almas - psique.
Cosmologia Platônica.
Cosmo = mundo
Cosmo Platônico resulta de dois princípios opostos; as idéias e a matéria.
O Demiurgo ajusta o caos da matéria pelo modelo das idéias introduzindo-lhes a alma.
Essa doutrina pode ser chamada pan-psiquismo.
Pan - que tudo tem alma, que tudo tem vida.
Moral Platônica.
A natureza do homem é racional, por isso na razão o homem realiza sua humanidade.
A ação racional realiza o sumo bem que é ao mesmo tempo felicidade e virtude. No entanto
essa natureza encontra no corpo não um instrumento, mas um obstáculo. A moral Platônica é
uma moral de renúncia, acética em que o homem realiza seu destino em outro mundo, o das
idéias.
Política Platônica: da natureza social do homem Platão deriva o Estado. E a
necessidade de distinção em classes filósofos, guerreiros produtores e escravos.
(Filósofos seriam destinados a governador).
(Guerreiros da ordem tanto interno como externo).
Platão não hesita em sacrificar a família e a riqueza dos particulares em função do
Estado, daí o Comunismo Platônico.
VI – ARISTÓTELES.
“Foi o pensador que maior influência exerceu no pensamento medieval europeu. Nasceu
na Estagira, na Trácia. Seu pai era médico da corte macedônica. Aos dezoito anos, tendo
sido enviado a Atenas para realizar seus estudos, tornou-se discípulo de Platão. Em 343
A.C., foi nomeado professor de Alexandre Magno e continuou neste emprego até que
Alexandre, com dezesseis anos, foi declarado maior de idade pelo pai. Ocupou a seguir o
cargo de regente. Tudo o que se gostaria de saber a respeito das relações entre Alexandre
e Aristóteles está envolto em mistério. Sabe-se ao certo que esteve sob a orientação do
filósofo apenas durante três anos (dos treze aos dezesseis). Hegel acha que a influência de
Aristóteles sobre o discípulo foi imensa e que o exemplo de Alexandre demonstra a
utilidade prática da filosofia. A respeito deste parecer do pensador alemão, comenta ª W.
Benn: ‘seria lamentável que a Filosofia não tivesse melhor testemunho a seu favor do que
o caráter de Alexandre.... Se não foi de Aristóteles, foi da própria cultura grega que o
grande Conquistador adquiriu imensa admiração pela civilização helênica, divulgando-a
por todas as partes por onde andou.” (Introdução ao Estudo de Filosofia, 1974, p.35/6).
Gnosiologia.
“Todo homem, diz Aristóteles, está naturalmente desejoso de saber, isto é, o desejo de
saber é inato; ele já se manifesta na criança pelos ‘porquês’ e os ‘como’ que ela não cessa
de formular; é ele o princípio das ciências, cujo fim primeiro não está em fornecer ao
homem os meios de agir sobre a natureza, mas inicialmente em satisfazer sua natural
curiosidade.
Se o desejo de saber é assim essencial do homem, deve ser universal no tempo e no espaço.
E é bem isto, certamente, o que nos ensina a história. Não há povo, por mais atrasado, em
que se não manifeste este pendor natural do espírito, que é, por sua vez, tão antigo quanto
a humanidade” (Curso de Filosofia, 1957, p. 17).
Ontologia.
Cosmologia Aristotélica.
Escolástica – Platão.
CONCLUSÃO.
Após esses estudos tem-se que a grande importância que o pensamento filosófico de
Sócrates, Platão e Aristóteles têm para o Direito, consiste em que definiram a justiça como
principal valor do homem e que o conhecimento filosófico se caracteriza pelas reflexões
críticas racionais, numa conduta reflexiva.
Para Sócrates a Filosofia é um recomeçar sem fim, sempre desconfiando das verdades
permanentes, para fazer a revisão das verdades do mundo e do homem.
Existe acima das leis mutáveis e escritas, uma lei natural independente do arbítrio
humano da qual se origina todo o direito positivo, imprimindo Sócrates ao homem um direito
natural, decorrente da sua ação racional.
Sócrates diz que o homem é mau por ignorância, sendo necessário que cada um por
meio do saber conheça a sua areté - virtude. Este é o significado da célebre frase “Conhece-te
a ti mesmo”.
Platão diz que quando a lei reina sobre os governantes e os governos se fazem
obedientes à lei, é o renascer da salvação, e quando recorre à força a polis e a sociedade pode
ficar em decomposição.
Já Aristóteles quando analisa a justiça, diz que ela não é parte da virtude, mas a
virtude em si mesma. Ao contrário a injustiça não é parte do vício, mas o vício inteiro.
A grande sabedoria que emana do pensamento destes filósofos fornece os princípios
de filosofia geral, necessários para que se faça uma reflexão crítica do direito,
problematizando na realidade presente, analisando na razão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.
JOLIVET, Regis. Curso de Filosofia. 3ª Ed. Rio de Janeiro. Livraria Agir Editora, 1957.
TELES, Antonio Xavier. Introdução ao Estudo de Filosofia. 10ª Ed. São Paulo. Ed. Ática
Ltda, 1974.