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ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
INTRODUÇÃO A
ADMINISTRAÇÃO
HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO............................................................................................................3
DEFININDO A ADMINISTRAÇÃO..............................................................................................................4
O SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO...................................................................................................4
POR QUE ESTUDAR ADMINISTRAÇÃO?.................................................................................................5
TEORIA ADMINISTRATIVA........................................................................................................................6
Conhecimentos Descritivos..........................................................................................................................7
Conhecimentos Prescritivos.........................................................................................................................7
OBJETIVOS E CAMPO DE APLICAÇÃO DA TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO......................8
QUAL IDÉIA É MELHOR?............................................................................................................................9
A ADMINISTRAÇÃO NO PASSADO.........................................................................................................11
LINHA DO TEMPO DA ADMINISTRAÇÃO.............................................................................................15
O ADMINISTRADORE SUAS FUNÇÕES...................................................................................................21
FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR............................................................................................................22
FUNÇÕES E PROCESSOS...........................................................................................................................24
PRINCÍPIOS BÁSICOS ................................................................................................................................25
PROCESSO ADMINISTRATIVO.................................................................................................................27
PLANEJAMENTO.........................................................................................................................................28
ORGANIZAÇÃO...........................................................................................................................................33
DIREÇÃO OU COORDENAÇÃO................................................................................................................34
LIDERANÇA.................................................................................................................................................35
CONTROLE ..................................................................................................................................................38
SISTEMA DECISÓRIO..................................................................................................................................41
PROCESSO DECISORIAL........................................................................................................................................43
AMBIENTES DE DECISÃO......................................................................................................................................44
TIPOS DE DECISÃO DO ADMINISTRADOR...........................................................................................45
TIPOS BÁSICOS DE DECISÃO...................................................................................................................46
AS DECISÕES NAS ORGANIZAÇÕES.........................................................................................................................47
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS.....................................................................................................................................47
TÉCNICAS DE SOLUÇÃO DE PROBLEMAS...................................................................................................................49
O AMBIENTE ORGANIZACIONAL...........................................................................................................51
CONCEITO DE AMBIENTE......................................................................................................................................53
DINAMISMO DO AMBIENTE...................................................................................................................................56
RELAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÃO E SEU AMBIENTE..................................................................................................58
INFLUENCIAÇÃO DO AMBIENTE..............................................................................................................................59
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HISTÓRICO DA
ADMINISTRAÇÃ
O
3
DEFININDO A ADMINISTRAÇÃO
O SIGNIFICADO DA ADMINISTRAÇÃO
4
própria. A escolha entre um ou outro modelo depende do modelo e da cultura de
administração.
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certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de
pessoas”.
Sempre houve organizações de grande porte, orientadas para a eficácia na
realização de seus objetivos - governos, Igreja, forcas armadas, sociedades de negócios -
que sempre desempenharam papel importante na sociedade.
Na atualidade, as organizações assumiram importância sem precedentes na
sociedade e na vida das pessoas. Tente fazer uma lista das organizações com as quais você
está envolvido ou se relaciona de alguma forma. Da empresa onde você trabalha ao
supermercado, da fábrica de seu carro à concessionária, da prefeitura à companhia de
eletricidade, da companhia telefônica ao sindicato de sua categoria profissional, a lista
parece interminável. Há poucos aspectos de sua vida que não sejam influenciados por
alguma espécie de organização. A sociedade moderna é uma sociedade organizacional, em
contraste com as sociedades comunitárias do passado.
Na sociedade organizacional, muitos produtos e serviços essenciais para a simples
sobrevivência somente se tornam disponíveis quando há organizações empenhadas em
realizá-los. A qualidade de vida depende delas em grande parte: serviços de saúde,
fornecimento de energia, segurança pública, controle de poluição - tudo depende de alguma
empresa ou organização pública.
É dramático o impacto do mau funcionamento de uma organização de grande porte
sobre a sociedade. Considere por exemplo a quebra de um banco, como aconteceu com o
Econômico em 1995. Funcionários perdem o emprego, correntistas perdem o dinheiro,
contribuintes são obrigados a arcar com as conseqüências. Pense numa cidade inundada, e
você vai se lembrar da Prefeitura, pense em pessoas despreparadas, e você vai se lembrar
do baixo nível das escolas, pense na necessidade de pagar planos de saúde ou pensão, ou
nas filas nos hospitais públicos, e você vai se lembrar do governo que não trabalha como
deveria. Muitos problemas que você enfrenta têm sua origem na inexistência ou
ineficiência de algum tipo de organização.
Organizações bem administradas são importantes por causa desse impacto sobre a
qualidade de vida da sociedade. Administradores bem preparados, portanto, são recursos
sociais importantes. Essa predominância das organizações e sua importância para a
sociedade moderna, bem como a necessidade de administradores competentes, estão na
base do desenvolvimento da teoria geral da administração.
TEORIA ADMINISTRATIVA
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A teoria geral da administração é o corpo de conhecimentos a respeito das
organizações e do processo de administrá-las. A teoria geral da administração compreende
dois tipos principais de conhecimentos: descritivos e prescritivos.
Conhecimentos Descritivos
Conhecimentos de natureza descritiva são aqueles que se propõem a explicar. A teoria
descritiva da administração é feita de explicações ou interpretações das organizações e do
processo administrativo. Seu objetivo é entender as organizações e os administradores, para
poder explicá-los.
Em toda descrição encontra-se a interpretação do autor. Diferentes autores, procurando
entender o mesmo evento ou processo, interpretam-no de maneiras diversas ou chegam a
conclusões divergentes. Muito dos conhecimentos descritivos, por isso, são proposições, ou
explicações tentativas, que os autores submetem à apreciação e julgamento do leitor ou
estudante, para que este tire suas próprias conclusões.
O melhor exemplo de interpretação polêmica é a própria definição da administração como
processo de tomar decisões de planejamento, organização, direção e controle. Como
veremos à frente, há autores que divergem desta interpretação e que oferecem proposições
alternativas para explicar o processo administrativo.
Conhecimentos Prescritivos
Há conhecimentos que se propõem a recomendar o que fazer, indicando soluções ou
determinando quais decisões devem ser tomadas. Neste caso, a teoria torna-se prescritiva,
oferecendo alternativas de soluções ou técnicas para resolver problemas e auxiliar os
gerentes a administrar as organizações. Os conhecimentos prescritivos compreendem duas
grandes categorias:
• DOUTRINAS. Doutrinas são declarações de princípios ou valores. Os princípios ou
valores definem o que é importante e onde a atenção deve estar concentrada. Portanto, a
doutrina procura orientar os julgamentos e decisões dos administradores a respeito dos
inúmeros aspectos de seu trabalho.
Por exemplo: o movimento da administração científica definia a eficiência como
prioridade, ao passo que o enfoque da qualidade estabelece que o cliente é a prioridade. É o
mesmo dizer que o primeiro tinha uma doutrina da eficiência e, o segundo, uma doutrina da
satisfação do cliente.
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• TÉCNICAS. Técnicas são soluções para problemas específicos. O problema de estudar a
eficiência de um processo resolve-se com as técnicas do estudo de tempos e
movimentos; o problema de organizar um sistema de administração de projetos resolve-
se com uma estrutura matricial. As técnicas, em geral, agregam-se em métodos. Assim,
o método dos círculos de qualidade compreende técnicas como espinha de peixe e
princípio de Pareto, entre outras.
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• ESCOLA indica um conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque, escolheram o
mesmo aspecto específico para analisar, ou adotaram a mesma linha de raciocínio
teórico. Escola é palavra que também pode indicar autores com diversos enfoques, que
nunca se encontraram ou viveram em épocas e locais diferentes, mas que compartilham
um interesse ou ponto de vista, ou que é possível associar em função de algum critério.
Por exemplo: a escola das relações humanas no trabalho congrega autores e adeptos do
enfoque humanístico; enquanto o movimento da administração científica também pode ser
associado a uma escola, a escola da eficiência e da racionalização do trabalho.
Dependendo da perspectiva, enfoque transforma-se em escola. Assim, por exemplo, o
enfoque da qualidade focaliza a satisfação do cliente, enquanto a escola da qualidade
compreende todos os autores associados a esse enfoque. Uma escola, em resumo, abriga
aqueles que aceitam determinada doutrina.
• MODELO é conceito com dois significados.
• MODELO DE GESTÃO ou MODELO DE ADMINISTRAÇÃO indica conjunto de
doutrinas e técnicas do processo administrativo, em geral associadas a uma base cultural.
Embora não sejam sinônimos, método e modelo são palavras usadas de modo
intercambiável. Em certos casos, estilo é palavra que tem o mesmo sentido.
Por exemplo: o modelo japonês de administração tem ingredientes culturais nacionais e, ao
mesmo tempo, forte influência da escola da administração científica.
• MODELO DE ORGANIZAÇÃO é o que resulta da utilização de determinadas doutrinas
e técnicas. Assim, por exemplo, o modelo burocrático de organização pode ser usado
para explicar tanto as empresas que seguem o modelo japonês quanto as que seguem o
modelo americano ou brasileiro.
Qual é o melhor modelo, enfoque ou escola? Escola da eficiência, modelo japonês, enfoque
humanístico, estilo participativo - qual é melhor?
Tudo depende.
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para outros. Isto fez surgir uma escola de pensamento chamada teoria da situação ou teoria
situacional (contingency theory)." A teoria da situação estabelece que não há maneira de
administrar que seja melhor que outra. No entanto, não é correto concluir que qualquer
enfoque pode funcionar em qualquer situação. A solução "melhor" depende do ambiente da
organização, de sua tecnologia e de vários outros fatores. Em resumo, depende da situação.
Assim, a teoria da situação procura auxiliar os administradores a decidir da melhor maneira
possível para enfrentar cada situação. Em outras partes deste livro, serão feitas referências a
teorias situacionais específicas, como a teoria da liderança situacional e o enfoque
situacional na escolha da estrutura de organização.
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Administração estratégica Organização e ambiente,
eficácia
A ADMINISTRAÇÃO NO PASSADO
O conselho de Jetro foi dado a Moisés cerca de 3.500 anos atrás. Apesar de tão
antigo, continua atual. Ele recomenda que o dirigente concentre-se nas questões mais
importantes e delegue os assuntos rotineiros para seus auxiliares. Além disso, a idéia dos
chefes de 1.000, 100 e 10 é usada até hoje nas organizações que empregam grande
quantidade de pessoas, como as corporações militares e as grandes campanhas de
vacinação.
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Muitas idéias e técnicas da atualidade têm raízes antigas e procuram resolver problemas que as
organizações sempre enfrentaram e continuarão a enfrentar. Ao longo dos séculos, essas idéias e técnicas,
influenciadas pelas circunstâncias de cada momento histórico, evoluíram continuamente. Assim, apesar de os
problemas serem semelhantes, as soluções são diferentes de um momento a outro, porque o contexto está em
continua evolução. A linha do tempo da administração, no final deste capitulo, apresenta eventos importantes
da História da administração e das organizações, com reflexos nos enfoques, modelos e escolas de
administração da atualidade.
A ADMINISTRAÇÃO NO PRESENTE
1. GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA.
A globalização da economia é resultado do processo de abertura e interligação das
economias nacionais, principalmente por meio da eliminação de restrições alfandegárias
(eliminação de reservas de mercado e da proibição de importar certos produtos) e
tributárias (diminuição de impostos sobre produtos importados). A globalização da
economia é resultado dessas medidas, postas em prática por muitos países, e de certas
tendências como:
- Expansão das empresas multinacionais.
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- Formação de blocos econômicos, como Mercado Comum Europeu, Associação Norte-
Americana de Livre Comércio, Mercosul, Associação das Nações do Sudeste Asiático.
- Criação em 1995, no âmbito da ONU, da Organização Mundial do Comércio. À
semelhança de muitos organismos multilaterais, a OMC procura zelar pelo equilíbrio nas
práticas comerciais de seus países-membros.
Uma das principais conseqüências da globalização da economia é a formação de
um mercado mundial: pode-se comprar e vender praticamente qualquer coisa em
praticamente qualquer lugar. Isto, por sua vez, tem outra conseqüência: as empresas devem
tornar-se competitivas em escala global. Devem ser capazes de concorrer com outras
empresas, de outros países, em seus mercados locais e nos mercados para os quais
exportam. Esta característica da economia globalizada contrasta com a situação do passado
recente, em que muitas empresas e ramos de negócios eram protegidos e não precisavam
preocupar-se com a concorrência.
2. TECNOLOGIA INTENSIVA.
Desde que foram introduzidos no mundo das empresas, no princípio dos anos 60,
os computadores vêm influenciando agudamente as organizações e a administração. Nas
empresas, a principal conseqüência dessa expansão foi a automação de processos
produtivos e administrativos que precisavam da intervenção ou presença humana. Por
exemplo, sacar dinheiro do banco, fazer o planejamento das compras de uma unidade
industrial ou controlar a fabricação de peças. Isto, por sua vez, tornou desnecessários
muitos tipos de mão-de-obra e alterou a natureza do trabalho de muitos profissionais. Esse
fato, ao lado dos programas de eficiência, implantados por muitas empresas, e uma das
causas do aumento do desemprego em muitos países, inclusive o Brasil.
Os computadores e outras tecnologias modificaram profundamente as
organizações e a administração. Por exemplo, permitiram acelerar o tratamento da
informação, facilitando a tomada de decisão e o desempenho de inúmeros tipos de tarefas,
especialmente as que envolvem algum tipo de comunicação. Algumas funções de controle,
que os gerentes precisavam realizar pessoalmente, foram absorvidas pelos computadores.
Conseqüentemente, a natureza das atividades gerenciais foi alterada, tornando-se
inseparável dessas tecnologias. Por causa disso, os computadores passaram a fazer parte das
habilidades do administrador moderno.
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No passado, os administradores não precisavam preocupar-se com a poluição
provocada por suas fábricas nem com o nível de emissão de gases dos veículos que
fabricavam. À medida que os problemas provocados pelos danos ao meio-ambiente
tornaram-se mais graves, afetando a saúde e o bem-estar das pessoas, a sociedade reagiu.
Uma conseqüência importante foi a legislação que limita a liberdade de decisão e ação das
empresas. Inúmeras decisões, como localização de empresas, construção, projetos e
embalagem de produtos, o administrador moderno deve tomar levando em conta essa
legislação.
Outras questões que no passado seriam irrelevantes, muitas delas ligadas a
administração de recursos humanos, assumiram dimensão considerável para o empregador
do presente. Saúde e educação do empregado e de sua família, benefícios, participação nos
resultados da empresa, stress do executivo, entre outros, são assuntos que fazem parte da
agenda do administrador moderno.
Por causa desses e de outros problemas, como o crescimento das cidades,
estrangulamento da circulação no trânsito, desemprego e violência, a sociedade humana
passa a ter preocupações cuja solução reside nas decisões de natureza administrativa. A
administração, por isso, torna-se disciplina social cada vez mais importante.
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controle, segurança e desempenho. Hoje, essas empresas continuam vivas e saudáveis, em
muitos casos, mas seus organogramas são completamente diferentes. A partir dos anos 80,
as grandes organizações iniciaram projetos de downsizing, com a conseqüência da
diminuição do número de níveis hierárquicos.
Século XVI, Florença, Maquiavel publica O Príncipe, Papel dos gerentes, processo
um tratado sobre a arte de administrativo.
governar, em que são
enunciadas as qualidades do
dirigente.
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Século XVIII, Estados Unidos Thomas Jefferson descreve para Organização racional do
o Congresso a fabricação de trabalho.
peças intercambiáveis para a
produção de mosquetes na
França.
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princípios da abordagem
científica no estudo e prática da
administração.
Inicio do século XX, Estados Hugo Munsterberg, cientista Seleção de pessoal por meio de
Unidos alemão radicado nos Estados testes, psicologia aplicada à
Unidos, seguidor de Taylor, administração.
estabelece a psicologia aplicada
à administração.
Anos 10, Estados Unidos Em 1910, Henry Ford estabelece Organização racional do
a primeira planta dedicada trabalho, eficiência e
exclusivamente à montagem produtividade.
final, em Kansas City. Em 1912,
o conceito de linha de
montagem, sem mecanização, é
aplicado à fabricação de
motores, radiadores e
componentes elétricos. No
começo de 1914, a Ford adota a
linha de montagem móvel e
mecanizada para a montagem do
chassis. Ford também adota o
dia de trabalho de 8 horas e
duplica o valor do salário, para 5
dólares por dia.
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Estados Unidos William H. Leffingwell propõe a Organização racional do
aplicação da administração trabalho,
científica aos escritórios. administração científica.
Final dos anos 20, Estados Experimento de Hawthorne. Comportamento humano nas
Unidos Surge a escola das relações organizações, psicologia
humanas no trabalho. aplicada à administração.
Anos 50, Estados Unidos Feigenbaum propõe a idéia do Total quality control.
departamento de controle da
qualidade
Anos 50, Japao Especialistas americanos, como Qualidade total, modelo japonês.
Deming, visitam o país para
ministrar cursos de controle da
qualidade.
Anos 50-60, Estados Unidos Guerra Fria entre União Administração de projetos,
Soviética e Estados Unidos. estrutura matricial.
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Desenvolvem-se os grandes
programas de exploração
espacial e defesa nacional.
Anos 70-80, Japão, EUA e Dissemina-se o modelo japonês Qualidade total, trabalho de
Europa de administração. grupo, eficiência total, produção
enxuta.
Anos 80, escala global Tem início a aplicação em larga Automação e reengenharia de
escala de microcomputadores ao processos, empresa do futuro.
trabalho de fábrica e escritório,
às escolas e aplicações
domésticas. Esta expansão altera
a divisão de responsabilidades
nas empresas.
Anos 80, Estados Unidos General Motors e Toyota Modelo japonês no ocidente,
associam-se na NUMMI (New administração participativa.
United Motor Manufacturing
Inc.), que passa a funcionar na
antiga fábrica da GM em
Fremont, California, tornando-se
em pouco tempo uma unidade
exemplar.
Anos 80-90 até passagem para o Acelera-se a utilização de Trabalhador virtual, empresa
século XXI. tecnologias de tratamento de virtual.
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informações e comunicação,
possibilitando a pulverização de
operações das empresas.
Computadores, telefones, fax e
televisão tornam possível
trabalhar, comprar e usar o
banco sem sair de casa.
Anos 80-90 ate passagem para o Abertura das economias Globalização da economia.
século XXI nacionais, enxugamento do
Estado, programas de
estabilização econômica,
mercados globais.
20
O
ADMINISTRADO
RE SUAS
FUNÇÕES
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FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR
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desempenho e o resultado de certas habilidades que o administrador possui e utiliza. Nesse
sentido, habilidade vem a ser a capacidade de transformar conhecimento em ação e que
resulta em um desempenho esperado. Existem três tipos de habilidades importantes para o
desempenho administrativo bem-sucedido.
1 – Habilidades Técnicas: envolvem o uso do conhecimento especializado e facilidades na
execução de técnicas relacionadas com o trabalho e com os procedimentos de realização.
Essas habilidades estão relacionadas com o fazer, isto é, com o trabalho com coisas, como
processos materiais ou objetos físicos e concretos.
2 – Habilidades Humanas: relacionadas com o trabalho com pessoas e referem-se à
facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade de comunicar,
motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos individuais ou coletivos. É preciso saber
trabalhar com pessoas e através das pessoas.
3 – Habilidades Conceituais: envolvem a visão da organização ou da unidade
organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com idéias e conceitos, teorias e
abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a compreender as
várias funções da organização e complementá-las entre si, entendendo como a organização
se relaciona com seu ambiente.
Contudo, essas três habilidades requerem certas competências pessoais para serem
colocadas em ação com êxito. As competências (qualidades de quem é capaz de analisar
uma situação, apresentar soluções e resolver assuntos ou problemas) constituem o maior
patrimônio pessoal do administrador, o seu capital intelectual, a sua maior riqueza. Diante
de todos os desafios existentes em nosso mundo atual, o administrador, para ser bem-
sucedido profissionalmente, precisa desenvolver três competências, a saber:
1 – Conhecimento: todo o acervo de informações, conceitos, idéias, experiências,
aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade. Como o
conhecimento muda a cada instante, em função da mudança e inovação que ocorrem com
intensidade cada vez maior, o administrador precisa atualizar-se constantemente e renová-
lo continuamente.
2 – Perspectiva: significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação, saber
transformar a teoria em prática, aplicar o conhecimento na análise das situações, na solução
dos problemas e na condução do negócio. A perspectiva representa a habilidade de colocar
em ação os conceitos e idéias abstratas que estão na mente do administrador, em visualizar
as oportunidades que nem sempre são percebidas pelas pessoas comuns e transformá-las em
novos produtos, serviços ou ações pessoais. Essa competência dá autonomia e
independência ao administrador, que não precisa perguntar ao chefe o que fazer e como, a
respeito de suas atividades.
3 – Atitude: significa o comportamento pessoal do administrador frente às situações com
que se defronta no seu trabalho. A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas
acontecerem, a maneira de liderar, motivar, comunicar e levar os projetos adiante. envolve
o impulso e a determinação de inovar e a convicção de melhorar continuamente, e,
sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas e influenciá-las.
Essas três competências duráveis constituem a santíssima trindade que conduz o
administrador ao sucesso nas suas atividade. O administrador é que deve ser o agente de
mudança dentro das organizações. É ele quem promove a mudança de mentalidade, cultura,
processos, atividades, produtos ou serviços, etc. é ele que torna as empresas mais eficazes e
competitivas e as orienta para o sucesso em um complexo mundo cheio de mudanças e
competitividade bruta. Com isso, o administrador precisa desenvolver certas características
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pessoais que o tornem líder, como combatividade, assertividade, convicção profunda, não-
aceitação do status quo, inconformismo com a mediocridade e alta dose de espírito
empreendedor.
FUNÇÕES E PROCESSOS
1- Prever – definido como o ato de visualizar o futuro e traçar programas de ação, hoje
é denominado planejamento.
2- Organizar- definido como o ato de compor a estrutura funcional da empresa, hoje é
denominado do mesmo modo.
3- Comandar- definido como o ato de orientar e dirigir o pessoal, hoje é denominado
direção.
4- Coordenar- ato de ligar, unir, harmonizar todos os esforços da empresa em torno de
seu objetivo, é hoje denominado execução.
5- Controlar- definido como o ato de verificar se as ações estão ocorrendo dentro das
normas estabelecidas, é hoje denominado igualmente.
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Com isso entendeu-se que para cada função definida anteriormente estavam
inseridos os cinco atos administrativos. Apesar de cada função necessitar de várias pessoas
com capacidade específica pertinente a função, tais como técnica ou financeira, essas
pessoas deveriam também ser treinadas de maneira organizada para o desempenho da
função administrativa. Essa prática é utilizada ainda hoje.
PRINCÍPIOS BÁSICOS
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13. Iniciativa – é a capacidade de criar situações que favoreçam a execução da tarefa,
podendo sugerir modificações no método em uso. Espera-se que ocorra em todos os
níveis hierárquicos.
14. União – a harmonização entre o pessoal da empresa é um princípio esperado e dá
garantia de que a empresam funcionará com grande vitalidade. É o chamado
espírito de equipe, em que há a idéia de cooperação e não-competição.
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PROCESSO
ADMINISTRATIV
O
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Processo significa uma seqüência de funções que se sucedem; uma maneira
sistemática de fazer as coisas. É um meio, método de conduzir certas atividades. Referimo-
nos à administração como um processo para enfatizar que todos os administradores,
independentemente de seus níveis e funções, se engajam continuamente em certas
atividades inter-relacionadas para alcançar os objetivos desejados. Daí a denominação
processo administrativo, dada ao conjunto e seqüência das funções administrativas.
PLANEJAMENTO
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Nesse sentido, o planejamento fundamenta os próximos estágios do processo
administrativo, como veremos adiante. Assim, o planejamento constitui a função inicial da
administração. Antes que qualquer função administrativa seja executada, a administração
precisa planejar, ou seja, determinar os objetivos e os meios necessários para alcançá-los
adequadamente.
Os planos não somente tornam uma organização bem-sucedida na realização de suas metas
e objetivos, como também funcionam como verdadeiros guias ou balizamentos para
assegurar que:
• A organização obtenha e reúna os recursos necessários para alcançar os seus
objetivos e os integre em um esquema organizacional que garanta coordenação e
integração;
• Os membros da organização possam trabalhar em atividades consistentes rumo a
esses objetivos e através de procedimentos escolhidos;
• O alcance de objetivos possa ser monitorado e avaliado em relação a certos padrões
para proporcionar a ação corretiva necessária caso o progresso não seja satisfatório;
O primeiro passo do planejamento é a definição dos objetivos para a organização.
Uma vez definidos, os programas são estabelecidos para alcançar os objetivos de maneira
sistemática e racional. Ao selecionar objetivos e desenvolver programas, o administrador
deve considerar sua viabilidade e aceitação pelos gerentes e funcionários da organização.
Planejar significa olhar para frente, visualizar o futuro e o que deverá ser feito,
elaborar bons planos e ajudar as pessoas a fazer hoje as ações necessárias para melhor
enfrentar os desafios do amanhã. Em outros termos, o planejamento constitui hoje um
componente essencial em qualquer tipo de organização ou atividade.
Um plano é uma colocação ordenada daquilo que é necessário para atingir os
objetivos. Os planos identificam os recursos necessários, as tarefas a serem executadas, as
ações a serem empreendidas e os tempos a serem seguidos. Eles devem facilitar a ação
requerida e as operações da organização. O planejamento pode estar voltado para a
estabilidade no sentido de assegurar a continuidade do comportamento atual em um
ambiente previsível e estável.
O planejamento pode ser considerado um processo constituído de uma série
seqüencial de seis passos:
• Definir objetivos: esses devem orientar todos os principais planos, servindo de base
aos objetivos departamentais e a todos os objetivos das áreas subordinadas. Os
objetivos devem especificar resultados desejados e os pontos finais a que se
pretende chegar, para se conhecer quais os passos intermediários para chegar-se
onde se deseja.
• Verificar qual a situação atual em relação aos objetivos: deve-se avaliar a situação
atual em contraposição aos objetivos desejados, verificar onde se está e o que
precisa ser feito.
• Desenvolver premissas quanto às condições futuras: premissas constituem os
ambientes esperados dos planos em operação. Trata-se de gerar cenários
alternativos para os estados futuros das ações, analisando o que pode ajudar ou
prejudicar o progresso em direção aos objetivos.
• Analisar as alternativas de ação: trata-se de relacionar e avaliar as ações que devem
ser empreendidas, escolher uma delas para perseguir um ou mais objetivos e fazer
um plano para alcançar os mesmos.
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• Escolher um curso de ação entre várias alternativas: trata-se de uma tomada de
decisão, em que se escolhe uma alternativa e se abandona as demais. A alternativa
escolhida se transforma em um plano para alcance de metas e objetivos.
• Implementar o plano e avaliar os resultados: fazer aquilo que o plano determina e
avaliar cuidadosamente os resultados para assegurar o alcance dos objetivos, seguir
pelo que foi planejado e empreender as ações corretivas à medida que se tornarem
necessárias.
Nem sempre o planejamento é feito por administradores ou por especialistas trancados em
salas e em apenas algumas épocas predeterminadas. Embora seja uma atividade voltada
para o futuro, o planejamento deve ser contínuo e permanente e, se possível, abrangente do
maior número de pessoas em sua elaboração e implementação.
O planejamento em uma organização pode ser visto de três perspectivas diferentes:
Planejamento estratégico, tático e operacional.
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alvo a ser alcançado. Políticas são as diretrizes amplas e gerais para ações que se
relacionam com a realização dos objetivos. Missão é a razão da existência da empresa.
Em resumo, esse nível de planejamento examina as questões principais, olha o
ambiente externo para assegurar de que a abordagem é realista, e determina rumo amplo e
generalizado para a organização. Esse rumo é então escrito e pode ser comunicado para os
componentes internos e externos.
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Operacional Detalhado, específico Curto Orientado para apenas cada
e analítico Prazo tarefa da operação
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ORGANIZAÇÃO
11-Unidade de comando: Cada subordinado tem um superior a quem deve prestar contas
22-Delegação: Compreende designação de tarefas, de autoridade, de responsabilidade
33- Amplitude de controle: Há um limite quanto ao número de posições que podem ser
eficientemente supervisionadas por um único indivíduo.
44- Principio da coordenação ou das relações funcionais: É uma ação globalizada e
convergente, que harmoniza e capitaliza todos os esforços individuais em beneficio do
objetivo comum.
DICAS
Recompensa Referência
(necessidades) (carisma)
Legitimado
(cargo)
O líder eficaz terá de lidar com indivíduos, grupos e metas. A eficácia do líder é
geralmente considerada em termos de grau de realização de uma meta ou combinação de
metas. As mais antigas teorias sobre liderança se preocupavam em identificar os traços de
personalidade capazes de caracterizar os líderes. As críticas à teoria de traços de
personalidade residem em dois aspectos principais. Alguns traços de personalidade
desejáveis no líder.
• Inteligência
• Otimismo
• Calor humano
• Comunicabilidade
• Mente aberta
• Espírito empreendedor
• Habilidades humanas
• Empatia
• Assunção de riscos
• Criatividade
• Tolerância
• Impulso para a ação
• Entusiasmo
• Disposição para ouvir
• Visão de futuro
• Flexibilidade
• Responsabilidade
• Confiança
. • Maturidade
• Curiosidade
• Perspicácia
A Liderança Orientada para as Tarefas ou para as Pessoas
Aplicações Práticas
Esses quatro tipos de liderança podem ser praticados pelo mesmo líder, em várias
situações. A abordagem voltada para a meta sugere mais flexibilidade do que o modelo
contingencial, que afirma que não existe um estilo único e melhor de liderança que seja
válido para toda e qualquer situação. Liderança e visão são dois componentes que se
interpenetram. Cada vez mais, a visão do futuro está constituindo um ingrediente essencial
para a liderança eficaz. Daí a nossa pregação aos administradores: mandem menos e
liderem mais. Os resultados serão impressionantes.
CONTROLE
A pergunta que se faz dentro de uma organização é: como estamos indo? Em que
ponto estamos agora? A pergunta é válida, pois os resultados nem sempre ocorrem de
acordo com o que foi planejado, organizado e dirigido. Torna-se uma função administrativa
que possa monitorar, acompanhar, avaliar, medir e assegurar que a organização esteja no
rumo certo, produzindo os resultados esperados e alcançando os objetivos propostos. O
controle é algo universal: todas as atividades humanas – quaisquer que sejam – sempre
fazem uso do controle, consciente ou inconscientemente.
Quando uma pessoa dirige um automóvel, dança ou escreve uma carta, ela compara
continuamente a direção, o ritmo ou o significado; e se essas atividades não estiverem de
acordo com seus planos, ela efetua as devidas correções. O controle consiste basicamente
em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente determinado. A
essência do controle reside em verificar se a atividade controlada está ou não alcançando os
resultados desejados.
O controle verifica se a execução está de acordo com o que foi planejado: quanto
mais completos, definidos e coordenados forem os planos, tanto mais fácil será o controle.
O desempenho de uma organização e das pessoas que a compõem depende da maneira
como cada indivíduo e cada unidade organizacional desempenham seu papel e se movem
para alcançar os objetivos e metas comuns. O controle é o processo pelo qual são
fornecidas as informações e retroação para manter as funções dentro de suas respectivas
trilhas. É a atividade integrada e monitorada que aumenta a probabilidade de que os
resultados planejados sejam atingidos da melhor maneira.
Pode assumir alguns significados na administração. os três principais são:
11- Controle como função coercitiva: é negativo limitativo, coercitivo, delimitativo,
manipulativo.
22- Controle como sistema automático de regulação: funcionamento automático de um
sistema.
33- Controle como função administrativa: é o controle como parte do processo
administrativo.
Os controles podem ser usados para:
1• . padronizar o desempenho, através de inspeções, supervisão, procedimentos escritos.
2• . proteger os bens da organização de roubos, desperdícios e abusos, através da exigência
de registros escritos, auditoria e divisão de responsabilidade
3• padronizar a qualidade de produtos ou serviços oferecidos pela empresa
4• limitar a quantidade de autoridade que está sendo exercida pelas várias posições ou pelos
níveis organizacionais
5• medir e dirigir o desempenho dos empregados, através de sistemas de avaliação do
desempenho do pessoal, supervisão direta
6• como meios preventivos para o atingimento dos objetivos da empresa, através da
articulação de objetivos em um planejamento.
Fases Do Controle
1
21- Um objetivo, um plano, um alinha de atuação, um padrão, uma norma, uma regra
decisorial, um critério.
32- Um meio de medir a atividade desenvolvida
43- Um procedimento para comparar tal atividade com o critério fixado.
54- Algum mecanismo que corrija a atividade em curso para que alcance os resultados
desejados.
Padrões e Critérios
Os padrões representam o desempenho desejado.
Os critérios representam as normas que guiam as decisões. São balizamentos que
proporcionam meios para se estabelecer o que se deve fazer e qual o desempenho ou
resultado a ser aceito como normal ou desejável.
DICAS
Programas de Ação Corretiva
• Redução de custos;
• Participação dos funcionários;
• Incentivos à produtividade;
• Estabelecimento de objetivos focalizando a produtividade;
• Incremento da automação;
• Melhoria da qualidade;
• Incremento do treinamento dos funcionários;
• Melhores condições trabalhistas;
• Incremento na pesquisa e desenvolvimento (P&D);
SISTEMA
DECISÓRIO
Em nossas vidas, a todo momento, estamos tomando decisões. Na verdade, estamos
sempre tomando decisões a respeito de qual roupa vestir, qual prato escolher, qual bebida
tomar, que tipo de cumprimento dirigir ao chefe, o que fazer de manhã, de tarde ou à noite,
etc. e isso não tem fim. A decisão ocorre sempre quando nos deparamos com cursos
alternativos de comportamento, ou seja, quando podemos fazer algo de duas ou mais
formas diferentes. Essa encruzilhada de alternativas conduz à decisão. Quando só existe
uma única maneira para fazer as coisas, não há decisão a tomar. Assim, a decisão é a
escolha frente a várias alternativas de ação. Decisão envolve sempre opção e escolha.
No nível individual, todas as pessoas estão continuamente percebendo e analisando
situações e tomando decisões a seu respeito. No nível institucional, a situação se complica,
pois todos os administradores estão tomando decisões nos vários níveis organizacionais e
incentivando as pessoas a fazê-lo também, com relação às tarefas a realizar e às metas a
alcançar. Não seria exagero dizer que uma organização é um sistema complexo de tomada
de decisões dos vários membros envolvidos.
Na realidade, a organização é um sistema de decisões em que cada pessoa participa
consciente e racionalmente, escolhendo e decidindo entre alternativas mais ou menos
racionais que se lhes apresentam, de acordo com sua personalidade, motivações e atitudes.
Em outros termos, cada pessoa decide em função de sua interpretação das situações.
Geralmente, é essa interpretação da situação – e não a situação em si mesma – que
determina as decisões das pessoas. Daí seu forte componente psicológico.
A administração é a prática de configurar consciente e continuamente as
organizações. E a arte de tomar decisões é fundamental nessa prática. Tomar decisões é
identificar e selecionar um curso de ação para lidar com um problema específico ou extrair
vantagens em uma oportunidade. Em suma, decidir é uma parte importante do trabalho de
administrar. A tomada de decisão é o processo de escolher um curso de ação entre várias
alternativas para se defrontar com um problema ou oportunidade.
Resolver problemas pode requerer mais de uma decisão a tomar. E a tomada de
decisões sempre lida com problemas. Problema é tudo aquilo que está fora do estabelecido
e que bloqueia o alcance dos resultados esperados. Um problema surge quando um estado
atual de assuntos difere do estado desejado ou quando ocorre algum desvio entre o que
percebemos e as nossas expectativas.
Decidir implica quase sempre uma certa pessoal do tomador da decisão.
Racionalidade significa a capacidade de selecionar os meios necessários para atingir os
objetivos que se pretende; representa a adequação dos meios aos fins desejados. A
racionalidade está implícita na atividade de escolha. O tomador de decisão escolhe uma
alternativa entre várias outras: se ele escolhe os meios apropriados para alcançar um
determinado fim, a sua decisão é considerada racional. Para aumentar a racionalidade do
processo decisório, deve-se incluir os seguintes elementos essenciais:
• A busca de toda informação relevante para o assunto a ser decidido;
• A capacidade de determinar preferências utilizando algum tipo de mensuração
(dinheiro, por exemplo);
• A capacidade de selecionar a alternativa que maximize a utilidade do tomador de
decisão (satisfação) e minimize as conseqüências negativas;
Contudo, todo tomador de decisão quase sempre decide envolvido por forças externas ou
internas que influenciam sua interpretação da situação em que se encontra. E nem sempre o
tomador de decisão tem condições de obter informação suficiente.
Processo Decisorial
É o caminho mental que o administrador utiliza para chegar a uma decisão. Em todas
as decisões, existem certos elementos que sempre estão presentes. Com base nesses
aspectos, podemos adotar um modelo genérico e prescritivo que explica o processo
decisório e que pode ser aplicável a todos os problemas dentro do domínio organizacional.
Os principais elementos presentes no processo são:
• estado da natureza: as condições de incerteza, risco ou certeza que existem no ambiente
que o tomador de decisão deve enfrentar.
• Indivíduo ou grupo que faz uma opção entre várias alternativas. Sempre é influenciado
pela situação em que está envolvido, pelos seus valores pessoais e o envolvimento
social, bem como pelas forças políticas e econômicas que estão presentes.
• Os objetivos: fins ou resultados que o tomador de decisão deseja atingir com suas
ações. Há muita variação no grau em que os objetivos organizacionais são estáveis e
facilmente identificados ou mensurados.
• Preferências: critérios que o tomador de decisão usa para fazer sua escolha.
• Situação: aspectos do ambiente que envolve o tomador de decisão, muitos dos quais
fora do seu controle, conhecimento ou compreensão, e que afetam sua escolha.
• Estratégia: curso de ação que o tomador de decisão escolhe para melhor atingir os
objetivos. Depende dos recursos que ele pode utilizar ou dispor.
• Resultado: a conseqüência ou resultante de uma determinada estratégia.
O processo decisorial ocorre em um determinado ambiente que o influencia
profundamente. Todo tomador de decisão está inserido em uma determinada situação,
pretende alcançar objetivos, tem preferências pessoais e segue estratégias para obter
resultados. O processo decisorial é complexo e desenvolve-se ao longo de seis etapas:
Qual é a essência do problema?
Identificar a Quais os sub-problemas?
situação Veja a situação global e não apenas uma parte
dela.
Ambientes de Decisão
Ambiente de certeza
Ambiente de Risco
O risco ocorre quando se pode predizer os resultados das alternativas com certeza,
mas apenas com uma certa probabilidade. O tomador de decisões tem informação suficiente
sobre os diferentes estados da natureza, mas a quantidade dessa informação e sua
interpretação pelos outros administradores podem variar amplamente e cada um pode
atribuir diferentes probabilidades conforme a sua crença ou intuição, experiência anterior,
expectativas, etc. o ambiente de risco é comum no nível intermediário das organizações.
Ambiente de Incerteza
Decisões Programadas
São as decisões rotineiras utilizadas para resolver problemas cotidianos e repetitivos que
ocorrem regularmente e que podem receber respostas padronizadas. As respostas envolvem
soluções oferecidas pela experiência passada e que excluem ou limitam alternativas. É o
caso da reposição automática de estoque quando algum item cai abaixo de um determinado
nível de inventário. As decisões programadas envolvem condições de certeza. Podem ser
tomadas através de técnicas modernas:
Decisões Não-Programadas
Heurística
Solução de Problemas
A necessidade de decisão ocorre quando surge um problema que exige uma escolha
ou uma mudança. O processo de localizar e perceber problemas nem sempre é muito
racional. Pelo contrário, muitas vezes, é um processo informal e intuitivo. Outras, vezes, é
meramente casuístico, funcionando quando o pior acontece. Além disso, os administradores
diferem profundamente com relação àquilo que cada um considera um problema e à
capacidade de lidar pessoalmente com ele. A formação e a experiência de cada
administrador influencia aquilo que ele vê e percebe como problemas ou oportunidades.
Estudos mostram que os administradores de diferentes departamentos tendem a definir o
mesmo problema em diferentes termos.
Nesse estudo, cada executivo tende a ser mais sensível com aqueles aspectos do
assunto que estão relacionados ao seu próprio departamento, definindo oportunidades e
problemas de acordo com suas perspectivas particulares. Executivos de marketing, por
exemplo, desejam um elevado estoque de produtos acabados e percebem um problema
quando ele está baixo. Os executivos de finanças, ao contrário, percebem uma situação de
estoque elevado como um problema, preferindo um estoque baixo em muitos casos. Tem
Valores e formação pessoal afetam profundamente o reconhecimento de problemas
e de oportunidades. Aspectos como: Qual a diferença entre o estado atual e o estado
desejado dos assuntos? Como fazer com que essa diferença afete nossas chances de
alcançar ou ultrapassar os objetivos para a organização? Se essa diferença é um problema,
como podemos resolvê-lo? Como resolver rapidamente um problema e transformá-lo em
uma oportunidade ou vantagem? Estas são algumas das questões que os administradores
levantam quando definem se uma situação é um problema ou uma oportunidade. Para
resolver essas questões, o administrador deve usar seu julgamento baseado no
conhecimento do ambiente para a sua organização.
É por essa razão que existem sistemas de coleta de informação para melhorar o
papel decisorial do administrador. Contudo, a obtenção de informação é filtrada através dos
valores e formação pessoal de cada administrador. Esses valores e formação também
influenciam os tipos de problemas e oportunidades que ele escolhe para trabalhar. Se o
administrador é motivado principalmente para valores econômicos, ele geralmente tomará
decisões de maneira prática, como as que envolvem produção, marketing ou lucros. Se ele
está particularmente interessado no ambiente natural, ele buscará problemas e
oportunidades com implicações ambientais ou ecológicas. Se sua orientação é política, ele
estará mais interessado em competir com outras organizações ou em seu sucesso pessoal.
Localização de Problemas
Muitas vezes, o administrador desatento precisa ser alertado para a existência de problemas.
Existem quatro situações que alertam o administrador para e existência de possíveis
problemas:
1. Um desvio da experiência passada: significa que um padrão prévio do desempenho da
empresa foi quebrado. Eventos que são sinais de que algum problema está se
desenvolvendo dentro da organização.
2. Um desvio de um conjunto de planos: significa que as projeções ou expectativas do
administrador não estão sendo alcançadas. Eventos que indicam que algo está ficando
fora do planejamento em andamento.
3. Problemas trazidos por outras pessoas: reclamações de clientes sobre a qualidade,
diretores que impõem novos padrões de desempenho aos gerentes, desligamentos de
funcionários, pressões dos fornecedores. Muitas decisões que o administrador toma
diariamente envolvem problemas apresentados por outras pessoas.
4. desempenho dos concorrentes: pode também criar situações de solução de problemas.
Quando outras empresas desenvolvem novos processos ou melhorias nos
procedimentos operacionais, o administrador precisa rever os processos ou
procedimentos em sua organização.
1. Método Cartesiano
Platão utilizava o método dialético e socrático, denominado maiêutica, para formular
perguntas e obter respostas sobre problemas. Suas perguntas eram:
O quê?
Por quê?
Como?
Quando?
Quem?
Onde?
Em 1937, o filósofo René Descartes publicou um livro, O discurso do método,
apresentando uma metodologia sistemática para solução de problemas. O método
cartesiano se assenta em quatro princípios:
• Princípio da dúvida sistemática: não aceitar nada como verdadeiro enquanto não for
conhecido como tal por nossa razão. A evidência está acima de tudo.
• Princípio da análise: dividir todos os problemas em elementos, os mais simples, para
resolvê-lo um a um.
• Princípio da síntese: ordenar o pensamento iniciando pelos elementos mais simples,
fáceis de compreender, e subindo gradativamente aos mais complexos, reunindo-os em
um todo.
• Princípio da enumeração: fazer anotações completas e gerais de todos os elementos
tratados, não omitindo nenhuma das partes ou componentes.
Hoje em dia, os roteiros traçados por Platão e de Descartes são utilizados para a solução
dos mais variados tipos de problemas nas organizações modernas.
2. Brainstorming
Ambiente
Entradas Saídas
B
C
D E
Retroação
Conceito de Ambiente
Fornecedores
São os elementos que oferecem as entradas ou insumos na forma de recursos, energia,
serviços e informação à organização. Com a terceirização, cada vez mais o trabalho interno
que não é essencial para a missão da organização está sendo transferido para fornecedores
externos, transformando custos fixos em variáveis e, simultaneamente, aumentando a
dependência da mesma em relação a esses elementos ambientais. O componente fornecedor
é o segmento do ambiente de tarefa que envolve todas as variáveis relacionadas com
indivíduos ou agências que proporcionam os recursos necessários para que as organizações
possam produzir bens e serviços.
Clientes
São os elementos que compram ou adquirem os produtos ou serviços, ou seja, absorvem as
saídas e resultados da organização. Os clientes podem ser chamados de usuários,
consumidores, ou patrocinadores. O componente consumidor é o segmento do ambiente de
tarefa que é composto dos fatores relacionados com aqueles que compram bens e serviços
oferecidos pela empresa. Servir os clientes e, sobretudo, encantá-los tornou-se hoje a mais
importante tarefa da organização.
Concorrentes
São os elementos que disputam as mesmas entradas e as mesmas saídas da organização.
Eles desenvolvem estratégias nem sempre esperadas ou conhecidas para ganhar espaço e
domínio e intervêm no ambiente de tarefa, gerando incerteza quanto às decisões e ações. O
componente competitivo é o segmento que é composto daqueles com quem a empresa se
defronta para obter recursos e colocar seus produtos e serviços no mercado. conhecer os
concorrentes e saber lidar com eles é tarefa vital para qualquer tipo de organização.
Agências Reguladoras
São os elementos que regulam, normatizam, monitoram, avaliam ou fiscalizam as ações da
organização. São os órgãos fiscalizadores do governo, os sindicatos, associações etc. o
componente regulador é o segmento do ambiente de tarefa que monitora o desempenho da
organização para cercear, limitar, restringir e balizar as suas ações, reduzindo o seu grau de
liberdade e flexibilidade para operar.
Dinamismo do Ambiente
DICAS
Quais as razões pelas quais as organizações estão preocupadas com seus ambientes? A
principal delas é que o ambiente cria incerteza para os administradores das organizações.
Na maior parte dos casos, os administradores aprenderam a trabalhar com certeza e
previsibilidade. O difícil é trabalhar com incerteza e imprevisibilidade. Como os eventos
ambientais mudam rapidamente em função das inúmeras variáveis envolvidas, o
administrador não consegue absorver e conhecer todas elas e nem mesmo perceber quais
serão suas tendências e resultados.
A incerteza significa que o administrador não tem informação suficiente sobre os fatores
ambientais para compreender e predizer mudanças e necessidades. quando os fatores
ambientais são poucos e relativamente estáveis, como é o caso das empresas que processam
alimentos ou engarrafam refrigerantes, os administradores experimentam baixo grau de
incerteza e podem dedicar menor atenção aos assuntos ambientais.
Adaptação Ambiental
As organizações que enfrentam alto grau de incerteza com relação aos concorrentes,
clientes, fornecedores ou agências reguladoras costumam utilizar várias estratégias para
adaptar-se a essas mudanças como: previsão e planejamento, estrutura flexível, papéis de
fronteiras. A previsão de mudanças ambientais e o planejamento organizacional são
atividades típicas das grandes organizações. Elas criam departamentos de planejamento
quando a incerteza é elevada. A previsão é um esforço para delinear tendências que
permitam aos administradores predizerem eventos futuros. Muitas organizações criam
órgãos internos de planejamento para evitar erros em situações de mudanças rápidas ou
adversas no seu ambiente.
Uma estrutura organizacional ágil e flexível pode funcionar como um meio de
responder eficazmente às rápidas mudanças externas. Pesquisas têm demonstrado que uma
estrutura achatada, horizontalizada e flexível funciona melhor em ambientes mutáveis do
que uma estrutura alta, hierarquizada e rígida. A estrutura orgânica funciona melhor quando
o ambiente muda rapidamente. Uma estrutura mecanística é justamente o contrário, pois é
caracterizada pela rigidez das tarefas definidas, muitas regras e regulamentos que impedem
maior liberdade das pessoas, centralização das decisões e pouco espírito de equipe.
Os órgãos com papéis de fronteira ligam e coordenam a organização com os
elementos-chave do seu ambiente externo. As ligações de fronteira servem a dois
propósitos para a organização: detectam e processam informação sobre mudanças no
ambiente e representam os interesses da organização no ambiente. A fusão também é um
meio de reduzir a incerteza a respeito do ambiente de negócios da organização. Um
empreendimento conjunto é uma aliança estratégica entre duas ou mais organizações para
constituir um novo negócio ou uma nova organização independente daquelas que a
formaram.
Influenciação do Ambiente
A outra estratégia para lidar com a incerteza ambiental é passar por cima e tentar
modificar aqueles elementos ambientais que causam problemas. As estratégias mais
utilizadas pelas organizações para influenciar e adaptar o ambiente às suas conveniências
incluem propaganda e relações públicas, atividade política e associações de organizações.
A propaganda tem sido um meio bem-sucedido para administrar a demanda do
produtos e serviços de uma organização. As organizações gastam grandes somas de
dinheiro para influenciar o consumidor. A propaganda tem sido um importante meio para
reduzir a incerteza sobre clientes. Relações públicas é bem parecida com propaganda,
exceto pelo seu objetivo, que é influenciar a opinião pública sobre a organização em si.
Muitas organizações investem fortemente em sua imagem pública.
A atividade política representa uma ação organizacional para influenciar a
legislação e regulação do governo. Muitas organizações pagam lobistas para expressar seus
pontos de vista aos legisladores federais e estaduais e influenciar suas decisões e ações.
Muitas organizações se juntam a outras com interesses similares para constituir associações
de interesses próprios.
A visualização das características ambientais representa um esforço importante para
as organizações serem bem-sucedidas. É no ambiente que está o cliente, fornecedor,
concorrente e todos os órgãos e entidades que afetam direta e indiretamente a organização.
O desafio do administrador está em mapear, localizar, conhecer, interpretar todos esses
segmentos ambientais importantes para a organização. Mais ainda: o administrador precisa
apurar sua intuição a fim de antecipar para onde esses segmentos estão se encaminhando. O
segredo é prever o rumo das tendências – antes dos concorrentes – para mover a
organização nesse rumo – também antes dos concorrentes.