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DAS AUTARQUIAS

Conceito: são entes administrativos autônomos, criados por lei específica, co


personalidade jurídica de Direito Público Interno, patrimônio próprio e atribuições
estatais específicas.

Autarquia é forma de descentralização administrativa, através da personificação de


um serviço retirado da administração centralizada. Por essa razão, à autarquia só deve
ser outorgada (cedida) serviço público típico, e não atividades industriais ou
econômicas, ainda que de interesse coletivo.

A autarquia é pessoa jurídica de Dir. Público, com função pública própria e típica,
outorgada pelo Estado, não se confundido com as fundações de direito privado.

A personalidade autarquia, por ser Dir. Público nasce com a lei que institui,
independentemente de registro, já as fundações, os entes governamentais, empresas
governamentais, por serem de Direito Privado, nasce com o registro de seu estatuto,
elaborado segundo a lei que autoriza sua criação.

Características da autarquia:

1. É criada por lei específica;


2. Tem personalidade de direito público;
3. Possui patrimônio próprio, capacidade estatal e desempenho de atribuições
públicas típicas.

Obs: sem a conjunção desses elementos não há autarquia.

A autarquia não age por delegação, age por Dir. próprio e com autoridade pública, na
medida do Jus Imperii que lhe foi outorgado pela lei que o criou.

Por ser pessoa jurídica de direito público interno, a autarquia traz, ínsita, para a
consecução de seus fins, uma parcela de poder estatal que lhe deu vida – Porém sendo
um ente autônomo, não há subordinação hierárquica da autarquia para com a
entidade estatal a que pertence, pois se isso ocorresse, anularia seu caráter
autárquico.

Caracteres:

Por ser um prolongamento do serviço público, uma longa manus do Estado, deve
executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas às do Estado, com os
mesmo privilégios da Administração-Matriz e passíveis dos mesmos controles dos atos
Administrativos. O que diversifica a autarquia do Estado são os métodos operacionais
de seus serviços, mais centralizados e mais flexíveis que o da administração
centralizada.

Instituição: criação por lei específica, porém a organização se opera por decreto, que
aprova o regulamento ou o estatuto da entidade, e daí por diante sua implantação se
completa por atos da diretoria, na forma regulamentar ou estatutária, independente
de qualquer Registro público.

Patrimônio inicial: o patrimônio inicial da autarquia é formado com a transferência de


bens móveis e imóveis a entidade-matriz, os quais se incorporam ao ativo da nova
pessoa jurídica. A transferência é feita pela investidura, caso em que dispensa o
registro, ou a lei apenas autoriza sua incorporação, a qual se fará por termo
administrativo ou escritura pública, para a necessária transcrição no registro
imobiliário competente.

Obs: o que não se admite é a transferência de bens imóveis por decreto ou qualquer
outro ato administrativo unilateral.

Bens e rendas: são considerados patrimônio público, mais com destinação especial
administração própria da entidade a que foram incorporados, para realização de
objetivos legais e estatutários. Daí porque podem ser utilizados, onerados e alienados,
para os fins da instituição, na forma regulamentar ou estatutária.

A jurisprudência dominante tem sustentado que as autarquias, dispondo de patrimônio


próprio, respondem individualmente por suas obrigações e sujeitam-se aos
pagamentos a que forem condenados, sem responsabilidades das entidades estatais a
que pertencem.

Orçamento: é formalmente idêntico aos das entidades estatais, com peculiaridades


indicadas no art. 107 a 110 da lei n° 4.320/64 e adequação ao disposto no art.
165,§5°,Da CF.

LEI Nº 4.320 - DE 17 DE MARÇO DE 1964 - DOU DE 23/3/64

Art. 107. As entidades autárquicas ou para estatais, inclusive de previdência social ou


investidas de delegação para arrecadação de contribuições parafiscais da União, dos
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por
decreto do Poder Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam
pelo Poder Legislativo.

Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as empresas com autonomia


financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.
 

Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-


ão ao orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela
inclusão:
 
I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto
entre os totais das receitas e despesas;
II - como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo
disposição legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e
despesas.
 
§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, do
Municípios e do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades aludidas no
artigo anterior, serão classificados como receita de capital destas e despesa de
transferência de capital daqueles.
§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apuração
do saldo líquido das mencionadas entidades.
 

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão
publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.
 

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão aos padrões
e normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.
 
Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão
remetidos ao órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal, para fins de incorporação dos resultados, salvo disposição legal em
contrário.
 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

- o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,


detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.

Dirigentes: os dirigentes das autarquias são investidos nos respectivos cargos na forma
que a lei ou seu estatuto estabelecer.

Atos dirigentes: equiparam-se aos atos administrativos e, por isso, deve observar os
mesmo requisitos para sua expedição, com atendimento específico as normas
regulamentares e estatutárias, sujeitando-se aos controles internos e ao exame de
legalidade pelo Judiciário, pelas vias comuns (ações ordinárias) ou especiais (ação
popular).

Contratos: estão sujeitos a licitação por expressa determinação

Pessoal: o pessoal das autarquias ou de cada autarquia, está sujeita ao regime jurídico
previsto pela entidade matriz.

As proibições de acumulação remunerada de empregos e funções atingem os


servidores das autarquias.

Por outro lado, para efeitos criminais, os servidores e dirigentes das autarquias
igualam-se aos funcionários públicos.

Privilégios: as autarquias brasileiras nascem com os privilégios administrativos (não


políticos) da entidade estatal que as institui, auferindo também as vantagens
tributárias e as prerrogativas processuais na Fazenda Pública, além dos que lhe forem
outorgados por lei especial, como necessários ao bom desempenho das atribuições da
instituição.

Os privilégios da autarquia são os seguintes:

 Imunidade de impostos sobre seu patrimônio, renda e serviços vinculados às


suas finalidades essenciais ou delas decorrentes;

 Prescrição qüinqüenal de suas dívidas passivas;

 Execução fiscal de seus créditos inscritos;

 Ação regressiva contra seus servidores culpados por danos a terceiros;

 Impenhorabilidade de seus bens e rendas;

 Impossibilidade de usucapião de seus bens imóveis;

 Recurso de ofício nas sentenças que julgarem procedente a execução de seus


créditos fiscais;

 Prazo em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer;

 Pagamento de custas só ao final, quando vencidas;

 Juízo privativo da entidade estatal a que pertence;

 Ampliação do prazo para desocupação de prédio locado para seus serviços,


quando decretado o despejo;
 Não sujeição a concurso de credores ou habilitação de créditos em falência,
concordata ou inventário, para cobrança de seus créditos;

 Retomada dos bens havidos ilicitamente por seus servidores;

 Impedimento de acumulação de cargos, empregos e funções para seus


servidores;

 Dispensa de exibição de instrumento de mandato em juízo, pelos procuradores


de seu quadro, para os atos as judicia.

Entre as autarquias deve ser observada a mesma precedência federal, estadual ou


municipal caso concorram seus interesses sobre o mesmo objeto.

Controle: os tribunais de contas exercem fiscalização financeira, orçamentária,


patrimonial, contábil, como instituição que auxilia o Legislativo nessa atribuição. O
Poder Legislativo além da fiscalização financeira e orçamentária, é dotado de
competência para fiscalizar e controlar os atos editados no âmbito das autarquias.

Sendo as autarquias serviços públicos descentralizados, personalizados e autônomos,


não se acham integradas na estrutura orgânica do Executivo, nem hierarquizados a
qualquer chefia, mas tão somente vinculadas à Administração direta, compondo,
separadamente, a administração indireta do Estado com outras entidades autônomas
(fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista). Por esse motivo não
se sujeitam ao controle hierárquico mas, sim, a um controle diverso, finalístico,
atenuado, normalmente de legalidade e excepcionalmente de mérito, visando
unicamente a mantê-las dentro de suas finalidades institucionais, enquadradas no
plano global da administração a que se vinculam e fiéis às suas normas
regulamentares. É um controle de orientação e correção superiores, só apreciando os
atos internos e a conduta funcional de seus dirigentes em condições especialíssimas,
autorizadas por lei.

Entre nós, o controle das autarquias realiza-se na tríplice linha política, administrativa
e financeira, mas todos esses controles adstritos aos termos da lei que os estabelece.
O controle político normalmente se faz pela nomeação de seus dirigentes pelo
executivo; o controle administrativo se exerce através da supervisão ministerial ou de
órgãos equivalente ao âmbito estadual e municipal, bem como por meio de recursos
administrativos internos e externos, na forma regulamentar; o controle financeiro
opera nos moldes da Administração direta, inclusive prestação de contas ao tribunal
competente, por expressa determinação constitucional. Neste ponto é oportuno
lembrar que o orçamento das autarquias é aprovado por decreto, salvo se a lei
especial determinar que seja pelo poder legislativo.

O afastamento de dirigentes de autarquias é admissível nos casos regulamentares ou,


na omissão, quando sua conduta configurar infração penal, ilícito administrativo
previsto para os servidores públicos ou desmandos na administração.
Autarquias de regime especial: é toda aquela que a lei instituidora conferir privilégios
específicos e aumentar sua autonomia comparativamente com as autarquias comuns,
sem infringir os preceitos constitucionais pertinentes a essas entidades de
personalidade pública.

O que posiciona a autarquia de regime especial são as regalias que a lei criadora lhe
confere para o pleno desempenho de suas finalidades específicas, observadas
restrições constitucionais. São exemplos de Autarquias de regime especial: Banco
Central, Comissão Nacional de energia nuclear, Superintendência Nacional de
Previdência Complementar, etc.

Sob a forma de autarquia especial, o Estado criou as agências reguladoras, as


associações públicas.

Agências Reguladoras: foram criadas com o fim de controlar e fiscalizar a execução de


serviços públicos pelo setor privado. Forma instituídas como autarquias sob regime
especial, com o propósito de assegurar sua autoridade e autonomia administrativa.
São exemplos disso a ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica, que foi criada com a
finalidade de regular e fiscalizar o setor de geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica; ou a ANATEL.

São agência reguladoras: ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANA, ANP, ANS, ANVS,
ANTT, ANTAQ

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