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Amplificador Operacional Prof.

Mario Boaratti - 2009

Amplificador Operacional

1. Introdução

O amplificador operacional é um amplificador de acoplamento direto de alto ganho, projetado


para amplificar sinais que podem se estender por uma larga faixa de frequência. São
normalmente utilizados com uma malha de realimentação externa para definir o ganho ou função
executada. São formados por um ou mais estágios de amplificação diferencial.
O nome amplificador operacional se deve ao fato de ser um dispositivo capaz de amplificar,
controlar ou gerar qualquer onda senoidal ou não senoidal desde DC até muitos MHz. São
capazes de realizar quaisquer funções matemáticas tais como adição, subtração, multiplicação,
divisão, integração e diferenciação. Eles são utilizados em inúmeras aplicações em sistemas de
controles, sistemas de regulação e processamento de sinais, instrumentação e computação
analógica.
Funcionalmente, como mostra a figura 1.1, o amplificador operacional contém um terminal de
saída o qual é controlado por dois terminais de entrada. Se uma tensão positiva é aplicada na
entrada não inversora (+), a saída do amplificador operacional será positiva. Do mesmo modo,
uma tensão positiva aplicada na entrada inversora (-), irá levar a saída para uma tensão negativa.
+VCC

V1

VO

V2

-VCC

Figura 1.1

De forma análoga se a tensão de entrada for uma senóide a tensão de saída será uma senóide em
fase ou em contra fase dependendo do terminal de entrada usado, figura 1.2.

+VCC +VCC

Saída em fase Saída em contra-fase

-VCC -VCC

Figura 1.2
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2. Parâmetros do Amplificador Operacional

2.1. Ganho de tensão diferencial infinito (Differential Voltage Gain)

Normalmente chamado de ganho de malha aberta (open-loop) ou ganho de tensão diferencial,


medido em DC ou em freqüências muito baixas, é definido como a relação da variação da tensão
de saída para uma dada variação da tensão de entrada. Este parâmetro, indicado como A ou AVO,
tem seus valores reais que vão desde alguns poucos milhares até milhões em amplificadores
operacionais sofisticados. No caso do amplificador ideal AVO é assumido como infinito,
equação (2.1), pois a tensão diferencial ε é zero, figura 2.1. Para um amplificador real como o
LM 741 este ganho é da ordem de 200.000. +VCC

Vo V
A vo = ∞ ou A= = o =∞ (2.1)
(V1 − V2 ) ε V1

ε=0 VO

V2

-VCC

Figura 2.1

2.2. Impedância de Entrada (Input Impedance) → Infinito

É a impedância vista pelas entradas V1 e V2 do amplificador operacional, também conhecida


como Zi ou Ri. No caso de um amplificado real como o LM 741 este valor é da ordem de 2MΩ.

2.3. Impedância de Saída (Output Impedance) → Zero

É a impedância vista pela saída VO do amplificador operacional, também conhecida como ZO ou


RO. No caso de um amplificado real como o LM 741 este valor é da ordem de 70 Ω.

2.4. Ganho de Tensão em Modo Comum (Common-Mode Voltage Gain) ACM

Operação em modo comum é obtida quando o mesmo sinal é aplicado em ambas as entradas do
amplificador operacional, figura 2.2. Como os sinais nas entradas são iguais temos
ε = V1 - V2 = 0, o que implica em VO = 0. Logo para amplificadores ideais, ACM = 0.
+VCC

V1

ε
VO = 0
V2

-VCC

Figura 2.2
Ou de outro modo, a tensão de saída será zero quando a diferença entre as tensões de entrada for
zero.
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2.5. Razão de Rejeição em Modo Comum (Common-Mode Rejection Ratio) CMRR

Uma característica importante em uma conexão diferencial é que os sinais que são opostos nas
entradas são altamente amplificados, enquanto aqueles que são comuns às duas entradas são
pouco amplificados. Como os ruídos são geralmente comuns a ambas as entradas, a conexão
diferencial tende a atenuar esse sinal indesejado e fornece uma saída amplificada do sinal de
diferença aplicado às entradas. Essa característica presente no amplificador operacional é
chamada de Rejeição em Modo-Comum.
As folhas de dados fornecem o valor da Razão de Rejeição em Modo-Comum – CMRR. Este
valor é definido pela relação entre o ganho de tensão diferencial dividido pelo ganho de tensão
em modo-comum.
A vo
CMRR = (2.2)
A CM
 A 
Normalmente este valor é apresentado em decibéis: CMRR = 20 log  vo  . (2.3)
 A CM 
No caso de um amplificado real como o LM 741 este valor é da ordem de 90dB.
Como as folhas de dados normalmente não fornecem ACM você pode obtê-lo pela seguinte
A vo
fórmula: A CM = . (2.4)
 CMRR 
 
10 20 

Calculando para o amplificado LM 741 temos o Ganho de Tensão em Modo Comum:


200.000
A CM = = 6,3 (2.5)
 90 
 
10 20 

2.6. Largura de Banda (Bandwidth)

Para o amplificador operacional ideal este valor é assumido como infinito, ou seja, o ganho será
máximo e constante de DC até infinitos Hertz. No amplificador operacional real a largura de
banda não é infinita, mas bastante elevada. O que se tem são dois valores de referência:
2.6.1 Frequência de corte fC : frequência quando o ganho de saída cai para 0,707 do ganho DC,
ou seja, -3dB.
2.6.2 Frequência de ganho unitário f1 : frequência quando o ganho de saída cai para 1.
AV

0,707 AVD

Frequência (Hz)
(escala log)
BW
Figura 2.3
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2.7. Tensão de Saída Máxima (VOM)

A tensão de saída de um amplificador operacional está limitada pela tensão de alimentação. Por
exemplo, se a tensão de alimentação for de ± 15V a máxima tensão de saída será alguns volts a
menos, neste caso em torno de ± 13V, valores em que ocorrem as saturações dos transistores do
circuito. Na folha de dados este parâmetro é chamado de Output Voltage Swing. Na Figura 2.4
temos a função de transferência de entrada e saída de um amplificador operacional típico.

Amp. Op. saturado

VO (V)

Região não linear

Região linear

V1 – V2 (mV)

Figura 2.4

2.8. Taxa de subida (Slew Rate – SR)

SR é a máxima taxa na qual a saída do amplificador operacional pode variar em volts por
microssegundos (V/µs).
A Taxa de Subida especifica a taxa máxima de variação da tensão de saída quando é aplicado um
sinal de grande amplitude na forma de degrau, figura 2.5. Se for aplicado um sinal de entrada
com uma taxa de variação de tensão maior que a taxa de subida, a saída não será capaz de variar
suficientemente rápido e não cobrirá a faixa completa esperada, resultando em um sinal ceifado
ou distorcido, ou seja, a saída não será uma versão amplificada do sinal de entrada se a taxa de
subida do amplificador operacional não for respeitada.
Vo
Resposta ideal

t (µs)
Resposta Real

Figura 2.5

2.9. Tensão de Offset de Entrada (VIO)

A saída de um amplificador operacional ideal é nula quando suas entradas estão em curto
circuito. Nos amplificadores reais, devido principalmente a um casamento imperfeito dos
dispositivos de entrada, a saída do amplificador operacional pode ser diferente de zero quando
ambas entradas estão no potencial zero. Significa dizer que há uma tensão DC equivalente, na
entrada, chamada de tensão de "offset". O valor da tensão de "offset" nos amplificadores
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comerciais está situado na faixa de 1mV a 100mV. Os componentes comerciais são normalmente
dotados de entradas para ajuste da tensão de "offset", figura 2.6.

Figura 2.6 Fonte: National Semiconductor Corporation – 1995

Referências:
MALVINO, A. P. Eletrônica. 4. ed. São Paulo, Ed. Makron Books, 2006. v. 2.
BOYLESTAD, Robert L.; NASHELSKY, Louis. Dispositivos eletrônicos e teoria de circuitos. Tradução
de Rafael Monteiro Simon. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
BOGART, Theodore F. Dispositivos e circuitos eletrônicos. Tradução de Romeu Abdo. 3. ed. São Paulo:
Makron Books, 2001. v.2.
LOPES, Roseli de Deus. Apostila cap. 7 - de Amplificador Operacional. Encontrado em:
http://www.lsi.usp.br/~roseli/www/psi2307_2004-Teoria-7-AmpOp.pdf. Acessado em: 03/08/09
Data sheet LM741 Operational Amplifier. National Semiconductor Corporation – 1995

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