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PAEG - Plano de Ação Economica do Governo Castelo Branco

PAEG - Plano de Ação Econômica do Governo Castelo Branco

O diagnóstico sobre a inflação centrava-se no excesso de demanda.

Problemas gerados pelo processo inflacionário:


i. a inflação desestimulava a canalização de poupança para o sistema
financeiro;
ii. a Lei do Inquilinato - desestimulava a aquisição de imóveis e da construção
civil;
iii. desordem tributária;

As principais medidas instituídas pelo PAEG foram:

• a reforma tributária,
• a reforma monetária e financeira e
• a reforma do setor externo;

PAEG apresentava duas linhas de ação:

• Políticas conjunturais de combate à inflação.


• Reformas estruturais que permitiram o equacionamento dos problemas
inflacionários e das dificuldades que se colocavam ao crescimento
econômico.
Objetivos

• Acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico,


• Conter o processo inflacionário,
• Atenuar os desequilíbrios setoriais e regionais,
• Aumentar o investimento, o nível de emprego e
• Corrigir a tendência ao desequilíbrio externo;

1. MEDIDAS DE COMBATE À INFLAÇÃO DO PAEG

Três estratégias do PAEG:

i. redução do déficit público através da reforma tributária e aumento das tarifas


públicas;
ii. restrição ao crédito através do aumento das taxas de juros reais;
iii. política salarial: reajustes salariais objetivando romper as expectativas e
conter reivindicações;

Como lidar com a inflação?


- Aprender a viver com a inflação - correção monetária ou indexação;
- Controlar a aceleração inflacionária ; baixar pouco a pouco o patamar
inflacionário;

2. REFORMAS INSTITUCIONAIS DO PAEG

A. A Reforma Tributária

i. introdução da correção monetária no sistema tributário;


ii. alteração do formato do sistema tributário - transformação dos impostos tipo
cascata em impostos tipo valor adicionado - romper o estímulo até então
existente à integração vertical da produção e utilizar os impostos como política
de desenvolvimento e de redução de distorções;
iii. redefinição do espaço tributário entre as diversas esferas do governo
(distribuição dos ipostos na esfera federal, estadual e municipal); além disso
foram criados fundos de tranferência intergovernamentais - centralização das
decisões sobre legislação tributária à eliminação da guerra fiscal;
à quanto à arrecadação:
- surgimento de vários fundos parafiscais - importantes fontes de poupança
compulsória direcionada ao setor público;
- inflação corretiva - torna empresas estatais em geradoras de excedentes
líquidos de recursos;

B. A Reforma Monetária-Financeira no PAEG

- criar condições de condução independente da política monetária e direcionar


os recursos nos montantes e condições adequados às atividades econômicas;
- divide-se em quatro medidas:
i. instituição da correção monetária e criação da ORTN - elimina série de
inficiências do sistema financeiro à estimulava poupança e ampliava
capacidade de financiamento da economia; a criação das ORTNs visava dar
credibilidade e viabilizar e desenvolvimento de um mercado de títulos públicos
que fornecesse instrumentos de financiamento não inflacionários do déficit
público, bem como possibilitasse as operações de mercado aberto, visando ao
controle monetário;
ii. Lei no. 4.595 criação do CMN (Conselho Monetário Nacional) e do BACEN -
procurava criar condições para que a política monetária fosse conduzida de
forma independente;
iii. Lei no. 4.320 criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) - eliminar o
déficit habitacional existente, que era atribuído à dalta de financiamento para o
setor; criação do BNH: banco dos bancos do sistema habitacional;
iv. Lei no. 4.728 reforma do mercado de capitais - Lei do Mercado de Capitais
definia as regras de atuação dos demais agentes financeiros. O quadro
institucional que se formou baseava-se no modelo financeiro norte-americano
(em oposição ao modelo europeu), caracterizado pela
especialização/segmentação do mercado, existindo instituições especializadas
que atenderiam a segmentos específicos do mercado de crédito, com base em
instrumentos de captação determinados; bancos comerciais deveriam operar
no crédito de curto-prazo, com base na captação de depósitos à vista;
financeiras eram os agentes de crédito ao consumidor, através da venda de
letras de câmbio; os bancos de investimento deveriam atender ao crédito de
médio e longo prazos, através da captação de depósitos a prazo e do repasse
de recursos externos; além disso, deveriam incentivar as operações do
mercador de capitais; os bancos de desenvolvimento estatais deveriam
financiar operações especiais de fomento através do repasse de fundos fiscais
e recursos externos; demais instituições do mercado de capitais também foram
regulamentadas e subordinadas ao Bacen;

C. A Reforma do Setor Externo


A reforma do setor externo tinha pôr objetivo estimular o desenvolvimento
econômico, evitando as pressões sobre o Balanço de Pagamentos, eliminando
assim uma das principais distorções do PSI. Destacam-se duas linhas de
atuação neste sentido: melhorar o comércio externo brasileiro e atrair o capital
estrangeiro;
- com relação ao comércio externo, buscou-se estimular e diversificar as
exportações através de uma série de incentivos fiscais e da modernização e
dinamização dos órgãos públicos ligados ao comércio internacional. Quanto às
importações, a idéia era eliminar os quantitativos e utilizar apenas a política
tarifária como forma de controle. - a principal medida adotada foi a
simplificação e unificação do sistema cambial - adotou-se o sistema de
minidesvalorizações, pelo qual a variação deveria refletir o diferencial entre a
inflação doméstica e a internacional;
- quanto à atração do capital estrangeiro, buscou-se uma reaproximação com a
política externa norte-americana, a chamada Aliança para o Progresso. Em
seguida efetuou-se a renegociação da dívida externa e firmou-se um Acordo de
Garantias para o capital estrangeiro. As ligações com o sistema internacional
foram feitas através de dois mecanismos: a Lei no. 4.131, que dava acesso
direto das empresas ao sistema financeiro internacional, e a Resolução no. 63,
que possibilitava a captação de recursos externos pelos bancos comerciais e
de investimento para repasse interno;
- as reformas do PAEG alteraram praticamente todo o quadro instictucional
vigente na economia brasileira, adaptando-se às necessidades de uma
economia industrial. Montou-se um esquema de financiamento que viabilizaria
a retomada de crescimento, e dotou-se o Estado de maior capacidade de
intervenção na economia;
- a política adotada no PAEG obteve grande êxito na redução das taxas
inflacionárias e em preparar o terreno para a retomada do crescimento.
Publicada por FISICA em 3/18/2011 10:18:00 AM

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