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TEORIA DAS ESTRUTURAS I – Estruturas Isostática

A teoria das estruturas é a parte da mecânica que estuda as estruturas, seu


objetivo é realizar a análise estrutural. Esta análise consiste na determinação dos
esforços que resultam nas estruturas, quando estas são submetidas às solicitações dos
agentes externos, tais como: cargas, variações de temperatura, movimentos de seus
apoios, entre outros.

Os estudos dos esforços que surgem na estruturas são feitos pelas leis de
equilíbrio estático, partindo do conhecimento das cargas aplicadas.

No plano: ΣFx = 0 , ΣFy = 0 e ΣM = 0

Para a formação do engenheiro civil é importante o conhecimento dos


problemas da teoria das estruturas, sendo indispensável ao profissional compreender
e sentir o funcionamento estático e dinâmico das estruturas, antes de formular o
problema matemático para resolvê-lo manualmente ou através de programas de
cálculo.

1) CONCEITOS

a) peça estrutural: é o sólido capaz de receber e transmitir os esforços.

b) Estrutura: é o conjunto das partes resistentes de uma construção. Uma peça isolada
ou um conjunto de peças convenientemente associadas é, em geral, denominada
estrutura.

c) Estrutura isostática: quando o número de condições de equilíbrio for suficiente


para resolver o problema estático diz que a estrutura é isostática. Assim, uma
estrutura estará em equilíbrio estático, quando a sua capacidade resistente para um
determinado sistema de forças não houver em nenhum ponto de qualquer das peças o
início de colapso do conjunto.

2) CLASSIFICAÇÃO DS PEÇAS OU ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Os elementos estruturais podem se dividir de três formas.

a) Elementos lineares (1º categoria):

São os elementos estruturais que apresentam uma dimensão dominante, são


também chamados de hastes ou barras. A seção transversal é pequena em relação ao
comprimento do seu eixo, que pode ser reto ou curvo.
- Vigas: hastes de eixo reto ou curvo, podendo estar sob ação de cargas quaisquer.

- Pilares: hastes de eixo reto e cargas atuantes, em geral, paralelas ao eixo da haste.

- Escora: é o caso particular de pilar, com carga centrada e trabalhando sempre a


compressão.

- Tirantes: é também um caso particular de pilar, carga centrada e trabalha sempre a


tração.
b) Elementos de superfície (2º categoria):

São elementos que apresentam duas dimensões dominantes, que se medem


sobre uma superfície plana ou curva (superfície média). A dimensão menor é medida
perpendicular a superfície da peça e é chamada de espessura da peça.

- Placa: elemento de superfície média plana sujeita a carga, em geral, normal a esse
plano.

- Chapa: elemento de superfície média plana sujeita a carga contida no próprio plano.

- Casca: elemento de superfície média curva, capaz de oferecer resistência a esforços


de flexão.

- Membrana: elemento de superfície média curva de espessura tão reduzida que passa
a ser considerada como não resistente à flexão.

Ex: bolha de sabão ou câmara de ar.

c) Elemento de volume (3º categoria):

São elementos que não apresentam dimensões dominantes, ou as dimensões


são de uma mesma ordem de grandeza.
3) SISTEMA DE CARGAS ATUANTES OU CARGAS APLICADAS

São as cargas atuantes nos elementos estruturais, ou seja, são as várias formas
de carregamento das estruturas.

a) Cargas concentradas

São forças que atuam em determinados pontos das estruturas, porém por mais
afilado que seja o processo de transmissão da carga, esta se distribui sobre
determinado trecho da estrutura. Porém, em muitos casos a dimensão em que se
distribui a carga F é desprezível em função da dimensão da própria estrutura,
podendo admitir com erro inferior ao das necessidades práticas, que a carga F é
concentrada.

b) Cargas distribuídas

Nos casos em que o trecho de distribuição não é desprezível em presença das


dimensões da peça, considera-se a carga distribuída, que é caracterizada pela taxa de
distribuição. A taxa de distribuição é a relação entre a força que atua sobre um
elemento ‘dx’ da peça, portanto é função da força por unidade de comprimento,
sendo medida em kN/m.

De um modo geral, a taxa de distribuição é função do comprimento (x), tendo


portanto, um valor diferente em cada ponto da estrutura. A linha dessa função, obtida
ligando o valor da taxa de distribuição em cada ponto é denominada linha de carga.

É fácil compreender que a linha de carga pode ter uma forma qualquer,
conforme as condições de carregamento real a que a peça ficar sujeita. Por exemplo,
uma viga sustentando uma parede, nesse caso, a taxa de distribuição é constante e a
linha de carga é uma linha reta paralela ao eixo da peça, dizendo-se que a carga é
uniformemente distribuída. Linha de carga
q

Eixo da peça

Pode acontecer que a taxa de distribuição seja uma função linear de x, como
ocorre, por exemplo, nos muros de contenção ou barragens.
As cargas distribuídas como foram visto, formam um sistema de forças
infinitesimais paralelas, infinitamente próximas. Tal sistema é redutível a uma
resultante única, cujo módulo é a soma dos módulos das forças que o constituem.

Como se vê, a intensidade da resultante R, coincide com a área da superfície


delimitada pelo eixo da peça e a linha de carga, por isso é chamada de superfície de
carga. Para achar a posição da resultante R das cargas distribuídas basta aplicar o
teorema de Varignon: “O momento resultante é igual ao momento da resultante”.

b
R = ∫ q.dx = A (área da superfície de carga)
a

A resultante posiciona no centróide da superfície de carga. Assim, tem-se que a


resultante das cargas distribuídas é igual a área da superfície de carga e passa pelo
centro de gravidade dessa superfície.

c) Carga momento

Momento é uma grandeza física, que representa a tendência de rotação em


torno de um ponto, provocada por uma força, esta grandeza deverá ser função da
força e de sua distância ao ponto.

O vetor momento é perpendicular ao plano formado pela força e pelo ponto


considerado. Representa-se a carga momento, por meio de uma seta circular ( ),
que dá seu sentido e por um número escalar M, que representa a intensidade do
momento.

Condições que ocorrem momento nas estruturas:


3.1) Tipos de carregamentos

a) Cargas permanentes e acidentais: estão em função do tempo de atuação nas


estruturas.

- Cargas permanentes: são as cargas que atuam de modo permanente durante


toda a vida da estrutura sem alteração de valor, são as cargas fixas e invariáveis, de
ação constante, tais como o peso próprio das estruturas, os pesos de paredes, entre
outros.

- Cargas acidentais: são as cargas que atuam durante certos períodos apenas,
podendo variar de valor, as cargas acidentais, também conhecidas por sobrecarga, são
as cargas que podem ou não atuar sobre as estruturas. Por exemplo: a ação dos
ventos, sobrecarga devido a pessoas e móveis nos edifícios, entre outros.

b) Cargas estáticas e cargas dinâmicas: estão em função do modo de atuação nas


estruturas.

- Cargas estáticas: são as cargas que atuam sem impacto, como por exemplo, o
peso próprio das estruturas.

- Cargas dinâmicas: são as cargas que atuam com impacto, tais como: as cargas
de veículos nas pontes.

4) GRAUS DE LIBERDADE, APOIOS E REAÇÕES DE APOIO

A ação estática de um sistema de forças no espaço, em relação a um ponto


qualquer, é igual à de sua resultante e à de seu momento resultante em relação àquele
ponto, provocando, a primeira resultante uma tendência de translação e o segundo,
uma tendência de rotação. Como, no espaço, uma translação pode ser expressa por
suas componentes segundo três eixos triortogonais e uma rotação, como a resultante
de três rotações, cada uma em torno de um desses eixos, diz-se que uma estrutura no
espaço possui um total de seis graus de liberdade (três translações e três rotações,
segundo três eixos triortogonais).

No plano, uma translação pode ser expressa por suas componentes segundo
dois eixos ortogonais contidos neste plano e a rotação é em torno de um eixo
perpendicular ao plano, portanto, uma estrutura no plano possui um total de três graus
de liberdade (duas translações segundo dois eixos ortogonais e uma rotação segundo
um eixo perpendicular ao plano).

É evidente que estes três graus de liberdade devem ser restringidos, de modo a
evitar toda tendência de movimento da estrutura plana, a fim de ser possível seu
equilíbrio, pois uma estrutura no seu conjunto deve formar um sistema em equilíbrio.
Esta restrição ao movimento é dada por apoios, que devem impedir as diversas
tendências possíveis ao movimento, através do aparecimento de reações destes apoios
sobre a estrutura, nas direções dos movimentos que eles impedem, isto é, dos graus
de liberdade que eles restringem. Estas reações de apoios se oporão às cargas
aplicadas à estrutura, formando este conjunto de carga e reações um sistema em
equilíbrio.

4.1) Apoios

Os apoios são dispositivos que tem por finalidade fixar as estruturas,


impedindo o movimento de determinados pontos da mesma (pontos de apoio) em
determinadas direções. A função dos apoios, portanto, é a de restringir os graus de
liberdade das estruturas, despertando com isto reações nas direções dos movimentos
impedidos, podendo ser, no caso de estruturas planas, de ter tipos diferentes, isto é,
podendo permitir dois, um ou nenhum grau de liberdade.

a) Apoio do 1º gênero, apoio simples, charriot ou articulação móvel

São os tipos de apoios que impedem o movimento em uma única direção e dão
liberdade de movimentos nas outras duas direções, aparecendo com isto uma reação
R, agindo sobre a estrutura, na direção do único movimento impedido.

Estes tipos de apoios dão liberdade de movimento na direção angular, pois a


rotação não é impedida e dão liberdade de movimento na direção x, assegurada pelos
rolos diretamente em contato com o plano que serve de apoio. Na direção y, do único
movimento impedido, aparecerá uma reação de apoio Ry.

b) Apoio do 2º gênero, rótula ou articulação fixa

São os tipos de apoios que impedem o movimento em duas direções e dão


liberdade de movimento em uma direção, aparecendo, então, duas reações, agindo
sobre a estrutura, nas direções dos movimentos impedidos. Os apoios do 2º gênero
estático podem ser de dois tipos:
- rótula ou articulação: impedem o movimento segundo a direção de dois eixos,
dando liberdade de movimento na direção angular, pois a rotação não é impedida.

- engaste móvel: impede o movimento segundo um eixo e o movimento na direção


angular, podendo haver movimento segundo o outro eixo.

c) Apoios do 3º gênero ou engaste

São os tipos de apoios que fixam totalmente a estrutura no ponto de apoio,


impedindo o movimento nas três direções, ou seja, impedem o movimento segundo
dois eixos e o movimento na direção angular, pois a rotação é impedida, aparecem
agindo sobre a estrutura, as reações H, V e M.

Em qualquer cálculo estático deve-se discernir nitidamente a s condições


efetivas de apoio de uma estrutura. E óbvio que a adequação entre o esquema teórico
e a realidade prática deve ser a mais perfeita possível, pois nisso reside a legitimidade
e justeza dos resultados.

4.2) Cálculo das reações de apoio

Definidos os apoios, o cálculo de suas reações é imediato, pois eles são forças
ou momentos de ponto de aplicação e direção conhecidas, sendo que tais equilibrem
as cargas aplicadas à estrutura. Serão calculadas, então, a partir das equações que
estabelecem as condições de equilíbrio entre forças aplicadas conhecidas (as cargas
atuantes e as reações de apoio a determinar).

No caso de forças situadas no plano (estruturas planas), as condições de


equilíbrio dadas pela estática, podem ser dadas por um dos seguintes grupos de
equações:

ΣFx = 0 (somatório de forças segundo o eixo x é nulo)


ΣFy = 0 (somatório de forças segundo o eixo y é nulo)
ΣM = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto qualquer é nulo)

Ou

ΣFx (ΣFy) = 0 (somatório de forças segundo o eixo x ou eixo y é nulo)


ΣMA = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto A qualquer é nulo)
ΣMB = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto B qualquer é nulo)
Ou

ΣMA = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto A qualquer é nulo)


ΣMB = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto B qualquer é nulo)
ΣMC = 0 (somatório de momentos em relação a um ponto C qualquer é nulo)

Onde Fx e Fy representam as componentes segundo dois eixos ortogonais x e


y, respectivamente, de todas as forças externas, as diretamente aplicadas e as reações
de apoio a determinar. ΣM é o somatório dos momentos de todas as forças (aplicadas
e reações) em relação a um ponto qualquer. Qualquer um dos grupos acima permite
resolver o cálculo das reações de apoio em estruturas planas com a condição apenas
que os pontos A, B e C sejam distintos e não se situem em uma mesma linha.

No caso das forças coplanares (estruturas planas), são três as condições de


equilíbrio, portanto, a estática só poderá determinar as reações em estruturas cujos
apoios forneçam apenas três reações incógnitas, então, se o número disponível é de
três equações, o número máximo de reações a determinar será também, igual a três.

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