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SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL

POLÍCIA MILITAR DE PERNAMBUCO


DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS

APOSTILA
DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

ENSINO À DISTÂNCIA
CAS - 2004

INSTRUTORES: MAJ PM WALTER


CAP PM MASCOS AURÉLIO
CAP PM PETRÔNIO
CAP PM FÉLIX
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS

INTRODUÇÃO

A PMPE NO CONTEXTO ORÇAMENTARIO E FINANCEIRO DO


ESTADO

A PMPE é um dos Órgãos que integram a Administração Direta


do Estado de Pernambuco. A corporação no contexto estadual está
subordinada administrativamente ao Exmº Srº Secretário de Defesa Social
(SDS), bem como interage via direta com os diversos Órgãos que dirigem
os vários sistemas administrativos operacionais a nível estadual.

Dentro desse contexto os diversos Órgãos setoriais elaboram


propostas orçamentárias que são encaminhadas à Secretaria de Planejamento
(SEPLAN). Por seu turno a SEPLAN consolida todas as propostas coletadas e
estima a receita e em contrapartida fixa as despesas.

A PMPE, através da 6ª Seção do Estado Maior Geral, elabora a


proposta orçamentária parcial da Corporação, em conformidade com as normas
contidas na legislação específica para tal (LDO – Lei de Diretrizes
Orçamentárias), tomando como base os objetivos traçados e definidos pela SDS
e pelo Comando Geral.

A constituição das receitas da Polícia Militar de Pernambuco podem


ser classificadas em Orçamentárias e Extra-Orçamentárias.

Por sua vez, as Receitas Orçamentárias se subdividem em “Receitas


Internas (RI)” e “Receitas Internas Diretamente Arrecadadas (RI-DA)”. As RI são
receitas próprias do Estado para fazer face a despesas como: pagamento da
folha de pessoal, fornecedores diversos, CELPE, COMPESA, TELEMAR etc. As
RI-DA são receitas oriundas da própria Corporação, geradas por legislação
específica de desconto em folha de pagamento, recolhimentos diversos etc.
As Receitas Extra-Orçamentárias compreendem a Caixa de
Saúde, a Caixa Escolar, os Pró-Labores, a contribuição ao CAS etc.

A PMPE figura na Lei Orçamentária Estadual na condição de


Unidade Gestora (UG), sendo a Diretoria de Finanças o Órgão específico
para movimentar recursos, quer orçamentários quer extra-orçamentários,
sendo responsável pela administração financeira da PMPE.

A sistemática de gerência dos recursos postos à disposição da


Corporação se faz através da abertura de créditos devidamente
autorizados pela Secretaria da Fazenda, junto ao Banco de Pernambuco
(BANDEPE). Esses créditos recebem a denominação de Ordem de
Provisão de Crédito (OPC). As Unidades Administrativas da PMPE recebem
os recursos transferidos pela DF, através da Nota de Provisão de Crédito-
Orçamentário/Ordem de Repasse Financeiro (NPCO/ORF).

O governo do Estado (poder Executivo) mantém uma conta


corrente aberta no BANDEPE, que se destina à movimentação dos
recursos financeiros do próprio Estado ou postos a sua disposição, que
recebe a denominação de “CONTA ÚNICA”.

A movimentação dos recursos postos à disposição das


Unidades Orçamentárias é efetuada através de diversas Contas Correntes,
que distinguem os créditos concedidos e são subdivisões da Conta Única.
UNIDADE I

1.1 – CONCEITO:

1.2 – OBJETO:

1.3 – OBJETIVO:

1.4 - CAMPO DE APLICAÇÃO:

O campo de aplicação da Administração Financeira pública engloba


os quatro níveis de governo: Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal, bem
como as entidades da administração indireta que recebem recursos públicos
como as Autarquias, Empresas Públicas, Fundações, enfim, todo tipo de
entidade que lide com recursos públicos.

2. ORÇAMENTO PÚBLICO:

2.1 - CONCEITO:

Várias são as definições para Orçamento Público. Dentre elas


destacamos:

Ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza, ao Poder Executivo, por


certo período e em pormenor, as despesas destinadas ao funcionamento dos
serviços públicos e outros afins adotados pela política econômica ou geral do
país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em Lei.

Aliomar Baleeiro (2001, p.411)

2.2 - ORÇAMENTO–PROGRAMA:

A palavra “programa” revela característica, uma qualidade do


orçamento moderno. O orçamento-programa é instrumento de planejamento que
permite identificar os programas, os projetos e as atividades que o governo
pretende realizar, além de estabelecer os objetivos, as metas, os custos e os
resultados esperados e oferecer maior transparência dos gastos públicos. Vale
salientar que durante a evolução do orçamento clássico (tradicional) para o
orçamento-programa (orçamento moderno), houve o chamado ORÇAMENTO
DE DESEMPENHO (ou por realizações), onde procura-se saber as coisa que o
governo FAZ, e não as coisas que o governo COMPRA. A ênfase é dada nos
resultados. Todavia, não se havia qualquer vinculação do orçamento ao
planejamento governamental. Partiu-se, então, para uma técnica mais
elaborada, que foi o orçamento-programa que essencialmente deve conter: OS
OBJETIVOS E PROPÓSITOS, OS PROGRAMAS (instrumentos de integração
dos esforços governamentais, no sentido da concretização dos objetivos), OS
CUSTOS DOS PROGRAMAS MEDIDOS, AS MEDIDAS DE DESEMPENHO
(com a finalidade de medir as realizações e os esforços despendidos na
execução dos programas).

Com base no que foi disposto,é possível destacar as principais


características do orçamento-programa:

a) É o elo entre o planejamento e as funções executivas da


organização;
b) A alocação de recursos visa à consecução de objetivos e metas;
c) As decisões orçamentárias são tomadas com base em avaliações
e analises técnicas das alternativas possíveis;
d) Na elaboração do orçamento, são considerados todos os custos
dos programas, inclusive os que extrapolam o exercício;
e) São utilizados sistematicamente, indicadores e padrões de
medição do trabalho e dos resultados;

2.3- ORÇAMENTO PARTICIPATIVO:

Caracteriza-se por uma participação direta e efetiva das


comunidades na elaboração da proposta orçamentária do Governo. Objetiva-se,
com isto, atender as efetivas necessidades da população que, muitas vezes, não
se sente representada pelo parlamento eleito.

3. REGIME CONTÁBIL

A Lei 4.320/64, em seu art. 35 determina o seguinte:

"Art. 35 - Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nele arrecadadas;

II- as despesas nele legalmente empenhadas."


Portanto, este artigo da Lei consagra o regime contábil misto para a
Contabilidade Aplicada à Administração Pública no Brasil, ou seja: de caixa para
as receitas (as receitas nele arrecadadas = pelo ingresso dos recursos
financeiros) e o de competência para as despesas.

4. INSTRUMENTOS ORÇAMENTÁRIOS

4.1 PLANO PLURIANUAL – PPA:

Lei que estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e


metas da administração pública para as despesas de capital e outras delas
decorrentes, vigorando por quatro anos – a partir do segundo ano do mandato
do Governador até o primeiro ano do mandato governamental subseqüente.

4.2
LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO:

A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública estadual, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual e
disporá sobre as alterações na legislação tributária.

4.3 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA:

O Projeto de Lei do Orçamento Programa Anual conterá a discriminação da


receita e da despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o
programa de trabalho do Governo, compreendendo obrigatoriamente as
despesas e as receitas relativas a todos os poderes, órgãos e fundos, tanto da
administração direta, quanto da indireta, excluídas, apenas, as entidades que
não recebam subvenções ou outras transferências à conta do Orçamento.
“Orçamento é um ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder
Executivo, por certo período, a realizar despesas destinadas ao funcionamento
dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica e geral do
País, assim como, a arrecadação das receitas criadas em Lei”. Aliomar Baleeiro

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA – São aquelas responsáveis pela


execução dos projetos e atividades que lhes são consignados no orçamento, ou
seja, a Unidade Orçamentária é a que consta expressamente na Lei do
Orçamento.
Ex. SECRETARIA DE DEFESA SOCIAL
UNIDADE ADMINISTRATIVA – São segmentos da Administração
Direta ao qual a lei Orçamentária não consigna recursos e que depende de
provisão para executar seus programas de trabalho.
Não constam expressamente da Lei de Orçamento.
Ex. ORGANIZAÇÕES MILITARES ESTADUAIS

UNIDADE GESTORA – São aquelas que têm o poder de gerir


recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização

Ex. POLÍCIA MILITAR

EXERCÍCIO FINANCEIRO - É o período durante o qual será


executado o orçamento público, ou seja, o período em que serão arrecadadas as
receitas previstas e despendidos os recursos fixados no orçamento.

Conforme estabelece o art. 34 da Lei nº 4.320/64, o Exercício


Financeiro coincidirá com o ano civil, ou seja, inicia-se em 1º de janeiro e
encerra-se em 31 de dezembro.

5. PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

A Programação Financeira, instituída pela Lei nº 4.320/1964,


compreende um conjunto de atividades com o objetivo de ajustar o ritmo de
execução do orçamento ao fluxo provável de recursos financeiros.
Logo após a sanção governamental à Lei Orçamentária, aprovada
pela Assembléia Legislativa, o Poder Executivo mediante Decreto estabelece em
até trinta dias a programação financeira e o cronograma de desembolso mensal
por órgãos, observadas as metas de resultados fiscais dispostos na Lei de
Diretrizes Orçamentárias, podendo ser alterada em razão de modificações
conjunturais que afetem a receita ou a despesa, bem como, em face das
necessidades de correção do processo de execução orçamentária, não se
confundindo “cota de programação financeira” que é o limite fixado para
empenhamento da despesa em cada grupo de uma unidade gestora, com “cota
de disponibilidade financeira”, que é o numerário posto à disposição das
unidades gestoras para o efetivo pagamento das despesas liquidadas, onde a
programação financeira de um órgão nunca poderá ser superior a sua dotação
orçamentária.

O CPFEP – Conselho de Programação Financeira de Pernambuco é


presidido pela Secretaria da Fazenda, além das Secretarias de Planejamento, de
Administração e por fim das unidades gestoras executoras, onde compete à
Diretoria de Controle do Tesouro Estadual – DCTE – estabelecer as diretrizes
para a elaboração e formulação da programação mensal e anual, bem como a
adoção de procedimento necessários a sua execução, os quais são registrados
por meio do SIAFEM, com base nas diretrizes e regras estabelecidas pela
legislação vigente.

6. SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA –


SIAFEM/SIAGEM:

É o sistema de teleinformática que processa a execução


orçamentária, financeira, patrimonial e contábil de entidades da Administração
Estadual direta e indireta, constituindo uma modalidade de acompanhamento
das atividades relacionadas com a administração financeira dos recursos do
Estado de Pernambuco. O SIAFEM/SIAGEM centraliza e uniformiza o
processamento da execução orçamentária, recorrendo a técnica de elaboração
eletrônica de dados, com o envolvimento das unidades executoras e setoriais,
sob a supervisão da Secretaria da Fazenda Estadual. Este sistema integra os
procedimentos relativos à contabilidade e à administração orçamentária e
essencialmente à programação financeira.

6.1 PRINCIPAIS OBJETIVOS DO SIAFEM/SIAGEM:

a) prover os Órgãos participantes do Sistema, em todos os níveis, de


mecanismo de controle da execução orçamentária e financeira, de forma a
facultar-lhes o conhecimento dos saldos diários contábeis e patrimoniais;

b) agilizar a programação financeira com utilização de meios que


permitam a otimização na utilização dos recursos do Tesouro;

c) dotar a contabilidade de elementos que a convertam em fonte


capacitada de informações gerenciais em todos os níveis;

d) eliminar defasagens na escrituração contábil e inconsistência de


dados que conduzem ao não aproveitamento adequado das informações
recebidas.
e) Os objetivos do SIAGEM, relativamente às compras e aos serviços
contratados pelos órgãos e entidades indicados, são os seguintes:
I - instituir um banco de dados, com informações sobre custos,
quantidades e freqüência das contratações, vinculando-as, por meio de
lançamentos contábeis, aos itens da classificação econômica da despesa;
II - padronizar a descrição dos materiais e serviços;
III - uniformizar os procedimentos relativos aos processos de
cadastramento de fornecedores e de materiais e serviços; e
IV - subsidiar as licitações promovidas pela Administração,
disponibilizando parâmetros para a composição dos preços.
7. CONSIDERAÇÕES SOBRE RECEITA E DESPESA PÚBLICAS

Considera-se Receita Pública todo recurso recebido pelo Estado.


Considera-se Despesa Pública todo recurso pago pelo Estado.

As Receitas e Despesas Públicas desdobram-se em:


• Orçamentárias; e
• Extra-orçamentárias

7.1 Receitas e despesas Orçamentárias: são os recebimentos e/ou


pagamentos previstos na legislação orçamentária, pertencem ao Estado e
destinam-se a atender às Despesas Orçamentárias autorizadas (Lei
Orçamentária e Créditos Adicionais).
A Receita Orçamentária pode ser classificada por fonte de recursos e
pela classificação econômica estabelecida na Lei nº 4.320/64, podendo ser:

Institucional:

A despesa é classificada por Órgãos e Unidades Orçamentárias, o


que permite observar se os projetos e atividades que lhe são atribuídos se
ajustam à sua competência legal e estão condizentes com a sua natureza
jurídica e estrutura institucional e operacional. Adicionalmente, possibilita uma
melhor visão da distribuição das verbas orçamentárias.

Exemplo
Órgão: 1000 GOVERNADORIA DO ESTADO
Unidades Orçamentárias:
11010 Gabinete do Governador
11020 Governadoria do Estado – Administração Supervisionada
11030 Gabinete do Vice-Governador
11070 Assessoria Especial do Governador

Natureza:

A despesa é classificada segundo as categorias econômicas e seus


desdobramentos.
A especificação da despesa quanto a sua natureza, adotada pelo
Estado de Pernambuco, é a estabelecida pela Portaria SOF- nº 35, de 01/08/89,
e alterações posteriores, que conjuga tabelas de categorias econômicas, grupos
de despesa, modalidades de aplicação e elementos de despesa.
De acordo com esse critério, a despesa é identificada por um
conjunto de seis dígitos, assim distribuídos:

Categoria econômica
Grupo de despesa
Modalidade de Aplicação
Elemento

X.X.XX.XX

Exemplo: A despesa referente à compra de combustível será assim classificada:


3.4.90.30 , onde:
3 significa despesa corrente (categoria econômica);
4, outras despesas correntes (grupo de despesa);
90, aplicações diretas (modalidade de aplicação);
30, material de consumo (elemento)

As tabelas para classificação da despesa por categoria econômica,


grupo de despesa, modalidade de aplicação, elemento e subelemento constam
do manual Classificação da Despesa , periodicamente revisto e atualizado pela
Secretaria da Fazenda de Pernambuco-SEFAZ/PE.

7.2 Receitas e Despesas Extra-orçamentárias: são,


respectivamente, os recebimentos e pagamentos de recursos:
• que não pertencem ao Estado, tais como cauções,
consignações, vencimentos não reclamados, depósitos de terceiros, etc;
• ou que, pela sua natureza, não constituem receitas ou
despesas orçamentárias, tais como operações de crédito por Antecipação de
Receita Orçamentária (ARO) e Restos a Pagar.

8. ESTÁGIOS DA RECEITA:

A Receita Orçamentária passa por quatro fases denominadas


“estágios” que são: PREVISÃO, LANÇAMENTO, ARRECADAÇÃO e
RECOLHIMENTO.
a) PREVISÃO: A previsão da receita é a estimativa do que se espera
arrecadar durante o exercício;

b) LANÇAMENTO: O lançamento é a identificação do devedor ou da


pessoa do contribuinte. A Lei 4.320/64 define o lançamento da receita como o
ato da repartição competente que verifica a procedência do crédito fiscal e a
pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.c)

c) ARRECADAÇÃO: A arrecadação da receita é momento em que o


contribuinte recolhe ao agente arrecadador o valor do seu débito.

d) RECOLHIMENTO: O recolhimento da receita é o momento em


que o agente arrecadador recolhe o produto arrecadado ao Tesouro Nacional,
Estadual ou Municipal.

9. REGIME DE EXECUÇÃO DAS DESPESAS

9.1 - DESPESA NORMAL :


É aquela em que a própria Unidade Orçamentária realiza todas as
etapas do seu processamento.

9. 2 - PROVISÃO DE CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO:

“Art. 137. Em casos excepcionais, devidamente justificados pelo titular


da unidade orçamentária, poderá ser provisionado crédito orçamentário para
uma unidade administrativa que lhe seja subordinada.
§ 1º Considera-se provisão de crédito orçamentário a transferência
do poder de disposição do crédito, a uma unidade administrativa pela unidade
orçamentária. (Lei nº 7.741).
O Regime de Provisão de Crédito Orçamentário é regulamentado
pelo Decreto nº 20.416, de 25.03.98, e depende de autorização prévia do
Secretário da Fazenda, em portaria publicada no Diário Oficial do Estado. Cada
Provisão efetuar-se-á mediante uma Nota de Empenho/SIAFEM, tendo por
credora a Unidade Administrativa beneficiada.
Para cada despesa efetuada à conta da Provisão de Crédito
Orçamentário será emitida uma Nota de Empenho - Modelo Especial, em 3 (três)
vias, que terão a seguinte destinação:
• 1ª via Credor;
• 2ª via Unidade Administrativa; e
• 3ª via Prestação de Contas.
O Repasse Financeiro é efetuado por meio de OBC, em conta
específica, aberta em nome da Unidade Administrativa, nos termos da legislação
pertinente.
O pagamento de despesas pelo regime de Repasse Financeiro
deverá ser efetuado por meio de cheque nominativo contra a conta bancária da
Unidade Administrativa provisionada. A emissão do cheque será efetuada com
duas cópias: uma cópia ficará arquivada na Unidade Administrativa, enquanto a
outra será destinada à Prestação de Contas.
Quando a Unidade Administrativa provisionada não utilizar a
totalidade dos recursos, o saldo remanescente deverá ser recolhido por meio de
Guia de Recebimento (GR).
As despesas realizadas com recursos oriundos de Provisão de
Crédito Orçamentário estão subordinadas às exigências da Lei de Licitações e
Contratos (Lei nº 8.666/93 e alterações) e passarão pelos estágios de Empenho,
Liquidação e Pagamento.
A NPCO inicia com a Liquidação da verba, pela DF/1, em favor da
Unidade Administrativa, o que representa a transferência de Crédito
Orçamentário da Unidade Gestora (PMPE) para as Unidades Administrativas
subordinadas (Batalhões, Companhias, etc.) de acordo com o Art. 137, da Lei nº
7.741/78(Código de Administração Financeira do Estado de Pernambuco). A
partir daí a Tesouraria Geral lança na Conta Corrente da Unidade o valor
determinado. Só a partir do Crédito em Conta poderá a Unidade iniciar o
empenho da verba, sob pena de realizar DESPESA SEM PRÉVIO EMPENHO,
conforme trata o Art. 142 da Lei nº 7.741/78.

10. ESTÁGIOS DA REALIZAÇÃO DA DESPESA

A Despesa Pública Orçamentária passa por três estágios:

1. EMPENHO:
“O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de
implemento de condição.” (Lei nº 4.320/64, art. 58)
“É vedada a realização de despesa sem prévio empenho ou acima
do limite dos créditos orçamentários concedidos” (Lei nº 7.741, art. 142).
O Empenho será formalizado por meio da emissão de um documento
denominado Nota de Empenho (NE), onde são especificados, entre outros, os
seguintes campos:
• data de emissão, número da NE no SIAFEM e código do
evento;
• identificação da Unidade Gestora emitente;
• nome, CGC ou CPF, e endereço do credor;
• modalidade de Empenho;
• modalidade de Licitação, ou sua dispensa ou inexigibilidade,
referência legal, número do processo e especificação;
• especificação do objeto da despesa, quantidade e preços
unitários e total;
• assinaturas.
Evento é o instrumento utilizado pelas Unidades Gestoras no
preenchimento de telas e/ou documentos de entrada no SIAFEM, para
transformar atos e fatos administrativos rotineiros em registros contábeis
automáticos.

2. LIQUIDAÇÃO:

“A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido


pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do
respectivo crédito, com o fim de apurar:
I - a origem e o objeto do que se deve pagar;
II - a importância exata a pagar;
III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.”
(Lei nº 7.741/78, art. 146)

3. PAGAMENTO:

Consiste na quitação do valor devido ao credor, extinguindo dessa


forma a obrigação. Antes de sua efetivação, faz-se necessária a ordem de
pagamento (PAGUE-SE) dada pelo Ordenador.
Os pagamentos realizados pelas Unidades Gestoras (UG) por meio
de Ordem Bancária emitida por processamento eletrônico podem ser efetuados
nas seguintes modalidades:
• Ordem Bancária de Pagamento (OBP) - destinada a
pagamentos ao portador, na hipótese de pagamentos até R$ 600,00 (seiscentos
reais), podendo ser acatada pelo BANDEPE a partir da data de sua emissão;
• Ordem Bancária de Crédito (OBC) - emitida para pagamentos
a credores que são correntistas do banco onde o Estado centraliza a
movimentação financeira dos seus recursos (atualmente, o BANDEPE). Quando
o credor não tem conta corrente no BANDEPE, ou prefere receber seu
pagamento em outro banco, o BANDEPE transfere o valor da OBC para o banco
e agência por ele indicados, deduzindo do total o valor correspondente à
prestação do serviço bancário.
• Ordem Bancária de Banco (OBB) - utilizada nos casos em
que há necessidade de autenticação mecânica no extrato de pagamento da
despesa, como acontece com a quitação das contas de água, luz e telefone.

11. MODALIDADES EMPENHO:

De acordo com as características da despesa, são definidas três


modalidades de Empenho:
Empenho Ordinário: Destinado à despesa cujo valor se conhece e
que será pago em uma única parcela. Exemplo: Aquisição de um bebedouro,
pago em uma única vez
Empenho Estimativo: É utilizado nos casos em que não é possível
a determinação prévia do valor exato da despesa, podendo o pagamento ser
efetuado em uma única vez, ou parceladamente. Por essa razão, estima-se um
valor e se estabelece um cronograma de pagamento. Exemplo: pagamento de
contas de energia elétrica, água e telefone.
Empenho Global: Utilizado nos casos de despesas contratuais e
outras, sujeitas a parcelamento, cujo montante de pagamento é previamente
conhecido. Exemplo: Despesa com locação de imóvel.

12. CRÉDITOS ADICIONAIS:

São autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente


dotadas na lei de orçamento. Estes créditos classificam-se em:

• Suplementares: Os destinados a reforços de dotação


orçamentária. Ex: acréscimo das despesas com pessoal, acima do previsto, em
virtude do aumento dos vencimentos.

• Especiais: Os destinados a despesas para as quais não haja


dotação orçamentária específica. Ex: criação de órgão.

• Extraordinários: Os destinados a despesas urgentes e


imprevisíveis, em caso de guerra ou calamidade pública.
Os Suplementares e Especiais são autorizados por lei e abertos por
decreto do Executivo; os extraordinários são abertos por decreto do Executivo,
que dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo. Normalmente, a própria
lei orçamentária já autoriza o Poder Executivo a abrir créditos suplementares até
um determinado limite. Deve-se, contudo, observar que a transposição, o
remanejamento, ou a transferência de recursos de uma categoria de
programação para outra, ou de um órgão para outro, é proibida sem prévia
autorização legislativa (art. 167, VI da CF).

A vigência dos créditos adicionais não pode ultrapassar o exercício


financeiro, exceto os especiais e os extraordinários, quando houver expressa
determinação legal.

São as seguintes as origens dos créditos adicionais:

• Excesso de arrecadação — É o saldo positivo das diferenças


acumuladas mês a mês, entre a receita realizada (arrecadada) e a prevista.

• Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício


anterior — saldo positivo entre o ativo e o passivo financeiro.

• Anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de


créditos adicionais - eliminação de despesas

• Operações de Crédito realizadas - empréstimos tomados no


mercado financeiro.

• Recursos decorrentes de vetos, de emendas ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual.

13. CONCILIAÇÕES BANCÁRIAS

Para todas as contas bancárias, um aspecto de controle muito


importante (que muitas vezes afeta o saldo respectivo no balanço) é que devem
ser feitas conciliações bancárias periodicamente, mas particularmente na data
do balanço. Essas conciliações entre os saldos da contabilidade com os dos
extratos bancários permitem a identificação das pendências existentes para sua
contabilização ainda dentro do período. Isso ocorre normalmente com avisos
bancários de despesas debitadas pelo banco, mas ainda não registradas pela
empresa, com avisos de cobranças efetuadas pelo banco e ainda não
contabilizadas, e com outros itens.
14. RESTOS A PAGAR
“Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não
pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as processadas das não
processadas.
§ 1º Entende-se por despesas processadas as que tenham sido
liquidadas até 31 de dezembro.
§ 2º As despesas processadas geram aos credores o direito líquido
e certo ao recebimento; as despesas não processadas não geram tal direito
enquanto não liquidadas.
.” (Lei nº 7.741/78, art. 41).

15. DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

“Poderão ser pagas por dotação para Despesas de Exercícios


Anteriores, constantes dos Quadros discriminativos de despesas das unidades
orçamentárias, as dívidas de exercícios encerrados, devidamente reconhecidas
pela autoridade competente.

16. SUPRIMENTO INDIVIDUAL

Consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de


Empenho na dotação orçamentária própria, a fim de realizar despesas que não
possam se subordinar ao processo normal de execução (Lei nº 7.741/78, art.
157).
São despesas especialmente processáveis pelo regime de
Suprimento Individual, entre outras:
• despesas extraordinárias decorrentes de casos de calamidade
pública ou estado de emergência, dependendo de autorização do Governador do
Estado;
• despesas urgentes não compreendidas no item anterior, mas
que, pela sua natureza, são consideradas inadiáveis, dependentes também de
autorização do Governador do Estado;
• despesas com diligências policiais ou decorrentes da
necessidade de restabelecimento da ordem pública (Lei nº 7.741/78, art. 159 e
incisos, alterada pelas Leis nº 10.664/91 e 11.231/95).

Não será concedido Suprimento Individual, entre outras:


• a servidor que esteja com dois processos de Suprimento
pendentes de Prestação de Contas; a servidor que esteja com processo em
exigência na CGE ou em fase de julgamento no Tribunal de Contas do Estado
(TCE);
• para despesas cuja Licitação não possa ser dispensada (Lei nº
7.741/78, art. 161, incisos I e II);
“O Suprimento feito para determinado elemento de despesa não
poderá ser aplicado em outro elemento” (Lei nº 7.741, art. 158).

UNIDADE II

17. PRESTAÇÃO DE CONTAS

De acordo com o Código de Administração Financeira do Estado de


Pernambuco (Lei nº 7.741/78, art. 207), entende-se por Prestação de Contas o
demonstrativo da aplicação de recursos organizado pelo próprio responsável ou
Entidade beneficiária, acompanhado dos documentos comprobatórios.

O processo de Prestação de Contas será constituído do conjunto


desses documentos comprobatórios organizados em pasta, onde estão
dispostos os Empenhos das despesas realizadas, acompanhados de toda a
documentação exigida para a sua comprovação (Notas Fiscais, Recibos, Guias
de Recolhimentos de Impostos, Relações de Beneficiários de Diárias, etc).

A Prestação de Contas deverá ser efetuada, entre outras:


• pelos responsáveis por regime especial de Suprimento
Individual;
• pelos Ordenadores, nos casos de processamento normal da
despesa (Lei nº 7.741/78, art. 207, § 1º, incisos I, II e IV, e Lei nº 11.466/97, art.
7º).

Os processos de Prestação de Contas são formalmente entregues a


CGE mediante recibo.
As folhas do processo deverão ser numeradas, com os documentos
dispostos na seguinte ordem:
• Ofício de remessa à DCTE-CGE devidamente numerado,
datado e assinado;
• Demonstração da Aplicação dos recursos (contracapa)
devidamente preenchida, datada e assinada, nos casos de Suprimento Individual
e Provisão de Crédito Orçamentário;
• Folhas numeradas em ordem crescente;
• Via da Nota de Empenho datada e assinada pelo responsável
pela emissão, pelo Ordenador e pelo responsável pelo "atesto" de recebimento
do material ou execução do serviço.
• Documentos comprobatórios das despesas, que deverão
atender aos seguintes requisitos:
− serem originais e em primeira via;
− estarem com todos os seus campos corretamente preenchidos;
− serem legíveis e sem rasuras;
− terem o “atesto” de recebimento do material ou da prestação
dos serviços, datado e assinado;
− estarem visados e datados pelo Ordenador de Despesa;
− terem a anotação de pagamento efetuado (“PAGO”), datada e
assinada;
− apresentarem autenticação bancária, nos casos de contas de
água, luz e telefone; e de DAM; DAE; GR; etc.
− notas fiscais, atendendo às normas da legislação tributária
federal, estadual ou municipal, ou seja, terem validade fiscal;

17.1 PRAZO PARA ENTREGA DA PRESTAÇÃO DE CONTA:

Os prazos são contínuos e na sua contagem exclui-se o primeiro dia


(data do pagamento) e inclui-se o dia do vencimento. Considera-se prorrogado o
prazo até o primeiro dia útil subseqüente, se o seu vencimento ocorrer em
sábado, domingo, feriado, dia de ponto facultativo ou em qualquer dia em que
não haja expediente normal na CGE ou na Unidade Administrativa do
responsável pela Prestação de Contas.
Na Despesa Normal o prazo é de 30 (trinta) dias após a data do
pagamento. Na Provisão de Crédito Orçamentário o prazo é de 60 (sessenta)
dias após a data da efetivação do Repasse Financeiro (45 dias para entrega na
Diretoria de Finanças) e no Suprimento Individual o prazo para aplicação de
Suprimento Individual e entrega da respectiva Prestação de Contas a CGE é de
60 (sessenta) dias contados a partir da data do pagamento.
A inobservância deste prazo sujeitará o suprido à multa equivalente a
10% (dez por cento) do valor do Suprimento, corrigida pela variação da UFIR a
partir do 61º dia daquela data.
No caso, serão penalizados com multa de 10% sobre o valor do
Suprimento:
− o suprido, por inobservância do prazo de entrega da Prestação
de Contas; e
− o Ordenador de Despesa, se não ter comunicado o atraso à
CGE.
18. ERROS MAIS COMUNS RELACIONADOS AS PRESTAÇÕES
DE CONTAS DAS NPCOs (na PMPE)

1. No ofício de remessa da prestação de contas à Diretoria de


Finanças, não é identificado o nome da OME;
2. A demonstração de aplicação não é preenchida corretamente, a
qual deve ser feita sempre na ordem crescente;
3. Na nota de empenho, no espaço da unidade orçamentária não
é identificado o nome da OME;
4. O código da atividade projeto não é preenchido corretamente;
5. O código subelemento de despesa não é preenchido também
corretamente;
6. No caso onde a firma credora tem filial no município, não são
observados os preenchimentos exatos do endereço e do nome;
7. Em relação ao valor do saldo anterior, às vezes , não se
observa a subtração do valor empenhado e o valor do saldo atual;
8. Em muitos casos não são colocados corretamente o número
da provisão concedida pela SEFAZ, o que causa transtorno entre NPCOs de
unidades diferentes;
9. Não são observados os critérios de licitações;
10. Na especificação ou histórico dos produtos, bem como, na
unidade, quantidade, unitário e total, são freqüentes incorreções;
11. Por ocasião de um desconto especial oferecido pela firma, ou
seja, em caso de bonificação em um determinado produto na nota fiscal, faz-se
necessário constar o mesmo desconto na nota de empenho;
12. Na nota de empenho, às vezes, não consta o artigo de
dispensa de licitação, quando o caso exigir;
13. Normalmente, a data de pagamento constante na nota de
empenho, diverge da data de pagamento no recibo do empenho (no verso);
14. Em relação às datas de material recebido ou serviço prestado,
muitas vezes são diferentes das datas de saída ou entrega , constante na nota
fiscal;
15. O preenchimento do recibo da nota de empenho (no verso), é
feito com incorreção;
16. Deixam de constar no recibo de pagamento, o número da
carteira de identidade e o órgão emissor (credor);

17. Não preenchem corretamente o número do CPF ou CNPJ do


credor;
18. Na data de emissão da nota fiscal, não atentam para a data
de liquidação da despesa;
19. Na nota fiscal são omitidos os valores ou percentuais
referentes aos produtos adquiridos ou serviços prestados, no caso de
recolhimento de ICMS ou ISS;
20. Notas fiscais com emendas ou rasuras não são aceitas pela
secretaria da fazenda;
21. A data de pagamento existente na nota de empenho diverge
da data de pagamento da nota fiscal;
22. Falta de assinatura nos carimbos de pago, certidão e atesto;
23. São freqüentes as incorreções relacionadas à soma ou
multiplicação dos valores dos produtos;

UNIDADE III

19. TRIBUTOS

Para se conceituar tributo, pode-se ir diretamente ao código


tributário, no art. 3º que diz o que vem ser tributo.

"art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda


ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada".

O Código Tributário Nacional prevê a existência de apenas três


espécies de tributos, conforme o art. 5º CTN:

"Art. 5º. Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria".

Embora a Constituição ainda admita a existência do empréstimo


compulsório e as contribuições sociais previstas nos arts. 148 e 149 da CF.

Nos demais artigos da CF, vamos encontrar a definição de que e


como acontece a atribuição. No entanto, vamos abordar a competência tributária
referente aos Estados e aos municípios, mais especificamente os impostos mais
usuais que são o de mercadorias (ICMS) e o de serviço (ISS).

IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO SOBRE MERCADORIAS E DE


COMUNICAÇÕES (ICMS):
"Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituírem
impostos sobre:

I – (....)

II – Operações relativas à circulação de mercadorias (...) e de


comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.

Imposto sobre Circulação de Mercadorias é da competência dos


Estados e do Distrito Federal. Tem como fato gerador:

a) A saída de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial


ou privado;

b) A entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor,


de mercadorias importadas do exterior pelo titular do estabelecimento

c) O fornecimento de alimentação, bebidas e outras mercadorias


em restaurantes, bares, cafés e estabelecimentos similares.

A base de cálculo do imposto geralmente é:

- o valor da operação de que decorre a saída da mercadoria;

- na falta do valor, o preço corrente da mercadoria no mercado


atacadista da praça remetente.

Nesse caso, o contribuinte desse imposto é o comerciante, industrial


ou produtor que promove a saída da mercadoria, bem como o que a importa do
exterior ou que arremata em leilão ou adquire, em concorrência pública,
mercadoria importada e apreendida.

IMPOSTO SOBRE SERVIÇO DE QUALQUER NATUREZA:


A partir da promulgação da CF/88, o ISS foi atribuído à competência
dos Municípios:

"Art. 156. Compete aos municípios instituir imposto sobre:

........

III – Serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art.


155, II, definidos em lei complementar." (22)
Este imposto tem como fato gerador a prestação por empresa ou
profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, tendo como base de
cálculo o preço do serviço e levando em consideração que o preço é tudo o que
foi cobrado em virtude da prestação de serviço.

O imposto sobre serviços é da competência dos Municípios. Tem


como fato gerador a prestação, por empresas ou profissional autônomo, de
serviços constante da seguinte lista de serviços:

1 - Advogados ou Provisionados

2 - Médicos, Dentistas e Veterinários

3- Limpeza de Imóveis

4- Desinfecção e higienização etc.

UNIDADE IV

20. LICITAÇÕES E CONTRATOS

1 – Modalidades e Limites (arts. 22 e 23)

1.1 – Modalidade Comum

1.1.1 – Concorrência (art. 22, § 1º)


Exige a mais ampla divulgação.
Prazos: 45 dias para técnica e preço e melhor técnica e 30 dias para
menor preço.
Qualquer interessado pode participar.

1.1.2 – Tomada de Preços (art. 22, § 2º)


Exige ampla divulgação.
Prazos: 30 dias para técnica e preço e melhor técnica e 15 dias para
menor preço.
Pode participar o interessado cadastrado (é usual estender a
quaisquer interessados) ou que se cadastre em tempo hábil (não havendo
cadastro no órgão promotor da licitação pode-se valer de outros cadastros).

1.1.3 – Convite (art. 22, § 3º)


É necessária a publicação no D.O.E. para obras e serviços de
engenharia (Decreto Estadual nº 18.857/95).
Prazo: cinco dias úteis. “Há possibilidade de extensão do convite a
outros cadastrados que manifestarem seu interesse até 24 horas antes da
apresentação das propostas, (...). Essa extensão, entretanto, não autoriza a
Administração a descumprir o prazo previsto no art. 20. Nesse sentido já decidiu
o TCU pela irregularidade (Acórdão 139/95 – 18.10.95 e Decisão nº 527/95 –
31.10.95) (Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 86).
Podem participar os convidados ou interessados cadastros (é usual
estender a quaisquer interessados).
“O princípio da isonomia exige que todos os cadastrados sejam
convidados” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 202).
Para Marçal Justen Filho (Ob. cit., p. 203), “A inexistência de, no
mínimo, três potenciais interessados ou o não comparecimento de licitantes em
tal número não se constitui em causa de invalidação do procedimento licitatório.
Mas a Administração deverá justificar, por escrito, a ocorrência.” (art. 22, § 7º).
Contudo, existem Decisões dos Tribunais de Contas no sentido de que no
convite é imprescindível a apresentação de pelo menos três propostas de
licitantes devidamente qualificados. Apenas, na repetição do procedimento,
aceita-se qualquer número (Decisão TCE/PE nº 682/92 de 06.10.92).
“(...) firmou-se a jurisprudência do TCU, considerando irregular
inclusive o procedimento pelos seus próprios órgãos administrativos,
reafirmando a necessidade do número de propostas por item de cada convite,
(...)” (Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 85).
“1. A licitação sob a forma de carta convite, considerada deserta,
assim considerada aquela em que não se qualificaram, no mínimo, três licitantes
entre os convocados, devera ser renovada apenas uma vez;
2. Se, na renovação, comparecer mais de um participante, a
adjudicação do objeto licitado devera ser feita ao detentor da proposta mais
vantajosa para a administração, auferida de acordo com os critérios e favores de
julgamento preestabelecidos no instrumento convocatório. se presente apenas
um licitante qualificado, o objeto licitado devera lhe ser adjudicado e, na hipótese
de ausência total de interessados qualificados, a administração fica livre para
encontrar qualquer interessado do ramo, devidamente qualificado, mantidas as
condições preestabelecidas no convite;
3. O convite, para o qual não foram considerados habilitados, no
mínimo, três licitantes, é de ser invalidado através de processo de anulação. se,
entretanto, ocorrer motivo de inoportunidade ou de inconveniência ao interesse
público, cabe revogação;
4. Não ha obrigatoriedade de publicação, no diário oficial, da decisão
que anular ou revogar um convite, mas, em não havendo a publicação, é
indispensável assegurar aos interessados o direito de defesa previsto no artigo
75 do decreto-lei 2.300/86; os participantes do convite invalidado deverão ser
cientificados através de ofícios protocolados ou, se constar de ata a decisão
revogatória ou anulatória, os licitantes deverão apor nela suas assinaturas a fim
de assegurar a legitimidade necessária.” (Decisão T.C. PE nº 0586/93, Data
Publicação: 08/06/93).
“CONSIDERANDO a falta de formalização adequada dos convites,
que não são instruídos com todos os atos previstos no artigo 38, da Lei nº
8.666/93, especialmente o termo de autorização pelo gestor público, o protocolo
de entrega das cartas-convite;
CONSIDERANDO a ausência da numeração das páginas dos
processos, ferindo o artigo 38, caput;
CONSIDERANDO que as cartas-convite omitem cláusulas
essenciais, previstas em lei, sem as quais a Administração põe em risco a
qualidade dos serviços ou dos bens contratados, especialmente as penalidades
aos licitantes inadimplentes, o percentual de multa a ser aplicado no caso da não
entrega do objeto e a exigência na habilitação da documentação relativa à
habilitação das empresas, em especial o certificado de regularidade para com o
FGTS e INSS (artigo 195, 3º, Constituição Federal/88, e Lei nº 8666/93), faltando
ainda os critérios de julgamento, forma de execução dos serviços e a indicação
objetiva do recurso próprio para a despesa;
CONSIDERANDO a ausência de arquivamento dos envelopes das
propostas, tornando impossível a verificação da observação do sigilo das
propostas previsto em lei; (...)
Julgar IRREGULARES as licitações objeto de análise da presente
Auditoria Especial (...)” (Decisão T.C. PE nº 1.596/96, 07.11.96).
“É louvável a divulgação do Convite na mídia impressa local, todavia
não é apresentado nenhum argumento suficiente para justificar a ausência da
repetição do Convite. As duas hipóteses previstas na Lei de Licitações (art. 22, §
7º), limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, não
ocorreram no caso em tela, já que existia um universo potencial de 8 (oito) firmas
e entre estas 4 (quatro) responderam ao chamamento. Por conseguinte, ficou
patente a ausência de três propostas válidas, tornando-se compulsória a
necessidade de repetição do Convite como determina a lei e consoante,
também, à Decisão nº 098/95/TCU - Plenário e ao entendimento doutrinário
(Decisão TCU nº 683/96, Processo nº TC - 006.318/95-9, 23.10.96, D.O.U. nº
214, de 04.11.96).

1.2 – Pregão (Lei Federal 10.520 e Lei Estadual 12.340)


Exige divulgação apenas no Diário Oficial Estadual para compras
estimadas em até R$ 160.000,00, assim como, num jornal de grande circulação
local caso supere tal valor.
Prazos: 08 dias úteis.
É a modalidade de licitação destinada a aquisição e
contratação de bens e serviços comuns à Administração. Exclui-se
desta modalidade de licitação para contratação de obras e serviços
de engenharia. O pregão poderá ser utilizado independente do valor
da contratação.
1.2 – Limites (art. 23)

1.2 1 – Propostas que superam o limite


“Se a Administração estimava em certo montante e, no curso da
licitação, verificar-se que a melhor proposta supera o limite para a modalidade, a
licitação deverá ser anulada.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 211).

1.2.2 – Contratações prorrogáveis


“(...) parece que a melhor alternativa é adotar a modalidade
compatível com o valor correspondente ao prazo total possível de vigência do
contrato.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 211).

1.2.3 – Licitação por itens


Corresponde a uma multiplicidade de licitações (dotada de
autonomia jurídica).
Caso haja previsão editalícia, pode haver desdobramento dos autos
(alguns itens avançam mais que outros).
A habilitação deverá ser proporcional aos itens que se concorre.
“firmar o entendimento, de que, em decorrência do disposto no art.
3º, § 1º, inc. I; art. 8º, § 1º e art. 15, inc. IV, todos da Lei nº 8.666/93, é
obrigatória a admissão, nas licitações para a contratação de obras, serviços e
compras, e para alienações, onde o objeto for de natureza divisível, sem prejuízo
do conjunto ou complexo, da adjudicação por itens e não pelo preço global, com
vistas a propiciar a ampla participação dos licitantes que, embora não dispondo
de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do
objeto, possam, contudo, fazê-lo com referência a itens ou unidades autônomas,
devendo as exigências de habilitação adequarem-se a essa divisibilidade”
(Decisão TCU nº: 393/94, Processo nº: TC - 007.759/94-0, 15.6.94, Rev. Direito
Administrativo, 198; out.-dez/94).

1.2.4 – Fracionamento (art. 23, §§ 1º, 2º e 5º)


“O art. 23, § 1º, impõe o fracionamento como obrigatório. A regra
retrata a vontade legislativa de ampliar a competitividade e o universo de
possíveis interessados.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 212).
“Difundiu-se o entendimento de que todos os objetos idênticos
devem ser considerados em sua globalidade, para fins de determinação do
cabimento e da modalidade adequada de licitação. Tem-se ido mais longe,
inclusive para sustentar que os objetos ‘similares’ estariam sujeitos a idêntica
sistemática. (...) Outros opinam que o fundamental é o elemento de despesa
orçamentária, de modo que todas as contratações vinculadas à idêntico
elemento deveriam ser consideradas em conjunto (...). Com o maior respeito,
não me parece que essa solução seja extraível do texto normativo. Está a se
adotar uma interpretação que não encontra suporte na Lei. O entendimento
defendido nessa obra é diverso. (...) Tais interpretações, levadas às últimas
conseqüências, conduziriam à quase inutilidade de caracterização de hipóteses
de dispensa previstas no art. 24, incs. I e (especialmente) II. (...) Não é possível
utilizar a classificação orçamentária, produzida para outros fins e sem nenhuma
relevância legal para essa hipótese. Os critérios utilizados para fins
orçamentários podem ser diversos e, mesmo, abranger diferentes objetos.
Aplicar a regra poderia produzir resultados despropositados, tais como
constranger a realização de concorrência para serviços autônomos de
engenharia, apenas porque a rubrica orçamentária seria a mesma. Ou seja,
quando se engloba certas despesas em um mesmo elemento de despesa
orçamentária, o fundamento reside na necessidade de sistematização. Não há
previsão acerca da necessidade de contratação única nem se pode imaginar que
o legislador financeiro estava considerando o total dos desembolsos como
sujeito a tratamento unitário. (...) Não é possível tratar objetos semelhantes como
parcela de uma única contratação. Ainda quando a natureza dos objetos for a
mesma, se as contratações não puderem ser realizadas conjunta e
concomitantemente, não haverá o dever de somatório (cf. Marçal Justen Filho.
Ob. cit., p. 215, 216, 218 e 219).
Existem decisões dos Tribunais de Contas no sentido de que as
compras devem ser estimadas para todo o exercício e há de ser preservada a
modalidade correta para o objeto total, que agruparia todos os itens (Acórdão nº
48 – 12/98, DOU de 28.04.98, seção 1, p. 101).
As decisões dos Tribunais de Contas que dispuseram pelo
fracionamento irregular da despesa foram, como não poderia ser diferente,
aplicadas a determinados casos concretos em que ficou patente a falta de
planejamento. A posição mais acertada, a nosso ver, sobre o assunto em
comento, está sintetizada nos parágrafos 33 e 34 da Informação AJF nº 104/97
(Assessoria Jurídica da SEFAZ) de 07 de julho de 1997, p. 5, de autoria da Dra.
Hilda Gouveia, ratificada , na mesma data, pela Dra. Eneida Ende:

“Em resumo, a dispensa de licitação pelo valor é possível desde que


não se refira a parcelas de um mesmo serviço ou compra que possa ser
realizada de uma só vez. É o caso, por exemplo, de compras e serviços
isolados, não contratados com freqüência. Pode ocorrer, também, que a
necessidade de contratação posterior apenas seja constatável após efetivada a
contratação anterior. Nessas situações, a dispensa em razão do valor será válida
ainda que as parcelas somadas superem o valor fixado para dispensa.
Inexistindo vício na apuração da necessidade, não há que se falar em infração
legal.

Não existe um espaço de tempo, previsto em lei, para caracterizar o


parcelamento de compra ou serviço. O que a lei proíbe é a divisão do objeto da
licitação em diferentes procedimentos, objetivando a realização de uma
modalidade de licitação mais simples ou a dispensa do certame. O objeto da
licitação, nos termos da lei, deve ser mantido íntegro.”
“É casuística a análise para a caracterização de fracionamento de
despesas, inexistindo previsão legal quanto ao número de dispensas que deverá
acontecer no mês ou no exercício financeiro. É mister que se observe o disposto
nos incisos I e II, do artigo 24, da Lei nº 8.666/93, com a alteração dada pela Lei
nº 8.883/94, de modo que fique claramente demonstrada a impossibilidade de se
realizar a aquisição do bem ou serviço de uma única vez;

Mais de uma dispensa de licitação em pequenos intervalos de tempo


e para os mesmos fins é indício de fracionamento de despesa, cabendo ao
Tribunal de Contas no uso de suas prerrogativas legais decidir a respeito na
apreciação do caso concreto.” (Decisão T.C. PE nº 1128/97, 23.07.97)

1.3 – Tabela de Valores (art. 23, incs. I e II)

OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA


DISPENSA CONVITE TOMADA DE PREÇOS CONCORRÊNCIAS

ATÉ R$ ATÉ R$ ATÉ R$ 1.500.000,00 ACIMA DE R$


15.000,00 150.000,00 1.500.000,00
COMPRAS E SERVIÇOS
DISPENSA CONVITE TOMADA DE PREÇOS CONCORRÊNCIAS

ATÉ R$ 8.000,00 ATÉ R$ ATÉ R$ 650.000,00 ACIMA DE R$ 650.000,00


80.000,00

Dobra-se o valor de dispensa para sociedade de economia mista e


empresa pública (art.24, parágrafo único).

2 – Contratação Direta (arts. 24, 25 e 26)


2.1 – Introdução
"A CF acolheu a presunção absoluta de que prévia licitação produz a
melhor contratação" (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 228). Aliás, explica José
Afonso da Silva (Curso de direito constitucional positivo. 10ª ed. São Paulo:
Malheiros, 1994, p. 614 a 621) que entre os princípios constitucionais da
Administração Pública figura o princípio da licitação pública.
"A contratação direta exige um procedimento prévio, em que a
observância de etapas e formalidades é imprescindível." (cf. Marçal Justen Filho.
Ob. cit., p. 229). No que toca à “habilitação”, deve-se haver a “comprovação de
regularidade fiscal junto ao FGTS e à Seguridade Social, se for o caso” (cf.
Carlos Pinto Coelho Motta. Ob. cit., p. 173).
A etapa interna da licitação é idêntica a da contratação direta. Em
ambos os casos, tudo deverá estar devidamente documentado em procedimento
administrativo. "A diferença residirá em que, no momento de definir as fórmulas
para contratação, a Administração constatará a inaplicabilidade das regras
acerca da licitação. (...) Definindo o cabimento da contratação direta, a
Administração deverá pesquisar a melhor solução, tendo em vista os princípios
da isonomia e da supremacia e indisponibilidade do interesse público. Logo,
deverá buscar a melhor solução respeitando (na medida do possível) o mais
amplo acesso dos interessados à disputa pela contratação" (cf. Marçal Justen
Filho. Ob. cit., p. 229).
“O que não se admite é que, existindo vários competidores, o agente
administrativo proceda à contratação direta, com ofensa ao princípio da
impessoalidade ou afrontando a isonomia que deve nortear a ação do
administrador público no tratamento dos cidadãos.” (Jorge Ulisses Jacoby
Fernandes. Ob. cit., p. 145).
2.2 – Dispensa de Licitação (art. 24)
A dispensa pressupõe uma licitação exigível que foi dispensada pela
vontade legislativa.
As hipóteses de dispensa são exaustivas. “As hipóteses de dispensabilidade do
art. 24 constituem rol taxativo, (...). Lei estadual ou distrital, bem assim
regulamento interno de entidade vinculada, não poderá criar hipótese de
dispensabilidade (cf. Jessé Torres Pereira Júnior. Comentários à lei das licitação
e contratações da administração pública. 4ª ed., Renovar, 1997, p. 166).
“Os casos de dispensa previstos na Lei nº 8.666/93 não podem ser
ampliados (...) O Distrito Federal, conquanto disponha de competência supletiva
para, na ausência de legislação federal, legislar sobre licitação, não pode ampliar
os casos de dispensa de licitação, vez que as exceções à regra da
obrigatoriedade da licitação são fixadas em lei federal (Lei nº 8.666/93, arts. 17, I
e II, 24, 25 e 26).” (TJDF, Processo nº: 47.112/97, Relator: Des. Jair Soares,
03.8.98)
2.2.1 – Pequeno valor (art. 24, incs. I e II)
"A pequena relevância econômica da contratação não justifica gastos
com uma licitação comum." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p .235).
“Adotar, como regra, a realização de coleta de preços nas
contratações de serviços e compras dispensadas de licitação com fundamento
no art. 24, II, da Lei nº 8.666/93, anexando os elementos correspondentes aos
respectivos processos” (Ac. 310/95, DOU de 24.12.95, seção I, p. 19.230)
“As dispensas de licitação em virtude dos valores das compras, com
fundamento nos incisos I e II do artigo 24 da Lei Federal nº 8.666, de 21.06.93,
não necessitam de justificação através de um processo formalizado. A
justificação se faz necessária nos demais casos de dispensa e em todos os
casos de inexigibilidade, como determina o artigo 26 da Lei nº 8.666/93.”
(Decisão T.C. PE nº 0743/94, data Publicação: 30/07/94).

2.2.2 – Emergência (art. 24, inc. IV)


"Em um país de enormes carências como o Brasil, há emergências e
urgências permanentes. Não basta alegar a existência da emergência, mas é
necessário demonstrar que a contratação se afigura como instrumento efetivo de
atendimento a tais carências." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 240).
"A contratação direta deverá objetivar apenas a eliminação do risco
de prejuízo, não podendo a execução do contrato superar cento e oitenta dias."
(cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 241).
“Considerando que na contratação direta, com fulcro no artigo 24,
inciso IV, da Lei n° 8.666/93, deve, obrigatoriamente, estar presente o elemento
da imprevisibilidade, e não derivar da inércia do administrador, Julgar
IRREGULAR a Dispensa de Licitação (...)”.(Decisão T.C. PE nº 1211/00,
20.06.00)
- Requisitos (cf. Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 248):
- Situação emergencial ou calamitosa;
- Urgência de atendimento
- Risco; e
Contratação direta como meio adequado para afastar o risco.
Posição do TCE (Decisão T.C. PE nº 1586/00, 30.08.00):
“I – São pressupostos para a dispensa de processo licitatório, na
contratação de obras e serviços de engenharia, nos termos do artigo 24, inciso
IV, da Lei Federal nº 8.666/93:
a)- caracterização de uma situação emergencial de calamidade,
provocada por fatos ou situações excepcionais que fogem à previsão da
Administração Pública;
b)- que esteja presente a urgência concreta e efetiva do atendimento
à situação decorrente do estado emergencial ou calamitoso, visando a afastar o
risco de danos a pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens;
c)- que risco, além de concreto e efetivamente provável, mostre-se
iminente e especialmente gravoso.
II – Ainda na conformidade do disposto no referido dispositivo legal, o
prazo máximo de duração de contratos de prestação de serviços, firmados em
casos de emergência ou calamidade pública, que fundamentem a dispensa de
licitação, é de 180 dias a contar da ocorrência da emergência ou calamidade,
vedada qualquer prorrogação;
III – A dispensa de licitação, com base no mencionado dispositivo da
Lei Federal 8.666/93, deve ser necessariamente justificada e comunicada à
autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa, no prazo de
cinco dias, como condição da eficácia dos atos, e o processo de dispensa,
mediante parecer da Comissão de Licitações, deve ser instruído com os
seguintes documentos:
a)- caracterização da situação ou emergência que justifique a
dispensa;
b)- razão da escolha do fornecedor ou executante;
c)- justificativa do preço, devendo ser observada a compatibilidade
com os preços de mercado; (...)”.
2.2.3 – Entre entes da Administração Pública (art. 24, inc. VIII)
Requisitos (cf. Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 276):
O contratante seja pessoa jurídica de direito público interno (Adm.
Direta, autarquias e fundações públicas, cf. Maria Helena Diniz. Código civil
anotado. São Paulo: Saraiva, 1995, p. 24 e 25);
O contratado seja órgão ou entidade que integre a Administração
Pública;
O contratado tenha sido criado antes da vigência da Lei nº 8.666/93 e
para o fim específico do objeto pretendido pela Administração contratante; e
O preço seja compatível com o praticado no mercado.

Posição do TCE (Decisão T.C. PE nº 0613/95, data Publicação:


02/06/95):
“1) Os requisitos para a dispensa de licitação prevista no artigo 24,
VIII, são os seguintes:
a) que o contratante seja pessoa jurídica de direito público (União,
Estados, Municípios, Distrito Federal, autarquias ou fundações de direito
público);
b) que seu objeto seja a aquisição de bens e serviços;
c) que esses bens ou serviços sejam prestados por órgão ou
entidade que integre a Administração Pública, o que abrange todas as
mencionadas no artigo 6º, inciso XI, da Lei nº 8.666;
d) que esses órgãos ou entidades tenham sido criados com o
objetivo específico de fornecer bens ou serviços.
e) que a criação desses entes tenha sido anterior à entrada em vigor
da Lei nº 8.883;
f) que o preço contratado seja compatível com o praticado no
mercado;
2. Nestes termos, qualquer órgão ou entidade que integre a
Administração Pública, direta ou indireta, e que atenda aos requisitos elencados
acima, enquadra-se na hipótese do artigo 24, inciso VIII, da Lei nº 8.666,
alterado pela Lei nº 8.883.”

2.2.4 – A instituição sem fins lucrativos (art. 24, inc. XIII)


Requisitos:
A entidade deverá possuir forma civil.
Estabelecida e constituída sob a lei brasileira.
O objeto social da instituição deverá abranger pesquisa, ensino ou
desenvolvimento institucional, científico ou tecnológico.
Deve ser inquestionável a capacitação para o desempenho da
atividade objetivada.
É essencial que a entidade não transfira benefícios, a qualquer
títulos, a seus associados.
Ainda assim, existindo diversas instituições em situação semelhante,
caberá a licitação.
2.3 – Inexigibilidade de licitação (art. 25)
É a inviabilidade de competição.
As hipóteses de inexigibilidade são apenas exemplificativas.
“Como regra, o convênio enquadra-se no caput do art. 25, porque a
Administração tem o poder discricionário de escolher seus colaboradores” (cf.
Jorge Ulisses Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 416).
2.3.1 – Fornecedor exclusivo (art. 25, inc. I)
"A inviabilidade de competição pode ser evidenciada através de
documentação emitida por instituição confiável e idônea, ainda que não
integrante no Registro Comercial e sem natureza sindical." (cf. Marçal Justen
Filho. Ob. cit., p. 285).
Se o valor da contratação não exceder o limite de convite, em regra,
a Administração pode reputar inviável a competição em virtude da existência de
um único fornecedor no Município.
2.3.2 – Serviços não disponíveis no mercado (art. 25, inc. II)
Natureza singular
Excepicionalidade da necessidade a ser satisfeita.
Ausência de viabilidade de seu atendimento por parte de um
profissional especializado padrão.
Notoriedade
Especialização e qualificação do escolhido.
Reconhecimento por parte da comunidade (conjunto de profissionais
de um certo setor).
Posição do TCE (Decisão T.C. PE nº 1785/00, 11.10.00):
“I- A contratação de advogado, pelo município, para propor ação
judicial em defesa dos interesses do erário poderá ocorrer com inexigibilidade de
licitação por se tratar de prestação de serviço de natureza singular, nos termos
do permissivo constante do artigo 25, inciso II, da Lei Federal nº 8.666/93 (Lei de
Licitações);
II- No processo de inexigibilidade de licitação deverá ser
fundamentada a escolha do profissional, especialmente no que toca a sua
experiência profissional, trabalhos realizados e conhecimento da matéria para a
qual se está realizando o procedimento de inexigibilidade. Deverá ainda ser
publicado aviso e dada ciência à OAB-PE.
III- A contratação de honorários advocatícios poderá ser
condicionada à cláusula de êxitos na demanda, somente devido o pagamento
após o trânsito em julgado da decisão favorável à administração e incidente
sobre a base de cálculo determinada pela justiça ao final da demanda, além da
parcela fixa a título de contraprestação de serviços, observada a tabela de
honorários da OAB.”
2.4 – Formalidades da Contratação Direta (art.26)
Excluídas as contratações de pequeno valor.
Publicação na Imprensa Oficial (art. 26, caput).
Caracterização da situação emergencial, quando for o caso (art. 26,
inc. I).
Razão de escolha do contratado (art. 26, inc. II).
Justificativa do preço (art. 26, inc. III). "Não se admite em hipótese
alguma, que a Administração Pública efetive contratação por valor
desarrazoado" (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 299).

3. Habilitação (arts. 27 a 33)


"Consiste no conjunto de atos orientados a apurar a idoneidade e a
capacitação de um sujeito para contratar com a Administração Pública." (cf.
Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 303).
Requisitos de habilitação: exigências relacionadas com a idoneidade
do licitante.
Condições de participação: são pertinentes ao procedimento de
admissão do interessado (consórcio, ausência de punição, etc).
“A fase de habilitação (ou qualificação) tem por objetivo apurar se os
proponentes atendem às condições pessoais necessárias à participação do
certame” (Carlos Ari Sundfeld, Licitação e Contrato Administrativo, 2ª ed.,
Malheiros, São Paulo, 1995).
Por determinação constitucional, as exigências deverão ser as
mínimas possíveis. "Se a Administração não dispuser de dados técnicos que
justifiquem a caracterização da exigência como indispensável (mínima), seu ato
será inválido" (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 310).
Ato vinculado (não há juízo de conveniência).
“A interpretação das regras do edital de procedimento licitatório não
deve ser restritiva. Desde que não possibilitem qualquer prejuízo à administração
e aos interessados no certame, é de todo conveniente que compareça à disputa
o maior número possível de interessados, para que a proposta mais vantajosa
seja encontrada em um universo mais amplo. O ordenamento jurídico regular da
licitação não prestigia decisão assumida pela Comissão de Licitação que inabilita
concorrente com base em circunstância impertinente ou irrelevante para o
específico objeto do contrato, fazendo exigência sem conteúdo de repercussão
para a configuração da habilitação jurídica, da qualificação técnica, da
capacidade econômico-financeira e da regularidade fiscal. Se o edital exige que
a prova da habilitação jurídica da empresa deve ser feita apenas, com a
apresentação do "ato constitutivo e suas alterações, devidamente registradas ou
arquivadas na repartição, competente, constando dentre seus objetivos a
exclusão de serviços de Radiodifusão ...", é excessiva e sem fundamento legal a
inabilitação de concorrente sob simples afirmação de que cláusulas do contrato
social não se harmonizam com o valor do capital social e com o correspondente
balanço de abertura, por tal entendimento ser vago e impreciso. Configura-se
excesso de exigência, especialmente por a tanto não pedir o edital, inabilitar
concorrente porque os administradores da licitante não assinaram em conjunto
com a dos contadores o balanço da empresa. Segurança concedida.” (STJ,
Apelação Civil: 5.779, Relator: Des. Min. José Delgado, 09.9.98, Revista de
Direito Administrativo, vol. 215, jan./mar./99).
Os documentos referentes a habilitação jurídica, bem como a CND e
o FGTS, constituem exigência mínima para efeito de habilitação na modalidade
convite cf. Acórdão nº 562/94 – TCU – 1ª câmara, de 13.12.94 (cf. Jorge Ulisses
Jacoby Fernandes. Ob. cit., p. 67).
“Tendo em vista a Decisão nº 705/94/Plenário/TCU, tornando
obrigatória a apresentação da CND e do CRS pelos licitantes, entendo que
caberia à Administração manter, na fase externa da licitação, o procedimento da
habilitação incomunicável com o de julgamento, salvaguardando-se, assim, o
princípio licitatório do sigilo das propostas e o disposto nos arts. 41, § 3º, 109, §
2º; 43, III e 109, § 2º da Lei nº 8.666/93.” (Decisão TCU nº 683/96, Processo nº
TC - 006.318/95-9, 23.10.96, D.O.U. nº 214, de 04.11.96).
“A compra do instrumento convocatório não é um requisito
necessário para a habilitação dos interessados em contratar com a
Administração, (...)” (Consultoria Zênite, ILC, 2.001)

4 – Procedimento Licitatório (art. 38)


4.1 – Síntese
Etapa interna: não se exterioriza perante terceiros. Finaliza com a
edição do Instrumento convocatório ou com a contratação direta.
Etapa externa:
Fase de divulgação: aviso de edital e exteriorização do “convite”.
Fase de proposição: formulação de propostas pelos interessados.
Fase de habilitação: seleção dos que possuem condições de
satisfazer as obrigações futuras.
Fase de julgamento: seleção da proposta mais vantajosa.
Subfase técnica: propostas técnica.
Subfase comercial: propostas comerciais.
Fase de deliberação: homologação e adjudicação.
4.2– Princípio da preclusão (art. 41, § 4º)
“Todos os prazos processuais, mesmo os dilatórios, são preclusivos.
Portanto, ‘decorrido o prazo, extingui-se, independentemente de declaração
judicial, o direito de praticar o ato’. (...) [preclusão é] a perda da faculdade ou
direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil.” (cf.
Humberto Theodoro Júnior. Curso de direito processual civil, vol. I, 17ª ed. Rio
de Janeiro: Forense, 1996, p. 243 e 244).
Ordenação dos atos
O exaurimento de uma fase acarreta o início da posterior
Com relação ao fenômeno da preclusão no processo administrativo,
recomenda-se a obra de Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari, Processo
administrativo, Malheiros, 2001, p. 38-47.
4.3 – Autorização (art. 38, caput)
Ato administrativo que formaliza o início da licitação. Examinam-se
os requisitos legais (projetos, definição do objeto, recursos orçamentários, etc.) e
autoriza-se o procedimento.
4.4 – Autos (art. 38, caput)
Os documentos devem ser colecionados e organizados
seqüencialmente para assegurar o controle da legalidade.
“(...), além dos seguintes procedimentos técnicos em obediência ao
disposto na Lei nº 8.666/93: (...) correta numeração das folhas de todos os
processos de licitação (art. 38, "caput")” (Decisão TCU nº 419/96, Processo nº
TC - 700.449/95-7, 17/07/96, D.O.U. nº 151, de 06/08/96).
4.5 – Documentos necessários
4.5.1 – Ato de Designação da CL (art. 38, inc. III).
4.5 2 – Instrumento Convocatório (art. 38, inc. I).
4.5.3 – Divulgação do Instrumento Convocatório (art. 38, inc. II).
4.5.4 – Originais das Propostas e Documentos (art. 38, inc. IV).
É aconselhável juntar aos autos os respectivos envelopes.
4.5.5 – Atas, relatórios e deliberações (atos decisórios) (art. 38, inc.
V) .
4.5.6 – Pareceres (art. 38, inc. VI).
4.5.7 – Recursos (art. 38, inc. VIII).
4.5.8 – Adjudicação e homologação (art. 38, inc. VII).
4.5.9 – Despacho de desfazimento (art. 38, inc. IX).
4.5.10 – Instrumento de contrato (art. 38, inc. X).
4.5.11 – Outros comprovantes de publicação (art. 38, inc. XI).
4.5.12 – Outros documentos (art. 38, inc. XII).
4.6 – Visto da Assessoria Jurídica (art. 38, parágrafo único)
Não se fala em convite. Contudo, é importante que a Assessoria
jurídica, ao menos, aprove um modelo de convite.

5 – O Edital (art. 40)


"(...) o edital deve conter apenas os requisitos necessários e úteis.
Formalismos excessivos devem ser eliminados, na medida em que não
produzam algum benefício para a seleção da proposta mais vantajosa. (...) é
recomendável organizar o edital de modo sistemático, agrupando logicamente os
itens pertinentes a cada tema. A ordem de elaboração do edital pode seguir o
desenvolvimento estimado do procedimento licitatório." (cf. Marçal Justen Filho.
Ob. cit., p. 398 e 399).
"A maioria dos problemas práticos ocorridos em licitações deriva da
equivocada elaboração do ato convocatório. Não seria exagero afirmar que os
equívocos na elaboração dos editais constituem-se em fatores muito mais
prejudiciais do que as complexidades ou defeitos da Lei 8666." (cf. Marçal
Justen Filho. Ob. cit., p. 398).
5.1 – Preâmbulo (art. 40, caput)
Deve constar:

Ente licitante.
Nº (em série anual) e modalidade de licitação.
Regime de execução.
Tipo de licitação.
Alusão a lei de licitação.
Data, horário e local de sessão de abertura.
5.2 – Corpo do Edital (incisos do art. 40)
“Edital - Desnecessidade de reprodução de disposições legais, as
quais, independentemente de transcrição, devem ser cumpridas.” (TJDF,
Processo nº: 44.606/97, Relatora: Des. Carmelita Brasil, 13.10.97)
5.2.1– Considerações gerais (art. 40, inc. XVII): para eventuais
esclarecimentos (p. ex.: financiamentos internacionais)
5.2.2 - Fundamentação legal: legislação pertinente.
5.2.3 - Objeto. (art. 40, inc. I): descrição sucinta e clara.
“Licitação - Contratação, por município, de serviços que poderiam ser
executados por servidores - Ilegalidade. (...) Ação popular - Procedência.” (STF,
Recurso nº: 160381-0, Relator: Min. Marco Aurélio, D. J. de 12.8.94)
5.2.4 - Prazos (art. 40, inc. II): execução do contrato e entrega do
objeto
5.2.5 - Recursos orçamentários.
5.2.6 - Condições de participação e restrições (art. 40, inc. VI):
elenco exaustivo acerca das condições e restrições para participação no
certame.
5.2.7 - Forma de apresentação dos envelopes: características,
quantidade e rótulos.
5.2.8 – Credenciamento (opcional).
5.2.9 - Conteúdo dos envelopes (art. 40, inc. VI): originais ou cópias,
rubricas e vistos, numeração de páginas, idioma, ordem, etc.
5.2.10 - Documentos relativos à habilitação (art. 40, inc. VI)
5.2.11 - Proposta Técnica.
5.2.12 - Proposta Comercial: especificações do objeto, prazo de
validade, cronograma de execução, condições de garantia, planilha
orçamentária, etc.
5.2.13- Procedimento: descrição sintética de todo procedimento
licitatório.
5.2.14- Julgamento (art. 40, incs. VII e X): critérios, fatores, correção
de erros, forma de apuração, desclassificação, desempate, etc. (evidenciar o
preço máximo, cf. art. 48, inc. II).
“(...) doravante adote em seus editais, em cumprimento ao disposto
no artigo 40, inciso X, da Lei nº 8.666/93, os critérios de aceitabilidade de preços
globais e unitários, fixando, previamente, os preços máximos que a
Administração se propõe a pagar.” (Decisão T.C. PE nº 0191/01, 15.02.01)
5.2.15- Recursos e impugnações (art. 40, inc. XV).
5.2.16- Contratação: procedimento e principais cláusulas.
5.2.17- Condições de pagamento (art. 40, incs. IX, XIII e XIV):
medições, prazos, moeda.
5.2.18- Reajustamento (art. 40, inc. XI): forma de apuração e índices
(Vide arts. 11 e 12 da Lei Federal nº 8.880, Lei Federal nº 9.069/95, MP nº
1.675-42/98 e Lei Estadual nº 11.424/98: proibição, em regra, de reajustes em
prazo inferior a 12 meses).
5.2.19- Fiscalização e entrega do objeto (art. 40, inc. XVI):
recebimento provisório e definitivo.
5.2.20- Prazo de garantia e manutenção.
5.2.21- Sanções por inadimplemento (art. 40, inc. III): não basta a
previsão em Lei para a concreta possibilidade de imposição de sanções. Deve
haver o necessário detalhamento das situações irregulares e correspondentes
penalidades. "Significa ser insuficiente a mera repetição das palavras da Lei
8.666." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 402).
5.2.22- Rescisão.
5.2.23- Revogação e anulação.
5.2.24- Disposições finais (art. 40, incs. V, VIII e XVII): modificações
no edital, diligências (art. 43, § 3º), anexos, consultas, aquisição do edital e
projetos, protocolo, casos omissos, etc.
5.3 – Anexos (art. 40, § 2º)
5.3.1 – Projeto básico e/ou executivo (art. 40, § 2º, inc. I)
“ (...) Pela ILEGALIDADE do procedimento licitatório, recomendando
à autoridade competente a anulação das Tomadas de Preços acima referidas,
em face do contido no inciso I, § 2º, do artigo 7º da Lei nº 8.666/93, que
determina: “as obras e os serviços somente poderão ser licitados quando houver
projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame
dos interessados em participar do processo licitatório”. (Decisão T.C. PE nº
0243/01, Processo TC Nº 0003445-9).
5.3.2 – Orçamento (art. 40, § 2º, inc. II)
"O orçamento deve ser divulgado, sob pena de vício do procedimento
licitatório e caracterização de desvio de poder". (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit.,
p. 414).
Posição TCE (Decisão T.C. PE nº 0926/00, 11.05.00):
“(...) CONSIDERANDO a ausência no edital de orçamento
demonstrado em “Planilhas de Custos Unitários”, restando inconteste que tanto a
Comissão de Licitação quanto a autoridade homologatória do certame não
procederam ao exame da compatibilidade dos preços ofertados com o preço de
mercado, apurável justamente por meio daquelas planilhas, Julgar IRREGULAR
a documentação objeto desta auditoria especial (...)”.
5.3.3 – Minuta do Contrato (art. 40, § 2º, inc. III)
5.2.4 - Especificações complementares (art. 40, § 2º, inc. IV)
5.4 - Impugnação ao Edital (art. 41)
Por cidadão comum:
Até cinco dias úteis antes da sessão de habilitação.
A Administração tem três dias úteis para responder.

Por licitante:
Concorrência: até dois dias úteis antes da sessão de habilitação.
Outras modalidades: até a abertura das propostas.
O protesto tardio deverá também ser apreciado.
Atos viciados não se transformam em atos válidos pelo silêncio do
particular.
"A lei alude a ‘decadência’ (art. 41, § 2º). Trata-se, porém, de
preclusão." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 420).
O Decreto Estadual nº 23.130 obriga os órgão do Estado de
Pernambuco e autarquias a informarem à PGE as decisões tomadas acerca de
impugnações nas concorrências.

6 – Etapa Externa da Licitação (art. 43)


6.1 – Sessão de abertura (art. 43, inc. I)
A abertura será em sessão pública (art. 43, § 1º).
Quando a abertura dos envelopes não for imediatamente
subseqüente à entrega, deverão ser rubricados pelos membros da comissão e
pelos licitantes.
Os documentos deverão ser rubricados pelos membros da comissão
e pelos licitantes que queiram. Não se admite o impedimento à rubrica (art. 43, §
2º).
Os trabalhos de recebimento dos envelopes, sua abertura, as
ocorrências relevantes, inclusive protestos e manifestações dos interessados
deverão ser registrados em ata (art. 43, § 1º).
6.2 – Julgamento da habilitação (art. 43, incs. I e II)
O exame dos documentos deverá ser minucioso e detalhado.
Pode-se valer do concurso de terceiros no tocante à análise
documental.
A comissão deliberará de modo coletivo, mas não necessariamente
por unanimidade.
É possível a juntada de documentos meramente explicativos e
complementares de outro preexistente para efeito de contraprova (art. 43, § 3º).
As decisões sobre habilitação e inabilitação serão necessariamente
formais e fundamentadas.
Após período recursal, serão devolvidos aos licitantes inabilitados os
envelopes de propostas, devidamente lacrados (art. 43, inc. II).
6.3 – Abertura dos envelopes de proposta (art. 43, inc. III)
Os presentes devem verificar se os envelopes estão incólumes e
lacrados.
Ocorre nos mesmos moldes da sessão de abertura.
6.4 – Julgamento das propostas
As propostas desconformes com o edital ou a lei serão
desclassificadas (art. 43, inc. V).
A pluralidade de envelopes de propostas provocará o fracionamento
da fase de julgamento (subfases). Caberá recurso contra a decisão de cada
subfase.
Valem as mesmas considerações arroladas no julgamento da
habilitação.
6.5 – Homologação e Adjudicação (art. 43, inc. VI)
A atividade jurídica da comissão se exaure com a classificação final.
"A Lei nº 8.666 determina que a autoridade superior realize,
primeiramente a homologação do resultado da licitação. Em momento
logicamente posterior, promoverá a adjudicação." (cf. Marçal Justen Filho. Ob.
cit., p. 440).
A autoridade competente para homologar e adjudicar é aquela que
dispuser de competência jurídica para ‘representar’ a entidade.
Cabe impugnação nos atos de homologação e adjudicação.
6.5.1 – Homologação
Consiste no reconhecimento da validade dos atos praticados e da
conveniência da licitação.
6.5.2 - Adjudicação
Ato formal da Administração que, pondo fim ao procedimento
licitatório, atribui ao vencedor o objeto licitado.
"A adjudicação acarreta a liberação dos proponentes cujas propostas
não tinham sido selecionadas." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 443).
"O adjudicatário tem mera expectativa de direito de contratar". (cf.
Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 444). “Adjudicar não é contratar. Não se
confundem o direito à adjudicação com o eventual direito de contratar (RE
107.552, STF, RTJ 121, p. 1.142 – cf. Carlos Pinto Coelho Motta. Ob. cit., p.
303). “Concluído o procedimento com sucesso, a Administração, em princípio
[em princípio porque pode haver motivo superveniente], estará obrigada a
contratar. (cf. Celso Antônio Bandeira de Mello. Ob. cit., p. 362).
6.5 – Desistência do Licitante (art. 43, § 6º)
“A desistência não será possível após a fase de habilitação, salvo por
motivo justo, decorrente de fato superveniente, aceito pela comissão” (cf. Toshio
Mukai. Ob. cit., p. 70).

7 – Julgamento (arts. 44, 45 e 48)


7.1 – Julgamento objetivo (art. 44, caput)
"Quando existir pluralidade de fatores de julgamento, o edital deverá
descrever, de modo preciso, como será avaliado cada fator" (cf. Marçal Justen
Filho. Ob. cit., p. 448) (art. 44, § 1º).
"O vício se configurará se o fator eleito for desnecessário ou
inadequado à satisfação do interesse público." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit.,
p. 449).
O critério de desempate será o sorteio realizado em solenidade
pública (art. 45, § 2º).
7.2 – Amostra
Não poderá ser prevista a apresentação de amostras na habilitação.
A solicitação de protótipos, conforme posição firmada pelo TCU,
pode ser ilegal: “(...) que nos próximos certames abstenha-se de exigir a
apresentação de protótipos em fase anterior à assinatura do contrato por onerar
os participantes do certame, provocando restrição ao caráter competitivo da
licitação” (art. 3º, incisos I e II da Lei nº 8.666/93); (Decisão TCU nº: 450/2000,
31.05.2000, DOU nº 113-E, de 13.6.2000).
A opinião que aqui se pretende adotar é a de que a apresentação de
amostras em licitação de tipo menor preço, embora lícita se constante de edital,
pode revelar-se inadequada, pois para o julgamento das propostas já se elegeu
o critério pecuniário. Disso se extrai que a prestação pretendida prescinde de
uma avaliação de técnica capaz de julgar uma determinada proposta. Fato é
que, nesse tipo de licitação, não importam as características concretas da
prestação, além daquilo previsto nas especificações do Edital. Portanto,
defende-se que a exigência de amostra na licitação pelo "menor preço" deve ser
restrita e cercada de cautelas. Isso porque, mesmo nos casos em que o edital
contenha expressa previsão dessa exigência, não se deve correr o risco de
deturpação de tipo de licitação, pela prevalência do critério técnico. (Mônica
Spezia Justen, ILC, 2.000).
“(...), em sendo o caso de análise de amostra do produto a ser
adquirido, deverá haver previsão no instrumento convocatório, com indicação de
que essa amostra será analisada na fase do julgamento.
Isso porque essa fase do procedimento se desdobra em duas:
na primeira, há a abertura dos envelopes contendo as propostas e
verificação de sua conformidade com os requisitos do edital e, conforme o caso,
com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou
ainda com os constantes do sistema de registros de preços, conforme art. 43, IV;
as propostas que não atenderem aos requisitos do edital serão desclassificadas;
na segunda, serão classificadas, pela ordem de preço, as propostas
que atenderam aos requisitos do edital.
Naquela primeira subfase, portanto, é que deverá ser verificado se os
licitantes atenderam aos requisitos do edital, não só no que concerne aos
preços, mas também no que diz respeito às exigências referentes ao próprio
produto a ser adquirido, tal qual descrito no instrumento convocatório. Esse é o
momento adequado para fazer análise das amostras, quando prevista no edital".
(Maria Sylvia Zanella de Pietro, Temas polêmicos sobre licitações e contratos, 3ª
ed., p. 213).
7.3 – Desclassificação
Como qualquer outra decisão, a desclassificação deverá ser
devidamente fundamentada. “À entidade licitadora incube fundamentar a
desclassificação, explicitando de modo claro e preciso os aspectos que
determinaram sua incompatibilidade com os requisitos inerentes à licitação.” (cf.
Celso Antônio Bandeira de Mello. Ob. cit., p. 384).
"Não basta comprovar a existência do defeito. É imperioso verificar
se a gravidade do vício é suficientemente séria, especialmente em face da
dimensão do interesse público." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 471).
"Será desclassificada proposta condicionada ao conteúdo da oferta
dos concorrentes." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 450) (art. 44, § 2º).
"Devem ser desclassificadas as propostas de valor excessivo. Essa
excessividade é apreciável de modo mas simples quando o ato convocatório já
determinar o valor máximo admissível." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 471)
(art. 48, inc. II).
“Anote-se que a Lei não quis estabelecer uma regra-padrão,
aplicável a todos os casos. É que cada mercado e cada produto tem suas
características. Em alguns setores, altamente competitivos, uma diferença de 5%
é manifestamente superior. Em outros casos, a diferença de 5% pode ser
reputada como irrelevante. Tem de reconhecer-se que tais colocações tinham
maior procedência em épocas de elevada inflação. Com o desaparecimento do
processo inflacionário, as diferenças entre os preços vão sendo reduzidas. Logo,
diferenças da ordem de 5% acabam sendo significativas em todos os casos. (...)”
Não será aceita proposta inexeqüível. "Haverá inexequibilidade
quando a margem de lucro for insuficiente para manutenção da atividade do
licitante." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 451) (art. 48, inc. II).

7.4 – Tipos de Licitação (arts. 45 e 46)


Não se pode criar novo tipo de licitação (em relação aos previstos na
Lei nº 8.666 - art. 45, § 5º).
7.4.1 – Menor preço (art. 45, § 1º, inc. I)
A licitação do tipo "menor preço" admite exigências técnicas na
configuração do objeto licitado.
"A licitação de menor preço não será desnaturada quando
estabelecidos padrões técnico-científicos mínimos, a serem examinados na fase
do julgamento." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p 456).
"Não se admite contratação de proposta que não é a mais vantajosa,
ainda quando a situação for produzida por redação imprecisa do ato
convocatório." (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 456).
7.4.2 – Técnica e preço (art. 45, § 1º, inc. III)
É cabível:
Em regra, para bens e serviços de informática (art. 45, § 4º).
Para contratação de serviços em que a atividade do particular seja
predominantemente intelectual (ou melhor técnica) (art. 46, caput).
Contratações de grande vulto cuja execução dependa do domínio de
tecnologias que não se encontre à disposição de profissionais comuns (ou
melhor técnica) (art. 46, § 3º).
Será vitoriosa a proposta que apresentar a melhor média,
considerando as notas das propostas técnicas e das propostas de preços (art.
46, § 2º, inc. II).
7.4.3 – Melhor técnica (art. 45, § 1º, inc. II)
"A Administração dará preferência ao licitante cuja proposta técnica
tiver atingido maior pontuação. Buscará obter uma redução da proposta de
preço, tendo por parâmetro a proposta de preço mais reduzida." (cf. Marçal
Justen Filho. Ob. cit., p. 464) (art. 46, § 1º).

7.6 – Renovação de Propostas (art. 48, § 3º)


7.6.1 - Preliminares
Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas
forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos licitantes o prazo de
oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas (facultada, no caso de convite, a redução do prazo para três dias
úteis).
Trata-se de faculdade à Administração.
Cabe a autoridade superior dispor a respeito.
A regra não se aplica aos licitantes anteriormente excluídos.
O prazo começa a contar da decisão que eliminou todos os licitantes.
Terão início e curso simultâneo com o prazo recursal. Interposto o recurso,
suspende-se o prazo do art. 48, § 3º.
Segundo Marçal J. Filho, esta regra infringe princípios constitucionais
e não pode ser considerada válida" (Ob. cit., p. 477).

8 – Desfazimento da Licitação (art. 49)


8.1 – Cancelamento
É cabível falar em cancelamento (essa figura não existe na Lei de
Licitações) do certame quando os atos forem pertinentes a etapa interna do
procedimento licitatório.
8.2 – Anulação (art. 49, caput)
Trata-se do reconhecimento pela própria Administração do vício do
ato administrativo, desfazendo o ato e seus efeitos.
8.3 – Revogação (art. 49, caput)
Consiste no desfazimento do ato porque reputado inconveniente e
inadequado à satisfação do interesse público.
“(...) a revogação da licitação, atualmente é ato vinculado à
ocorrência de tais fatos [fato superveniente devidamente comprovado], e não
depende mais da vontade discricionária do administrador público.” (cf. Toshio
Mukai. Ob. cit., p. 76).
“Se o procedimento de licitação ultrapassou o exercício financeiro e
no orçamento para o ano seguinte não existe reserva de verba, para enfrentar a
despesa com a aquisição do bem objeto da concorrência, é lícito à
Administração declarar extinto o certame - A inexistência de reserva
orçamentária é mais que um motivo justo para revogar-se a licitação (Lei nº
8.666/93). Nela se traduz um impedimento absoluto ao avanço do
procedimento.” (STJ, Mandado nº: 4.482, Relator: Min. Humberto Gomes de
Barros, 21.08.96, D.J de 21.10.96).
8.4 – Vícios
Mera irregularidade: não acarreta lesão a interesse público ou
particular.
“Instrumento convocatório - A verificação de falha formal não invalida
o procedimento licitatório” (Decisão TCU nº 757/97, 05.11.97, D.O.U. nº 227, de
24.11.97)
Anulabilidade: o vício apenas será pronunciável mediante
provocação do particular (recursos – direito disponível).
Nulidade: contraria o interesse público.

9 – Recursos (art. 109)

9.1 – Procedimento
“Faz-se [o recurso] em petição dirigida à autoridade que praticou o
ato. Quando se trata de ato da comissão, deverá ser dirigida ao presidente dela."
(cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 651) (art. 109, § 4º).

Interposto o recurso será comunicado aos demais licitantes que


poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

“A manifestação dos demais interessados poderá ser de adesão ou


de impugnação. Na sua manifestação, os interessados poderão produzir novos
documentos, relevantes para a questão. Se isso ocorrer, o recorrente deverá ser
novamente ouvido” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 653) (art. 109, § 3º).

Se reconsiderar seu entendimento e revisar o ato praticado, deve-se


abrir faculdade aos interessados interporem recurso contra a reconsideração,
que constitui um ato administrativo de cunho decisório.

9.2 – Formalidades
Tem legitimidade recursal o participante da licitação não excluído do
procedimento.
Só cabe recurso para combater ato administrativo de cunho
decisório.
Pode-se recorrer da decisão que rejeitou uma determinada
impugnação ao Edital.
“Verificando que o recurso, aparentemente, preenche as exigências
necessárias, a autoridade a quem foi dirigido deverá instrumentalizá-lo em autos
apartados aos do processo administrativo principal.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob.
cit., p. 652).
“O recorrente tem o dever de fundamentar sua insatisfação” (cf.
Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 652).
“A recusa em manifestar-se caracterizaria omissão abusiva,
habilitante à adoção de providência judicial.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p.
654).
O Decreto Estadual nº 23.130 obriga os órgão do Estado de
Pernambuco e autarquias a informarem à PGE as decisões tomadas acerca de
recursos administrativos nas concorrências.

9.3 – Prazos
”O prazo iniciará seu curso a partir da data da intimação do ato, seja
essa intimação efetivada através da imprensa, por comunicação pessoal ou por
ato público a que os interessados devam comparecer. Prevalecerá o princípio da
ciência efetiva sobre o da intimação formal.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p.
650) (art. 109, inc. I).
“Após a ouvida de todos os interessados [decorridos cinco dias
úteis], a autoridade deve exercer o juízo de retratação. Disporá do prazo de
cinco dias úteis. Se entender procedentes os argumentos do recurso, deverá
rever sua decisão. Senão, encaminhará o procedimento à apreciação da
autoridade superior, devidamente informado.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p.
654) (art. 109, § 4º).
“Subindo ao conhecimento da autoridade superior, deverá ela proferir
decisão no prazo de cinco dias úteis.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 655)
(art. 109, § 4º).
Em se tratando de convite os prazos informados acima serão de dois
dias úteis (art. 109, § 6º).

9.4 – Efeitos

“Todo recurso possui efeito devolutivo.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob.
cit., p. 652).
Quando o recurso se voltar contra a habilitação ou inabilitação e
contra o julgamento das propostas terá efeito suspensivo. “A lei faculta a
atribuição de efeito suspensivo em outros casos, o que exige decisão em ato
motivado, que invoque razões de interesse público.” (cf. Marçal Justen Filho. Ob.
cit., p. 653) (art. 109, § 2º).

10 – Contagem dos prazos (art. 110)


“Aplica-se a regra de que se exclui o dia de início e se inclui o do
vencimento” (cf. Marçal Justen Filho. Ob. cit., p. 657).

20. CONTROLE INTERNO E EXTERNO

“Somos controladores em alguns momentos e controlados todo o


tempo”. (Hely Lopes Meirelles)

O CONTROLE INTERNO: é a fiscalização realizada pela própria


administração sobre seus órgãos ou entidades descentralizadas, no Estado de
Pernambuco é exercido pelo Sistema de Auditoria-Geral que tem na PMPE uma
Comissão Permanente de Auditoria.

O CONTROLE EXTERNO: a cargo da Assembléia Legislativa, será exercido


com o auxílio do Tribunal de Contas.

21. AS FINANÇAS PÚBLICAS E A RESPONSABILIDADE FISCAL

A Lei de Responsabilidade Fiscal trouxe uma série de novos desafios


para os gestores públicos no Brasil. Dentre os princípios da Lei estão o
planejamento, a transparência no uso de recursos públicos e a participação
popular.
A cobrança gerada pela Lei de Responsabilidade Fiscal tem uma
novidade em relação a outras leis no setor público, que é a de responsabilizar a
área de gestão financeira dos órgãos e poderes a partir de um acompanhamento
sistemático de desempenho.
Este panorama se deve ao comportamento da própria sociedade por
estar cada vez mais interessada nos assuntos políticos, econômicos e sociais do
país e, por isso mesmo, estar buscando informações que possam fazê-lo
entender melhor os instrumentos que regem o destino do Brasil e,
conseqüentemente, de cada cidadão que aqui vive.
A Lei de responsabilidade Fiscal entrou no cenário da administração
pública brasileira, neste contexto de limitação da ação do gestor público, com a
finalidade de disciplinar a gestão de recursos públicos, atribuindo mais
responsabilidade a seus gestores. Além disso, aparece a transparência que o
governo deve a sociedade nos assuntos fiscais, com obrigatoriedade de:
divulgação anual das contas; emissão de Relatório resumido de Execução
Orçamentário; emissão de Relatório de Gestão Fiscal e estímulo ao Controle
Social.
Portanto, há que se considerar, que estamos diante de uma
mudança de modelo cultural em todos os níveis: comportamental e ético. A Lei
deve ser discutida, entendida pelos cidadãos, pelos contribuintes, etc., pois a
sua responsabilidade fiscal, deve ser de toda a população, fiscalizando-os e
exigindo qualidade e transparência das despesas públicas a cargo dos
governantes.
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, é conhecida
como a Lei de Responsabilidade Fiscal, ou simplesmente por LRF, estabelece
normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e
dá outras providenciais. Esta lei veio para regulamentar o artigo 163 e 169 da
Constituição Federal da República de 1988 e tem por objetivo estabelecer
normas de finanças públicas voltadas para responsabilidade da gestão fiscal.
Segundo FIGUEIRÊDO & NÓBREGA (2001) responsabilidade fiscal pode ser
traduzida como sendo o cuidado, o zelo na arrecadação das receitas e na
realização das despesas públicas. Obrigando-se o gestor a agir com
transparência e de forma planejada.
É preciso difundir os benefícios que a Lei de Responsabilidade Fiscal
trouxe para qualquer entidade. Além de conter os gastos, ela seria um
instrumento inibidor da fraude e da corrupção no País.
Estão sujeitos à Lei de Responsabilidade Fiscal os Poderes
Executivos, Legislativos, inclusive Tribunais de Contas, e Judiciário, bem como o
Ministério Público e os respectivos órgãos da administração direta, fundos,
autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. Ou seja, a nova Lei
tem abrangência plena. Qualquer ente de direito público está sujeito aos seus
ditames: União, estados, municípios, fundações, autarquias – enfim, todo tipo de
entidade que lide com recursos públicos.
Conforme KHAIR (2001) a Lei Complementar parte do
planejamento, onde são estabelecidas as regras do jogo da gestão fiscal,
criando-se novas funções para a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei
Orçamentária Anual (LOA), tendo como elaboração e discussão a participação
popular, assegurando com isto maior transparência da gestão governamental.
Um dos aspectos fundamentais da Lei é o controle, a ser facilitado
pela criação de novos relatórios de acompanhamento da gestão fiscal que, além
da obrigatoriedade de publicação, deverão estar disponibilizados na Internet.
A finalidade da Lei de Responsabilidade Fiscal de acordo com o
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão – MPOG (2000), é servir como
um código de conduta para os administradores públicos que passarão a
obedecer às normas e limites para administrar as finanças, prestando contas
sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade. Neste sentido, o
propósito da lei é a ação planejada e transparente, tendo o objetivo de prevenir
riscos e corrigir desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. A Lei
se fundamenta em três princípios básicos: imposição de limites para os gastos
públicos, atribuição de responsabilidades ao gestor e transparência na sua
atuação.
A Lei se apóia em quatro pilares: o planejamento, a transparência, o
controle e a responsabilização. Sem estes sustentáculos, comprometido ficará o
tão sonhado equilíbrio das contas públicas.
O planejamento, é aprimorado pela criação de novas informações,
metas, limites e condições para a receita, para a geração de despesas, inclusive
com pessoal e de seguridade, para assunção de dívidas, para a realização de
operações de crédito, incluindo Antecipação de Receita Orçamentária - ARO, e
para a concessão de garantias.
A transparência, segundo o mesmo autor, é concretizada com a
divulgação ampla, inclusive pela Internet, de quatro novos relatórios de
acompanhamento da gestão fiscal, que permitem identificar as receitas e
despesas: Anexo de Metas Fiscais; Anexo de Riscos Fiscais; Relatório
Resumido da Execução Orçamentária; Relatório de Gestão Fiscal.
Já o controle, é aprimorado pela maior transparência e qualidade
das informações, exigindo uma ação fiscalizadora mais efetiva e contínua dos
Tribunais de Contas.
A responsabilização deverá ocorrer sempre que houver o
descumprimento das regras, com a suspensão das transferências voluntárias,
das garantias e da contratação de operações de crédito, inclusive ARO. Os
responsáveis sofrerão as sanções previstas na legislação que trata dos crimes
de responsabilidade fiscal.
De acordo com TAVARES (2001), os governantes vão passar a ser
os agentes do cumprimento das regras previstas pela nova lei. Desde o
presidente da República até os prefeitos e seus secretários, todos serão
responsáveis por essa mudança, que tem a prudência como base.

21.1 – VANTAGENS DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL:

Orçamento participativo:
A Lei de Responsabilidade Fiscal vai estimular a prática do
orçamento participativo ao estabelecer como condição prévia à participação
popular e a realização de audiências públicas na elaboração e discussão da lei
de Diretrizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária Anual.
O orçamento participativo dá oportunidade ao governo de expor
situação financeira, seus problemas operacionais, seus planos e prioridades e
propicia à população apresentar suas reivindicações. É dessa interação que
deve sair a proposta orçamentária.
Transparência da gestão:
A transparência da gestão fiscal é um dos pilares que se apóia à lei.
A garantia de uma eficaz administração pública está centrada na boa interação
entre governo e sociedade. Essa interação se dá por meio da ampla divulgação
das prestações de contas, dos relatórios de gestão e, especialmente, pelo
incentivo à participação da sociedade. A própria lei estabelece alguns
instrumentos de transparência, determinando que deverá ser-lhe dada ampla
divulgação, inclusive através de meios eletrônicos de acesso público, dentre os
quais estão: Planos, Orçamentos e Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDOs);
Prestação de contas e respectivo parecer prévio; Relatório Resumido da
Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal.
Entretanto a grande novidade, no que se refere à transparência na
Lei de Responsabilidade Fiscal, não consta expressamente de seu texto, mas de
um de seus princípios “o da divulgação dos documentos orçamentários e
contábeis, em linguagem simples e objetiva”.
Eficiência na gestão governamental:
Os governos fazem verdadeiros milagres para executar os projetos
essenciais do plano de governo, devido às dificuldades e a escassez de
recursos. A Lei Complementar deve conduzir os governos a administrarem com
mais eficiência seus recursos.
KHAIR (2001) diz que a arrecadação pode melhorar através de maior
atuação da fiscalização e de tributos mais bem instituídos e cobrados. As
despesas poderão ser mais seletivas e controladas e reduzidos seus custos.

Despesas racionalizadas:
A Lei Complementar tem como ênfase o controle e contenção das
despesas, particularmente as despesas com pessoal, serviços de terceiros e
despesas obrigatórias de caráter continuado.
KHAIR (2001) diz que, as despesas com pessoal devem ficar abaixo
de 60% da receita corrente líquida em dois exercícios; a Câmara Municipal não
poderá gastar mais de 70% de sua receita com a folha de pagamento; deve ser
observado o limite legal aplicado às despesas com pessoal inativo; e está
proibido o aumento da despesa total com pessoal expedido nos últimos 180 dias
do mandato.
Com essas limitações, a administração racionaliza suas despesas.
Caso não aconteça, incorrem no corte de transferências voluntárias e demais
sanções penais e políticas.

Crescimento das receitas:


É necessário que os municípios promovam uma ampla revisão da
estrutura administrativa e legal voltada para os seus tributos, buscando melhoria
da arrecadação até os limites compatíveis com as condições próprias de cada
Município e norteada por princípios de justiça fiscal.

Ação do governo planejada


O planejamento público assume, na Lei de Responsabilidade Fiscal,
acentuada importância. O texto legal (arts. 4.º e 5.º, notadamente) adota
implicitamente a concepção de que a ação projetiva racional e o controle
apurado serão determinantes do equilíbrio entre receita e despesa.
O planejamento é o ponto de partida da Lei de Responsabilidade
Fiscal e é constituído por três instrumentos, que já existiam, tendo sido agora
aprimorado os dois últimos: o Plano Plurianual (PPA); a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO); e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
Pode-se dizer que a elaboração do Planejamento começa com o
PPA, tem na LDO o seu encaminhamento e regramento, mas materializa-se com
a LOA. São leis distintas, mas indissociáveis, formam um único instrumento de
planejamento, controle, reavaliação e correção.
Portanto, a LDO deve ser compatível com o PPA e a LOA com a
LDO e o PPA, justificando-se dessa forma o planejamento integrado e assim
sendo, os instrumentos de planejamento passarão a ser mais efetivos e não
apenas peças formais.

Herança fiscal
Uma das grandes vantagens da Lei de Responsabilidade Fiscal é
impedir heranças fiscais, que imobilizam o governo no início do mandato, por
terem que pagar dívidas e/ou assumir compromissos financeiros deixados pelo
antecessor, pois ficam proibidos aumentos salariais em final de mandato e a
contratação de obrigações que não possam ser pagas com recursos do
mandato.

A Lei Complementar nº 101, chamada de Lei de Responsabilidade


Fiscal, é mais um esforço na direção da accountability. Segundo RIBEIRO
FILHO (2001) busca de responsabilidade em duas mãos entre os gestores
públicos e os cidadãos/eleitores, pelo desejo de um orçamento, não apenas
formalmente equilibrado, mas, fundamentalmente, gerido com eficiência, eficácia
e efetividade.

BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:

ABREU, Osmar Teixeira de. Auditoria Pública. Belo Horizonte:


Universidade Federal de Minas Gerais, 2000. Apostila distribuída para o Curso
de Especialização em Auditoria Externa;

FIGUEIRÊDO, C. M. C., NÓBREGA, M. A R. Gestão Fiscal


Responsável. Os municípios e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Perguntas
e respostas. Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, Rs: 2001;

GIAVANNINI, D. A. O profissional da contabilidade e a Lei de


Responsabilidade Fiscal. Jornal do Conselho Regional de Contabilidade de
Minas Gerais. Belo Horizonte, MG:, p.18, out/nov.2001;

JOÃO EUDES, Bezerra Filho. Contabilidade Pública. Teoria, Técnica


de Elaboração de Balanços e 300 questões. Série Provas e Concursos. Impetus.
Rio de Janeiro, 2004;
KHAIR, A. A. Gestão Fiscal responsável. Guia de Orientação para
as Prefeituras. Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, Rs: 2001;

LEI nº 8.666 – Licitações e Contratos;

LEI nº 7.741 –Código de Administração Financeira do Estado de


Pernambuco;

LEI nº 4.320 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para


Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal;

MPOG – MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E


GESTÃO. Lei de responsabilidade Fiscal. Disponível em:
http://www.planejamento.gov.br/ Acesso em: 28 out.2004;

Manual da Despesa –Editado pela Secretaria da Fazenda-PE;


RIBEIRO FILHO, J. F. Uma análise contábil da Lei de
Responsabilidade Fiscal sob a ótica da Teoria de gestão Econômica. Revista
Brasileira de Contabilidade. Brasília, DF: ano 30, n. 132, p.57-71, nov/dez.2001;

VASCONCELOS FILHO, Bartolomeu Moraes. Recife: Escola


Fazendária, 2002. Apostila distribuída para o Curso de Extensão em Gestão
Econômico - Financeira;

SILVA, D. S. da., PIRES, J. B. F. LRF fácil. Guia contábil da Lei


de Responsabilidade Fiscal. Conselho Federal de Contabilidade. Brasília,
DF: set/2001;

TAVARES, M. Começar bem. Texto baseado na palestra


proferida pelo ministro do Planejamento, no seminário Gestão Municipal –
Como começar bem, realizado pela Trevisan. Revista Trevisan. São Paulo,
SP: ano XIV, n.156, p.40-42.2001.
EXERCÍCIOS

1.Assinale entre os parênteses abaixo V ou F, caso a afirmativa seja,


respectivamente, verdadeira ou falsa.

a. ( ) A principal diferença entre Unidade Orçamentária e Unidade


Administrativa e que esta última não é contemplada nominalmente no
orçamento.

b. ( ) O pagamento de uma despesa, é uma obrigação do Estado para


com o credor, devendo ser feito tão logo o material seja entregue na
Unidade.

c. ( ) O Chefe do Centro de Assistência Social da PMPE (CAS), ao


realizar despesas com verba proveniente de contribuição em folha,
referente à mensalidade de seus associados, está trabalhando com
verba extra-orçamentária.

d. ( ) O sistema SIAFEM/SIAGEM, é utilizado, entre outras, para agilizar


o processo de execução orçamentária no âmbito do Estado de
Pernambuco.

e. ( ) Nas prestações de contas das Unidades Administrativas, devem


constar todas documentações comprobatórias das despesas realizadas,
incluindo-se as cópias das notas fiscais emitidas pelos fornecedores,
por ocasião da entrega dos materiais.
f. ( ) Uma despesa na qual foi emitido o Empenho, o material foi
entregue, porém o exercício financeiro encerrou e o credor não
apareceu para receber o pagamento, deverá ser inscrita no próximo ano
como “Restos a Pagar Processado”.

g. ( ) É dispensável a Licitação nos casos de exclusividade de


fornecimento.

h. ( ) Quando os administradores não podem realizar toda despesa pela


qual lhes foram concedidos dotações através de PCOs, devem justificar
a DF, por escrito, o motivo do gasto parcial, e guardar o restante da
verba para ser usada no mês seguinte.

i. ( ) As Unidades Administrativas ao realizarem seus gastos rotineiros,


com a utilização de verbas provenientes de NPCOs, estão enquadradas
no regime de execução de despesa normal.

j. ( ) A OBB (Ordem Bancária Banco) é para pagamentos que


necessitam de autenticação mecânica como luz e telefone.

k. ( ) O governo do Estado pode abrir Crédito Suplementar sem prévia


autorização da Assembléia Legislativa.

l. ( ) Podemos dizer que Orçamento é o ato de se prever receitas e fixar


despesas, por período determinado, havendo para tanto, aprovação
prévia por parte do Poder Legislativo.

m. ( ) Homologação é o ato pelo qual se atribui ao vencedor o objeto da


Licitação.

n. ( ) Podemos afirmar que o Plano Plurianual traça de forma


discriminada, as receitas e despesas relativas a todos os órgãos da
administração direta e indireta, vigorando por um período de 04 (quatro)
anos.

o. ( ) Podemos afirmar que a Seção de Auditoria da PMPE executa o


controle interno da Corporação.

p. ( ) O controle administrativo externo das Policias Militares e Corpos


de Bombeiros Militares de cada Estado é uma das atribuições do
Tribunal de Contas dos Estados.
q. ( ) A Programação Financeira serve para ajustar a execução do
orçamento com a realidade dos recursos que estão entrando no caixa
do Governo.
r.. ( ) A Provisão de Crédito Orçamentário, que os Batalhões da PMPE
recebem mensalmente, por Lei só deve ocorrer em casos excepcionais
e devidamente autorizado pelo Secretario da Fazenda.

s. ( ) O Suprimento Individual tem por objetivo dotar os servidores de


meios para que realizem despesas que não possam se subordinar ao
processo normal de execução.

t. ( ) Podemos afirmar que uma unidade gestora pode ser ao mesmo


tempo unidade orçamentária.

u. ( ) A Licitação tem como objetivo principal selecionar, entre


fornecedores qualificados, aquele que apresentar o melhor preço para a
administração pública.

v. ( ) No Brasil existe uma grande diferença entre “ano civil” e “Exercício


Financeiro”.

w. ( ) A “Carta Convite” é uma modalidade de licitação instituída em Lei,


onde os fornecedores são convidados em número mínimo de 3 (três)
pela Unidade Administrativa.

x. ( ) Receitas e despesas Orçamentárias são os recebimentos e/ou


pagamentos previstos no orçamento.

y. ( ) Receitas e Despesas Extra-orçamentárias são, respectivamente,


os recebimentos e pagamentos de recursos que não pertencem ao
Estado, ou que, pela sua natureza, não constituem receitas ou
despesas orçamentárias.

z. ( ) O Secretário de Defesa social deve solicitar um Crédito Adicional


Extraordinário para adquirir um material nos EUA, o qual não existe
dotação orçamentária para tal despesa.

2 . Enumere em ordem crescente os passos da execução da Despesa


Orçamentária.

( ) Empenho (NE)
( ) Contrato
( ) Liquidação
( ) Pagamento
( ) Licitação
( ) Entrega do material/serviço
( ) Composição do processo de prestação de contas

Existem abaixo vários conceitos em coluna. Coloque nos parênteses


da coluna da direita o numero que julgar corresponder ao conceito da esquerda.
Caso não haja correspondência, dê um traço no interior do parêntese ( ).

1 – OBP (Ordem bancária de ( ) Possui prazo de sessenta dias após o


repasse.
Pagamento)
2 – EXERCÍCIO FINANCEIRO
( ) Possui validade de 15 dias, é destinada ao

3 – REGIMES CONTABEIS portador.

( ) Destinada a credores correntistas do Banco


4 – SUPRIMENTO INDIVIDUAL do estado.

( ) Período de execução do Orçamento


Público.

( ) Período de elaboração do Orçamento


Público.

( ) Caixa e Competência.

( ) Possui prazo de trinta dias após o


pagamento

( )Destinado a despesas parceladas com


valor determinado.

4- Qual é o nome técnico que se dá, no direito administrativo brasileiro,


ao “procedimento administrativo prévio, complexo, geral e impessoal, a que
recorre a Administração quando, desejando celebrar contrato com o particular,
concernente a compras, vendas, obras, trabalhos ou serviços, seleciona, envia
várias propostas, a que melhor atende ao interesse público, baseando-se, para
tanto, em critério objetivo, fixado de antemão em edital, a que se deu ampla
publicidade”?:
A) Contrato administrativo.
B) Licitação.
C) Promessa do Poder Público.
D) Oferta pública.
E) Seleção prévia.

5 - De acordo com a CF, a Administração está obrigada a realizar


licitação:

(A) Somente para a realização de obras, serviços e alienações;


(B) Somente para a realização de obras, serviços e alienações, bem
assim para a concessão de serviços públicos;
(C) Para a realização de obras, serviços e alienações, bem assim para a
concessão e permissão de serviços públicos;
(D) Somente para a realização de obras, serviços contratados por
empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade
econômica.

6 - (Procurador - Dejair Vieira, p. 116) São princípios básicos da atuação


administrativa:
A) Legalidade, moralidade, oportunidade e conveniência.
B) Conveniência administrativa, finalidade e publicidade.
C) Publicidade, impessoalidade, moralidade e legalidade.
D) Legalidade, finalidade, precariedade e revogabilidade.

7 - 10. (Promotor de Justiça/DF/98 - p. 186) Não constitui um dos


princípios que regem a licitação, qualquer que seja a sua modalidade, a:

(A) Publicidade de seus atos;


(B) Vinculação ao edital;
(C) Publicidade na apresentação das propostas;
(D) Igualdade entre os licitantes.

8 – (AFTN mar 1994) A modalidade de licitação apropriada para contratar


serviços profissionais, cujo critério de julgamento consiste na avaliação do
trabalho técnico ou artístico, de criação ou desenvolvimento intelectual, pago
mediante prêmio, é o (a):
A) Convite.
B) Tomada de preços.
C) Concorrência.
D) Concurso.
E) Leilão

9 - (José Cretella Jr. p. 151) Licitação é gênero, de que são espécies as


seguintes modalidades:
A) Concorrência e convite.
B) Convite e leilão.
C) Concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão.
D) Tomada de preços e convite.
E) Tomada de preços, convite e leilão.

10- (AFCE - TCU/99) Tratando-se de convite, modalidade de licitação,


se não houver o comparecimento de, no mínimo, três interessados ao
procedimento, deve-se observar o seguinte comportamento:

a) adotar outra modalidade de licitação


b) repetir o convite, salvo por limitação do mercado ou manifesto
desinteresse dos convidados, sempre justificados
c) revogar a licitação
d) apurar o motivo do não-comparecimento dos convidados, para impor
sanções
e) prosseguir a licitação com os interessados, sem qualquer outra

11 - (Assistente Jurídico da AGU/99 - p. 216) São hipóteses de dispensa


de licitação, exceto:

(A) Contratação de serviço técnico de profissional de notória


especialização;
(B) Casos de calamidade pública;
(C) Contratação de remanescente de obra, desde que observadas a
ordem de classificação e as condições do licitante vencedor;
(D) Locação de imóvel para atender às finalidades da Administração;
(E) Contratação de instituição brasileira da área da pesquisa científica,
sem fins lucrativos.

12 - (AFCE - TCU/96) A licitação pode ser dispensada nos casos


especificados em lei, tais como:

(1) casos de guerra ou grave perturbação da ordem.


(2) contratações de serviços técnicos, de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização, excetuados os serviços de
publicidade e de divulgação.
(3) compras de materiais de uso pelas Forças Armadas, com exceção de
materiais de uso pessoal e administrativo, para a manutenção da padronização
requerida pela estrutura de apoio logístico.
(4) contratações de fornecimentos efetuados pelos concessionários de
serviços públicos de água, luz e telefone.
(5) casos em que a União necessitar intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento

13 - (Juiz de Direito/DF/99 - p. 224) Assinale a alternativa correta:

(A) Para habilitação nas licitações será exigida dos interessados


exclusivamente a documentação relativa a habilitação jurídica, qualificação
técnica e qualificação econômico-financeira;
(B) Cada unidade administrativa deverá manter seu próprio registro
cadastral, sendo vedada a utilização, por um órgão, de cadastro de outras
entidades da Administração;
(C) Os registros cadastrais serão válidos, no máximo, por dois anos;
(D) Antes da expiração do prazo de validade do registro cadastral, a
Administração poderá cancelar o registro do inscrito que tiver comprometida a
sua qualificação econômico-financeira.

14 – Qual a quantidade mínima de membros que podem compor a


comissão de Licitação? Fundamente na Lei 8.666/93.

15 – Analise a afirmativa a seguir e faça as substituições necessárias de


forma a torná-la verdadeira:
“ Não existe limite de tempo para a investidura dos membros da Comissão de
Licitação, podendo ser reconduzida sua totalidade anualmente ”
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

16 – Qual a autoridade competente para autorizar a instauração de


processo licitatório?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
17 – Quais são os prazos mínimos para abertura da fase inicial de uma
licitação de acordo com a modalidade?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________

18 – Quais as modalidades que exigem ampla divulgação (publicação no


Diário Oficial Estadual e Jornal de Grande Circulação) para abertura de
licitação?
ANEXOS
FLUXOGRAMA SIMPLIFICADO DE EXECUÇÃO DA DESPESA E
PRESTAÇÃO DE CONTAS

LICITAÇÃO CONTRATO EMPENHO


(NE)

ENTREGA DOS BENS


OU PRESTAÇÃO DOS
SERVIÇOS
(NOTAS FISCAIS/
RECIBOS)

ENTREGA
COMPOSIÇÃ ENTREGA
DO
O DO DO
PROCESSO
LIQUIDAÇÃO PROCESSO PROCESSO
À
DA DESPESA DE À DIRETORIA
PAGAMENTO CONTADORI
(NL) PRESTAÇÃO DE
A GERAL DO
DE CONTAS FINANÇAS
ESTADO

ANÁLISE DO PROCESSO PELO ARQUIVAMENTO NA CGE,


DEPARTAMENTO DE POR CINCO ANOS, DAS
ACOMPANHAMENTO DOS ÓRGÃOS NEs QUE RECEBERAM
CONTABILIDADE/CERTIFICADO DE CERTIFICADO DE
REGULARIDADE OU BOLETIM DE REGULARIDADE
EXIGÊNCIA
JULGAMENTO DO TRIBUNAL
REMESSA AO DE CONTAS, QUE PODERÁ
TRIBUNAL DE APROVAR A DESPESA, COM
CONTAS OU SEM RESSALVAS, OU
CONSIDERÁ-LA IRREGULAR

FORMULÁRIO DE PROPOSTA CADASTRO DE MATERIAL

Material:
_____________________________________________________________

Sinônimos: _______________________________
_______________________________ __________________________

Natureza de Bens e Serviços: _____ Classe: ______ Unidade de


Fornecimento: _____ _____ ______ ______

CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL
Característica Obr. Descrição da Complemento
Item s característica Exemplo

1 Define em que
consiste esta
característica do
material
2 Define em que
consiste esta
característica do
material
3 Define em que
consiste esta
característica do
material
4 Define em que
consiste esta
característica do
material
5 Define em que
consiste esta
Característica do
material
6 Define em que
consiste esta
característica do
material
7 Define em que
consiste esta
característica do
material
8 Define em que
consiste esta
característica do
material
9 Define em que
consiste esta
característica do
material
10 Define em que
consiste esta
característica do
material
11 Define em que
consiste esta
característica do
material
12 Define em que
consiste esta
característica do
material
INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO E DIGITAÇÃO NO
SISTEMA

INFORMAÇÕES IMPORTANTES REFERENTES A INCLUSÃO DE


PROPOSTAS DE MATERIAIS NO CADMAT

MATERIAL: Preencher com a descrição(nome) sucinta do material. Exemplos:


Caneta, Microcomputador, carne, sapato, automóvel, etc.

SINÔNIMOS: Informar pelo menos uma descrição de como o material também é


conhecido. (o preenchimento não obrigatório)

NATUREZA DE BENS E SERVIÇOS: Preencher com o número 1 para


CONSUMO e 2 para PERMANENTE, ou tecle PF1 para o help.

CLASSE: Preencher com o código da classe, caso não saiba, teclar PF1, irá
abrir a tela com o campo CÓDIGO____ teclar enter para abrir a tabela das
classes cadastradas em ordem alfabética, selecionar a classe adequada ao
material, posicionando o cursor sobre a mesma e teclar enter.

UNIDADE DE FORNECIMENTO: Preencher com o código da unidade de


fornecimento, ou teclar PF1 que o sistema abrirá a tabela de códigos em ordem
alfabética, posicionar o cursor sobre aquela que for adequada e teclar enter. A
Unidade de Fornecimento é determinada considerando as situações: forma
como o material é comercializado, armazenado, embalado, consumido, etc..
Exemplo: UNIDADE, DÚZIA, CENTO, RESMA, MILHEIRO, PAR, QUILO,
LITRO, METRO, etc..
No entanto, existe uma tabela de códigos para cada espécie de UF.

CARACTERÍSTICA: Caracterizar o material significa fazer algumas perguntas


específicas sobre aquele material. Por exemplo: Qual a matéria prima deste
material, Qual o formato deste material?, Qual a cor deste material? Qual é o seu
tamanho?, em fim, quantas perguntas forem necessárias para identificar as
características PRIMÁRIAS e SECUNDÁRIAS Exemplo de características:
MATÉRIA PRIMA, FORMATO, TAMANHO, COR, FINALIDADE, TIPO,
MODELO, FABRICAÇÃO, TRAÇÃO, POTÊNCIA, VOLTAGEM, ESPÉCIE,
ACESSÓRIOS, ETC.
OBRIGATORIEDADE: Informar S – sim ou N – não. Para as características
mais importantes (primárias) é importante que sejam obrigatórias, pois quando
da proposta de itens, facilitará a construção da descrição detalhada dos itens de
material.

DESCRIÇÃO DA CARACTERÍSTICA: Preencher com os dizeres: DEFINE EM


QUE CONSISTE A CARACTERÍSTICA DO MATERIAL . Tem o objetivo de
auxiliar o operador para construção da proposta de cadastramento de itens de
material.
EXEMPLO: Este campo deve ser preenchido com os exemplos das
características informadas.
Exemplo 1=(Característica MATÉRIA PRIMA) MADEIRA, COURO, ALGODÃO,
PLÁSTICO, METAL, ARGILA, CO2, ETC…
Exemplo 2=(Característica COR) VERDE, AMARELO, AZUL, BRANCO,
VERMELHO, PRETO, etc..
Exemplo 3=(Característica FORMATO) OVAL, QUADRADO, RETANGULAR,
REDONDO, etc..

COMPLEMENTO: O complemento tem por objetivo, fazer a ligação entre a


característica e o nome da mesma. O preenchimento não é obrigatório, todavia
quando da proposta de ítem, o operador deverá ficar atento para este campo e
se necessário preencher no momento da proposta de ítem.
Exemplo: Caneta, ESCRITA fina, NA COR branca, COM corpo de plástico,
FORMATO sextavado, COM tampa.
FORMULÁRIO DE PROPOSTA CADASTRO DE ITEM DE MATERIAL

Grupo/Classe do Material: _____________


Descrição Básica do Material _____________________________________

Definição das Características

Característica
Discriminação das Características
1

6
7

10

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DO FORMULÁRIO E


ALIMENTAÇÃO DO SISTEMA

INFORMAÇÕES IMPORTANTES REFERENTES A INCLUSÃO DE


PROPOSTAS DE ITENS DE MATERIAIS NO CADMAT

Grupo/Classe do Material:
Localizar na tabela de grupos/classes o código correspondente ao
material do ítem a ser incluído

Descrição Básica do Material:


Preencher neste campo o nome básico do material.
Exemplo: Sapato, bola de futebol, bola de sinuca, etc.

Característica:

Preencher nesta coluna, as características do material, que será


detalhado, devendo as mesmas serem elencadas de forma decrescente quanto
à sua importância para a descrição completa do ítem de material.

Caso o material já estiver planilhado e/ou incluído no Sistema, estas


características devem ser as mesmas. Exemplo: Matéria Prima, tamanho, cor,
tipo, etc.
Discriminação das Características:
É sempre recomendável teclar a F1, pois auxiliará em muito o
usuário, quando do preenchimento do campo.

Este campo possui 50 caracteres em cada linha, nele deve ser


registrada a discriminação da

Característica a que se refere, ou seja serão definidos os detalhes


da descrição completa do

Material. Exemplos: de couro, de borracha, no tamanho 40, na cor


vermelha, etc.

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