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JULIOHARADA
O projeto cuidadoso de um ferramental é o principal ponto para garantir alto nível de produção
e baixa manutenção. Portanto, devem ser observados diversos fatores técnicos durante o seu
desenvolvimento, a fim de que as possibilidades de falhas possam ser minimizadas.
o desenvolvimento tecnológico fundamentam as diversas fases des- ra que, durante a criação do pro-
na construção de ferramentas para ses projetos. jeto, não se perca tempo com a bus-
injeção de termo plásticos tem sido I ca de dados não informados. A
impelido pela produção de peças INíCIO DO PROJETO I Figura 1 demonstra o fluxo de tra-
complexas, nas quais surge a exi- Ao iniciar o desenvolvimento de balho para o desenvolvimento de
gência de alta qualidade. A forte um molde, todas as informações projeto de moldes.
pressão para redução dos custos de necessárias devem ser coletadas pa-
produção exige também quedas
significativas no custo de fabricação CLIENTE
das ferramentas, sem comprome- Informações
time~to da qualidade destas. sobre o produto
dem ocorrer problemas de descon- mento, capacidade de injeção, pas- Para que o projetista possa de-
tinuidades ou perda de informa- sagem entre colunas e altura má-
:
senvolver um projeto ideal, é im-
ções essenciais para o bom desem- I xima e mínima do molde. A respon- portante que ele conheça profun-
penho do produto injetado. Estas sabilidade será atribuida ao proje- I damente os processos de fabrica-
deficiências devem ser discutidas tista se, na produção, o molde apre- I ção do molde e os equipamentos
com o cliente antes do início do sentar deficiências técnicas. disponíveis na ferramentaria.
28 FerramentaJ Maio/Junho 2006
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:e Dessa forma, o projeto será oti- Para facilitar a confecção do com linhas cheias, tracejadas e
o mizado para uso e aproveitamento molde, o projetista deve levar em traço-ponto (linhas de centro). A
~/ do parque fabril, permitindo redu- consideração:
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conceito, denominado de "Projeto mais itens do desenho e jamais i . Detalhes - sempre que as tole-
1- voltado à Fabricação'fl, permite deixar este serviço para o ope- ' râncias do produto a injetar per-
:0 também que a interpretação dos rador de máquinas ou para o fer- mitirem, as medidas constantes
~- desenhos seja facilitada para a ramenteiro que, além de não do projeto devem ser arredonda-
)- equipe do chão de fábrica da ferra- possuir ambiente nem equipa- das. Medidas quebradas, decor-
mentaria. mento adequado para realizar os rentes do cálculo da contração
'e O fato de o projetista conhecer o cálculos, deverá dedicar seu tem- de cada matéria-prima podem
), processo e os equipamentos tam- po exclusivamente à confecção vir a complicar ou confundir a
e bém auxilia nos casosonde existem da ferramenta. O projetista deve leitura do desenho e;
o vários projetos em andamento. somente repetir cotas em outras . Simplicidade - o projeto deve
Ia Nestes casos, podem ser seleciona- vistas do desenho quando estri- considerar as futuras manuten-
~s dos processos de fabricação alter- tamente necessário, evitando ções do molde. Portanto, sempre
o nativos para evitar sobrecargas em assim possíveis confusões de que permitido, é conveniente
n equipamentos (fresadoras, tornos, leitura e de cotas; simplificar os componentes para
~- retificadoras, furadeiras, entre . Traçado - o traçado do desenho facilitar substituições ou corre-
~r outros). deve ser muito bem definido ções por desgaste ou falha.
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geração e de extração.
@ da simulação de enchimento de
0 uma peça, onde as cores identifi- Desenvolvimento do
porta-molde
.. 1 - Sistemade injeção Concluídos os componentes do
2 - Conjunto macho/cavidades item anterior, o projetista deve con-
3 - Sistema de refrigeração
4 - Sistema de extração n centrar os esforços na configuração
5 - Componentes do porta-moldes do porta-molde. Neste caso, já con-
Figura 2 - Corte esquemático de um molde
siderando as dimensões conhecidas
para injeção de termoplástico da máquina injetora, devem ser
agregados todos os recursos neces-
A seqüência pode variar um ~ sários para inserção dos compo-
pouco, mas basicamente devem ser nentes moldantes, bem como o
observadas algumas etapas. acoplamento do sistema de extra-
ção e dos acionamentos dos ele-
Avaliação sobre o produto Figura 3 - Simulação de enchimento de uma
mentos móveis (cilindros, motores
Conforme descrito anterior- peça em programa de análise reológica e acessórios).
mente, esta etapa é o ponto de 1
cedor (ferramentaria), nome do A introdução de recursos para tar possíveis colisões e danos à
cliente, dimensões e peso do mol- garantir a segurança de operação ferramenta.
de, data de fabricação e material do do molde é um ponto que está
e
produto a ser injetado. sendo fortemente solicitado pelos LISTADEVERIFICAÇÃODE
Sempre que possível, incluir ain- clientes. PROJETO
da uma plaqueta com o esquema Portanto, o projetista deve con- Como forma de sistematizar o
do sistema de refrigeraçã9, identifi- siderar a colocação de telas de pro- processo, na página 33 desta edi-
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cando entradas e saídas, uma pla- teção em cilindros hidráulicos e ção publicamos uma "Planilha de
a
queta com o esquema elétrico da pneumáticos, em extensões de ga- verificação para projeto de molde
câmara quente (quando aplicada) e vetas, nas aberturas de placas extra- para injeção de termoplásticos"
uma plaqueta com a instrução da toras e em qualquer lugar que exis- com uma lista de itens a serem
seqüência de acionamento de ma- ta a possibilidade de ocorrer aci- observados durante o projeto do
chos e gavetas. dentes. molde.
)
Também a colocação de senso- Cada usuário pode adaptar o
) res ou micro chaves nos cilindros e
Determinação dos recursos de modelo às suas necessidades espe-
s no sistema de extração auxilia a evi- cíficas.
segurança do molde
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JúlioHarada - Formado pela Unesp Faculdade de Tecnologia de São Paulo, pós-graduado em Administração Industrial pela USP Universidade
de São Paulo, em Plásticos no OMTRI Osaka Municipal Technical Research Institute, em Osaka, Japão e em Comércio Exterior pela UNIP
Universidade Paulista. Trabalhos realizados no setor plástico nos EUA,Alemanha e México. Autor dos livros "Moldagem por injeção: projetos e
s princípios básicos" e "Plásticos de Engenharia: tecnologia e aplicações". É professor na Universidade de São Paulo, no Instituto Avançado do
Plástico e na Associação Brasileira de Polímeros ABPo!.Desempenha as funções de diretor da ABPol, membro da Society of Plastics Engineers
SPEe da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva AEAe é coordenador de serviços técnicos e desenvolvimento da empresa BASFS.A.
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