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1 IDENTIFICAÇÃO

Pesquisador Responsável/Orientador: Ana Paula Pereira


Pesquisador Participante/ Nome do orientando: Mirian Medeiros
Curso: Psicologia
2 PROJETO
Título:
Estresse no trabalho em operadores de caixa em supermercados
Modalidade (X) Projeto de TCC
( ) Iniciação Científica
( ) Outra:
3 INTRODUÇÃO
Levando em consideração o grande número de queixas “de estresse”, decorrente do trabalho, é
pertinente o estudo e pesquisas sobre este tema, uma vez que esta é uma doença que necessita de cuidados
especiais para que não se torne cada vez mais grave trazendo outros tipos de doenças decorrentes da
psicossomátização. Para buscar conhecimento deste tão atual tema foram tomados como base alguns artigos
publicados recentemente, pois apresentam informações de contribuições valiosas.
Na atualidade as empresa não podem dispensar a preocupação com a saúde e o bem estar de seu
funcionário, uma vez que o crescimento da empresa depende dele e se a saúde não é boa conseqüentemente
a empresa será afetada. Tanto o bem estar do funcionário quanto o ambiente de trabalho contribuem para
que seja desencadeado o estresse (LACIO & DIAS, 2003).
SELYE (1959) definiu o estresse como sendo, essencialmente, o grau de desgaste total causado pela
vida.
O termo estresse foi utilizado por para denominar aquele conjunto de reações que um organismo
desenvolve ao ser submetido a situações que exigem um esforço para adaptação (SELYE, 1959 apud
FRANÇA & RODRIGUES, 1997).
O interesse pela pesquisa surgiu devido ao problema estar exposto explicitamente na rede de
supermercados de Joaçaba/SC. O estresse tem sido um deteriorador da saúde física e emocional dos
trabalhadores.
A pressão no trabalho tem seu lado positivo quando não é em excesso, porém em excesso, muitas
vezes impede que o funcionário desenvolva suas atividades com exatidão em decorrência do aumento de
seu nível de estresse.
Esta pesquisa tende a alcançar um número relevante de interessados, uma vez que o estresse está se
expandindo e impedindo o rendimento do funcionário, conseqüentemente, o progresso da empresa. Poderá
também contribuir de maneira significativa aos empresários que supostamente demonstram interesse pelo
bem estar de seus funcionários, tendo em vista que o crescimento de sua empresa depende das condições de
saúde emocional e física do funcionário.
Sendo assim justifica-se a necessidade de inserir esta temática, na pesquisa de campo, para buscar
esclarecimento das variáveis que podem contribuir para o desenvolvimento de estresse em operadores de
caixa em supermercados.

4 OBJETIVOS:
4.1 Objetivo geral:
Identificar as condições de trabalho de operadores de caixa que podem influenciar no
desenvolvimento de estresse.
4.2 Objetivos específicos
a) Caracterizar as variáveis relacionadas as condições de trabalho de operadores de caixa no
desenvolvimento do estresse;
b) Investigar a percepção dos operadores de caixa quanto ao desenvolvimento do estresse;
c) Investigar o nível de estresse dos operadores de caixa.
5 REVISÃO DA LITERATURA
As primeiras referências à palavra “stress”, com significado de “aflição” e “advertência”, datam do
século XIV. No século XVII, o vocábulo de origem latina passou a ser utilizado em inglês para designar
“opressão”, “desconforto” e “adversidade”. (CAMELO & ARGERAMI, 2004).
Hans Selye (1926 apud FRANÇA & RODRIGUES 1997) foi o primeiro cientista a utilizar o termo
“stress” na área da saúde, o termo foi usado para denominar aquele conjunto de reações que um organismo
desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige um esforço para adaptação. Ele observou que
diversas pessoas sofriam de doenças físicas e reclamavam de sintomas comuns. A partir dessas observações,
ele descreveu a Síndrome Geral de Adaptação (SAG). Tal síndrome apresenta três fases ou estágios:
• Fase de alarme: sintomas – taquicardia, tensão crônica, dor de cabeça, sensação de esgotamento,
hipocloremia, pressão no peito, extremidades frias, dentre outros.
• Fase de resistência: manifestação de sintomas da esfera psicossocial como – ansiedade, medo,
isolamento social, roer unhas, oscilação do apetite, impotência sexual e outros.
• Fase de exaustão: se manifesta sob a forma de doença orgânica.
Recentemente, após 15 anos de pesquisas, identificou que existe uma outra fase do estresse,
designada de quase-exaustão, que se encontra entre a fase de resistência e a de exaustão. Fase recém
identificada. As doenças começam a surgir, porém ainda não são tão graves como na fase de exaustão.
(LIPP 2002 apud CAMELO & ARGERAMI, 2004).
De acordo com Lipp (2002):
Estresse é uma reação do organismo com componentes psicológicos, físicos, mentais e hormonais
que ocorre quando surge a necessidade de uma adaptação grande a um evento ou situação de
importância. Este evento pode ter um sentido negativo ou positivo.
Estresse negativo: é o estresse em excesso.
Estresse positivo: é o estresse em sua fase inicial, a do alerta.
Segundo a definição de Lazarus e Folkman (1984 apud FIGUEIROA et al., 2001) o estresse é uma
conseqüência de uma situação onde um indivíduo avalia as exigências do ambiente (ex: a situação de
trabalho) como uma sobrecarga que excede seus recursos. Ressaltam vários aspectos que estão, diretamente,
ligados a fatores estressantes, tais como:
• Fatores do ambiente físico - mudanças tecnológicas, ambiente não adaptado para o
desenvolvimento de tarefas (barulho, falta de higiene, falta de instrumentos, mau cheiro, entre outros);
• Fatores próprios da tarefa - exigências, concorrência entre colegas, estar buscando atualidades,
falta de solidariedade entre os colegas, diferenças de opiniões, tarefas variadas, horas extras, cronograma de
trabalho irregular, etc;
• Organização do tempo de trabalho – cumprir horários, não poder escolher o período de férias, ter
que fazer cursos fora do horário de trabalho, trabalhar com prazo curto;
• Aspectos institucionais - Sentir que “a vida da gente” pertence à Instituição, impossibilidade de
conversar com diretores, tensão no relacionamento, não se sentir preparado para as mudanças rápidas, não
ter participação na tomada de decisões, falta de clareza nas normas, Não saber quem manda realmente no
meu trabalho, etc,
• Pessoais - Ter que levar trabalho para casa, trabalhar isoladamente, não se sentir útil no trabalho,
não poder cuidar da família, ater-se a várias tarefas e não saber por qual delas começar, não sentir orgulho
pelo que faz estar durante anos exercendo a mesma tarefa, estar todos os dias com as mesmas pessoas,
perder tempo com problemas que não correspondem à tarefa, etc.
Conforme Benke & Carvalho ([200-]), o estresse ocupacional agrava-se quando há por parte do
indivíduo a percepção das responsabilidades e poucas possibilidades de autonomia e controle. As
dificuldades em adaptar-se a essas situações levam ao estresse. Dessa forma, a adaptação de um indivíduo a
uma nova situação requer um investimento de recursos que vai depender do seu tipo de comportamento,
suas crenças e expectativas frente ao mundo.
Segundo Goleman (1997-98 apud SANTOS, [200-]), o desgaste físico e emocional ao qual as
pessoas são submetidas nas relações com o ambiente de trabalho é um fator muito significativo na
determinação de transtornos de saúde relacionados ao estresse, como é o caso das depressões, ansiedade,
transtorno de pânico, fobias e doenças psicogênicas. Muitos fatores emocionais relacionados ao próprio
emprego na atualidade contribuem para que a pessoa mantenha-se excessivamente estressada: a sensação de
instabilidade no emprego, a sensação de insuficiência profissional, a pressão para comprovação de
eficiência, a impressão continuada de estar cometendo erros profissionais, a falta de visão sobre a relevância
social do seu trabalho, a percepção de falta de reconhecimento de seus esforços, entre outros.
Considerando as diferentes definições, esta pesquisa utilizará o termo definido por Lipp (2002), na
qual o estresse recebe um significado que contribui com relevância a este contexto.
6 MÉTODO
6.1 Instrumentos:
Em um primeiro encontro será realizado uma reunião com os operadores de caixa de cada
estabelecimento para esclarecer qual é o objetivo do trabalho de investigativa e para convidá-los a
participar, deixando bem claro que a participação é voluntária, porém enriquecedora. Informá-los-ei de que
não será necessário a identificação do nome, uma vez que a investigativa fará uso somente das respostas
para o resultado da pesquisa.
Partindo deste princípio aplicar-se-á um questionário com perguntas fechadas entregue
individualmente dando tempo para que todos possam responder.
Em um segundo encontro, realizar-se-á a aplicação do ISSL – Manual do Inventário de Sintomas de
Stress para Adultos de Lipp, pois visa identificar de modo objetivo a sintomatologia que o paciente
apresenta, avaliando se este possui sintomas de estresse, o tipo de sintoma existente (se somático ou
psicológico) e a fase em que se encontra. A aplicação do ISSL, segundo o manual, pode ser executada por
pessoas que não tenham treinamento em psicologia, porém sua correção e interpretação devem sempre ser
realizadas por um psicólogo, de acordo com as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia quanto ao uso
de testes.
O ISSL apresenta um modelo quadrifásico, onde no decorrer da avaliação do presente instrumento,
Lipp ponderou uma nova fase, à qual deu o nome de "quase-exaustão" baseado, inicialmente, no modelo
trifásico de Selye que havia identificado três fases.
O ISSL apresenta três quadros que contêm sintomas físicos e psicológicos de cada fase do estresse.
O quadro 1, com sintomas relativos à 1ª fase do estresse, o quadro 2, com sintomas da 2ª e 3ª fases, e o
quadro 3, com sintomas da 4ª fase do estresse.
O número de sintomas físicos é maior do que os psicológicos e varia de fase para fase. No total, o
ISSL inclui 34 itens de natureza somática, e 19, de natureza psicológica.
A aplicação acontecerá somente com os participantes da primeira etapa.
7 CRONOGRAMA E ORÇAMENTO DA PESQUISA
Data/horário Atividades/ Estabelecimentos Orçamento
02/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento A. Gastos com transporte e com impressão
7:30 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 25,00.
um questionário com perguntas fechadas.
02/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento B. Gastos com transporte e com impressão
9:00 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 10,00.
um questionário com perguntas fechadas.
02/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento C. Gastos com transporte e com impressão
14:00 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 12,00.
um questionário com perguntas fechadas.
02/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento D. Gastos com transporte e com impressão
16:00 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 15,00.
um questionário com perguntas fechadas.
03/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento E. Gastos com transporte e com impressão
14:00 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 30,00.
um questionário com perguntas fechadas.
03/05/2011 Primeiro encontro no estabelecimento F. Gastos com transporte e com impressão
16:30 Esclarecimento sobre a pesquisa e aplicação de de material. Valor: R$ 10,00.
um questionário com perguntas fechadas.
09/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento A. Gastos com transporte e com a compra do
7:30 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do ISSL. Valor: R$ 30,00.
CFP.
09/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento B. Gastos com transporte e com a compra do
9:00 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do ISSL. Valor: R$ 15,00.
CFP.
09/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento C. Gastos com transporte e com a compra do
14:00 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do ISSL. Valor: R$ 17,00.
CFP.
09/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento D. Gastos com transporte e com a compra do
16:00 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do ISSL. Valor: R$ 18,00.
CFP.
10/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento E. Gastos com transporte e com a compra do
14:00 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do ISSL. Valor: R$ 35,00.
CFP.
10/05/2011 Segundo encontro – estabelecimento F. Gastos com transporte e com a compra
16:30 Aplicação do ISSL conforme diretrizes do do ISSL. Valor: R$ 15,00.
CFP.
8 REFERÊNCIAS

BENKE, M. R. P. & CARVALHO, E. Estresse X qualidade de vida nas organizações: um estudo


teórico. Universidade do RioVerde. Disponível em:
<http://www.faculdadeobjetivo.com.br/arquivos/Estresse.pdf>. Acesso em: agos/2010.

CAMELO, Silvia H. Henriques; ARGERAMI, Emília Luigia Saporiti. Sintomas de estresse nos
trabalhadores atuantes em cinco núcleos de saúde da família. Revista Latino-Americana de Enfermagem
Print version ISSN 0104-1169Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.12 no.1 Ribeirão
Preto Jan./Feb. 2004doi: 10.1590/S0104-11692004000100003. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692004000100003.
Acesso: agos. 2010.

FIGUEIROA, et al. Um Instrumento para a Avaliação de Estressores Psicossociais no Contexto de


Emprego. 2001. Universidad de Buenos Aires, Argentina. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-79722001000300021&script=sci_arttext.>
Acesso: agos. 2010.
FRANÇA, A. C. & RODRIGUES, A. L.. Stress e Trabalho. Editora Atlas S.A. São Paulo, 1997.

LACIO, Raphael Henrique Di; DIAS, Renata Oliveira. Conhecendo e monitorando o estresse no
trabalho. Universidade Tuiuti do Paraná, 2003. Disponível em: <http://www.psicologia.com.pt/artigos/ver_
artigo_licenciatura.php?codigo=A>. Acesso em: abril/2010.

LIPP, Marilda Novaes. Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). 2ª
Ed. revisada. São Paulo: Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda, 2002.

SANTOS, J. F. S. Gestão das mudanças: Controlando o estresse organizacional. Disponível em:


<http://br.monografias.com/trabalhos/estres-organizacional/estres-organizacional.shtml>. Acesso em:
agos/2010.

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