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SOCIEDADE

A sociedade maia tinha uma organização bastante diferente dos demais impérios consolidados ao longo do continente americano.
Organizando-se de forma descentralizada, os maias dividiam o poder político entre diversas cidades-Estado. Em cada uma delas, um chefe,
chamado de halach vinic, governava a região em nome de uma divindade específica. Seu poder era repassado hereditariamente e os
principias cargos administrativos eram por ele delegados.

Os funcionários públicos da cidade eram todos de origem nobiliárquica e desempenhavam cargos de confiança. Entre outras funções, este
corpo de funcionários deveria controlar os exércitos, fiscalizar a arrecadação de impostos e a aplicação das leis. Outro importante cargo era
desempenhado pelos sacerdotes, que orientavam os sacrifícios e oferendas realizadas durante as cerimônias religiosas. Além disso, a classe
sacerdotal maia deveria cuidar da disseminação das técnicas e conhecimentos dominados pela civilização.

Logo abaixo, na pirâmide social maia, existia uma ampla camada social intermediária. Nela encontravam-se artesãos e guerreiros que
exerciam atividades importantes na manutenção das instituições e da economia maia. Em seguida, situavam-se as classes trabalhadoras
responsáveis pelo cultivo das terras e da construção das obras públicas. O trabalho por eles desempenhado era usufruído por toda a
sociedade, tornando-se assim, o sustentáculo da economia maia. Na base da sociedade estavam os escravos, geralmente obtidos por
conquistas militares e o não pagamento de tributos.

ECONOMIA

O milho era considerado um dos principais gêneros agrícolas da dieta alimentar maia. Seu cultivo contava com técnicas bastante
desenvolvidas que trabalhavam em um sistema rotativo de terras. Alem disso, utilizavam das queimadas para explorarem terras ainda não
cultivadas. O grande consumo do milho e o uso das queimadas faziam com que as terras férteis sofressem um rápido processo de desgaste.

Além do milho, a abóbora, o feijão, o tomate e várias raízes eram alimentos usualmente consumidos pelos maias. A culinária maia também
apreciava o uso de temperos e especiarias. A baunilha, a pimenta e o orégano eram produtos utilizados no tempero dos alimentos. A caça
era outra atividade econômica de grande importância. Antas, tartarugas, coelhos, macacos, veados e jaguares eram os principais tipos de
caça apreciados.

Por Rainer Sousa


Graduado em História
Equipe Brasil Escola

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Foto: Elizabeth Rondon Amarante, década de 70

Menky Manoki
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Munku, Menku, Myky, Manoki


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Mato Grosso
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356 (Funasa, 2006)


• Família linguística

Iranxe

Economia e sociedade

A enorme perda populacional, a expulsão de seu território próprio, a catequese e o


processo histórico de envolvimento pela sociedade brasileira impuseram severas
restrições à reprodução do modo de vida manoki. Tradicionalmente, esses índios têm
sua unidade de produção e consumo na família extensa, matrilocal, sendo o trabalho
masculino baseado na cooperação entre genros e sogros. Mas atualmente há também
muitos casais jovens que fazem sua casa separadamente, constituindo a família
elementar como unidade de produção e consumo, embora pareçam se manter, ainda que
atenuadas, as obrigações de cooperação e partilha características das relações dos genros
com seu sogro.

Cada família costumava fazer uma roça perto da aldeia, de meio a dois hectares,
consorciada com mandioca brava, milho fofo, batata doce, cará, batata, feijão costela,
feijão fava, araruta, urucum, algodão, amendoim e outras espécies. Posteriormente
incorporaram a mandioca mansa, a cana-de-açúcar, o milho duro, o arroz e o feijão
guandu.

De acordo com o levantamento realizado em 2000 pela OPAN, calcula-se que o total de
terras já utilizadas pelo sistema de roça tradicional na TI Manoki não ultrapassa 500
hectares, constituídos exclusivamente de mata ciliar, que tem solo mais fértil. Contudo,
de 70 a 80% do solo da terra indígena apresenta acidez elevada e fertilidade baixa. Nos
outros 20 a 30% da área, os solos são ainda mais pobres e inadequados ao tipo de
plantio tradicional dos Manoki.

A produção do milho, um de seus cultivares tradicionais mais importantes, é irrisória


pelas deficiências do solo. Para que não se perca a semente e se produza ao menos um
pouco é necessário adubar a terra e, mesmo assim, quase nada se consegue produzir nas
roças tradicionais. O plantio mecanizado vem sendo tentado já há alguns anos, sem
muitos resultados positivos, já que requer muito gasto em correção de solo, fertilizantes
e maquinário. As roças tradicionais e mais variadas estão sendo abandonadas em favor
da monocultura do arroz, com fracos resultados no mercado, ocasionando perda da
variedade, quantidade e qualidade alimentar.

A caça, a pesca e a coleta também têm apresentado resultados cada vez piores em
função do aumento da antropização regional e das características do modelo de
ocupação centrado na derrubada da cobertura vegetal para monoculturas ou pastos e no
uso intensivo de agrotóxicos. As emas, siriemas e perdizes diminuíram drasticamente. A
coleta de frutos silvestres (por exemplo, o pequi), ainda é praticada, principalmente
pelas mulheres e crianças.

As roças tradicionais continuam a ser realizadas, algumas vezes (cada vez mais raras)
acompanhadas dos ritos tradicionais. Porém, há uma crescente saída dos homens mais
jovens para trabalhar em fazendas do entorno, ocasionando uma reorganização do
padrão tradicional de divisão de trabalho e da composição das unidades de produção.
Nesse quadro, o abandono gradativo e forçado de suas práticas agrícolas promove
também a impossibilidade da transmissão destas práticas para as novas gerações, assim
como dos rituais e conhecimentos associados.

Além do trabalho nas fazendas, outras fontes de renda são o artesanato (cocares, redes
de algodão ou de tucum, colares etc.). comprado pela Funai ou vendido pelos índios em
visita a cidades, e a venda de pequena produção de farinha e de mel, num projeto
assessorado pela OPAN. Mas, segundo o levantamento feito pela OPAN em 2000, a
maior parte do dinheiro que circula nas aldeias provém das aposentadorias (eram 13
pessoas recebendo um salário mínimo) e dos salários dos professores (4 professores
indígenas no conjunto das aldeias) e agentes de saúde (7 agentes indígenas no conjunto
das aldeias).

Tradicionalmente, dizem os índios, a chefia passava de pai para filho. Os mais velhos se
lembram de alguns grandes chefes do passado e de seus sucessores. Assim como hoje,
não existia um chefe geral, apenas os chefes de aldeia. Na TI Manoki, atualmente os
chefes são eleitos por voto, não havendo um tempo definido de mandato. Suas
atribuições são as de representar a comunidade em encontros externos, levar
reivindicações à Funai, organizar empreendimentos comunitários e convocar os outros
para participar. A despeito de ser eleito por voto, a chefia atual mantém a característica
central das chefias tradicionais, em que o chefe não manda, mas persuade. Do mesmo
modo, ele representa a comunidade mas não pode tomar decisões individuais. Toda
decisão importante é tomada em longos processos de discussão coletiva até que se
chegue a um consenso.

Os Manoki são atendidos pela Fundação Nacional do Índio, na jurisdição de Tangará da


Serra, que mantém um chefe de posto na área, e pela Operação Amazônia Nativa
(OPAN), que lá mantém um indigenista. Além disso, os Manoki têm atendimento de
saúde com recursos de um convênio firmado entre a Fundação Nacional de Saúde
(FUNASA) e a OPAN. A comunidade é atendida por uma equipe formada por
enfermeiros contratados e por agentes de saúde indígenas que prestam assistência básica
nas aldeias. Casos mais graves são encaminhados para Tangará da Serra. Estas agências
desenvolvem projetos sociais que também levam recursos para a comunidade,
geralmente destinados à compra de máquinas e equipamentos e implementação de
pequenos projetos.

Entre os Myky, segundo Tomas de Aquino Lisboa (1983), a base da agricultura são a
mandioca e o milho; também plantam bastante feijão, batata doce, cará e amendoim.
Desde 1973, Tapurá (manoki da aldeia do Cravari que se casou e passou a viver entre os
Myky) introduziu a cana-de-açúcar, que passou a ser largamente utilizada, inclusive
toda chicha é feita de garapa fervida e engrossada com milho ou batata doce.

De acordo com esse relato de 1983, cada família tinha então roças de milho, mandioca
brava e feijão. Mas no tempo da colheita era comum partilharem os produtos da terra. A
mandioca é trazida por grupos de no mínimo duas mulheres em grandes recipientes
pendurados à cabeça por uma embira. A mandioca é então ralada e espremida numa
peneira (ou torcida em um pano). Os círculos de massa são colocados no chão de terra
para secar, sendo depois conservados sobre os jiraus. O beiju é assado na cinza ou na
frigideira e comido com caça, peixe, feijão e amendoim. Com o veneno da mandioca
brava, fazem uma bebida muito apreciada.

Segundo depoimento ao Diário de Cuiabá em 1997, Elisabeth Rondon Amarante, irmã


da Congregação do Sagrado Coração de Jesus que vive entre os Myky desde 79, a pesca
e a caça estão escassas devido à pouca extensão do território e à predação do entorno.
Assim, o grupo tem encontrado dificuldades de encontrar formas de sustentação, a
exemplo dos índios na TI Manoki

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Menky Manoki
Índio myky carregando o tatu que acabara de
caçar para a aldeia. Foto: Elizabeth Rondon
Amarante, década de 70.

Índios myky confeccionando uma rede. Foto:


Elizabeth Rondon Amarante, década de 70.

Rinaldo S.V. Arruda


Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
rinaldo@pucsp.br
maio, 2003
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