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Princípios gerais da

Toxicologia

IFRJ – campus Rio de Janeiro


Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional
Disciplina: Toxicologia de Alimentos
Prof.: Marcia Cristina da Silva

Tópicos

1. Importância / Histórico

2. Conceitos gerais

3. Classificação

4. Áreas de atuação

5. Toxicologia de alimentos

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1. Importância / Histórico
Alimentos podem conferir características de
segurança ou de risco para a ingestão humana.

1. Importância / Histórico

 Importante:
 conhecer as substâncias tóxicas presentes nos
alimentos e
 evitar que essas sejam ingeridas em níveis que
imponham risco à saúde.

 Alimentos são constituídos de substâncias nutritivas


e não-nutritivas, podendo ser consumidos in natura ou
processados.

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1. Histórico
 A Toxicologia é uma ciência muito antiga.
 1º documento sobre agentes tóxicos ⇒ 1500 a.C.
≅ 800 ingredientes)
(≅
 No século XX (2ª G.M.) ⇒ avanços área de síntese
química ⇒ surgimento de diversos novos compostos
para fins farmacêuticos, alimentares e agrícolas.

Inúmeros novos casos de intoxicação

Desenvolvimento da Toxicologia (avaliação da
segurança e do risco)

2. Conceitos gerais

 Toxicologia ⇒ é a ciência que estuda os efeitos


nocivos decorrentes das interações de substâncias
químicas com o organismo.

 Agente tóxico ou toxicante ⇒ a substância química


capaz de causar dano a um sistema biológico,
alterando seriamente uma função ou levando-o à
morte, sob certas condições de exposição.

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2. Conceitos gerais
 Droga ⇒ é toda substância capaz de modificar ou
explorar o sistema fisiológico ou estado patológico,
utilizada com ou sem intenção de benefício do
organismo receptor.

 Fármaco ⇒ toda substância de estrutura química


definida, capaz de modificar ou explorar o sistema
fisiológico ou estado patológico, em benefício do
organismo receptor.

2. Conceitos gerais

 Veneno ⇒ é um termo popular utilizado para


designar a substância química (ou mistura), que
provoca a intoxicação ou a morte c/ baixas doses.

 Xenobiótico ⇒ é o termo empregado para designar


substâncias químicas estranhas ao organismo.

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2. Conceitos gerais

 Intoxicação ⇒ é um processo patológico causado


por substâncias químicas endógenas ou exógenas e
caracterizado por um desequilíbrio fisiológico, em
consequência das alterações bioquímicas no
organismo.

 Toxicidade ⇒ a propriedade de agentes tóxicos


promoverem injúrias às estruturas biológicas, por
meio de interações físico-químicas.

2. Conceitos gerais
 Toxicidade X Risco: Risco é o termo que traduz a
probabilidade estatística de uma substância química
provocar efeitos nocivos em condições definidas de
exposição.
 Obs.: Tds os medicamentos possuem, em menor ou
maior grau, propriedades tóxicas, provocando efeitos
adversos, sendo a dose um dos fatores
preponderantes que determinam a intoxicação. À
medida que aumenta a dose, os efeitos adversos dos
medicamentos se acentuam.

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2. Conceitos gerais
Toxicidade
A Comunidade Européia classifica as substâncias químicas em 3
categorias:

 muito tóxica: substâncias com DL50 < 25 mg/kg p/ ratos

 tóxicas: substâncias com 25 < DL50 < 200 mg/kg p/ ratos

nociva: substâncias com 200 < DL50 < 2000 mg/kg p/ ratos

Obs. Pouca utilidade na prática.

2. Conceitos gerais
Fatores que influem na toxicidade
 Relacionados
 1. ao agente químico
 propriedades físico-química;
 impurezas e contaminantes;
 formulação (veículo, adjuvantes).
 2. ao organismo
 espécie, linhagem, fatores genéticos;
 fatores imunológicos, estado nutricional, dieta;
 sexo, estado hormonal, idade, peso corpóreo;
 estado emocional, estado patológico.
 3. à exposição
 via de introdução;
 dose ou concentração.
 4. ao ambiente
 temperatura, pressão, radiações, luz, umidade, etc.

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3. Classificação da Toxicologia
 Toxicologia Analítica: métodos exatos, precisos, de
sensibilidade adequada p/ a identificação do
toxicante
 Toxicologia Clínica: atendimento do paciente
exposto ao toxicante
 Toxicologia experimental: estudos para a elucidação
dos mecanismos de ação dos agentes tóxicos sobre
o sistema biológico e avaliação dos efeitos
decorrentes dessa ação.

4. Áreas de atuação da Toxicologia

 Toxicologia ambiental

 Toxicologia ocupacional

 Toxicologia de medicamentos e cosméticos

 Toxicologia social

 Toxicologia de alimentos

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5. Toxicologia de alimentos

 Toxicologia de alimentos: define os limites e


condições de exposição seguras na ingestão de
alimentos que apresentam um certo grau de
contaminação.

 Qualquer efeito que não seja nutricional e/ ou


terapêutico, c/ exceção dos efeitos imunológicos,
podem ser generalizados como tóxicos.

5. Toxicologia de alimentos

5.1. Efeitos tóxicos


- Gravidade dos sinais/sintomas ⇒ leve, moderado,
severo
- Velocidade de surgimento dos sinais e sintomas ⇒
agudo, subagudo, subcrônico ou crônico
- Ação dos agentes tóxicos ⇒ Sistêmico ou Local (TGI)
- Interação entre agentes tóxicos ⇒ adição,
potencialização, sinergismo, carcinogênico
(mutagênico), fetotóxico

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5. Toxicologia de alimentos
5.1. Efeitos tóxicos
- Efeito Agudo ⇒ ↑ qdade/ [C] X ↓ frequência

Severos e Letais
- Efeito Crônico ⇒ ↓ qdade/ [C] X ↑ frequência

Leves e Moderados
Reversíveis

5. Toxicologia de alimentos
5.2. Exposição humana a agentes tóxicos (AT)
presentes em alimentos

- Natureza (natural ou artificial) e concentração do


AT presente no alimento
- Frequência com que o alimento é ingerido pela
população
- Via de introdução no organismo
- Suscetibilidade do organismo

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5. Toxicologia de alimentos
5.3. Casos de intoxicação
- Grande parte dos acidentes tóxicos ocorrem quando há
a ingestão de alimentos contaminados
intencionalmente ou incidentalmente

Única refeição ou porção do alimento com alta
concentração do AT: Agudo/Curto prazo
ou
Várias refeições ou porções do alimento com baixa
concentração do AT: Crônico/Longo prazo → efeito
tóxico desapercebido

5. Toxicologia de alimentos
5.4. Efeito crônico
* Ocorre em populações onde:
- A qualidade dos alimentos deixam a desejar
- Dietas monótonas/repetitivas
* Cinética dos efeitos do AT
- Velocidade de eliminação do AT ingerido com o
alimento < velocidade de absorção ⇒ AT acumula-se
no organismo
- Se essa velocidade de eliminação for muito baixa ⇒
Efeito do AT pode tornar-se agudo

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5. Toxicologia de alimentos
5.5. Índices de Toxicidade
* As Boas Práticas de Fabricação controlam a
contaminação de alimentos
* Tipos de não nutrientes:
- Naturalmente presentes
- Adicionados diretamente c/ propósitos definidos
- Contaminantes controláveis
- Contaminantes inevitáveis

5. Toxicologia de alimentos
Classificação dos não-nutrientes

1. naturalmente presentes nos alimentos


Ex.: antinutrientes (inibidores de tripsina da soja
e de feijões); substâncias tóxicas (glicosinolatos,
glicosídios cianogênicos, glicoalcalóides etc.)

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5. Toxicologia de alimentos
Classificação dos não-nutrientes
2. adicionados aos alimentos
A possibilidade de contaminação durante o processamento,
conservação e armazenamento pode ocorrer por:
 contaminação direta
 incontrolável
- produção de toxina por microrganismos
- geração de compostos tóxicos nos alimentos
- incorporação de metais tóxicos
 dosagem excessiva de aditivos

5. Toxicologia de alimentos
Classificação dos não-nutrientes

2. adicionados aos alimentos


 Contaminação indireta
- Promotores de crescimento
- Medicamentos de uso veterinário
- Praguicidas
- Migrantes de embalagens

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5. Toxicologia de alimentos
Exemplos dos não-nutrientes
Contaminação direta

 Produção de micotoxinas: aflatoxina, ocratoxina, tricoteceno,


zearalenona...

 Geração de compostos tóxicos: N-nitrosos (nitrosaminas e


nitrosamidas)...

 Incorporação de metais tóxicos: arsênio, cádmio, mercúrio,


chumbo...

 Dosagem excessiva de aditivos, principalmente dos não-GRAS


(GENERALLY RECOGNIZED AS SAFE).

5. Toxicologia de alimentos
Exemplos dos não-nutrientes

Contaminação indireta

 Fármacos e hormônios promotores de crescimentos

 Antibióticos de uso profilático

 Resíduos de herbicidas, fungicidas, raticidas, inseticidas

 Ésteres ftálicos migrantes de embalagens plásticas

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5. Toxicologia de alimentos

5.5. Índices de Toxicidade


* Tolerância ou Limite Máximo Permitido (LMP): qde
que não causa efeito nocivo
* Ingestão diária aceitável (IDA): aditivos e
contaminantes ⇒ qde de um agente químico
presente no alimento que pode ser ingerido através
da dieta, diariamente, durante toda a vida do
indivíduo, sem provocar risco de intoxicação (mg/kg
peso/ dia)

5. Toxicologia de alimentos
Legislação
Resolução nº 17, de 30 de abril de 1999. Regulamento técnico que
estabelece as diretrizes básicas para avaliação de risco e segurança dos
alimentos. MS/Anvisa.
Para efeito deste regulamento, considera-se:
 Perigo: agente biológico, químico ou físico, ou propriedade de um
alimento, capaz de provocar um efeito nocivo à saúde.
 Risco: função da probabilidade de ocorrência de um efeito adverso à
saúde e da gravidade de tal efeito, como conseqüência de um perigo ou
perigos nos alimentos.
 Análise de risco: processo que consta de três componentes: avaliação
de Risco, gerenciamento de risco e comunicação de risco.
 Avaliação de risco: processo fundamentado em conhecimentos
científicos, envolvendo as seguintes fases: identificação do perigo,
caracterização do perigo, avaliação da exposição e caracterização do
risco.

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5. Toxicologia de alimentos
Como avaliar a exposição humana à contaminantes e os riscos à saúde?

 Análise de Risco -> processo para identificar e controlar o


risco de uma população exposta a um dano causado por um
organismo, sistema ou substância.

5. Toxicologia de alimentos
Avaliação de risco
 Processo no qual dados relativos a toxicidade e
exposição são combinados para produzir uma
estimativa quantitativa ou qualitativa do efeito
adverso resultante de um determinado agente
1. Identificação do dano
2. Avaliação da relação dose/resposta
3. Avaliação da exposição
4. Caracterização do risco

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5. Toxicologia de alimentos
Identificação do dano

 Animais de laboratórios – ratos, coelhos, cachorros,


macacos
 agudo, sub agudo, sub crônico e crônico
 Experimento totalmente controlado
 Expõe os animais a diferentes doses da substância (via oral) e
observa os efeitos adversos ocorridos
 Homem
 Experimento controlado (efeitos reversíveis)
 Acidentes, intoxicações agudas
 Estudos epidemiológicos

5. Toxicologia de alimentos
Avaliação da relação dose/resposta
Parâmetros toxicológicos de segurança
 Toxidade crônica (não carcinogênicos)
 IDA – ingestão diária aceitável (aditivos, pesticidas, drogas
veterinárias)
 PTWI – ingestão semanal provisória tolerável (metais)
 PMDTI – ingestão diária provisória máxima tolerável
Quantidade que pode ser ingerida através da dieta durante um longo
período ou por toda a vida sem que nenhum efeito adverso ocorra.
 Toxidade aguda
 Dose de referência aguda – ARfD
Quantidade que poder ser ingerida através do consumo de uma porção
do alimento, ou no período de 24 horas sem que nenhum efeito
adverso ocorra.

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5. Toxicologia de alimentos
Relação dose-resposta
NOAEL: nível onde não se observa efeito adverso.
Maior dose administrada num estudo de toxicidade na
qual não se observa nenhum efeito adverso.

LOAEL: menor nível onde se observa efeito


adverso.
Menor dose administrada num estudo de toxicidade na
qual se observa um efeito adverso.

5. Toxicologia de alimentos
Curva de dose x resposta

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5. Toxicologia de alimentos
Parâmetros de segurança
 IDA representa a quantidade máxima de resíduo de produto que
pode ser ingerida diariamente por um indivíduo de uma
população, com um risco assumido.

 A IDA é, portanto, a quantidade máxima que se for ingerida todos


os dias durante toda a vida, parece não oferecer risco apreciável à
saúde, à luz dos conhecimentos atuais. Ela é expressa em mg da
substância/kg de massa corpórea.

IDA= NOAEL
FS

NOAEL: maior dose onde não se observa efeito tóxico nos animais
de experimentação.

FS: fator de segurança.

5. Toxicologia de alimentos
PROGRAMAS DE INTERESSE DE SAÚDE PÚBLICA

PARA (ANVISA. Resolução - RDC nº 119, de 19 de maio


de 2003)
Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em
Alimentos

PAMVet (ANVISA. Resolução RDC nº 253, de 16 de


setembro de 2003)
Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos
Veterinários em Alimentos de Origem Animal

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5. Toxicologia de alimentos
PARA - Programa de Análise de Resíduos
de Agrotóxicos em Alimentos
Objetivo geral
 avaliar continuamente os níveis de resíduos de
agrotóxicos nos alimentos in natura que chegam
à mesa do consumidor, fortalecendo a
capacidade do Governo em atender a segurança
alimentar, evitando, assim, possíveis agravos à
saúde da população.

5. Toxicologia de alimentos
PAMVet - Programa Nacional de Análise de Resíduos de
Medicamentos Veterinários em Alimentos Expostos ao Consumo

 Objetivo
Avaliar o potencial de exposição do consumidor a
resíduos de medicamentos veterinários pela ingestão de
alimentos de origem animal adquiridos no comércio.
 Âmbito de aplicação
O Programa aplica-se aos resíduos de medicamentos
veterinários em alimentos de origem animal disponíveis no
comércio.

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5. Toxicologia de alimentos

Ingestão de alimento com Agente Tóxico (AT)



Digestão - Trato gastrointestinal (TGI)

Absorção do AT

Efeitos tóxicos Excreção do AT

5. Toxicologia de alimentos

Conclusão
A noção de Segurança absoluta é
ilusória, o termo segurança pode ser
definido com uma certeza razoável, desde
que a substância seja utilizada na
quantidade e maneira corretas

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Bibliografia

- CALDAS, E. D. & SOUZA, L. C. K. R. Avaliação de risco crônico da ingestão de


resíduos de pesticidas na dieta brasileira Rev. Saúde Pública, 34 (5): 529-37, 2000
. Disponível em www.fsp.usp.br/rsp
- MIDIO, A. F. & MARTINS, D. I. Toxicologia de Alimentos. São Paulo: Livraria
Varela, 2000.
- OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 2ed. São Paulo. Atheneu Editora, 2003.
- CASTRO, V.L. Aspectos relativos a resíduos de pesticidas em alimentos na saúde
pública. Embrapa Meio Ambiente Matéria do Informativo Meio Ambiente e
Agricultura - ano XII nº 46 mai/jun 2004.
- NASCIMENTO, E.S. Avaliação da Segurança de Resíduos de Drogas
Veterinárias. III Simpósio Internacional de Inocuidade de Alimentos e VIII Simpósio
Brasileiro de Microbiologia de Alimentos. FCF/USP. SãoPaulo, 25/10/2004.
- REIS, F. Análise de Risco em Alimentos - Exemplos da Aplicação dos Princípios
da Análise de Risco. XII CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXICOLOGIA- PUCRS
Porto Alegre – RS. 11 a 15/11/2004.

Absorção, distribuição e
excreção de compostos tóxicos
pelo organismo humano

IFRJ – campus Rio de Janeiro


Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional
Disciplina: Toxicologia de Alimentos
Prof.: Marcia Cristina da Silva

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Tópicos

1. Digestão e absorção do alimento

2. Absorção do Agente tóxico

3. Distribuição do Agente tóxico

4. Remoção do Agente tóxico

5. Biotransformação do Agente tóxico

1. Digestão e Absorção do Alimento

Boca: Ingestão de alimentos

Maior parte
da digestão e
absorção dos
nutrientes

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1.1. Digestão do alimento

* Sucos digestivos:
 Suco salivar
 Suco gástrico
 Suco biliar
 Suco pancreático
 Suco entérico

1.2. Absorção do alimento

a) Substâncias polares (açúcares, aminoácidos, vitaminas


hidrossolúveis, minerais, AG cadeia curta, glicerol)
Substâncias
Luz intestinal hidrofílicas

Célula intestinal difusão ou transporte ativo

Sistema Porta

Fígado

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1.2. Absorção do alimento

b) Substâncias apolares (triglicerídeos, ácidos graxos,


colesterol, vitaminas lipossolúveis)
Luz intestinal Substâncias hidrofóbicas

Associação c/
ptnas sintetizadas Quilomícrons
Célula intestinal na cel. intestinais Pinocitose
reversa

Sistema Linfático

Diferentes órgãos e tecidos

Sítios de absorção

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2. Absorção do Agente tóxico (AT)

Ingestão do alimento c/ o AT

Passagem do meio
Absorção no TGI externo p/ o meio
interno

Substância tóxica

Fração gordurosa Ligada a ptnas, aas ou CHOs


do alimento

2. Absorção do Agente tóxico (AT)

Eletrólitos Passagem direta p/o


sangue

Substâncias lipossolúveis Maioria dos ATs

Metabolismo dos
lipídeos

Substâncias hidrossolúveis Passagem direta p/o


sangue e Fígado

Substâncias de
Biotransformação nos
maior ou menor
hepatócitos
toxicidade

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3. Distribuição do Agente tóxico (AT)
 Deslocamento para os diferentes órgãos e tecidos:
AT na corrente sanguínea

Necessita atravessar diversas barreiras p/


alcançar seu sítio de ação

Este deslocamento depende:


- Da habilidade do AT em atravessar essas barreiras
- Da afinidade que o AT tenha pelos diferentes tecidos
- Da vascularização desses tecidos

3. Distribuição do Agente tóxico (AT)


 De um modo geral, o organismo pode ser dividido em três
grandes territórios:
- Vísceras e órgãos (73% irrigação sanguínea)
- Pele, músculos, tec. conjuntivo e tec. ósseo ( 24%)
- Tecido adiposo (3%)
Vísceras e órgãos

- Recebem um número importante de AT


- Atingem o estado de saturação rapidamente
- Estão envolvidos na eliminação do AT e de seus
subprodutos

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3. Distribuição do Agente tóxico (AT)
 O acúmulo de AT é maior onde houver maior afinidade
entre AT- tecido
deposito de AT nos tecidos

liberação a longo prazo

Sangue

se liga a ptnas
(transporte ativo)

Biotransformação: Rins Fígado

3. Distribuição do Agente tóxico (AT)


 Fígado e Rins ⇒ Alta capacidade de seqüestrar
Xenobióticos (processo não muito bem elucidado)
 Tecido Adiposo ⇒ Baixa irrigação sangüínea
AT inativo
 Tecido ósseo ⇒ Maior acúmulo de metais (chumbo)
 Pele, unhas (tecidos inertes) ⇒ AT inativo; não retorna a
corrente sangüínea
 SNC ⇒ passagem de AT é dificultada pela barreira
hematencefálica
 Placenta ⇒ possui alguma capacidade de
biotransformação

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4. Redistribuição do Agente tóxico (AT)

Forma livre do AT no sangue X AT depositado nos tecidos

AT depositado nos tecidos


Ocorre até que
Processo lento todo o AT seja
nos tecidos eliminado
pouco irrigados
Sangue

5. Remoção do Agente tóxico (AT)

 Excreção (fezes, urina)


 Secreção (biliar, láctica, sudorípara, salivar, lacrimal)

5.1. Excreção urinária

 Rins ⇒ órgãos mais eficientes na remoção de


agentes tóxicos (forma inalterada ou produtos da
Biotransformação)
 Substâncias hidrossolúveis

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5. Remoção do Agente tóxico (AT)
5.2. Excreção fecal / secreção biliar

 Quando a substância não for absorvida ao longo do


TGI ⇒ fezes
 Substâncias biotransformadas ou absorvidas (fração
secretada via bile ou por meio do epitélio TGI)

5.3. Secreção sudorípara, salivar e lacrimal

 Difusão simples ⇒ substâncias ou produtos da


biotransformação ionizáveis

6. Biotransformação do Agente tóxico (AT)


 Tem como objetivo aumentar a solubilidade de tudo
que é estranho ao organismo e necessita ser
excretado
 Reações de Fase I e de Fase II

6. 1. Reações de Fase I
 Inserção ou exposição de um grupamento funcional,
aumentando a intrasolubilidade da molécula
 reações de hidrólise, oxidação e redução (enzima P-
450)

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6. Biotransformação do Agente tóxico (AT)

6.2. Reações de Fase II


 Conjugação (junção de uma molécula com outra)
Xenobiótico

Excreção
Fase I Fase II

Excreção Excreção

Bibliografia

- MIDIO, A. F. & MARTINS, D. I. Toxicologia de Alimentos. SP:


Livraria Varela, 2000

- LINDNER, E. Toxicologia de los Alimentos. Ed. Acribia, 138p.,


1982

- REYES, F.G.R AND TOLEDO, M.C.F. Toxicologia de Alimentos.


Campinas.SP: Fundação Tropical de pesquisas e tecnologia André
Tosello. 1988. 163p.

- Artigos de periódicos

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Toxicocinética,
toxicodinâmica e alterações
clínicas

IFRJ – campus Rio de Janeiro


Especialização em Segurança Alimentar e Qualidade Nutricional
Disciplina: Toxicologia de Alimentos
Prof.: Marcia Cristina da Silva

Tópicos

1. Fases de intoxicação

2. Toxicocinética

3. Toxicodinâmica

4. Fase clínica

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1. Fases de Intoxicação
 Fase de Exposição: contato c/ agente tóxico – via de
introdução, freqüência, duração da exposição,
propriedades físico-químicas, dose, concentração,
susceptibilidade individual

 Fase Toxicocinética: tds os processos envolvidos na


relação entre a disponibilidade química e a concentração
do fármaco nos diferentes tecidos do organismo -
absorção, distribuição, armazenamento,
biotransformação e excreção (depende propriedades
físico-químicas)

1. Fases de Intoxicação

 Fase Toxicodinâmica: Interação entre as moléculas do


agente tóxico e os sítios de ação, específicos ou não, dos
órgãos e, o aparecimento do desequilíbrio homeostático

 Fase Clínica: Evidências de sinais e sintomas, ou ainda


alterações patológicas detectáveis mediante provas
diagnósticas.

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2. Toxicocinética

 Resumo: alimento + AT ⇒ Absorção, Transporte,


Distribuição, Metabolismo/Biotransformação, Excreção

 Fatores que modificam a biotransformação ⇒ Internos:


espécie, idade, peso, sexo, genético, estado nutricional,
temperatura corporal, estado patológico; Externos: vias
de introdução, meio ambiente

3. Toxicodinâmica

 É o estudo da natureza da ação tóxica exercida por


substâncias químicas sobre o sistema biológico, sob os
pontos de vista bioquímico e molecular.

33
3. Toxicodinâmica

 Interações de agentes tóxicos com receptores ⇒ podem


atura bloqueando sítios ativos de receptores e impedindo
a ligação de moléculas- alvo.
 Interferências nas funções de membrana ⇒ podem
perturbar a função de membranas, por exemplo,
bloqueando o fluxo de íons (canal de íons).
 Inibição da fosforilação oxidativa ⇒ interfere a oxidação
de carbohidratos, reduzindo a síntese de ATP (ex.:
metemoglobina: oxidação de ferro pelos nitritos)

3. Toxicodinâmica

 Complexação com biomoléculas ⇒ Inibição de enzimas


(cianeto, inseticidas organofosforados); Proteínas
(interação covalente com ptnas, polipetídeos, DNA e RNA
– provável início da mutagenicidade, carcinogenicidade e
necrose). Ex.: aflotoxina; Lipídeos: indução da
peroxidação lipídica
 Pertubação da Homeostase de Cálcio ⇒ Elevado influxo
de cálcio intracelular (Ex.: íons metálicos) – anormalidade
funcional de membranas, morte celular

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4. Fase Clínica
 Mutação ⇒ é uma alteração súbita do material genético que
é transmitida à descendência. Dependendo do tipo celular
em que ocorra, germinativa ou somática, a mutação passará,
respectivamente, à novas gerações ou ás células filhas.
 Carcinogênese ⇒ o processo envolve interações complexas
entre vários fatores, tanto exógenos (ambientais) quanto
endógenos (genéticos, hormanais).
 Teratogênese ⇒ São malformações congênitas que podem
ser causadas por agentes tóxicos, sobretudo quando
administrados no período da organogênese (entre a 2ª e 10ª
semana de gestação).

4. Fase Clínica

 Mutagênese ⇒ refere-se à propriedade que as


substâncias químicas apresentam de provocar
modificações no material genético das células, de modo
que estas sejam transmitidas às novas células durante a
divisão. Dependendo da célula afetada, as mutações
podem acarretar desde a inviabilidade de
desenvolvimento da célula ovo, passsando por morte do
embrião ou feto até o desenvolviemto de anormalidades
congênitas que podem ser transmitidas hereditariamente.

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Bibliografia

- LINDNER, E. Toxicologia de los Alimentos. Ed. Acribia, 138p.,


1982

- REYES, F.G.R AND TOLEDO, M.C.F. Toxicologia de Alimentos.


Campinas.SP: Fundação Tropical de pesquisas e tecnologia André
Tosello. 1988. 163p.

- Artigos de periódicos

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