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Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr.

João Novaes – Tercena – Portugal

Couro cabeludo Corte da pele

Olhos
Ouvido Nariz
s Boca, lábios,
língua

Pulmões

Pele
Corte da parede intestinal

Bexiga, rins
Ânus
Vagina

Corte do nefrónio
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EMUNCTÓRIO INTESTINAL

É a via mais importante de excreção pelo seu poder de eliminação que ocorre em toda a
extensão da mucosa digestiva e, pelas glândulas que aí actuam, principalmente o fígado
e o pâncreas.
Em cada dia e, de uma forma contínua, chegam às vias digestivas:
- 1500 g de saliva;
- 1500 g de suco gástrico;
- 6 a 800 g de suco pancreático;
- 500 a 1000 g de bílis e suco intestinal em quantidade mal determinada.

Nota: Compreende-se facilmente as consequências que podem advir em caso de


disfunção intestinal (obstipação), transferência e manifestação de catarro acumulado.

O intestino é assim um emunctório primordial e, de acordo com o poder funcional de


cada um, segue--se o rim, a pele, os pulmões e as glândulas excretoras: fígado,
pâncreas, etc.

A embriologia dos emunctórios confirma esta classificação: no embrião humano, o tubo


digestivo aparece primeiro e só depois se estabelecem sucessivamente as diferenciações
do aparelho urinário, cutâneo e por fim, o aparelho respiratório.
A digestão dos alimentos passa por três fases digestivas:
- A fase bucal;
- A fase estomacal;
- A fase intestinal (intestino delgado e intestino grosso).

A parte que mais nos interessa é o papel do intestino grosso. É um órgão motor provido
de glândulas de muco para facilitar o trajecto e, de fraca absorção para as substâncias
nutritivas, mas de forte absorção para a água e sais.

(1) O quimo intestinal é composto por produtos digeridos de forma incompleta no


intestino delgado, ou seja, polipeptídeos, lípidos, amido e sobretudo celulose, não
atacados no intestino delgado e os diferentes produtos de fermentação bacteriana
dos glícidos.
(2) No seu conjunto, os microrganismos intestinais realizam in vitro, as mesmas acções
diastásicas que os sucos digestivos. Elas colaboram nas acções químicas da
digestão, sob duas formas:

a) As fermentações dos glícidos, sob a influência de colibacilos, bacilos


lácticos e butíricos. Os glícidos são transformados em meio ácido, em ácidos
diversos (láctico, butírico, acético), em álcool e em CO2. A celulose que
resiste aos sucos digestivos é em parte hidrolizada pelo bacillus cellulosae
dissolvens, para fornecer 50% de glucose, que será reabsorvida.
b) As putrefacções ocorrem na segunda parte do intestino grosso. Os prótidos
são atacados com produção de amoníaco, ácido sulfídrico, ácido carbónico,
hidrogénio e uma série de produtos muito característicos, tais como fenóis,
ácidos oxiaromáticos, indol e scatol.
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Nota: Segundo Bouchard, o intestino é um laboratório de venenos, principalmente


ptominas e leucominas, entre as mais tóxicas. É o fígado que transforma os fenóis em
fenilsulfatos, o indol em indolsulfatos e o amoníaco em ureia.

As acções sobre os lípidos são muito reduzidas. A bílis tem por finalidade a redução da
bilirrubina em urobilinogénio que passa no sangue na forma de estercobilina eliminada
com as matérias fecais.

COMPOSIÇÃO DAS EXCREÇÕES DO INTESTINO GROSSO

As fezes representam o resíduo da secreção e da digestão intestinal.

25% de elementos sólidos


5 a 15% de azoto
Peso médio: 150 g 6% de lípidos
3 a 6% de glícidos

Constituição:
- Restos da secreção digestiva;
- Alimentos parcialmente digeridos (celulose);
- Detritos do epitélio intestinal;
- Bactérias aeróbias e anaeróbias tão numerosas que formam a maioria das
fezes desidratadas;
- Produtos da decomposição bacteriana dos prótidos e dos glícidos;
- Estercobilina resultante da redução de bilirrubina;
- Sais insolúveis de cal, ferro, manganês;
- Fosfatos, cálcio, magnésio, bário, chumbo, mercúrio, por vezes com
ulcerações.

Em demasiada quantidade, estas substâncias provocam diarreias de eliminação. Para


concluir, os mecanismos de defesa de emunctório intestinal obedecem aos mesmos
mecanismos de defesa que os emunctórios anteriores.

FASE II – Hiperfuncionalidade → diarreia;


FASE III – Hipofuncionalidade → obstipação, fermentações, putrescência, atonia do
intestino (ptsoses);
FASE IV – Disfunção → limitação e transferência sobre os primários;
FASE V – Transição → Transferência sobre os secundários;

Quando ocorre obstipação há uma redução das secreções biliares e das glândulas de
muco o que implica um reequilíbrio alimentar, principalmente em fibras.
Segundo Carton, as mulheres sofrem mais de obstipação que os homens, mas possuem o
substituto uteral eficaz, pelas percas vaginais.
A partir do estádio IV, a ptose intestinal conduz a um dolicocólon, e depois a uma
diverticulose. Nesta fase o regime alopático suprime todos os legumes pelos riscos de
oclusão intestinal. Esta medida aparentemente lógica é, de facto, muito contestável, uma
vez que esta fisioanatomopatologia é curiosamente a consequência de uma inapetência
destes doentes para as fibras (cruas). O intestino grosso preguiçoso, hipofuncional,
acaba por se alongar e curvar. A prescrição alopática vai no sentido dos gostos do
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doente, evitando os legumes crus, o que acentua o risco de diverticulose e sua


consequente operação cirúrgica.

Nota: Em Naturologia é preciso iniciar com urgência uma reeducação intestinal, reintroduzindo
muito progressivamente legumes crus na alimentação que, nos primeiros tempos, devem ser
finamente picados até que o intestino reencontre um tónus suficiente. A alimentação
exclusivamente cozida e semi-líquida é muito prejudicial à reversibilidade desta patologia.

EMUNCTÓRIO RENAL

O rim constitui a via essencial de excreção dos produtos doo catabolismo azotado. A
composição da urina varia em função de numerosos factores:
- Regime alimentar;
- Actividade muscular;
- Temperatura ambiente;
- Idade;
- Sexo;
- Etc.

I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS


O pH deve ser aproximadamente 6 e a ureia deverá existir entre 13 a 17 g, para não
lesionar os órgãos.

Nota: Os cloretos são constituídos, principalmente por cloreto de sódio (NaCl), de


cloreto de potássio (KCl), de cálcio (Ca) e de magnésio (Mg) e, são provenientes dos
cloretos alimentares.

Os sulfatos, ou mais exactamente, o enxofre apresenta-se sob três formas:


a) Enxofre oxidado de origem alimentar contido nos aminoácidos;
b) Enxofre dos corpos sulfuro-conjugados que derivam igualmente de
aminoácidos;
c) Enxofre neutro nos corpos orgânicos, onde não é oxidado (cistina, taurina,
ácido oxiproteico, glutatião...).

Atenção! É costume inserir o amoníaco no grupo das substâncias orgânicas azotadas,


uma vez que se trata de uma substância mineral (origem renal no indivíduo normal).
As substâncias orgânicas azotadas da urina são o resultado da actividade hepática.
A síntese de ácido hipúrico é sobretudo renal, a partir do ácido benzóico e do glicocolo.
A cor da urina é devida a dois pigmentos:
- O urocroma (rico em enxofre),
- A urobilina derivada da bilirrubina (quando o fígado é normal, uma grande
parte da urobilina é retida por ele e transformada de novo em bilirrubina;
logo, atenção à urobilinúria: insuficiência hepática).
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AS VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS DA URINA

O volume da urina é extremamente variável, em função essencialmente, do regime


alimentar, da quantidade de bebidas absorvidas e da importância da secreção sudorífera
(elevação da temperatura por esforço muscular e aumento da ventilação pulmonar).

A sua composição química varia segundo o regime alimentar:

• Regime com predominância de carne: a urina límpida, fortemente colorida


tem uma reacção francamente ácida. Contém uma forte proporção de ureia,
ácido úrico e uratos.
• Regime com predominância vegetariana: diminuição da acidez, torna-se
alcalina e turva devido à precipitação de fosfatos. Contém uma forte
proporção de ácido hipúrico e muito pouco ácido úrico.

Portanto, atenção ao regime alimentar antes de interpretar uma análise da urina, para
situar as fases I, II, III, ou IV das defesas emunctoriais.
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COMPOSIÇÃO
QUÍMICA DA URINA

por litro em 24 horas

Água 950 g 1300 a 1500 cc

ELEMENTOS Cloretos 8 a 10 g 12 a 15 g
MINERAIS Sulfatos (expressos em SO3) 1,3 a 2 g 2a3g

Fosfatos (expressos em P2O5) 1,5 a 2,5 g 2,5 a 3,5 g

Ureia 15 a 20 g 25 a 30 g

Corpos úricos 0,3 a 0,6 g 0,5 a 1 g

Corpos púricos 0,15 a 0,3 g 0,2 a 0,4 g

Ácido hipúrico 0,3 a 0,6 g 0,5 a 1 g

Creatinina 0,6 a 1,5 g 1a2g


ELEMENTOS
ORGÂNICOS Ácidos aminados e polipeptídeos 0,1 a 0,3 g 0,2 a 0,4 g

Amoníaco 0,4 a 0,6 g 0,6 a 0,8 g

Indoxyle 0,002 a 0,05 g 0,003 a 0,07 g

Ácido láctico vestígios em variável com o trabalho


repouso
0,01 a 0,02 g
Ácido oxálico 0,006 a 0,015 g
0,4 a 0,6 g
Urocroma 0,3 a 0,4 g
0,02 a 0,025 g
Urobilina 0,01 a 0,02 g

II. AS EXCREÇÕES PATOLÓGICAS DO RIM


- A glicose,
- A albumina,
- Os pigmentos e sais biliares,
- A acetona e os corpos cetónicos,
- A hemoglobina,
- Certos medicamentos (ácido salicílico, salicilato de sódio, iodetos, brometos,
arsénico, álcool),
- Sobretudo os cilindros granulosos, granulo-gordurosos, hemáticos, característicos de
um estado inflamatório do tubo urinífero (nefrite),
- Eritrócitos,
- Leucócitos mais ou menos alterados,
- Micróbios,
- Sedimentos cristalinos em crescimento: cálculos.
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Para terminar sobre as insuficiências renais, é preciso reter que:

(1) A relação HT – e insuficiência renal (exemplo assistólica – insuficiência TA


= insuficiência de filtração glomerular).
(2) Retenção hidrocloreto de sódio

a) A retenção sódica é devida a um distúrbio primitivo de permeabilidade renal:


- Aumento da água para manter o equilíbrio osmótico dos humores;
- Formação de edemas.

Nota: Aumento do peso do doente: 1 kg por 7 g de sal.

b) A retenção aquosa é primitiva e resulta do aumento +++ da filtração capilar


geradora da linfa intersticial, ocorre:

1. A seguir a uma paralisação sanguínea;


2. Quando há diminuição da taxa proteica no sangue. A água difundida nos
espaços intersticiais retém uma quantidade de cloreto de sódio e conduz
a uma diminuição da sua excreção renal

c) A retenção azotada é consecutiva a uma esclerose renal, com atrofia da


substância cortical do rim (glomérulo e vasos glomerulares) e daí uma
insuficiência de excreção e retenção nos casos graves de ácido úrico, ureia e
creatinina.

Nota: Para as transferências emunctoriais

- A glicosúria revela um distúrbio extra renal.


- A hemoglubinúria é consecutiva a um processo hemolítico de uma parte do
organismo.
- As albuminúrias são frequentemente devidas a danos glomerulares, mas também a
factores mecânicos:
• Paragem circulatória devida a uma insuficiência cardíaca.
• Albuminúria, dita ortostática (transitória) nos adolescentes em posição de
pé , prolongada – contracções do pedículo renal, rebatido por uma curvatura
lombar excessiva.
• Albuminúria ligeira e transitória a seguir a um trabalho muscular intenso e
prolongado: albuminúria de fadiga devida provavelmente a um aumento dos
metabolitos ácidos, consecutiva aos grandes esforços musculares.

Para terminar sobre o emunctório renal:

Na Fase II (hiperfuncional): o rim aumenta globalmente as suas excreções.


Na Fase III (hipofuncional) um estado de limitação: o rim excreta pouca urina, e esta é
pastosa em períodos febris. Se nesta fase III o organismo recupera, voltamos à fase II
com a crise poliúrica das convalescenças.
Na Fase IV (disfuncional primário): oscilação sindromática ou transferência patogénica
sobre outro emunctório: pele, pulmão...
Na Fase V (transacional secundário): a transferência sobre os secundários.
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Atenção! Nas fases IV e V – ácido úrico igual a cálculos por neutralização –


calcificação nos rins, pulmões, vesícula biliar e articulações.

Nota: A acidez da urina é devida a um aumento do consumo de carne – acidose – insuficiência


hepática. Para alcalinizar: regime vegetariano. Num fígado em mau estado, não há retoma dos
ácidos aminados excedentários para a sua transformação em ureia.

Na faseVI (fase lesional) emissão de pus, sangue, medicamentos, etc.

EMUNCTÓRIO PULMONAR

Nota: Contrariamente ao Dr. Paul Carton, classifico os pulmões como emunctórios primários e não
secundários.

Um emunctório é por definição, um órgão que elimina do organismo os resíduos dos


seus metabolismos.
O papel da função oxidativa dos pulmões sobre os resíduos do organismo é, no mínimo,
tão importante como os outros três emunctórios: pele, rins e intestinos.
O emunctório pulmonar compreende a mucosa do aparelho respiratório, das fossas
nasais aos alvéolos pulmonares. No plano funcional a frequência respiratória é variável
com o porte, a idade e o sexo do indivíduo considerado.
De um modo geral, a frequência respiratória varia do seguinte modo:

À nascença: 45 movimentos/minuto
5 anos : 25 movimentos/minuto
15 a 20 anos : 20 movimentos/minuto
20 a 25 anos : 18 movimentos/minuto
25 a 40 anos : 15 movimentos/minuto
Capacidade pulmonar: Ar residual + ar de reserva
Capacidade vital: Ar de reserva + volume normal + ar complementar

I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS

Composição do ar alveolar e pressão parcial dos seus componentes em relação à pressão


global de 760 mm Hg.

O2 13,2% 100 mm Hg
CO2 5,2% 40 mm Hg
N2 75,4% 573 mm Hg
H2O 6,2% 47 mm Hg
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Factores que influenciam as trocas respiratórias:

- A espécie
- O porte e a superfície do corpo
- O sexo
- A respiração
- As variações de pressão barométrica
- A temperatura exterior do corpo
- O sono (diminui cerca de ¼)
- A capacidade cerebral (varia consoante a emoção)
- O exercício muscular
- A influência do jejum (diminui)
- A digestão (aumenta globalmente e selectivamente segundo a natureza dos
alimentos).

Nota: A finalidade da ventilação pulmonar é a actividade celular. A ventilação


pulmonar permite a entrada de O2 no organismo e a rejeição de CO2 e H2O.
Hierarquicamente, os tecidos que consomem mais O2, rejeitam mais CO2 e são:

1. O cérebro 5. O baço
2. O fígado 6. Os tendões
3. Os músculos 7. Os ossos
4. Os rins

Os pulmões, para além de excretarem vapor de água, CO2 e O2 (residualmente) na sua


função primária, podem como emunctórios secundários, eliminar ácido carbónico e
corpos voláteis, odores fétidos, aliáceos, cetónicos, clorofórmicos, álcool..., por
expectoração ou infecção, testemunhando a importância desta via excretora.
Na fase V, os pulmões e as vias respiratórias em geral, reforçam as suas defesas no que
respeita a emunctórios patológicos, por mecanismos de drenagem espectaculares:
corizas, laringites, bronquites, inflamação pleuro-pulmonar, constipações (resfriados) e
intensificando a intensidade das reacções vitais do organismo para recuperar a sua
intensidade.
As vegetações (ou só adenóides), amigdalites, etc. participam igualmente na fase V.
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EMUNCTÓRIO CUTÂNEO
PELE
Revestimento com aproximadamente 1,5 m2.

São cinco as funções clássicas de base (camada córnea e basal):

1. Protecção, isolamento (despende 2800 cal para 65 kg)


Choque
Químico
Radiação
Viral, microbiano
2. Termorregulação central com o hipotálamo (5 a 600 g/dia até 10 l em 24
horas)
3. Função nervosa (táctil, calor...)
4. Função metabólica (vitamina D, activando o colesterol)
5. Função emunctorial (normal, compensadora, patológica).

I. AS EXCREÇÕES FISIOLÓGICAS NORMAIS DA PELE


A) Secreção sudorípara
B) Secreção sebácea

A) A SECREÇÃO SUDORÍPARA é realizada pelas glândulas sudoríparas (120/cm2


= 2,5 milhões no total) que têm uma massa equivalente a 1/8 do rim.
O pH médio é ácido (aproximadamente 6, excepto a axila e a virilha que podem
apresentar no limite, pH = 4,5 e pH = 7,5 respectivamente).
Couraud, pelas suas análises, demonstrou o papel excretor da pele na sua função
sebácea, comparável aos elementos do sangue da urina e do suor. Os ácidos do suor são,
na maioria, ácidos gordos voláteis:

- Acético
- Fórmico
- Butírico Combinações fracas com as bases, formam
- Capróico sais pouco estáveis.
- Caprílico
- Propiónico

Nota: O ácido liberta-se facilmente, dando ao suor o seu odor particular: existem
igualmente e em pequena proporção, ácido fosfórico e ácido sulfúrico na forma de
sulfatos, mas principalmente, ácido láctico, resultante do metabolismo celular.

Importante:
As substâncias medicamentosas ou tóxicas introduzidas no organismo são eliminadas
parcialmente, pelo suor: iodo, iodetos, arsénico e sais de mercúrio, de valeriana, álcool,
quinina, princípio odorífero do alho, narcóticos, tranquilizantes, etc.
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Nota: A secreção sudorípara não é mais que um simples dialisado. Esta função
necessita da participação activa da célula glandular que é preponderante e é
influenciada pelas condições circulatórias e pela acção do sistema nervoso.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO SANGUE, DO SUOR E DA URINA


(resultados expressos em g/litro)

SANGUE SUOR URINA

Água 900 990 950


Proteínas 75 0,05 0
Glucose 1 0,1 0,02
Colesterol 1,5 vestígios 0
Creatina 0,08 vestígios 0
Aminoácidos 0,35 0,05 0,3
ClNa 6 4 9
Ca 0,1 0,1 0,1
Mg 0,03 0,02 0,1
K 0,2 0,4 1,2
Ureia 0,3 0,4 20
Creatinina 0,01 0,04 0,5
Amoníaco 0,001 0,1 0,5
Fosfatos minerais (em P2O5) 0,03 0,4 1,5
Sulfatos (em SO3) 0,005 vestígios 1,5
Fenóis 0,02 0,05 1,5
Ácido úrico 0,01 0,002 0,5
Ácido láctico 0,25 2 0,15
Ácidos orgânicos ....... 3a4 15 a 40

Para além da secreção sebácea, o suor contém uma pequena quantidade de gorduras
neutras e de colesterol.

Para as substâncias azotadas, é preciso assinalar:


- A ureia, 0,5 g/l;
- O ácido úrico;
- Os uratos;

E em pequena quantidade:
- Sais amoniacais;
- Aminoácidos e creatinina.

Para os sais minerais:


- Cloreto de sódio +++;
- Carbonato de potássio;
- Cloreto de potássio;
- Sulfatos alcalinos;

E ainda vestígios de fosfatos alcalino-terrosos.


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PAPEL DO SUOR

a) Depuração da desidratação do sangue;


- Sobretudo eliminação de alcalis;
- Excreção de ácidos gordos voláteis;
- Eliminação do ácido láctico;
- Complementar a excreção urinária, mas equilibrando os diferentes órgãos que
excretam a água como pulmões, rins, intestinos e pele.

b) Regulação do calor animal


Por perspiração e transpiração.

c) Manutenção da maleabilidade de pele


Por perspiração mais secreção sebácea.

B) A SECREÇÃO SEBÁCEA

Composição : 2/3 água


- Oleína
1/3 de matérias gordas - Palmitina
tipo coloidal - Oleatos
- Palmitatos alcalinos

Mais as substâncias albuminóides análogas à caseína, um pouco de colesterol e sais


minerais.

Para a pele, acabamos o estudo da fase I.

Fase II : aceleração quantitativa da excreção


Fase III : estado de limitação – hipofuncionalidade
Fase IV : transferência emunctorial para os primários
Fase V : substituição emunctorial sobre os secundários
Fase VI : alteração estrutural da pele;
estado inflamatório crónico;
supuração em pústulas;
feridas que não cicatrizam, etc.

II. AS EXCREÇÕES PATOLÓGICAS DA PELE


A pele desempenha um papel suplementar importante na falta dos emunctórios
primários e dos secundários. Uma CM – TLH orgânica muito elevada, não corrigida,
enfraquece os emunctórios primários específicos (intestinos, rins, pulmões) e acabará
por ser eliminada pela pele.
Clinicamente: herpes, furunculose, eritemas, eczemas, psoríase, urticária, micoses
cutâneas, acne, alopecia, ulcerações, etc... caracterizam este tipo de substituição.

Nota: A repressão a este nível conduz a graves transferências patogénicas (exemplos


clássicos: asma, eczema).
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OS EMUNCTÓRIOS SECUNDÁRIOS

O organismo carregado de CM – TLH, cria alternativas defensivas entre os emunctórios


primários e se não for suficiente, cria ainda substituição ao nível dos emunctórios
secundários. Os primeiros ficam no estado de limitação (recuperação) e os segundos
num estado de hiperfuncionamento compensado.

Nota: As transferências sindromáticas, a alternância que se observa habitualmente


em clínica, traduzem a complexidade destes mecanismos de defesa e depuração do
metabolismo orgânico, que são sistematicamente contrariados pelas outras medicinas,
ditas “naturais” e, pelas técnicas alopáticas, obcecadas pela repressão das
manifestações sintomáticas.

Esta incompreensão da fenomenologia dos mecanismos de defesa do organismo, e as


técnicas paliativas utilizadas por estes tipos de medicina, danificam seriamente a
integridade orgânica, agravando a patologia inicial. De entre os emunctórios
secundários o mais importante é o fígado, depois o pâncreas, etc.
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OS DEZ EMUNTÓRIOS
I. EMUNCTÓRIO HEPÁTICO

Nota: Anatomicamente, o fígado representa 1/30 do peso do corpo (cerca de 2 kg).


O débito mn do sangue: 1500 cm3
Capacidade do sangue: 1000 a 2000 cm3
O fígado possui uma importância funcional muito importante.

1) A FUNÇÃO BILIAR

Dupla função: 1) Digestiva


2) Excretora

• Na sua função digestiva, o fígado está inteiramente ligado à digestão, uma vez que
os sais biliares reforçam a actividade diastásica do suco pancreático, a emulsão e
absorção dos lípidos, a excitação da motricidade intestinal, a acção antipútrida e
antifermentescível.
• O papel excretor do fígado é igualmente importante e demonstrado por experiências
clínicas e experimentais.
- A secreção biliar do fígado, é contínua (quando não ocorre digestão,
acumula-se na vesícula biliar).
- A secreção biliar existe durante a vida fetal (meconium).
- Durante o jejum (sem trabalho digestivo).

Nota: Em caso de retenção biliar – passagem de bílis para o sangue, ocorrem


manifestações tóxicas características.

A bílis representa, sem dúvida, uma via de depuração do organismo.


Nas retenções biliares, a presença de elementos da bílis no sangue, provoca hemólises e
lesões renais secundárias devidas à acção irritante das substâncias anormais eliminadas
pela urina sobre o parênquima renal.

2) FÍGADO E NUTRIÇÃO

A posição do fígado interposta na via principal de absorção digestiva desde a sua


origem, permite compreender a importância na digestão.

O FÍGADO REGULA VÁRIOS METABOLISMOS


Metabolismo dos glícidos, com dupla função:
a) Formação do glicogénio (polilósidos vizinhos do amido);
b) Transformação do glicogénio em glucose.
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Nota:
1. Uma sobrecarga glicérica sobrecarrega o fígado que satura a cerca de 12% do seu
peso. Nesta fase, o fígado está esgotado = hiperglicémia transitória (ver glicosúria).
Na realidade, o rim não excreta glicose, até que a sua taxa no sangue não
ultrapasse 1,80 g/l.

a) O fígado produz glicogénio a partir do ácido láctico no trabalho muscular.


b) Forma glicogénio a partir dos prótidos utilizando 11 aminoácidos
glicoformadores, em 28.
c) O fígado retira, igualmente, glicogénio a partir dos lípidos, durante o jejum.

Verifica-se então, que a dupla função do fígado na sua função glicogénica


(armazenagem do glicogénio e libertação de glicose) representa um tampão entre o
acréscimo de energia e o abastecimento dos tecidos.

2. A formação do glicogénio ocorre em vários tecidos, mas a função de


armazenamento é assegurada essencialmente pelo fígado e pelos músculos.

3) FÍGADO E METABOLISMO PROTÍDICO

O fígado pode ser considerado, igualmente, como um reservatório de prótidos que irá
libertando, conforme as necessidades:
a) Síntese da maioria das proteínas plasmáticas, entre as quais o fibrinogénio e
a albumina.
b) Mantém o nível de aminoácidos constante no sangue.

Os aminoácidos
a) Os aminoácidos são fixados pelo fígado e, menos intensamente, pelos
músculos e rins.
b) O fígado liberta aminoácidos para manter o seu nível constante, por
exemplo, durante a inacção.
c) O fígado transforma os aminoácidos que fixou, em glucose. Os não-
glucoformadores degradam-se em corpos cetónicos.
d) O fígado pode fazer a síntese de certos aminoácidos a partir dos glícidos,
passando pela etapa do ácido pirúvico.

A função uropoiética do fígado


Formação de ureia derivada do amoníaco que deriva do seu próprio trabalho de
desaminação.

O fígado e as nucleoproteínas
As nucleoproteínas são, no final, degradadas e assimiladas sob a forma de nucleósidos,
pelo fígado, via capilares da veia porta. As bases púricas (guaranina e adenina) dão
origem, após várias transformações, ao ácido úrico.
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4) FÍGADO E METABOLISMO LIPÍDICO


Funções: mesma função de regulação homeostásica sanguínea que no caso dos glícidos
e dos prótidos.

a) Fixação dos lípidos no fígado sob a forma dissimulada de lipído-proteicos.


b) Não há formação de lípidos, mas sim acumulação de lípidos extra-hepáticos
(lípidos de reserva).
c) Destruição dos lípidos. A destruição das gorduras e ácidos gordos (corpos
cetónicos) pelo fígado é bem evidente.
d) Lembremos simplesmente que o glicerol está na origem da formação da
glicose e de glicogénio e que o colesterol, para o qual o fígado tem
capacidade de síntese, é também eliminado pela bílis.

5) FÍGADO: HEMATOPOIESE E LEUCOPOIESE

Participação do fígado na hematopoiese fetal:

a) Actua sobre as proteínas plasmáticas e nitidamente na formação de soro,


albumina e de alfafetoproteína.
b) Actua sobre os glóbulos vermelhos, interferindo umas vezes na formação e
noutras, na destruição das hemácias.
c) Sobre os glóbulos brancos. A leucopoiese do embrião e do feto é importante
e desaparece quase completamente no adulto normal (excepto, por exemplo,
na leucemia mielóide).

6) FÍGADO E COAGULAÇÃO SANGUÍNEA

1. Síntese do fibrinogénio pelos hepatócitos e da protrombina pelas células de


Kupffer.
2. Acção anti-coagulante pelas peptonas, designada por Howel, como Heparina.

7) FUNÇÃO ANTI-TÓXICA DO FÍGADO

1. Actua sobre toxinas de origem endógena, derivando essencialmente da absorção


digestiva normal ou patológica.
2. Actua sobre as toxinas microbianas e corpos microbianos.
3. Actua sobre os metalóides, metais e pelos sais: mercúrio, bismuto, arsénico,
chumbo, ouro...
4. Actua sobre os alcalóides diversos (nicotina, estriquinina, digitalina, muscarina).

Nota: A expulsão pelas vias biliares (icterícia, cálculos,...) pode ser devida à expulsão
de substâncias irritantes e de germes infecciosos.
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II. O EMUNCTÓRIO SALIVAR


As glândulas salivares podem ser utilizadas para a eliminação de resíduos orgânicos. A
sua inflamação (parótidas, cálculos salivares) determina-se como para a glândula
hepática, por um elevado teor de CM – TLH.

a) As eliminações medicamentosas (estomatites de mercúrio).


b) Ácidos (entupimento dos colos dentários e descalcificação dentária
assinaladas por Ferrier).
c) Os depósitos calcários que se formam sobre as dentaduras, devido aos
orifícios excretores das glândulas sub-linguais.

São provas da função emunctorial das glândulas salivares.

Nota: São os problemas da composição fisiológica da saliva, juntamente com as


eliminações pelas amígdalas, que provocam a virulência dos micróbios, hóspedes
habituais das cavidades buco-faríngias e que constituem a causa de gengivites,
estomatites e anginas.

III . O EMUNCTÓRIO URETRAL E VAGINAL


São igualmente emunctórios importantes. Em cada período menstrual é efectuado um
trabalho de libertação tóxica, pondo em libertação tóxicos ou toxinas destinadas a ser
expulsas por via uterina.

Nota:
1. A passagem de resíduos nocivos no sangue ocasiona cefaleias, cansaço,
problemas de carácter e outros sintomas gerais da fase pré-menstrual (a
fadiga é proporcional à eliminação emunctorial).
2. A alcalinidade protectora do plasma pode ser reduzida, se o estado
humoral é deficiente e originar assim, infecções (herpes, erisepela).
3. As adolescentes sofredoras antes da puberdade, melhoram nitidamente,
logo que as menstruações se estabelecem regularmente.
Da mesma forma, a menopausa provoca frequentemente, problemas devido
à paragem do emunctório uterino, mais do que à paragem da secreção
interna do ovário.

Tratamento: Supressão das causas dos problemas: jejum breve ou alimentação ligeira
e alimentos laxantes durante dois ou três dias.

4. A leucorreia, as metrorragias ocorrem quando o estado geral está


defeituoso (pletora, intoxicação artrítica).
5. É graças a esta poderosa drenagem uterina que a maioria das mulheres
são menos abrangidas por doenças diatésicas (diabetes, gota, hepatites,
calvície, etc.).

Carton sublinha a inutilidade e o perigo dos tratamentos locais, cirúrgicos que entrava e
suprimem o papel deste emunctório, sem tratar a causa tóxica geral que provoca os
problemas metríticos.
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III. O EMUNCTÓRIO MAMÁRIO


Rapidamente, os medicamentos e tóxicos alimentares passam para o leite e podem
intoxicar as crianças de peito.

IV. O EMUNCTÓRIO LACRIMAL


A acidez e a toxicidade das lágrimas são a causa das inflamações do meio externo do
olho:
- Conjuntivites
Glândula lacrimal
- Queratites
- Treçolhos (terçol)
Etc. Esclerótica
vista através Íris vista através
da conjuntiva da córnea
Carúnculo
Canal lacrimal
Pupila
Meato inferior
Perspectiva frontal do olho
Aparelho lacrimal
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OS EMUNCTÓRIOS PATOLÓGICOS

Os emunctórios patológicos da fase VI, ocorrem quando os emunctórios suplentes têm


um funcionamento insuficiente. O organismo devido a uma sobrecarga em CM – TLH
cria lesões nas zonas fracas que servirão de emunctórios:
Por exemplo:

- Epistase;
- Hemoptises;
- Hemorragias gástricas, intestinais;
- Hemorróidas.

Nota: Numerosas feridas, úlceras ou queimaduras acidentais manifestam um


retardamento ou paragem do processo de cicatrização, pelo facto de serem utilizadas
como emunctórios, excretórios por um organismo profundamente perturbado por uma
sobrecarga de CM – TLH.

TRATAMENTO
Uma derivação intestinal com rectificação da alimentação conduz à prova irrefutável
desta patogenia activando a cicatrização de feridas rebeldes e de fístulas incicatrizáveis.
A terapêutica sintomática é catastrófica.
Nós sabemos que as doenças exprimem reacções de defesa do organismo, que tenta
recuperar o seu equilíbrio, comprometido pelas agressões inerentes às condições de vida
habituais.
As sobrecargas humorais resultantes do catabolismo celular, potencializadas por
diversos resíduos tóxicos, químicos, alimentares e até medicamentosos, sobrecarregam
os emunctórios, daí as fases de defesa:

a) Hiperfuncional, determinada clinicamente, ao que parece, por patologias


marcadas, por um lado, por excessos nas reacções funcionais, e, por outro,
através de análises de laboratório, como uma sobrecarga de resíduos
metabólicos, classicamente reprimidos, quando eles testemunham uma boa
defesa orgânica nos processos de eliminação.
b) Hipofuncional que se caracteriza clinicamente por insuficiências funcionais,
claramente nos estados transitórios de limitação, logo de recuperação que
devem ser respeitados!

Estas manifestações clínicas incompreendidas por outras técnicas médicas e sobretudo


alopáticas, justificam intervenções directas:

a) Estimulantes sobre os emunctórios em limitação, logo em fase de


recuperação, com os maiores riscos disfuncionais e até lesionais.
b) Inibidores sobre um emunctório hiperfuncional que compensa um aumento
da CM – TLH, desta vez, com riscos precipitados de transferência para
outros emunctórios, por uma medicação quimioterápica obcecadamente
correctiva que terá paradoxalmente participado na elevação de CM – TLH,
reduzindo o limiar de descompensação funcional do emunctório dominante,
no momento da intervenção.
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As técnicas sintomaticamente correctivas, em contrapartida ao conforto que produzem,


mascaram as origens das manifestações patológicas que persistem e se agravam
insinuosamente, com uma sucessão de transferências patológicas de intensidade
decrescente, causando uma alteração da vitalidade geral, atingindo a cronicidade e, até
problemas degenerativos.

É preciso salientar que as reacções de defesa num doente, são individualizadas e em


função:

- Da vitalidade do doente;
- Da natureza dos problemas;
- Das agressões que sofrem, quer sejam “terapêuticos”, ecossistémicas ou relacionais
(socio-profissionais).

Por outro lado, a programação do processo de defesa é relativamente estável nas suas
fases de arranque. Lembremos que os diferentes graus de patologia podem ser
reagrupados em cinco níveis de defesa:

1. Os emunctórios primários;
2. Os emunctórios secundários;
3. Os emunctórios patológicos;
4. Os suplentes dos emunctórios primários;
5. A fase das intervenções externas em urgência.

Como exemplo, podemos seguir o clássico síndroma asma/eczema.


No início ocorre, frequentemente um aumento importante da TLH e a primeira defesa é
o hiperfuncionamento dos emunctórios primários e seus suplentes sucessivos. Depois, a
transferência para os emunctórios secundários reforça a luta contra a TLH. Na sua
última fase de defesa, os emunctórios primários desencadeiam as suas funções suplentes
e tentam drenar e eliminar para fora do organismo, uma sobrecarga em TLH, que
ameaça a sua integridade funcional.
O balanço sindromático entre os emunctórios primários, nas suas funções suplentes,
demonstram que o organismo não tem os meios necessários para lutar eficazmente
contra a TLH, que toma sucessivamente, a forma clínica de uma crise de eczema e
depois uma crise de asma.
As medicações quimioterápicas inconsideradas apenas reprimem e reforçam a
frequência das transferências que acabem por esgotar os emunctórios, mesmo nas suas
funções suplentes, iniciando assim as patologias degenerativas.
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OS EMUNCTÓRIOS ARTIFICIAIS
- Cáusticos;
- Sedenhos;
- Moxas;
- Grande vesicatório;
- Abcesso de fixação de Fochier;
- Sangrias.

Apenas agem como excretores, emunctórios secundários na fase V.


O modo de derivação para os emunctórios primários torna supérfula a prática destes
procedimentos bárbaros. Ainda que, em certos comas do tipo “congestivo”, a sangria
possa ser utilizada com sucesso.

É bom ter presente a lei enunciada por Broussais:

“A diminuição da vitalidade do sistema ou de um aparelho provoca frequentemente, a


exaltação de um ou de vários outros e, por vezes, a sua diminuição”.
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É IMPORTANTE ADQUIRIR BONS HÁBITOS

TOMAR SUPLEMENTOS ALIMENTARES


Para compensar as carências, consumir os seguintes complementos: pó de ossos,
algas marinhas, clorofila, geleia real, pólen, iogurte, gérmen de trigo, vitaminas
naturais, extractos de ervas e de plantas, etc. Dosagem segundo as recomendações de
um naturólogo.

BEBER ÁGUA NATURAL


Suprimir o café, o chá excitante (chá preto), as bebidas gasosas, os aperitivos e o
vinagre branco. Pode ser permitido um pouco de cerveja e de vinho. Beber
substitutos naturais do café, água natural da fonte se possível, ou utilizar um
filtro em casa.

DEITAR CEDO
É absolutamente necessário deitar-se por volta das dez horas, de outro modo o
organismo não poderá eliminar as suas toxinas e recuperar as suas forças. Para
retomar a vitalidade normal, deve-se repousar durante o dia.

REPOUSAR FREQUENTEMENTE
Evitar a sobrecarga física e a excitação intelectual. Reduzir as actividades e ganhar
algum tempo livre. Trabalhar mais devagar e menos nervosamente. Não
desperdiçar energias em coisas fúteis ou em disputas vãs.

TOMAR UM BANHO QUENTE FREQUENTEMENTE


Entrar na água morna e aumentar gradualmente o calor da água, para transpirar.
Duração: 15 a 30 minutos de manhã, cerca do meio-dia ou ao serão se o banho o
ajuda a dormir. Escovar e massajar a pele, que desta forma elimina muitas
toxinas. Ou então fazer sauna com chá de cavalinha ou palha de aveia; deixar a
cabeça de fora – fazer a sauna das 10h às 11h00 ou das 19h às 20h00.

EVACUAR DIARIAMENTE
A obstipação envenena todo o corpo. Contra a obstipação tomar uma tisana para os
intestinos à noite. A utilização da tisana é temporária. Os frutos e os legumes crus
regularizam os intestinos.

RESPIRAR AR PURO
O ar das cidades é poluído, pelo que se deve procurar a natureza para oxigenar o
organismo. Procurar viver em espaços amplos e abertos e não na atmosfera viciada
dos escritórios, ateliers e casas. Respirar amplamente, abrir as janelas, fazer
exercícios de respiração profunda.
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OS TRÊS CONCEITOS
DA NATUROLOGIA

Vitalismo – Humorismo – Causalismo

A NATUROLOGIA baseia-se em três conceitos:

- O Vitalismo
- O Humorismo
- O Causalismo

O VITALISMO
Existe, no organismo vivo, uma força vital inteligente que tende sempre para a saúde e
contra todos os acasos da existência. Vejamos alguns exemplos:

1. Estamos no Outono e, de repente, o tempo arrefece. Ao nível da nossa pele ocorre


uma vasoconstrição dos capilares de forma a reduzir a perda de calor por irradiação
e o nosso organismo vai aumentar a intensidade das combustões, nitidamente, sob a
influência da tiróide.

2. Ao contrário, na Primavera, produz-se uma vasodilatação dos vasos periféricos para


aumentar a perda de calor por irradiação e, sempre sob a influência da tiróide, uma
diminuição das combustões internas. Tudo isto é uma adaptação ao tempo. Esta
adaptação é comandada pela extraordinária Força Vital Inteligente que vive em nós,
desde o nascimento até à morte e que assegura a perenidade de vida.

3. Estamos a jantar com uns amigos, comemos demasiado e não fazemos a digestão.
Neste momento, produz-se um aumento de fermentações e de putrefacções no tubo
digestivo, com a libertação massiva de venenos, que podem envenenar o organismo.
A Inteligência Somática, inteligência de todas as células não aceita este
envenenamento e vai fazer tudo para o evitar. Ela vai desencadear vómitos e
diarreias para eliminar a massa em fermentação e em putrefacção. Deste modo, a
vida será protegida do envenenamento.
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4. Desenvolve-se no nosso organismo, uma infecção viral; os mecanismos que


normalmente mantêm a temperatura entre 36,7ºC e 37,3ºC vão disparar um aumento
da temperatura até 38ºC, 39ºC ou até mais. Esta hipertermia vai conduzir a uma
determinada acidificação do organismo, eliminação ao nível da pele, um aumento
do factor fagocitário dos glóbulos brancos (capacidade dos leucócitos ingerirem
bactérias e vírus) e hiperactividade do sistema reticuloendotelial, ou seja, do fígado,
do baço, da medula óssea, dos gânglios linfáticos e do timo, todo o sistema que, no
organismo, está encarregue da defesa anti-microbiana e anti-viral. Este sistema vai
fabricar anticorpos específicos à infecção viral. É a defesa do organismo contra a
infecção; a defesa é comandada e coordenada pela Força Vital Inteligente da vida,
uma vez que uma injecção de vírus dada a um cadáver não provoca hipertermia,
logo esta não é devida ao vírus, mas sim à própria vida, à nossa força vital, à nossa
própria Inteligência Somática.
Não se sabe exactamente, quais os centros nervosos que são o centro desta força
vital, embora se presuma que seja o hipotálamo. Sabe-se no entanto, que esta força
existe e podemos constatá-la.
Poderemos ter verdadeiramente, uma demonstração experimental da existência da
Força Vital Inteligente quando um indivíduo jejua. Não vamos falar aqui, porque
que é que um jejum inteligentemente orientado é susceptível de recuperar e
recupera frequentemente, vamos só falar de autólise.

5. Autólise : Quando por um acaso da vida, alguém é obrigado a não comer durante
vários dias, o que acontece? O organismo “não pode viver mais que alguns minutos
sem alimento”; as células vivas do organismo alimentam-se constantemente. Ora,
apesar desta ausência de alimento, o indivíduo vive, enquanto que deveria morrer
inevitavelmente. Que se passa então? A Força Vital Conservadora entra em acção,
desencadeando no organismo, um processo extraordinário: a autofagia ou
autodigestão ou ainda autólise de alguns tecidos para alimentar outros. Assim vão
ser autolisados primeiro, os tecidos gordos e os tecidos patológicos (fibromas,
quistos, partes esclerosadas ou doentes e furúnculos) e em segundo lugar, os tecidos
do fígado, do baço e do rim. Mas, mesmo após três semanas de jejum, nem o
coração, nem o sistema nervoso, nem as glândulas endócrinas terão sofrido autólise.
A autólise efectua-se na razão inversa à importância dos tecidos; quanto mais um
tecido é vital ao prolongamento da vida, menos esse tecido é autodigerido e vice-
versa.

Isto revela que a autólise é dirigida por uma inteligência fantástica. O tecido gordo vai
ser autolisado em ácidos gordos e glicerol e o tecido muscular em aminoácidos. Uma
parte dos aminoácidos e do glicerol vão ser utilizados no fabrico de glucose. Nos
tecidos, as reservas de vitaminas vão ser libertadas. Assim, os tecidos vitais receberão
aminoácidos, ácidos gordos, glicerol, glucose e vitaminas e serão alimentados da
mesma forma como se o indivíduo se alimentasse normalmente.
Mais prodigioso ainda, é o facto de, como o tecido patológico é destruído, muitas lesões
serão assimiladas, muitas patologias irão desaparecer. Neste caso, ocorre a recuperação
de numerosas doenças, mesmo consideradas como incuráveis.
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Não temos dúvidas quanto à existência desta Força Vital Inteligente - o “Vitalismo” -
em todos os organismos vivos. Este é um dos conceitos fundamentais em Naturologia. E
o Naturôlogo tenta utilizar da melhor forma esta Força Vital Inteligente e aumentar no
organismo, através de um modo de vida saudável, exercícios bem doseados, uma
alimentação bem equilibrada, o mais natural possível, um equilíbrio emocional, etc. Ele
tenta aumentar a quantidade de Força Vital disponível no seu paciente, dirigir e utilizar
ao máximo esta Força Vital Inteligente para a recuperação, para a cura.

O HUMORISMO
O humorismo é a ciência dos humores. O que são os humores? São o sangue, a linfa
circulante e os líquidos intra e extracelulares que constituem aproximadamente 70% do
nosso organismo. Desde o nosso nascimento, até à nossa morte, neles são lançados
resíduos da vida celular: ureia, ácido úrico, CO2, etc... aquilo a que chamamos os
catabolitos celulares, ou seja, os resíduos do catabolismo.
O anabolismo compreende a absorção dos alimentos, a digestão, a sua passagem no
sangue, a nutrição e a assimilação.
O catabolismo compreende a desassimilação e a eliminação: é a segunda fase.
1. Os catabolitos celulares formam a primeira fonte de resíduos, uma fonte fixa, visto
que não se altera muito, qualquer que seja o tipo de vida do indivíduo.
2. Os venenos intestinais formam a segunda fonte. Durante a digestão, os resíduos
digestivos sofrem uma putrefacção e uma fermentação. Aí ocorre uma produção de
venenos intestinais: ácido sulfúrico, ácido láctico, álcool, sulfureto de hidrogénio,
etc..., quantidades razoáveis de venenos intestinais são produzidos desde o
nascimentos até à morte.
3. Os tóxicos exógenos. Como tudo isto não era suficiente, o homem resolveu
introduzir na sua alimentação diária, inumeráveis aditivos de síntese.
- Pesticidas, fungicidas, etc,... utilizados na agricultura
- Corantes, pós para levedar, aromas e perfumes de síntese, emulsionantes, etc...
empregues na indústria alimentar.

E finalmente, utiliza há milhares de anos, mas mais frequentemente de algumas décadas


para cá, os estimulantes: chá, erva-mate, cola, cacau, café, tabaco, álcool que são
tóxicos naturais (produzidos pela natureza) e que são verdadeiros venenos para o nosso
organismo.

Nota: O café com leite não destrói o cálcio, mas impede a sua boa absorção intestinal.
A mistura de café com leite, no meio ácido do estômago forma grumos insolúveis. São
os taninos do café que, precipitam a caseína do leite, sendo os responsáveis por este
resultado pouco satisfatório do ponto de vista nutricional. Independentemente da sua
indigestibilidade, estes grumos são rebeldes à acção do suco gástrico e apresentam o
inconveniente da não serem correctamente assimilados.
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Felizmente, face a estas três fontes tóxicas e toxínicas impregnando o organismo, este
dispõe de emunctórios especiais para eliminar os catabolitos celulares, os venenos
intestinais e os tóxicos exógenos:

- O fígado através da bílis


- O cólon através das matérias fecais
- A pele com o sebo
- As células queratinizadas com o suor
- Os pulmões com o dióxido de carbono, as mucosidades
- Os rins com a ureia, etc.

Salienta-se ainda que existe uma porta de entrada para os alimentos, mas existe uma
porta de saída para os resíduos. Isto prova a primazia para a Vida, da função de
eliminação.
Apesar destes cinco pontos de saída, vivemos de um modo tal que não são sempre
suficientes, para eliminar a massa de catabolitos, venenos e tóxicos, verificando-se
então uma retenção, provocadora da doença em geral.

Para o Naturólogo:

A saúde = equilíbrio entre a produção e a eliminação.


A doença = desequilíbrio entre a produção e a eliminação.

Eliminação

Produção Eliminação Produção Estado


Estado
de
de
doença
saúde

Se a produção pesa mais que a eliminação é porque estamos a produzir demasiados


tóxicos, venenos e catabolitos para eliminação.

COMO SE PROCESSA ESTE DESEQUILÍBRIO?

Nós vimos que a produção de catabolitos é uma fonte relativamente estável, mesmo o
hipertiroidiano não produz um maior “empastamento” celular que um indivíduo normal.

COMO SE PROCESSA ESTE DESEQUILÍBRIO?

Nós vimos que a produção de catabolitos é uma fonte relativamente estável, mesmo o
hipertiroidiano não produz um maior “empastamento” celular que um indivíduo normal.

Por outro lado, os venenos intestinais, em certas condições podem-se decuplicar e, nesse
caso, o fígado não consegue destruir totalmente estes venenos que passam no sangue e
ocorre o envenenamento humuro-celular. A Força Vital Inteligente vai expulsar estes
venenos pela pele e irão surgir diferentes dermatoses: acne, eczema, psoríase e outras;
às quais se junta por vezes, uma infecção por estafilococos ou estreptococos, como no
acne. O problema é proveniente do intestino.
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Os venenos podem-se decuplicar, devido ao nosso modo de vida incorrecto e à


utilização dos seguintes elementos:
- Inibidores de digestão
- Alimentos demasiado indigestos
- Superalimentação global

A SUPERALIMENTAÇÃO GLOBAL
É uma das causas do retardamento da digestão, geradora de fermento-putrescências, em
particular a sobrecarga em farináceos feculentos e corpos gordos (quer sejam biológicos
ou não).

Todo o excesso de pão, pastas, batatas e de matérias gordas é uma das causas
fundamentais da indigestão.
Evitar também o detestável hábito de “petiscar” entre as refeições. São necessárias três
refeições por dia e deixar ocorrer um tempo de repouso no tubo digestivo entre as
refeições, senão este esgota-se, visto que o trabalho da digestão é gigantesco. A digestão
necessita de vários litros de secreções digestivas. É um trabalho enorme para todo o
organismo:
- Para o coração que deverá enviar uma quantidade considerável de sangue para o
tubo digestivo.
- Para o sistema nervoso que deve coordenar a incrível complexidade das operações
enzimáticas.

O LANCHE

Uma das razões da proliferação dos pediatras é o conceito de lanche. A criança que
recebe três refeições contendo glícidos (de manhã, pão; almoço e jantar, pão cereais ou
batatas) não tem necessidade de uma quarta refeição de glícidos por volta das 16 horas.
Caso isso aconteça a digestão retarda-se e ocorrem dermatoses, catarros crónicos e
infecções variadas, tendo a sua origem no tubo digestivo.
Ao lanche uma criança deve ingerir fruta e um pouco de queijo branco, ou fruta e um
iogurte, ou fruta e um ovo cozido mal passado, ou seja, um fruto e uma proteína.
Um lanche hiperglúcico é ainda mais catastrófico, porque retira o apetite da criança para
o jantar. A criança deixará de ingerir alimentos essenciais como os ovos, o peixe ou a
carne, apenas petiscará quando muito, algumas guloseimas e ficará desde o almoço até à
manhã seguinte sem ingerir proteínas.
Assim, este conceito habitual de lanche é duplamente nocivo: conduz à sobrecarga
glucídica responsável por dermatoses, catarros e infecções, mas mais ainda, perturba o
crescimento por carência proteica na refeição da noite.
É preciso saber que estas misturas são indigestas, é preferível ingerir fruta (e tomate) e
iogurtes fora das refeições, visto que, às refeições, a fruta e o tomate permanecem no
estômago várias horas sem digestão, fermentam e provocam a fermentação do bolo
alimentar. Logo, só deverão ser ingeridos às refeições se a capacidade digestiva for
muito forte.
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A INDIGESTÃO CRÓNICA

Quando abordamos a indigestão crónica, abordamos também muitas vezes,


inconscientemente, a causa fundamental do cancro. Se excluirmos os cancros hormonais
dependentes, o cancro da bexiga, dos pulmões devidos ao tabaco, apercebemo-nos que a
quase totalidade dos cancros envolvem o tubo digestivo e as glândulas anexas.

O HUMORO-CELULAR

Este termo não é científico, mas é muito preciso na natureza. Este humoro-celular
devido às toxinas (venenos intestinais) ocorre quando a digestão se retarda sob a
influência dos três factores que já referimos (inibidores da digestão, alimentos
demasiado indigestos e superalimentação). Esta é a causa fundamental da maioria das
nossas doenças (dermatoses, catarros, infecção crónica) todas estas infecções crónicas
são recuperadas assim que se trata o tubo digestivo.
A doença surge quando geramos mais venenos intestinais do que o nosso fígado pode
destruir. A doença (desequilíbrio entre a produção e a eliminação) pode derivar também
da intoxicação exógena. Se abusarmos do chá, cola, cacau, tabaco e bebidas alcoólicas
irá ocorrer uma intoxicação exógena que vai também originar a doença. Este humoro-
celular não é devido aos venenos intestinais, mas sim à intoxicação exógena.

OS FACTORES DE ACIDIFICAÇÃO

A ALIMENTAÇÃO COM EXCESSO DE ÁCIDOS

O corpo acidifica-se quando a quantidade de alimentos ácidos e acidificantes


consumidos é superior à dos alimentos alcalinos.

As quantidades dos três diferentes tipos de alimentos, respectivamente citados abaixo,


durante uma refeição dependerá da maior ou menor quantidade de ácidos que o
organismo deverá enfrentar, logo da maior ou menor possibilidade para o organismo se
acidificar.

1. LISTA DE ALIMENTOS ACIDIFICANTES

♦ Carne, aves, charcutaria, extractos de carne, peixe.


♦ Ovos
♦ Queijos (os queijos fortes são mais ácidos que os suaves)
♦ Produtos lácteos ricos em soro: iogurte, leite coalhado, queijo branco, kéfir
♦ Partes gordas dos animais
♦ Óleos vegetais, sobretudo de amendoim e óleos endurecidos ou refinados
♦ Cereais completos ou não: trigo, aveia, sobretudo milho miúdo.
♦ Pão, pastas, flocos e alimentos à base de cereais
♦ Leguminosas: amendoim, soja, feijão branco, favas,...
♦ Açúcar branco refinado
♦ Guloseimas: xaropes, pastelaria, chocolate, bombons, rebuçados,...
♦ Frutos oleaginosos: nozes, avelãs, etc (excepto amêndoa)
♦ Café, chá, cacau, vinho
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2. LISTA DE ALIMENTOS ÁCIDOS (não necessariamente acidificantes)

♦ Soro de leite: iogurte, leite coalhado, kéfir, queijo branco pouco escorrido.
♦ Frutos pouco maduros (quanto menos maduro, mais ácido).
♦ Frutos ácidos.
♦ Pequenos frutos: groselhas, framboesas.
♦ Citrinos: limão, toranja, lima, laranja,...
♦ Certas variedades de maçãs, cerejas, ameixas, pêssegos.
♦ Excesso de frutos doces.
♦ Legumes ácidos: tomates, ruibarbo, azedas, agrião.
♦ Choucroute.
♦ Sumos de fruta, sumo de limão (no molho da salada!)
♦ Bebidas industrias açucaradas: limonada ou outros à base de cola.
♦ Mel
♦ Vinagre.

3. LISTA DE ALIMENTOS ALCALINOS

♦ Batata
♦ Legumes verdes crus ou cozidos: saladas, feijão verde, couve, alface etc.
♦ Legumes coloridos: cenouras, beterrabas,... excepto o tomate.
♦ Milho (grão ou farinha).
♦ Leite (líquido ou pó), natas.
♦ Bananas
♦ Amêndoas, nozes do Brasil
♦ Castanhas
♦ Frutos secos (moderadamente e excepto o alperce).
♦ Águas minerais alcalinas
♦ Bebidas com puré de amêndoa.
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AS DOENÇAS DEVIDO À ACIDEZ

• Agressão pelos ácidos – desmineralização


3 Causas • Diminuição das defesas orgânicas
• Formação de depósitos

LISTA DE DISTÚRBIOS RESULTANTES DA ACIDIFICAÇÃO DO


ORGANISMO

Na lista que se segue, as manifestações patológicas resultantes do terreno ácido estão


classificadas por órgão ou parte do corpo. Sublinhemos ainda que os distúrbios
mencionados não são devidos exclusivamente à acidificação do terreno. Um mesmo
problema de saúde pode ter várias causas. Por exemplo, o sangramento das gengivas
pode resultar de uma carência em vitamina C, ou de uma má higiene bucal ou ainda de
uma desorganização das gengivas pelos ácidos.
Geralmente, um indivíduo sujeito a uma insuficiência metabólica relativamente aos
ácidos, sofrerá de vários distúrbios que poderão aparecer simultaneamente ou
sucessivamente no tempo.

ESTADO GERAL
Falta de energia – sensação constante de fadiga – perca de tónus físico e psíquico –
diminuição da actividade – aparecimento prematuro da fadiga – dificuldade em
recuperar após um esforço – sensação de dor nos membros – desfalecimento frequente –
enfraquecimento energético súbito após o consumo de alimentos ácidos. Diminuição da
temperatura corporal – sensação de frio interior intenso e profundo – frigidez. Perca de
peso específica por degradação cálcica dos ossos. Tendência para infecções por
diminuição das defesas orgânicas.

ESTADO PSÍQUICO
Perca de vivacidade, do entusiasmo e da alegria de viver – tristeza – ideias negras –
tendências depressivas – irritabilidade – sensibilidade nervosa extrema – nervosismo –
agitação estéril – hiperemotividade – sensibilidade e contracções nervosas
(estremecimentos) aos ruídos agudos.

CABEÇA
Grande palidez (devido à contracção dos capilares) – dores de cabeça – olhos
lacrimejantes e sensíveis – conjuntivite – keratite – blefarite.

BOCA
Saliva ácida – dentes descamados – gengivas inflamadas e sensíveis – aftas – fissuras
nos cantos dos lábios – irritação das amígdalas e da faringe que leva a infecções
reincidentes das mucosas.

DENTES
Dentes sensíveis e embotados quando há consumo de alimentos frios, quentes ou
ácidos. Cáries dentárias – fissuras e esboroamento dos dentes – nevralgias dentárias. Os
ácidos agridem os dentes pelo exterior (pelos alimentos ácidos e a saliva ácida) e pelo
interior (sangue ácido).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

ESTÔMAGO
Acidez estomacal – arrotos ácidos – espasmos e dores estomacais – gastrites – úlceras...

INTESTINOS
Emissões intestinais libertadores de ácidos – ardores rectais – predisposição para
inflamação das fezes por esgotamento hepático.

RINS E BEXIGA
Urina ácida – irritações e ardores na bexiga e uretra – poliúria por imitação renal –
cálculos renais e vesicais.

VIAS RESPIRATÓRIAS
“Gota no nariz”, extrema sensibilidade das vias respiratórias ao frio – constipações e
bronquites frequentes – sinusite – anginas – hipertrofia das amígdalas – adenóides –
tendência alérgica – tosse e raspagem da garganta por irritação.

PELE
Suor ácido – pele seca – pele vermelha e irritada nas regiões de forte sudação (nas
dobras dos membros, ao nível da cintura, por baixo da bracelete do relógio, ou sob os
anéis que enegrecem) ou em redor dos orifícios do corpo (olhos, boca, ânus, vulva).
Fissuras e gretas entre os dedos e à volta das unhas. Micoses – urticária – prurido –
borbulhas – eczemas diversos.

UNHAS
As unhas enfraquecem-se, dobram-se e partem-se facilmente. Estrias nas unhas.
Manchas brancas nas unhas.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

OS PILARES DA SAÚDE
AS RAÍZES DA DOENÇA

O EQUILÍBRIO DOS TRÊS PILARES


DA SAÚDE

A saúde é um equilíbrio delicado e difícil de equacionar. Parece prático simbolizá-la


como um edifício suportado por três pilares: psiquismo, mecânico e bioquímico. Cada
pilar é essencial, visto que da resistência e do equilíbrio de cada um depende a solidez
do conjunto. Se um deles enfraquece, todo o edifício é atingido e o balanço tende para o
desequilíbrio, de início reparável (problemas energéticos, depois, funcionais e orgânicos
reversíveis), em seguida, inclina-se progressivamente ou brutalmente para a doença
orgânica irreparável.
A energia representa o cimento que mantém a coesão de cada pedra (células).
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ENERGIA
PSIQUISMO

NUTRIÇÃO

FÍSICO

HEREDITARIEDADE
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

A ÁRVORE DA TOXEMIA
(As folhas representam os sintomas das doenças)
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

“O homem evolui como uma árvore em que todos os anos, nasce um novo anel. Este
obtém energia a partir do intestino no qual a flora bacteriana (rizoma) juntamente com
os sucos digestivos, prepara os metabolitos nutritivos. Durante o crescimento, ele sofre
doenças, a acção das vacinas, etc., ao nível somático e, a influência do seu meio
psíquico, estando tudo rodeado pela atmosfera cósmica envolvente. Todas as
perturbações ficam marcadas e memorizadas na sua estrutura”.
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A ÁRVORE DA DOENÇA

TOXEMIA
ENERVAÇÃO

FALTA
DE
APETITE
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AS PATOLOGIAS HUMANAS: CAUSAS, EFEITOS,


RECUPERAÇÃO

Carências Doenças Desequilíbrios Males do


Excessos profissionais emocionais espírito Tóxicos

- Excesso de - Trabalho - Falta de ideal - Pesticidas


calor robotizado - Ciúme - Afastamento do - Adubos químicos
- Abuso do sol - Trabalho em - Possessividade espírito (magia) - Drogas/Tabaco
- Excesso de frio cadeia - Paranóia - Dependência - Álcool
Hidroterapia - 3x8 - Ódio de um guru - Açúcares, limonadas
abusiva ou - dia/noite - Nevrose (escravatura) - Café, chá
incorrecta - Conflitos de - Obsessão - Prisão - Coca, chá-mate
- Abuso sexual trabalho - Ideia fixa espiritual - Aditivos alimentares
- Falta de - Sobrecarga - Suspiros - Bruxaria
- Medo Medicações
repouso e de física
sono - Poluição no - Separação Iatrogénicas
- Insuficiência de local de - Divórcio
- Luto
Ambient
ar trabalho - Barulho - Raios x
- Sedentaridade - Desemprego - Desgosto - Agitação - Contaminação
completa - Violação - Precipitação radioactiva
- Superalimenta- - Problemas de - Poluição do ar - Cirurgia abusiva
Hereditarieda comportamento
ção global ou - Publicidade - Queimaduras
sectorial
de
- Defeitos - Dificuldades agressiva - Vacinas
hereditários escolares - Habitação - Florações
- Mestiçagem patogénica - Anestesias
- Vestuário - Medicamentos
tóxico sintéticos
- Medicamentos naturais
tóxicos

ENERVAÇÃO – INTOXICAÇÃO

“IRRITAÇÃO”
- Febre
“INFLAMAÇÃO” - Diarreia, obstipação
- Amigdalite, apendicite - Acne
- Hemorróidas, varizes - Constipação, bronquite
- Hérnia - Timidez
- Asma

“ULCERAÇÃO”
- Úlcera, colite, gastrite
“ENDURECIMENTO” - Eczema
- Reumatismo, artritismo - Anginas
- Esclerose - Alucinações
- H.T.A.
- Psoríase
“TUMEFACÇÃO
“CANCERIZAÇÃO” “
- Cancro, leucemia - Tumor, quisto
- Diabetes - Obesidade
- Tuberculose - Fibroma, pólipo
- Anemia - Cirrose
- Loucura

Os factores naturais de saúde As terapias não iatrogénicas


- Medicina do terreno
- Água, ar, sol, alimentação - Dietoterapia, bioterapia
- Clima psico-afectivo
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

AS DOENÇAS CURAM-SE PROCURANDO A RAIZ

Doenças Afecções
infecciosas ginecológicas Doenças
Doenças respiratórias
digestivas

Doenças Doenças
oftálmicas neuro- Doenças
O. R. L. psiquiátricas endócrinas

Doenças
Doenças Doenças genito-
reumatismais cardio- urinárias
Doenças
vasculares da pele

“ A parte particular do corpo que


está atingida pela doença é o indício
que a natureza nos dá acerca da
desordem interior que se iniciou; ao
indicar a origem da doença, é o sinal
da sua causa. Revela também a
natureza da resistência que impede o “Se se pudesse compreender qual a origem do erro,
ser de avançar, no seu conjunto, com
a mesma rapidez. E isto ensina-nos encontrar onde faltou a receptividade, abrir esta parte
quais os tratamentos e a cura”. à força e à luz, seria possível restabelecer num

momento a harmonia que foi alterada e a doença

desapareceria imediatamente”.

Arrogância Abusos
Ressentimento Sensualidade
Rigidez física e Alcoolismo
mental Tabagismo
Indiferença
Meio ambiente
Falta de
confiança em
si próprio Atavismo Danos no solo, ar e
Falsa educação água...
Hereditariedade
Causalidades
Ignorância e transgressão metafísicas
das leis naturais
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A CAUSA DAS DOENÇAS


SEGUNDO TILDEN (1851-1940)

STRESS
AMBIENTE – HÁBITOS DE VIDA

TENSÃO
FÍSICA – MENTAL – EMOCIONAL – AMBIENTAL

ENERVAÇÃO

INSUFICIÊNCIA DE ELIMINAÇÃO PELOS EMUNCTÓRIOS


PULMÕES – RINS – INTESTINOS – PELE

RETENÇÃO DE RESÍDUOS

TOXÉMIA

REACÇÕES DOENTIAS
CRISES AGUDAS
CONDIÇÕES CRÓNICAS E DEGENERATIVAS

A NATUREZA DA DOENÇA É DETERMINADA PELA


PREDISPOSIÇÃO INDIVIDUAL OU DIATÉSICA E OS EFEITOS DOS
TRATAMENTOS MEDICAMENTOSOS
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A FILOSOFIA DA
NATUROLOGIA
A FILOSOFIA DA NATUROLOGIA

A filosofia das terapêuticas naturais é baseada na ciência em relação com as leis e os


princípios naturais descobertos e redescobertos e com a sua aplicação aos fenómenos da
vida, da morte, da doença e da recuperação.

O PRINCÍPIO CONSTRUTIVO DA NATUREZA


A Naturologia é um sistema de cultura humana em harmonia com os princípios
construtivos da natureza, no plano físico, mental, moral e espiritual do ser humano. O
princípio construtivo da natureza é o princípio que constrói, melhora e corrige, que
realiza o tipo perfeito cuja actividade na natureza é designada como reaccional e
construtiva e que se opõe ao princípio destrutivo da natureza.

O PRINCÍPIO DESTRUTIVO DA NATUREZA


O princípio destrutivo da natureza é o princípio que desintegra e destrói as formas
existentes e os indivíduos, cuja actividade na natureza é designada como degradante e
destrutiva.
O que é normal ou natural está em relação harmoniosa com a finalidade vital do
indivíduo.

A SAÚDE
A saúde é a vibração normal e harmoniosa dos elementos e forças que constituem a
entidade humana no plano físico, mental e moral da existência, em conformidade com o
princípio construtivo da natureza aplicado à vida individual.

A DOENÇA
A doença é uma vibração anormal dos elementos e das forças que constituem a entidade
humana num ou em vários planos da existência, em conformidade com o princípio
destrutivo da natureza aplicado à vida individual.

A PRIMEIRA CAUSA DA DOENÇA


A primeira causa da doença é a violação das leis da natureza (excepto os traumatismos
acidentais e cirúrgicos do organismo humano e dos elementos hostis do meio à vida
humana).
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

OS GRAUS PRIMÁRIOS DA DOENÇA


Os efeitos da violação das leis da natureza sobre o organismo físico são:
1. Diminuição da vitalidade.
2. Composição anormal do sangue e da linfa.
3. Acumulação de resíduos, de matérias patogénicas e de venenos.

Estes estados são idênticos à doença, uma vez que tendem a reduzir, a bloquear ou a
inibir as funções normais (vibrações harmoniosas) das células do corpo e porque
originam e favorecem a destruição dos tecidos vivos.

AS DOENÇAS AGUDAS
O que correntemente se designa por doença aguda, representa na realidade, o resultado
dos esforços da natureza para eliminar do organismo, resíduos, substâncias patológicas
e venenos, e para reparar a destruição dos tecidos vivos, ou seja, cada doença aguda é o
resultado do esforço de desintoxicação e de recuperação da natureza. A verdadeira
doença é uma vitalidade reduzida, uma composição anormal de líquidos vitais e uma
acumulação de resíduos e de “venenos”.

A doença crónica é um estado do organismo durante o qual diminuem as vibrações


(vitalidade reduzida) devido à acumulação de substâncias patogénicas e venenos tendo
como consequência a destruição das partes vitais e dos órgãos e que progrediu ao ponto
em que as forças naturais construtivas e curativas não são mais capazes de reagir contra
os estados patológicos por esforços curativos agudos. Existe um estado do organismo,
no qual as substâncias patológicas e os venenos tendo atingido a supremacia, impedem
as reacções agudas (crise de auto-recuperação) de parte das forças construtivas da
natureza.

Existem dois tipos de crises: a crise de auto-recuperação e a crise patológica.

A crise de auto-recuperação é uma reacção aguda resultante da supremacia das forças


curativas da natureza sobre os estados patológicos. A sua tendência é a recuperação e é
por isso que está em conformidade com o princípio construtivo da natureza.

A crise patológica é uma reacção aguda, resultante da supremacia dos estados


patológicos sobre as forças de saúde do organismo. Está orientada para o desfecho fatal
e, como tal, está em conformidade com o princípio destruidor da natureza.

MÉTODOS DE TRATAMENTO
As Terapêuticas Naturais consideram o tratamento como um reajustamento do
organismo humano às funções e condições normais, a partir de funções e condições
anormais.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

De facto, a Naturologia utiliza métodos de tratamento que estão em conformidade com


os princípios construtivos da natureza. Os métodos são os seguintes:

- Estabelecimento de um meio normal e de um modo de vida natural.


- Economia das forças vitais.
- Formação de sangue a partir de bases naturais, pelo fornecimento , ao sangue, dos
seus constituintes naturais em proporções correctas.
- Incentivo à eliminação de resíduos e de venenos de uma forma inofensiva para o
corpo humano.
- Estimulação da responsabilidade individual e pessoal e da ajuda a si mesmo.

Os medicamentos – Por vezes, os medicamentos estão em conformidade com os


princípios construtivos de natureza, na medida em que são nocivos ou destrutivos para o
organismo humano e constituem alimentos para os tecidos, ou favorecem a
neutralização e eliminação de substâncias patogénicas e de venenos.

Drogas e cirurgias – As drogas tóxicas, as cirurgias feitas sem critério, não estão em
conformidade com os princípios construtivos da natureza porque:
- Suprimem as doenças agudas ou as crises que podem, nalguns casos, representar
os esforços purificadores e curativos da natureza.
- São nocivos e destrutivos para a vida humana.
- Podem ser substituídos pela obediência às leis da natureza e esforço pessoal,
com a ajuda de si mesmo.

A Naturologia está em conformidade com o princípio construtivo da natureza, porque


ensina que a primeira causa da fraqueza e da doença é o desobedecimento às leis da
natureza:
- Estimula o indivíduo a estudar as leis naturais e demonstra a necessidade de
uma estrita obediência a essas leis.
- Fortifica a consciência de responsabilidade pessoal do indivíduo para o seu
próprio estado de saúde e para a sua situação hereditária, os traços e
tendências dos seus progenitores.
- Encoraja a ajuda de si próprio e o esforço pessoal. Adopta um meio e hábitos
de vida conforme as leis naturais.
- Ajuda a natureza nos seus esforços purificadores através de meios simples e
naturais e métodos de tratamentos que não são nocivos para a saúde e para a
vida e que estão ao alcance de cada um.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

MODO DE VIDA E TRATAMENTOS NATURAIS


De entre os modos de vida e tratamentos naturais distinguem-se:
1. O retorno à natureza pela regulação da alimentação, da bebida, da respiração,
do banho, do vestuário, do trabalho, do repouso, do pensamento, da vida
moral, das actividades sexuais e sociais, etc., sobre bases normais e naturais.
2. Tratamentos elementares tais como: alimentação seleccionada e combinada
cientificamente, medicação bioquímica, ervas simples e infusões, extractos,
decocções, etc.
3. Tratamentos mecânicos tais como: ginástica correctiva, massagens,
osteopatia, quiroprática e, em determinados casos, electroterapia e raios de
sol.
4. Tratamentos mentais e espirituais, tais como relaxação científica, sugestão
normal, atitudes mentais construtivas, a oração e a fé.

CONCEPÇÃO DE VIDA
Quando consideramos a causa e a natureza da doença, devemos começar pelo início, ou
seja, pela própria vida, visto que os processos de saúde, doença e de recuperação são
manifestações variadas daquilo a que chamamos vida, vitalidade, elementos vitais, etc.
Quando nos esforçarmos por sondar o mistério da vida, apercebemo-nos que nos
debruçamos sobre um problema que nenhum espírito humano é capaz de resolver ou
explicar. Só podemos estudar e compreender ainda através das suas manifestações e não
na sua origem e na sua essência real.
Existem dois conceitos dominantes, mas largamente divergentes, no que diz respeito à
natureza da vida ou Força Vital: o conceito Materialista e o conceito Vitalista.

- O conceito Materialista considera que a vida ou força vital é uma manifestação de


actividade eléctrica, magnética e química dos elementos físicos materiais que
constituem o organismo humano – uma espécie de “combustão espontânea” ou
“uma sucessão de fermentações” – ou de transformações químicas.

Esta concepção materialista de vida, no entanto, é já considerada antiquada do ponto de


vista dos biólogos mais evoluídos, devido às maravilhosas descobertas da ciência
moderna que ligam os reinos materiais e espirituais da existência, ultrapassando o
abismo que os separa. Mas, a ciência médica como é ensinada nas escolas oficiais é
sempre dominada pelo antigo conceito grosseiro e mecânico de que a força vital é em
grande parte responsável pelos seus maiores erros, na teoria e na prática.

- O conceito Vitalista, por outro lado, considera a vida ou a força vital como sendo a
principal de todas as forças e proveniente da grande Força Central Toda- Poderosa.

Esta força que preenche, renova e anima todo o Universo da criação é a expressão da
Vontade Divina que movimenta turbilhões no éter, como os electrões e os iões, que são
formas positivas e negativas de electricidade. A electricidade é uma forma de energia. É
como energia inteligente, senão não se poderia deslocar com a mesma precisão
maravilhosa, nos electrões dos átomos, nos sóis e planetas do universo sideral. Esta
energia inteligente só pode ter uma origem: a Vontade e a Inteligência do Criador, o
“Grande Sol Central do Universo”.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

É por isso que a matéria bruta em vez de ser a fonte da vida e de todos os fenómenos
mentais e espirituais complexos, não é mais do que a expressão da Força da Vida, sendo
ela mesma uma manifestação da Grande Inteligência Criadora, a que alguns chamam
“Deus”, outros, a Natureza, Brahma, o Grande Espírito, etc., consoante a melhor
compreensão de cada um.
Nesta inteligência suprema está o Poder supremo que impregna cada átomo, cada
molécula e cada célula do corpo e que é o verdadeiro recuperador, a “vis medicatrix
natural” que se esforça sempre por reparar, recuperar e restabelecer o indivíduo
perfeito. Tudo o que os médicos podem fazer é suprimir os obstáculos e estabelecer as
condições normais quer no doente, quer à sua volta, de modo a que o “recuperador”
interno possa desempenhar o seu papel, trabalhando em harmonia com a natureza.

CONCEPÇÃO DA DOENÇA
A ciência médica ortodoxa atribui a doença a causas acidentais: uma infecção surge por
acaso, sob o efeito de bactérias, de gemes ou de parasitas, devido a correntes de ar, a
resfriamentos, pés molhados, etc.
O crente atribui frequentemente a doença e outras atribulações à sentença arbitrária de
uma insondável providência.
A Naturologia apresenta uma concepção mais racional da doença, da sua causa e do seu
objectivo, sabendo que a doença se produz pela violação das leis da natureza, que é
correctiva no seu princípio e, que só pode ser ultrapassada pela obediência às leis
naturais. Nenhum sofrimento, doença ou infelicidade pode ocorrer, se a lei natural não
for transgredida por alguém, em qualquer parte.
A lei pode ser transgredida por ignorância, indiferença ou por teimosia, mas os efeitos
serão sempre proporcionais às causas. Esta concepção transfere para cada um de nós, a
responsabilidade das nossas doenças.
A ciência da vida e da recuperação natural mostra claramente que, aquilo a que
chamamos doença constitui, antes de mais, o esforço da natureza para eliminar
substâncias patogénicas e para restabelecer as funções normais do corpo e que não
devemos reprimir ou suprimir, o processo da doença, mas sim, cooperar com ele. É esse
o único meio de prevenção da doença e a única cura. A lei fundamental da recuperação,
a lei da acção e da reacção e a lei das crises, tais como a Naturologia as revela, indicam
que não existe nenhuma arbitrariedade acidental nos processos da saúde, da doença e da
recuperação. Cada alteração está em harmonia ou em desacordo com as leis da
existência e apenas por uma submissão total a estas leis, podem atingir e manter uma
saúde física perfeita.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

O DOMÍNIO DE SI MESMO: CHAVE DA SAÚDE E DO


RESTABELECIMENTO
O grande valor educativo para o indivíduo e para a raça reside no facto de a Naturologia
nos convencer constantemente e energicamente do efeito inexorável das leis naturais.
O homem que conseguiu controlar os hábitos e apetites de forma a conformar-se às leis
da natureza no plano físico, e que recuperou a sua saúde corporal, apercebe-se que o
esforço pessoal e o autocontrole são as únicas chaves capazes de estimular o
desenvolvimento da existência no plano mental e espiritual, e que o domínio de si
próprio e os esforços pessoais incessantes e desinteressados são os únicos meios de
perfeição plena, individual e da saúde social.
O homem que recuperou a saúde e a força por obediência às leis da vida goza de uma
grande satisfação, felicidade e entusiasmo, que a simples manifestação de saúde física,
não pode explicar. As mais puras e elevadas aquisições não são os resultados de um
simples bem-estar físico, mas sim a paz e a harmonia que apenas podem advir da
obediência às leis da natureza.

LONGEVIDADE

Existe uma estreita relação entre o mecanismo e funcionamento de um relógio e o do


corpo humano. O bem-estar depende de leis e princípios de base semelhantes. O corpo
humano e o relógio podem funcionar de uma forma anormal sob o efeito de um dano
acidental ou de condições exteriores desfavoráveis, tais como o frio ou o calor extremo,
etc. Existe um limite bem definido ao trabalho do relógio quando enfraquece a tensão da
mola, por falta de cuidado, o mecanismo pára. Do mesmo modo, a forma viva da vida
vegetal, animal e humana parece ser reavivada pela natureza para funcionar durante um
certo intervalo de tempo, de acordo com as leis que governam o crescimento e o
desenvolvimento. Mesmo os animais mais sãos, vivendo no meio mais apropriado, em
liberdade na natureza, não ultrapassam a duração de vida concedida, nem morrem antes
da expiração desse período. Regra geral, quanto maior é o período de vida entre o
nascimento e a maturidade, mais longo é também, o tempo de vida do animal. Todos os
mamíferos, de diferentes famílias, vivendo em liberdade, vivem até à expiração do
tempo de vida que lhes foi concedido pela natureza.
O homem é a única excepção. Segundo as leis da longevidade, a duração média de vida,
deveria ultrapassar largamente a centena, enquanto que, segundo as estatísticas, a idade
média ronda os 72 anos. Isto mostra a diferença brutal que existe entre a longevidade
possível e a longevidade actual do homem.
Esta curta duração de vida não significa muito, uma vez que grande parte da
humanidade sofre de problemas físicos e mentais, degenerescência, etc., durante parte
desse tempo. A “Christian Science” afirma: «Não existe doença». A marca da natureza
na íris do olho declara: «Não existe saúde perfeita».
Os factos provados de redução considerável da longevidade e do carácter anormal
universal da raça humana, mostram que há algo de radicalmente erróneo em qualquer
dos hábitos do Homem, de tal modo que há amplos motivos e razões para a existência
de movimentos de grandes reformas da saúde, que surgiram na Alemanha, em meados
do século XIX , sob o impulso de pioneiros de Naturologia, como Kuhne, Priessnitza e
Schroth. A partir deste momento, a Naturologia difundiu-se rapidamente, sob
numerosas formas diferentes a todas as partes do mundo civilizado.
Para atingir o ideal em matéria de saúde física, mental e moral, sucessivas gerações
deverão aderir a meios naturais de vida e de tratamento das suas doenças, se a actual
geração não o consegue atingir. Nós estamos de tal modo incapacitados pelos erros do
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

passado, que o melhor, que a maior parte dos adultos pode fazer, é um trabalho de
“reparação” para atingir um estado razoável de saúde tentando atingir a plena duração
da vida, concedida pela natureza.

A SAÚDE É POSITIVA – A DOENÇA É NEGATIVA


Quanto mais o afluxo de vida invade o organismo com facilidade, maior é a vitalidade,
a força, o poder positivo, a resistência e a recuperação. A saúde é positiva, a doença é
negativa; o balanço alternativo do positivo e do negativo, o esforço para equilibrar uma
polaridade insuficiente, constitui o verdadeiro fluxo e refluxo da vida. A vida é uma
polaridade perturbada. Estados positivos ou negativos exagerados, quer sejam físicos,
mentais ou espirituais, tendem para a doença, nos seus respectivos planos vitais. Os
alimentos, os medicamentos, as sugestões e todos os outros diferentes métodos de
tratamento terapêutico exercem sobre o indivíduo, sujeito a eles, uma influência positiva
ou uma influência negativa. É por isso que é de extrema importância que uma pessoa
que deseja seguir e trabalhar em harmonia com as leis da natureza, compreenda esta
importante questão de polaridade magnética.

Uma vitalidade reduzida – primeiro grau da doença – significa uma vibração reduzida,
mais lenta, mais grosseira e, em casos de reduzida resistência, conduz à acumulação de
substâncias patogénicas, venenos, produtos infecciosos, germes e parasitas. É o que
designamos por “estado negativo”. Mas em caso de vibração vigorosa, boa vitalidade,
imunidade natural ou de poder recuperador, estamos perante um “estado positivo”.
Quanto mais intensa é a acção da força vital, mais rápidas e vigorosas são as actividades
vibratórias dos átomos e moléculas das células, órgãos e tecidos do organismo. Quanto
mais rápida e vigorosa for a actividade vibratória, mais poderosamente se repudia e
expulsa as substâncias patogénicas, venenos e germes de doenças que tentam denegrir o
corpo e destruir o organismo.
A doença ou a saúde, afinal reside na célula que apesar de ser apenas microscópica , é
um ser vivo independente que come, bebe e morre, tudo como a grande célula, o
homem. Se a célula individual se porta bem, o homem, a célula complexa também se
porta bem e vice-versa.
Disto, resulta claramente, que em todas as considerações sobre os processos de saúde,
de doença e de recuperação, devemo-nos ocupar em primeiro lugar da célula individual.
A actividade vibratória da célula pode ser reduzida pelo declínio da vitalidade,
conduzido de forma natural pelo avanço da idade, ou de forma artificial por um modo
de vida erróneo, por atitudes mentais e emotivas erróneas, por sobrecarga, estímulos
artificiais e pelo enfraquecimento de natureza e causas variadas.
Por outro lado, pode haver obstrução do afluxo da força vital nas células e a sua
actividade vibratória pode ser reduzida por acumulação de resíduos e de substâncias
patogénicas nos tecidos, nos vasos sanguíneos e nas vias nervosas do corpo, como o pó
que se acumula dentro do relógio e se opõe ao funcionamento anormal deste e à
vibração das cremalheiras e do pêndulo.
É evidente que os estados “negativos” podem ser produzidos por uma hipersensibilidade
do organismo físico, entupindo-se de resíduos e de substâncias patogénicas que se
opõem ao afluxo e à distribuição de força vital. Parece que em tais casos, os métodos
Naturológicos de tratamento eliminativo como: regime de alimentos puros, hidroterapia,
massagens, osteopatia, Naturológica, electroterapia, movimentos correctivos são
métodos inestimáveis para eliminar essas obstruções e para favorecer o afluxo e a livre
circulação de correntes eléctricas e magnéticas vitais.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

O segundo grau de doença foi anteriormente definido como sendo “uma composição
anormal do sangue e da linfa”. O organismo humano é constituído por um certo número
de elementos, em proporções bem definidas, tendo até agora sido descobertas pela
química, catorze substâncias em quantidades apreciáveis e estabelecidas as suas funções
na economia humana. Estes catorze elementos devem estar presentes nas proporções
correctas para realizar uma textura, estrutura e um funcionamento normais das partes e
órgãos constituintes do corpo.
As células e os órgãos recebem o alimento pelo sangue e pelas correntes linfáticas, o
que implica que estes líquidos devam conter todos os elementos necessários aos órgãos,
em quantidades correctas, o que depende do carácter e das combinações alimentares.
Cada doença que surge no organismo humano a partir de causas internas é
acompanhada de uma deficiência do sangue e dos tecidos em importantes elementos
minerais (sais minerais).
É incontestável que a maioria destas doenças são causadas por um regime
desequilibrado, por um envenenamento a partir de alimentos ou de bebidas. Más
combinações alimentares geram, por um lado, uma sobrecarga em resíduos e em
substâncias patogénicas no sistema e, por outro lado, não fornecem os elementos
minerais positivos (sais minerais) de que depende a eliminação de resíduos e de venenos
orgânicos.
É por isso que o problema do Naturólogo no tratamento através da alimentação natural é
saber como restaurar e manter a positividade do sangue e do organismo por inteiro,
fornecendo pela alimentação, pela bebida e por medicamentos uma quantidade
abundante de sais minerais positivos sob a forma orgânica.

O terceiro grau da doença foi citado atrás, como “acumulação de substâncias


patogénicas e de venenos”. Foi referido como a vitalidade reduzida e a composição
anormal dos líquidos vitais favorecem a retenção de venenos orgânicos no corpo. Se,
para além disso , a alimentação e as bebidas contêm demasiados resíduos,
hidrocarbonetos, hidratos de carbono e sais, então os resíduos e os materiais
patogénicos acumulam-se no sistema e este tende para a congestão dos tecidos por
precipitados ácidos e depósitos terrosos. Esta acumulação de resíduos e de substâncias
patogénicas está na origem de todas as doenças que surgem no organismo.

Mais nocivos, mais perigosos e mais difíceis de eliminar que os diferentes tipos de
venenos orgânicos (ou seja, os que surgem no organismo) são os venenos
medicamentosos, sobretudo se são administrados sob a forma mineral.
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A UNIDADE DA DOENÇA

Vejamos algumas manifestações secundárias da doença, resultantes de três causas


primárias:

1. Marcas constitucionais e hereditárias de sicose, escrófulas, psora, sífilis,


hidrarginismo, iodismo e muitas outras formas de intoxicação crónica.
2. Febres, inflamações, erupções cutâneas, descargas de catarro, úlceras, abcessos,
germes, bactérias, parasitas, etc.
3. Luxações mecânicas, distorções e deslocamentos das estruturas longas, músculos e
ligamentos. Fraqueza e perca da razão, da vontade e do domínio de si próprio
conduzem a estados negativos, sensitivos e subjectivos que abrem a via da
prostração nervosa, com influência de outras pessoas (influências hipnóticas,
obsessão, possessão). Diferentes formas de demência, epilepsia e de pequeno-mal
(ausências).

No que respeita às doenças hereditárias, poderíamos pensar que a hereditariedade seria a


primeira causa das doenças, mas verifica-se o contrário, trata-se de um efeito e não de
uma causa primária. Se os pais possuem uma boa vitalidade, sangue e tecidos puros e
normais e efectuam com previdência e clarividência necessárias os cuidados pré-natal e
pós-natal, não poderá ocorrer nenhuma doença hereditária. Para criar tendências
hereditárias anormais, os pais ou parentes mais afastados violaram as leis da natureza,
na sua ignorância ou deliberadamente; uma tal violação conduz a uma vitalidade
reduzida e a uma deterioração do sangue e dos tecidos. O corpo humano com os milhões
de células e de colónias celulares, desenvolve-se por multiplicação com uma
diferenciação progressiva da célula reprodutora. As suas anomalias de estrutura, de
materiais celulares e de tendências funcionais reproduzem-se tanto como os seus
constituintes normais.
Face a estes factos da doença hereditária, subsiste contudo um consolo: se a criança é
tratada segundo os princípios da Filosofia da Naturologia, as tendências e obstáculos
hereditários anormais, podem ser vencidos e eliminados em poucos anos. Se o
organismo da criança se encontra sob correctas condições de vida e de tratamento, em
harmonia com as leis da sua existência, o princípio vital tenderá, cada vez mais, para o
restabelecimento do indivíduo perfeito.

IMUNIDADE NATURAL
No que diz respeito aos germes, bactérias, parasitas, febres, inflamações, etc. a ciência
médica moderna está baseada na teoria microbiana da doença e do tratamento. Desde
que o microscópio revelou a presença de certos microrganismos, aparentemente dotados
de uma actividade inteiramente perniciosa, pretende-se que as bactérias sejam a
primeira causa da maioria das doenças.
A Naturologia tem um ponto de vista diferente sobre esta questão. Os germes não
podem ser a causa da doença, uma vez que existem germes nos corpos sãos. A
verdadeira causa deverá ser outra.
A Naturologia defende que são os resíduos e as substâncias patogénicas existentes no
organismo, que oferecem aos microrganismos da doença, a oportunidade de se
desenvolverem e de se multiplicarem. Os microrganismos não são mais do que
manifestações secundárias da doença e as bactérias e parasitas só vivem, proliferam e se
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multiplicam até a um ponto crítico, se se trata de um organismo enfraquecido. Se assim


não fosse, a raça humana em breve extinguir-se-ia.
É por isso, que a medida adequada a adoptar não é matar os germes, mas sim eliminar
as substâncias patogénicas, no meio das quais eles vivem, em vez de eliminar os germes
dos quais não podemos escapar. A Naturologia esforça-se por fortalecer o sistema,
elaborar sangue e linfa, sobre uma base normal e purificar os tecidos dos seus
obstáculos patogénicos, de forma a estabelecer a imunidade contra a actividade
destrutiva dos germes; tudo o que contribua para tal, sem danos para o sistema devido a
drogas tóxicas ou operações cirúrgicas, é um bom tratamento Naturológico.
Todos os bacteriologistas afirmam unanimemente que os germes patológicos não se
encontram apenas nos corpos doentes, mas também nos corpos de pessoas de boa saúde
aparente. Por outro lado, a incapacidade das bactérias de criar, por elas mesmas, as
doenças é confirmado pelos factos bem conhecidos de imunidade natural contra a
infecção específica ou contra um contágio. Toda a humanidade é mais ou menos
afectada por defeitos doentios hereditários e adquiridos, obstáculos patogénicos e
envenenamentos por drogas, resultantes das violações das leis da natureza por gerações
inteiras e da supressão de doenças agudas, mas, mesmo no estado, quase universal, de
enfraquecimento da vitalidade, de degenerescência patogénica hereditária, física e
mental, verifica-se que, face a condições idênticas de exposição às correntes de ar ou a
infecções, somente uma parte dos indivíduos expostos apanhará um resfriamento ou
contrairá a doença. A imunidade natural é confirmada pela experiência comum, assim
como por clínicas e laboratórios de escolas médicas e de centros de pesquisa. Se
inocularmos partículas de cancro, a um certo número de ratos e coelhos, apenas uma
pequena parte desenvolverá o tumor maligno e acabará por sucumbir.

AS LEIS DA CURA
A Naturologia não se afasta das leis fundamentais da cura. A alopatia considera as
doenças agudas como sendo nocivas e destrutivas da saúde e da vida, devendo ser
curadas, ou por outros termos, suprimidas por drogas ou pelo bisturi. No entanto, a
Naturologia considera que estas auto-limpezas vigorosas são benéficas e necessárias
enquanto as pessoas continuarem a desprezar as leis naturais. Regra geral, um doente
crónico que adopta um tratamento natural, irá sentir nas primeiras semanas, ligeiras
melhoras. Entre a quinta e a sétima semana, instala-se um período de actividade
eliminadora aguda, podendo revelar-se sob a forma de febres, erupções cutâneas,
diarreias, abcessos, inflamações, constipações, ou ainda outras formas agudas pelas
quais a natureza se esforça por eliminar do corpo, as substâncias patogénicas
acumuladas.

As doenças inflamatórias e febris são também naturais, normais e legítimas, como


qualquer outra coisa na natureza e, é por isso que uma vez iniciadas, não devem ser
travadas ou suprimidas por drogas tóxicas ou por operações cirúrgicas. Entravar e
suprimir as doenças agudas antes que tenham percorrido a evolução natural equivale a
suprimir os esforços purificadores e curativos da natureza, adquirir complicações fatais
e alterar as reacções construtivas agudas em estados patológicos crónicos. Se
permitirmos que a inflamação siga o seu percurso normal, pelas diferentes fases da
actividade aguda e pela fase final de reconstrução, a doença aguda qualquer que seja o
seu nome e descrição, mostrar-se-á benéfica para o organismo porque as substâncias
patogénicas, os corpos estranhos, os venenos e os microrganismos terão sido eliminados
do sistema, e os tecidos anormais e patológicos terão sido destruídos e reconstruídos de
novo, num estado mais puro e mais normal.
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A doença aguda age sobre o organismo como uma trovoada, sobre o ar de um dia
sufocante de Verão. Desembaraça o organismo de impurezas e de influências
destrutivas e restabelece as condições sãs e normais. Quando os produtos tóxicos são
eliminados do sangue e dos tecidos, sob a influência de um tratamento Naturológico
geral, os sintomas locais, encarregam-se de si mesmos e pouco importa que se
manifestem sob a forma de pústula ou de cancro, ou de simples constipações ou
tuberculose. “Cada doença aguda é o resultado dos esforços de saúde da natureza”.
Aquilo a que chamamos habitualmente crise, reacção aguda, ou doença aguda, é na
realidade, o esforço da natureza para restabelecer a saúde. Aplicadas à actividade física
do corpo, as leis da compensação podem-se exprimir do seguinte modo: “Cada agente
que afecta o organismo humano, produz dois efeitos: o primeiro é o aparente temporário
e o segundo é durável. O efeito secundário durável é sempre oposto ao efeito primário
transitório”.
Por exemplo: o efeito da água fria quando aplicada sobre a pele, é impelir o sangue para
a zona central do corpo, mas para compensar o deficit local, a natureza reage,
reenviando sangue em maior quantidade para a superfície, o que produz um aumento de
calor e uma melhor circulação superficial.

O primeiro efeito de um banho quente é produzir um afluxo de sangue à superfície, mas


o efeito secundário é de reenviar o sangue para o interior, deixando a superfície sem
sangue e arrefecida. Da mesma forma os estimulantes, produzem um efeito enganador,
queimando as reservas de energia vital no organismo, o que conduz inevitavelmente à
fraqueza e ao abatimento na mesma proporção da excitação anterior. O primeiro efeito
temporário, é geralmente devido aos esforços da natureza para destruir e eliminar as
substâncias tóxicas administradas. O efeito secundário durável deve-se à retenção no
sistema de venenos medicamentosos e à sua acção no organismo.

Na teoria e na prática, a alopatia apenas considera os primeiros efeitos, ignorando os


efeitos duráveis de drogas e operações cirúrgicas e administra medicamentos cujo
primeiro efeito se opõe aos estados patológicos; é por isso, que de acordo com a lei da
acção e da reacção, o efeito secundário durável de tais medicamentos é similar ao estado
patológico.
Todos os dias a experiência mostra que assim é! Os efeitos secundários dos estimulantes
e dos tóxicos de qualquer tipo, consistem no aumento da debilidade e o seu uso
prolongado conduz frequentemente ao enfraquecimento completo e à paralisia das
potencialidades mentais e físicas. Os pós para enxaquecas, os analgésicos, a aspirina, os
opiáceos e os hipnóticos podem paralisar o cérebro e os nervos e torná-los insensíveis
temporariamente, mas se as causas das dores, nervosismo e insónia são constitucionais,
os problemas reaparecerão com dupla força. Absorvidos habitualmente, estes agentes
tendem invariavelmente a provocar problemas cardíacos e paralisia. Os medicamentos
contra a constipação e o catarro, tais como a quinina, produtos à base de betume, etc.,
suprimem os esforços da natureza para eliminar os resíduos e as substâncias patogénicas
existentes nos pulmões, provocando assim, pneumonia, catarros crónicos, asma e
tuberculose.
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Se o sarampo, a febre, a escarlatina e outros problemas febris da infância, são


convenientemente tratados pelos métodos Naturológicos, então os seus efeitos sobre o
sistema são curativos ou correctivos e representam processos bem definidos, normais e
naturais para a eliminação de defeitos patogénicos hereditários ou adquiridos, de
venenos medicamentosos, etc. se são bloqueados ou suprimidos antes que a natureza
tenha oportunidade de estabelecer as condições normais, as condições anormais fixam-
se e tornam-se crónicas. Para além disso, os venenos e os soros utilizados para afastar os
processos patológicos, afectam frequentemente os órgãos vitais provocando uma
deterioração progressiva das células e dos tecidos, abrindo a via à tuberculose, às
infecções crónicas dos rins, ao cancro, etc., nos anos seguintes.

DOENÇAS CRÓNICAS
A velha escola de medicina define as doenças agudas como sendo as que têm uma
evolução breve, mais ou menos violenta e, as doenças crónicas como as que têm uma
evolução prolongada e com tendência para reincidir.
Do ponto de vista da Naturologia, o estado crónico representa um problema patológico
latente, constitucional, enquanto que a doença aguda representa o esforço da natureza
para rectificar as condições anormais e restabelecer as estruturas e funções normais.
Por exemplo: no caso de psoríase permanente ou reincidente, o médico da velha escola
considera que esta erupção cutânea é uma doença “crónica”, enquanto que o Naturólogo
vê uma tentativa das forças curativas da natureza para desembaraçar o sistema da sarna
interna latente, hereditária ou adquirida, que constitui a verdadeira doença crónica.
É evidente que as erupções externas não deveriam ser suprimidas por meio algum, mas
sim, o único tratamento verdadeiramente eficaz consiste em eliminar do organismo o
agente psórico interno latente. Depois de se conseguir isto, o “mal de pele” externo
desaparece.
Do ponto de vista da Naturologia, a doença crónica significa que o organismo está de tal
modo saturado em substâncias patogénicas que já não é capaz de eliminar esse
entupimento por um esforço de eliminação, vigoroso e agudo. É por isso que o estado
crónico representa o tipo lento e frio da doença, caracterizado por esforços fracos e
ineficazes para eliminar elementos patogénicos latentes e outros problemas do
organismo.

Estes esforços podem-se manifestar sob a forma de feridas abertas, erupções cutâneas,
descargas de catarro, etc., mas se tratarmos as doenças agudas em harmonia com as leis
da natureza, elas deixarão o corpo num estado mais puro e mais são. Com um
tratamento erróneo, como o da “velha escola”, a febre e a inflamação (método natural de
eliminação) são reprimidos por drogas, soros e antitoxinas em vez de se purificarem e
fortificarem as células e os tecidos; as partes afectadas são extraídas pelo bisturi do
cirurgião e a natureza perde a possibilidade de se desembaraçar dos elementos
patogénicos, permanecendo estes no organismo.
É esta a forma como surgem as piores formas de doenças crónicas que afligem
actualmente os povos civilizados.
Não existem doenças crónicas nas raças primitivas dos povos da Terra, tais como os
negros de África ou da Austrália, os esquimós do Árctico, assim como também não
existem entre os povos que não utilizam drogas. As diferentes formas de doenças de
natureza crónica são desconhecidas nas regiões onde os habitantes vivem em harmonia
com a natureza.
Se estudarmos o estado real das células, tecidos e órgãos do corpo na doença crónica, a
situação é mais fácil de compreender. O corpo humano é constituído por milhões de
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células de protoplasma vivo, cujo conjunto depende das partes que o constitui. No corpo
humano, tal como numa nação ou numa cidade, o bem-estar da comunidade inteira
depende do bem-estar dos seus membros individuais.
É nosso dever fornecer as condições mais favoráveis de existência às pequenas células
que constituem o organismo humano individual. Se agíssemos assim, não haveria
nenhuma possibilidade de doença.
O resultado seria uma “Imunidade Natural”. É esta a diferença vital entre a Naturologia
e o sistema alopático no que diz respeito à atitude em relação à doença.
O sistema alopático concentra todos os seus esforços no combate aso sintomas
patológicos, enquanto que a Naturologia procura criar as condições de saúde nos hábitos
e no meio vital do doente.
A Naturologia representa a única esperança para fornecer às células a alimentação
correcta, para conseguir uma recuperação, para a eliminação dos tecidos velhos e
construção de novos tecidos. Quanto maior for a transformação do regime alimentar
mais importantes e rápidas serão as alterações das células e tecidos.
Compressas frias e tratamentos de água fria, assim como massagens sistemáticas
completas são poderosos meios de eliminação. A osteopatia tem uma grande
importância: todas as deslocações, subluxações dos ossos e dos ligamentos devem ser
corrigidas. O tratamento osteopático ocupa-se das lesões da coluna vertebral e de outras
estruturas ósseas, suprimindo as pressões anormais sobre nervos e vasos sanguíneos e
estabelecendo um fluxo abundante de correntes nervosas e sanguíneas.
Quando por métodos naturais de vida e por tratamento Naturológico, os obstáculos
mórbidos forem suficientemente eliminados para fornecer e manter uma quantidade de
sangue normal, uma melhor enervação e influxos nervosos desbloqueados, quando as
lesões das estruturas ósseas forem corrigidas por um hábil ajustamento e quando, por
atitudes mentais correctas se conseguir um afluxo de vida agradável e abundante, então
as células e os tecidos do corpo serão capazes de estimular, por eles próprios, o esforço
de eliminação aguda e o organismo está preparado para efectuar uma desintoxicação.

CRISE DE DESINTOXICAÇÃO (OU AUTO-CURA)


A crise de desintoxicação é uma reacção aguda do corpo, resultante do melhoramento
das forças vitais pelo tratamento Naturológico, permitindo eliminar do sistema os
estados mórbidos. Esta crise tende para a recuperação e é por isso que apesar de
desagradável e mesmo dolorosa, nunca é nociva ou perigosa para o doente, desde que
sejam seguidas as instruções do Naturólogo.
Se o modo de vida do paciente ou o seu estado não é propício a uma regeneração rápida,
a crise será proporcionalmente retardada.
Nalguns casos, esta crise toma geralmente a forma de estados patológicos agudos que o
paciente sofreu anteriormente e que, na altura, foram suprimidas por meio de drogas,
etc. Se a força nervosa estiver bloqueada por uma subluxação, por acumulação de
impurezas ao longo dos trajectos nervosos, ou pela acção de drogas sobre os centros
nervosos, etc., o resultado é que a actividade vibratória diminui e haverá acumulação de
substâncias patogénicas.
Se for aplicado um tratamento correcto, esta actividade celular aumenta e uma maior
vibração da célula tende a eliminar as substâncias que aí estão acumuladas, de onde
resulta que a corrente sanguínea e os órgãos depurativos passam exactamente pelos
mesmos sintomas que manifestaram anteriormente, na altura em que a supressão da
doença aguda provocou a obstrução das células.
Exemplificando, uma roda que rola a uma determinada velocidade está limpa, devido a
forças de fricção com o ar. Se ela diminui de velocidade a poeira tende a acumular. Se
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esta diminuição de velocidade prosseguir durante um período de tempo bastante longo,


a roda ficará coberta de uma camada mais ou menos espessa. Se a velocidade da roda
aumentar até à normalidade de novo, a poeira será atirada para a atmosfera ambiente e a
roda ficaria novamente limpa. Este exemplo demonstra, o que acontece na célula, ao
nível microscópico, em resultado de um tratamento Naturológico regenerativo.

O praticante ortodoxo poderia questionar porque é que a Naturologia pretende manter o


monopólio dos tratamentos eliminatórios e levar a fim as crises de desintoxicação.
Então os laxativos, os diuréticos, os catárticos, os sudoríferos e os tónicos não têm
exactamente essa finalidade? Existe o calomelanos (preparação com mercúrio)
acompanhado de uma dose de sais, para acordar um fígado preguiçoso e para limpar o
tubo digestivo. A pilocarpina produz uma transpiração abundante uma vez que as
cebolas marinhas e as folhas de buchu são excelentes estimulantes dos rins...
Mesmo admitindo que os efeitos externos produzidos sejam os mesmos, os efeitos finais
resultantes destas drogas tóxicas estão muito longe da crise de desintoxicação obtida por
métodos naturais de tratamento.

Todos os catárticos e laxativos são venenos. É exactamente por isso que podem
produzir o seu particular efeito energético. Os tecidos e os órgãos com os quais
contactam reconhecem o seu carácter perigoso e tentam eliminá-los do sistema tão
rapidamente quanto possível. Com esta finalidade, as células secretoras e as membranas
do fígado e do tubo digestivo aumentam rapidamente as suas secreções e produzem
assim uma evacuação forçada. Esta purga energética pode aumentar artificialmente e
superficialmente a secreção biliar e acidentalmente limpar o tubo digestivo, mas o
esforço do organismo foi para eliminar o veneno de mercúrio.
As células do indivíduo não foram libertadas das suas impurezas. A acção é seguida por
uma reacção oposta e igual. A hiper-irritação temporária e a estimulação das
membranas sensíveis são seguidas de enfraquecimento e esgotamento que necessitam de
doses sempre maiores para vencer a atrofia sempre crescente. No decurso deste ciclo
vicioso, as transformações degenerativas aceleram-se.
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NOÇÕES GENÉRICAS BÁSICAS

TEXTO Nº 1

A OBSTIPAÇÃO
A obstipação, segundo os números oficiais, em cada duas pessoas, atinge uma no
estado adulto. Estas taxas parecem excessivas, mas na realidade, a obstipação é um dos
motivos mais frequentes das consultas de gastrenterologia.
A obstipação caracteriza-se pela diminuição das fezes, ou antes, da sua frequência.
Existe obstipação quando o número de fezes evacuadas, por semana, é igual ou inferior
a três. Por outro lado, constata--se uma diminuição do peso das fezes (menos de 35 g
por dia) e uma diminuição do seu teor em água. A obstipação crónica é frequentemente
acompanhada de um ou vários dos seguintes sinais: dores na expulsão, hemorróidas,
sangramento, gases intestinais, edemas.

CAUSAS DA OBSTIPAÇÃO
FALTA DE ACTIVIDADE FÍSICA

O homem e a mulher modernos são cada vez menos solicitados pelo esforço muscular.
Praticamente não têm necessidade de andar, respiram com 1/3 dos seus pulmões e
praticamente não carregam pesos. Existem máquinas de uso doméstico e profissional
que tendem cada vez mais a neutralizar a dificuldade do nosso trabalho. Tudo o que
tende a libertar o homem do seu trabalho é iminentemente útil, a não ser que esta
libertação se torne uma caricatura monstruosa se a utilizarmos para viver de um modo
anti-natural, sem atenção às necessidades imperativas do corpo e da alma. A
insuficiência da actividade física conduz ao atraso dos movimentos respiratórios e
sobretudo, diminui a sua amplitude. Mais ainda, a musculatura abdominal atrofia-se por
não ser exercitada. O intestino é assim, privado destes dois factores que normalmente
lhe devem proporcionar uma respiração ampla e as contracções abdominais; terá de
fazer progredir o quimo e os resíduos completamente sozinho.
Por outro lado, a involução da cintura abdominal tem um outro inconveniente, uma vez
que priva os intestinos do seu suporte, resultando o enfraquecimento dos órgãos ou
ptose, do grego ptôsis que significa queda. Esta anomalia é frequente nas mulheres
atingidas pela obesidade, quando em seguida, seguem um regime de emagrecimento
sem precaução. Fazendo desaparecer as massas de gordura que sustém o seu abdómen
distendido; elas reúnem as condições para uma ptose. A precaução consiste em
substituir a gordura pela reconstituição da cintura abdominal. Neste caso, o regime de
emagrecimento deve ser progressivo e é indispensável restituir, paralelamente, os
músculos abdominais, através de uma ginástica apropriada.
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ERROS ALIMENTARES

“A maioria das pessoas, escreveu Jules Payot, estão doentes porque se alimentam com
contra-senso: estão num estado de desintoxicação permanente”.
E o Dr. Pauchet dizia: “Não esqueçam que 90% das doenças são causadas por uma
alimentação defeituosa (uso de excitantes, alcoolismo, tabagismo, superalimentação).
Os erros alimentares mais frequentes são: insuficiência de mastigação, taquifagia (acção
de comer depressa), excesso de alimento e, frequentemente, excesso de carne, pão
branco, farináceos e insuficiência de celulose.

UMA INSUFICIÊNCIA DE LÍQUIDOS

Seguindo o funcionamento do intestino, verificamos que a agitação do quimo o põe em


contacto na totalidade, com a mucosa intestinal que absorve assim, a maioria da água
que ele contém. Se esta dissecação é exagerada, as matérias prosseguirão dificilmente
no cólon. Ora esta dissecação é exagerada quando o consumo de água é insuficiente.
Mas recomenda-se de beber o menos possível, no decurso da refeição! Isto, para não
dificultar a acção do estômago, diluindo numa grande quantidade de líquido, o ácido
clorídrico que segrega. Entre as refeições é necessário ingerir muitos líquidos, veremos
mais à frente como.
É preciso referir que nem todos os intestinos têm o mesmo poder absorvente. Muitas
pessoas com o mesmo peso, submetidas à mesma alimentação em quantidade e
qualidades e ingerindo a mesma quantidade de líquido, principalmente água, não
apresentam fezes com a mesma consistência. Numas, encontra-se 80% de água e as
fezes são normalmente sólidas e ainda, noutras, 70% e a matéria é ainda mais seca e
difícil de rejeitar. Para um teor de água inferior a 70%, existe obstipação.
Estas diferenças estão relacionadas com factores pessoais de desidratação, actualmente
mal conhecidos.

A RETRACÇÃO

O hábito de se retrair quando surge a necessidade de evacuação, ocorre na escola, e por


vezes, desde a infância. É uma consequência da civilização, dos bons costumes e
também da higiene. Este hábito põe em risco numerosas pessoas, uma vez que reagem,
dando origem a um reflexo inverso, em que, em substituição da libertação ocorre uma
acção que faz subir as matérias e as mantém no cólon, instalando-se uma espécie de
anti-peristaltismo. A suspensão dos impulsos de exoneração torna-se cada vez mais
fácil, em detrimento da sensibilidade rectal e, pouco a pouco a obstipação instala-se e
consolida-se.
O sistema nervoso, como é fácil de perceber, pode também ser causa dos problemas e
evacuação. O nervo pneumogástrico trava os movimentos do intestino e um nervo
vagossimpático acelera-os. Quando o funcionamento do aparelho nervoso é perturbado,
por pouco que seja, daí resulta inevitavelmente uma incidência intestinal que se traduz
pela diarreia ou pela obstipação.
Na mulher, o período da menstruação, com a fase de vagotonia e predominância do
meio vago ou parassimpático, trava a expulsão das fezes. Acontece o mesmo no início
da gravidez que inicia uma hipervagotonia.
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A OBSTIPAÇÃO PODE TER TAMBÉM UMA ORIGEM PSÍQUICA

Um número importante de obstipados e de diarreicos são-no na sequência de conflitos


familiares, de desentendimentos entre pai e mãe de que foram testemunhas durante a
infância. Daqui resultou um problema psicossomático, com fundo de ansiedade com
incidência inibidora sobre as secreções e a motricidade intestinais. Trata-se de
obstipações nevróticas. Os emotivos hipersensíveis podem sofrer de obstipação, mas
são mais frequentemente atingidos por diarreias. Existem também os incomodados pela
obstipação. A mínima alteração na sua evacuação transtorna-os literalmente e, por auto-
sugestão inconsciente, eles agravam o problema, que em seguida se esforçam por
reduzir à custa de laxativos.

UM MAU FUNCIONAMENTO DAS GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

Sabe-se que a tiróide e as paratiróides, a hipófise, as supra-renais, as genitais, etc.


contribuem em larga medida para o equilíbrio do meio interior, o que se pode traduzir
por integridade física. Por isso é frequente constatar que uma hipotiroidia conduz à
obstipação, assim como um mau funcionamento dos ovários.
No que diz respeito à tiróide, esta segrega uma hormona, a tiroxina com forte teor de
iodo, que estimula ao nível do intestino, a circulação de água entre o sangue e este
órgão. Se tivermos em conta que esta água está carregada do cloreto de sódio,
compreendemos que esta circulação favorece o peristaltismo dos resíduos e sua
progressão normal do cólon.
Por outro lado, as estimulinas segregadas pelo lobo posterior da hipófise excitam as
contracções dos músculos do intestino, pelo que, a mínima desregulação no
funcionamento desta glândula capital, pode provocar a obstipação.

UM PROBLEMA DO APARELHO DIGESTIVO

A hipercloridria (excesso de secreção do suco gástrico) provoca uma irritação do


intestino e também espasmos, retardando a progressão do quimo e dos resíduos no
cólon. A insuficiência na secreção gástrica dá origem a fermentações que conduzem a
diarreias e a obstipação.
O papel do fígado é importante. Diariamente, deve ser produzido um litro de bílis e esta
deve ser amarelo-acastanhado, límpida e unicamente descarregada no intestino. Para tal,
permitam-me de os aconselhar a manter bons sentimentos, uma vez que um mau humor,
o azedume, a inveja, a cólera, a propensão para aumentar os pequenos inconvenientes
inerentes à existência, as contestações, a misantropia, a maldade, a hipocrisia, excitam
verdadeiramente a bílis e abrem a via da auto-intoxicação. Noutros termos, deveremos
manter a bílis dentro dos limites normais, através do bom humor, da bondade, do amor,
do bom senso... Ah! É difícil!
Perdoem-nos esta digressão para precisar que qualquer deficiência hepática tem
repercussões no intestino podendo-se traduzir por obstipação.
Um grande número de lesões do intestino tem por consequência a obstipação: estenose,
megacólon, dolicocólon, tumor, cancro, etc.
Na mulher, os problemas genitais podem ser também, causa de obstipação. A
inflamação das trompas uterinas ou salpingite (inflamação microbiana), o fibroma, o
quisto do ovário exercem uma pressão que cresce à medida que aumenta o volume do
tumor ou do órgão inflamado. Esta pressão comprime o cólon, originando uma
dificuldade mecânica de evacuação.
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OS EFEITOS DA OBSTIPAÇÃO

Actualmente, numerosos práticos apontam frequentemente, a obstipação como a causa


de auto-intoxicação. Vejamos o que é a auto-intoxicação; sob o efeito da assimilação e
da desassimilação – metabolismo – e da fadiga muscular e nervosa, formam-se
substâncias tóxicas no nosso organismo! Este é um fenómeno normal, sendo estas
toxinas neutralizadas pela acção do fígado, das glândulas endócrinas, tiróide e supra-
renal e eliminadas pelos rins, pulmões e pela pele. Mas, quando surge um problema no
metabolismo, no sistema nervoso, num órgão de neutralização ou de eliminação,
instala-se uma sobrecarga de resíduos que se desenvolve mais ou menos rapidamente.
O problema é sério, uma vez que se trata de uma alteração do meio interno e do tecido
conjuntivo, ou mais exactamente reticulo-endotelial, esta “raiz biológica do organismo”.
Mas é importante saber se a obstipação está na origem desta auto-intoxicação, se é
verdadeiramente uma causa.
Vimos que a flora microbiana vive no intestino e que as bactérias pululam no ceco e no
cólon ascendente. Se, devido, a erros alimentares ou distúrbios na secreção das
glândulas digestivas, o bolo alimentar não é perfeitamente digerido, produzem-se
putrefacções ou fermentações microbianas intensas. O desequilíbrio da flora microbiana
ao nível do intestino grosso provoca a formação de um meio tóxico.
Estas observações permitem-nos chegar a uma conclusão importante: para um tubo
digestivo funcionando normalmente, o conteúdo do cólon não é tóxico, caso as
premissas sejam exactas.
Uma outra questão se coloca agora: quando a flora microbiana está desequilibrada, as
substâncias tóxicas passam através das mucosas do intestino grosso? Os Drs. G. e R.
Leven escreveu a este propósito que “o hidrogénio sulfurado, que o cólon no estado
normal, contém apenas alguns vestígios, foi considerado como um dos venenos mais
activos na obstipação; mas, segundo Ewald, a quantidade não aumenta nos obstipados e
Bergeon pôde, em 1986, tratar tuberculosos, injectando-lhes quantidades enormes deste
gás, por via rectal, sem que daí resultasse nada a lastimar”. Os mesmos autores notam
que a absorção de um excesso de amoníaco e de aminoácidos simples, não tem um
efeito prejudicial, uma vez que o fígado os transforma em ureia não tóxica. Os ácidos
gordos voláteis e a maioria dos produtos de decomposição bacteriana dos glícidos,
oxidam-se rapidamente no organismo e, consequentemente, não existe o risco de
produzirem efeitos tóxicos.
Não podemos então, afirmar que as substâncias tóxicas provenientes da obstipação, se é
que existem em todos os obstipados, passam para o sangue e são responsáveis pela auto-
intoxicação. E depois, é preciso considerar que o intestino não é simplesmente uma
estrutura porosa, absorvendo as substâncias capazes de “filtrar” através das mucosas e
rejeitando os resíduos. Estas mucosas são tecidos vivos e quando estão sãs, elas têm um
importante papel de defesa. O revestimento interno epitelial constitui uma verdadeira
barreira "inteligente" contra as toxinas e os micróbios. Se, por acaso, uma pequena
quantidade de toxinas ou de bactérias consegue passar, as defesas naturais de um
organismo de boa saúde irão neutralizá-las. Não é fatalmente, a obstipação que lesa esta
barreira, mas sim os erros alimentares ou, em termos gerais, os erros na conduta de vida
e frequentemente, também, o abuso de laxativos e de clisteres.
A obstipação, não sendo uma causa directa de auto-intoxicação, não é certamente uma
causa de doenças infecciosas ou de degenerescência.
Devemos então admitir que a obstipação é um efeito, um sintoma e não uma causa.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

O TRATAMENTO DA OBSTIPAÇÃO

A obstipação é um sintoma, mais que uma causa de doenças. Não devemos deixar esta
disfunção do intestino instalar-se e acentuar-se sem reagir. Embora seja muito
importante tratar as causas (fígado, estômago, nervos, glândulas endócrinas, etc.) que
podem estar na origem do problema de evacuação, é também importante tratar de
reduzir este problema afim de o impedir por reacção, de agravar o mal primário e de
perturbar perigosamente o organismo. Mas a grande regra a aplicar é a prudência e a
brandura: não violentar a natureza.

OS ERROS A EVITAR

Abuso de laxativos – doenças devidas aos laxativos.


Muitas pessoas cometem o erro de recorrer abusivamente aos laxativos sob a forma de
tisanas e de especialidades elogiadas por uma publicidade perseverante.
É um erro. É suposto um medicamento laxativo produzir fezes normais ou quase
normais; facilita o relaxamento do intestino sem diarreia, e é o que acontece se o
indivíduo é prudente, se se limita às doses indicadas, quer seja uma tisana ou
comprimidos.
Mas este relaxamento do intestino não significa que o problema sigmóido-rectal, que
inicia geralmente a obstipação banal, seja reduzido. Sob acção do medicamento
laxativo, as glândulas digestivas segregam o seu suco em abundância, a mucosa
intestinal irrita-se e daí um aumento dos movimentos peristálticos, o que provoca uma
aceleração da digestão, ou mais exactamente da progressão do quimo. Este
encaminhamento rápido, esta pressão faz com que o quimo não tenha tempo de secar
nos cólon ascendente e transverso exercendo-se uma pressão nas fezes anteriores,
estacionando estas no sigmóide ou no recto. O exame das fezes permite detectar uma
parte dura, tipo rolha, envolvida por matéria semilíquida ou líquida. Substituindo o
obstáculo sigmóido-rectal, ocorrerá de novo a estase dos resíduos, na próxima digestão
e o laxativo será novamente necessário. O outro inconveniente é que, pouco a pouco,
será necessário aumentar a dose. Mas, este aumento da dose de laxativos tem por
consequência acrescer a irritação da mucosa intestinal e originar uma hipersecreção. É
neste aspecto que o medicamento é pior que a doença. O abuso de laxativos é uma
verdadeira agressão contra as túnicas do intestino e as glândulas digestivas, cujas
estruturas são atingidas com todas as consequências graves que estas podem acatar. É
preciso não esquecer, a propósito dos laxativos, que contêm quase sempre substâncias
irritantes, mesmo em pequena quantidade e a presença de um antiespasmódico ou de
uma mucilagem não neutraliza a acção de aquecimento dos primeiros, mesmo sendo
frequentemente, extractos vegetais: amieiro-negro, cássia, cascara, aloés, ruibarbo,
podofilina, boldo, por vezes associados a um composto químico.
Regra geral, não se devem usar laxativos quando se é atingido por obstipação crónica,
por não ter influência sobre a “ponte-sigmoidiana” e pela necessidade de aumentar as
doses, com os riscos que já conhecemos.
Por outro lado, os laxativos desprovidos de substâncias irritantes poderão ser utilizados
em fracas doses, por pessoas com evacuações geralmente normais e que poderão ser
atingidos por uma obstipação acidental. Este tipo de incidentes podem surgir no decurso
de uma viagem, de uma alteração da alimentação, do clima, de hábitos, de uma
imobilidade forçada na sequência de um acidente, por exemplo. Nestes casos, o laxativo
pode acordar o intestino. Se o resultado esperado não ocorrer rapidamente, é preciso
repetir frequentemente a pílula ou a beberagem, ou ainda reforçar a dose prescrita.
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TEXTO Nº 2

REUMATISMO – ARTRITE
O reumatismo é uma afecção caracterizada por “congestões” muito dolorosas que se
manifestam principalmente nas articulações. A dor tem grande mobilidade e passa de
uma articulação para outra. O reumatismo é uma afecção que atinge todas as classes da
sociedade e que conta com numerosas vítimas. É-lhe reconhecida uma causa dupla: a
predisposição do organismo e a influência do frio húmido.
Algumas das afecções reumatismais podem derivar de um abrandamento da nutrição e
da desassimilação. As células que compõem todos os órgãos são substituídas no meio,
por materiais especiais que o organismo elabora com os alimentos que ingerimos.
Esta combustão orgânica liberta resíduos, a maioria tóxicos, que são eliminados.
Quando esta eliminação ocorre muito lentamente, ou quando a oxidação é imperfeita, a
acumulação destes resíduos produz fermentos prejudiciais, venenos perigosos, que o
sangue transporta um pouco por todo o lado, formando depósitos nas articulações, nas
vísceras, nos nervos, nos músculos, etc.

“Reumatismo crónico”: As articulações são dolorosas sob pressão, os movimentos são


difíceis, penosos e frequentemente acompanhados de estalidos.
Ocorre perca de apetite e privação do sono. O doente é extremamente sensível às
variações atmosféricas: a mínima alteração de temperatura ou de pressão barométrica
desperta as dores. A doença percorre as grandes articulações, mas com o tempo,
formam-se sobretudo no joelho e na anca, depósitos de materiais gelatino-albuminosas
ou materializações tofáceas que deformam a articulação, tornando os movimentos quase
impossíveis.
Como o reumatismo surge no seguimento de uma nutrição lenta, todos somos
susceptíveis de nos tornarmos reumáticos, visto que à medida que envelhecemos, a
nutrição e a desassimilação dos resíduos ácidos se torna menos rápida.
A causa das manifestações mórbidas do reumatismo é a acumulação, no organismo de
urato e ácido úrico. Para ajudar a eliminação do ácido úrico, devemos beber 12 a 15
copos de água por dia.
Como a obstipação é a acumulação de matérias fecais, o que é prejudicial, devemos
evitar esta congestão para melhorar o reumatismo (Ver nº 1). Do mesmo modo,
devemos cuidar da eliminação da urina e fazer com que os rins e a bexiga funcionem
normalmente (Ver n º 10).
A digestão deverá também ser normal (Ver nº 4).
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TEXTO Nº 3

ANEMIA – FALTA DE APETITE


(Existem múltiplas causas de anemia bem como múltiplos tipos de anemias, que não abordamos neste
módulo de forma exaustiva)

A anemia é o resultado de um defeito de nutrição que conduz a uma forte diminuição


dos glóbulos vermelhos no sangue. Ela surge no seguimento de hemorragias, de percas
de qualquer natureza sofridas pelo organismo, de doenças agudas e crónicas, da
privação de ar e de luz, de má digestão (Ver nº 4), de sobrecarga de trabalho, excesso de
fadiga ou de prazer. É muito frequente, na mulher, durante a juventude.
A anemia é caracterizada por um rosto pálido, mas acontece frequentemente, vermos
anémicos cujo aspecto é satisfatório. Geralmente, qualquer pessoa cuja saúde não é
perfeita, é anémica.
O anémico queixa-se de dores de cabeça, de vertigens, de insónia (Ver nº 8); cansa-se
muito ao mínimo exercício ou à mínima emoção. Por vezes, sangra do nariz. A causa
destes problemas consiste numa diminuição sensível do número de glóbulos vermelhos.
Normalmente, a relação de glóbulos vermelhos é de 120 a 130 g por 1000 g de sangue
seco, e numa anemia pode descer a 100 g ou até 80 g por 1000 g de sangue seco. No
seguimento deste enfraquecimento do sangue, todo o organismo fica debilitado. Todas
as funções se encontram lentas e alteradas, tanto as do cérebro, como as dos membros
ou do estômago.
Podemos prever as consequências nefastas que podem resultar de um tal estado: incapaz
de resistir, sem energia para reagir sobre os germes mórbidos, a anemia oferece um
terreno propício às doenças epidérmicas e contagiosas.
Na mulher, a anemia provoca leucorreia e problemas menstruais; os seus períodos (Ver
nº 6) são dolorosos e pouco abundantes, podendo faltar completamente. O rosto é
pálido, a pele, as gengivas, as mucosas e os conjuntivos estão descolorados, o doente
sofre palpitações do coração, males de estômago, tem um aspecto triste, irritável (Ver nº
8). A obstipação é frequente (Ver nº 1). O apetite é irregular, faltando frequentemente.
Qual é a causa da anemia? Durante muito tempo acreditamos que a anemia era devida
exclusivamente à falta de ferro no sangue e que, absorvendo determinadas quantidades
deste metal, o sangue retomaria a sua constituição normal.
Acontece que os doentes ingeriram grandes quantidades de preparações ferruginosas,
provocando assim a obstipação, o aquecimento intestinal prejudicando a sua digestão,
contudo, todos permaneceram anémicos como antes. Porque é que o sangue não se
apoderou desta grande quantidade de ferro? Na anemia ferropénica, o organismo não
assimila suficientemente o que absorve. É unicamente aí que reside o mal. É preciso
devolver ao sangue esta capacidade de assimilar o ferro.
O ferro é necessário ao organismo e facilita as diferentes funções. A privação do ferro
no sangue não é a causa de anemia, mas sim uma consequência. E a prova disto é que a
anemia penetra em todas as classes da sociedade, quer naqueles em que a alimentação
sempre foi abundante e variada, quer nos que são mal alimentados, mal vestidos, mal
acomodados.
Devemos combater a causa primordial desta doença, isto é, a atonia geral do organismo
que faz com que todos os diferentes aparelhos do corpo funcionem mal, as digestões
tornam-se incompletas, o sangue não transporta os materiais necessários, os princípios
vivificantes que constituem a sua força e o sangue torna-se demasiado fraco para poder
“sustentar” os diferentes órgãos do corpo.
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Higiene e regime: Na anemia, é preciso adoptar um regime de superalimentação ligeira,


evitando os alimentos pesados, irritantes e demasiado indigestos. Ingerir muitos
legumes verdes, ovos, carne magra e sobretudo germinações (utilizar “Floradix”).

TEXTO Nº 4

A DIGESTÃO
O funcionamento do estômago exerce uma influência sobre o estado geral da saúde e
do carácter. O indivíduo que digere bem é alegre e de humor constante, enquanto que o
que digere mal é triste e melancólico.
O estômago mantém a vida, distribuindo os materiais que retira dos alimentos. Os males
do estômago repercutem-se em todo o organismo. Se falta o apetite, o doente não come,
fica pálido e emagrece; se o apetite existe, a pessoa dispõe-se a comer, mas uma dor de
estômago impede-o de se alimentar. O estado geral torna-se inquietante; os intestinos, o
fígado (Ver nº 5), os rins (Ver nº 10) são atingidos e o doente enfraquece.

Causas: As causas derivam sobretudo de uma má, ou incompleta higiene. O álcool, os


maus alimentos ou insuficientes, ácidos ou condimentados, as indigestões repetidas
estão na primeira linha das causas directas deste género de doenças. Frequentemente, é
culpa dos doentes, que não respeitam um regime de higiene.

Dispepsia: É uma dificuldade de digestão ; é mais um sintoma, que uma afecção


particular.
O que se passa na digestão? Esta inclui movimentos do estômago e secreções do suco
gástrico. Se os movimentos não são normais, a digestão será difícil. Segundo o estado
do organismo, ocorrem diversos tipos de dispepsia com caracteres diferentes:
hipercloridria se existem ácidos em excesso; se as paredes do estômago estão fracas, se
existe relaxamento dos músculos, da nervosidade (Ver nº 8), se a mucosa está ulcerada
(Ver nº 19).
Se a má digestão é devida ao enfraquecimento (convalescentes e pessoas idosas) é
preciso fortificar o organismo. (Ver nº 3).

Gastrite: A gastrite é uma inflamação da mucosa do estômago que resulta geralmente


de um hábito de regime: refeições muito abundantes, abuso de condimentos, comidas
ácidas, insuficiência de mastigação, excesso de tabaco, resumindo, uso de alimentos mal
tolerados pelo estômago.

Gases, flatulência: O tudo digestivo contém sempre ar que introduzimos no nosso


organismo, com os alimentos. Este gás acaba por distender o estômago e os intestinos, e
provoca vários tipos de mal-estar, tais como inchaço, náuseas, cãibras no estômago; os
gases são originados por uma inflamação geral do tubo digestivo, devido
frequentemente às más combinações alimentares.
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TEXTO Nº 5

O FÍGADO
O fígado é uma enorme víscera que ocupa a parte superior direita do estômago. Está
separado por um sulco em lobo direito e lobo esquerdo.
O fígado exerce uma acção sobre a composição de sangue, a formação e destruição dos
glóbulos, sobretudo glóbulos vermelhos. A sua função especial é produzir açúcar. Pode-
se considerar que o fígado é composto por duas glândulas distintas que se penetram
reciprocamente: a glândula biliar que segrega bílis (aproximadamente 200 g/dia) e o
fígado glicogénico que produz açúcar, o qual é lançado nas veias. Esta função
glicogénica do fígado é regulada pelo sistema nervoso (Ver nº 8).
A bílis é lançada no intestino delgado pelo canal colédoco e actua na digestão intestinal
e na absorção, tanto na eliminação de elementos antigos, como na restauração de novos.
Os alimentos ingeridos são modificados pelo aparelho digestivo, resultando um suco
que vai alimentar o nosso organismo.
A inflamação do fígado é frequente e quase sempre acompanhada de um inflamação do
estômago e sobretudo de uma gastrite (Ver nº 4). Além das doenças digestivas
acompanhadas de dores, como é o caso da gastrite, o doente sente uma dor na região do
fígado, de opressão e batimentos cardíacos. Daí resulta a formação de elementos fétidos
que o sangue conduz para todo o organismo. A obstipação (Ver nº 1) e as dores de
cabeça (Ver nº 8) são frequentes.
Nas doenças do fígado, é indicada uma alimentação fácil de digerir para não cansar o
órgão. Por este motivo, deve-se beber leite desnatado e evitar as gorduras e os
condimentos. Comer frutos e legumes, sumo de rabanete negro e de dente-de-leão.
A formação de cálculos biliares na vesícula biliar exige a hospitalização e por vezes, a
operação.
Cada vez que a digestão é perturbada e que existem embaraços gástricos, o fígado fica
congestionado. O doente sente um peso na parte superior do abdómen, do lado direito,
uma dor surda que pode atingir o ombro; por vezes, ocorrem vómitos; a urina é
vermelha e contém bílis.
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TEXTO Nº 6

OS PERÍODOS MENSTRUAIS
Em cada mês, uma vesícula da superfície de um ovário amadurece e deixa sair um
óvulo. Este fenómeno é acompanhado por uma congestão sanguínea da matriz, em que a
mucosa interna se torna vermelha, turgescente, a tal ponto que deixa escapar pelos
capilares que sofreram ruptura, um corrimento sanguíneo, mais ou menos abundante,
variando em cada mulher.
É o que chamamos períodos menstruais que se sucedem em intervalos que variam entre
28 a 30 dias. Uma constituição débil ou má alimentação retardam o aparecimento da
primeira menstruação; por outro lado, uma boa higiene, uma boa alimentação tornam-na
precoce.
Frequentemente, os períodos menstruais são acompanhados de complicações, mesmo
nas mulheres com boa constituição, tais como peso nos rins, os seios e os órgãos muito
sensíveis; muitas vezes, neste período, as mulheres tornam-se irritáveis e caprichosas,
observam-se distúrbios digestivos e vasculares, ocorrem dores na região lombar ou na
bacia, sem que exista nenhuma lesão no útero. A duração dos períodos menstruais é
variável segundo a pessoa, mas em média, duram de 4 a 8 dias. Com o período
menstrual, coincide o desenvolvimento periódico de uma vesícula e, em seguida, de um
óvulo. Em caso de fecundação, não ocorrem os períodos menstruais durante toda a
gravidez nem durante o período de aleitamento. Se o período menstrual não tiver uma
duração idêntica à do mês anterior, ou surgir com um avanço ou atraso significativo, ou
mesmo se a quantidade ou cor de sangue não for o mesmo, a mulher deverá resolver
esta situação, mesmo que não sinta nenhuma dor.

Menopausa: Entre os 40 e os 50 anos de idade, deixa de existir período menstrual. É a


idade da menopausa ou idade crítica.

Amenorreia, Atraso, Ausência Natural ou Supressão da Menstruação: A


menstruação pode faltar no seguimento da inflamação da matriz ou seus anexos, de uma
dieta severa, de um grande desgosto, ou de uma anemia e em geral, todos os tipos de
doenças crónicas.
A menstruação pode sofrer um atraso devido a uma emoção, um grande cansaço, etc. A
mulher pode sentir vertigens, dores de cabeça, acessos de calor, dores nos rins (Ver nº
10), problemas nervosos (Ver nº 8), males do estômago (Ver nº 4).

Dismenorreia, Menstruação Difícil e Dolorosa: Provoca sensação de picadas na


região lombar ao nível dos rins, cólicas uterinas irradiando para os flancos e para as
coxas, ataques de nervos (Ver nº 8).

Metrite: A metrite é a inflamação da matriz; pode-nos dizer que todas as mulheres terão
esta afecção ou já tiveram. A metrite é muito frequente e constitui a principal causa de
todos os sofrimentos que perturbam a existência da mulher.
Todas as vezes que uma mulher sente dores vagas, mal definidas e persistentes,
podemos afirmar, sem dúvida, que terá qualquer coisa do lado do útero.
Os abortos, a anemia, a falta de alimento ou de exercício, a deslocação ou a queda da
matriz, a vaginite são geralmente as causas da metrite. Os sintomas mais constantes são
as dores no baixo ventre, nos rins, nos flancos, nas virilhas prolongando-se até às
pernas. A obstipação (Ver nº 1) é frequente e ocorrem leucorreias ou percas amareladas.
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A pessoa torna-se irritável, excitada, apresenta uma tristeza sem causa, lágrimas, crises
de nervos, nevralgias, gastralgias, dores frequentemente intensas.

TEXTO Nº 6

A VAGINA
No seguimento das perturbações internas das menstruações, surgem frequentes
corrimentos externos.

Vulvite: A vulvite é a inflamação da vulva. É provocada por anemia, vaginite,


leucorreia. Os grandes lábios ficam intumescidos e tornam-se dolorosos, ao ponto de
impossibilitar o andamento e o trabalho. Neste estado surge, um escorrimento purulento
que mancha a roupa de verde amarelo ou branco; rapidamente a inflamação atinge os
tecidos vizinhos provocando calor e prurido que obrigam a doente se coçar
constantemente.

Vaginismo: Consiste em dores agudas que provocam contracções espasmódicas dos


músculos da vulva e da vagina. As suas causas são pequenas ulcerações da vulva, da
vagina, das hemorróidas, fissuras (Ver nº 14) e as doenças nervosas (Ver nº 8). É
frequente a sensação de calor e de ardor.

TEXTO Nº 7

A BRONQUITE
A constipação: É a primeira e a mais ligeira “forma de bronquite”. Surge a seguir à
inflamação da traqueia que é provocada pelo frio, humidade e pelos germes.
Com efeito, o frio traz uma grande perturbação ao organismo. O sangue chega em
quantidades exageradas aos vasos e provoca a congestão da mucosa traqueal. Por vezes,
a inflamação atinge os brônquios e agrava-se. Uma simples constipação negligenciada
pode degenerar em bronquite e até em pneumonia.
Quando uma constipação não pode ser controlada, a inflamação atinge a mucosa dos
brônquios que se congestiona e segrega em abundância, um líquido espesso. O doente
sente dores, tem febre e a respiração é difícil. No início, a tosse é seca, penosa, fatigante
e ocorre na forma de ataques violentos; seguidamente a expectoração destaca-se
facilmente, torna-se muito abundante e a tosse é menos fatigante. A inflamação é menos
fatigante. A inflamação estende-se cada vez mais e a expectoração branca torna-se
amarela; é a bronquite aguda.

A bronquite crónica: Se uma tosse dura duas ou três semanas, e tanto aparece húmida
como seca, é porque a inflamação dos brônquios persiste e se tornou crónica.
Não se pode negligencias esta situação. É preciso agir rapidamente se se quer recuperar.
Se a bronquite crónica é negligenciada, a inflamação atingirá os pulmões e provocará
uma doença ainda mais grave, congestões pulmonares, asma, pneumonias, pleuresias
(Ver nº 12) e eventualmente, a tuberculose.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

A inflamação dos brônquios é caracterizada por ataques violentos de tosse, longos e


muito penosos, que se repetem frequentemente. O andamento mais acelerado, uma
conversão um pouco mais longa, tudo provoca um ataque de tosse. O doente liberta
expectoração, frequentemente, que se revela espessa e amarelada; ele sente uma grande
dificuldade na respiração e esta é, por vezes, sibilante. Não apresenta febre e conserva o
seu apetite. Frequentemente, é atormentado por violentas angústias.
O frio, a humidade, o nevoeiro provocam acessos de bronquites ou recaídas. Esta
afecção, geralmente não é grave, mal tratada, ela provoca complicações de grande
gravidade.
Evite os produtos lácteos e o açúcar.

TEXTO Nº 8

OS NERVOS
São conhecidas muitas doenças nervosas, sem que o sistema nervoso esteja alterado ou
sem que se possa descobrir a mínima lesão nos órgãos. Designam-se por neuroses.
Uma das causas pode residir na alteração do sangue, no mau funcionamento do tubo
digestivo (Ver nº 4) e do fígado (Ver nº 5). Os desgostos, o aborrecimento, o isolamento
moral estão muitas vezes na origem desta situação. O doente tem crises de nervos; todos
os sentidos estão perturbados. É preciso encontrar a causa e seguir o tratamento com
regularidade.
As necessidades de vida aumentam cada dia e obrigam-nos a um excesso de trabalho
que fatiga os músculos, o cérebro e enfraquece o organismo. O operário ou o
trabalhador é obrigado a trabalhar durante longos períodos de tempo, sem poder
repousar suficientemente. O empregado de escritório passa longas horas debruçado
sobre os papéis, é sujeito a preocupações contínuas, é negligenciada a sua alimentação
(Ver nº 4). Desta sobrecarga resulta o enfraquecimento dos nossos órgãos, sobretudo do
cérebro e da medula, a fadiga nervosa que, no conjunto, constitui a neurastenia que
todos os dias faz vítimas de todas as classes da sociedade.
O excesso de prazer, de serões (vigília), as excitações de toda a natureza, o sofrimento,
os suspiros provocam um grande dispêndio nervoso e conduzem igualmente à
neurastenia.
O homem activo torna-se mole, frouxo e fraco, perde a sua memória, o sono é agitado e,
ao acordar sente-se mais cansado que à noite; não tem apetite (Ver nº 3), o dispêndio de
energia intelectual e física não é reconstituída, os sistemas muscular e nervoso estão
enfraquecidos, o sangue encontra-se cada vez mais fraco (anemia). As digestões não são
normais, sente lufadas de calor com náuseas, a obstipação (Ver nº 1) é constante, as
pernas não seguram bem o corpo. Por vezes, o indivíduo sente deslumbramentos e
vertigens, sente que as forças lhe fogem, a face é pálida, apresenta-se magro; trata-se de
uma debilidade completa.
Por vezes sente dores na nuca, na cabeça, dores por baixo dos rins, um mau
funcionamento dos órgãos, na mulher (Ver nº 6), assim como hipertensão (Ver nº 11).
O seu espírito é atormentado por vários medos: a solidão, a multidão, os espaços vazios
ou fechados, os acidentes causam-lhe grande angústia, um grande temor, mas é
principalmente o medo das doenças que provoca o terror.
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TEXTO Nº 9

A PELE: ACNE

Doença de pele: As doenças de pele podem ser causadas, por um mau funcionamento
do tubo digestivo (Ver nº 4).
Se o estômago digere mal, se o fígado está doente (Ver nº 5), o produto da digestão será
alterado, assim como o sangue, resultando daí, um distúrbio geral na nutrição dos
nossos órgãos e da pele. A doença pode durar muito tempo e apenas ceder perante um
tratamento enérgico. As doenças de pele são caracterizadas por erupções, borbulhas,
pústulas, vermelhidão, que aparecem acompanhadas da sensação de prurido,
formigueiro e por vezes de dor.
Estas erupções são produzidas pelo amargor e os humores de que o sangue se
desembaraçou rejeitando-os pela pele. Quando o sangue está saturado de novo, estas
impurezas invadem a pele novamente. Todas estas manifestações nascem, vivem e
perpetuam-se de uma forma crónica.

Acne: Na espessura da pele, existe um grande número de pequenos órgãos ou folículos


que segregam uma matéria gorda. Devido à presença de um parasita forma-se um
pequena inflamação, seguida de borbulhas que se esvaziam após alguns dias de
existência, deixando manchas vermelhas que desaparecem lentamente. Estas invadem a
testa, a face, o pescoço e os ombros. Cada erupção é rapidamente substituída por uma
outra. Assim se processa a acne ordinária ou “acne sebácea”.

Acne Rosácea: Se a acne foi negligenciada, as borbulhas e a vermelhidão invadem


completamente o rosto, renovando-se sem cessar formando manchas: as faces ficam
inchadas, espessas e repletas de pequenas veias dilatadas congestionando-se facilmente.
É a “acne rosácea” que dá ao indivíduo uma coloração violácea e um aspecto lívido
pouco agradável.

Acne sebácea: É a forma mais frequente. Ocupa preferencialmente o rosto, as costas, o


tórax e observa-se nos indivíduos de pele gorda e brilhante. Os indivíduos atingidos
apresentam problemas gastrointestinais (Ver nº 1), uma menstruação defeituosa (Ver nº
6), anemia (Ver nº 3), dores de cabeça (Ver nº 8).
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TEXTO Nº 9 A

A PELE: ECZEMA – PSORÍASE


Eczema: De todas as doenças de pele, o eczema é a mais difundida: trata-se de uma
afecção inflamatória da pele e das membranas mucosas. Na sua evolução, o eczema
passa por três períodos:

Período de formação - Na maioria dos casos, começa por aparecer um considerável


número de vesículas ou de ampolas. Noutros casos, o eczema começa pela erupção de
pequenas borbulhas grossas, como cabeças de alfinete, de coloração rosa. Também
acontece frequentemente, a pele manter a sua coloração normal, mas descama-se e cai
com o aspecto de poeira fina; surgem então fissuras, com o escorrimento característico.

Período de escorrimento – A lesão primitiva tende sempre para ulcerações ou fissuras


que deixam escorrer um líquido abundante, pegajoso, amarelo, que molha a roupa e
termina formando crostas. Após a queda das crostas resta uma superfície esfolada,
vermelha com pequenos pontos espalhados.

Período de descamação – Após um período de tempo variável, a superfície escoriada


seca, cicatriza e torna-se um lugar de escamação epidérmica incessante: a pele é
reluzente, as lamelas são inicialmente largas tornando-se cada vez mais pequenas e finas
como uma linha. O eczema é acompanhado de sensação de calor e prurido doloroso e
encontra-se em todo o corpo, sendo mais frequente nas pernas, mãos e antebraços.
Eczema das pernas – É o mais frequente e o mais grave. O eczema das pernas pode ser
considerado como ponto de partida de feridas e úlceras varicosas.

Eczema da face – Apresenta-se na forma de crostas e ocorre frequentemente no


seguimento de um eczema do couro cabeludo.

Existe ainda o eczema das pálpebras, dos lábios, das mãos e dos pés, etc. Devido a
irritações múltiplas nas mãos e nos pés existe frequentemente um espessamento da pele.

Psoríase – É caracterizada por elementos escamosos brancos nacarados que recobrem


uma superfície vermelha reluzente e apresentam um pontilhado hemorrágico, mais ou
menos constante. Estas placas brancas destacam-se na forma de lamelas ou poeiras
esbranquiçadas. Localiza-se especialmente nos cotovelos, nos joelhos, nos membros e
no couro cabeludo. Os formigueiros são pouco acentuados, mas o prurido é intenso. Os
ataques de psoríase podem ser frequentemente provocados por excessos de regime,
doenças de estômago (Ver nº 4) ou do fígado (Ver nº 5), por emoções, medos, choques
nervosos (Ver nº 8). A psoríase prateada revela uma pele farinhenta.
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TEXTO Nº 10

RINS – BEXIGA
Urinas: A urina pode ser carregada ou abundante em graus diferentes conforme o
estado geral de saúde. Na albuminúria, a urina é fortemente espumosa e na diabetes de
açúcar, a urina contém açúcar.
A quantidade de urina emitida em 24 horas é variável de acordo com quantidade líquido
absorvido e o grau de transpiração. Proporcionalmente ao seu tamanho, as crianças
emitem mais urina que os adultos.
No estado de saúde, a urina é amarelada; nos diabéticos, nas doenças nervosas e em
caso de enxaqueca, a urina é incolor. Quando se tem febre, a urina é amarela
avermelhada ou castanha esverdeada. Nas doenças da bexiga, o seu odor é fétido,
amoniacal.

Rins: Os rins são em número de dois e encontram-se um de cada lado da coluna


vertebral, atrás do estômago e dos intestinos. Têm por missão segregar urina, filtrar o
sangue e reter os resíduos e o ácido úrico, que é a causa das doenças diabéticas,
libertando-os na urina para o exterior do organismo.
Os rins são pois, dois filtros indispensáveis ao organismo para separar a urina do
sangue, retirando as substâncias prejudiciais que o sangue recolhe no organismo.
Muitas doenças têm origem na congestão ou obstrução dos rins. Logo que os rins
funcionam mal, o sangue é mal filtrado e permanece carregado de venenos, cujos efeitos
tóxicos não tardarão a se manifestar. O indivíduo é intoxicado pelo ácido úrico e
manifesta um ou vários dos seguintes sintomas: dores nos rins, nas costas, no baixo-
ventre e dos lados; a urina é turva, leitosa, filante e deixa um depósito avermelhado ou
esbranquiçado, o odor é, por vezes, fétido; a necessidade de urinar é frequente, a bexiga
fica irritada, os batimentos do coração tornam-se irregulares, os membros incham, com
inchaço dos olhos, o doente tem cãibras nas pernas.
O mau estado dos rins provoca igualmente lassitude, debilidade, fraqueza, perca de
energia, gota, reumatismo (Ver nº 2), lumbago, tremuras, perca de apetite (Ver nº 3), e
dores de cabeça (Ver nº 8).

A bexiga, dificuldade em urinar: A “disúria” é a dificuldade em urinar. A “anúria” é a


ausência de urina na bexiga. a retenção é o bloqueio da eliminação de urina que é
acumulada na bexiga. no estado normal, a urina eliminada pelos rins, desce ao longo
dos tubos membranosos, designados “ureteres” e cai, gota a gota na bexiga onde se
acumula até sair pela uretra, cujo orifício vesical é controlado por um esfíncter. A
bexiga não é mais que um reservatório que contém uma certa quantidade de líquido, até
que este saia para o exterior fazendo sentir essa necessidade. Nesse momento a bexiga
contrai-se sobre a urina, o que força a resistência dos esfíncteres e permite a eliminação
pelo canal da uretra. Mas se as membranas da bexiga se encontram paralisadas de modo
a não se contrariem, a urina continua a acumular-se, a distender o órgão: é a retenção.
Frequentemente, a urina cai aos pés do doente e diz-se que a bexiga é preguiçosa. Este
estado resulta de um enfraquecimento do sistema nervoso (Ver nº 8).
A retenção pode ser o resultado de um enfraquecimento devido à distensão exagerada
da bexiga (como o que acontece quando não podemos satisfazer a necessidade de
urinar), pode também ser devida a uma obstrução da próstata, ao estreitamento do canal,
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ou a qualquer outro obstáculo. A retenção urinária é acompanhada de dores intensas no


baixo-ventre.

Incontinência urinária: É a saída involuntária de urina. É frequente após os 7 anos que


se declara incontinência nocturna, podendo ser causada pelas emoções morais, o medo,
em particular, tanto nas crianças, como nos idosos, um regime alimentar demasiado
excitante ou picante podem ser a principal causa da incontinência; trata-se de uma
nevrose que se traduz por uma irritabilidade excessiva da bexiga.

TEXTO Nº 11

CIRCULAÇÃO DO SANGUE – PRESSÃO ALTA


(HIPERTENSÃO)

Existem dois tipos de problemas de circulação que provocam a elevação da pressão


arterial. A primeira é física, devido aos resíduos calcários e ao mau funcionamento dos
rins; a Segunda é psíquica devido ao nervosismo, mais frequente nos jovens.

O físico: As artérias devem permanecer maleáveis para assegurar uma boa circulação
do sangue. O seu endurecimento provoca o envelhecimento prematuro, a
arteriosclerose.
As artérias são canais muito espessos que recebem o sangue arterial e o transportam a
todo o corpo. Se a eliminação dos resíduos de ácido úrico é lenta (Ver nº 10), o que
acontece a partir de uma certa idade, variável com o indivíduo, as impurezas do sangue
acumulam-se nas artérias e acabam por obstrui-las. Preenchidas pelos resíduos
calcários, as artérias sofrem um endurecimento fibroso e o coração bombeia o sangue
com mais força, para que esta atinja as artérias mais longínquas.
Nesta situação, o coração não tem apenas de fazer o sangue chegar a todas as artérias,
mas também tem de vencer os obstáculos (resíduos e endurecimento das artérias). Para
tal, é preciso redobrar o esforço para cumprir a sua tarefa, e daí a pressão arterial
elevada.
É indispensável impedir a obstrução das artérias, combatendo-a energicamente,
sobretudo a partir de uma certa idade, senão pode sofrer-se consequências graves, tais
como: congestão, sufocação, hemorragia cerebral e arteriosclerose.

O psíquico: Os que têm uma mentalidade colérica (Ver nº 8) manifestam uma subida de
pressão cada vez que se irritam e se contrariam, geralmente a propósito de coisas
simples. Mais tarde, a pressão permanece alta e surgem problemas crónicos das artérias.
O hábito de se irritar sem parar, conduz à hipertensão crónica. É preciso evitar o sal e a
carne vermelha (porco fresco e vaca) e começar uma nova adaptação a uma
“descompressão mental”.
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TEXTO Nº 12

A ASMA
A asma é uma doença nervosa das vias respiratórias, caracterizada por crises nervosas
de opressão, provocadas pela convulsão dos músculos inspiradores da respiração e dos
músculos dos brônquios.
As paredes dos brônquios estão cobertas de mucosidades cuja secreção é devida à
respiração de poeiras. O nevoeiro pode provocar acessos de asma. O doente sente uma
enorme dificuldade em respirar. A opressão ocorre por acessos bruscos e geralmente de
noite.
De entre as numerosas causas de asma, encontra-se uma predisposição hereditária. Por
outro lado, os vapores, os odores, os fumos irritantes, as poeiras, os risos violentos, a
inflamação do fígado (Ver nº 5), as más digestões, o abuso do álcool, as emoções fortes,
os trabalhos intelectuais, também provocam esta afecção.
O clima, a temperatura, a humidade, a alimentação, todos estes factores desempenham
igualmente um papel na manifestação da asma, bem como o esforço.
Uma irritação da garganta, dores de cabeça, dores vagas são sinais precursores de um
ataque que virá geralmente de noite, quando o doente está deitado.
Abatido, muito pálido, o rosto e as pálpebras lívidas, os olhos congestionados, os lábios
violáceos, o asmático está sujeito a uma angústia, uma sensação de opressão no peito, a
respiração torna-se difícil e com pieira, o doente sente-se embaraçado e procura ar
fresco; procurando facilitar a respiração, senta-se na sua cama, o corpo dobrado em
dois, faz todos os esforços para respirar o ar que lhe falta e a angústia é extrema.
Faz-nos crer que a asfixia está próxima, as faces cobertas de suores, os lábios por vezes
violáceos. A crise pode durar 2 a 6 horas e pode terminar eventualmente por uma
expectoração compacta cinzenta, ligeiramente espumosa e ataques de tosse.
Finalmente, se forem tomadas medidas médicas adequadas, a respiração regulariza-se e
torna-se normal.
A história do tratamento da asma é interessante, uma vez que não existe um
medicamento sintético para esta doença.
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ALGUMAS REACÇÕES ALÉRGICAS


E OS FACTORES QUE AS DESENCADEIAM

Alergia não transmitida


Alergia Pela IgE:

IgE (ou outros anticorpos)


transmitida pelo Produtos químicos
Medicamentos, aspirinas,
Mastócitos anestésicos
IgE: ou células Aditivos alimentares, cafeína
basófilas Factores físicos: o frio, o calor
Infecções (sobretudo virais)
Alimentos Exercício
Poeira Emoções

Libertação de mediadores
(histamina e outros)

Reacções do corpo

Inchaço Alteração Espessament Outros


Inflamação
Urticária Enxaqueca e
(pele) no tónus o das Artrite
Depressão, (articulação
irritabilidade muscular mucosas outras dores de
ansiedade,
Hiperactividade cabeça.
(cérebro).
Asma Nariz que pinga
bronquite ou sempre Eczema (pele)
(vias Prurido
respiratórias) Náuseas
Vómitos
Inchaços
Diarreia
Colite
Obstipação
(aparelho
Gastrointestinal)
O esquema mostra uma grande variedade de factores no regime alimentar ou no meio ambiente
para desencadear a alergia e produzir distúrbios em numerosas partes do corpo.

Fonte: Adaptação de “Diagnostic Methods to Demontrate IgE Antibodies: Skin Testing Techniques” por
W.T. Knicker e alii, Bulletin of the New York Academy of Medecine, sept. 1981.
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TEXTO Nº 13

OBESIDADE
A obesidade é caracterizada pela forma anormal de tecidos gordos que se acumulam em
todos os órgãos e principalmente sob a pele, no ventre, no pescoço e nas ancas.
O excesso de gordura destrói não somente as formas harmoniosas das mulheres e a
beleza das pessoas, como também altera a saúde. As substâncias gordurosas que
ingerimos são geralmente utilizadas para ajudar a respiração e produzir em nós, calor
animal. Quando a gordura não é completamente utilizada pelas necessidades do nosso
organismo, invade o coração (Ver nº 20), os rins (Ver nº 10), os músculos, os pulmões,
o fígado (Ver nº 5), os intestinos (Ver nº 1 e nº 4), o que comprime os órgãos e entrava
as funções do organismo: é por isso que as pessoas ficam ofegantes e facilmente
sufocam ao mínimo esforço. O movimento e a marcha tornam-se lentos pesados e
penosos; a fadiga surge facilmente.
As digestões tornam-se difíceis; após as refeições, o sono torna-se uma necessidade
impetuosa, a respiração é difícil, as noites são agitadas; o indivíduo está sujeito a
palpitações (Ver nº 20), a aneurismas (Ver nº 2). A asma (Ver nº 12) e a albuminúria
são também muito frequentes nos obesos.
Mas antes de atingir este estado de obesidade, que altera a saúde, a gordura persistente
destrói a graça das formas e o charme da juventude, os tecidos gordos invadem todas as
partes do corpo, fazendo desaparecer o traço inicial das linhas do corpo. A roupa não
fica bem, o ventre engrossa, o pescoço aterra sobre os ombros, a face parece soprada e
tem uma expressão apática, podemos dizer que desaparece toda a distinção.
As pessoas obesas sentem-se frequentemente incomodadas por observação a seu
respeito, em lugares públicos. Podem rejeitar a vida social para evitar a sensação de
desconforto emocional. No entanto, o emagrecimento antes de mais, proporciona prazer
e a queda da barreira para a conquista da realização e da aceitação de si mesmo.
“Como emagrecer”: A causa é uma vida secundária, uma alimentação muito abundante,
a inactividade física, mas é sobretudo um mau funcionamento do fígado (Ver nº 5),
numa nutrição insana. Nas mulheres, a causa é frequentemente a irregularidade dos
períodos menstruais (Ver nº 6) e a menopausa (Ver nº 18).
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TEXTO Nº 14

HEMORRÓIDAS: DOLOROSAS – SANGRENTAS


As hemorróidas são varizes que se localizam no orifício do ânus onde formam tumores
de volume e consistência variáveis.
Quando as hemorróidas constituem um obstáculo à defecação e tendem a degenerar,
quando os sangramentos se tornam frequentes, quando as dores são violentas e retiram o
sono, o apetite e se tornam um incómodo para as ocupações habituais, quando, devido
ao escorrimento com a dor que produzem, nos obrigam a tomar determinadas posições a
andar, as hemorróidas constituem uma verdadeira doença, um suplício em cada dia. É
preciso recorrer, de início, a um tratamento conveniente para tentar eliminar as
hemorróidas com o risco de surgirem complicações, tais como fístulas, fissuras, queda
do recto, a digestão e as grandes funções do organismo podem mesmo alterar-se, assim
como pode afectar a moral.

Predisposição: Os temperamentos sanguíneos e biliosos são predispostos a


hemorróidas; a gravidez e a menopausa (Ver nº 18) contribuem para que esta afecção se
torne frequente nas mulheres; mas a principal causa é a alimentação abundante, a
obstipação habitual (Ver nº 1), as inflamações do intestino grosso, a posição prolongada
sentado ou de pé, os enfartamentos do fígado (Ver nº 5).

O doente sente um mal-estar geral, dores no estômago, flatulências, obstipação e dores


lombares. Manifesta-se um peso e calor na região anal assim como a sensação de um
corpo estranho no recto, o que conduz à necessidade frequente de ir à casa de banho. A
região anal é dolorosa e esta dor estende-se até à anca. Em certos casos, os tumores
produzem um fluxo mucoso, designando hemorróidas brancas.
No período de congestão, as hemorróidas apresentam-se sob a forma de tecidos
violáceos resistentes e desaparecem por pressão, para reaparecerem uma vez terminada
a pressão. O escoamento de sangue em geral, por um escorrimento que aumenta até ao
3º dia, a partir do qual, decresce. Depois reaparece durante certos períodos que se
assemelham ao fluxo menstrual. O sangue, tanto é negro, como vermelho. O verdadeiro
fluxo hemorroidal não existe sem tumor, mas os tumores podem existir sem fluxo: trata-
se de hemorróidas secas.
Acontece que os tumores hemorróidas saem pelo ânus no momento da evacuação e são
estrangulados pelo esfíncter anal, inflamando-se, o que provoca uma sensação de calor
ardente. Sendo as hemorróidas o resultado da congestão venosa do intestino grosso,
podemos compreender a importância de evitar o entupimento do tubo digestivo. Se a
massa hemorroidal cheia de sangue sai, é necessário proceder à sua redução com
unguentos afim de evitar o seu estrangulamento.
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TEXTO Nº 15

AS AMÍGDALAS
As amígdalas são duas glândulas com forma de amêndoa que se encontram à entrada de
cada lado da garganta e fabricam um líquido muito escorregadio que facilita a passagem
dos alimentos sólidos.

Hipertrofia das amígdalas: As crianças que têm as amígdalas grossas mantêm a boca
aberta; à mínima corrente de ar ou frio nos pés, as amígdalas incham tornam-se
volumosas, tapam a garganta e dificultam a fala e a respiração.
As amígdalas apresentam-se vermelhas, inchadas, cobertas de pontos amarelos e
encontram-se aí grandes quantidades de mucosidades. A hipertrofia das amígdalas
predispõe à surdez.
As amígdalas mesmo hipertrofiadas ou degeneradas constituem uma preciosa barreira
para os germes de uma série de doenças e para as poeiras prejudiciais que se encontram
no ar inspirado. E é sem razão que se pratica frequentemente a sua ablação que
apresenta o grave inconveniente de deixar penetrar pela boca e pela laringe os micróbios
prejudiciais, podendo provocar graves doenças.
A inflamação das amígdalas é provocada pela poeira e pelos micróbios; basta combatê-
los desde o início para evitar uma hipertrofia das amígdalas e, mais tarde, uma operação
sangrenta. Para fazer desaparecer a inflamação deve-se gargarejar com bicarbonato de
sódio várias vezes ao dia.

TEXTO Nº 16

PARASITAS INTESTINAIS
Vermes intestinais: Os vermes intestinais são raros nos bebés que mamam e aparecem
geralmente aos três anos. Podemos reconhecer que uma pessoa tem vermes quando os
encontramos nas fezes.
Geralmente, os vermes são devidos à alimentação. Os vermes intestinais mais
frequentes nas crianças e nos adultos são os oxiúros. São provenientes de ovos
existentes nalguns alimentos e a sua evolução no intestino provoca diversos problemas.
Podem surgir náuseas, diarreia, o rosto está pálido e sente comichões no nariz. De noite,
surgem pesadelos e ranger dos dentes. Pode-se tornar anémica e emagrecer. Se os
vermes passam para o estômago, vão surgir vómitos e se subirem até à garganta
provocam uma tosse seca e incessante. Durante a noite, enquanto a pessoa está deitada,
os vermes aparecem no ânus onde provocam prurido comichões insuportáveis,
obrigando o indivíduo a se coçar.

Bicha-solitária: Este é um verme plano, formado por uma colecção de anéis,


representando cada um o animal completo e estão soldados uns aos outros para formar
uma longa fita esbranquiçada com um comprimento de 3 a 15 cm. Estes fragmentos
destacam-se da bicha-solitária.
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A extremidade onde se encontra a cabeça está muito retraída; a cabeça possui quatro
ventosas à volta da boca. Distinguem-se dois tipos de bichos solitários: a bicha-solitária
que vive primeiro como parasita no intestino dos animais e depois no do homem. O
verme do porco tem a cabeça muito pequena e armada de ganchos que servem para se
fixar às paredes dos intestinos. As pessoas que soa atingidas pela bicha-solitária sofrem
problemas gástricos, cólicas e comichão no ânus. Reconhece-se a sua presença através
dos anéis eliminadas com as fezes.

Verme do porco: O ovo vive no intestino do porco onde o embrião se instala nos
músculos. Assim que o homem ingere carne crua ou ligeiramente cozinhada, o embrião
fixa a sua cabeça no intestino do homem pelos seus ganchos, os anéis vão crescendo e
produzem ovos. De seguida, os anéis destacam-se e são eliminados com as fezes.

Verme de vaca: O ovo vive na vaca como no porco. É por isso que devemos comer a
carne de vaca bem cozinhada.

É preciso expulsar a bicha-solitária, inteira com a cabeça, uma vez que seja qual for o
comprimento expulso, se a cabeça não for expulsa, o verme reproduz-se.

TEXTO Nº 17

FERIDAS
Feridas, cortes, inchaços: Ter sempre um unguento em casa para tratamento imediato.

Unguento para bebés: (menos de 5 anos) – Eczemas, borbulhas, vermelhidão


provocada pelo uso externo de uma substância irritante, pelo frio, pelo calor.

Calos nos dedos dos pés: As calosidades são provocadas pela fricção do sapato no pé.
Os calos são provocados pelos sapatos mal ajustados dos pés.

Verrugas: São excrescências arredondadas brancas ou cinzentas que surgem


geralmente nas mãos.
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TEXTO Nº 18

MENOPAUSA

Na mulher, o desaparecimento dos períodos menstruais, corresponde geralmente à


cessação da função ovárica e designa-se por menopausa.
A supressão natural dos períodos menstruais geralmente surge entre os 45 e 50 anos,
mas este período pode variar segundo o clima e diversas circunstâncias.
A idade crítica não surge bruscamente. Antes de tudo, a mulher constata algumas
irregularidades: tanto a menstruação é abundante, como quase insignificante e os
períodos menstruais tornam-se irregulares. Assim que as funções menstruais cessam,
surgem frequentemente situações de mal-estar, dores e até problemas como
hemorragias, vertigens, palpitações, acessos de calor, calor súbito no rosto, gastralgias
(Ver nº 4), problemas nervosos (Ver nº 8), dores de cabeça, peso no baixo-ventre (Ver
nº 10), dores nos rins, lassitude (Ver nº 3), tristeza.
Mas a mulher que está próxima deste período, não se deve assustar. É certo que a
supressão de uma função importante não ocorre sem trazer alguns problemas ao
organismo.
Também é certo que a mulher de boa saúde atravessará este período crítico muito
facilmente e sem consequências complicadas se, ao aproximar desta fase, tiver o
cuidado de seguir um tratamento depurativo desde que sinta um distúrbio ou uma
alteração de saúde.
É preciso não esquecer que durante este período, os problemas nervosos normais
agravam-se. Qualquer irritação ou dificuldade da vida que se agrava é tratada durante a
menopausa.
A menopausa dura aproximadamente 7 anos (se a pessoa foi operada durará mais
tempo), o tratamento será seguido durante 2 meses ou até que os afrontamentos sejam
controlados e, depois disso, voltar ao tratamento unicamente quando os afrontamentos
se repetirem.
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TEXTO Nº 19

ÚLCERAS DO ESTÔMAGO
No seguimento de uma gastrite crónica, os folículos na vizinhança do piloro se forem
atingidos produz-se uma ulceração que, por extensão, pode abranger todo o contorno do
órgão.
A superfície mucosa fica inchada. A úlcera é causada pela hereditariedade, tensão
nervosa, ingestão de bebidas muito frescas ou alimentos muito quentes, especiarias e
ácidos.
A úlcera é uma doença séria mas que frequentemente se elimina se o tratamento é
apropriado e se seguir o regime indicado. O doente com úlcera sente dores horríveis no
cimo da cavidade epigástrica, que se podem prolongar até à cavidade dorsal. A dor
parece queimar e é lancinante. Os alimentos irritantes exasperam o doente e aumentam
o seu sofrimento; em seguida surgem os vómitos, que terminam com o sofrimento por
alguns instantes.
O duodeno, a parte do intestino que se liga ao estômago é frequentemente a zona de
ulceras, em cerca de 90% dos casos. Aqui é a zona das dores, duas horas após as
refeições. Se a úlcera se situa no piloro (o músculo que separa o estômago do intestino)
as dores começam meia hora após cada refeição. O ácido clorídrico do estômago, que é
sempre excessivo num caso de úlcera, continua a irritar e a manter a úlcera aberta. Daí,
o tratamento se constituir parcialmente de uma dieta. É uma dieta de alimentos que não
irritam o estômago, como é o caso do leite, sopa em creme, ovos, carne magra, batatas
em puré, doces em creme, sêmola bem cozida.
Os alimentos mais irritantes são: as especiarias, o pão (excepto se for torrado), os fritos
e os ácidos

TEXTO Nº 20

O CORAÇÃO
O coração está encarregado de enviar sangue para o organismo.
As afecções do fígado (Ver nº 5) ou dos rins (Ver nº 10) e os reumatismos articulares
(Ver nº 2) podem ser frequentemente as principais causas das doenças do coração. O
mau funcionamento do coração provoca opressão, palpitações, falta de fôlego,
congestão pulmonar e hidropisia. A respiração torna-se difícil, as pernas incham e as
urinas são raras.
Como podemos ver, as afecções do coração não constituem doenças propriamente ditas,
mas sim uma alteração no mecanismo do órgão e podem ser consideradas como uma
enfermidade que permite viver muito tempo, se se tiver o cuidado de evitar tudo o que a
pode agravar. O doente e os que o rodeiam não devem esquecer que o coração é o único
órgão que nunca repousa; bem regulado ou atingido por uma enfermidade, deve sempre
trabalhar. Por isso, devemos andar calmamente, evitar a fadiga e as emoções; as pessoas
que rodeiam o doente, devem evitar qualquer causa de irritabilidade.
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Endocardite: É a inflamação da membrana que reveste o coração, sobretudo as


válvulas; provoca opressão, angústia, palpitações e constituem a causa mais frequente
das doenças do coração.
O doente sente um peso ao nível do coração e mal-estar, a digestão é difícil, as pernas,
as coxas e o tronco acabam por inchar. A endocardite surge na sequência do
reumatismo, gota, difteria, varíola, excesso de fadiga, gravidez.

Embolia: Obliteração brusca de um vaso por um coágulo de sangue, que se formou


noutra parte do corpo e que foi conduzido espontaneamente pela circulação sanguínea.

Angina de peito: É uma nevrose do coração, uma nevralgia cardíaca muito dolorosa,
aparecendo inesperadamente. Subitamente, ou no seguimento de uma emoção ou de
uma fadiga, o doente é atacado na região do coração por uma dor lancinante que se
irradia em diversas direcções; frequentemente, a dor atinge o braço esquerdo, a mão e os
últimos dedos, a pela da mão torna-se pálida. A dor é acompanhada por uma sensação
terrível de constrição; o doente tem a sensação que a vida se extingue e é incapaz de
fazer respirações profundas.

Trombose : É a obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo de sangue. O que


distingue a trombose da embolia, é que na trombose o coágulo forma-se no próprio local
de obstrução no vaso sanguíneo e designa-se por trombo. A confusão cerebral é um a
trombose arterial, a flebite é uma trombose venosa.

TEXTO Nº 21

DIABETES
A diabetes de açúcar é localizada no pâncreas, um órgão situado atrás do estômago. O
pâncreas contém os “Ilhéus de Langerhans” que produzem a insulina para digerir o
açúcar do organismo.
Quando envelhecem, estes “Ilhéus” destroem-se gradualmente produzindo menos
insulina. Então, todas as pessoas ao envelhecerem, estão sujeitas ao diabetes
(insuficiência de insulina natural) mas, controlando a ingestão de açúcar, a pessoa pode
viver a sua vida sem dificuldade e sem medicação. No entanto, em certos casos, os
“Ilhéus de Langerhans” destroem-se mais rapidamente e surge a diabetes; quando isto
acontece é necessário excluir completamente o açúcar da alimentação e receber insulina
animal (geralmente de vitela) através de injecções ou insulina vegetal, por via bucal
com tratamentos de ervas.
Esta doença é caracterizada pela presença persistente de açúcar na urina e pelo aumento
da secreção urinária; pode surgir um emagrecimento mais ou menos rápido.
No estado normal, o sangue contém uma fraquíssima quantidade de açúcar; na diabetes
o organismo perdeu a capacidade de queimar o açúcar e a sua proporção atinge os 3%.
A urina pode conter 200 g a 800 g por dia.
Esta emissão provoca uma sede persistente e obriga o doente a beber frequentemente.
A diabetes não controlada apresenta a longo termo diversos sintomas muito graves, por
exemplo, úlceras em todo o corpo e a cegueira, úlceras varicosas nas pernas e
impotência sexual.
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TEXTO Nº 22

ÚLCERAS VARICOSAS
São úlceras que surgem na parte debaixo da perna, constituem a complicação frequente
e, por assim dizer, fatal das varizes.
Com efeito, os tecidos que envolvem as varizes estando mal nutridos por um sangue
estagnante tornam-se fracos, formando-se feridas que supuram continuamente sem
cicatrizar, durante meses ou anos.
A obstipação (Ver nº 1), as fadigas (Ver nº 3), o frio, a necessidade de ter sempre as
pernas flectidas e a diabetes predispõem as varizes à ulceração. As úlceras varicosas
ocasionam grandes sofrimentos e, com a evolução têm tendência para inchar.

TEXTO Nº 23 E 24

SINUSITE – FEBRE DOS FENOS


Sinusite: É a dilatação das veias nas cavidades da fronte, atrás do nariz e das
bochechas, acompanhada de uma secreção mucosa. Frequentemente é o resultado de
uma constipação da cabeça e provoca dores de cabeça.

Febre dos fenos: Para além das características da sinusite, a febre dos fenos provoca
comichões no nariz, espirros bastante frequentes, comichão nos olhos – onde a
conjuntivite está empolada e os olhos choram continuamente. Existe sempre uma
opressão e acessos de sufocação.
A sinusite é crónica devida particularmente à constipação ou a uma fraqueza hereditária
das vias respiratórias superiores.
A febre dos fenos é aguda, periódica devido às poeiras ou ao pólen das plantas da
Primavera e no Outono. É uma alergia, que caso não seja tratada, vai aumentando ano
após ano.
Nos dois casos, o tratamento é constituído por uma limpeza completa das vias
respiratórias.

OS FRUTOS E A FEBRE
É necessário reduzir a febre se ultrapassar um certo limite? E, qual é esse limite? É
correcto durante a febre ingerir abundantemente água e sumos de fruta?
Na maioria das publicações pode-se ler que é necessário evitar que a febre ultrapasse
40º ou 41º, temperatura a partir da qual o cérebro se pode alterar.
Utiliza-se água fria ou quente, medicamentos “naturais” para controlar a febre. Para
além disso, criou-se o hábito de prescrever sumos de fruta em abundância, “ricas em
vitamina C, anti-infecciosa”.
Ponderemos uma vez mais sobre cada uma destas práticas nefastas.
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1. É NECESSÁRIO CONTROLAR A FEBRE?


Se desde o início dos distúrbios for instaurado o jejum hídrico, com repouso deitado,
num local conveniente para a temperatura, a qualidade do ar, a calma e a confiança, o
organismo pode controlar a febre espontânea e eficazmente. Aquilo a que podemos
designar como inteligência celular (ou inteligência do corpo, ou capacidade de
homeostasia ou força medicadora natural) entra em acção sem que tenhamos de intervir
nesse mecanismo. O essencial é a calma, a confiança, o “deixar em paz”.
No entanto, é preciso contar com alguns problemas que dependem de intervenções
anteriores. Se o paciente for recentemente tratado com medicamentos ou se foi
recentemente vacinado, os processos orgânicos podem encontrar-se desregulados. Por
exemplo, o “termostato do hipotálamo” não pode desempenhar correctamente a sua
função. Desta forma, não deve ser imputada à febre, a responsabilidade das
deteriorações.
Por outro lado, uma vez que o paciente tenha sido longamente envenenado por tóxicos
ditos alimentares, ou de outra natureza (tabaco, venenos do ambiente) as consequências
podem ser graves e por vezes fatais. Uma parte destes tóxicos foi armazenada nas
gorduras do organismo, mas é libertada durante o emagrecimento ou em “crises de
desintoxicação”. O sangue e a linfa encarregam-se do seu transporte, mas no decurso da
filtração do fígado ou nos rins, podem ocorrer alterações ao nível destes órgãos. Por
ouro lado, podem ocorrer danos nos sistemas nervoso e humoral, o que poderá causar
graves problemas orgânicos e psicológicos, devido à libertação dos tóxicos, no decurso
de um jejum.
A febre permanece normalmente “adaptada” à sua finalidade na sua intensidade e
duração, se os cuidados de higiene vital, forem correctos e, neste caso, não devemos
interferir na temperatura do paciente (noutra situação podem surgir riscos de
convulsões). O corpo “sabe” melhor que a nossa inteligência o que é necessário para a
sobrevivência do organismo e o seu restabelecimento. Aquele que se drogou e
envenenou não deve contar com a normalidade das acções orgânicas.

2. É NECESSÁRIO TOMAR SUMOS DE FRUTA DURANTE A FEBRE?


Qualquer pessoa pode constatar que a ingestão de frutos ácidos durante as crises agudas
(biogonias dinâmicas com febre) tem por consequências uma maior duração dos
distúrbios, um enfraquecimento da vitalidade, uma desmineralização, uma
convalescença lenta acompanhada de distúrbios digestivos ou outros. Durante o período
de febre, os ácidos dos frutos são dificilmente metabolizados. As reservas minerais que
deveriam intervir na acção orgânica de auto-restabelecimento, são mobilizadas para
neutralizar os ácidos. Nalguns casos, esta prática conduz a recaídas e a complicações
com acetonemia, vómitos dolorosos, mal-estar geral, a recuperação é lenta ou difícil;
podem mesmo surgir convulsões.
Os sumos de frutos ácidos são desaconselhados no decurso de febre e de crises agudas.
Nada de limão, laranja, toranja, kiwi, etc., contudo são ricos em vitamina C “anti-
infecciosa”. Nada de sumo (suco) de maçã, de uva, de groselha, de mirtilo, de cássis,
etc. Somente água ou, para prevenir a acetonemia, um pouco de seiva de cana do açúcar
ou melhor, mel doce. Um pouco mais tarde, poder-se-á administrar a clássica “fervura
de ervas” com um pouco de sal marinho completo e/ou um pouco de sumo de cenoura
ou de beterraba vermelha.
Em certos casos, o cloreto de magnésio, o cloreto de magnésio, o cloreto de magnésio
poderá ser administrado em doses a determinar segundo a situação e o paciente.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

Logo, para as crianças e para os adultos, nada de frutos, nem de sumo de frutos ácidos
durante os períodos febris, que são uma das características essenciais da crise aguda (ou
biogonia dinâmica).

A FIBROSE QUÍSTICA

- A fibrose quística é a mais conhecida e a mais perigosa das doenças hereditárias na


infância.
- Uma em cada 1500 crianças nasce já atingida pela fibrose quística.
- Na maior parte dos casos, a doença não é identificada à nascença e declara-se nas
crianças com idades entre 1 a 6 anos ou mais tarde.
- Uma pessoa em cada vinte, no mundo inteiro, é portadora do gene da fibrose
quística. Ninguém pode saber se é portador, uma vez que nenhum teste o pode
revelar.
- A fibrose quística actua sobre as glândulas exócrinas do organismo e ataca o sistema
respiratório e digestivo.
- A fibrose quística é actualmente incurável. A maioria das pessoas atingidas morreu
antes dos 30 anos.
- A fibrose quística é a doença hereditária responsável da maioria das mortes nas
crianças canadianas.
- Esta doença foi identificada nos anos 40. As crianças morriam com uma idade
aproximada de 2 anos. A pesquisa médica consegui prolongar a vida dos pacientes
mesmo que se mantenha o mistério quanto às causas da doença.
- As pessoas que sofrem de fibrose quística devem submeter-se diariamente a
drenagens de postura. Estas pessoas devem igualmente tomar uma grande
quantidade de medicamentos.
- As pesquisas médicas, no mundo inteiro, exploram diferentes facetas da doença:

• Doença genética
• Os testes para identificar os portadores
• A amniocentese
• Melhoramento dos tratamentos
• Antibióticos que agiriam sobre as pseudomonas, micróbio tenaz que se
encontra nas secreções destes doentes
• Enxertos pulmonares

A fibrose quística, mesmo sendo a mais perigosa das doenças


hereditárias da infância quase não é conhecida. O problema não é
aparente, exteriormente é o número de pacientes (1000 no
Québec) aumentam muito lentamente devido ao elevado número
de óbitos em cada ano e à fraca taxa de natalidade.
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ESTADOS INFECCIOSOS

ESTADOS INFECCIOSOS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS


FITOTERAPIA: Em todas as infecções das vias respiratórias

Rebentos de pinheiro
Tomilho Mistura em partes iguais
Orégãos para 250 g
Canela
Hortelã-pimenta

Para uma criança: uma colher de café desta mistura para infusão.
Para um adolescente: duas colheres de café a repetir várias vezes ao dia. E continuar o
tratamento 48 horas depois da recuperação.
Podem-se juntar tisanas com acção hepática: dente-de-leão, boldo, cardo mariano.

AROMATERAPIA: Mais eficaz ainda (não aconselhável a pacientes com


antecedentes alérgicos ou asma).

Óleo essencial pinheiro 1 ml


Óleo essencial orégãos 1 ml
Óleo essencial tomilho 1 ml Preparação sempre
Óleo essencial canela 1 ml a 6%
Óleo essencial murta 1 ml
Óleo essencial niaouli 1 ml

Álcool a 90% 94 ml/100 ml

Meia gota desta preparação por kg corporal, três vezes por dia num copo de água
quente.
Exemplo: Para uma criança de 20 kg, dão-se 10 gotas
Para uma pessoa de 80 kg, dão-se 40 gotas

Esta preparação é boa para todas as infecções respiratórias e urinárias, tais como cistite,
nefrite, colibacilose, etc.
Não se deve menosprezar a aromaterapia, visto que um erro numa vírgula na dosagem,
pode quase matar. É preciso que a preparação seja feita a 6% em álcool a 90º (94 ml de
álcool).
Podem existir pessoas que não suportam a aromaterapia, o que se traduz por arrotos
(eructação), ardor no estômago, etc...
Não se deve administrar o óleo essencial puro, só a 6% em 94 ml de álcool (de gotas em
água quente). Administrado puro poderia provocar fissuras anais, queimaduras na boca,
no esófago, ou nas mucosas estomacais e necroses hepáticas. O óleo essencial é
miscível em álcool e assim que se colocam algumas gotas desta preparação em água, o
líquido torna-se opalescente, devido ao facto de a preparação ser miscível. Se se colocar
o óleo essencial directamente na água, ela forma um sobrenadante que provoca graves
queimaduras.
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Actualmente, existem óleos essenciais em cápsulas de sílica coloidal. Parece muito


cómodo e utilizei esta durante dois meses, mas tive problemas com os meus pacientes.
Uma vez que a cápsula se dissolve no estômago ou no intestino e toda a dissolução se
efectua em 3 ou 4 cm2 de mucosas. Existe então uma concentração enorme de óleo
essencial, logo há o risco de ulceração. Enquanto que o óleo essencial a 6% em 94 ml de
álcool e misturado com um copo de água quente, se espalha sobre m2 de superfície
digestiva. Isto é muito importante.
Em aromaterapia creio que o conceito de Exposição é muito importante. as preparações
de aromaterapia devem sempre ser preparadas em farmácia, uma vez que exigem muita
precisão.
Podemos também recorrer à aromaterapia, por via transcutânea. Colocamos na mão uma
gota de óleo essencial puro de cada frasco e friccionamos os pulmões e os brônquios por
via transcutânea. Pode-se também colocar uma gota de cada frasco de óleo essencial
num pouco de azeite ou óleo de amêndoas, doces e, do mesmo modo, fraccionar a pele.
A mistura passa directamente para o interior do corpo através da pele.
Se esfregarmos a pele de uma cobaia, sob a pata, com um pouco de óleo essencial de
lavanda, e sacrificamos a cobaia, duas horas depois, sente-se o cheiro da lavanda.

ORGANOTERAPIA: Para estimular, vitalizar o sistema reticulo-endotelial.

Timo 10 ml 3X
Fígado 10 ml a.a.*
Baço 10 ml
Medula óssea 10 ml 10 ml
Gânglios linfáticos 10 ml Q.S.P.*
Total de 50

3X quer dizer para preparar uma diluição de fígado em 3 decimal. Faz-se macerar o
fígado no álcool e faz-se um tintura-mãe. Uma tintura-mãe de plantas ou órgãos, faz-se
macerando a planta ou o órgão em álcool durante vários dias. Se colocarmos uma gota
desta tintura-mãe em 9 gotas de álcool, obtendo-se assim a 1ª decimal; se retirarmos
uma gota, desta nova diluição e a recolocarmos em 9 gotas de álcool, isto torna-se a 2ª
decimal ou 2X; se repetirmos o processo, com uma gota desta última diluição, teremos
obtido a 3ª decimal ou 3X. Será uma diluição de 1/1000 e é uma diluição estimulante.

a.a. - Quer dizer, tanto de uma como de outra. Então aqui, nesta preparação, 10 ml de
cada interveniente, o que dará um total de 50 ml.
Q.S.P. – Quer dizer, Quantidade Suficiente Para, por exemplo, neste caso, 50 ml. Para
uma criança de 20 kg, serão prescritas 10 gotas da preparação num pouco de água, ao
levantar.

Esta preparação estimula os órgãos e ajuda a lutar contra as infecções e pode ser
utilizada para ajudar um canceroso fatigado. Esta preparação é muito polivalente.
Qualquer fígado animal, em organoterapia terá esta acção de estimulação reticulo-
endotelial.
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OS ESTADOS INFECCIOSOS DAS VIAS URINÁRIAS


Cistite, nefrite, infecções crónicas, colibacilose, etc...
Em caso de infecção das vias urinárias, os colibacilos e outras bactérias tornam-se
patogénicas pelo aumento das fermento-putrescências e graças à inflamação e erosão da
mucosa intestinal passam directamente para o sangue, vão colonizar as vias urinárias.
Existe uma teoria médica que tenta explicar este fenómeno dizendo “quando a mulher
vai à casa de banho e se limpa de trás para a frente, ela arrasta algumas matérias fecais
para a vagina e vias urinárias e os colibacilos subirão”. Não é nada disto. Seja qual for a
forma como a mulher se limpa, quando vai à casa de banho, não tem muito a ver com a
infecção. É directamente do cólon e mesmo do intestino delgado que a infecção passa
para o sangue e vai colonizar as vias urinárias.
Estas infecções das vias urinárias tratam-se quase da mesma forma que as infecções das
vias respiratórias.

1. REGULAR A ALIMENTAÇÃO

Mesma dietética. Eliminar os inibidores da digestão, os alimentos supra-indigestos e a


sobrecarga alimentar global.

2. TERAPIA

FITOTERAPIA:
Uva-ursa
Urze
Buchu Mistura em partes iguais para 300 g
Orégãos (adulto) e 150 g (criança)
Tomilho

Para uma cistite, por exemplo: 3 vezes por dia, uma infusão de duas colheres de sopa
desta mistura. Também se podem juntar pinheiro e eucalipto.
A uva-ursa é um bom desinfectante das vias urinárias. Há quem afirme ter curado
blenorragias com esta planta.
Existe uma excelente planta exótica de Kava Kuava (Piper métisticum) em cápsulas.
Orégãos, tomilho e canela são os três melhores anti-infecciosos que podemos juntar a
todas as preparações. São muito poderosas se estiverem na forma de óleos essenciais.

AROMATERAPIA:
Óleo essencial de pinheiro 1 ml
Óleo essencial de sândalo 1 ml H.E.
Óleo essencial de niaouli 1 ml
a.a.
Óleo essencial de orégãos 1 ml
6%
Óleo essencial de tomilho 1 ml
Óleo essencial de canela 1 ml

Em álcool a 90% 94 ml 1 frasco de 100 ml


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Meia gota desta preparação por kg corporal em água quente. De manhã, ao almoço e à
noite, 15 minutos antes das refeições, visto que depois pode atrapalhar a digestão.

Em aromaterapia, chamo a atenção para um erro que tem passado despercebido, nos
pequenos manuais de aromaterapia e que é o seguinte: é preciso saber que nas plantas
ditas anti-diabéticas como a folha de mirtilo, o gerânio Robert, a lampsana comum, a
nogueira, a amoreira, etc... É a planta total que é anti-diabética. Por exemplo, escreve-se
que o óleo de essência do gerânio Robert é anti-diabético, o que não pode ser o caso,
porque o gerânio de Robert não tem óleo de essência, mas sim, o Pelargonium ou o
gerânio odorantissimum. Só que estes gerânios não são anti-diabéticos. O mesmo para a
cebola e para o eucalipto. A folha do eucalipto e o bolbo da cebola são hipoglicémicos,
fazem descer a taxa de glucose no sangue. Mas, os óleos de essências de cebola ou de
eucalipto não são hipoglicémicos, não existem em aromaterapia, óleos essenciais
hipoglicémicos.

Para as doenças das vias urinárias, pode-se melhorar a eficácia destes tratamentos
aconselhando pequenos semicúpios quentes, porque o calor é anti-infeccioso. O calor
aumenta o poder fagocítico dos glóbulos brancos e activa a secreção de anticorpos. Mais
ainda, os semicúpios são calmantes da dor e dos espasmos, pelo que devem ser
aconselhados uma ou duas vezes por dia.
Não esquecer que o café, o tabaco, a cola são poderosos irritantes das vias urinárias e,
sem causar directamente a infecção, ajudam a mantê-la.

INFECÇÕES INTESTINAIS: As Enterocolites...


Nas infecções e inflamações da mucosa digestiva: colite, enterite, inflamações do
intestino delgado e do cólon, existem algumas plantas que têm acção.
Três plantas aromáticas e carminativas (que expulsam os gases do tubo digestivo)
superiores ao cominho, ao funcho e ao anis verde. São a hortelã, o anis estrelado ou
badiana e a camomila. Três plantas anti-inflamatórias: o alcaçuz, a consolda e a
camomila que tem as duas propriedades anteriormente referidas.

TRATAMENTO

FITOTERAPIA:
Hortelã
Anis estrelado Mistura em partes iguais
Camomila 60 g
Alcaçuz Total 180 g
Consolda

As duas últimas plantas, o alcaçuz e a consolda, sendo raízes, devem ser


colocadas alguns minutos (3 min.) em água a ferver antes de serem misturadas
com as outras plantas.
Tomar três vezes ao dia, 10 minutos antes de cada refeição duas colheres de café
da mistura.

Evitar ainda os inibidores da digestão, a sobrecarga alimentar e os alimentos super-


indigestos.
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As cápsulas de gelatina de pós micronizados podem substituir a tisana.

Menta piperita P.M.


Anisum stellatum a.a.
Matricaria chamomilla
Glycyrrhizza glabra 100 mg por cápsula
Symphytum officinal
Total de uma cápsula
500 mg

O alcaçuz, a consolda e camomila resultam sobretudo nas inflamações do tudo


digestivo: úlceras gástricas, enterite, colite, rectite, sigmóidite, ou seja, todas as
inflamações da boca ao ânus. Inflamações e infecções.

Nos casos de inflamação, pode-se também utilizar sumos de couve acabada de espremer
e sumo de batata à razão de meio copo, durante as refeições, principalmente nas
gastrites e nas úlceras de estômago.
As inflamações intestinais tanto do cólon como do intestino delgado podem ser
acompanhadas tanto de diarreia, como de obstipação ou de trânsito normal. Mas é nos
casos em que as pessoas se queixam de dores e gases, ou seja, colite, que se deve
utilizar.

AROMATERAPIA: Para as colites, mas também as infecções bucais e gengivais.

Óleo essencial de menta 3 ml


Óleo essencial de camomila 1 ml H.E.
Óleo essencial de badiana ou basílico 1 ml 6%
Óleo essencial de canela 1 ml

Em álcool a 90º 94 ml para 100 ml.

É sempre preciso ter 6% de O.E. (Óleos Essenciais) e 94 ml de álcool para um frasco de


100 ml no total.
Como é difícil obter o óleo essencial de badiana, este pode ser substituído po óleo
essencial de basílico que é também eficaz.
O óleo essencial de canela produz bons resultados na colite. É um dos óleos essenciais
mais anti-infecciosos, logo a seguir ao orégão, igual ao do tomilho.
Diariamente tomar meia gota por quilo corporal, três vezes por dia, antes das refeições,
num pouco de água quente.
Para as infecções bucais e gengivais, podem recorrer a esta preparação nos casos de
piorreias e de parodontoses. E sempre com meia gota, por quilo corporal, num copo de
água quente e gargarejar sempre que houver infecções, preferir a aromaterapia.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

INFECÇÕES DA BOCA: Piorreias, paradontoses, etc...


As causas são sempre as mesmas: inibidores da digestão, alimentos supra-indigestos,
superalimentação global e mistura de fruta, tomate e iogurte com o amido. Por isso,
tente suprimi-los e aconselhe uma alimentação equilibrada.

TRATAMENTO

FITOTERAPIA
Maravilha
Hipericão (Perfuratum) Mistura em partes
Orégãos iguais para 300 g
Tomilho ou 120 g
Canela

Uma a duas colheres de chá da mistura para infusão. Tomar 2 a 3 vezes por dia
(tanto faz ser frio, morno ou quente).
Com esta tisana pode-se gargarejar várias vezes ao dia. Substituindo esta tisana
podem-se utilizar cápsulas de pó micronizado.

Maravilha
a.a.
Hipericão (Hypericum perforatum)
Plantago - tanchagem
150 g para uma
cápsula
As cápsulas pesarão 450 mg cada, uma vez que possuem 150 mg de cada planta.
Dar uma a duas cápsulas no meio das três principais refeições do dia. Logo num total de
2 a 6 a cápsulas por dia.

• Nos casos de cárie dentária: Não abusar dos frutos que provoquem
desmineralização.

ASSIMILAÇÃO DOS FRUTOS SEGUNDO OS INDIVÍDUOS


As pessoas com rosto pálido, orelhas e o lobo das orelhas pequenas, mãos frias e que
são friorentas, têm reservas nervosas vitais, sanguíneas e minerais menores que as
outras pessoas, visto que não “queimam” os ácidos dos frutos.
As pessoas com rosto corado, lobos das orelhas desenvolvidos, mãos quentes resistentes
ao frio, têm reservas sanguíneas importantes e “queimam” bem os ácidos.
As pessoas que têm o queixo bem marcado, dentes brancos sem cáries, unhas duras, têm
reservas minerais importantes.
As pessoas com queixo retraído, unhas quebradiças, dentes facilmente cariados, têm
fracas reservas minerais e “queimam mal os ácidos”.
As pessoas que têm pálpebras inferiores marcadas, um bom sono, que são calmas,
queimam bem os ácidos. Têm reservas nervosas importantes.
As pessoas nervosas que têm um sono fraco, em qualidade e em quantidade, que são
agitadas, queimam mal os ácidos.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

AS DOENÇAS VASCULARES

I. HIPERTENSÃO
A hipertensão encontra-se largamente difundida. O mais frequente é ser devida à
sobrecarga de proteínas ou de sódio. Nos países, em que praticamente não se utiliza o
sal de cozinha, a hipertensão praticamente não existe.
Porque motivo aumenta a pressão arterial, no organismo? Assim que o rim está
sobrecarregado de trabalho e que não elimina mais resíduos úricos de sódio, etc., a
tensão aumenta para obrigar o rim a fazer o seu trabalho. Se no início a tensão elevada
aparece como um mecanismo de defesa, ao fim de algum tempo, esta pressão muito
elevada causa a fadiga do coração e a dilatação do ventrículo esquerdo e com o tempo,
surge a fadiga cardíaca e a té mesmo a insuficiência cardíaca. Mais ainda, a pressão
elevada favorece a esclerose em placas.
Que fazer quando a tensão é muito elevada?
Vejamos o exemplo de um homem com idade à volta dos 50 anos, que deveria Ter uma
pressão de 12 ou 13 e cuja pressão é 17, 18, 19, 20 até 28.

1. ALIMENTAÇÃO

a) Reduzir o sal na cozinha e os alimentos ricos em cloreto de sódio, tais como o


queijo, a charcutaria e as conservas. Mais que o abuso de carne, ovos ou queijos,
é o sal da cozinha que faz subir a tensão arterial.
b) Aumentar a utilização de plantas aromáticas para que os alimentos cozinhados
sem sal, não fiquem insípidos: tomilho, estragão, cebolinho, salsa, canela,
hortelã, cominhos, coentros, funcho, etc.
c) As pessoas que manifestam hipertensão são geralmente superalimentadas e não
apreciam muito os regimes muito rigorosos. Dar um dia em cada sete, dieta com
caldos de legumes.

2. TRATAMENTO

FITOTERAPIA
As plantas hipotensivas são: pilriteiro, oliveira, canafrecha empregue também
como afrodisíaco e o visco, claramente hipotensivo. O visco é mais hipotensivo que
o pilriteiro.

Pilriteiro 50 g
Folhas de oliveira 50 g Mistura a.a.
Canafreha 50 g para 200 g
Visco 50 g

Duas a três colheres de café para uma infusão, várias vezes ao dia.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

Cápsulas de pós micronizados


P.M.
Crataegus oxyac 100 mg a.a.
Olea curopea 100 mg
Heracleum spondylium 100 mg 100 mg
Viscum alhum 100 mg para 1 cápsula
Q.S.P. 400

Duas cápsulas a meio da refeição, três vezes ao dia.

O alho é aconselhado como hipotensor. Pode-se juntar um a dois dentes de alho à


salada, se o estômago permitir. Quatro dentes de alho por dia darão uma acção
hipotensiva. O alho tem também a vantagem de ser hiporedutor do colesterol e de outras
gorduras do sangue.
Não é necessário baixar a tensão arterial de pessoas hipertensas hereditariamente,
sobretudo se esta hipertensão é bem tolerada. Um indivíduo com 40 anos, tendo 14 ou
15 de tensão, mas com saúde e descendente de uma família onde a tensão é elevada, não
tem necessidade de fazer descer a sua tensão.
Por outro lado, se um indivíduo tem sintomas como: dores na nuca, zumbidos nos
ouvidos, sons de sinos, assobios, hemorragia nasal, pontos luminosos nos olhos, névoas,
sensação de cambalear, etc, então é necessário fazer um tratamento hipotensor pelos
métodos naturais.

ORGANOTERAPIA
Oferece os melhores resultados, mesmo em tensões muito elevadas

Vaso-pressina 30 CH
Aldosterona a.a.
Artéria
50 ml
frasco de 150 ml

Meia a uma colher de café, três vezes ao dia.

Em aromaterapia, não há nada que faça descer a tensão arterial, mas sim para a fazer
subir, utilizando óleos de essências.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

II. HIPOTENSÃO
A hipotensão pode ser causada por um excesso de fruta, uma intoxicação pelos ácidos
cítricos, málicos, etc... No organismo, os ácidos dos frutos são queimados, oxidados,
transformados em dióxido de carbono e em água, mas este potencial oxidante ,
comburante dos ácidos varia de indivíduo para indivíduo. Para quem queima mal os
ácidos, estes serão neutralizados pelas básicas cálcicas, potássicas, sódicas do
organismo e o indivíduo vai-se desmineralizar e desvitalizar. Uma das manifestações
desta desvitlização será uma tensão demasiado baixa. Uma outra causa: as carências
alimentares. Seja, por a pessoa seguir um regime de emagrecimento, ou um sistema
draconiano, tais como o vegetalismo, crudivorismo, macrobiótica, alimentação
dissociada, ou outra.
Seja ainda por que a pessoa tem falta de soro, ou que foi sujeita a uma sobrecarga
prolongada, durante muitos anos.
Seja ainda derivada de choques psicológicos importantes ou um medo violento que
siderou o organismo. Finalmente, também pode ser causada por uma anemia, que
geralmente surge de carências alimentares ou de intoxicações.

1. ALIMENTAÇÃO

Tudo depende da causa. Se a pessoa esteve muito tempo sobrecarregada, aconselha-se


repouso. Se esteve sujeita a stress psicológico, é necessário uma psicoterapia. Se a
hipotensão é devida à anemia, será aconselhável tomar comprimidos do fígado e
aumentar o consumo de ostras e de ovos que fornecem a vitamina B12, ácido fólico e
outras indispensáveis à regeneração do sangue.
Se existe uma carência alimentar, será dada uma alimentação equilibrada e natural, com
suplementos como fígado, ostras e multivitaminas. Assim, o indivíduo será fortificado
através de um suplemento de vitaminas, de oligoelementos e de aminoácidos.

2. TRATAMENTO

Existe uma planta, o cardio maria (Cardus marianus). Não confundir com cardus
benedictus que é amargo, e indicado para falta de apetite, anorexias, deficiências em
sucos gástricos, etc...
O cardo maria é uma planta ligeiramente hipotensiva, tendo uma acção hepatotrófica,
desintoxicante e protectora do fígado.
Tomar várias vezes ao dia , infusões de cardo maria.
Tanto a acupunctura como a auriculoterapia podem ajudar em caso de hipotensão ou de
hipertensão.
No que diz respeito aos suplementos alimentares. Sabemos que os oligoelementos têm
um efeito regulador mas os revitalizantes em forte dose, tais como o pólen, o gérmen de
trigo ou podem fazer subir a tensão arterial.

AROMATERAPIA
Os óleos essenciais de salva, alecrim, zimbro e de pinheiro ou de tomilho são muito
ligeiramente hipertensivas. Nada impede de utilizar estas plantas na cozinha, todos os
dias (as plantas e não as essências) nos casos de hipotensão.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

III. O PROBLEMA DOS LÍPIDOS, COLESTEROL E


TRIGLICÉRIDOS
Na medicina clássica, dá-se muita atenção à sua dosagem, associações, etc... No
entanto, parece-me que esse não é o verdadeiro problema.
Apenas penso que no que diz respeito à prevenção cardiovascular, os alimentos
fornecedores de colesterol e de lípidos saturados têm uma importância e influência
preponderante. Vejamos porquê. Tenho frequentemente constatado que as pessoas que
comem ovos, manteiga, queijo e mesmo miolos, logo uma alimentação rica em
colesterol e em lípidos saturados, não manifestavam nenhuma alteração do sangue, nem
excesso de lípidos, colesterol e um estado cardiovascular perfeito.
Por outro lado, existem vegetarianos de 35 anos e que apresentam o arco senil no olho.
Ora, estas pessoas não absorvem proteínas animais e manifestavam uma taxa de
colesterol catastrófica e um estado cardiovascular completamente defeituoso. Perante
isto podemos pensar que algo não faz sentido. Por um lado, pessoas que comem
abundantemente matérias gordas de origem animal, colesterol e lípidos saturados e que
apresentam um estado cardiovascular perfeito e por outro, pessoas que apenas comem
vegetais e que apresentam um estado vascular desastroso. A que se deverá isto?
Apercebi-me então que as pessoas que comem vegetais, cereais, compotas e doces feitos
com gorduras vegetais não saturadas, farinha e açúcar, comiam demasiado e por isso
recebiam uma enorme quantidade de calorias, durante o dia.
Por outro lado, as pessoas que comiam alimentos gordos saturados e que manifestavam
um bom estado cardiovascular, alimentavam-se de um forma comedida e abaixo das
suas necessidades calóricas diárias. Deduzi então o seguinte:

Não é a quantidade de lípidos saturados, nem de colesterol que interessa, mas sim
a quantidade global de calorias.

Qualquer que seja a alimentação, se absorvermos mais calorias que as que o nosso
organismo necessita, estas calorias excedentárias são transformadas em lípidos
saturadas e em colesterol.
Isto é de tal modo verdade que observei um vegetariano com excesso de peso, com
efisema e colesterol e que, após uma alteração alimentar compreendendo ovos, queijo e
peixe ou carne, mas com redução do fornecimento de calorias dos cereais, compotas,
etc., emagreceu, comendo mais colesterol e lípidos saturados e as suas análises ao
sangue tornaram-se normais, uma vez que, globalmente havia reduzido a sua ração
calórica.
Ingerindo menos calorias que anteriormente, ele queimou o seu próprio colesterol e os
seus próprios lípidos saturados.
Livro de Naturologia Ciência e Vida – Dr. João Novaes – Tercena – Portugal

AS ANGINAS DE PEITO
O músculo cardíaco é alimentado por vasos que envolvem o coração em coroa e que se
chamam coronárias. Estes vasos podem ser lentamente ser obstruídos por placas de
colesterol, sedimentos minerais e agregados de pequenas placas. A causa é a irritação
crónica dos vasos estimulantes: cafeína, tabaco, álcool, etc. e o endurecimento dos vasos
por estes elementos. Nas zonas de irritação acumulam-se colesterol, lípidos saturados,
sedimentos minerais, calcário, etc..., estas placas designam-se por ateromas. Quando
estas placas são muito importantes, o vaso é obstruído e o sangue não pode passar.
Ocorre então o enfarte. O vaso que alimentava essa zona do coração, não poderá mais
fazê-lo. É preciso rapidamente dilatar o vaso por meios artificiais, químicos e de síntese,
mesmo porque é necessário rapidamente fluidificar o sangue ao máximo. Isto designa-se
aterosclerose.

Não confundir aterosclerose com arteriosclerose. A aterosclerose é devida sobretudo à


superalimentação, excesso de calorias gerador de lípidos saturados e de colesterol.
A arteriosclerose é devida ao abuso do tabaco, café e de álcool. O excesso de
estimulantes irrita o vaso que deixa de ser liso e é sobre esta placa que se vão acumular
os sedimentos.
Angina de peito: é quando este processo ateromatoso atinge um vaso coronário que
irriga o coração.

Arterite: é quando o processo ateromatoso atinge uma grande artéria da perna, tal como
a artéria femural.

Confusão cerebral: é quando o processo ateromatoso ocorre no cérebro e atinge uma


artéria cerebral.

Enfarte: é a obliteração total de um vaso. Tanto pode ocorrer ao nível da perna,


provocando uma gangrena do pé, visto de que este não recebendo sangue terá falta de
oxigénio de alimento e não poderá eliminar os seus resíduos. Ao nível cerebral, um
enfarte provocará uma paralisia ou perca de um sentido, a vista ou a memória, por
exemplo, dependendo do local onde ocorreu.
O ateroma provoca o enfarte que toma um nome diferente, de acordo com o local onde
se produzem.

TRATAMENTO

Tratamento de base para agir especificamente ao nível das coronárias.


a.a.
Ammivisnaga T.M. (tintura mãe)
Cactus grandiflorus 3X
75 ml

50 gotas, três vezes por dia.

Eis uma mistura vasodilatadora, sem toxicidade. Deverá também ser administrada uma
hormona pancreática.
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GEMOTERAPIA
Terapia pelos tecidos embrionários de plantas, os rebentos:

Syringa vulgaris rebentos D-1 150 ml

60 gotas, três vezes por dia.

Isto é o rebento do lilás macerado em glicerina. Para além do tratamento de base:


rabanete negro, pianto dourado e cavalinha.

TRATAMENTO

1) Um em cada sete dias, dieta com caldo de legumes ou se se trata de um


congestivo não friorento, uma dieta de fruta.

2) Em jejum : 1 ampola de rábano negro


1 colher de sopa de pianto dourado
1 colher de café de cavalinha
O pianto dourado é uma planta escolhida pela sua riqueza em teor de metilo, o que
favorece ao nível do fígado, a eliminação de lípidos e de colesterol. A cavalinha fornece
sílica que protege os vasos da dilatação venosa e da falta de impermeabilidade valvular.
Normalmente, o sangue sobe nas veias, mas não desce, porque existem válvulas, que
funcionam como comportas, impedindo o sangue de voltar para trás. Mas se as paredes
se afastam, as válvulas não estancam e o sangue volta para trás, criando um edema
venoso.
Ou
3) Meio a dois comprimidos de algas: o iodo actua sobre o metabolismo dos
lípidos do colesterol.
Em jejum, segundo a corpulência do indivíduo e a sua tolerância, meia a duas
ampolas de rabanete negro (Bilifludine).
Almoço e noite, a meio das refeições: 1 comprimido de cavalinha ou uma
tisana de cavalinha.

Este tratamento pode-se aplicar em caso de anginas de peito, etc... e deverá durar vários
meses, sendo seguido de uma cura de manutenção 10 dias em cada 30. Não esquecer a
dieta, uma vez por semana ou reduzir a alimentação global e quantitativamente.
Podemos juntar tisanas de raiz de dente-de-leão, de folhas de alcachofra, boldo, cardo
mariano ou de alburno de tília (Cholesterine), que agem ao nível do fígado, visto que
todas as plantas hepatotróficas agem também ao nível dos lípidos e do colesterol.
A meio das refeições, almoço e jantar, podemos juntar duas cápsulas de lecitina de soja
que age sobre o colesterol e, pode-se substituir o óleo de cozinha por óleo de cártamo.
As anginas de peito e o enfarte estão frequentemente ligados às taxas elevadas de
colesterol.
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A TAQUICÁRDIA SINUSAL
A taquicardia ocorre quando o coração tem demasiadas pulsações, 90/100, enquanto que
o ritmo normal é de 55 a 80 pulsações. O coração cansa-se, uma vez que este aumento
de pulsações se faz em detrimento do tempo de repouso, também designado tempo de
diástole. O aumento das pulsações só é possível pela redução do tempo de repouso. É
por isso que a taquicardia pode provocar a longo prazo, o desgaste cardíaco prematuro.

QUAIS SÃO AS CAUSAS MAIS COMUNS DA TAQUICÁRDIA?

1. ORIGEM CERVICAL

Neste caso, existe uma ligeira luxação das vértebras cervicais. Quando um nervo que sai
de um orifício de conjugação ou um vaso é ligeiramente comprimido, pode provocar
manifestações à distância. Ou uma má posição que provoca a compressão de um nervo,
de uma raiz raquidiana que se dirige ao miocárdio. Isto provocará uma taquicárdia ou
problemas reflexos do ritmo cardíaco. Neste caso, é preciso consultar um bom osteopata
ou um quiroprático ou um etiopata que colocará a vértebra deslocada no lugar. É
necessário saber porque as vértebras se deslocam frequentemente. Pode ser devido a
ligamentos muito frouxos, insuficientemente tónicos, o que se pode dever a carências de
aminoácidos, sílica ou carências minerais, ou ainda a uma parasitose intestinal que
utiliza o cálcio alimentar. Deve-se verificar se não há carência de vitamina D3, cálcio,
fósforo, sílica, etc. Portanto, verificar a alimentação, senão as vértebras deslocar-se-ão e
existirá sempre taquicárdia.

2. ORIGEM TIROIDIANA

A taquicárdia pode ser devida a um abuso de estimulantes que estimulam anormalmente


a tiróide, que por sua vez estimula anormalmente o coração. Será necessário, então,
reduzir os estimulantes.
Também pode ser devida a uma carência em vitaminas do grupo B ou A, que são os
moderadores da tiróide. É necessário satisfazer essas carências. Pode ainda ser devida a
uma carência em iodo.
A tiróide tem necessidade de iodo e muitos dos desequilíbrios tiroidianos são devidos a
uma falta de iodo. Neste caso, é preciso ser muito prudente. A meio de pequeno almoço,
será introduzido ½ a 1 comprimido de algas. Mas atenção, certos desequilíbrios
tiroidianos são melhorados pelo iodo, enquanto que outros, pelo contrário são
agravados, depende de a tiróide estar em hiper ou hipotiroidismo. É preciso agir
cuidadosamente, por tentativas, visto que nenhum exame nos permite saber se o
problema será melhorado ou agravado pela alga.
Pode-se também juntar um inibidor da tiróide, os dois não oferecem perigo.

Lycopus europoea T.M. 90 ML

30 gotas, três vezes ao dia

Se não houver Lycopus disponível, administrar ao almoço e ao jantar, antes das


refeições ½ copo de couve acabada de espremer, visto que, para além das suas virtudes
anti-ulcerosas, a couve é um inibidor suave da tiróide.
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Em caso de hipotiroidismo, não abusar de couve, tal como quando há tendência para
ganhar peso, etc. Comendo uma vez todas as três semanas não há problema, mas se
comer todos os dois dias, favorece o hipotiroidismo.

3. ORIGEM TÓXICA

Os estimulantes desregulam a tiróide no sentido hipertiroidismo e, em geral, há um


aumento do ritmo do coração. Será necessário reduzir os estimulantes, suprimi-los
mesmo, se houver muita coragem. Devem ser suprimidos suavemente em dois ou três
meses, diminuindo metade na primeira semana, quinze dias depois, reduzir metade, etc.

4. ORIGEM CARENCIAL

Trata-se da falta de oligoelementos ou de vitaminas A, vitamina B é um regulador do


sistema nervoso da tiróide e do coração. A falta de cálcio, fósforo e magnésio pode, para
além da espasmofilia, facilitar a taquicárdia.
No caso de carência será bom adicionar à alimentação suplementos como comprimidos
de ossos, fígado de bacalhau , ou óleo de fígado de bacalhau, para adicionar vitaminas A
e D, leveduras ou pólen pelo seu teor em vitaminas do grupo B.

5. ORIGEM PARASITÁRIA

Pode existir uma origem parasitária. Os parasitas consomem muito cálcio, o que pode
provocar distúrbios na tiróide.

6. ORIGEM DEPRESSIVA

Certos stress muito repetidos, stress psicológicos quotidianos, exemplificando, um casal


que não se suporta mais um homem que trabalha para um patrão odioso e que assim
permanece, por saber que fora daí, não encontrará trabalho, acaba por ficar
desequilibrado do ponto de vista nervoso e do ponto de vista tiroidiano, para falar
apenas destes dois orégãos.
Que fazer nestes casos, onde não se pode suprimir a causa?
É preciso acrescentar à sua alimentação pó de ossos, fígado de bacalhau, que não
fortificar o sistema nervoso e a tiróide.
É preciso reduzir as suas quantidades de estimulantes.
É preciso que o paciente faça exercício.
É preciso observar a sua coluna vertebral para verificar se não existe aí um problema
que se acrescente ao stress.

Qualquer que seja a forma de taquicárdia, interessa desacelerar o coração, com uma
planta magnífica, que regulariza o ritmo cardíaco, o pilriteiro (Crataegus oxya cantha).

Dosagem: 1 a 2 colheres de café duas a três vezes por dia.

Pensa-se que seja útil em caso de hipotensão; é sobretudo um regulador.


O pilriteiro não agirá sobre o hipertiroidismo, apenas sobre o ritmo cardíaco, seja qual
for a causa. Em caso de hipertiroidismo, será bom juntar Lycopus ao pilriteiro.
Assim,
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1. Pilriteiro (Crataegus oxya cantha)


(se for de origem tiroidiana)
2. Lycopus europea
Crataegus ox a.a.
75 ml
50 gotas três vezes ao dia.
3. Existe uma tisana que age bem como regulador do ritmo cardíaco, que é a
tisana de feijão verde (vagens ou sumo de feijão verde)

Também se pode administrar:

Lycopus europoea T.M.


Crataegus ox a.a.
Phaseolus vulg.
50 ml

O feijão verde é rico em potássio, logo também é um bom diurético e um bom regulador
urinário.

IV. AS VARIZES
O que provoca a dilatação venosa?

1. A hereditariedade
2. A superalimentação global que provoca o aumento do volume de sangue e sua perca
de fluidez. O peso da coluna sanguínea sobre as válvulas e sobre as veias aumenta,
dilatando-as.
3. Origem carencial – quanto mais uma mulher é mulher, mais estrogénio produz; este
aumento de estrogénio vai provocar uma maior retenção de água, logo um aumento
de volume de sangue. Daí as varizes.
4. Carência de vitaminas P e C, de que depende claramente o bom estado dos vasos.
5. Origem tóxica – também aqui os estimulantes provocam dilatações venosas.
6. A obstipação – por um efeito mecânico, a obstipação ao exercer pressão sobre a
circulação sanguínea, pode favorecer a dilatação venosa, impedindo a circulação.

TRATAMENTO (segundo o caso)

2. Reduzir inteligentemente a alimentação. Menos farináceos e féculas, menos gordura.


3. Será necessário prescrever a tisana de dente-de-leão (Alchemilla vulgaris) que
fornece progesterona (antagonista da foliculina e do estrogénio).
4. Ingerir frutos às 17 horas para receber vitaminas P e C.
5. Diminuir os estimulantes.
6. Favorecer o transito ao nível do cólon.
7. Prescrever uma tisana que forneça tónicos venosos: hamamélis, castanha da índia,
videira vermelha, noz de cipreste, bagas de azevinho e outros. O pequeno azevinho é
excelente, tal como para as hemorróidas. Esta última tisana é excelente uma vez que
também é muito diurética, o que é frequentemente desejável neste caso.
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Dente-de-leão
Vinha vermelha Mistura em partes iguais
Hamamélis
Boldo
Foi adicionado bolbo, uma vez que ocorre frequentemente uma deficiência hepática,
visto que é o fígado que destrói o excesso de estrogénio. Se o fígado está cansado é
preciso ajudá-lo a fazer o seu trabalho de destruição da foliculina.

Poderá ainda ser aconselhado:

- Cápsulas de gérmen de trigo, a meio das refeições, assim como a vitamina E que
regulariza o eixo hipófiso-ovárico, etc.
- Cápsulas de vitamina A que têm a mesma acção e tendem a regularizar a taxa de
estrogénio e de progesterona.

O consumo de sal deve ser normal, mas como na alimentação moderna, existe excesso
de sal, é preciso reduzir ligeiramente o sal, excepto para os vegetarianos. Não é
necessário suprimir totalmente o sal, uma vez que podem surgir uremias (por falta de
sal). O rim necessita de sal.

A ALERGIA
A alergia é uma supersensibilidade em contacto com uma toxina (alergeno) e
frequentemente um envenenamento de origem digestiva: asmas, rinites alérgicas, etc.
Neste caso, o fígado está hipoactivo enquanto que a tiróide está hiperactiva. A
recuperação faz-se com ovos de codorniz.

Ovos de codorniz - Excelentes nas alergias respiratórias : rinofaringite, rinite, asma,


traqueíte, laringite, etc., de origem alérgica, às vezes também resultam em dermatoses.
As minhas experiências não são concludentes neste domínio, pelo contrário, tenho
obtido agravamentos.
Para um adulto é necessário uma cura de 60 ovos de codorniz:

3 primeiros dias em jejum: 2 ovos de codorniz crus


3 dias seguintes em jejum: 3 ovos de codorniz crus
3 dias seguintes em jejum: 4 ovos de codorniz crus
3 dias seguintes em jejum: 5 ovos de codorniz crus
3 dias seguintes em jejum: 6 ovos de codorniz crus

bater os ovos com queijo branco e frutos cortados, tal como ananás fresco, framboesas,
cerejas (excepto banana), etc.
evitar qualquer bebida quente antes do almoço, ou álcool.
As codornizes “Bmina”, japonesas são as melhores.
Por vezes existem contra-indicações nestes alimentos milagre; raramente podem fazer
subir a tensão arterial.
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ISOPATIA (iso urinária)

Nas alergias respiratórias, utiliza-se outra técnica: a iso-urinária.


Guardam-se as urinas da manhã que se levam ao farmacêutico para fazer frascos de:

30 ml em 5 CH
30 ml em 7 CH
30 ml em 9 CH
30 ml em 12 CH
30 ml em 15 CH
30 ml em 18 CH
30 ml em 30 CH

Com estes frascos faz-se o seguinte tratamento:

1ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 5 CH, em água.


2ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 7 CH, em água.
3ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 9 CH, em água.
4ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 12 CH, em água.
5ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 15 CH, em água.
6ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 18 CH, em água.
7ª semana, todos os dias em jejum, 20 gotas de iso-urinária 30 CH, em água.

Em cada semana deitar fora o frasco, excepto o último, em 30 CH, que pode ser
utilizado numa cura de manutenção (durante uma semana) de tempos a tempos.
Para as crianças de 30 kg, dar-se-ão 10 gotas. É estritamente não tóxico.
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AS DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

AS DOENÇAS MENTAIS
Sob o ponto de vista nutricional, a causa da doença mental é o envenenamento pelo
álcool, tóxicos, cafeína, etc..., e por carências em vitaminas, oligoelementos, minerais
como o fósforo, indispensáveis ao equilíbrio nervoso.

TRATAMENTO

1. Modificar a alimentação
2. Introduzir suplementos com pólen e levedura
3. Evitar os tóxicos
4. Tentar a reflexologia e certas terapias naturais como a homeopatia, a
simpaticoterapia que actuam, se são utilizadas com tacto e alquimia.
5. Medicina e dieta ortomolecular.

O REJUVENESCIMENTO
Escreve-se muito em todos os países sobre o rejuvenescimento. Nos livros de
gerontologia são descritas todas as manifestações de envelhecimento no organismo:
desidratação da pele, fragilidade dos ossos, diminuição da sensibilidade dos órgãos
sensoriais, enfraquecimento das glândulas endócrinas, involução do seio e do útero, na
mulher, diminuição progressiva da sexualidade, espessamento da córnea, alteração das
mucosas, esclerose dos vasos, etc... Mas não se assinala que todos estes fenómenos são
precedidos, por outros dois que são essenciais:
1. Hipertoxicidade
2. Hiperviscosidade humoral

A esclerose dos nossos tecidos, o hiperfuncionamento, a infiltração em colesterol, em


lípidos, em sedimentos minerais são sempre precedidos destes fenómenos. Isto quer
dizer que o sangue, a linfa, os líquidos circulantes intra e extracelulares tornam-se mais
espessos e carregam-se de toxinas e de tóxicos.
Se ignorarmos o que precede todas estas alterações de envelhecimento, não podemos
saber como prolongar a vida activa e como eventualmente, rejuvenescer.

Porque ocorrem estes dois fenómenos na pré-velhice?


É simples quando compreendemos as grandes linhas da Naturologia.
Nós comemos e produzimos venenos digestivos e catabolitos celulares e ainda juntamos
certos tóxicos exógenos. Se comermos demasiado, teremos uma massa de materiais
nutritivos considerável, no que diz respeito a lípidos e glícidos e, vamos espessar o
nosso sangue. Este vai perder fluidez por superalimentação. Mais ainda, comendo
demasiado, o nosso organismo vai fabricar lípidos saturados, colesterol, o sangue vai-se
espessar ainda mais e irão formar-se depósitos nas artérias que vão impedir a perfeita
irrigação sanguínea dos órgãos.
A causa do envelhecimento é acima de tudo, a superalimentação que decuplica a
produção de tóxicos intestinais e o contributo calórico. A superalimentação produz o
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envenenamento do tubo digestivo e a perca de fluidez dos humores, visto que o sangue
e a linfa transportam muitos materiais nutritivos. É uma forma de engorduramento
humoro-celular, não pelos tóxicos e toxinas, ou catabolitos celulares, mas sim, pelo
excesso de materiais nutritivos transportados.
A moderação alimentar permite o prolongamento da vida. Mas a redução das
quantidades alimentares deve respeitar o equilíbrio.
Na se trata, como é frequentemente aconselhado aos idosos, de suprimir as proteínas
como um adulto. Logo, é necessário reduzir as quantidades alimentares, mas também
evitar as diversas intoxicações.

Porque é este, um problema alimentar?


O homem que envelhece tem sempre necessidade de minerais, prótidos, vitaminas,
oligoelementos, glícidos e fibras. Por outro lado, deve reduzir as quantidades
alimentares, visto que os rins, o fígado, os pulmões, intestinos, vão reduzindo
lentamente sua capacidade eliminadora. Se ingerirem a mesma quantidade de alimentos,
que ingeriam antes, vão produzir a mesma quantidade de resíduos que produziam na
idade de adultos, só que infelizmente, os emunctórios não têm mais as capacidades que
tinham, verificando-se a lenta infiltração de venenos, tóxicos, toxinas e catabolitos.
Esta infiltração nos diferentes tecidos vai originar a esclerose se o retardamento dos
líquidos circulantes e reduzir a oxigenação e a drenagem, daí o envelhecimento de todo
o organismo.
Se os órgãos eliminam menos, é preciso fornecer-lhe menos, comendo menos.
Envelhecer conservando estas capacidades da juventude, tem o seu preço. Não existe
um regime um regime milagre, é uma falsidade.
A única possibilidade é fazer um reajustamento alimentar em função das capacidades
redutoras dos emunctórios.

Portanto vejamos:

1. Reduzir as quantidades alimentares respeitando o equilíbrio alimentar, ou um dia


em cada sete, repouso com dieta de caldo de legumes, para as pessoas incapazes de
reduzir.
2. Obrigatoriamente todos os dias, fazer exercício físico 15 a 60 minutos. Nada de
desporto de competição, mas manter o exercício físico até às últimas instâncias.
3. Manter uma actividade intelectual.
4. De tempos a tempos fazer uma cura de drenagem: por exemplo, 10 dias por mês,
uma ampola de rabanete negro (Bilifludine) numa infusão de cavalinha e de fucus
vesiculoso (trata-se de uma alga) e uma colher de sopa de pólen* a meio do
pequenos almoço. Uma vez que o pólen contém todas as vitaminas do grupo B, os
oligoelementos, rutina protectora vascular e uretionina (um aminoácido com
enxofre, desintoxicante do fígado) e vitamina E (tonicardíaca). O pólen é o leite do
idoso.
5. Existem também as células frescas (celuloterapia, mesenquimoterapia).

* O pólen deve ser bem mastigado ou bebido com água. Assegurar-se da proveniência
do pólen para evitar alergias. É necessário uma colher de café por 20 kg de peso
corporal.
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IRIDOLOGIA DO ENGORDURAMENTO
CELULAR DOS HUMORES

Como se manifesta a indigestão crónica na íris? Em torno da collerette, uma mancha cor
de ferrugem, tende a invadir a íris.
A intoxicação, o envenenamento a partir do tubo digestivo produz
principalmente diversas doenças de pele e diversos catarros. No caso de
acne e de furúnculos, a cresce uma infecção proveniente do tubo
digestivo. O eczema é devido a uma alimentação anormal com todo o
mecanismo que já conhecemos. A partir das toxinas originadas no tubo
digestivo, certos saprófitos são transformados em espécies patogénicas ou
pode, simplesmente ocorrer exaltação da virulência de certas bactérias e
vírus com poder patogénico latente.

As purgas : Penso que a limpeza do tubo digestivo não é o mais importante. o


importante é suprimir a causa. Mesmo que limpemos, se recomeçarmos os mesmos
erros, a intoxicação voltará de novo.
Purgas e lavagens podem ser úteis (sobretudo antes de entrar em jejum) embora não seja
fundamental. O essencial é regular a digestão.
É sempre bom começar a limpeza no tubo digestivo na fase decrescente da lua, isto é,
quando ocorre o fenómeno da desassimilação no organismo. Uma purga feita na fase
crescente da lua , pode transtornar consideravelmente o organismo, orientado para a
assimilação.
No entanto, penso ser mais aconselhável uma limpeza regular do tubo digestivo.
Em França prescrevi uma purga (sulfato de sódio) purgativa diluída em água em jejum.
Deverá permanecer até à noite sem comer, apenas bebendo caldo de legumes,
resultando 3 a 10 idas à casa de banho.
Penso que é preferível tomar a purga de manhã, porque necessita de muita energia vital
para a sua eliminação e é de manhã, após uma noite de sono, que possuímos mais
energia nervosa.
Para além do caldo de legumes, pode-se tomar tisanas com acção diurética: pés de
cereja, barbas de milho, Erigeron canadensis, Ortosiphon, pilosela, funcho, etc...

Quanto ao açúcar.
De preferência, consumir açúcar amarelo. Não é necessário suprimir o açúcar, senão as
pessoas tornam-se depressivas.
Todos os glícidos e até o mel, são imediatamente transformados no tubo digestivo, em
glucose. É sempre a glucose que passa para o sangue. O inconveniente dos açúcares
(brancos, sacarose e outros) é que, em presença do ácido clorídrico, se transformam
rapidamente em glucose, passando muito rapidamente, provocando uma descarga de
insulina; só os açúcares rápidos solicitam esta acção do pâncreas, visto que o amido de
um cereal completo se desdobra lentamente e passa lentamente para o sangue. A
secreção de insulina será, neste caso, mais lenta, mais progressiva, mais regular.
Uma descarga de insulina rápida cansa a longo prazo o pâncreas podendo provocar
diabetes. É por isso que 100 calorias na forma de açúcar são mais perigosas que 100
calorias na forma de pão ou batatas. Pela mesma razão, duas tiras de chocolate no final
das refeições são menos prejudiciais que duas tiras de chocolate ao fim da tarde. No
final das refeições, a digestão do chocolate (a sacarose) vai ocorrer lentamente até este
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ser completamente desdobrado em glucose, passando então muito lentamente para o


sangue sendo a descarga de insulina também muito progressiva. É por isso que não se
deve comer sobremesas, gasosas, limonadas, bombons, mel, xaropes, etc entre as
refeições. Tudo o que é doce deve ser tomado no final das refeições para passar
lentamente para o sangue, sem perturbar o pâncreas.
A digestão do mel é lenta. Tomado em jejum, num estômago vazio, não perturba a
digestão dos outros alimentos. Tomado com outros alimentos, o mel pára a digestão
bucal e estomacal, visto que a sua digestão é intestinal, pelo que é menos grave tomá-lo
só, embora não seja aconselhável.

HIPOGLICÉMIA
A hipoglicémia indica, em geral, um certo desequilíbrio endócrino e hepato-pancreático.
É preciso verificar se a alimentação do indivíduo é equilibrada: verificar se os
farináceos estão presentes às refeições e se estão presentes aminoácidos e
oligoelementos. É preciso ter a noção que o equilíbrio hipofiso-pancreático necessita da
presença de zinco, níquel e cobalto (oligoelementos em ampolas de 2 ml). Por isso é
preciso dar, todos os dias, pela manhã, estes oligoelementos. Se não for possível,
aconselho dar ostras aos hipoglicémicos, diariamente, se possível. A ostra é um
alimento fantástico que fornece todos os aminoácidos, as vitaminas do grupo B, de entre
as quais a B12 a mais rara e a totalidade dos oligoelementos incluídos num conjunto
proteico, vitamínico e mineral complexo. Pode-se administrar P.O.P. (Pó de Ostra
Portuguesa) que são combinados de ostras, ou 6 ostras por dia, sem limite no tempo.
Também se deve verificar se a alteração do funcionamento pancreático poderá ser
devido a estimulantes, a misturas excessivas ou a fermentações alcoólicas do tubo
digestivo. Uma vez que a digestão se atrasa, o álcool pode provocar a destruição do
pâncreas.
Em caso de hipoglicémia é necessário regular a alimentação. Administrar diariamente
P.O.P. ou ostras.
É importante salientar, no que diz respeito ao engorduramento humoro-celular e a
digestão, que este pode perfeitamente ocorrer com um trânsito normal. Não se deve
acreditar que não há risco de envenenamento do cólon, quando o trânsito é normal.
Um trânsito pode ser lento com muito poucas fermento-putrescências e um trânsito
pode ser acelerado com enormes fermento-putrescências. A importância do
envenenamento de origem intestinal é independente da velocidade do trânsito. Para um
mesmo grau de fermento-putrescências, quanto mais lento for o trânsito, maior será o
envenenamento. Mas, com um trânsito normal pode existir auto-intoxicação a partir do
intestino.
Logo, não confundir obstipação e auto-intoxicação e trânsito normal e não intoxicação.
A intoxicação depende mais do grau de fermento-putrescências do que da velocidade do
trânsito. Existem pessoas com dermatoses e catarros e que vão regularmente à casa de
banho, e outras que não se manifestam, sendo, no entanto, obstipadas.
Atenção, as fermento-putrescências no cólon são normais, o seu excesso é que é
patológico.

Plantas anti-inflamatórias, com acção geral:

- Harpagophytum procunvens
- Erigeron canadensis

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