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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

PEDAGOGIA

JULIANA CRAIS DE PAULA ALVES

ESCOLA E FAMÍLIA: JUNTOS PELA FORMAÇÃO DO


CIDADÃO

Londrina
2010
JULIANA CRAIS DE PAULA ALVES

ESCOLA E FAMÍLIA: JUNTOS PELA FORMAÇÃO DO


CIDADÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título de licenciado
em Pedagogia
Orientador: Marlizete Steinle
Tutor Eletrônico: Irinea Anaria da Silva Lima
Tutor de Sala: Andressa Marchiore Melo de Lima
Londrina
2010
Dedico este trabalho primeiramente à Deus, é
por Ele e para Ele que completei mais esta
caminhada. Ao meu amado marido, à minha
família e aos meus pastores Zenga e
Marinalva.
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por ter me sustentado para vencer mais esse


desafio, sem Sua graça infinita nada disso teria sido conquistado.

Ao meu marido Fábio que sempre esteve do meu lado me apoiando,


me dando força para continuar . Agradeço pela compreensão e seu amor que tem
sido um dos alicerses para continuar, mesmo nas dificuldades.

Meus pais Dulce e Manoel e meu irmão Marcio, por estar sempre me
incentivando,apoiando e me motivando a não desistir.

Às minhas amigas, Isabel, Caseliane e Ruthe que sempre estiveram


meu ajundando em orações para que pudesse conquistar essa vitória.

Aos meus pastores Zenga e Marinalva que abraçaram essa causa


junto comigo. Agradeço pelas orações, pelo apoio, carinho e pela confiança de me
permitir vivenciar momentos enriquecedores participando do projeto de reforço
escolar da Igreja Nova Aliança.

À minha primeira tutora Vera Pryjma, que sempre esteve ao meu lado
me ajudando nas dificuldades do começo, sem ela não teria construído um bom
alicerce para permanecer.
E às minhas atuais tutoras Irinea Anaria da Silva Lima e Andressa
Marchiole Melo de Lima, obrigada por pelas orientações, vocês foram fundamentais
para que eu pudesse concluir mais esssa etapa.

Amo vocês!
ALVES, Juliana Crais de Paula. Escola e Família:Juntos pela formação do
cidadão. 2010. 27 páginas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação –
Pedagogia) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do
Paraná, Londrina,2010.

RESUMO

Este trabalho tem com objetivo analisar como os problemas


familiares podem afetar a aprendizagem e o comportamento dos alunos. Podemos
observar que a indisciplina tem a cada dia sido mais comum na sala de aula e com
este trabalho busquei analisar o porquê de tudo isso. Na revisão bibiliografica pude
constatar que o comportamento do aluno é reflexo do que ela passa dentro do seu
ambiente familiar, e que os conflitos que eles presenciam podem influenciar seu
convivio na escola. De acordo com a experiencia que tenho vivido em relação a este
tema, proponho soluções que podem ajudar essas familias, como educação integral
para todos, curso profissionalizantes e condições dignas para que essas familias
possam dar a seus filhos um ambiente saúdavel, e assim mudar seus
comportamentos.

Palavras-chave: Escola – Família – Educação – Comportamentos


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 4

CAPITULO 1- Família: início de tudo 6


1.1 Conseqüências que afetam comportamentos 6
1.2 Educação familiar 10

CAPITULO 2- Família e Escola: Uma proposta de parceria 12


2.1. Como a escola deve agir 12
2.1.1. Como a família deve agir 16

CAPÍTULO 3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE DOS 19


DADOS

CONSIDERAÇÕES FINAIS 22

REFERENCIAS 24

ANEXO 25
ANEXO A - Exemplos de comportamentos
4

INTRODUÇÃO

Na sociedade atual é nítido perceber o quanto ela tem crescimento


em alguns aspectos que tem prejudicado nossas crianças, como desestrutura
familiar, violência, drogas, entre outros. Esses aspectos têm influenciado o
comportamento dos alunos, que a cada dia tem apresentado distúrbios de
comportamentos, indisciplina, agressividade, déficit de atenção, dificuldades em
aprendizado, o que tem dificultado o ato de ensinar dos professores, e a relação
entre eles com todo corpo docente. Famílias que tem deixado um legado de falta de
amor, drogas, prostituição, violência, abandono, indiferença. Se não agirmos, a
história ira se repetir durante gerações.
Diante desse problema, o objetivo geral desse trabalho é buscar
analisar a raiz desse problema, e descobrir soluções práticas do como orientar a
família desses alunos para que juntos com a escola possam formar um cidadão que
tenha a esperança de um futuro melhor. Buscarei definir soluções de como a escola
devem agir em relação a crianças e sua família, de como mudar comportamentos
familiares que possam ajudar seus filhos, e como prevenir que esses problemas
possam aumentar cada vez mais.
Sempre tive o interesse em analisar os motivos que levam muitas
crianças à agir fora do “padrão” esperado pelos professores, e durante a minha
graduação pude presenciar nos estágios alguns casos de crianças que estavam
sendo prejudicadas pelo problemas e o descaso familiar. Meus estágios obrigatórios
foram realizados em escolas públicas de bairros pobres; participo de um projeto de
reforço escolar realizado pela igreja que freqüento em parceria com a prefeitura e
trabalho em uma escola municipal de período integral que se situa em das regiões
mais carente da minha cidade. Por isso no meu dia-a-dia tenho convivido com
crianças que foram abandonadas, filhos de traficantes, com pais presos, crianças
que vivem em barracos sem o mínimo conforto e até mesmo de higiene. Muitas das
vezes crianças que são revoltadas pela vida que leva, mas na maioria das vezes
carentes de afeto e atenção; diante disso essa carência vem sido escondida por trás
de uma máscara de rebeldia e agressividade.
Escolhi essa temática pois a cada caso de agressão, rebeldia da
parte desses alunos, há uma história por trás que justifica esses comportamentos. E
5

o que mais me constrange como futura pedagoga e como ser humano, é que se nós
não agirmos para impedir, essas crianças serão no futuro aquilo se seus pais são
agora.
O objetivo deste trabalho é analisar o porque de determinados
comportamentos, identificar o problema que esta afetando seu comportamento e por
ultimo, levantar possíveis soluções para solucionar esses problemas sócias que
afetam as crianças.
Desenvolvi esse trabalho baseado nas experiências que tenho sido
levada a presenciar, através da observação, discussão sobre o assunto,
presenciando situações de conflito entre a família e a visão escolar, visitando as
famílias em seu meio, convivendo com as crianças que na inocência expõem seus
problemas familiares.
Para a realização desse trabalho, recorri à pesquisa bibliográfica
como entrevistas, artigos, livros entre outras fontes. Pesquisei principalmente nas
fontes disponíveis na internet pela praticidade de meio. E basearei minhas reflexões
a partir de depoimentos, relatos e investigação sobre o tema em um ambiente
escolar.
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CAPITULO 1 – FAMÍLIA : INÍCIO DE TUDO


1.1Atitudes que afetam comportamentos

Segundo Tiba (1996) a disciplina deve acompanhar o ritmo


biológico da criança desde seu nascimento. Oferecer o peito sempre que a criança
chora acaba criando um péssimo habito, podendo no futuro se tornar um adulto que
diante a um contratempo, vai procurar comida em vez de solucionar seu problema,
acarretando problemas de obesidade, e até desenvolver dependência do cigarro,
álcool e tudo que promove sensações na boca.
Segundo o autor, a melhor disciplina é a regida pela liberdade,
porém muitos pais se perdem-se nela. “Liberdade é poder material e psicológico,
mas só tem valor quando associada à responsabilidade”. É a educação adequada
dada pelos pais que capacitará a determinar o que deve ou não ser feito , com
quem, quando e onde. Porém muitos pais acham que a melhor maneira de “educar”
é falar com voz grossa, paciência curta e mão pesada, mas se esse fosse o método
de uma boa educação, estes saberiam como educar os próprios filhos. Na infância
até pode de alguma maneira funcionar, mas quando chegar a adolescência, tal
esquema vai à falência. O adolescente começa a reproduzir atitudes familiares,
agindo com indisciplina e agressividade dentro de casa e na escola.
Diante disso, vale ressaltar um trecho do livro “Pais Brilhantes,
Professores Fascinantes”.
“Certo dia, descontente com a reação agressiva do seu pai um filho levantou
a voz para ele. O pai sentiu-se desafiado e o espancou-o. Disse-lhe que
nunca deveria falar com ele daquele modo. Aos gritos, afirmou que quem
mandava naquela casa era ele, que era ele que o sustentava. O pai impôs
sua autoridade com violência. Ganhou o temor do filho, mas perdeu para
sempre seu amor.” (CURY,2003,p.88)

Segundo Cury, alguns pais impõem uma autoridade que sufoca a


lucidez dos filhos, formando pessoas que também reagirão com violência. “Os pais
que impõem sua autoridade são aqueles que têm receio das suas fragilidades.”
(CURY,2003,p.89)
7

A interferência mais forte ocasionada pela família na escola


aparece sob a forma de distúrbios de comportamento, ou seja, alunos com
desvio de conduta, excessivamente agressivos ou erotizados, geralmente, se
originam de um meio familiar hostil. Para se entender isso basta pensar que
ocorrendo uma falha na linha de montagem familiar, o produto criança sai
com defeito da linha de produção. Seja um problema leve (distúrbio de
conduta) ou uma pesada depressão. (BALLONE, 2003, p.1).
Curry (2003, p.96 e 97) diz que um aluno que tem
comportamento agressivos são ecos da agressividade recebida em casa, e
toda essa experiência de violência contra si próprio e seus familiares
produzem zonas de conflitos na memória dessa criança.
Outros problemas familiares que se manifestam na escola são
arrolados por Jose e Coelho (1999, p. 187):
 Separação dos pais - Pode trazer um desajustamento social
muito grande para a criança, levando-a à agressividade, angústia, sentimento
de abandono nos casos em que ela se sente perdida, dividida e sem saber se
continua ou não sendo amada.
 Morte - A morte dos pais, de um parente ou de um amigo
especial pode acarretar sérias conseqüências para a criança, dependendo do
grau de maturidade e das atitudes da família em relação ao fato. Podem
também se manifestar das mais diferentes formas: uma criança torna-se
irritada, agressiva, intolerante (exige a satisfação de seus desejos); outra
torna-se solitária e desinteressada pela vida e outra ainda pode tornar-se
demasiadamente eufórica, passando a contar vantagens que não retratam a
realidade.
 Superproteção (filho único) - A superproteção dos pais e
sobretudo da mãe ou dos avós impede a criança de tomar qualquer iniciativa,
tornando-a aos poucos completamente passiva, dependente da vontade dos
adultos. Além disso, a criança também pode manifestar atitudes “malcriadas”
(falta de cortesia, desobediência, uso de palavrões), provenientes do excesso
de mimo e liberdade dados em casa. (JOSE e COELHO, 1999, p. 187).

Ainda refletindo sobre a conduta de agressividade José e Coelhos


(199, p. 174) afirma que “o comportamento agressivo é fruto de aprendizagem e a
8

educação dada pelos pais desempenha um papel relevante na formação de uma


personalidade mais ou menos agressiva.” Além disso, grande parte do
comportamento agressivo resulta de práticas sociais que o reforçam. Aquele que
excede os limites socialmente aprovados pode ser uma manifestação de padrões de
reação adquirida numa família, comunidade ou subcultura que encoraja tal
comportamento.

José e Coelho (1999, p. 174) consideram ainda que os


indivíduos superagressivos e anti-sociais são oriundos de ambientes onde há:
 Rejeição dos pais ou parentes;
 Excessiva tolerância da agressividade;
 Falta de supervisão dos pais ou responsáveis;
 Desvios sociais dos pais e parentes;
 Discórdias em família;
 Tratamento incoerente (ora muito mimo, ora muita punição);
 Uso de punições físicas dolorosas;
 Ameaças de punição física.
O Código Penal Brasileiro prevê diversos tipos de violência:
agressão física, ameaça, omissão, etc. No caso da família os tipos mais
comuns de violência que os pais podem cometer contra os filhos, com fins
pretensamente disciplinadores, no exercício de sua função socializadora, ou
com outros objetivos, pode tanto ser física, quando a coação se processa
através de maus-tratos corporais (espancamentos, queimaduras, etc) ou por
negligência e omissão em termos de cuidados básicos (alimentação,
vestuário, segurança etc). (DELMANTO, 1998, p.215-291).

Dentre as formas de violência sofrida pelas crianças, talvez umas das


mais graves é a violência sexual que segundo Delmanto (1998,p.215-291) acontece
quando a coação se exerce tendo em vista obter a participação em práticas eróticas.
O abuso sexual é todo ato ou jogo sexual entre a criança/adolescente e um familiar
seja ele seu responsável legal ou não, podendo haver contato físico e uso de força
física.
9

Na opinião de Ballone (2002, p. 1) alguns fatores são indicativos


de violência doméstica em crianças e adolescentes. Dentre os quais se pode
citar:
- Doenças sexualmente transmissíveis;
- Comportamento muito erotizado para a idade cronológica;
- Medo de adultos;
- Distúrbios afetivos e distúrbios de conduta;
- Enurese noturna;
- Aparência descuidada e suja;
- Desnutrição;
- Evasão escolar e dificuldades na aprendizagem
10

1.2 Educação Familiar

Em relação à educação da criança Gokhale (1980)diz que a família


não é somente o berço da cultura e a base da sociedade futura, mas é também o
centro da vida social. A educação bem-sucedida da criança na família é que vai
servir de apoio à sua criatividade e ao seu comportamento produtivo quando for
adulto. A família tem sido, é e será a influência mais poderosa para o
desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas. Assim, pode-se dizer
que as crianças precisam sentir que fazem parte de uma família.

Segundo Lancam, a importância da primeira educação é tão grande


na formação da pessoa que podemos compará-la ao alicerce da construção de uma
casa. Depois, ao longo da sua vida, virão novas experiências que continuarão a
construir a casa/indivíduo, relativizando o poder da família (LANCAM, 1980 apud
BOCK, 1989, p. 143).

Para aprender, necessitam-se dois personagens (ensinante e


aprendente) e um vínculo que se estabelece entre ambos. (...) Não aprendemos de
qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de
ensinar. (FERNÁNDEZ, 1991, p. 47 e 52).

O tipo de educação é o primeiro fator familiar que pode interferir na


escola, gerando sérios distúrbios comportamentais. A educação familiar adequada é
feita com amor, paciência e coerência, pois desenvolvem nos filhos autoconfiança e
espontaneidade, que favorecem a disposição para aprender. Entretanto, é freqüente
encontrar adultos que “ensinam” às crianças exatamente o contrário do que fazem,
isto é, são incoerentes: ensinam uma coisa e fazem outra. Em geral, as crianças
aprendem o que os adultos fazem e não o que querem ensinar. (PILETTI, 1989, p.
151-153)

Segundo Fernández (1991, p.100) na família , os hipnotizadores-pais,


foram e são por sua vez hipnotizados por seus pais, pela propaganda, etc., “e
cumprem as ordens deles quando educam seus filhos para que eduquem seus
filhos...desse modo, que inclui não se dar conta de que se está cumprindo
11

instruções, já que uma das instruções é não pensar que a alguém se ordenou agir
assim”. “Se eu o hipnotizo, não lhe digo:’Ordeno que sinta frio”. Digo que faz frio.
Você imediatamente sente frio” . “Nos é dito que somos um bom menino ou uma boa
menina, e não simplesmente que devemos ser um bom menino ou uma boa menina.
12

CAPÍTULO 2 – FAMÍLIA E ESCOLA : UMA PROPOSTA DE PARCERIA


2.1 Como a escola deve agir

O problema de aprendizagem que constitui um “sintoma” ou uma


“inibição” toma forma em um indivíduo afetando a dinâmica de articulação entre os
níveis de inteligência, o desejo, o organismo e o corpo, redundando em um
aprisionamento da inteligência e da corporeidade por parte da estrutura simbólica
inconsciente. Para entender seu significado, devemos descobrir a funcionalidade do
sintoma dentro da estrutura familiar e aproximar-nos da historia individual do sujeito
e da observação de tais níveis operando. Para procurar remissão dessa
problemática, devemos apelar a um tratamento psicopedagógico clínico que busque
libertar a inteligência e mobilizar a circulação patológica do conhecimento em seu
grupo familiar.(Fernández 1991, p. 82)

Ainda sobre o autor, há quem coloque que nas escolas dão-se muitos
conhecimentos matemáticos, científicos e pouca expressão corporal e plástica, e
tenta-se juntar a uma mesma modalidade de ensino novas matérias, caindo na
mesma armadilha com diferentes aspectos, pois não se modifica o principal: o
espaço da aprendizagem. O espaço educativo deve ser um espaço de confiança, de
liberdade, de jogo.(1991, p. 60)

Segundo Vitor Paro ([s.d.]), a escola deve utilizar todas as


oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre
seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só
assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e
com o desenvolvimento de seu filho como ser humano.

Se alguém não se investiu de amor, não poderá dá-lo a outro.


Portanto, temos que olhar os pais de uma maneira afetuosa para conseguir que o
afeto circule. E podemos fazê-lo, já que estamos em um lugar privilegiado. Dar o
primeiro empurrão no afeto que está estancado. Em geral, há muito mais amor do
que os terapeutas acreditam. O amor estará travado, estancado, mas existe, e é
preciso fazê-lo circular; a criança tem que senti-lo da parte da mãe e do pai, eles de
parte de seus filhos. Quando o amor começar a circular, a aprendizagem também
começará a circular. (Fernández 1991, p. 230)
13

“Para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de


comportamento e amplie cada vez mais o potencial do educando, é necessário que
ele perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida.

O aluno precisa ser capaz de reconhecer as situações em que


aplicará o novo conhecimento ou habilidade. Tanto quanto possível, aquilo que é
aprendido precisa ser significativo para ele.

Uma aprendizagem mecânica, que não vai além da simples retenção


não tem significado para o aluno.

Para ser significativa, é necessário que a aprendizagem envolva


raciocínio, análise, imaginação e o relacionamento entre idéias, coisas e
acontecimentos. (José e Coelho 1995, p.11 e 12)

Na escola, o professor deve estar sempre atento ás etapas do


desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem
e calcando seu trabalho no respeito mútuo, na confiança e no afeto. Como afirma
Rogers, “ele deverá estabelecer com seus alunos uma relação de ajuda, atento para
as atitudes de quem ajuda e para a percepção de quem é ajudado”.

É de suma importância, portanto, que o professor conheça o


processo da aprendizagem e esteja interessado nas crianças como seres humanos
em desenvolvimento. Ele precisa saber o que seus alunos são fora da escola e
como são suas famílias.

Quando um educador respeita a dignidade do aluno e trata-o com


compreensão e ajuda construtiva, ele desenvolve na criança a capacidade de
procurar dentro de si mesma as respostas para os seus problemas, tornando-a
responsável e, consequentemente, agente do seu próprio processo de
aprendizagem. (José e Coelho 1995, p. 12 e 13).

À medida que a criança cresce, seu autoconceito e o conhecimento


que ela tem de si mesma vão se estabelecendo. A maneira pela qual ela se vê, o
jeito pelo qual ela se sente, irão influir muito em tudo que ela faz e, basicamente, em
sua capacidade de aprendizagem. Se ela não tiver fé em si mesma, se julgar-se
14

inferior aos outros, não terá motivação para aprender. Não conseguirá interessar-se
por nada, achando de antemão que irá fracassar. Com medo do fracasso, a criança
nem tenta um novo comportamento; ou então toma atitudes inadequadas, num
esforço de mostrar aos outros que é alguém.(José e Coelho 1995, p. 15)

Ainda sobre José e Coelho, eles afirmam que a atitude do professor


para com os alunos pode influenciar de maneira decisiva a construção da auto-
imagem deles, de sua maneira de ver a si mesmos. Seu método de ensinar, suas
atitudes, o jeito de se relacionar com cada aluno, e até mesmo a freqüência com que
ela fala com cada um, o interesse e o carinho que demonstra até sem querer,
estariam influenciando todo o desenvolvimento afetivo das crianças. O
desenvolvimento do autoconceito positivo das crianças deve ser uma preocupação
central do professor. Só se tiver uma auto-imagem positiva a criança terá a
necessária motivação apara aprender e poderá ir adquirindo um comportamento
independente. Essa é a melhor forma de prepara o aluno para sair-se bem nas
situações novas com que se defronta.

Para que a criança se desenvolva bem ela precisa de um ambiente


afetivamente equilibrado, onde ela receba amor autêntico e onde lhe permitam
satisfazer as necessidades próprias do seu estado infantil.

De acordo com Mielnik, “a situação problemática abrange


especialmente o relacionamento difícil com o meio e as pessoas”. Na criança, ela se
manifesta em dificuldades emocionais, supersensibilidade, sentimento de
rejeição,sensação de pânico em determinadas circunstâncias, ansiedade, regressão
ou infantilização. Quando essas reações apresentam agravamento , deve-se
considerar o quadro como tendendo a anormal ou patológico. Nesse caso, a criança
passa apresentar atitudes destrutivas de maneira compulsiva, medo excessivo de
tudo, extrema agitação, desintegração ou mesmo ausência de relacionamento
pessoal.

Segue em anexo uma tabela que demonstra exemplos de


comportamentos segundo Mielnik (1982).
15

O comportamento anormal ou patológico pode ter origem na própria


criança (fator genético) ou no ambiente (fator social) . Para caracteriza-lo deve ser
considerados os seguintes fatores:

● idade;

●constituição física;

●desenvolvimento (período em que a criança se encontra);

●ambiente cultural;

●conduta e personalidade dos pais e irmãos;

●tensões e traumas da vida cotidiana aos quais a criança fica


exposta;

●tendências internas e defesas psíquicas do ego infantil;

●influência de pressões externas e internas;

●meios de adaptação a essas pressões;

●processo envolvidos na maturação da personalidade infantil.

Quando o professor detecta alguma anormalidade após a verificação


de todos esses fatores, é necessário, ainda que ele faça análise a respeito da
permanência das características apresentadas.

Vale ressaltar ainda que o professor pode ajudar o aluno a superar


alguns momentos difíceis, como o da entrada na escola, do nascimento de irmãos,
da superação ou morte dos pais e do início da adolescência.(José e Coelho 1995, p.
21e 22)
16

2.1.1. Como a família deve agir

Em seu livro “Problemas de Aprendizagem”, José e Coelho (1995, p.


12), diz que é a família quem primeiro proporciona experiências educacionais à
criança, no sentido de orienta-la e dirigi-la. Tais experiências resumem-se num
treino que, algumas vezes, acontece sem que os pais tenham consciência de
que estão tentando influir sobre o comportamento dos filhos.
Como afirma Lindgren (1977), “este tipo de aprendizagem e ensino
em diferentes níveis de consciência dá-se durante todo o tempo, dentro ou fora
da escola. Os pais e os professores estão sempre ensinado simultaneamente em
diferentes níveis de consciência , e as crianças estão sempre aprendendo em
diferentes níveis . as coisas ensinadas ou aprendidas conscientemente podem
ou não ser importantes e podem ou não fixar-se”.
Ainda segundo esse autor, “o que é ensinado e aprendido
inconscientemente tem mais probabilidade de permanecer”.
Segundo José e Coelho (1995, p. 12) na família ocorre o mesmo. A
criança retém definitivamente os sentimentos que seus pais têm em relação a ela
e à vida em geral. Esses sentimentos serão a base para o conceito que ela
formará de si própria (autoconceito) e do mundo. Uma criança que é desprezada
aprende a desprezar-se; uma criança que é amada e aceita, tenderá a
desenvolver atitudes positivas para a formação do seu autoconceito.
Alice Fernández em seu livro “A inteligência Aprisionada” (1991,
p.99)cita David Cooper que assinala que o tipo de organização familiar atual
torna seus membros anônimos. Lancan disse que do sujeito definido
exclusivamente pela família, fica somente o nome escrito sobre uma lápide. E
Mannoni afirma que “os pais inconscientemente deixam a seu filho a carga de
refazer sua história, mas refazê-la de tal maneira que nada deveria mudar,
apesar de tudo. O paradoxo em que a criança está presa produz logo efeitos
violentos; com efeito, raramente há oportunidade de que a criança se realize em
seu próprio nome ”
As maneiras de os pais criarem seus filhos têm enormes influencias
sobre seu desenvolvimento e sobre o tipo de pessoa em que se transformarão.
Os pais devem, através de seu próprio comportamento e dos valores nos quais
se baseiam, apontar uma direção para seus filhos. Mas é preciso que se livrem
17

da idéia de que existem métodos infalíveis que, quando bem aplicados,


produzirão certos resultados previsíveis. O que quer que seja que façamos por
nossos filhos deve fluir da compreensão que temos deles e da nossa percepção
da situação especifica e da relação que desejamos que exista entre nossos filhos
e nós.
Seguir indicações ou instruções nos impede de nos sentirmos
criativos em relação ao que estamos fazendo. Isto, do ponto de vista da
experiência humana, significa uma perda muito maior do que o que ganhamos
quando instruções precisas facilitam nosso trabalho de montar coisas; assim,
mesmo quando tudo que estamos fazendo é montar um objeto, o sentimento
com que nos dedicamos a nossa tarefa faz uma diferença enorme na satisfação
que podemos ter com isso. É difícil sentirmo-nos realmente bem conosco
mesmos e nosso filho, quando utilizamos em nossas interações conselhos dados
por alguém de fora. Isso priva a interação da espontaneidade que gera
experiências significativas do ponto de vista humano e, consequentemente,
verdadeiramente satisfatórias. (BETTELHEIM,1988 , P. 13-15)
Bettelheim (1988, p.31 e 32) diz que a crença de que pode haver
regras para lidar com nossos filhos é incompatível com a atitude de compreensão
empática, que so pode decorrer de nossas próprias experiências , tão únicas
para nós quanto as de nosso filho para ele. Confiar em regras nos poupa o
trabalho de ter que refletir sobre cada situação problemática e nos sentimos
responsáveis por sua solução satisfatória. Além disso, à medida que todas as
regras se baseiam em generalização, elas desconsideram o que é
individual,fazendo-nos, portanto, passar por cima do que é único em nosso filho e
em nossa relação com ele. Uma vez formuladas e mais ou menos obedecidas
pela criança, elas roubam ao pai e ao filho o real prazer que ambos
experimentam quando o filho espontaneamente se oferece para executar
determinada tarefa porque deseja nos ser útil, ou apenas nos mostrar, por meio
da retribuição, o quanto aprecia o que fazemos por ele.
Regras entre pai e filho, não importa sua procedência, objetivam e
mecanizam o que deveria ser a mais pessoal, a mais essencialmente humana, a
mais espontânea das relações – aquela que nos pode proporcionar novos
prazeres a cada dia.
18

Piletti diz que “Os pais que se amam tendem a amar também os
filhos. Estes se sentem confiantes, seguros, amantes da vida. Amar não significa
dar liberdade absoluta. Existem limites para a ação individual, limites
estabelecidos pelas ações dos outros. Isto é: eu sou livre, mas o outro também é
livre; se vivemos juntos, devemos estabelecer conjuntamente as regras da nossa
convivência”. (1989, p. 279)
19

CAPITULO 3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E ANÁLISE E DISCUSSÃO


DOS DADOS

Nós últimos três anos tenho vivido a experiência de poder conhecer


a realidade de uma sala de aula. Descobri uma realidade triste, que a maioria acha
que não tem esperança de haver alguma solução.
Convivo com crianças que são afetadas pela maneira que são
criadas, ou não. Crianças que vivem em um ambiente de conflitos, violência,
drogas, prostituição e miséria.
Podemos analisar o quanto é diferente os comportamentos de
crianças que vivem nessas situações. Na maioria das vezes são agressivas,
desobedecem regras, comportamentos erótico precoces , uso de palavras de baixo
calão entre os tipos de comportamentos.
Fazendo parte de um projeto, pude ter a oportunidade de,
juntamente com uma psicopedagoga, visitar a casa de alguns alunos que vivem em
uma periferia. A cada casa de eu entrava, era visível o porquê do comportamento
deles. Casas que muitas das vezes estava em condições desumanas. Pais
ausentes, analfabetos, drogados, traficantes ou presos.
Cada comportamento “inadequado” é conseqüência de alguma
atitude de seus pais, porque eu tenho observado isso em meu ambiente de trabalho.
Muitas crianças não têm limites, ou respeito pelas pessoas, pois são marcadas pelo
abandono e são criadas por outras pessoas; outras que tem atitudes
exageradamente erotizada pois em sua casa dormem todos em um mesmo quarto,
sendo normal presenciar relações sexuais; algumas são estrupadas por parentes,
vizinhos e até irmãos pois não tem quem possam guarda-las; crianças que suas
brincadeiras são agressivas refletindo atitudes de violência em sua casa; crianças
que são obrigadas a conviver com esses comportamentos, e inconscientemente
aprendem e reproduzem.
É muito comum presenciar em brigas entre alunos, trocas de
ameaças, falando que ira chamar o irmão para matar, dar um tiro na cabeça. Eles
acham que tudo tem uma solução se eles tiverem em sua família alguém que tenha
uma arma.
20

É difícil achar alguma criança que não tenha algum desses


problemas em casa, pois por mais educada que ela apresente, conhecendo sua
realidade podemos perceber algum problema familiar que pode afetar suas vidas.
Tenho presenciado varias situações que os problemas familiares
são diretamente confrontados na escola. Presenciei uma conversa da diretora da
escola onde trabalho e uma mãe. A diretora chamou a mãe, pois o aluno havia
roubado uma professora e que seu comportamento era muito agressivo com todos.
Fiquei surpresa quando a mãe começou a falar, ela dizia que não podia fazer nada
em relação ao comportamento de seu filho pois ele estava fazendo aquilo que ele
via seu pai fazer, e que sua agressividade era porque o menino presenciava o pai
bater nela frequentemente. Este não foi a primeira vez que a diretora chamou a mãe
para conversar, na vez anterior o menino confidenciou a uma professora que era
estrupado por um vizinho a mais de um ano.
Fiquei sem reação diante disso, pois a mãe havia desistido de
tomar uma providencia em relação a sua realidade, parecia que estava com as mãos
atadas, parecia ter se conformado em ver em seu filho crescer com o mesmo
“legado” do pai.
Muitas das vezes ensinamos valores aos alunos, mas sem nenhum

sucesso, pois não é a realidade que eles vivem, e a escola sozinha não poderá

ensinar o caminho certo se a própria família não sabe educar. Às vezes a criança

até recebe algum tipo de valores em casa, mais pela necessidade, os pais trabalham

muito e não tem um momento de qualidade com seus filhos, que na maioria das

vezes ficam em casa sozinha ou nas ruas. Os pais só percebem que foram ausentes

quando seus filhos se mostram violentos e começam a se envolver com drogas, por

exemplo.

Algumas crianças não recebem nenhum tipo de educação em casa,

pois na maioria das vezes seus pais são ausentes assim não lhes põe limites . Mas

existem crianças que recebem de alguma forma uma educação, seus pais são

preocupados com seu comportamento, com seu desempenho escolar, mas acaba

faltando o amor que lhes são necessário, acredito que todo comportamento
21

agressivo ou inadequado no modo geral é o reflexo que essa criança precisa de

atenção, de carinho. Todos os estágios que realizei em escolas de periferia pude

perceber que o que eles mais querem receber é o carinho de alguém, seja ele quem

for.

Muitos autores tem falado da importância da união da escola com a

família para poder formar um cidadão pleno em todas as suas facetas, e que o mal

comportamentos deles é o reflexo de que algo não está bom com a criança. E na

realidade é exatamente isso que temos percebido.

É triste de olhar essas crianças e pensar que muitos deles terão a

mesma realidade de seus pais. Aquelas crianças que são filhas de mães solteiras,

muitas serão mães na adolescência também, filhos de pais violentos serão maridos

que batem em suas esposas. É uma herança que essas famílias têm deixado para

seus filhos, uma herança que consiste em droga, prostituição, violência, miséria

entre outras coisas.

A escola nessa realidade, tem mais responsabilidades pois acaba

sobre seus ombros o dever de assegurar que essas crianças tenham seus diretos

cumpridos, tenham o amor que lhes faltam e a esperança que suas vidas podem ser

diferente. Que se eles realmente acreditarem em seu potencial, e se esforçarem

poderão ser tudo aquilo que eles quiserem.


22

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Acredito que este problema levantado neste trabalho vai muito além
do que pensamos e a solução dele não depende apenas da escola e da família.

Esses problemas familiares são reflexos da falta de condições que


essas famílias enfrentam, como desemprego, moradia precária, falta de segurança,
falta de oportunidades para seus filhos entre outros.

Muitos jovens entram na marginalidade pois não vêem oportunidades


de aprender um ofício, ou até mesmo pela discriminação na hora de pedir emprego
para alguém. Essas famílias acabam em periferias pois não têm condições para
comprar uma casa, e tendo que trabalhar muito, acabam não tendo tempo para
educar seus filhos. Essas crianças acabam ficando a mercê do mundo, fazendo
aquilo que querem, pois não tem seus pais próximos para supervisioná-los.

Creio que para mudar essa realidade o governo, a escola e a família


devem trabalhar juntos para que essas crianças tenham um futuro melhor.

Uma idéia que poderá ajudar é a educação em período integral em


todas as escolas, podendo o aluno estudar e aprender uma profissão no outro turno,
evitando que as crianças fiquem nas ruas se envolvendo com a marginalidade.
Posteriormente junto com o órgão responsável, criar projetos para que esses alunos
continuem tendo cursos profissionalizantes e oportunidade de emprego depois da
conclusão do mesmo.

Implantar nas escolas projetos com palestras para os pais sobre


planejamento familiar, criação de filhos, entre outros assuntos de seus interesses
com uma psicopedagoga e o corpo docente da escola podendo ajudar a esclarecer
algumas dúvidas em relação a educação de seus filhos. Assim a família criará um
vínculo com a escola que juntos poderão ter novas soluções para determinados
problemas pertinentes ao aluno.

Para que essas crianças possam se desenvolver plenamente,


devemos pensar onde elas estão vivendo, ao seja, em suas moradias. Não há como
23

uma criança aprender se o ambiente que ela se encontra não for no mínimo seguro,
sem ter que se preocupar se a casa vai cair com uma tempestade. O governo junto
com os órgão responsáveis devem proporcionar condições à essas famílias de ter
uma boa moradia ou de regularizar a que já possui.

Acredito que se essas famílias tiverem todos seus direito atendidos


plenamente, moradia digna, bom emprego, profissionalização de seus filhos, muitos
problemas poderão ser evitados. Se disponibilizarmos as condições necessárias à
essas famílias, muitas delas não optarão em viver na marginalidade. Devemos dar
oportunidade para que haja mudança

A escola não pode ver a criança apenas como aluno, a criança deve
ser compreendida no todo que ela é. E mesmo que sua realidade seja cruel, nosso
dever com educadores é de proporcionar à elas a opção de querer mudar seu meio
através da educação. Muitas famílias desistem de educar seus filho, nós porém,
jamais devemos desistir de um aluno, pois essas crianças poderão ter seus futuros
mudados se perceberem que acreditamos em suas capacidades.

Nós educadores devemos educar com amor e a esperança de que


todos alunos podem chegar muito além do que eles podem imaginar, que eles
sempre serão capazes de mudar seu meio e se tornar um cidadão crítico e realizado
em todas as áreas.
24

REFERÊNCIAS

GOKHALE, S. D. A família desaparecerá? In: Revista Debates Sociais. Nº 30, Ano


XVI. Rio de Janeiro, CBSSIS, 1980.

PARO, Vitor Henrique. Qualidade do ensino: a contribuição dos pais. [s.l.]: Xamã.
126 p.

TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.

CURY, Augusto. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro, 2003

FERNANDÉZ, A. A inteligência aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas. 1991.

BALLONE, G.J.; Transtornos de Conduta. In. PsiqWeb, Internet, disponível em


<http://sites.uol.com.br/gballone/infantil/depinfantil.html>.

PILETTI, N. Psicologia educacional. São Paulo, Ática, 1989.

JOSÉ, E. A; COELHO, M.T. Problemas de Aprendizagem. São Paulo: Ática. 1995.

DELMANTO, R. Código Penal Comentado. 4ª edição. São Paulo: Renovar, 1998.

BETTELHEIM,Bruno. Uma vida para seu filho. Rio de Janeiro: Campus 1988

MIELNIK,Isaac.O comportamento infantil; técnicas e métodos para entender


crianças. São Paulo, Ibrasa 1982

LINDGREN,Henry Clay. Psicologia na sala de aula; o aluno e o processo de


aprendizagem. Rio de Janeiro 197
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ANEXOS
ANEXO A. Exemplos de comportamentos
“Normal”, problemas e anormalidade

Criança de 5 a 12 anos 26

Atitude Adequada Problemática Tendente a anormal

Saúde física boa, capacidade Ansiedade e supersensibilidade a Retraimento excessivo; apatia;


corporal realizada, aguda novas experiências (escola, depressão; tristeza; tendências a auto-
percepção sensorial. relacionamentos, separação). eliminação.

Orgulho e confiança em si Falta de concentração, dificuldade no Incapacidade completa no aprendizado.


mesma; menor dependencia dos aprendizado, falta de motivação no
pais. estudo.
Dificuldades na fala, especialmente a
gagueira.
Melhor controle dos implusos. Delinqüência: ostentação, mentira,
furto, explosões temperamentais;
conduta anti-social. Conduta anti-social excessiva e
Ambivalencia contra incontrolável (agressividade, destruição,
dependencia, separação e novas mentira crônica, roubo, crueldade
experiências. Comportamento regressivo: enurese, intencional com animais).
evacuações, choro, medos.

aceita a função do proprio sexo; Comportamento obsessivo-complusivo-


expressao psicossexual no Apárecimento de maneirismos severo; fobias, fantasias, rituas.
brinquedo e fantasia. complusivos; rituais, tiques.

Incapacidade de distinguir a realiaddae


Compara os pais com colegas e Moléstia somática: dificuldade na da fantasia.
outros adultos. alimentação e sono, dores, erupções,
mal-estar indefinido.
Exibicionismo sexual excessivo;
Consciência do mundo natural erotismo; assalto sexual.
(vida, morte, nasciemento, ciência). Medo de doença e lesão corporal.

Moléstia somática grave; incapacidade


Ainda subjetiva, porém realista a Dificuldades e rivalidades com de desenvolvimento; falta de apetite;
respeito do mundo. colegas, irmãos e adultos; brigas obesidade; hipocondria; dismenorréia.
cosntantes.

Competitiva, mas bem Completa ausência ou deterioramento


organizada no jogo. Fortes tendências destrutivas; crises do relacionamento pessoal e com outros.

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