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(Re)pensando a gerência em enfermagem a partir

TEMAS LIVRES FREE THEMES


de conceitos utilizados no campo da Saúde Coletiva

(Re)thinking nursing management based


on Collective Health concepts

Carla Aparecida Spagnol 1

Abstract Studies show that in order to manage Resumo Estudos mostram que para gerenciar a
nursing care, nurses use management methods assistência de enfermagem, o enfermeiro utiliza
and strategies based on the classic administration métodos e estratégias de gestão oriundos da teoria
theory. This management style does not enable clássica da administração. Este estilo de gerência
nursing workers to create collective spaces, where não tem permitido aos trabalhadores de enferma-
they can act as social subjects. Based on the prin- gem criarem espaços coletivos de gestão, onde pos-
ciple that nursing management needs, at the mo- sam atuar como sujeitos sociais. Partindo do
ment, to be seen and exercised under a new view, princípio de que a gerência em enfermagem ne-
the author aims at elaborating a reflection on this cessita, na atualidade, ser vista e exercitada sob
practice, using the concepts of collective and social um novo olhar, procurou-se neste ensaio teórico
subject that are fundamental to Collective Health. elaborar uma reflexão acerca desta prática, utili-
Thus, the possibility of approaching this field con- zando os conceitos de sujeito social e de coletivo,
tributed to expand the author’s knowledge and que são fundamentais no campo da Saúde Cole-
concerns regarding the theme as well as to better tiva. Assim, aproximar deste campo, além de con-
understand the nursing theme as a collective of tribuir para ampliar os conhecimentos e os ques-
social subjects in action. Therefore, it is important tionamentos acerca da temática, contribuiu tam-
to emphasize that the workers are human beings bém para compreender a equipe de enfermagem
with their own interests, needs and wishes, pro- como um coletivo de sujeitos sociais em ação, vis-
ducing social relations as they constantly interact to que os trabalhadores são seres humanos dota-
with other subjects and are able to build capaci- dos de interesses próprios, de necessidades e de de-
ties to intervene in this reality. This organized sejos, que produzem relações sociais, na medida
group has the main objective to provide an inte- em que interagem constantemente com outros su-
gral care to the population, performing actions in jeitos e podem adquirir capacidade para intervir
an ethic, secure and humanized direction. na sua realidade. Este coletivo organizado possui
Key words Nursing management, Nursing, Col- como objetivo principal a prestação de uma assis-
1 Escola de Enfermagem
lective health tência integral à população, realizando ações de
da Universidade Federal forma ética, digna, segura e humanizada.
de Minas Gerais. Palavras-chave Gerência em enfermagem, En-
Av. Alfredo Balena 190, fermagem, Saúde coletiva
Santa Efigênia, 30130-100,
Belo Horizonte MG.
spagnol@ufmg.br
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Spagnol, C. A.

Introdução gem e a experiência que adquiriu durante os


estágios que desenvolveu com as diaconisas de
O enfermeiro tem basicamente quatro ativida- Kaiserwerth na Alemanha, configurou um ou-
des essenciais que norteiam a sua profissão: as- tro processo de trabalho para a enfermagem, a
sistencial, gerencial, educativa e de pesquisa. partir das suas propostas de reorganização dos
No cotidiano de trabalho, estas atividades não hospitais militares, implementadas durante a
podem ser desenvolvidas separadamente, pois guerra da Criméia. Além disso, esta enfermeira
a intersecção entre elas é um fator importante institucionalizou o ensino de enfermagem,
para prestar assistência de enfermagem de for- criando a primeira escola em 1860, que forma-
ma segura e livre de riscos à população. Mesmo va as ladies nurses para se responsabilizarem
reconhecendo a importância desta articulação, pela administração dos hospitais e as nurses pa-
optou-se por destacar a função gerencial do ra prestarem assistência aos pacientes.
enfermeiro, propondo neste ensaio teórico Segundo Almeida (apud Gomes, 1991), as
uma reflexão acerca do seu exercício na prática técnicas e os procedimentos de enfermagem
profissional. que começaram a ser organizados no final do
O recorte se justifica, pois, desde a época século 19 na Inglaterra foram um dos pontos
em que atuava como enfermeira em unidades fundamentais para uma sistematização inicial
de internação na área hospitalar, até hoje, mo- do saber da profissão, sendo considerados um
mento em que atuo como docente na Escola de dos primeiros instrumentos que a enfermagem
Enfermagem da Universidade Federal de Minas utilizou para manipular o corpo doente. Aliado
Gerais (EEUFMG). Ao ministrar as disciplinas a este saber, Gomes (1991) cita que o conheci-
da área de Administração em Enfermagem, ve- mento de administração na enfermagem tam-
nho levantando e indagando questões acerca bém se constituiu como instrumento de traba-
do processo de gestão em saúde e principal- lho que contribuiu para organizar o ambiente
mente na enfermagem. terapêutico onde o cuidado era realizado.
Nos diversos serviços de saúde, especifica- De acordo com Carvalho (apud Gomes,
mente no âmbito hospitalar, a gerência em en- 1991), apesar de o saber administrativo na enfer-
fermagem tem assumido fundamental impor- magem ter se constituído no trabalho prático, por
tância na articulação entre os vários profissio- ocasião do surgimento da enfermagem moderna,
nais da equipe, além de organizar o processo de este só se formalizou na Inglaterra por volta de
trabalho da enfermagem, buscando concretizar 1900, quando a duração do curso foi modifica-
as ações a serem realizadas junto com clientes, da. A partir desse momento, o curso deveria
que buscam estes serviços para atender às suas oferecer às alunas especiais (ladies nurses) um
necessidades de saúde-doença. ano de instrução, incluindo-se no currículo au-
Na enfermagem, o profissional responsável las sobre administração e chefia, bem como a
legalmente para assumir a atividade gerencial é realização de mais dois anos de prática. Quanto
o enfermeiro, a quem compete a coordenação às demais alunas (nurses) o curso não oferecia
da equipe de técnicos e auxiliares de enferma- preparo em administração, estando programa-
gem, condução e viabilização do processo cui- do para ser oferecido um ano de instrução e
dativo, tendo como princípio norteador de mais três anos de prática supervisionada.
suas ações o direito da população à saúde inte- Assim, Florence Nightingale foi considera-
gral, realizadas de forma digna, segura e ética. da a enfermeira pioneira a introduzir a admi-
Para entender como ocorreu a gênese da nistração no ambiente hospitalar, consolidan-
administração na enfermagem, recorreu-se a do de forma precoce o princípio da divisão do
literatura e procurou-se descrever de forma trabalho na enfermagem, ou seja, as ladies nur-
sintética como se constituiu histórica e social- ses deveriam pensar e administrar o trabalho e
mente este conhecimento na profissão. as nurses deveriam executá-lo. Em seu livro No-
Desde o início da Era Cristã e durante toda tas sobre a enfermagem, a autora deixa clara a
a Idade Média, o trabalho da enfermagem era função gerencial do enfermeiro e mostra a im-
pautado no modelo religioso, que se restringia portância do conhecimento de administração
à caridade e ao conforto da alma dos doentes. para a profissão, conforme evidencia o trecho:
Mas, a partir do século 19 na Inglaterra, a en- todos os benefícios de uma boa enfermagem apre-
fermeira Florence Nightingale com sua voca- sentados nestas notas podem ser completamente
ção para cuidar dos doentes, sua determinação anulados por deficiência, por exemplo, na admi-
para institucionalizar a profissão de enferma- nistração básica, ou melhor, por se ignorar como
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proceder para que o que é feito quando se está mento administrativo na enfermagem se consti-
presente o seja também quando se está ausente tuiu tanto na Inglaterra e Estados Unidos quanto
(Nightingale, 1989). no Brasil, considerando-se, logicamente, que tal
Sendo assim, a gênese do conhecimento da conhecimento foi introduzido na enfermagem de
administração em enfermagem se constituiu cada um desses três países em resposta a um con-
histórica e socialmente a partir do modo como junto de determinantes históricos-sociais específi-
Florence praticava e ensinava enfermagem, uti- cos para cada um deles (Gomes, 1991).
lizando já naquela época métodos de racionali- Historicamente as enfermeiras têm adotado
zação do trabalho. princípios da Escola Científica e Clássica da Ad-
A enfermagem nightingaleana se expandiu ministração para gerenciarem o seu trabalho,
pelo mundo ocidental, influenciando de forma tendo em vista a estrutura e organização do Ser-
decisiva a estruturação da nova profissão (Pi- viço de Enfermagem nas instituições de saúde
res, 1989). Este modelo chega aos Estados Uni- (Fernandes et al., 2003). Os princípios deste
dos por volta de 1873 e teve seu foco voltado modelo de gerência foram preconizados por
principalmente para a execução de tarefas e Taylor e Fayol, em meados do século 19 e utili-
procedimentos realizados em um menor tem- zados inicialmente na organização do trabalho
po possível (Backes, 1999). realizado nas indústrias. Contudo, a administra-
No Brasil, o ensino e a prática da enferma- ção hospitalar e conseqüentemente a administra-
gem, também foram influenciados pelo mode- ção em enfermagem mais tarde também foram
lo nightingale. Este fato se concretizou quando influenciadas por este estilo de gerência (Spagnol,
em 1921 o dr. Carlos Chagas, que respondia 2002).
pelo Departamento Nacional de Saúde Pública Parte-se do princípio que o enfermeiro ain-
(DNSP), após visitar os serviços de saúde ame- da utiliza métodos e estratégias de gestão tradi-
ricano, que estava estruturado nos moldes cionais, oriundos da teoria clássica da adminis-
nightingaleanos, se empenhou em criar o Ser- tração, modelo que foi determinado historica-
viço de Enfermeiros de Saúde Pública e uma mente por fatores econômicos, sociais e cultu-
escola de enfermagem nos padrões do modelo rais.
que conheceu. Assim, órgãos internacionais co- Para Ferraz (1995), a lógica do controle é
mo a Fundação Rockefeller contribuíram para uma característica marcante deste modelo de
o financiamento deste projeto, além de envia- gerência que influenciou a enfermagem, desde
rem enfermeiras norte-americanas para avaliar a sua institucionalização. Ressalta ainda, que es-
e implementar as ações propostas para a enfer- ta forma racionalizada de se organizar o traba-
magem brasileira (Backes, 1999). lho, determina aos trabalhadores a maneira de
Foi criada então no Brasil, em 1923 a Esco- se executar as tarefas, centralizando as ações do
la de Enfermeiras D. Ana Neri que representa o gerente na supervisão (controle, grifo da autora
marco fundamental na história da estruturação deste trabalho) da sua equipe. Nesta perspecti-
da enfermagem como profissão (Pires, 1989). va, para gerenciar a assistência de enfermagem,
Em relação ao primeiro programa de ensino o enfermeiro utiliza a supervisão como disposi-
oficial desta Escola, Rizzotto (1995) refere que tivo de controle do processo de trabalho e do
este não se diferenciava do Standart Curricu- comportamento dos trabalhadores, dificultan-
lum for Schools of Nursing que estava em vi- do o exercício da gerência compartilhada.
gor nos Estados Unidos desde 1917, o qual evi- Portanto, este estilo de gerência tradicional
denciava claramente um modelo de formação não tem permitido aos trabalhadores da enfer-
de enfermeiros voltado para a área hospitalar. magem criarem espaços coletivos de gestão,
A autora ressalta ainda, que embora a Escola onde possam atuar como atores sociais, ou se-
Ana Neri tivesse seu programa de ensino regu- ja, compartilharem o processo decisório e ad-
lamentado pelo governo brasileiro em 1923, a quirirem capacidade coletiva de análise para
sua grade de disciplinas apresentava pratica- resolverem seus problemas e identificarem suas
mente a mesma estrutura da grade curricular demandas.
americana. De acordo com Spagnol (2000) apesar das
Ao analisar o currículo da primeira Escola contribuições do modelo clássico de gerência à
de Enfermagem brasileira, Gomes (1991) desta- organização do trabalho na área hospitalar, ao
ca a presença de duas disciplinas de administra- longo do tempo, este tem produzido efeitos ne-
ção, Administração Hospitalar e Serviço Admi- gativos que prejudicam o processo de trabalho.
nistrativo Hospitalar, e ressalta que o conheci- Dentre eles, cita as dificuldades para responder
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Spagnol, C. A.

prontamente às necessidades dos clientes e dos cipalmente pelos autores Merhy & Onocko
trabalhadores, interferindo de forma significa- (1997), Cecílio (1997) e Campos (2000 b), to-
tiva na qualidade dos serviços prestados, pois o dos sanitaristas vinculados ao Departamento
trabalho da enfermagem é desenvolvido, meca- de Medicina Preventiva da Faculdade de Ciên-
nicamente, sem maiores vínculos com os clien- cias Médicas da Universidade Estadual de
tes e com os problemas do cotidiano. Campinas, que atuam nas diversas áreas da
Este estilo de gerência adotado pela enfer- Saúde Coletiva. Além disso, para compreender
magem foi descrito e criticado por vários auto- melhor o objeto dos meus estudos – a gerência
res como: Santos (1986); Trevizan et al. (1991); em saúde e especificamente na enfermagem,
Carrasco (1993); Collet et al. (1994); Ferraz busquei me inserir no curso de doutorado em
(1995); Fávero (1996); Bellato et al. (1997); Li- Saúde Coletiva oferecido pela referida institui-
ma, M.A.D.S. (1998); Lima, R.C.D. (1998); ção, que possui linhas de pesquisa, nas quais al-
Spagnol (2002), entre outros, que defendem e guns pesquisadores buscam desenvolver seus
apostam numa outra configuração para a ge- estudos, na perspectiva de compreender o tra-
rência em enfermagem nos serviços de saúde. balho e os processos de gestão em saúde, tendo
Corroborando com estes autores e pensan- em vista a defesa do sistema público de saúde e
do na formação dos futuros enfermeiros, bem formas democráticas de gestão deste sistema.
como na qualificação das práticas da enferma- A Saúde Coletiva tem se constituído em um
gem, pergunta-se: como buscar uma outra con- importante campo de conhecimento que utili-
figuração para a gerência em enfermagem que za conceitos e categorias de diversas disciplinas
não esteja pautada nos princípios da Teoria (epidemiologia, biologia, administração, socio-
Clássica da Administração? Como delinear uma logia, antropologia, filosofia, economia, entre
outra prática gerencial para o enfermeiro que outras) para compreender os determinantes
seja alternativa a este modelo tradicional de sociais do processo saúde-doença, elaborar e
gestão e ao mesmo tempo esteja comprometida analisar as políticas de saúde, bem como com-
com a vida dos clientes e dos trabalhadores? preender as práticas de gestão dos serviços. Por
Estas questões são significativas e têm trazi- exemplo, conceitos e categorias como: coletivo,
do alguns incômodos a determinados profissio- sujeito, ator social, subjetividade, autogoverno,
nais e intelectuais da saúde, os quais têm cons- responsabilização, planejamento estratégico,
tantemente questionado a pertinência e ade- trabalho vivo, trabalho morto, vínculo, acolhi-
quação deste modelo tradicional de gerência na mento, autonomia, estrutura social, entre ou-
sociedade contemporânea, uma vez que este foi tros, são encontrados na produção científica da
criado para atender as demandas das indústrias, Saúde Coletiva, tanto nas análises de caráter
em meados do século 19, sendo posteriormente macrossocial, quanto nas análises de interven-
adotado e adaptado para o setor saúde. ções em processos microssociais que ocorrem
Sendo assim, para se configurar outras pro- nos serviços de saúde.
postas para a gerência em enfermagem, que es- Parte-se do pressuposto que alguns destes
tejam pautadas em princípios éticos, democrá- conceitos poderão subsidiar a configuração de
ticos e que focalizem no processo de trabalho, uma nova prática gerencial na enfermagem,
o trabalhador e o cliente dos serviços de saúde pois entende-se a gerência como uma prática
como atores sociais que têm interesses, desejos coletiva, ou seja, relacional, que deve com-
e necessidades, faz-se necessário buscar outros preender o cliente e o trabalhador de saúde co-
referenciais teóricos, que vão além das teorias mo um sujeito social em ação.
administrativas para subsidiar uma nova práti- Neste sentido, partindo do princípio que a
ca gerencial. No exercício da gerência, o enfer- gerência em enfermagem necessita, na atuali-
meiro precisa deixar de supervalorizar somen- dade, ser vista e exercitada sob um novo olhar,
te o controle, a hierarquia, a ordem e a impes- procurei aqui elaborar uma reflexão acerca
soalidade, para instituir práticas como a análi- desta prática gerencial, utilizando os conceitos
se do processo de trabalho, o diálogo, a partici- de sujeito social e de coletivo, que são funda-
pação e o debate junto com sua equipe e com a mentais no campo da Saúde Coletiva. A refle-
equipe multiprofissional. xão poderá apontar novas perspectivas de
Assim, para subsidiar algumas reflexões atuação do enfermeiro, na qualidade de geren-
acerca da gerência em enfermagem pode-se en- te da assistência, no seu fazer cotidiano.
contrar aporte teórico nas obras relacionadas à
temática da gestão em saúde, elaboradas prin-
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Saúde Coletiva: identificando nhecimento plural, composto por disciplinas
este campo de conhecimento básicas tais como: a epidemiologia, as ciências
sociais em saúde, o planejamento e a adminis-
O conceito de campo científico elaborado por tração em saúde. Além disso, pondera que a de-
Bourdieu (1994) pode ser um dos pontos de mografia, a geografia, a clínica, a genética, a es-
partida para uma aproximação e compreensão tatística, as ciências biomédicas, entre outras,
do campo da Saúde Coletiva, visto que este também são disciplinas que compõem este
apresenta várias dificuldades, iniciando-se campo, porém são de caráter complementar.
principalmente pela sua própria definição. Luz (1997) refere que a psicanálise, a psico-
Para Bourdieu (1994) o campo científico, logia, a história, a política, a economia, a socio-
enquanto sistema de relações objetivas entre po- logia, a antropologia e a filosofia, todas vincu-
sições adquiridas (em lutas anteriores), é o lugar, ladas às ciências humanas e sociais, são disci-
o espaço de jogo de uma luta concorrencial, sen- plinas que também contribuem para a compo-
do que o monopólio da autoridade científica é sição do campo da Saúde Coletiva. Ressalta que
o que está em jogo neste campo. Esta autorida- todas as disciplinas que se agregam a este cam-
de científica ou competência científica pode ser po estão sempre discutindo a problemática da
definida como capacidade técnica e poder so- saúde em uma perspectiva social, isto é, do co-
cial, entendida como capacidade de falar e agir letivo.
legitimamente (isto é, de maneira autorizada e Sendo assim, a Saúde Coletiva abrange um
com autoridade), que é socialmente outorgada a conjunto complexo de saberes e práticas relacio-
um agente determinado. nados ao campo da saúde, envolvendo desde or-
Diante do conceito apresentado, penso que ganizações que prestam assistência à saúde da
o campo da Saúde Coletiva pode ser visto co- população até instituições de ensino e pesquisa e
mo uma arena em que vários conceitos, refe- organizações da sociedade civil (L’Abbate, 2003).
renciais teóricos e metodológicos estão sendo Saúde Coletiva é um termo utilizado exclu-
disputados entre os diversos atores que mar- sivamente no Brasil, que surgiu no fim da dé-
cam suas posições políticas e ideológicas, evi- cada de 1970 em virtude principalmente do
denciando a pluralidade e as imprecisões que movimento de um grupo de profissionais que
caracterizam este campo. acreditava no processo de democratização do
Na sociedade contemporânea, grande parte País em oposição ao regime militar. Dentre ou-
dos campos científicos ou de práticas tem cará- tras, as inquietações destes profissionais esta-
ter multiprofissional e apresenta como caracte- vam voltadas para o reordenamento das práti-
rística marcante a interdisciplinaridade, tor- cas de saúde vigentes naquela época e para a
nando-se inevitável a ocorrência de limites in- formação de profissionais, essencialmente nos
determinados e uma certa sobreposição entre níveis de pós-graduação stricto sensu e lato sen-
as diversas disciplinas que constituem as áreas su. Além disso, estavam preocupados também
do conhecimento (Campos, 2000a). Nesta pers- com a produção de conhecimentos e a formu-
pectiva, foi se constituindo então, ao longo da lação de novas políticas para a área da saúde
história, o campo da Saúde Coletiva, sendo que atendessem de fato as necessidades da po-
considerado de natureza interdisciplinar, pois pulação (Canesqui, 1995).
congrega diversas disciplinas que se interpõem. Assim, falar de Saúde Coletiva no Brasil é fa-
De acordo com Nunes (2002) a dificuldade lar de um campo de conhecimento, de uma prá-
para se definir o campo da Saúde Coletiva en- tica sociopolítica, de uma visão filosófica, ou se-
contra-se principalmente no fato de ser uma ja, de uma atividade que se conforma numa di-
criação que transborda os limites disciplinares e mensão teórica, num movimento e num pensa-
que se apresenta na interface de áreas do conhe- mento (Nunes, 2002).
cimento detentoras de especificidades teóricas e O referido autor sintetiza que a Saúde Co-
conceituais, procedentes das ciências biológicas, letiva pode ser caracterizada como um movi-
sociais, matemáticas e epidemiológicas, que fo- mento contra-hegemônico que possuí uma di-
ram elaboradas ao longo de quase dois séculos mensão sociopolítica e que nasceu nos anos 70,
(Nunes, 2002). principalmente, em virtude da crise e dos ques-
Nesta direção, Paim & Almeida Filho (1998) tionamentos acerca do sistema de saúde vigen-
referem que a Saúde Coletiva não é uma disci- te, da necessidade de se institucionalizar a pes-
plina científica, uma ciência ou mesmo uma es- quisa e a formação de profissionais da saúde, as
pecialidade médica, mas sim um campo de co- quais estavam dispersas em várias instituições,
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Spagnol, C. A.

bem como da importância de se elaborar polí- intencionalidade no seu fazer, e que está cons-
ticas e se realizar práticas, visando à melhoria tantemente produzindo fatos sociais (Testa
das condições de saúde da população. Além apud Matumoto et al., 2001).
disso, este movimento da Saúde Coletiva con- Nesta perspectiva, L’Abbate (1995) refere
tribuiu efetivamente para a construção do Sis- que, atualmente, parte da literatura produzida
tema Único de Saúde (SUS) no Brasil, que foi especificamente no campo da Saúde Coletiva
descrito e legalizado na Constituição de 1988. tem discutido a necessidade de uma mudança
Segundo Nunes (2002), a Saúde Coletiva conceitual no termo Recursos Humanos em
herdou conceitos e categorias de diversos campos Saúde, buscando substituí-lo por profissionais
de saberes, notadamente da biologia, sociologia, em saúde, ou por sujeitos, tendo em vista que
antropologia, história, epidemiologia, psicanáli- estes últimos são capazes de atuar para serem
se, ciências políticas e administrativas (...), além não apenas reprodutores das práticas de saúde,
de tentar definir as especificidades de seu pró- mas produtores de novas práticas.
prio campo. Assim, neste ensaio teórico, pre- Segundo L’Abbate (1994), sujeito seria uma
tende-se utilizar os conceitos de sujeito social e pessoa em busca de autonomia, disposta a correr
de coletivo, que fazem parte deste campo do riscos, a abrir-se ao novo, ao desconhecido, e na
conhecimento, buscando articulá-los à gerên- perspectiva de ser alguém que vive numa socie-
cia em enfermagem, uma vez que são significa- dade determinada, capaz de perceber seu papel
tivos para (re)pensar o estilo de gerência, ra- pessoal/profissional/social diante dos desafios co-
cional e hegemônico, adotado pelos enfermei- locados a cada momento.
ros, principalmente na área hospitalar. Campos (2000b) também conceitua sujeito
social, dizendo que este é um ser biológico que
possui uma subjetividade complexa. O autor
Coletivo e sujeito social: explica ainda que o sujeito é um ser imerso na
conceitos que podem contribuir história e na sociedade, mas nem por isso despos-
para uma reflexão acerca suído de uma subjetividade singular e de capaci-
da prática gerencial da enfermagem dade para reagir ao seu contexto. Está constan-
temente produzindo relações sociais que mo-
Neste ensaio, com o objetivo de elaborar uma dificam seus projetos, mas também possui au-
reflexão acerca da gerência em enfermagem, tonomia relativa para realizar os seus desejos,
procurou-se trazer a visão de alguns autores buscar os seus interesses e satisfazer as suas ne-
que abordam a questão do sujeito social e do cessidades.
coletivo, como um dos pontos fundamentais Compreender o trabalhador de saúde le-
para se pensar os processos de gestão em saúde vando em conta definições como as dos auto-
na sociedade contemporânea. Portanto, a par- res acima, segundo Minayo (2001), não tem si-
tir destas abordagens conceituais, pretende-se do a tônica dos processos de gestão desenvolvi-
fazer um paralelo com a prática gerencial exer- dos nas organizações de saúde, uma vez que os
cida especificamente pelo enfermeiro, que tem seus dirigentes, na maioria das vezes, utilizam
sob sua responsabilidade a coordenação da as- métodos gerenciais que destacam as relações
sistência e da equipe de enfermagem, não es- técnicas (normas, funções e papéis) em detri-
quecendo que esta atividade está inserida no mento a outros que valorizam a lógica das rela-
processo de trabalho em saúde. ções sociais, como aspecto essencial no exercí-
Torna-se fundamental, para discutir a prá- cio da gerência.
tica gerencial da enfermagem, tendo em vista a Neste contexto, Campos (1997b) destaca
visão de homem, como sujeito social, conside- que dificilmente a administração e o planeja-
rar a formulação de Matumoto et al. (2001), mento têm contemplado a produção de sujei-
que incita a pensar uma outra concepção de tos sociais, como um dos seus objetivos princi-
homem. Uma concepção que o reconheça co- pais, pois existe uma tradição nas organizações,
mo um ser social em constante interação com dentre elas as de saúde, em se controlar os tra-
os outros homens e com seu meio, transfor- balhadores, ao invés de estimulá-los a se cons-
mando-o e sendo transformado por ele. Ainda tituírem como sujeitos sociais, autônomos e
nesta direção, inclui-se a concepção de Testa, responsáveis.
que defende a idéia de se compreender o ho- Sendo assim, tomando como ponto de
mem como um ser constituído socialmente, ou apoio esta discussão realizada no campo da
seja, um ator social que tem um projeto, uma Saúde Coletiva, propõe-se que a partir de ago-
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ra, na prática gerencial, os recursos humanos em (2000b), que discute a conformação de espaços
enfermagem (enfermeiros, técnicos e auxiliares) coletivos, como um lugar de reflexão crítica, pro-
sejam compreendidos, como sujeitos sociais em dução de subjetividade e constituição de sujeitos.
ação, visto que não são objetos, mas sim, seres Para Campos (2000b) espaços coletivos são
humanos dotados de interesses próprios, de ne- espaços concretos (de lugar e tempo) destinados
cessidades e de desejos, que produzem relações à comunicação (escuta e circulação de informa-
sociais, na medida em que interagem constan- ções sobre desejos, interesses e aspectos da reali-
temente com outros sujeitos e podem adquirir dade), à elaboração (análise da escuta e das in-
capacidade para intervir na sua realidade. Por- formações) e à tomada de decisão (prioridades,
tanto, trata-se de apreender esta noção de sujei- projetos e contratos).
to, como um dos pressupostos fundamentais De acordo com o autor estes espaços coleti-
que poderá servir de guia norteador para (re) vos são arranjos que podem tomar a forma de
direcionar o processo de gerência na profissão. equipes de trabalho, conselhos de co-gestão, as-
Corroborando com os autores citados e par- sembléias, colegiados de gestão, reuniões, unida-
tindo do princípio que na prática gerencial os des de produção, entre outros (Campos, 2000b).
trabalhadores da enfermagem devem ser com- Estes espaços constituem-se em locais concre-
preendidos como sujeitos sociais, outro ponto tos de produção de subjetividade e busca de
relevante para esta reflexão é buscar uma outra autonomia dos trabalhadores. Sendo assim, o
visão de gerência (neste ensaio optou-se por não coletivo organizado para produção transcende
diferenciar os termos gerência e gestão, assim, cada um dos sujeitos que o constitui, forman-
serão entendidos com o mesmo significado) que do uma rede de relações tecida entre os sujeitos
não esteja pautada nos princípios e conceitos que o compõem e o contexto em que estão in-
que subsidiam o modelo clássico de gestão. seridos (Campos, 2000b).
Segundo Mishima et al. (2000), a atividade Entendendo a gerência como uma prática
gerencial é uma ação intencional voltada para a social, convidam-se os enfermeiros, os técnicos
consecução de objetivos, a qual detém caráter ar- e os auxiliares para, juntos, pensarmos a gerên-
ticulador e integrativo, sendo determinada e de- cia em enfermagem, como uma prática que,
terminante no processo de organização dos servi- necessariamente, precisa construir espaços co-
ços de saúde e fundamental para a efetivação de letivos, onde os diversos profissionais, envolvi-
políticas sociais, em específico as da saúde. dos direta ou indiretamente, possam analisar
Tendo em vista seu caráter articulador e in- constantemente o seu processo de trabalho,
tegrativo, Campos (2000b) defende a proposta além de poder compartilhar suas decisões e
de co-gestão, ou seja, para ele a gestão dos ser- ações realizadas.
viços de saúde deve ser uma atividade coletiva Portanto, torna-se essencial compreender a
e não somente uma atividade atribuída a pou- equipe de enfermagem como um coletivo de
cos profissionais ou especialistas que detêm e sujeitos sociais, que estabelecem uma teia de
centralizam o poder. relações, tecida cotidianamente pelos seus pro-
Mas afinal, o que significa a palavra coletivo fissionais (enfermeiros, técnicos e auxiliares de
no contexto da saúde? Para Donnangelo (1983) enfermagem), somando-se a isto as relações
a palavra coletivo apresenta diversas conotações constituídas também pelos diversos profissio-
e significados como: coletivo/meio; coletivo/con- nais de saúde. Este coletivo organizado possui
junto de indivíduos; coletivo interação entre ele- como objetivo principal a prestação de uma as-
mentos; coletivo como conjunto de efeitos ou con- sistência integral à população, que necessita
seqüências da vida social; coletivo transformado dos serviços de saúde. Por outro lado, estes ser-
em social como campo específico e estruturado de viços precisam estar estruturados para atingir a
práticas. Este é um termo impreciso que vem sua finalidade produtiva, ou seja, a produção
das Ciências Sociais e foi adotado na Saúde Co- de ações de saúde, realizadas de forma ética,
letiva, devido aos seus múltiplos significados, o digna e segura.
que segundo a autora citada, torna-se adequado
para caracterizar a diversidade de aspectos exis-
tente no campo da saúde e principalmente no Considerações finais
campo da Saúde Coletiva (L’Abbate, 2003).
Ao fazer uma aproximação ao conceito de Apesar da mudança de paradigma proposta pe-
coletivo, como campo estruturado de práticas las teorias contemporâneas da administração,
sociais, buscou-se como referência Campos as quais estão pautadas na organização do tra-
126
Spagnol, C. A.

balho em equipe, redução das linhas hierárqui- Como docente responsável pela formação
cas e intensa comunicação horizontal, observa- dos futuros enfermeiros, penso que estes pro-
se que, na maioria das organizações, a enferma- fissionais têm um papel fundamental na pro-
gem ainda reproduz nas suas relações a herança dução de sujeitos sociais, em que os trabalha-
do estilo tradicional de gerência. Assim, as rela- dores (incluindo-se neste processo) possam
ções hierárquicas são rígidas e o poder decisó- analisar e refletir coletivamente o seu processo
rio ainda está centrado na figura do enfermeiro de trabalho, tendo em vista a prestação de uma
“chefe” que dá as ordens aos seus “subordina- assistência de enfermagem de forma ética, dig-
dos”. Este por sua vez, parece que, na maioria na e humanizada.
das vezes, também mantém no imaginário a fi- Nesta perspectiva, é preciso encontrar es-
gura do enfermeiro que se graduou somente tratégias de intervenção que propiciem aos tra-
para mandar e dar ordens de forma autoritária. balhadores deixarem de ser subordinados e
No cotidiano de trabalho estas relações rigi- passivos, os quais somente acatam as ordens
damente hierarquizadas são, às vezes, reais dos seus superiores e deixam de exercer o seu
quando determinados enfermeiros adotam uma papel de sujeitos produtivos e criativos no de-
postura autoritária perante a equipe, mas em al- senvolvimento do trabalho. Além disso, a for-
guns momentos não passam de imagens e este- mação destes profissionais, gerentes, deve pos-
reótipos da figura deste profissional, que foram sibilitar a aquisição de um referencial teórico,
historicamente construídos ao longo do tempo de análise e de intervenção, que permita uma
e que atualmente necessitam ser (des)construí- reflexão constante da sua prática gerencial, do
dos para se construir novas relações de trabalho seu papel como coordenador da equipe de en-
na saúde e na enfermagem. fermagem e das relações sociais inerentes ao
O contexto atual mostra a necessidade de se ambiente de trabalho.
criar espaços coletivos e democráticos nas or- Assim, aproximar do campo da Saúde Co-
ganizações que permitam aos gerentes e traba- letiva, tomando os conceitos de sujeito social e
lhadores analisar suas relações de trabalho, ex- de coletivo utilizados neste campo, para elabo-
plicitando e conduzindo os conflitos, tendo em rar esta reflexão acerca da prática gerencial do
vista a produção de sujeitos em espaços coleti- enfermeiro, contribuiu para ampliar meus co-
vos organizados. Assim, o enfermeiro necessita nhecimentos e questionamentos a respeito da
compreender as relações e as demandas do seu gerência no setor saúde, mais especificamente
grupo de trabalho para juntos elaborarem, de a gerência em enfermagem.
forma compartilhada, projetos terapêuticos Neste sentido, a Saúde Coletiva é um dos
que atendam às necessidades da população que campos de conhecimento que pode contribuir
procuram os serviços de saúde. para a (re)construção do exercício da gerência
O enfermeiro, como coordenador da equi- na enfermagem, pois parte da sua produção
pe de enfermagem, é um profissional que ne- científica congrega conceitos e categorias analí-
cessita ter subsídios teóricos e vivências práti- ticas que permitem pensar e intervir na proble-
cas para gerenciar a assistência juntamente mática da gerência em saúde, contribuindo para
com sua equipe. Como gerente da assistência, se (re)pensar a prática gerencial da enfermagem.
este profissional deve ser capaz de identificar, Por fim, um aspecto relevante para esta re-
analisar e conduzir as relações de trabalho sem flexão é a visão que Campos (1997a) tem da
que estas interfiram de forma negativa na as- gestão em saúde. Este autor propõe, a partir de
sistência prestada aos clientes. novos conhecimentos e novas formas de agir,
Sendo assim, a função gerencial desempe- superar o eixo central de todas as escolas de ad-
nhada pelo enfermeiro nos serviços de saúde de- ministração que buscam de diferentes maneiras
ve contemplar os aspectos assistencial, pedagó- reduzir sujeitos humanos à condição de instru-
gico, técnico-científico e político, bem como mentos dóceis aos objetivos da empresa, transfor-
aqueles que dizem respeito às relações interpes- mando-os em insumos ou em objetos. Neste sen-
soais, visando ao planejamento de uma assistên- tido, enfatiza que o desafio atual dos dirigentes
cia integral, prestada de forma segura e livre de está pautado na diretriz de se “governar para
riscos, ao indivíduo, à família e à comunidade. produzir sujeitos !”
127

Ciência & Saúde Coletiva, 10(1):119-127, 2005


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