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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO

CONCEITO E SIGNIFICADO DE FILOSOFIA

Introdução

Diferente dos animais, o homem é um ser que age, que pensa conforme sua consciência e está no
direito de dizer que também, por mais simples que seja, é um amigo da sabedoria. Digo isso porque é
impossível que todo homem, exceto os que são dotados de patologias mentais, são capazes de pensar de
forma lógica e possuem certo tipo de olhar investigativo. São capazes de formular perguntas e de dar
respostas.

Não se pode atribuir que todas as pessoas, que são capazes de questionar e de pensar de forma lógica,
são filósofos, pois indivíduos comuns são humanos que carregam em si, em um momento ou em outro,
uma inquietação intelectual ou até mesmo um descontentamento com o mundo através da forma de ver
as coisas e com o modo de viver.

Para os seres humanos que possuem métodos (de investigação, de estudo, de análise) e que são capazes
de não permitir-se alienar pelo sistema de organização mundial, podem ser considerados filósofos, pois

" o filosofo é, de certa forma, um ‘exilado’: está-no-mundo,mas luta para


não se deixar possuir por ele e procura salvar sua liberdade interior para
servir à verdade, como forma de engajamento, como forma desse seu ser-
no-mundo. É um exilado que não é apenas um expectador." (ULHÔA,
2002: 09)

Em busca de uma definição

Uma pergunta extremamente complicada e difícil de ser respondida com total precisão se refere às
diversas tentativas de conceituar e definir a filosofia. Mas na verdade o que é a filosofia? Seria muito
fácil dar uma resposta curta, direta e nada satisfatória: filosofia é tudo aquilo que os filósofos fazem.
Mas o que é tudo aquilo que os filósofos fazem?

Do grego philosophia (philos = amante/amigo, sophia=saber) derivou-se a palavra ‘filosofia’, que, com
este termo, entende-se um modo de saber que se difere dos modos comuns, ou seja ‘filosofia’ é amor a
sabedoria, e o ‘filósofo’ é o amigo ou o amante do saber. Entretanto essa definição vasta não carrega
em si uma especificidade satisfatória, pois se todos os homens que são amigo do saber ou amantes do
sabedoria são filósofos e o não amantes não são!

Na atualidade qual é o significado desta palavra? Qual é o valor atribuído a ela? Será que é possível não
ser tão abrangente em relação à definição da filosofia?

Uma das tentativas que se tem presenteado em discussões em Instituições de Ensino é que a filosofia é
uma forma de pensar, pensar de forma racional e não aceitar definições, teorias e conhecimentos
prontos e acabados. Acredito que a Filosofia se origina de tudo aquilo que existe, que é posto em
julgamento, em critica, é tudo aquilo que é posto em dúvida.

No meio educacional e no popular é notado que a filosofia pode muito bem ter sido gerada a partir do
momento em que o homem adquiriu consciência de que era um ser dotado de curiosidades e de alto
poder investigativo em relações aos outros seres vivos.

Seria até certo ponto bastante válido dizer que a filosofia é o estudo do pensamento humano, porém
estudar o pensamento não é uma atividade exclusiva da filosofia, pois, as demais ciências também se
ocupam em estudar o pensamento humano voltado para uma especificidade a qual se busca.

Conforme Mondin a filosofia é "um conhecimento, uma forma de saber e, como tal, tem sua esfera
particular de competência; sobre esta esfera busca adquirir informações válidas, precisas e ordenadas.
Mas enquanto é fácil dizer qual é a esfera de competências das varias ciências experimentais, não é
igualmente cômodo delimitar o campo de pesquisa próprio da filosofia."(1981: 05)

Segundo Palácios citando Ulhôa, afirma que a filosofia é "um sistema coerente de conceitos e
princípios teóricos muito bem articulados entre si e voltados para a explicação da essência da realidade
e para a fundamentação critica do próprio conhecimento" (1996: 34)

Mas será que todas as correntes filosóficas se ocupam em investigar e estudar a essência da realidade e
de todas as coisas? Para responder essa questão basta vasculhar na longa historia da filosofia e
vislumbraremos que "nem todas as filosofias pretendes explicar essências; há algumas que não só
negam a possibilidade de as conhecermos, mas negam as existências mesma de tais
essências."(PALÁCIOS, 1996: 34)

Segundo Mondin (1981: 05) esclarece que a filosofia tem sua definição e seu conceito diferente para
cada filósofo pois, cada filosofo possuem características singulares na forma de pensar e de ver o
mundo. Deste modo ele cita que

"Aristóteles, o primeiro a pesquisar rigorosamente e


sistematicamente a natureza desta disciplina, diz que a
filosofia estuda as causas ultimas de todas as coisas’.
Cícero define filosofia como sendo ‘o estudo das causas
humanas e divina das coisas’. Descartes afirma que a
filosofia ‘ensina a bem raciocinar’. Hegel concebe a
filosofia como ‘saber absoluto’. Whitehead julga que seja
tarefa da filosofia ‘fornecer uma explicação orgânica do
universo’."

Se formos buscar em toda a historia da filosofia encontraremos diversas definições a respeito da


questão. Com isso é importante dizer que "se todos tivessem a mesma compreensão do que é filosofia,
não haveriam correntes filosóficas antagônicas e tampouco haveria debate filosófico" (PALÁCIOS,
1996: 38)

A palavra filosofia no decorrer da história da humanidade adquire várias definições e ganha uma
imensa dimensão são inúmeras as reflexões sobre tal tema e historicamente a palavra ganha uma
amplitude de difícil definição.

Já que está sendo tão árduo pesquisar e definir qual é a verdadeira e a cabível definição do que é a
filosofia. Será tão dolorido e penoso fazer uma ou mais tentativas de busca da sua utilidade?

Em busca de uma utilidade

Qual é a função da filosofia? Qual é a sua utilidade para o mundo? Qual é a sua importância para a
evolução dos seres humanos?

Pois bem, para responder tais perguntas é necessário afirmar que "o que se quer dizer, porém, é que seja
em que campo for, a filosofia é sempre teórica" (ULHÔA, 2002: 08)

Em relação as questões e as dúvidas filosóficas filosóficos, Mondin (1981) afirma que existem os
seguintes problemas: Lógico – Gnosiológico – Lingüístico – Cosmológico – Antropológico –
Metafísico – Religioso – Ético – Pedagógico - Político e social – Estético – Histórico – Axiológico -
Cultural. Porem existem outros problemas filosóficos que são originados com o passar do tempo. E os
principais sistemas filosóficos são: Escola Jônica; Escola de Eléia; Escola Atomística; Escola Sofista;
Escola Platônica; Escola Aristotélica; Escola Estóica; Escola Epicurista; Escola Neoplatonica; Escola
Agostiniana; Escola Tomista; Escola Franciscana; Escola Racionalista; Escola Empirista; Escola
Iluminista; Escola Idealista; Escola Voluntarista; Escola Positivista; Escola Marxista; Escola
Existencialista e Escola Neopositivista.

Nas mais variadas escolas e correntes filosóficas é importante dizer que nenhuma das teorias criadas e
originadas nos sistemas filosóficos (escolas filosóficas) podem ser cobrados em relação a sua eficácia
na aplicação prática, pois

"Não é essa a função delas, ou seja não é função delas dar


receitas. Assim por exemplo, quando a ética trata da moral
, ela o faz tomando esta ultima como objeto teórico, ou
seja, como algo que é para ser explicado, para ser
esclarecido no que é, algo cujo ser deve ser elucidado"
(ULHÔA, 2002: 08)

A filosofia não se preocupa exclusivamente em se tornar a ditadora de todas as ciências e de todas as


definições porque "ela não está preocupadas em ditar normas, em fazer recomendações (...) sua
preocupação, ou seja, a intensão filosófica é a de ver o que a coisa é (coisa aqui no sentido de objeto)."
(ULHÔA, 2002: 08)

O valor da filosofia é muito rico em qualquer contexto histórico da civilização humana, pois a atuação
filosófica é a reflexão sobre a realidade, seja qual for, descobrindo e até redescobrindo a importância da
sabedoria em si, ou seja, "é para isso que serve a filosofia, ou seja, ela é um instrumento de que a razão
humana se utiliza para tentar compreender o mundo, o conjunto de nossas experiências, a Lebnswelt, a
própria razão." (ULHÔA, 2002: 08)

Considerações finais

No decorrer de toda a história foi possível perceber que os conceitos e as definições acerca da palavra
"filosofia" são amplos e dinâmicos. Isso implica que o objeto de estudo da filosofia pode ser o ‘tudo’
porque todas as coisas e acontecimentos podem ser estudados, analisados em nível filosófico, pois a
filosofia estuda de forma exaustiva toda a realidade. E sendo assim, somente a filosofia se ocupa dos
problemas gerais e universais do mundo sem ter em si uma particularidade exclusiva. Desta forma toda
tentativa de definir o que é filosofia e qual é o seu papel está condenado ao fracasso.

Referências bibliográficas

MONDIN, Battista. Introdução a Filosofia: problemas, sistemas, autores, obras. 9ª edição. São
Paulo: Paulus, 1981.
PALÁCIOS, Gonçalo Armijos. Filosofia, impossível defini-la. Revista Filósofos. Universidade
Federal de Goiás. V. 01. Nº 01. Goiania-GO: Editora da UFG, jan/jun 1996. pp. 33-51

ULHÕA, Joel Pimentel. Filosofia: para que serve? Revista Fragmentos de Cultura. Instituto de
Filosofia e Teologia de Goiás; Sociedade Goiana de Cultura/Universidade Católica de Goiás (UCG)
V.12. Especial. Goiania-GO: Editora da UCG, out. 2002.

Filosofia é um termo de origem grega que significa etimologicamente 'amizade' ou amor pela sabedoria
(philo = aquele ou aquela que tem um sentimento amigável; sophia = sabedoria). O filosofo é aquele que
ama ser sábio ou que tem amor pela sabedoria. O que indica na filosofia uma ´´disposição interior de
quem estima o saber, ou o estado de espírito da pessoa que deseja o conhecimento, o procura, o respeita.´´
(CHAUÍ, 2006, p.25)

Não podemos entender a filosofia como sendo algo distante da vida das pessoas. Também não é algo
abstrato, uma pura especulação. O filosofar subentende um sujeito que é capaz de fazer uma leitura da
realidade e a partir daí produzir um pensamento, uma reflexão própria.

A investigação filosófica surgiu na Grécia (na Jônia, no século VI a. C.) quando alguns gregos,
´´admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera,
começaram a fazer perguntas´´ (CHAUÍ, 2006, p.25). Podemos resumir tais perguntas da seguinte
maneira:

O que lhe causa encantamento?


O que lhe causa admiração?
Sobre o que deseja debruçar?

Ao buscar resposta para essas perguntas, os gregos demonstraram que o mundo (o universo) e os seres
humanos, os acontecimento e as coisas da natureza, os acontecimentos e as ações dos Homens podem ser
conhecidos pela razão humana, e que a nossa própria razão tem o poder e a capacidade de conhecer-se a
si mesma.

Em suma, o ato de filosofar (e a filosofia em si) surgiu quando alguns, pensadores se deram conta de que
a verdade do mundo e dos seres humanos não era algo secreto, mágico ou misterioso, que precisasse ser
revelado pelos deuses para alguns eleitos, mas que podia ser conhecido por todos por meio da razão (do
raciocínio).

A Filosofia apresenta uma visão radicalmente oposta a do mito. ´´A mitologia exprimia na forma divina e
celestial todo o conjunto de relações, quer dos homens entre si, quer entre o homem e a natureza.´´
(ABRÃO, 1999, p.18) A mitologia narra uma sucessão de feitos e fenômenos dos deuses, da natureza e
dos seres humanos, sem a necessidade de explicação, pois, esta está dada pelo poder real.

Quando na Grécia deixa de existir um soberano com poderes divinos ocorre uma mudança, a saber: a
pólis (a cidade-estado grega) surge como uma criação da vontade humana, ou seja, os fatos do mundo
(que antes eram gestados ou pelo rei-divinizado ou pelo deus) perdem a base de compreensão e se tornam
problemas. Para resolvê-los, o homem-cidadão deve utilziar aquilo que desenvolveu ao criar a pólis: o
lógos (a razão).
Com vista a tudo que já foi mencionado e de modo breve, podemos definir filosofia como um modo de
pensar, uma postura diante do mundo. Não é simplesmente um amontoado de saberes pré-determinados e
fechados em si mesmos. É, antes de tudo, uma forma de pensar o mundo e as coisas além da pura
aparência. Podendo se voltar para qualquer tipo de objeto
A filosofia pode incomodar ao questionar certas verdades, o modo de ser das pessoas, das culturas e do
mundo.
O filósofo teoriza sobre tudo procurando responder não só o porquê das coisas mas, também, o como (o
funcionamento).
Ele se propõe a buscar o significado mais profundo dos fenômenos ao buscar o porquê, o como e o seu
significado na ordem do mundo humano. A filosofia vai além daquilo que é, para propor como poderia
ser: ´´...busca a verdade nas múltiplas significações do ser verdadeiro ... Busca, mas não possui o
significado e a substância da verdade única. Para nós, a verdade não é estática e definitiva, mas
movimento incessante, que penetra no infinito´´. (JASPERS, 1971, p.138)

ABRÃO, B. S. História da filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999.


CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006
LUCE, J. V. Curso de filosofia grega. Rio de Janeiro: Zahar, 1994
JASPERS, K. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1971
ARANHA, M. L. A., MARTINS, M. H. P. Filosofando. São Pulo: Moderna, 1993.
____________________________. Temas de filosofia. Sãa Paulo: Moderna, 1992.
Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 20:14 0 comentários
Marcadores: filosofia conceito de filosofia origem da filosofia na grécia
Elis

Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 20:05 0 comentários


Marcadores: Elis
sábado, 26 de setembro de 2009

ARTE...

Arte é um fazer
Em que se utiliza uma gama
muito variada de materiais,
Como a pedra, o corpo, a
voz,
Na criação de obras
relativamente duradouras, como
as catedrais, ou breves, como os
movimentos de uma dança,
Dando forma à multiplicidade
de experiências e valores
humanos,
Ampliando nossa consciência
De nós mesmos, do outro e do
mundo.
(Camargo,Luís, p.11 ,1989)
Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 11:47 0 comentários
Outra dia, o jornal Folha de São Paulo mostrou que as vendedoras de cosméticos conseguiram algo
inimaginável: vender milhares de livros de porta em porta (isto numa época onde a internet se apresenta
como a dona da História). Este fato desvela um outro: nos tempos atuais, a vida cultural no mundo
ocidental tem sido transformada radicalmente pelas vozes da margem. O interior de uma cultura da
marginalidade (ou como diria Regina Casé, a cultura da periferia) nunca foi um espaço tão produtivo
quanto é agora, e isso não é simplesmente uma abertura, dentro dos espaços dominantes, à ocupação dos
de fora: pelo contrário, certamente, é o resultado de políticas culturais da diferença, de lutas em torno da
diferença, da produção de novas identidades e do aparecimento de novos sujeitos no cenário político e
cultural”.

Eu sei que uma prática pedagógica coerente com os dias de hoje deve ser pensada como uma relação ou
uma ação dialogada num espaço dinâmico-dialético. A escola deve se tornar uma oficina-escola, onde os
alunos irão (junto com o professor) produzir um conhecimento do mundo, sobre o mundo e para o
mundo. Esse novo espaço dará origem a um novo palco para os atores sociais agirem. Eles poderão
aprender de formas múltiplas, valorizando as suas vivências concretas e as experiências prévias para
construir novos caminhos e saberes.

Conhecer mundo e conhecer a si próprio é um ponto de partida imprescindível para um trabalho de


educação que realmente mobilize uma assimilação e uma apreensão de informações na área artística.
Pois, certamente, é possível perceber que toda atividade humana se desenrola no espaço social, através da
interação entre as pessoas e destas com a natureza e os objetos culturais, tendo, portanto, sempre um
caráter social. E a aprendizagem é de fato uma atividade social, que se realiza a partir de modelos
disponíveis no plano social e com as quais os indivíduos interagem. Não obstante, é processado, em
seguida, através das relações intersubjetivas (funções interpsíquicas – relações entre as pessoas) e se
efetiva no plano intrasubjetivo (funções intrapsíquicas ). Ou seja, primeiro há uma apropriação daquilo
que está disponível na realidade, para num segundo momento, ser internalizado pelo sujeito que aprende,
o que possibilita a transformação do pensar inicial.
Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 11:32 0 comentários
sexta-feira, 12 de junho de 2009
comentário
1 comentários:
Primeiros passos - fundamentos filosóficos disse...
Todos nós temos consciência que o Homem não é, nem nunca será, o deus diante de quem
outro homem deve ajoelhar-se. Nenhum ser da nossa espécie, portanto, jamais será onisciente.
Isso vale, antes de mais nada, para os professores, cientistas e líderes políticos..
O avanço da ciência e do pensamento discursivo filosófico nos mostrou algumas vezes de
maneira clara outras nem tanto que a descoberta científica, assim como a maioria do saber
produzido por nós ao longo de milhares de anos, baseia-se numa ignorância consciente, no
controle dos limites da razão.
Em tal consciência, nesse saber que não sabemos nada de absolutamente certo, é que consiste
a sabedoria da tradição que foi iniciada por Sócrates e encontra desdobramentos até na obra de
Popper.
Sócrates é aquele que sabe que não sabe, que conhece os limites dos erros gerados pelo
conhecimento, quando solicitamos seus mecanismos internos.
Quem tem o papel de ensinar deve ter em mente que há alguns limites fundamentais de nossa
capacidade de autocompreensão. Devemos concentrar a própria atenção em questões-limite,
que geralmente não foram analisadas e são consideradas até imprevisíveis, que excedem o
âmbito lógico-filosófico, passando para o metafísico. Tal situação ocorre quando tomamos
decisões sobre questões que, em linha de princípio, são indecidíveis. Vice-versa, as questões
decidíveis dependem de regras que conhecemos. No entanto, elas apresentam questões que
permanecem indecidíveis.
Um aluno quando nos pergunta qual é a origem do nosso universo ou por que a língua
portuguesa foi gerada dessa forma e não de outra... Perguntas que parecem problemas que
permanecem indecidíveis.
Que fique claro: não há muitas hipóteses, teorias ou narrações para estas ou outras questões,
mas não temos uma uma resposta unívoca.
Também devemos pensar que só podemos decidir as questões indecidíveis, pois as decidíveis
já foram decididas com base em algumas regras”.
Como respondemos então à pergunta: representar o mundo ou construir um mundo? A fonte
primária do conhecimento é dada por nossa experiência e o mundo é uma sua conseqüência?
Ou então a fonte primaria é o mundo e a experiência é uma sua conseqüência? Não há
resposta?
Eu sei que não há uma única resposta, como também nenhum caminho pode ser conhecido
com antecedência. O próprio caminho é uma experiência. E o experimentar não se trata de
buscar novidades absolutas, mas de seguir o rastro de persistência de histórias, linguagens,
tradições
Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 05:54 10 comentários
terça-feira, 9 de junho de 2009
E aí....
Quantas vezes não nos perguntamos se nesse mundo pós-moderno há lugar para a Filosofia (aos
moldes do seu desenvolvimento na Antiga Grécia)? Pensar filosoficamente o mundo, a nossa
profissão e todas as relações que daí são emanadas, certamente, é uma tarefa de suma importância.
Quando nos voltamos para a origem da Filosofia com Sócrates percebemos que o saber filosófico
surge a partir da dúvida, da incerteza, daquilo que está incompleto. Ou seja, Sócrates ao afirmar que
"só sei que nada sei" muda o foco do conhecimento: no lugar do plenamente conhecido, da certeza
absoluta, ele nos propõe a dúvida. A pergunta filosófica se torna tão ou mais importante do que a
certeza apresentada pela resposta. Sócrates abre o caminho para a pesquisa da verdade. Ele nos ensina
a se afastar da opinião (da doxa) e nos mostra que a experiência puramente empírica pode se perder
numa aventura sem guia.
Tal afirmação nos mostra o quão nocivo foi aquele professor tradicional cheio de verdades perfeitas e
fechado para qualquer diálogo que poderia reconstituir o saber a partir do cofronto e da síntese das
idéias. O pensamento é fruto de um saber construído dialeticamente. Aluno e professor num diálogo
constante são capazes de construir, destruir e reconstruir o conhecimento. O processo de
aprendizagem é contínuo e nunca acaba. Aquilo que nós produzimos se abre aos olhos dos outros de
múltiplas forma. Quantas vezes, um texto e/ou uma imagem foram lidos de muitas formas. Todas elas
pertinentes e complementares.
Nesses últimos meses, foram postados aqui (e também enviados por e-mail) vários textos, várias
imagens. Algumas pessoas sentiram um certo estranhamento. Recebi alguns e-mails comentando o
que estava aqui, vi alguns comentários no próprio blog e algumas pessoas me pararam para falar que
assistiram e discutiram o filme proposto ou que não entenderam o elo entre as fotos antigas e as idéias
apresentadas. Tudo ainda muito tímido, mas extremamente pertinente. Por isto com esse texto quero
convocar todos para que coloquem as suas impressões no formato de texto ou imagem.
Postado por Primeiros passos - fundamentos filosóficos às 14:16 1 comentários
Rankings, novas tecnologias, professores e alunos: que escola queremos?

Rankings, novas tecnologias, professores e alunos: que escola queremos?

Ronaldo Campos

Quantas vezes procuramos listas para saber qual é a melhor escola para matricularmos os nossos
filhos ou para escolher um curso superior? Vivemos uma época (marcada por uma pseudo ciência que
prega uma falsa objetividade e neutralidade), onde, tudo pode ser mensurado e classificado em
rankings. São infinitos os exemplos de listas: listas dos melhores discos, das melhores opções para
viajar e até das melhores escolas segundo o provão do MEC, do Enem...
Segundo o MEC, o ranking escolar só aprova 0,8% das cidades (Folha de São Paulo, 26 de abril de
2007). Segundo essa pesquisa, 1 (um) é o número de municípios nordestinos na lista de melhores
avaliados. A cidade é Alegre do Pindaré, no Maranhão. 81% dos mil piores avaliados são do nordeste.
E 15% dos mil piores avaliados estão no Norte. 11 é o número de municípios paulistas entre as 33
cidades do país com nota a partir de 5,7. 80% dos 239 municípios com nota maior ou igual a 5,0 estão
no sudeste. 18 % dos mesmos 239 estão na região Sul.

Para Fernando Haddad (Educação), segundo o jornal a Folha de São Paulo, de 24 de novembro de
2007, a “escola pública será sempre pior”. Ele fez tal afirmação ao comentar o resultado do Enem, em
que escolas particulares se saíram melhor. Ele afirmou “no dia em que a rede privada for pior do que
a pública, por definição, ela acabará, já que ninguém vai pagar para receber um ensino que pode obter
gratuitamente e com mais qualidade.” A impressão que temos é que a escola particular naturalmente
deve ser sempre a melhor. E a metodologia de avaliação que constrói esses ranking só vai demonstrar
o que já é conhecido por todos.

Mas nós não nos perguntamos qual a metodologia utilizada , quais os verdadeiros propósitos nas
entrelinhas de tais pesquisas... Ou por que o nordeste sempre é descrito como um lugar marcado pelo
atraso econômico e ate cultural... Por que a escola pública sempre é descrita negativamente...

A psicologa Rosaly Sayão, na sua coluna do jornal a Folha de São Paulo, do dia 12 de abril de 2007,
levanta uma questão que pode ser utilizada na solução desse problema: “Qual a importância de uma
ranking de escolas?”

Para a articulista da Folha, tais listas não possuem utilidade alguma e falam muito pouco sobre o valor
de uma escola ou o seu modo de funcionar, apesar de tais listas servirem para avaliar a qualidade do
ensino praticado.As escolas consideradas as tops de linha acreditam que o “bom” resultado obtido é a
prova de estão no caminho certo e que não há necessidade de rever as suas práticas pedagógicas. As
outras são pressionadas a conseguir resultados melhores. Será que o trabalho de uma escola se resume
(se reduz) ao sucesso dos alunos num determinado tipo de prova? Será que o aluno tem que estudar
para tirar uma nota boa na prova? A escola é só isto?

Segundo Sayão, a escola não é um empresa que precisa ser eficiente a qualquer custo. Enquanto
estrutura social, a instituição escolar possui finalidades muito mais importantes, que só podem ser
mensuradas uma ou duas décadas após o aluno sair de lá. Ou seja, além da transmissão do saber, a
escola deve ensinar o exercício da cidadania e promover a construção da autonomia do individuo.

O que significa formar um cidadão? Certamente, é ensinar e praticar valores coletivos e democráticos,
ensinar a conviver com a alteridade, a superar idéias preconcebidas e estereotipadas e, acima de tudo,
a usar o conhecimento em beneficio da maioria, ou seja, a sua felicidade (o seu bem estar) individual
não pode ser colocado acima do bem estar coletivo.
No atual contexto mundial, há dois caminhos: ou a perda gradual de um processo civilizatório ou a
redenção de um pais pela educação de qualidade. Qual caminho que escolheremos?

A prioridade é a educação. E todos nós sabemos que a transmissão de conhecimentos básicos (e de


valores) é de suma importância na formação de sujeitos capazes de absorver e produzir cultura
simultaneamente. A escola nos fornece muitas habilidades e competências, mas a informação pura e
descontextualizada não é suficiente. Por que devemos transformar o aluno de mero receptor de
informações sujeito do processo cognitivo e formador da sua cultura. Contudo, ''pensar criticamente''
ao mesmo tempo o mundo que nos cerca e a nossa produção cultural é algo muito complexo e difícil
de ser estruturado. Essa situação exige um interlocutor experiente que nos ajude a apontar e resolver
as contradições, ao mesmo tempo que nos possibilita elaborar ferramentas que possam nos ajudar a
reconhecer os limites, as diferenças e contradições do saber produzido socialmente, do mesmo modo
que nos permita sintetizar e abstrair e, finalmente, se todo processo ocorrer a contento, possamos
assumir a responsabilidade e ter a consciência de tudo aquilo que pensamos, falamos e fazemos na
nossa época e na nossa sociedade.
Ao percebermos a educação nesse novo contexto, descobrimos que o ato de conhecer além de
trabalhoso e complexo, exige um ensaio e um instrutor-diretor (o professor) capaz de dialogar e de
remeter ao que já foi pensado ao longo da tradição histórico-filosófica-científica, sem que com isto
tenhamos o sentimento da opressão. Não ficaremos com o sentido que fomos esmagados por todo o
peso do conheciemento historicamente elaborado ao longo de toda a história da civilização.
Nesse mundo globalizado, o acesso a informação se tornou simples e rápido para quase todas as
pessoas. Mas, aquilo que aparentemente, é simples e direto, se mostrou complicado. Uma vez que
temos acesso a uma infinidade de informações num tempo cada vez menor, nós não sabemos como
usar, como trabalhar tantas referências. E, assim, surge um perigoso paradoxo do nosso tempo, a
informação é facilmente acessada por todos, mas o número de pessoas desinformadas cresce em um
ritmo vertiginoso. Talvez, por isto, tanto a escola como o professor se tornam cada vez mais
imprescindíveis no nosso mundo.
Aqui uma pergunta se torna importante: o que significa ser professor nessa sociedade capitalista-
globalizada que almeja a inclusão e o multiculturalismo, mas que se torna a cada dia mais excludente
e preconceituosa?
De fato, a profissão de professor (tão esquecida pelos nossos governantes) implica numa grande
responsabilidade social. O desenvolvimento do Brasil passa pela transformação radical da escola e de
todos os seus participantes. Aqui surgem alguns problemas, como pensar o desenvolvimento do nosso
país com um número tão grande de professores atuantes que não possuem a formação mínima
necessária? Segundo o jornal Folha de São Paulo, do dia 28 de maio de 2009, 27% dos docentes de 5ª
a 8ª não têm diploma. O censo do Ministério da Educação e Cultura realizado com professores de
escolas públicas e particulares revela que parte deles não têm formação exigida por lei. Os dados são
assustadores: 13% dos nossos professores do ensino médio não possuem habilitação mínima para
ensinar. Os dados dessa pesquisa nos mostra que existe um descompasso entre a formação do
professor e o que ele tem a ensinar. As disciplinas de filosofia e sociologia, por exemplo, têm apenas
25% e 13% de seus docentes graduados em filosofia e ciências sociais respectivamente. Dos
professores de física, apenas 25% foram formados por algum curso universitário específico da área –
contra 34% que estudaram matemática. O mais absurdo é que até teólogo e bibliotecário dão aula de
física.
E como pensar em transformar radicalmente a escola, se o nosso professorado está sofrendo de um
esgotamento físico e psicológico? Sobre esse último assunto, basta ver a quantidade exagerada de
professores afastados da escola por licença médica ou psicológica.
Alguns poderão se perguntar se tais problemas não estariam relacionados a incapacidades dos
professores em se adaptar as muitas mudanças ocorridas nas três últimas décadas. Talvez, nessa
sociedade pós-moderna, não nos sentimos capazes de perceber que tudo mudou (e essa mudança foi
radical). Quem viveu os anos 70 ou 80, consegue perceber que as nossas referências não são as
mesmas daquela época: os papéis sociais, as referência simbólicas, a exclusão e a inclusão dos atores
sociais, ou seja, como numa peça de teatro o num filme, mudou o texto, o cenário, os objetos e a
direção, mas alguns atores demoram para perceber isto. Esse sentimento de deslocamento é sentido
por nós quando descobrimos que as noções e os valores da nossa época com relação a escola, o
conhecimento e o trabalho do professor já não é mais o mesmo. Quantas vezes sentimos uma certa
nostalgia (e em alguns momentos, até mesmo uma falta) do poder pleno que dispunha o professor de
tempos idos? É certo que depois nos sentimos deslocados e mesmo ridículos em pensar dessa forma.
Algumas vezes o mundo muda tão rapidamente que nós, na escola, não percebemos imediatamente.
Nesses momentos, a escola sofre de um profundo anacronismo. Todavia, para resolver esse problema
não basta introduzir modernas tecnologias pedagógicas (áudio-visuais, informática, mídias
interativas). Essa solução é muito simplista, mas também é quase um senso comum da sociedade que
para resolver os problemas da escola e da educação bastaria promover a sua informatização. Quem
não se lembra do projeto do governo federal de distribuição de mini computadores portáteis para
alunos de escolas públicas. No projeto piloto, ao invés dos alunos estudarem mais e melhor o
aprendizado, ocorreu justamente o inverso, ou seja, os alunos foram tragados pelo universo midiático
da iternet (You Tube, Orkut, MSN) e deixaram as aulas em segundo plano.

A transformação da escola da forma como queremos não passa por uma simples troca de
equipamentos, tecnologia, métodos ou fórmulas mágicas. Novamente, eu repito que a solução do
problema não é externa, mas está na relação pedagógica aluno-professor. É certo que um dos
caminhos mais indicados para essa nova empreitada está

Plano de Ensino
Curso: PEDAGOGIA
Disciplina: Fundamentos Filosóficos da Educação
Carga horária semanal: 4
Ano: 2008
Turma: PD03
Carga horária total:80

Corpo docente: CYBELI MARIA LEITE DE MELLO VIANNA


Coordenador (a): PATRÍCIA SALVADOR SEGURA
Título: Fundamentos Filosóficos da Educação
Descrição: Fundamentos Filosóficos da Educação

Ementa

Estudo da Filosofia tendo como objeto a educação, considerando os temas: cultura, trabalho, ciência e
valores a partir da realidade brasileira. Caracterização da reflexão e da prática filosófica. Grandes temas e
questões que mais diretamente incidem sobre o educacional: cultura, valores, experiências institucionais;
método e conteúdo em educação.

Objetivos específicos

Conhecer a origem da Filosofia


Suscitar o entendimento do que venha a ser Filosofia da Educação;
Possibilitar a apropriação integrada dos fatores sócio-educacionais, implicados na formação da
individualidade humana, mundo do trabalho e sociabilidade.
Desenvolver seu projeto político-pedagógico (fundamentar, teoricamente, sua crença e visão educacional
e pedagógica).
Conteúdos de plano de ensino

Origem da Filosofia
Para que Filosofia?
O que a Filosofia pode fazer pela educação
A reflexão filosófica na educação
A relação entre filosofia e educação
Uma reflexão para a prática educativa em Paulo Freire
O pensar e a educação
O papel do diálogo na prática da filosofia em sala de aula

Metodologia
Aula expositiva dialogada, pequenos grupos, debate, seminário, vídeos, apresentações de pesquisas em
grupos, elaboração de planos de aulas, simulação de aulas,dinâmicas.

Recursos didáticos

Quadro negro
DVDs
Datashow
TV
Artigos

Avaliação

Avaliação escrita, trabalhos, seminários solicitados pelo professor,


Avaliação Integradora (institucional)

Referência bibliográfica básica

ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo, Edusp.


CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª Ed. São Paulo, Ática, 2003.
Referência bibliográfica complementar

MORENTE, Manoel Garcia. Fundamentos de Filosofia. São Paulo, Mestre Jou

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