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APRESENTAÇÃO DO CURSO 

EMENTA:  

  Aspectos  Geográficos  ‐  Históricos  –  Culturais  –  Econômicos  ‐  Sociais  e 


Políticos  no  processo  de  ocupação  do  espaço  paranaense.  Caracterização  da 
sociedade a partir da construção de seu Patrimônio Cultural.  
 
 
 
OBJETIVOS DO CURSO 
 
Conhecer os elementos naturais que compõe o espaço paranaense. 
Identificar  os  patrimônios  Naturais  do  Paraná  e  sua  conservação  a  partir  das 
Unidades de Conservação 
Conhecer  o  processo  de  formação  histórica  do  Paraná  a  partir  da  ocupação  dos 
espaços e o alargamento das fronteiras. 
Identificar a diversidade cultural do Paraná. 
  
Patrimônio Cultural do Paraná: principais expressões 

O Paraná de Hoje 

 
 

SUMÁRIO 
Capítulo 1 ..............................................................................................................05 

Conhecendo o Paraná:  Localização Geográfica, Municípios e Símbolos 

Capítulo 2 .....................................................................................................................17 

Aspectos Geográficos do Paraná:   Relevo e Hidrografia 

Capítulo 3.....................................................................................................................30 

 Aspectos Geográficos do Paraná:   Clima, Vegetação e Solos 

Capítulo 4 ....................................................................................................................41 

Sistema Viário:  Ferrovias, Portos, Rodovias e Aeroportos 

Capítulo 5.....................................................................................................................54 

Patrimônio Natural do Paraná:  Unidades de Conservação 

Capítulo 6 ....................................................................................................................59 

Aspectos Históricos do Paraná:  Indígenas no Paraná, Antigos Caminhos e Mineração, 
Origem primeiras povoações e o Mito dos três Paranás 

Capítulo 7..................................................................................................................76 

Conjunturas Econômicas Históricas do Paraná:  Tropeirismo e Erva mate (ocupação do 
espaço), Rede Ferroviária 

Capítulo 8 ................................................................................................................92 

A Expansão do Território Paranaense: A exploração da madeira, o café e o norte 
paranaense  

Capítulo 9 ...............................................................................................................104 

Expansão e ocupação de novos espaços – modernização: o oeste, sudoeste e noroeste 
paranaense 

 
 

Capítulo 10 ...........................................................................................109 

Imigração, Etnias e População do Paraná: A diversidade cultural 

Capítulo 11 ...........................................................................................129 

Patrimônio Cultural do Paraná: principais expressões 

Capítulo 12............................................................................................139 

O Paraná de Hoje 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
Conhecendo o Paraná:  Localização Geográfica, Municípios e 
Símbolos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

Localização Geográfica 
O Paraná está situado na Região Sul do Brasil em conjunto com Santa Catarina 
e Rio Grande dos Sul.  
Faz fronteira ao sul com Santa Catarina, ao norte com São Paulo, a Noroeste 
com mato Grosso do Sul, a Oeste com o Paraguai, a Sudoeste com Argentina e a 
Leste com o Oceano Atlântico. 
Com  uma  área  de  199.554  Km²,  tem  a extensão  de  468  km  –  Norte/Sul  e de  
677 km – Leste/Oeste. Seus pontos extremos são: 
  Norte: Cachoeira do Saran Grande  no Município de Jardim Olinda 
  Sul: Nascentes do Rio Jangada no Município de General Carneiro 
  Leste: Foz do Rio Ararapira em Guaraqueçaba 
  Oeste: Porto Palacin em Foz do Iguaçu  
 

 
        Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias  ‐ Espírito Santo Jr.  2008. 
 

 
 

1‐ Municípios 
 
De  acordo  com  o  Prof.  Francisco  Filipak  a  denominação  “Paraná”  vem  da 
língua  guarani,  que  significa:  “Para”:  Mar  +  “Anã”:  Semelhante  =  PARANÁ  ‐ 
semelhante ao mar, parente do mar. Importante destacar que o termo também é 
de  origem  geográfica  referindo‐se  ao  Rio  Paraná,  o  mais  extenso  no  território 
paranaense.  
A  Emancipação  Política  do  Paraná  ocorreu  em  19  de  dezembro  de  1853, 
quando o território foi desmembrado da Província de São Paulo. 
A  população  do  Paraná  é  de    10.686.247  habitantes    (IBGE  estimativa 
2010), sendo que as cidades mais populosas são:  
‐ Curitiba ‐ 1.851.215 habitantes 
‐ Londrina ‐ 510.707 habitantes 
 ‐  Maringá ‐  335.511 habitantes 
               ‐ Foz do Iguaçu ‐ 325.137 habitantes 
 ‐ Ponta Grossa ‐ 314. 681 habitantes    
Fonte: http://www.ibge.gov.br/estadosat/perfil.php?sigla=pr# 
O Estado do Paraná possui atualmente 399 municípios, conforme pode ser 
observado no mapa a seguir: 

 
 

 
 
 
 
 
 
2‐ Símbolos Paranaenses 
 
3.1‐ Bandeira do Paraná 
Adotada  como  símbolo  oficial  em  09  de  janeiro  de  1892  pelo  Decreto 
Estadual  nº8.  Sofreu  modificações  em  1947  e  em  1990.  A  atual  Bandeira  é  a 
estabelecida  pelo  Decreto‐Lei  nº  2.457,  de  31  de  março  de  1947.  Compõe‐se  de 
um  quadrilátero  verde,  atravessado  no  ângulo  superior  direito  para  o  inferior 
esquerdo por uma larga faixa branca contendo a representação da esfera celeste 

 
 

em azul e as cinco estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul em branco. A esfera 
é atravessada, abaixo da estrela superior do Cruzeiro, por uma faixa branca com a 
inscrição "PARANÁ", em verde. Circundam a esfera um ramo de pinheiro à direita 
e outro de mate à esquerda. (SEEC – PR, 2010).  
Curiosidade: as cinco estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul, 
estão ordenadas de acordo como se encontravam, na data que o 
Imperador  D.  Pedro  II,  assinou  a  lei  de  criação  da  província  do 
Paraná em 29 de agosto de 1853. 
 
 
 
Bandeira do Paraná 

                            
                  Fonte: www. cultura.pr.gov.br 
 
 
 
 

3.2‐  Brasão de Armas 
O Brasão de Armas foi instituído pela Lei nº 904, de 21 de março de 1910. 
Sua última modificação ocorreu em setembro de 1990. O atual Brasão de Armas 

 
 

do Estado do Paraná é o estabelecido pelo Decreto‐Lei nº 2.457, de 31 de março 
de 1947. (SEEC – PR, 2010).  
De acordo com o Atlas do Paraná (SEED – PDE, 2008, p.12), “o Brasão de 
Armas paranaense é formado por um escudo português apresentando um campo 
onde  a  figura  de  um  lavrador  cultiva  o  solo.  Acima  deste  um  sol  nascente  
(amarelo ouro) e três picos (montanhas) simbolizando a grandeza, a sabedoria e a 
nobreza  do  povo,  bem  como,  os  três  planaltos  paranaenses  –  Curitiba,  Campos 
Gerais e Guarapuava. Servindo como suporte para o brasão, estão dois ramos ....  
a  direita  o  pinheiro  do  Paraná  e  a  esquerda  erva‐mate.  No  alto  a  figura  de  uma 
águia – HARPIA.  
Curiosidade:  O  desenho  do  Brasão  foi  realizado  pelo  artista 
Alfredo  Emílio  Andersen.  Apesar  de  a  gralha  azul  ser  a  ave 
símbolo  do  estado,  a  águia  Harpia,  encontrou  aqui  condições 
favoráveis para se reproduzir naturalmente, porém hoje está em 
extinção. 
       

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Brasão de Armas 

Fonte: www. cultura.pr.gov.br 

3.3 ‐ Hino do Paraná 
  Foi instituído pelo Decreto‐Lei 2.457, de 31 de março de 1947. 
  Letra: Domingos Nascimento 
  Música: Bento Mossurunga 
      Estribilho: 
     Entre os astros do Cruzeiro, 
     És o mais belo a fulgir 
     Paraná! Serás luzeiro! 
     Avante! Para o porvir! 
 
I.  O teu fulgor de mocidade, 
    Terra! Tem brilhos de alvorada 
    Rumores de felicidade! 
    Canções e flores pela estrada. 
 
II.         Outrora apenas panorama 
            De campos ermos e florestas 
            Vibras agora a tua fama 
            Pelos clarins das grandes festas! 

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III.  A glória... A glória... Santuário! 
      Que o povo aspire e que idolatre‐a 
      E brilharás com brilho vário, 
      Estrela rútila da Pátria! 
 
IV.        Pela vitória do mais forte, 
            Lutar! Lutar! Chegada é a hora. 
            Para o Zenith! Eis o teu norte! 
            Terra! Já vem rompendo a aurora! 
 
 
3.4‐ Gralha Azul 
A  Gralha  Azul  é  considerada  ave  símbolo  do  Paraná.    Protegida  pela  Lei 
Estadual 7957, de 12 de novembro de 1984, que no seu artigo 1º destaca: 
   “É  declarada  ave‐símbolo  do  Paraná  o  passeriforme 
denominado  Gralha‐azul,  Cyanocorax  caeruleus,  cuja  festa  será 
comemorada anualmente durante a semana do meio ambiente, 
quando  a  Secretaria  de  Educação  promoverá  campanha 
elucidativa  sobre  a  relevância  daquela  espécie  avícola  no 
desenvolvimento  florestal  do  estado,  bem  como  no  seu 
equilíbrio ecológico”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Gralha Azul 

Fonte: www. cultura.pr.gov.br


 

A  Gralha‐azul  é  uma  espécie  relativamente  grande  (39cm)  de  um  azul 


reluzente, cabeça, pescoço e peito negros, penas da fronte arrepiadas formando 
uma  espécie  de  topete,  bico  forte  e  cauda  comprida.  Vive  na  mata,  gosta  de  se 
reunir  em  bandos  nos  pinheiros,  que  ajudam  a  disseminar,  pelo  ato  de 
desmanchar a pinha no galho, comendo somente um ou outro pinhão, enquanto a 
maioria das sementes, cai no solo e germina. (SEEC‐ PR, 2010) 
 
3.5‐ Pinheiro do Paraná 
Conhecido também como pinho, pinheiro brasileiro, pinheiro das missões, 
pinheiro‐caiová,  pinheiro‐são‐josé.  Porém  seu  nome  científico  é  Araucária 
angustifólia. Árvore de porte majestoso e elegante atinge 30 a 40 metros de altura 
e  1  a  2  metros  de  diâmetro  de  tronco.  O  pinheiro  tem  como  característica  a 
ramificação dos galhos e quando atinge a idade madura, apresenta o aspecto de 
uma  taça.  Suas  sementes,  os  pinhões,  servem  de  alimentos  para  animais  e 
também é muito utilizada pelos homens.   

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A  mata  de  araucária  angustifolia  que  caracteriza  a  paisagem  do  sul  do 
Paraná  que  primitivamente  ocupava  uma  área  de  73.780  km²  dentro  do  Estado, 
atualmente resta apenas uma área de aproximadamente 1,3% estando a espécie 
ameaçada de extinção, devido a exploração indiscriminada de que vem sofrendo. 
Felizmente  o  paranaense  desperta  para  a  importância  da  preservação  de  sua 
árvore símbolo, através de campanhas, de reflorestamento e da reconstituição da 
flora nativa. (SETU‐PR, 2010)  
 
Pinheiro do Paraná
                     
                           

   

                                             Fonte: www. cultura.pr.gov.br 

  

O  Pinheiro  do  Paraná  tem  como  habitat  natural  as  florestas  subtropicais, 
ocorrendo  na  parte  leste  e  central  do  Planalto  Sul  –  brasileiro,  abrangendo  o 
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e em menor quantidade em São Paulo, 
Minas Gerais e Rio de Janeiro. 

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No  Estado  do  Paraná,  esta  árvore  com  seus  frutos  era  a  base  da 
alimentação dos índios, posteriormente sua madeira foi explorada inaugurando o 
que  se  convencionou  chamar  do  Ciclo  do  Pinho  ou  Conjuntura  da  Madeira, 
fundando  serrarias,  vilas,  porém  seu  corte  e  utilização  na economia  exportadora 
do  Paraná,  foi  feita  de  maneira  predatória,  sendo  que  poucas  reservas  ainda 
existem, sendo necessário proteger a árvore por lei, uma vez que está ameaçada 
de extinção. 
Não  se  pode  negar  que  a  araucária  faz  parte  da  história,  da  cultura,  dos 
hábitos culinários e até na arte paranaense. Crendices Populares ainda persistem 
no imaginário da comunidade, tais como destaca Alberico Figueira: 
‐  “quando  as  pinhas  caem  sem  nenhum  contato,  é  augúrio  de  paz  e 
felicidade”; 
‐ “se caem folhas verdes quando se passa sob as ramagens do pinheiro, é 
alguém que nos estima ocultamente; mas se as folhas forem secas, é sinal 
de ódio, que alguém nos devota”. 
 
  Por sua vez, muitos nomes de localidades se referem ao pinheiro ou a seu 
fruto,  como  é  o  caso  do  nome  Curitiba,  conta  a  tradição  que  o  Cacique  de  uma 
tribo  Tingui,  foi  convidado  para  indicar  o  melhor  local,  para  transferência  da 
primitiva povoação de nome Vilinha (margens do Atuba). Depois de procurar um 
bom  lugar,  o  Cacique  fincou  uma  vara  no  chão  e  disse:  “Coré‐etuba”,  que 
significava “muito pinhão aqui”. O local é a atual Praça Tiradentes e da expressão 
tingui, surgiu o nome de Curitiba.  Também se relacionam ao pinheiro e seu fruto 
nome de atuais municípios como: Pinhão, Ribeirão do Pinhal, Araucária, São José 
dos Pinhais, entre outras localidades. 
  Sua  madeira  também  foi  utilizada  em  grande  escala  na  construção  das 
primeiras  moradias  dos  inúmeros  imigrantes  que  chegaram  ao  Paraná.  Para  um 
melhor  conhecimento  deste  fato,  merece  destaque  as  construções  das  casas 
polonesas  que  hoje  fazem  parte  do  Bosque  João  Paulo  II  –  Bosque  do  Papa  em 

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Curitiba, além de inúmeras casas que ainda fazem parte da paisagem do interior 
do Estado. 
 
Bosque do Papa João Paulo II – Curitiba PR – Casa polonesa 

 
Fonte: http://www.curitibacvb.com.br 

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CAPÍTULO 2 
Aspectos Geográficos do Paraná: Relevo e Hidrografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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1‐ Regiões geográficas do Paraná 
 
Para  facilitar  as  pesquisas,  o  censo  e  o  planejamento,  o  IBGE  –  Instituto 
Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  dividiu  o  Paraná  em  10  grandes  áreas, 
chamadas mesorregiões. Consideram‐se as características sociais e naturais. Cada 
mesorregião é dividida em microrregiões com municípios. A maior é Norte central 
com 79 municípios. 

 
   Fonte: http://www.ipardes.gov.br 
 

2‐ Relevo 

Segundo o geógrafo Reinhard Maack, no Estado do Paraná distinguem‐se cinco 
grandes regiões de paisagens naturais: 
1) O Litoral 
2) A Serra do Mar 

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3) O Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba 
4) O Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa 

5) O Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava 

Relevo Paranaense 

2.1‐ Litoral 
  Duas regiões distintas caracterizam o litoral: 

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  Montanhosa:  abrange  morros  isolados,  algumas  cadeias  de  morros  e  as 


encostas  da  Serra  do  Mar.  Esta  zona  é  constituída  de  rochas  cristalinas  onde 
predominam os granitos e os gnaisses. 
  Planície  litorânea:  área  rebaixada,  formada  por  mangues  e  praias 
recortadas  pelas  baías  de  Paranaguá  e  Guaratuba.  Entre  estas  duas  baías  há  a 
divisão  da  costa  paranaense  em  3  áreas:    1)  Praia  Deserta,  2)  Praia  de  Leste,  3) 
Praia do Sul. 
  Destaque para as  ilhas: Ilha de Superagui, Ilha das Peças e a Ilha do Mel.  
Há outras duas baías menores: Antonina e Guaraqueçaba. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Litoral do Paraná 

 
           Fonte:  www.guiageo‐parana.com 
 
2.2‐ Serra do Mar 
  Pertence  ao  “Complexo  Cristalino  Brasileiro”,  sendo  constituída  em  sua 
maioria por granitos e gnaisses. Entre os conjuntos montanhosos destacam‐se: 
  ‐ Serra da Virgem Maria; 
  ‐ Serra da Graciosa; 
  ‐ Serra do Ibitiraquire. 
  O pico mais alto é o Pico do Paraná (1922m) e o Pico de Caratuba (1898m) 
 
 

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         Pico do Paraná 

 
         Fonte: http://www.baixaki.com.br 
 
 
2.3‐ Primeiro Planalto ou Planalto de Curitiba 
  Inicia  junto  a  Serra  do  Mar  estendendo‐se  para  o  oeste  até  a  Escarpa 
Devoniana  Serra  de  São  Luiz  de  Purunã).  O  primeiro  planalto  divide‐se  em  duas 
partes:   
  ‐  Zona  Norte:  com  rochas  representadas  pelo  calcário,  prata,  chumbo  e 
mármore.  Com  1.000  metros  de  altitude  esta  região  é  conhecida  como  “Região 
Serrana  do  Açungui”.  Entre  Castro  e  Piraí  do  Sul,  encontramos  segundo  o  Prof. 
Reinhard  Maack    o  planalto  de  Maracanã,  área  formada  por  um  quartzito  de 
grande resistência. 
  ‐ Zona Sul: localiza‐se o Planalto de Curitiba, com formas topográficas mais 
suaves e onduladas (colinas). 
 
 

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      Fonte: http://picasaweb.google.com 
 
2.4‐ Segundo Planalto ou Planalto de Ponta Grossa 
  Denominado  Planalto  de  Ponta  grossa,  limita‐se  a  leste  com  a  Escarpa 
Devoniana e a oeste com a Escarpa da Serra Geral ou da Esperança. Compreende a 
região  ocupada  pelos  Campos  Gerais,  caracterizada  por  paisagens  de  campos 
marcadas por suaves ondulações. As maiores altitudes  encontram‐se na escarpa 
devoniana, oscilando entre 1090 e 1200 metros. 
  Quanto  às  rochas  mais  comuns  temos:  arenitos  (Vila  Velha  e  Furnas), 
folhelhos (Ponta Grossa e os betuminosos), carvão mineral, etc. 
 
 
 
       
 
 
 

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       Vila Velha         Guartelá 

                  

 
Fonte: http://www.pontagrossa.pr.gov.br             Fonte: http://www.tibagi.pr.gov.br 

2.5‐ Terceiro Planalto ou Planalto de Guarapuava 
  Situado  a  oeste  da  escarpa  da  Esperança,  denominado  Planalto  de 
Guarapuava, ocupa 2/3 da área do Estado. A altitude na Serra da Esperança chega 
a atingir 1250 metros, enquanto no vale do Rio Paraná, possuí altitude de apenas 

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100  metros.  É  a  região  onde  se  localizam  os  solos  mais  férteis  do  Estado  do 
Paraná. O Terceiro Planalto é subdividido em 5 blocos: 
  ‐ Planalto de Cambará e São Jerônimo da Serra 
  ‐ Planalto de Apucarana 
  ‐ Planalto de Campo Mourão 
  ‐ Planalto de Guarapuava 
  ‐ Planalto de Palmas 
 

 
Fonte: http://picasaweb.google.com 
Foto: Andres Ruggeri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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3‐ Hidrografia Paranaense 

Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias  ‐ Espírito Santo Jr.  2008. 
 
No  Paraná,  alguns  rios  correm  para  leste  em  direção  ao  litoral  e  outros  para 
oeste em direção ao interior, ou seja, os rios do litoral que deságuam no Oceano 
Atlântico, formam a Bacia Atlântica e os rios dos planaltos  na maioria desaguam 
no Rio Paraná. 
  Os  rios  de  planalto  são  predominantes,  com  seus  trajetos  marcados  por 
saltos, cachoeiras, quedas e corredeiras. Não favorecendo a navegação devido ao 
declive  de  seus  percursos,  oferecem  importante  potencial  hidrelétrico,  com 

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destaque  para  as  Usinas  de  Itaipu,  Salto  Osório,  Salto  Santiago,  Salto  Segredo, 
Capivara e Xavantes. 
Os principais rios do Paraná são: 
1‐ Rio Paraná: Nasce na confluência dos rios dos rios Paranaíba e Grande 
em Minas Gerais, percorre em nosso estado cerca de 400 km, desde a 
foz do Rio Paranapanema até a Foz do Rio Iguaçu. Na fronteira com o 
Mato Grosso do Sul, o Rio Paraná forma inúmeras ilhas, destacando‐se 
a  Ilha  Grande  e  Bandeirantes.  No  Rio  Paraná  está  construída  a  maior 
usina  do  mundo  “ITAIPU”.  Seus  afluentes  são  de  grande  porte, 
destacando‐se os rios: Paranapanema, Ivaí, Piquiri e Iguaçu.  
2‐ Rio  Paranapanema:  nasce  em  São  Paulo,  percorrendo  392  km  dos 
limites com o estado do Paraná. Tem um grande potencial hidrelétrico. 
Seus afluentes localizados em território paranaense são: Rio Itararé, Rio 
das Cinzas, Rio Tibagi e Rio Pirapó. 
3‐ Rio  Ivaí:  o  Rio  dos  Patos  que  nasce  no  município  de  Prudentóplis,  ao 
encontrar‐se  com  o  Rio  São  João,  passa  a  ser  chamado  de  Ivaí,  que 
deságua no Rio Paraná. Seu percurso de 685 km é considerado o mais 
extenso rio genuinamente paranaense.  
4‐ Rio Piquiri: Nasce na Escarpa da Esperança (Serra Geral). Seu percurso 
é de 485 km e seus principais afluentes são: Rio Goio‐erê e Rio Cantu. 
5‐ Rio Iguaçu:  Iguaçu é termo indígena que significa “água grande”. Nasce 
no Planalto de Curitiba e segue para oeste até desaguar no Rio Paraná, 
após 900 km de percurso, servindo em alguns trechos de divisa entre o 
Paraná e Santa Catarina, bem como com a Argentina. Grande fonte de 
energia  hidrelétrica,  concentrada  em  seus  saltos  como:  Santiago, 
Osório,  Segredo  e  Caxias.  Importante  atrativo  turístico,  com  suas 
Cataratas – fascinante espetáculo criado pela natureza.  Seus principais 

27 

 
 

afluentes  são:  Rio  Chopim  e  Rio  Negro.  As  margens  do  Rio  Iguaçu 
encontram‐se as cidades de Porto Amazonas, São Mateus do Sul, União 
da Vitória e Foz do Iguaçu. 
6‐ Rio  Tibagi:  Nasce  nos  Campos  Gerais  e  tem  um  percurso  de  550  km, 
desaguando no Rio Paranapanema. Seus afluentes são: Rio Pitangui  e o 
Rio Iapó. As margens do Rio Tibagi encontram‐se as cidades de Tibagi, 
Telêmaco  Borba  e  Jataizinho.  Atualmente  está  sendo  construída  a 
Usina  Hidrelétrica  de  Mauá  em  um  longo  trecho  do  rio,  gerando 
algumas polêmicas. A usina vai alagar uma área de alta biodiversidade 
entre  as  cidades  de  Telêmaco  Borba  e  Ortigueira,  numa  região  que 
conserva hoje apenas 3,7% de sua mata nativa original.  
 
 
Usina Mauá 

 
           Fonte: http://www.tibagi.pr.gov.br 
 
 

28 

 
 

Na figura a seguir você pode observar o potencial hidrelétrico do Paraná. 
 
 
 
 
Potencial Hidrelétrico do Paraná 

Fonte: www.copel.com 

29 

 
 

CAPÍTULO 3 
Aspectos Geográficos do Paraná: Clima, Vegetação e Solos 
 

30 

 
 

1‐ Clima do Paraná 
O  clima  do  estado  do  Paraná  apresenta‐se  como  um  dos  melhores  do  Brasil. 
Motivo  pelo  quais  inúmeras  correntes  imigratórias  e  migratórias  preferiram  seu 
território. As temperaturas mais elevadas são encontradas na região norte, oeste,  
litoral  e  no  vale  do  Rio  Ribeira.  As  mais  baixas  coincidem  com  as  regiões  mais 
elevadas, onde são encontradas as linhas isotérmicas das mais baixas do país.  
Sendo assim, identificamos no estado do Paraná 3 tipos de climas: 
Aft  –  Clima  Tropical  Super‐Úmido:  sem  estação  seca  e  isento  de  geadas.  A 
média das temperaturas do mês mais quente é superior a 22°C e a do mês mais 
frio é superior a 18ºC. Encontra‐se no litoral e no leste da Serra do Mar. 
Cfa  –  Clima  Subtropical  Úmido  Mesotérmico:  os  verões  são  quentes,  sem 
estação  seca  e  com  poucas  geadas.  A  média  das  temperaturas  do  mês  mais 
quente é superior a 22º C e a do mês mais frio é inferior a 18°C. Encontra‐se nas 
regiões  norte,  oeste  e  sudoeste,  no  oeste    da  Serra  do  Mar  e  no  vale  do  Rio 
Ribeira. 
Cfb  –  Clima  Subtropical  Úmido  Mesotérmico:  sem  estação  seca,  com  verão 
brando, geadas severas. A média das temperaturas  do mês mais quente é inferior 
a 22°C , e a do mês mais frio é inferior a 18°C. Encontra‐se na região de Curitiba, 
nos Campos Gerais, sul e parte do sudoeste do terceiro planalto.  

31 

 
 

 
 
Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias  ‐ Espírito Santo Jr.  2008. 
 
 
2‐ Vegetação 

O  Estado  do  Paraná  sempre  foi  conhecido  no  cenário  mundial  pela 
exuberância e riqueza de suas matas. A interação entre o clima, o solo, altitude e a 
latitude, possibilitou o desenvolvimento de vários tipos de vegetação, que cobriam 
o território do estado. 
A vegetação primitiva do Paraná se consistia em: 
  ‐  Mata  de  Araucária:  encontrava‐se  na  parte  oeste  da  Serra  do  Mar, 
estendendo‐se  pelo  primeiro,  segundo,  centro  e  sul  do  terceiro  planalto. 
Característica de altitudes acima de 500 metros e clima frio. Nesta floresta existia 
também  a  presença  da  erva  mate.  Atualmente  da  vegetação  original,  a  mata  de 
araucária  é encontrada em  pequenas  áreas,  no  sudoeste  do  Paraná  e  em  alguns 
reflorestamentos no estado. 

32 

 
 

Mata de Araucária 

 
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br  
 
  ‐ Vegetação da Região Litorânea: destaca‐se a restinga, várzeas e mangues 
e  a  vegetação  de  praia  que  cobre  as  areias.  Atualmente  muito  prejudicada  pelo 
avanço de empreendimentos imobiliários e turísticos. 
  ‐ Floresta Atlântica: encontrada em parte da região litorânea e em toda a 
Serra  do  Mar.  A  parte  mais  desenvolvida  desta  vegetação  encontrava‐se  voltada 
para  o  mar,  nas  encostas  da  serra,  onde  chuva  é  mais  abundante.  Espécies 
encontradas:  figueiras,  angicos,  jacarandás,  ipês  e  canelas.  Atualmente  a  mata 
atlântica  é  protegida  por  lei  e  encontra‐se  preservada  em  áreas  de  proteção 
ambiental  e  em  unidades  de  conservação  no  Parque  Marumbi  e  em  regiões  de 
Guaratuba  e  Guaraqueçaba.  As  Reservas  de  Mata  Atlântica  são  tombadas  como 
Patrimônio Nacional e consideradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. 

33 

 
 

 
Fonte: http://br.viarural.com                      Fonte: 
http://www.qualea.com.br/page/3/ 
  ‐  Floresta  Tropical:  Ocupava  parte  do  norte  do  terceiro  planalto,  com  o 
desenvolvimento  de  inúmeras  espécies,  nos  solos  férteis  de  terra  roxa.  No 
noroeste  onde  os  solos  eram  mais  pobres  (arenoso  e  de  pouca  fertilidade), 
existiam menos espécies. Destacam‐se peroba, alecrim, angico, taquaras, canelas 
e palmitos. Atualmente existem áreas conservadas no Paraná, como pode ser visto 
no Capítulo 5 – Unidades de Conservação. 
  ‐  Floresta  Subtropical:  Caracterizava‐se  pela  ausência  de  pinheiros  e 
ocupação de terras com altitudes inferiores a 500 m. Era encontrada no oeste do 
estado,  desde  a  Foz  do  Rio  Piquiri  (no  Rio  Paraná)  até  a  foz  do  Rio  Iguaçu, 
penetrando  no  vale  desses  rios.  Dos  remanescentes  desta  floresta,  a  mais 

34 

 
 

expressiva  encontra‐se  no  Parque  Nacional  do  Iguaçu,  considerada  Patrimônio 


Natural Nacional e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. 
  ‐  Região  de  Campos:  Formações  mais  antigas  do  Paraná  e  divide‐se  em 
campos cerrados e campos limpos. 
‐  Campos  Cerrados,  formado  por  arbustos  com  troncos,  galhos 
tortuosos e gramíneas. 
‐ Campos Limpos: composto em base por gramíneas, sendo rara a 
existência  de  arbustos.  Predomina  na  região  de  Jaguariaíva, 
Sengés, Ponta Grossa, Palmas e Campo Largo. 

 
                         Fonte: http://almirrodrigues.blogspot.com 
 
Nos  mapas  a  seguir  você  pode  observar  o  processo  de  ocupação  dos 
territórios  paranaenses,  comparando  os  mapas  da  vegetação  original, 
remanescentes e as que estão sendo preservadas. 

35 

 
 

 Fonte: www.ipardes.gov.br/ 
 

36 

 
 

Fonte: www.ipardes.gov.br/ 
 

37 

 
 

Fonte: www.ipardes.gov.br/ 
 

3‐ Solos 

Os solos são o suporte material e natural dos seres vivos, sendo que 
sua  formação  está  ligada  às  condições  naturais  da  região  onde  estão 
localizados,  como:  clima,  vegetação,  relevo,  tipos  de  rochas  em 
decomposição  entre  outros.  No  processo  de  colonização  e  ocupação  do 
Paraná, a interferência humana intensa em todo o território, fez com que 
restassem apenas algumas áreas preservadas. No processo de interferência 
houve  a  alteração  do  solo,  seja  através  de  técnicas  benéficas,  destaque 
para  as  ações  conservacionistas  ou  então  maléficas,  como  o 

38 

 
 

desmatamento  intensivo,  as  queimadas  não  controladas  e  o  uso  abusivo 


de  adubação  e  defensivos  químicos.  Nos  mapas  a  seguir,  podem  ser 
observadas as condições de uso do solo de 2005 a 2008 e o uso potencial 
do  solo  atualmente  a  partir  de  um  estudo  do  IPARDES  –  Instituto 
Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social.  

Fonte: www.ipardes.gov.br/ 
 

39 

 
 

 Fonte: www.ipardes.gov.br/ 

40 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

CAPÍTULO 4 
Sistema Viário:  Ferrovias, Portos, Rodovias e 
Aeroportos 
 
 
 
 
 
 
 

41 

 
 

  O  sistema  viário  do  Paraná  é  bem  estruturado  e  considerado  um  dos 


melhores  do  Brasil,  em  função  dos  diferentes  meios  e  uma  ampla  estrutura    de 
transporte.  
Facilidade  de  deslocamento,  por  meio  de  ligação  entre  aeroportos, 
ferrovias,  hidrovias,  portos  e  rodovias  aumenta  a  competitividade  do  Paraná  no 
Mercosul  e  torna‐o  bem  competitivo  e  de  fácil  acesso,  facilitando  o  fluxo  de 
mercadorias e o deslocamento de pessoas. (Espírito Santo Jr. 2008)  
 

 
Fonte: Atlas do Paraná: o uso de novas tecnologias  ‐ Espírito Santo Jr.  2008. 
 
1‐ Ferrovias 

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O  sistema  ferroviário  do  Paraná,  faz  a  ligação  entre  as  regiões 


produtoras do norte e oeste com a capital, Porto de Paranaguá, Antonina e 
outros estados. 
   Empresas no Paraná 
 

2.1‐  ALL – América Latina Logística 

2.2‐  Ferroeste  – Estrada  de  Ferro  Paraná‐Oeste  S/A  (Ferropar  –  Ferrovia 


Paraná S/A) 
Segundo o Ministério dos Transportes, “criada em 15 de março de 1988, a 
FERROESTE  é  uma  empresa  de  economia  mista,  vinculada  a  Secretaria  dos 
Transportes por ser o Estado do Paraná o seu maior acionista. A empresa detém a 
concessão, conforme Decreto do Governo Federal nº 96.913/88, para construir e 
operar uma ferrovia entre Guarapuava, Estado do Paraná, e Dourados no Estado 
do Mato Grosso do Sul, e servindo o Oeste e extremo Oeste paranaense, o Mato 
Grosso do Sul, Paraguai e norte da Argentina.  
Concebida  principalmente  para  transporte  de  grãos  agrícolas  e  insumos 
para  plantio,  a  FERROESTE,  denominada  no  passado  de  "Ferrovia  da  Soja"  e 
"Ferrovia  da  Produção",  teve  sua  construção  iniciada  em  15  de  março  de  1991, 
com a implantação do trecho Guarapuava ‐ Cascavel, com 248 quilômetros, numa 
primeira  etapa;  e,  em  etapas  posteriores,  Cascavel  ‐  Guaíra  e  Cascavel  ‐  Foz  do 
Iguaçu, com 171 quilômetros, cada um dos novos segmentos. 
Na  primeira  fase  do  projeto,  correspondente  ao  trecho  Guarapuava  ‐ 
Cascavel, o tráfego de trens teve início no primeiro semestre de 1996, em fase pré 
‐ operacional, em decorrência de um acordo com a Rede Ferroviária Federal S/A 
(RFFSA),  que  ao  longo  de  4  anos  garantiria  o  material  rodante  necessário  à 

43 

 
 

movimentação  de  até  1,0  milhão  de  toneladas  anuais.  O  Ministério  dos 
Transportes  autorizou  a  abertura  definitiva  ao  tráfego  em  12  de  dezembro  de 
1996. Foram transportados 250.000 toneladas de mercadorias, nesses primeiros 
meses de operação experimental.  
Acompanhando  a  tendência  verificada  no  setor  ferroviário  brasileiro  e 
visando  desobrigar  o  Estado  da  necessidade  de  vultuosos  investimentos  na 
aquisição de locomotivas e vagões, a FERROESTE transferiu para iniciativa privada, 
a  responsabilidade  pela  exploração  do  transporte  de  carga  entre  Guarapuava  e 
Cascavel, através de leilão realizado em 10 de dezembro de 1996, pelo prazo de 
30 anos, renováveis por igual período.  
O consórcio vencedor veio a constituir a Ferrovia Paraná S/A ‐ FERROPAR 
que iniciou suas atividades em 01 de março de 1997, após a assinatura, em 28 de 
fevereiro de 1997, do Contrato de Subconcessão. Nesse contrato, há previsão do 
atendimento de uma demanda de transporte que pode chegar a 4,8 milhões de 
toneladas,  obrigando  a  subconcessionária  a  fazer  a  alocação  de  locomotivas  e 
vagões, necessários ao cumprimento das metas de transporte. 
A  FERROESTE,  além  da  fiscalização  da  subconcessão,  está  dando 
continuidade  aos  estudos  e  projetos  visando  o  prosseguimento  da  ferrovia  para 
Guaíra  e  Foz  do  Iguaçu. 
A  necessidade  de  aumentar  o  poder  de  competição  dos  diversos  setores 
econômicos  do  Estado  do  Paraná,  especialmente  aqueles  voltados  para  a 
exportação,  torna  a  implantação  desses  segmentos  ferroviários  altamente 
interessante  para  os  objetivos  a  que  se  propôs  a  administração  estadual  e,  de 
interesse  fundamental,  na  integração  do  Brasil  no  mercado  continental  de 
transporte ferroviário, grandemente influenciado e incentivado pelo MERCOSUL. 
 

44 

 
 

Mapa das Concessões Ferroviárias 

 
Fonte: http://www.antt.gov.br/mapas/mapas.asp 
 

2‐ Portos 
No transporte marítimo, as principais vias de escoamento são: 
   
1 ‐ Porto de Paranaguá 
O  Porto  de  Paranaguá  é  um  grande  terminal  de  cereais,  considerado  o 
maior  porto  exportador  de  grãos  do  Brasil.  Situado  no  interior  da  baía  de 
Paranaguá, sua influência estende‐se a uma vasta região do Brasil, e é um porto 
escoador  dos  Países  do  Mercosul,Empresas  internacionais,etc. 

45 

 
 

Foi inaugurado em 1935. Sua existência até os dias de hoje está ligado aos cinco 
ciclos:  ciclo  do  ouro,  da  erva‐mate,  da  madeira,  do  café,  e  da  diversificação, 
quando  seu  movimento  passou  a  ser  de  exportação  de  milho,  soja,  farelo, 
algodão,  óleos  vegetais,  etc.  A  visitação  se  faz  mediante  autorização  da 
Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina ‐ APPA. 
A  Administração  dos  Portos  de  Paranaguá  e  Antonina  (Appa)  é  uma 
autarquia  pública,  criada  pelo  Governo  do  Paraná,  em  1947.  Atualmente,  a 
Autarquia é responsável por gerir os portos paranaenses através do Convênio de 
Delegação nº. 037/2001, celebrado em 11 de dezembro de 2001 entre o Estado do 
Paraná e a União com validade de 25 anos, que vigorará até 1º janeiro de 2027, 
com  possibilidade  de  prorrogação.  
Hoje,  a  Appa  emprega  cerca  de  700  pessoas.  Outros  cerca  de  quatro  mil 
Trabalhadores  Portuários  Avulsos  (TPAs),  ligados  a  sete  sindicatos  de  classe, 
também trabalham nos portos paranaenses. (http://www.paranagua.pr.gov.br) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

46 

 
 

Porto de Paranaguá 

 
Fonte: http://www.revistaportuaria.com.br 
 
 
 
  2 ‐ Porto de Antonina 

No  final  do  século  XIX,  com  a  conclusão  da  estrada  da  Graciosa,  e  do 
terminal  ferroviário,  ambos  ligando  Antonina  a  Curitiba,  gerou‐se  um  forte 
impulso progressista, intensificado pelos ciclos da madeira, café e erva‐mate. Em 
1920 era o quarto porto exportador brasileiro. 
As mudanças na economia mundial após a segunda Grande Guerra Mundial, 
e o fim do ciclo da erva‐mate, determinaram o declínio da economia da cidade e 
das atividades de seu Porto, culminado nos anos 70 com a paralisação da indústria 
Matarazzo,  importante  geradora  de  negócios  e  empregos.  A  partir  dos  anos  80, 
Antonina,  com  aproximadamente  20.000  habitantes  e  privilegiada  por  suas 
atrações  naturais,  passa  a  consolidar  seu  perfil  de  cidade  turística,  berço  de 
manifestações  folclóricas  e  culturais,  integrando  seu  potencial  turístico  à  sua 
vocação  portuária.  Sensível  a  este  contexto,  a  partir  de  1994,  o  Governo  do 
Paraná,  através  da  Administração  dos  Portos  de  Paranaguá  e  Antonina  ‐  APPA, 

47 

 
 

estabelece diretrizes e ações de revitalização da atividade portuária em Antonina. 
(http://www.transportes.gov.br) 
 
 
 
 
Porto de Antonina 

 
                             Fonte: http://www.transportes.gov.br 
 

3‐ Rodovias 

A  malha  rodoviária  do  Estado  do  Paraná  é  constituída  por  rodovias  federais, 
estaduais e municipais.  
 

48 

 
 

BR ‐ as rodovias federais são definidas pelo Plano Nacional de Viação 
(P.N.V) apresentadas no site do DNIT(www.dnit.gov.br). 
PR ‐ as rodovias estaduais são definidas pelo Sistema Rodoviário Estadual 
(S.R.E). 
As rodovias podem ser administradas pelas instituições públicas 
responsáveis ‐ DER (Governo Estadual),  DNIT (Governo Federal) ou 
concedidas à iniciativa privada (empresas – concessionárias) 
Atualmente existem trechos de rodovias federais delegados ao Estado, 
sendo que alguns são administrados pelo próprio DER e outros foram 
concedidos às Empresas Concessionárias. 
 
 

Fonte: http://www.der.pr.gov.br/ 

Rodovias Federais do Paraná 

49 

 
 

 
Fonte: http://www.transportes.gov.br/ 
 

50 

 
 

 
Fonte: http://www.der.pr.gov.br/ 
 

51 

 
 

 
Fonte: http://www.der.pr.gov.br/ 
 

4‐ Aeroportos 

O Paraná possui 6 aeroportos com linha regular. 

Quatro com estrutura para aviões de grande porte  

‐ Afonso Pena – São José dos Pinhais (Região Metropolitana de 
Curitiba) ‐ ‐ Foz do Iguaçu – Cataratas         Internacionais 

  ‐ Londrina e Maringá.‐ Domésticos 

Dois para vôos regionais 

  ‐ Cascavel e Guarapuava 

52 

 
 

Segundo o Ipardes – existem mais 17 aeroportos com infra‐estrutura 
pronta para operação da aviação aérea regular. 

 
Fonte: www.ipardes.gov.br 
 

Para  um  melhor  conhecimento  sobre  a  estrutura  de  transportes  no 


Paraná, acesse o site http://www.transportes.pr.gov.br/  e visualize o mapa de 
transportes do Paraná 2010.  

53 

 
 

 
CAPÍTULO 5 
Patrimônio Natural do Paraná:  Unidades de 
Conservação 
 

54 

 
 

• Segundo o IAP – Instituto Ambiental do Paraná, no Paraná há 65 
Unidades de Conservação. 

As  Unidades  de  Conservação  (UCs)  foram  criadas  para  salvaguardar  áreas 
silvestres da ação do próprio homem. Por seu intermédio, pretende‐se, proteger 
os  recursos  naturais,  garantindo‐se  sua  perpetuidade  através  da  manutenção  da 
diversidade  e  de  suas  características  naturais.  Essas  áreas  abrangem  um  amplo 
espectro de objetivos, indo além da proteção exclusiva de áreas naturais. Devem 
também proporcionar: recreação, educação ambiental, pesquisa, conservação de 
belezas  panorâmicas,  manejo  dos  recursos  naturais  e  obtenção  (sustentável)  de 
seus produtos, entre outros. Mas a proteção ao meio ambiente não se dá apenas 
com a implantação de UCs, mas também através da legislação, da fiscalização, de 
ações de mapeamento e monitoramento e outras iniciativas. 
São numerosas as categorias de manejo, isto é, os tipos de UCs existentes no 
Brasil:  parques,  reservas  científicas,  áreas  de  proteção  ambiental,  monumentos 
naturais,  refúgios  de  vida  silvestre,  reservas  de  fauna,  etc.  Cada  categoria 
contempla um conjunto de objetivos que, na verdade, expressa o motivo pelo qual 
cada  uma  delas  foi  criada.  E  é  esse  conjunto  de  objetivos  que  vai  definir  sua 
categoria. Assim, o enquadramento em uma categoria dependerá da vocação da 
área. 
O Paraná possui em torno de 1,83% de seu território em 55 áreas de proteção 
integral (reservas biológicas, parques, estações ecológicas, entre outras) e 7,33% 
em 10 áreas de manejo sustentável (APAs, AEITs, florestas, entre outras). Em sua 
maioria,  elas  não  se  constituem  em  amostras  significativas  dos  ecossistemas 
estaduais,  estão  bastante  alteradas  pela  ação  do  homem  e  muitas  possuem 
superfície  aquém  da  necessidade. 

55 

 
 

Referência: 
http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=263 

 
http://www.itcg.pr.gov.br 
 
 
 

56 

 
 

Unidades de Conservação Estaduais  
 Abertas a Visitação 

57 

 
 

58 

 
 

CAPÍTULO 6 
Aspectos Históricos do Paraná:  Indígenas no Paraná, 
Antigos Caminhos e Mineração, Origem Primeiras 
Povoações e o Mito dos três Paranás 
 

59 

 
 

1‐ Indígenas no Paraná 
 
Comunidades existentes no Paraná  ‐ 3 grupos 

Tribos  Tronco Linguístico 
Guarani  Tupi Guarani

Kaingang  Macro Gê

Xockleng  Macro Gê

Hetá/Xetá  Tupi Guarani

  Atualmente  três  etnias  indígenas  se  fazem  presentes  no  território 


paranaense:  Guarani,  Kaingang  e  Xetá.  Muitos  vivem  em  terras  indígenas 
demarcadas  pelo  governo  federal,  recebendo  assistência  necessária  para  a 
manutenção de sua vida social e cultural. A agricultura ainda é o principal fonte de 
economia, com plantações de milho, mandioca e em algumas áreas há plantações 
de  soja  e  frutas.  Também  criam  aves  e  suínos.  Para  complementação  de  renda, 
tanto  Guaranis,  como  kaingang,  produzem  e  vendem  artesanato:  cestos, 
chocalhos, balaios, entre outros.  

  Nas terras indígenas é oferecida a alfabetização bilíngue, em português ou 
em guarani ou kaingang, visando assim a valorização e preservação da identidade 
cultural. 

  A influência do índio se faz presente no cotidiano dos paranaenses, seja na 
culinária ‐ no consumo da erva mate fria ou quente, consumo da mandioca, milho, 
pinhão.  Por  sua  vez,  no  vocabulário,  presença  de  palavras  como  maracujá, 

60 

 
 

guabiroba, capivara, butiá, cutia e jabuti, como na designação de localidades como 
Guarapuava,  Goioerê,  Tibagi,  Jaguariaíva,  Candói,  bem  a  designação  de  alguns 
elementos naturais como Rio Iguaçu, Rio Paraná, entre outros. 

1.1‐ Guarani 

Grupo do tronco linguístico Tupi‐Guarani.  A presença dos Guaranis não se 
limita somente ao Brasil, mas também estão localizados na  Argentina, Uruguai e 
Paraguai.  Eles  identificam‐se  mutuamente  e  mantêm  laços  de  parentesco  e 
afinidade  com  aldeias  distantes,  sendo  que  o  sentido  de  identidade  entre  os 
Guaranis, tem se preservado através da manutenção da língua e da cultura. Antes 
da chegada dos colonizadores europeus, os guaranis eram senhores da terras do 
litoral sul do Brasil e habitavam também o estuário do  Prata, as margens do Rio 
Paraná e o atual território do Paraguai. Desenvolviam a agricultura de coivara, em 
campos  preparados  pelas  famílias  de  forma  itinerante.  Plantavam  milho, 
mandioca,  batata  doce,  feijão,  banana,  melancia,  amendoim,  etc.  Cultivavam 
também  ervas  medicinais.  Complementavam  a  alimentação  através  da  coleta  do 
pinhão (fruto da Araucária brasiliensis), do palmito, do côco, mel.  
Organizavam‐se em famílias patrilineares ( sistema onde a descendência é 
traçada em linha masculina, isto é, de pai para filhos).  
De acordo com Fernanda Maranhão,   

“normalmente  a  aldeia  compunha‐se  de  cinco  a  seis  casas 


comunitárias, sem divisões internas.   No centro da aldeia existia a casa 
de  rezas,  onde  eram  realizadas  as  atividades  rituais.    No  interior  das 
habitações  e  nas  áreas  periféricas  da  aldeia  concentravam‐se  as 
atividades  femininas  relativas  aos  cuidados  das  crianças  e  ao  preparo 
dos  alimentos.  Desenvolveram  uma  cerâmica  decorada, 
confeccionando  abundante  quantidade  de  recipientes  de  argila 
queimada. Fabricavam cestas e peças variadas, com fibras e taquaras, 
inclusive  redes  de  dormir  e  ainda  fiavam  algodão  para  confecção  de 

61 

 
 

peças  de  vestuário. 


Nos séculos XVIII e XIX, os Guarani que habitavam o interior do Paraná, 
foram  utilizados  como  mão‐de‐obra  servil  na  atividade  pecuária,  ou 
reunidos  pelo  Governo  em  reservas  indígenas  denominadas 
aldeamentos.  Muitos  entretanto  fugiam  em  direção  ao  litoral, 
considerado local sagrado segundo a mitologia do grupo”. 

1.2‐ Kaingang 
              Pertencem  ao  tronco‐linguístico  Macro‐Gê,  No  século  XVII,  quando  os 
bandeirantes  paulistas  passaram  pelo  Paraná,  eles  encontraram  os  coroado 
(antiga  denominação  dos  Kaingang)  espalhados  pelos  campos  de  Palmas  e 
Guarapuava,  pelos  sertões  dos  rios  Tibagi  e  Ivaí.    Antes  do  contato  com  a 
sociedade regional que se formou no Paraná, a partir do século XVIII, os kaingang 
tinham como principal atividade econômica a agricultura, sendo mais sedentários 
que os guarani. 
Na  organização  social  os  kaingang  encontravam‐se  divididos  em  duas 
metades patrilineares exogâmicas (exogamia de metade implica que os membros 
de uma metade só podem se casar com membros de outra metade), que por sua 
vez  se  subdividiam  em  dois  subgrupos.  Através  desta  organização  pretendiam 
tornar  os  grupos  numericamente  proporcionais  e  os  indivíduos  eram  indicados 
para  cada  um  deles.  A  autoridade  era  exercida  por  um  chefe  de  relativo  poder. 
Executavam  as  mesmas  atividades  que  os  demais  da  comunidade.  Sua  posição 
social só ganhava realce por ocasião das celebrações festivas. 
De acordo com Fernanda Maranhão,  

 
“No  século  XIX,  a  atividade  tropeira  e  a  conseqüente  expansão  das 
fazendas de gado sobre os campos gerais, de Guarapuava e de Palmas, 
atingiu  diretamente  os  territórios  tradicionalmente  ocupados  pelos 
Kaingang.  Após  violentos  embates  os  grupos  que  sobreviveram 

62 

 
 

passaram a viver nos aldeamentos organizados pelo Governo. No início 
do  século  XX,  passaram  a  viver  em  reservas  criadas  pelo  Serviço  de 
Proteção ao Índio ‐SPI, posteriormente denominado Fundação nacional 
do Índio. Decorridos 500 anos de contato os Kaingang preservam o seu 
idioma,  possuem  nomes  indígenas  e  conhecem  seu  grupo  clânico, 
apesar de raramente utilizarem a pintura corporal.” 

1.3‐ Xetá 
Os  Xetá  constituíam  um  grupo  pertencente  ao  tronco  linguístico  Tupi‐
Guarani. Habitavam a floresta tropical da Serra dos Dourados entre o Rio Paraná e 
o  Rio  Ivaí,  no  município  de  Cruzeiro  do  Oeste.  Eram  seminômades  e  viviam 
basicamente da caça e coleta. 
  Segundo o livro Índios do Paraná, a história de contato do povo Xetá revela 
a  dura  realidade  de  sua  extinção.  Até,  então,  constituíam  um  grupo  étnico  e 
culturalmente coeso, reproduzindo‐se e desenvolvendo‐se de forma harmônica. 
  Conseguiram viver isolados até meados do século XX, como um dos últimos 
redutos  de  caçadores‐coletores  da  América  Meridional.  Com  a  chegada  das 
fazendas de café, iniciou‐se um irresistível e desordenado processo de devastação 
do seu habitat. 
  Quando  foram  encontrados  pela  primeira  vez  em  1949,  uma  equipe  da 
Universidade  Federal  do  Paraná,  coordenados  pelo  antropólogo  José  Loureiro 
Fernandes,  entrou  em  contato  com  60  membros  de  um  grupo  maios  de  200 
pessoas.  Foram  então  realizados  estudos  linguísticos  e  da  cultura  material  dos 
Xetá.  Inclusive  o  cineasta Vladimir Kozák, registrou o cotidiano destes índios, os
quais constituem acervo no Museu Paranaense.
De acordo com Fernanda Maranhão, 
“Considerado à época do contato como um povo que vivia somente da 
caça  e  coleta,  estudos  mais  recentes  constataram  que  a  situação  dos 
Xetá naquele momento, justificava‐se pelos constantes deslocamentos 
do  grupo  provocados  pela  expansão  cafeeira.  Da  mesma  forma,  na 
mitologia  Xetá  aparecem  indícios  de  que  no  passado  estes  índios 

63 

 
 

conheciam o milho e a agricultura.  Vítimas do extermínio gerado pela 
expansão  cafeeira,  os  seis  remanescentes  Xetá  e  seus  descendentes 
anseiam  por  reunirem‐se  novamente  em  uma  terra  só  deles.  De 
acordo  com  a  Fundação  Nacional  do  Índio,  a  Terra  Indígena  Xetá 
encontra‐se  atualmente  em  processo  de  demarcação  pelo  governo 
federal”.
 

 
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br 
 
2‐ Reduções Jesuíticas do Paraná 
 
Importante capítulo na História do Paraná, é o período das reduções jesuíticas 
ou Missões jesuíticas. Com a divisão das terras os portugueses ficaram com o leste 
–  litoral  do  Paraná  e  os  espanhóis  com  o  oeste.  Na  parte  espanhola,  foram 
fundadas as primeiras vilas ou povoados, sendo eles: Ontiveiros, Ciudad Real del 

64 

 
 

Guairá  (hoje  município  de  Terra  Roxa)  e  Vila  Rica  do  Espiritu  Santu.  Formou‐se 
assim a província de Vera ou de Guairá. 
As  autoridades  espanholas  permitiam  que  indivíduos  com  capacidade 
financeira,  conquistassem  as  terras  ocupadas  pelos  índios.  Estes  conquistadores 
eram  chamados  adelantados  e  segundo  a  coroa  espanhola  deveriam  catequizar, 
defender e iniciar os indígenas em um ofício. Por sua vez, os índios deveriam pagar 
em forma de serviços, a isso se chamou encomendas. Porém, em função da cobiça 
dos espanhóis o sistema degenerou e o índio era tratado como escravo. 
  Assim,  entram  em  cena  os  padres  jesuítas,  que  preocupados  com  a 
catequização  passaram  a  fundar  as  reduções,  que  se  caracterizava  em  juntar  os 
índios  em  um  único  local.  As  reduções  eram  espécies  de  aldeias,  para  onde  os 
índios  eram  atraídos  (guarani,  kaingang,  guaianaz,  carijó,  entre  outros).  Nestas 
reduções  os  índios  aprendiam  a  religião  católica,  muitas  vezes  sendo  deixada  de 
lado  sua  própria  religiosidade,  porém,  nas  reduções  eles  eram  protegidos  dos 
espanhóis e bandeirantes. 
  A  vida  econômica  tinha  por  objetivo  assegurar  o  sustento,  nas  reduções 
todos tinham que trabalhar: homens, mulheres, crianças, velhos e jesuítas. Além 
da agricultura praticavam a pecuária e o artesanato. Trabalhavam todos os dias da 
semana,  exceto  os  domingos.  Além  da  religião  católica,  os  índios  aprendiam  um 
ofício  e  podiam  ser  lavradores,  carpinteiros,  oleiros,  entre  outras.    A  vida  e  o 
tempo eram organizados de acordo com as regras estabelecidas pelos padres. 
  O  trabalho  e  a  organização  racional  do  tempo  eram  sinônimos  de 
civilização. Na visão dos jesuítas, assim como do homem branco daquela época, a 
caça e a pesca praticados pelos índios não podiam ser consideradas trabalho. Por 
isso,  para  o  europeu,  a  preguiça  e  a  ociosidade  eram  características  da 
personalidade dos indígenas. 

65 

 
 

  No espaço da redução, o centro de tudo era a praça onde ficava a igreja. As 
casas eram de taipa e possuíam currais e pátios. As reduções comunicavam‐se por 
caminhos feitos pelos índios – os caminhos do Peabiru. 
Pouco  a  pouco,  as  treze  reduções  que  existiam  no  Paraná  foram 
destruídas,  ora  por  bandeirantes  portugueses,  ora  pelos  espanhóis,  que  iam  a 
busca do índio para ser escravizado. (Histórias do Cotidiano Paranaense, 1996) 
 
 
 
 
 
Primeiras povoações espanholas no Paraná 

 
         Fonte: http://oparana.blogspot.com 

Reduções Jesuíticas no Paraná 

66 

 
 

 
     Fonte: http://www.probst.pro.br/guaira.php 

Fonte: http://prof-tathy.blogspot.com/2009_10_01_archive.html

67 

 
 

3‐ Antigos Caminhos do Paraná 
Em  território  hoje  paranaense,  os  primeiros  caminhos  terrestres  tiveram  sua 
origem com os indígenas. Depois de utilizadas pelos bandeirantes e espanhóis em 
suas  caminhadas,  ora  para  o  litoral,  ora  para  o  oeste,  transformaram‐se  com  o 
passar  do  tempo  em  caminhos  de  tropas  e  posteriormente  base  de  algumas 
rodovias. 
 
3.1‐ Caminho do Peabiru 
Nome de origem tupi era um caminho transcontinental que ligava o peru, no 
Oceano  Pacífico,  com  São  Vicente  no  Atlântico.  Esse  caminho  foi  provavelmente 
um  conjunto  de  trilhas  vicinais  que  cortava  o  território  paranaense  em  várias 
direções:  norte/sul.  Leste/oeste.    Muitos  governantes  (adelantados),  utilizaram 
este caminho. Posteriormente é utilizado para a exploração do interior. Os padres 
jesuítas  da  Companhia  de  Jesus,  também  fizeram  desse  caminho  um  acesso  às 
diferentes regiões do oeste paranaense. Com a destruição das reduções jesuíticas, 
a partir da segunda metade do século XVII, este caminho deixou de ser percorrido, 
não restando dele muitos vestígios geográficos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

68 

 
 

Caminho do Peabiru 

 
       Fonte: Atlas Histórico do Paraná 
 
 
3.2‐ Caminhos de Itupava 
O  Caminho  de  Itupava  foi  uma  importante  via  de  comunicação  que,  por 
200  anos,  ligou  a  região  de  Curitiba  com  o  litoral  paranaense.  Desenvolvia  o 
percurso de Curitiba a Morretes. Esse caminho, originário de uma trilha indígena, 
foi  utilizado  pelos  padres  jesuítas  na  época  das  reduções,  pois  transportavam 
cestos  carregados  de  erva  mate  até  o  Porto  do  Paranaguá.  Posteriormente  foi 
utilizado  em  grande  escala  pelos  mineradores  e  posteriormente  para  transporte 
de  mercadorias  para  o  Porto.  Esse  caminho  permaneceu  como  principal  via 
transporte  ao  litoral  até  1873,  quando  foi  aberta  oficialmente  a  Estrada  da 

69 

 
 

Graciosa.  Atualmente  alguns  de  seus  trechos  foram  recuperados,  restaurados  e 


abertos  à  visitação  pública.  Muitos  trechos  desse  caminho  ainda  possuem  o 
calçamento  original  de  pedras  e  se  constitui  assim  em  um  importante  atrativo 
turístico. 
                                                Caminho de Itupava 

 
    Fonte: www.meioambiente.pr.gov.br
 
 
3.3‐ Caminhos da Graciosa 
Este  caminho  também  se  originou  de  uma  picada  indígena.  Com  o  início  da 
mineração no Paraná, a partir do século XVII, os mineradores começaram a utilizá‐
lo, inclusive abrindo alguns trechos, em busca de novos locais para exploração do 
ouro.  Muitas  tentativas  de  melhorias  foram  realizadas,  mas  somente  quando 
Zacarias  Góes  e  Vasconcelos  assumiu  a  Presidência  da  Província  do  Paraná,  em 
1853,  foi  autorizado  o  início  da  construção  da  Estrada  da  Graciosa  a  partir  do 

70 

 
 

antigo caminho. O início dessa construção fez com que esse caminho se tornasse, 
ainda no século XIX, a primeira estrada de rodagem do Paraná em 1873. 
 

 
                                           Fonte: http://www.parana‐online.com.br 
3.4‐ Estrada da Mata 
  Também conhecida como Caminho das Tropas, Estrada do Viamão. Era na 
realidade um caminho, ou simplesmente uma picada, que comunicava os campos 
do  Rio  Grande  do  Sul  desde  Viamão  até  a  tradicional  feira  paulista  de  Sorocaba. 
Este caminho servia para o transporte do gado muar que vinha do sul em direção 
às Minas Gerais. Foi um caminho muito importante para a integração do território 
paranaense,  pois  no  seu  trajeto,  inúmeros  povoados  foram  surgindo  e  que 
atualmente são importantes municípios do Paraná.  
 
4‐ Mineração e Origem das Primeiras Povoações 
 
As primeiras notícias de ocupação do litoral paranaense – baía de Paranaguá, 
datam de 1540, com moradores vindo de Cananéia e São Vicente da região de São 
Paulo. Na segunda metade do século XVI e nas primeiras do século XVII, a região 
de  Paranaguá,  foi  percorrida  por  bandeiras  e  aventureiros  em  busca  do  ouro. 
Quando  a  notícia  de  que  foi  encontrado  ouro  no  Paraná  se  espalhou,  muitas 
pessoas vieram e se fixaram na região, inaugurando assim o ciclo da mineração e o 

71 

 
 

Governo  português,  determinou  que  criassem  Casas  de  Fundição  e  cobrança  de 
impostos.  Vieram  para  o  Paraná  o  povoador  Gabriel  de  Lara,  Eleodoro  Ébano 
Pereira, Mateus leme, entre tantos outros. 
A cata do ouro, fez com que surgisse no nosso litoral, os primeiros povoados, 
que deram origem as cidades: Paranaguá em 1646, Antonina em 1714, Morretes 
em  1769.  Os  padres  jesuítas  também  estiveram  presentes  no  local,  inclusive 
construindo  do  Colégio  dos  jesuítas  em  Paranaguá  em  1759,  atualmente  é  o 
Museu de Arqueologia do Paraná. 
A  partir  de  1765,  para  a  defesa  do  litoral  foram  construídos  da  Fortaleza  da 
Ilha do Mel (1769) e a Vila de Guaratuba (1771).  
 Com a escassez do ouro no litoral, os mineradores foram se deslocando para 
novos  lugares,  transpondo  a  Serra  do  Mar  e  chegando  ao  primeiro  Planalto.  Ali 
foram fundadas novas vilas, que na realidade eram chamadas de arraiais, como é 
o caso de Vilinha, dando origem então a cidade de Curitiba. Outras localidades que 
tem sua origem nos arraias de mineração são: São José dos Pinhais, Bocaiúva do 
Sul, Campo Largo e Araucária. 
As  principais  consequências  da  mineração  no  Paraná  foi  o  povoamento  do 
litoral, o desbravamento e colonização do primeiro planalto e a abertura de várias 
picadas  na  Serra  do  mar,  que  se  transformaram  em  importantes  vias  de 
comunicação para o desenvolvimento da região. 
Curiosidade:  o  primeiro  ouro  encontrado  no  Brasil,  foi  o  ouro  da 
Baia de Paranaguá 
 
Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres – Ilha do mel 

72 

 
 

Fonte: http://pt.wikipedia.org 
 
 

5‐ Os Três Paranás 

Podemos dividir a ocupação do espaço paranaense em três áreas histórico‐
culturais, segundo o Professor e Historiador Paranaense Ruy Wachowicz: 
  ‐ A primeira área histórico‐cultural corresponde ao que se chama Paraná 
Tradicional  –  início  da  história  com  a  descoberta  do  ouro    em  Paranaguá  e 
Curitiba.  Apesar de o ouro ter sido escasso, a sua exploração foi responsável pela 
ocupação  dos  primeiros  núcleos  populacionais.  Já  no  século  XVIII,  com    o 
surgimento  dos  Caminho  das  Tropas  Sorocaba  –Viamão,  teve  início  a  ocupação 
dos  Campos  Gerais.  O  criatório  e  o  tropeirismo  promoveram  uma  recuperação 
econômica  da  região  que  seria  futuramente  o  Paraná.  Foi  essa  sociedade,  que 
tinha  suas  bases  em  Paranaguá  (litoral),  Curitiba  (1º  Planalto)  e  Campos  Gerais, 

73 

 
 

que  promoveu  na  primeira  metade  do  século  XIX  a  ocupação  dos  Campos  de 
Guarapuava e Palmas. No século XIX, essa área recebeu a influência de numerosas 
correntes  imigratórias:  alemães,  poloneses,  italianos,  ucranianos,  sírio‐libaneses, 
austríacos, franceses, ingleses, holandeses, japoneses, etc. A criação da Província 
do  Paraná,  em  1853,  somente  foi  possível  graças  à  economia  campeira  e  a 
exploração  da  erva‐mate.  Essa  área  cultural  expandiu‐se  até  Cascavel,  Pitanga, 
Ortigueira,  Faxinal,  Ibaiti,  etc.,  abrindo  e  ampliando  as  fronteiras  agrícolas  e 
geográficas. Do ponto de vista político, é desse Paraná Tradicional que até pouco 
tempo emanava, quase exclusivamente, o poder político do estado.  

  ‐  A  segunda  área  histórico‐cultural  do  estado  corresponde  ao  Norte  do 


Paraná.  Fazendeiros  mineiros,  proprietários  de  latifúndios  decadentes,  donos  de 
terras ditas cansadas, lançaram‐se também ao tropeirismo. Foram os primeiros a 
entrar  no  que  se  convencionou  chamar  de  norte  velho.  A  partir  da  década  de 
1930,  uma  imensa  área  do  norte  foi  vendida  ao  migrante  brasileiro, 
preferencialmente  mineiro  e  paulista,  pelos  ingleses  da  Paraná  Plantation.  A 
ocupação do norte foi fruto, em grande parte, da expansão da frente produtora do 
café  que,  depois  de  ocupar  o  norte  propriamente  dito  (Jacarezinho,  Cornélio 
Procópio,  Londrina,  Apucarana,  Maringá,  Cianorte,  Umuarama,  Paranavaí,  etc.), 
penetrou na região oeste. Nesta região foi responsável pela formação de inúmeros 
municípios  como:  Terra  Roxa,  Assis  Chateaubriand,  Nova  Aurora,  Jesuítas, 
Formosa do Oeste, etc. 
  ‐ A terceira área histórico‐cultural, oeste e sudoeste  paranaense originou‐
se  após  meados  da  década  de  1950.    Um  nova  frente  pioneira  penetrou  em 
território  paranaense.  Chegava  ao  Paraná  estimulada  pelos  problemas  com  mão 
de  obra  agrícola  no  Rio  Grande  do  Sul  e  Santa  Catarina.  A  este  deslocamento 
populacional chamamos de frente sulista, ocupando a maior parte do sudoeste e 

74 

 
 

parte  do  oeste  paranaense.  Os  migrantes  oriundos  desta  frente  de  colonização 
fundaram  e  se  estabeleceram  em  importantes  núcleos  originando  as  cidades: 
Francisco  Beltrão,  Dois  Vizinhos,  Santo  Antônio  do  Sudoeste,  Medianeira,  Santa 
Helena, Toledo, Marechal Cândido Rondon, etc.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

75 

 
 

CAPÍTULO 7 
Conjunturas Econômicas Históricas do Paraná:  Tropeirismo 
e Erva mate (ocupação do espaço), Rede Ferroviária 

 
1‐ Tropeirismo 

76 

 
 

A abertura do Caminho do Viamão, em 1731, a criação  e invernagem do 
gado,  dá  início  a  principal  atividade  econômica  do  Paraná  do  século  XVIII,  o 
tropeirismo.  Desenvolve‐se  assim,  a  economia  pecuária,  uma  vez  que  esta  
atividade  encontrou  boas  condições  de  campos  nativos  nos  campos  Gerais,  de 
Guarapuava  e  Palmas.    Aliado  a  isso,  a  existência  de  mercados  consumidores 
propiciou o rápido desenvolvimento e instalação de uma sociedade campeira no 
Paraná,  que  influenciou  de  maneira  bastante  profunda  a  formação  das 
características culturais e sociais da vida cotidiana do homem paranaense. 
Curiosidade:  Entende‐se  por  Campos  Gerais  um  estreita  e 
alongada  faixa  de  terras  no  segundo  planalto  paranaense, 
formada de campos e  entremeada de pequenos bosques de 
matas  que  se  estende  de  Jaguariaíva  até  a  margem  do  Rio 
negro, passando pela Lapa. 

Mapa dos Campos Gerais 

77 

 
 

  A comunicação entre os Campos Gerais do Paraná, a partir de 1731 passou 
a  ser  feita  pelo  Caminho  do  Viamão,  também  conhecido  como  Caminho  das 
Tropas, Estrada da Mata ou Caminho dos Tropeiros. Nos séculos XVIII e XIX, seu 
trânsito  foi  intenso,  em  função  do  transporte  de  gado  que  vinha  do  sul  até 
Sorocaba, onde ocorria todo ano uma grande feira para a venda dos animais para 
a  região  das  Minas  Gerais.  Era  gado  de  corte  para  a  alimentação,  bem  como 
muares (mulas) para transporte de mercadorias.  
  Ao longo do caminho, foram sendo organizados pousos (locais destinados 
ao  pernoite)  e  gradativamente  foram  se  estabelecendo  negociantes  que 
alugavam  pastagens  cercadas,  ferreiros,  arreadores,  empregados,  que 
proporcionava  toda  a  assistência  ao  tropeiro  e  à  sua  tropa,  fornecendo  palha 
picada, milho, feno, sal, etc. Esses pousos se desenvolveram, transformando‐se 
em  vilas    e  futuras  cidades,  como  é  o  caso  de  Castro,  Ponta  Grossa,  Lapa, 
Palmeira,  Rio  Negro,    entre  tantas  outras.  Interessante  é  que  estas  cidades 
atualmente  estão  separadas  uma  das  outras  por  distâncias  parecidas,  pois 
correspondiam a um dia de viagem do tropeiro.  
  Com o aumento da atividade mineradora em Minas Gerais, o comércio de 
tropas  também  cresce  sensivelmente,  ocorrendo  a  necessidade  de  encontrar 
novos campos de invernagem (período que o gado necessitava para engordar e 
seguir viagem), assim as fronteiras foram alargadas e os campos de Guarapuava 
e Palmas, a partir do século XIX, passam a ser ocupados, dando origem também a 
novos povoados. 
No  mapa  a  seguir  pode  ser  observado  com  detalhes  esse  importante  meio  de 
locomoção e transporte. 

78 

 
 

 
Fonte: http://www.ihggi.org.br/pag.php?pag=rotasdostropeiros 
 

  Curitiba foi um centro urbano que se desenvolveu e lucrou com o comércio 
realizado pelas tropas. Ela estava situada no entroncamento de duas rotas. Por 
outro lado, Curitiba também era o ponto terminal dos caminhos que vinham do 
litoral – Graciosa e Itupava. Sendo assim, firmou‐se como cidade e desenvolveu 
sua economia de maneira a superar Paranaguá e tornar‐se assim a futura capital 
da Província do Paraná. O tropeirismo entra em declínio a partir de 1870, quando 
a ferrovia passa a ser o meio de transporte utilizado. Mas não se pode negar, que 
até a década de 1960, a atividade tropeira ainda persistia se adaptando a outras 
conjunturas  econômicas,  porém  sem  a  mesma  força  do  período  anterior. 

79 

 
 

Podemos dizer que foram as estradas de rodagem e os caminhões que marcaram 
fim a este tão importante ciclo econômico.  
   

1.1‐ Tropeiro e a Tropa 

  O tropeiro foi um personagem típico de nossa sociedade. Geralmente eram 
homens abastados, pois a formação de uma tropa requeria quantias econômicas 
grandes.  Foi  uma  pessoa  importante  no  processo  de  comunicação,  sendo 
considerado  o  correio  da  época,  pois  trazia  as  notícias  dos  últimos 
acontecimentos aos vilarejos por onde passava. Afirma o prof. Ruy Wachowicz, 
“foi o contato íntimo e permanente do tropeiro de Sorocaba, dos Campos gerais 
e  do  Rio  Grande  do  Sul  que  conseguiu  aproximar  os  gaúchos  do  restante  do 
Brasil, impedindo que os mesmos se tornassem castelhanos. Foi ainda o tropeiro 
que  trouxe  para  o  Paraná    inúmeros  termos  de  origem  castelhana,  como: 
churrasco,  chimango,  charque,  rabicho,  arroio,  bombacha,  poncho,  rincão, 
cochilha,  estância,  entre  outros,  termos  estes  definitivamente  incorporados  no 
linguajar do paranaense”. 
A  tropa  era  formada  pelos  muares  (cruzamento  do  burro  e  égua),  eram 
esses  animais  que  faziam  o  transporte  de  mercadorias,  por  terem  maior 
resistência para longas caminhadas e suportar melhor o peso da carga, apesar de 
sua lentidão. A tropa foi na época o principal meio de transporte. 

80 

 
 

       
Fonte: http://revistaviolacaipira.com.br 
 

             Pouso  Tropeiro 

81 

 
 

 
Fonte: Aquarela de Jean B. Debret, 1827 (publicada em 1839 no livro Voyage potoresque 
et historique au Brésil). MEA 99. Col. Museu Castro Maya, Rio de Janeiro. 
 

1.2‐ Sociedade campeira 

A  sociedade  que  se  formou  a  partir  do  tropeirismo  e  da  pecuária,  passou  a  ser 
conhecida  como  “sociedade  campeira”,  que  nasceu  paulista,  transformou‐se  em 
paranaense e  recebeu  forte  influência  rio‐grandense.  A  vida  desta  sociedade  era 
rural,  os  centros  urbanos  ainda  pobres,  pois  as  famílias  encastelavam‐se  nas 
fazendas,  que  eram  auto‐suficientes.  Possuíam  casas  na  cidade,  porém  só 
ocupavam em dias de festas ou algum acontecimento cívico. Importante ressaltar 
que  as  fazendas  dos  Campos  Gerais  e  Guarapuava  serviam  de  criatório  e 
posteriormente  passam  ao  negócio  de  invernagem.  Após  a  independência  do 
Brasil (1822) e após a Emancipação Política do Paraná (1853), os fazendeiros dos 

82 

 
 

Campos  Gerais  e  de  Guarapuava,  tornaram‐se  a  elite  econômica  e  política  do 


estado, sob a forma de oligarquias ( governo de poucas pessoas, que muitas vezes 
exercem o poder em benefício próprio).   
  Os fazendeiros com o crescimento da atividade transformaram‐se também 
em  tropeiros,  fazendo  assim  o  negócio  com  o  gado  prosperar  cada  vez  mais, 
aumentando o trânsito das tropas pelo território paranaense. 
 
2‐ Erva Mate (Congonha do campo) 

A  utilização  da  erva  mate  já  era  feita  pelos  índios  Guaranis,  que  habitavam  o 
Paraná, na época da chegada dos colonizadores espanhóis e portugueses. Entre os 
padres jesuítas das reduções do Guairá, o mate era chamado de “erva do diabo”, 
pois se acreditava  em seu poder afrodisíaco. Porém, os próprios padres jesuítas 
passaram  a  incentivar  seu  uso  para  afastar  as  pessoas  do  álcool.  Assim, 
popularizou‐se o uso do mate sob a forma de chimarrão ou chá, à moda européia, 
com  o  uso  da  cuia  de  metal,  da  chaleira    e  posteriormente  das  porcelanas 
importadas. (Histórias do Cotidiano Paranaense). 
  A erva‐mate (denominada Congonha do Campo pelo botânico francês Saint 
Hilaire  em  1820),  é  uma  planta  nativa  do  Paraná  e  os  ervais  se  estendiam  pela 
região dos Campos Gerais e de Curitiba, do Rio Paraná até Guaíra. 
  Segundo  o  livro  Histórias  do  Cotidiano  Paranaense,  a  colheita,  corte  e 
produção  do  mate  tinha  um  ritual.  A  colheita  era  feita  de  maio  a  outubro  e 
consistia  no  corte  dos  ramos  mais  frondosos  e  maduros.  O  sapeco  ou  ligeira 
tostação à chama do fogo de lenha, para evitar a fermentação das folhas, era feito 
no  próprio  erval.    Depois,  fazia‐se  a  secagem,  usando‐se  um  aparelho  chamado 
barbacuá, onde ficavam somente as folhas e os raminhos. Em seguida... trituração, 
ventilação  e  separação,  retirando‐se  as  impurezas.  Após  todo  esse  processo  que 

83 

 
 

corria no campo, a erva era ensacada e remetida aos engenhos para o completo 
beneficiamento.  Os  engenhos  eram  localizados  nas  cidades  como  Curitiba, 
Morretes, Ponta Grossa, entre outras.  
 
 
 
 
 
 
 
Coleta       Sapeco                       Confecção dos fardos   

 
Secagem        Cacheamento 

84 

 
 

   
Fonte:http://oparana.blogspot.com 
 
  Somente  quando  o  Paraguai  proíbe  a  exportação  de  sua  erva  para 
Argentina e Montevidéu, o Paraná começa  a explorar economicamente o produto 
e em 1820 Francisco de Alzagaray, ensino para os paranaenses técnicas modernas 
de fabrico, beneficiamento e acondicionamento da erva. A partir de então ela se 
transforma no esteio da economia regional. O aumento gradativo das exportações 
faz com que ocorra a modernização da indústria.  
  O  mate  era  exportado  através  do  Porto  de  Paranaguá.  Até  o  porto  o 
transporte  era  feito  em  lombo  de  burro  ou  pelos  escravos.  Após  a  chegada  dos 
imigrantes era feito também por carroças, também por barcos e finalmente pelos 
trens. De início transportados em sacolas de couro e posteriormente em barricas 
de madeira. 
 
 
 
 
 
 
Ilustrações sobre o transporte da erva mate 

85 

 
 


 

Fonte:http://www.museuparanaense.pr.gov.br 
 

 
Fonte: 
http://www.iapar.br/modules/noticias/article.php?storyid=123 
 

Em 1853, o Paraná possuía 90 engenhos de beneficiamento do mate, tendo 
o  produto  alcançado  grande  consumo  nos  mercados  de  Buenos  Aires, 
Montevidéu,  Chile  e  Rio  de  janeiro.  Sua  importância  econômica,  na  condição  de 

86 

 
 

principal produto paranaense, chegou até 1930, quando a concorrência argentina, 
encerrará  a  predominância  da  erva‐mate  paranaense,  entrando  assim  a  sua 
exportação em declínio. 
  Segundo Ruy Wachowicz, a exploração da erva‐mate fez surgir no Paraná 
um  certo  bem  estar  e  confiança  no  futuro,  chegando  a  formar  no  interior  uma 
classe média, composta de produtores, os quais, devido à posição conquistada na 
sociedade, vão exercer forte influência na política local.  
É o período dos “barões do mate”, como os engenhos se localizavam nas 
cidades,  é  o  período  de  urbanização  no  Paraná,  atualmente  pode  ser  observado 
no Bairro do Batel em Curitiba, alguns casarões ainda preservados do período da 
grande riqueza do mate. 
 

3‐ Ferrovia 

O  processo  de  integração  no  estado  do  Paraná  está  diretamente relacionado 


com sua estrutura de comunicação e transportes. Inicialmente eram utilizados os 
“picadões”,  trilhas  abertas  e  percorridas  pelos  tropeiros,  e  trechos  de  estradas 
carroçáveis,  utilizadas  principalmente  pelos  imigrantes  e  seus  descendentes,  que 
buscavam  núcleos  urbanos  para  a  comercialização  de  seus  produtos,  bem  como 
para  se  abastecerem  de  gêneros  que  não  produziam.    As  dificuldades  para 
abertura  de  estradas  carroçáveis,  e  mesmo  de  locomoção,  não  eram  suficientes 
para  o  transporte  de  grandes  cargas  a  longas  distâncias,  tanto  pela  demora  no 
transporte quanto pela quantidade de produtos a serem exportados.  Assim, havia 
a  necessidade  de  um  meio  de  transporte  mais  eficiente,  que  ligasse  os  centros 
produtores mais desenvolvidos com as regiões portuárias, facilitando o comércio 
de exportação.  

87 

 
 

  Assim,  a  construção  da  Estrada  de Ferro  Curitiba‐Paranaguá  deu  início  ao 


ferroviarismo no estado do Paraná. Essa estrada foi inaugurada em 02 de fevereiro 
de 1885.  

   
 

Posteriormente a “malha ferroviária paranaense foi crescendo aos poucos:  
‐  Paranaguá ‐ Morretes  em 1883; 
‐ Curitiba ‐ Serrinha em 1890; 
‐ Serrinha ‐ Lapa em 1891; 
‐ Morretes – Antonina em 1892; 
‐ Lapa – Rio Negro em 1894; 
‐ Porto Amazonas – Ponta Grossa em 1905; 
‐ Ponta Grossa – União da Vitória em 1905; 
‐ Ponta Grossa – Itararé em 1908; 
‐ Curitiba – Rio Branco em 1909; 
Jaguariaíva – Jacarezinho e Ourinhos – Cornélio Procópio em 1929. 
Esta lista, mostra a ligação ferroviária no Paraná se efetivando  de Curitiba 
ao litoral, bem como a integração norte‐sul no interior do estado e interligações 
com São Paulo e Rio Grande do Sul. Tínhamos então duas grandes linhas, estrada 
de ferro do Paraná e Estrada de Ferro São Paulo‐ Rio Grande. 

88 

 
 

 
 
 
 
Extensão da Ferrovia no Paraná em 1908 

 
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br/ 
 

É importante destacar que a ferrovia desempenhou um papel significativo 
no processo de desenvolvimento e integração do Paraná, seja no escoamento da 
produção  da  erva  mate  e  também  da  madeira  e  outros  produtos  da  economia 
regional para o Porto de Paranaguá e de Antonina. Atuou também no processo de 
interiorização  do  estado,  promovendo  o  crescimento  de  núcleos  urbanos, 

89 

 
 

principalmente  aqueles  que  se  encontravam  no  trajeto  do  antigo  Caminho  das 
Tropas, uma vez que o traçado da ferrovia tendia a seguir esse percurso. 
 

Ferrovias no Paraná ‐ 1957 

 
Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br/pr‐tronco/oficinas.htm 
 
A  ferrovia  movimentava  o  comércio  das  localidades  por  onde  os  trilhos 
passavam,  as  cidades  urbanizavam‐se  construíam‐se  hotéis  para  receber  os 
viajantes,  restaurantes,  casas  de  comércio  varejista  e  empórios  onde  se 
encontravam  todos  os  gêneros,  casas  de  ferragens  que  abasteciam  as  regiões 

90 

 
 

interioranas, armazéns de secos e molhados em que as famílias buscavam fazer o 
“fornecimento” para um período maior, transportado tudo por trem. 
Devido  a  necessidade  da  criação  de  um  sistema  de  transporte  mais 
moderno, que correspondesse às necessidades cada vez maiores de escoamento 
da produção paranaense, a ferrovia foi perdendo sua importância, em função da 
construção das estradas de rodagem. A modernização das rodovias, a melhoria da 
qualidade  das  vias  de  transportes,  ao  mesmo  tempo  em  que  ocorreu  o 
desenvolvimento  dos  automóveis  como  meio  de  transporte  de  passageiros  e  os 
caminhões  para  o  deslocamento  de  pequenas  e  médias  cargas,  fez  com  que  as 
ferrovias passassem para segundo plano no que se refere aos transportes. 
 

91 

 
 

CAPÍTULO 8 
A Expansão do Território Paranaense: A exploração da 
madeira, o café e o norte paranaense 

92 

 
 

1‐ A exploração da madeira 

O  pinheiro  é  nativo  do  sul  do  Brasil.  Desenvolve‐se  juntamente  com  outras 
árvores,  como  a  imbuia,  cedros,  erva‐mate,  canelas,  etc.  Sua  madeira  é 
geralmente  branca,  leve  e  de  fácil  aplicação:  tábuas,  caixas,  laminados  e 
compensados,  celulose  para  papel,  palitos,  objetos  de  decoração,  etc.  Apesar  de 
suas  inúmeras  qualidades,  foi  pouco  explorado  como  mercadoria  de  exportação 
até o século XX. Utilizado somente na própria região para a construção de casas e 
cercados.  Porém,  quando  foi  descoberto  a  possibilidade  de  sua  exploração 
econômica, ela foi devastadora para o Paraná. Como tudo isso ocorreu? 
Segundo  o  prof.  Ruy  Wachowicz,  “  o  grande  estímulo  para  a  exportação  do 
pinheiro  paranaense  surgiu  com  a  primeira  Guerra  Mundial  (1914‐1918). 
Impossibilitada  a  importação  do  similar  estrangeiro  para  o  Brasil  por  causa  do 
conflito bélico, houve intensa procura do pinho. Não só foi abastecido o mercado 
interno, como conquistado o de Buenos Aires, que rapidamente deu preferência à 
madeira do Paraná , devido suas qualidades superiores. Multiplicaram‐se serrarias, 
de preferência ao longo da Estrada de Ferro, recém aberta, ligando São Paulo ao 
Rio Grande do Sul.” 
Com  o  crescimento  do  transporte  rodoviário  a  partir  de  1950,  a  indústria 
madeireira se libertou da exclusividade da estrada de ferro, penetrando cada vez 
mais para o interior e ocupando regiões do oeste e sudoeste. Porém, em função 
de  sua  atividade  “nômade”,  a  serraria  não  se  integra  a  região  em  que  se 
estabelece.  Assim,  esgotado    o  corte  de  madeira,  a  serraria  era  transferida  para 
outro  local,  deixando  a  região  devastada,  sem  ter  contribuído  para  a  fixação 
duradoura da população.  
Ainda segundo o prof. Ruy Wachowicz, “ calculava‐se, em 1920, que o Paraná 
teria  reservas  florestais  de  pinheiros  para  370  anos.  Puro  engano.  Dos  200.000 

93 

 
 

km² da superfície do estado, 76.000 estavam cobertos por matas de pinheiros. Em 
1960,  esta  área  estava  restrita  a  apenas  23.000  km².  Baseando‐se  nestes  dados, 
chega‐se a triste conclusão de que o ciclo do pinho no Paraná está praticamente 
encerrado,  porque  o  pinheiro,  levando  60  anos  para  tornar‐se  adulto  e,  em 
consequência, apto para o corte, torna impossível um reflorestamento intensivo e 
eficiente em curto prazo”. 
Neste  sentido,  atualmente  o  Governo  do  Paraná  e  outras  organizações  não 
governamentais,  trabalham  para  a  preservação  da  espécie,  sendo  proibida 
inclusive o seu corte.  

Transporte de toras por tração animal, em 1924 

94 

 
 

 
       Fonte: http://sites.google.com/site/hhenkels/hist%C3%B3ria_sbs/mov_cimo1 

95 

 
 

2‐ O Norte Paranaense e a Cultura do Café 

É  comum  dividirmos  a  ocupação  do  norte  paranaense  em  3  regiões  distintas 


em  função  de  suas  atividade  socioeconômicas:  Norte  Velho  ou  Norte  Pioneiro, 
Norte Novo e Norte Novíssimo. 
Com relação ao Norte Velho, sua ocupação retrocede à 1840. Duas iniciativas 
iniciaram a ocupação da região: 
1) Necessidade de ligar o litoral brasileiro à Província do mato Grosso 
2) Passagem  dos  tropeiros  e  latifundiários  mineiros  pelo  registro  do 
Itararé. Desejo de posse de terras novas e férteis. 
 
 
           Norte Velho 

Fonte: http://barbarine.blogspot.com/
 
Os primeiros grupos que chegaram ao local, eram formados de mineiros  e 
paulistas  e  ocuparam  os  vales  dos  rios  Paranapanema,  Cinzas,  Ribeirão  e  Jataí. 
Vieram trazendo mudas, que foram plantadas em grandes propriedades. Nasciam 
as primeiras fazendas de café. A partir daí, uma a uma, foram surgindo as cidades 
do Norte Velho: Tomasina, Santo Antonio da Platina, Wenceslau Brás, São José da 

96 

 
 

Boa  Vista,  Jacarezinho,  Cambará,  Ribeirão  Claro,  entre  tantas  outras.  Essa  região 
foi  colonizada  entre  1860  e  1925,  sendo  que  em  1950  a  região  estava 
praticamente ocupada. 
Com relação ao Norte Novo, a ocupação intensifica‐se a partir de 1920, com 
a expansão das fronteiras e ocupação constante de áreas em direção às bacias dos 
rios Paranapanema, Tibagi e Ivaí, tomando rumo ao noroeste do estado. 
Norte Novo 

Fonte:
http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=56897943 
De  acordo  com  o  site 
(http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?p=56897943)  No  dia  21  de 
agosto  de  1929,  o  russo  Alexandre  Razgulaeff  e  o  britânico  George  Craig  Smith, 
depois  de  enfrentarem  20  km  de  picadas  no  meio  da  densa  Mata  Atlântica, 
chegaram ao local hoje conhecido como Marco Zero (1 km a leste do atual Centro 
de Londrina) e ali abriram uma clareira no meio da floresta. Eles estavam à serviço 
dos ingleses da Paraná Plantation (Companhia de Terras Norte do Paraná era seu 
nome no Brasil). Sediada em Londres (tinha como acionistas principais Lord Lovat 
e o Príncipe de Gales), havia adquirido do governo estadual em 1925 e 1927, uma 

97 

 
 

enorme extensão de terras (1.246.300 ha ou 12.463 km²), então completamente 
cobertas  por  Mata  Atlântica,  com  alguns  pequenos  bolsões  de  araucárias.  A 
propriedade da Companhia começava justamente no Marco Zero de Londrina e se 
estendia  para  oeste,  para  bem  depois  de  Maringá,  e  para  o  sul  abrangendo  a 
região de Cianorte. 
Os  ingleses  planejaram  e  implantaram  todas  as  cidades  da  região, 
interligando‐as por ferrovias, que as ligavam ao Norte Pioneiro Paranaense, e daí à 
Ourinhos  e  finalmente  São  Paulo  e  Santos.  A  ferrovia  foi  fundamental  para  o 
sucesso  do  empreendimento,  que  atraiu  pessoas  de  mais  de  30  nacionalidades 
diferentes  logo  nos  primeiros  anos.  Durante  a  década  de  30,  os  britânicos  da 
Paraná Plantation fizeram uma campanha maciça por toda a Europa para divulgar 
o projeto imobiliário, que consistia em módulos rurais de 5 a 100 ha e prometia 
"as  terras  mais  férteis  do  mundo  e  um  clima  adequado  à  todas  as  raças. 
Esse foi o início de um dos mais ambiciosos e bem sucedidos projetos de ocupação 
humana de toda a história”. Importantes cidades surgem, como: Londrina, Cambé, 
Rolândia, Arapongas, Apucarana, Maringá, Mandaguari, entre outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

98 

 
 

Foto de George Craig Smith, primeira tirada em Londrina, em 1929 

Fonte: http://www.skyscrapercity.com

99 

 
 

 
Fonte: http://www.skyscrapercity.com 

Com relação ao Norte Novíssimo, a ocupação intensifica‐se entre 1940 até 
1960,  chegando  às  barrancas  do  rio  Paraná,  fronteira  com  o  estado  do  Mato 
Grosso. 
Norte Novíssimo 

100 

 
 

      Fonte: http://www.skyscrapercity.com 
 

Incentivado pelo sucesso da colonização iniciada pelos ingleses, o Governo 
do  Paraná  resolveu  por  conta  própria  lotear  as  terras  que  ainda  restavam  na 
região  e  que  lhe  pertenciam.  Surgiram  assim,  várias  localidades  como,  Içara, 
Jaguapitã,  Centenário.  Das  colônias  oficiais  a  que  mais  prosperou  foi  Paranavaí 
(1942), localizada a oeste das terras da Companhia de Melhoramentos.  
 

101 

 
 

Paranavaí ‐ 1953 

 
     Fonte: http://davidarioch.wordpress.com/category/historia/page/2/ 
A  região  do  norte  paranaense  teve  um  crescimento  bastante  significativo 
no território paranaense no século XX, apelidos surgiram para a região como Terra 
vermelha, terra dos Pés vermelhos, Terra dos forasteiros. Mas não se pode negar 
que graças a coragem dos pioneiros e sua crença na igualdade de oportunidades, 
não  mediram  esforços  para  imprimir  com  seu  trabalho  e  sacrifício,  um  novo 
sentido  na  ocupação  do  Paraná.    Eles  ajudaram  a  construir  o  Paraná  Moderno. 
(Histórias do Cotidiano Paranaense) 

A Cultura do Café 
As lavouras cafeeiras chegaram ao Paraná já no início do século XX, porém 
a produção era pouca até 1945, em função das duas grandes guerras mundiais e 
da  Crise  de  1929.  O  Brasil  sofre  um  declínio  nas  exportações  do  café  paulista  e 
assim as lavouras cafeeiras do Paraná, não produzem para exportação. A partir da 
década de 1950 e 1960, o café passou a ter uma fase de expansão, em função da 

102 

 
 

redução dos estoques mundiais, houve uma elevação dos preços o que propiciou o 
aumento do cultivo do mesmo. Por um longo tempo, o café foi o principal produto 
gerador  de  riquezas  para  o  estado  do  Paraná,  tal  como  tinha  sido  a  erva  mate 
anteriormente.  Essa  expansão  propiciou  a  fixação  do  homem  na  zona  rural, 
favorecendo também o processo de desenvolvimento do norte do Paraná.  
A  partir  de  1975,  com  a  ocorrência  da  geada  que  dizimou  os  cafezais  do 
Estado,  a  agricultura  paranaense  entrou  numa  nova  fase,  com  a  substituição  da 
cultura do café pelas culturas de soja e trigo. 
 
 

103 

 
 

CAPÍTULO 9 
Expansão e ocupação de novos espaços – modernização: o 
oeste, sudoeste paranaense 
 

104 

 
 

1‐ O Oeste e o Sudoeste  

 
Fonte: http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br 
 
Entende‐se por oeste paranaense o território compreendido entre os rios 
Iguaçu, Paraná e Piquiri. A fronteira brasileira com o território espanhol havia sido 
definida pelo rio Paraná, durante o período do Brasil Império. Durante o período 
imperial a região ficou abandonada. 
No final do século XIX, os argentinos começaram a explorar a erva‐mate na 
região  de  Missiones,  chegando  ao  território  oeste  paranaense,  atraídos  pela 
quantidade de erva mate existente na região. Praticavam o contrabando, uma vez 
que  não  existia  estrutura  na  região  para  a  fiscalização  e  cobrança  de  impostos. 
Assim, foi fundada na região uma Colônia Militar denominada Foz do Iguaçu, com 
o  objetivo  de  fortalecer  a  chamada  fronteira  guarani.  Na  abertura  da  picada  em 

105 

 
 

direção ao oeste foram encontrados muitos trabalhadores argentinos e paraguaios 
, que exploravam a erva mate, além de brasileiros. A situação só vai se modificar 
com a chegada dos gaúchos e catarinenses a partir de 1940. 
 

Colônia Militar de Foz do Iguaçu 

 
Fonte: http://www.h2foz.com.br/colonia‐militar 

De início, o elemento histórico que unificava essa comunidade encontrada 
foi o sistema de obrages. Forma de explorar as riquezas naturais típicas de matas 
tropicais.  Era  um  sistema  característico  desenvolvido  no  Paraguai  e  Argentina.  O 
obragero era o proprietário das terras, mas nem sempre vivia nelas, em seu lugar 
existiam os peões. Esses peões vinham geralmente dos campos de Guarapuava e 
traziam  tudo  que  precisavam  para  sua  sobrevivência,  bem  como  instrumentos 
para  a  derrubada  das  matas.  Os  trabalhadores  das  obrages  eram  chamados  de 
mensus ou mensalistas e seu pagamento era feito em forma de boleto que só valia 
dentro  da  obrage.  Em  sua  grande  maioria  os  mensus  descendiam  dos  guaranis, 
miscigenados  com  populações  brasileiras  e  espanholas.  Dependiam  quase  que 
totalmente  dos  patrões,  sendo  obrigados  a  comprar  todos  os  produtos 
necessários  a  sua  sobrevivência  no  armazém  ou  barracón  da  obrage.  Muitos 
morriam sem saldar as dívidas.  Essa região ficou completamente isolada cultural e 
economicamente do restante do país, mais envolvida com o Paraguai e Argentina. 

Por isso é correto afirmar que as “vastas florestas existentes na região do 
vale  do  Rio  Iguaçu  e  do  rio  Paraná  tornou‐se  área  de  exploração  predatória  de 

106 

 
 

ervais  e  madeiras,  principalmente  de  interesses  estrangeiros  que  através  das 


obrages  implantaram  um  sistema  de  trabalho  subumano,  onde  imperava  a 
brutalidade  e  o  estado  de  miséria  de  brasileiros  e  paraguaios”.  
(http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br) 

Essa  situação  do  oeste  só  melhorou  quando  a  partir  da  década  de  1950, 
quando  uma  nova  frente  pioneira chegou  ao  território  paranaense,  vinda  do  Rio 
Grande do Sul e de Santa Catarina – as frentes sulistas.  

No  Paraná  implantaram  o  regime  de  pequenas  propriedades  e  a 


policultura, predominantemente de cereais e oleaginosas. Também se dedicavam 
a  criação  de  suínos.  Ocuparam  a  maior  parte  do  sudoeste  e  parte  do  oeste 
paranaense.   

Nesta fase do povoamento, das décadas de 1940 e 1950, grande parte da 
colonização  foi  planejada  por  companhias  particulares,  constituindo‐se  em 
núcleos  populacionais  como  Toledo,  Marechal  Cândido  Rondon,  Cascavel,  Santo 
Antônio do Sudoeste, Medianeira, Francisco Beltrão, Santa Helena, entre outros. 

Apesar de ter ficado longo tempo isolado do resto do Paraná, o Oeste teve 
um  surto  rápido  desenvolvimento.  As  alçapremas,  primitivo  meio  pra  transporte 
de  toras,  foram  logo  substituídas  por  ágeis  caminhões  que  hoje  circulam 
diariamente pelas estradas paranaenses. 

1959. Grupo de colonos contratados pela Imobiliária Agrícola Madalozzo 
Ltda para a limpeza e abertura da estrada que passou a ligar o núcleo colonial de 
Santa Helena com a localidade de Entre Rios 
        O ônibus ao fundo pertencia a Germano Bussler e foi um dos primeiros a 
servir a comunidade santahelenense. 

107 

 
 

 
Fonte: http://www.santahelena.pr.gov.br/ 
 

108 

 
 

CAPÍTULO 10 
Imigração, Etnias e População do Paraná: A diversidade 
cultural 

 
 

109 

 
 

1‐ Presença negra no Paraná 

A sociedade organizada em território hoje paranaense, era semelhante  a que 
se encontrava no restante do Brasil, mas não era idêntica. O trabalho escravo, seja 
negro ou indígena, aqui foi empregado, mas não chegou a ser exclusivo, devido ao 
tipo  de  economia  que  aqui  se  desenvolveu.  O  negro  escravo  tinha  parte  de  seu 
tempo ocupado com os mais diversos trabalhos. De início foi utilizado como mão 
de obra na mineração, posteriormente na colheita da erva mate, na pecuária, nas 
lavouras  de  subsistência,  no  trabalho  doméstico,  inclusive  executando  ofícios  de 
artesanato e ofícios urbanos. 
Segundo  o  site  da  Coordenadoria  do  Patrimônio  Cultural,  “a  escravidão 
negra no Paraná se fez presente desde o século XVII, nos tempos dos arraiais das 
primeiras  vilas  paranaenses  como  Paranaguá  e  Curitiba.  Contudo  na  medida  em 
que esta economia se desmantelava, os negros eram introduzidos nas atividades 
agropastoris do primeiro e segundo planalto. Assim, o que se deve ressaltar é que 
no  Paraná  a  escravidão  negra  não  ocorreu  de  forma  intensiva  como  em  outros 
pontos  do  Brasil.    Ao  mesmo  tempo  não  se  deve  minimizar  a  participação 
paranaense  no  comércio  negreiro,  especialmente  a  do  Porto  de  Paranaguá,  que 
serviu  como  um  dos  principais  embarcadouros  do  país  no  contrabando  de 
escravos no período em ocorreu a proibição de seu tráfico em 1826”. A proibição 
efetiva  do  tráfico  só  ocorrerá  em  1850,  após  o  episódio  do  “Caso  Cormorant”, 
onde um navio inglês e foi atacado no litoral paranaense. 
As  propagandas  abolicionistas  também  aconteciam  no  Paraná,  tanto  que 
foram criadas sociedades civis em Paranaguá e em Curitiba. Assim, em Paranaguá 
surgiu  a  Sociedade  Redenção  Paranaguense  e,  em  Curitiba,  a  Sociedade 
Ultimatum. Estas faziam coleta para a compra de escravos, com fim libertá‐los.  

110 

 
 

Concluindo,  encontramos  a  presença  do  negro  em  todos  os  ciclos 


econômicos,  e  em  tarefas  domésticas.  Segundo  o  livro  da  Grafipar,  o  negro 
africano  é  encontrado  nos  registros,  das  mais  diversas  formas:  administrados, 
peças,  negros,  pretos,  pardos,  mulatos,  fulos,  fuscos.  E  nas  mais  diversas 
ocupações:  alfaiate  carpinteiro,  cozinheiro,  lavadeira,  lavoura,  marinheiro, 
mocamba, pajem, pedreiro, entre outros 
Atualmente  estão  integrados  nas  mais  diferentes  atividades  econômicas, 
sociais,  culturais  do  Paraná,  que  juntamente  com  os  imigrantes  europeus 
contribuíram para a expansão e desenvolvimento do estado. 
Muitas  comunidades  estão  em  processo  de  organização,  que  hoje  são 
conhecidas como quilombolas e reconhecidos legalmente 

 
Fonte: http://www.itcg.pr.gov.br 
 

111 

 
 

2‐ Outras etnias que ocuparam o espaço paranaense 

A criação da Província do Paraná em 1853 coincide com a repressão ao tráfico 
de escravos. Desse modo, o favorecimento à entrada de imigrantes impunha‐se ao 
governo provincial.  
Assim,  a  partir  das  primeiras  décadas  do  século  XIX  o  quadro  demográfico 
paranaense  é  substancialmente  alterado  pela  introdução  de  contingentes 
europeus.  Esses  imigrantes  vieram  para  o  Paraná  especialmente  para  trabalhar 
com  a  agricultura  de  abastecimento  em  colônias  agrícolas  nos  arredores  dos 
centros urbanos. (http://www.cultura.pr.gov.br) 
O  Paraná  é  um  dos  estados  com  a  maior  diversidade  étnica  do  Brasil.  As  28 
etnias que colonizaram o estado trouxeram na suas bagagens a cultura, costumes 
e tradições. Os imigrantes chegaram com a promessa de encontrar paz numa terra 
desconhecida,  mas  também  muito  trabalho,  terra  e  produção.  Porém  de  início 
estas promessas não se efetivaram.  

112 

 
 

   

 
 

Conforme  já  destacado  anteriormente  a  colonização  européia  em  grande 


escala,  só  se  iniciou  após  a  abolição  do  tráfico  de  escravos,  o  que  aumentou  a 
procura de mão de obra para trabalhar nas fazendas de café.  

113 

 
 

A  primeira  iniciativa  deu‐se  em  1829,  quando  imigrantes  alemães  são 


localizados próximos às margens do Rio Negro. 

 
Fonte: http://singrandohorizontes.wordpress.com 
 
  Em  1847,  o  suíço  João  Maurício  Faivre  –  localizou  as  margens  do  Rio  Ivaí 
imigrantes  franceses,  fundando  a  Colônia  Teresa.  Hoje  a  localidade  de  Teresa 
Cristina – Município de Cândido de Abreu. 
  Em 1852, Carlos Perret Gentil, fundou na entrada da Baía de Paranaguá, a 
Colônia  de  Superagui,  com  imigrantes  suíços/  alemães  e  brasileiros.  Atual 
Guaraqueçaba. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

114 

 
 

Vinhedos no Morro Barbados – Colônia Superagui 
Pintura de William Michaud – Séc. XIX 

 
Fonte: http://viniculturaparanaense.blogspot.com 
 
  A  partir  de  1850  (com  a  restrição  da  entrada  de  escravos),  os  escravos 
paranaenses  são  comprados  por  São  Paulo,  .  Houve  um  período  de  carestia  de 
produtos  agrícolas.  No  mesmo  período  Santa  Catarina  desenvolve  duas  grandes 
colônias agrícolas – Blumenau e D. Francisca (atual Joinvile). Baseado no modelo 
catarinense  o  Paraná  planejou  uma  grande  colônia  agrícola  e  reivindicou  sua 
criação  ao  Governo  Imperial.  Esta  colônia  teria  por  objetivos,  sanear  a  falta  de 
alimentos  e  fazer  baixar  a  carestia.  Esta  colônia  seria  formada  por  colonos 
nacionais como estrangeiros (ingleses, franceses, italianos, espanhóis e alemães) e 
deveriam se dedicar exclusivamente à agricultura. 
  Foi  fundada  então  em  1859,  a  Colônia  de  Assungui  (atual  município  de 
Cerro Azul), que não prosperou, pela inexistência de infraestrutura adequada. Não 
existia  estrada  carroçável  que  ligasse  a  Colônia  aos  centros  urbanos,  sendo  que 
muitos imigrantes abandonaram o local.  
No  Governo  do  Presidente  Adolfo  Lamenha  Lins,  é  desenvolvida  uma 
política imigratória, que ficou conhecida como Linismo. Surge ao redor de Curitiba 

115 

 
 

a  partir  de  1870,  um  cinturão  verde,  com  as  colônias  Santa  Cândida,  Orleans, 
Santo Inácio, Riviera, D. Augusto, Tomás Coelho entre outras. A população dessas 
colônias  era  quase  que  exclusivamente  de  poloneses.  Posteriormente  novas 
colônias  foram  fundadas  próximas  a  Curitiba,  como  Colombo,  Santa  Felicidade, 
Piraquara e Dantas (atual Bairro Água Verde), com imigrantes de diferentes etnias, 
entre eles italianos e alemães. 
 
Imigrantes Italianos junto à Igreja São José – Santa felicidade, em 1891 

 
Fonte: http://parques‐curitiba.com 
 
No final de 1877, ocorre o processo imigratório para a região dos Campos 
gerais,  com  a  chegada  dos  russos‐alemães,  encaminhados  para  Palmeira,  Lapa  e 
Ponta Grossa. 
Na  última  década  do  Império,  ocorre  a  imigração  estratégica.  Em  função 
das  tensões  provocadas,  pela  disputa  de  território  na  Questão  de  Palmas,  o 
império funda colônias militares, como Chapecó e Chopim. 
Com o início da navegação do Rio Iguaçu em 1882, em todo o vale médio 
do Iguaçu, quer dizer entre Porto Amazonas e União da Vitória, não existia centros 
populacionais, sendo assim, iniciou‐se a partir de 1890 a localização de imigrantes  

116 

 
 

próximos as margens dos rios. Surge assim, São Mateus do Sul, Água Branca, Santa 
Bárbara,  Palmira,  Rio  Claro,  Eufrosina,  General  Carneiro,  Canta  Galo,  Antonio 
Olinto, Prudentópolis, Mallet, com imigrantes alemães, poloneses, ucranianos. 
 
Igreja Ucraniana de Antônio Olinto 

 
Fonte: http://portal.rpc.com.br/reveleoparana/foto.phtml 
 
Em  1895,  a  imigração  é  paralisada  devido  a  revolução  federalista,  iniciando    a 
partir  de  1907,  o  surto  conhecido  como  “novas  colônias  federais”.  Surge  então  Senador 
Correia, Ivaí, Irati, Vera Guarani, Cruz machado, com predominância do alemão, polonês e 
ucraniano. 
 
 

117 

 
 

Imigração Polonesa 

 
Fonte:http://www.brasilcultura.com.br/perdidos/historia‐da‐imigracao‐
polonesa‐em‐exposicao‐no‐museu‐paranaense/ 
Imigração Alemã 

 
Fonte: http://textosdetherezapires.blogspot.com 
 

Dentre as várias correntes imigratórias dirigidas ao Paraná após a primeira 
Guerra  Mundial,  nota‐se  o  predomínio  do  elemento  japonês,  o  qual  localizou‐se 
de  preferência  no  norte  do  Paraná,  ocupando  núcleos  importantes  como  Uraí, 

118 

 
 

Assaí, Londrina, Bandeirantes, etc. É o início do que se convencionou  chamar de 
Imigração Moderna. 
 
 

A primeira caravana de japoneses chegou a Londrina em 1927 

Fonte: Foto Audiovisual Museu Histórico de Londrina

  O  movimento  considerado  por  alguns  historiadores  como  “Imigração 


Moderna”,  deu  origem  também  a  outras  colônias.  Nos  Campos  Gerais, 
localizaram‐se inicialmente os holandeses em 1911 em Carambeí, formavam este 
grupo  cerca  de  450  pessoas  reimigrantes  da  Colônia  de  Irati.  Em  1934,  nos 
arredores  de  Carambeí,  iniciou‐se  um  núcleo  de  alemães  na  Colônia  Terra  Nova.  
No Município de Castro surgiu ainda a Colônia Castrolanda. 
  Em  Palmeira,  a  partir  de  1951,  localizaram‐se  os  alemães  menonitas, 
fundando a Colônia de  Witmarsun. 

119 

 
 

Nos  campos  de  Guarapuava,  fixou‐se  também  em  1951    um  grupo  de  alemães, 
refugiados da região de Danúbio, fundando a colônia Entre Rios. 
Tais grupos imigratórios, chegaram ao Paraná em movimentos planejados, 
assistidos por entidades internacionais. Sua fixação foi bem dirigida e financiada, 
diferente a imigração pioneira no século anterior. 
 
 

Castrolanda – Imigração holandesa 

Fonte: Prefeitura de Castro

3‐ Contribuição dos Imigrantes 

Segundo  o  prof.  Ruy  Wachowicz,  “A  presença  em  território  paranaense  de 
grupos  étnicos  tão  numerosos  e  das  mais  diversas  procedências  deu  ao  estado 
uma característica toda especial. Provavelmente o Paraná seja o maior laboratório 
étnico do Brasil”. 

120 

 
 

3.1‐ Ferramentas de agricultura 

Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/ 
 
 
 
3.2‐ Transporte 

   
Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/ 
 
 
3.3‐ Arquitetura   

121 

 
 

    
Fonte: http://www.castro.pr                      

Fonte: http://www.parques-curitiba.com/

122 

 
 

3.4‐ Manifestações artísticas           
                              

 
Fonte: http://www.prdagente.pr.gov.br/ 

3.5‐ Culinária             
 

         Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br

123 

 
 

   

 
 
 
 
 
 
 
 

Fonte:http://www.prdagente.pr.gov.br/  

124 

 
 

3.6‐ Tradições 

 
Fonte: http://www.prdagente.pr.gov.br 
 
 

125 

 
 

início - Colônia local imigrantes hoje

1829 - Rio Negro Rio Negro -PR alemães (248) Rio Negro - PR

franceses (87 imigrantes)-


1847 - Colônia Thereza próxima ao Rio Ivaí fundador: Dr. João Maurício Ivaí - PR
Faivre

alemães, suíços,franceses e
1852 - Colônia Superagui Paraná Guaraqueçaba- PR
outros (85 imigrantes)

1856 - Colônia Teófilo Otoni Paraná alemães Teófilo Otoni

Na Ribeira - Estrada do ingleses, franceses, italianos


1860 - Colônia do Assungui Cerro Azul - PR
Assungui e alemães (949 imigrantes)

alemães, suíços,franceses e
1869 - Colônia Angelina Curitiba - PR Curitiba
argelinos

alemães, poloneses e
1870 - Colônia Pilarzinho Curitiba Curitiba - PR
italianos (242 imigrantes)

alemães, poloneses e suecos


1871 - Col. São Venâncio Curitiba Curitiba - PR
(160)

1871 - Colônia Tomás Coelho Araucária poloneses Curitiba -Paraná

1873 - Colônia Abranches Curitiba alemães e poloneses (323) Curitiba

1875 - Colônias: Colônia poloneses, suíços e franceses


Curitiba Curitiba - PR
Santa Cândida (340)

poloneses, italianos,suíços,
1875 - Colônia Orleães Curitiba Curitiba _ PR
franceses e outros (290)

1875 - Colônia Alexandra Paranaguá italianos (320) Paranaguá - PR

1875 - Colônia Pereira Paranaguá italianos e espanhóis (115) Paranaguá - PR

Poloneses, galicianos e
1876 - Colônia Tomaz Coelho Araucária Araucária - PR
silesianos (1.295)

poloneses, silesianos e
1876 - Colônia Santo Inácio Curitiba Curitiba- PR
galícios

1876 - Colônia Lamenha Curitiba alemães e poloneses (746) Curitiba- PR

alemães, franceses e
1877 - Colônia Rivière Curitiba Curitiba - PR
poloneses (406)

1877 - Linha Entre Rios Morretes italianos (50) Morretes - PR

1877 - Colônia Nova Itália linha América italianos (150 imigrantes) Morretes - PR

1877 - Linha Sesmaria Morretes italianos (620) Morretes - PR

126 

 
 

1877 - Colônias: Cari,


Morretes italianos Morretes - PR
Marques, Rio Sagrado

1877 - Colônias: Ipiranga,


Antonina italianos Antonina _ PR
Zulmira e Turvo

1878 - Colônia Santa


Curitiba italianos (580) Curitiba - PR
Felicidade

09/1878 - Colônia S. Maria do trentinos, tiroleses (italianos


S. J. Pinhais - PR Piraquara - PR
Novo Tyrol da Boca da Serra do Valle di Primiero)

1878 - Colônia Muricy São José dos Pinhais poloneses e italianos (397) São José dos Pinhais- PR

1878 - Colônia Antonio


Campo Largo italianos e poloneses (244) Campo Largo - PR
Rebouças

1878 - Colônia Octávio (linha


Ponta Grossa alemães do Volga (214) Ponta Grossa - PR
Taquary)

núcleos: Tibagy, Guaraúna,


1878 - Colônia Octávio alemães do Volga Ponta Grossa - PR
Uvaranas, Floresta, Eurídice

alemães do Volga (44


1878 - Colônia Virmond Lapa Lapa - PR
imigrantes)

alemães do Volga (175


1878 - Linha Santa Quitéria Palmeira - PR Palmeira - PR
imigrantes)

alemães do Volga (50


1878 - Colônia Sinimbú Linha Marcondes ( Pugas ) Palmeira - PR
imigrantes)

alemães do Volga (149


1878 - Núcleo Hartmann Palmeira - PR Palmeira - PR
imigrantes)

1886 - Colônia Santa


Christina Campo Largo 294 imigrantes poloneses Araucária - PR
depois, Colônia Cristina

1890 - Colônia Contenda Contenda poloneses Contenda - PR

04/1890 - Colônia Cecília Palmeira anarquistas italianos (150) Palmeira - PR

alemães,poloneses,
1891 -Colônia Sta. Bárbara Palmeira Palmeira - PR
ucranianos e italianos

1891 -Colônias: Augusta


Rio Negro alemães e poloneses (250) Rio Negro - PR
Victoria e Lucena

poloneses e ucranianos (1342


1892 -Colônia Apucarana Guarapuava Guarapuava - PR
imigrantes)

ao longo da atual Av. Cândido bairro do Bigorrilho- Curitiba


1895 - Campo da Galícia ucranianos
Hartmann - Curitiba - PR

Prudentópolis (com 30 poloneses, alemães


1896 -Colônia Prudentópolis Prudentópolis - PR
núcleos) ,ucranianos e outros (16.637)

1907 - Colônia Senador Ucraniananos (3.132


Guarapuava Prudentópolis - PR
Correia imigrantes)

Ucranianos, Alemães,
Ipiranga - linhas Calmon e
1907 - Colônia Ivay Poloneses, Holandeses (4.840 Ipiranga - PR
São Roque
imigrantes)

127 

 
 

alemães, poloneses,
1908 - Colônia Irati Irati holandeses e ucranianos Irati - PR
(1.379)

poloneses ,alemães e
1910 - Colônia Cruz Machado Guarapuava Guarapuava- PR
ucranianos (4.474)

1911 - Colônia Carambeí Castro holandeses (450) Castro - PR

lituanos, letônios, poloneses,


1924 - Colônia São Miguel Joaquim Távora Joaquim Távora - PR
ucranianos e alemães

redondezas do bairro
referidos bairros de Curitiba -
1924 Uberaba,Campo japoneses
PR
Comprido,Araucária

1927 - Colônia Dantzig depois "Vila de Nova Dantzig poloneses e alemães Cambé - PR

1927/1932 - Gleba Três


Assahi japoneses Assaí - PR
Barras

1933 - Gleba Roland Rolândia alemães Rolândia - PR

1937 - Colônia Esperança Arapongas eslavos e japoneses Arapongas - PR

1940 - Colônia Cafezal Rolândia japoneses Rolândia - PR

Fonte: http://www.weber‐ruiz.com/parana.html 

 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

128 

 
 

 
 
 
 
 
 
 
 

CAPÍTULO 11 
Cultura No Paraná: Patrimônio Cultural Como Referência 
Nacional E Artistas Paranaenses 

129 

 
 

1‐ Preservação e tombamento no Paraná 

A  história  de  um  estado,  povoado,  de  um  bairro,  de  uma   cidade  ou de  uma 
família, pode ser contada através de várias formas. Uma delas pode ser realizada 
pelo  estudo  do  seu  patrimônio  cultural  exemplificado  através  dos  monumentos, 
ícones,  equipamentos  rurais  e  urbanos,  assim  como  de  sua  apropriação  do 
patrimônio  natural  identificado  através  dos  rios,  quedas  d’água,  montanhas, 
bosques, florestas e fauna. (http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br) 
Assim, para mantermos um patrimônio cultural, precisamos preservá‐lo. Mas o 
que  é  preservação?  Preservar  segundo  Aurélio  Buarque  de  Holanda,  é  proteger, 
conservar e manter livre de perigo ou dano. Assim, preservar é reconhecer o valor 
do  patrimônio,  mas  esse  reconhecimento  deve  partir  da  própria  comunidade,  é 
ela  que  deve  conhecer  aquilo  que  é  importante  para  a  sua  história,  memória  e 
identidade e lutar para que seja mantido, um edifício, uma cachoeira, uma dança, 
uma tradição, entre outros.  
A  preservação  é  um  exercício  de  cidadania,  temos  que  garantir  para  as 
gerações  futuras,  para  nossos  descendentes  o  conhecimento  de  sua  própria 
história.  Conhecer  a  evolução  histórica  da  sociedade  é  um  direito  de  todos  e, 
muitas  vezes  isso  só  é  garantido  por  meio  da  preservação,  que  pode  ocorrer  de 
duas  formas:  através  da  educação  (nas  escolas,  campanhas  educativas, 
sensibilização  da  comunidade)  ou  do  tombamento  (ação  do  estado,  quando 
determina que um patrimônio deva ser preservado pela força da lei). 
O que podemos preservar? 

Tudo que se relacione à cultura de uma comunidade. Não existem critérios 
específicos,  mas  se  preserva  aquilo  que  a  própria  população  define  como 
importante bem cultural. Assim, devemos entender que o Patrimônio Cultural se 
divide em três grandes categorias: 

130 

 
 

Natural:  aquilo  que  pertence  à  natureza,  como  os  rios,  cachoeiras,  reservas 
florestais, matas, animais, paisagens naturais, entre outros. 

O Saber e Fazer: que significa o conhecimento do homem no meio em que vive. As 
técnicas  que  ele  desenvolve  para  a  produção  de  alguma  coisa.  As  músicas,  as 
crenças, as festas, a religiosidade, entre outros. Por exemplo: preservar a arte de 
fazer doces, de confeccionar uma peça, uma festa tradicional. 

Os  Objetos:  todos  os  bens  materiais,  sólidos,  como:  edifícios,  documentação 
escrita, fotos, sítios arqueológicos, entre outros. 

Assim concluímos que o Patrimônio Cultural de uma comunidade pode ser 
Tangível  ou  Material:  aquilo  que  podemos  ver,  tocar,  algo  sólido,  ou  ainda 
Intangível  ou  Imaterial:  a  forma  de  fazer,  produzir  ou  comemorar  alguma  coisa. 
Vamos  exemplificar:  uma  igreja  é  um  patrimônio  material,  uma  festa  religiosa  é 
um patrimônio imaterial. A Igreja de Santo Antônio da Lapa é material o Fandango 
(dança típica do litoral) é imaterial. 
Vimos anteriormente que existem duas formas de preservação, a educação 
quando  a  própria  comunidade  reconhece  o  seu  bem  e  preserva,  ou  o 
tombamento,  quando  o  Estado  identifica  que  o  bem  é  importante,  mas  a 
comunidade  não  está  conservando,  então  ele  preserva  pela  força  da  lei,  quer 
dizer,  reconhece  o  bem,  estabelece  que  aquele  bem  não  pode  ser 
descaracterizado  ou  demolido  e  estabelece  um  conjunto  de  regras  para  a  sua 
manutenção. 
O  tombamento/preservação  pode  ocorrer  em  três  níveis:  municipal, 
estadual,  federal  e  mundial.  Municipal  quando  o  próprio  município  faz  o 
tombamento  de  seus  patrimônios,  Estadual  quando  o  bem  é  reconhecido 
importante  para  toda  a  sociedade  do  Estado,  Nacional  quando  o  bem  é 
importante para a História do Brasil, e Mundial quando o bem é importante para a 
história da Humanidade. 

131 

 
 

O  Paraná  possui  bens  tombados  em  todos  os  níveis.  Como  Patrimônio  da 
Humanidade  reconhecido  pela  UNESCO  ‐  Organização  das  Nações  Unidas  para  a 
Educação, a Ciência e a Cultura, temos o Parque Nacional do Iguaçu. 

 
Fonte: http://www.vilaboadegoias.com.br     Fonte: http://www.wwf.org.br/ 
 
 

Os bens tombados a nível federal/nacional são organizados e gerenciados pelo 
IPHAN  –  Instituto  do  Patrimônio  Histórico  e  Artístico  Nacional,  que  possui  um 
escritório em Curitiba.  
Os bens reconhecidos como Patrimônios Nacionais, são: 
• Engenho do Mate – Campo Largo 
• Museu Coronel David Carneiro – coleção Cr 
• Museu Paranaense – coleção ‐ Cr 
• Paço Municipal – Cr 
• Igreja Matriz de Guaratuba 

132 

 
 

• Centro Histórico da Lapa 
• Centro Histórico de Paranaguá 
• Parque Nacional do Iguaçu 
• Reserva da Mata Atlântica 
 

Centro Histórico da Lapa        Paço Municipal ‐ 
Curitiba 

 
Fonte: http://br.olhares.com    Fonte:http://www.curitiba‐
parana.net 
 
 
 

133 

 
 

Atualmente  a  Coordenadoria  do  Patrimônio  Cultural,  órgão  ligado  a 


Secretaria  de  Cultura  do  Paraná,  é  a  responsável  pela  preservação  estadual, 
possuindo  inúmeros  bens  tombados  em  todo  o  estado,  conforme  pode  ser 
observado no mapa a seguir. 

 
 

No  site  da  Secretaria  de  Estado  da  Cultura  do  Paraná,  referenciado  nos 
links  interessantes,  você  poderá  conhecer  todos  os  patrimônios  culturais  do 
Paraná por municípios. 
 
2‐ Artistas Paranaenses 

A  produção  artística  no  Paraná  é  referência  nacional,  seja  pela  criatividade,  seja 
pela qualidade das obras produzidas. Desde os primórdios o homem paranaense 

134 

 
 

produz  sua  cultura  índios,  portugueses,  negros,  alemães,  ucranianos,  italianos, 


entre tantos outros. Durante todo o processo de evolução do Paraná, suas obras 
retrataram  o  jeito  de  ser,  pensar  e  agir  das  comunidades  em  todas  as  regiões. 
Conhecer  esta  história  de  cultura  do  Paraná  é  conhecer  como  nos  identificamos 
com o local onde escolhemos viver. A cultura preservada é sinal da preservação da 
nossa    história,  memória  e  identidade.  Não  podemos  aqui  referenciar  toda  a 
cultura do Paraná, mas conhecê‐la é um dever e direito de todos os paranaenses. 
Por  isso,  procure  nos  links  sugeridos  estudar  e  conhecer  um  pouco  da  cultura 
paranaense. Elencaremos a seguir somente alguns referenciais artísticos. 
2.1‐ Escritores 
HELENA KOLODY 
Nasceu  em  Cruz  machado  em  12  de  outubro  de  1912  e  faleceu  em  Curitiba  em 
fevereiro de 2004.  Considerada uma das maiores referências literárias no Estado, 
Helena Kolody dedicou sua vida à poesia. Publicou 22 livros no Brasil e teve uma 
das obras, Viagem no Espelho, traduzida para o italiano e ucraniano. Desde 1991 
ocupava a cadeira n.º 28 da Academia Paranaense de Letras (APL). 
PALAVRAS SÃO PÁSSAROS 
VOARAM... 
NÃO NOS PERTENCEM MAIS 
 

DALTON TREVISAN 

As histórias de Dalton Trevisan, considerado um dos melhores contistas brasileiros 
contemporâneo s, reproduzem um cotidiano angustioso numa linguagem direta e 
popular  

Nasceu em Curitiba em 14 de junho de 1925. Entre umas inúmeras obras, destaca‐
se O Vampiro de Curitiba. 

135 

 
 

PAULO LEMINSKI 

Paulo  Leminski  nasceu  em  Curitiba  em  1945.  Faleceu  em  1989.    Poeta  de 
vanguarda,  letrista  de  música  popular,  escritor,  tradutor,  professor  e,  pode 
parecer inusitado, mas ele também era faixa‐preta de judô. Mestiço de pai polaco 
com  mãe  negra,  sempre  chamou  a  atenção  por  sua  intelectualidade,  cultura  e 
genialidade. 
 
2.2‐ Pintores e Artistas Plásticos Paranaense 

Alfred Andersen (1860 ‐ 1935) 

Lange de Morretes (1892‐1954) 

João Turin (1880‐1949) 

Theodoro de Bonna (1904‐1990) 

João Zaco Paraná (1884 ‐1961). 

Poty Lazzarotto (1924‐1998) 

João Ghelfi (1890‐1925) 

Guido Viaro Viaro  (1897 ‐ 1971) 

Miguel Bakun  (1909 ‐ 1963) 

João Pilarski (1929 – 2004) 

 
 
 
 
 
 
 
 
 

136 

 
 

Alfred Andersen ‐  

 
Fonte: Paisagem do Sul (Paisagem paranaense). Museu Alfredo 
Andersen. 
 

João Turim 

 
Fonte: João TURIN (1878 – 1949). Marumbi. Bronze. Casa 
João Turin. 
Lange de Morretes 
 

137 

 
 

A cultura paranaense é rica e diversificada, para conhecê‐la com mais 
profundidade acesse o site do Projeto Paraná da Gente ‐ 
http://www.prdagente.pr.gov.br/ 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

138 

 
 

 
 
 
 
 
 

CAPÍTULO 12 
O Paraná de Hoje 
 

139 

 
 

1‐ Usina Hidrelétrica de Itaipu 

A Usina Hidrelétrica de Itaipu é a maior em operação no mundo. Caracterizada 
como um empreendimento binacional Brasil e Paraguai, foi construído no Rio 
Paraná. Segundo dados fornecido pela página 
http://www.fozdoiguacu.pr.gov.br/turismo/br/biblioteca/itaipu.htm 

A  Usina  Hidrelétrica  de  Itaipu  é  uma  realização  de  trabalho  conjunto  de 
duas  nações,  Brasil  e  Paraguai,  com  o  objetivo  de  aproveitar  o  potencial 
hidráulico das águas do rio Paraná, pertencente em condomínio aos dois países. 
Seu  reservatório  abrange  15  municípios  do  oeste  paranaense  e  um  do  Mato 
Grosso do Sul. 
Itaipu  recebeu  este  nome  em  homenagem  a  uma  pequena  ilhota  do  Rio 
Paraná,  sobre  a  qual  está  hoje  assentada  a  Usina.  A  ilhota  era  chamada  pelos 
indígenas  de  “Itaipu”,  que  em  tupi‐guarani  significa  “a  pedra  que  canta”,  pelo 
barulho  que  as  águas  faziam  ao  bater  nas  pedras.  Devido  às  dimensões,  a 
hidrelétrica  é  considerada  “A  Obra  do  Século”  e  uma  das  sete  maravilhas  do 
mundo  moderno,  conforme  pesquisa  realizada  pela  Sociedade  Americana  de 
Engenharia  Civil  com  engenheiros  de  todo  o  mundo.  Em  1966,  após  intensas 
negociações entre Brasil e Paraguai, foi assinada a ”Ata do Iguaçu” e, em 26 de 
abril  de  1973,  foi  assinado  o  “Tratado  de  Itaipu”,  estabelecendo  o 
aproveitamento  dos  recursos  hídricos  pertencentes  aos  dois  países.  Em  17  de 
maio  de  1974,  foi  criada  a  entidade  Itaipu  Binacional,  para  construir  e  operar  a 
usina.  Um  grande  marco  na  construção  da  obra,  em  outubro  de  1978,  foi  a 
abertura do canal de desvio do rio Paraná, que permitiu secar o seu leito original 
para a construção da barragem principal, em concreto. As comportas do canal de 
desvio  foram  fechadas  em  outubro  de  1982,  dando  início  à  formação  do 
reservatório. O lago de 1.350 km2 foi formado em apenas 14 dias. A 1ª unidade 

140 

 
 

geradora de Itaipu começou a produzir em 5 de maio de 1984. No dia 6 de maio 
de  1991,  entrava  em  operação  a  18ª  unidade,  com  potência  instalada  de  12,6 
milhões de KW. A partir de 2005, Itaipu contará com 20 unidades, ampliando sua 
capacidade  instalada  para  14  milhões  de  kw.  Itaipu  é  responsável  pelo 
suprimento de 93% da energia elétrica consumida no Paraguai e 24% de toda a 
demanda  do  mercado  brasileiro  e  vem  batendo  recordes  ano  a  ano,  graças  ao 
desempenho excepcional de suas unidades geradoras. 

Dados comparativos
 O  volume  total  de  concreto  utilizado  na  construção  de  Itaipu  seria 

suficiente para construir 210 estádios de futebol como o do Maracanã, no 
Rio de Janeiro;  
 O ferro e aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel;  
 A  vazão  máxima  do  vertedouro  de  Itaipu  (62,2  mil  metros  cúbicos  por 
segundo) corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu;  
 A  vazão  de  duas  turbinas  de  Itaipu  (700  metros  cúbicos  de  água  por 
segundo  cada)  corresponde  a  toda  a  vazão  média  das  Cataratas  (1.500 
metros cúbicos por segundo);  
 A  altura  da  barragem  principal  (196  metros)  equivale  à  altura  de  um 
prédio de 65 andares;  
 O Brasil teria de queimar 434 mil barris de petróleo por dia para obter em 
plantas termelétricas a mesma produção de energia de Itaipu;  
 O volume de escavações de terra e rocha em Itaipu é 8,5 vezes superior ao 
do  Eurotúnel  (que  liga  França  e  Inglaterra  sob  o  Canal  da  Mancha)  e  o 
volume de concreto é 15 vezes maior.  
Iluminação Monumental de Itaipu 

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 A Iluminação Monumental de Itaipu representa um show de sons e luzes, 
valorizando  cada  detalhe  da  obra  de  concreto, principalmente  o  formato 
de  catedrais  da  barragem.  A  visitação  é  realizada  desde  o  dia  06  de 
dezembro de 2002. Para melhor receber os turistas, o Mirante Central da 
usina passou por reformas, recebeu um sistema de sonorização e telas de 
projeção para exibição de um filme sobre a construção de Itaipu, com 
 duração  de  6  minutos.  A  barragem  de  concreto  da  usina  recebeu  um 
sistema de iluminação que utiliza 519 refletores ligados por mais de 60 km 
de  fios,  cabos  e  eletrodutos.  A  energia  usada  para  iluminar  a  usina  é 
suficiente para abastecer uma cidade de 15 mil habitantes. 
 A  iluminação  da  barragem  é  complementada  com  a  nova  iluminação  do 
Painel  do  Barrageiro,  obra  do  artista  plástico  paranaense  Poty  Lazzartto, 
localizado  ao  lado  do  Mirante  Central.  O  painel  foi  iluminado  nas  duas 
faces, o que ressaltou os traços de Poty. 
 A Iluminação Monumental de Itaipu é a primeira etapa de um projeto mais 
amplo,  que  envolve  também  a  iluminação  do  vertedouro,  criado  por  um 
dos maiores especialistas em luminotécnica do Brasil, Peter Gasper, que é 
responsável também pela iluminação do Memorial da América Latina, da 
Catedral de Brasília, do Palácio da Alvorada e do Museu Imperial. Não só 
os  turistas,  mas  a  própria  comunidade  pode  assistir  a  esse  espetáculo 
proporcionado  pelos  refletores  que  iluminam  a  barragem  e  pela  trilha 
sonora  que  foi  criada  pelo  diretor  musical  Antonio  Fava.  A  música  torna 
essa imagem de luz um espetáculo único e inigualável. 

Ecomuseu de Itaipu

 Inaugurado  em  outubro  de  1987,  o  Ecomuseu  é  o  agente  principal  do 


resgate  da  memória  e  do  desenvolvimento  da  educação  ambiental  na 

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região  de  Foz  do  Iguaçu.  Desde  1975  a  Itaipu  planejava  guardar  em  um 
museu adequado o resultado dos estudos e projetos desenvolvidos antes 
da  formação  do  seu  Reservatório.  Isso  tornou‐se  realidade  com  o 
Ecomuseu,  primeiro  do  gênero  na  América  Latina.  Tem  como  objetivo 
básico  representar  as  ligações  existentes  entre  o  homem,  sua  obra  e  o 
meio  ambiente  da  área  de  abrangência  do  reservatório  de  Itaipu, 
englobando  os  bens  de  interesse  científico,  cultural  e  tecnológico, 
reconhecidos e representativos de seu patrimônio. A reforma pela qual o 
Ecomuseu  de  Itaipu  foi  submetido  em  2003  revela  a  importância  da 
história da região. História que não começa no final do século XIX, com a 
exploração  da  madeira  e  da  erva‐mate,  mas  muito  antes,  ainda  com  os 
caçadores/coletores  de  aproximadamente  8.000  anos  atrás.  No  novo 
circuito museográfico os principais fatos relativos à história da Itaipu e da 
região  são  contados  de  forma  interativa,  utilizando‐se  de  recursos  como 
cenários,  maquetes  e  computadores.  Desde  o  momento  em  que  chega  à 
parte externa do Ecomuseu o visitante é convidado a fazer um mergulho 
na história. Dentro do prédio, a sensação é que se está diante de um novo 
mundo, em que fósseis e objetos de eras passadas convivem em harmonia 
com  a  mais  moderna  tecnologia  existente  para  a  produção  de  energia. 
Computadores mostram, em detalhes, todas as informações sobre a Usina 
Hidrelétrica  de  Itaipu,  ao  lado  de  maquetes  que  apresentam  a  realidade 
das mais diferentes áreas da usina. 
 Um dos maiores destaques do Ecomuseu é uma réplica perfeita, quase em 
escala  natural,  do  eixo  de  uma  unidade  geradora  da  usina,  sendo  que  o 
visitante tem a oportunidade de ouvir o barulho do eixo  em movimento. 
Diversas ações culturais são desenvolvidas em conjunto com os municípios 
lindeiros  e  grupos representativos da comunidade, tais como as

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Fundações Culturais e Associações de Bairros. Sua clientela é composta


de estabelecimentos de ensino, turistas nacionais e estrangeiros e
comunidade local e regional. As exposições temporárias apresentam
temas relacionados à Itaipu, municípios vizinhos, empreendimentos
hidrelétricos e instituições parceiras em programas de conservação
ambiental, desenvolvimento sustentado, memória, educação ou cultura.
Através das mostras e oficinas de artes, também temporárias, o
Ecomuseu de Itaipu oportuniza o acesso popular às manifestações
culturais, socializa e divulga a produção artístico-cultural da região.

 
Fonte: http://www.hnews.com.br 
 

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Fonte: http://isape.wordpress.com 
 
2‐ Rede de Cidades 

Os processos de integração, a crescente interdependência e a abertura das 
economias  acentuaram,  por  um  lado,  a  concorrência  entre  cidades  e 
territórios  e,  por  outro,  a  necessidade  de  criar  alianças  e  relações  de 
complementaridade.  

Integração Regional 

Fonte: www.ipardes.gov.br/ 

145 

 
 

BIBLIOGRAFIA 
CIGOLINI, Adilar et al. Paraná – Quadro natural, transformações territoriais e 
economia. Curitiba: Renascer, 1998.  

SCHMIDT,  Maria  Auxiliadora.  Histórias  do  Cotidiano  Paranaense.  Curitiba: 


Letraviva, 1996. 

PARELLADA,  Cláudia  Inês.  Vida  Indígena  no  Paraná.  Curitiba:  Provopar  Ação 
Social/PR, 2006 

WACHOWICZ, Ruy. História do Paraná.  Curitiba: Imprensa Oficial do Paraná, 2001. 
9 ed. 

SIMPÓSIO  DE  CULTURA  PARANAENSE  TERRA, CULTURA  E  PODER  (2003:  Curitiba, 


PR)  Simpósio  de  cultura  paranaense  terra,  cultura  e  poder;  a  arqueologia  de  um 
Estado,  1º  a  5  de  dezembro  de  2003.  Curitiba:  Secretaria  de  Estado  da  Cultura, 
2005.  

Atlas geográfico do Paraná – disponível em 
www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1127‐4.pdf?... 

MARANHÃO,  Fernanda.  Departamento  de  Antropologia.  Museu  Paranaense. 


(http://www.museuparanaense.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?cont
eudo=68 

 Coordenadoria do Patrimônio Cultural. http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/ 

Secretaria de Estado da Cultura. http://www.cultura.pr.gov.br 

Secretaria de Estado do Turismo. http://www.setu.pr.gov.br 

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