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Tipos de Hepatite 

Existem várias causas de hepatite, sendo as mais conhecidas as causadas por vírus (vírus das 
hepatite A, B, C, D, E, F, G, citomegalovírus, etc). Outras causas: drogas (antiinflamatórios, 
anticonvulsivantes, sulfas, derivados imidazólicos, hormônios tireoidianos, anticoncepcionais, etc), 
distúrbios metabólicos (doença de Wilson, politransfundidos, hemossiderose, hemocromatose, etc), 
transinfecciosa, pós­choque. Em comum, todas as hepatites têm algum grau de destruição das 
células hepáticas.

Quadro clinico 

A grande maioria das hepatites agudas são assintomáticas ou leva a sintomas incaracterísticos como 
febre, mal estar, desânimo e dores musculares. Hepatites mais severas podem levar a sintomas mais 
específicos, sendo o sinal mais chamativo a icterícia, conhecida popularmente no Brasil por "trisa" 
ou "amarelão" e que caracteriza­se pela coloração amarelo­dourada da pele e conjuntivas. 
Associado pode ocorrer urina cor de coca­cola (colúria) e fezes claras, tipo massa de vidraceiro 
(acolia fecal). Hepatites mais graves podem cursar com insuficiência hepática e culminar com a 
encefalopatia hepática e óbito. Hepatites crônicas (com duração superior a 6 meses), geralmente 
são assintomáticas e podem progredir para cirrose.

 Hepatites Virais
Considerada a maior pandemia mundial da atualidade. 60 a 80% cronificam em 15­20 anos, 
evoluindo para cirrose hepática, e 1­2% para hepatocarcinoma. O Brasil é hoje um país que tem 
portadores crônicos de hepatite B e hepatite C, segundo conceitos do Organização Mundial da 
Saúde, de nível mediano: 1­3%.
• Quadro clínico (primeiros 3 a 10 dias – pródromo): 
•  febre , 
•  mal­estar , 
•  inapetência , 
•  mialgia , 
•  cefaléia , 
•  náuseas , 
•  adinamia  
• Após cessam sintomas prodrômicos e iniciam­se: 
•  colúria , 
•  acolia , 
•  icterícia . 
Quanto mais sintomática for a fase aguda da doença, maior a chance da doença hepática se 
cronificar
• Exame físico: 
•  micropoliadenopatia  pequena, 
•  hepatomegalia  discreta e dolorosa (devido à distensão da cápsula hepática), 
• pequena esplenomegalia reacional, 
• mais raramente: sinais meníngeos, artralgia, rash cutâneo. 
• Diagnóstico diferencial: 
• outras etiologias de hepatites, 
•  leptospirose , 
•  malária , 
•  febre amarela , 
•  sepse , 
• obstrução de vias biliares. 

 Hepatite A
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite A, que pode cursar de forma 
subclínica. Altamente contagiosa, sua transmissão é do tipo fecal oral, ou seja, ocorre 
contaminação direta de pessoa para pessoa ou através do contacto com alimentos e água 
contaminados, e os sintomas iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum onde 
não há ou é precário o saneamento básico. A falta de higiene ajuda na disseminação do vírus. 
O uso na alimentação de moluscos e ostras de águas contaminadas com esgotos e fezes 
humanas contribui para a expansão da doença. Uma vez infectada a pessoa desenvolve 
imunidade permanente. Existe vacina segura para hepatite A. A transmissão através de 
agulhas ou sangue é rara. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, fadiga, mal estar, 
perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode ocorrer 
diarreia. A icterícia é mais comum no adulto (60%) do que na criança (25%). A icterícia 
desaparece em torno de duas a quatro semanas. É considerada uma hepatite branda, pois não 
há relatos de cronificação e a mortalidade é baixa. Não existe tratamento específico. O 
paciente deve receber sintomáticos e tomar medidas de higiene para prevenir a transmissão 
para outras pessoas. Pode ser prevenida pela higiene e melhorias das condições sanitárias, 
bem como pela vacinação. É conhecida como a hepatite do viajante. O período de incubação 
do vírus da hepatite A é de 30 dias.

 Hepatite B
Sua transmissão é através de sangue, agulhas e materiais cortantes contaminados, também com as 
tintas das tatuagens, bem como através da relação sexual. É considerada também uma doença 
sexualmente transmissível. Pode ser adquirida através de tatuagens, piercings, no dentista e até em 
sessões de depilação. Os sintomas são semelhantes aos das outras hepatites virais, mas a hepatite B 
pode cronificar e provocar a cirrose hepática. A prevenção é feita utilizando preservativos nas 
relações sexuais e não utilizando materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente 
esterilizadas. Recomenda­se o uso de descartáveis de uso único. Quanto mais cedo se adquire o 
vírus, maiores as chances de ter uma cirrose hepática. Existe vacina para hepatite B, que é dada em 
três doses intramusculares e deve ser repetida a cada 10 anos. O período de incubação do vírus da 
hepatite B é de 90 dias.

 Hepatite C
Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas, 
piercings, e em manicure, ainda não foi comprovado que pode ser contagiosa por relações sexuais. É 
de grande preocupação para a Saúde Pública. A grande maioria dos pacientes é assintomática no 
período agudo da doença, mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. Estima­se que 
3 % da população mundial esteja contaminada, atingindo níveis dez vezes maiores no continente 
africano. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o 
hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado.
A prevenção é feita evitando­se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam 
devidamente esterilizadas. Recomenda­se o uso de descartáveis de uso único, bem como material 
próprio em manicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não há controle e as 
pessoas que ‘dizem’ que esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. 
Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o 
maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite­se pelo 
sangue mais facilmente do que a AIDS.
O anti­HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para 
descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do 
vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro.
Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao 
tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que 
não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da 
hepatite C é de 45 dias.

 Hepatite não A não B não C
Termo antigo muito usado para hepatites que não eram nem A nem B, que hoje se reconhece ser a 
maioria do tipo C, podendo ser também E.

 Hepatite D
Causada por RNA­vírus (tão pequeno que é incapaz de produzir seu próprio envelope protéico e de 
infectar uma pessoa), só tem importância quando associada à hepatite B, pois a potencializa. 
Isoladamente parece não causar infecção. Geralmente encontrado em pacientes portadores do vírus 
HIV e está mais relacionado à cronificação da hepatite e também à hepatocarcinoma.

 Hepatite E
É uma hepatite infecciosa aguda causada pelo vírus da hepatite E, que se pode curar de forma 
subclínica. Sua transmissão é do tipo fecal oral, através do contato com alimentos e água 
contaminados, e os sintoma iniciam em média 30 dias após o contágio. É mais comum após 
enchentes Não existe vacina para hepatite E. Os sintomas são de início súbito, com febre baixa, 
fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos. Pode 
ocorrer diarréia. É considerada uma hepatite branda, apesar de risco aumentado para mulheres 
grávidas, principalmente no terceiro trimestre gestacional, que podem evoluir com hepatite 
fulminante. Não existe tratamento específico. O paciente deve receber medicamentos sintomáticos e 
repousar. Pode ser prevenida através de medidas de higiene, devendo ser evitado comprar alimentos 
e bebidas de vendedores ambulantes.

 Hepatite F
DNA­vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente, através de 
extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.

 Hepatite G
A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo vírus VHG 
(vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3% de todas as hepatites 
víricas. Desconhecem­se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe­se que a doença é 
transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode evoluir para infecção 
persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangue. Em análises feitas nos Estados Unidos 
da América aos doadores de sangue demonstrou­se que cerca de dois por cento já teve contacto com 
o vírus. Supõe­se que o VHG se encontre em 20 a 30% dos utilizadores de drogas injectáveis e em 
dez por cento das pessoas que foram sujeitas a uma transfusão de sangue. Em cerca de 20% dos 
doentes com infecção pelos VHB ou VHC é possível detectar anticorpos para o VHG, mas esta 
coinfecção não parece influenciar a evolução daquelas hepatites. Não foi ainda possível determinar 
com exactidão – dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram recentes –, as 
consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente «suave» e 
transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os especialistas ainda não 
chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites fulminantes). Noventa a 100 
por cento dos infectados tornam­se portadores crónicos mas podem nunca vir a sofrer de uma 
doença hepática. Até agora não foi possível comprovar que a infecção pelo VHG conduza a casos de 
cirrose ou de cancro no fígado. Diagnóstico: pesquisa HGV­RNA.

 Outras hepatites virais
Outros vírus podem causar hepatites, porém sem ser causa comum. São potencialmente causadores 
de hepatite em pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos o Epstein­Barr, o 
citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre 
amarela.

 Hepatite medicamentosa
Existe um grande número de drogas que são hepatotóxicas, ou seja, lesam diretamente o hepatócito. 
Tais drogas podem portanto causar hepatite. A droga antidiabetes troglitazona, por exemplo, foi 
retirada do mercado em 2000 por causar hepatite. O acetaminofeno (Paracetamol), substância 
analgésica muito utilizada por crianças e adultos, é considerada altamente hepatotóxica, quando em 
doses elevadas.
Outras drogas associadas a hepatite:[1]
•  Alopurinol  
•  Amitriptilina  (antidepressivo) 
•  Amiodarona  (antiarrítmico) 
•  Azatioporina [2]
   [3]
    
•  Halothane  (um tipo específico de gás anestésico) 
•  Contraceptivos hormonais  
•  Ibuprofeno  e indometacina (Antiinflamatórios não­esteróides) 
•  Isoniazida  (INH), rifampicina, e pirazinamida (antibióticos específicos para tuberculose) 
•  cetoconazol  (antifungal) 
•  Metildopa  (contra hipertensão) 
•  Minociclina  (antibiótico tetraciclina) 
•  Nifedipina  (contra hipertensão) 
•  Nitrofurantoina  (antibiótico) 
•  Fenitoína  e ácido valproico (antiepilepsia) 
•  Zidovudine  (anti­retroviral ex. combate à AIDS) 
•  Isotretinoína  
• Alguns suplementos nutricionais de ervas e vegetais 
O progresso clínico de uma hepatite induzida por medicamentos é muito variável, dependendo da 
droga e da tendência do paciente a reagir à droga. Por exemplo, hepatite induzida por halotano pode 
ser de média à fatal, assim como a hepatite induzida por isoniazida. Contraceptivos hormonais 
podem causar mudanças estruturais no fígado. Hepatite por amiodarona pode ser incurável, uma vez 
que a longa meia vida da droga (mais de 60 dias) significa que não há maneira eficiente de impedir 
exposição à droga. Finalmente, a diversidade humana é tão grande que qualquer droga pode vir a 
causar hepatite.

Hepatite autoimune (HAI)
São hepatites causadas por uma auto agressão do organismo, que fabrica anticorpos que atacam e 
matam os hepatócitos. Isto pode acontecer porque uma bactéria, vírus ou um fungo pode conter uma 
porção muito parecida com a célula hepática, causando confusão do sistema imunológico. O 
tratamento é feito com corticóides e drogas imunossupressoras. Essa forma de hepatite é mais 
comum em mulheres, e tem duas faixas etárias principais de acometimento: entre 10 e 30 anos 
(jovens) e por volta dos 50 anos (meia­idade).
Testes laboratoriais úteis na avaliação hepática são:
• as dosagens de: 
•  bilirrubinas  (principalmente bilirrubinas diretas indicando dano dentro da célula 
hepática), 
•  transaminases  (AST e ALT, antigamente denominadas respectivamente TGO e TGP), 
• aumento das enzimas canaliculares(fosfatase alcalina, gama­glutamil­transpeptidase ­ 
antes denominada gama­glutamil­transferase e geralmente abreviada como gama­GT 
ou GGT), 
• proteínas totais e frações(albuminae globulina: alteração positiva se já apresenta 
lesão hepatocelular prévia), 
• atividade de protrombina, 
• coagulograma (TAP/KPTT alterados, geralmente em indivíduos com dano 
hepatocelular prévio), 
• hemograma (inespecífico, com preferencial de linfócitos) 
•  amônia  e ácidos biliares, 
• pesquisa de marcadores virais 
• execução de exames complementares de diagnóstico por imagem, como o ultra­som e 
a tomografia computadorizada. 
Se for necessária a análise histopatológica do fígado, pode ser necessária a biopsia hepática, que 
pode ser feita por agulha, videolaparoscopia ou a céu aberto. Cada exame tem validade em situações 
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