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CNEC/FACECA
8° Semestre
Varginha/2010
1 – Organizações
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Segundo Chiavenato (2003), o mundo em que vivemos é uma sociedade
institucionalizada e composta por organizações. Todas as atividades
relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestação de serviços são
planejadas, coordenadas, dirigidas, executadas e controladas pelas
organizações. Todas as organizações são constituídas por pessoas e por
recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros,
tecnológicos, mercadológicos etc). A vida das pessoas depende das
organizações e essas dependem da atividade e do trabalho das pessoas.
Na sociedade moderna, as pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem,
trabalham, se divertem, são tratadas e morrem dentro de organizações. Essas
por sua vez, são extremamente heterogêneas e diversificadas, de tamanhos
diferentes, de características diferentes, de estruturas e objetivos diferentes.
Existem organizações lucrativas (chamadas empresas) e organizações não
lucrativas (como Exército, Igreja, Serviços públicos, entidades filantrópicas,
ONGs etc).
Segundo Uhlmann (1997), organização é qualquer empreendimento
estruturado e constituído para um determinado fim, não importando o seu
ramo de atividade, sua constituição legal ou sua finalidade.
Recursos
Os recursos que as organizações utilizam classificam-se em seis tipos
principais: humanos, materiais físicos, temporais, financeiros, conhecimento.
Empresas
São sistemas abertos.
• Apresentam interdependência entre si;
• São constituídas por um fim específico (como ganhar dinheiro, prestar
serviços...);
• Gravita em um contexto maior que pode ser chamado de
macroambiente;
• Existe uma hierarquia dos sistemas (todo sistema faz parte de um
outro sistema maior, passando a ser um subsistema deste sistema
maior).
Ex: no corpo humano temos órgãos, nas empresas temos departamentos.
2 - Fundamentos da Administração
A administração nada mais é do que a condução racional das atividades
de uma organização seja ela lucrativa ou não lucrativa. A administração trata
do planejamento da organização (estruturação), da direção e do controle de
todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorram dentro
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de uma organização.
Conceito e Importância
“A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e
minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma
função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a
outro. A tarefa da Administração é interpretar os objetivos propostos pela
organização e transformá-los em ação organizacional por meio do
planejamento, organização, execução e controle de todos os esforços
realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de
alcançar tais objetivos da maneira mais eficiente e eficaz.
A administração é um processo de tomada de decisões que visam à
realização de objetivos por meio da aplicação de recursos.
Tomar decisões significa fazer escolhas. O processo administrativo
abrange quatro tipos principais de decisões, também chamadas processos ou
funções.
* CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração, São Paulo: Campus, 2003. pág. 4
Conhecimento
Saber.
Know-how. Informação.
Atualização profissional.
Reciclagem constante.
Perspectiva Atitude
Saber fazer. Saber fazer acontecer.
Visão pessoal das coisas. Comportamento ativo e
Maneira prática de proativo. Ênfase na ação
aplicar o conhecimento e no fazer acontecer.
na solução de problemas Espírito empreendedor e
e situações. de equipe.
CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração, São Paulo: Campus, 2003. pág. 5
Administração no Presente
A administração e as organizações estão em uma conjuntura muito
diferente de 100 anos atrás. As principais diferenças entre as duas situações
são: Economia globalizada e competitividade
No início do século XX, a palavra-chave era eficiência. No início do século
XXI a palavra-chave é competitividade. A eficiência continua sendo a
preocupação dominante, como no tempo de Taylor e Fayol, mas por razões
diferentes. Ainda é preciso fazer mais, com menos recursos. No entanto, o
problema das empresas, naquela época, era atender a um mercado crescente,
ávido por produtos como automóveis, telefones e eletricidade, dos quais havia
poucos fornecedores.
Na passagem para o século XXI, há muitos fornecedores atuando numa
economia globalizada. A expansão das empresas multinacionais, a facilidade
de transporte e a eliminação de restrições alfandegárias e tributárias criaram
um mercado mundial. Pode-se comprar e vender praticamente qualquer coisa
em praticamente qualquer lugar do mundo.
Agora, as empresas devem ser capazes de concorrer com outras empresas, de
outros países, em seus mercados locais e nos mercados para os quais
exportam. Devem ser competitivas, mas do que apenas eficientes, a eficiência
tornou-se um dos ingredientes da competitividade.
Interdependência
Ao mesmo tempo em que incentivou a competitividade entre empresas,
a economia globalizada também tornou os países interdependentes, devido ao
livre trânsito de capitais. Problemas econômicos de um país com economia
frágil deixaram de ser localizados, para provocar um efeito sistêmico que afeta
inúmeros outros.
Tecnologia da Informação
A tecnologia da informação está presente em todos os processos
administrativos e produtivos. Movimentar contas no banco, fazer planejamento
das compras de uma unidade industrial ou controlar a fabricação de peças são
tarefas que não precisam mais da intervenção humana direta. A tecnologia da
informação facilita a tomada de decisão e o desempenho de todas as tarefas
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de comunicação. Os exércitos de contadores, auxiliares de escritórios e
operários do passado foram substituídos por computadores. Algumas funções
de controle que os gerentes precisavam realizar pessoalmente também foram
absorvidas pelos computadores. Muitas das atividades gerenciais foram
alteradas pela tecnologia da informação.
Diminuição de Tamanho
As grandes organizações deixaram de ser grandes empregadoras de
mão-de-obra, tanto de trabalhadores especializados quanto de gerentes. Uma
das conseqüências da diminuição de tamanho (downsizing) é a importância
crescente dos métodos da administração participativa (empowerment), porque
é preciso que os funcionários operacionais aprendam a ser seus próprios
gerentes.
Níveis Organizacionais
Os administradores podem ser classificados pelo nível que ocupam na
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organização e pelo âmbito das atividades pelas quais são responsáveis –
administradores gerais ou funcionais. Com relação à posição que ocupa na
estrutura organizacional, é possível distinguir três níveis hierárquicos: os níveis
estratégico, tático e operacional.
Nível Estratégico = é o mais elevado na hierarquia organizacional e é
composto pelos administradores de topo – um grupo relativamente pequeno de
executivos que é responsável pelas principais decisões da organização. Sua
atuação é estratégica e abrange a organização como um todo. São igualmente
responsáveis pela interação entre a organização e seu ambiente externo.
Nível Tático = representa um intermediário da estrutura organizacional.
É constituído por um conjunto de executivos que é responsável pela
articulação interna entre o nível estratégico e o operacional. Esses
administradores coordenam a atividade de outros de níveis mais baixos e são
responsáveis pela tradução das políticas e estratégias definidas pelos
administradores de topo em ações concretas que os de nível operacional
possam implementar. Sua atuação é tática e está orientada para uma unidade
de negócio, departamento ou área funcional.
Nível Operacional = é o mais baixo da hierarquia da organização, e é
constituído pelos administradores de primeira linha. Eles são responsáveis pela
coordenação do trabalho dos membros da organização, que, por sua vez, são
responsáveis pela execução e realização das atividades e tarefas cotidianas.
Existem administradores em todos os níveis organizacionais. No entanto,
é a coordenação entre estes que garante o sucesso da organização como um
todo. Apesar de todos possuírem diferentes funções, elas estão interligadas, e
é essa sintonia que permite à organização o alcance de seus objetivos.
Nível Estratégico
Nível Tático
Nível
Operacional
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O Processo de Administração
A administração é organizada de acordo com 4 funções: prever,
organizar, dirigir e controlar. Os administradores participam no processo de
administração executando cada uma das funções identificadas para alcançar
os objetivos definidos pela organização. Apesar de serem quatro funções
distintas, elas estão relacionadas e são interdependentes, e por isso os
gestores devem considerar os efeitos que cada uma dessas funções tem sobre
as outras.
Planejamento
O planejamento consiste na especificação dos objetivos a serem
atingidos, na definição das estratégias e ações que permitam alcançá-los, e no
desenvolvimento de planos que integrem e coordenem as atividades da
organização. O planejamento permite que os administradores e trabalhadores
tenham sua ação orientada para determinados objetivos, permitindo-lhes
concentrar sua atenção no que é mais importante para a organização.
Organização
A organização é a função da administração que faz a distribuição das
tarefas e dos recursos entre os membros da organização, define quem tem
autoridade sobre quem e quando e onde devem tomar decisões. A organização
procura distribuir o trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros
para que estes alcancem os objetivos estabelecidos eficientemente. O
resultado do processo de organização é a estrutura organizacional.
Direção
A direção está relacionada com os processos de gestão de pessoas na
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organização. Dirigir significa liderar, motivar e coordenar os trabalhadores no
desenvolvimento de suas tarefas e atividades. Dirigir também significa
selecionar o canal de comunicação mais adequado e resolver conflitos entre os
subordinados. É uma função que exige mais ação que o planejamento. O
responsável por uma equipe ou grupo, o líder, tem a responsabilidade de
proporcionar um ambiente propício à execução de um trabalho de qualidade e
no qual os trabalhadores se sintam satisfeitos.
Controle
O controle é a função da administração que assegura que os objetivos
estão sendo alcançados. Consiste na monitoração e na avaliação do
desempenho da organização, na comparação deste com os objetivos
planejados e na correção dos desvios que se verifiquem. A função do controle
envolve: a definição de medidas de desempenho, a verificação sistemática do
desempenho efetivo, a comparação entre os padrões e objetivos planejados e
o desempenho efetivamente observado, e, finalmente, o estabelecimento de
medidas corretivas, no caso de se verificar desvios significativos. É por meio da
função do controle que a organização se mantém no rumo pretendido ou
planeja mudanças.
Área Financeira
Se a área de produção e operações é o “coração” da organização, a área
financeira é o “sangue”, e lida com todos os aspectos que envolvem recursos
financeiros. As finanças são uma área de apoio, não estando diretamente
relacionadas com a atividade principal da organização. No entanto, têm uma
importância decisiva para o desempenho organizacional. Seu principal objetivo
consiste em captar e utilizar, de maneira eficaz, os recursos financeiros de
forma a alcançar os objetivos organizacionais. A área financeira é responsável
pelas seguintes funções:
* Informação de gestão = produção de relatórios e documentos
contábeis que traduzam a situação econômica e patrimonial da organização.
* Análise = avaliação e controle do desempenho da organização em
termos de rentabilidade, equilíbrio financeiro e risco.
* Investimento = definição da política de investimentos da organização,
escolhendo as melhores alternativas para a aplicação dos recursos financeiros.
* Financiamento = definição da política de financiamento, escolhendo as
melhores fontes de recursos para o crescimento e a administração da
organização.
* Distribuição de dividendos = definição da política de distribuição de
lucros, decidindo qual a aplicação dos excedentes financeiros gerados pela
atividade da organização.
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A Administração no Brasil
3 - MARKETING
Você liga a televisão e um comercial de sabão em pó aparece na tela,
seguido por um outro que incentiva você a não dirigir depois de beber. Você
caminha por um corredor de supermercado e pega um cupom de desconto
para o molho de salada numa promoção. No final do corredor, experimenta
uma amostra da nova batata frita sem gordura. De volta para casa, você
atende a um telefonema convidando-o a participar de uma pesquisa sobre
audiência de rádio. Na faculdade, você visita a seção de estágios para verificar
as oportunidades de empregos. Em seu trabalho, você mantém o controle dos
suprimentos do escritório e encomenda reposições quando necessário,
enquanto um amigo lhe pede conselhos sobre como comercializar um novo
programa de software.
Todas essas situações envolvem marketing. (Churchill,2000)
Segundo Cobra (1997) o mundo vive uma era de grandes
transformações. O consumidor deixa de ser consumidor de uma única região
para se tornar consumidor mundial. As oportunidades de consumo se ampliam,
o que torna o comprador mais exigente e seletivo em relação às ofertas do
mercado.
Diante de tantos desafios, o Marketing tem sido focado sob várias
teorias, que procuram compreender seu fenômeno e explicar melhor sua
atuação.
Os profissionais de Marketing de hoje, deparam-se com as mesmas
difíceis decisões de antigamente. Mas o mercado de hoje é imensamente mais
complexo. Para Kotler (2000) Mercados domésticos, antes a salvo de invasores
estrangeiros, estão hoje envolvidos com gigantescas empresas globais.
Importantes avanços tecnológicos reduziram significativamente o tempo e a
distância: novos produtos são lançados em um ritmo espantoso e tornam-se
mundialmente disponíveis em curto espaço de tempo. Os meios de
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comunicação proliferam. Novos canais e formatos de distribuição continuam a
aparecer. Os concorrentes estão por toda parte... e estão famintos.
Essas novas possibilidades de compra significam um novíssimo mundo
de oportunidades e ameaças em abundante proliferação.
Esse mundo novo também se caracteriza por um ambiente
espantosamente rico em informações
Princípios de Marketing
Marcos Cobra brinca dizendo que a cobra foi quem primeiro aplicou
intuitivamente o conceito de marketing, quando usou de técnicas de persuasão
para “vender” a maçã para Eva e, esta, a Adão.
Antes de tentar adotar uma única e exclusiva compreensão da área
específica de marketing, é interessante verificar como têm evoluído suas
definições:
1960 – AMA (American Marketing Association) – “O desempenho das
atividades de negócios que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao
consumidor ou utilizador”.
1969 – Kotler e Levy – “O conceito de Marketing deveria abranger
também as instituições não lucrativas”.
1969 – David Luck – “O marketing deveria limitar-se às atividades que
resultam em transações de mercado”.
1997 – Kotler – “É o processo de planejamento e execução desde a
concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar
trocas que satisfaçam os objetivos de pessoas e de organizações.
Muitas pessoas pensam em marketing apenas como vendas e promoção.
A razão desta confusão é que todos os dias somos bombardeados com
comerciais de televisão, anúncios em jornais e revistas, mala direta e
telefonemas de vendas. Alguém está sempre tentando nos vender algo. Apesar
disso, vendas é apenas uma das facetas do marketing, uma de suas várias
funções. Se um profissional de marketing fizer um bom trabalho de
identificação das necessidades do consumidor, desenvolver bons produtos e
definir seu preço ideal, distribuí-los e promove-los com eficácia, estes bens de
consumo serão vendidos com muita facilidade. Para Peter Drucker, “O objetivo
do marketing é tornar a venda supérflua. É conhecer e compreender o cliente
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muito bem, de modo que o produto ou serviço se ajuste... e venda por si
próprio”.
Segundo, FERREIRA (1989) – Dicionário Aurélio, “Marketing é um
conjunto de estratégias e ações relativas a desenvolvimento, apreçamento,
distribuição e promoção de produtos e serviços, e que visa a adequação
mercadológica destes”.
Pode-se citar ainda outras definições, como:
• Marketing: “Conjunto de operações executadas por uma empresa
envolvendo a vida de um produto, desde a planificação de sua
produção até o momento em que é adquirido pelo consumidor;
mercadologia.”
MARKETING OU MERCADOLOGIA?
Historicamente, a transição da economia de produção à economia de
consumo processou-se através do marketing, desde os primórdios da revolução
industrial, quando a produção em massa encontrou a chamada economia de
escala na fabricação. A partir deste momento é que surgiu o dilema: Como
compatibilizar a capacidade de produção com a capacidade de consumo, e
vice-versa? Que mercados existem e para que produto ou serviço?
O berço do Marketing se encontra indiscutivelmente nos EUA. A sua
difusão pelo mundo foi relativamente lenta. Mesmo na Europa, o Marketing só
começou a ser aceito após a Segunda Guerra Mundial.
Quanto ao Brasil é possível identificar uma data específica da introdução
do conceito de Marketing na nossa sociedade empresarial e acadêmica. Ao
menos formalmente, o termo “Marketing” começou a ser empregado entre nós
a partir do exato momento em que a missão norte americana, chefiada pelo
professor Karl A. Boedecker começou a organizar os primeiros cursos de
Administração na recém criada Escola de Administração de Empresas do
Estado de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, isto foi em meados de 1954.
Na época dúvidas de que uma palavra tão nitidamente estrangeira pudesse ser
difundida no Brasil. Foi um típico erro de Marketing onde se buscou uma
palavra que traduzisse o conteúdo e o conceito da palavra Marketing, a palavra
escolhida foi “Mercadologia” .
Vale ressaltar, que durante muitos anos, as expressões “Mercadologia” e
“Mercadização” dominaram o cenário na busca da substituição da palavra
Marketing, mas isto faz parte do passado, Marketing, Mercadização,
Mercadologia, são sinônimos e poderão, portanto, ser utilizados como
expressões intercambiáveis.
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A EVOLUÇÃO DA DEFINIÇÃO DE MARKETING
TIPOS DE MARKETING
Equilíbrio
Capacidade Capacidade
de Produção de Consumo
ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING
Venda ou Marketing
Na verdade, o conceito de venda, no passado, visualizava o lucro através
da venda, e utilizava como meio, uma integração entre venda e promoção,
sendo o foco o produto. Hoje, o foco é a necessidade do cliente, o meio é
o marketing integrado, por fim, a obtenção do lucro como a satisfação do
cliente. Dessa maneira, o meio não é a venda em si, mas o marketing dentro
da venda com a finalidade de satisfazer o cliente.
A figura, abaixo, ilustra essa evolução de conceituação.
PRODUTOS
EMPRESAS
PREÇO
FORNECEDORES INTERMEDIÁRIOS
INTERMÉDIARIOS CONSUMIDOR
PONTO(distribuição) FINAL
CONCORRENTES
PROMOÇÃO
Os 4 P´s - marketing-mix
Fonte: COBRA(1997) - Marketing Básico
PRODUTO
A base de qualquer negócio é um produto ou serviço. Este é dito certo ao
consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores-
alvo.
Mas os produtos variam quanto ao grau em que podem ser diferenciados.
Em um extremo, temos as chamadas commodities. Uma commodity não passa
de um produto à espera da diferenciação. Essa diferenciação muitas vezes
existe apenas na mente das pessoas, e não no produto físico.
No extremo das commodities estão os produtos altamente diferenciáveis
em termos físicos, como veículos automotores, equipamento pesado e
edifícios. Podem ainda, acrescentar uma camada de diferenciação psicológica ,
tal como prestígio (Mercedes), superioridade de desempenho esportivo
(Porsche) ou segurança (Volvo).
Em geral, os profissionais de marketing compreendem que o desafio está
em criar uma diferenciação relevante e singular, que pode ser baseada em:
• Diferenças Físicas = características, desempenho, adequação,
durabilidade, design, estilo e embalagem.
• Diferenças de Disponibilidade = nos estabelecimentos físicos (lojas),
via telefone, via correios, via Internet...
• Diferença de Serviços = entregas, instalações, treinamento,
consultoria, manutenção e reparos.
• Diferença de Preço = preço muito alto, preço alto, preço médio, preço
baixo e preço muito baixo.
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• Diferença de Imagem = símbolos, eventos, mídia utilizada,
confiabilidade...
Esta área de produto pode ser dividida em três outras áreas: a
administração de produtos existentes, de novos produtos e serviços. Um
produto certo deve ter:
Produto
Consumidor
Os 4 P´s - marketing-mix
Fonte: COBRA(1997) - Marketing Básico
Consumidor
Ponto
Os 4 P´s - marketing-mix
Fonte: COBRA(1997) - Marketing Básico
PREÇO
O produto deve ser certo, deve estar no ponto certo e deve transferir a
posse no preço certo. É a quantidade de dinheiro ou outros recursos que os
profissionais de marketing pedem por aquilo que oferecem. O preço pode ser
considerado: posto na fábrica, posto no cliente, atacadista, varejista ou
distribuidor; líquido com desconto ou bruto sem desconto; desconto por
quantidade, desconto por condição de pagamento etc
Consumidor
Preço
Os 4 P´s - marketing-mix
Fonte: COBRA(1997) - Marketing Básico
PROMOÇÃO
O composto promocional do produto ou serviço compreende toda a área
de comunicação: publicidade, relações publicas, promoções de vendas,
venda pessoal, merchandising, marketing direto e forças de vendas. Refere-
se a como os profissionais de marketing informam, convencem e lembram
os clientes sobre produtos e serviços.
Promoção
Consumidor
Os 4 P´s - marketing-mix
Fonte: COBRA(1997) - Marketing Básico
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Comunicação é a transmissão de uma mensagem de um emissor para
um receptor, de modo que ambos a entendam da mesma maneira.
A FONTE (emissor) determina qual informação deverá ser comunicada e
CODIFICA a mensagem em símbolos apropriados (código). O MEIO DE
COMUNICAÇÃO é o sistema que transporta a mensagem, como televisão,
rádio, pessoas...até que a mesma chegue ao RECEPTOR, que é a pessoa ou
grupo para quem a mensagem é destinada. Em seguida, o receptor
DECODIFICA a mensagem interpretando seu significado. Nesta comunicação
pode ocorrer RUÍDO, que são sons físicos, mal entendidos ou outras distrações
que fazem com que um receptor não consiga decodificar corretamente a
mensagem.
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EMISSOR MENSAGEM RECEPTOR
RUÍDO/ CANAL
Ruído é qualquer impedimento na decodificação da mensagem. Pois o que se
espera é um feedback para a mensagem ser validada.
O MODELO AIDA
AMBIENTE DE MARKENTING
As empresas que buscam a excelência tem que ter a visão do externo
para o interno da empresa em seus negócios. Elas reconhecem que o ambiente
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de marketing está sempre oferecendo novas oportunidades e apresentado
novas ameaças. Essas empresas reconhecem a importância vital do
monitoramento e da adaptação contínua nas mudanças ambientais.
AMBIENTE DEMOGRÁFICO
AMBIENTE ECONOMICO
AMBIENTE NATURAL
Uma das forças mais intensas que molda a vida das pessoas é a tal da
tecnologia. As novas tecnologias que proporcionam valor superior na satisfação
de necessidades estimula os investimentos e a atividade econômica. A nova
tecnologia gera importantes conseqüências a longo prazo, nem sempre
previsíveis. O profissional de marketing deve observar as tendências
tecnológicas. Quando as organizações não acompanham as mudanças, a
tecnologia torna-se uma ameaça.
AMBIENTE SÓCIO-CULTURAL
AMBIENTE COMPETITIVO
SEGMENTAÇÃO DE MERCADO
MARKETING DE MASSA
MARKETING DE NICHO
MARKETING INDIVIDUAL
SEGMENTAÇÃO DEMOGRÁFICA
SEGMENTAÇÃO GEOGRÁFICA
SEGMENTAÇÃO PSICOGRÁFICA
SEGMENTAÇÃO COMPORTAMENTAL
1 - RECONHECENDO NECESSIDADES
A partir do momento que o consumidor detecta uma necessidade,
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começa todo o processo no qual os consumidores compram produtos e
serviços. Após perceberem uma necessidade os consumidores são induzidos
pela motivação a satisfazê-la. Daí a importância dos profissionais de marketing
saberem o que motiva seus consumidores, tendo recursos para atender a tais
motivações.
2 - BUSCANDO INFORMAÇÕES
4 - DECIDINDO A COMPRA
Após considerar todas as opções, chega-se ao processo de realizar a
compra. Desde o ato de fazê-la até os demais fatores, como o que comprar,
onde, quando e como pagar. Porém fatores como liquidações fazem com que
os consumidores possam agir rapidamente, desistir se o produto não estiver à
altura de suas necessidades ou então adiá-la por motivos de força maior.
5 - AVALIANDO A COMPRA
Ao adquirirem um produto os consumidores avaliam formal ou
informalmente o resultado obtido ao realizarem uma compra. Primeiramente
avaliam o nível de satisfação, o fato de realizarem a compra, assim como o
bem ou serviço obtido. Tal avaliação pós-compra pode tornar o consumidor fiel
à marca, desde que este tenha um resultado positivo, podendo ainda
influenciar os demais consumidores ao seu redor, tornando-se então uma fase
decisória para o profissional de marketing.
4 - MARKETING DE SERVIÇOS
O que é um Serviço?
* Serviço é o ato ou desempenho oferecido por uma parte a outra.
Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o desempenho é
essencialmente intangível e normalmente não resulta em propriedade de
nenhum dos fatores de produção.
* Serviços são atividades econômicas que criam valor e fornecem
benefícios para clientes em tempos e lugares específicos, como decorrência
da realização de uma mudança desejada no, ou em nome do, destinatário do
serviço.
* Serviço é definido como um ato ou desempenho essencialmente
intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte na posse de
nenhum bem. Sua execução pode ou não estar ligada a um produto físico.
Os serviços também estão crescendo em importância numa escala
global. As empresas de cartão de credito estão presentes no mundo inteiro.
Agências de publicidade ajudam seus clientes a atingir os mercados globais. Na
Ásia e na Europa, a população mais velha e em melhor situação financeira está
estimulando o crescimento do mercado de cruzeiros marítimos. Juntamente
com o aumento no consumo, vem a crescente competição global entre os
prestadores de serviços, entre eles os serviços financeiros em Hong Kong e
Cingapura, serviços de construção na Coréia do Sul e Itália e de
desenvolvimento de software na Índia e no Leste Europeu.
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O Setor de Serviços é a parte da economia de uma nação representada
por serviços de todos os tipos, incluindo os oferecidos por organizações
públicas e sem fins lucrativos. Hoje, é o setor responsável pela maior parte do
crescimento dos novos empregos no mundo.
OUTRAS
ATIVIDADES
7% COMÉRCIO
15%
INDÚSTRIA DE
SERVIÇOS
55% TRANSFORMAÇÃO
CONSTRUÇÃO 16%
CIVIL
7%
Fonte: Lovelock, Christopher. Serviços, Marketing e Gestão. São Paulo:Editora Saraiva, 2001.
O Consumidor de Serviços
5 – MARKETING JURÍDICO
Segundo Costa (2009), verifica-se ser extremamente importante nos dias
de hoje a decisão de advogados e estudantes de Direito, de tomar a iniciativa
de fazer seu próprio planejamento de marketing, visando manter e atrair
clientes.
Para Bertozzi (2010, pág. 27): “A era do advogado que não sabe vender
seus serviços acabou!”
Bertozzi cita Lara Selem (2010), quando diz que é preciso separar essa
pergunta em duas variáveis: o modelo jurídico e o modelo administrativo. Em
relação ao modelo jurídico, sabemos que ele está cheio de falhas, pois temos
um judiciário complicado, burocrático, moroso e nem sempre confiável. Sob
este ponto de vista e comparando-o com o modelo americano (guardadas
todas as diferenças legislativas, constitucionais, culturais, etc), estamos
ultrapassados sim, pois o sistema jurídico de um país deve conferir segurança
à população, assegurando que a Justiça seja distribuída com eficiência, isto é,
que as decisões sejam acertadas e proferidas no tempo certo. Sob o ponto de
vista da gestão, ainda temos que caminhar muito. Estamos mais ou menos 30
anos atrasados nesse quesito. Nos EUA, a presença de um profissional de outra
área para auxiliar os sócios de um escritório de advocacia na gestão é mais
natural e aceita. E isso faz grande diferença, pois, mesmo que o advogado
participe das decisões estratégicas, o que ele quer é advogar.
É dessa batalha que surge uma verdade: o Direito não é mais o mesmo e muito
menos, seus profissionais. Novas habilidades são requeridas, o mercado se
movimenta, o momento é muito favorável aos escritórios pequenos e médios,
aos advogados criativos e inovadores. E sempre haverá espaço para bons
profissionais. Bertozzi (2010, 39)
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O maior sabotador de mudanças é a realidade cultural de cada
advogado: área de atuação, região em que vive, herança intelectual entre
vários outros fatores.
Definições equivocadas
Segundo Costa (2009), durante muito tempo o marketing foi definido de
forma equivocada, como propaganda, vendas ou publicidade. Na realidade, a
concepção do marketing do profissional do Direito vai também muito além
disso. Ela resume o marketing como um conjunto de atividades que visa
satisfazer as necessidades dos clientes e dos advogados. O marketing jurídico
representa o modo ordenado e profundo de refletir sobre seus mercados e
planejá-los.
Diferencial Competitivo
Escolha um caminho diferente, um modo diferente de agir que realmente
possa agregar valores à sua empresa, aos seus clientes e ao seu marketing
pessoal.
Reafirme o seu compromisso de prestar um serviço diferenciado, de
atender melhor, de ser mais preciso e buscar soluções inovadoras. É
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fundamental ter diferenciais competitivos, mas não basta tê-los, é preciso
saber mostrá-los, principalmente na hora certa. Não seja pró-ativo apenas para
executar suas tarefas profissionais, tome iniciativa também para mostrar os
seus diferenciais. “ Não perca a oportunidade de deixar sua marca ou se tornar
inesquecível”.
O novo mantra no mercado é: trabalharmos para o sucesso de nossos
clientes. Não basta mais atendê-los bem, temos que nos diferenciar ao
conhecer os mínimos detalhes dos negócios deles e com isso construir
propostas mais personalizadas e ainda conquistarmos pontos no Buzz
marketing jurídico por meio da propagação do boca a boca.
A organização jurídica deve compreender a si mesma como um ser vivo.
Aprender, crescer e evoluir constantemente. Diferenciar-se dos demais e
tornar isso perceptível é uma missão fundamental para o sucesso, pois a alta
concorrência provocou uma elevação inédita da qualidade dos serviços
jurídicos.
A marca jurídica pessoal ou corporativa forte cria a promessa de um
resultado positivo na mente do cliente. É algo intuitivo.
Cada inovação jurídica é rapidamente copiada pela concorrência. Afinal,
a internet colabora para que os escritórios estejam se vigiando mutuamente e
assim idéias, novos serviços e teses possam ser aprimoradas.
O cliente não tem como avaliar, em um primeiro momento, quem é o
melhor ou o mais adequado para a sua necessidade. Ele possui indícios disso
como indicação (boca a boca), carteira de clientes, material escrito, material
comunicacional e opinião de outro especialista.
Alguns pré requisitos da diferenciação:
• Compromisso para com a produção intelectual;
• Combater a idéia de trabalho individual;
• Incentivar a criatividade jurídica para análise, desenvolvimento e
criação de teses;
• Endosso dos sócios;
• Envolvimento de toda a equipe;
• Reunião a cada 15 dias para discussão de idéias e novos serviços.
Construção da diferenciação
• Eliminar o mito do tempo;
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• Identificar o ponto forte do escritório (área/nicho);
• Analisar as novidades do mercado nacional e internacional;
• Rever o banco de clientes e estudar novas propostas;
• Encontrar novos nichos de atuação e construir sua marca com
força e estratégia;
• Elaborar um material expositivo versando sobre a área na qual
queremos nos diferenciar;
A diferenciação deve ser gradativamente construída em torno dos
públicos identificados pelo escritório. É desse conjunto que a marca jurídica sai
fortalecida. Afinal, qual é o grande objetivo de tudo? Atrair e reter
relacionamentos por meio da exposição intelectual!
Tipos de público para se construir a diferenciação
Tipos de Cliente Descrição
Clientes Ativos São aqueles que estão em sua carteira ativa. É
preciso estar em constante contato com eles por
meio de telefonemas, eventos, boletins
informativos. Não deixe um buraco grande na
comunicação em nenhuma hipótese.
Clientes Inativos São clientes que já fizeram parte do escritório,
mas agora não mais o fazem. É preciso criar
idéias e ofertar serviços para que eles voltem a
contratá-lo. É logicamente mais fácil fazer
negócios com quem já se conhece.
Clientes de Interesse São públicos que nos interessa conquistar e para
isto é preciso traçar estratégias para atingi-los.
Público Interno São os parceiros, funcionários, estagiários e
advogados de uma banca que merecem
treinamento, desenvolvimento de estratégias
motivacionais e superação na produção de
conhecimento jurídico.
As Leis da Diferenciação